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TERRITORIO

1 – O Centro Antigo de Salvador (CAS) e sua evolução urbana

A área atualmente definida como Centro Antigo de Salvador refere-se ao trecho mais
densamente urbanizado da cidade até a primeira metade do Século XX. Até esta época
estava localizada nesta zona da cidade, além dos seus principais bairros residenciais, a
maior parte dos edifícios destinados tanto às funções administrativas de Salvador,
quanto à sua vida comercial e portuária, atividades que sustentaram o crescimento da
cidade durante a maior parte da sua história.

No Centro Histórico, bairro de grande relevância do CAS, nestes quase cinco séculos de
existência, foi construído um rico patrimônio histórico e cultural, composto por um
acervo arquitetônico colonial de importância nacional e internacional, que se estende
para além do Pelourinho – núcleo mais conhecido deste Centro Histórico –, atingindo
uma área, ocupada até o final do século XIX, de aproximadamente mil hectares
(10km2), na qual se pode observar a justaposição de estilos de fora com aqueles
nascidos no lugar, conformando a construção desta cidade tão plural ao tempo que tão
singular.

Pode-se dizer que as características arquitetônicas das atuais edificações dessa área
foram influenciadas por uma série de contingências que datam, ao menos desde 1626,
quando é estabelecida a proibição de qualquer construção sem controle e aprovação da
Câmara. Mesmo com esta tentativa de controle do padrão das edificações que se
perpetua, muitas das velhas edificações coloniais passaram a ser ‘modernizadas’ com a
utilização de diferentes elementos nas fachadas que, em vários casos, por exemplo,
passam a ser coroadas por platibandas de diversos tipos, superpondo linguagens
estilísticas de variadas épocas e origens.

Ainda ostentando esse rico panorama, onde marca presença um variado conjunto de
testemunhos arquitetônicos e estilísticos de diversas épocas, a zona do Centro Histórico
de Salvador – CHS veio a ter o seu primeiro tombamento pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, no ano de 1959. Sem dúvida, a adoção desta
medida de proteção contribuiu para que essa mesma paisagem urbana ainda possa ser
apreciada nos tempos atuais.

Nas primeiras décadas do século XX, houve o movimento de modernização da cidade,


com as obras do aterro na área do porto, no governo J. J. Seabra (1912-1916),
ampliando a área do Comércio. A partir de então, grande parte das edificações coloniais
do Centro Histórico e da área do Comércio foi demolida para dar lugar ao alargamento
de vias e à construção de altos edifícios modernos, que passam a abrigar os novos
serviços nessa área antiga da cidade.
Do período colonial até o presente momento, esta zona de Salvador passou por muitas
mudanças, perdendo, ao longo dos anos, população e atividades de comércio e serviço.
Um marco importante ocorreu na década de 1970, quando se iniciou no Centro da
cidade um processo de esvaziamento e decadência, sobretudo devido à abertura da Av.
Paralela, a construção do Centro Administrativo da Bahia, pelo governo estadual, e à
implantação de um novo centro comercial, com a construção do Shopping Center
Iguatemi.

Decorrente deste esvaziamento existe atualmente um elevado número de imóveis que


não cumprem a função social, evidenciando-se nessa área um grande potencial para
atração do uso habitacional e complementares, aumentando a economicidade e a
agregação de valores sociais, materiais e simbólicos, propiciando uma mais ampla
integração ao ambiente urbano, além da indução para um maior grau de conservação e
segurança.

2. Perfil socioeconômico da população do CAS

Formada por cerca de 80 mil habitantes no ano de 2000, a população do CAS sofreu
uma redução de cerca de 40% desde 1970, de acordo com dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2000). Em termos populacionais, constata-se, na área,
uma alta incidência de pessoas da terceira idade – acima de 60 anos – ultrapassando o
número registrado na cidade como um todo (15,1%). Também se constatou que o
percentual de mulheres é maior no Centro Histórico (55,3%), e no seu entorno (56,7%)
– do que em Salvador (53,7%).

No quesito escolaridade, o CAS registra dados interessantes. No CHS, 48,9% da


população tem segundo grau completo ou mais, percentual este que sobe para 56,6% no
Entorno do Centro Histórico de Salvador (ECH) e cai para 39,1% em toda a capital
baiana. Os indivíduos com terceiro grau completo estão, também, em maior número no
CHS (10,9%) e no ECH (16,6%) do que na cidade (7,7%).

No que diz respeito à ocupação, sabe-se que a Região Metropolitana de Salvador


costuma apresentar as maiores taxas de desemprego das regiões metropolitanas
brasileiras. Todavia, quando os dados da PED/RMS referentes a emprego e renda em
Salvador são desagregados, eles revelam melhores indicadores de desemprego,
formalização e rendimento no CAS. Em três intervalos distintos de tempo (1997-1999,
2001-2003 e 2005-2007), as menores taxas de desemprego foram verificadas no ECH,
aparecendo o CHS em segundo lugar.
Devido ao perfil da população residente no CAS, notadamente sua escolaridade e
posição ocupacional, os dados da renda média dos ocupados são melhores do que os
referentes à cidade de Salvador em todo o período 2000 – 2007, sobretudo no ECH. No
entanto, Salvador e o seu centro histórico ocupam uma posição pouco favorável em
termos de faixa de renda da população ocupada. A renda mensal de quase 58% da
população de Salvador, entre 2005 e 2007, era de menos de dois salários mínimos. No
CHS, a situação era um pouco melhor, mas, aproximava-se de 46%. Em ambas as
regiões, menos de 3,5% da população ocupada aufere renda mensal superior a 10
salários mínimos.

À luz dos dados apresentados, o CAS, a despeito de abrigar contingentes populacionais


em situação de vulnerabilidade social, apresenta um quadro econômico e social melhor
que a realidade média da cidade.

3. Tipologia da arquitetura

Atualmente, as edificações presentes no território podem ser enquadradas em, pelo


menos, cinco categorias: arquitetura civil de função pública (oficial/administrativa);
arquitetura civil de função privada (residencial, empresarial ou comercial), arquitetura
industrial, arquitetura religiosa e arquitetura militar, distribuídas em todo o seu contexto
em consonância com a vocação urbana predominante em cada um dos onze bairros que
constituem o CAS.

4.Cultura e patrimônio

É possível encontrar na região do CAS um grande número de equipamentos culturais


tradicionais que se distribui de forma não uniforme e apresenta características
arquitetônicas, artísticas e históricas diversificadas. A expansão urbana e a consolidação
de novas áreas economicamente ativas na cidade, nas últimas décadas do Século XX,
favoreceram o surgimento de alguns negócios culturais fora do centro, a exemplo de
teatros, salas de cinema e espaços para eventos, no entanto, muito raramente,
equipamentos tradicionais, tais como museus, arquivos, bibliotecas e centros de cultura
foram instalados nessas áreas. O Centro Histórico e seu entorno imediato continuam
sendo o território cultural de Salvador, tanto do ponto de vista da oferta de
equipamentos, quanto do fluxo de pessoas que têm acesso aos bens culturais ou
educativos
DIFERENÇA ENTRE CENTRO ANTIGO E CENTRO HISTORICO

O Centro Histórico de Salvador (CHS) é tombado pelo Instituto do Patrimônio


Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1984, e reconhecido pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da
Humanidade, em 1985. Com 0,8 km², a delimitação do Centro Histórico inicia próximo
ao Mosteiro de São Bento e segue até o Forte Santo Antônio Além do Carmo.

Já o Centro Antigo de Salvador é uma área de 7 km², que inclui em sua extensão
territorial onze bairros da capital baiana como Centro, Barris, Tororó, Nazaré, Saúde,
Barbalho, Macaúbas, parte do espigão da Liberdade, Santo Antônio e Comércio, além
do Centro Histórico. De com acordo com a legislação, esta área de Salvador
corresponde à área contígua à de proteção rigorosa, sob o registro da Lei Municipal n°
3.289/83.

POR QUE AMPLIAR O PLANO PARA O CENTRO ANTIGO DA CIDADE?

A área de atuação do Plano de Reabilitação foi ampliada para além dos limites do
perímetro tombado porque, assim como em outras capitais brasileiras, a área central de
Salvador passou a conviver, nas últimas décadas, com uma série de problemas
originados da perda de população e da subutilização dos imóveis, da inadequação e
insalubridade das moradias e da falta de manutenção dos imóveis patrimoniais, além da
insegurança pública, prostituição e tráfico de drogas. Todas essas questões configuram
um quadro de vulnerabilidade social em contraponto à existência de um rico patrimônio
edificado, oferta de empregos e de transporte público.

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