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FACULDADE DO VALE DO ITAPECURU-FAI

CURSO: BACHARELADO EM DIREITO


DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PROFESORA: MARIA SELMA BONFIM
ACADÊMICO (A): BRUNA CASTELO BRANCO DA SILVA (15101162)
8º PERÍODO – NOTURNO

RESUMO

PROCEDIMENTOS DAS MEDIDAS CAUTELARES

CAXIAS-MA
DEZEMBRO/2015
Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
PROCEDIMENTOS CAUTELARES ................................................................................................... 4
PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS E INESPECÍFICOS ................................................. 6
PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS .............................................................................. 7
1- ARRESTO ................................................................................................................................... 7
2 - CAUÇÃO ................................................................................................................................... 7
3-BUSCA E APREENSÃO ................................................................................................................ 8
4-AÇÃO DE EXIBIÇÃO .................................................................................................................... 8
5- PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS ..................................................................................... 9
6- ALIMENTOS PROVISIONAIS .................................................................................................... 10
7-ARROLAMENTO DE BENS ........................................................................................................ 10
8-JUSTIFICAÇÃO .......................................................................................................................... 11
9- PROTESTOS, NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES .................................................................... 11
10-HOMOLOGAÇÃO DE PENHOR LEGAL .................................................................................... 11
11-POSSE EM NOME DO NASCITURO ........................................................................................ 12
12-ATENTADO ............................................................................................................................. 13
13-PROTESTO E APREENSÃO DE TÍTULOS .................................................................................. 13
OUTRAS MEDIDAS PROVISIONAIS ............................................................................................. 14
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 15
INTRODUÇÃO

O processo cautelar é o procedimento judicial que visa prevenir, conservar, defender ou assegurar a
eficácia de um direito, surge, portanto, como um instrumento pronto e eficaz de segurança e prevenção para a
realização dos interesses dos litigantes.

A ação cautelar consiste, destarte, em providências que conservem e assegurem tantos bens quanto
provas e pessoas, eliminando a ameaça de perigo atual ou iminente e irreparável. Desta forma se traduz em
mecanismo de preservação da efetividade das decisões judiciais, ajudando subsidiariamente os processos de
conhecimento e de execução.

O que diferencia a tutela cautelar da tutela antecipada principalmente é, em resumo, o fato de na


cautelar se buscar "medidas" para se efetivar e assegurar que o processo principal (que busca o bem da vida)
não tenha um resultado inútil ou inócuo; enquanto que na tutela antecipada o que se busca é, justamente, o
bem da vida pleiteado no processo principal, só que antecipadamente baseado em determinada situação fática
que assim recomenda. O pedido da tutela antecipada será sempre o mesmo pedido do processo principal, só
que com pretensão antecipada (antes da sentença); já o pedido da lide cautelar será sempre diverso, eis que
meramente acautelatório daquele.

O processo cautelar desenvolve-se sob a cognição sumária, pois, diante da própria natureza de urgência
do processo frente à situação perigosa e periclitante, indispensável se faz a sumarização, ressalvada pelos art.
801 a 804 do Código, para bem de podermos alcançar o seu objetivo.

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PROCEDIMENTOS CAUTELARES

Em face da petição inicial, primeiro ato do procedimento cautelar, protocolado em foro competente, onde
a parte Autora descreve o direito ameaçado (fumus boni iuris) e o receio de lesão (periculum in mora) o juiz
pode:

a) determinar que o autor a emende, ou complete, no prazo de dez dias (art. 284), exigindo, por exemplo, a
indicação do objeto da pretensão principal e de seu fundamento jurídico;

b) proferir sentença de indeferimento (art. 295);

c) determinar (tendo sido requerida a liminar sem prova suficiente de seu cabimento ou necessidade) que o
autor produza, nos mesmos autos da ação cautelar, justificação (art. 861) da existência do direito ameaçado e
(ou) dos fatos dos quais resulta o receio qualificado, a exigir a concessão da medida sem a audiência do réu (art.
804);

d) deferir liminarmente a medida cautelar, inaudita altera pars (sem ouvir o réu), quando verificar que este,
sendo citado, poderá torná-la ineficaz; hipótese em que determinará, se for caso, que o autor preste caução de
ressarcir os danos que o réu possa vir a sofrer (art. 804);

e) determinar a citação do réu para contestar a ação, no prazo de cinco dias (art. 802).

Conta-se o prazo para a contestação da data da juntada aos autos do mandado de citação devidamente
cumprido (art. 802, 1).

A concessão da liminar não priva o réu do direito de defesa, hipótese em que o prazo para a contestação é
contado da data da juntada do mandado de execução da medida (art. 802, II), desde que nele haja certidão do
oficial de justiça de que dela intimou o réu.

Executada a medida, o oficial de justiça, nos dez dias seguintes, procurará o réu três vezes em dias
distintos. Encontrando-o, procede à intimação e, só então, devolve ao cartório o mandado. Não o encontrando,
certifica o ocorrido, competindo ao autor requerer a citação do réu, por edital, dentro de cinco dias, contados
da data em que foi intimado dessa circunstância (arts. 658 e 654, por analogia, em combinação com o art. 811,
II).

O art. 802, II, não dispensa a citação, que é indispensável para a validade de processo de conhecimento, de
execução e cautelar (art. 214). O que ocorre, apenas, é que a intimação da execução da medida produz os
efeitos de citação.

O réu tem o prazo de cinco dias para se defender, qualquer que seja o procedimento cautelar (art. 802),
inclusive, portanto, na produção antecipada de provas.

Não sendo contestado o pedido, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, devendo o juiz
proferir sentença dentro em cinco dias (art. 808). Na produção antecipada de provas, o que se presume
verdadeiro é o fato da necessidade da antecipação, e não o fato probando

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Havendo contestação, o juiz designará audiência de instrução e julgamento (art. 803, parágrafo único).
Entretanto, pode o juiz proferir sentença independentemente de audiência, se a questão de mérito for
unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produção de provas em
audiência (art. 830, 1).

Os autos do processo cautelar devem ser apensados aos do processo principal (art. 809).

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PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS E INESPECÍFICOS
O Código de Processo Civil divide os procedimentos cautelares em específicos e inespecíficos.

São procedimentos cautelares específicos: o arresto, o sequestro, a caução, a busca e apreensão, a


exibição, a produção antecipada de provas, os alimentos provisionais, o arrolamento de bens, a justificação, os
protestos, notificações e interpelações, a homologação de penhor legal, a posse em nome do nascituro, o
atentado, bem como o protesto e a apreensão de títulos.

A esses procedimentos cautelares específicos aplicam-se as disposições gerais (art. 812).

São também procedimentos cautelares específicos as outras medidas provisionais (art. 888), às quais não
se aplicam as disposições gerais (argumento do art. 889), salvo se couber.

Além dos procedimentos cautelares específicos, o juiz pode determinar as medidas provisórias que julgar
adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da
outra lesão grave e de difícil reparação (art. 798), caso em que pode autorizar ou vedar a prática de
determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução (art.
799).

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO REQUERENTE

O requerente responde objetivamente, independente da demonstração de culpa lato sensu, se a


execução da medida causar prejuízo ou dano ao requerido. (art. 811 do CPC)

12. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE INDOLE CONSTITUCIONAL

Na Ação Civil Pública, Ação Popular, Mandado de Injunção, Mandado de Segurança, Habeas Data.

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PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS

1- ARRESTO
O arresto é medida cautelar nominada (tipificada pelo legislador), que pode ser preparatória ou incidental,
que visa garantir a satisfação de futura execução que se exercerá por meio do processo principal, ou mesmo na
fase de cumprimento de sentença, da constrição e penhora (art. 813 e ss.)

É a medida cautelar de garantia da futura execução por quantia certa. Consiste na apreensão judicial de
bens indeterminados do patrimônio do devedor. Assegura a viabilidade da futura penhora (ou arrecadação, se
se tratar de insolvência), na qual virá a converter-se ao tempo da efetiva execução.”

Recai sobre bens indeterminados do devedor, podendo estes bens consistir em móveis, imóveis, créditos,
etc.

Como requisitos específicos do arresto, têm-se a existência de prova da dívida objeto da demanda, e a
tentativa do devedor de ausentar-se ou de desfazer-se de seu patrimônio.

O procedimento do arresto está previsto nos arts. 800 a 812 do CPC para as medidas cautelares em geral.

2 - CAUÇÃO
É garantia prestada ou concedida por intermédio deste procedimento cautelar específico, previsto nos arts.
826 e ss., cuja finalidade é garantir o cumprimento de uma obrigação.

Pode ser prestadas de duas formas (art. 826): mediante a entrega de bens, e, neste caso, a caução será
real, ou se apresenta fiador, e se terá a caução fidejussória.

A caução pode ser prestada no bojo de qualquer procedimento. É usual exigir-se a caução como contrapeso
à concessão da liminar.

A lei trata no art. 835, da denominada cautio iudicatum solvi ou caução às custas. É exigida para assegurar o
adimplemento das verba de sucumbência nas ações intentadas pela parte que, estrangeiro ou nacional, não
resida no Brasil, e se não tiver aqui, bens imóveis cujo valor seja capaz de assegurar o pagamento das custas e
dos honorários da parte contrária.

Denota-se, portanto, que a caução tem o escopo de prevenir a eventual ocorrência de um dano. Na
hipótese da efetiva ocorrência desse dano, fica a caução retida para que sobre ela incida a execução do prejuízo,
através do processo de execução, não sendo entregue diretamente ao credor, mas sim, sendo utilizada para
quitar a dívida existente, como o objetivo de ressarcimento do credor.

É importante salientar a existência da figura denominada contra-cautela, pela qual pode o juiz determinar
que a parte preste caução real ou fidejussória no sentido de ressarcir os danos que o requerido possa vir a
sofrer.

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3-BUSCA E APREENSÃO
Procedimento cautelar específico, preparatório ou incidental, que pretende assegurar a efetividade do
provimento principal, tendo como objeto, dois atos subsequentes e interdependentes: procurar e apreender.

A busca e apreensão poderá ter natureza de provimento definitivo, quando, por exemplo, se pretender
proteger o direito de guarda, buscando e apreendendo criança ou adolescente que está na posse de alguém que
não detém sua guarda.

O objeto da busca e apreensão pode consistir em coisas (móveis), e então é denominada real, e pessoas
(incapazes: menores e interditos), quando se denomina pessoal.

A busca e apreensão é autorizada por sentença, sendo determinada a expedição do mandado contendo a
indicação do local onde a coisa ou a pessoa se encontram e a descrição da coisa o da pessoa (art.842). Este
mandado, assinado pelo juiz, será executado por dois oficiais de justiça, acompanhados por duas testemunhas
(art.842). Em seguida, será lavrado auto circunstanciado (certidão) narrando o que ocorreu na execução da
ordem do juiz (art.843).

A medida de busca e apreensão pode apresentar-se como simples meio de execução de outras
providências cautelares, como sequestro, arresto, etc., mas pode também ser o fim exclusivo de uma ação
cautelar, como se dá quando da aplicação do procedimento da própria busca e apreensão.

4-AÇÃO DE EXIBIÇÃO
A ação de exibição é preparatória ou incidental e tem como escopo permitir que o Autor conheça e fiscalize
determinada coisa ou documento.

O pedido de exibição pode ter caráter cautelar e ser feito por meio de dação, pode ser formulado
incidentalmente, em processo em curso; e ainda, pode ser satisfativo, formulado em ação autônoma.

Na área do Direito de Família sua aplicação é grande. Comporta usá-la para a exibição de documentos que
tratam dos interesses do casal ou dos filhos, relativamente ao estado civil, filiação, disposição de última vontade
etc,.

Também pode ser usada para que se obtenha conhecimento de disposições testamentárias patrimoniais,
documentos de transações imobiliárias, movimentação financeira em estabelecimentos de crédito, etc.

“Código de Processo Civil

Art. 844. Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição judicial:

I - de coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha interesse em conhecer;

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II - de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor;
ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou
administrador de bens alheios;

III - da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos casos expressos em lei.”

A Medida Cautelar de Exibição Judicial tem rito próprio e especialmente destacado no Código de Processo
Civil, contudo mantém-se na mesma linha dos demais procedimentos cautelares.

“Código de Processo Civil

Art. 845. Observar-se-á, quanto ao procedimento, no que couber, o disposto nos arts. 355 a 363, e 381 e
382.”

Aqui não incide a regra do art. 806, CPC:

Art. 806 - Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da
medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório”.

5- PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS


Como regra geral, as provas têm momento próprio de produção, denominado instrução probatória. Há
certos casos, entretanto, que o risco de perecimento de determinadas provas reclama a antecipação desse
momento; é justamente nesse momento que surge a ação cautelar de produção antecipada de provas disposta
nos arts. 846 e ss., CPC.

A produção amtecipada de provas é medida cautelar preparatória ou incidental (neste caso sempre antes
da audiência de instrução) que busca a realização de provas antes do momento oportuno para se evitar seu
perecimento. Trata-se de medida acautelatória, embora haja posição em contrário sustentando ser tutela
satisfativa. A natureza acautelatória se impõe uma vez que é necessário preencher os requisitos do fumus boni
juris e do periculum in mora, além de apontar a ação principal a ser proposta. A produção antecipada da prova
pode consistir em interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial (art. 846, CPC).

Sua finalidade consiste em registrar, sob a forma de prova oral ou pericial estado de fato que possa influir
na solução da lide do processo principal.

Segundo entendimento jurisprudencial, esta espécie de ação não observa o art. 806 do CPC, vez que o
objetivo deste tipo de ação é salvaguardar a existência e, portanto, eficiência de uma prova a ser produzida que
se encontra na iminência de não mais poder se fazer presente, não havendo desta forma a necessidade de
aplicação do prazo de 30 (trinta) dias para ajuizamento da ação de mérito.

Em se tratando de produção antecipada, por não ser uma medida de caráter restritivo de direito ou de
constrição de bens, não tem influência o prazo do art. 806 do CPC. O fato não desaparece nem se torna inócuo
pela inobservância do lapso de 30 dias na propositura da ação principal” (TJMG – AC 79.701-1 – 1ª C. – Rel. Des.
Freitas Barbosa – J. 20.06.1989) (JM 107/287) (RJ 160/150).[14]

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Na produção antecipada de provas, o réu pode contestar a necessidade da antecipação ou indicar as
contraprovas que pretende acautelar. Nesta última hipótese, produzem-se, num só processo, provas que
poderiam ser produzidas em dois processos cautelares distintos, com inversão da posição processual das partes.

6- ALIMENTOS PROVISIONAIS
É medida prevista no art. 852 e ss., do CPC. Podem ser preparatórios ou incidentais, com o escopo de
prover o sustento da parte e os gastos processuais.

São alimentos ad litem, não podendo ser confundidos com os alimentos provisórios, cujo rito está previsto
na Lei n.º 5.478/1968[15].

Nos casos cabíveis, será lícito a parte requerer do juiz alimentos provisionais, expondo, em petição, as suas
necessidades e as possibilidades econômicas do alimentante.
O pedido de alimentos provisionais é admissível nos seguintes casos:

a)Nas ações de separação judicial, divorcio e de anulação de casamento;

b)Nas ações de alimentos, desde o despacho inicial;

c) Nos demais casos expressamente previstos em lei.

7-ARROLAMENTO DE BENS
O arrolamento de bens, previsto nos arts. 855 e ss. é medida constritiva de bens, donde se pretende a
conservação de bens que corram risco de extravio ou de dilapidação, e, por conseguinte, a frustração do
cumprimento de determinada obrigação.

É mister expor que em nada a ação de arrolamento de bens, em nada se parece com o processo de
arrolamento, espécie de inventário dos bens deixados pelo “de cujus”.

O arrolamento de bens pode ser preparatório ou incidental, devendo obedecer os pressupostos de fundado
receio de dano irreparável (periculum in mora) de que os bens sejam extraviados ou dissipados e o interesse do
requerente na conservação desses mesmos bens, caracterizando a boa-fé da fumaça do bom direito (fumus
boni iuris) (art. 855).

É parte legítima para requerer o arrolamento de bens todo aquele que tiver genérico interesse na
conservação dos bens (art. 856).

Na petição inicial da ação de arrolamento de bens, o requerente exporá o seu direito aos bens e os fatos
em razão dos quais existe justo receio de extravio ou de dissipação desses bens (art.857).

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Na hipótese do deferimento, pelo juiz, do arrolamento dos bens, nomeará depositário (art. 855) que lavrará
auto com minuciosa descrição dos bens arrolados, bem como as características para sua conservação, tendo em
vista a ação ser fulcrada na proteção desses bens de uma possível deterioração (art.859).

8-JUSTIFICAÇÃO
Consiste na oitiva de testemunhas ou juntada de documentos, por meio de medida de jurisdição voluntária,
ausente de traços de cautelaridade.

A justificação é mera atividade de documentação, isenta de escopo cautelar, e, portanto, não admitem
defesa, tampouco recursos(art.865), embora os interessados sejam citados (art.862).

Cumpre ao juiz apenas homologar a produção da prova, declarando se foram observadas as formalidades
legais por meio de sentença, sendo os autos entregues ao requerente quarenta e oito horas após a decisão (art.
866).

9- PROTESTOS, NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES


São medidas de mero procedimento com caráter administrativo, por isso não admitem defesa (art. 871),
mas pode haver contraprotesto, mas em procedimento distinto.

As medidas em questão estão dispostas nos arts. 867 e ss., e têm o escopo de possibilitar à parte, a
comunicação de uma manifestação de vontade ou intenção.

Podem ser utilizadas para prevenir responsabilidades, ressalvar direitos e impedir futura alegação de
ignorância.

Não se lhes aplica o prazo do art. 806, por serem desprovidas de caráter constritivo.

10-HOMOLOGAÇÃO DE PENHOR LEGAL


O penhor legal é a retenção, pelo credor, de bens do devedor a partir de previsão legal. É garantia prevista
em lei para assegurar o pagamento de dívida.

O art. 1.476, CPC prevê dois casos de penhor legal:

a) bagagem de hóspede, referindo-se ao hospedeiro que, com fundado receio de não receber a conta do
hóspede, retém objetos a ele pertencentes até o valor da dívida.

b) bens do inquilino, é o caso do locador de prédio rústico ou urbano, sobre bens do rendeiro ou inquilino
que estiverem guarnecendo o imóvel, até o valor dos alugueres ou rendas.

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A homologação do penhor, prevista nos arts. 874 e ss., não tem caráter cautelar, na medida em que não há
nexo de dependência obrigatória com processo de conhecimento ou de execução. Tratando-se, portanto, de
medida pleiteada pelo credor em ação autônoma.

Proposta a medida, a citação do devedor deve se dar no prazo de 24 horas, para os fins de que trata o art.
874, CPC.

A intimação que é feita por mandado pelo oficial de justiça é sempre pessoal. Far-se-á porem, entretanto,
nos seguintes casos:

a) Se o protesto for para conhecimento do público em geral, nos casos previstos em lei, ou quando a
publicidade seja essencial para que o protesto, notificação ou interpelação atinjam seus fins;

b) Se o citado for desconhecido, incerto ou estiver em lugar ignorado ou de difícil acesso.


c) Se a demora da intimação pessoal puder prejudicar os efeitos da interpelação ou do protesto.

Tomado o penhor legal, o credor requererá, ato contínuo, sua homologação nos termos dos arts. 874 a 876
do Código de Processo Civil.

Os bens empenhados não passam a ser do credor: passam a consistir em garantia para posterior
expropriação.

Acerca da aplicação do art. 806, CPC, há de se dizer que não é pacífica a doutrina.

11-POSSE EM NOME DO NASCITURO


Trata-se de medida cuja finalidade é a proteção dos direitos do nascituro (aquele que foi concebido, mas
ainda na nasceu).

Está prevista nos arts. 877 e ss., e consiste na produção de prova pericial a permitir a constatação de
gravidez (art. 877).

Vale ressaltar que somente a mãe tem legitimidade para a propositura da presente demanda e
obrigatoriamente deverá juntar aos autos, certidão de óbito do “de cujus” de quem o nascituro é sucessor (art.
877, § 1.º).

No pólo passivo estarão os herdeiros do falecido que poderão concordar, dispensando a realização do
exame (art. 877, § 2.º).

Esta medida, que não possui natureza cautelar, se encerra por meio de sentença de natureza declaratória
(art. 878), que investe a mãe-requerente na posse dos direitos do nascituro.

N a hipótese de que à mãe não caiba poder familiar, o juiz nomeará curador ao nascituro (art. 878,
parágrafo único).

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12-ATENTADO
O atentado, previsto nos arts. 879 e ss., tem como objetivo a recomposição de situação de fato alterada
indevidamente por uma das partes.

Quando uma das partes altera a situação de fato, de maneira que possa ocorrer uma indução do juízo ao
erro, a outra parte deve documentar a violação, por meio do atentado, e impor o restabelecimento da situação.

A ação é sempre incidental e nunca preparatória, pois pressupõe a existência de modificação do estado
fático no curso do processo; é cabível em qualquer espécie de ação.

As hipóteses legais estão previstas no art. 879, CPC, aludindo-se especificamente à violação de penhora,
arresto, sequestros ou imissão na posse e ao prosseguimento em obra embargada, como atitude configuradora
de atentado (art. 879, I eII).

Para que haja atentado, é necessário que se preencham alguns pressupostos: a situação criada há de ser
nova e ilícita; a alteração deve ter havido concomitantemente a um processo em curso, mesmo em fase de
recurso ou de execução; deve ter havido lesão à parte adversa e possibilidade de o juiz ser induzido a erro.

A sentença é mandamental e executiva, mas pode ter também caráter condenatório, quando for o caso de
o Réu ressarcir à parte lesada as perdas e danos que sofreu em consequência do atentado (art.881, parágrafo
único).

É importante frisar que Pontes de Miranda sustenta que o atentado não tem caráter de medida cautelar,
mas de medida reparatória, o que não deixa de ter uma certa razão, embora haja posições em contrário como o
professor Humberto Theodoro Júnior.

13-PROTESTO E APREENSÃO DE TÍTULOS

O protesto de títulos, disposto nos arts. 882 e ss. apresenta caráter meramente extrajudicial.

É um meio de comprovar a falta ou recusa de aceite, de pagamento, ou da devolução do título; é ato formal
e solene, que objetiva conservar e ressalvar direitos cambiários; é ato probatório e caracteriza a inadimplência e
a mora do devedor.

Trata-se de procedimento administrativo extrajudicial, em que ocorre a documentação formal da


apresentação do título ao devedor, independentemente de intervenção de advogado, com objetivo de
assegurar o exercício de certos direitos mercantis.

A finalidade do protesto é caracterizar o não pagamento.

O procedimento se passa perante o oficial cartorário competente que, por carta registrada ou lhe
entregando em mãos o aviso, intimará do protesto o devedor (art. 883).

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Apresentado no cartório de protesto, o título é protocolado e o oficial fará a intimação do devedor, por
aviso escrito para que faça o pagamento em 3 dias; não ocorrendo o pagamento, será lavrado o “instrumento
público de protesto.

Para que haja o cancelamento do protesto, o devedor deve fazer um requerimento ao oficial público do
cartório de protesto, juntamente com o original do título protestado quitado ou declaração de anuência do
credor (ou por determinação judicial), obtendo com isso uma certidão negativa, é o disposto no art. 26 da Lei
n.º 9492/97[19].

No que concerne às causas do protesto, Pontes de Miranda[20] elenca as mais comuns: a) protesto por
falta de aceite ou de pagamento de letra de câmbio; b) protesto por falta de pagamento de nota promissória; c)
protesto por falta de pagamento de cheque; d) protesto por falta de pagamento de cheque; e) protesto por falta
de pagamento para se instruir pedido de decretação de abertura de falência; f) protesto por falta de aceite de
duplicata rural; g) protesto por falta de pagamento do título vinculado ao contrato de alienação fiduciária.

A apreensão de título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado ou aceitante, ao contrário do
protesto, trata-se de ato judicial. No entanto, não veste roupagem cautelar, eis que é providência satisfativa de
direito material (de restituição) do credor lesado diante da retenção indevida do título pelo emitente, sacado ou
aceitante.
O código não só prevê a possibilidade de apreensão do título, como também a prisão de seu detentor,
quando, decretada a apreensão da cártula não restituída pelo emitente, sacado ou aceitante, aquele que a
recebeu para realizar o aceite ou efetuar o pagamento, recusa-se a devolvê-la. Entretanto, entende-se esta
prisão como inconstitucional.

OUTRAS MEDIDAS PROVISIONAIS


O art. 888 prevê medidas de urgência. São elas as obras de conservação em coisa litigiosa ou judicialmente
apreendida; a determinação da entrega de bens de uso pessoal do cônjuge ou dos filhos; a posse provisória dos
filhos, nos casos de separação judicial, divórcio, anulação de casamento e declaração de ruptura de união
estável; o afastamento de menor autorizado a contrair casamento contra a vontade dos pais, tutores ou
curadores, ou por eles induzidos à prática de atos contrários À lei ou À moral; o afastamento temporário de um
dos cônjuges da morada do casal; a guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visita; a interdição ou a
demolição de prédio para resguardar saúde, segurança ou outro interesse público.

O art. 888 regula processo sumário quanto à cognição e ao procedimento, destacando a hipótese de
emprego autônomo, vez que a “ação principal” a que alude o art. 888 “constitui, nesse contexto, apenas a
demanda em que se discutirá o restante da relação material litigiosa”.[22]

Imperioso finalizar com comentário de Humberto Theodoro Júnio [23]:

As medidas provisionais do art. 888 são objeto de ação cautelar, (...). O procedimento a observar é, pois, o
dos arts. 801 a 803, como expressamente recomenda o art. 889, e deve observar os requisitos e cautelas
previstos no art. 804.”

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CONCLUSÃO

O processo cautelar é o meio pelo qual pede-se a proteção jurisdicional do Estado a fim de prevenir
situações passíveis de ensejar prejuízo às partes já em litígio, ou que adentrarão posteriormente nas vias
judiciais para é pedida a prestação jurisdicional do Estado, a fim de prevenir situações que podem causar danos
à parte já em litígio ou pretendam ingressar em juízo em defesa de seus direitos.

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