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A CRÔNICA NO PÓS-MODERNISMO 1. O título do texto é “A descoberta do mundo”. Explique?

Resposta Comentada: É possível perceber


A palavra crônica está ligada à palavra grega chronos (tempo). É um gênero textual de que o título do texto está ligado a uma fase da vida do jovem em que o mesmo questiona acerca de
natureza narrativa cuja função social e comunicativa é tratar de temas da realidade, do cotidiano de muitas coisas. Assim, a personagem descobre os segredos de uma das áreas de sua vida.
forma despretensiosa.
Na crônica, a sensibilidade de seus leitores é atingida pela maneira, muitas vezes lírica, com 2. Leia as frases abaixo retiradas do texto “A descoberta do mundo”, observando as palavras em
que o tema é tratado pelo cronista. Um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e a singularidade dos destaque, depois assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os sinônimos.
acontecimentos do cotidiano. Escreve-se, muitas vezes, como quem conversa com os leitores, como I – Fui precoce em muitas coisas.(2º parágrafo)
se estivesse muito próximo. Os autores os envolvem com reflexões sobre a vida de uma forma mágica II O mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto. (7º
e poética que indica o pertencimento do gênero à literatura. parágrafo)
Um dos principais cronistas de nossa literatura é Rubem Braga. A marca registrada dos seus III – Seria minha Ignorância em modo sonso de me manter ingênua? (3º parágrafo)
textos é a “crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos
acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza” a) atrasada/insuportável/ dissimulado.
(COUTINHO, Afrânio). b) adiantada/admirável/ atrevido.
Outra representante do gênero é Clarice Lispector. Além de romances, a autora, que faz c) prematura/admirável/dissimulado
parte da geração de 45, também escreveu crônicas. d) nenhuma das
Leia a seguir uma crônica de um de seus mais famosos livros de crônica: A descoberta do
mundo. 3. (...) Eu não entendia, mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha
A descoberta do mundo ignorância. (4º parágrafo)
O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria a) Retire do trecho acima o conectivo.
poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me b) Indique a ideia/noção que o mesmo transmite.
salva. c) Indique outro conectivo que poderia substituí-lo sem prejuízo de sentido.
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um
ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de VESTIBULAR
precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada em
muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais. (UFES – ES)
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos
“Alguém que ainda pelejava, já na penúltima ânsia e farto de beber água sem copo, pôde alcançar um
chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e
objeto encordoado que se movia. E aquele um aconteceu ser Francolim Ferreira, e a coisa movente era
uma mulher, da qual nascem os filhos. (...) As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive
o rabo do burrinho pedrês. E Sete-de-Ouros, sem susto a mais, sem hora marcada, soube que ali era o
contavam anedotas a respeito. Eu não entendia, mas fingia compreender para que elas não me
ponto de se entregar, confiado, ao querer da correnteza. Pouco fazia que esta o levasse de viagem,
desprezassem e à minha ignorância. (...)
muito para baixo do lugar da travessia. Deixou-se, tomando tragos de ar. Não resistia.”
Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para
Guimarães Rosa - O burrinho pedrês
receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era
A característica regionalista presente no fragmento literário acima é
ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo
minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da a) a exploração dos homens e dos animais pelos proprietários no meio rural.
vida. (...) Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter
sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amor. Esse b) o mal-estar gerado pela decadência social.
adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá- la a ter
c) a observação minuciosa da fauna e da flora de uma região.
toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua d) a integração dos homens e dos bichos a seu meio ambiente.
intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar uma flor, continuo surpreendida com os caminhos
secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor e) o respeito pelas superstições e sentimentos populares.
apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita. (Enem – 2013)
Fonte: LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Rocco. p. 113-115. Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas
antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve.
Agora que já sabe quais as características de uma crônica, volte ao texto de Clarice Lispector Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
e responda às questões. [...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, O meu nome é Severino,
se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros não tenho outro de pia.
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois Como há muitos Severinos,
juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, que é santo de romaria,
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes. deram então de me chamar
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio Severino de Maria;
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde como há muitos Severinos
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que com mães chamadas Maria,
justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos fiquei sendo o da Maria
antecedentes. do finado Zacarias,
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento). mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia,
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, por causa de um coronel
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se que se chamou Zacarias
essa peculiaridade porque o narrador e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às Como então dizer quem fala
personagens. ora a vossas senhorias?
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1994 (fragmento)
compõem. Texto II

c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso. João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras
do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços
exatas.
biográficos são sempre partilhados por outros homens.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro, Topbooks, 1999 (fragmentos)
(Puccamp-SP)‘’Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do
que o poder do lugar. Viver é muito perigoso.” Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a
relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema
Pelo fragmento acima de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, percebe-se que neste social expresso literariamente pela pergunta: "Como então dizer quem fala / ora a vossas senhorias?".
romance, como em outros regionalistas do autor, A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da

a) O conflito entre o eu e o mundo se realiza pela interação entre as personagens e o sertão que a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador.
acaba por ser mítico e metafísico.
b) construção da figura do retirante nordestino com um homem resignado com a sua situação.
b) O sertão é um lugar perigoso, onde os habitantes sofrem as agressões do meio hostil e adverso à
sobrevivência humana. c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua
condição.
c) Não existe uma região a que geograficamente se possa chamar de sertão: ele é fruto da projeção
do inconsciente das personagens. d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta em sua crise
existencial.
d) A periculosidade da vida das personagens está circunscrita ao meio físico e social em que vivem.
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
e) Há um conceito muito restrito de sertão, reduzido a palco de lutas entre bandos de jagunços.
BOM TRABALHO!
Texto I

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