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Marabá/PA [Novembro de 2019]

FECHAMENTO DE MINA: ASPECTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO MUNDIAL


Felipe Manoel Sena Silva, Jailson Carlos Machado Junior, Joyce Kelly Silva Cunha,
Katiane Braga de Souza, Lorrane Dantas dos Santos

INTRODUÇÃO

Sabe-se que a mineração provoca tanto impactos positivos, fornecendo matéria-prima, gerando
empregos, contribuindo com a economia do país, além de modernizar cada vez mais a vida do homem,
quanto impactos negativos, provocando ruídos, vibrações, poeira, áreas degradadas e danos ambientais
irreversíveis.
“A produção mineral do Brasil tem como origem mais de 3.300 minas distribuídas pelo país, sendo
os modos de lavra: a céu aberto, subterrânea e misto” (DIAS; COELHO; SILVA, 2016, p.372).
Por séculos, o fechamento de mina acontecia de maneira inadequada, uma vez que, após a
exaustão da mina, a mesma era simplesmente abandonada sem que as empresas se preocupassem com
seus efeitos sobre a sociedade e o meio ambiente.
Comumente se a cava final e as barragens de rejeitos eram cercadas, e as aberturas subterrâneas
eram bloqueadas, as empresas eram isentas de qualquer responsabilidade futuras sobre a área e as
circunvizinhanças, ocasionando passivos ambientais, impactos ambientais, sociais e econômicos.
Em meados da década de 70, surgiu alguns movimentos ambientalistas, com o objetivo de traçar
exigências para empresa mineradora, após o encerramento de suas atividades de mineração.
Com as reservas minerais exaurida, ou inviáveis economicamente, é necessário executar o plano
de fechamento de mina, onde visa desativar os trabalhos de mineração numa determinada jazida, de
maneira a recuperar ou minimizar os danos causados na área. Leis tem sido criadas no Brasil e no mundo
inteiro para que ao fim das atividade minerárias haja restauração das áreas afetadas. Órgãos e diretrizes
vem sido aperfeiçoadas e movimentação de ideias avançam para uma maior sintetização dos fins de projeto
de uma mina. O projeto de uma mina inclui desde a fase dos estudos de viabilidade econômica até o
fechamento de mina.
“O gerenciamento desses passivos ambientais e de alguns impactos que se tornaram perpétuos,
representam sérios problemas e um desafio para diversas esferas de governo, empresas e comunidades
locais” (DIAS, 2013, p.16).
A fim de que a mineração seja praticada de maneira responsável e sustentável, é necessário um
estudo específico do fechamento de mina, que compreende desde a construção da mina até o
encerramento das atividades produtivas, visando contribuir para a estabilidade e auto sustentabilidade
ambiental, econômica, social e cultural das comunidades próximas (FLORES, 2006).
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LEGISLAÇÃO MINERAL

Contexto Nacional

Em 1981 o Brasil estabeleceu uma Política Nacional para o Meio Ambiente por meio da Lei nº 6.938
relacionando desenvolvidos econômico-social com preservação da qualidade do meio ambiente. A
Constituição Federal de 1988 determina o estudo prévio de impacto ambiental o que esse licenciamento
ambiental é obrigatório para operação de qualquer atividade de mineração (CARVALHO, 2013).
O Decreto n° 97.632, de 10 de abril de 1989, em vigor, estabeleceu em seu Art. 1º que “os
empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais devem, na apresentação do Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório do Impacto Ambiental (RIMA), submeter um plano de
recuperação de área degradada (PRAD) para aprovação do órgão ambiental competente”
Diante disso, a Constituição de 1988 ainda estabeleceu sanções penais a administrativas a pessoas
físicas e jurídicas que cometerem infrações. O artigo 55 da Lei nº 9.605 prevê pena de detenção de seis
meses a um ano, além de multa para aquele que executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais
sem autorização. Na mesma pena incorre quem deixar de recuperar a área pesquisada ou minerada na
determinação do órgão competente (CARVALHO, 2013).
No Brasil a questão do fechamento de mina ainda que algo novo apesar disso os discussões sobre
o assunto tem ganhado destaque e espaço perante os acontecimentos de desastres ambientais,
sociais e econômicos no país. O país apresenta poucos exemplos de áreas degradas pela mineração que
houve novos usos empregando benefícios a sociedade ou até mesmo propostas sustentáveis.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu no item XI do artigo 23 a competência da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para “registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios”.

Contexto Internacional
Devido o grau de investimento e o envolvimento em grandes projetos de mineração, além
de representar uma parcela significativa da produção mineral mundial os países Peru, Colômbia, Austrália,
Estados Unidos e Canadá serem utilizados nesse presente artigo como modelos comparativos da legislação
de fechamento de mina em relação a vigente no Brasil o qual tem por objetivo verificar os pontos positivos e
os que precisam ser melhoradas ou até mesmo implementadas visando maior ganho a sociedade e,
principalmente, ao meio ambiente já que este é o primeiro impactado pela atividade de mineração.
Até os anos de 1980 a principal preocupação dos Códigos de Mineração era estabelecer
procedimentos administrativos, regularização da exploração dos recursos e os direitos e deveres dos
mineradores e consequentemente não havia enfoque para a desativação de minas e na recuperação de
áreas degradadas ( ÁVILA, 2012).
Diante disso, apenas na década de 80 surgiram as discussões sobre a preservação ambiental e
regularização legal do setor mineral nos países desenvolvidos o qual promovem o fortalecimento, melhorias
das práticas de fechamento de minas junto a construção do pensamento e necessidade de preservação do
meio ambiente ( ÁVILA, 2012).
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O advento da globalização permitiu a expansão do comércio e o fortalecimento da economia,


principalmente, dos países ditos industrializados que por sua vez, exploram os recursos minerais em países
onde apresentam uma legislação precária ou até inexistente é isso gerou ao longo de décadas de
exploração predatória prejuízos ao meio ambiente. Diante dessa, ausência de regulamentação e
diretrizes as empresas podem optar pela orientação de organizações internacionais como o “World Bank
and International Finance Corporation”. Esse fornece assistência financeira e técnica a países em
desenvolvimento com juros baixos e créditos para a educação, saúde, infraestrutura etc.
Instituições financeiras têm levantado a importância do fechamento para fins sociais conscientes e
fiscais seguros. Sendo assim, cerca de sessenta instituições financeiras adotam o Princípio do Equador,
que concedi crédito e asseguram o desenvolvimento dos projetos financiados de forma socialmente e
ambientalmente responsável. “ A aderência ao Princípio do Equador requer que a empresa conduza um
processo de análise social e ambiental considerando os possíveis impactos nessas áreas e identificando
dos riscos ao projeto proposto.” ( ÁVILA, 2012).

Canadá
No Canadá o controle da mineração é de responsabilidade de cada província, exceto para o Urânio.
Cada Província regulamenta e forma as diretrizes que ditam como as áreas devem ser reabilitadas. Embora
no noroeste do país e nos territórios de Yukon e Nunavut, o Governo Federal assume esse papel reguladora
do fechamento e recuperação ambiental (CARVALHO, 2013).
Todas as províncias obrigatoriamente exige a apresentação do plano de fechamento de mina esse
plano submetido à análise pelas autoridades competentes para aprovação. O plano deve conter descrição
detalhada do projeto, objetivos do fechamento, medidas de reabilitada ambiental, plano de monitoramento,
garantias financeiras, etc. Caso ocorra a falência da empresa a maioria das províncias dispõe de um
sistema de prioridade para alocação dos recursos do fundo de recuperação ambiental (CARVALHO, 2013).
Na província de Queber o Mining Act que regulamenta a obrigatoriedade de o empreendedor ou
empresa submeter o Plano de Reabilitação e Restauração que deverá conter os seguintes itens:

 “Descrição de reabilitação e restauração do trabalho relacionado às atividades mineradoras a serem


executadas. Em caso de presença de rejeitos no site, o trabalho de contenção deverá ser
relacionado, bem como o trabalho para execução, operação e manutenção da infraestrutura
necessária para prevenção de qualquer dano que possa ser causado pela presença de rejeitos”
(ÁVILA, 2012).

 “Caso haja a possibilidade do trabalho de reabilitação e restauração ser progressivo, deverão ser
apresentadas as condições e fases para sua conclusão e as condições e fases de conclusão do
trabalho em caso de cessação definitiva das atividades de mineração” (ÁVILA, 2012).

 “ Condições e fases de conclusão do trabalho em caso de cessação definitiva das atividades de


mineração, estimativa de custos a serem incorridos para completarem o trabalho e descrição da
garantia para total desempenho do trabalho necessário pelo plano” (ÁVILA, 2012).
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Estados Unidos
Os instrumentos legais Americanos são National Environmental Policy Act of 1969 (NEPA), o Clean
Air Act of 1970, o Clean Water Act of 1972 (CWA), Federal Land Use Policy and Management Act of 1976, o
Surface Mining Control and Reclamation Act of 1977 (SMCRA), o Comprehensive Environmental Response,
Compesation and Liability Act of 1980 (CERCLA ou Superfund) e o Superfund Amendments and
Reauthorisation Act of 1986 (SARA) (CARVALHO,2013).
A gestão e regulamentação ambiental é feita pelos Estados assim, cada Estado apresenta
legislação própria e específicas para o fechamento de minas. Embora possua legislação decentralizada
todos partilham de conceitos básicos, e obrigatórios de submissão do plano e aprovação pelas agências
estaduais. Em 1971 foi criado o Surface Mining Control and Reclamation Act que define diretrizes nacional
para recuperação de áreas de mineração de carão a céu aberto o qual elaborou o programa The
Abandoned Mine Land para restauração ambiental de áreas degradadas e abandonadas ademais, esse
programa é financiado por recursos pagos pelos mineradores e arrecadados em cada tonelada de carão
produzida (CARVALHO, 2013).
O estado do Arizona possui duas agências reguladoras que fiscalizam o plano de fechamento e
consequentemente as atividades de fechamento são elas: “Arizona Department of Environmental Quality”
(ADEQ), e o “State Mine Inspector ś Office” . Sendo a ADEQ responsável pelo impacto ao meio ambiente e
o segundo pela inspeção da segurança, como a estabilidade das barragens de rejeito. Diante no estado os
planos de fechamento requerem a aprovação da operação, estimativa de custo e garantias financeiras
(ÁVILA,2012).
O plano de Fechamento de Mina deve conter:
- Topografia, estruturas e instalações;
- Descrição de procedimentos de fechamento, incluindo análise de medidas alternativas;
- Características específicas do site e hidrologia e geologia regional;
- Método de fechamento detalhado para cada instalação;
- Modelo de águas subterrâneas demonstrando que futuros impactos à qualidade da água proveniente das
instalações não ultrapassarão os limites permitidos;
- Garantia financeira que a empresa está fiscalmente apta a completar o fechamento e demonstração que a
empresa (ou subcontratados) tem a habilidade técnica de executar o fechamento completo.

RAZÕES PARA O FECHAMENTO DE MINA


O fechamento de mina pela exaustão das reservas minerais nessa perspectiva pode-se visualizar
antecipadamente quando acontecerá o fechamento da mina em virtude do planejamento a longo prazo da
mina estimar qual será a vida útil da mina perante a produção e a quantidade de mineral economicamente
viável disponível na reserva mineral
Ademais, outras razões além da exaustão das reservas minerais que podem implicar em um
possível fechamento são: econômicas, geológicas, geotécnicas e governamentais. Em relação ao aspecto
econômico o aumento dos custos de produção assim como os preços dos commodities pode apresentar
declínio rápido e acentuado dos preços o qual tornara a mina não rentável para operar cominado assim na
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paralisação das operações da mina. Outros fatores também podem interferir como: “a concorrência entre
materiais e o surgimento no mercado de um produto concorrente com preço e qualidade diferenciados e
favoráveis ao consumidor, podem levar ao fechamento da mina” (CARVALHO,2013).
No que tangem as razões geológicas, a diminuição do teor de corte das áreas lavráveis pode
acarretar o fechamento prematuro da mina oriundo da superestimação dos valores nos cálculos das
reservas além disso, uma baixa recuperação do minério pode ser outro fator significativo no qual pode
resultar no fechamento da mina.
As motivos geotécnicos que podem resultar em um fechamento estão relacionadas às condições
adversas do maciço rochoso como; rompimento de taludes, ambiente que impossibilite a segurança das
operações, falhas geológicas comprometendo a estabilidade das escavações etc. (CARVALHO, 2013).
Já os motivos governamentais são:
 Mudanças políticas
 Restrições ambientais
 Impedimentos legais e Oposição da sociedade civil.

PLANO DE FECHAMENTO DE MINA (BRASIL)


O planejamento para o fechamento de mina deve ser considerado como um importante componente
na elaboração do plano de lavra, tendo influência inclusive na escolha de localização das instalações de
beneficiamento, dos depósitos de estéril, das barragens de rejeito e das infraestruturas auxiliares.
O planejamento do fechamento pode e deve iniciar-se no Plano de Aproveitamento Econômico da
Jazida junto com o licenciamento ambiental do projeto de mineração, sendo atualizado periodicamente
durante toda a vida útil do projeto, visando garantir o desenvolvimento sustentável do sítio após o
encerramento da produção e fechamento definitivo da mina.
O plano de fechamento constitui uma declaração de que o fechamento de uma mina é técnica e
economicamente viável, materializando a intenção e o compromisso do empreendedor de executá-lo e de
devolver o sítio em condições que o tornem apto para suportar outros usos posteriores. O processo de
planejamento expressa consolidação de quatro planos: plano de descomissionamento, plano de
reabilitação, plano de monitoramento e manutenção e plano de pós fechamento. Os principais objetivos são:
 Redução de geração ode rejeitos e o estimulo de reciclagem eficiente;
 O uso eficiente de energia;
 Estabilização do estéril, dos rejeitos e demais resíduos sólidos gerados no processo produtivo;
 Prevenção, redução ou a eliminação da drenagem ácida ou de qualquer fonte de contaminação das
águas. (DUTRA, 2014).

A responsabilidade pelo fechamento deve ser equitativamente partilhada entre todos os envolvidos:
as normas reguladoras guiam o processo e estabelecem os limites; a comunidade e as organizações
formadoras de opinião que a integram participam na definição dos objetos para o uso do sítio após o
fechamento, e a empresa de mineração concilia as visões e necessidades dos outros envolvidos, dentro da
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estrutura de aproveitamento econômico da jazida, bem como disponibiliza os recursos financeiros


necessários para atingir os objetivos analisados.
A elaboração de um plano de fechamento bem estruturado, técnica e economicamente exequível,
exige análise de diferentes cenários, o equacionamento de um grande número de informações legais,
ambientais, técnicas, sociais, econômicas e outras. Destacam-se:
 Estudo de opções de fechamento: realizada por uma equipe de consultores, cobrindo todos os seus
aspectos, analisando todos os riscos potenciais, os resultados e as consequências que poderão
advir para todos aqueles que sofrerão qualquer impacto direto ou indireto do projeto; (CARVALHO,
2013).
 Processo consultivo: envolve ouvir as comunidades locais, órgãos reguladores, com o objetivo de
conhecer a visão que essas entidades têm do projeto, quais suas expectativas sobre a
compensação de todos os impactos que o projeto provocará na comunidade e no ambiente; a
empresa também informará seus interlocutores suas intenções, planos, ações e limitações.
(CARVALHO, 2013).
 Exposição dos objetivos do fechamento: é o compromisso da empresa com os resultados e
responsabilidades advindas de suas atividades e do fechamento da mina. (CARVALHO, 2013).
 Programa de estudos e testes: tem por objetivo confirmar ou não qualquer suposição inerente à
exposição dos objetivos do fechamento, reduzir as incertezas sobre alguma das opções de
fechamento e investigar novas tecnologias ou modelos socioeconômicos. (CARVALHO, 2013).
 Estimativa de custos de fechamento: deve refletir os custos reais para o fechamento da mina. A
estimativa do custo total será o somatório dos custos de descomissionamento, reabilitação,
monitoramento e manutenção, implantação do uso pós mineração, reparação e compensação dos
impactos socais e econômicos significativos e irreversíveis. (CARVALHO, 2013).

A conclusão efetiva de um plano de fechamento dependerá não apenas do adequado planejamento,


mas também do desenvolvimento de efetiva e eficiente abordagem para financiá-lo. É comum que ocorram
mudanças e adaptações nos processos operacionais durante a vida útil da mina, essas mudanças
influenciarão no plano de fechamento, que deve ser flexível para adaptações.

OS IMPACTOS DO FECHAMENTO DE MINA


De acordo com Flores e Lima (2012), as comunidades que convivem com projetos de mineração
estão expostas a diversos tipos de impactos – tanto durante a fase operacional quanto, em particular,
durante a fase de fechamento definitivo da mina, destacando-se, entre eles, os impactos ambientais,
econômicos e sociais
Segundo BARRETO, 2000, apudi Flores e Lima, 2012), “A natureza dos impactos e as suas
dimensões, em cada caso específico, estarão relacionadas a alguns fatores, tais como o tipo de minério, as
características da jazida, o método de lavra adotado, a localização da área (área urbana ou rural), o porte
do empreendimento e a vida útil da mina, as características particulares do ecossistema (ecossistemas
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ambientalmente vulneráveis) e as características socioculturais da comunidade onde o projeto está inserido


(comunidades indígenas, povos nativos)”.
Flores e Lima (2012) enumeram alguns impactos ambientais provenientes do fechamento de mina:
a) descarte indiscriminado de óleos e graxas, dentro e fora das instalações da usina de concentração e
oficinas mecânicas; b) disposição desordenada e dispersa de todo tipo de resíduos e ou refugos de
natureza diversa (metálicos, orgânicos, plásticos e, inclusive, produtos químicos). Esses materiais podem
dispersar-se por ação antrópica, aumentando ainda mais seu potencial efeito contaminador; c) emissão e
sedimentação de poeiras, dando origem a superfícies com grande quantidade de material particulado fino
não estabilizado, susceptível de ser carreado pelo vento; d) fechamento inapropriado dos acessos às
frentes de lavra, permitindo o trânsito de pessoas estranhas em regiões de elevado risco físico de
acidentes; e) instabilidade de taludes e rampas da cava final, gerando riscos à saúde e segurança humana,
como consequência de rupturas ou deterioração em terrenos instáveis ou afetados por processos
degenerativos; f) fluxos de soluções com potencial para poluir solos e águas, originadas a partir de
drenagem ácida de mina ou de drenagem ácida de rocha; g) ruptura de barragens de rejeitos, com
descarga do material armazenado, causando danos ambientais, à saúde e à segurança humana; h) ruptura
de pilhas de estéril, provocando efeitos semelhantes aos acidentes com barragens de rejeitos; i)
contaminação das águas e do solo, originada a partir da dispersão de íons de metais pesados no interior do
sítio mineiro e região circunvizinha (contaminação por mercúrio e outros metais; j) abandono do sítio com a
vegetação destruída e alterada, e com os padrões de drenagem natural completamente modificados.
Para a empresa, o advento do fechamento de uma mina representa gastos vultosos, numa fase em
que as receitas estão próximas de zero ou já cessaram completamente. Para o estado e o município, o
fechamento da mina representa a cessação do recolhimento de impostos, taxas e royalties, originados
diretamente nas empresas de mineração e, indiretamente, nos prestadores de serviços à mineradora; e
diminuição na arrecadação dos tributos originados no comércio local, como consequência do
empobrecimento da comunidade economicamente dependente do empreendimento mineiro (Flores e Lima,
2012).
Outro impacto econômico do fechamento de uma mina, que Flores e Lima (2012) enumeram, é a
assunção obrigatória de diversos serviços antes oferecidos à comunidade pela empresa de mineração,
como transporte, tratamento e abastecimento de água potável, fornecimento de energia elétrica e serviços
de saúde e educação, e que passam à responsabilidade da administração municipal, como consequência
do fechamento da mina e retirada da empresa de mineração da vida cotidiana da comunidade. Assim, após
o fechamento, os governos são obrigados a gastar quantias consideráveis a cada ano, para readaptar a
estrutura econômica das antigas cidades mineradoras.
Ainda segundo Flores e Lima (2012), o impacto psicológico da perda do emprego frequentemente
conduz a um quadro de aumento da pressão sanguínea e dos níveis de colesterol, aumento do consumo de
álcool e drogas, dos casos de violência doméstica e dos pedidos de divórcio. Verifica-se também que,
nesses casos, há um aumento do número de suicídios e homicídios, dos quadros de doenças provocadas
pelo estresse, bem como o aumento dos atendimentos hospitalares e de saúde mental. O estresse, a baixa
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autoestima e os problemas econômicos causados pela perda do emprego têm um forte impacto não só
sobre o indivíduo, mas também sobre a família.
Quando implantada de forma desorganizada e clandestina, em vez de tornar-se agente do
desenvolvimento social e econômico, a mineração transforma-se em agente de empobrecimento da
comunidade, conduzindo à gradativa e contínua deterioração das condições econômicas, sociais e
ambientais do meio onde se instala. Esses impactos negativos persistem e tendem a se agravar, quando as
antigas áreas mineradas são abandonadas, sem nenhuma preocupação com os danos ambientais
causados por anos de atividades ambiciosas (Flores e Lima, 2012).
Conforme demonstram os estudos de Flores e Lima (2012), evidencia-se que embora seja um
processo traumático, o fechamento de uma mina pode ser planejado com antecedência e ser
adequadamente gerenciado – inclusive nos seus aspectos sociais –, através da prática de ações técnicas e
administrativas eficientes e específicas, e da adoção de estruturas legais e fiscais apropriadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nota-se que o fechamento de mina é uma das atividades mais importantes em um ciclo minerário,
pois, além de lucro, que este ainda pode trazer, se cumpre um dever com o meio ambiente, e garante a
utilização de recursos das gerações futuras.
Ainda, a legislação, tida como “jovem” e em principal foco de abordagem se mostra frágil perante as
demais diretrizes que apoiam a extração e abrem brechas para abandono de empreendimentos sem
restauração de áreas degradadas.
Em enfoque, o cumprimento das vigências estabelecidas, assim como os seguimentos do plano de
fechamento de mina, garantem, além dos impactos ambientais que serão amenizados e compensados, que
outras categorias em que a exploração mineral impacta também possam sair sem fortes dores das
atividades exploratórias existentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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