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Ética
Retomada (axiologia; questões; ética e moral; ética e direito).
Zigmunt Bauman: a era da ética e a era da moral.
a) Era ética (Idade Moderna)
Ética: prescrição de condutas certas, elimina a necessidade de escolhas.
Por que tem lugar?
Idade Média: o certo é definido por Deus.
Idade Moderna: condição de indivíduos = o homem é empurrado para o vazio; a razão assume o lugar; a vontade
livre se expressa em coisas erradas; quem diz o certo? Especialistas: filósofos e legisladores; regulação interna
e externa; modos conexos com propósitos cruzados = a harmonia será alcançada?
Ainda hoje: a ética é “privatizada” pelo mercado.
b) Era da Moral (pós-modernidade)
Há uma descrença quanto a ética da modernidade.
Críticas:
O homem não é bom ou mal é ambivalente; nunca será perfeito.
Imprevisibilidade da conduta humana; não se adequam a princípios, regras....
Não há escolhas simples; o caminho é tortuoso (angústia; incerteza).
A imposição destrói o “eu moral” (ceticismo; relativismo).
Como se tornar moral?
É descoberto na relação com o “outro”; não há uma justificativa racional; é a descoberta de nossa humanidade.
Significa saber que existem coisas boas e ruins, mas não saber, com certeza, quais são boas/ruins.
Significa lidar com as consequências dos atos = responsabilidade.
Significa passar pela angústia....
Um iluminismo sem ilusões.
Explicação da Professora
A Ética tem a ver com a ideia de determinar o certo/errado.
Pertence a axiologia.
Questões: o que é certo? Qual o fundamento do correto? Quem determina isso?
Bauman: sociólogo e filosofo; não trabalha especificamente com o direito, mas sim com a ética que rege os
princípios do direito.
Moral: conjunto de atos considerados por uma determinada sociedade pois elas acreditam ser correto. A Ética
vem refletir essa moral fundante da sociedade. Valores = costumes dentro de uma comunidade. Quem aponta o
certo/errado dentro de uma sociedade. A ética guia as pessoas para aquilo que é considerado correto.
Códigos de ética/deontológicos: as ações éticas não deviam ser objeto de coação, entretanto, temos, hoje,
normas que nos obrigam a agir de determinada forma. Código de ética = leis.
Na pós-modernidade: questionamento do conceito de ética elaborado pelos modernos. De uma maneira geral,
na pós-modernidade, o conteúdo ético se expressa nas leis (sejam em Códigos de ética ou não).
Hannah Arendt, Foucault e Bauman tinham uma visão mais pós-moderna do conceito de ética. Questionamento
das ideias da modernidade, essa ideia de ética moderna tornou as pessoas mais éticas? Se não, precisa-se
pensar em outras formas de pensa-la.
A ética é um filtro da moral, a modernidade é a era da moral.
Inverte-se, agora a moral filtra a ética. A ética descreveria as condutas corretas e as incorretas, para que nos
afastemos destas. Tenta livrar o homem de realizar escolhas (paradoxal), o homem aponta o certo e o errado,
fazendo que seja desnecessário que os indivíduos escolham entre o certo e o errado pois já existem prescrições.
A modernidade é a era da razão, entretanto, ela cai na ideia de que caímos nessa concepção de que
Na Idade Média não existia escolha/opinião para a construção do certo, pois isto já era feito pela Igreja.
A modernidade vem com o intuito de se libertar da ideia de Deus e da natureza = o homem passa a ser capaz de
dominar a natureza, utiliza de acordo com a utilidade.
Vazio: quem dirá o que é certo/errado? Paradoxal, pois, primeiramente, a Idade Moderna trata os homens como
indivíduo, capaz de escolher o bem para si. Reconhecimento enquanto ser, possuidor de autonomia. Todavia,
existe um movimento contrário, pois o homem não é naturalmente moral, logo, deixar ele livre é loucura, por isso,
a necessidade de preencher esse vazio. Enquanto a emancipação não se realiza, surgem os Códigos de Ética
para incentivar o homem a alcançar a autonomia (exemplo: imperativo categórico kantiano – “fórmula”). A filosofia
vem preencher esse vazio.
A modernidade é a era das leis, pois elas tentam nos guiar de forma a agirmos eticamente.
Modernidade: somos livres pois conseguimos nos libertar das amaras da Igreja e da natureza antiga, entretanto,
o homem ainda não evoluiu o suficiente dessa forma, necessita-se de pessoas que tentam mostrar o caminho
ético, além das leis (orientações que precisamos seguir sob pena de coação).
A Idade Moderna é a idade dos Códigos de Ética.
A vontade livre sempre se expressa em coisas erradas: o homem não é naturalmente moral.
Os saberes/filósofos tentam levar a uma emancipação (relação interna) e as leis agem de forma externa,
aplicando coação.
Legislador apresenta racionalmente aquilo que é certo e errado, a razão assumiu o lugar da Igreja.
Na medida em que o indivíduo se torna mais emancipado mais críticas ele irá realizar aos Códigos de Ética, pois
o indivíduo quer menos controle. Cada vez temos mais leis que limitam nossa liberdade e autonomia e, ao mesmo
tempo, tem-se incentivo pela emancipação.
Privatização da ética no mercado – exemplo: Sandel e o limite do mercado (tudo pode ser vendido e comprado).
Na medida em que o mercado possibilita a compra de uma gestação em relação a outra mulher assumimos que
isto é correto na sociedade, basta ter dinheiro. Não existe o certo/errado, redesenho em relação aos valores =
libertação. Apesar de sentirmos mais livres continuamos sendo controlados, existem leis, saberes, mercados e
nós vamos sendo engolidos por isso (ilusão de que a modernidade veio para nos libertar).
Moral na pós-modernidade: questionamento da modernidade e da razão construída por ela. O que Bauman nos
diz é que esse é o momento para fazer reflexões em relação às ideias impostas pela modernidade. Exemplo: se
utilizarmos os imperativos kantianos chegaremos à ética.
As leis e os códigos de ética. Devemos tentar suspendê-los e as ideias apresentadas pelos filósofos que
imponham aquilo que é certo, só que isso tudo não foi suficiente, pois nos conduziu a conflitos extremos, como a
II Guerra Mundial. A racionalidade não nos conduziu a uma moral perfeita.
Críticas: devemos deixar de lado a visão maniqueísta que temos, todos esses conflitos que tivemos mostra que
não existe essa ideia de pessoas boas e pessoas más. Temos que entender que o ser humano é ambivalente,
pois temos sentimentos bons e ruins em relação às coisas.
Não existe um homem perfeito = ilusão. Nunca alcançaremos, pois não é de sua natureza o bem e o mal.
Regras que nos conduzam a um “bem” não existem.
Imprevisibilidade: as fórmulas apresentadas pelos filósofos modernos e passadas a nós nunca conseguem
rebater todos os argumentos e todas as ideias, não conseguem cobrir todas as ideias humanas possíveis.
Precisamos mudar de perspectiva, a regra abstratas não consegue lidar com todas as possíveis contingências,
dentro de um contexto.
Modernidade e pós-modernidade: liquidez dos novos tempos (valores, relações), antes as coisas eram
certo/errado, absolutas, hoje, as coisas mudam a todo momento e apesar de existirem diversas concepções
acerca dos conceitos (relatividade) não existem respostas fáceis e rápidas, acreditamos que podemos tomar
respostas simples que nos conduzam à felicidade (pressão para ser feliz o tempo todo), ilusão de que nunca
termos angustias, por isso, é muito fácil aceitar os códigos e leis, pois são outras pessoas que apontam o “caminho
certo”. Se buscamos a autonomia isso implica em dor e sofrimento, pois podemos errar e, por isso, passamos
pelas consequências das nossas escolhas.
Na medida em que compreendamos que podemos errar estaremos mais próximos de uma emancipação.
Destruição de um sujeito que quer se tornar virtuoso não é a intenção de Bauman.
Ceticismo/relativismo: ele não quer dizer que devemos ser individualistas que não se importam com os demais.
Quando aceitamos aquilo que os outros falam/acreditam nos tornamos reféns das ideias/vontades deles.
Devemos questionar o que é ser ético/moral?
Como se tornar moral? A razão humana não foi suficiente para agirmos de forma certa/errada. Se tornar alguém
moral acontece no dia a dia, não existem princípios que nos orientem, mas sempre considerando a figura do
outro. Esta é a premissa dentro de uma ação moral/ética. Na medida em que você se relaciona com alguém e
sente que se sente bem com isso, esta é uma ação moral. Não devem ser consideradas premissas inicias.
Não existe legislação, pensador/filósofo que possa apontar aquilo que é certo/errado.
Sentimentos: abertura de se relacionar com o outro e tentar desenvolver uma relação com o outro, afastando as
determinações racionais.
O que é o certo/errado: o homem não vai conseguir apontar, temos que entender que podemos agir de uma forma
boa/ruim preciso entender que precisamos lidar com as consequências dessas ações (ética da responsabilidade),
mudar quando a ação gerar consequências ruins para as demais pessoas.
Você agiu de forma que acreditava ser bom, porém, gerou desconforto para o outro deve-se pedir “perdão”,
assumir as consequências.
Precisamos assumir que sempre passaremos pela angústia e sofrimento, não devemos achar que tudo na vida é
alegria.
Iluminismo sem ilusões: não utilizar somente da razão, devemos pensar em outras alternativas de nos tornar
morais e éticos na sociedade.
Incapacidade das pessoas resolverem seus conflitos, cada vez mais aceitamos a concepção do outro. Apesar de
nos sentirmos mais livres estaremos na verdade cada vez mais submetidos.