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O que é cultura?
-Nas suas origens, a palavra cultura era utilizada para significar a cultura de determinados géneros
alimentícios, como por exemplo a cultura do feijão, do trigo e do milho.
-Somente a partir da metade do século XX a palavra cultura passou a ser utilizada para significar o
conjunto de costumes, hábitos e tradições transmitidos de geração para geração.
A cultura brasileira
-O Brasil é um país de proporções continentais, cada região possui características específicas.
-Costuma-se dizer que o gaúcho gosta de churrasco e tomar chimarrão.
-O carioca tem um jeito de falar e de se expressar diferentes das demais regiões.
O que é antropologia?
-A antropologia é o estudo do homem, tem como objetivo compreender as diferenças entre os grupos
humanos.
-Metodologia: observação e descrição, trabalho de campo.
-A antropologia tem mudado suas formas de investigação, constituindo diferentes escolas de
pensamento.
Determinismo biológico
O determinismo biológico defende que os comportamentos são determinados geneticamente: o filho
de um criminoso será um criminoso.
Determinismo geográfico
O determinismo geográfico defende que as diferenças do ambiente físico determinam as diferenças
de comportamento.
O evolucionismo
De acordo com o evolucionismo, existe um caminho a ser trilhado por todas as sociedades, numa
trajetória vista como obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio “selvagem”, passando
pela “barbárie” até chegar à “civilização”.
A escravidão
“Ainda assim, na primeira polaridade (paganismo/evangelização), como na segunda
(barbárie/civilização), o argumento ideológico tem o mesmo feitio: o tráfico negreiro continua sendo
apresentado como via de passagem que carrega o indivíduo do pior para o menos ruim.” (Luiz Felipe
de Alencastro - Trato dos Viventes, p.54)
O nazismo
-A ideia de raça pura ariana e o extermínio de raças inferiores.
-Documentário “A arquitetura da destruição”, dirigido pelo cineasta sueco Peter Cohen.
-De acordo com este documentário a perseguição aos judeus teria começado com a esterilização de
doentes e passado então para a morte de crianças com algum tipo de má formação.
Somente o homem produz cultura
“não faz muitos anos que os seres humanos atingiram também o poder da locomoção aérea. Mas o
processo pelo qual este processo foi alcançado e seus efeitos, são completamente diferentes daqueles
que caracterizam a aquisição, pelos primeiros pássaros, da faculdade de voar. nossos meios de voar
são exteriores aos nossos corpos. os pássaros nascem com um par de asas, nós inventamos o
aeroplano.” Kroeber apud. LARAIA, Roque de Barros, Cultura: um conceito antropológico. 24ª
edição. Rio de Janeiro: Zahar. 2009, p. 38
Teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos.
Exemplos: Alemães têm mais habilidade para a mecânica. Os norte-americanos são empreendedores
e interesseiros. Os japoneses são trabalhadores, traiçoeiros e cruéis. Os brasileiros herdaram a
preguiça dos negros, a imprevidência dos índios e a luxúria dos portugueses.
Teoria que considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural.
Exemplo: Relação entre a latitude e os centros de civilização, considerando o clima como um fator
importante na dinâmica do progresso. Podemos citar o Parque Nacional do Xingu. Os xinguanos
propriamente ditos (Kamayurá, Kalapalo, Trumai, Waurá etc.) desprezam toda a reserva ele proteínas
existentes nos grandes mamíferos por motivos culturais e se dedicam mais intensamente à pesca e
caça ele aves. Os Kayabi, que habitam o Norte do Parque, são excelentes caçadores e preferem
justamente os mamíferos de grande porte, como a anta, o veado, o caititu etc.
A partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber, entre outros, refutaram esta teoria
e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais, assim
como é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de
ambiente físico.
As diferenças existentes entre os homens, portanto, não podem ser explicadas em termos das
limitações que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio ambiente. A grande
qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações.
Edward Taylor: posteriormente, ambos os termos foram sintetizados para Culture, que "tomado em
seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral,
leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade". Com esta definição Tylor abrangia em uma só palavra todas as possibilidades de
realização humana, além de marcar fortemente o caráter de aprendizado da cultura em oposição à
idéia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos. Anos após, Tylor definiu cultura como
sendo “todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética.”
John Locke: procurou demonstrar que a mente humana não é mais do que uma caixa vazia por
ocasião do nascimento, dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento, através de um
processo que hoje chamamos de endoculturação. Outro ponto importante foi de que Locke refuta
fortemente as idéias correntes na época de princípios ou verdades inatas impressos hereditariamente
na mente humana.
Marvin Harris: cita que nenhum ordem social é baseada em verdades inatas, uma mudança no
ambiente resulta numa mudança no comportamento.
Jacques Turgot: “possuidor de um tesouro de signos que tem a faculdade de multiplicar infinitamente,
o homem é capaz de assegurar a retenção de suas idéias, comunicá-las para outros homens e
transmiti-las para os seus descendentes corno uma herança sempre crescente.”
Tylor procurou demonstrar que cultura pode ser objeto de um estudo sistemático, pois trata-se
de um fenômeno natural que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e uma
análise capazes ele proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural e a evolução. Seu
grande diferencial era a sua capacidade de analisar as evidências
A diversidade é explicada por ele como o resultado da desigualdade de estágios existentes no
processo de evolução. Assim, uma das tarefas da antropologia seria a de "estabelecer, grosso modo,
uma escala de civilização".
Etnocentrismo: conceito elaborado pela antropologia para fazer alusão à tendência que tem
uma pessoa ou um grupo social em interpretar a realidade a partir dos seus próprios padrões
culturais.
Franz Boas, durante uma crítica ao evolucionismo, atribui a antropologia a execução de duas
tarefas, sendo elas a reconstrução da história de povos ou regiões particulares e a comparação da
vida social de diferentes povos, cujo desenvolvimento segue as demais leis. Também insistiu na
necessidade de ser comprovada, antes de tudo, a possibilidade de os dados serem comparados. E
propôs, em lugar do método comparativo puro e simples, a comparação dos resultados obtidos através
dos estudos históricos das culturas simples e da compreensão dos efeitos das condições psicológicas
e dos meios ambientes.
Já outro antropólogo americano, Alfred Kroeber, mostra a preocupação em evitar a confusão,
ainda tão comum, entre o orgânico e o cultural. Não se pode ignorar que o homem, membro
proeminente ela ordem dos primatas, depende muito de seu equipamento biológico. Para se manter
vivo, independente do sistema cultural ao qual pertença, ele tem que satisfazer um número
determinado de funções vitais, como a alimentação, o sono, a respiração, a atividade sexual etc. Mas,
embora estas funções sejam comuns a toda humanidade, a maneira de satisfazê-las varia de uma
cultura para outra.
Outro ponto abordado é de que o homem criou o seu próprio processo evolutivo. No decorrer
de sua história, sem se submeter a modificações biológicas radicais, ele tem sobrevivido a numerosas
espécies, adaptando-se às mais diferentes condições mesológicas. Kroeber procurou mostrar que,
superando o orgânico, o homem de certa forma libertou-se da natureza. Tal fato possibilitou a
expansão da espécie por todos os recantos da Terra. Ao adquirir cultura perdeu a propriedade animal,
geneticamente determinada, de repetir os atos de seus antepassados, sem a necessidade de copiá-
los ou de se submeter a um processo de aprendizado.
O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo
processo acu-mulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas
gerações que o antecederam. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as
inovações e as invenções. Estas não são, pois, o produto da ação isolada de um gênio, mas o resultado
do esforço de toda uma comunidade. Outro ponto abordado é de que não basta a natureza criar
indivíduos altamente inteligentes, mas é necessário que coloque ao alcance desses indivíduos o
material que lhes permita exercer a sua criatividade de uma maneira revolucionária.
Resumindo, a contribuição de Kroeber para a ampliação do conceito de cultura pode ser relacionada
nos seguintes pontos:
1. A cultura determina o comportamento do homem e justifica as suas realizações.
2. O homem age de acordo com os seus padrões culturais
3. A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes ecológicos.
4. O homem foi capaz de romper as barreiras das diferenças ambientais e transformar toda a terra em
seu hábitat.
5. Adquirindo cultura, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do que a agir através
de atitudes geneticamente determinadas.
6. É este processo de aprendizagem que determina o seu comportamento e a sua capacidade artística
ou profissional.
7. A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações
anteriores. Este processo limita ou estimula a ação criativa do indivíduo.
8. Os gênios são indivíduos altamente inteligentes que têm a oportunidade de utilizar o conhecimento
existente ao seu dispor, construído pelos participantes vivos e mortos de seu sistema cultural, e criar
um novo objeto ou uma nova técnica.
Ao falar sobre o surgimento da cultura, uma resposta simplificada seria de que o homem
produziu cultura a partir do momento em que seu cérebro foi capaz de assim proceder.
Segundo Roger Keesing, as teorias modernas buscam com precisão estabelecer um conceito
preciso de cultura, já que o mesmo se tornou superficial.
Keesing refere-se, inicialmente, às teorias que consideram a cultura como um sistema
adaptativo. Difundida por neo-evolucionistas como Leslie White, esta posição foi reformulada
criativamente por Sahlins, Harris, Carneiro, Rappaport, Vayda, concordam que:
● as culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem
para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de
vida das comunidades inclui tecnologias e modos de organização econômica, padrões de
estabelecimento, de agrupamento social e organização política, crenças e práticas religiosas,
etc.
● Mudança cultural é primariamente um processo de adaptação equivalente à seleção natural.
● A tecnologia, a economia de subsistência e os elementos da organização social diretamente
ligada à produção constituem o domínio mais adaptativo da cultura.
● Os componentes ideológicos dos sistemas culturais podem ter conseqüências adaptativas no
controle da população, da subsistência, da manutenção do ecossistema, etc.
Em segundo lugar, Keesing refere-se às teorias idealistas de cultura, que subdivide em três
diferentes abordagens. A primeira delas é a dos que consideram cultura como sistema cognitivo,
produto dos chamados "novos etnógrafos". Assim, para W. Goodenough, cultura é um sistema de
conhecimento. Keesing comenta que se cultura for assim concebida ela fica situada
epistemologicamente no mesmo domínio da linguagem, como um evento observável. A segunda
abordagem é considera cultura como sistemas estruturais, ou seja, a perspectiva desenvolvida por
Claude Lévi-Strauss, que define cultura como um sistema simbólico que é uma criação acumulativa da
mente humana. O seu trabalho tem sido o de descobrir na estruturação dos domínios culturais — mito,
arte, parentesco e linguagem. Lévi-Strauss, formula uma nova teoria da unidade psíquica da
humanidade. Ele explica que o pensamento humano está submetido a regras inconscientes, que
controlam as manifestações empíricas de um dado grupo. A última das três abordagens, entre as
teorias idealistas, é a que considera cultura como sistemas simbólicos. Esta posição foi desenvolvida
por Clifford Geertz e David Schneider.
O primeiro deles busca uma definição de homem baseada na definição de cultura. Para isto,
a cultura não deve ser considerada como um complexo de comportamentos concretos mas um
conjunto de mecanismos de controle, planos, receitas, regras, instruções para governar o
comportamento. Assim, para Geertz, todos os homens são geneticamente aptos para receber um
programa, e este programa é o que chamamos de cultura.
Voltando a Keesing, este nos mostra que Geertz considera a abordagem dos novos etnógrafos
como um formalismo reducionista, porque aceitar simplesmente os modelos conscientes de uma
comunidade é admitir que os significados estão na cabeça das pessoas. Para Geertz, os símbolos e
significados são partilhados pelos atores entre eles, mas não dentro deles. Estudar a cultura é portanto
estudar um código de símbolos partilhados pelos membros dessa cultura.
David Schneider tem uma abordagem distinta, embora em muitos pontos semelhante à de
Geertz. O ponto de vista de Schneider sobre cultura seria de que é um sistema de símbolos e
significados. Compreende categorias ou unidades e regras sobre relações e modos de comportamento.
Ruth Benedict escreveu que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo.
Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das
coisas.
A nossa herança cultural sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao
comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade, porém as
atitudes que temos em relação a algo varia de acordo com a cultura na qual ela está inserida.
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes
comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural,
ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura. Logo, indivíduos de culturas diferentes
podem ser facilmente identificados por uma série de características, tais como o modo de agir, vestir,
caminhar, comer, sem mencionar a evidência das diferenças lingüísticas, o fato de mais imediata
observação empírica.
Outro ponto quando falamos sobre as diferenças culturais, é de as pessoas se chocam pelas
coisas diferentes que as pessoas comem, assim como pela maneira que agem à mesa. Em algumas
sociedades o ato de comer pode ser público, em outras uma atividade privada.
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a
propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência,
denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos
conflitos sociais.
Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões
culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas,
deprimentes e imorais.
A cultura pode condicionar outros aspectos biológicos e até mesmo decidir a vida e a morte
dos membros do sistema.
Comecemos pela reação oposta ao etnocentrismo, que é a apatia. Em lugar da superestima
dos valores de sua própria sociedade, numa dada situação de crise os membros de uma cultura
abandonam a crença nesses valores e, conseqüentemente, perdem a motivação que os mantém
unidos e vivos. Como exemplo podemos citar os negros que foram tirados de forma violenta de seu
continente e feitos de escravos em um lugar totalmente diferente do seu, consequentemente, fazendo
com que os mesmo perdessem a vontade de viver.
Além disso, possuímos também as doenças psicossomáticas. Estas são fortemente
influenciadas pelos padrões culturais. A cultura também é capaz de provocar curas de doenças, reais
ou imaginárias. Estas curas ocorrem quando existe a fé do doente na eficácia do remédio ou no poder
dos agentes culturais.
Já foi o tempo em que se admitia existirem sistemas culturais lógicos e sistemas culturais pré-
lógicos. Levy-Bruhl admitia que a humanidade podia ser dividida entre aqueles que possuíam um
pensamento lógico e os que estavam numa fase pré-lógica. Entretanto, todo sistema cultural tem a sua
própria lógica e não passa de um ato primário de etnocentrismo tentar transferir a lógica de um sistema
para outro. Infelizmente, a tendência mais comum é de considerar lógico apenas o próprio sistema e
atribuir aos demais um alto grau de irracionalismo.
Claude Lévi-Strauss refuta a abordagem evolucionista de que as sociedades simples dispõem
de um pensamento mágico que antecede o científico e que, portanto, lhe é inferior. "O pensamento
mágico — diz Lévi-Strauss — não é um começo, um esboço, uma iniciação, a parte de um todo que
não se realizou; forma um sistema bem articulado, independente deste outro sistema que constituirá a
ciência, salvo a analogia formal que as aproxima e que faz do primeiro uma expressão metafórica do
segundo." Assim, ao invés de um contínuo magia, religião e ciência, temos de fato sistemas
simultâneos e não-sucessivos na história da humanidade. A ciência não depende da dicotomia entre
os tipos de pensamento, mas de instrumentos de observação.
Sem estes meios materiais o homem tem que tirar conclusões a partir de sua observação direta,
valendo-se apenas do instrumental sensorial de que dispõe.
Em um outro artigo mostramos que o fenômeno do aparecimento da vida individual só é
explicado através da mediação de equipamentos ópticos. Como exemplo seria os avanços da ciência
dados pelo uso de microscópio, onde são descobertas novas vidas.
Finalmente, entender a lógica de um sistema cultural depende da compreensão das categorias
constituídas pelo mesmo.
1 - RAÇA E CULTURA
● Lévi-Strauss diz que ao falar sobre as contribuições das raças humanas para o
desenvolvimento da civilização mundial, não podemos sermos preconceituosos, ou seja,
racistas.
● Strauss alega que é inútil comparar a superioridade ou inferioridade intelectual das raças.
● A Antropologia contemporânea não estuda mais as diferenças das raças através do aspecto
biológico.
● Número de culturas hoje é bem maior que o número de raças.
● Para se compreender a existência das diversidades das culturas humanas é preciso fazer um
inventário, dos diversos aspectos dos alicerces das sociedades, como os aspectos sociais,
culturais, políticos, religiosos e econômicos.
● As culturas não se diferenciam entre si do mesmo modo nem no mesmo plano. Visto que as
sociedades estão justapostas no espaço, umas mais próximas, outras mais afastadas.
● A língua das culturas é um dos aspectos importantes a ser estudada.
● Só podemos estudar as diversidades das culturas no presente. Porque o estudo das
diversidades culturais do passado é mais limitado.
● A diversidade cultural está no domínio das civilizações e nas diferenças atribuídas quanto as
instituições sociais, a arte, a vestimenta, a alimentação, os costumes, a religião, etc. A
valorização da cultura de cada povo, nação, tribo ou raça se desenvolve com a atribuição da
importância extrema que cada um tem de sua cultura.
● As sociedades humanas nunca se encontram isoladas. Quando parecem estar separadas uma
das outras, mesmo assim, podem estar em grupos ou tribos.
● A noção da diversidade das culturas humanas não deve ser concebida de maneira estática.
Porque as culturas se evoluem ao longo do tempo.
3 - O ETNOCENTRISMO
● Foram rara as vezes que a diversidade das culturas surgiu como fenômeno natural, sem
causar certos estranhamentos nas relações diretas ou indiretas entre as sociedades.
● A maneira de repudiar pura e simplesmente as formas culturais, morais, religiosas, sociais e
estéticas de outros povos ou sociedades denomina-se como Etnocentrismo.
● A civilização ocidental tem utilizado o termo selvagem no descobrimento de novas sociedades;
do mesmo modo que a cultura grega denominava os povos diferentes como “bárbaros”.
● Lévi-Strauss faz uma observação crítica da sociedade contemporânea, afirmando que a
sociedade que discrimina outros povos ou os excluem no âmbito cultural, também podem ser
considerados selvagens, por não respeitar a diferença das culturas.
● Lévi-Strauss mostra que o sentido de humanidade acaba nas fronteiras das tribos, do grupo
linguístico e das aldeias quando os grupos mais avançados excluem as outras culturas.
● Lévi-Strauss critica o falso evolucionismo quando as instituições jurídicas e sociais proclamam
a igualdade natural dos homens e sua fraternidade.
● Lévi-Strauss discute as comprovações tanto das evoluções biológica quanto das evoluções
sociais e culturais.
5 - A IDEIA DE PROGRESSO
● Não podemos considerar o darwinismo social, não existem culturas que estão estágios de
evolução inferior ou superior. De acordo com Strauss os humanos podem ser classificados por
suas etnias, e não por estágios de evolução social, pois todas as culturas possuem um mesmo
material básico (linguagem, técnicas, arte e entre outros).
● Para Strauss, não faz nenhum sentido discutir o sentido da raça humana, pois as diferenças
baseadas em caraterísticas corporais é muito pequeno quando comparado com as
semelhanças genéticas dos indivíduos. Com isso ele centraliza sua tese no conceito de cultura.
● A ideia que tem de que o progresso das culturas contemporâneas era linear é totalmente
contraditório.
● Lévi-Strauss afirma que o progresso das culturas contemporâneas se deu por saltos em vários
aspectos.
● O desenvolvimento das culturas se deram por descobertas, invenções e criações em diversos
aspectos da vida humana. Esse desenvolvimento não aconteceu numa sequência ao longo do
tempo, foi de forma esporádica. De tempos em tempos, as civilizações se evoluíam.
● As culturas não se evoluíam da mesma forma; elas progrediam nos mais diversos aspectos.
Por exemplo: um grupo descobriu o fogo, outro descobriu o cobre, outro o ferro, outro criou
armas, outro a cerâmica, outro a lâmina e assim por diante.
● O progresso da civilização se deu numa realidade dinâmica e não estática, de diversas formas
e variações, além de ter transformações complexas.
● O progresso das culturas influenciou também no progresso das raças, tanto nos aspectos
físico, psíquico e social.
● Lévi-Strauss faz uma reflexão das novas tendências de uma cultura se apropriar de outras,
considerando a tal ponto que a cultura ocidental é superior as outras culturas que existe no
mundo.
● Lévi-Strauss esclarece que o progresso das culturas humanas desta nova era está relacionado
a universalização da cultura ocidental.
● O autor faz uma observação interessante da história da humanidade; ele afirma que desde um
século e meio, a cultura ocidental tem se expandido no mundo, numa maneira globalizada,
através da predominância da economia. Enquanto outras culturas tende a preservar parte de
sua herança tradicional.
● A civilização ocidental estabeleceu seus soldados, suas feitorias, suas plantações e seus
missionários em todo o mundo: intervindo de maneira direta ou indiretamente, na vida das
populações de cor, ou seja, revolucionando de alto a baixo o modo tradicional de outras
culturas; sempre impondo sua cultura através das artes, da economia ou da política.
● Enquanto os povos subjugados ou desorganizados veem suas culturas sendo cada vez mais
desvalorizadas pelas novas gerações.
● Lévi-Strauss tenta explicar o fenômeno da universalização da cultura ocidental pelo fato de
que todas as sociedades humanas, desde as sociedades mais remotas e arcaicas, sempre
dependeram das grandes descobertas para sobreviver, se estabelecer ou se adaptar.
Contudo, como a cultura ocidental, é hoje, a mais desenvolvida, ela consegue atender as
necessidades das civilizações oriental de maneira natural.
8 - ACASO E CIVILIZAÇÃO
● Lévi-Strauss não acredita que as grandes invenções da humanidade não aconteceram pelo
simples acaso. O antropólogo afirma que as invenções foram desenvolvidas com as
contribuições da observação, da análise, do conhecimento, da técnica e da prática.
● O autor quer dizer que as grandes invenções não foram criadas prontas. Mas, que se deu com
a cuidadosamente transmissão de técnicas de geração a geração.
● Porque, para chegar a este resultado, os fatores puramente psicológicos não são suficientes:
devem primeiro estar presentes, com uma orientação similar, num número suficiente de
indivíduos para que o criador esteja imediatamente seguro de um público: e esta condição
depende, ela própria, da reunião de um considerável número de outros fatores, de natureza
histórica, econômica e sociológica.
● Lévi-Strauss prova porque as invenções não se deram por simples acaso. Ele cita que os
resultado se deram por meio de diversos fatores, desde os fatores psicológicos (relativo a ideia,
a inteligência e a lógica) até as questões atender as necessidades de um público, além das
condições próprias, reunidas com os outros fatores, de natureza histórica, econômica e
sociológica.
● Lévi-Strauss alega que nove décimo de nossa riqueza é devido as principais descobertas
realizadas no começo da civilização. Além de afirmar que o desenvolvimento das culturas,
progresso da humanidade e a construção do mundo moderno que temos hoje se deu pela
contribuição do capital legado de muitas gerações.
● No percurso do desenvolvimento das culturas a civilização ocidental mostrou-se mais
cumulativa do que as outras, porque ela soube absorver e contribuir com melhoramentos,
desde a escrita até a matemática.
● No caso das invenções técnicas, não há dúvida de que nenhum período nem nenhuma cultura
foram absolutamente estacionários. Todos os povos possuem e transformam, melhoram ou
esquecem técnicas suficientemente complexas para lhes permitir dominar o seu meio, sem
isso teriam desaparecido há muito tempo.
● Strauss alega que a humanidade não evolui num sentido único. E se, em determinado plano,
ela parece estacionária ou mesmo regressiva, isso não quer dizer que, sob outro ponto de
vista, ela não seja sede de importantes transformações.
● Lévi-Strauss considera fora comum, afirmar que uma cultura é superior a outra.
● O pesquisador diz que nenhuma cultura está só, cada uma delas é capaz de ter certa ligações
com outras culturas, e é este relacionamento entre culturas que se edifica as séries
cumulativas.
● Lévi-Strauss não concorda em dar mérito de uma invenção atribuído a tal cultura. Ele aprova
essa linha de pensamento porque considera que as culturas se contribuem umas com as
outras. Porque as invenções não existiriam se não houve demanda. Sempre haverá outras
culturas que se beneficiarão com as invenções de outras e é aí que ambas ganham.
● Strauss alega que a civilização mundial se beneficia de todas as invenções das culturas. É
neste ponto que se tem a importância da existência da diversidade cultural.
RESENHA
A questão central do texto concerne à noção humana de raça. O conceito de que existem
diversas raças entre os humanos é comprovado pelo autor como sendo errôneo e equivocado, devido
ao fato de que biologicamente, todos os seres humanos possuem a mesma constituição, a mesma
estrutura genética. Dito isso, Lévi – Strauss ataca as teorias evolucionistas, em especial o darwinismo
biológico e acrescenta que a noção de superioridade racial apenas foi criada para justificar formas e
ideais de dominação.
Dito isso, o sociólogo propõe que os humanos sejam classificados por suas respectivas etnias.
Etnias, segundo o conceito, é um povo que se identifica por suas tradições culturais, políticas,
religiosas e sociais em geral. A etnia pode ser classificada, sobretudo como o conjunto de
determinadas tradições culturais de determinado povo.
Sobre a noção de cultura, portanto, Lévi-Strauss declara que nenhuma cultura é estacionária,
ou seja, elas estão sempre em constante desenvolvimento e esse desenvolvimento é incrementado
pelo contato com outras culturas. Teoriza também que não existem culturas em total isolamento; em
algum momento elas têm contato com outras etnias e é nesse momento que se dá o progresso e a
chamada alteridade.
A alteridade é classificada como o dado momento em que etnias se contatam pela primeira
vez e têm uma percepção de que outras culturas existem além de suas respectivas. A partir desse
momento, notam a existência de diferenças entre si. Ocasionalmente tais diferenças podem ser
incompreendidas, gerando uma visão etnocêntrica do mundo.
O etnocentrismo se define pelo ato de um determinado grupo étnico ou um isolado membro,
determinar que a sua cultura é superior e correta, e desse modo, julgar as demais baseando-se numa
análise unilateral. É deste ponto que derivam teorias evolucionistas e comportamentos dominadores,
tal como os regimes imperialistas impostos pela Inglaterra sobre a Índia; ou como os impostos por toda
Europa sobre o Continente Africano.
Ao longo de seu texto, Lévi – Strauss demonstra claramente a crença de que uma postura
relativista é imprescindível para que as sociedades não tenham seu progresso impedido. O relativismo
é o ato de respeitar o comportamento e os conceitos étnicos de cada um, não tentando interferir ou
julgar de acordo com seu próprio ponto de vista a ética neles presente.
Declara por fim, que a igualdade em termos culturais é extremamente contraditória, já que
cada etnia necessita manter sua originalidade cultural para que continue evoluindo, de modo que a
declaração dos direitos humanos é um entreposto entre a diversidade e o progresso, além de ser
fundamentada numa cultura puramente ocidental e embasada em critérios dominadores e
etnocêntricos. Além disso, divaga sobre a ideia do progresso, que, segundo sua opinião, só se dá por
necessidade e contato intercultural; além de não ser estacionário e tampouco relacionado
necessariamente a avanços tecnológicos.
DENYS CUCHE - A NOÇÃO DE CULTURA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS