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“Um casal de relógios”, de Miguel Torga

(págs. 122 e 123)

1.1. O autor escreveu esta página de diário pois, durante


muito tempo, presenciou a rotina de um homem que passava
na sua rua, sempre às mesmas horas. Tal comportamento e o
facto de ele, algum tempo depois, ter casado com alguém que
se assemelhava a ele, quanto à vivência do dia a dia, levaram o
autor a fazer uma reflexão.

2.1. O autor pretende dizer que, tal como o relógio (de


parede), o casal sobre o qual ele escreve apresenta-se rígido,
monótono e autómato. Quer o homem quer a mulher são
precisos naquilo que fazem.

2.2. Trata-se de uma metáfora. O que existe em comum entre os relógios de parede e o casal
são a rigidez, a monotonia e a precisão.

3.1. O homem não é identificado e não “vale a pena dizer-lhe o nome”, pois a sua identidade é
secundária. Mais do que o seu nome, o autor pretende mostrar que aquele homem é igual a
tantos outros com os quais se cruza. Tem um dia a dia monótono, ritualizado e automatizado.

3.2. Psicologicamente, o homem é caracterizado de duas formas. Por um lado, admite-se que
talvez este homem sofra, em silêncio, de forma reservada, por ter sempre os mesmos hábitos e
horários, por ter uma vida monótona. Levanta-se mesmo a possibilidade de ter sonhos por
realizar e de viver em “agonia” por saber que eles não são realizáveis. Assim, este homem será
psicologicamente frustrado, consciente da vida monótona que tem e dos sonhos que não
conseguiu realizar.
Por outro lado, também se admite que este homem não tenha qualquer tipo de sofrimento
e que seja feliz com a sua monotonia. Assim, será um homem conformado, resignado com a
vida que tem.

3.3.1. A afirmação ilustra a forma como o homem vivia. Sendo a sua vida dominada pela rigidez,
também o casamento surgiu como algo a que respondeu de forma autómata. Ao ser
comparado com “uma carga de água a caminho do emprego”, reforça-se o facto de ter sido
algo inesperado, mas, ainda assim, encarado como inevitável. A forma verbal “acontecera” está
em itálico, pois pretende-se destacar o carácter involuntário do casamento.
3.3.2. Também ela casou, não movida pelos sentimentos (“Não namoraram.” l. 19), mas porque
teria de o fazer com alguém. Tal como o marido, também ela se pode caracterizar como uma
pessoa precisa, rígida, executando sempre as mesmas tarefas às mesmas horas.

4.1. Os elementos que comprovam que o texto é uma página de diário são os seguintes:

− a referência espaciotemporal que identifica o momento e o espaço da produção da página de


diário (“Leiria, 16 de fevereiro de 1940”);

− o discurso na 1.ª pessoa (“esta”, l. 3; “sei”, l. 7);

− a articulação da narração de acontecimentos passados (“Não namoraram.” l. 19) com a


reflexão desses mesmos acontecimentos (“É um casal de relógios de parede.” l. 1).

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