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Existe um design brasileiro

Mottola, Luiz Carlos Monte

“Os anos de experimentação entre a abertura do instituto de Arte Contemporânea do Masp, em 1951, e a
inauguração da Escola Superior de Desenho Industrial [Esdi], em 1963, marcam uma mudança
fundamental de paradigma. Surgiu nessa época não o design propriamente dito - ou seja, as atividades
projetuais relacionadas à produção e ao consumo em escala industrial -, mas antes a consciência do design
como conceito, profissão e ideologia” (Rafael Cardoso, 2005) ¹

Com esta observação inicia-se o questionamento quanto a autenticidade do design brasileiro, um


tópico que abrange da industrialização que utilizasse do desenho técnico na criação de uma peça
para maquinário, até a arte em forma de objeto produzida pela dupla Irmãos Campana. Afinal o
design é solução de problemas, comunicação, tecnologia, expressão artística, projeto social,
aparato do capitalismo e unindo todas outras características: globalizado.
Um designer norte americano que estude o cenário brasileiro enquanto região geográfica e suas
características visuais simbólicas pode produzir uma peça com o tema Brasil, um resultado
diferente do mesmo trabalho executado por um brasileiro habitante do Sul, e mais ainda de um
artesão nordestino. Em suma, o design em um país e de uma nação é mais que o tema local, suas
cores e tendências contemporâneas, é tradição de técnicas, cultura e histórico, talvez a maior
riqueza desse país sul americano. O habitante brasileiro é o descendente de indígena pre-
colonização, o afrodescendente trazido pelo período de navegações como mão de obra escrava,
os lusitanos, espanhóis, japoneses e italianos que vieram devido a guerra ou em busca de
condições melhores, povos de muitas religiões, cores , e origens, uma miscigenação que veio a
formar o cidadão da terra brasileira. Isto está diretamente ligado a arte trazida pela cultura, e
consequentemente o design, na área gráfica, de produto, sentimental e várias outras.
Tem-se o estereótipo de importar tudo quanto é área da influencia estrangeira, por certa parte é
uma verdade relativa, afinal com um mundo globalizado é impossível progredir sem unir
melhorias, mas o contrario ocorre de forma sutil e pouco divulgada fora do nicho, as obras
plásticas de Rafael Silveira são expostas em Nova York e Londres, o internacionalmente
premiado mobiliário do designer de produtos Sérgio J. Matos que valoriza a visão do artesanato,
Gustavo Greco no editorial e sinalização, Sérgio Gordilho em uma das maiores agencias
nacionais de publicidade, e mais dezenas de nomes que protagonizam documentários e palestras
dentro e fora do Brasil no mundo do design.
“Nações e Estados são um velho fenômeno. Todavia, aquilo que chamamos de moderno Estado-
nação é uma experiência muito específica. Trata-se de uma sociedade nacionalizada e por isso
politicamente organizada como um Estado-nação. Implica as instituições modernas de cidadania
e democracia política. Ou seja, implica uma certa democracia, dado que cada processo conhecido
de nacionalização da sociedade nos tempos modernos ocorreu somente através de uma relativa
(ou seja, dentro dos limites do capitalismo) mas importante e real democratização do controle do
trabalho, dos recursos produtivos e do controle da geração e gestão das instituições políticas.
Deste modo, a cidadania pode chegar a servir como igualdade legal, civil e política para pessoas
socialmente desiguais.” (Aníbal Quijano, 1993) ²

O design do brasil, tal como a indústria e mercado no geral, não é nem perto de ser totalmente
decolonial e independente dos ditos países de primeiro mundo, é um caminho longo que se
encontra em pouco mais da metade para a liberta das amarras econômicas e políticas. Uma parte
negativa da modernidade é o desigual conceito de humanismo e relações necessárias extra
regionais, tornando refém os colonizados para extração e exploração na era mercantilista e sub
desenvolvidos na era industrial, é um processo de mudança gradativo e incerto mas que
demonstra lentamente resultados positivos, o design brasileiro existe, não tão forte quanto o
norte americano ou europeu, mas crescente, enquanto houver o reconhecimento de produção
nacional, se solidificará a identidade de uma nação, pelas obras de fama internacional como
“favela” de Espedito Seleiro, ou mídia de nicho de qualquer designer do Brasil.

Design Brasileiro antes do design, Rafael Cardoso, 2005 ¹


América Latina en la economia mundial, Anibal Quijano, 1993 ²

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