Sei sulla pagina 1di 19

INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA /IFMT

ENSINO MÉDIO INTEGRADO EM EDIFICAÇÕES (2°ANO)


DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CÍVIL

ANDRESSA DA CONCEIÇÃO SILVA REIS


ELIZA ALMEIDA DE BORBA
JOÃO FERNANES DA SILVA
ESLAINE COSTA SOUZA
IVO INÁRIO DOS SANTOS
LUCAS GABRIEL DA CONCEIÇÃO MORAES
MARIA FERNANDA SANTANA ALVES
MICHELLY ESDRA RIBEIRO DE JESUS MARTINS

RELATÓRIO DE SOCIOLOGIA – ADVOGADOS DE DEFESA

Cuiabá,
2019.
ANDRESSA DA CONCEIÇÃO SILVA REIS
ELIZA ALMEIDA DE BORBA
JOÃO FERNANES DA SILVA
ESLAINE COSTA SOUZA
IVO INÁRIO DOS SANTOS
LUCAS GABRIEL DA CONCEIÇÃO MORAES
MARIA FERNANDA SANTANA ALVES
MICHELLY ESDRA RIBEIRO DE JESUS MARTINS

RELATÓRIO DE SOCIOLOGIA – O ADVOGADO DE DEFESA

Relatório apresentado ao curso do Ensino


Médio Integrado em Edificações do Instituto
Federal de Ciência e Tecnologia do Mato
Grosso como Requisito Parcial para o
fechamento de médias do 4° Bimestre/2019.

Orientadora: Mayara Bezerra Scarselli

Cuiabá,
2019.
RESUMO

No presente trabalho discorrer-se-á a respeito do júri simulado ocorrido durante


a aula de sociologia no dia treze de novembro, com o tema porte de armas. Buscou-se
demonstrar os pontos positivos e que geraram conhecimentos, e aqueles negativos e que
tornaram o debate deficitário no sentido da agregação dos aprendizados.

Palavras-chaves: Júri simulado – Debate – Porte de Armas.

O advogado de acusação referenda que...


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................4
1 DEFESA PARA O PORTE DE ARMAS ............................................................ 6

2 DEBATE PROPRIAMENTE ............................................................................ 12

3 IMPASSES VIVIDOS DURANTE O DEBATE .............................................. 13

4 DADOS E COMENTÁRIO RELIZADOSE .................................................... 15

4.1 ESTUDOS SOBRE OS EFEITOS DA FLEXIBILIZAÇÃO DA POSSE DE


ARMAS ...................................................................................................................... 15

4.2 “AS ARMAS DE FOGO SÃO UMA AMEAÇA ÀS CRIANÇAS?” .................. 15

4.3 “HÁ RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE ARMAS E OS CASOS DE MORTES


VIOLENTAS?” .......................................................................................................... 16

4.4 O QUE DIZ O ESTUDO UTILIZADO COMO CRITÉRIO NO NOVO


DECRETO? ................................................................................................................ 16

4.5 E AS LEGISLAÇÕES? ........................................................................................ 17

CONCLUSÃO............................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 19


INTRODUÇÃO

Inicialmente, o apoio ao desarmamento não é contra as armas, porque armas


serão necessárias para desarmar o povo. Então não é que exista o anti-armas, já que
precisará das armas da polícia para desarmar as outras pessoas. Então na verdade se é
bastante pró armas, com a única diferença: se acredita que só o governo que é muito
confiável, honesto, moral e virtuoso, deva ter permissão para ter armas. Não existe
desarmamento. Existe apenas a concentração da posse de armas nas mãos de uma pequena
elite política e de seus favoritos.
É importante destacar que desarmamento é tática de ditaduras, de regimes
totalitários, como os que ainda existem em Cuba, na China e na Coréia do Norte. Os
países mais prósperos do mundo, como os Estados Unidos, reconhecem o direito de
cidadãos terem armas legalmente para se defenderem de bandidos. Benjamin Franklin
dizia: “Nunca confie em um governo que não confia em seus cidadãos com armas.”
Assim, alça-se a questão de que o Brasil carece de medidas que viabilizem esta
possibilidade, para que o cidadão possa estar instituído plenamente de todos os direitos
deferidos a ele, entre eles o basilar: sua segurança.
Desse modo, compete ao grupo apontar os caminhos adequados e necessários
para suplantar as ideologias que consideram o desarmamento como algo proveitoso para
a sociedade em geral, porque na realidade essa maneira de pensar colide com a liberdade
que o ser humano possui, quando coloca toda a segurança dessa pessoa nas mãos de
outras. Contudo, as opiniões divergem em diversos pontos, pois geralmente se leva em
conta o índice de homicídios, o valor de uma arma de fogo, a utilização indevida por
pessoas de má índole ou que não são proprietários do objeto, entre outros entraves que
foram lançados pelo grupo que acusa o porte. Mesmo assim, são ponto delicados que
exigem uma análise aprofundada, pois podem não haver relações verídicas com a
liberação do porte de arma para os cíveis.
1 DEFESA PARA O PORTE DE ARMAS

Existem 3 formas principais de defender a legalização e a facilitação no porte de


armas. O primeiro é o argumento do direito natural de defesa de cada cidadão. O segundo
é o argumento lógico: essa condição não estimula atitudes violentas na sociedade. O
terceiro é o argumento utilitarista: ela é eficaz na prevenção de crimes e assassinatos,
diferentemente do que nos fazem crer os entusiastas do estatuto do desarmamento. A lei
atual defende apenas os bandidos, e não a população de bem.
O debate sobre a legalização e o porte de armas está em voga atualmente. E ficou
ainda mais evidente com o projeto de lei 3.722/2012 do deputado federal Rogério Peninha
(PMDB-SC) que tramita já há anos na Câmara Legislativa. O PL propõe revogar o
Estatuto do Desarmamento, e estabelecer novas regras para a posse, porte e
comercialização de armas de fogo no Brasil. O argumento utilitarista é atualmente o mais
debatido pela população. Mais ao final do relatório, mostraremos algumas estatísticas que
desmentem a ideia arraigada em parte da população de que um número maior de armas
de fogo em circulação provocam mais crimes.
O Estatuto do Desarmamento, apesar de não impedir integralmente o comércio
e posse de armas de fogo no país, dificulta tais ações de sobremaneira que, na prática, faz
com que a vontade expressa pela população no plebiscito de 2005 de permitir esse direito
natural do cidadão, não seja respeitada.
Entretanto, enfatizamos que o utilitarismo não é o argumento fundamental para
convencer os leitores de que o desarmamento da população não é a melhor decisão, pois
ele trabalha com correlações e não com causa e efeito. Lidar com argumentos lógicos, o
segundo que veremos, pode ser mais eficiente para o convencimento, uma vez que
números podem ser totalmente desvirtuados por pessoas que desejem provar o seu ponto
de vista. Embora ambos, entretanto, possam ser utilizados para o debate, o argumento
principal transmite uma condição muito mais nobre. A justificativa basilar para a
revogação do Estatuto do Desarmamento é de que a autodefesa é um direito natural do
ser humano. E, sendo esse o argumento vital, nada mais justo que iniciemos com ele.
A melhor forma de defender a facilitação do porte de armas para a população
está baseado em um valor moral. No século XVII, John Locke estabeleceu as bases do
direito natural em seu Segundo Tratado do Governo Civil. E um desses direitos é o direito
à vida. Defender-se de agressões de terceiros é, assim, um direito natural da população.
Quando avaliamos profundamente as dificuldades que o Estado nos impõe, não
lhe parece leitor, uma afronta a um direito natural que você possui? Desde quando a posse
de uma arma configura em crime? Afinal, o crime só é praticado se ocorre uma tentativa
de violação ao direito à vida de outra pessoa.
As pessoas contrárias à legalização das armas não pensam dessa forma. Elas
entendem que o Estado pode definir o que cada cidadão pode ou não pode fazer. O que
cada um de nós, pode ou não pode possuir. Tais atitudes são um desrespeito à nossa
individualidade, à nossa liberdade de tomar nossas próprias decisões. O Brasil ainda
carece muito dessa cultura libertária, tornando nossa sociedade dependente, inibindo
nosso protagonismo e responsabilidade na tomada de decisões.
As pessoas que defendem o desarmamento não consideram que a parcela da
população prejudicada é justamente aquelas que possuem desvantagens em sua defesa
nos confrontos diretos. A posse de armas como meio de defesa é um direito que equilibra
dois lados desiguais. É um direito que faz com que os mais fracos não sejam agredidos
pelos mais fortes.
A facilitação na legalização do porte de armas de fogo nivela assim, as condições
em ambos os lados, desautorizando o uso da força pelo mais poderoso. Idosos e mulheres
têm a possibilidade assim, de não permitir que sua condição física seja uma desvantagem.
Isso não lhe parece um argumento moral valiosíssimo? Que direito temos para
impedir a defesa dos mais fracos perante aos mais fortes? Argumentos contrários dizem
que as armas nas mãos das pessoas são pouco úteis para diminuir a violência. Embora tal
afirmação seja muito questionável (veremos abaixo), percebemos aqui um
desvirtuamento do debate, pois a função da posse de armas não é diminuir a violência.
Ela é simplesmente um direito natural. Se a arma ajuda seu portador ou não,
depende de algumas variáveis que estão diretamente relacionadas à responsabilidade
individual: o portador deve fazer um bom treinamento e ter a consciência de que possui
a estabilidade emocional necessária para usá-la corretamente e somente quando
necessário. O Estado não tem nada a ver com isso. Ele precisa interferir somente quando
algum crime for cometido. Estamos ainda muito longe de um Minority Report.
Esse é o argumento principal para que lutemos para o fim do Estatuto do
Desarmamento e à facilitação na legalização do porte de armas no Brasil. Para isso, a
aprovação do PL 3.722/2012 é um bom caminho e merece nosso apoio. Na essência, não
estamos falando das armas em si, mas sim de liberdade. Entretanto, na maioria dos
debates que acompanhamos, os argumentos principais buscam uma relação entre a
quantidade de posse de armas pela população e os crimes cometidos. E é isso que veremos
a partir de agora.
Veremos aqui que a associação lógica que as pessoas fazem entre o aumento do
número de armas na população e a violência na sociedade não é racional. Pensem
conosco. A necessidade de um porte de armas pressupõe duas alternativas: o ataque ou a
defesa. Não há outra. Uma pessoa que pede tal autorização está pensando em uma das
duas possibilidades. Poderia-se argumentar que a pessoa deseje um símbolo de status ou
poder. Porém, o uso efetivo do objeto, que é o que nos interessa, recairia ao final sobre as
duas alternativas anteriores.
A justificativa para defesa pessoal ou familiar é a mais óbvia. Também é óbvio
que ninguém aqui está advogando pela liberação da compra de armas na loja da esquina,
sem registro. Mas a regulamentação deve possuir algumas justas restrições, e não o
emaranhado de regras que hoje existem, que são tão inibitórias que refletem um número
tímido: apenas 1641 portes de armas para defesa pessoal foram concedidos no Brasil em
2016. É um número irrisório.
Vamos à lógica agora: pensando no uso da arma de fogo no ataque, qual a
probabilidade de um cidadão com perfil adequado para solicitar o porte, usá-la para tal
fim? Parece-me óbvio que a possibilidade é remotíssima. Quem em sã consciência
forneceria suas informações pessoais, endereço, enfim, permitira sua exposição pública,
para comprar uma arma e propositalmente usá-la em um crime ou assassinato? Quem age
com tal intenção, convenhamos, sabe que o mercado negro é uma forma muito fácil e
rápida para realizar tal intuito, além, é claro, de deixar menos rastros.
Argumentações, teoricamente lógicas, contrárias ao porte de armas impõem a
ação negativa a um suposto oponente. Ou seja, criminosos podem usar a arma própria do
portador contra ele próprio. Ora, se alguém desarma uma pessoa é porque já iniciou a
ação armada e a ausência de uma arma de defesa apenas facilitaria a ação do bandido. A
ausência da arma não impediria o crime.
Outro discurso teoricamente lógico é de que essa arma, comprada legalmente,
aumentará o arsenal do lado negro da sociedade. É um argumento deveras infantil. A
pessoa que usa tal alegação desconhece totalmente a facilidade em adquirir uma arma
através do governo paralelo do narcotráfico, alimentado por próprios Estados como a
nossa vizinha Venezuela. Tal governo paralelo possui bases em diversos países e mostrou
toda sua força recentemente no envio ao Rio de Janeiro de 60 modernos fuzis escondidos
dentro de cargas transportadas entre aeroportos.
Ainda temos o argumento de que portadores mentalmente perturbados poderiam
usar a arma para ferir outras pessoas. Mas percebam que em surtos de raiva ou loucura,
principalmente em ambiente familiar, vários instrumentos podem ser usados para ferir
pessoas. Não encontrei estatísticas que segmentam o instrumento utilizado para ataque
em crimes passionais não premeditados, mas tenho uma clara tendência em aceitar que
existe uma grande proporção de armas brancas. A imprensa recheia dia a dia os noticiários
com essas realidades cruéis.
Pela mesma imprensa que condena fervorosamente a posse legal de armas pelo
cidadão comum, podemos ver casos terríveis. Na Inglaterra, sempre citada pelo seu
desarmamentismo, os ataques com ácidos aumentaram em 266% em um ano. No Brasil,
pessoas más ou mentalmente perturbadas não precisam de armas para provocar tragédias
como a que atingiu uma creche no interior de Minas Gerais em Outubro de 2017.
Nesse caso, deveríamos também incentivar o desarmamento de tais
instrumentos? Se formos coerentes, facas, ácidos, isqueiros e gasolina também deveriam
ser proibidos. Tal mentalidade resiste em perceber que crimes são cometidos, na verdade,
por pessoas e não por objetos.
Além disso, resta sempre o bom argumento de Bastiat, baseado no que não se vê
em contraponto ao que se vê. Muita coisa fica oculta, envolta no manto do senso comum.
Os leitores não acham que existe uma lógica em pensar que os bandidos pensam duas
vezes antes de assaltar pessoas possivelmente armadas? O criminoso avalia o risco que
correrá para cometer transgressões. É uma relação de custo x benefício. Logo, uma
sociedade armada não inibiria os atos de violência premeditada?
Em uma das situações que mais chocam os defensores do desarmamento e da
proibição do porte de armas, como os casos dos malucos atiradores em escolas, será que
o estímulo para o assassinato será o mesmo se os assassinos souberem que funcionários
da escola possam estar armados? Uma vez iniciada a ação, será que mais vidas não
poderiam ter sido poupadas se um dos funcionários os alvejasse antes de esperar a polícia
chegar? Quantas situações semelhantes poderíamos citar através desse argumento
lógico?
Nem mesmo o argumento oposto de que acidentes com armas de fogo podem
ser maiores com seu maior número encontra eco na razão. Estatisticamente eles são muito
baixos e seriam totalmente inversamente proporcionais com o tempo. Conforme a
população é treinada para o uso de armas de fogo, menor a possibilidade de tais
ocorrências. Procure nas estatísticas suíças se acidentes com armas de fogo são comuns
por lá…
A maioria da população adora analisar alguns dados e usá-los como argumentos
de causa e efeito. Ela não percebe que a maioria dos dados utilizados são correlações e
não apontam causalidade. E isso ocorre em ambos os lados do debate. A análise real de
causa e efeito necessita estudos muito mais aprofundados do que análise numérica. E até
hoje não vi nenhum estudo que conseguiu provar aumento ou diminuição de violência em
virtude do aumento ou diminuição da posse de armas de fogo entre a população, uma vez
que as variáveis não controladas são inúmeras.
Se procurarmos estatísticas de assassinatos por armas de fogo, estupros e
violência em geral, encontramos inúmeras fontes (algumas confiáveis, outras não) pela
internet. Poderíamos escrever aqui muitas e muitas páginas comentado-as e apontando
através de links os estudos originais. Não é o objetivo desse texto.
Ao invés disso, decidimos apontar apenas uma página onde existem vários
argumentos utilitaristas e para cada um deles, sua fonte. O nome do artigo é 20 fatos que
comprovam que a posse de armas deixa uma população mais segura. Comentaremos aqui
os dados mais relevantes e complementaremos com outros estudos que não foram
comentados na página.
Deve estar claro que a grande maioria das análises são correlações que mostram
que o aumento de armas pela população demonstra uma associação com a diminuição dos
crimes e da violência. Não se pode provar que a segunda variável ocorre por causa da
primeira. Mas tais dados são muito eficientes e poderosos para abalar gravemente o senso
comum daqueles que se colocam contra esse direito básico das pessoas.
O que podemos concluir com certeza sobre todos esses fatos é de que não há
correlação entre o aumento de porte de armas e aumento da criminalidade. Bem como
não há correlação com o desarmamento da população e diminuição da violência. Pode
procurar, e você não encontrará. E garanto que existem muito mais associações que
mostram o oposto: a diminuição da criminalidade com o aumento do nível de armamento
da população.
Uma boa associação é checar que nos últimos 25 anos as vendas de armas nos
EUA aumentaram muito e os crimes violentos diminuíram. Não é à toa que mesmo a
Universidade de Harvard chegou a essa conclusão. Um deles é do jornal britânico The
Guardian e outro foi encomendado justamente pela Casa Branca, e mostrou resultados
muitos diferentes aos esperados pelo então presidente democrata, um dos maiores
apoiadores da causa do desarmamento.
Façamos um paralelo aqui em nosso país após a rigidez das novas regras para
porte de armas ocorridas nos anos 90. Alguém arrisca aqui dizer que a criminalidade
diminui? Isso só ocorreu em alguns estados do Sul e Sudeste, especialmente São Paulo e
disparou nas regiões Norte e Nordeste.
Os leitores arriscam dizer quais são os estados brasileiros com o menor número
de porte de armas? Acertou quem arriscou os estados do Norte e Nordeste. Mas percebam
que não existe uma correlação precisa: o estado de São Paulo possui baixa prevalência de
porte de armas e baixo índice de crimes violentos. Da mesma forma, o Rio Grande do Sul
possui um vínculo maior com as armas e os crimes estão bem abaixo da média brasileira.
Se quisermos usar a América do Sul como exemplo (afinal muitos dizem que
não somos uma Suíça — pensamento símbolo do viralatismo brasileiro), percebemos que
o país com maior número de armas entre a população é o Uruguai, com um número cerca
de 4 vezes maior do que o Brasil. E o mais interessante é que o Brasil possui 4 vezes mais
assassinatos do que o Uruguai. Até o Chile, que possui um dos menores índices criminais
da América Latina é mais armado do que o Brasil.
2 DEBATE PROPRIAMENTE

Após uma abordagem acerca da nossa posição referente ao tema proposto, como
visto pelo leitor anteriormente, falaremos sobre o debate propriamente dito,
discorreremos sobre o modo como o mesmo se constituiu. Inicialmente a discussão se
desenvolveu em duas faces distintas com relação ao porte de armas, um lado a favor e
outro contra, onde o júri, ao fim das apresentações dos diversos argumentos apresentados
por ambos os lados de maneira igualitária, deveria discorrer sua decisão a respeito de um
“vencedor”, ou seja, aquele grupo que apresentou os melhores argumentos e, portanto,
venceu o “esgrima intelectual” descrito por Schopenhauer, demonstrando quais as
superioridades nos argumentos de um em relação ao seu adversário.
Ao longo da atividade os aprendizados e as dificuldades foram significativas, e
levaram-nos a uma maior compreensão a respeito do tema em debate e desse conceito.
Destarte, pode-se perceber dois distintos objetivos de uma atividade como a que foi
proposta a nós, o aprofundamento dos conhecimentos a respeito de um tema definido,
ampliando o leque de argumentos sobre este, além disso há também a produção de texto
argumentativo – o que compreende ao aluno uma produção necessária, entre outras
coisas, para a redação que deve ser produzida no ENEM – e o desenvolvimento da
linguagem, onde o apelo formal e a desenvoltura são importantes.
Para tanto, durante o quarto bimestre de sociologia realizamos como atividade
avaliativa para o fim de fechamento de média bimestral, um debate sobre o porte de armas
no Brasil. Para a atividade referida a sala foi dividida em três grupos que compuseram a
discussão, sendo eles o júri, os advogados de acusação – ou seja, aqueles contra o porte
de armas – e os advogados de defesa – ou seja, aqueles a favor do porte de armas, o debate
fora feito no dia 13 de novembro e durou uma aula, ou seja, 50 minutos.
3 IMPASSES VIVIDOS DURANTE O DEBATE

Quando se pensa em um debate, a primeira coisa que se materializa no intelecto


humano com qualquer poder de raciocínio é, logicamente, uma discussão onde dois
grupos procuram convencer um terceiro. Nomes técnicos podem ser anexados a estes
participantes por conta de uma formalidade e estruturação que já foi definida e estudada
por profissionais e por expoentes no que se refere a argumentação e a retórica, podemos
citar por exemplo filósofos que são referência neste aspecto como o grandíssimo
Schopenchauer, onde no tocante a esta figura, escreveu um livro que trata especificamente
deste e de outra questões que por sua vez não cabem ser discutidas em um relatório sobre
este tema.
Num primeiro momento, houve uma introdução ao tema onde a mediadora deu
os passos iniciais à discussão comentando sobre e explicando o modo como o mesmo, ou
seja, o debate, se desenvolverá – modo este que foi definido pela mesma como sendo do
gênero “ping-pong”. E assim se iniciou a discussão, onde o primeiro grupo, que
rotularemos com sendo o grupo a favor do porte de armas – e logicamente, o segundo se
tornará, para fins explicativos, o segundo grupo. Assim, realizamos preliminarmente uma
explicação sobre a diferença entre porte de armas e posse de armas, assim sendo
conseguimos no situar melhor sobre o que estamos discutindo, pois havia pessoas no
momento do debate que poderia se confundir com dados apontados, justamente por que
são questões distintas. O júri por sua vez realizou alguns apontamentos e começou a
desenvolver perguntas para os dois grupos, estes foram os momentos iniciais do debate.
Até um certo momento, estava tendo uma distribuição igualitária de perguntas,
que por sua vez é claro, eram realizadas pelo júri. Posteriormente houve um rompimento
neste quesito e analogamente, houve um aniquilamento da estrutura inicialmente
proposta, assim dificuldades foram se materializando no que se diz respeito aos
momentos de fala, pois as perguntas realizadas pelo júri foram feitas mais ao segundo
grupo do que para com o primeiro, assim não houve uma justiça no que se refere a
quantidade de falas que foram possibilitadas, comprometendo inclusive a integridade do
debate propriamente dito.
O fato de haver um certo descomprometimento com os grupos, ou enxergando
de outra forma, o fato de haver uma liberdade de escolha com os membros dos respectivos
grupos, acabou de certa forma gerando uma situação onde alguns grupos foram
prejudicados, pois a turma agiu de maneira desorganizada e assim algumas pessoas
ficaram desconfortáveis com relação a sua posição para com tema. Dessa forma, a atenção
da docente com relação a este quesito seria fundamental, fato este que lamentavelmente
não se apresentou durante a escolha dos grupos, conferindo esse ponto negativo, e
consequentemente, uma dificuldade ao debate.
A imparcialidade demonstrada pelas falas e colocações realizadas pelo júri são
fatos que devem ser comentados neste relatório. Lendo a obra do filósofo alemão percebe-
se que existem, como palco de um debate, três grupos distintos que devem ser levados
em consideração: você, seu adversário e os ouvintes, sendo o objetivo do primeiro e do
segundo convencer o terceiro. Sendo o júri parcial, como o foi no debate o que ficou
evidenciado com a grotesca diferença no número de questões que cada grupo recebeu,
percebe-se um desbalanceamento das discussões, e um grupo teve a oportunidade de
revelar mais argumentos. Outro ponto é o fato de ter havido uma interferência muito
grande do júri durante as discussões, o que suprimiu em muito o papel de ouvintes, é
compreensível que uma vez que o debate não estava encontrando meios de se estruturar,
a ajuda de terceiros era necessária, entretanto as questões eram colocadas uma após a
outra, impossibilitando assim o debate de ocorrer naturalmente.
4 DADOS E COMENTÁRIO RELIZADOSE

No que seque, comentaremos sobre alguns pontos que foram trabalhados durante
o debate, juntamente com algumas discussões desenvolvidas.

4.1 ESTUDOS SOBRE OS EFEITOS DA FLEXIBILIZAÇÃO DA POSSE DE


ARMAS

Abordar um tema tão repercutido requer muitas análises e pesquisas. Tendo em


vista que se trata do porte e da posse de armas de fogo e toda questão de seguranças,
consequentemente este fator é de interesse de qualquer civil. De um lado, quem é a favor
afirma que mais civis armados aumentam os riscos do crime para potenciais agressores,
que, portanto, cometeriam menos delitos. Do outro, quem é contra defende que a
quantidade de armas implica no aumento de homicídios, suicídios, violência e alguns
outros tipos de crime. Há ainda os riscos para crianças e adolescentes — uma arma em
casa representa uma ameaça letal para eles?
A ideia é extensa e muito questionada. Conforme dizem os especialistas, o crime
é um “fenômeno complexo e multidimensional”. Não existe, enfim, um único fator
determinante que expõe motivos para que criminalidade aumente ou diminui. Ainda mais,
a maioria dos estudos internacionais são americanos, uma vez que os Estados Unidos é
um dos únicos países com dados amplamente disponíveis para qualquer um acessar.
Os alunos decidiram, então. ir às bases de estudos e pesquisas acadêmicas
nacionais e internacionais para responder algumas das perguntas incitadas pelo debate.

4.2 “AS ARMAS DE FOGO SÃO UMA AMEAÇA ÀS CRIANÇAS?”

O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro traz uma ressalva àqueles que
querem possuir uma arma em casa, mas vivem com crianças, adolescentes ou pessoa com
deficiência mental. Ao requerer o registro, o solicitante deverá afirmar que tem em sua
casa um cofre ou um local seguro para armazenar a arma e sua munição.
Veja a declaração de um civil portador de arma de fogo: “Criei quatro filhos com
arma dentro de casa e meus filhos nunca foram lá porque eu ensinei para eles o que ela
significava. A gente às vezes vê criança pequena botar o dedo dentro do liquidificador,
ligar e perde o dedinho. Aí vamos proibir o liquidificador? Não. É uma questão de
educação, é uma questão de orientação. No caso da arma, é a mesma coisa.” (Onyx
Lorenzoni, ministro da Casa Civil)
Observe que a comparação com o liquidificador é um essencial recurso para
legitimar o discurso de Lorenzoni, como também, o mesmo aborda o significado da
educação.

4.3 “HÁ RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE ARMAS E OS CASOS DE MORTES


VIOLENTAS?”

As pesquisas acadêmicas sobre a relação entre a maior circulação de armas e o


número de homicídios e crimes violentos é ampla, mas também bastante analisada. O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, criticou na terça-feira
(15/01/2019), em entrevista à GloboNews, as pesquisas que mostram que o
desarmamento implica na redução de violência.
Veja sua declaração: “Essa questão de estatística, de causa de violência, sempre é
um tema bastante controvertido. Claro que especialistas que trabalham com isso devem
ser valorizados, até valorizamos isso reportando a estatística colhida por institutos, mas o
fato é que isso é controverso. A política anterior não resultou numa diminuição
significativa do número de homicídios no Brasil. Se a política de desarmamento fosse tão
exitosa, o que teria se esperado era que o Brasil não batesse ano após ano o recorde em
número de homicídios.” (Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública)
Antes de tudo, é importante ressaltar o cuidado que se deve ter com dois conceitos
estatísticos que, muitas vezes, na leitura de artigos acadêmicos, causam confusão:
correlação e causalidade. A causalidade indica que um evento é o resultado da ocorrência
de outro evento e que existe uma relação causal entre os dois. Uma correlação entre
variáveis não significa automaticamente que a mudança em uma variável é a causa da
mudança nos valores da outra variável. Os pesquisadores que se debruçam sobre o tema
alertam que o crime é um “fenômeno complexo e multidimensional”. Ou seja, como dito
anteriormente, não existe um único fator determinante que explica por que a
criminalidade aumenta ou diminui.

4.4 O QUE DIZ O ESTUDO UTILIZADO COMO CRITÉRIO NO NOVO


DECRETO?

No decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, a régua usada para definir
quais estados teriam “elevados índices de violência” foi o Atlas da Violência de 2018, um
estudo produzido anualmente pelo Ipea e pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança
Pública), que recorre a dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade para calcular
os índices de homicídio no Brasil. A publicação de 2018, que traz dados de 2016, mostra
que todos os estados têm taxa de homicídio acima de 10 por 100 mil habitantes —
portanto, todo cidadão brasileiro pode comprovar efetiva necessidade de possuir uma
arma.

4.5 E AS LEGISLAÇÕES?

Em busca de resultados procuramos descobrir mais sobre a legislação e suas


nuances. A legislação americana, é mais flexível do que a brasileira no que diz respeito à
posse e ao porte de arma. Lá, as restrições para a compra de armamentos variam de acordo
com o estado, mas, de maneira geral, um cidadão americano sem histórico de crimes pode
adquirir desde pistolas a fuzis em lojas físicas, páginas na internet ou feiras de armas. Em
estados como Virgínia e Nevada, a negociação direta entre cidadãos também é permitida,
CONCLUSÃO

Todo o argumento permite sempre a discussão de duas teses contrárias, inclusive


este de que a tese favorável e contrária, que são igualmente defensáveis. (Protágoras) A
discussão é, portanto, a demonstração desses argumentos, e por mais que se defina num
curto debate quem apresentou os melhores argumentos e defendeu melhor suas ideias, as
teses nunca são realmente findadas, não há fim real numa discussão, senão o desgaste dos
oponentes, pois as ideias podem ser defendidas sempre. Essa é uma compreensão que se
deve ter quando se finaliza um debate ou um júri simulado, naquele curto espaço de
tempo, um dos grupos apresentou e defendeu melhor sua tese, todavia ambos obtiveram
também a compreensão da tese do outro, e pôde “pôr em xeque” seus próprios ideais, o
que já possui um fim em si mesmo, uma vez que a discussão permite essa embate de
compreensões.
Ademais, o debate proporcionou o maior entendimento a respeito do próprio
tema, o porte de armas. Os argumentos se edificaram em duas compreensões distintas do
indivíduo e do próprio Estado, onde o grupo a favor do porte de armas defende a
compreensão liberal e que a interferência deste deve ser mínima e os contrários uma
compreensão quase que hobbesiana de um Estado forte e presente e que supri as
necessidades, como a segurança pública. Entretanto, os argumentos também trouxeram
pautas mais cotidianas, como os assaltos e a possibilidade de o agredido se defender de
um ataque. Destarte percebe-se o debate como múltiplo e que possui duas facetas, a micro
e a macro. Ao fim deste, cada indivíduo deve chegar por si a uma decisão consciente a
respeito do tema, onde a partir do conflito de ideias distintas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SCHOPENHAUER, Arthur. A arte de ter razão (Vozes de Bolso) . Editora Vozes: Rio
de Janeiro, 2017. Edição do Kindle.

Libório, Bárbara. https://aosfatos.org/noticias/o-que-dizem-os-estudos-sobre-os-efeitos-


da-flexibilizacao-da-posse-de-armas/ - acesso em 21/11/2019.

Cunha, Ana Rita; Menezes, Luiz Fernando. https://aosfatos.org/noticias/projeto-que-


revoga-estatuto-do-desarmamento-utiliza-argumentos-falsos-e-dados-incorretos/:
Projeto de lei para revogar Estatuto do Desarmamento falseia dados. - acesso 26/11/2019.

Menezes, Luiz Fernando. https://aosfatos.org/noticias/cinco-fatos-sobre-o-novo-decreto-


de-armas/: Cinco fatos sobre o novo decreto de armas. - acesso 26/11/2019

Potrebbero piacerti anche