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ARTIGOS TEOLÓGICOS 

GÊNESIS 
 

(FONTE: BÍBLIA DE ESTUDOS DE GENEBRA) 

Estudo Bíblico 

 
 

CRIADOS À IMAGEM DE DEUS: QUEM SOU EU?  

Embora Deus soubesse tudo o que os seres humanos se tornariam e fariam, até mesmo a 
nossa queda em pecado, a primeira coisa que a Bíblia diz a nosso respeito (Gn 1.26-27, 
repetido em 5.1; 9.6; 1 Co 11.7; Tg 3.9) é que somos seme​lhantes a Deus de maneiras que 
não se aplicam a nenhuma outra criatura. No hebraico, a expressão “à nossa imagem, 
conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26) significa que Deus criou os seres humanos para 
serem sua imagem e seme​lhança. Somos “portadores da imagem” de Deus, mas não de 
uma maneira que essa característica possa ser separada de nós. Antes, somos, intrínseca 
e irrevogavelmente, sua imagem e semelhança. 

Tradicionalmente, a teologia reformada tem enfatizado várias dimensões importantes do 


que essa expressão signi​fica. João Calvino usou as cartas paulinas para ressaltar que ser 
a imagem Deus está intimamente relacionado a tornar-se como Cristo, “em justiça e 
retidão” (Ef 4.24). Os cristãos se revestem “do novo homem que se refaz para o pleno 
conhe​cimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). E verdade que somos 
imagens distorcidas de Deus, cor​rompidas pelo pecado, mas, em Cristo, somos 
restaurados à bondade original que caracterizava Adão e Eva no jardim. Outros teólogos 
reformados enfatizam que todas as pessoas são como Deus no sentido de que todos nós 
somos criatu​ras pessoais, racionais, criativas e morais. Sem dúvida, todos esses conceitos 
são verdadeiros e valiosos. 

No entanto, o contexto imediato de Gn 1.27-28 tem muito mais a nos ensinar acerca da 
imagem de Deus. No contexto histórico antigo, ser uma imagem de Deus era as​sociado a 
ser um filho real de Deus. Acreditava-se que os reis eram filhos dos deuses, imbuídos da 
honra de garantir que a vontade do céu fosse feita na terra. Esse conceito fazia parte do 
plano de Deus para os reis de Israel, que também eram chamados de filhos de Deus (1 Cr 
28.6; Sl 2.7). Em Gênesis, porém, ocorre uma ampliação radical desse con​ceito de filho ou 
imagem de Deus: a expressão “imagem de Deus” é aplicada a todos os seres humanos, 
"homem e mulher os criou" (Gn 1.27). 

Assim, na visão bíblica, todos os seres humanos rece​bem a honra e o valor outrora 
atribuídos somente à reale​za (Sl 8.3-8). Todas as pessoas foram colocadas no mundo para 
demonstrar a glória do verdadeiro Deus vivo, o gran​de Rei do universo, ao realizar a sua 
vontade na terra. Na teologia reformada, esse papel dos seres humanos é chamado, com 
frequência, de “mandato cultural”, referindo-se à bênção e responsabilidade que nos 
cabe de desenvolver a cultura sob o senhorio de Cristo (Gn 1.28-30). Essa missão se 
cumpre plenamente em Jesus, que orde​nou ao seu povo fiel, a imagem redimida de Deus, 
que cumprisse o mandato cultural por meio do “mandato do evangelho”, proclamando o 
nome de Cristo por todo O mundo (Mt 28.18-20). 

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O CORPO E ALMA NA BÍBLIA: O QUE SOU EU? 

Neste mundo, cada ser humano é constituído de um corpo exterior material e animado e 
de um cerne pessoal e imaterial. As Escrituras chamam esse aspecto interior do nosso ser 
de "alma" e "espírito". A teologia reformada nega que o homem seja "tricótomo" 
(constituído de três partes distintas: corpo, alma e espírito). O conceito segundo o qual a 
alma diz respeito somente à percepção deste mundo, enquanto o espírito é uma parte 
distinta da personalidade que pode ter comunhão com Deus e com o mundo 
sobrenatural, difere tanto do ensinamento bíblico quanto do uso dos termos hebraico e 
grego (as duas línguas usam "alma" e "espírito" como sinônimos). Ainda que, a princípio, 
algumas passagens pareçam fazer distinção entre alma e espírito (p. ex., 1 Ts 5.23; Hb 
4.12), essas passagens não visam identificar as partes que constituem o ser humano. Hb 
4.12 - o texto citado com mais frequência em defesa da tricotomia - afirma que a Palavra 
de Deus "penetra até o ponto de dividir alma e espírito". No entanto, essa passagem não 
atribui pensamentos e atitudes nem ao espírito nem à alma, mas sim ao coração. Nesse 
versículo em particular, as três palavras -- coração, alma e espírito -- identificam de 
modo sinômimo a parte incorpórea dos seres humanos. Na verdade, caso se considerasse 
que todos os termos diferentes associados aos aspectos incorpóreos da humanidade são 
componentes distintos nas pessoas (p. ex., coração, alma, mente, espírito, partes 
interiores, o mais profundo do ser, o âmago), a tentativa de criar subdivisões causaria 
confusões intermináveis. 

A teologia reformada também enfatiza que o nosso corpo físico é parte integrante do 
plano de Deus para os seres humanos. Quando o corpo humano foi criado por Deus, ele 
não possuía nenhum aspecto mau ou corruptível. Se a humanidade não tivesse caído em 
pecado, as enfermidades e o processo de envelhecimento que conduzem à morte não 
teriam se tornado parte da experiência humana (Gn 2.17; 3.19, 22; Rm 5.12). Em 
decorrência disso, a salvação em Cristo é a salvação da pessoa como um todo -- corpo e 
alma. Assim como Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos tanto espiritual quanto 
fisicamente, só seremos inteiramente libertos dos efeitos do pecado quando recebermos 
a renovação interior e exterior total. Enquanto Cristo não volta, ao mesmo tempo em que 
o nosso corpo continua a sofrer corrupção (2Co 4.16-18). Mas quando Cristo voltar em 
glória, receberemos a nossa pena, incluindo a redenção do nosso corpo (Rm 8.23). 

Na morte e no estado intermediário entre a morte e a ressurreição final, enquanto os 


mortos aguardam a volta de Cristo, o corpo e a alma são separados. No entanto, esse não 
é o nosso destino final. A esperança cristã não é que a alma seja redimida do corpo, mas 
sim que o corpo e a alma sejam redimidos juntos. Embora as Escrituras não expliquem a 
natureza exata do nosso corpo glorificado, sabemos que será relacionado ao nosso corpo 
atual de tal modo que manteremos a nossa identidade singular (1Co 15.35-49; Fp 3.20-21; 
Cl 3.4). 

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A CRIAÇÃO, A QUEDA E A REDENÇÃO: PORQUE HÁ TANTA CORRUPÇÃO? 


Apesar de alguns intérpretes considerarem a história de Adão e Eva um relato figurativo, 
as Escrituras ensinam que existiu um indivíduo que caiu em pecado, o que fez com que a 
maldição de Deus caísse sobre toda a criação e a humanidade. Em Gênesis, Adão é 
associado aos patriarcas e, com eles, ao restante da humanidade por meio das 
genealogias naturais (caps. 5, 10, 11). Esse fato deixa claro que Adão existiu no tempo, no 
espaço e na História tanto quanto Abraão, Isaque e Jacó. 

Além disso, o apóstolo Paulo indica que a origem da condição humana decaída foi o 
pecado de um homem real, Adão, o qual ele descreve como o nosso antepassado comum 
(At 17:26; Rm 5:12-14; 1Co 15:22). Essa é a interpretação autorizada do Novo Testamento 
dos acontecimentos registrados em Gn 3, onde encontramos o relato da queda, quando o 
ser humano original deixou Deus e a retidão e mergulhou no pecado e na morte. 

A teologia reformada se apoia em grande medida na realidade histórica da queda no 


pecado. João Calvino estruturou uma parte considerável da sua teologia em torno dos 
temas da criação, da queda e da redenção, concentrando-se nos paralelos entre Adão e 
Cristo. Adão foi originalmente criado em retidão, mas caiu num estado de corrupção e 
julgamento e, agora, encontramos redenção da maldição da queda ao aceitarmos, pela fé, 
a obra expiatória de Jesus Cristo em nosso favor. Esses temas podem ser encontrados em 
todos os credos e catecismos reformados (CFW 6,7, BC 15-26; CM 21-45; CB 14-17; CH 
6-20). 

As Escrituras ensinam pelo menos cinco verdades fundamentais relacionadas à queda: 

1. Deus conferiu ao primeiro homem o papel de representante de toda a sua 


posteridade, do mesmo modo que, mais tarde, designou Jesus Cristo como 
representante de todos os eleitos de Deus (Rm 5:15-19 com 8:29-30; 9:22-26). 
2. Deus colocou o primeiro homem num estado de alegria pura e prometeu que ele e 
seus descendentes continuariam nesse estado se ele demonstrasse fidelidade e 
obediência total - de modo específico, ao não comer do fruto da árvore do 
conhecimento do bem e do mal. 
3. O pecado de Adão e Eva colocou-os, e aos seus descendentes (toda a humanidade), 
sob o jugo do pecado e da culpa, de modo que eles e todos os seres humanos 
passaram a sentir vergonha e medo diante de Deus (Gn 3:7-11). O primeiro casal 
foi amaldiçoado com expectativas de dor e morte e expulso do paraíso do Éden 
(Gn 3:14-24). 
4. Toda a criação foi colocada sob uma maldição divina em consequência do pecado 
de Adão e Eva. A atual desarmonia na natureza que, com frequência, torna o 

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mundo um ambiente hostil para todos os seres vivos, é resultante da queda (Rm 
8:20-23). 
5. Já nos dias de Adão e Eva, Deus começou a demonstrar misericórdia mediante a 
sua promessa de que, um dia, a descendência da mulher feriria a cabeça da 
serpente (Gn 3:15). Essa promessa se cumpriu em Cristo, que redimi o seu povo e 
restaura a criação à sua ordem devida (Rm 8:20-21; Ap 21:1-5). 

A narrativa da queda fornece uma explicação histórica convincente da perversão 


humana e da corrupção da natureza. Se não crermos na veracidade do relato de Gênesis, 
teremos grande dificuldade de entender Cristo, a quem o Novo Testamento descreve 
como "o último Adão" (1Co 15:45), pois, por meio de sua morte sacrificial e ressurreição, 
ele revogou os efeitos trágicos dos atos do primeiro Adão (Rm 5:12-19; 1Co 15:22). 

A ALIANÇA DAS OBRAS E A ALIANÇA DA GRAÇA: O QUE É A TEOLOGIA DAS ALIANÇAS? 

No século 17, desenvolveu-se na teologia reformada uma visão de que as alianças entre 
Deus e a humanidade constituíam um elemento central dos ensinamentos das Escrituras. 
Em obras mais antigas, essa abordagem à Bíblia era chamada de federalismo. Hoje em 
dia, é mais comum chamar esse ponto de vista simplesmente de teologia das alianças ou 
teologia pactual. 

Na teologia das alianças tradicional, todo o relato histórico da Bíblia foi dividido em duas 
relações principais de aliança: a aliança das obras e a aliança da graça. Nenhuma dessas 
expressões aparece na Bíblia, mas as distinções são teologicamente úteis, uma vez que 
refletem a unidade subjacente das Escrituras, assim como o termo “Trindade” resume 
um aspecto essencial da doutrina das Escrituras acerca de Deus. Essa abordagem das 
alianças é expressa claramente na Confissão de Fé de Westminster e nos Catecismos 
(CFW 7.1-5; 19.1,6; CM 31-36,97). 

Na teologia reformada, a expressão aliança das obras se refere ao acordo que Deus fez 
com Adão antes de a humanidade cair em pecado, e não à aliança feita com Moisés no 
Sinai, conforme outras tradições cristãs costumam empregar essa designação. Na aliança 
das obras feita com Adão, Deus prometeu abençoar Adão se ele obedecesse ao 
mandamento divino (Gn 1.28-30), e julgá-lo caso desobedecesse (Gn 2.15-17). As obras de 
Adão constituíam o fator determinante, daí o termo aliança das obras (cf. Os 6.7). Nos 
últimos anos, tem-se questionado a utilidade de descrever a relação de Adão com Deus 
como aliança das obras; muitos estudiosos preferem falar apenas de um arranjo ou 
período de experiência anterior à queda do homem em pecado e à redenção. De 
qualquer modo, as Escrituras mostram que Adão não obedeceu a Deus. Assim, Deus 
providenciou outra aliança, a aliança da graça em Cristo. 

A expressão aliança da graça é usada para descrever a relação de Deus com seu povo ao 

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longo do restante das Escrituras. Estritamente falando, essa aliança foi firmada em 
definitivo com Cristo como último Adão, o representante da humanidade redimida. É 
chamada de aliança da graça porque opera com base na graça divina oferecida por meio 
da morte e ressurreição de Cristo a todos aqueles que creem nele. Alguns teólogos 
reformados falam de uma aliança celestial eterna entre o Pai e o Filho, a qual descrevem 
como aliança de redenção (Jo 6.37). A aliança da graça é a expressão histórica dessa 
aliança eterna. 

A aliança da graça começou com a promessa feita depois da queda de que a 


descendência da mulher feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). A partir desse momento, 
a aliança da graça se desdobrou em cinco estágios principais ao longo do relato bíblico. 
Não há contradição entre esses estágios; antes, cada estágio subsequente se desenvolve 
com base nos anteriores. 

1. Depois da oferta inicial da graça de Deus a Adão (Gn 3.15), a aliança da graça se 
desenvolveu por meio da aliança da preservação da natureza firmada com Noé 
(Gn 6.18; 9.9-17). O enfoque da aliança com Noé é a estabilidade da ordem 
presente da natureza até o fim de todas as coisas, provendo, desse modo, um 
âmbito estável para o desdobramento do plano redentor de Deus. 
2. Em seguida, a aliança de Deus com Abraão (Gn 15; 17) deu início a vários estágios 
de alianças feitas com a nação de Israel como povo escolhido de Deus. Deus 
prometeu que os descendentes de Abraão receberiam grandes bênçãos e seriam 
instrumentos de bênção para toda a raça humana. 
3. Na sequência, a nação de Israel recebeu a aliança da lei mosaica (Êx 19—24) 
durante o êxodo da terra do Egito. Essa aliança visava conduzir Israel a bênçãos 
ainda maiores na Terra Prometida. 
4. Quando Davi subiu ao trono, Deus fez uma aliança real com ele (2Sm 7; Sl 89; 132), 
na qual prometeu abençoar os filhos de Davi que fossem fiéis e nunca tomar o 
trono de Israel da família de Davi. 
5. Por fim, a aliança da graça atingiu o seu ponto culminante com a nova aliança 
instituída por Cristo (Jr 31; Lc 22.20; 1Co 11.25; Hb 8.8-13). Essa aliança se dá em 
três estágios: a primeira vinda de Cristo, a História antes de sua volta e a 
consumação do seu reino. Nesse desenrolar da aliança da graça, seus estágios não 
diferem em substância; antes, são “um e o mesmo sob várias dispensações” (CFW 
7.6). 

Os estágios da aliança da graça manifestados nas alianças nacionais que Deus fez com 
Israel no Antigo Testamento tinham como propósito específico preparar o povo de Deus 
para a vinda do seu Filho, que cumpriria todas as promessas de Deus e daria forma às 
sombras dos tipos do Antigo Testamento (Is 40.10; Ml 3.1; Jo 1.14; Hb 7—10). Na nova 
aliança, as disposições temporárias para a concessão dessas bênçãos foram substituídas 
pelo cumprimento do que elas prefiguravam, ou seja, Jesus Cristo, o Mediador da nova 
aliança, o descendente de Abraão e herdeiro de suas promessas (Gl 3.16). Cristo obedeceu 
à lei perfeitamente e se ofereceu como o sacrifício legítimo e definitivo pelo pecado. 

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Como filho de Davi, hoje Cristo reina sobre o mundo na condição de herdeiro de todas as 
bênçãos de perdão, paz e comunhão com Deus em sua criação renovada, conforme as 
promessas da aliança — bênçãos que ele concede aos cristãos no tempo presente (Rm 
8.17). Cristo não apenas se entregou pelos eleitos, como também enviou do seu trono de 
glória o Espírito Santo e, desse modo, selou o povo de Deus como propriedade sua (2Co 
1.22; Ef 1.13-14). 

Como Hb 7—10 explica, a nova aliança é a expressão suprema da aliança única e eterna 
da graça de Deus com os pecadores (Hb 13.20) — um estágio superior àqueles do Antigo 
Testamento, com promessas superiores (Hb 8.6), baseadas num sacrifício superior (Hb 
9.23), oferecido por um sumo sacerdote superior, num santuário superior, garantindo 
uma esperança superior (Hb 7.26—8.13) que não havia sido revelada de tal modo em 
nenhum dos outros estágios da aliança. A efetivação em Cristo das antigas alianças feitas 
com Israel também cumpre a promessa de que a porta da fé se abriria para um grande 
número de gentios. A fim de estender o reino de Deus por todo o mundo (veja o artigo 
teológico “O reino de Deus”, em Mt 4), tanto judeus quanto gentios se tornam 
descendentes de Abraão pela fé em Cristo (Gl 3.26-29), enquanto os judeus e gentios que 
não estão em Cristo estão também fora da aliança da graça (Rm 4.9- 17; 11.13-24). 

As Escrituras descrevem os elementos das alianças de Deus com o seu povo em termos 
paralelos aos tratados internacionais que eram firmados entre soberanos do antigo 
Oriente Próximo. De maneira explícita ou implícita, quatro dinâmicas fundamentais 
podem ser observadas em cada um dos estágios da aliança bíblica: 

1. Deus se revela como o Rei benevolente que inicia e sustenta o seu povo escolhido 
em sua relação de aliança com ele. 
2. Deus exige gratidão fiel daqueles que são incluídos em suas alianças. 
3. Aqueles que violarem manifestamente as alianças divinas são julgados. 
4. Aqueles que forem fiéis a essas alianças são abençoados. 

Como Rei divino do universo (veja o artigo teológico “O reino de Deus”, em Mt 4: O reino 
de Deus: Um reino presente ou futuro?), Deus usou as prescrições de suas alianças para 
levar o seu povo ao seu objetivo final: reunir um povo redimido “de todas as nações, 
tribos, povos e línguas” (Ap 7.9), que habitará numa ordem mundial renovada (Ap 
21.1-5). Nisso, a relação de aliança alcançará a sua expressão mais plena: “Eles serão 
povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3). Nos dias de hoje, o reino de 
Deus ainda está avançando em direção a esse alvo. 

A estrutura dupla de uma aliança das obras e outra da graça descreve todo o 
relacionamento soberano de Deus com a humanidade. A salvação nos foi concedida 
porque Cristo cumpriu os requisitos da aliança das obras por meio de sua obediência 
perfeita. Em decorrência disso, a nossa salvação é uma salvação da aliança: justificação e 
adoção, regeneração e santificação são misericórdias da aliança; a eleição foi a escolha 
feita por Deus dos membros dessa comunidade purificada e definitiva da aliança, a igreja 

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invisível (veja o artigo teológico “A igreja visível e a invisível”, em 1Pe 4); o batismo e a 
Ceia do Senhor, que correspondem à circuncisão e à Páscoa, são ordenanças da aliança; a 
lei de Deus é a lei da aliança e guardar a sua lei é a expressão mais verdadeira de 
gratidão e lealdade em resposta à graça de Deus demonstrada na aliança. A renovação 
dos nossos compromissos dentro da aliança com Deus em resposta à sua fidelidade deve 
ser um exercício devocional habitual de todos os cristãos, tanto no culto público quanto 
no particular. A compreensão da aliança da graça nos orienta e ajuda a apreciar não 
apenas a diversidade das Escrituras, mas também a sua extraordinária unidade. 

AS PRINCIPAIS ALIANÇAS NA BÍBLIA 

Principais tipos de aliança ou tratados no antigo oriente médio 

* Sessão real (incondicional):​ seção de terra ou de algum outro benefício que era feito 
há um servo fiel em troca das prestação de um serviço excepcional. A sessão era 
normalmente Perpétua é incondicional, mas os descendentes do servo somente se 
beneficiariam dela se continuassem a ser leais e servissem como o pai (1Sm 8:14; 22:7; 
27:6; Et 8:1). 

** Aliança de Soberania-Vassalagem ( Condicional):​ Aliança que estabelecia o 


relacionamento entre um grande rei e um dos monarcas que lhe estavam sujeitos. O 
grande rei reclamava direitos e soberania absolutos, exigia total lealdade e serviço (o rei 
vassalo devia "amar" o seu soberano) e prometia a proteção do reino e da dinastia 
vassala, com a condição de que esta última se mantivesse fiel e leal. O vassalo 
proclamava a sua absoluta lealdade ao rei soberano -- e a sua disposição em servi-lo no 
que este pedisse -- e prometia que acolheria unicamente a sua proteção. Os participantes 
se achavam mutuamente "senhor" e "servo" ou "pai" e "filho" (Js 9:6-8; Ez 17:13-18; Os 
12:1). 

Paridade:​ Uma Aliança entre iguais, o que os unia numa amizade mútua ou, pelo menos, 
numa relação de respeito mútuo em suas respectivas esferas de ação e interesses. Os 
participantes se chamavam entre si de "Irmãos". 

as promessas que eram feitas nessas alianças eram acompanhada de maldições 


proclamadas de maneira oral e cerimonial. Era pedido aos deuses que servissem de 
testemunha das alianças e que efetivasse as maldições prescritas, caso os votos 
pronunciados fossem violado. 

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ALIANÇA  PARTICIPANTES  DESCRIÇÃO  REFERÊNCIAS 

Adão foi criado À 


imagem e 
semelhança de Deus; 
Deveria povoar e 
Estabelecida com 
sujeitar o mundo; não 
Adão como  Gn 1:28-30; 
Adão  poderia comer do 
representante da  2:15-17 
fruto do 
humanidade 
conhecimento do 
bem e do mal, sobre o 
risco de ser castigado 
com a morte. 

o Messias viria ao 


mundo para resgatar 
Estabelecida com  a humanidade em 
Messias  Cristo como o  pecado; Jesus Cristo  Gn 3:15; Is 
(Da Graça)  redentor da  cumpriu o plano  42:6 
humanidade  Divino e oferece a 
vida eterna aos 
eleitos. 

Estabelecida com o  Promessa divina 


"justo" Noé, seus  incondicional de não 
descendentes e todo  destruir a vida na 
Noé  Gn 6:18-22; 
ser vivente sobre a  Terra com alguma 
(Cessão Real*)  9:8-17 
terra; Com toda a  catástrofe natural; o 
vida sujeita à  sinal dessa aliança foi 
jurisdição humana  o arco-íris no céu. 

Estabelecida com o 
"justo" Abraão e 
seus descendentes.  Reiteração da 
Abraão 
A fé que Abraão  promessa de dar-lhe  Gn 15:9-21 
(Cessão Real*) 
tinha foi-lhe  a terra. 
creditada como 
justiça. 

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promessa feita a 
Abraão e seus 
descendentes 
condicionada a que 
Abraão  reconhecesse o 
Estabelecida com 
(Aliança de  senhor como o seu  Gn 17 
Abraão 
Vassalagem**)  Deus (Gn 4:9) e se 
consagrarem 
totalmente a ele. A 
circuncisão foi o sinal 
dessa aliança. 

Promessa 
condicionada a que o 
povo de Israel 
Estabelecida por  reconhecesse o 
meio de Moisés com  senhor como o seu 
o povo de Israel,  Deus, protetor e 
Moisés  como descendentes  garantidor do seu 
(Aliança de  de Abraão, Isaac e  destino. A condição  Ex 19-24 
Vassalagem**)  Jacó, e na qualidade  era a total 
de povo redimido  consagração de Israel 
da escravidão no  como o povo do 
Egito.  senhor, que vive 
sobre a sua lei e serve 
a seus propósitos na 
história. 

Promessa Divina 
incondicional pela 
qual foi dada a 
família de finéias o 
Finéias  Estabelecida com o 
"Sacerdócio  Nm 25:10-13 
(Cessão Real*)  sacerdote finéias 
Perpétuo" (promessa 
implícita de prover 
eternamente a Israel 
um sacerdócio fiel). 

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promessa divina 
incondicional de 
estabelecer e manter 
Estabelecida com o  a dinastia davídica 
rei Davi depois de  no trono de Israel, de 
este ter expressado  prover a nação um  2Sm 7:5-16; 
Davi  a sua devoção à  rei como Davi para  1Rs 4:20-21; 
(Cessão Real*)  Deus como rei de  sempre e, por meio  5:3-4; Sl 89; 
Israel e submeter-se  dessa dinastia, fazer  132 
como vassalo  por Israel o mesmo 
ungido pelo senhor.  que havia feito por 
meio de Davi: trazer 
paz à terra 
prometida. 

promessa divina 
incondicional feita ao 
povo rebelde Israel, 
Promessa feita ao 
que consistia no 
povo rebelde de 
Nova Aliança  perdão de seus 
Israel, às vésperas  Jr 31:31-34 
(Cessão Real*)  pecados e escrever a 
de ser expulso da 
lei divina "no 
terra prometida. 
coração". É uma 
aliança de pura 
graça. 

10   
 

AS NAÇÕES DE GÊNESIS 10 

11   
 

AS TRIBOS DE ISRAEL 

12   

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