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FACULDADE PITÁGORAS DO MARANHÃO

CURSO DE PSICOLOGIA

THAÍS LORENA SILVA ARAÚJO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO I EM

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

São Luís

2018
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THAÍS LORENA SILVA ARAÚJO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO I

Relatório de Estágio Específico I apresentado ao Curso


de Psicologia da Faculdade Pitágoras 9º período – São
Luís, como requisito para obtenção de nota. O estágio
foi realizado entre os meses de Abril à Junho.

Supervisora: Prof.ª Mestre Elba Celestina do


Nascimento Sá.

São Luís

2018
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IDENTIFICAÇÃO DA ESTAGIÁRIA

Thaís Lorena Silva Araújo, terapeuta estagiária, inscrita no código 730907,


acadêmica do curso de Psicologia do 9º período, matutino da turma 6799320141A,
no primeiro semestre de 2018, da Faculdade Pitágoras do Maranhão. A referida
acadêmica possui o seguinte e-mail: thaislorena.araujo@gmail.com e o respectivo
número telefônico para contato: (98) 98238-4090. Teve como campo de estágio a
instituição de Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral – SPA, sob
supervisão técnica e orientação da Prof.ª Ma. Elba Celestina do Nascimento Sá.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 06
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 07
3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO .................................................................. 11
3.1 Estrutura Física ...................................................................................................... 11
3.2 Fluxo de Atendimento ............................................................................................ 11
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESTÁGIÁRIA........................................... 12
PACIENTE 1 ............................................................................................................ 13
4.1 Síntese de Atendimento......................................................................................... 13
4.1.1 Identificação e Descrição da Paciente............................................................... 13
4.1.2 Impressões Iniciais ............................................................................................. 14
4.1.3 Queixa Principal e Sintomas Apresentados ..................................................... 15
4.1.4 Dados da Infância e da História de Vida de A.C.B.C ....................................... 15
4.1.5 Hipótese Diagnóstica e Hipótese de Trabalho/ Plano de Tratamento ............ 16
4.1.6 Diagrama de Conceituação ................................................................................ 18
PACIENTE 2 ............................................................................................................ 19
4.2 Síntese de Atendimento......................................................................................... 19
4.2.1 Identificação e Descrição da Paciente............................................................... 19
4.2.2 Impressões Iniciais ............................................................................................. 20
4.2.3 Queixa Principal e Sintomas Apresentados ..................................................... 20
4.2.4 Dados da Infância e da História de Vida de A.C.B.C ....................................... 21
4.2.5 Hipótese Diagnóstica e Hipótese de Trabalho/ Plano de Tratamento ............ 22
4.2.6 Diagrama de Conceituação ................................................................................ 24
5 AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................. 25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 27
ANEXOS .................................................................................................................. 29
ANEXO A – ESCALA DE ANSIEDADE DE BECK ................................................. 30
ANEXO B – ESCALA DE DEPRESSÃO DE BECK ................................................ 31
ANEXO C – CARTA DE APRESENTAÇÃO ............................................................ 35
ANEXO D – TERMO DE COMPROMISSO.............................................................. 36
ANEXO E – PLANO DE ATIVIDADE DE ESTÁGIO ............................................... 38
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ANEXO F – FREQUÊNCIA NO CAMPO DE ESTÁGIO .......................................... 42


ANEXO G – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO ESTAGIÁRIO .......................... 45
ANEXO H – AVALIAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ........................................... 47
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1 INTRODUÇÃO

O presente relatório consiste nos registros das atividades desenvolvidas que


sucederam ao longo do período de estágio, na área de Psicologia Clínica, tendo
como processo, no decorrer dessa temporada, o estudo do desenvolvimento ao
trabalho oferecido pelo Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral - SPA,
do ofício prestado em atendimentos individuais e em supervisões semanais, visando
discussões de casos e encaminhamentos.
Ao tratar sobre as atribuições desse processo, faz necessário evidenciar que
produzir novos conhecimentos e apropriar-se de instrumentos e práticas que
enriquecem o nosso saber pessoal e profissional se tornou um dos principais
norteadores no processo de estágio, uma vez que a utilidade e importância deste,
dependem unicamente do conjunto de experiências e aprendizado adquiridos.
Na triagem estão documentadas as contribuições do processo de estágio a
partir do desnudar de valores, da destituição e reconstrução de preconceitos e de
conhecimentos ora ditos como verdadeiros, sobretudo na maneira de enxergar o
outro, de apresentar como o primeiro contato do usuário na Clínica-Escola,
selecionar sua demanda a partir de um olhar crítico e de uma escuta qualificada,
embora ainda em desenvolvimento.
Os atendimentos percorreram com seguimentos da abordagem Cognitivo-
Comportamental, é caracterizada por ser muito bem estruturada, orientada no
momento presente, direcionada à resolução de problemas atuais e à modificação de
pensamentos e comportamentos disfuncionais. Busca remover ou modificar
sintomas existentes, corrigir padrões de comportamentos disfuncionais e promover o
desenvolvimento da personalidade. Atualmente esta forma de psicoterapia vem se
impondo como o principal e mais eficaz tratamento psicológico para os transtornos
emocionais.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para uma melhor compreensão dos procedimentos utilizados nas sessões de


psicoterapia realizadas durante todo o estágio, é indispensável que antes, seja
apresentado a importância do processo de Triagem que é reconhecido como a porta
de entrada para os pacientes, pois promove o primeiro encontro terapêutico,
considerado como o alicerce das próximas intervenções. Da mesma forma que é
necessário destacar a importância do acolhimento, da relação terapêutica, as
habilidades terapêuticas e sobretudo, o embasamento teórico na abordagem Terapia
Cognitivo-Comportamental buscando compreensão e desenvolver conhecimento
referente ao processo de triagem em estágio específico.
O objetivo da triagem psicológica é realizar uma compreensão inicial do
sofrimento apresentado pela pessoa que procura alguma forma de alivio para seu
sofrimento, possibilitando a elaboração de hipóteses diagnósticas e a sugestão de
caminhos investigativos para a escolha do encaminhamento mais apropriado.
Enquanto espaço fundamental de escuta e acolhida, a triagem é “a tarefa de
procurar um significado para as perturbações trazidas pelo paciente e de ajudá-lo a
descobrir recursos que o aliviem” (MARQUES, 2005).
Entrevistas de triagem costumam ser mais do que coleta de dados com os
quais se organiza um raciocínio clínico sumário que vai orientar o encaminhamento.
As entrevistas tomam a forma de uma intervenção breve, já que ao dar aos clientes
uma oportunidade de se engajarem em seu próprio atendimento, torna-os
responsáveis por seus problemas (ANCONA-LOPES, 1995).
Entretanto, a Triagem não é apenas um mero processo de seleção de
demanda ou coleta de dados da história do paciente, mas também, como parte da
intervenção psicoterapêutica, propriamente dita. É fundamental reconhecer a
importância do acolhimento para com este paciente, pois, entende-se como uma
disposição afetiva do psicólogo, uma atitude de escuta que visa receber, aceitar, em
que a expressão do sofrimento já proporciona alívio ou mesmo certa clareza em
relação à situação vivida, criando condições para modificá-la, sem julgamentos.
O encontro entre terapeuta e cliente é muito valorizado e o foco principal
passa a ser o acolhimento das pessoas e a elaboração das questões que
mobilizaram a busca de ajuda psicológica (ROCHA, 2011).
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A proposta do acolhimento é uma diretriz defendida pelo Sistema Único de


Saúde (SUS) através de Política Nacional de Humanização (PNH), esta defendida
através das Portarias 4.279/2010, 3.088/2011, 1.459/2011 e do Decreto 7.508/2011,
este, último regulamenta a Lei 8.080 que dispõe sobre a organização do SUS. Com
isso pretende-se ressaltar a importância e o percurso histórico do conceito do
acolhimento, que atualmente e cada vez mais é trazido para o ambiente privado e
institucional.
O processo de acolhimento é muito mais do que receber, ouvir a demanda e
fazer o melhor encaminhamento ao paciente, visto assim, parece algo mecânico,
que facilmente pode ser tornar um procedimento rotineiro. Longe dessa
compreensão mecanicista, o conceito de acolhimento visa, sobretudo, compreender
o paciente de forma singular, neste contexto o desafio do profissional que acolhe é
entender a necessidade do paciente e direcioná-lo para o tratamento que o
beneficiará de forma também singular.
Nessa perspectiva, Barreto e Barletta (2011) apresentaram em uma pesquisa
que adquirir competência teórica, técnica e interpessoal, bem como a postura ética,
como elementos imprescindíveis para a formação de um bom psicoterapeuta.
A qualificação profissional é decorrente da interligação das três dimensões
de competências: conhecimento, habilidades e atitudes; as quais, no campo da
Terapia Cognitivo-Comportamental, manifestam-se na busca de solucionar os
problemas e promover repertórios comportamentais apropriados às metas do
paciente (BARLETTA; DELABRITA; FONSECA, 2011).
Acerca das habilidades terapêuticas, Bitondi e Setem (2007) apontam alguns
aspectos necessários ao repertorio do terapeuta, o que inclui uma formação teórica
sólida na abordagem terapêutica; conhecimento do código de ética do psicólogo;
habilidades técnicas; habilidades sociais; e comportamentos do terapeuta.
Para além desses aspectos, assinalam a uma terapia, o que pode contribuir
para o processo terapêutico. Assim como, a maturidade emocional do terapeuta
também é um fator essencial no desenvolvimento de habilidades terapêuticas
(BARRETO; BARLETTA, 2010).
Da mesma maneira, que se ressalta a importância de desenvolver
competências terapêuticas, é fundamental para o processo de triagem, estabelecer
uma boa relação terapêutica.
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Entretanto, Del Prette e Del Prette (2001) acrescentam ao termo habilidades


sociais como um conjunto de classes e subclasses que o individuo apresenta para
atender as diversas demandas das situações interpessoais que podem ocorrer em
diversos contextos. Sendo assim, compreendem as habilidades sociais algumas
competências que facilitam a iniciação de relacionamentos sociais positivos, como
iniciar, manter e encerrar uma conversação; fazer e responder perguntas; manifestar
opinião; expressar apoio e solidariedade; falar em público; tomar decisões.
Frente a esse contexto, Beck e Alford (2000) esclarecem que a relação
terapêutica, também nomeada de aliança terapêutica, refere-se ao ambiente
interpessoal que existe dentro da sessão de terapia, no qual ocorre a aprendizagem
do paciente. O próprio termo “terapêutico” é utilizado partindo-se da suposição de
que a relação promoverá um impacto interpessoal positivo.
Para desenvolver a relação terapêutica com o paciente é necessário
demonstrar habilidades terapêuticas, compreensão acurada, compartilhar a
conceitualização e plano de tratamento, tomar decisões em colaboração com o
paciente, buscar feedback, variar o estilo quando necessário e auxiliar o paciente na
resolução dos seus problemas e no alívio da sua angustia (BECK, 2013).
Sendo assim, com o auxílio em supervisão e dos autores acima, foi possível
perceber que o crescimento do psicoterapeuta é um processo dinâmico e
incansável, que requer competências entre teoria e prática, demandando tempo e
dedicação.
Em virtude de a psicoterapia ser um campo multifacetado, caracterizado por
uma diversidade de teorias, métodos, técnicas e abordagens. No estágio específico
em Terapia Cognitivo-Comportamental, refere-se a uma psicoterapia reconhecida
como uma das principais teorias e métodos para o tratamento de transtornos
psiquiátricos, tendo em vista que uma serie de estudos controlados demonstram que
é um tratamento eficaz para quadros clínicos como a depressão e transtornos de
ansiedade, além de soma-se ao efeito dos psicofármacos no tratamento de
transtornos psiquiátricos graves, como a esquizofrenia e o transtornos bipolar
(WRIGHT, 2008).
Rangé (2001) contribui esclarecendo que a Psicoterapia Cognitivo-
Comportamental é uma prática de ajuda psicológica que se baseia em uma ciência e
uma filosofia do comportamento caracterizada por uma concepção naturalista e
determinista do comportamento humano, pela adesão a um empirismo e a uma
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metodologia experimental como suporte do conhecimento e por uma atitude


pragmática quanto aos problemas psicológicos.
Em contribuição, Caballo (1996) destaca que desde seu surgimento, a
Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) evoluiu muito, e atualmente encontra-se
como uma das abordagens centrais em diversas áreas de atuação da Psicologia,
tendo conquistado sua aceitação e admiração pelas práticas e resultados que
produz, e pela singularidade de seu enfoque.
Conforme Beck et al. (1997a), nossos pensamentos agem diretamente na
forma como nos sentimos e agimos, sendo assim, uma das formas de melhorarmos
nosso estado de humor é controlarmos nossos pensamentos, no sentido de que
exerçam um efeito realista sobre a forma como nos sentimentos perante a nós
mesmos, ao mundo e a nosso futuro, denominada como tríade cognitiva.
Nesse sentido, evidencia que a forma como percebemos e avaliamos os
acontecimentos externos e internos a nós, ira determinar a forma como iremos sentir
e consequentemente agir perante esses acontecimentos. Observando e
descrevendo as emoções que sentimos, e fazendo uma conexão entre o que
sentimos, e o que previamente a esses sentimentos, pensamos, podemos buscar
fazer uma avaliação realística de nossos pensamentos, para que assim
confrontemos nossos pensamentos distorcidos e sentimentos desagradáveis
gratuitos, e os substituímos por pensamentos condizentes com a realidade.
Considerando a ampla aceitação da TCC no tratamento de diversos
transtornos mentais, Cordioli e Knapp (2008) apontam alguns fatores que
contribuíram para tal: uma visão mais abrangente das patologias mentais ao
considerar o valor dos pensamentos, das crenças disfuncionais e das aprendizagens
errôneas aos diversos modelos etiológicos, propondo, assim, abordagens de grande
valor heurístico; a facilidade em se testar empiricamente sua eficácia por meio de
intervenções psicoterápicas geralmente breves; a promoção e uma melhor relação
custo/benefício no tratamento de transtornos do Eixo I do DSM-IV-TR em relação
aos modelos tradicionais, especialmente pela brevidade do tratamento; o
desenvolvimento de protocolos e manuais que permitem a sua replicação por outros
pesquisadores, bem como a sua padronização; e a elaboração de escalas e
instrumentos de mensuração e a brevidade no tratamento, que possibilitam um
maior controle de variáveis intervenientes e melhor previsão de resultados.
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3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral – SPA, traduz-se a


uma clínica escola, com abertura em março, do ano de 2014, localizada na Avenida
Daniel de La Touche, n 23, Olho d’água e possui natureza privada, tendo como
público alvo a comunidade.
A referida instituição tem como objetivo realizar atendimento psicoterápico,
orientação profissional e consultoria organizacional, fornecendo serviços
especializados à qualidade de vida daqueles que dispõe.

3.1 Estrutura física


A Clínica Escola Prof.ª João Cabral constitui-se em sua estrutura física
primeiramente a recepção onde monitores recebem aos pacientes da instituição,
onde encontra-se cadeiras e um sofá para escolha e maior conforto do público a ser
atendido durante a espera. Possui próximo a recepção, dois banheiros, sendo eles
masculino e feminino, atribuindo a escolha dos mesmos.
O ambiente dispõe de quatros consultórios para atendimento psicoterápico,
sendo dois para atendimento individual, um para atendimento em grupo ou familiar e
outro para atendimento para crianças. Contém ainda uma sala de coordenação que
mantem todos os materiais utilizados para o funcionamento da clínica, assim como
armários de cadastros para atendimentos, documentação de estagiários e da
mesma. Além de obter, uma outra sala menor com função de armazenamento de
documentos de pacientes em atendimento ou os que já tiveram seu atendimento
finalizado, guardados em dois armários fechados, com acesso restrito apenas para a
Supervisora Técnica e aos Terapeutas estagiários responsáveis pelo paciente em
atendimento.

3.2 Fluxo de atendimento


No que se refere a atividade de atendimento psicoterapêutico, a Clínica
Escola Prof. João Cabral realiza tanto atendimento individualizado, quanto em
grupo. Com base na escuta, no treino de habilidades de entrevistas, na intervenção
psicológica e na devolução do atendimento psicoterapêutico.
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4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTAGIÁRIO

A princípio, o desenvolver do processo de estágio, iniciou-se em supervisão,


com o estudo aprofundado em Terapia Cognitivo-Comportamental, sobre orientação
da Prof. Ma. Elba Celestina do Nascimento Sá. Com enfoque voltado ao
embasamento teórico, buscando melhor compreensão da teoria e das técnicas
utilizadas para os atendimentos realizados durante todo o estágio.
Em supervisão, houve contato fundamental com autores importantes da
abordagem, assim como, uma descrição minuciosa sobre a prática clínica no olhar
da Terapia Cognitivo-Comportamental. Da mesma maneira que, ocorreram relatos
das vivências em campo das terapeutas estagiarias, além de vários momentos de
troca de opiniões e discussões a respeito das experiências vividas, em consonância
aos princípios teóricos que fundamentam permanentemente, todo o serviço
prestado.
Os atendimentos foram supervisionados em orientações semanais e em
grupo, de aproximadamente quatro (4) horas, onde estagiárias e orientadora
discutiam o andamento da terapia, e a mesma propunha leituras e formulava
encaminhamentos para cada caso específico.
Em seguida, após a bagagem adquirida com o embasamento teórico, deu-se
início ao processo de seleção de cadastros de pacientes, que estão armazenados
nos arquivos da Clínica Escola, onde é possível selecionar cadastros com intuito de
conseguir contatar o cliente para o processo de triagem, realizando o primeiro
contato telefônico com o interessado, obtendo êxito e adquirindo agendamento com
dois pacientes.
Foram atendidos duas (02) pacientes que procuraram atendimento junto ao
Serviço de Atendimento Psicológico (SPA) da Faculdade Pitágoras, tendo suas
fichas de cadastro avaliada e escolhida pela estagiária. As sínteses dos casos serão
descritas aqui, começando pelo primeiro atendimento feito pela terapeuta estagiária,
pois teve um número maior de sessões realizadas e, pode-se através dele, perceber
melhor como se deu o procedimento adotado pela mesma.
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PACIENTE 1
4.1 Síntese de Atendimento
O primeiro caso descrito, “A”, iniciou o atendimento no dia 12 de abril de
2018, acontecendo em um total de 8 sessões. A primeira sessão ocorreu às 15
horas, no dia 12 de abril. A paciente buscou atendimento por se sentir triste e
culpada pelo falecimento de sua mãe, fato este, que passou a interferir em vários
âmbitos de sua vida. Apresentava como queixas principais crises de ansiedade
recorrentes em diversas situações sociais, assim como mudanças constantes de
humor.
Relatou insatisfação com a vida, sentido de inutilidade após a morte de sua
mãe, choro constante, raiva sem motivo, revolta e culpa, medo de ficar sozinha;
apesar de que o isolamento era o seu maior refúgio, queixou-se da ausência de
sono, falta de apetite, perda de peso excessiva, assim como queda de cabelo, e
confirmou ter pensamento suicidas.
A paciente acreditava estar sendo perseguida e em perigo, por não confiar
nas pessoas ao seu redor, obrigava-se a ficar sozinha em seu quarto. Ao ser
questionada a respeito de suas atividades cotidianas, “A” afirmou que deixou muitas
das suas tarefas para ajudar a mãe em seu tratamento, e com sua partida havia
perdido o interesse por muitas das suas atividades e que preferia ficar deitada
chorando.

4.1.1 Identificação e Descrição da Paciente


A.C.B.C., 28 anos, sexo feminino, trata-se da caçula de um total de sete
filhos, como consta na figura 1, referente ao Genograma Familiar.

Figura 1: Genograma Familiar do caso A


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Recentemente adentrou ao Curso Técnico de Enfermagem, onde afirma ter


afinidade com cursos voltados para saúde, mas seu almejo é retornar ao curso de
Psicologia, o qual cursou até o quinto período, porém, por conta do adoecimento da
sua mãe, precisou trancar. Acredita ser uma pessoa dedicada e esforçada em seus
estudos, apesar de sentir ultimamente bastante dificuldade em concentrar-se nas
leituras.
Saiu recentemente da casa onde morava com seu primo desde seus 20 anos
e reside atualmente com sua tia (irmã paterna), na Vila Palmeira, onde se sente
mais confortável, devido a queixas de convivência com a esposa de seu primo.
Abandonou muitas tarefas que tinha prazer em fazer antes da morte de sua
mãe, diz não ter mais ânimo para antigas atividades, assim como, para encontrar
seus amigos, evitando encontros e buscando sempre ao isolamento. Possui um
relacionamento de 8 meses, ela reconhece que ele é bastante prestativo e
compreensivo com seu atual momento, a acompanha e apoia em tudo, mas também
acaba sendo seu “saco de pancada”, descontando toda sua bagagem de raiva e
ociosidade nele. Ainda mantem contanto com seu ex namorado e sempre que
possível, faz comparações entre eles.
Apresenta recorrentes episódios de variações de humor, onde afirma, ser
agressiva sem necessidade ou que as pessoas não a compreendem e que perde a
paciência facilmente. Afirma que nestes momentos, sente vontade de matar quem
estiver a sua frente e que já teve pensamentos suicidas. Quando percebe sua
agitação, limita-se a falar com as pessoas. Novamente refugiando-se ao isolamento.

4.1.2 Impressões Iniciais


A.C.B.C. apresentou-se no primeiro atendimento desmotivada, com olhar
disperso, jogou-se rapidamente no sofá e respirou fundo, as pernas pareciam estar
impacientes, abriu e fechou varias vezes a bolsa, assim como, constante olhava
para seu relógio e mexia impacientemente em sua pulseira.
A paciente demonstrou características das fases no processo de luto,
revelando ser constante o sentimento de raiva e culpa, assim como atitudes e
pensamentos negativos sobre ela; as pessoas e sobre o futuro.
Nas sessões, ainda em processo de anamnese, apresentou-se com postura
curvada, evitando olhar no olho, com dificuldade de concentração, inquieta e
desânimo. Discurso bem enraizado às crenças de desvalor e por ao menos três
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encontros chegou no consultório com falta de ar, batimentos cardíacos acelerados,


sudorese, nervosa e ofegando, indicando um nível elevado de ansiedade.

4.1.3 Queixa Principal e Sintomas Apresentados


De acordo com os dados levantados no processo de triagem, a queixa inicial
da paciente esta relacionada a perda de sua mãe. Após cinco meses de tratamento,
sua mãe não resistiu ao câncer e veio a óbito, deixando sua filha desconsolada, com
sentimento de culpa por não conseguir ter ajudado mais e por tira-la de casa, lugar
este que sua mãe queria permanecer.
“A” esteve ao lado de sua mãe em todo seu adoecimento, largando estudos e
outras atividades, após sua perda, a paciente afirma não ter mais prazer e nem
animo para retornar a sua antiga vida, que nada mais faz sentido e que hoje não tem
mais nenhuma utilidade. Assim como a culpa, a raiva está presente em seu
cotidiano, pois a sua mãe era uma pessoa boa e não foi justo a sua partida.
Queixa-se de recorrentes sintomas físicos de ansiedade, extrema sensação
de sufocamento, batimentos cardíacos acelerados, calor excessivo, tremores, falta
de apetite e ausência de sono. Mencionou ter bastante medo em diversas situações,
como a falta de ar, de ficar sozinha, de dormir e apresentou medo de iniciar o uso de
medicação indicada por prescrição psiquiátrica, por receio das reações que podem
vir a acontecer.

4.1.4 Dados da Infância e da História de Vida de A.C.B.C.


Em sua infância, presenciou muitas brigas de seus pais, apresentando
problemas com álcool, seu pai por algumas vezes usou da violência com sua mãe, e
a mesma mantinha outros relacionamentos fora ao casamento. Quando a paciente
chegou aos três anos de idade, sua mãe decidiu ir embora com o namorado e a
levou, porém, por ciúmes do relacionamento das duas, o atual parceiro de sua mãe
a maltratava enquanto estavam sozinhos e tinham várias brigas de casal. Para sair
dessa situação, sua mãe a entregou para seus avós paternos para que eles a
criassem, em Pinheiro, no interior do Maranhão.
Os avós paternos a criaram desde então, porém, não contaram a verdadeira
história sobre sua mãe, pois o que ela sabia era que a mãe havia abandonado para
viver com seu antigo parceiro, o que não era verdade. A paciente cresceu
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acreditando que sua mãe não a queria. Completando seus dozes anos, o seu avô,
lhe contou a verdadeira história e a ajudou a encontrar a sua mãe.
Mesmo mantendo contato com a mãe, a paciente continuou morando com
seus avós paternos, o pai constituiu uma nova família e a mãe permaneceu na
capital do Maranhão trabalhando. Na casa em que vivia, estava sempre cheia com
todos seus familiares, acesso livre te todos os tios e primos. A paciente relata que
sua adolescência sofreu por diversas vezes abusos de seu primo e do marido de
sua tia, afirma ter sofrido calada, e a única vez que contou a alguém, pediram que
ela permanecesse em silêncio.
Tirando os episódios acima, a paciente relatou ter sido muito bem cuidada por
seus avós, que nunca lhe faltou nada. De seus seis irmãos, “A” afirmou não ter boa
convivência com apenas duas irmãs que tiveram experiências mais difíceis que ela e
ela acredita que por isso, elas a culpam de ter vida fácil e que seus tem predileção.
Seus dois irmãos moram em outro estado, mas mantem um relacionamento próximo
mesmo com a distância e suas outras irmãs são mais próximas dela, a ajudam
financeiramente e estão compreensíveis a seu sofrimento.

4.1.5 Hipótese Diagnóstica e Hipótese de Trabalho/Plano de Tratamento


Através do referencial teórico baseado na Teoria Cognitivo-Comportamental,
foi estabelecido metas para os atendimentos psicoterapêuticos, com o intuito da
paciente ser auxiliada na identificação de suas distorções cognitivas e consequentes
alterações de humor.
Por meio das primeiras sessões e de todo o processo de triagem, foi possível
observar que a paciente apresentava indicativos ao diagnóstico de depressão leve,
baseado em seu atual processo de luto, colaborando com as concepções de Beck, a
paciente mostrava ter crenças de desvalor e pensamentos automáticos negativos.
Levantando a hipótese diagnostica de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
e Transtorno Depressivo Recorrente.
Durante o processo de atendimento psicoterápico, a paciente foi avaliada por
meio de alguns critérios específicos da triagem clínica e mensuração semanal
através do Inventário de Beck de Depressão (BDI-II) e o Inventário de Ansiedade
(BAI), onde apresentou nível leve de depressão e níveis elevados de ansiedade
considerando 39 um índice grave. Alcançando o objetivo de verificar a intensidade
dos sintomas da paciente.
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Conforme coloca Rangé (2001b), as técnicas cognitivas, amplamente


utilizadas pela estagiária nas sessões, consistem em identificar, testar na realidade,
e corrigir crenças e pensamentos automáticos negativos.
Nessa perspectiva, para o plano de tratamento ainda em processo de triagem,
foi necessário desenvolver estratégias de intervenções Cognitivo-Comportamental
sendo elas; Psicoeducação: pois é um recurso importante no processo psicoterápico
e deve foi o pontapé inicial neste processo. Pois permite trabalhar a aprendizagem e
conscientização sobre a utilização do medicamento para sua qualidade de sono e
quanto aos sintomas da ansiedade. Assim como o Registro dos Pensamentos
Disfuncionais: RANGÉ (2001b) contribui que é uma proposta para que os pacientes
anotem todos os seus pensamentos disfuncionais associados com seus estados de
disforia para posterior análise ou para que o próprio paciente tente reestruturá-los.
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4.1.6 Diagrama de conceituação


NOME: Adriana de Cássia Brito Costa. DATA: 10 / maio / 2018.

DADOS RELEVANTES DA INFÂNCIA/HISTÓRIA DE VIDA


Filha caçula de 6 filhos; Pais separados desde de os seus 3 anos de idade.
Passou a infância acreditando que sua mãe havia abandonado. Foi criada pelos avós paternos.
Apresentou depressão em 2016.
Adoecimento da mãe as aproximaram. Deixou seus estudos para ajudar no tratamento da mãe.
Falecimento da mãe.

CRENÇAS CENTRAIS

“Sou culpada pela morte da minha mãe.”


“Sou inútil, não ajudei minha mãe.” (Desvalor)
“Minha vida não tem mais sentido.”

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

“Se tivesse chamado o médico, a minha mãe estaria viva.”


“Se faço algo para me divertir, me sinto culpada.”

ESTRATÉGIAS COMPENSATÓRIAS
Evita as pessoas para não falar sobre sua perda.

SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3


Falecimento da Mãe Pensando em sair, mas a minha Lembrando do dia da mãe de
mãe morreu. sua mãe.

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS


Ela me pediu ajuda e eu não fiz Vão dizer que não amo a minha Deveria ter chamado o médico,
nada. mãe. deveria ter feito algo.

SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A


Sou uma inútil. Sou inadequada Sou culpa.

EMOÇÃO EMOÇÃO EMOÇÃO


Culpa, raiva, tristeza. Tristeza. Raiva, arrependimento.

COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO


Se isola. Evita as pessoas. Evita sair de casa. Desconta sua raiva no
namorado.
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PACIENTE 2
4.2 Síntese de Atendimento
O segundo caso descrito, “N”, teve seu início no dia 11 de maio de 2018,
resultando um total de quatro encontros. O primeiro atendimento ocorreu pela
manhã às 10h, pois foi o horário solicitado pela paciente. Já tentou fazer
psicoterapia por duas vezes antes e não teve interesse em continuar, em razão de
não adquirir um vínculo adequado com os terapeutas.
A paciente buscou atendimento novamente por sentir-se frequentemente
angustiada e triste após o término de seu relacionamento. Apresentou como queixas
principais a insatisfação com seus relacionamentos interpessoais, descontrole das
emoções e dependência emocional da sua família e do seu ex namorado.
Relatou descontentamento para com o seu futuro, refere-se como inútil e
incapaz de realizar grandes conquistas, culpa-se excessivamente pelo fim do
namoro e apresenta desconforto quanto a sua aparência.
A paciente confessou que cometeu automutilação em decorrência ao término,
perda de peso excessiva, queda de cabelo, excesso de sono, choro compulsivo e
ausência de ânimo para realizar suas atividades.
Mesmo sem motivação, encarou a procura pelo atendimento psicológico
como um novo desafio e algo que ela iria fazer por ela mesma, buscando
conhecimento e saída desses episódios que ela considera “triste”.

4.2.1 Identificação e Descrição da Paciente


N.C.P., 21 anos, sexo feminino, trata-se da caçula de um total de duas filhas,
como conta na figura 2, referente ao Genograma Familiar.

Figura 2: Genograma Familiar do Caso N


20

“N” trabalha desde muito nova, sempre gostou de trabalhar fora e a ideia de
ter seu próprio dinheiro sempre foi agradável para ela. Atualmente trabalha como
operadora de caixa em uma farmácia, é um local onde ela se sente bem, as pessoas
com quem ela trabalha são gentis e agradáveis e não vê o serviço como algo difícil
de se atuar. A paciente diz ter bastante interesse em fazer alguma graduação, mas o
seu financeiro a impossibilita, e isso a faz se sentir mal por ver todos os seus amigos
ingressando na faculdade e ela não.
Reside com os pais e a irmã, apresentou descontentamento ao falar de sua
casa e sobre a convivência, pedindo para falar sobre isso em um outro momento.
Sobre relacionamentos sociais, afirmou não estar interessada atualmente, revelando
ter se afastado de suas amizades.
“N” indica ser muito mais sentimento, do que razão. Considera ter descontrole
emocional, pois com ela é tudo ao extremo, apresenta baixa autoestima, lida mal
quando é contrariada, com rejeição ou desaprovação. Demonstra empatia e grande
sensibilidade para com os outros, principalmente com animais.

4.2.2 Impressões Iniciais


N.C.P. apresentou-se no primeiro atendimento desmotivada, com olhar
sempre para baixo, encolheu-se para dentro do sofá e cruzou os braços e bem
devagar balançava as pernas, aparentando estar envergonhada.
Com o passar do tempo, a paciente foi desabrochando do sofá para fora,
demonstrando gostar de falar e da atenção que estava recebendo. Aparentou enfim
se sentir bem nesse papel de falante. Gestícula bastante, manifesta suas falas
através gírias, fala baixo algo que sente vergonha, apresenta discurso enraizado a
crenças de desvalor e desamparo, com atitudes e pensamentos negativos sobre ela
e quanto ao futuro.
Seu assunto preferido é falar sobre o seu antigo relacionamento, e quanto
questionada sobre ela mesma, demonstra insegura quanto seu corpo e beleza,
sempre retornando ao assunto e vida de seu ex namorado. Da mesma maneira que
evita falar sobre sua família e de amigos, como se sua vida resumisse ao seu antigo
parceiro e sua antiga vida com ele.

4.2.3 Queixa Principal e Sintomas Apresentados


21

De acordo com os dados levantados no processo de triagem, a queixa inicial


apresentada pela paciente está relacionada ao término de seu relacionamento,
porém, supõe-se que está atribuído mais a baixa autoestima, descontrole ou
desconhecimento de suas emoções, a ausência de relacionamentos interpessoais e
dependência emocional, instabilidade reativa do humor e impulsividade.

“N” pouco fala de si, quando questionada sobre seus pontos fortes, ela
mostrou bastante dificuldade em encontrar algo que a definisse, e ao pensar
concluiu que seu ponto forte é ser amiga, alguém que se preocupa e cuida, e
confessou que gostaria que as pessoas fossem assim com ela. Desaprova seu
corpo e sua imagem, acredita que as outras pessoas são sempre mais bonitas e
mais inteligentes que ela.

A paciente demonstra não só descontrole de suas ações, mas total


desconhecimento sobre seus sentimentos. Repete muito que sente raiva e
chateação por algo ou alguém e não se refere a nenhuma outra emoção ou
comportamento. Se algo não vai de acordo com seu desejo, ela grita, bate até que
as pessoas façam o que ela quer. Após os episódios, ela afirma ter vergonha de
suas atitudes, pede desculpas, mas toda oportunidade que é contrariada, ela repete
seus atos.

4.2.4 Dados da Infância e da História de Vida de N.C.P.


N.C.P. filha caçula, com diferença de 10 anos com a irmã, com quem ela se
dá muito bem, considera a sua melhor amiga, a admira e se espelha muito em sua
irmã, apesar de reclamar que ela lhe dar pouca atenção. Seu pai apresenta
dificuldade com jogos de bicho, é joalheiro, porém com o vício em jogos, passou a
perder prazos e não obter mais peças, que fez ele perder a maioria de seus clientes.
Sua mãe é Dona de casa, faz tudo para as filhas, porém, sofre de Transtorno de
Depressão Maior (TDM), o que dificulta o relacionamento entre elas.
Relatou que em sua infância sofria bullying todos os dias na escola, por conta
do seu peso e sua mãe a obrigava a tomar vitaminas, xarope e todo tipo de remédio
para faze-la engordar. E isso fazia com que ela acreditasse que fosse feia, que
estava fazendo algo de errado, por que não conseguia ser como a maioria.
Houve um dia, que a paciente não esqueceu ate hoje. Com oito anos, ela foi
esquecida no colégio, todos seus amiguinhos já haviam saído e ela ficou esperando
22

junto com o porteiro algum de seus responsáveis irem busca-la, e com algumas
horas de atraso, sua mãe apareceu. Ela havia esquecido a filha na escola. “N” disse
que chorou por vários dias, nunca mais dormiu sozinha e confessou que até hoje
tem medo de ficar sozinha e de ser abandonada.

4.2.5 Hipótese Diagnóstica e Hipótese de Trabalho/Plano de Tratamento

Através do referencial teórico baseado na Teoria Cognitivo-Comportamental,


foi estabelecido metas para os atendimentos psicoterapêuticos, com o intuito da
paciente ser auxiliada na identificação de suas distorções cognitivas e consequentes
alterações de humor.
Por meio das primeiras sessões e de todo o processo de triagem, foi possível
observar que a paciente apresentava indicativos às crenças de desvalor e de
desamparo, assim como pensamentos automáticos negativos. Levantando a
hipótese diagnostica de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno
e Transtorno de Personalidade Borderline.
Durante o processo de atendimento psicoterápico, a paciente foi avaliada por
meio de alguns critérios específicos da triagem clínica e mensuração semanal
através do Inventário de Beck de Depressão (BDI-II) e o Inventário de Ansiedade
(BAI), ondo apresentou níveis leves em ambas as escalas.
Tendo como base as queixas apresentadas e a combinação dos métodos em
Cognitivo-Comportamental, realizou-se um protocolo de tratamento, dividido por
metas. Foram realizadas quatro sessões e os procedimentos iniciais incluíram
Psicoeducação, Questionamento Socrático, busca de evidências, Técnicas de
Relaxamento e Distração, Controle da Raiva e da Ansiedade. A médio prazo será
realizado treinamento em habilidades comportamentais e sociais, auto validação, e
fortalecimento da relação terapêutica.
Nessa perspectiva, para continuar o processo psicoterápico, é fundamental
validar as emoções da paciente e trabalhar com regulação emocional que aponta ser
um importante aspecto no tratamento. O treino de habilidades sociais também é
fundamental para o desenvolvimento do processo terapêutico, pois paciente com
diagnostico de Borderline geralmente não possuem um repertório socialmente
habilidoso para lidar com as dificuldades e com as pessoas, acarretando em mais
problemas. A identificação das crenças, esquemas e a reestruturação cognitiva
23

podem ser especialmente úteis para lidar com pensamentos dicotômicos e


absolutistas (fracasso/sucesso, amor/ódio, bom/mau).
24

4.2.6 Diagrama de Conceituação


NOME: Nathália Cavalcante Pereira. DATA: 17 / maio / 2018.

DADOS RELEVANTES DA INFÂNCIA/HISTÓRIA DE VIDA


Filha caçula; superprotegida pelos pais.
Mãe diagnosticada com depressão. Pai apresenta problemas com vício em jogos.
Quando criança, foi esquecida pela mãe na escola.
Problemas financeiros constantes.
Término de relacionamento.
Morte de sua cachorrinha.

CRENÇAS CENTRAIS
“Eu estraguei tudo.
“Não sei controlar minhas emoções.”
“Tenho de ser abandonada.”
“As pessoas são mal-agradecidas.”

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

“A pessoa que mais amo, me deixou.”


“Se eu pedir desculpa, então vai ficar tudo bem.”
“Não consigo fazer nada sozinha.”

ESTRATÉGIAS COMPENSATÓRIAS
Esquiva-se e foge de fazer escolhas.

SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3


Término de namoro. Convidou a irmã e o ex Morte de sua cachorrinha.
namorado para acompanha-la
na sessão terapêutica.

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS


“Ele não me ama, a minha vida “Não consigo fazer nada “quando ela precisou, eu a
não tem sentido.” sozinha.” abandonei, assim como todos
fazem comigo.”

SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A


Não sou digna de ser amada. Sou incapaz. Ficarei sozinha para sempre.

EMOÇÃO EMOÇÃO EMOÇÃO


Raiva. Raiva. Tristeza, arrependimento.

COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO


Briga com o ex namorado. Joga o celular contra parede. Evita sair de casa. Se isola.
25

5 AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A vivência no campo de estágio foi de suma importância para a aquisição de


novos conhecimentos, buscando extrair o máximo das experiências vividas para a
formação em psicologia, destacando o papel do psicólogo como mediador e
promotor de saúde e de compreensão.
Percebe-se na prática a importância de desenvolver a relação terapêutica e
acolhimento adequado, os desafios, a ética; que por sua vez é primordial para o bom
desempenho profissional. Observações e considerações que só vieram a
acrescentar na formação acadêmica, ocasionando impacto positivo, sobretudo nas
construções subjetivas que se fez em relação ao sofrimento do outro.
O Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral – SPA, proporcionou
experiências surpreendentes, mostrando-se preparado a receber e amparar os
estagiários, assim como a orientação da Prof. Ma. Elba Celestina do Nascimento Sá
sempre disposta a sanar as dúvidas, com zelo e esforço em tudo que proporcionava,
como disponibilizar materiais teóricos e práticos, buscando ajudar no decorrer das
experiências em campo.
A metodologia embasada na abordagem Terapia Cognitivo-Comportamental,
permitiu a compreensão integrada do sofrimento das pessoas e instrumentalizou a
prática clínica desenvolvida pela estagiária. Portanto, o serviço de triagem
psicológica, contribuiu no processo de encaminhamento para as linhas de
atendimento oferecidas pela clínica-escola.
As pessoas atendidas relatavam, em geral, uma leve melhora pelo simples
fato de terem sido ouvidas com atenção e respeito. Gerando reconhecimento e
habilidades terapêuticas que os estagiários precisam adquirir para obter um bom
desempenho profissional.
Ao confrontar idealizações pessoais com a realidade que se apresentava, foi
possível perceber o quanto nos sentimos vulneráveis frente ao sofrimento do outro,
e como esse sentimento desperta a necessidade de colaborar para sua redução,
principalmente quando acreditamos possuir os caminhos para fazê-lo.
26

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência do estágio de Psicologia na prática clínica, com embasamento


teórico em Terapia Cognitivo-Comportamental, permitiu adquirir muitos
conhecimentos práticos que só vieram a acrescentar o repertório acadêmico ao
longo do curso de Psicologia. É relevante ressaltar a importância da extensão de
conhecimentos que nos foram ofertados, tanto na supervisão, quanto o aprendizado
majestoso vivenciado no Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral –
SPA.
Cada momento foi vivenciado de forma positiva e todo o processo foi de
grande importância, pois é justamente o espaço que vai capacitar o acadêmico a
possuir uma postura crítica e reflexiva, constituindo um momento único para a sua
formação profissional. Proporcionando ao estudante sua inserção na prática
profissional e possibilitando entrar em contato com uma realidade concreta e
contraditória.
A experiência em campo contribuiu para nos deparar com fenômenos
comportamentais, antes somente estudados nas teorias, o que, permitiu, dentre
muitas coisas, constatar a aplicabilidade da Terapia Cognitivo-Comportamental,
tanto no que se refere ao embasamento teórico, como na empregabilidade de
técnicas específicas, o que fez com que se averiguasse a eficácia das mesmas por
diversas vezes.
Finalmente, a experiência em Psicologia Clínica foi extremamente valiosa,
mostrando que psicólogos, enquanto cientistas do comportamento, devem eles
mesmos, colocar sempre à prova seus conhecimentos, suas crenças, pensamentos
e hipóteses a priori, no intuito de constantemente buscarem a atualização teórica e
prática, devendo ainda, sempre estar buscando meios de compreender de forma
mais clara e efetiva os fenômenos que ocorrem a sua volta; as relações entre os
indivíduos e o meio, visando, com isso, proporcionar um aumento da qualidade de
vida para aqueles que o procuram.
27

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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