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Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

Teologia de Umbanda Sagrada – EAD – Curso Virtual


Ministrado por Alexandre Cumino

Texto 202

Índios fazem devolução da Bíblia


LA PAZ – Os índios dos Andes e da América decidiram “aproveitar a visita” do Papa João Paulo para
devolver-lhe a Bíblia, pois, “em cinco séculos, ela não nos deu nem amor, nem paz, nem justiça”,
segundo uma carta de dirigentes indígenas bolivianos enviada ao Sumo Pontífice. “Por favor, leve a sua
Bíblia e a dê aos nossos opressores, cujos corações e cérebros precisam mais de seus preceitos morais”,
acrescentam os índios na carta enviada ao Papa, que foi divulgada ontem em La Paz, assinada por Máximo
Flores, do Movimento Índio do Kallasuyo (Aymara) e Evmo Valeriano, do Partido Índio (Aymara) e Ramiro
Reynaga, do Movimento Índio Tupac Katari (Kheswa), representando as comunidades da Bolívia e do Peru.
Reynaga disse que quando o Papa se encontrar em Cuzco, capital do antigo império Inca, os índios lhe
devolverão os evangelhos levados por colonizadores para oprimir os povos americanos, e destruirão
publicamente seus vestidos “ocidentais” para vestir seus trajes típicos. Ao tornar pública a carta ao Papa,
o dirigente índio disse que “como parte do intercâmbio colonial imposto, recebemos a Bíblia, que foi a
arma ideológica do assalto colonialista. A espada espanhola que de dia atacava e matava corpos de
índios, de noite se tornava a cruz que atacava a alma indígena”.
A carta destaca que os índios que podem saudar o Papa João Paulo quando chegar ao território de
Tawantinsuyu, milenar por manter os preceitos de paz e humanidade, e acrescenta: “Apesar de nossa
enorme quantidade de minerais, petróleo, campos de plantação e outras riquezas, somos povos famintos,
doentes, ignorantes, fanáticos por esta ou aquela seita, religiosa ou anti-religiosa”.
Em seguida, afirma que desde a chegada de Colombo à América, impõe-se uma cultura, um idioma,
uma religião, alguns valores que correspondiam à Europa, a mesma que gerou tanto o comunismo
totalitário quanto o capitalismo injusto.
E agora, afirma o documento, “Sua Santidade vem visitar e abençoar o opressor estrangeiro, aquele que
desfruta o sofrimento alheio ou vem visitar o povo natural oprimido, aquele que sofre?” As contradições
não somente acontecem entre o comunismo e o capitalismo ou entre a direita e a esquerda, mas também
“na alternativa política vital, primeira e necessária, que está formada por duas opções: liberdade dos
povos contra o colonialismo europeu”.

Fonte: Jornal Estado de Minas (3-2-85)

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