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Ambientais
1.1 Introdução
Discussões mais recentes sugerem que o conceito de meio ambiente deve ser
mais abrangente, não apenas contemplando o meio ambiente natural, ou físico,
constituído pelo solo, pela água, pelo ar atmosférico e por seres vivos e suas
interações, mas também abarcando o meio urbano e o meio ambiente cultural,
integrado pelos patrimônios histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e
turístico (Silva, 2004). Uma definição que abrange todos esses aspectos pode
ser encontrada em Jollivet e Pavé (1992): “Meio ambiente constitui o conjunto
de meios naturais (milieux natureles) ou artificializados da ecosfera onde o
homem se instalou e que ele explora e administra, bem como o conjunto dos
meios não submetidos a ação antrópica e que são considerados necessários a
sua sobrevivência”. Esta estabelece claramente os diferentes aspectos que
compreendem a visão moderna de meio ambiente e uma de suas contribuições
é abordar a noção de ecosfera, noção esta que engloba não apenas os
componentes do meio, mas também processos e mecanismos que os ligam e
os fazem interagir (Figura 1.1). Desta forma, são consideradas não somente as
inter-relações entre meios abiótico e biótico, mas também como os fatores
antropogênicos e a sociedade. Essa separação é, em certo sentido, arbitrária,
pois o homem faz parte da natureza. No entanto, dada a magnitude de suas
ações e a intensidade de seus impactos no meio, é interessante separá-los,
pois os aspectos culturais e econômicos devem ser considerados sob a ótica
antrópica e podem ter tanto efeitos negativos quanto positivos.
Outra definição de impacto ambiental é dada pela NBR ISO 14001,² que o
define como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica,
que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais³ (elemento das
atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com
o meio ambiente) da organização (empresa, corporação, firma,
empreendimento, autoridade ou instituição, ou parte ou uma combinação
desses, incorporada ou não, pública ou privada, que tenha funções e
administração próprias.)”. A família de normas ISO 14000 trata da gestão
ambiental que engloba vários aspectos sobre sistemas de gestão de empresas.
A NBR ISO 14001 trata especificamente dos “requisitos para que um sistema
da gestão ambiental capacite uma organização a desenvolver e implementar
política e objetivos que levem em consideração requisitos legais e informações
sobre aspectos ambientais significativos”. Ela introduz o termo aspecto
Nos próximos capítulos vamos conhecer como esse processo evoluiu e quais
são os conceitos e as metodologias utilizados nos processos de AIA.
Seguiremos adiante com um breve histórico sobre a evolução da AIA e seus
aspectos técnicos e metodológicos serão abordados nos outros capítulos.
2.1 Introdução
“Princípio 5
Os recursos não renováveis da terra devem empregar-se de forma que se evite
o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade
compartilhe dos benefícios de sua utilização.
Princípio 6
Deve-se por fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros materiais que
liberam calor, em quantidades ou concentrações tais que o meio ambiente não
possa neutralizá-los, para que não se causem danos graves e irreparáveis aos
ecossistemas. Deve-se apoiar a justa luta dos povos de todos os países contra
a poluição.
“Princípio 13
Com o fim de se conseguir um ordenamento mais racional dos recursos e
melhorar assim as condições ambientais, os Estados deveriam adotar um
enfoque integrado e coordenado de planejamento de seu desenvolvimento, de
modo a que fique assegurada a compatibilidade entre o desenvolvimento e a
necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício de
sua população.
Princípio 14
O planejamento racional constitui um instrumento indispensável para conciliar
às diferenças que possam surgir entre as exigências do desenvolvimento e a
necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente”.
A AIA surge como instrumento legal pela primeira vez na Política Nacional do
Meio Ambiente (Lei no 6.938/81), que institui no plano federal a avaliação de
impacto ambiental e o licenciamento ambiental, antes somente existentes em
alguns estados. Antes dela, legislações específicas sobre a aplicação de AIA
para subsidiar “áreas críticas de poluição” (Lei no 6803/80) e um projeto de lei
sobre zoneamento industrial, que previa a delimitação de zonas de uso
exclusivamente industrial, já previam avaliações de impacto ambiental para a
execução dessas atividades no âmbito federal (Machado, 2003). Em seus
artigos 10 (este com redação determinada pela Lei no 7804/1989) e 11, inserem
a obrigatoriedade da realização do licenciamento ambiental, estipulando como
deve ser dada publicidade ao processo e delimitam as responsabilidades do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) na elaboração,
acompanhamento e fiscalização das atividades de licenciamento ambiental
(PNMA, 1981). No seu artigo 12, determina que as entidades e órgãos de
financiamento e incentivos governamentais também tenham a concessão de
seus benefícios a aprovação do licenciamento e condicionadas a realização de
obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle da degradação
ambiental e à melhoria na qualidade de vida. Muitos artigos dessa lei tiveram
a redação de seu caput alterada pela Lei no 7804/1989 ou regulamentada pela
Lei no 99274/1990, dentre os principais motivos é que com a Lei 7735/1989 o
IBAMA é criado e outras entidades autárquicas são extintas tais como a
Existem ainda mais dois tipos de licença para empreendimentos que foram
construídos antes de as regras de licenciamento serem elaboradas: a licença
de instalação corretiva (LIC), que é direcionada para empreendimentos
instalados ou em instalação e que ainda não procederam ao licenciamento
ambiental, e a licença de operação corretiva (LOC), que é direcionada para
empreendimentos em operação e que ainda não procederam ao licenciamento
ambiental (Fiemig, sem ano). Veremos um estudo de caso de LOC no estudo
de caso do Capítulo 8.
3.1 Introdução
Figura 3.2 Etapas do processo de AIA. (Fonte: Prof. Eduardo Lucena Cavalcanti
de Amorim, disponível em
http://www.ctec.ufal.br/professor/elca/Aula%20Conceitos%20AIA2.pdf,
acesso em 20/02/2016)
A geração de ruídos pode ser estimada pelos níveis de pressão sonora emitidos
pelo conjunto de atividades que compõem o empreendimento, aplicado em
relações matemáticas simples ou complexas que podem até mesmo estimar a
propagação de ruídos dada a distância, a existência de barreira física e a
rugosidade do terreno. Para isso, é possível fazer um monitoramento pré-
operacional, simulando a emissão desses ruídos e fazendo as medições em
diversos pontos na paisagem. A partir daí esses resultados podem ser colocados
em um software de interpolação de dados para que sejam estimados os níveis
de ruído por faixas na paisagem, denominadas isolinhas (Sanchez, 2008).
3.5 Conclusão
Neste capítulo pudemos ver, de forma geral, quais são as fases da AIA e alguns
indicadores utilizados para se fazer a previsão nos EIA. Outros documentos
4.1 Introdução
III- Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
eficiência de cada uma delas.
A - Descrição do Projeto
- Objetivos e justificativas, em relação e em compatibilidade com políticas
setoriais, planos e programas governamentais; e
- Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,
considerando-se a hipótese de não realização, especificando a área de
influência.
Agora vamos estudar agora cada uma das etapas do EIA com mais detalhes.
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 54
4.2 Caracterização do Projeto, da Área de Influência e Diagnóstico
Ambiental da Área sob Influência do Projeto
Após essas informações é necessária uma caracterização para cada uma das
fases que o envolvem (planejamento, implantação, operação e desativação),
em que são colocados seus objetivos e justificativas do projeto em relação a
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais.
É importante ressaltar que o monitoramento não deve estar restrito aos fatores
do meio biótico e abiótico, mas também a fatores do sociais e econômicos. Para
tal, devem ser utilizados indicadores que levem em conta um processo social
de coleta de dados, levando em conta os problemas apontados pela população
envolvida de forma qualitativa (Armour, 1990).
Os efeitos intangíveis podem ser medidos podem ser realizadas por estimativas
de custos-benefícios secundários (desenvolvimento regional), de efeitos
intangíveis (qualidade ambiental) e de impactos distributivos (qualidade de
vida). Essas medidas são feitas por elaboração de cartograma, gráficos,
quadros e tabelas para delimitação espacial e temporal da área estudada e a
consideração das dinâmicas demográficas e socioeconômicas como fatores
condicionantes de organização do espaço regional, criando estruturas
produtivas e condições de vida.
5.1 Introdução
Um dos grandes problemas do Rima é que, em muitos casos, ele é feito como
uma sequência de corte e colagem do EIA, apresentando pouca diferença em
termos de linguagem e redação e estrutura em relação a este. Desta forma, os
objetivos de tornar o conteúdo do EIA mais acessível e compreensível para o
público em geral não são alcançados. Para que isso não aconteça, algumas
recomendações são importantes e devem ser observados na redação da Rima,
é isso que veremos neste capítulo.
Segundo a Resolução Conama no 01/86 em seu artigo 9o, o Rima deverá conter,
no mínimo:
A apresentação geral deve conter todas as etapas do estudo, sendo que essas
etapas não devem ser, necessariamente, os nomes técnicos dados a ela.
Podem ser, por exemplo, apresentadas em forma de perguntas retóricas, como
no caso “Porque construir um terminal fluvial em Santarém?” ou “Como será o
terminal após a sua ampliação?” (Figura 5.1). Essas etapas certamente estão
escritas no EIA como as de Objetivos e Aspectos Técnicos do projeto, mas
nessa linguagem fica claro para o público geral o conteúdo. Convém notar
também que no início há uma parte introdutória explicando o que são o EIA e
o Rima e explicando a sua origem. Isto é suma importância para que a
população entenda o porquê de o documento estar sendo apresentado.
Figura 5.4 Mapas e fotos dos municípios envolvidos, das atividades presentes
na área e de paisagens ambientalmente significativas Rima do Terminal Fluvial
de Granéis Sólidos da Cargill Agrícola S.A. (Fonte: CPEA, 2010, p. 21)
5.4 Conclusão
A elaboração de um Rima é uma tarefa delicada e talvez seja uma das etapas
mais minuciosa da elaboração de um EIA/Rima, pois sua correta elaboração e
sua clareza evitam muitos dos transtornos advindos de consultas públicas
posteriores. A clareza na elaboração de um Rima torna todo o processo
evidente para que todos os envolvidos possam facilmente identificar alterações,
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 72
ações mitigatórias e ações positivas, além de favorecer a elaboração de
questionamentos, a visualização de outras possibilidades e a implementação
do empreendimento ou obra.
6.1 Introdução
6.4 Conclusões
7.1 Introdução
UIA = UIP × QA
onde:
UIA = unidade de impacto ambiental
UIP = unidade de importância
QA = índice de qualidade ambiental.
Os PGR são bem mais simples que os EAR; este último possui uma série de
itens, a saber: caracterização do empreendimento e da região, identificação
dos perigos e consolidação de cenários de acidentes, estimativa de efeitos
físicos e análise de vulnerabilidade, estimativa de frequências e de avaliação de
riscos e gerenciamento de riscos. Este último item é o PGR que é composto por
planos e medidas relacionados aos aspectos críticos mais importantes
identificados e possui um plano de atendimento de emergência (PAE) em caso
de ocorrência de acidentes. O PGR pode ser facilmente incorporado a um EIA
e contém informações sobre segurança dos processos, manutenção,
treinamento de pessoal, procedimentos operacionais similares aos encontrados
internamente nas empresas (Sanchez, 2006).
A participação pública é uma ação que deve ser realizada em várias etapas do
processo de AIA. A audiência pública é um instrumento formal de participação
pública no processo de AIA (Conama nos 001/86 e 009/87) que ocorre após a
execução do EIA e a apresentação do Rima. Pode ser solicitada pelo Ministério
Público ou por um conjunto de 50 cidadãos. A legislação não prevê audiências
para outros tipos de estudos ambientais (PCA, RCA, Prad; documentos
previstos na categoria extração mineral). As finalidades da audiência pública
7.5 Conclusão
Com o fim deste capítulo cobrimos todos os aspectos relativos à AIA. Vamos
agora analisar estudos de caso de EIA, discutindo suas etapas.
8. Estudos de Caso
8.1 Introdução
A análise dos EIA/Rima são feitas item por item orientados por perguntas que
visam analisar se os objetivos e metas delimitados foram alcançados. Quanto
aos métodos e às técnicas, deve-se verificar se estão adequados ao objeto de
estudo, a região onde se insere a obra ou empreendimento e se o estudo
poderá ser feito no período proposto, isto é, se a quantidade de dados e o
tempo de coleta são adequados. Também tem que levar em consideração a
capacidade de tal método em avaliar a situação existente e fazer os
prognósticos futuros dos impactos gerados, indicando suas alternativas
metodológicas e medidas de controle e monitoramento dos impactos gerados.
8.4 Conclusão
A análise conduzida neste capítulo não teve como objetivo esgotar o assunto
em torno do tema, existem muitos aspectos que podem ser abordados
dependendo do tipo e da dimensão do empreendimento e das várias
características do local de sua implantação. O que se pretendeu aqui foi fazer
uma análise crítica da estrutura geral de um EIA com base em um exemplo
real, a fim de chamar a atenção para alguns aspectos importantes na
elaboração desse documento (o Rima já foi abordado em capítulo anterior). A
análise de outros documentos possibilitará a percepção dos diversos aspectos
que envolvem essa tarefa.
BIBLIOGRAFIA
ABSY, M. L.; ASSUNÇÃO, F. N. A.; FARIA, S. C. 2006. 1995. Avaliação de
impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas. Brasília:
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
136p. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/ambtec/documentos/AIA.
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ALBA-TERCEDOR J. Macroinvertebrados acuáticos y calidad de las aguas de
los ríos. In: IV Simposio del agua en Andalucía (SIAGA). Almería. v. 2.
1996. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=lbl-