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FACULDADE DE LETRAS – UFRJ

Departamento de Letras Vernáculas / Setor de Língua Portuguesa


Curso: Produção e Leitura de Textos em Língua Portuguesa
Professora: Bruna Brasil
COERÊNCIA TEXTUAL
“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São
Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que ficavam os pacotinhos de amendoim.
Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro
capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o
motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para
o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.”

Tal texto, extraído de uma redação escolar, apresenta uma incoerência: se o menino era tão fraco, que
quase não podia carregar a cesta de amendoins, como conseguiu carregar o homem corpulento até o carro?
Dessa forma, então, a coerência textual deve ser entendida como algo que não se encontra no texto,
mas se constrói a partir dele com base em diversos fatores relacionados ao mundo exterior a ele. A coerência
é a qualidade básica da textualidade, isto é, ela faz de uma sequência linguística um texto e não um
amontoado de frases aleatórias.
Enquanto a coesão se refere às ligações da superfície textual, sintáticas e pragmáticas, a coerência está
relacionada à continuidade de sentidos no texto, realizada implicitamente por uma conexão cognitiva entre
elementos do texto. A coerência textual é a base de sentido dos textos, dependendo de uma série de fatores
relacionados a seguir:

- ELEMENTOS LINGUÍSTICOS – ponto de partida para os outros fatores porque, mesmo que o sentido
do texto não seja depreendido apenas nas palavras, a escolha das palavras e os recursos linguísticos são
importantes para estabelecer a coerência. Os itens lexicais e estruturas sintáticas ajudam a ativar os
conhecimentos armazenados na memória do leitor.
- CONHECIMENTO DE MUNDO – o conhecimento prévio de mundo nos permite ler o texto, relacionar seus
elementos por meio de inferências, dar continuidade de sentido aos segmentos textuais. Corresponde à soma
de todos os nossos conhecimentos adquiridos à medida que vivemos e que são armazenados em blocos,
denominados modelos cognitivos.
- INFERÊNCIA/IMPLÍCITOS – referem-se aos conhecimentos que não estão expressos, mas que podem ser
deduzidos a partir do que é dito (isto é, informações implícitas). O leitor deduz mensagens, supre lacunas,
com base em conhecimentos prévios. Os textos exigem que o leitor faça uma série de inferências para poder
entendê-lo, caso contrário, seriam longos, se tivesse que estar explicitado tudo o que se deseja expressar.
- INTERTEXTUALIDADE – refere-se a um conjunto de relações que um texto mantém com outro, prende-se
ao conhecimento prévio de outros textos, tanto no que diz respeito à forma, quanto ao conteúdo. Na forma,
podem aparecer citações, paráfrases ou paródias; no caso do conteúdo, a intertextualidade é uma constante,
já que todos os textos dialogam com os outros precedentes.
- CONHECIMENTO PARTILHADO – como emissor e receptor possuem obrigatoriamente conhecimentos de
quantidade e qualidade diferentes, é necessário que um texto, para ser coerente, se fundamente numa base
sólida de conhecimentos comuns entre os dois. Quando o conhecimento não é partilhado, o texto necessita
de muitas explicitações.
- FATORES DE CONTEXTUALIZAÇÃO – são todos aqueles que relacionam o texto a uma situação
comunicativa determinada. A data, local, assinatura, elementos gráficos, título, entre outros elementos,
podem tornar o texto coerente.
- CONSISTÊNCIA E RELEVÂNCIA - a consistência exige que todos os dados textuais estejam relacionados de
forma inequívoca entre si, de modo a não haver contradições; já a relevância se liga ao fato de que o
conjunto de enunciados que compõe o texto deve ser relevante para um mesmo tópico discursivo, isto é, que
os enunciados sejam interpretáveis como falando sobre um mesmo tema.
EXERCÍCIOS
1) O texto a seguir é parte de uma redação de vestibular com problemas de coerência textual. Analise-o a
partir dos fatores de coerência estudados:

Felicidade é um viver como aprendiz. É retirar de cada fase da vida uma experiência significativa para o
alcance de nossos ideais.
É basear-se na simplicidade do caráter ao executar problemas complexos; ser catarse permanente de
doação sincera e espontânea.
A felicidade, onde não existem técnicas científicas para sua obtenção, faz-se de pequenos fragmentos
captados de sensíveis expressões vivenciais. Cada dia traz inserido na sua forma, um momento cujo silêncio
sussurra no interior de cada vivente chamando-o para a reflexão de um episódio feliz.

2) Indique as possíveis inferências produzidas por cada uma das manchetes abaixo:
a) As chuvas de janeiro prometem ser violentas.
b) O governo promete arrecadar mais este ano em impostos.
c) Os pilares da ponte Rio-Niterói estão sofrendo corrosão.
d) Mais uma tentativa de fuga de presos em São Paulo.

3) Escolha dois fatores de coerência estudados e analise as tirinhas abaixo. Explique por que o humor
produzido em ambos os textos se relaciona com esses fatores:

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