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Prólogo
Fontes para o estudo: Geografia Alagoano do Thomaz Espindola (essencial,
mas omissa e incompleta); revistas do Instituto Histórico, Arqueológico e
Geográfico de Alagoas; depoimentos da tradição oral. Obs.: o autor “relutou em
usar depoimentos de pessoas do cenário político ainda vivas; onde usou, não
aprofundou a interpretação sob o risco de ser julgado “imparcial”. Existia uma
sede em dizer o que era Alagoas para além das necessidades do Estado?
História de Alagoas
1° Tópico – Descoberta:
2º Tópico – A primeira expedição no Brasil: Já na primeira(s) expedição
(1501), que explorou vasto território, depois de dias ancorados no Rio Grande
do Norte, Pernambuco, esses navegantes chegam ao São Francisco, “às costas
de Alagoas”. Os lugares eram batizados conforme o santo do dia da
“descoberta”. Até 1503 não houveram expedições “oficiais”. Depois dessa
expedição, o novo território foi abandonado, já que o observado aqui não
interessou imediatamente aos portugueses – estes só fizeram alguma coisa
quando o território começou a ser cobiçado por outras nações.
3º Tópico – A terra: O que é abordado – extensão do território; forma
geométrica; tipo de terreno, alagadiço na costa, com matas no centro,
montanhoso no sertão; as serras. Rio S. Francisco como a dadiva de Alagoas; o
porquê do nome do Estado. Economia: lagoas fundamentais para a pesca,
agricultura; poucos ancoradouros bons; as ilhas. Clima: quente e húmido no
litoral, quente e seco no sertão. Doenças: raramente dizimadoras. As chuvas:
poucas. A flora: já não desmatada, mas ainda importante por suas ervas
medicinas, madeiras para construção, e material para indústria têxtil, e à
indústria extrativa. Mantém potencial agropecuário. Fauna: rica de aves, peixes,
mamíferos, moluscos e crustáceos, e insetos (pouco explorado
economicamente). Também possui riquezas pouco exploradas. Obs.:
expectativa sobre a ação dos homens em Alagoas: superar o conflito das raças,
que permitiria a eclosão dos “tipos homéricos”, forjados nessas terras altivas que
jamais saem de suas visões, não importando onde se exilem. Obs.: pouca
exploração das potencialidades econômicas do território alagoano.
4º Tópico – O homem: essas terras eram habitadas por vários aborígines, entre
os quais se destacam os Caetés, mui selvagens e ferozes, odiados por outros
índios. Destaque de várias tribos, sem suas especificidades, mais destaque das
“ilustres estirpes” colonizadoras; contudo, a colonização não foi fácil. A
mestiçagem produziria grandes tipos, da qual o sangue mestiço português com
o sangue indígena teria produzido um “Floriano Peixoto”. A mestiçagem com
africanos (por falta de engenhos?) teria sido limitada, se comparado com a
indígena.
Traços que os alagoanos teriam herdado dos portugueses: serenidade de
ânimo; apatia; pouca iniciativa individual; aferro às tradições passadas.
O gênero de vida explica os tipos sociais: o sul do estado apresentaria
tendências mais democráticas devido ao gênero de vida que predominou nessa
região, qual seja - a pecuária, caracterizada por um nomadismo, cuja forma de
ser praticada impedia a diferenciação de classe e o exacerbamento da
autoridade. Já o norte do estado possuía tendência aristocráticas, sustentadas
pelo tipo de senhor que produzia a indústria açucareira, uma espécie de “senhor
feudal”, perenemente “forçado a manter uma rígida e férrea disciplina entre a
escravatura” (p. 06). Isso também explicaria a maior presença dos nortistas nos
negócios públicos da província.
Um determinismo geográfico sobre o gênero de vida? O gênero de vida mais
adequado para as populações ribeirinhas de Alagoas (território pouco povoado)
conforme o “inconsciente da história” e os “ensinamentos da economia política”,
seria a “bovinotecnia” – lamentavelmente pouco desenvolvida.
Porque o litoral se tornou o espaço mais densamente povoado da província:
porque os pontos centrais do Estado estavam justamente no litoral, sempre mais
explorado pelos portugueses no “Brasil”. As guerras holandesas também
contribuíram muito para essa densidade demográfica, pois muitos
pernambucanos emigraram para o litoral alagoano.
Traços que diferenciavam os alagoanos das populações de outros
estados: “Taciturno, algo desconfiado, sem a fraqueza rude outros provincianos,
o alagoano detesta fanfarronadas e não tem a avidez de glorias” (p. 07). Os
alagoanos se destacaram nas guerras (Holandesa e do Paraguai) com figuras
brilhantes, como Calabar (mulato heroico manchado por sua traição). Alguns mui
se destacam nos trabalhos industriais; nos estudos da natureza; na poesia.
5º Tópico – Alagoas no século XVI: Situação do território: abandono completo;
inicio da colonização em 1530 com o sistema de capitanias; as capitanias que
se formaram a partir de sementes pernambucanas sempre obedeceram aos
“influxos maternais” das revoltas que tiveram palco em Pernambuco.
Da doação da Capitania de Pernambuco a Duarte Coelho (1534) a sua
apropriação de fato, que teve de ser conquistada palmo a palmo devido à
presença indígena, principalmente caetés (Sebastião R. Pita). Obs.: Tratamento
heroico dado ao donatário.
O “tipo alagoano”, tomado como ser de ânimo sereno, apático, com pouca
iniciativa individual, aferro às tradições passadas, não seria idôneo à natureza
dos acontecimentos que se desdobravam. Se essas populações aderiram à
revolta, antes o foi por questão de um “mal-entendido humanitarismo”, só assim
o tipo alagoano acabaria envolvido nesses tratos. Diante do reconhecimento da
generalizada adesão, Brandão fala em “adesão com fictício entusiasmo”,
reforçado a perspectiva de que o tipo alagoano não possui uma índole que o
impele a esse tipo de ação. As vilas de São Miguel e Penêdo são destacadas;
para o autor, parte dos “penedenses” que aderiram à revolução “coagidos pelo
terror”, enquanto sofriam os males da doença, varíola, e da seca recentes.
Uma das causas principais que teriam levado a uma adesão mais ampla dos
anseios revolucionários, na comarca de Alagoas, seria a divulgação de falsas
notícias sobre a revolução ter sido aderida em várias partes da Colônia.