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Moreno Brando – História De Alagoas (1909)

Prólogo
Fontes para o estudo: Geografia Alagoano do Thomaz Espindola (essencial,
mas omissa e incompleta); revistas do Instituto Histórico, Arqueológico e
Geográfico de Alagoas; depoimentos da tradição oral. Obs.: o autor “relutou em
usar depoimentos de pessoas do cenário político ainda vivas; onde usou, não
aprofundou a interpretação sob o risco de ser julgado “imparcial”. Existia uma
sede em dizer o que era Alagoas para além das necessidades do Estado?
História de Alagoas
1° Tópico – Descoberta:
2º Tópico – A primeira expedição no Brasil: Já na primeira(s) expedição
(1501), que explorou vasto território, depois de dias ancorados no Rio Grande
do Norte, Pernambuco, esses navegantes chegam ao São Francisco, “às costas
de Alagoas”. Os lugares eram batizados conforme o santo do dia da
“descoberta”. Até 1503 não houveram expedições “oficiais”. Depois dessa
expedição, o novo território foi abandonado, já que o observado aqui não
interessou imediatamente aos portugueses – estes só fizeram alguma coisa
quando o território começou a ser cobiçado por outras nações.
3º Tópico – A terra: O que é abordado – extensão do território; forma
geométrica; tipo de terreno, alagadiço na costa, com matas no centro,
montanhoso no sertão; as serras. Rio S. Francisco como a dadiva de Alagoas; o
porquê do nome do Estado. Economia: lagoas fundamentais para a pesca,
agricultura; poucos ancoradouros bons; as ilhas. Clima: quente e húmido no
litoral, quente e seco no sertão. Doenças: raramente dizimadoras. As chuvas:
poucas. A flora: já não desmatada, mas ainda importante por suas ervas
medicinas, madeiras para construção, e material para indústria têxtil, e à
indústria extrativa. Mantém potencial agropecuário. Fauna: rica de aves, peixes,
mamíferos, moluscos e crustáceos, e insetos (pouco explorado
economicamente). Também possui riquezas pouco exploradas. Obs.:
expectativa sobre a ação dos homens em Alagoas: superar o conflito das raças,
que permitiria a eclosão dos “tipos homéricos”, forjados nessas terras altivas que
jamais saem de suas visões, não importando onde se exilem. Obs.: pouca
exploração das potencialidades econômicas do território alagoano.
4º Tópico – O homem: essas terras eram habitadas por vários aborígines, entre
os quais se destacam os Caetés, mui selvagens e ferozes, odiados por outros
índios. Destaque de várias tribos, sem suas especificidades, mais destaque das
“ilustres estirpes” colonizadoras; contudo, a colonização não foi fácil. A
mestiçagem produziria grandes tipos, da qual o sangue mestiço português com
o sangue indígena teria produzido um “Floriano Peixoto”. A mestiçagem com
africanos (por falta de engenhos?) teria sido limitada, se comparado com a
indígena.
Traços que os alagoanos teriam herdado dos portugueses: serenidade de
ânimo; apatia; pouca iniciativa individual; aferro às tradições passadas.
O gênero de vida explica os tipos sociais: o sul do estado apresentaria
tendências mais democráticas devido ao gênero de vida que predominou nessa
região, qual seja - a pecuária, caracterizada por um nomadismo, cuja forma de
ser praticada impedia a diferenciação de classe e o exacerbamento da
autoridade. Já o norte do estado possuía tendência aristocráticas, sustentadas
pelo tipo de senhor que produzia a indústria açucareira, uma espécie de “senhor
feudal”, perenemente “forçado a manter uma rígida e férrea disciplina entre a
escravatura” (p. 06). Isso também explicaria a maior presença dos nortistas nos
negócios públicos da província.
Um determinismo geográfico sobre o gênero de vida? O gênero de vida mais
adequado para as populações ribeirinhas de Alagoas (território pouco povoado)
conforme o “inconsciente da história” e os “ensinamentos da economia política”,
seria a “bovinotecnia” – lamentavelmente pouco desenvolvida.
Porque o litoral se tornou o espaço mais densamente povoado da província:
porque os pontos centrais do Estado estavam justamente no litoral, sempre mais
explorado pelos portugueses no “Brasil”. As guerras holandesas também
contribuíram muito para essa densidade demográfica, pois muitos
pernambucanos emigraram para o litoral alagoano.
Traços que diferenciavam os alagoanos das populações de outros
estados: “Taciturno, algo desconfiado, sem a fraqueza rude outros provincianos,
o alagoano detesta fanfarronadas e não tem a avidez de glorias” (p. 07). Os
alagoanos se destacaram nas guerras (Holandesa e do Paraguai) com figuras
brilhantes, como Calabar (mulato heroico manchado por sua traição). Alguns mui
se destacam nos trabalhos industriais; nos estudos da natureza; na poesia.
5º Tópico – Alagoas no século XVI: Situação do território: abandono completo;
inicio da colonização em 1530 com o sistema de capitanias; as capitanias que
se formaram a partir de sementes pernambucanas sempre obedeceram aos
“influxos maternais” das revoltas que tiveram palco em Pernambuco.
Da doação da Capitania de Pernambuco a Duarte Coelho (1534) a sua
apropriação de fato, que teve de ser conquistada palmo a palmo devido à
presença indígena, principalmente caetés (Sebastião R. Pita). Obs.: Tratamento
heroico dado ao donatário.

Alguns acontecimentos principais: fundação da povoação de Penedo (entre


década de 30 e 50 do sec. XVI); governo geral (1549); naufrago do Bispo
Sardinha e extermínio do caetés a “fogo e ferro”, década 50; fundação de Porto
Calvo (1575), com a subjugação de índios Potiguaras e criação de engenhos de
açúcar; fundação da cidade de Madalena Subaúma no começo do sec. XVII.
Avaliação geral da capitania de Pernambuco: uma das mais prosperas do Brasil,
focada eminentemente na cultura do açúcar.

6º Tópico - A Guerra holandesa: Listagem dos governadores de Pernambuco;


a guerra com a Holanda se deu no governo de Mathias de Albuquerque (1620-
6), e um dos motivos fundamentais seria a “luta pelo comércio livre contra o
monopólio”. As contribuições de Calabar foram fundamentais para o sucesso dos
Holandeses, que vinham alternando vitórias e derrotas. A guerra com os
holandeses já havia sido preludiada quando de um assalto holandês a um navio
em Pernambuco.
Acontecimentos preliminares da guerra: armada contra a Bahia em 1624, liberta
no ano seguinte; armada de navios com rápida passagem de Salvador a
Pernambuco em maio desse ano; depois de vários fracassos, os holandeses
conseguem invadir Pernambuco; em setembro de 1631 começam confrontos no
território “alagoano”; Calabar interpretado como traidor, os que o quiseram fazer
herói possuíam um nacionalismo distorcido; a traição de Calabar (1632) não foi
tão primordial como quiseram parecer ser, a “fortuna” já estava ao lado dos
holandeses; envio de reforços para os holandeses pela Companhia das Índias
Ocidentais; Depois de algumas derrotas, soldados holandeses dirigem-se a
território alagoano, guiados por Calabar e deixando rastros de destruição nas
vilas; Retaliação do donatário de Pernambuco, Mathias de Albuquerque, com
recuperação de vilas; entrega de Calabar em seguida (autossugerida), enforcado
e esquartejado;

8º Tópico – O Quilombo dos Palmares:


O que o autor aborda primeiro; Datação e localização; o Estado quilombola que
se formava não ficava tão distante dos Estados da civilização europeia.
Estrutura político-administrativa: 12 mocambos dirigidos por subchefes,
submetidos ao chefe maior Zumbi.
Origem do Quilombo: negros fugidos que se uniram e depois adotaram a
organização Quilombo.
Fases de adaptação do negro à sociedade “brasileira”: banzo => insurreição
homérica => aceitação e submissão à produção.
Os quilombos cresceram com a junção de negros fugitivos e se fundaram força
militar capaz de resistir à agressão dos brancos. Aqueles uniram-se pardos e
mestiços.
As relações com outras populações fora do quilombo: faziam trocas de
mercadorias e serviços, porem eram relações estabelecidas pela atmosfera do
medo.
A religião palmarina: misto de catolicismo com aberrações fetichistas dos
africanos.
Possuíam leis contra: roubo, adultério, assassinato.
Destruição do Quilombo: Narração das tentativas de derrotar os palmarinos e
destaque da resistência do quilombo. Os quilombolas teriam cedido com a
chegada do segundo grupo de reforços, lançando-se então ao infame suicídio –
“holocausto à liberdade”. Os sobreviventes foram reescravizados, junto aos
livres, e suas terras dadas como sesmarias aos vencedores.
9º Tópico – Alagoas: Comarca de Pernambuco.
- Elevação de alagoas à comarca e instalação das instituições necessária na vila
Magdalena: ouvidor, corregedor, juízes ordinários, camaristas, comandante
militar, capitães-mores.
O autor segue listando alguns acontecimentos da Comarca de Alagoas e a série
do seu quadro administrativo e as ações de cada liderança; destaca-se o
apontamento do combate às reminiscências da energias produzidos na
destruição do Quilombo e na guerra holandesa, tomados como eventos que iam
na contramão da integração da sociedade que se formava naquele território
(1772-176) (p. 34).
1779-1798: Desenvolvimento na agricultura, adoção da cultura do algodão.
Combate ao desmatamento bárbaro das florestes “alagoanas” – conservador
das matas.
A partir de 1807, ímpeto de criação de municipalidade, Alagoas, Penedo, Porto-
Calvo funcionando como comarcas. Reclamação ao rei de juízes letrados para
as vilas, seguida de carta auspiciosa sobre a importância da colônia a se tornar
império no futuro – auspício saudado por Brandão ao ressaltar a transformação
do Brasil colonial em um país autônomo com instituições democráticas.
O porquê de Alagoas se tornar comarca e Sergipe se desagregar da Bahia:
são os resquícios das lutas holandesas, os crimes que se seguiram, a suspeição
contínua sobre o povo “pernambucano” - animosidade desses eventos bélicos
não se apagou, e o próprio povo passado pelo forja da guerra tornou-se
“guerreio”. A suspeição sobre a possível repetição desses eventos fez ressaltar
os elementos conservadores da população de Pernambuco. As ondas desses
acontecimentos, que fizeram nascer a comarca de Alagoas, vão ser dominadas
pelo 12º ouvidor dessa comarca.
Nesse povo aguerrido que compunha a sociedade alagoana em gestação,
formava-se já, incipientemente, o espírito de revolta contra o domínio
metropolitano.
10º Tópico: Revolução de 1817.
A revolução pernambucana é percebida por Moreno Brandão como um
acontecimento de proporções de uma tragédia grego, algo como inquietante
como a literatura de Dante. Os abalos sísmicos que ocorreram no espaço
pernambucano estiveram na origem dos movimentos de independência do
espaço alagoano, primeiro como comarca, com as ondas provocadas pela
guerra holandesa, depois como capitania, como resultado das ações dos
revolucionários/revoltosos, que levaram ao desmembramento de Alagoas da
capitania de Pernambuco.

Essa revolução que planta os primeiros germes da “rebeldia contra a metrópole”


teria sido iniciada com os atos de um negociante e tomado fôlego com a
conivência de “oficiais brasileiro”. O autor condena o derramamento de sangue
do qual parte a revolução, contudo a valoriza positivamente por seu teor
patriótico. Um dos primeiros atos dos revolucionários foi tentar cooptar mais
adeptos à sua causa nas capitânias e povoações vizinhas. Em relação às
povoações do futuro território alagoano, os revolucionários conseguiram sua
adesão, com exceção da povoação de Atalaia – de imediato Brandão aponta que
essa adesão a esse tipo conflito não era comum ao espírito das populações que
se formaram nesse território.

O “tipo alagoano”, tomado como ser de ânimo sereno, apático, com pouca
iniciativa individual, aferro às tradições passadas, não seria idôneo à natureza
dos acontecimentos que se desdobravam. Se essas populações aderiram à
revolta, antes o foi por questão de um “mal-entendido humanitarismo”, só assim
o tipo alagoano acabaria envolvido nesses tratos. Diante do reconhecimento da
generalizada adesão, Brandão fala em “adesão com fictício entusiasmo”,
reforçado a perspectiva de que o tipo alagoano não possui uma índole que o
impele a esse tipo de ação. As vilas de São Miguel e Penêdo são destacadas;
para o autor, parte dos “penedenses” que aderiram à revolução “coagidos pelo
terror”, enquanto sofriam os males da doença, varíola, e da seca recentes.

Uma das causas principais que teriam levado a uma adesão mais ampla dos
anseios revolucionários, na comarca de Alagoas, seria a divulgação de falsas
notícias sobre a revolução ter sido aderida em várias partes da Colônia.

Para Brandão, no geral, a Revolução Pernambucana tomou forma em

actos ingênua e parvoamente demagógicos e iconoclastas,


consistentes na soltura de presos encerrados em cárceres, na
eliminação das armas reaes de bandeiras e edifícios públicos,
na mudança do tratamento de senhor, excellencia, senhoria e
mercê, por vos e patriota” (MORENO, p. 38).

Assim, se Brandão reconhece que houve manifestação de patriotismo nos atos


revolucionários de Pernambuco, os desdobramentos desses atos foram, no
mínimo, medíocres; isso, possivelmente, em relação ao que ele esperava de
uma revolução e em relação ao que ele percebeu dos desdobramentos dos
acontecimentos revolucionários.

A narrativa é prossegue a partir da ruptura das relações da comarca de Alagoas


com o governo de Pernambuco, a qual estava submetida. O fator que leva a essa
ruptura? Um esclarecimento sobre as notícias falsas do primeiro momento. A
comarca monta um governo provisório submetido à Bahia e, juntando força
militar com esta, iniciam uma investida contra os revolucionários de Pernambuco;
aliás, uma das primeiras ações voltadas para a contenção da revolução, algo
que o autor toma como positivo, quase uma vanglória por Alagoas ter contribuído
aí.

Esse apartamento inicial da Comarca de Alagoas com Pernambuco e a


conseguinte submissão da comarca à dinastia Bragança não impediriam uma
onda de retaliações sobre as povoações alagoanas, com destaque para a vila
de Penêdo. Nas palavras de Brandão, o resultado dessas retaliações foi

Toda uma população, por seus homens representativos,


ajoelhada na curvatura suprema da humildade, implorando
perdão à prepotência boçal, que se quintessenciava em actos
de anômala vingança (p. 39).
Não é descabido afirmar que os amores de Brandão por Alagoas estão a guiar
parte de suas palavras sobre as consequências da revolução pernambucana na
comarca, tomadas como moralmente injustas, uma série de cruéis humilhações.
Penêdo seria a vila onde a crueldade e as humilhações atingiram seu auge. Esta
vila, que no começo das notícias havia se alinhado à causa dos revolucionários,
logo se colocou à sua remissão. Apesar disso, a forças para combate que haviam
se aglomerado na povoação de Villa-Nova, e que tinham jurado fidelidade à
causa régia e ódio aos rebeldes pernambucanos, não hesitaram em submeter
Penêdo e seus habitam à extremas violências. Nos termos do autor

Os villa-novenses exerciam um corso medonho contra o povo de


Penêdo, aprezavam embarcações, prendiam indivíduos forros
ou captivos, atiravam nos que fugiam aos seus attaques,
patrulhavam acintosamente as ruas e etc (p. 40).
O cenário para os penedenses se fez de pânico geral, com várias famílias, com
os habitantes em geral, fugindo da vila, tementes de maiores danos. Mesmo os
chefes da guarnição de Penêdo estiverem sob o escopo da foice dos villa-
novenses. Houveram tentativas de alertar ao governo baiano a situação
dramática na qual se encontra a vila de Penêdo, contudo, Brandão sustenta que
as violências continuaram, em parte por conta da inércia das autoridades
alagoanas.

Ao fim deste tópico em que trata da Revolução de 1817, Moreno Brando


repassa sua explicação: os “alagoanos” que aderiam à causa revolucionário o
fizerem a ferros, coagidos pelo terror, e porque as falsas notícias os fizeram
acreditar que a revolução havia se generalizado na colônia e que nada poderiam
fazer para deter os desdobramentos da revolução, seus malefícios para o rei. O
autor encerra falando sobre a violência em Penêdo só ter cessado com a
chegada de uma autoridade, o general Cogominho; que não só pôs fim à onda
de violências como conseguiu montar dois batalhões de voluntários em Penêdo,
partindo com eles para a contenção dos rebeldes pernambucanos – quase uma
confirmação do entusiasmo fictício dos alagoanos pela revolução, que no
momento propício teriam demonstrado seus verdadeiros afetos.

Retaliações pela adesão de vilas da comarca de Alagoas à revolução,


especialmente Penêdo e S. Miguel dos Campos. A população de São Miguel
aderiu à revolução por coação de um rebelde destacado, já sombrios pela
recente seca e varíola; esses homens também foram impelidos à insurreição por
notícias falsas sobre a disseminação da revolução pelo Império.
Manifestação concreta da adesão revolucionária:

Acontecimento importante: 31 de março Alagoas do governo de Pernambuco e


instala um governo provisório sujeito à Bahia – depois da clareza em relação às
notícias. Em seguida, esse governo provisório mandou forças militares para
conter os insurretos em Pernambuco; às quais se seguiram forças baianas e
sergipanas. Penêdo já se punha ao lado de el rei, sendo berço dos movimentos
contrarrevolucionários; contudo, não sendo a única vila a passar a hostilizar os
revoltosos e tendo, inicialmente, adeptos da revolução – outras vilas, mais do
que todas a chamada Vila Nova, iniciaram uma sessão de perseguições contra
toda a comarca de Alagoas, com mais intensidade aos penedenses. Um episódio
de humilhação das populações alagoanas – ajoelhadas em ato de suprema
humildade, “implorando perdão à prepotência boçal, que se quintessenciava em
atos de anômala vingança”. Tais perseguições perduraram também pela
conveniência das autoridades alagoanas.
11° Tópico – Alagoas, capitania independente.
Razão do desmembramento de Alagoas por decreto real: enfraquecer
Pernambuco e mimar Alagoas por seus serviços contra os insurretos.

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