Sei sulla pagina 1di 34

CAROLINE DO PRADO VIEIRA

O SISTEMA PRISIONAL NA VIDA DE IDOSOS ENCARCERADOS NO BRASIL A


PARTIR DE UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de graduação em
Psicologia da Universidade Católica de
Brasília.

Orientadora: Dra. Júlia Sursis Nobre Ferro


Bucher Maluschke

Brasília - DF

2016
Trabalho de Conclusão de Curso de autoria de Caroline do Prado Vieira
intitulado “O SISTEMA PRISIONAL NA VIDA DE IDOSOS ENCARCERADOS NO
BRASIL A PARTIR DE UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA” apresentada como
requisito parcial para formação em Psicologia da Universidade Católica de Brasília
em 24 de novembro de 2016, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo
assinada:

_____________________________________________

Profª. Doutora Júlia Sursis Nobre Ferro Bucher Maluschke


Orientadora
Psicologia - UCB

_____________________________________________

Profª Mestre Ana Cristina de Alencar Bezerra Oliveira


Psicologia - UCB

Brasília
2016
AGRADECIMENTO

Meus sinceros agradecimentos a Deus, que colocou em minha vida pessoas


especiais que me apoiaram durante toda a minha graduação. Destas, agradeço
imensamente aos meus pais e irmão, que sempre acreditaram no meu potencial, ao
meu noivo que jamais me deixou desanimar, aos parentes que sempre me
apoiaram, aos professores do curso de Psicologia da Universidade Católica de
Brasília e à querida e doce Lesly que me ajudou muito durante a primeira etapa
deste trabalho e sempre me fortaleceu com suas palavras.
RESUMO

VIEIRA, Caroline do Prado. O sistema prisional na vida de idosos encarcerados


no Brasil a partir de uma pesquisa bibliográfica. 2016. 34 páginas. Curso de
Psicologia – Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, 2016.

O presente trabalho tem por objetivo Identificar, a partir de um estudo bibliográfico,


achados que informem sobre o sistema prisional brasileiro na vida de pessoas
idosas. Observou-se que muito do que se entende por idoso na sociedade brasileira
atual é fruto de como ele foi visto durante toda a história. Diante disso, o Estatuto do
Idoso foi criado para estabelecer regras de defesa e proteção aos idosos. Porém,
quando se trata de idosos em situação de vulnerabilidade social é possível identificar
falhas nas leis que se referem a esse público podendo levá-los a cometer crimes e
consequentemente à vida precária no sistema prisional. De acordo com os dados
estatísticos obtidos, 1% da população masculina presa é idosa e 1% da população
feminina encarcerada também. Porém, os dados coletados não indicam
necessariamente que essas pessoas cometeram crimes após os sessenta anos de
idade. Elas podem ter sido inseridas no sistema prisional quando jovens. Tal
ambiente repleto de regras e punições oferece consequências desagradáveis tanto à
saúde física, cognitiva e psicossocial do idoso.

Palavras-chave: Idoso. Sistema prisional. Estatuto do idoso.


ABSTRACT

The present study aims to identify, through a bibliographic study, findings that inform
about the Brazilian prison system in the lives of elderly people. It was observed that
much of what is understood by the elderly in the current Brazilian society is fruit of
how they´ve been seen throughout history. Given this, the Statute of the Elderly was
created to establish rules of defense and protection for the elderly. However, when it
comes to the elderly in situations of social vulnerability, it is possible to identify flaws
in the laws that refer to this public, which can lead them to commit crimes and
consequently to the precarious life in the prison system. According to the statistical
data obtained, 1% of the male prisoners are elderly and 1% of the female prisoners
are also prisoners. However, the data collected does not necessarily indicate that
these people committed crimes after sixty years of age. They may have been in the
prison system since they were young and punished for the crime they committed a
few years ago. Such an environment full of rules and punishments offers unpleasant
consequences both to the physical, cognitive and psychosocial health of the elderly.

Keywords: Elderly. Penitenciary system. Statute of the elderly.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................8
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................10
2.1 A PESSOA IDOSA.................................................................................................10
2.2 O ESTATUTO DO IDOSO.....................................................................................12
2.3 O SISTEMA PENITENCIÁRIO..............................................................................14
2.4 O PERFIL DOS PRESOS.....................................................................................16
2.5 IDOSOS NO SISTEMA PENITENCIÁRIO............................................................17
2 OBJETIVOS.............................................................................................................18
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................18
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO......................................................................19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................27
REFERÊNCIAS...........................................................................................................28
ANEXOS......................................................................................................................31
8

1 INTRODUÇÃO

A partir de informações coletadas pela Organização Mundial da Saúde, Costa


e Ciosak (2010) citam que o quantitativo de idosos brasileiros se encontra em
constante crescimento, assim como as políticas públicas voltadas a esse público.
Do mesmo modo em que a população idosa aumenta, a desigualdade social
brasileira também cresce. Carmo e Araújo (2011) afirmam que o crescimento da
população idosa não é compatível com o das políticas públicas e assim cresce a
desigualdade social, fator que impossibilita a vida tranquila de tal população e leva
muitas pessoas ao crime. Ao se falar dessas pessoas, o senso comum
automaticamente remete aos homens não idosos que praticam algo fora da lei.
Porém, é necessário pensar que esse público não é apenas com não idosos do sexo
masculino, mas também feminino.
Quando se trata de mulheres, em geral sua representação social, desde o
início da história do Brasil e do mundo foi construída como se as mesmas fossem
seres frágeis e responsáveis por cuidar da família e do lar. Ainda hoje é bastante
vigente essa perspectiva. Porém, muitas mulheres têm provado o contrário e que
inclusive, são capazes de cometer crimes, inclusive após os 60 anos.
Consequentemente, estas são punidas por isso sendo incluídas no sistema
penitenciário, assim como os homens.
No sistema penitenciário, conforme afirmam Carmo e Araújo (2011), as
pessoas idosas são submetidas a más condições de vida, gerando assim,
sofrimento. Tal sofrimento acarreta em problemas na saúde do idoso, que tem
direitos perante a sociedade por se tratarem de pessoas que, com o tempo, ficam
vulneráveis tanto fisicamente, quanto psicologicamente e socialmente (BERGER,
2001).
A partir dos últimos documentos publicados do Levantamento Nacional de
Informações Penitenciárias, o INFOPEN (BRASIL, 2014), nas informações coletadas
em 2000 o número de mulheres encarceradas no Brasil era de 5.601 e em 2014
aumentou para 37.380 e 1% do total de mulheres presas é representado pelas
idosas. Já em relação à população masculina no sistema penitenciário, em 2014 o
total era de 542.401 homens. Destes, 1% também é representado pela população
idosa. Totalizando, então, 622.202 pessoas presas no Brasil até o ano de 2014.
9

Sabendo que os idosos são por lei, amparados pelo Estado através do
Estatuto do Idoso em virtude de sua idade, este trabalho poderá proporcionar
esclarecimentos a respeito da população idosa presa no Brasil.
Assim, pode-se dizer que os idosos recebem cuidados adequados nas
instituições prisionais brasileiras?
10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A PESSOA IDOSA

A fim de compreender as pessoas, inclusive seus comportamentos, no século


XX surgiram as teorias do desenvolvimento humano inicialmente com a Psicanálise
e o Behaviorismo (atual teoria da aprendizagem). Posteriormente outras teorias
surgiram, como a teoria cognitiva, a sociocultural e a epigenética. Essas teorias
oferecem um entendimento lógico e coerente de cada fase da vida (BERGER,
2001).
A fase da vida em que se trata de pessoas idosas, de acordo com as teorias
do desenvolvimento humano é chamada de ‘Idade Adulta Avançada’ (BERGER,
2001). A tal fase, tanto a Organização Mundial da Saúde (COSTA; CIOSAK, 2010)
quanto o Estatuto do Idoso, criado em 1º de outubro de 2003, nomeiam essas
pessoas como ‘idosas’, que são aquelas com idade igual ou superior a sessenta
anos (JUSTO; ROZENDO, 2010). Porém, nos países desenvolvidos a pessoa
considerada idosa é aquela que tem sessenta e cinco anos de idade ou mais, o que
não é o caso do Brasil (CAMPOS; COSTA; ALEXANDRE, 2014).
Santos (2013), afirma que na sociedade brasileira o idoso não é tão
respeitado quanto em outras sociedades, como no Japão e na China. Nestas
sociedades o idoso é reverenciado e prestigiado em virtude de sua sabedoria que é
passada para os mais novos e por sua contribuição à força de trabalho.
Já no Brasil, ao final do século XIX, os idosos eram vistos de forma negativa,
assim como os pobres, mendigos, órfãos, leprosos e imigrantes. Eram vistos como
‘velhos’ e como um problema. Foram construídas nesta época, instituições para
abrigar esta população, na qual uma delas foi o Asilo São Luiz para a Velhice
Desamparada, no Rio de Janeiro. A fim de agregar recursos financeiros, a instituição
difundia imagens e notícias que mostravam que a velhice é um período de
desamparo, invalidez, tristeza, santidade, pobreza, desilusão e morte. Aspectos
esses que acabaram por criar uma imagem negativa para os idosos durante muito
tempo e que perdura até os dias atuais (JUSTO; ROZENDO, 2010). Porém, com
menos intensidade. No âmbito da teoria do desenvolvimento humano, Berger (2001)
explica isso pelo fato de que cada vez mais a população idosa está aumentando e
11

as pessoas convivem cada dia mais com elas, podendo observar melhor suas
qualidades e modo de vida.
Com o passar dos anos, a fase da velhice passou a ser chamada de ‘terceira
idade’, uma nova representação social que liga a imagem do idoso a uma vida ativa
e com muitas realizações. Atualmente, a terceira idade também é popularmente
chamada de ‘feliz idade’, ‘melhor idade’ e outros (JUSTO; ROZENDO, 2010).
Os idosos estão inseridos numa “[...] faixa etária que, na sociedade, vive, em
geral, à mercê da boa vontade daqueles aos quais estão sujeitos” (SANTOS, 2013,
p. 244), ou seja, dependem da família, dos serviços públicos e privados e da
sociedade em geral para satisfazer suas necessidades.
Algumas pessoas que se encaixam nessa faixa não se consideram como
idosas, como afirma Belsky (2010) em seu estudo sobre o desenvolvimento humano.
Segundo a mesma, quando essas pessoas estão saudáveis e com vida ativa se
consideram mais jovens e não se caracterizam como velhas.
De acordo com a teoria do desenvolvimento humano, o idoso passa por
algumas transformações, dentre elas as fisiológicas, cognitivas e psicossociais
(BERGER, 2001).
As transformações fisiológicas começam no processo de envelhecimento
primário, que inclui as mudanças comuns a todos ao longo do tempo, como
modificações na aparência e embotamento dos sentidos como a perda da audição e
da visão. Nesse processo do envelhecimento, as pessoas necessariamente
precisam fazer algumas adaptações como modificações nas rotinas e nas atividades
normais e redução do ritmo de trabalho. O envelhecimento secundário é
caracterizado pelas doenças graves que aos poucos podem gerar a morte e limitam
muito a vida do idoso (BERGER, 2001).
Diante das transformações cognitivas dos adultos de idade avançada, há um
decréscimo no processamento das informações e até mesmo perdas de memória.
Porém, nesse período se tornam mais reflexivos, filosóficos e sábios em vista do que
eram (BERGER, 2001).
As transformações psicossociais do desenvolvimento da idade adulta
avançada são marcadas por três teorias. A primeira é a teoria do self, na qual as
pessoas mais velhas buscam reconhecer sua identidade e se conhecer melhor a
partir dos aspectos relacionados à vida. Nesta teoria, Erikson se destaca por
ressaltar que os aspectos da vida são motivos para que as pessoas se desesperem
12

e causam sofrimento. Esse desespero é um componente da velhice. Erikson afirma


ainda que a procura de uma identidade é buscada durante todas as fases da vida,
mas é desafiada na idade adulta avançada causando o desespero, pois muitas
pessoas não se reconhecem mais como a mesma pessoa a partir de características
de aparência física, saúde, emprego e não são mais reconhecidas por suas crenças
e valores. Isso porque as circunstâncias sociais e ambientais se modificam, como
por exemplo, quando um idoso passa uma vida inteira ensinando os netos a irem à
igreja e de repente não mais participam dela (BERGER, 2001).
A segunda teoria é a da Estratificação, que se sustenta nas forças sociais que
limitam a escolha individual e direcionam a vida em todos os estágios. Aqui, as
pessoas são entendidas de forma segmentada de acordo com a idade, gênero e
raça. Já a terceira teoria é a teoria dinâmica, que reconhece que a vida da pessoa é
um processo ativo, podendo mudar através do contexto social (BERGER, 2001).
Em relação a essas características dos idosos, Santos (2013) fala da
importância dos atendimentos preferenciais aos idosos, que devem ser oferecidos
pelos serviços públicos e privados, como assentos prioritários em ônibus, vagas
exclusivas de estacionamento, atendimento imediatos e individualizados em bancos,
direito à aposentadoria e outros. Além disso, leva em consideração a imagem de que
tais sujeitos, em sua maioria, podem não ser pessoas ativas, produtivas, que
sustentam a si e/ou a família, e sim, que esses idosos podem estar em
desvantagem, dependentes de outras pessoas ou de outros sistemas e até mesmo à
margem da vida social, visto que podem ser excluídos até mesmo de conversas
entre as pessoas.

2.2 O ESTATUTO DO IDOSO

Sancionado em outubro de 2003, tal documento engloba “desde os direitos


fundamentais até o estabelecimento de penas para crimes mais comuns cometidos
contra as pessoas idosas” (BRASIL, 2003, p. 5).
Dentre as determinações previstas pelo Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003)
que melhor oferecem suporte a esse trabalho estão:

Art. 2.º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa


humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
13

assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e


facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade.

Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder


Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer,
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária. [...] atendimento preferencial imediato e
individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços
à população. [...] garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de
assistência social locais

Art. 4.º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,


discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus
direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

Art. 9.º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à


saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

Art. 15.º É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio


do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a
atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. [...]
atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins
lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios
urbano e rural. [...] Os idosos portadores de deficiência ou com limitação
incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de
idade.

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional,


respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada. [...] As instituições que
abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis
com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e
higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob
as penas da lei.

Justo e Rozendo (2010) acrescentam ainda, que o próprio Estatuto entende o


idoso como uma pessoa frágil, vulnerável a diversas situações e que necessita de
cuidados especiais, como por exemplo, os atendimentos preferenciais citados por
Santos (2013), atenção da família, práticas de saúde pública e outros.
14

O idoso precisa de maior agilidade no sistema de saúde porque o processo


de envelhecimento traz como consequência menor expediente para o idoso
procurar os serviços de saúde e deslocar-se nos diferentes níveis de
atenção. Para o idoso, principalmente os mais carentes, qualquer
dificuldade torna-se um mote para bloquear ou interromper a continuidade
da assistência à sua saúde (COSTA; CIOSAK, 2010, p. 438).

De acordo com Santos (2013), o Estatuto do idoso “[...] é o documento oficial


destinado a amparar, por força de lei, um cidadão que, com a idade, vai perdendo
muitos dos direitos que todo cidadão deve ter”. Conforme afirma a autora, o Estatuto
apresenta 118 artigos que versam sobre os direitos de todos os cidadãos, como por
exemplo, o direito à igualdade, segurança, liberdade, convivência familiar e
comunitária.
Em se tratando de como os idosos são tratados pela sociedade e pelo
Estatuto, Santos (2013) diz que se foi preciso elaborar um documento com regras é
porque a sociedade ainda não está pronta para colocar em prática as ações que
mostram respeito e compreensão aos idosos.

2.3 O SISTEMA PENITENCIÁRIO

Historicamente, tanto no Brasil quanto no mundo, sempre houve formas de


punições àquelas pessoas que cometem crimes. Em tempos passados, essas
punições eram feitas de forma severa e cruel. A punição mais severa era a morte.
Os crimes cometidos eram vistos como ofensas morais e pecados. Anos depois, o
Direito Penal tornou-se baseado no Direito Canônico, que enfatizava a igualdade
entre os homens, possibilitando que a punição fosse a privação de liberdade a fim
de que não precisasse matar o dito criminoso. Mais tarde, a prática da tortura foi
vista como ineficaz e condenada. Assim foi promulgada a Constituição Federal de
1988, com fundamento nos direitos humanos e dignidade do sujeito (FERNANDES;
RIGHETTO, 2013).
Segundo Fernandes e Righetto (2013), o Direito Penal no Brasil passou a ser
regido pelo Código Penal Brasileiro, que se refere às normas estabelecidas pelo
Estado no que diz o que é certo e o que é errado à conduta do sujeito. Assim, as
punições passam a não ter caráter corporal, e aos que cometem crimes, são
encaminhados ao sistema penitenciário com privação de liberdade com o objetivo de
15

reeducar e ressocializar o sujeito que cometeu crime para que não o cometa
novamente.
Aos lugares onde os sujeitos em situação de privação de liberdade são
abrigados dá-se o nome de penitenciárias, que são caracterizadas pelo regime
fechado (FERNANDES; RIGHETTO, 2013).
Ao definir ‘penitenciárias’, o Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária (BRASIL, 2011) acrescenta que são lugares dotados de celas
individuais e coletivas.
Existem três tipos de regime aos quais os criminosos são sentenciados e
dependem da gravidade do crime cometido. São eles: o regime fechado dito
anteriormente, o regime aberto e o regime semi-aberto (FERNANDES; RIGHETTO,
2013).
São exemplos de regime semi-aberto as colônias agrícolas, industriais ou
similares, que são estabelecimentos penais que abrigam presos sentenciados pelo
juiz por esse tipo de regime. Já as casas de albergado são exemplos de
estabelecimentos destinados a abrigar os sentenciados por regime aberto (BRASIL,
2011).
O sistema penitenciário, portanto, apresenta grandes problemas,

[...] este é alvo de grandes discussões, críticas e muitos problemas, a


superlotação, a higiene e saúde, as rebeliões, a não aplicabilidade do
princípio da dignidade da pessoa humana, os quais impossibilitam a
ressocialização do detento ao convívio social, tendo em vista o descaso e a
situação em que os mesmos estão submetidos dentro das prisões.
(FERNANDES; RIGHETTO, 2013, p.121).

As pessoas encarceradas ou àquelas que já passaram pelo encarceramento


são muito influenciadas pelo sistema prisional (CARMO; ARAÚJO, 2011), que
embora tenha sido criado para proteger a sociedade, tem caráter punitivo, com
características corretivas e controladoras. A punição começa pela privação de
liberdade e dentro da prisão pode haver outros tipos de punição a partir das práticas
controladoras e corretivas a maus comportamentos. A partir de tais características,
a presença da Psicologia nas prisões é essencial, pois é vista como uma ciência “[...]
que, historicamente, assumiu funções de regulação e controle” (LAUERMANN;
GUAZINA, 2013, p.179), fato que o Estado considera importante e torna o
profissional de psicologia essencial num contexto onde há pessoas em cárcere
privado. Estas, segundo Carmo e Araújo (2011), acabam sendo subjetivadas pela
16

sociedade, ou seja, a sociedade constrói suas próprias definições em relação a


esses sujeitos. Ou seja, as pessoas veem as pessoas encarceradas como
‘delinquentes’.

2.4 O PERFIL DOS PRESOS

As informações coletadas pelo INFOPEN (BRASIL, 2014) informam que do


total de presos no Brasil até 2014, para cada 5,8% de mulheres presas obtém-se
94,2% de homens presos. Tanto a população carcerária masculina quanto a feminina
é representada, em sua maioria, por jovens de até 29 anos. Ambas representam
50% da população carcerária. Apenas 1% do total tanto dos homens quanto das
mulheres presos em nível nacional é de idoso.
61,67% dos presos são pessoas negras ou pardas e apenas 9,5%
concluíram o ensino médio, o que mostra que o acesso à educação a esse público é
precário (BRASIL, 2014).
Embora o número de homens detentos seja bem maior que o número de
mulheres presas até 2014, a taxa de mulheres presas cresceu em média 10,7% ao
ano desde 2005 até 2014. 64% das mulheres são presas por crimes relacionados às
drogas, 10% por roubo, 9% por furto, 6% homicídio e o restante por outros motivos
como: violência doméstica, latrocínio, receptação, formação de quadrilha ou estatuto
do desarmamento (BRASIL, 2014).
A maioria das pessoas presas são solteiras (57%), 1% são viúvas, 10%
casadas, 29% têm união estável e o restante são separadas judicialmente ou
divorciadas. Enquanto apenas 1% dos homens são divorciados ou viúvos, 3% das
mulheres são viúvas ou divorciadas, mas a faixa etária dessas pessoas não foi
disponibilizada pelo estudo (BRASIL, 2014).
Ao se falar em vivências, Tavares e Menandro (2008) afirmam, que através de
suas leituras sobre presidiários brasileiros, os internos de instituições carcerárias
têm seu próprio vocabulário. Um termo muito utilizado por eles é massa, entendido
como um grupo no qual fazem parte. Com esse e outros termos, os detentos
atribuem um sentido à vida dentro do presídio e constroem sua identidade nesse
ambiente.
17

2.5 IDOSOS NO SISTEMA PENITENCIÁRIO

Os idosos no sistema penitenciário têm direito a estabelecimentos penais


próprios, ou seções, ou módulos autônomos, incorporados ou anexos a
estabelecimentos para adultos. Isso vale tanto para os presos após completar 60
anos ou aos que completaram 60 anos dentro da prisão (BRASIL, 2011).
Aos idosos com mais de 70 anos, ou aqueles com doença grave, ou aos que
tenham filho menor ou deficiente físico/mental têm direito à prisão domiciliar
segundo a Lei nº7210/84.

Na atualidade, o Sistema Penitenciário Nacional adota para os idosos-


detentos, em Lei de Execução Penal, os mesmos direitos designados às
mulheres-detentas o que foi prescrito sob nº.7210 (11/07/1984), no artigo
82, que somente passou a vigorar no ano de 1997 a partir da Lei 9460,
artigo 1, que prescreve: “A mulher e o maior de 60 anos, separadamente,
serão recolhidos a estabelecimentos próprios e adequados a sua condição
pessoal” (CARMO; ARAÚJO, 2011, p.190).
18

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL


Identificar, a partir de um estudo bibliográfico, achados que informem sobre o
sistema prisional brasileiro na vida de pessoas idosas.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Classificar os artigos brasileiros por ano e área de investigação;
- Averiguar estratégias metodológicas utilizadas pelos pesquisadores.
- Identificar o que os resultados das pesquisas apresentam sobre o idoso
encarcerado;
19

4 DELINEAMENTO METODOLÓGICO

Inicialmente foi realizado um estudo bibliográfico com pesquisas qualitativas e


quantitativas a fim de esclarecer os objetivos propostos.

Os métodos qualitativos são métodos das ciências humanas que


pesquisam, explicitam, analisam fenômenos (visíveis ou ocultos). Esses
fenômenos, por essência, não são passíveis de serem medidos (uma
crença, uma representação, um estilo pessoal de relação com o outro, uma
estratégia face um problema, um procedimento de decisão...), eles possuem
as características específicas dos “fatos humanos”. O estudo desses fatos
humanos se realiza com as técnicas de pesquisa e análise que, escapando
a toda codificação e programação sistemáticas, repousam essencialmente
sobre a presença humana e a capacidade de empatia, de uma parte, e
sobre a inteligência indutiva e generalizante, de outra parte. (MUCCHIELLI,
1991 apud HOLANDA, 2006, p.363-364).

Os estudos quantitativos foram utilizados a fim de descrever dados


estatísticos sobre o assunto.
A fim de organizar a pesquisa, foi adotado o esquema proposto por Gil (2010).
Segundo o autor, o estudo bibliográfico é composto por várias etapas como a
escolha do tema, o levantamento bibliográfico preliminar, a formulação do problema,
a elaboração do plano provisório, a busca de fontes, a leitura do material, o
fichamento, a organização lógica do assunto e a escrita do texto.
A escolha do tema se deu a partir de uma necessidade pessoal em conhecer
melhor sobre os idosos na prisão.
No levantamento bibliográfico, para a escolha de fontes, a pesquisa foi
realizada com base em artigos científicos na Base de Dados Indexada BvS Psi,
Scielo, Pepsi, TJDFT e PUCSP.
Foram utilizadas as seguintes palavras-chave ou descritores: sistema
penitenciário; presídio; idoso; saúde do idoso; encarceramento; prisão; mulher idosa;
estatuto do idoso; mulheres encarceradas. Diante de tais descritores, foram
encontrados o total de 5.062 artigos. Como critérios de inclusão os artigos foram
selecionados de acordo com o ano de publicação, não excedendo dez anos de
publicação até o ano de 2015, sendo selecionados apenas artigos escritos em língua
portuguesa.
20

Foram selecionados então, onze artigos. Destes, apenas quatro são da área
de psicologia, dois no campo da educação, três no campo da saúde e dois no
campo judiciário.
Na busca de dados relevantes à pesquisa bibliográfica, foram selecionados
três artigos principais por se tratarem especificamente dos idosos no sistema
prisional e citados como resultados da pesquisa bibliográfica. Os demais artigos
encontrados foram selecionados por apresentarem elementos que pudessem
complementar as informações obtidas. Além destes, foram utilizados sete
documentos de ordem pública e três livros por conter informações relevantes à
produção final do texto.
A fim de organizar as informações, os principais dados dos artigos
encontrados sobre o idoso no sistema prisional foram informados resumidamente
nas tabelas do método Critical Appraisal Skills Programme – CASP (2010). Tal
método, além de organizar as informações (ANEXO B), traça diretrizes para avaliar
a qualidade das pesquisas qualitativas (ANEXO A).
A partir disso foi possível formular o problema para a pesquisa. Em seguida,
elaborou-se um plano provisório a fim de especificar quais temas deveriam estar no
trabalho para que as informações se complementem, como definições do que é o
idoso, o que é e como se caracteriza o sistema penitenciário, Estatuto do Idoso,
perfil geral dos presos e de idosos presos.
21

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados 10 artigos que se tratam de idosos, Estatuto do Idoso e


sistema penitenciário. Porém, os únicos artigos que falam de idosos no sistema
penitenciário atendendo aos critérios de seleção são os 3 a seguir:

Quadro 1- Resultados encontrados


Artigos
Ano de
Autores Título Qualidade
publicação
Lannuzya Veríssimo de
Oliveira; Gabriela Maria Envelhecimento:
2013 Cavalcanti Costa; Kaio significado para Nível A
Keomma Aires Silva idosos encarcerados
Medeiros.
População idosa no
Hércules de Oliveira
sistema penitenciário:
2011 Carmo; Claudia Lysia de Nível A
um olhar por trás das
Oliveira Araújo.
grades
O idoso em conflito
Ana Paula Martins de com a lei: perfil da
Campos; Roseli de pessoa idosa
2014 Nível A
Sousa Costa; Sabrina cumprindo pena
Barbosa Alexandre privativa de liberdade
no Distrito Federal
Fonte: VIEIRA, Caroline do Prado. 2016.

Utilizando o método CASP como instrumento de avaliação dos artigos


utilizados, observou-se que os três estudos foram classificados no Nível A. Essa
avaliação faz com que os dados do trabalho sejam mais confiáveis e
consequentemente tornam-o mais preciso em relação às afirmações.
A partir da pesquisa empírica com idosos no sistema prisional, Oliveira, Costa
e Medeiros (2013) relatam que as pessoas com mais de sessenta anos que
encontram-se em privação de liberdade aceitam o processo de envelhecimento
como algo que é natural do ser humano. Porém, muitos desses sujeitos têm uma
22

visão pessimista do envelhecer. Acreditam que é algo normal e basta esperar o dia
de sua morte. Muitos não têm visão para um futuro diferente, o que compromete sua
saúde mental e consequentemente a saúde física. Entretanto, o processo de
envelhecimento não é igual para todos como afirmam Campos, Costa e Alexandre
(2014). É considerável dizer então, que a compreensão desse processo também não
se dá da mesma forma por todos os sujeitos. Foi possível observar no artigo
‘Envelhecimento: significado para idosos encarcerados’ a partir da fala de alguns
participantes que os mesmos não compreendem o envelhecimento de apenas uma
maneira. Alguns apresentam uma postura de conformismo e espera da morte, outros
angústia e desesperança, uns se veem como os outros presos e não se consideram
como idosos, já outros compreendem esse processo como uma fase onde as
necessidades devem ser atendidas. Estes compreendem seus direitos e não são
conformados com o tratamento recebido nas instituições.
A situação de desesperança de alguns idosos pode ser bem explicada pelas
teorias do desenvolvimento humano, especialmente por Erikson, que diz que os
adultos mais velhos quando não alcançam suas metas ficam sem esperança. Essas
metas podem estar relacionadas com sua vida social, a qual dentro da penitenciária
fica muito restrita.
Para os autores Oliveira, Costa e Medeiros (2013), não é apenas no contexto
prisional que os idosos têm a saúde comprometida. O idoso liberto também possui
dificuldades. Porém, acreditam que no contexto social em que se encontram os
idosos presos, esse problema se torna mais grave.
É valido pensar que o ambiente prisional não é favorável ao desenvolvimento
do indivíduo nele inserido. Pois o ambiente, a alimentação e o tratamento dado pelos
profissionais que nele trabalham é precário. Isso é um fator adoecedor para qualquer
ser humano e aqueles que não conseguem se adaptar acabam sofrendo ainda mais
que os demais. A tal sofrimento, Erikson diz que “[...]a solução de cada crise do
desenvolvimento depende da interação entre as características do indivíduo e
qualquer que seja o suporte oferecido pelo ambiente social” (BERGER, 2001, p. 27).
Oliveira, Costa e Medeiros (2013) acrescentam que quando as pessoas são
levadas ao sistema prisional, desenvolvem problemas de saúde, vícios e transtornos
mentais em virtude da precaridade de condições de moradia e alimentação.
Ainda em relação aos problemas de saúde dentro das prisões, Carmo e
Araújo (2011) apontam que o crescimento da população de idosos no Brasil sem o
23

devido acompanhamento das políticas públicas levam os idosos a um elevado índice


de doenças psicológicas e físicas, como doenças neuropsíquicas (coeficiente de
deterioração, regressão psicológica a níveis infantis), doenças sexualmente
transmissíveis e depressão. Tais aspectos geram muito sofrimento aos idosos.
Esse sofrimento causado pelos aspectos sociais, subjetivos (que dizem
respeito ao que cada pessoa viveu), orgânicos e mentais é o que muitas vezes
contribui para levar os sujeitos idosos a cometer crimes fora da prisão e assim,
serem inseridos no sistema prisional (CARMO; ARAÚJO, 2011). Tavares e Menandro
(2008) também concordam que as prisões brasileiras são frutos da desigualdade e
exclusão social, pois segundo eles, os indivíduos que fazem parte delas são
advindos de classes subalternas. Campos, Costa e Alexandre (2014), em seu estudo
sobre o perfil dos idosos presos no Distrito Federal, concluem que a maioria dos
sujeitos em situação de privação de liberdade é advinda de bairros conhecidos por
não serem de classe média ou alta (Ceilância, Planaltina e Samambaia). Assim,
pode-se entender que a informação que Tavares e Menandro deram anteriormente é
verdadeira. Porém, isso não exclui a possibilidade de que pessoas ricas podem
cometer crimes e serem punidas por isso.
Portanto, pode-se dizer que os problemas sociais, muitas vezes financeiros,
de um indivíduo podem ser um dos motivos que o leva ao sistema prisional, pois
para satisfazer seus desejos e necessidades muitos indivíduos entram no crime.
Nem todos os idosos encarcerados passaram por problemas sociais e cometeram
crime quando idosos, muitos foram presos ainda jovens e permanecem na prisão.
Oliveira, Costa e Medeiros (2013) dizem que nos presídios, muitos idosos
falam que não se consideram velhos. Porém, na pesquisa de campo dos autores,
alguns dos idosos encarcerados dizem que os velhos precisam de mais cuidados e
que no ambiente de privação de liberdade, preferem morrer. Assim, percebe-se
nessa população uma forma de defesa e de adaptação ao ambiente para conseguir
sobreviver. É negando suas limitações que esses sujeitos enfrentam o processo de
envelhecimento dentro das prisões brasileiras.
O sistema prisional no Brasil é negativo, mas mesmo assim proporciona
aprendizagens como diz Ireland e Lucena (2013), que realizaram um estudo que
tratou da perspectiva educacional dentro de um presídio feminino em João Pessoa,
no Estado da Paraíba e constataram, portanto, que as prisões são ambientes
propícios a novos aprendizados, visto que nesses ambientes há diferentes vivências.
24

Cada mulher inserida no contexto prisional tem experiências de vida singulares. Na


prisão, essas mulheres compartilham experiências umas com as outras, o que se
caracteriza como um aprendizado. O aprendizado é construído de maneira diferente
para cada mulher, de acordo com sua história de vida. Assim, pode ou não contribuir
para a aproximação do crime. Diante desse estudo, é válido pensar que as pessoas
idosas também estão nesse processo de aprendizagem dentro da prisão no sentido
de conhecer um ambiente novo, suas regras e pessoas diferentes, o que não
significa dizer que esse fato é sadio para eles e nem que sairão da prisão melhores
do que entraram.
A teoria da aprendizagem na psicologia do desenvolvimento humano, antes
conhecida como behaviorismo, diz respeito aos meios pelos quais as pessoas
aprendem comportamentos específicos (BERGER, 2001). Aprender a conviver em
um ambiente em situações precárias como é a penitenciária requer capacidade de
adaptação para se manter na medida do possível, saudável e assim se proteger dos
demais presos, normalmente violentos. O fato de ter que aprender estratégias de
sobrevivência é um aprendizado.

Os processos educativos e de aprendizagens acontecem de múltiplas


maneiras e em diferentes contextos e momentos da vida e se apoiam,
nesse sentido, na concepção de aprendizagem e educação ao longo da
vida. (IRELAND; LUCENA, 2013, p. 114).

Outros aspectos preocupantes em relação aos idosos no sistema prisional,


segundo Oliveira, Costa e Medeiros (2013) são os fatos de que os mesmos perdem
parte de sua identidade tendo que conviver com os presos jovens e assim viver
como eles, ultrapassando assim suas limitações, muitas vezes as atividades laborais
no presídio não são oferecidas a eles (assim como também aos mais jovens)
fazendo com que percam parte de sua autonomia e a perda do direito de
convivência com os familiares, direito citado pelo Estatuto do Idoso (SANTOS,
2013).

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público


assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária. (BRASIL, 2003, apud SANTOS, 2013, p.250).
25

Oliveira, Costa e Medeiros (2013) afirmam que as visitas de familiares apenas


uma vez por semana não são suficiente para dar um suporte adequado aos presos
idosos. Assim, apesar do Estatuto dizer que é direito do idoso a convivência com a
família e documentos jurídicos citarem que o idoso tem direitos diferenciados dos
demais presos, é possível observar que esses direitos relativos aos idosos não são
cumpridos à risca.
Diante disso, é notório que além do processo de envelhecer, as dificuldades
sociais e de privação de liberdade remetem ao sujeito um estado de desesperança e
sofrimento. Então, é possível afirmar que o ambiente em que vivem os idosos
encarcerados colabora para que a falta de esperança seja ainda mais intensa, pois
além do sistema prisional ser um espaço de privação de liberdade, nos presídios
não há uma infraestrutura e alimentação adequada a essa população.
Embora a lei reconheça que os idosos têm direito a um tratamento
diferenciado tanto na vida em liberdade quanto nos sistemas penitenciários, há
prejuízos que a privação de liberdade traz aos seres humanos.
No período prisional é comum que os idosos apresentem um coeficiente de
deterioração, falta de motivação, regressão psicológica a níveis infantis, problemas
relacionados à saúde física e à reabilitação social (CARMO; ARAÚJO, 2011).
Entende-se com isso que se o sistema prisional foi criado para ressocializar o
indivíduo, este não funciona de maneira adequada. Pois muitos idosos saem do
sistema penitenciário com a saúde mais comprometida do que quando entrou. É
possível que esses sujeitos não tenham conseguido se adaptar ao novo ambiente
social, como estudado na Teoria dinâmica do desenvolvimento humano.
Diante de todas as dificuldades encontradas para a pessoa idosa no sistema
prisional brasileiro e no que se refere aos direitos dos idosos a uma vida tranquila
com direito à saúde e dignidade humana (CARMO; ARAÚJO, 2011) essa população
poderá ter direito à prisão domiciliar, segundo a Lei nº7210/84 art.117, caso tenha ou
70 anos de idade, ou doença grave, ou tenha filho menor ou deficiente físico/mental
ou mesmo ser gestante. Campos, Costa e Alexandre (2014) acrescentam a essa
informação que o trabalho atribuído aos presos deve ser de acordo com suas
condições pessoais, suas necessidades e oportunidades oferecidas pelo mercado e
os idosos acima de 60 anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
Em pesquisa sobre o perfil dos idosos presos no Distrito Federal em 2013,
Campos, Costa e Alexandre (2014) chegaram às seguintes conclusões: havia 69
26

idosos presos, todos homens com média de idade entre 65 anos, sendo o mais
velho com 85 anos. A maioria casado (35%) e divorciado (22%), apenas 1 viúvo.
59% desses idosos cumpriam pena em regime fechado, 32% em regime semiaberto
e 9% em regime provisório. De todos esses presos, 37 iniciaram o cumprimento da
pena após os 60 anos de idade e 57 deles recebem visitas frequentes. A maior parte
dos crimes cometidos por esses idosos foi de natureza sexual.
A quantidade de idosos presos acima dos sessenta anos de idade no Distrito
Federal é preocupante. Esse dado mostra que a maior parte dos idosos não é tão
fragilizada quanto sugere a Psicologia do Desenvolvimento e o Estatuto do Idoso,
que entende que essa população necessita de cuidados especiais.
Oliveira, Costa e Medeiros (2013), com sua pesquisa no Estado da Paraíba,
encontraram dados semelhantes em relação ao perfil dos presos. A maior parte dos
presos era casada e recebia visitas frequentemente. Além disso, a faixa etária era de
60 a 65 anos de idade, com média de 6 filhos, católicos, têm renda e são
alfabetizados.
Os dados estatísticos da população do Distrito Federal não seguem a mesma
proporção dos dados a nível nacional quando comparados às mulheres idosas
presas. No Brasil, a porcentagem de mulheres idosas encarceradas é de 1%. Logo,
essa porcentagem refere-se aos demais Estados brasileiros.
27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da construção do trabalho, foi possível observar a


escassez de estudos relacionados à população idosa no sistema penitenciário em
âmbito nacional.
A partir das concepções da Psicologia do Desenvolvimento Humano, é
possível aferir que os idosos são seres humanos que possuem algumas limitações
físicas e cognitivas e que com o passar dos anos vão se agravando. Se eles não
recebem o cuidado adequado nas instituições prisionais, essas limitações
influenciam sua vida social e psicológica trazendo-lhes sofrimento e acarretando em
doenças graves.
Portanto, sugiro que haja mais estudos sobre o tema. Para dar segmento ao
trabalho, novas questões podem ser pensadas, como: O sistema prisional brasileiro
está preparado para atender a população idosa? Como é o processo de
envelhecimento nas prisões brasileiras? Como vivem as pessoas que envelhecem
na prisão? Até que ponto as prisões oferecem algo positivo para os idosos? Elas
ressocializam os idosos? É possível que haja treinamentos aos funcionários das
instituições penitenciárias para que estes possam cuidar dos idosos?
É necessário pensar e estudar sobre a população idosa encarcerada, pois
quanto mais se conhece sobre o assunto, mais a realidade desses sujeitos e das
instituições poderá mudar.
28

REFERÊNCIAS

BELSKY, Janet. Desenvolvimento Humano: experienciando o ciclo da vida.


Tradução Daniel Bueno. Artmed, Porto Alegre, 2010.

BERGER, Kathleen Stassen. O desenvolvimento da pessoa da infância à terceira


idade. 5 ed. São Paulo: LTC, 2001.

BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Nacional de Política Criminal e


Penitenciária. Diretrizes Básicas para arquitetura penal. Brasília, 2011. Disponível
em: < http://s.conjur.com.br/dl/resolucao-cnpcp-construcao-prisoes.pdf >. Acesso em:
19 nov 2016.

BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. INFOPEN:


levantamento nacional de informações penitenciárias, jun.2014. Disponível em:
<https://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-
terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf>. Acesso em: 14 out 2016.

BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. INFOPEN:


levantamento nacional de informações penitenciárias, dez.2014. Disponível
em:<https://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/infopen_dez14.pdf>
Acesso em: 14 out 2016.

BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. INFOPEN:


levantamento nacional de informações penitenciárias. Mulheres. 2014. Disponível
em: <https://www.justica.gov.br/noticias/estudo-traca-perfil-da-populacao-
penitenciaria-feminina-no-brasil/relatorio-infopen-mulheres.pdf>. Acesso em: 10 out
2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso. Brasília, 2003. Disponível em: <
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/pagina_saude_do_idoso/estatuto_do_idoso.
pdf>. Acesso em: 19 nov 2016.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº7210/84. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm>. Acesso em: 1 nov 2016.

CAMPOS, Ana Paula Martins de; COSTA, Roseli de Sousa; ALEXANDRE, Sabrina
Barbosa. O idoso em conflito com a lei: perfil da pessoa idosa cumprindo pena
privativa de liberdade no Distrito Federal. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos territórios. Distrito Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/destaques/idoso-preso>. Acesso em:
18 nov 2016.

CARMO, Hércules de Oliveira; ARAÚJO, Claudia Lysia de Oliveira. População idosa


no sistema penitenciário: um olhar por trás das grades. Revista Kairós
Gerontologia, São Paulo, p.183-194, dez. 2011. Disponível em:
<http://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/11707>. Acesso em: 29 mar
2016.
29

COSTA, Maria Fernanda Baeta Neves Alonso da; CIOSAK, Suely Itsuko. Atenção
integral na saúde do idoso no Programa Saúde da Família: visão dos profissionais
de saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 44, n.
2, p.437-444, jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0080-62342010000200028&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
11 abr 2016.

CRITICAL APPRAISAL SKILLS PROGRAMME (CASP).Critical Appraisal Skills


Programme (CASP). Diagnostic test studies. 2010. Disponível em:
<http://www.sph.nhs.uk/what-we-do/public-health-workforce/resources/critical-
appraisals-skills-programme>. Acesso em: 2 nov 2016.

FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário


brasileiro. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências
Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-135, 2013. Disponível em: <
http://www.univali.br/ensino/graduacao/cejurps/cursos/direito/direito-
itajai/publicacoes/revista-de-iniciacao-cientifica-
ricc/edicoes/Lists/Artigos/Attachments/884/bruna-e-luiz.pdf>. Acesso em: 20 nov
2016.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002,
4.ed.

HOLANDA, Adriano. Questões sobre pesquisa qualitativa e pesquisa


fenomenológica. Análise Psicológica, Lisboa, v.24, n.3, p.363-372, jul.
2006. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0870-82312006000300010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
12 maio 2016.

IRELAND, Timothy D.; LUCENA, Helen Halinne Rodrigues de. O presídio feminino
como espaço de aprendizagens. Educação e Realidade, Porto Alegre,
v.38, n.1, p.113-136, mar.2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S2175-62362013000100008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
11 abr 2016.

JUSTO, José Sterza; ROZENDO, Adriano da Silva. A velhice no Estatuto do Idoso.


Estudos e pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v.10, n.2, p.471-
489, ago. 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1808-42812010000200012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso
em: 20 de mar 2016.

LAUERMANN, Jusiene Denise; GUAZINA, Félix Miguel Nascimento. Para além dos
muros institucionais: problematizando os discursos dos egressos do sistema
prisional. Barbaroi, Santa Cruz do Sul , n. 38, p. 178-197, jun. 2013 . Disponível
em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
65782013000100010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 de abr 2016.

OLIVEIRA, Lannuzya Veríssimo de;COSTA, Gabriela Maria Cavalcanti;MEDEIROS,


Kaio Keomma Aires Silva. Envelhecimento: significado para idosos encarcerados.
30

Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, p.139-148, 2013.


Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n1/a14v16n1.pdf>. Acesso em: 19
nov 2016.

SANTOS, Janete Silva dos. Atendimento preferencial no Estatuto e na voz do idoso:


uma análise discursiva. Linguagem em (dis)curso, Tubarão, v.13, n.2, p.243-
271, ago. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1518-76322013000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
20 mar 2016.

TAVARES, Gilead; MENANDRO, Paulo Rogério Meira. Trajetórias de vida de


presidiários e possíveis sentidos para a prisão. Revista Psicologia Política, São
Paulo, v.8, n.15, p.121-138, jun. 2008. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
549X2008000100009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 21 mar 2016.
31

ANEXO A
Instrumento para avaliação do rigor metodológico de pesquisas qualitativas selecionadas

Titulo da pesquisa:
Questões Considerações Pontuação
1. O objetivo está claro e justificado? ( ) explica o objetivo? ( ) Sim
( ) explica a relevância do estudo e por que é importante?
Comentários: ( ) Não
2. Há adequação do desenho ( ) há coerência entre os objetivos e o desenho metodológico. ( ) Sim
metodológico qualitativo? ( ) a pesquisa procura interpretar ou iluminar as ações e/ou
experiências subjetivas dos participantes. ( ) Não
Comentários:
3. Os procedimentos teórico- ( ) há justificativa da escolha do método (discutiu a decisão do ( ) Sim
metodológicos são apresentados e método).
discutidos? ( ) explica os procedimentos metodológicos. ( ) Não
Comentários:
4. A amostra de estudo foi selecionada ( ) explica os critérios de seleção (inclusão e exclusão) da amostra de ( ) Sim
adequadamente e está apropriada aos estudo. Explica por que os participantes foram selecionados.
objetivos da pesquisa? ( ) há discussões sobre o recrutamento (seleção) (ex. por que ( ) Não
algumas pessoas não querem tomar parte do estudo)
Comentários:
5. A coleta de dados está detalhada? ( ) explica a forma de coleta de dados (entrevistas, grupo focal, diário ( ) Sim
de campo....). O registro dos dados está clara (gravação etc.)
( ) explica o uso de instrumento para a coleta (questionário, roteiro, ( ) Não
pergunta disparadora...). Há uma indicação como as entrevistas foram
conduzidas, usaram um guia tema?
( ) O local da coleta doi justificado.
( ) Método foi modicado durante o estudo. Se positivo foi explicado.
( ) Foi usado a saturação de dados, se positivo foi explicado.
Comentários
6. A relação entre pesquisador e ( ) o examinador examina criticamente a sua atuação como ( ) Sim
pesquisados foi considerada? pesquisador, reconhecendo potencial de viés (na seleção da amostra,
na coleta de dados, local de coleta e na formulação de perguntas). ( ) Não
( ) descreve ajustes e suas implicações no desenho da pesquisa.
Comentários:
7. Os aspectos éticos de uma pesquisa ( ) há menção de aprovação por comitê de ética. ( ) Sim
foram respeitados? ( ) há menção do termo de consentimento autorizado, como foi
explicado, respeita-se a confidencialidade e, como lidaram com os ( ) Não
efeitos dos estudos nos participantes durante e depois do estudo.
Comentários:
8. A análise de dados é rigorosa? ( ) explica o processo de análise em profundidade. Explica como os ( ) Sim
dados foram selecionados da amostra original.
( ) explica como as categorias ou temas de análise foram ( ) Não
identificadas e analisadas (análise temática, conteúdo etc.).
( ) Os dados contraditórios foram levados em conta.
( ) Há uma exame critico do papel do pesquisador e influência
durante a análise e seleção dos dados.
( ) os resultados refletem os achados.
Comentários:
9. Resultados são apresentados e ( ) explica os resultados ( ) Sim
discutidos com prioridade? ( ) dialoga seus resultados com o de outros pesquisadores.
( ) os resultados são analisados à luz das questões do estudo. ( ) Não
( ) o pesquisador discutiu a credibilidade de seus achados ( ex.
triangulação, validação etc.).
Comentários:
10. Qual o valor da pesquisa? As ( ) explica a contribuição e limitações da pesquisa (consieraam os ( ) Sim
contribuições do estudo. achados em relação a prática atual ou política, a construção de
conhecimento e relevância da pesquisa na lietratua). ( ) Não
( ) indica novas questões de pesquisa ou áreas onde a pesquisa é
necessária.
( ) Há discussão como os achados podem ser transferidos para outras
poulações ou outra maneira como a pesquisa pode ser usada.
Comentários:
Este instrumento de avaliação foi adaptado de CriticalAppraisalSkillsProgramme (CASP) – Programa de habilidades em leitura crítica.
Milton Keynes Primary CareTrust, 2002.
Resultado: Nível A: ( ) Pontuação de 9 a 10 itens positivos.
Nível B: ( ) Pontuação de no mínimo 5 itens positivos (apresenta viés moderado).
32

ANEXO B
Quadro de informações de leitura dos artigos para REVISÃO DE LITERATURA: SISTEMÁTICA

Palavra chave: IDOSO

Qal.
Ano

Tipo/
Palavras
Autor Título do Nome da Chave Objetivos do Método Participantes:
Principais resultados Conclusão
(res) artigo Revista indicada artigo identificar
no artigo Instrumentos de
coleta
2013

NÍVEL A
Lannuzya Envelheci Revista Envelheci- Compreender o Estudo descritivo, 11 sujeitos, com Verificou-se O
Veríssimo mento: Brasileira mento, significado do com abordagem auxílio da predominância de significado do envelhecimento
de Oliveira; significado de idoso, envelhecimento qualitativa, técnica de idosos na faixa-etária para idosos encarcerados
relaciona-se a sentimentos de
Gabriela para Geriatria e prisões, para idosos realizado entre os saturação entre 60
melancolia, angústia e
Maria idosos Gerontolog prisioneiros. encarcerados meses de das e 65 anos, casados, constantes perdas, bem como
Cavalcanti encarcera ia julho e dezembro informações. com média de seis pela impossibilidade de
Costa; Kaio dos de 2011, com filhos, católicos, qualquer
Keomma idosos reclusos no possuidores de algum tipo de desenvolvimento. A
Aires Silva sistema tipo dificuldade para exercer
Medeiros. penitenciário do de renda, alfabetizados, atividade laboral, a diminuição
Estado da com média de do convívio familiar e os
conflitos intergeracionais
Paraíba. Para confinamento de três
corroboram a perda da
coleta de dados, anos e regularidade no qualidade
utilizaram-se um recebimento de visita. de vida dos idosos no cárcere.
formulário Após a análise dos As significações negativas
sociodemográfico discursos, quanto ao envelhecimento
e entrevista conformaram-se as encontradas neste estudo
semiestruturada. categorias: assemelham-se as dos idosos
Conduziu-se a significado do libertos, porém são
evidenciadas
análise dos envelhecimento para
e, por vezes, potencializadas
discursos sob a idosos e ser idoso pelo encarceramento.
ótica da Análise encarcerado..
de Conteúdo.
33

Palavra chave: IDOSO


Ano

Qal.
Tipo/
Palavras
Nome
Autor Título do Chave Objetivos do Método Participantes:
da Principais resultados Conclusão
(res) artigo indicada no artigo identificar
Revista Instrumentos de
artigo
coleta
2011

NÍVEL A
Hércules Populaçã Revista Idoso; Sistema Investigar a Escolheu-se Há estudos Há uma
de o Idosa Kairós penitenciário; presença uma base de insuficientes sobre necessidade muito
Oliveira crescente de
no Gerontol Enfermagem. dados para a detentos idosos; grande em
idosos no sistema
Carmo;
sistema ogia penitenciário procura dos percebeu-se a promover a saúde
Claudia
penitenciá brasileiro, com artigos, bem prevalência de do idoso no
Lysia de base na literatura
rio: um como palavras- menções sobre sistema
Oliveira existente; verificar
Araújo olhar por os fatores chave indivíduos do sexo penitenciário para
trás das potenciais de especificas. feminino; que os idosos
risco quanto à
grades presos tenham uma
saúde da Os artigos foram Houve aumento de
população idosa vida mais digna de
escolhidos de mulheres idosas no
no sistema acordo com os
prisional acordo com a sistema prisional
direitos humanos,
brasileiro, e o data de entre 2005 e 2010;
peso da presença talvez mais do que
publicação, não
de uma equipe de no sistema
enfermagem ultrapassando
doméstico.
nesse contexto. 10 anos de
publicação.
34

Palavra chave:

Qal.
Ano

Tipo/
Palavras
Nome
Autor Título do Chave Objetivos do Método Participantes:
da Principais resultados Conclusão
(res) artigo indicada no artigo identificar
Revista Instrumentos de
artigo
coleta
2014

Ana Paula O idoso Tribunal Não há. Identificar o Abordagem Em 2013 havia 69 Grande parte dos

NÍVEL
Martins de em conflito de Justiça
perfil da qualitativa e homens idosos presos sentenciados
Campos; com a lei: do Distrito
Federal e pessoa idosa quantitativa. no DF e nenhuma começaram a cumprir
Roseli de perfil da que está Analisar os mulher com idade média pena após os 60 anos
dos
Sousa pessoa Territórios
Costa; idosa
cumprindo dados do de 65 anos. A maioria de idade e geralmente
Sabrina cumprindo pena privativa INFOPEN com casado. e residente da cumprem pena por
Barbosa pena de liberdade os do SISTJ. Foi Ceilândia. A maior parte crimes sexuais.
Alexandre privativa no DF: feita uma desses homens
de Quantos são? planilha com os cumpriam pena em
liberdade Qual a sua dados do regime fechado e foi
no Distrito faixa etária? programa SPSS preso por estupro.
Federal Estado Civil? 10.0 e foram
Cidade de analisadas as
Moradia? frequências de
Tempo de cada
pena? Crime informação.
cometido?
Recebe .
visitas?

Potrebbero piacerti anche