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Como ser um
Decidi escrever este com um propósito claro: poder ajudar especi-
ficamente os fisioterapeutas e, de uma forma geral, todos aqueles
FISIOTERAPEUTA
que tenham algum ímpeto empreendedor, a definirem melhor o seu
caminho e a estruturarem melhor os seus negócios.
EMPREENDEDOR
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter
desenvolvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto
com uma perspectiva introdutória, não demasiado complexa ou
Dicas –para
assustadora lançar
e outras tantas coisas que podiam ter sido ditas não o
foram pelas minhas próprias limitações, limitações que, assumindo,
o seu negócio
decidi que não me impediriam de partilhar aquilo que sei. É que
num, tal como na vida, desde logo na vida empresarial, se estiver-
mos à espera de criar o produto perfeito, nunca vamos criar produto
nenhum!
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter
desenvolvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto
com uma perspectiva introdutória, não demasiado complexa ou
assustadora – e outras tantas coisas que podiam ter sido ditas não o
HUGO BELCHIOR
1
Como ser um
FISIOTERAPEUTA
EMPREENDEDOR
Dicas para lançar o seu negócio
HUGO BELCHIOR
Desde 2008 a elevar a Fisioterapia em Portugal
www.bwizer.com
Para os meus pais.
Achei esta iniciativa muito interessante e corajosa. Parece-me que esta poderá ser
uma poderosa mais valia para a comunidade de Fisioterapeutas, onde existem
com certeza vários empreendedores desejosos de estratégias que possam ser um
veículo adequado para a concretização dos seus sonhos. A escrita está extrema-
mente acessível, numa lógica de discurso muito honesta. Não sou uma pessoa em-
preendedora por natureza e, no entanto, dei comigo a ler todo o livro e a desfrutar
imenso. Genuinamente, muitos parabéns Hugo por esta iniciativa. Venham as
próximas.
Ana David
Fisioterapeuta, Coordenadora da Fisioterapia das Modalidades
de Alta Competição do Sport Lisboa e Benfica
•••
5
Nesta iniciativa do Hugo Belchior encontramos estes ingredientes descritos na
primeira pessoa, e acredito que a sua experiência, mais do que os seus ensina-
mentos, será a principal fonte de inspiração para todos quantos procuram jun-
tar as peças do seu próprio puzzle pessoal.
De leitura fácil e corrida, lemos este livro quase com aquela impressão de ter-
mos o Hugo aqui ao nosso lado falando de coisas que fazem sentido e contando
histórias interessantes.
Emanuel Vital
Fisioterapeuta e Presidente do Conselho Directivo Nacional da APF
•••
•••
6
livro é certamente uma excelente base de reflexão para o jovem empreendedor
e representa um estímulo e um guia para a iniciativa privada em fisioterapia.
•••
•••
Luís Pinto
Fisioterapeuta da equipa de futebol profissional do Futebol Clube do Porto
•••
7
“Como ser um fisioterapeuta empreendedor”, é um fantástico contributo de
Hugo Belchior à nossa fisioterapia. Conheci-o ainda nos tempos da Belpac,
tendo-o reencontrado mais tarde na Bwizer. Conhecer melhor o seu percurso
de vida, só aumentou a admiração que tenho pelo Hugo!
Este livro, tanto pode ser visto como uma ferramenta valiosa na orientação
dos profissionais que estão a iniciar os seus projetos como, para os mais velhos
como eu, se auto avaliarem e fazerem o switch que acharem necessário para
melhorarem o seu negócio.
•••
Trata-se de uma obra que, de forma muito objectiva, foca todos os pontos im-
portantes para definir uma estratégia de intervenção para quem quer iniciar-se
nesta área.
Este livro também me ajuda apesar dos meus 33 anos de prática privada em Fi-
sioterapia.
Olímpio Pereira
Fisioterapeuta e empreendedor (FisioRoma)
•••
8
União. Para mim quando se fala do Hugo Belchior e dos seus projectos só me
surge esse termo, União. A sua forma de estar muito particular visa sempre
unir conceitos, contextos e informação. Para mim a informação é a base do
funcionamento de tudo, é aquilo que nunca se perde e sempre se pode ganhar,
e o Hugo tenta reunir o máximo de informação em torno da Fisioterapia. A
criação de uma empresa para partilha de informação, a promoção de vários
encontros de partilhas de experiências entre Fisioterapeutas de diversas re-
alidades, a introdução de forma audaz do conceito de negócio em fisioterapia,
até à junção de toda esta informação neste livro são o exemplo de quão ímpar
tem sido o seu trabalho.
Ricardo Martins
Fisioterapeuta e empreendedor (Fisiomar)
•••
Rui Macedo
Fisioterapeuta e docente da ESS-IPP. Curiosidade: foi o primeiro director de curso do Hugo
Belchior, na CESPU.
9
Apesar do investimento que exigiu, a versão digital deste livro será
distribuída gratuitamente a todas as pessoas que se registem em
www.fisioterapeutaempreendedor.pt.
Peço-lhe portanto que não partilhe a cópia que agora está a ler com
ninguém. Se quiser partilhar o livro – e agradeço-lhe por isso – por
favor remeta para www.fisioterapeutaempreendedor.pt onde o download
de uma nova cópia será possível de forma imediata.
Obrigado,
Hugo Belchior
ÍNDICE
12 Enquadramento do livro
14 A estrutura do livro
17 A minha história: de fisioterapeuta a empreendedor
25 A emergência das unidades privadas de fisioterapia
27 O empreendedorismo é para mim?
31 Aspectos específicos dos serviços que há que ter em conta
34 O cliente é Rei
37 Como captar clientes
43 O Produto
46 Que preço cobrar
49 Investimento
53 Financiamento: como arranjo dinheiro para investir?
57 Enquadramento legal das unidades privadas de fisioterapia
60 A fartura pode matar mais do que a fome
64 Exemplos de empreendedorismo em fisioterapia
70 Conclusão
71 Agradecimentos
foram pelas minhas próprias limitações, limitações que, assumindo,
decidi que não me impediriam de partilhar aquilo que sei. É que
num, tal como na vida, desde logo na vida empresarial, se estiver-
mos à espera de criar o produto perfeito, nunca vamos criar produto
nenhum!
ENQUADRAMENTO
Conto agora com o seu feedback através do email empreendedor@
bwizer.com. Prometo ler cada um dos email que me forem enviados.
do LIVRO
Poderá continuar a seguir-me, e a acompanhar as minhas dicas,
através dos seguintes canais: Conclusão:
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter
desenvolvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto
com uma perspectiva introdutória, não demasiado complexa ou
assustadora – e outras tantas coisas que podiam ter sido ditas não o
foram pelas minhas próprias limitações, limitações que, assumindo,
decidi que não me impediriam de partilhar aquilo que sei. É que
num, tal como na vida, desde logo na vida empresarial, se estiver-
mos à espera de criar o produto perfeito, nunca vamos criar produto
nenhum!
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Nos últimos anos, e com especial destaque nos últimos meses, tenho sido
contactado muito frequentemente por fisioterapeutas, com o intuito de os
ajudar nos seus projectos empresariais.
A estas razões creio juntar-se outra: o facto de, na Bwizer, já termos organ-
izado alguns eventos ligados ao tema, e de eu próprio ter sido um dos forma-
dores.
Tudo isto tem levado a que algumas pessoas me vejam como uma fonte po-
tencial de informação e como não me é possível responder, de forma minima-
mente detalhada, a todas as pessoas que me contactam – apesar de que creio
nunca ter deixado de responder a ninguém – decidi desenvolver soluções
que possam ajudar várias pessoas ao mesmo tempo.
Decidi escrever este livro para ajudar aqueles que querem empreender e
não sabem como, tal como aqueles que, tendo já os seus negócios, os quer-
em fazer crescer. Faço-o porque também eu vivi momentos em que sentia
que queria avançar como o meu negócio e estava cheio de dúvidas e receios.
Não sabia o que fazer, por onde começar e tinha medo de como as coisas
poderiam evoluir. Agora, que vou a caminho de 10 anos de experiência com
projectos próprios, sinto que já posso partilhar alguns ensinamentos; coisas
que gostaria muito que alguém me tivesse ensinado quando comecei. Faço-o
ainda porque estou genuinamente convencido que se vivem tempos glorio-
sos para a fisioterapia e que aquilo que hoje se puder fazer para a potenciar,
terá retorno durante muito tempo.
O que aqui partilho é algo que se baseia no meu estudo e na minha ob-
servação. Não pretende ser algo muito detalhado mas é algo que tem o objec-
tivo de ser amplo e, sobretudo, útil.
13
a ESTRUTURA
do LIVRO
Para alcançar os objectivos que tracei para este livro, ser útil apresentando
informação que considero ser relevante para quem quer empreender e o quer
fazer com maior possibilidade de sucesso, estruturei-o da seguinte maneira:
15
capítulo deixo algumas questões para as quais deverá obter resposta no seu
caso em concreto.
• A fartura pode matar mais do que a fome • será que isto faz sentido? Leia
este capítulo e veja como vender demais pode ser o princípio do fim...
• Conclusão •
• Agradecimentos • este livro implicou o esforço de muitos. Tento não me
esquecer de ninguém nos agradecimentos.
Tem duas formas de ler este livro. Por ordem, aquela que acredito que será a
melhor opção por construir melhor cada conceito, ou saltando directamente
para cada capítulo, se preferir. Espero que desfrute, seja qual for a opção.
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Decidi escrever este com um propósito claro: poder ajudar especi-
MINHA
ficamente os fisioterapeutas e, de uma forma geral, todos aqueles
a
que tenham algum ímpeto empreendedor, a definirem melhor o seu
caminho e a estruturarem melhor os seus negócios.
HISTÓRIA :
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter
desenvolvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto
com uma perspectiva introdutória, não demasiado complexa ou
de fisioterapeuta
assustadora – e outras tantas coisas que podiam ter sido ditas não o
foram pelas minhas próprias limitações, limitações que, assumindo,
a empreendedor
decidi que não me impediriam de partilhar aquilo que sei. É que
num, tal como na vida, desde logo na vida empresarial, se estiver-
mos à espera de criar o produto perfeito, nunca vamos criar produto
nenhum!
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter
desenvolvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto
com uma perspectiva introdutória, não demasiado complexa ou
assustadora – e outras tantas coisas que podiam ter sido ditas não o
foram pelas minhas próprias limitações, limitações que, assumindo,
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Nasci a 20 de Março de 1981, no Porto, em Portugal. Escrevo este livro com
35 anos, em 2016. Nestes 35 anos já tive a oportunidade de fazer bastantes
coisas e, quase sempre, divertindo-me ao longo do processo.
Saltando rapidamente para os meus 17 anos, altura em que tive que decidir
que curso frequentar para dar seguimento aos meus estudos superiores, re-
cordo que tinha bastantes dúvidas sobre o que seguir. Era bom aluno mas
não era excelente. Podia entrar em bastantes cursos mas não em todos. A
verdade, contudo, é que a grande angústia que sentia nem era a de, even-
tualmente, não entrar no curso que sonhava. A angústia maior é que não
sabia o que mais me entusiasmava e aquilo que me imaginava a fazer a nível
profissional. Durante aquele último ano antes de entrar no ensino superior,
decidi que a Fisioterapia seria o meu caminho. Tinha já eu tido alguma vez
algum contacto com a fisioterapia? Conhecia eu f isioterapeutas? Nem por
isso. O que acontece é que i. Tinha que decidir alguma coisa e a área da saúde
era a possibilidade mais forte. Ii. Num mundo pré-Google, em 1998, tinha fei-
to umas pesquisas, e começara a achar a fisioterapia interessante, iii. Tinha
uns vizinhos que eram sócios de uma clínica de fisioterapia e, como sabia
disso, perguntei-lhes se seria possível ir visitar a clínica algum dia e passar
lá umas horas para perceber se me entusiasmava. Acederam ao meu pedido
e lá fui eu. Um fisioterapeuta recebeu-me e acompanhei-o umas horas no
seu trabalho. Um fisioterapeuta bem simpático, muito disponível, e que me
deu o empurrão final para seguir fisioterapia. Estava bem longe de saber que
aquele fisioterapeuta, 14 ou 15 anos depois, seria um dos formadores mais
destacados de uma empresa que entretanto criei, a Bwizer. Esse fisioterapeu-
ta é o Alexandre Novais.
18
estava claramente dedicado ao curso e, afinal, ainda tinha tempo para me
divertir e até para participar em actividades associativas que, 4 anos depois,
no último ano do curso, me haveria de conduzir à presidência da Associação
Nacional de Estudantes de Fisioterapia.
19
não me estava a imaginar ir todos os dias de Leça do Balio (Matosinhos), onde
vivia, até Felgueiras. Mal eu sabia que pouco tempo depois seria precisa-
mente lá que começaria a trabalhar e que, anos mais tarde, já muito depois
de deixar a prática clínica, a pessoa que me fez a tal proposta haveria de ser
meu cliente. Foi o José Freitas, hoje um cliente assíduo da Bwizer.
Acontece que o meu contacto com a realidade profissional foi bem menos en-
tusiasmante do que eu imaginara e, portanto, rapidamente concluí que não
pretendia manter aquele registo toda a vida. Concluí isto ainda com 20 anos
e muito pouco tempo depois de começar a trabalhar. Por razões relacionadas
com o início do 4º ano do curso – que decorria em horário pós-laboral – tive
que sair daquela clínica, que ficava demasiado longe. Rapidamente arranjei
emprego em Paredes, numa clínica de Medicina Física e Reabilitação. E foi a
desilusão absoluta! Era uma clínica com algumas (poucas) pessoas simpáticas
mas com um funcionamento anacrónico, de fraca qualidade e entediante.
Essa circunstância teve contudo um aspecto muito positivo: ajudou-me a
concluir, em definitivo, que a fisioterapia não era o meu caminho de longo
prazo. E eu, que gostara tanto do curso...
20
Desde adolescente, tinha uma espécie de fascínio por histórias de em-
preendedores, de empresários, de pessoas que criavam coisas, sobretudo coi-
sas marcantes. Lembro-me de me entusiasmar com aquelas histórias e de me
imaginar a vivê-las. Aliás, nos últimos anos do ensino secundário tinha uma
espécie de ficheiro secreto no meu computador com uma lista de negócios
que achava interessantes e que queria um dia lançar. Não sei onde foi parar
esse ficheiro mas tinha alguma curiosidade em o recuperar. Não pelas ideias
que lá estavam vertidas mas pelo início do processo que deixavam antever.
Esse ímpeto empreendedor esmoreceu um pouco durante os primeiros anos
do curso de Fisioterapia mas nem aí desapareceu completamente.
Identifiquei a business school onde queria fazer o meu MBA, a EGP, actual
PBS (Porto Business School) e lá me candidatei. Era muito novo, talvez novo
demais – tinha 22 anos – quando iniciei o MBA, depois ter abandonado o
21
emprego seguro no gabinete do Jorge Ribas. Era o mais novo aluno de toda a
escola (havia mais cursos para além do MBA) e, como seria de esperar, o úni-
co fisioterapeuta. Aliás, creio mesmo ter sido o primeiro fisioterapeuta por-
tuguês a fazer um MBA em full-time. Lembro-me bem dos olhares inquisi-
dores de alguns colegas, sobretudo dos mais experientes, quando percebiam
que para além de só ter 22 anos, era fisioterapeuta! Aqueles tempos iniciais
não foram nada fáceis até porque não tinha quaisquer bases daqueles te-
mas e tinha um domínio muito rudimentar de ferramentas matemáticas, tão
necessárias em várias disciplinas. Seja como for, cedo meti na cabeça que, tal
como os outros, iria conseguir concluir o MBA, e com notas decentes, o que
viria a acontecer. Esse processo foi facilitado por colegas muito mais sabe-
dores do que eu e até solidários, e que recordo com carinho.
O MBA foi uma experiência muito marcante por tudo o que aprendi, pelo
enorme desconforto a que me sujeitou, pela superação, pelo networking e
até porque até certa altura, validou socialmente a minha mudança de car-
reira. Para além de tudo isso, estava longe de imaginar na altura que um dos
colegas, um dos alunos mais brilhantes, o José Vidrago, haveria de se tornar
meu sócio.
De todo o modo, ao longo daquele ano não fazia ideia do que poderia fazer
no fim do MBA... Estava bastante apreensivo, devo confessar.
22
em Dezembro de 2006. Tinha 25 anos e muita ambição.
23
do com inúmeros erros meus que me deram lições dolorosas mas úteis. A
Belpac foi também fundamental para melhorar as minhas competências de
gestão de tesouraria, apesar de reconhecer que as competências financeiras
nunca serão o meu factor distintivo.
24
decidi que não me impediriam de partilhar aquilo que sei. É que
num, tal como na vida, desde logo na vida empresarial, se estiver-
mos à espera de criar o produto perfeito, nunca vamos criar produto
nenhum! a EMERGÊNCIA
das UNIDADES PRIVADAS
Conto agora com o seu feedback através do email empreendedor@
bwizer.com. Prometo ler cada um dos email que me forem enviados.
de aFISIOTERAPIA
Poderá continuar seguir-me, e a acompanhar as minhas dicas,
através dos seguintes canais: Conclusão:
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter
desenvolvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto
com uma perspectiva introdutória, não demasiado complexa ou
assustadora – e outras tantas coisas que podiam ter sido ditas não o
foram pelas minhas próprias limitações, limitações que, assumindo,
decidi que não me impediriam de partilhar aquilo que sei. É que
num, tal como na vida, desde logo na vida empresarial, se estiver-
mos à espera de criar o produto perfeito, nunca vamos criar produto
nenhum!
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Se esteve atento ao mercado da fisioterapia em Portugal nos últimos anos,
ter-se-á apercebido de duas tendências fundamentais. A primeira, teve que
ver com a pressão financeira que atingiu as unidades convencionadas de Me-
dicina Física e Reabilitação (MFR), fruto das dificuldades financeiras do Es-
tado. Realçaria 3 medidas que contribuíram para o aperto financeiro destas
unidades: o aumento das taxas moderadoras, a redução do número de P1s a
que cada paciente tem direito e a redução da subsidiação nos transportes de
doentes. Tudo isto contribuiu para a redução das receitas daquelas unidades
pelo aumento das barreiras à procura. A segunda tendência é o aumento
marcado do número de unidades privadas de fisioterapia, tradicionalmente
designadas por gabinetes de fisioterapia. Este crescimento, aliás, não será in-
dependente da primeira tendência que descrevi.
26
o EMPREENDEDORISMO
É para MIM?
27
Parece estar a ficar na moda ser empreendedor e isso é muito positivo para
uma cultura como a nossa que, tradicionalmente, não é muito promotora do
risco, da inovação e da livre concorrência.
Começando pelo último ponto, a confiança, chamo a sua atenção para o facto
de que quem faz, quem faz diferente e, sobretudo, quem tem algum sucesso,
tende a ganhar alguns ódios de estimação. Não é inevitável que isto acon-
teça mas é altamente provável pelo que, se não tem o estofo necessário para
saber lidar com críticas, sobretudo as injustas, pense bem se quer ter um
projecto que o venha a pôr em confronto com situações destas.
28
rer mal. Esta característica não deve contudo ser confundida com teimosia
e incapacidade de aceitar a realidade. Se tudo apontar para o fracasso do seu
projecto, seja inteligente e livre-se dele rapidamente, em vez de o levar por
diante só por teimosia. De todo o modo, meta desde já uma coisa na cabeça:
nem tudo vai correr bem e, por isso, ou tem resiliência ou vai fracassar.
Deixei a capacidade de execução para o fim por considerar que é a mais im-
portante. Um empreendedor não é (só) um sonhador. Está claro que importa
ter um sonho, uma visão que quer alcançar contudo, se se ficar pelo son-
ho e pela idealização, nunca será um empreendedor. O empreendedor de-
fine-se pela capacidade de transformar um sonho em realidade. Empreender
é construir, é levar a cabo e, portanto, se é daquelas pessoas que fala muito,
está sempre a dizer que um dia vai fazer mas os dias sucedem-se e nunca
faz, pense bem se ser empreendedor é mesmo para si. Um funcionário de
uma empresa pode, e deve, ter um postura empreendedora mas, por norma,
a empresa não dependerá do seu empreendedorismo para avançar; já num
negócio próprio tudo é diferente e, goste ou não, ninguém vai trabalhar por
si... E é bom que não seja daquelas pessoas que põe nos outros a culpa dos
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seus insucessos porque se não tiver capacidade de auto-análise e de se pôr
em causa e às suas acções, dificilmente conseguirá contornar os problemas
que certamente vai encontrar. E sabe que mais? Alguns desses problemas
vão ser culpa sua. E porquê? Porque errar faz parte do processo e ninguém
nasce ensinado.
•••
Para reflectir:
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curta, abordando apenas dois ou três aspectos fundamentais contudo, à me-
dida que ia escrevendo fui-me entusiasmando e acabei por escrever algo que,
ASPECTOS
estando longe de ser exaustivo, é mais alargado do que o plano inicial. E isso
implicou um maior investimento de tempo e, desde logo por isso, um impacto
maior no meu trabalho diário que só não teve reflexos negativos na Bwizer
ESPECÍFICOS dos
pelo excelente trabalho da nossa equipa, a quem faço o primeiro agradecimen-
to. A empresa não existiria hoje sem o trabalho dedicado de tantos e, por isso, é
mais do que devido este meu agradecimento.
SERVIÇOS
Agradeço também a simpatia das pessoas a quem fiz referência ao longo do,
QUE HÁ QUE
nomeadamente os casos que descrevi sucintamente – e sem lhes fazer toda
a justiça merecida – por permitirem a divulgação dos seus projectos e, mais
importante, por serem tão inspiradores.
TER em CONTA
É devido um agradecimento às várias pessoas que reviram detalhadamente
o texto e que fizeram correcções e sugestões de melhoria bem importantes,
nomeadamente o Manuel Paquete e o José Vidrago, meus sócios na Bwizer.
Agradeço também a X e Y pelo trabalho gráfico que tiveram na montagem e
edição do.
31
Vender serviços de fisioterapia, como qualquer serviço, é diferente de vend-
er milho, carros ou móveis. Trata-se de um serviço e os serviços têm algumas
características que os tornam diferentes dos produtos físicos e os tornam es-
peciais.
32
Todas estas características dos serviços são circunstâncias que deve ter em
atenção quando pensar naquilo que vai apresentar ao seu cliente e na forma
como vai estruturar o seu negócio, desde logo na dimensão de relação com
o cliente.
33
o CLIENTE
É REI
34
Não assuma que conhece o cliente
tão bem que não precisa de lhe
perguntar nada. Isso é arrogância e,
por norma, nos negócios a arrogância
paga-se cara.
Parece um cliché dizer que os clientes têm que ser bem tratados mas nunca
é demais repetir e é importante pensarmos criticamente no que traduz um
bom serviço ao cliente. A primeira coisa para que o alerto é que, em bom rig-
or, não sabe se o cliente está ou não satisfeito...se não lhe perguntar! Não as-
suma que conhece o cliente tão bem que não precisa de lhe perguntar nada.
Isso é arrogância e, por norma, nos negócios a arrogância paga-se cara. Ava-
lie os aspectos que mais podem influenciar a percepção do seu cliente, desde
o tempo de espera à simpatia dos funcionários, passando pelo conforto das
instalações aos procedimentos administrativos, por exemplo. Repito: nunca
assuma que sabe mais do cliente do que realmente possa medir.
Deverá portanto pensar em coisas como os canais que os seus clientes terão
para marcar consultas e para o contactar, deverá definir como será o seu es-
paço e que tipo de privacidade proporcionará, se será open space ou em gabi-
nete individual por exemplo; terá que definir se cumpre horários de consulta
com rigor ou se, por outro lado, poderá ser aceitável deixar que haja atrasos.
Deverá pensar se faz uma chamada pós-consulta a todos os clientes e quem
a faz. Poderá ainda decidir se recebe o seu cliente com algum mimo especial
(ex. um chá) ou se não tem nada disso, nem sequer umas garrafas de água na
35
sala de espera. Deverá definir se o cliente pode pagar com vários meios (ex.
MB e cartão de crédito) ou se só aceita dinheiro vivo.
36
COMO CAPTAR
CLIENTES
37
A elaboração deste livro foi precedida de um questionário sobre empreende-
dorismo em fisioterapia que partilhei com uma série de pessoas, sobretudo
através das redes sociais. Das largas dezenas de pessoas que tiveram a ama-
bilidade de responder, ficou claro que a principal preocupação e o principal
receio na hora de se decidirem por um projecto próprio se centrava na cap-
tação de clientes ou, posto de outra forma, no risco de não conseguirem os
clientes necessários.
Está bem de ver que nunca se consegue eliminar totalmente o risco de nen-
hum projecto empresarial.
•••
O risco é indissociável de qualquer actividade humana, com destaque para
a actividade empresarial pelo que, se não tiver tolerância ao risco, quererá
talvez reconsiderar a sua opção pelo empreendedorismo.
Tenha em atenção que a única coisa que um gestor realmente gere é o grau
de risco a que se quer expor, sendo uma mera ilusão a gestão das receitas.
Por esta razão, deverá gerir as coisas por forma a que não incorra em mais
risco daquele que pode suportar. E digo-lhe isto a propósito da captação de
clientes porque é evidente que são os clientes a sua fonte de receitas e que,
sem clientes, não terá quaisquer receitas. Mas antes de se aterrorizar com a
perspectiva de não captar clientes, tem que pensar em duas coisas. Primeiro,
que clientes quer captar. Segundo, quantos tem que captar, no mínimo, para
que o seu negócio seja rentável.
Quanto ao número mínimo de clientes que tem que captar para não perder
dinheiro a cada mês, é um cálculo que lhe sugiro que aprenda a fazer, uma
vez que deve ser o seu objectivo mínimo mensal. Para calcular este indicador
38
deverá saber exactamente qual o seu custo fixo mensal e saber qual a mar-
gem média da sua venda (a margem é a diferença entre o preço que cobra e
os custos variáveis associados a essa venda). Uma vez tendo estes dados, bas-
tará dividir o custo fixo total pela margem unitária, obtendo assim o valor,
em número de vendas, que tem que alcançar para cobrir os seus custos fixos
e, logo, para não perder dinheiro. *
Creio pois que um fisioterapeuta que pretenda actuar em regime liberal deve,
antes de mais, apostar na criação da sua marca pessoal e do seu posiciona-
mento. E, nos tempos que correm, uma adequada utilização das redes soci-
ais é a forma mais fácil e mais poderosa para o fazer. Diria que há 3 redes
incontornáveis em Portugal, o Facebook, o Instagram e o LinkedIn. Poderá
*
• custo fixo mensal (CF): custos que tem que suportar a cada mês, independentemente das vendas que faça.
Inclui coisas como salários fixos e renda, por exemplo.
• Margem (bruta) (MB): preço – custos da venda (custos em que incorre em cada venda – ex. Material consumível)
• número de vendas mensais a fazer para não perder dinheiro: trata-se do chamado “BEP – break-even point”.
BEP = CF/MB
39
também ponderar o Snapchat contudo, no nosso país, neste momento, os 3
primeiros parecem-me os mais importantes a não ser que o seu público seja
adolescente e, nesse caso, o Snapchat ganha uma relevância adicional.
Recorde que “posicionamento” não é mais do que a forma como os outros, des-
de logo os seus potenciais clientes, o vão ver; a percepção que vão ter de si.
Como tudo que tem um lado positivo, há também um lado negativo nas re-
des sociais, que é a forma potencialmente viral como algum momento de
infelicidade pode ser propagado. Tenha muito cuidado na forma como gere o
seu comportamento público porque toda a sua credibilidade pode ser arru-
inada com um momento infeliz, por mais injusto que possa ser.
A par das redes sociais, que ajudarão a construir a sua marca pessoal, deverá
ponderar outras formas de divulgar os seus serviços. Recordando aquilo que
dizia atrás, sobre a confiança, fica fácil de perceber que o canal de promoção
que melhor se ajusta a esta característica é o boca-a-boca, fenómeno que se
caracteriza pela partilha de informação entre as pessoas, de forma directa.
Neste caso, bem entendido, refiro-me a um boca-a-boca positivo. Ora, para
promover o boca-a-boca positivo tem que satisfazer o cliente (ver o capítulo ”o
cliente é Rei”) mas, naturalmente, há primeiro que os captar. Uma das formas
que poderá seguir é o de promover os seus serviços junto de uma base de cli-
entes mais próxima, nomeadamente amigos e familiares, para tentar daí des-
encadear este fenómeno. Devo contudo dizer que sou algo céptico em relação
aos amigos e família porque é fácil haver uma perspectiva menos profissional
e isso não resolverá nada. Lembro-me que quando lancei a Belpac fiz algumas
tentativas nesse sentido e, salvo erro, foram todas um fracasso.
40
chegar a estes clientes através de parcerias com ginásios, grupos de running,
sessões de rastreio, etc. O importante é começar a tratar algumas pessoas.
Depois, é uma questão de brilhar e de impactar. Se o conseguir, tem tudo
para fidelizar essas pessoas, que vão depois gerar mais boca-a-boca positivo
e potenciar as suas vendas. Tem é que ter alguma paciência porque as coisas
não acontecem de um dia para o outro. (Sugestão: não se compare logo com
quem está no mercado há mais tempo, porque essas pessoas já tiveram o
tempo para potenciar este fenómeno).
Canais mais massificados e mais caros, como TV e Rádio, não são canais ad-
equados para este tipo de negócios, de âmbito local e de pequena dimensão.
Poderá optar por rádios locais mas, tal como sugeri para a questão dos flyers,
se o fizer meça os resultados! Aliás, medir os resultados de qualquer acção
comercial é o mínimo que tem que fazer, se quiser ter uma gestão compe-
tente.
41
captar. Deverá sempre medir os resultados e não deverá fazer investimen-
tos que não possa suportar. Deverá sobretudo apostar naquilo que possa
contribuir para a construção da sua marca pessoal, confiando depois no bo-
ca-a-boca que resultará do seu bom trabalho e do seu foco no cliente.
42
o PRODUTO
43
o que vai vender e aquilo que os clientes
avaliarão, vai para além do que muitas vezes
os fisioterapeutas pensam que é a “totalidade”
do que apresentam ao mercado, as suas
competências técnicas.
Este capítulo está aqui para o ajudar a reflectir sobre o produto que vai apre-
sentar. Reparará que no capítulo “aspectos específicos dos serviços que há
que ter em conta” usei a designação “serviço” e não “produto”. A partir daqui,
ao “serviço” chamarei “produto”. Apesar de, tecnicamente, a designação mais
correcta ser “serviço”, considero que a designação “produto” torna mais clara
a ideia que aqui quero abordar: que aquilo que vai vender é um produto
como outro produto qualquer e que, por isso, tem que ser construído com o
cuidado que qualquer produto exige, seja ele um automóvel, uma barra de
chocolate ou um telefone.
A esta altura já se estará a dar conta que o que vai vender e aquilo que os cli-
entes avaliarão, vai para além do que muitas vezes os fisioterapeutas pensam
que é a “totalidade” do que apresentam ao mercado, as suas competências
técnicas.
Posto isto, como deverá ser o seu atendimento, o seu espaço, a sua farda, o
seu horário de atendimento, etc.?
44
significando isto que devem todas contribuir para o mesmo posicionamento
e não serem antagónicas (ex. se quiser ter um produto que se distinga por um
serviço ao cliente de excepção, e se tiver uma sala de espera extremamente
bonita, não deverá depois ter tempos de espera elevados).
Creio que está claro que tem que pensar “para além” da componente técni-
ca da fisioterapia contudo, não se deverá esquecer das características que
impactam na dimensão técnica. Assim, deverá definir se as sessões são em
espaço aberto ou em gabinete fechado. Deverá definir a sua duração. Terá
que definir ainda se o tratamento é todo feito pelo mesmo fisioterapeuta ou
se podem coexistir vários. Deverá escolher os equipamentos a usar e definir
se se baseia mais em terapia manual, em exercício, em tecnologia ou num
mix de todos. Terá que definir se a marquesa é coberta com uma folha de
papel de marquesa, se com TNT ou com uma toalha felpuda. Tudo impacta
na forma como os seus clientes vão entender o seu produto. Não deixe nada
ao acaso.
45
QUE PREÇO
COBRAR
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O preço é uma das variáveis do marketing e aquela que, quase sempre, mais
angústia cria. A angústia de quem marca o preço é sempre o de não saber
quantos clientes afastará por cada euro que suba. Está bem de ver que o
empresário deve cobrar o preço mais alto possível sem afastar demasiados
clientes, respeitando a sua estratégia, o segmento para onde se posiciona, a
concorrência e a sensibilidade do mercado ao preço.
Deverá ainda recordar que as receitas (o preço a que vende, multiplicado pe-
las unidades vendidas) não são sinónimo de margem. Como já vimos atrás, a
margem reflecte a diferença entre as receitas e os custos em que se incorre
para as obter (cada venda que faz tem custos variáveis associados como, por
exemplo, o dos produtos consumíveis que gastar logo, a margem será a recei-
ta deduzida desses custos). Contudo, mais importante do que isto, deverá ter
em atenção que a margem das suas receitas deverá ser superior ao seu custo
fixo pelo que, de algum modo, esta questão deverá também ser reflectida no
preço a cobrar (recorde o que foi dito no capítulo “Como captar clientes”).
47
mais elevado do que o seu mas o seu preço for igual ao dele então, o seu preço
estará demasiado caro e não será, provavelmente, competitivo.
A definição do preço não fica por aqui, ainda assim. Faz sentido cobrar preços
diferentes, pelo mesmo serviço, a clientes diferentes? Fará sentido ter uma
politica de melhores clientes e cobrar preços diferenciado? Deve haver preço
especial para packs ou isso desvaloriza o produto? O preço deve ser fixo por
sessão ou poderá variar de acordo com as técnicas que aplica, a tecnologia
utilizada ou o tempo dispendido?
Não tenho aqui espaço, nem é o momento, para aprofundar cada uma des-
tas inquietações. De todo o modo, o que lhe digo é que deverá ser coerente
e consistente, e assumir um preço. E, se tiver que o mudar, mude-o; se tiver
cometido algum erro, tente corrigi-lo com a máxima rapidez.
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INVESTIMENTO
a decisão de investir deverá
ser feita se a estimativa de retorno
financeiro for a que definir
No âmbito que aqui abordo, a decisão de investir deverá ser feita se a estima-
tiva de retorno financeiro for a que definir.
Será possível estimar, com 100% de certeza, o retorno que vai obter?
50
assim, qualquer investimento poderá não ter o retorno pretendido pelo que,
o que há a fazer, é definir qual o risco máximo que está disposto a suportar.
Não pense que tudo vai correr bem! Siga o cliché: espere o melhor, mas pre-
pare-se para o pior.
Claro está que aquilo que vai comprar dependerá quer dos seus objectivos
quer do dinheiro que tiver disponível. Poderá ambicionar montar uma clíni-
ca de 2.000m2 com piscina e equipamento de alta tecnologia mas poderá
não ter dinheiro para isso e, portanto, terá que rever os seus planos. Por out-
ro lado, para um fisioterapeuta poderá fazer sentido investir numa super
marquesa eléctrica por alguma razão especial e, para outro, poderá bastar
uma marquesa portátil de €100. Tem que definir o que quer, quanto pode
gastar, e a que ritmo quer investir.
Não pretendo fazer uma listagem de tudo o que poderá ter que adquirir como
investimento inicial mas há duas coisas que quero deixar claro. A primeira é
que deve ser exaustivo nesta análise; não deve deixar nada de fora, para não
ter surpresas, desde equipamentos a obras, passando por custos administra-
tivos de criação de empresa (caso abra uma empresa), etc. A segunda é que
51
realmente não precisa de muito dinheiro para começar. Vou repetir: não use
a falta de dinheiro como desculpa para não começar porque isso pura e sim-
plesmente não é uma real barreira neste tipo de negócio. Se meter na cabeça
que quer começar com a tal clínica de 2.000m2, em instalações próprias e
com a tecnologia de última geração, aí sim, vai precisar de dinheiro. Bastante
dinheiro. Mas, se não tem todo esse dinheiro, pode perfeitamente começar
com muito menos.
Do que é que necessita para começar a fazer uns domicílios? Não mais do
que uma caixa de luvas de látex, talvez um creme de massagem e umas ban-
das elásticas, por exemplo. Menos de €100 de investimento, seguramente.
Mesmo que não tenha viatura própria, pode sempre ir de transportes públi-
cos, como faz muita gente. E ainda que monte um pequeno gabinete, pode
começar apenas com uma marquesa portátil, papel de marquesa, creme e
pouco mais. Com menos de €250 está pronto a começar!
Para além de calcular o valor a investir, deverá conseguir fazer alguns cálcu-
los sobre o retorno desse investimento, nomeadamente o Payback e o VAL
mas isso já fica fora do âmbito deste livro.
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FINANCIAMENTO:
como ARRANJO
DINHEIRO
para INVESTIR?
Algumas pessoas poderão estar nesta altura a pensar: “tudo isto é muito bo-
nito mas eu não tenho dinheiro para investir. Como posso fazer?”
54
muito de programa para programa e de instituição para instituição, terá que
ser seu trabalho saber mais sobre estas opções contudo, não espere milagres.
•••
55
acumulando. Se preferir gastar o seu dinheiro a comprar um carro novo ou
mais caro ou a ir de férias para locais mais dispendiosos, está no seu direito
mas não se queixe depois que não tem €10.000, €1.000 ou até €500 para
investir.
Eu só estou a fazer hoje o que faço, porque fiz duas coisas claramente disrup-
tivas na minha vida:
1. frequentei um MBA: o MBA era caro e, como tinha que deixar de tra-
balhar, deixaria de ter rendimentos. E não foram os meus pais a pagarem
o MBA. Fui eu. E consegui fazê-lo porque tinha trabalhado dois anos e
tinha poupado uma parte considerável do meu rendimento.
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ENQUADRAMENTO
LEGAL
das UNIDADES
PRIVADAS
de FISIOTERAPIA
Sei bem que das maiores dúvidas que assaltam os fisioterapeutas são as de
natureza jurídica. Podem ter espaço próprio ou não? Há regras especificas
para esses espaços? Podem trabalhar sem prescrição médica? E a prescrição
tem que ser obrigatoriamente de um médico fisiatra? Que tipo de técnicas
pode um fisioterapeuta aplicar? Pode estabelecer acordos directamente com
seguradoras e outras entidades? Estas são apenas algumas das perguntas que
mais vezes são colocadas.
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• Consentimento informado do cliente • uma forma de gerir um pouco
melhor o seu risco, passa por garantir que o cliente assina um consen-
timento informado, como aliás os serviços jurídicos da APF (associação
portuguesa de fisioterapeutas) sempre sugerem. É algo que faz? Note que
um consentimento informado assinado não é um cheque em branco para
fazer ao cliente o que lhe apetecer, descurando as melhores práticas clíni-
cas contudo, em caso de conflito, será um argumento que poderá ser-lhe
útil.
Dito isto, e apesar das dúvidas de natureza jurídica (a que muitas vezes se
juntam outras de natureza fiscal) serem muito amplas, sempre lhe digo que é
hoje perfeitamente possível em Portugal um fisioterapeuta ter o seu próprio
gabinete (em rigor, a sua unidade privada de fisioterapia), sem necessidade
de um médico como director clínico, cabendo ao fisioterapeuta a respectiva
coordenação técnica. Estas unidades são reguladas pela ERS (Entidade Regu-
ladora da Saúde) e carecem de registo prévio.
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a FARTURA PODE
MATAR MAIS
do QUE a FOME
60
Ainda estudante de fisioterapia, decidi inscrever-me numa pós-graduação
em Gestão de Unidades de Saúde, com mais dois colegas de curso, o Manuel
Paquete e o Ivo Moura. Foi o meu primeiro contacto com algum tipo de for-
malismo de ensino de gestão e teve alguns aspectos positivos. Um deles foi
uma disciplina de marketing com um dentista brasileiro que se tinha dedica-
do ao marketing. Uma das coisas que retive daquelas aulas foi esta máxima: a
fartura pode matar mais do que a fome. E isso é bem verdade: às vezes é mais
tóxico ter muitos clientes do que ter poucos.
Toco neste tema porque sei que se trata de um fenómeno que vai afectar
alguns dos leitores. Espero que este alerta os possa ajudar a evitar este prob-
lema ou, se ocorrer, que minimize as suas consequências negativas.
61
Conseguimos ultrapassar aqueles momentos difíceis e hoje temos sistemas
muito mais eficazes, temos tecnologia que automatiza uma série de proces-
sos e reduz o erro, temos procedimentos internos muito mais robustos, e con-
seguimos fazer isso com um número muito superior de eventos e inscrições
daquilo que tínhamos em finais de 2013 – de lá para cá, praticamente du-
plicámos o nosso volume de vendas. O que é certo é que esta coisa da far-
tura poder matar mais do que a fome para mim já não é um conceito mera-
mente teórico; é algo real e que pode acontecer mesmo e, quando acontece, a
não ser que se tomem as medidas certas, pode ter efeitos devastadores e eu
reconheço que estivemos à beira desse fenómeno.
Numa clínica, a fartura matar mais do que a fome pode traduzir-se em si-
nais como: i) aumento da lista de espera, ii) aumento significativo do tempo
necessário para marcação de uma sessão, iii) aumento do tempo de espera na
sala de espera, etc.
Está bem de ver que estes fenómenos não provocam propriamente satis-
fação nos clientes, por mais saborosos que possam ser para o dono de negócio.
São, todavia, aquilo que poderia chamar de indicadores de vaidade. São apa-
rentemente interessantes e até há quem faça gala deles contudo, numa per-
spectiva fria e de boa gestão, são péssimos indicadores. Considerar uma lista
de espera longa, por exemplo, um bom indicador, é sinal de alguém que deix-
ou de pôr o cliente no centro de tudo antes colocando-se a si próprio – ou
ao seu negócio – no centro. É provavelmente um sintoma que indicia não
um negócio “super saudável” mas sim um negócio doente. É que, não nos
esqueçamos, há uma coisa fantástica chamada concorrência. E se eu não sou
atendido quando preciso, antes tenho que esperar largas semanas, se tenho
que esperar sempre demasiado tempo à espera para entrar, se nunca vejo a
cara do fisioterapeuta para quem julgava ter marcado a sessão, sendo sem-
pre tratado pelos seus assistentes, se me reduzem o tempo de tratamento
– para, discretamente, se meter mais clientes por dia – se me fazem estas coi-
sas e há concorrência real, então eu vou procurar outras alternativas. E isso,
reforçado pelo boca a boca negativo que se pode implementar – “atenção
que ali nunca consegues vaga “ ou “”gostava de lá ir antes mas agora nunca o
vejo, é sempre o assistente”, etc. – pode ser o princípio do fim ou, pelo menos,
pode levar a uma deterioração do negócio, ao invés do crescimento que se
ambicionava e se vivia.
62
o cliente é o mais importante, não é você. Se
inverter as prioridades e começar apenas a
construir e a alimentar uma montra para a
sua vaidade, vai correr mal.
Não se esqueça o que tinha dito lá atrás: o cliente é o mais importante, não é
você. Se inverter as prioridades e começar apenas a construir e a alimentar
uma montra para a sua vaidade, vai correr mal.
Poderá contudo exclamar: “mas eu não opto por maltratar as pessoas; apenas
não consigo atender todas!” Se esse for o seu caso, tem duas opções: a primei-
ra, passa por construir um modelo de funcionamento que permita crescer
verdadeiramente, sem que seja à custa da satisfação do cliente. A outra, pas-
sa por “eliminar” alguns clientes. E uma forma excelente de o fazer é ... subir
os preços! Se passar de €30 para €50 por sessão, é muito provável que perca
alguns clientes contudo, o valor extra que cobra provavelmente vai com-
pensar essa perda de clientes. Está assim a trocar clientes menos rentáveis
por clientes mais rentáveis.
63
EXEMPLOS de
EMPREENDEDORISMO
em FISIOTERAPIA
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Pelo mundo fora há inúmeros bons exemplos de fisioterapeutas empreende-
dores. Uns que montam as suas clínicas, outros que se dedicam ao desen-
volvimento do seu próprio produto formativo, outros ainda que montam
empresas de distribuição de formação, e há até quem se dedique a negócios
mais tecnológicos, com o desenvolvimento de software de alguma forma li-
gado à saúde. Há ainda quem se dedique à comercialização de dispositivos
clínicos ou até à sua produção. Há exemplos para tudo mas hoje focar-nos-
emos naquilo que é certamente o mais comum e que aliás estamos aqui a
abordar: as clínicas próprias (aqui uso indiscriminadamente o termo clínica
para designar clínica ou gabinete). E vou centrar-me em exemplos portu-
gueses apesar de conhecer vários estrangeiros bem inspiradores, nomeada-
mente espanhóis, brasileiros, ingleses e australianos.
• Nelson Azevedo •
Começo por dizer que gosto muito do Nélson Azevedo. É um excelente fi-
sioterapeuta mas, sobretudo, uma excelente pessoa. Sério e dedicado, tem
duas características que eu acho tremendas, uma enorme capacidade de
trabalho – dia após dia, trabalha entre 13 e 14 horas na sua clínica – e tem
algo ainda mais raro: é um criador. O que significa ser criador? Significa
que não é alguém que apenas replica o que aprendeu, ainda que de forma
aprimorada. Não. O Nélson cria conhecimento, estando a desenvolver o seu
próprio método de intervenção clínica. Pelo meio, em alguns anos e com
muito trabalho, construiu, do zero, uma clínica privada que hoje faz mais
de 300 tratamentos por semana, sendo procurado por pessoas de geogra-
fias bem distantes do local onde está implementada, o inesperado lugar de
Pousada de Saramagos, uma pequena localidade de Vila Nova de Famalicão.
Para além disso, o Nélson Azevedo colabora com grupos de investigação da
Universidade do Minho e, tenho a certeza, ainda nos vai surpreender com
muitas novidades. Significa isto que o seu negócio é isento de desafios ou
65
pontos de melhoria? Claro que não. O que significa é que tem um belíssi-
mo negócio, claramente diferenciado pelos resultados clínicos que entrega
e pelo conhecimento específico em que assenta. É um excelente exemplo de
negócio baseado no conhecimento, conhecimento profundo e original e, por
isso mesmo, mais dificilmente replicável.
Registe: Nélson Azevedo, um nome a ter em conta.
• Sofia Milhano •
A Sofia Milhano é fisioterapeuta e osteopata – Escola de Osteopatia de Ma-
drid, e ainda nos cruzámos enquanto estudantes de fisioterapia na CESPU;
estava ela a começar quando eu já terminava o curso.
A Sofia tem o seu gabinete privado há vários anos. Um gabinete cujo suces-
so assenta no seu conhecimento específico, um conhecimento claramente
acima da média e que lhe permitiu, desde sempre, apresentar um serviço
diferenciado (em que os resultado clínicos são apenas mais um ponto de dif-
erenciação). A Sofia é um excelente exemplo de como um fisioterapeuta pode
criar um belíssimo negócio. Um negócio que lhe permite obter rendimento
financeiro claramente acima daquilo que obteria por conta de outrem (a So-
fia está hoje a cobrar €45/sessão e tem sempre a agenda cheia, tendo já uma
fisioterapeuta a trabalhar consigo) mas, para além disso, tem a possibilidade
de desenvolver um trabalho como quer, ao ritmo que quer, e com claro im-
pacto positivo junto de quem a procura. Note-se que a Sofia tem ainda out-
ra particularidade: apesar de não se limitar à pediatria, tem um claro posi-
cionamento de especialista na área pediátrica – não é à toa que é formadora
Bwizer nesta área – e isso permite-lhe entrar num mercado muito específico,
com menos concorrência e no qual os clientes (os pais), estão muito mais
disponíveis para pagar preços premium.
Como todo os exemplos, também este negócio tem as suas debilidades con-
tudo, é um excelente exemplo do caminho que tantos fisioterapeutas podem
seguir, tenham eles a competência, a simpatia, a capacidade de trabalho e o
conhecimento da Sofia Milhano.
66
• Pedro Cunha •
Conheci o Pedro Cunha há uns anos, salvo erro num evento FisioJovem,
para o qual me convidaram para falar de empreendedorismo. Se a simpatia
do Pedro Cunha foi a primeira coisa que me marcou, fui depois descobrindo
a competência, a visão a capacidade de trabalho e a ambição. O Pedro tem
trabalhado em regime liberal desde sempre. Começou por trabalhar num
conhecido gabinete de Lisboa mas hoje já tem o seu próprio espaço, que par-
tilha com outro jovem fisioterapeuta, o João Francisco Almeida. Para além
desta dimensão, que lhe ocupa já 7horas por dia, o Pedro Cunha destaca-se
ainda por completar o seu (longo) dia no Sport Lisboa e Benfica, onde tra-
balha no futebol de formação. Diria que o Pedro se destaca por 3 coisas fun-
damentais que podem ser inspiradoras para muitos:
Creio não me enganar muito se disser que o Pedro Cunha vai ser um dos
nomes grandes da Fisioterapia em Portugal.
• Nuno Pina •
Com apenas 24 anos, o Nuno Pina é um empreendedor bastante jovem. Li-
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cenciado em fisioterapia – como tantos – tem algo que o distingue da maio-
ria: tem um passado como atleta de natação. O Nuno, inteligentemente, fez
aquilo que toda a gente devia fazer: juntou as suas paixões e está a tentar
monetizá-las. Foi assim que, aos 23 anos, criou o projecto Mais Natação com
Futuro, um projecto assente em formação para fisioterapeutas e treinadores,
em que o Nuno assume o papel de formador, precisamente por juntar conhe-
cimento dos dois lados, a fisioterapia e a natação. Trago este exemplo por três
razões fundamentais. Primeiro, como já disse, por se tratar de um projecto
que capitaliza aquilo que diferencia o Nuno dos demais, a sua paixão espe-
cífica, mostrando que qualquer coisa, desde que vivida de forma apaixonada
e profunda, pode ser a base de um negócio. Segundo, por não se tratar de
um projecto clínico. O empreendedorismo em fisioterapia está longe de ter
que se limitar aos gabinetes e às clínicas. Terceiro, pela juventude do Nuno
Pina. Não é preciso esperar pelos 30 para começar... E ainda que este não seja
o último projecto empresarial do Nuno – aposto que não será – é o primei-
ro e será sempre útil como aprendizagem, pelo menos. E uma coisa ele já
conseguiu que muita gente, mesmo mais velha, nunca conseguirá: ser já
conhecido por uma parte significativa da comunidade de onde emerge e isso
merece ser reconhecido.
• Gabriel Costa •
O Gabriel Martins da Costa, fisioterapeuta, tem um sonho: liderar o maior
grupo empresarial na área da reabilitação, em Portugal. E não está muito
longe disso. Aos 33 anos, a sua empresa, o grupo CMM detém, total ou par-
cialmente, participações em 11 clínicas médicas de proximidade (onde a Me-
dicina Física e Reabilitação e, claro, a Fisioterapia, são o core-business) que
enquadram, no momento em que escrevo este texto, mais de 320 colabora-
dores directos e prestadores de serviço, destacando-se mais de 30 médicos
fisiatras e mais de 100 terapeutas. a maioria deles fisioterapeutas.
Se bem que este livro não se centra no negócio das clínicas convenciona-
das, muitos dos princípios que apresentei são perfeitamente aplicáveis neste
contexto, o contexto que ainda hoje emprega mais fisioterapeutas e onde
há também variadíssimos exemplos de empreendedorismo por parte de fi-
sioterapeutas. O Gabriel será “apenas” aquele que hoje tem mais destaque. E
apesar das dificuldades do modelo de negócio tradicional das clínicas con-
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vencionadas – que eu creio que tem os dias contados (e o Gabriel conhece a
minha opinião), sei que no CMM há duas preocupações que visam preparar
o grupo para uma realidade diferente daquela que se vive hoje, onde o suces-
so de muitas clínicas MFR se baseia ainda nas convenções e, por arrasto, nos
baixos preços e na falta de concorrência directa. Essas preocupações passam
por: i) depender cada vez menos de subsistemas, com o aumento dos clientes
privados e segurados, ii) apostar na qualificação dos recursos humanos, o
que aliás leva o CMM a apostar de forma relevante em formação profissional
através de soluções da Bwizer e de outras empresas de formação.
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CONCLUSÃO
Decidi escrever este livro com um propósito claro: poder ajudar especifica-
mente os fisioterapeutas e, de uma forma geral, todos aqueles que tenham
algum ímpeto empreendedor, a definirem melhor o seu caminho e a estrutu-
rarem melhor os seus negócios.
Estou certo que muito ficou por dizer. Algumas coisas que podia ter desen-
volvido mas decidi não o fazer aqui – quis manter este texto com uma per-
spectiva introdutória, não demasiado complexa ou assustadora – e outras
tantas coisas que podiam ter sido ditas não o foram pelas minhas próprias
limitações, limitações que, assumindo, decidi que não me impediriam de
partilhar aquilo que sei. É que num livro, tal como na vida, desde logo na
vida empresarial, se estivermos à espera de criar o produto perfeito, nunca
vamos criar produto nenhum!
•••
Poderá continuar a seguir-me, e a acompanhar as minhas dicas, através dos
seguintes canais:
www.fisioterapeutaempreendedor.pt
/hugobelchior1981
/hugo.belchior
/in/hugobelchior
www.hugobelchior.com
www.bwizer.com
/bit.ly/2ae KnDr
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AGRADECIMENTOS
Quando decidi escrever um livro sobre empreendedorismo em Fisioterapia, a
minha ideia era escrever uma coisa bem simples e curta, abordando apenas
dois ou três aspectos fundamentais contudo, à medida que ia escrevendo
fui-me entusiasmando e acabei por escrever algo que, estando longe de ser
exaustivo, é mais alargado do que o plano inicial. E isso implicou um maior in-
vestimento de tempo e, desde logo por isso, um impacto maior no meu trabalho
diário que só não teve reflexos negativos na Bwizer pelo excelente trabalho da
nossa equipa, a quem faço o primeiro agradecimento. A empresa não existiria
hoje sem o trabalho dedicado de tantos e, por isso, é mais do que devido este
meu agradecimento.
Agradeço também ao José Matias e à sua equipa, pelo trabalho gráfico que
tiveram na montagem e edição do livro.
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www.bwizer.com
Empreendedorismo em Fisioterapia
www.fisioterapeutaempreendedor.pt
HUGO BELCHIOR
Hugo Belchior tem 35 anos e é empresário desde os 25. Li-
cenciado em fisioterapia, cedo percebeu que o seu caminho
não passaria pela fisioterapia como profissão, o que o levou
a uma mudança de carreira. Frequentou um MBA em full-
time, a que se seguiram mais de dois anos de experiência
numa das maiores empresas portuguesas, de onde haveria
de sair para se dedicar ao seu sonho: construir projectos
empresariais rentáveis e marcantes. Já criou 3 empresas
das quais sobrevivem duas, a Belpac e a Bwizer que, em
2015, venderam cerca de 1.6 milhões de euros. Hugo Belchi-
or adora novos desafios e costuma dizer que ainda só está a
começar.
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