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OSCAR MANOEL ERTHAL DE SOUZA

PROCESSOS PARA MELHORIA DA SEGURANÇA DO


TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado em Engenharia Civil da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Mestre em Engenharia Civil. Área de
concentração: Produção Civil.

Orientador: Prof. Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas

Niterói
1999
OSCAR MANOEL ERTHAL DE SOUZA

PROCESSOS PARA MELHORIA DA SEGURANÇA DO


TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado em Engenharia Civil da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Mestre em Engenharia Civil. Área de
concentração: Produção Civil.

Aprovada em 03 de setembro de 1999.

COMISSÃO DE EXAME:

Prof. Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas, D.Sc. – Orientador


Universidade Federal Fluminense

Prof. Prof. Reginaldo Vello Loureiro. D.Sc.


Universidade Federal do Espírito Santo

Prof. Carlos Alberto Pereira Soares


Universidade Federal Fluminense

Prof. Orlando Celso Longo


Universidade Federal Fluminense

Niterói
1999
Dedico este trabalho: Aos
meus pais, que me ensinaram
os primeiros passos na
vida.
A minha esposa Luiza e
filhos Vinicius e Bernardo
pelo apoio.
AGRADECIMENTOS

• Ao Prof. Osvaldo Luís Gonçalves Quelhas, pela orientação, pelo incentivo e


pela liberdade e tranqüilidade transmitidas para a execução deste trabalho.

• Aos colegas Gilson Brito, José Rodrigues e todos os profissionais que de


alguma forma contribuíram com informações para a elaboração deste trabalho.

• A Carla, Katia , Carlinhos e demais colegas do LATEC-UFF.

• A Joana, Sandra e Clarice, servidoras da Coordenação do Mestrado em


Engenharia Civil, da UFF, pela atenção.
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...................................................................................... 08
LISTA DE QUADROS.................................................................................... 09
LISTA DE ABREVI ATURAS.......................................................................... 10
RESUMO........................................................................................................ 11
ABSTRACT.................................................................................................... 12
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................... 13
1.1 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES......................................... 13
1.2 – OBJETO DO TRABALHO........................................................... 16
1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO................................................... 16
2 - DETALHAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO.................................. 18
2.1 - 1ª ETAPA - INFRA-ESTRUTURA.............................................. 18
2.2 - 2ª ETAPA - ELEMENTOS PORTANTES................................... 20
2.3 - 3ª ETAPA - SISTEMAS ARQUITETÔNICOS............................. 21
2.4 - 4ª ETAPA - INSTALAÇÕES EM GERAL.................................... 23
3 - DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE
SEGURANÇA EM UM CANTEIRO DE OBRAS..................................... 25
3.1 – FASES DO PLANEJAMENTO.................................................... 25
3.1.1 – Estabelecimento da Política de Segurança.............. 25
3.1.2 – Responsabilidades e Atribuições.............................. 26
3.1.3 – Comunicação Prévia................................................... 27
3.1.4 – Programa de Condições e Meio Ambiente do 28
Trabalho na indústria da Construção – PCMAT......
3.1.5 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais....... 29
3.1.6 – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional –PCMSO........................................................ 30
3.1.7 – Layout Inicial do Canteiro de Obra............................ 30
3.2 – ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO..................................................... 31
3.2.1 – Considerações Gerais................................................ 31
3.2.2 – Projeto da Área de Vivência....................................... 32
3.2.3 – Escritórios.................................................................... 34
3.2.4 – Portaria......................................................................... 35
3.2.5 – Almoxarifado e Depósitos.......................................... 35

51
7

3.3 – ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO ADEQUADO


FUNCIONAMENTO DO CANTEIRO......................................... 35
3.3.1 – Considerações Gerais................................................ 35
3.3.2 – Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho...................... 36
3.3.3 – Comissão Interna da Prevenção de Acidentes –
CIPA............................................................................... 37
3.3.4 – Mapa de Riscos........................................................... 38
3.3.5 – Ordens de Serviço sobre Segurança de Medicina
do Trabalho................................................................... 39
3.3.6 – Movimentação e Transporte de Materiais e
Pessoas......................................................................... 40
3.3.7 – Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas. 41
3.3.8 – Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva –
EPI e EPC....................................................................... 41
3.3.9 – Transporte de Trabalhadores em Veículos
Automotores................................................................. 43
3.3.10 – Proteção Contra Incêndio......................................... 43
3.3.11 – Sinalização de Segurança........................................ 45
3.3.12 – Treinamento............................................................... 45
3.3.13 – Ordem e Limpeza do Canteiro................................. 46
3.3.14 – Tratamento de Acidente Fatal.................................. 46
3.3.15 – Tratamento dos Dados Estatísticos........................ 47
3.3.16 – Informações Complementares................................. 47
4 - FERRAMENTAS DA QUALIDADE PARA SOLUÇÃO DE
PROBLEMAS RELATIVOS À SEGURANÇA......................................... 51
4.1 – CUSTOS DA QUALIDADE EVOLUÇÃO DO CONCEITO.......... 52
4.2 – CUSTOS DA QUALIDADE OBJETIVOS E APLICAÇÕES......... 56
4.2.1 – Objetivos...................................................................... 56
4.2.2 – Aplicações................................................................... 57
4.3 – O CUSTO E O VALOR DE MERCADO...................................... 58
4.4 – AS CATEGORIAS DOS CUSTOS DA QUALIDADE.................. 59
4.4.1 – Custos de Prevenção.................................................. 60
4.4.2 – Custos de Avaliação................................................... 61
4.4.3 – Custos de Falhas Internas.......................................... 62
4.4.4 – Custos de Falhas Externas........................................ 62
4.5 – CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES......................................... 63
4.6 – TENDÊNCIA DE CUSTOS DA QUALIDADE............................. 64
4.7 – O USO DE BASES COMPARATIVAS........................................ 66
4.8 – OUTRAS CATEGORIAS DE CUSTOS DA QUALIDADE........... 69
4.8.1 – Custos Imputados ao Cliente..................................... 69
4.8.2 – Custos de Perda Social.............................................. 70
4.8.3 – Custos de Perda de oportunidade............................. 70
4.9 – OS CUSTOS DA QUALIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL........ 71
4.10 – IMPLEMENTAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE.............. 73
4.10.1 – A definição de Condutor de Custo “ COST-
DRIVER”................................................................................... 74
4.10.1.1 – Etapas para a implantação da Qualidade de
Custos...................................................................................... 75
8

4.10.2 – Contabilidade Gerencial........................................... 76


4.10.3 – Planejamento do Programa de Custos da
Qualidade................................................................................. 77
4.10.4 – Etapas para Implantação do Programa de Custos
da Qualidade............................................................................ 78
4.10.5 – Aspectos Importantes para Implantação................ 79
4.11 – CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................... 82
5 – MODELO DE PLANO DE AÇÃO PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
RELATIVOS À SEGURANÇA................................................................. 83
5.1 – O QUE É O PLANO DE AÇÃO................................................... 84
5.2 – IMPLEMENTAÇÃO DE PLANO DE AÇÃO................................ 85
5.2.1 – Nível de Abrangência.................................................. 85
5.2.2 – Determinação do Sistema da Contabilidade
Gerencial.................................................................................. 86
5.2.3 – Escolha do Processo.................................................. 86
5.2.4 – A Coleta de Dados....................................................... 87
5.3 – IDENTIFICAÇÃO DAS ORIGENS DOS PROBLEMAS.............. 88
5.3.1 – Brainstorming.............................................................. 88
5.3.2 – Diagrama de Pareto..................................................... 89
5.3.3 – Diagrama de Árvore.................................................... 90
5.3.4 – Diagrama de ISHIKAWA.............................................. 90
5.3.5 – As Nove Perguntas – 5W3H1S ................................... 91
5.4 – MEDIDAS DE AÇÃO.................................................................. 92
5.4.1 – Controle de Plano de Ações....................................... 92
5.4.2 – Monitoramento............................................................ 95
5.4.3 – Retroalimentação das Informações........................... 96
5.5 – APLICAÇÃO DA METODOLOGIA.............................................. 96
5.5.1 – Implementação do Plano de Ação............................. 97
5.5.2 – Planejamento e Gerenciamento do Programa.......... 98
5.5.3 – Método para Coleta de Dados.................................... 99
5.5.4 – O Impacto Econômico na Obra e na Empresa......... 105
6 – CONCLUSÕES........................................................................................ 103
7 – BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 115
ANEXO A............................................................................................. 118
ANEXO B............................................................................................. 120
ANEXO C............................................................................................. 123
ANEXO D............................................................................................. 126
9

614.8 Souza, Oscar Manoel Erthal


Processo para Melhoria da Segurança do Trabalho
S 728 na Construção Civil./ Oscar Manoel Erthal Souza. -
1999 Niterói: UFF, 1999.
139p.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) -


Universidade Federal Fluminense, 1999.
1. Segurança do Trabalho. 2. Construção Civil-
Segurança do Trabalho.
I. Título.
10

LISTA DE FIGURAS

FIGURAS DESCRIÇÃO PÁGINA


1 Desenvolvimento da melhoria da qualidade 51
2 Iceberg dos custos da qualidade ocultos 54
3 Relação entre custos e nível de qualidade 59
4 Categorias de custos da qualidade 59
5 Modelos propostos para os custos da qualidade 64
6 Curva do custo total da qualidade 65
7 Variação do custo da qualidade com o tempo 66
8 Hierarquização das unidades de medida 82
9 Exemplo de diagrama de árvore 90
10 Exemplo do diagrama de Ishikawa 91
11 Ciclo do plano de ação 93
12 Ciclo PDCA 95
13 Fluxograma da distribuição dos elementos de custos
entre as categorias 101
14 Priorização pelo diagrama de Pareto 104
15 Desdobramento através do diagrama de árvore para o
problema FI 1 106
16 Diagrama de Ishikawa para o problema FI1 107
17 Desdobramento através do diagrama de árvore para o
problema 108
18 Diagrama de Ishikawa para o problema FI2 109
11

LISTA DE QUADROS

QUADROS DESCRIÇÃO PÁGINA


1 Da NR-4 37
2 Da NR-5 38
3 Proposta de um quadro de extintores para um
canteiro de obras 44
4 Exemplo de uma base comparativa dos custos da
qualidade - FEIGENBAUM 67
5 Exemplo de uma análise da comparação dos custos
da qualidade em relação a uma base 67
6 Indicadores dos custos da qualidade 68
7 Distribuição dos custos de falha 72
8 Classificação dos custos da qualidade 73
9 Modelo de planilha para coleta dos custos da
qualidade 81
10 Exemplo de planilha de medidas de ações 91
11 Exemplo de planilha de procedimento 94
12 Lista de problemas da obra piloto 100
13 Planilha de controle de custos de prevenção 102
14 Planilha de controle de custos de avaliação 102
15 Planilha de controle de custos de falha interna 103
16 Planilha de controle de custos de falha externa 103
17 Consolidação dos custos da qualidade 104
18 5W3H1S para o problema FI2 110
19 Procedimento proposto para FI1 111
20 Procedimento proposto para FI2 112
12

LISTA DE ABREVIATURAS

ASQC American Society for Quality Control


CA Certificado de Aprovação
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
DRT Delegacia Regional do Trabalho
EPC Equipamento de proteção coletiva
EPI Equipamento de proteção individual
ISO Organização Internacional de Normatização
MTb Ministério do Trabalho
NBR Norma Brasileira
NR Normas Regulamentadoras
PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SESMT Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do trabalho
13

RESUMO

Este trabalho apresenta um modelo para a melhoria das condições


de segurança do Trabalho na Construção Civil. Aborda o processo produtivo,
através do detalhamento dessas etapas. Analisa as diretrizes para a implantação
de projetos de segurança em canteiros de obras; apresenta um estudo sobre as
ferramentas da qualidade adequadas à solução de problemas e um modelo de
plano de ação para solução de problemas relativos à segurança.
14

ABSTRACT

This work presents a model for improvement of the safety of the


Work in the building site. Initially it approaches the productive process through the
phases of those stages. Soon after, it analyzes the guidelines for the implantation
of projects of safety in construction sites, besides presenting a study on tools of
the quality adapted to the solution of problems and a model of action plan for
solution of relative problems the safety. It concludes with conclusions and
recommendations on the theme.
15

1 – INTRODUÇÃO

1.1 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Em um período de transição, mudanças drásticas


ocorrem nas estruturas de emprego. Até mesmo nos
países centrais as taxas de desemprego alcançam níveis
elevadíssimos trazendo a reboque problemas sócio-
econômicos de difícil solução.

Hoje assistimos a uma mudança na forma de realização da aprendizagem


do trabalho. Com a alteração da base técnica quem assume a direção dessa
aprendizagem é a empresa. É ela quem vai ensinar os novos modos de tocar a
produção dos trabalhadores.

“.... o trabalho, incluindo as relações de poder e dependência que


envolve, é pré-requisito para a civilização”.
(DAHRENDORF, 1967, P. 157).

O trabalho ainda hoje é vivido como uma forma de castigo pela grande
maioria dos trabalhadores. Isto não é de se estranhar se levarmos em conta as
precárias condições de trabalho a que estão submetidos; baixa remuneração,
rígida disciplina, grau de periculosidade, carga horária excessiva, instabilidade,
monotonia, tensão, etc.
16

A Construção Civil apresenta duas características específicas no seu


processo de produção. Uma delas relaciona-se com a mudança dos riscos
ocupacionais de acordo com as diversas fases da obra. O caráter de
transitoriedade, muitas vezes, é confundido com improvisação, acarretando um
certo desprezo das chefias pelas normas de segurança. Outra questão relaciona-
se ao uso intensivo da força de trabalho, pois a construção civil, além de menos
sujeita ao processo de modernização e inovação tecnológica que os setores
manufatureiros, sofre enorme diferenciação entre o projeto, a sua concepção,
execução e as condições em que se realiza. Enquanto os projetos, especificação
de materiais e as técnicas construtivas tendem a sofisticar-se cada dia mais, em
contrapartida, a execução, ferramentas e condições de trabalho permanecem,
muitas vezes, rudimentares e improvisadas.

Os índices de acidentes na construção civil ainda causam preocupação,


apesar do assunto já ter sido amplamente discutido por diversas entidades
responsáveis, e profissionais terem sidos treinados para o fim específico da
prevenção de acidentes. Inúmeras vidas são ceifadas, ante o número alarmante
de infortúnios registrados, sobrecarregando, com pesados ônus indiretos, a
economia das empresas e do país, por diversas implicações que advém da
ocorrência do acidente do trabalho.

A causa apontada, em grande maioria, reside no fato de que a produção


tem predomínio sobre a observância de algumas normas básicas de segurança,
pois o prazo do cronograma, pode acarretar multas no caso de atraso, e o
recebimento das parcelas monetárias compatíveis com a medição dos serviços
executados tornam -se alvos prioritários no canteiro de obras.

Forma-se a idéia de que o acidente de trabalho representa um custo por


vezes baixo, o que é extremamente falso, uma vez que este incide diretamente na
diminuição da produtividade. A conscientização de todos os níveis de
envolvimento neste processo é fundamental e uma oportunidade impar de se
tornar o trabalho um aspecto central na vida das pessoas.

Os fatores mais comuns associados aos acidentes de trabalho são:


17

• inadequação de andaimes, plataformas e guinchos;

• instalações elétricas precárias;

• deficiência de pessoal habilitado, devido à rotatividade;

• mau uso do EPI

É freqüente o “sub-registro” de acidentes, principalmente os de menor


gravidade, pois os trabalhadores são atendidos no ambulatório da empresa e,
como nos primeiros quinze dias o pagamento de salário é de responsabilidade da
empresa (em caso de afastamento), a comunicação é negligenciada.

Existe também a inserção de grande número de trabalhadores sem registro


por parte das sub-empreiteiras, visto que, muitos serviço são de curta duração,
acarretando altos encargos na admissão e demissão destes trabalhadores
quando não há continuidade no serviço. como agravante temos muitos dos
serviços sub-empreitados são penosos, perigosos e insalubres, sendo altamente
lesivos aos interesses dos trabalhadores.

Segundo levantamento da Fundação João Pinheiro, 1984, a maior parte da


população da Construção Civil (50,77%) está concentrada na Região Sudeste.
Estes trabalhadores em sua maioria são procedentes da área rural,
principalmente da região Norte do Brasil e do interior de São Paulo de Minas
Gerais.

Hoje já deparamos com a Segunda geração, ou seja, os filhos destes


trabalhadores nordestinos que já nasceram aqui no Rio de Janeiro e por falta de
opção acabaram também ingressando na Construção Civil. Segundo Fisher et alli,
1989, as razões apresentadas para esta migração foram:

• ausência de recursos financeiros, pouca oferta de emprego e má


condição de vida no local de origem;

• desejo de conhecer a cidade para onde seus familiares migraram e


acabaram optando por continuar
18

• procura de melhores salários;

• a migração simultânea à da família;

• transferência a critério da empresa;

A formação profissional é informal, nada planejado. Em geral recebem


instruções dos superiores hierárquicos sobre “o que fazer“ e não “como fazer”. A
rotatividade é alta: 10 a 20% ao mês. O absenteísmo idem. Muita vezes o
próprio ambiente de trabalho é inadequado, adquirindo doenças infecciosas e
enfermidades freqüentes.

Por ser migrante, boa parte dos trabalhadores é alojada no próprio canteiro
ou em outro local a critério da empresa. Os alojamentos em geral são precários e
improvisados, sem infra-estrutura adequada.

É comum a ocorrência de doenças infecciosas tais como caxumba, varicela


e sarampo. Igualmente são freqüentes as diarréias de origem tóxicas e
infecciosa.

As maiores deficiências estão relacionadas às condições de higiene,


instalações sanitárias, falta de conforto acústico e luminoso. Como não há
preocupação com as relações sociais fora do trabalho, a falta de áreas de lazer
contribui para que muitos trabalhadores aceitem fazer hora extra aos domingos ou
aumentem o consumo de álcool, gerando, muitas vezes, conflitos.

I.2 – OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo do trabalho, é propor um modelo que possibilite a melhoria da


segurança nos processos de trabalho da construção civil.

1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi estruturado da seguinte maneira:


19

No Capítulo 2 – Detalhamento do processo produtivo: apresentamos


genericamente as diversas fases, que compõem o processo produtivo da
Construção Civil.

No Capítulo 3 – Diretrizes para implantação de um Programa de


Segurança num canteiro de Obras, enfocamos a importância da Segurança do
trabalho como um componente do processo de produção.

No Capítulo 4 – Ferramentas da Qualidade para solução de problemas


relativos a Segurança, apresentamos o conceito e as diretrizes de um Programa
de Custos da Qualidade, a fim de obtermos os verdadeiros geradores de custos
ou causa raiz, facilitando assim a priorização para solução.

No Capítulo 5 – Metodologia Proposta: Elaboração de Plano de Ação para


solução de problemas relativos à Segurança. Assim apresentamos uma proposta
para elaboração de um plano de ação no intuito de estabelecer as diretrizes das
ações de melhoria da qualidade para o processo com a finalidade de evitar o
Acidente do Trabalho.

No Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões, apresentamos a conclusão do


trabalho e sugerimos futuros estudos sobre o tema.
20

2 - DETALHAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO

O processo produtivo da construção civil, segundo Farias Filho, 1998 se compõe das
seguintes etapas genéricas.

2.1 - 1º ETAPA: INFRA-ESTRUTURA

Enquadram-se nesta etapa:

• instalação do canteiro de obra;

• preparação inicial do terreno da obra;

• fundações;

• escavações de valas;

• demolições; entre outros.

Na etapa de infra-estrutura, em função das constantes mudanças, as


incertezas normalmente são muito grandes, ocasionando deste modo, mudanças
no canteiro de obras. Por isso, nesta etapa, o ambiente é muito propício ao
surgimento de atos inseguros, podendo ocorrer vários acidentes.

Nesta etapa a atuação do Engenheiro de Segurança deve ser muito


significativa, com a finalidade de junto à equipe da obra, conscientizar os
operários a respeito dos perigos, da grande utilidade do uso dos EPI's e da
necessidade de observância das recomendações do Manual de Segurança.

É importante que sejam efetuados ciclos de palestras sobre métodos de prevenção e


controle de acidentes e sobre a importância e formação da CIPA, além de
divulgação, por meios informativos, das situações inseguras. Isto
21

possibilita aumentar a eficácia dos procedimentos que visam evitar a


ocorrência de acidentes.
Algumas situações perigosas que podem estar presentes na fase de infra-estrutura,
são:
• desmoronamento de valas;

• intoxicação por gases;

• desmoronamento de edificações já existentes;

• acidentes devidos ao uso de enxadas, pás, picaretas e outras;

• mordida de cobras, insetos e outros;

• atropelamento por veículos em trânsito;

• choques por descargas elétricas;

• acidentes devido a explosões;

• acidentes devido a pregos, serras circulares e outros;

• problemas auditivos devido a marteletes hidráulicos, serras circulares e


outros;

• acidentes devido à quebra de sistemas hidráulicos de marteletes, bate-


estacas, caminhões e outros;

• acidentes causados por uso inadequado de EPI;

• quebra de estacas;

• acidentes causados pela quebra de cabos de aço de gruas, bate-


estacas e outros; etc.;

2.2 - 2º ETAPA: ELEMENTOS PORTANTES

Os elementos portantes de uma obra qualquer compreendem todos


os elementos estruturais que visam suportar, distribuir e dar estabilidade à obra.
Enquadram -se nesta etapa a construção de:
22

• lajes;

• vigas;

• pilares;

• pórticos;

• estruturas espaciais, entre outras.

Na etapa dos elementos portantes o perigo é constante, pois, é onde


a mesma começa a tomar forma, nas três dimensões, potencializando o perigo.
Este se torna iminente devido à própria situação ambiental de grande mudanças;
do crescimento dimensional da obra; das peculiaridades construtivas; e do uso
de equipamentos perigosos, inclusive.

Nesta etapa, como na anterior, a atuação do Eng.º de Segurança,


deve ser significativa, agindo na manutenção das atividades já desenvolvidas
anteriormente. Outra linha de atuação deve ser a análise dos acontecimentos,
retirando desta, conclusões e ensinamentos evitar o aparecimento de alguma
situação que possa gerar um atos inseguros. As possíveis situações perigosas
desta fase, são:

• acidentes com a ferragem estrutural;

• intoxicação com aglomerantes, aditivos e outros;

• desmoronamento dos cimbramentos;

• acidentes por quedas das lajes, vigas e outros;

• problemas auditivos e físicos devido ao uso de vibradores;

• choque elétrico;

• acidentes devido o uso de furadeiras, torqueses, serrotes, martelos,


travadores e outros;
23

• acidentes nos olhos devido a fagulhas de solda, pedaços de madeira e


outros;

• acidentes causados por queda de pedaços de madeira, concreto, ferros


e outros;

• acidentes causados por serras circulares;

• acidentes devido ao uso indevido de ferramentas, máquinas e


equipamentos;

• acidentes causados por uso inadequado de EPI; etc.;

2.3 - 3º ETAPA: SISTEMAS ARQUITETÔNICOS

Os sistemas arquitetônicos compreendem todos os serviços que dão


a forma funcional e a edificação seus respectivos serviços estéticos que irão
promover o conforto ambiental, térmico e acústico. Enquadram-se nesta etapa:

• paredes divisórias;

• revestimentos externos e internos;

• pinturas internas e externas;

• esquadrias de madeira, alumínio e ferro;

• vidros; entre outros.

Também nesta etapa o perigo é constante, pois, a obra está com a


sua forma já definida, restando apenas compor os espaços com os serviços
acima citados.

O perigo nesta etapa se potencializa em função da diversidade dos


serviços a serem executados; da grande mudança ambiental; das peculiaridades
construtivas e do uso de equipamentos.
24

Nesta etapa, como nas demais, a atuação do Engenheiro de Segurança deve ser
significativa, agindo na manutenção das atividades já desenvolvidas nas
etapas anteriores. Uma outra atuação deve estar envolvida com a análise
dos acontecimentos, retirando destas conclusões ensinamentos para que
se possa evitar a aparecimento de alguma situação que tenha gerado um
ato inseguro. As possíveis situações perig osas são:
• acidentes devido ao uso inadequado de cavaletes, andaimes internos e
externos;

• acidentes causados por uso inadequado de EPI;

• intoxicação por produtos betuminosos, tintas esmaltadas e PVA, massa


corrida e outros;

• intoxicação com aglomerantes, aditivos e outros;

• acidentes devido ao uso de maquitas, furadeiras, pistolas, máquina de


cortar cerâmica e outros;

• acidentes causados por queda de pedaços de madeira, concreto, resto


de cerâmicas e outros;

• choques por corrente elétrica;

• acidentes devido a pregos, pedaços de vidros, fagulhas de cerâmicas e


outros;

• acidentes causados pela quebra de cabo de aço de gruas, guinchos,


balancins e outros; etc.

2.4 - 4º ETAPA: INSTALAÇÕES EM GERAL

As instalações em geral de uma obra qualquer compreendem todas


as instalações que uma obra necessita para operar satisfatoriamente. Esta etapa
e a anterior são as que definem a funcionalidade operacional da obra.
Enquadram -se nesta etapa:
25

• instalações elétricas;

• instalações hidráulicas;

• instalações sanitárias;

• instalações de gás;

• instalações de incêndio;

• instalações telefônicas;

• colocação de louças, metais, aparelhos elétricos e outros;

• sistemas elevatórios; entre outros.

A etapa das instalações em geral é uma fase complementar e


fundamental para a obra. Esta possibilita que a obra funcione ao mesmo tempo
atrelada à etapa anterior, imprime um conforto térmico, acústico e ambiental.
Nesta etapa, bem como nas anteriores, o risco de acidentes é grande por
diversos motivos. Dentre eles podemos citar os acidentes causados por
descargas elétricas. Esta etapa, aliada à etapa anterior, potencializa o perigo de
ocorrerem acidentes, durante a sua fase de execução.

Nesta etapa a atuação, como nas demais, do Engenheiro de


Segurança deve ser significativa, agindo na manutenção das atividades já
desenvolvidas nas etapas anteriores. A atuação do Eng.º de Segurança também
deve estar envolvida com a análise dos acontecimentos, retirando destas
conclusões ensinamentos para que se possa evitar a aparecimento, novamente,
de alguma situação que tenha gerado um ato inseguro.

As possíveis situações perigosas são:

• choques por descargas elétricas;

• acidentes causados por furadeiras; serrotes e outros;

• intoxicação causada por colas, adesivos e outros;


26

• acidentes causados por uso inadequado de EPI;

• acidentes causados por marretas, talhadeiras e outros;

• acidentes devido ao uso inadequado de cavaletes, andaimes internos e


externos;

• desmoronamento de valas; etc.


27

3 - DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE SEGURANÇA NOS


CANTEIROS DE OBRAS

3.1 – FASES DO PLANEJAMENTO

3.1.1 – Estabelecimento da política de segurança

A Segurança do Trabalho, segundo Stleng, 1999, é um componente


do processo de produção, primordial no planejamento de uma empresa
preocupada não só com lucros e redução de retrabalho, como em preservar seu
patrimônio humano e material, garantir a satisfação de clientes e apresentar
padrões adequados de produtividade com qualidade de serviços.

A prevenção de acidentes é a melhor solução para garantir a


segurança dos empregados e até mesmo de terceiros. Alguns dispositivos legais,
que abordam aspectos referentes à integridade física dos trabalhadores e
garantem sua saúde, devem ser observados sob o seguintes aspectos:

• Qualificação Profissional – é a maneira mais eficiente para se mudar o


quadro crítico existente no Brasil, relacionado ao número de acidentes
de trabalho. O profissional que realiza seu trabalho com maior
conhecimento técnico aplica com mais atenção as normas de
segurança, aumentando a produtividade e a qualidade do produto.
28

• Serviços Especializados em engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho - SESMT

• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

• Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho –


generalizam as responsabilidades, não só sobre segurança e saúde do
trabalhador, como também sobre os processos de execução dos
serviços.

• Reconhecimento de fornecedores com alto desempenho em segurança.

• A NR-18, com redação dada pela Portaria n.º 4, de 04/07/95, alterada


posteriormente pela Portaria n.º 20, de 07/04/98, modificou a legislação
vigente, estabelecendo diretrizes para a implementação de medidas
preventivas na realização dos trabalhos na Industria da Construção,
garantindo assim a segurança em todas as fases da obra.

Esta norma exige a elaboração do Programa de Condições e Meio


Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT. Esta NR deve ser
atendida em conjunto com a NR-7 e a NR-9, que tratam do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – e do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – PPRA, tornando completo o planejamento de um canteiro de
obras, sendo os programas elaborados antes de sua implantação.

Como todo o Planejamento, deve ser atualizado sempre que houver


modificações nas Condições e Meio Ambiente de Trabalho.

3.1.2 – Responsabilidades e atribuições

Um programa com resultados efetivos deve ser liderado pelo Nº 1 da


organização. As ações para prevenção de acidentes e doenças do trabalho
devem ter a participação e o envolvimento de todos os setores da empresa,
sendo as responsabilidades compatíveis com os diversos níveis do organograma
funcional da mesma:
29

• Gerente de Contrato/Supervisor de Obras – responsáveis pela


verificação final da obra, devem se certificar do atendimento aos
padrões mínimos de Segurança e Saúde no Trabalho, estabelecidos
pela legislação vigente.

• Engenheiros/Gerentes – responsáveis pelo planejamento das medidas


preventivas que devem ser atendidas para a execução dos serviços
com segurança, de acordo com o PCMAT estabelecido para a obra,
com a assessoria da equipe especializada.

• Mestres/Encarregados – responsáveis diretos pela orientação e


controle das medidas preventivas adotadas pelas equipes sob a
supervisão, devendo inspecionar os trabalhos para que se desenvolvam
sem acidentes.

• Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho – SESMT – responsável pela execução do PCMAT da obra e
assessoria à área de Produção.

• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – responsável


pela divulgação das normas de segurança e realização de algumas
funções executivas estabelecidas na legislação vigente, tais como:
elaborar o Mapa de Riscos, discutir os acidentes ocorridos etc.

• Empregados da Obra e de Empreiteiras – devem colaborar na


aplicação e cumprimento das Normas Regulamentadoras e das Ordens
de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho estabelecidas para
as funções desempenhadas no canteiro.

3.1.3 – Comunicação prévia

De acordo com o item 18.2 da NR-18, é obrigatória a comunicação à


Delegacia Regional do Trabalho, antes de se iniciarem as atividades no Canteiro
de obras, das seguintes informações:
30

• Endereço correto da obra.

• Endereço correto e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante,


empregador ou condomínio.

• Tipo de obra.

• Datas previstas do início e conclusão da obra.

• Número máximo previsto de trabalhadores na obra. Obs.: No número


máximo de trabalhadores, devem ser incluídos os subempreiteiros, com
previsão de utilização dos serviços.

Em termos de efetividade todos os envolvidos na execução devem


ser sensibilizados e treinados sobre prevenção de acidentes.

3.1.4 – Programa de condições e meio ambiente do trabalho na industria da


construção – PCMAT.

De acordo com o item 18.3 da NR-18, são obrigatórios a elaboração


e o cumprimento do PCMAT, nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores
ou mais, contemplando os aspectos constantes na Norma e outros dispositivos
complementares de segurança.

A quantidade de trabalhadores estabelecida não é a fase inicial da


obra, mas o número de maio movimento que ocorrerá durante o desenvolvimento
do empreendimento.

A Norma também determina que o PCMAT deve contemplar as


exigências contidas na NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA e ser mantido no estabelecimento à disposição do Órgão Regional do
Ministério do Trabalho – MTb.

O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional


legalmente habilitado na Área de Segurança do Trabalho e sua implementação é
de responsabilidade do empregador ou condomínio.
31

O item 18.3.4 da Norma relaciona os documentos que integram o


programa e o Anexo A apresenta um modelo, que exemplifica sua elaboração.

3.1.5 – Programa de prevenção de riscos ambientais - PPRA

O item 9.1.1 da NR-9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitem
trabalhadores como empregados, do PPRA, com o objetivo de preservar a saúde
e a integridade dos trabalhadores, através de antecipação, reconhecimento,
avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes
ou que venham a existir no ambiente de trabalho, propondo medidas de
neutralização, eliminação e/ou controle de agentes capazes de interferir na saúde
dos trabalhadores, Meio Ambiente e Recursos Naturais.

O PPRA faz parte do conjunto mais amplo das iniciativas da


empresa neste campo e deve estar articulado com o disposto nos demais NR, em
especial com o PCMSO, previsto na NR-7.

A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do


PPRA poderá ser feita pelo SESMT ou por pessoa que, a critério do empregador,
seja capaz de desenvolver o disposto nesta Norma.

É de responsabilidade do empregador fazer cumprir este programa


como uma atividade permanente. Caberá aos empregados colaborar na
participação e execução desse programa, dando sugestões e seguindo as
orientações recebidas através de treinamento, palestras ou determinações da
CIPA.

A implantação desse programa leva a empresa a conhecer melhor


seus processos, as profissões envolvidas, bem como sua participação e de cada
trabalhador na prevenção dos acidentes de trabalho.

É importante lembrar que na Industria da Construção, os processos


não são fixos em um layout padrão. Mesmo que se conheça os riscos de cada
etapa e da profissão envolvida, eles mudam constantemente, de acordo com a
32

fase da obra. O Anexo B apresenta um exemplo, com os procedimentos para sua


elaboração.

3.1.6 - Programa de controle médico de saúde ocupacional - PCMSO

O item 7.11 da NR-7 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, independente do porte e do grau de risco, do
PCMSO, com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto de seus
trabalhadores.

A responsabilidade pela implementação desse programa é única e


total do Empregador, devendo também, zelar pela sua eficácia e custear
despesas, além de indicar Médico do Trabalho para coordenar a execução do
programa. No caso dos trabalhadores temporários, muito comuns na Construção
Civil, a empresa contratada para fornecer mão-de-obra é a responsável pelo seu
próprio PCMSO.

Todo estabelecimento deverá estar equipado com material


necessário para prestação de Primeiros Socorros, considerando-se as
características das atividades desenvolvidas, devendo ser guardado em local
adequado e sob responsabilidade de pessoa treinada para esse fim. O Anexo C
mostra um exemplo para elaboração de um PCMSO.

3.1.7 – Layout inicial do canteiro de obra

Alguns itens devem ser considerados no planejamento prévio de um


canteiro de obras:

• Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, consultando


previamente as respectivas Concessionárias;

• Localização e dimensionamento, em função da obra, de áreas para


armazenamento de material a granel (areia, brita, etc.);
33

• Localização e dimensionamento, de acordo com o número máximo de


trabalhadores previsto para a obra, das Áreas de vivência,
contemplando: Instalações sanitárias, vestiários, alojamento, local de
refeições, cozinha (quando houver preparo de refeições), lavanderia,
área de lazer, ambulatório (quando se trata de frentes de trabalho com
50 ou mais trabalhadores);

• Localização e dimensionamento das centrais de: massa (betoneira),


minicentral de concreto (quando houver), armação de ferro, serra
circular, armação de forma, pré-montagem de instalações, soldagem e
corte a quente etc.;

• Localização e dimensionamento dos Equipamentos de transporte de


materiais e pessoas: grua, elevador de transporte de materiais
(prancha), elevador de passageiros (gaiola);

• Tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos


serviços;

• Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa;

• Análise cronológica da instalação do Canteiro e das atividades de


máquinas e equipamentos fixos, para determinar, com antecedência,
sua disposição e construção.

3.2 – ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO

3.2.1 – Considerações gerais

Poucos construtores dão atenção à organização dos canteiros de


obras. A falta de cuidado com a ordenação do local de trabalho, típica da
construção, torna-se um dos motivos de desperdício de tempo, perda de
materiais, defeitos de execução e falta de qualidade final dos serviços realizados.
34

Na implantação de um canteiro de obras, deve-se evitar ao máximo


o deslocamento das instalações durante a execução do projeto. Mas é comum
encontrar terrenos de área reduzida, principalmente nas grandes cidades, que
não permitem a implantação de um canteiro de obras em condições satisfatórias.
Nesse caso, é necessário construir um canteiro provisório, que só poderá ser
substituído após a desforma de duas ou três lajes, por outro que proporcione
mais conforto para os trabalhadores.

3.2.2 – Projeto da área de vivência

Áreas de Vivência são os espaços comuns aos empregados, que


devem ser dispostos no Canteiro de Obras:

• Instalações sanitárias – Constituídas de lavatório, vaso sanitário e


mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte)
trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1
(uma) unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.

• Devem ter portas de acesso que impeçam ser devassamento e ser


construídas de modo a manter o resguardo conveniente.

• Devem estar situadas em locais de acesso fácil e seguro, não


excedendo a distância de 150m (cento e cinqüenta metros) do posto de
trabalho.

Outras exigências para seu planejamento devem ser atendidas de


acordo com os demais itens da NR-18.

• Vestiários – Todo canteiro de obra deve possuir vestiário para troca de


roupa dos trabalhadores que não residem no local, situado próximo ao
alojamento e/ou à entrada da obra, com bancos e armários individuais
dotados de fechaduras ou dispositivo com cadeado.

• Alojamento – Deve ter área mínima de 3,00 m2 (três metros quadrados)


por módulo cama/armário, incluindo a circulação, com pé-direito de
35

2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros), não sendo permitida sua


situação em subsolos ou porões das edificações, e devendo atender ao
item 18.4.2.10 da NR-18.

• Local de refeições – Independentemente do número de trabalhadores e


da existência ou não de cozinha, em todo canteiro de obras deve haver
local exclusivo para o aquecimento de refeições, com capacidade para
atender todos os trabalhadores no horário das refeições, de acordo com
o item 18.4.2.11 da NR-18.

• Cozinha – quando houver preparo de refeições, sendo adjacente ao


local de refeições, deve ter instalações sanitárias de uso exclusivo dos
encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios,
devendo atender o item 18.4.2.11 da NR-18.

• Lavanderia – Deve haver local próprio para que o trabalhador alojado


possa lavar, secar e passar sua roupas de uso pessoal, sendo
permitida a contratação de terceiros para prestação desse serviço, sem
ônus para o trabalhador.

• Área de lazer – Devem ser previstos locais de recreação trabalhadores


alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este fim.

• Ambulatório – quando tratar de frentes de trabalho com 50 (cinqüenta)


ou mais trabalhadores, devendo haver material necessário para
prestação de Primeiros Socorros, de acordo com as características da
atividade desenvolvida. Este material deve ser guardado sob
responsabilidade de pessoa treinada para este fim.

• Nas áreas de vivência dotadas de alojamento, deve ser solicitada à


Concessionária local a instalação de um telefone comunitário ou
público.

• É obrigatório o fornecimento gratuito, pelo empregador, de vestimenta


de trabalho e sua reposição, quando danificada.
36

3.2.3 - Escritórios

O escritório é composto, normalmente, por dependências para os


seguintes setores da Administração da obra:

• Engenharia (Gerentes e Engenheiros)

• Estagiários e Técnicos

• Mestre-de-Obras

• Encarregado de Escritório e Auxiliares

• Segurança do Trabalho

• Refeitório

• Ambulatório

• Sanitários

• Encarregados

É comum a previsão de uma sala de reuniões, para planejamento da


obra e coordenação dos serviços. Os escritórios do Engenheiro e do Mestre-de-
Obras devem ter visão geral do Canteiro de Obras, permitindo assim maior
controle do desenvolvimento da obra.

Na sala do Encarregado de Escritório, deve ser mantida uma relação


de telefones de emergência e, no caso da obra não comportar uma enfermaria,
deve possuir também um estojo de Primeiros Socorros.

A sala da Segurança do Trabalho deve atender, também, aos


elementos de apoio da obra, tais como: Assistente Social, Psicóloga do Trabalho,
Nutricionista, entre outros.
37

3.2.4 – Portaria

A portaria da obra deve ficar junto à porta de acesso ao pessoal,


com espaço suficiente para manter um estoque de EPI, para fornecimento aos
visitantes. A guarita deve estar localizada de maneira que o vigia possa controlar
os acessos da obra.

O encarregado ou chefe da portaria deve consultar a administração


ou gerência da obra para a autorização da entrada de visitantes, além de anotar
nome e identidade e proibir a entrada na obra sem Equipamento de Proteção
Individual.

3.2.5 – Almoxarifado e depósitos

O Almoxarifado deve ser construído próximo ao escritório e mantido


limpo e arrumado. Deve estar próximo também das entradas e ser localizado de
maneira a facilitar a distribuição dos materiais pelo canteiro.

Os Depósitos destinam -se à estocagem de materiais volumosos ou


de uso corrente, podendo ser construídos a céu aberto ou cercados, para maior
controle.

3.3–ELEMENTOS NECESSÁRIOS AO ADEQUADO


FUNCIONAMENTO DO CANTEIRO

3 3.1 – Considerações gerais

Atendidas as exigências legais referentes ao planejamento do


Canteiro de Obras, devem ser observados os dispositivos responsáveis por
manter sua segurança, garantindo o bom andamento de todas as suas etapas.
38

3.3.2 – Serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do


trabalho

O SESMT é o setor mais adequado para planejar, elaborar e


coordenar a execução das medidas preventivas numa obra.

De acordo com a NR-4, o SESMT deverá ser instalado e mantido,


obrigatoriamente, por todas as empresas privadas e públicas que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com a
finalidade de promover a saúde e preservar a integridade do trabalhador no local
do trabalho. Este objetivo só será alcançado se houver um interferência ideal nos
processos e sistemas, inclusive com a definição de métodos de trabalho e
procedimentos. Deverá ser registrado no Órgão Regional do Ministério do
Trabalho.

Os profissionais que compõem o SESMT são os Engenheiros de


Segurança do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho, Médicos do
Trabalho, Enfermeiros do Trabalho e Auxiliares de Enfermagem do Trabalho,
devidamente registrados. Nem sempre, em função do dimensionamento
determinado, existe a obrigatoriedade da contratação de todos esses
profissionais. Há casos, e são até a grande maioria, que o SESMT é composto
apenas por um Técnico de Segurança do Trabalho.

Um ponto importante estabelecido pela Norma, nem sempre


cumprido pelas empresas, é que aos profissionais que compõem o SESMT é
vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua
atuação nos Serviços Especializados em Engenharia e em Medicina do Trabalho.

O dimensionamento do SESMT está vinculado ao grau de risco da


atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento,
devendo ser consultados os Quadros I e II anexos à NR-4. De acordo com o
Quadro I, as empresas da indústria da construção estão enquadradas como grau
de risco “3”ou “4”. Segue abaixo o dimensionamento do SESMT para os Graus de
Risco 3 e 4, conforme o Quadro 1 da NR-4:
39

QUADRO 1: Trecho do Quadro II da NR-4

N.º de Empregados no 50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de


Estabelecimento a a a a a a a 5000 para
Grau __________________ 100 250 500 1000 2000 3500 5000 cada grupo
De Técnicos de 4000 ou
Risco fração acima
de 2000**
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1 2 1
3 Aux. Enfermagem do 1 2 1 1
Trabalho 1
Enfermeiro do Trabalho 1* 1 1 2 1
Médico do Trabalho
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Eng. Seg. Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
4 Aux. Enfermagem do 1 1 2 1 1
Trabalho 1
Enfermeiro do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Médico do Trabalho

(*) – Tempo Parcial (mínimo de três horas). (**) - O dimensionamento total deverá ser feito
levando-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3501 a 5000, mais o
dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000. Obs.: Todos os componentes
do SESMT devem ser empregados da empresa. Exceto nos casos com asteriscos, o expediente é
integral.

3.3.3 – Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA:

De acordo com a NR-5, todas as empresas que possuam


empregados regidos pela CLT são obrigadas a organizar e manter em
funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, com o
objetivo de observar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar
medidas para reduzir e/ou neutralizar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos,
encaminhando ao SESMT e ao empregador seus resultados, solicitando medidas
preventivas e orientando os trabalhadores quanto à Prevenção de Acidentes.

A CIPA será composta de representantes do empregador e dos


empregados, de acordo com as proporções mínimas estabelecidas no Quadro I
da NR-5, ou com as previstas na NR-18, vinculada ao grau de risco da atividade
principal e ao número total de empregados do estabelecimento.
40

QUADRO 2 : Trecho do Quadro I da NR-5


N.º de Empregados 20 51 101 501 1000 2501 5001 Acima de 10000
no Estabelecimento a a a a a a a para cada grupo
Grau de ______________ 50 100 500 1000 2500 5000 10000 de 2500
Risco Membros da CIPA acrescentar
3 Representantes do 1 2 4 6 8 10 12 2
Empregador
Representantes dos 1 2 4 6 8 10 12 2
Empregados
4 Representantes dos 1 3 4 6 8 10 12 2
Empregador
Representantes dos 1 3 4 6 8 10 12 2
Empregados

3.3.4 – Mapa de riscos

O Mapa de Riscos é de responsabilidade da CIPA, determinada pela


NR-5, e é o conjunto de registros gráficos que representa os riscos existentes nos
diversos locais de trabalho. É elaborado sobre o layout das instalações, sendo de
rápida visualização e facilitando o entendimento dos operários. Durante a sua
elaboração, deve possibilitar a troca e divulgação de informações entre os
trabalhadores, estimulando sua participação nas atividades de prevenção. Pode
ser completo ou setorial e após discussão e aprovação pela CIPA, deve ser
afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso
para os trabalhadores.

O trabalhador deverá, sempre, ser instruído sobre as técnicas


prevencionistas que deverá adotar quando da exposição aos referidos riscos de
acidentes e/ou doenças do trabalho.

No caso das empresas da Indústria da Construção, por ser uma


atividade atípica, o Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por
etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e
superveniente modificar a situação de riscos estabelecida.

A metodologia empregada considera duas fases:

• Instalações Provisórias do Canteiro – contempla a construção das


áreas de vivência, administração da obra, máquinas e equipamentos
entre outras.
41

• Etapas da Construção – contempla a execução da obra, que é realizada


em etapas, como: colocação de formas, concretagem de laje, alvenaria
etc. O Mapa de Riscos deve prever a elaboração de cartazes, com
uma linguagem acessível ao nível educacional dos trabalhadores do
setor, para serem fixados nos acessos dos locais de trabalho, para
orientação de todos aqueles que realizarão aquela etapa de serviço.

3.3.5 – Ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho

A Ordem de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho define


as responsabilidades do trabalhador, não só quanto à Segurança e Saúde no
Trabalho como também sobre os processos utilizados na execução dos serviços,
devendo ser esclarecida e entregue por ocasião do Treinamento Admissional.

Pode ser elaborada segundo dois processos: por atividade


específica do trabalhador ou de forma genérica.

O primeiro processo contempla, individualmente, cada função


existente no empreendimento e tem a vantagem de ser mais detalhada quanto
aos riscos inerentes à atividade. São sugeridas para as funções mais comumente
encontradas na Indústria da Construção, como: Mestre-de-Obras, Apontador,
Almoxarife, Pedreiro, Carpinteiro, Eletricista, Bombeiro Hidráulico, Armador,
Pintor, Soldador, Servente, Vigia, Operador de elevador de passageiros, operador
de máquinas e equipamentos autopropulsados. Mas, de acordo com as
peculiaridades de cada empreendimento, essas Ordens podem ser ampliadas ou
aperfeiçoadas.

A elaboração das Ordens de Serviço deve atender aos seguintes


objetivos:

• Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

• Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem


conhecer e cumprir;
42

• Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição,


pelo descumprimento das Ordens de Serviço expedidas;

• Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de


acidente de trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

• Adotar medidas determinadas pelo MTb;

• Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as


condições ambientes de insegurança.

A Ordem de Serviço deverá ser feita em 2 (duas) vias e, após, ser


assinada pelo trabalhador, deve-se organizar um arquivo com a 2ª via, pois
somente com sua assinatura na Ordem de Serviço, fica comprovado o
conhecimento devido.

De acordo com a NR-1, constitui ato faltoso a recusa injustificada do


empregado ao cumprimento das Ordens de Serviço. Os empregados devem ser
informados das obrigações legais, porém de maneira que não venham sentir-se
ameaçados. Eles devem ter consciência desse dever. O Anexo D apresenta
alguns exemplos de Ordens de Serviço.

3.3.6 – Movimentação e transporte de materiais e pessoas

Todos os equipamentos de Movimentação e Transporte de Materiais


e Pessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, que deverá Ter
sua função anotada na Carteira de Trabalho.

• Torres de elevadores – dimensionadas em função das cargas a que


estão sujeitas, devem ser dotadas de proteção e sinalização, de forma
a proibir a circulação de trabalhadores através das mesmas.

• Elevadores de Transporte de Materiais (Gaiola) – é proibido o


transporte de pessoas nos elevadores de materiais. Quando houver
irregularidades quanto ao funcionamento e manutenção do elevador de
43

materiais, estas deverão ser anotadas pelo operador em livro próprio e


comunicadas, por escrito, ao responsável pela obra.

• Elevadores de Passageiros – deve ter um livro de inspeção, no qual


operador anotará, diariamente, as condições de funcionamento e de
manutenção do mesmo. Este livro deve ser visto e assinado,
semanalmente, pelo responsável pela obra.

• Gruas – sua operação deve atender às recomendações do fabricante,


devendo possuir alarme sonoro que será acionado sempre que houver
movimentação de carga.

3.3.7 – Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

A operação de máquinas e equipamentos que exponham o operador


ou terceiros a riscos só pode ser feita por trabalhador qualificado e identificado
por crachá.

As máquinas, equipamentos e ferramentas devem ser submetidas a


inspeção e manutenção, de acordo com normas técnicas vigentes, dispensando-
se especial atenção aos freios, mecanismos de direção, cabos de tração e
suspensão, sistema elétrico e outros dispositivos de segurança.

3.3.8 – Equipamentos de proteção individual e coletiva – EPI E EPC

A empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente,


EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação, conforme
estabelece a NR-6, que determina também outros detalhes do uso de EPI.

Todo EPI utilizado deve possuir o Certificado de Aprovação – CA,


emitido pelo Ministério do Trabalho, em caracteres indeléveis e bem visíveis.
44

O item 18.23 da NR-18 determina em que situações o uso do cinto


de segurança é obrigatório nos canteiros de obra e o item 18.13 estabelece
critérios que devem ser adotados para proteção contra quedas de altura.

O cinto tipo pára-quedista deve ser usado em atividades a mais de


2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de queda do
trabalhador.

O cinto tipo abdominal somente deve ser utilizado em serviços de


eletricidade e em situações em que funcione como limitador de movimentação.

Os equipamentos de proteção coletiva têm a vantagem de não


provocar desconforto aos trabalhadores, além de proteger os operadores e outros
trabalhadores presentes nas áreas de processo. Podem ser divididos em três
grupos:

Proteções coletivas incorporadas aos equipamentos e máquinas –


encontradas nas proteções de transmissões de força, partes móveis, interruptores
em gruas etc.

Proteções coletivas incorporadas à obra – pré-fabricadas, realizadas


nas áreas de apoio à obra e na própria obra. Proteções coletivas específicas,
opcionais ou para determinados trabalhos – utilização de sistema de comunicação
(walk-talk), fechamento total de fachada etc.

Os EPC’s devem ser construídos com material de boa qualidade e


instalados nos locais necessários, tão logo sejam detectados os riscos.

Em todo o perímetro da construção de edifícios com mais de 4


(quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma
plataforma principal de proteção, assim como fechamento com tela, que proteja
não só os trabalhadores, como terceiros.

As medidas de proteção serão, preferencialmente, de caráter


coletivo, prevenindo, eliminando ou reduzindo a utilização, formação, liberação e
disseminação de agentes prejudiciais à saúde, no ambiente de trabalho.
45

As medidas de proteção individual deverão ser adotadas quando for


comprovada a inviabilidade pedir a opinião demonstrando esta “inviabilidade” de
implementação das medidas de proteção coletiva ou quando não oferecerem
completa proteção contra os riscos ambientais, no período de estudo,
planejamento ou implantação, e em caráter complementar ou emergencial.

3.3.9 – Transporte de trabalhadores em veículos automotores

De acordo com o item 18.25 da NR-18, o transporte coletivo de


trabalhadores em veículos automotores, dentro e fora do Canteiro de Obras, deve
ser realizado atendendo às normas de segurança vigentes, através de meios de
transportes normalizados pelas entidades competentes e adequados às
características de percurso.

Deve ter autorização prévia da autoridade competente e deve ser


mantida no veículo durante todo o percurso pelo condutor, que deve ser habilitado
para a categoria do veículo.

A utilização de veículos a título precário somente será permitida em


vias que não apresentem condições de tráfego para ônibus e deve atender às
condições mínimas de segurança contidas no item 18.25.5, da mesma Norma.

Os acidentes com veículos utilizados para transporte de


trabalhadores ( de propriedade da empresa, alugados ou contratados) podem ter
conseqüências graves, inclusive quanto à responsabilidade civil e criminal. Por
isso, é muito importante que a empresa mantenha controle sobre a habilitação do
condutor e o prazo de validade de sua documentação e verifique periodicamente
os itens de segurança do veículo.

3.3.10 – Proteção contra incêndio

O item 18.26 da NR-18 estabelece a obrigatoriedade da adoção de


medidas para prevenção e combate a incêndio para os diversos setores,
46

atividades, máquinas e equipamentos do canteiro de obras. Deve haver um


sistema de alarme que seja percebido em todos os locais da construção e a
distribuição dos extintores portáteis deve ser definida a partir de um layout do
canteiro.

Os trabalhadores devem receber treinamento e informações sobre


os procedimentos a serem adotados no caso de incêndio e deve haver uma
equipe organizada e especialmente treinada no correto manejo do material
disponível para o primeiro combate ao fogo.

Complementando esse item, a NR-23 apresenta os critérios que


devem ser atendidos para a Prevenção de Incêndios. No quadro seguinte,
apresentamos uma sugestão de Quadro de Extintores para um Canteiro de
Obras.

QUADRO 3: Proposta de um quadro de extintores para um canteiro de obras

Instalação Provisória de Risco de Água


um Canteiro de Obras Fogo Gás Área de Distância
Ou CO2 Pó Espuma cobertura Máxima
Press (6Kg) Químico (10l) p/extintor (m)
(10l) (m2)

Almoxarifado Médio X X 250 10


Alojamento Grande X X 150 10
Ambulatório Pequeno X X 500 20
Cantina Grande X X 150 10
Central de Concreto Médio X 250 10
Central de Formas Grande X X 150 10
CPD Médio X 250 10
Depósito de Grande (X) X (X) 150 10
Combustível Grande X (X) 150 10
Dep. Oxigênio/Acetileno Grande (X) X (X) 150 10
Depósito de Tintas Pequeno X X X 500 20
Escrit. de Administração Médio X (X) 250 10
Oficina Elétrica Grande X X (X) 150 10
Oficina Industrial Médio X X (X) 250 10
Oficina Mecânica Grande X (X) X 150 10
Posto de Abastecimento Pequeno X X X 500 20
Refeitório Médio X 250 10
Subestação/Transform. Pequeno X X 500 20
Vestiário
Observações:
– As indicações entre parênteses indicam soluções alternativas.
– Eventualmente, algumas instalações próximas poderão ser protegidas por um mesmo extintor,
desde que sejam atendidas as condições relativas à área de cobertura e de distância máxima.
– Os reservatórios de combustível de maior capacidade, de canteiros de obras ou usinas de
asfalto, deverão ter um dimensionamento de extintores mais rigoroso.
47

3.3.11 – Sinalização de segurança

O item 18.27 da NR-18 estabelece os objetivos e os itens que


devem ser considerados para sinalizar a obra de modo que garanta a segurança
de todos envolvidos diretamente no canteiro de obras ou não.

No caso de serviço em vias públicas, o trabalhador deve utilizar


colete ou tiras refletivas na região do tórax e costas e a sinalização deve estar em
conformidade com as determinações do órgão competente, de forma a permitir o
trânsito sem risco de acidentes para veículos e pedestres.

3.3.12 – Treinamento

Muitos estudos sobre segurança mostram que os operários novos


têm mais probabilidades de sofrer acidentes do que os operários mais
experientes. Com o treinamento adequado, eles deverão ser orientados para os
procedimentos corretos a serem seguidos para que o trabalho se desenvolva sem
acidentes. Deve se considerar as dificuldades e necessidades de cada um e
enquadrá-los nas funções adequadas. Com isso, a empresa mostra a sua
preocupação como os funcionários e o cuidado em preservar sua integridade.

Todos os empregados devem receber treinamento admissional e


periódico, visando a garantir a execução de sua atividades com segurança,
conforme indicado no item 18.28 da NR-18.

O treinamento Admissional deve ser ministrado dentro do horário de


trabalho, antes do trabalhador iniciar suas atividades, constando de informações
sobre as Condições e Meio Ambiente de Trabalho, os riscos inerentes a sua
função, uso adequado de EPI e EPC, garantindo o desempenho seguro e
produtivo.

Ao final do treinamento admissional, os empregados devem receber


as Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho e os
48

Equipamentos de Proteção Individual – EPI necessários às suas atividades, além


de assinarem os Termos de Responsabilidade.

O treinamento periódico deve ser ministrado sempre que se tornar


necessário e ao início de cada fase da obra.

3.3.13 – Ordem e limpeza do canteiro

O canteiro de obras deve apresentar-se organizado, limpo e


desimpedido, principalmente nas vias de circulação, passagens e escadarias.

O entulho deve ser regularmente coletado e removido, com o devido


cuidado, de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos. Deve ser feito
contato com a Concessionária de Limpeza urbana para que se formalize a coleta
periódica de lixo.

É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do


canteiro de obras.

3.3.14 – Tratamento de acidente fatal

Em caso de acidente fatal, é obrigatória a adoção das seguintes


medidas:

• Comunicar, de imediato, à autoridade policial competente e ao órgão


Regional do Ministério do Trabalho.

• Isolar o local diretamente relacionado com o acidente, mantendo suas


características até sua liberação pela autoridade policial competente e
pelo Órgão Regional do Ministério do Trabalho.

O Órgão Regional do Ministério do Trabalho tem um prazo de 72h


(setenta e duas horas) para fazer a investigação, findas as quais o isolamento da
área pode ser suspenso.
49

3.3.15 – Tratamento dos dados estatísticos

A Indústria da Construção é um segmento peculiar, com processos


construtivos complexos e diversos que impõem pesquisas e estatísticas
específicas, permitindo definir o perfil do trabalhador do setor, bem como colher
dados sobre acidentes de trabalho ocorridos, permitindo assim elaborar um
programa de prevenção de acidentes, atualizado e eficiente.

O empregador é responsável por encaminhar à Fundacentro ou


DRT, por meio do serviço de postagem, a Ficha de Acidente de Trabalho, Anexo I
da NR-18 (referente tanto ao acidente fatal, ao acidente com ou sem afastamento,
quanto à doença de trabalho), até 10 (dez) dias após o dia do acidente.

Também deve encaminhar o Anexo II da referida Norma, que indica


o Resumo Estatístico Anual, até o último dia de fevereiro do ano subsequente.

As cópias dos Anexos e protocolos de encaminhamento devem ser


mantidos na Empresa por um período de 3 (três) anos, para fins de fiscalização.

3.3.16 – Informações complementares

a) Contratação de Serviços Prestados:

A contratação de Subempreiteiras, prática comum e indispensável à


Indústria da Construção, não exime a empresa contratante de suas
responsabilidades na aplicação das Normas Regulamentadoras.

A empresa contratada deve assumir inteira responsabilidade pela


execução dos serviços subempreitados, devendo também fornecer a seus
empregados todos os Equipamentos de Proteção Individual necessários ao
desenvolvimento das atividades e tornar o seu uso obrigatório pelos mesmos.

A empresa contratante tem o direito de fazer exigências


relacionadas à segurança e saúde no ambiente de trabalho, sempre que julgar
necessário. Pode determinar a suspensão dos serviços nos quais se evidenciem
50

riscos iminentes à segurança de pessoas e equipamentos, mesmo que sejam da


contratada ou de terceiros.

b) Fiscalização:

Por ocasião de qualquer fiscalização feita pelo Ministério do


Trabalho, seus agentes devem ser acompanhados por profissional da área de
Segurança e Saúde no Trabalho ou, na sua ausência, pelo responsável da obra.

c) Arquivamento de Documentação:

Os documentos e registros para controle da Segurança do Trabalho


devem ser arquivados de maneiro a permitir a rápida recuperação de dados para
referência ou para comprovação em caso de fiscalização do Ministério do
Trabalho.

Ø Documentação de Valor Oficial – devem ser conservados no setor


responsável e transferido para o arquivo geral, ao término da obra, para
guarda permanente ou temporária, conforme tabela de temporalidade
de documentos:

1 – Documentação Referente a Acidentes de Trabalho:

• Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT

• Ficha de Análise de Acidente

• Ficha de Acidente de Trabalho

• Resumo Estatístico Anual

2 – Documentação Referente a Acidentes Graves:

• Dossiê contendo: Relatório de Acidente, Registro de Ocorrência, Laudo


Pericial, Boletim de Registro de Acidentes de Trânsito e demais
documentos relativos ao caso.
51

3 – Documentação Referente à CIPA:

• Livro de Atas da CIPA

• Formulário Estatístico Trimestral

• Ficha de Análise de Acidente

• Folha de Votação da Eleição

• Correspondência à DRT, relativa ao registo, renovação e baixa de


registro da CIPA

4 – Documentação Referente à Fiscalização do MTb:

• Comunicação Prévia

• Livro de Inspeção

• PPRA

• PCMAT

• PCMSO

• Atestado de Saúde Ocupacional – manter anexado à Ficha de Registo


de Empregado

• Termo de Notificação e/ou Autuação

Ø Documentação para Controle Interno – devem ser conservados no setor


responsável durante a execução da obra, podendo ser eliminados
quando de seu término.

1 – Documentação Referente à Contratante:

• Manuais ou Normas de Segurança da Contratante


52

• Formulários de Comunicação de Acidentes e de Estatística de


Acidentes

• Atas de reunião e correspond6encia obra x cliente, sobre assuntos de


Segurança e Medicina do Trabalho

2 – Documentação Referente ao Programa de Segurança:

• Manual de Procedimentos para Implantação e Funcionamento e


Canteiro de Obras

• Procedimentos de Segurança

• Listas de Verificação

• Relatório de Auditoria

• Resumo Estatístico de Acidentes

• Circulares Normativas

• Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho

• Termo de Responsabilidade de EPI

• Termo de Treinamento Admissional

• Correspondência sede x obra e obra x subempreiteiros, sobre assuntos


referentes à Segurança e Medicina do Trabalho.

É condição fundamental para a eficácia da prevenção de acidentes


que os profissionais de engenharia de segurança, exerçam a liderança na
sensibilização e obtenham a adesão dos demais líderes da organização.

A sua atuação deve anteceder à execução e os princípios de


prevenção devem estar incluídos em todos os contratos de fornecedores ou de
parceiros.
53

4 - FERRAMENTAS DA QUALIDADE PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS


RELATIVOS À SEGURANÇA.

Antigamente, o que predominava era a noção errônea de que a


busca pela melhoria da qualidade gerava alto custo. Para CROSBY (1979), tal
investimento pode ser interpretado da seguinte forma: “A qualidade não custa
nada. O que custa dinheiro são as infrações contra a qualidade”. Na visão de
DEMING (1990), a melhoria da qualidade resulta de uma reação em cadeia
composta de custos reduzidos, posicionamento competitivo favorável, aumento da
motivação e da geração de empregos, conforme figura 1.

Melhoria
da qualidade Melhoria da
Produtividade

Melhoria da
qualidade e preços
A redução de índices:
Redução mais competitivos
retrabalho, reparo,
falha, tempo de de Custos
espera e acidente de
Captação de novos
Mercados e equilíbrio
nos negócios

Geração de
Empregos

Figura 1: Desenvolvimento da melhoria da qualidade.


Fonte: Deming: 1990
Outros autores, como
JURAN e GRYNA apud PICCHI (1993),
ressaltam a importância das etapas de
melhoria da qualidade baseada no
gerenciamento dos custos da qualidade
que revelam estimativas a curto prazo
quanto à identificação das áreas de
melhorias e a viabilidade ou não da
redução de custos.

Na tentativa das empresas em obter a qualidade e o atendimento à


conformidade dos produtos e de serviços, torna-se fundamental a valorização da
prática do conceito e da técnica da qualidade voltada para o aperfeiçoamento e
melhoria contínua dos seus processos.

A implementação de um programa de custos da qualidade permite,


através da coleta de dados e de informações das falhas existentes, a comparação
entre os dados de custos anteriores ao processo de melhora da qualidade.

Pretende-se apresentar o conceito e as diretrizes de um programa


de custos da qualidade, o qual permite quantificar as perdas financeiras, bem
como a definição do “cost-driver” (condutor de custo), que auxilia no
desdobramento dos verdadeiros geradores dos custos ou causas raízes. Com
estas duas ferramentas gerenciais é possível definir as diretrizes para um
Programa da Qualidade. As ferramentas básicas da qualidade como: o gráfico
de Pareto, o diagrama de Ishikawa e o 5w3h1s, tornam -se elementos essenciais
na busca de soluções para os problemas identificados, e serão apresentadas
mais adiante.

A finalidade da utilização das ferramentas da qualidade é a


elaboração de um Modelo de Plano de Ação, no intuito de estabelecer soluções
de problemas relativos à segurança, que será apresentado no Capítulo 5 deste
trabalho.

4.1 - CUSTOS DA QUALIDADE: EVOLUÇÃO DO


CENCEITO

83
55

No meio industrial, a preocupação com a evolução da


qualidade tem estado presente há várias décadas. A partir da
Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento tecnológico e
industrial, o interesse na economia colocou a competitividade e
a qualidade como fatores preponderantes para o crescimento
empresarial.
Na afirmação de JURAN (1991), a noção da qualidade evolui com o
decorrer do tempo, possibilitando o alcance de um nível de qualidade com preços
competitivos, o aumento das expectativas do usuário quanto ao custo e
principalmente, a satisfação de sua necessidades.

A necessidade de manter padrões de exigências e atendimento às


especificações dos [produtos e serviços estimularam o desenvolvimento de
mecanismos de controle visando a redução dos custos e, de forma mais atuante,
a impedir a entrada no mercado, de produtos defeituosos.

Até a década de 50, segundo PICCHI (1993), as empresas não se


preocupavam com controle e apropriação dos custos oriundos da não-
conformidade de produtos e serviços. Este fato inviabilizava uma análise dos
custos associados à qualidade, tendo em vista as inúmeras diversificações das
atividades e das informações apresentadas pelos departamentos das empresas.
Além disto, algumas empresas acreditavam que melhorar a qualidade implicaria
em investimentos de alto custo.

Outro assunto discutido era, que a qualidade não


poderia ser medida em termos de custos, tendo em vista os
aspectos tradicionais da contabilidade fiscal que não acreditava
na possibilidade de se quantificar a perda de qualidade.
Após a realização de estudos e da análise dos dados de custos
contabilizados nas empresas, foram observados vários fatores que indicavam a
predominância de não-conformidades que não eram detectadas pelos
departamentos e, principalmente, pela contabilidade fiscal.
56

Os fatores causadores dos custos da qualidade foram denominados


de custos ocultos, conforme ilustração, na figura a seguir. Observa-se que os
custos decorridos da perda do cliente eram de difícil contabilização.

Os desperdícios, quando identificados e contabilizados, revelam os


diversos fatores geradores dos custos que não eram conhecidos pelas empresas.
Os problemas detectados foram priorizados e classificados de acordo com o
tempo e o custo envolvido para solucioná-los.

Custos
detectados pela
contabilidade
Garantia, sucata, reparo,
erros,inspeção, teste,
horas extras

1 – Vendasperdidas,clientesperdidos
2– Viagens desnecessárias
3 –Testes inadequados do sistema
4 – Tempo ocioso das paradas de máquinas Custos
5 –Espaço físico das instalações insatisfatório ocultos
6 – Tempo exagerado de espera e de transporte
7 – Demora para entrega e alterações em projetos
8 –Estoque de materiais inúteis
9 – Erros de vendas ao cliente
10 –Desmotivação dos funcionários
11 – Aumento ao absenteísmo, rotatividade, erros de informações
12 –Insatisfação dos clientes

Figura 2: Iceberg dos custos da qualidade ocultos


Fonte : HUTCHINS, 1992

Mais tarde, as empresas, preocupadas com a predominância da falta


de controle e do elevado índice do custo total, tomam a decisão de implantar os
departamentos da qualidade para melhorar o sistema de comunicação entre os
gerenciadores do processo e a alta direção e, principalmente, a forma de
obtenção dos dados apresentados nos relatórios de custos. Após a implantação,
observou-se a eficácia do controle dos custos da qualidade desempenhada por
este departamento. A importância da melhoria do sistema de comunicação foi
ressaltada por HARRINGTON apud PICCHI(1993) afirmando que:

“ todos os indicadores de excelência devem ser reduzidos a um


único denominador que a cúpula possa compreender e a ele se
57

referenciar. Esse denominador comum é expresso em termos de


dinheiro e é chamado custos da qualidade. Usar a abordagem dos
custos da qualidade para apresentar dados relativos à medição da
qualidade tira-a do abstrato e coloca-a par a par com os outros
dois fatores competitivos das empresas, que são custos e
prazos“.

Os dados iniciais apresentados pelos departamentos da qualidade


aos relatórios apontam alguns fatores, que seriam os possíveis causadores dos
custos da qualidade:

• As distorções entre dados obtidos de custos de qualidade que


apresentavam índices altos dos custos (em torno de 20% a 40% de
vendas para o mercado) em relação aos dados emitidos pelo setor de
contabilidade.

• Os elevados índices de custos não eram oriundos apenas da linha de


produção da fábrica, mas também das atividades intermediárias que
forneciam apoio como, por exemplo, os fornecedores de materiais.

• A maioria das falhas existentes eram de caráter repetitivo e oriundas da


falta de controle da qualidade, não existindo a preocupação em coibí-
las. O departamento da qualidade ainda verificou que a
responsabilidade para a tomada de decisão não era definida, impedindo
redução de falhas ao longo do processo.

Por fim, a partir da identificação e solução de problemas, o principal


objetivo do programa dos custos da qualidade passou a ser a execução de um
produto final que atendesse às especificações, exigências e normas associadas a
um baixo custo. O estudo realizado estimulou o início do processo de mudança
na gerência contábil das empresas.

Através do estudo sobre os custos da qualidade, realizado por


JURAN e DRYNA (1991), as empresas passaram a compreender melhor a
necessidade de utilização de um programa de custos da qualidade para o
desenvolvimento de medidas de melhorias no gerenciamento de oportunidades e
58

no alcance de uma maior rentabilidade, sem afetar a qualidade requerida dos


produtos e dos serviços.

Outro fator importante da implantação foi a constatação de que o


investimento em qualidade, ao contrário do que se pensava, possibilitou um
retorno de informações mais consistentes, revelando as falhas existentes ao
longo dos processos.

4.2 – CUSTOS DA QUALIDADE: OBJETIVOS E


APLICAÇÕES
O principal objetivo da realização de um estudo sobre
os custos da qualidade é a execução de um produto associado ao
menor custo possível, considerando-se os seguintes fatores:
coleta, identificação, análise e informação de todos os custos
decorrentes das não-conformidades.
Deve-se programar quais os objetivos e parâmetros são desejados
para aplicação desta ferramenta gerencial. Para tanto, aconselha-se a verificação
dos itens descritos a seguir:

4.2.1 - Objetivos

• Identificação das não-conformidades. Identificar e documentar as


possíveis não-conformidades existentes (não atendimento às
especificações) dos produtos e serviços, possibilitando que os custos
sejam registrados e contabilizados para posterior análise.

• Controle dos processos: Exercer maior controle nos processos


críticos geradores dos altos índices dos custos totais, permitindo a
tomada de decisão e implementação de medidas de ações que visem o
controle de cada etapa da atividade, a fim de identificar o elemento
gerador do custo da qualidade.
59

• Melhoria da estimativa financeira:. Propiciar a melhoria dos


resultados das estimativas financeiras, tendo em vista o controle
exercido dos custos orçados nas diversas etapas dos processos que
devem ser comparados aos custos reais identificados pelos
departamentos, assim como os gastos em EPI’s e treinamento e os
com acidente de trabalho.

• Melhoria do Gerenciamento: Aumentar a capacidade de controle das


atividades desenvolvidas pelos diversos processos gerenciais,
proporcionando melhorias no relacionamento das diversas áreas
internas e externas. O controle do gerenciamento permite a redução de
falhas e estimula o aperfeiçoamento para a qualidade na empresa.

• Melhoria do atendimento ao cliente: Através do atendimento às


conformidades torna-se possível elevar o nível da qualidade e a
satisfação dos clientes. A boa repercussão da imagem da empresa no
mercado consumidor favorece a atração de novos clientes.

O estabelecimento de objetivos varia de acordo com as


necessidades e exig6encias de cada empresa, mas aconselha-se que seja
realizada uma avaliação do estado atual da organização para determinar quais os
objetivos iniciais a serem alcançados.

4.2.2 - Aplicação

• Planejamento. O programa auxiliará na definição do recurso


necessário para estabelecer o planejamento da medida a ser
implantada com a equipe de trabalho.

• Mensurar Valores: A partir da coleta de dados e identificação dos


seguimentos de custos, realizados pela empresa, será possível estimar
os valores gastos através da análise dos fatores: redução de custos de
controle gerencial, pelo uso de métodos mais eficientes de inspeção e
60

dos custos para prevenção de acidentes, devido à melhoria significativa


no planejamento da qualidade.

• Melhoria do Processo: O programa apontará a ocorrência de


problemas em determinadas áreas e servirá efetivamente como uma
ferramenta de análise de processo.

• Controle preventivo: A contabilidade dos dados obtidos de custo da


qualidade auxiliará no controle preventivo da performance financeira
quanto aos resultados estimados e na evolução da performance do
produto e serviço entregue ao cliente, como também com a
minimização dos gastos com acidentes de trabalho.

4.3 – O CUSTO E O VALOR DE MERCADO.


A qualidade deve ser pré-estabelecida no projeto para ser
incorporada ao produto antes da sua fabricação, pela adequação dos requisitos
cliente/consumidor, através de projetos práticos e especificações, bem definidos,
que possibilite a produção, manutenção, e utilização do produto da melhor forma
possível, tanto no aspecto técnico, quanto no econômico.

A análise da qualidade do produto pelo atendimento as


especificações somente indicará a recusa ou aceitação do mesmo, não
permitindo avaliar o nível de qualidade do produto.

Considera-se que com a avaliação do projeto, sob a ótica da


qualidade, será possível determinar o “ponto ótimo” entre o custo e a melhoria da
qualidade. Acima deste ponto, ocorrerá o aumento do custo devido à qualidade
do projeto ser muito maior do que o aumento no valor de mercado, em relação á
situação abaixo do ponto ótimo.

Na figura 3, ROSSO apud PICCHI (1993) ressalta que, para o


cliente, existe uma combinação de diversas características percebidas quanto à
61

qualidade, que lhe permite avaliar o valor de uso/sacrifício (preço compra),


determinando a preferência por comprar o produto oferecido.

Com esta análise, pode -se deduzir que, ao se


estabalecer as pecificações técnicas de um produto, com
segurança (exemplo: equipamento de segurança), a qualidade
do produto final torna-se uma decisão econômica.

VALOR VALOR DE
MONETÁRIO MERCADO
R$
PREJUÍZO

LUCRO
MÁXIMO

CUSTO DE
FABRICAÇÃO
NÍVEL DE
1 2 3 4 5 6 QUALIDADE
ponto ótimo

Figura 3: Relação entre custo e nível de qualidade.


Fonte: Rosso apud Picchi, 1993.

4.4 – AS CATEGORIAS DOS CUSTOS DA QUALIDADE


Após a identificação e a coleta de dados sobre os
custos, deve ocorrer a sua classificação entre as categorias dos
custos da qualidade que são: de prevenção, de avaliação, de
falhas internas e de falhas externas. De modo geral, os autores
que tratam do estudo dos custos da qualidade procuram
agrupar os dados obtidos nestas categorias.
Segundo HARRINGTON apud PICCHI (1993), os
custos da qualidade podem ser entendidos como os custos
ocorridos quando a produção é avaliada para assegurar as
conformidades (custo de avaliação), e mais os custos resultantes
62

da produção de itens não-conformes com as expectativas do


usuário (custo de falhas internas e externas.

Custos da =Custos de +
Custos de +
Custos de Custos de +
Qualidade Prevenção Avaliação Falha Interna Falha Externa

Figura 4: Categorias de custos da qualidade


Fonte: HARRINGTON, 1998

Ao analisar as categorias, FEIGENBAUM (1986)


divide os custos da qualidade em dois segmentos: os custos de
controle relativos às categorias de prevenção (eliminar defeitos
de não-conformidades) e de avaliação ( avalia os resultados
obtidos com qualidade), e os custos de falhas dos controles
relativos às categorias de falhas internas e externas ( problemas
identificados dentro e fora da empresa, respectivamente).
Neste trabalho, pretende-se de forma objetiva e
adequada ao estudo elaborar uma base conceitual para o
desenvolvimento dos demais capítulos, considerando o conceito
atribuído aos custos da qualidade pelo autores citados.
De modo geral, os conceitos atribuídos às categorias
dos custos da qualidade seguem as normas estabelecidos pela
ASQC – American Society for Quality Control (1996), e
adotadas pela NBR 9004/ISSO 9004.(7)

4.4.1 - Custos de prevenção

Definem-se como sendo os custos decorrentes do planejamento,


implementação e manutenção de um sistema da qualidade assegurando a
conformidade aos requisitos da qualidade a nível econômico. Nesta categoria
podem ser considerados os gastos referentes aos salários da equipe que
coordena o Programa da Qualidade.
63

• Educação, treinamento e programa motivacionais que visem o


aperfeiçoamento dos funcionários a conscientização para a Segurança
no Trabalho e Programa da Qualidade;

• Análise de todos os documentos e relatórios necessários para o


levantamento de dados, podendo ocorrer junto aos departamentos da
empresa.

• Estudo e análise das melhorias para os processos críticos, tais como,


por exemplo, a avaliação de Riscos de Acidentes e a inovação
tecnológica existente;

• O controle de falhas no decorrer da execução de produtos e serviços


para o atendimento às conformidades, eliminando a ocorrência de
falhas na elaboração e execução do projeto;

• O controle de fornecedores através da elaboração de procedimentos e


de cadastros para a entrada de novos;

• Implementação do programa de custos da qualidade, elaboração do


plano de ação, e elaboração do manual de qualidade que documentará
todos os procedimentos padronizados para cada processo analisado;

• Realização de auditorias internas para verificar o atendimento às


conformidades e retroalimentar todas as informações do Programa de
Qualidade implementado. Para facilitar o controle do resultado obtido e
avaliação da auditoria é importante que seja definido o item de
verificação de conformidade do processo.

Observa-se que, de uma certa forma, os itens citados para a


classificação dos custos de prevenção não são exatamente custos (gastos), mas
investimentos para as melhoria na empresa. No entanto, devido à dificuldade
para avaliar os resultados num prazo curto de tempo, interpreta-se este
investimento de forma contrária.
64

4.4.2 - Custos de avaliação

São custos referentes à determinação do atendimento às


conformidades e aos requisitos da qualidade de um produto ou serviço, podendo
ser associados ao controle da medição, avaliação e da auditoria. Como principais
elementos de custos de avaliação, destacamos:

• O registo e o controle dos testes e a realização de inspeções em


materiais e equipamentos, bem como o controle do recebimento e
armazenamento, podendo ser incluídos quando forem realizados em
laboratórios. Nesta categoria, podem ser considerados a calibragem e
reparo dos instrumentos utilizados no processo e o tempo gasto para a
realização de todas as atividades citadas.

4.4.3 - Custos de falhas internas

São todos os custos decorrentes dos produtos acabados ou não e


dos serviços realizados que não atendam aos requisitos e exigências da
qualidade antes da entrega para o cliente final. Os principais elementos destes
custos são:

• Quando ocorre retrabalho, o reparo ou troca de produtos e serviços já


realizados, mas que não atenderam às conformidades para a entrega
ao cliente.

• Surgimento de tempo ocioso pela espera de materiais, equipamentos


parados após um acidente, mão-de-obra, projetos e tempo perdido na
revisão de materiais, retrabalho etc...

• As falhas existentes nos produtos e serviços devido a erros de


execução, de projeto e de gerenciamento, entre outras. Estes custos
podem ser considerados como adicionais aos custos das atividades
realizadas.
65

• O desperdício e o refugo, quando originados pelo uso de materiais, sem


qualificação.

4.4.4 - Falhas externas

Entendem-se como sendo os custos decorrentes dos produtos que


não atenderam aos requisitos e exigências da qualidade após a aquisição pelo
cliente final. Os custos de falhas externas podem ser contabilizados pela empresa
através dos elementos abaixo:

• Atendimentos e registo das reclamações de clientes, devido aos


produtos e serviços que foram entregues, não-conformes.

• Despesas jurídicas devido a pagamento de multa pela falta do


cumprimento de cláusula contratual.

• Tempo utilizado para realizar o trabalho de reparo, na troca do produto


e na revisão de serviços, já entregues ou realizados, respectivamente.

• Falhas existentes na elaboração de contratos e orçamentos (propostas)


realizados pelo processo comercial. Os custos são decorrentes de
marketing, quando a empresa já promoveu a divulgação para o
mercado consumidor.

• Outro fator que origina o custo de falha externa é a perda da imagem e


da fração do mercado devido à queda dos níveis de aceitação dos
produtos e serviços da Empresa e, principalmente a insatisfação dos
clientes. As perdas, nestes aspectos, podem ser incalculáveis,
causando um impacto na rentabilidade e no retorno do investimento. A
perda da imagem da empresa origina-se na má reputação adquirida
pela exposição no mercado dos seus produtos e serviços, fora das
conformidades.
66

4.5 – CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES


Para JURAN (1991), a distribuição das quatro categorias dos custos da
qualidade deve ser adaptada de acordo com as especificidades de cada empresa. No
surgimento de itens que causem polêmicas e que não possam ser enquadrados nas
categorias, deve existir uma negociação e apropriação à parte, que não influencie os dados
coletados e apresentados nos relatórios.

PICCHI (1993) salienta que os baixos investimentos das empresas


nos elementos das categorias, na prevenção e avaliação, caracterizam a
predominância das falhas internas e externas. Para o autor, algumas empresas,
visando a redução das suas perdas, utilizam a prática da inspeção, por
considerarem que esta não requer mudanças no processo atual e nem outros
investimentos.

Na consideração feita por PHILIP CROSBY (1992): “ä qualidade é


conseguida por meio de prevenção e não por avaliação”. Observa-se a
importância do investimento em qualidade. De acordo com o autor é possível
conseguir a redução dos custos totais da qualidade, através de ações conjuntas
aplicadas nos custos de prevenção, e que se propagam entre os custos de falhas
internas e de falhas externas.

4.6 - TENDÊNCIA DE CUSTOS DA QUALIDADE

JURAN e GRYNA (1991) propõem dois modelos que podem ser


utilizados pelas empresas para análise das categorias dos custos da qualidade,
com relação aos custos totais, ilustrados na figura 5:

Custo para Custo para


Unidade de Unidade de
Produto Bom Produto Bom oC
oC
oC
CT
CT CF

CF

CP + CA CP + CA

Qualidade de conformidade % Qualidade de conformidade %

Modelo 1: processo existente Modelo 2: processo melhorado


67

Figura 5: Modelos propostos para os custos da qualidade.


Fonte: JURAN e GRYNA, 1991.

Na opinião destes autores, de acordo com a figura 5, o modelo 1


ocorreria no processo atual, porém dependendo mais do investimento na
categoria de avaliação (CA) do que da prevenção (CP), de forma a atender o nível
de conformidade próximo da perfeição do produto ou do serviço. O modelo 2
representa o processo de melhoramento continuo que favorece a tendência da
redução de custos totais da qualidade (CT). Neste caso, torna-se possível obter
os menores custos totais quando se caminha para a perfeição.

Segundo PICCHI (1993), no modelo 1 a melhoria do processo


dependeria de um esforço desproporcional de avaliação, para poder alcançar
100% de qualidade de conformação. O outro fator ressaltado pelo autor é o fato
das empresas estarem com índices maiores de falhas internas e falhas
externas(CF). Tal fato, no ponto de vista do autor, significa que os esforços de
melhoria nas categorias de avaliação e a prevenção nos dois modelos levariam
aos menores custos totais de qualidade.

Apresenta-se, na figura 6, a curva do custo total da qualidade, para


análise das suas áreas de atuação na melhoria do processo

Custo de
Quaslidade Total

Prevenção
Avaliação

Falhas

Tempo
68

Figura 6: Curva do custo total da qualidade.


Fonte: JURAN, 1991.

Na área de melhoria os custos de falhas são, aproximadamente, maiores que


70% e os de prevenção e avaliação, menores que 10% em relação ao custo total.

Já na área de perfeccionismo os custos de falhas se aproximam de


20% e os de avaliação são maiores que 50% em relação ao custo total, ou seja, o
produto e serviço atenderá a 100% de conformidade. Neste caso, não existiriam
as falhas internas e externas.

Na área de operação os custos de falhas se aproximam dos custos


de prevenção em relação ao custo total. A princípio, o problema passa a ser a
manutenção desta situação.

A figura 7, apresenta a variação dos custos da qualidade em


função do tempo e possibilita uma avaliação do custo total no decorrer da
implementação.

Àrea de Àrea de Àrea de


Melhoria Indeferença perfeccionismo

Custos de prevenção
+ avaliação

Custos de falhas
Internas e externas

Má X Y Ótima Qualidade

Figura 7: Variação dos custos da qualidade com o tempo


Fonte: PICCH, 1993

4.7 - O USO DE BASES COMPARATIVAS

Aconselha-se, para avaliação com dados mais consistentes, ouso de


índices comparativos que, também, podem ser considerados com indicadores dos
69

custos da qualidade, sendo fundamentais para o desenvolvimento e comparação


dos resultados obtidos com os programas da qualidade implementados, podendo
ser aplicados nos diversos departamentos e serviços de acordo com a
necessidade das empresas.

Recomenda-se que, durante a análise dos custos totais da


qualidade, os dados sejam determinados e expressos em relação a uma base de
referência como: vendas (faturamento líquido ou de produtos finais inventariados),
lucro, tempo, horas efetivamente trabalhadas, número de unidades produzidas
entre outras, que possam contribuir na análise e compreensão dos dados.

Na análise das tendências dos custos devem ser consideradas os


seguintes critérios: comparar, em relação às bases relevantes; comparar as
relações entre categorias de custos com os custos totais ao longo do tempo e
identificar os componentes mais influentes no custo total.

Os quadros 4 e 5 descrevem exemplos do uso da base comparativa


e da análise da comparação, respectivamente:

Quadro 4: Exemplo de uma base comparativa dos custos da qualidade


rd
FONTE: FEIGENBAUM, A V. Total Quality 3 . Ed. New York: McGGraw-Hill, 1986

BASE COMPARATIVA VANTAGENS DESVANTAGENS


CUSTO - HORA DA MÃO-DE- FÁCIL OBTENÇÃO E INFLUENCIÁVEL PELA
OBRA COMPREENSÃO AUTOMAÇÃO
CUSTOS DA MÃO-DE-OBRA FÁCIL OBTENÇÃO E INFLUENCIÁVEL PELA
COMPREENSÃO: VARIA AUTOMAÇÃO
QUANDO HÁ INFLAÇÃO
CUSTOS DEFABRICAÇÃO MAIS ESTÁVEL QUE A BASE INCLUI AS DESPESAS GERAIS
REFERENTE À MÃO-DE-OBRA FIXAS E VARIÁVEIS

VENDAS MAIOR APELO À ALTA INFLUENCIÁVEL PELAS


ADMINISTRAÇÃO MUDANÇAS DE PREÇO, DEMANDA
E DOS CUSTOS DIVERSOS

UNIDADES PRODUZIDAS SIMPLES NÃO APROPRIADO PARA


PRODUÇÃO DE ITENS DIVERSOS

Quadro 5: Exemplo de uma análise da comparação dos custos da qualidade em


relação a uma base.
rd
FONTE: FEIGENBAUM, A V. Total Quality 3 . Ed. New York: McGGraw-Hill, 1986
70

PRODUTO CUSTO DE FALHAS VENDA CUSTOS DE


FALHAS X 100
VENDAS
CONCHA 06 1800 3%
FRIGIDEIRA 50 10000 2%
PANELA 30 24000 8%

SOQUETE 03 2700 9%

No Quadro 5, pode-se analisar e comparar os custos da qualidade


da seguinte forma:

• Descarta-se a concha e soquete pelo baixo valor envolvido nas vendas


e baixo custo de falhas.

• Apesar da frigideira ter um alto custo de falhas, pode ser mais difícil
obter reduções iniciais, quando analisado o índice dos custos de
falhas/vendas.

• A panela deve ser a mais atrativa para iniciar um tratamento de redução


de custos em função do alto custo de falhas e do alto índice dos custos
de falhas/vendas.

• uso de indicadores de custos (9) revela o desempenho da empresa


quanto à avaliação, ao planejamento, ao controle e à melhoria da
qualidade nos seus processos, sendo possível determinar e medir os
indicadores nas áreas de produção e de administração, avaliando-se o
conceito de cliente interno. O autor apresenta alguns indicadores de
custos da qualidade, por área da empresa, descritos no quadro 3:

Quadro 6: Indicadores dos custos da qualidade


FONTE: PICCHI, 1993.

LOCAL
INDICADOR
ÁREA ADMINISTRATIVA Porcentagem (%) de documentos e relatórios fora do prazo,
erros de lançamento, erros na emissão de documentos e não
atendimento, prazo para o atendimento e cumprimento das
solicitações
ÁREAS DE PRODUÇÃO Porcentagem (%) de material refugado/total, horas de
retrabalho/horas totais, número de peças defeituosas por
milhão, atraso médio e tempo perdido em acidentes de trabalho
ÁREA DE PROJETO Número de aliterações por documento, custo de
alterações/custo total e número de erros detectados na revisão
e atraso médio
71

e atraso médio
ÁREA DE SUPRIMENTOS Tempo decorrido do pedido até a entrega, volume de
estoque, entregas atrasadas em porcentagem (%) e materiais
rejeitados em porcentagem (%).
ÁREA DE VENDAS Pedidos errados e cancelamentos em porcentagens (%).

O interesse na definição de indicadores deve-se ao fato da


necessidade de se estabelecer índices que possam medir a qualidade e, desta
forma, revelar o desempenho das medidas implementadas pelas empresas. Outro
fator importante sobre o uso dos indicadores é a documentação do histórico dos
dados obtidos que, posteriormente, servirão como base par demonstrar as
diferenças entre os resultados obtidos com relação aos dados que foram
estimados. Esta constatação, também poderá servir de apoio à aceitação e a
continuidade do programa implementado, sendo portanto, fundamental a coleta
de dados para elaboração de índices, através de estimativas confiáveis obtidas na
empresa, logo no início da implementação.

4.8 – OUTRAS CATEGORIAS DE CUSTOS DA QUALIDADE

As outras categorias de custos da qualidade são denominados de


custos indiretos da qualidade que estão embutidos nos custos ocultos
(apresentados na figura 2), ou seja, que não foram contabilizados pela empresa.
Esta categoria atua diretamente na variação da performance financeira dos
seguintes custos: custos imputados ao cliente, custos da perda social e custos da
perda de oportunidade.

4.8.1 - Custos imputados ao cliente

Originam-se de produtos e serviços que não atendam às


conformidades e necessidades do cliente, fazendo-o arcar com o prejuízo. Pode-
se classificá-los em:
72

• Custos provenientes dos equipamentos que necessitam de reparos


após o período de garantia ou antes do tempo estimado de vida útil

• Custos com transporte e tempo gasto para reaver o produto e serviço


não conforme.

• Custos decorrentes da perda da produtividade devido ao tempo de


espera ou à paralisação do equipamento

4.8.2 - Custo de perda social

A avaliação do desempenho da empresa poderá ser realizada


através de controle do resultado obtido coma melhoria de sua performance
financeira ou seja, a cada produto e serviço entregue ao cliente o valor de venda
será calculado para minimizar ou superar todos os custos envolvidos.

Nestes custos serão incorporados diversos fatores tais como, por


exemplo, os desperdícios de tempo e o financeiro, os quais poderão influenciar no
preço final do produto e serviço, sendo repassados para o cliente final.

4.8.3 - Custo de perda de oportunidade

Considera-se, nesta categoria de custos indiretos, dois tipos de


perdas:

• Perdas devido à realização de um novo negócio ou atração do cliente


potencial: está relacionado com a tentativa da empresa na recuperação
da sua imagem ou na realização de retrabalho, entre outras atividades
que não agregam valor, na percepção do cliente. O problema consiste
na perda de outros clientes que possam apresentar um maior potencial
de negócio, sendo mais significativo que a atividade existente.
73

• Perda devido à não permanência de clientes atuais: para os clientes


ativos, que possuam uma tendência de consumo no decorrer do tempo,
revela que em função da atividade realizada pela empresa, os clientes
ativos irão realizar novos negócios, possibilitando um aumento do
potencial de consumo.

A possível mudança de atitude do cliente em não realizar o negócio


pode comprometer este potencial de consumo, revelando que poderá ser mais
caro atrair um novo cliente do que manter o atual.

4.9 - OS CUSTOS DA QUALIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL

No setor da Construção Civil, a implantação de programas da


qualidade deve estar associada à melhoria das diversas etapas da execução,
conseqüência do atendimento às conformidades em toda a sua cadeia de
produção.

Estudos realizados no setor, como os trabalhos de FRANCHI et al


(1993) e FRUET (1993), revelam que as parcelas originadas ao longo do
processo são causadas por problemas relacionados a fatores conhecidos pelas
empresas e não solucionados.

HAMMURLAND e JOSEPHSON (1992), consideram importantes as


decisões tomadas na etapa iniciais do empreendimento (10), e tais etapas são
significantes para a redução dos custos de falhas de uma obra e, também, para
maior alcance do aperfeiçoamento contínuo, através da melhoria da qualidade e
produtividade.

Para MESSEDUER (1991), tratando-se da Construção Civil, na


relação existente entre a qualidade e os custos, devem ser considerados dois
aspectos distintos: o controle dos custos, referente ao sistema de gestão de
custos, e os custos da qualidade, que é um conceito importante para aplicação
em um programa de melhoria da qualidade no processo. O autor define os custos
74

da qualidade como sendo: “o resultado obtido de não conformidades


(rejeição) de materiais, produtos, unidade de obra e serviços, entre outros“.

Na opinião de PICCHI (1993), a realização de um estudo de custos


da qualidade na Construção Civil deve anteceder uma análise do setor em
apropriar e controlar os dados dos custos totais da obra. O mesmo autor destaca
as diferenças entre os custos originados na obra e os custos emitidos pelo
orçamento, e a ocorrência de um apropriação parcial dos custos de
gerenciamento da obra. Considera ainda que, antes da implementação do
programa de custos de qualidade, a empresa deve reavaliar o sistema de
contabilidade existente e, posteriormente, implantar um área de contabilidade
gerencial para controle dos custos obtidos na obras

Observa-se que os autores citados procuram diferenciar os custos


da qualidade, que são quantificados em processos não-conformes, dos custos
oriundos da contabilidade fiscal. Assim, torna-se importante o entendimento a
respeito de como quantificar os custos da qualidade, identificados nas atividades
que apresentam: retrabalho, tempo ocioso e perdas, entre outros. Estes são os
elementos geradores da não qualidade, no canteiro de obra.

Analisando dados de algumas empresas do Setor da Construção


Civil os autores revelaram que os dados obtidos relativamente aos custos da
qualidade apresentaram uma distribuiç ão relativa entre os fatores dos custos de
falhas internas e os custos de falhas externas, conforme o quadro 7. A pesquisa
possibilitou a identificação dos principais fatores geradores dos custos que
predominavam nas empresas enfocada neste estudo.

Quadro 7: Distribuição dos custos de falhas.


FONTE: HAMMARLUND e JOSEPHSON, 1992

ORIGENS DA FALHA INTERNAS (%) EXTERNAS (%)

Cliente 2% - *-
Projeto 10% 51%

Gerenciamento 26% - *-
Execução 10% 26%

Material 15% 10%


Não uso dos Equipamentos de 35% - *-
Segurança
75

Segurança
Pós-ocupação -*- 9%
Outros 2% 4%

Conclui-se que os custos de prevenção e os de avaliação são


investimentos empresariais, necessários no combate às despesas com os custos
de falhas, e que devido aos baixos investimentos das empresas em programas da
qualidade, que abranjam as categorias dos custos de controle (avaliação e
prevenção), e pelos altos índices de desperdícios, podemos presumir que os
custos de falhas (internas e externas) são predominantes no setor.

GARCIA MESSEGUER (1992), divide as categorias em três tipos


distintos: os custos do controle preventivo, os controles de comprovação e os
custos de falhas. Estes últimos, são relacionados com os gastos de insumos
consumidos na obras. Na opinião deste autor, o somatório das categorias
representa uma parcela do custo total da obra.

No estudo realizado por PICCHI, a classificado das categorias dos


custos da qualidade está definida no Quadro 8:

Quadro 8: Classificação dos custos da qualidade.


FONTE: PICCHI, 1993.

CATEGORIA DOS CUSTOS CLASSIFICAÇÃO


DA QUALIDADE
1. Custos de Prevenção • Geral: padronização e normalização de procedimentos e
desenvolvimento de projetos de melhoria.
• Projeto: avaliação de projetistas, análise crítica de projetos e
especificações, e avaliação de novos produtos no mercado.
• Suprimento: avaliação de fornecedores, e controle dos documentos de
compra.
• Execução: elaboração do plano da qualidade das obras, avaliação dos
serviços terceirizados e avaliação d introdução de novos processos.
2. Custos de Avaliação • Projeto: controle da qualidade de projetos.
• Suprimento: ensaios de controle de recebimento de materiais.
Execução: controle da qualidade na execução dos serviços e da qualidade
final.
3. Custos de Falhas Internas • Geral: retrabalhos em áreas administrativas.
• Projeto: erros de projeto, reverificações, alterações e atrasos.
• Suprimento: material rejeitado, custo de transporte em devoluções,
erros em pedidos e atraso de entrega.
• Execução: retrabalho, material desperdiçado (entulho e espessuras
adicionais), paradas, custos de atrasos, replanejamento e reinspeções.
76

4. Custos de Falhas Externas • Geral: reparos em obras entregues (garantia), atendimento de


reclamações e despesas jurídicas.
• Projeto: falhas de projeto.
• Suprimento: falhas de materiais.
• Execução: falhas de execução.

4.10 – IMPLEMENTAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE.


A implementação do estudo dos custos da qualidade em uma
empresa deve comtemplar dois aspectos importantes: a necessidade de
conscientização e de participação de sua alta direção a qual desempenhará um
papel fundamental para o sucesso da implementação do programa, estimulando a
colaboração dos funcionários.

O envolvimento da lata direção é essencial para a obtenção de êxito


no processo de melhoria, e reflete-se em ações práticas, no intuito de garantir
recursos para a implementação, possibilitar o alcance dos resultados e assegurar
o aperfeiçoamento contínuo,

Após esta etapa de sensibilização, torna-se fundamental transferir a


coordenação da implementação para o responsável pelo programa de custos da
qualidade, que deve atuar com objetivos mais claros e determinados no processo
selecionado.

4.10.1 – A definição de condutor de custo: “cost-driver”

Os custos da qualidade, envolvidos nas diversas etapas de um


processo, são dependentes de uma série de fatores estruturais denominados de
condutores de custos. No desenvolvimento de um programa de custos da
qualidade procura-se associar o estudo a ser realizado com a aplicação do “cost-
driver”.

Segundo PORTER (1990), o comportamento verificado nos custos


das atividades é dependentes de outros fatores estruturais denominados de
condutores de custos, sendo estes conhecido como “cost-driver”. Este, quando
77

integrado com as atividades de valor desenvolvidas, fornecerá os elementos


necessários à formação do diagnóstico das principais fontes geradoras de custos
no processo analisado.

As interações dos custos a


serem coletados com as categorias,
apresentadas no item 4.4, fornecem os
dados necessários para a identificação
do elemento gerador do custo (causa
raiz) e a elaboração da medida de ação
para coibir a sua reincidência
(NADLER, 1988).

O cost-driver tem por objetivo auxiliar as empresas na elaboração e


implementação de um plano de ação de melhoria da qualidade, propondo as
diretrizes das ações que visam identificar e eliminar os problemas pertinentes aos
processos, e a definição dos procedimentos adequados (ITNER e KAPLAN,
1988).

Na realização do estudo do cost-driver destaca-se a necessidade da


aplicação do diagrama de árvore, que auxiliará no desdobramento e identificação
da causa raiz do problema existente. O diagrama de árvore identifica o impacto
financeiro das causas raíz comuns ao processo, através do desdobramento das
porcentagens financeiras geradoras de custos.

Para ilustrar, pode-se citar o estudo realizado por ATKINSON et all


(1991) em duas empresas americanas, Baxter Healtheare e Usco of Xerox, o qual
revelou dados surpreendentes sobre os custos da qualidade, comprovando que
as falhas internas e as externas representavam 72% destes custos.

O detalhamento do problema ocorreu em duas etapas: a primeira foi


a identificação do elemento da atividade executada, que gerava o custo extra, e, a
segunda, a discussão com a equipe responsável por esta atividade, a fim de
determinar o impacto financeiro gerado.

Neste estudo constatou-se que as multas recebidas pelo


departamento possuíam como causas iniciais três elementos geradores dos
custos que estavam relacionados ao suprimento de materiais.
78

Através do desdobramento dos geradores de custos foi possível


obter-se as porcentagens dos custos da qualidade, em cada elemento.

4.10.1.1. – Etapas para a implantação da qualidade de custo.


• Primeira etapa - Orçamento dos custos da qualidade

O objetivo foi coletar e apropriar os dados dos custos da qualidade a


serem utilizados na priorização dos processos críticos, para a posterior
implementação das ações de melhorias. O orçamento elaborado pelo
departamento da qualidade possibilitou a obtenção de dados das estimativas de
perdas financeiras, com a realização do programa.

• Segunda etapa - Análise dos custos da qualidade

A análise dos custos ocorreu em cada processo crítico identificado,


tendo-se por objetivo dois aspectos importantes: identificar a causa-efeito das
relações com seus geradores de custos e estimular o retorno financeiro, através
da eliminação das causas primárias do problema.

• Terceira etapa – Medida de ação

Nesta etapa, os problemas identificados foram selecionados e


apresentadas as propostas de ações de melhorias, através da elaboração de um
plano de ação, visando a padronização de procedimentos para o processo crítico.
Os dados coletados dos custos da qualidade foram documentados e
apresentados para a alta direção da empresa e, posteriormente, utilizados como
indicadores comparativos.

• Quarta etapa - Monitoramento

O controle e o monitoramento do plano de ação foi realizado de


forma contínua pela coordenação que apresentou todos os dados obtidos dos
custos da qualidade à alta direção da empresa. O objetivo foi constatar se a
79

implementação estava proporcionando a melhora da performance financeira do


processo analisado.

Outro fator primordial para o sucesso de implantação foi a delegação


de responsabilidade para a equipe de coordenação do planejamento e
gerenciamento do estudo piloto, em conjunto com os empregados das empresas.

4.10.2 – Contabilidade gerencial

Os dados de custos existentes na empresa são controlados pela


contabilidade, que tem por objetivo a documentação e o cumprimento das normas
fiscais. Neste caso, citamos a contabilidade fiscal cuja finalidade é documentar os
lançamentos fornecidos pelo departamento e contabilizar os gastos gerais com os
insumos e, em alguns casos, os gastos com serviços extras.

Na contabilidade gerencial, a apropriação dos custos da qualidade


deve ser feita com maior confiabilidade e exigência das informações adquiridas,
pois é necessária a análise da atividade quanto aos fatores que venham a
determinar uma nova realização da mesma. Dentre os fatores que podem ser
analisados podemos destacar: a baixa produtividade, desmotivação, falha de
projeto, falta de treinamento, índice de acidentes e retrabalho, entre outros.

O coordenador deve avaliar as condições da contabilidade fiscal e,


posteriormente, implementar a área de contabilidade gerencial, através da qual
pode-se gerenciar a coleta, a apropriação e o controle dos custos da qualidade.

De acordo com PICCHI (1993),

“ para maior confiabilidade e eliminação da duplicação de


esforços, os lançamentos da contabilidade gerencial devem ser os
mesmos da contabilidade fiscal, planejando-se o acréscimo das
informações necessárias para o posterior agrupamento e análise,
através de relatórios específicos.”

4.10.3 – Planejamento do programa de custo da qualidade


80

O planejamento de um estudo dos custos da qualidade torna-se fator


primordial para o sucesso do programa implementado. Mas, como todo e
qualquer processo de mudança, deve-se analisar o planejamento de maneira
flexível quanto às necessidades de cada empresa e, principalmente, às inovações
no mercado.

Inicialmente, o planejamento consiste na elaboração e definição das


metas para a verificação do processo a ser melhorado, sendo as suas etapas
principais: identificação dos fatores geradores dos custos, documentação de
todos os dados de custos obtidos e manutenção e monitoramento contínuo do
processo de melhoria.

As etapas de elaboração dos procedimentos para implementação


dos custos da qualidade seguem as recomendações de FEIGENBAUM (1996),
associadas ao conceito de cost-driver, discutido no item 4.10.1.

4.10.4 – Etapas para implantação do programa de custos da qualidade

As etapas sugeridas para implantação do Programa de custos da


qualidade são descritas a seguir:

• A coordenação

Deve-se delegada a responsabilidade do estudo uma equipe de


coordenação que poderá atuar em conjunto com os integrantes do processo que
será analisado.

• Determinar o nível da abrangência do programa

Aconselha-se que o programa de custos da qualidade tenha início


em um estudo piloto que deve ser escolhido entre os locais envolvidos nos vários
processos da empresa.

• Estabelecer o prazo

Definir o prazo para obtenção do resultado inicial do estudo piloto


que pode Ter a duração de seis meses a um ano, em função do desempenho da
81

coordenação do programa. Entretanto, é evidente que pode-se adequar o período


à realidade de cada empresa.

• A escolha do processo

Tem a finalidade de auxiliar na identificação dos elementos


geradores dos custos de qualidade.

• Coletar dados de custos

As fontes de dados devem ser confiáveis e bem estabelecidas.


Aconselha-se, para auxiliar a coleta de dados, a utilização de planilhas de
controle dos custos, as quais devem ser revisadas. Após a coleta, os dados
devem ser transformados em informações confiáveis pela área da contabilidade
gerencial.

• A distribuição nas categorias

Os custos da qualidade calculados devem ser distribuídos ente as


categorias e analisados pela coordenação.

• Ferramentas da qualidade

A aplicação das ferramentas básicas da qualidade, tais como o


gráfico de Pareto, o diagrama de Ishikawa e o 5W3H1S, auxiliam na priorização,
no desdobramento e na definição de procedimentos, bem como as ações de
melhorias, respectivamente. Nesta etapa, aplica-se o conceito de cost-driver para
elaboração das diretrizes do plano de ação.

4.10.5 –Aspectos importantes para a implementação

O desenvolvimento das etapas apresentadas no item 4.10.4 deve


anteceder alguns aspectos importantes para a obtenção dos resultados dos
82

custos: a coleta de dados, o uso das bases comparativas e a retroalimentação


das informações.

• A coleta de dados

Nesta etapa, dados obtidos devem ser analisados cuidadosamente


pela coordenação, considerando que nesta etapa os custos ainda não estão
contabilizados em valores monetários. A utilização da planilha de controle dos
custos da qualidade facilita a organização da coleta dos custos, distribuindo-os
entre os elementos das quatro categorias, sendo ilustrado no quadro 5.

A realização da coleta dos dados pode ocorrer em conjunto com os


departamentos existentes e com a contabilidade fiscal, pois é nesta que devem
estar contabilizados a maior parte dos dados relevantes para o cálculo dos custos
da qualidade. Para facilitar o acesso às informações, a equipe deve analisar os
registros existentes em alguns documentos que servem de fonte de dados:

1. Relatório contábil dos departamentos: são os dados de custos


referentes às despesas de fabricação, material refugado, retrabalho e
assistência técnica. Destaca-se o cuidado com a periodicidade destas
informações, tendo em vista o tempo definido pela coordenação.

2. Folha de pagamento. São dados de custos referentes às despesas com


a folha de pagamento dos funcionários e com o tempo consumido para
refazer ou inspecionar novamente um produto ou serviço.

• O gerenciamento

A mensuração dos resultados obtidos com o sucesso da implementação do programa


de custos da qualidade dependerá, fundamentalmente, do gerenciamento adotado pela empresa. Esta
deverá estimular a conscientização dos funcionários, através de programas motivacionais e
treinamentos periódicos sobre as técnicas da qualidade a serem utilizadas.

Para a conclusão preliminar e apresentação inicial do estudo piloto, deve -se


considerar alguns aspectos importantes apresentados a seguir.

1. Relatório final do estudo piloto deverá conter, além dos resultados,


comentários sugerindo as oportunidades de maior alcance na redução
dos custos, através das ações corretivas.
83

2. A integração da qualidade com as demais iniciativas de melhoria é um


dos fatores essenciais para o gerenciamento dos custos da qualidade.

3. Como em qualquer Programa da Qualidade, é importante a realização


de auditorias periódicas para verificar a adequação e eficácia da
implementação, podendo inclusive ser utilizada para ajuste dos
objetivos e para retroalimentar as informações. Na realização da
auditoria interna, é fundamental que seja determinado o item de
verificação para a constatação do atendimento à conformidade do
produto e serviço.

4. A retroalimentação das informações entre os departamentos deve ser


um pré-requisito estabelecido pela alta direção e a coordenação do
programa. Todos os envolvidos devem ser informados sobre as metas
definidas e o estabelecimento de medidas de melhoria para o processo.
A troca de informações entre os departamentos estimula a participação
coletiva e o sucesso do programa.

Quadro 9: Modelo de planilha para coleta dos custos da qualidade.

PLANILHA DE CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE


ASSUNTO:
ESTUDO PILOTO: PROCESSO:
SERVIÇO:
CATEGORIA DE CUSTO: DEPARTAMENTO: PERÍODO:

RESULTADOS OBTIDOS
ITEM DE
VERIFI- PROBLEMA CUSTOS OBTIDOS TOTAL % CUSTOS
CAÇÃO IDENTIFICADO Trimestres TOTAL

1º 2º 3º 4º

OBSERVAÇÃO:
84

RESPONSÁVEL: _____________________________________________
DATA ____/____/____

Para GOLDRATT (1991), deve-se estruturar a informação em forma


de relatório e repassá-la a cada usuário do processo. Desta forma, torna-se
possível evitar o surgimento de um amontoado de dados que, além de confusos,
possam transmitir poucas informações para a tomada de decisão.

Outro fator fundamental é a necessidade da alta direção de


informações adequadas para tomar as decisões de melhoria do processo. De
acordo com PICCHI (1993), a linguagem que predomina na disseminação das
informações pode ser observada na figura 10. No topo da pirâmide, a linguagem é
a do dinheiro (vendas, lucros, custos, investimentos etc.), e na base, a das coisas
(medidas físicas e tecnológicas).

Dados
sumarizados
Alta direção a nivel
Linguagem comparativo
do dinheiro: valor
Nível monetário
estratégico relações ou
índices

Dados sumarizados de
caráter geral, mercadorias,
Classes de serviços e
unidades organizacionais
Bilingüe Média gerência
Nível tático
Dados sumarizados para
aplicações específicas,
produtos, processos e
unidades organizacionais

Setor
Lingugem das coisas Operacional
Nível operacional Unidades tecnológicas de me dição a nível
individualizado sobre produto, processo serviço

Figura 8: Hierarquização das unidades de medida.


Fonte: PICCHI, 1993.

4.11 – CONSIDERAÇÕES FINAIS


85

De modo geral, para obtenção do retorno financeiro, as empresas


empenhadas na elaboração e desenvolvimento de melhorias, visam alguns
aspectos importantes e intimamente associados: reduzir os custos através da
melhoria da eficiência e satisfazer a todos os clientes existentes e, principalmente,
captar novos clientes.

O programa de custos da qualidade tem como principal foco a


apresentação das perdas financeiras provenientes das falhas existentes nas
empresas e que ocorrem ao longo dos seus processos administrativos e
produtivos.

A distribuição dos custos da qualidade entre as categorias revela


que a predominância das falhas externas e internas torna-se cada vez mais
onerosa para as empresas, enquanto que o investimento nas categorias de
prevenção e avaliação determina os seguimentos de melhorias nos seus produtos
e serviços.

Os custos, quando quantificados, geralmente apresentam índices


elevados sobre os gastos das empresas em determinadas atividades. Observa-
se que estes custos passam a causar forte impacto financeiro na alta direção,
comprovando a necessidade de investir em um programa de melhoria. Após esta
conscientização, implementa-se o programa para obter os resultados e as
oportunidades de melhoria, através das medidas adequadas aos processos.

Pode-se avaliar a importância da implementação de um programa de


custos da qualidade para identificar, priorizar e propor as diretrizes de melhorias
bem como a erradicação das causas raízes geradoras de custos.

A Construção Civil apresenta particularidades e características


inerentes à natureza do processo produtivo e, principalmente, do próprio setor
industrial. A aplicação dos conceitos e ferramentas técnicas da qualidade total,
aplicados à indústria fabril, quando trazidos para o setor de construção, deparam-
se com as dificuldades dos vários processos e intervenientes envolvidos, podendo
sofrer, em alguns casos, as adaptações para as necessidades e realidades do
setor.
86

Dentro de um programa de medidas que visa a implementação de


oportunidades de melhorias da qualidade voltadas para à Construção Civil e
utilizando as ferramentas da qualidade apresentadas neste capítulo, será
apresentada no Capítulo 5 uma proposta de metodologia para as empresas.
87

5 - MODELO DE PLANO DE AÇÃO PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS


RELATIVOS À SEGURANÇA

Para SOUZA et all (1994), a


introdução e pratica de conceitos da
qualidade revelam que os problemas
cujas causas forem identificadas e
definitivamente eliminadas garantem o
fornecimento de produtos e serviços
dentro das conformidades, a um menor
custo e em prazos pré-determinados.

Ë muito comum encontrar


nas empresas executivos que não
compreendem quanro realmente
custam os acidentes e outros
acontecimentos que ocasionam
perdas. Provavelmente no campo de
acidentes, que eles consigam apenas
visualizar os custos do tratamento
médico e da conpensação ao
trabalhador. Uma parcela pequena de
executivos, compreendem que os
mesmos fatores que ocasionam
acidentes estão também criando
perdas de eficiência bem como os
problemas de qualidade e custo.

O entendimento correto do
processo causal dos acidentes é crítico
para desenvolvimento apropriado de
controles. Grande parte dos executivos
crêem que a maioria dos acidentes são
causados por descuido, e recorrem a
um castigo ou a programas de
incentivo para fazer com seus
funcionários sejam mais cuidadosos. O
resultado de decisões como esta, será
88

o de que os acidentes se ocultem em


vez de serem resolvidos. Ao invés dos
executivos procurarem solucionar os
problemas, tentam proteger com uma
cobertura maior em seguros, somente
para descobrir posteriormente que
raramente, ou nunca, estes cobrem
toda as perdas que se produziram.

Para compreender a
sequência de eventos que acarretam
em uma perda, é essencial
compreender que se esta tentando
previnir ou controlar. Para isto, iremos
relacionar algumas definições práticas:

• ACIDENTE: Um evento não desejado, que resulta em dano a


pessoa, dano a propriedade ou perda np processo.

• INCIDENTE: Um evento não desejado, que sob circunstâncias


ligeiramente diferentes, poderia ter resultado em dano as pessoas,
dano a propriedades ou perda do processo. Um evento não
desejado que poderia ou pode resultar em uma perda.

Este Capítulo tem por


objetivo apresentar um modelo para
elaboração de um plano de ação, que
possibilite estabelecer as diretrizes das
ações de melhorias da qualidade para
o processo de ocorrências de
acidentes de trabalho. Este plano
servirá como instrumento facilitador
para a identificação e resolução dos
problemas e propõe melhorias para os
problemas identificados nas empresas
de Construção Civil.

5.1 – O QUE É O PLANO DE AÇÃO

Para SOUZA et al (1994), o


plano de ação é elaborado a partir de
um diagnóstico da situação atual do
processo produtivo em relação à
qualidade e tem por finalidade definir
os objetivos adequados ao processo e
elaborar as medidas e ações a serem
implementadas para equacionar cada
89

um dos problemas identificados,


estabelecendo os procedimentos de
uma atividade qualquer.

Assim como o planejamento,


o plano de ação consiste nas etapas de:
definição das metas e das duas medidas
de ações, priorização dos problemas,
cumprimento dos prazos, delegação de
responsabilidade, alocação de recursos,
monitoramento contínuo e
retroalimentação das informações.

As ações de melhorias
propostas pelo plano de ação devem
acontecer de forma gradativa e
crescente, sendo importante o
acompanhamento contínuo e paralelo,
possibilitando a verificação e
comparação dos resultados iniciais
obtidos e prevenindo a reincidência
dos problemas.

Neste Capítulo, apresenta-se


uma Metodologia que, fazendo-se uso das
ferramentas da qualidade permitirá a
hierarquização, priorização e solução dos
problemas identificados nos itens
anteriores.

5.2 – IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO

Na implementação do plano de ação é necessário que a alta direção


esteja comprometida com o Programa de Qualidade, delegando responsabilidade
a um Coordenador para realização do estudo. Este estudo deve conter dados
significativos que provoquem impacto financeiro na alta direção, para que
tomem iniciativa de eliminar os problemas críticos, geradores dos custos.

Sensibilizada a alta administração para a necessidade do estudo, o


Coordenador deve considerar os seguintes aspectos: definir as etapas iniciais
para a coleta de dados, implementar o desenvolvimento do modelo de
melhoria e estabelecer as diretrizes necessárias para a elaboração de
procedimentos.
90

5.2.1 – Nível de abrangência

Inicialmente, aconselha-se
que seja realizado um estudo
preliminar em uma pequena área antes
da extensão a toda empresa, sendo
realizado um diagnóstico da situação
atual, através de um estudo piloto em
uma obra. Este deverá ter um prazo
pré-determinado, o qual deve ser
definido pela empresa, devendo ser o
mais realista possível e atender às
suas necessidades, evitando o
surgimento de um descrédito ao
programa implementado, devido a
ansiedade por resultados imediatos.
Sugere-se que o período inicial seja de
seis meses a um ano, porém
considerando todas as características
da obra em estudo.

5.2.2 – Determinação do sistema da contabilidade gerencial

Na implantação dos custos da qualidade é imprescindível a criação


de uma área que gerencial todos o dados de custos coletados no estudo piloto,
que deve ser a contabilidade gerencial. Esta terá como finalidade trabalhar junto
à contabilidade existente para analisar os dados de custos enviados pela obra, e
que possam ser necessários para análises futuras.

Pode-se considerar que,


para o centro de custos da obra é
suficiente a informação referente ao valor
mensal gasto com a mão-de-obra para
executar uma determinada instalação.
Porém, para possibilitar a quantificação
dos custos da qualidade torna-se
necessário detalhar a atividade executada
como, por exemplo, se no pavimento da
execução ocorreu retrabalho, desperdício
e tempo ocioso entre outros. Neste caso,
estes custos devem ser quantificados e
91

distribuídos na categoria de falhas


internas.

5.2.3 – Escolha do processo

A escolha do processo tem por objetivo identificar e priorizar o


serviço que apresenta problema crítico e implica na geração de custos. Nesta
etapa, é necessário documentar as seguintes informações sobre os problemas: a
origem, forma de ocorrência e freqüência, entre outras, que possam interessar e
que poderá ocorrer junto ao corpo técnico da obra. No surgimento de vários
processos problemáticos simultâneos, seja estabelecido um critério de prioridade,
baseando-se em dois aspectos importantes: o retorno financeiro e a estimativa
de prazo para a conclusão do serviço, dentro dos padrões de qualidade e
segurança do trabalho

5.2.4 – A coleta de dados

A forma de obtenção dos


dados deve ser bem estabelecida e
confiável, a cargo da coordenação do
estudo piloto. Para evitar que os custos
sejam obtidos de forma inadequada,
torna-se importante o uso da planilha de
controle dos custos no levantamento de
dados, sugerida no item 4.6.5 deste
trabalho. A coleta de dados poderá
ocorrer de duas formas:

1 – Análise da documentação contábil

Recomenda-se que seja feita uma análise da documentação contábil


existente sobre alguns dados enviados pela obra do estudo piloto, tais como as
despesas de : folha de pagamento, serviços de reparos, inspeções e revisão de
material empregado na segurança e comparar os valores, com os gastos em
pagamento de acidentados, não esquecendo dos dias que poderá ficar inoperante
algum equipamento da produção. Incluir também os gastos para a recuperação
da imagem da empresa.
92

Além do contato permanente com a contabilidade da empresa, a


coordenação deverá, se necessário, investigar a existência de custos pertinentes
ao estudo, em outros departamentos. Com esta verificação, poderá favorecer um
maior controle da apropriação e cálculo dos custos da qualidade.

2 – Verificação em campo

O levantamento de dados, em campo, poderá ocorrer através de


duas maneiras: observação e verificação da atividade, e em conversas com a
eqeuipe da obra. As duas propostas, acima citadas, visam, identificar os
problemas existentes ao longo da execução do processo escolhido, envolvendo
os participantes deste processo na elaboração do diagnóstico preliminar..

Este processo deve ser de fácil e rápida execução e não deve exigir
muito esforço e perda de tempo para a coleta de dados e para apresentação da
conclusão inicial. No universo das empresas pesquisadas, deve ser feito um
agrupamento, por tópicos principais:

• Porte da empresa – Está relacionado ao faturamento anual;

• Tipo de atividade – Construções industriais, comerciais e residenciais

• Contigente – Número de funcionários da empresa ou obra;

• Região – Ponto geográfico da Cidade em estudo;

• Ponte da Edificação – Área da construção e ou volume.

5.3 – IDENTIFICAÇÃO DAS ORIGENS DOS PROBLEMAS

Esta etapa é a mais importante para apresentação de resultados


significativos e para o sucesso do plano de ação. Através de identificação das
causas-raízes (origens dos problemas) poderemos estabelecer as diretrizes das
medidas de ações adequadas e que devem atuar diretamente na causa. O
93

objetivo do modelo é priorizar e desdobrar o problema detectado no processo, a


fim de identificar os geradores de custos da qualidade.

A base fundamental para o desenvolvimento do modelo será a


utilização das ferramentas técnicas da qualidade como: o brainstorming, o
diagrama de PARETO, o diagrama de árvore (apresentado no conceito de “cost-
driver” ) e as nove perguntas básicas do 5W3H1S. O diagrama de S
I HIKAWA ou
Espinha de Peixe pode ser aplicado, dependendo da necessidade, no
desdobramento do problema. A seguir, descreveremos a finalidade de cada
ferramenta a ser aplicada, de acordo com as definições de SCHOLTES (1992) e
SOUZA et al (1994).

5.3.1- Brainstorming

Desenvolvimento de um técnica de avaliação em grupo onde um


determinado número de pessoas é reunido e exposto a todos os problemas e
dificuldades que ocorrem no processo. A finalidade é que o grupo libere a
criatividade e apresente sugestões, idéias e críticas para a melhoria do processo.

Todas as idéias e sugestões devem ser analisadas, permanecendo


somente aquelas que forem bem fundamentadas e aceitas pelos participantes.
Posteriormente, as idéias são priorizadas de acordo com a decisão do grupo.

5.3.2- Diagrama de Pareto

Foi criado do princípio do economista italiano VILFREDO PARETO,


o qual considerou que 80% das dificuldades são provenientes de 20% dos
problemas.

JURAN (1992) transportou esse princípio para a qualidade,


concluindo que essa ferramenta poderia ajudar uma equipe de trabalho e
direcionar a sua atenção e esforços para os problemas realmente importantes,
delimitando os que deveriam ser atacados imediatamente.
94

O gráfico pode ser comparado a um histograma cuja freqüência de


ocorrência do problema analisado é assimilada em ordem decrescente. Na parte
superior das bases, é desenhada uma linha que representa a freqüência
acumulada de ocorrência e torna-se possível avaliar as poucas causas que são
responsáveis pela maior parte dos problemas detectados e, também, como os
muitos problemas afetam de maneira pouco significativa.

Este gráfico também poderá ser construído baseado em dados de


custos, em vez da freqüência de possíveis ocorrências dos problemas. O
enfoque dado às duas hipóteses, freqüência e custos, poderá ser muito útil, tendo
em vista que nem sempre o problema de maior freqüência ou custo é o mais
significativo do processo.

5.3.3- Diagrama de Árvore

Associada ao conceito de cost-driver esta ferramenta auxilia no


desdobramento do problema para a identificação dos geradores de custos e das
“causas-raíz”, representados na figura 9, fornecendo através de porcentagens a
influência de cada problema desdobrado.

DESDOBRAMENTOS
(valores dos custos em %)

CAUSA RAIZ DO
PROBLEMA
CAUSA 1.1

% % %

CAUSA 1 CAUSA RAIZ DO


CAUSA 1.2 PROBLEMA
%
% %

PROBLEMA CAUSA 2 CAUSA 2.1 CAUSA RAIZ DO


PROBLEMA

% % % %
CAUSA RAIZ DO
CAUSA 3.1 PROBLEMA
CAUSA 3
% % %

CAUSA 3.2
CAUSA RAIZ DO
PROBLEMA
95

%
%

Figura 9: Exemplo de diagrama de árvore.


FONTE: SOUZA et al, 1994

5.3.4 - Diagrama de Ishikawa

Este diagrama permite o


mapeamento dos principais fatores que
afetam o problema ou um resultado
desejado. O mesmo também organiza as
possíveis causas de problemas ou fatores
que posam garantir o alcance de
melhorias, conforme ilustrado na figura
10.

Através desse diagrama é possível obter o registro das várias


causas de um determinado problema, a partir da análise e classificação das
prováveis origens destas causas, razão pelo qual também é conhecido com o
diagrama de Causa e Efeito. A identificação e análise das causas deverá ser feita
dentro das categorias: método, mão-de-obra, máquina, material, medida,
gerenciamento e meio-ambiente.

MÉTODO MÃO-DE-OBRA MÉTODO GERENCIAMENTO

CAUSA
RAIZ

MATERIAL MÁQUINA MEIO AMBIENTE

Figura 10: Exemplo do diagrama de Ishikawa


FONTE: SOUZA et al, 1994

5.3.5. As nove perguntas – 5W3H1S

O método 5W3H1S é utilizado para garantir que todos os problemas


identificados no processo tenham solução, através de nove perguntas básicas:
What (que), Who (quem), When (quando), Why (por que), Where (onde), How
96

(como), How Many (quanto em termos de intensidade/volume), How Much


(quanto em termos de custo) e Show (mostre em termos de indicador). É a
ferramenta fundamental para elaboração das diretrizes do procedimento
operacional, conforme exemplo do quadro 10.

Quadro 10 : Exemplo da planilha de medidas de ações


LIMA, 1999

5W3H1S MÃO-DE- MÉTODO GERÊNCIA MATERIAL MEIO


OBRA AMBIENTE
POR QUE?
O QUE?
ONDE?
QUANDO?
QUEM?
COMO?

5.4 – MEDIDAS DE AÇÃO

Após a conclusão do
desenvolvimento do modelo proposto,
pode-se dizer que para cada raiz
identificada devem ser estabelecidas e
documentada todas as ações de
melhorias definidas para o processo
analisado. As ações propostas, a serem
implementadas, devem estar associadas
a cada etapa do processo e,
principalmente às necessidades da
empresa em buscar o aperfeiçoamento e
a melhoria contínua.

Recomenda-se que,
paralelamente ao controle, seja realizada
a auditoria interna para avaliar o
atendimento à conformidade do
produto/serviço executado. É importante
que a coordenação defina o item de
verificação e a forma de documentação de
todos os resultados obtidos das
melhorias, incluindo as alterações que
ocorram no decorrer da implementação, a
fim de estabelecer os indicadores
97

comparativos para a atividade que será


executada.

5.4.1 – Controle do plano de ação

A
elaboração do
procedimento operacional deverá ser
realizada pela coordenação do estudo,
sendo apresentado de forma a disseminar
as informações sobre o programa
implementado, mediante a aprovação da
alta direção.

Realizada a elaboração, o passo principal será o controle do plano


de ação através de três elementos importantes: a planilha de procedimento
operacional, o ciclo do plano de ação e o ciclo do PDCA.

A planilha deve especificar todos os procedimentos operacionais


para execução de um determinado serviço. Sugerimos, para controle e verificação
dos procedimentos operacionais. O ciclo do plano de ação auxilia na checagem,
passo a passo, do Programa de custos da qualidade implementado, através do
qual será possível iniciar o estudo e avaliar cada decisão estabelecida para o
processo escolhido. A figura 11 ilustra o ciclo do plano de ação.

SENSIBILIZAÇÃO DA ALTA DIREÇÃO

DELEGAR RESPONSABILIDADE À COORDENAÇÃO

Identificação do Priorização do Análise das melhorias a Elaboração das


processo crítico processo crítico serem implementadas metas do projeto

Documentos do processo dados


de custos

Figura 11: Ciclo do plano de ação.


FONTE: NADLER, 1988.
98

A seguir será apresentado passo a passo o desenvolvimento do


modelo proposto para o detalhamento dos problemas levantados. A finalidade é
identificar as causas raízes dos problemas geradores de custos da qualidade.

• Primeiro Passo.

Utilização da planilha de controle dos custos da qualidade para a


coleta de dados.

• Segundo Passo.

De posse da coleta de dados dos custos da qualidade, os problemas


são identificados e priorizados, através do diagrama de Pareto.

• Terceiro Passo.

Desdobramento do problema priorizado utilizando o diagrama de


árvores para a identificação dos elementos geradores de custos e das causas
raízes. A relevância financeira irá determinar a necessidade de desdobrar até a
causa raiz.

• Quarto Passo.

Detalhamento da causa raiz, através do diagrama de Ishikawa,


identificando os principais fatores causadores dos problemas.

• Quinto Passo.

Utilização do 5W3H1S para identificação das diretrizes e melhorias a


serem implementadas pela coordenação do estudo.

• Sexto Passo.

Preenchimento da planilha de procedimento operacional para


padronização do processo do estudo piloto, conforme Quadro 11.

Quadro 11: Exemplo de planilha de procedimentos

PLANO DE AÇÃO
CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE P.O – PROCEDIMENTO OPERACIONAL
99

Departamento: Serviço P.O n.º:


Processo: Versão n.º:
Objetivo:
Documentos de referência:
Procedimento:

• O ciclo do PDCA quando traduzido do inglês significa: Plan


(planejar), Do (fazer), Check (checar), e Action (atuar). Esta cadeia serve como
um instrumento de controle ao longo de todo o programa implementado,
retroalimentando as informações da cadeia do plano de ação, conforme
apresentado na figura 12. No caso, de serem detectadas falhas no processo
implementado, a coordenação deverá atuar com as medidas de ações corretivas
cabíveis ao processo
100

A = ACTION P = PLAN

DEFINIR
METAS

ATUAR DEFINIR
CORRETIVAMENTE OS
METODOS

EDUCAR
E
TREINAR
VERIFICAR
OS
RESULTADOS EXECUTAR
A TAREFA
(COLETAR
DADOS)

C = CHECK D = DO

Figura 12: Ciclo P.D.C.A


FONTE: SOUZA et al, 1994

5.4.2 - Monitoramento

No decorrer da
implementação do plano de ação será
indispensável que, associado ao
101

planejamento adequado, a coordenação


exerça um monitoramento permanente e
paralelo do processo melhorado, mesmo
após a entrega ao cliente.

Desta forma, é possível


identificar com antecedência alguns
desvios do procedimento padronizado,
impedindo a sua reincidência. Esta atitude
possibilita a eliminação de perdas
financeiras e de tempo.

O monitoramento também
verificará se as soluções adotadas
realmente impedem o retorno ou
surgimento de novos problemas,
melhorando sensivelmente o desempenho
do processo.

Em virtude de uma
indisponibilidade financeira ou do
deslocamento de funcionários para
treinamento externo, algumas das ações,
caso não possam ser imediatas, poderão
estar sujeitas a prazos maiores para inicio
da implementação.

5.4.3 – Retroalimentação das informações

Aconselha-se que, à medida


que a coleta de dados for gerando as
informações e, posteriormente, as
mesmas sejam distribuídas entre as
categorias de custos da qualidade, a
coordenação desenvolva um banco de
dados de custos. Desta forma, as
informações podem ser utilizadas com
uma maior confiabilidade na realização de
estudos futuros, funcionando também
como índice comparativo de custos da
qualidade.

Para destacar a importância


da retroalimentação, outro fator primordial
para o sucesso e boa aceitação ao
Programa é a disseminação das
informações entre os participantes do
102

estudo piloto. A coordenação deve se


responsabilizar pela comunicação sobre o
desenvolvimento da implementação do
plano de ação, evitando possíveis
desvios ou deformação das informações,
por parte dos departamentos da empresa.

5.5 – APLICAÇÃO DA METODOLOGIA

Neste item, apresenta-se a


possibilidade da aplicação da metodologia
proposta para elaboração do plano de
ação. Através do diagnóstico dos
problemas, pretende-se realizar o
desenvolvimento do plano de ação,
utilizando alguns dados levantados nas
entrevistas. O desenvolvimento
experimental tem por objetivo facilitar o
entendimento deste capítulo.

5.5.1 – Implementando o plano de ação

Suponhamos que a empresa


“A” tenha sido selecionada para a
aplicação da metodologia de forma
simulada para implementação e
elaboração do plano de ação. Esta
empresa atua no setor da construção civil,
tendo como principal cliente o setor
privado.

A referida empresa vem


constatando a predominância de alguns
problemas no seu processo produtivo
onde foram observados aumentos dos
seguintes índices: retrabalho, perda e
desperdício de insumos, falhas no envio
de documentação suprimentos/obra,
aumento da desmotivação da equipe e do
abastecimento. Diante desta situação, a
empresa resolveu adotar a
implementação de um Programa de
Qualidade, utilizando a metodologia dos
custos da qualidade a fim de determinar
103

quais os principais fatores geradores de


custos nas obras e como erradicá-los.

Inicialmente, foi delegada a responsabilidade da implementação a


uma coordenação que deveria apresentar os resultados iniciais em um prazo
mínimo de oito meses a um ano. Outro fator importante foi a descrição do tipo de
obra a ser analisada:

• Duração da obra piloto

Obra de edificação predial/residencial, localizada em área urbana,


com projeto de quatro pavimentos e um pavimento pilotis. A empresa deveria
executar as instalações: elétricas, hidro-sanitárias e de telefonia. O cliente final,
além de contratante, era o construtor e fornecedor dos projetos de instalações,
sendo que estes foram elaborados por uma firma contratada pelo o mesmo.

A equipe de instalação da
obra era composta por quinze
funcionários, sendo: um engenheiro, um
estagiário, um encarregado, um
apontador, três bombeiros, dois
eletricistas e seis ajudantes.

O sistema construtivo era o


tradicional, com tijolos para a vedação da
parede e de estrutura de concreto e seis
ajudantes.

5.5.2 – Planejamento e gerenciamento do programa

A coleta de dados inicia no


próprio estudo piloto, onde a área
responsável pelo controle dos custos da
qualidade foi implantada, evitando assim o
deslocamento da coordenação. Neste
caso, não houve necessidade do
levantamento em outras áreas da
empresa.

Em seguida, é realizada a escolha do processo de coordenação,


com auxílio de um diagnóstico simplificado da obra, o qual foi elaborado em
104

conjunto com a equipe de instalações. Sendo considerados os seguintes


aspectos:

• Análise da documentação técnica.

São analisados, juntamente com a equipe da obra, os projetos de


instalações com as especificações técnicas, os memoriais descritivos, o
orçamento e o cronograma da obra. O principal objetivo era identificar os riscos
de acidentes, pela equipe .

A realização desta coleta


inicial de dados proporciona a
identificação de algumas necessidades da
obra, tais como: o uso de mapa de risco,
uso adequado de equipamentos de
segurança com treinamentos e a
necessidade de serem estabelecidos
alguns procedimentos técnicos para o
controle e a execução da obra.

Para facilitar a estruturação do trabalho foram definidas todas as


atividades, anteriores e posteriores à execução das instalações, no intuito de
identificar os intervenientes (fornecedor e cliente do processo) na cadeia de
produção.

• Escolha do processo: verificação em campo.

Tendo em vista, a variabilidade dos acidentes de trabalho,


salientamos os mais simples, os mais complexos, os repetitivos, e os mais
frequentes, preocupando-se em também considerar o fato de que levaria-se um
determinado período de tempo para prevenção conscientizada deste acidente.

Foram escolhidos diversos


setores da construção civil com atuação
de diferentes agentes intervenientes, os
quais estão envolvidos direta ou
indiretamente com o desenvolvimento das
atividades da cadeia de produção.
Envolveu-se as empresas de Construção
Civil na aplicabilidade da segurança do
trabalho, para agregar valor aos serviços
por ela executados.
105

5.5.3 – Método para coleta de dados

A partir dos processos


selecionados, o passo seguinte é
determinar quais os tipos de problemas
que predominam na obra do estudo piloto,
com relação aos processos selecionados,
dentre os quais destacam-se: aspectos de
segurança e saúde no trabalho
executados em obras de características
comercial, de serviço e industrial e de
falhas da equipe de obra, seleção de
pessoal e treinamento, não uso de mapa
de riscos, desperdício de material e perda
tempo.

Através da área responsável


são analisadas as atividades de produção
para o levantamento dos custos da
qualidade, sendo que este trabalho deve
ser realizado durante um período de seis
meses.

Para a apropriação e
quantificação dos custos da qualidade, de
acordo com a planilha de controle, devem
ser consideradas duas perguntas
importantes: qual o serviço a ser
escolhido e como deveria ocorrer a sua
coleta. Diante desta dúvida, a opção em
geral nos leva a levantar junto à equipe da
obra as informações de forma mais
detalhada, sobre cada problema de
execução no canteiro, apresentada no
Quadro a seguir:

Quadro 12: Lista de problemas da obra


piloto

PROCESSO ANALISADO ATIVIDADE/FALHAS


• Processo de colocação de placas de aço 1. Distribuição de placas: erro de execução,
para concretagem erro de detalhamento e falta de coordenação
entre projetos
2. Colocação das placas para concretagem: erro
de detalhamento no projeto, desperdício de
material

• Processo geral de execução da obra 1. Interferência com outras atividades


106

2. Perda de materiais durante e após a


execução.
3. Predominância do retrabalho.
4. Freqüentes tempos de espera.

• Utilização de EPI’s em todos os 1. Falta de manutenção, troca e utilização do


processos equipamento de proteção individual.
2. Os operários não informam sobre a
precariedade do canteiro
3. Falta de treinamento.

Para auxiliar a coordenação na classificação das falhas entre as


categorias dos custos da qualidade foi proposto o fluxograma, apresentado na
figura 13:
107

O custo está
relacionado com a SIM
prevenção de não- Custo de
conformidade do avaliação
serviço?

O custo está
relacionado com a SIM
avaliação de Custo de
conformidade em prevenção
serviço, segundo as
normas e

O custo está
SIM SIM
relacionado com a Detectado antes Custo de
não-conformidade da entrega do falha interna
no serviço ? serviço ao cliente

NÃO NÃO

Custo de
Não é um custo da falha externa
qualidade de serviço

Figura 13: Fluxograma da distribuição dos elementos de custos entre as


categorias. FONTE: Rust et all, 1996

Os dados de custo da qualidade levantados na obra piloto foram


transferidos para as planilhas de controle, representadas nos quadros:
13,14,15,e,16.

Quadro 13: Planilha de controle de custos de prevenção.


108

PLANILHA DE CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE


Assunto: Levantamento de Custos da qualidade
Estudo piloto: Canteiro da Obra A Processo: Recebimento e controle de equip. de
Segurança
Serviço: Ver item de verificação
Categoria de custo: Departamento: Período:
Prevenção: P Gerenciamento de obra

RESULTADOS OBTIDOS
Item de Problema CUSTOS OBTIDOS em R$ Total % Custo
Verificação Identificado Trimestre Total
1º 2º 3º 4º
Manutenção
Troca de EPI 150,00 ---- --- 100,00 250,00 5,38
De EPS’s
Treinamento para P2: Dificuldade
a equipe de em manusear os 100,00 - 100,00 --- 200,00 4,30
execução da obra EPI’s.
Observação:

No item P2 foram consideradas as horas fornecidas para treinamento


Responsável: Data: ____/____/____

Quadro 14: Planilha de controle de custos de avaliação.

PLANILHA DE CONTROLE DOS CUSTOS DA


QUALIDADE
Assunto: Levantamento de Custos da qualidade
Estudo piloto: Canteiro da Obra A Processo: Recebimento e armazenagem de material
Serviço: Ver item de verificação
Categoria de custo: Departamento: Período:
Avaliação Gerenciamento de obra

RESULTADOS OBTIDOS
Item de Problema CUSTOS OBTIDOS em R$ Total % Custo
Verificação Identificado Trimestre Total
1º 2º 3º 4º
Controle no A1-Material
recebimento danificado no
e almoxarifado,
100,00 100,00 --- --- 200,00 4,30
armazenag devido a
em dos utilização
EPI’s. incorretaI
TOTAIS 100,00 100,00 --- --- 200,00 4,30
Observação:

1 – No item recebimento corresponde ao custo de material entregue após utilização incorreta.


Responsável: Data: ____/____/____
109

Quadro 15: Planilha de controle de custos de falha interna.

PLANILHA DE CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE


Assunto: Levantamento de Custos da qualidade
Estudo piloto: Canteiro da Obra A Processo: controle de execução das montagens
Serviço: Ver item de verificação
Categoria de custo: Departamento: Período:
Falha Interna: F1 Gerenciamento de obra

RESULTADOS OBTIDOS
Item de Problema CUSTOS OBTIDOS em R$ Total % Custo
Total
Verificação Identificado Trimestre
1º 2º 3º 4º
Montagem das
I1- retrabalho falha
formas de aço para 200,00 500,00 500,00 800,00 2000,00 43,01
de execução
concretagem
I2: perda de
material (cimento, 100,00 100,00 100,00 300,00 6,45
areia e etc).
I3 – Tempo ocioso 600,00 300,00 200,00 400,00 3800,00 32,26

TOTAIS 800,00 900,00 800,00 1300,00 3800,00 81,72


Observação:

1 – No item I 1, foi c onsiderado o tempo de HH desperdiçado para refazer o serviço.


2 – No item I 3, foi considerado o tempo HH ocioso para liberação de frente de serviço.
Responsável: Data: ____/____/____

Quadro 16: Planilha de controle de custos de falha externa.

PLANILHA DE CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE


Assunto: Levantamento de Custos da qualidade
Estudo piloto: Canteiro da Obra A Processo: controle de uso de EPI’s
Serviço: Ver item de verificação
Categoria de custo: Departamento: Período:
Falha externa: E Gerenciamento de obra

RESULTADOS OBTIDOS
Item de Problema CUSTOS OBTIDOS em R$ Total % Custo
Verificação Identificado Trimestre Total
1º 2º 3º 4º
FE 1 Uso inadequado
Recebimento de - 100,00 100,00 200,00 4,30
De EPI’s
multa
TOTAIS - -- 100,00 100,00 200,00 4,30
Observação:

Responsável: Data: ____/____/____


110

Após quantificar os custos da qualidade, optamos pela coordenação


e a consolidação dos principais problemas, apresentados no Quadro 17.

Quadro 17: Consolidação dos custos da qualidade.

CONSOLIDAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE


CUSTO TOTAL DA QUALIDADE
ITEM DE VERIFICAÇÃO CÓDIGO VALOR R % DO CUSTO % DO CUSTO
TOTAL ACUMULADO
1 – Retrabalho I 1 2000,00 43,01 43,01
2 – Tempo ocioso I 2 1500,00 32,26 75,27
3 – Perda de Material I 3 300,00 6,45 81,72
4 – Troca de EPI P1 250,00 5,38 87,10
5 – Dificuldade de Manuseio P2 200,00 4,30 91,40
6 – Material danificado A 1 200,00 4,30 95,70
7 – Falta de cumprimento de E1 200,00 4,30 100,00
uso adequado de EPI’s.
TOTAL FALHAS 4.650,00 100% 100%
Observação:

Os problemas foram hierarquizados e priorizados através do gráfico


de Pareto, conforme apresentados na figura 14:

Figura 14: Priorização pelo diagrama de Pareto.


111

O desdobramento ocorreu através do diagrama de árvore para


identificação das causas raízes geradoras dos custos da qualidade nos problemas
FI 1 e FI 2, que estão representados nas figuras 16 e 18. O diagrama de Ishikawa
auxiliou no desdobramento de cada causa raiz identificada, definindo quais foram
os intervenientes da obra que contribuíram para a incidência dos problemas,
sendo apresentados na figuras 17 e 19.

A ferramenta 5W3H1S forneceu as diretrizes básicas para a


definição das melhorias a serem implementadas no processo analisado, conforme
o Quadro 18. E por último, os Quadros 19 e 20 apresentam as propostas para
padronização dos procedimentos da obra do estudo piloto. A elaboração do plano
de ação visa, principalmente, garantir a identificação e eliminação das não
conformidades dos serviços executados, tratando-as com ações corretivas e
desta forma, prevenindo a reincidência dos geradores dos custos nos serviços.
Os problemas FI1 e FI2 foram selecionados por traduzirem uma necessidade
mais rápida de tratamento das não-conformidades, em relação aos outros itens,
neste estudo de caso.

5.5.4 – O impacto econômico na obra e na empresa

O estudo proposto para a


empresa “A “ possibilitou a avaliação
sobre o impacto financeiro gerado pelos
custos da qualidade em uma obra,
identificando os principais condutores de
custos nos serviços executados. Por
outro lado, também podemos estimar o
verdadeiro impacto financeiro global a ser
gerado nas diversas obras da empresa
em questão, considerando-se que todos
que todos os problemas são comuns e
repetitivos nas demais obras.
Exemplificando, poderíamos
estimar que, no caso de um orçamento
inicial de R$ 200.000,00 para a obra A, a
incidência dos custos da qualidade seria
de R$ 20.000,00 (10% do orçamento da
obra). Mas se as causas raízes fossem
atacadas e eliminadas implicaria em 60%
112

de melhoria nos serviços executados,


através da implementação de
procedimentos. Conclui-se que o
programa de melhoria alcançaria nesta
obra uma economia de R$ 12 000,00.
113

DESDOBRAMENTOS CAUSAS RAIZES


(VALORES DOS CUSTOS EM %)

FALHAS DA FALTA DE
CONSTRUTORA 50% TREINAMENTO
R$ 200,00

FALHAS DE
EXECUÇÃO
DA ESTRUTURA
10%
R$ 400,00 FALHA DE 50%
PROJETO R$ 200,00 ERRO
TÉCNICO

FALHA DA
EQUIPE
FALTA DE
70% TREINAMENTO
FI 1: R$ 1120,00
RETRABALHO

FALHAS DE
EXECUÇÃO 10%
FALHA DO
DA INSTALAÇÃO
PROJETO R$ 160,00
10%
R$ 1600,00

20%
FALTA DE
CONTROLE R$ 320,00
DO PROCESSO
Figura 15: Desdobramento através do diagrama de árvore para o problema FI 1.
114

MÁQUINA/
MÉTO EQUIPAMENTO

FALTA DE PROCEDI- FALTA DE


MENTO PARA O EQUIPAMENTO FALTA DE
CONTROLE DO DE CÁLCULO AFERIÇÃO
FALTA DE CONTROLE NO PLANEJAMENTO
PRAZO DE EXECUÇÃO NECESSIDADE QUADRO
PARA A VISUALIZAÇÃO FALTA DE
DO CRONOGRAMA COMPUTADOR
FALTA DE ANÁLISE FALTA DE COMUNICAÇÃO
CRÍTICA DO ORÇAMENTO OBRA/ORÇAMENTO

ESPECIFICAÇÃO FALTA DE
DO PROJETO TELEFONE NÃO EXISTEM
INFORMAÇÕES NA OBRA ARQUIVOS
I MCOMPLETAS
ATRASO NA
FALTA DE ENTREGA DO PROJETO

TREINAMEN
FALTA DE ESPAÇO REDUZIDO ENCARREGADO NÃO
DISPOSITIVOS PARA PARA ÁREA DE LAZER MELHORAR A GOSTA DE ESCREVER
VISUALIZAÇÃO DOS CAPACIDADE
PRINCIPAIS INSUMOS TÉCNICA DO
PESSOAL ALMOXARIFE MAL
ALMOXARIFADO TREINADO
DESORGANIZADO

MÁ CONDIÇÃO ESPAÇO
DE TRABALHO REDUZIDO FALTA DE PESSOAL ENGENHEIRO
MAL TREINADO

MEIO MÃO-
AMBIEN DE-
Figura 16: Diagrama de Ishikawa para o problema FI 1
115

DESDOBRAMENTO CAUSAS RAÍZES


( VALORES DOS CUSTOS EM % )

FALHA NA ABSENTEÍSMO E FALTA DE


EQUIPE DA ROTATIVIDADE INTEGRAÇÃO DA
OBRA E ROTATIVIDADE
FALHAS DE EQUIPE DA OBRA
COMUNICAÇÃO
50% 60%

60%
FALTA DE
PERIGO DE
PERIGO NO TREINAMENTO
INTERNO ACIDENTES
TRABALHO
TREINAMENTO

50%
100%

USO INCORRETO DOS PERIGO DE


EQUIPAMENTOS DE ACIDENTES
FALHA NA
SEGURANÇA
COORDENAÇÃO
DA OBRA
COORDENAÇÃO
50%

40% FALTA DE REPASSE


DAS INFORMAÇÕES FALHA DO
DE INTERESSE DOS GERENCIAMENTO
FUNCIONÁRIOS

50%

Figura 17: Desdobramento através do diagrama de árvore para o problema


116
MÁQUINA/
EQUIPAMENTO
MÉTO

FALTA DE EQUIPAMENTOS
IDENTIFICAÇÃO INADEQUADOS FALTA DE
FALHA NO DOS INSUMOS
A SEREM
FORNECIMENTO DE
CONTROLADOS COMPUTADOR
INFORMAÇÕES

NÃO EXISTEM
ARQUIVOS
AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO
NÃO EXISTEM
FALTA DE TELEFONES MATERIAL FORA
PROCEDIMENTOS DE LOTE

FALHA NA
EXECUÇÃO
DA OBRA VALORIZAÇÃO ALMOXARIFADO

MELHORIA DAS
MOTIVAÇÃO INSTALAÇÕES MÁ CONDIÇÃO
PROVISÓRIAS DE TRABALHO

POUCA TREINAMENTO
MOTIVAÇÃO PESSOAL
TÉCNICA

MÃO- MEIO
DE- AMBIEN
117

Figura 18: Diagrama de Ishikawa para o problema FI 2


Q U A DRO 18: 5W3H1S para o problema FI 2
MELHORIA NO RECEBIMENTO DE MATERIAL
5W3H1S MÃO-DE-OBRA MÉTODO MATERIAL/ MEIO-AMBIENTE
EQUIPAMENTO
POR QUE ? Para atender a necessidade de Avaliando continuamente a Todos os insumos utilizados Para viabilizar a implemen- tação
treinamento e aprimorar a execução do serviço na obra na obra do procedimento proposto e
capacidade do funcionário oferecer melhores condições para
o desenvolvimento da atividade
O QUE ? Treinamento interno e externo, Avaliando continuamente a Todos os insumos utilizados Para viabilizar a implemen- tação
melhoria de comunicação, execução do serviço na obra na obra do procedimento proposto e
definição da tarefa e oferecer melhores condições para
elaboração de procedimentos o desenvolvimento da atividade
ONDE ? No próprio local de trabalho No próprio local de trabalho No próprio local de trabalho Instalação do ambiente de
trabalho para o armazenamento
QUANDO ? No decorrer da obra No decorrer da obra No decorrer da obra No decorrer da obra

QUEM ? A gerência, o departamento de A gerência, engenheiro ou A gerência, engenheiro ou A gerência, engenheiro ou


recursos humanos ou o responsável pela obra responsável pela obra responsável pela obra
responsável pela obra
COMO ? Através de estímulo a Através do procedimento Através da melhoria no Através da restauração física da
motivação e capacitação do operacional recebimento e área disponível, tendo como
funcionário para melhoria do armazenamento de parâmetro a funcionalidade e
relacionamento materiais, elaborando ergonomia
cadastro de fornecedores
QUANTO Todos os funcionários Todos os funcionários Todos os funcionários
(intensidade ) envolvidos no recebimentos de envolvidos no recebimentos envolvidos no recebimentos
materiais de materiais de materiais
QUANTO (custo) Custo/hora do instrutor Custo/hora do instrutor Custo/hora do instrutor

MOSTRE Quantidade de pessoal Quantidade de pessoal Quantidade de pessoal


treinado- quantidade a treinar treinado- quantidade a treinar treinado- quantidade a
sobre quantidade de pessoal sobre quantidade de pessoal treinar sobre quantidade de
treinado treinado pessoal treinado
118

QUADRO 19: Procedimento proposto para FI 1

PLANO DE AÇÃO

CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE PO – PROCEDIMENTO OPERACIONAL


12

Departamento: OBRA Serviço: CONTROLE DO SUPRIMENTO OBRA P.O. nº obra-02


Processo: Recebimento de materiais Versão: 00

Objetivo:
Exercer maior controle na solicitação de compra de material para edificação que será enviada para o departa-
mento de suprimentos. Pretende-se manter um correto entendimento entre os departamentos envolvidos na
implementação do plano de ação, assegurando a uniformidade no desempenho das funções independente-
mente de eventuais substituições dos funcionários.

Procedimentos:

1) A solicitação de compra deverá ser escrita nas condições e exigências do formulário.


2) A solicitação de compra será enviada ao departamento de suprimentos para a realização da cotação com
autorização de engenheiro.
3) Após a cotação e compra do material será emitido a autorização de fornecimento, que deverá ser enviada
para a obra a fim de controlar a entrega pelo fornecedor.
4) O material deverá ser aceito mediante os seguintes critérios:

• O responsável pelo recebimento deverá efetuar a conferência da nota fiscal com a autorização de
fornecimento, verificando preço, quantidade, especificações, razão social, endereço, CGC, inscrição, etc.

• O responsável deverá verificar a qualidade e especificação do material se foi realmente exigida pelo setor
de compras. No caso de dúvidas, consultar o engenheiro ou encarregado, que determinarão a descarga ou
devolução do material.

5) Todo material deverá ser acondicionado em local apropriado.


6) O responsável pela obra deverá ser avisado da chegada do material.
7) No ato da entrega, caso ocorram problemas, o solicitante deve relatar a ocorrência ao comprador.
8) Deverá existir o controle do recebimento das notas fiscais.

Responsável: Data: ____/____/____


QUADRO 20: Procedimento proposto para FI 2

PLANO DE AÇÃO

CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE PO – PROCEDIMENTO OPERACIONAL


11

Departamento: OBRA Serviço: GERENCIAMENTO DA OBRA P.O. nº OBRA-01


Processo: CONTROLE DO GERENCIAMENTO Versão: 00

1 . Objetivo:
Padronizar os procedimentos a ser utilizado pelo engenheiro, incluindo a administração da obra, visando a
Melhoria do planejamento e gerenciamento da mão-de-obra, materiais e equipamentos de segurança.

2 . Procedimento:

2 . 1 – O gerenciamento de obras de edificações deverá ser conduzido pelo responsável de acordo com os
seguintes critérios:
• Conhecimento das características da obra a ser executada promovendo a análise da mesma e seus
entornos.
• Promover a análise da obra e de seus respectivos documentos, visando conhecer as características básicas
dos serviços.
• Análise do projeto preliminar.
• Elaborar um pré-dimensionamento de volumes e serviços básicos necessários a execução da obra,
identificando as necessidades da mesma em relação ao projeto executivo.
• Elaborar o planejamento e a programação da obra em conjunto com o departamento de suprimentos.

2 . 2 – Mão-de-obra:
• Exercer o controle e acompanhamento da mão-de-obra assim como a de todos os serviços contratados.
• Retroalimentar a área de suprimentos com informações quanto a qualidade dos serviços executados pelos
subempreiteiros, de forma a facilitar o controle de seleção e qualificação dos fornecedores.

2 . 3 – Equipamentos:
• Especificar as características de todos os equipamentos utilizados, controlando a qualidade dos mesmos.
• Tomar ações corretivas no caso de identificação de não-conformidade nos equipamentos de segurança
utilizados na obra e que possam oferecer riscos aos funcionários.
• Fornecer todas as informações pertinentes ao departamentos de suprimentos.

2 . 4 – Materiais:
• Exercer o controle de recebimento de materiais.
• Prover orientações para estocagem dos materiais recebidos e a sua correta aplicação e apropriação.
Supervisionar o almoxarifado da obra, garantindo o correto controle de estoques.

Responsável: Data: ____/____/____

83
120

6 - CONCLUSÕES

O mundo consumidor, cada


dia mais exigente quanto à qualidade,
impele as empresas para que assumam
atitudes tais como: novas formas de
gestão, melhoria de satisfação dos
clientes ativos e captação de novos,
atenção para as inovações e melhoria
contínua na eficiência produtiva e do
ambiente de trabalho, entre outros.

Durante um longo período, as empresas pertencentes ao setor da


Construção Civil pareciam inertes à realidade dos fatos que giravam ao seu redor.
Hoje, algumas empresas estão procurando mecanismos que proporcionem
melhorias significativas nos seus diversos processos.

Apesar de diversas
dificuldades e barreiras enfrentadas,
acredita-se que o setor da Construção
Civil tende a evoluir através da
implementação de programas de melhoria
da qualidade, quando desenvolvidos de
forma séria e consistente, abrangendo
todos os aspectos técnicos,
administrativos, financeiros e humanos.
Estes últimos são os elementos que
contribuirão decisivamente para que as
empresas possam atingir um diferencial
de qualidade em relação ao que hoje se
verifica no setor.

O nosso estudo
desenvolveu-se em, empresas
pertencentes à cadeia de produção do
subsetor de edificações, onde através de
entrevistas foram apresentados os
121

principais problemas enfrentados pelas


mesmas. Observamos que estas
empresas ainda são muito dependentes
das atitudes de melhorias demonstradas
pelos seus clientes internos e externos.
As empresas reconhecem que o
investimentos em qualidade é um dos
mais lucrativos, proporcionando retornos
significativos para todos os envolvidos.
Porém, consideram que um dos maiores
entraves para a implantação de Programa
da Qualidade na Construção Civil é o
aspecto humano.

Por outro lado, acreditam


estas mesmas empresas que o setor da
construção tende a evoluir gradativamente
com a introdução da Qualidade Total.
Porém, quando este fato ocorre de forma
séria e consistente, abrangendo todos os
aspectos administrativos/financeiros,
técnico e humano. Porém, ressaltam a
importância de metodologias realmente
voltadas para o setor.

Observamos a preocupação das empresas em querer quantificar


suas perdas financeiras. Assim sendo, acreditamos que a metodologia proposta
é viável a partir do momento em que exista a participação efetiva de todos os
intervenientes atuantes da cadeia de produção.

Durante o desenvolvimento
do estudo, destacamos a importância da
atitude da alta direção em se
comprometer com o programa por dois
motivos principais: possibilitar que sejam
tomadas as decisões necessárias a cada
empresa e assegurar junto as equipes de
obra da participação da empresa. Os
procedimentos criados ou melhorados
devem ser encarados com maior
seriedade e direcionados para o aumento
da eficiência nos serviços prestados.

Recomendamos que, no
surgimento de oportunidade de
implementar Programas da Qualidade em
canteiros de obra, é importante que antes
seja elaborado um diagnóstico da
122

situação atual do processo a ser


melhorado. Assim, torna-se possível
introduzir metodologias que estejam de
acordo com a realidade da obra,
minimizando os geradores de acidentes.

Aconselhamos que, devido à


variabilidade interna e externa do
ambiente produtivo da construção, as
empresas adotem a prática de atuar com
maior segurança concernente aos
trabalhadores, levando-os para as
práticas que envolvem não só a
segurança mas também a qualidade.
123

7 - BIBLIOGRAFIA
AMERICAN SOCIETY FOR QUALITY CONTROL. Glossary
and Table for Statiscal Quality Control. Milwaukee, 1983
AMORIM, S.R.L. de. Tecnologia, Organização e Produtividade
na Construção Civil. Tese (Doutorado em Engenharia de
Produção).Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, 1995.
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BAUER, L. A F. Construção Civil Necessita Produzir com
“Qualidade “. Revista de Controle da Qualidade. São Paulo, n.
46 p. 12-15. Mar. 1996.
CAMPANELLA, Jack. Principles of Quality Costs. 2rd. Ed.
Milwalkee: ASQC, 1990.
CAMPANHOLE, A.e, H.L. Consolidações das Leis do
Trabalho. 82 ed. São Paulo: Atlas, maio 1990.
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Weisenberg, 5 ed., Rio de Janeiro: José Olimpo, 1992, 327p.
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FRANCHI, C.C.; SOIBELMAN, L; FORMOSO, C.T As
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FRUET, Genoveva M; FORMOSO, Carlos T. Diagnóstico das dificuldades
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GOVONI F. º Reportagem de custos da qualidade. In.
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Trabalhos Técnicos. Rio de Janeiro. IPB, 1989. P. 497 – 504.
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125

JURAN, J. M. A Qualidade desde o projeto: novos passos para o planejamento da


qualidade em produtos e serviços. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1992. 552p.
JURAN, J. M.; GRYNA, F. M. Controle da qualidade. 4. ed. São Paulo:
Makronbooks; McGraw-Hill, 1991. v. 1. 377p.

JURAN, J.M.; GRYNA, F.M. Controle de Qualidade:


conceitos, políticas e filosofia da qualidade. Coord. 4 ed.
Tradução de Cláudia de O Santos. Sào Paulo, Makron Books;
MacGraw-Hill. 1991 a v. 1. Traduzido de Juran’s Quality
Control – Handbook.
MARTINS, S.P. Direito da Seguridade Social. 7. ed. São Paulo:
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MESSEGUER, A G. Controle e Garantia da Qualidade na
Construção. Tradução de Roberto J. F. Bauer, Antonio C.
Francisco, Paulo r. do L. Helene. São Paulo. Sinduscon; SP
Projeto/ PW, 1991. 179p.
MTB. Manuais de Legislação sobre Segurança e Medicina do Trabalho - Editora
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NADLER, D.A Organizational frame bending: types of change


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Revitalizing organizations for a competitive world. San
Francisco: Covin and Associates; Jossey-Bass, 1988. P. 66-83.
NASCENTE, A Mini Dicionário da Língua Portuguesa. 1. ed.
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PICCHI, F.A Sistemas da Qualidade: uso em empresas de
contrução de edifçios São Paulo, 1993. Tese (Doutoramento em
Engenharia) Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
PONTE, A G. You Have Cost of Quality Program, So What. In.
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Milwaukee: American Society for Quality Control, 1992. P. 957-
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Regulamentadoras, do capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
126

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1998.

QUELHAS, ºL.G. et. al. Aimportância da qualidade de vida no


trabalho para a competividade. Revista Tendências do
Trabalho, edição n. 232, novembro, 1993.
SCHOLTES, P.R. Times da Qualidade: como usar equipes
para melhorar a Qualidade. Tradução de Elenice Mazali, Lúcia
Faria Silva, Associação Alumni, Rio de Janeiro, Qualitymark,
1992.
SEANI D.N. Estudo Setorial da Construção civil: o SENAI e a
construção civil. Rio de Janeiro, 1995. 64p. (Projeto Estratégico
NA, 011 Documento, 2).
SOUZA R. da C.R. de Enfoque da Qualidade Aplicada a
Industria da Construção Civil. Niterói, 1990. Dissertação
(Mestrado em Engenharia) Universidade Federal Fluminense
SOUZA, R. de; MEKEBEIAN, G.; SILVA, M.A C; LEITÃO,
A C.M.T.; SANTOS, M.M. Sistemas de Gestão da Qualidade
para Empresas Construtoras. São Paulo: Sinduscon/SP, 1994.
127

ANEXO A

Exemplo de Implantação do Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da


Construção Civil - PCMAT

Introdução:
Objetivo e Campo de Aplicação:
O PCMAT está direcionado à Indústria da Construção e tem como objetivo a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio
ambiente de trabalho, por meio da descrição de um conjunto de ações previstas e projetadas para uma
determinada obra, dispostas de forma organizada em um relatório, considerando os riscos de acidentes
e as doenças do trabalho detectados.

Identificação do Estabelecimento:
Razão Social
Endereço completo
CGC/MF
Inscrição Estadual
Ramo da Atividade
Código da Atividade
Grau de Risco da Atividade Principal

Qualificação dos Responsáveis:


Pelo PCMAT
Responsável pela Elaboração
Responsável pela Implementação
Responsável pela Execução
Pelo SESMT
Pelo PPRA
Pelo PCMSO
Informações Gerais:
Declarar, quando houver, as:
Política de Segurança no Trabalho
Política de Saúde do Trabalhador
Política de Proteção ao Meio Ambiente e Recursos Naturais

Estrutura do Programa:
Abrangências do Programa: Este Programa deve contemplar as exigências contidas na NR-9 -
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Isso significa que o PPRA é parte integrante do
PCMAT, ou seja, todas as etapas do PPRA devem ser registradas no PCMAT, além das questões
específicas referentes aos riscos da Indústria da Construção. Como o PPRA articula-se com o PCMSO,
fica claro que os três programas devem ser desenvolvidos como sendo o Programa de Saúde e
Segurança no Trabalho da empresa, onde eles estarão sendo desenvolvidos.

Responsabilidades e atribuições:
A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de responsabilidade do empregador.
O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional legalmente habilitado na Área de
Segurança do Trabalho.
O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento à disposição do Órgão Regional do Ministério do
Trabalho - MTb.

Etapas para sua elaboração:


O PCMAT é composto pelos seguintes documentos:
Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em
consideração riscos de acidentes e de doenças de trabalho e suas respectivas medidas preventivas;
Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas da execução da obra –
Para cada atividade desenvolvida no Canteiro de Obras, deve ser estabelecido um projeto de medidas
de prevenção coletiva, descrevendo detalhadamente a maneira correta de sua implantação, sendo
complementado com representações gráficas para um melhor entendimento.
128

Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas – define as características
necessárias para a aquisição de EPI e EPC.
Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas pelo PCMAT;
Layout inicial do canteiro da obra, contemplando, inclusive, previsão do dimensionamento das áreas
de vivência;
Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com
sua carga horária.

Desenvolvimento do Programa:
Considerações Gerais:
A Indústria da Construção, por suas características peculiares, tem uma condição ambiente de
insegurança praticamente permanente; assim, o uso do capacete de segurança e do calçado de proteção
é necessário para qualquer atividade desenvolvida no Canteiro de Obras.

Metodologia:
A NR-18 deve ser utilizada para a elaboração do Memorial sobre Condições e Meio Ambiente de
Trabalho, de acordo com os itens pertinentes.
Devem ser consideradas as diversas etapas do processo construtivo que poderão gerar acidentes nos
locais de trabalho, como:
Movimentação de terra – conjunto de trabalhos de desmontes, terraplenagens, transporte etc.
executado para modificar a topografia da obra. Alguns riscos: desprendimento de terra de escavação,
queda de altura de pessoa, explosões e incêndios etc.
Fundações e estruturas – Principais riscos: queda de pessoas, queda de materiais, queda da torre da
grua etc.
Coberturas – Alguns riscos: queda de operários e materiais, queimaduras etc.
Fechamento e alvenaria – Principais riscos: desprendimento de materiais já colocados, queda de
pessoas em trabalho de revestimento externo etc.
Instalações e acabamentos – Alguns riscos: descargas elétricas, queda de pessoas, explosões e incêndios
etc.
Máquinas de elevação – Riscos: queda de objetos, contatos elétricos etc.
Definidas as etapas e relacionados os riscos de acidentes e doenças do trabalho, devem ser propostas as
medidas preventivas para eliminação ou minimização dos mesmos.
Sempre que necessário, adequar os itens de acordo com as características específicas de cada obra.
Relacionadas as atividades e operações a serem desenvolvidas, são levantados os riscos de acidentes e
de doenças de trabalho e definidas as medidas preventivas adequadas.
Existem várias atividades que compõem a Indústria da Construção, porém elas se repetem a cada
obra, facilitando a antecipação do risco, na fase do projeto.
Baseado nesse Memorial, são realizadas as outras etapas que compõem o PCMAT.

Informações Complementares:
Como o PCMAT é elaborado antes da implantação do Canteiro de Obras, será necessário fazer
algumas complementações e correções durante o desenvolvimento da obra, sempre que novos
processos construtivos forem adotados e novos riscos detectados.
A área da Produção é responsável por fornecer as informações sobre as atividades e operações a serem
realizadas e maiores detalhes sobre os processos construtivos a serem adotados.
129

ANEXO B

Exemplo de Implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Introdução:
Objetivo:
O PPRA tem como objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho propondo medidas de neutralização,
eliminação e/ou controle capazes de interferir de maneira direta ou indireta na saúde dos
trabalhadores, Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Riscos Ambientais:
Para efeito da NR-9, consideram-se Riscos Ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
exi stentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e
tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, como os ruídos, vibrações, frio, calor, umidade etc.
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou
ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão, como poeiras, fumos, névoas, gases etc.
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos etc. que poderão ser adquiridos nas atividades
laborais, como os vírus, bactérias, fungos etc.

Identificação do Estabelecimento:
Razão Social
Endereço Completo
CGC/MF
Inscrição Estadual
Ramo da Atividade
Código da Atividade
Grau de Risco da Atividade Principal

Qualificação dos Responsáveis:


Pelo PPRA:
Responsável pela Elaboração
Responsável pela Implementação
Responsável pela Execução
Pelo PCMAT
Pelo SESMT
Pelo PCMSO

Informações Gerais:
Declarar, quando houver:
Política de Segurança no Trabalho
Política de Saúde do Trabalhador
Política de Proteção do Meio Ambiente e Recursos Naturais

Estrutura do Programa:
Metas a serem atingidas:
Realizar a Antecipação dos Riscos potenciais antes da implantação do Canteiro de Obras.
Realizar o Reconhecimento dos Riscos, logo que o Canteiro de Obras esteja implantado e as atividades
tenham se iniciado.
Adotar as Medidas Preventivas e de Proteção , antes do início da concretagem.

Metodologia:
O programa deve contemplar as informações contidas no Mapa de Riscos, quando forem pertinentes.
As propostas de medidas preventivas dos trabalhadores também devem ser analisadas, já que o
contato direto com as máquinas e equipamentos utilizados permite uma análise mais completa do
130

ambiente de trabalho e aumenta a eficácia dos procedimentos adequados, corrigindo –os quando
necessário.
Sempre que possível, a implantação de medidas de proteção coletivas deve ter prioridade sobre as
individuais, acompanhada do treinamento dos trabalhadores, para orientá-los em relação aos riscos
aos quais estão expostos e a utilizar e manter as medidas implantadas no seu ambiente de trabalho.

Cronograma:
O cronograma de execução do PPRA tem como base a implantação do Canteiro de Obras, como no
exemplo abaixo:
N≡≡ Discriminação Mês
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 Antecipação dos Riscos

2 Implantação do Canteiro de Obras

3 Reconhecimento dos Riscos

4 Avaliação dos Riscos

5 Implantação das Medidas de Controle

6 Avaliação da eficácia das Medidas de


Controle
7 Monitoramento da Exposição ao Risco

8 Registro e Divulgação dos Riscos

Desenvolvimento do Programa:
Antecipação dos Riscos:
Antes da implantação do Canteiro de Obras, deve ser feita a análise do projeto a ser executado e dos
métodos ou processos a serem empregados, identificando os riscos potenciais e introduzindo medidas
de proteção para sua redução ou eliminação.
Na Indústria da Construção, deve se considerar a existência de riscos em alguns setores do canteiro,
como: Central de Concreto, Depósito de Cimento, Depósito de Tintas, Locais Confinados etc.

Reconhecimento dos Riscos:


Após a implantação do Canteiro de Obras, deve ser feito o Reconhecimento dos Riscos existentes,
considerando o que foi analisado na fase de Antecipação e logo que os trabalhos tenham se iniciado.
Devem ser realizadas inspeções, auditorias, laudos de inspeção ambiental etc. e os resultados das fases
de Antecipação e Reconhecimento dos Riscos devem ser registrados em formulários de Inventário de
Riscos.

Estabelecimento de Prioridades e Metas de Avaliação


Devem ser prioritárias as situações que apresentem exposição acima dos níveis de ação, que são valores
acima dos quais devem ser iniciadas as medidas preventivas para minimizar a possibilidade de que
ultrapassem os limites de tolerância estabelecidos na NR-15.
Após a identificação dos riscos ambientais, deverão ser feitas avaliações quantitativas e/ou qualitativas
e as recomendações de medidas de controle a serem adotadas, quando necessário.

Avaliação dos Riscos e da Exposição dos trabalhadores:


A avaliação quantitativa dos riscos ambientais e das exposições dos trabalhadores é realizada através
de medições nos ambientes de trabalho e a respectiva comparação com os limites de tolerância
constantes da legislação vigente. Deve ser feita por profissionais legalmente habilitados (Engenheiro de
Segurança do Trabalho e Médico do Trabalho).

Medidas de Controle e Avaliação de sua eficácia


As medidas de controle recomendadas, de acordo com a avaliação dos riscos existentes, devem ser
implantadas pelo setor de Produção e atender às prioridades a seguir:
131

Medidas que eliminem ou reduzam a formação de agentes prejudiciais à saúde.


Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho.
Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho.
Quando for inviável tecnicamente a adoção de medidas de proteção coletiva, devem ser analisadas as
seguintes alternativas:
Mudança de processo construtivo
Utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
A avaliação da eficáci a das medidas de controle implantadas deverá ser feita pelo Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, previsto na NR-7.
Monitoramento da Exposição aos Riscos:
O monitoramento da exposição aos riscos deve ser feito mensalmente, através de um laudo de Inspeção
de Segurança, promovido pelo setor de Produção, com a participação de profissionais de Segurança e
Medicina do Trabalho e representantes da CIPA. Na ocorrência de riscos ambientais nos locais de
trabalho que coloquem um ou mais trabalhadores em situações de risco grave e iminente, os mesmos
podem interromper de imediato suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto,
para que sejam tomadas as devidas providências.
Registro e Divulgação de dados:
Todos os dados obtidos devem ser registrados no PPRA que, por ser um programa dinâmico, sofre
constantes alterações para atender às diversas etapas da obra. O PPRA inicial e todas as suas
modificações devem ser arquivados na empresa, após o término da obra, por um período de vinte anos.
Esses dados devem estar sempre à disposição dos interessados e das autoridades competentes. Sua
divulgação deve ser feita através de circulares internas e reuniões da CIPA.
132

ANEXO C

Exemplo de Implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

Introdução:
Objetivo:
O PCMSO tem como objetivo a promoção e preservação da saúde do conjunto dos trabalhadores da
empresa, através de ações que privilegiam o diagnóstico precoce dos agravos à saúde, originadas pelas
agressões das atividades laborais fora do controle da higiene industrial.

Responsabilidades da Empresa:
A empresa deve informar às subempreiteiras os riscos existentes e auxiliar na elaboração e
implementação do programa nos locais de trabalho onde os serviços serão prestados.
Indicar o Médico do Trabalho para coordenar a execução do PCMSO.
Participar de campanhas de saúde pública, realizadas entre os funcionários da empresa e/ou seus
dependentes.

Identificação do Estabelecimento:
Razão Social
Endereço Completo
CGC/MF
Inscrição Estadual
Ramo da Atividade
Código da Atividade
Grau de Risco da Atividade Principal

Qualificação dos Responsáveis:


Pelo PCMSO:
Responsável pela Elaboração
Responsável pela Implementação
Responsável pela Execução
Pelo SESMT
Pelo PPRA
Pelo PCMAT

Informações Gerais:
Declarar, quando houver:
Política de Segurança no Trabalho
Política de Saúde do Trabalhador
Política de Proteção do Meio Ambiente e Recursos Naturais

Desenvolvimento do Programa:
Atribuições e Competências:
Do Coordenador do Programa:
Realizar e/ou viabilizar os exames médicos previstos na NR-7.
Providenciar a execução de exames complementares, quando necessários, junto à profissionais e/ou
entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.
Participar das reuniões da CIPA, quando solicitado.
Do Setor de Produção:
Fornecer as informações necessárias à elaboração do programa.
Assegurar a presença dos trabalhadores nos horários e locais designados pelo Serviço Médico.
Do Serviço Médico:
Executar as atividades previstas no programa.
Organizar um arquivo com o prontuário clínico individual de cada trabalhador da empresa, mantido
para eventuais consultas.
Manter sigilo sobre os dados contidos nos prontuários médicos.
Realizar estatísticas dos atendimentos médicos e exames clínicos, visando ao planejamento do ano
seguinte e à elaboração do Relatório Anual.
133

Do Setor de Segurança do Trabalho:


Informar ao Serviço Médico o resultado das avaliações de riscos ambientais e as medidas preventivas
adotadas.
Divulgar as medidas determinadas no programa.
Informar ao Serviço Médico os riscos inerentes à cada função existente no canteiro.
Da CIPA:
Divulgar as medidas determinadas no programa.
Propor a realização de campanhas e palestras relacionadas com a Saúde Ocupacional.
Discutir o Relatório Anual das ações de saúde do programa e anexá-las ao Livro de Atas.

Atividades a serem realizadas:


Os exames de que trata a NR-7 compreendem os seguintes itens:
Avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental
Exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados na referida Norma.
Os exames médicos exigidos são:
Admissional:
Todo profissional selecionado para trabalhar na empresa, em caráter temporário ou permanente, deve
ser encaminhado pelo setor responsável ao Servi ço Médico para Exame Médico Admissional, que deve
ser realizado antes que dê início às suas atividades

Periódico:
Todo empregado deve ser submetido a Exame Médico Periódico, constituído de avaliação clínica e
exames complementares, quando necessários e solicitados, determinando sua periodicidade de acordo
com a idade do funcionário e a função desempenhada:
Exames de dois em dois anos, para trabalhadores com 18 (dezoito) a 45 (quarenta e cinco) anos de
idade.
Exames anuais, para trabalhadores menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco)
anos de idade.
O empregado que exerça atividade considerada insalubre deverá ser submetido a exame periódico, de
acordo com os Quadros I e II da NR-7, independentemente de sua idade.
De Retorno ao Trabalho:
Todo empregado que ficar em inatividade por um período igual ou superior a 30 (trinta) dias, por
motivo de doença, acidente de natureza ocupacional ou não, ou parto, deverá ser submetido ao Exame
Médico de Retorno ao Trabalho, no primeiro dia da volta ao trabalho.

De Mudança de Função:
Todo trabalhador, em vias de mudança de função, deverá ser encaminhado ao Serviço Médico, no qual
será submetido a exame clínico para avaliar suas condições físicas e mentais para executar suas novas
atribuições.
Entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de
setor, que implique na exposição do trabalhador a riscos diferentes daquela a que estava exposto.

Demissional:
Deverá ser realizado Exame Médico Demissional até a data de homologação, desde que o último exame
médico ocupacional tenha sido realizado há mais de 90 (noventa) dias.
Deve ser fornecida ao trabalhador uma cópia autêntica do seu Perfil Profissiográfico.

Atestado de Saúde Ocupacional – ASO:


Para cada exame médico realizado, o médico deve emitir o Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, em
2 (duas) vias.
A primeira via ficará arquivada no local de trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho. A
segunda via será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.
Atendimento de Emergência:
O Serviço Médico deve atender, em caso de emergência, trabalhador de firma prestadora de serviços
ou profissionais autônomos que estejam trabalhando em dependências da empresa.
Quando for constatada a ocorrência de doenças de trabalho, através de exames médicos, cabe à
empresa:
Emitir a Comunicação de Acidentes de Trabalho – CAT,
Afastar o trabalhador da exposição ao risco ou do trabalho, quando necessário,
134

Encaminhá-lo à Previdência Social para avaliação,


Adotar medidas específicas de controle do meio ambiente.

Programas de Prevenção:
O Serviço Médico deve ter participação ativa, através de palestras e visitas, nos Programas de
Prevenção implantados na empresa, particularmente nos seguintes aspectos:
Controle dos Portadores de Doenças Crônicas e Profissionais
Promoção da Saúde Oral
Prevenção de Doenças Infecto-Contagiosas
Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis
Controle das Dependências do Canteiro de Obras e Higiene Coletiva
Prevenção de Acidentes do Trabalho
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT

Relatório Anual:
Com base nas estatísticas dos atendimentos médicos e exames clínicos, o Serviço Médico deve preparar
o Relatório Anual, visando ao planejamento do ano seguinte.
Este relatório deve ser discutido na Reunião da CIPA e deve ter uma cópia anexada ao seu Livro de
Atas.

Informações Complementares:
Primeiros Socorros:
Deve ser mantido, em local de fácil acesso, material necessário para atendimento de Primeiros
Socorros, aos cuidados de pessoa treinada para este fim.
Cabe ao Coordenador do PCMSO elaborar a relação do material necessário, em função das
características das atividades desenvolvidas no canteiro de obras.

Afastamento por Acidente de Trabalho:


No caso de afastamento por acidente de trabalho, cabe ao Serviço Médico elaborar seu Laudo de
Exame Médico, com todas as informações que forem pertinentes.

Exames Complementares:
Todos os exames complementares, julgados necessários, devem ser solicitados às entidades
conveniadas, devendo ser mantida, no Serviço Médico, uma relação atualizada dessas entidades.
135

ANEXO D
Exemplos de Ordens de Serviço:

Ordem de Serviço – Função: Mestre de Obras

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Oriente seus encarregados e trabalhadores sobre o processo mais seguro de executar qualquer
trabalho.
Exija de seus encarregados uma reunião preliminar com suas equipes, para discutir as medidas
específicas de segurança a serem adotadas, quando do início de qualquer etapa da obra.
Mantenha a obra sempre limpa e a circulação de trabalhadores desobstruída.
Corrija as condições inseguras que lhe forem comunicadas, com a máxima urgência.
Dê especial atenção à proteção da periferia, dos poços de elevadores, às instalações elétricas e à
manutenção de máquinas e equipamentos, particularmente à serra circular, aos guinchos e gruas.
Paralise imediatamente os trabal hos em andamento que sujeitem os trabalhadores a grave e iminente
risco, especialmente o trabalho em altura sem o uso de cinto de segurança.
Oriente, acompanhe e fiscalize os trabalhadores de montagem de andaimes suspensos mecânicos e
verifique, diariamente, os dispositivos de suspensão, antes do início dos trabalhos.
Mantenha o Livro próprio para inspeções de máquinas atualizado, com registro das falhas
encontradas, medidas corretivas adotadas e a indicação de quem as realizou.
Confira o Livro de Inspeção próprio do elevador de passageiros e submeta-o, semanalmente, ao
responsável pela obra, para ser visto e assinado.
Encaminhe, com a máxima urg6encia, o Livro de Inspeção do elevador de transporte de materiais ao
responsável pela obra, quando houver irregularidades no seu funcionamento e manutenção, e inicie
imediatamente as medidas corretivas cabíveis.
Não permita alterações nos locais onde tenham ocorrido acidentes graves, antes da realização da
perícia ou vistoria por autoridade competente e pelo Órgão Re gional do Ministério do Trabalho.
Providencie atendimento médico urgente aos trabalhadores acidentados.
Prestigie as reuniões da CIPA.
Fiscalize e exija, permanentemente, o uso do EPI apropriado por todos os trabalhadores de sua obra.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
136

Ordem de Serviço – Função: Almoxarife

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Controle os limites de peso para transporte, descarga e levantamento manual individual de materiais.
Controle os limites de altura e peso dos materiais estocados.
Evite estocar qualquer material diretamente no piso.
Evite armazenar madeiras de formas e escoramentos, com pregos, arames ou impróprias para uso.
Controle, junto à Administração da Obra, o es toque de EPI e materiais para EPC, de modo a atender,
prontamente, às necessidades de Segurança do Trabalho.
Entregue EPI acompanhado de “Termo de Responsabilidade”.
Forneça ferramentas manuais e elétricas, em boas condições de uso.
Faça a Manutenção Preventiva das ferramentas manuais e elétricas e comunique qualquer alteração à
Administração da Obra.
Não conserte nenhum equipamento energizado. Chame o eletricista.
Entregue óculos de segurança ao trabalhador que requisitar ferramenta de apicoamento e lixamento.
Não fume e nem repita que fumem no recinto do almoxarifado.
Armazene, separadamente, materiais explosivos, tóxicos, inflamáveis ou corrosivos e sinalize
corretamente o local.
Mantenha em condições de uso os extintores de incêndio do Almoxarifado.
Mantenha o Almoxarifado organizado, limpo, bem iluminado e ventilado.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
137

Ordem de Serviço – Função: Encarregado

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Planeje, coordene e controle a execução da tarefa recebida, determinando o processo mais seguro a ser
adotado.
Reuna sua equipe antes do início de cada tarefa e informe os riscos inerentes à sua execução.
Fiscalize e exija, permanentemente, o uso do EPI apropriado ao serviço em andamento, pelos
componentes de sua equipe.
Paralise, imediatamente, os trabalhos em andamento que sujeitem o trabalhador a grave e iminente
risco.
Não permita que andaimes suspensos mecânicos sejam operados por apenas um trabalhador.
Informe com urgência ao SESMT, quando houver, e à Administração da Obra qualquer acidente
ocorrido, mesmo que não haja vítima.
Isole imediatamente o local onde tenha ocorrido acidente grave.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
138

Ordem de Serviço – Função: Pedreiro, Estucador, Ladrilheiro e Pastilheiro

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Use corretamente o cinto de segurança ligado a um cabo de segurança, para trabalhos realizados em
andaimes suspensos mecânicos, para trabalhos em altura superior a 2,00m (dois metros) ou na
periferia da obra.
Use roupa completa (calça e camisa), bota de borracha, luvas de raspa de couro e óculos de segurança,
nos trabalhos de lançamento e vibração de concreto, quando for o caso.
Verifique as condições gerais das ferramentas manuais e elétricas antes de usá-las.
Não improvise extensões elétricas, e nem conserte equipamentos elétricos defeituosos. Chame o
eletricista.
Não “fabrique” andaimes de madeira e masseiras e nem trabalhe em andaimes sem guarda -corpo,
rodapé e estrado com, no mínimo, 0,60m (sessenta centímetros) de largura. Chame o carpinteiro.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
139

Ordem de Serviço – Função: Carpinteiro

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Use corretamente o cinto de segurança ligado a um cabo de segurança, para trabalhos realizados em
andaimes suspensos mecânicos, para trabalhos em altura superior a 2,00m (dois metros) ou na
periferia da obra.
Use luvas de raspa de couro e óculos de segurança nos trabalhos de forma e desforma.
Não desça material (formas de periferia) em queda livre. Use cordas para amarrá-lo.
Quando designado para operar a serra circular, não permita que outras pessoas a utilizem.
Ao operar a serra circular, exija a coifa protetora do disco, o cutelo divisor, a proteção das partes
móveis e use protetor facial e abafador de ruídos.
Verifique as condições gerais das ferramentas manuais e elétricas antes de usá-las.
Faça a Manutenção Preventiva nas ferramentas manuais e comunique qualquer alteração nas
ferramentas elétricas, para registro no Livro de Inspeção.
Não improvise extensões elétricas, e nem conserte equipamentos elétricos defeituosos. Chame o
eletricista.
Confeccione andaimes de madeira e escadas de mão, atendendo às normas de segurança. Use madeira
de boa qualidade, guarda -corpo, rodapé e estrado com, no mínimo, 0,60m (sessenta centímetros) de
largura.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
140

Ordem de Serviço – Função: Eletricista

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Evite trabalhos em circuitos ou equipamentos energizados. Quando não for possível desligá-los, use
luvas de borracha e calçados especiais.
Use ferramentas manuais, adequadamente, e as mantenha em boas condições para emprego.
Isole as partes vivas expostas dos circuitos provisórios. Quando tenham se tornado inoperantes ou
dispensáveis, retire-os do local.
Somente instale chave de faca para circuitos de distribuição e a mantenha protegida e em posição que
impeça o fechamento acidental do circuito.
Somente ligue máquinas e equipamentos por intermédio de conjunto plug-tomada.
Faça a Manutenção Preventiva das máquinas e equipamentos e comunique qualquer alteração
encontrada, para registro no Livro de Inspeção.
Verifique diariamente as ligações provisórias do Canteiro de Obras. Não as deixe próximas ao chão ou
dentro d′′ água.
Não use tubulações da obra para aterramento dos equipamentos que o exijam.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
141

Ordem de Serviço – Função: Bombeiro Hidráulico

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Verifique as condições gerais das ferramentas manuais e e létricas antes de usá-las.
Não permita que as instalações sejam usadas para aterramento de equipamentos elétricos.
Instale sua rosqueadeira elétrica afastada de local de passagem obrigatória de trabalhadores.
Faça a Manutenção Preventiva das máquinas e equipamentos e comunique qualquer alteração, para
registro no Livro de Inspeção.
Não improvise extensões elétricas para instalar suas ferramentas elétricas. Chame o eletricista.
Estoque os tubos em cavaletes, mantendo a circulação livre.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
142

Ordem de Serviço – Função: Armador

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Use luvas de raspa de couro e óculos de segurança para trabalhos com armações de aço.
Use ombreiras de raspa de couro para trabalhos de transporte e descarga de vergalhões.
Proteja as pontas verticais dos vergalhões, quando da montagem das armações.
Instale bancada apropriada e estável para o corte e dobragem de vergalhões, afastada dos locais de
passagem obrigatória de trabalhadores.
Instale a máquina elétrica de corte de vergalhões afastada da área de circulação obrigatória de
trabalhadores. Não improvise extensões. Chame o eletricista.
Faça a Manutenção Preventiva das máquinas e equipamentos e comunique qu alquer alteração, para
registro no Livro de Inspeção.
Estoque os vergalhões em cavaletes, mantendo a circulação livre.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
143

Ordem de Serviço – Função: Operador de Elevador de Transporte de Materiais

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Não transporte pessoas no elevador.
Mantenha seu posto de trabalho isolado do acesso de pessoas não autorizadas e protegido contra a
queda de materiais.
Obedeça o limite de carga máxima afixado no elevador.
Não permita que outras pessoas operem o elevador.
Vistorie o guincho de carga e a torre, diariamente, antes de iniciar o trabalho.
Inspecione diariamente os cabos de aço, faça a Manutenção Preventiva do guincho e comunique
qualquer alteração, para registro no Livro de Inspeção.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
144

Ordem de Serviço – Função: Pintor

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Use óculos de segurança e máscara contra poeira, quando for lixar ou pintar paredes.
Use luvas de lona plastificada ou de neoprene nos trabalhos com solventes, impermeabilizantes e
outros materiais tóxicos ou corrosivos.
Mantenha o depósito de material de pintura isolado e protegido por extintores de incêndio adequados.
Não fume nem porte qualquer coisa que produza chama ou faísca. Obedeça o limite de carga máxima
afixado no elevador.
Mantenha as latas de tinta, solventes, vernizes etc. corretamente fechadas.
Não deixe restos de material de pintura nos locais de trabalho. Recolha-os ao depósito diariamente.
Use corretamente o cinto de segurança ligado a um cabo de segurança, nos trabalhos em altura
superior a 2,00m (dois metros) ou na periferia da obra.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
145

Ordem de Serviço – Função: Operador de Máquinas e Equipamentos

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Não permita que outras pessoas operem a máquina para a qual foi designado.
Realize a Manutenção Preventiva recomendada pelo fabricante e a registre no Livro de Inspeção.
Vistorie a máquina ou equipamento, diariamente, antes de iniciar seu trabalho.
Não ultrapasse os limites estabelecidos pelo fabricante.
Obedeça as sinalizações existentes na obra.
Não fume quando estiver operando a máquina.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
146

Ordem de Serviço – Função: Servente

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Use óculos de segurança contra impactos e respingos, para trabalhos em esmeril, apicoamento,
lixamento, pintura, fabricação e lançamento de concreto.
Use máscara contra poeira em trabalhos que provoquem seu desprendimento.
Use luvas de raspa de couro para o transporte de madeira, cimento, tubos e materiais abrasivos ou
cortantes.
Use luvas e ombreiras de raspa de couro no transporte de vergalhões de aço.
Use botas impermeáveis nos trabalhos de lançamento de concreto ou em terrenos encharcados.
Use corretamente o cinto de segurança, ligado a um cabo de segurança, para os trabalhos realizados
em altura superior a 2,00m (dois metros) ou na periferia da obra.
Use roupa completa (calça e camisa), luvas de raspa de couro e óculos de segurança nos trabalhos de
lançamento e vibração de concreto.
Não levante cargas acima de 40kg (quarenta quilogramas) e nem as transporte acima de 60kg (sessenta
quilogramas).
Use protetor auricular, quando estiver auxiliando o carpinteiro nos trabalhos de serra circular, ou em
outros trabalhos que o exijam (martelete, compressor etc.).

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
147

Ordem de Serviço – Função: Vigia

O não cumprimento ao disposto nesta Ordem de Serviço, sujeita o trabalhador às penas da lei, que vão
desde advertência, suspensão até demissão por justa causa.
A Construção é uma indústria atípica que, por suas características peculiares, tem uma Condição
Ambiente de Insegurança praticamente permanente. Assim:
Não transite pela obra sem capacete e calçado apropriado.
Use seus EPI apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e conservação.
Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições inseguras
encontradas, imediatamente.
Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem que o elevador esteja no seu pavimento.
Mantenha a entrada da obra fechada.
Não permita a entrada de pessoas alcoolizadas ou drogadas na obra e nem de bebidas alcoólicas,
drogas ou explosivos.
Distribua os EPI determinados aos visitantes.
Mantenha atualizada a relação de endereços e telefones dos responsáveis pela obra e demais telefones
de serviço.
Não pe rmita o acesso ao Canteiro de Obras a menores de idade, mesmo acompanhados, em qualquer
dia ou horário, salvo por autorização escrita do Responsável pela Obra.
Mantenha atualizado o Livro de Ocorrências.
Proíba aglomerações em seu local de trabalho.

Declaração:
Declaro ter conhecimento das orientações contidas nesta Ordem de Serviço, ter sido treinado para o
uso adequado dos EPI e que, durante a execução do meu trabalho, atenderei às mesmas.

Assinatura:
148

Ordem de Serviço Genérica – Regras de Segurança no Trabalho

A distração é um dos maiores fatores de acidentes. Trabalhe com atenção.


O Canteiro de Obras é lugar de trabalho. As brincadeiras devem ser reservadas para as horas de folga.
Seus olhos não se recuperam depois de perdidos. Use óculos protetores, sempre que o seu trabalho o
exigir.
A pressa é companheira inseparável dos acidentes. Faça tudo com tempo, para trabalhar bem e com
segurança.
Quando não souber ou tiver dúvidas sobre algum serviço, pergunte ao seu mestre ou encarregado,
para prevenir-se contra possíveis acidentes.
As suas mãos levam para casa o alimento para sua família. Evite pô-las em lugares perigosos.
Não deixe tábuas com pregos espalhados pela obra, porque podem ser causa de sérios acidentes.
Comunique ao seu chefe imediato toda e qualquer anormalidade ou defeito que notar na máquina ou
ferramenta que for utilizar.
Não improvise ferramentas; procure uma que seja adequada para seu serviço.
Lembre-se de que você não é o único no serviço, e que a vida de seu companheiro é tão preciosa quanto
a sua.
Utilize em seus trabalhos ferramentas em bom estado de conservação, para prevenir possíveis
acidentes.
Não fume em lugares onde se guardam explosivos e inflamáveis.
Coopere com seus companheiros em benefício da segurança de todos, e siga os conselhos de seu mestre
ou encarregado.
O hábito de usar cabelos soltos durante o serviço tem dado causa a graves e irreparáveis acidentes. Use
touca protetora quando seu trabalho exigir.
Manda a lei que o empregador forneça os equipamentos de proteção que você necessita para o
trabalho, mas você também está obrigado a usá-los, para prevenir acidentes e evitar as doenças do
trabalho.
Mostre ao seu novo companheiro os perigos que o cercam no trabalho.
Cada acidente é uma lição que deve ser apreciada, para evitar maiores desgraças.
Todo o acidente tem uma causa que é preciso ser pesquisada, para evitar a sua repetição.
Se você for acidentado, procure logo o socorro médico adequado. Não deixe que “entendidos” e
“curiosos” concorram para o agravamento de sua lesão.
Se você não é eletricista, não se meta a fazer serviços de eletricidade.
As máquinas não respeitam ninguém; mas você deve respeitá-las.
Atenda às recomendações dos membros da CIPA e de seu mestre ou encarregado.
Conheça sempre as regras de segurança do setor onde você trabalha, e do Canteiro de Obras em geral.
Conversa e discussão no trabalho predispõem a acidentes pela desatenção.
Leia e reflita sempre sobre os ensinamentos contidos nos cartazes e avisos sobre Prevenção de
Acidentes.
Os anéis, pulseiras, gravatas e mangas compridas não fazem parte do seu uniforme de trabalho.
Mantenha sempre as guardas protetoras das máquinas nos devidos lugares.
Pare a máquina quando tiver que consertá-la ou lubrificá-la.
Habitue-se a trabalhar protegido contra os acidentes. Use equipamentos de proteção adequados a seu
serviço.
Conheça o manejo dos extintores e demais dispositivos de combate ao fogo existentes em seu local de
trabalho. Você pode ter necessidade de usá-los algum dia.

OBS: Estas regras estão impressas na sua Carteira de Trabalho e complementam a sua Ordem de
Serviço específica.

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