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O VERDADEIRO EVANGELHO

A ULA M INISTRADA NA EBD DA C ONGREGAÇÃO P RESBITERIANA DO


M ATADOURO EM 02/11/2019

SUMÁRIO
1 Saudação & Introdução .............................................................................. 2
2 Oração .......................................................................................................... 3
3 Importância Desse Tema ........................................................................... 3
4 A Moralidade Na Criação ........................................................................... 4
5 A Moralidade Nos Dez Mandamentos..................................................... 6
6 A Moralidade No Sermão do Monte ........................................................ 8
6.1 Leitura Bíblica ....................................................................................... 8
6.2 Exposição .............................................................................................. 9
7 Lições Práticas ........................................................................................... 13
8 Conclusão ................................................................................................... 18
9 Oração ........................................................................................................ 18
O VERDADEIRO EVANGELHO
A ULA M INISTRADA NA EBD DA C ONGREGAÇÃO P RESBITERIANA DO
M ATADOURO EM 02/11/2019

1 SAUDAÇÃO & INTRODUÇÃO


Meus irmãos, bom dia. É sempre um prazer estar aqui, tendo comunhão
com vocês e é um grande privilégio poder compartilhar com vocês um pouco
do que nós temos estudado sobre a Palavra de Deus. Ano passado eu tive a
oportunidade de dar série de aulas sobre os 10 mandamentos. E os 10
mandamentos são o padrão moral de Deus, o resumo da lei, a definição bíblica
do que é ética!
Mas hoje nós vivemos uma certa tensão nessa área. Eu não sei qual é a
percepção de vocês sobre o assunto, mas o que eu tenho visto nas redes sociais,
nos debates políticos e até mesmo nos sermões que são pregados em nossas
igrejas é a clara divisão entre dois grupos de pessoas:
1. De um lado, temos aqueles que estão pregando o moralismo: faça
isso, não faça aquilo, isso é certo, isso é errado, tal atitude vai te
levar aos céus, mas aquela outra atitude vai te levar ao inferno;
2. Do outro lado, nós temos um grupo mais paz e amor. Eles dizem
assim: Jesus não pregou o ódio, ele pregou o amor. Ao invés de se
preocupar com a sexualidade das pessoas, ou se as moças vão
abortar ou não, vocês deveriam se preocupar com eliminar a
pobreza, eliminar a desigualdade social, acabar com o racismo,
cuidar do meio ambiente.
E eu pergunto para vocês: quem será que está certo? Qual desses dois grupos está
pregando o “verdadeiro Evangelho”? Nesse espectro, em que de um lado temos
padrões morais e do outro o amor ao próximo, será que a postura mais
adequada seria se posicionar no centro? Ou em algum lugar entre esses dois
extremos?
Eu não sei se os irmãos já se fizeram essas perguntas, mas talvez, enquanto
eu estava descrevendo esses dois grupos, você tenha se identificado com algum
deles. Talvez você pense que o moralismo representa o verdadeiro Evangelho
ou então, ao invés disso, talvez você ache que os mais preocupados com as
desigualdades sociais sejam os verdadeiros representantes do Evangelho de
Jesus.
Hoje, com a ajuda de Deus, nós vamos analisar com cuidado essa questão e
vamos aprender como apresentar o verdadeiro Evangelho sem sermos legalistas
ou liberais. Antes de começarmos, ou convido você a curvar a sua cabeça e
vamos orar mais uma vez.
2 ORAÇÃO
Pai, nós te louvamos porque o Senhor é Santo, Santo, Santo. Nós te
louvamos porque apesar do seu trono estar nas alturas, o Senhor se inclina para
ver o que se passa conosco aqui na terra.
Pai, nós te suplicamos que o Senhor derrame sobre os nossos corações as
bênçãos da sua Palavra. Santifica-nos na verdade, a tua Palavra é a verdade. Nos
conceda o espírito de sabedoria, para que possamos alcançar o conhecimento
de Cristo, para que possamos saber qual é a nossa esperança e para qual tarefa
o Senhor nos chamou.
Ilumina Senhor, através do teu Santo Espírito, os nossos corações, para que
a tua santa Palavra, que é inspirada, inerrante e infalível, seja lida para a nossa
repreensão, para corrigir o que temos feito de errado e para que sejamos
educados na sua justiça.
Que o sacrifício do nosso Senhor Jesus Cristo e o poder do teu Santo
Espírito nos transforme em servos perfeitamente habilitados para toda boa
obra. Para que o que os homens vejam as nossas boas obras e deem glória ao
Senhor, nosso Deus e nosso Pai, que está nos céus. É no nome santo de Jesus
que suplicamos essas bênçãos e o perdão dos nossos pecados. Amém.

3 IMPORTÂNCIA DESSE TEMA


Meus irmãos, esse tema que nós vamos abordar hoje é muito importante por
pelo menos três motivos:
1. Em primeiro lugar, a compreensão correta desse tema nos impede
de vivermos um falso evangelho;
2. Em segundo lugar, a compreensão desse tema nos ensina qual é a
forma adequada de apresentar a vontade de Deus ao nosso
próximo;
3. E por último, e mais importante, compreender esse tema é
compreender quem é Jesus, quem nós somos e porque a
mensagem da cruz é uma notícia tão boa.
Só para exemplificar como esse tema afeta o modo como apresentamos a
Palavra de Deus, pense nos sermões. Quantos sermões vocês já ouviram que se
tratavam do que você deveria fazer: não pule carnaval, não ouça música secular,
não faça sexo antes do casamento e não assista Game of Thrones.
Não me interpretem mal! Não estou dizendo que praticar essas coisas seja
adequado e muito menos que a moralidade seja algo ruim. Afinal, a moralidade
faz parte do projeto de Deus desde a criação, como nós vamos ver mais para
frente. Mas quando você apresenta a lei e não apresentar o evangelho, você desencoraja e
espanta as pessoas.
Por outro lado, nós temos também uma geração de pastores e líderes
religiosos que, pelo medo de parecerem legalistas, não pregam mais sobre os
imperativos morais de Deus. Um movimento que tem crescido bastante nos
últimos anos é o que nós chamamos de igrejas seeker sensitive.
Esse movimento diz que para atrair uma geração que não gosta de cultos,
pastores e sermões a igreja tem se adaptar. Ao invés de cultos, encontros. Ao
invés de pastor de terno e gravata, um cara legal com uma roupa casual. Ao
invés do púlpito e da mensagem, um sofá e um bate-papo. E nesses casos, quase
sempre, a mensagem tem um tom de terapia ou autoajuda.
Reparem bem, em ambos os casos a pessoa não é apresentada a Jesus, mas
é apresentada ao que ela deve fazer para ter uma vida melhor e um mundo
melhor. Será que essa é a mensagem do Evangelho? Será que o Evangelho é
sobre o que eu tenho que fazer? A resposta, eu adianto pra vocês, é NÃO!
Como será então? Como fazer para não pregar um cristianismo sem Cristo
ou um arrependimento que não provoca transformação nas afeições, nos
pensamentos e nas atitudes?
Falando sobre esse tema, o pastor batista Matt Chandler diz o seguinte:
“Ao apontar para a nossa responsabilidade de colocar diante dos
nossos irmãos e irmãs os imperativos morais de Deus, imperativos
esses que o nosso Deus nos chamou para seguir e viver, nós recebemos
as bases para mostrar para o mundo a luz da glória de Deus em
Cristo Jesus.”
Segundo Matt, a solução é apresentar a Lei e o Evangelho juntos.
Apresentando os imperativos morais de Deus, encontramos as bases para
apresentar a glória de Deus em Cristo! Como fazemos isso? Bom, é o que eu
pretendo compartilhar com vocês hoje.
Antes de continuar, é bom definirmos dois termos. As definições que vamos
usar para moralismo e moralidade são os seguintes:
1. Moralismo é a crença de que você pode receber o favor de Deus
ou ser aceito por Deus por meio de seu comportamento moral.
2. Moralidade é estar sendo transformado pelo poder do Espírito
Santo para seguir os padrões da vontade revelada de Deus.
Os irmãos vão perceber que, ao invés de fazer uma exposição em um texto
bíblico, o que nós vamos fazer é um passeio por diversas passagens da Bíblia.
Mas em especial, vamos olhar atentamente para as bem-aventuranças.

4 A MORALIDADE NA CRIAÇÃO
Meus irmãos, nós vivemos em uma época em que as pessoas pensam que
ninguém além delas mesmas sabe o que é melhor para elas. A mensagem da
nossa geração é: ninguém além de você mesmo sabe o que é bom para
você. Não é verdade? Nós, como humanos caídos, pensamos que os
mandamentos, as regras e a autoridade de Deus ameaçam a nossa autonomia.
Mas vamos olhar de perto de onde vem essa ideia. Eu queria chamar a
atenção de vocês para um detalhe da criação do homem e da mulher que pode
passar despercebido, principalmente se você gasta sua energia pensando em
quem está certo: Darwin ou Moisés? Mas que detalhe é esse? Abra comigo
Gênesis 1.27-28:
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse:
Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal
que rasteja pela terra.
Reparem bem, o começo do versículo 28 pode ser traduzido como: e Deus
os abençoou dizendo... Isso quer dizer que as bênçãos são o que Deus vai
dizer para o homem e para a mulher. Que detalhe importante, as primeiras
palavras que o ser humano ouviu na sua vida foram bênçãos. Mas agora que a
coisa fica interessante, que bênçãos são essas?
Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal
que rasteja pela terra.
As bênçãos estão na forma de mandamentos! Aqui nós vemos sombras da
moralidade de Deus. Deus ordena que o ser humano trabalhe, se case, tenha
filhos...
Pegue o trabalho por exemplo, aqui nós vemos o princípio que Deus quer
que nós trabalhemos e não sejamos preguiçosos. Então o que podemos ver é
que é moral trabalhar e é imoral não trabalhar e esperar que outras pessoas
façam o seu trabalho para você.
Nós vemos isso em todo o restante das Escrituras, mas aqui, no capítulo de
abertura da Bíblia, somos informados do que isso é uma bênção! Isso fez parte
do conceito de termos sidos criados à imagem e semelhança de Deus. Pode até
soar estranho para você, afinal, nós vivemos numa cultura em que o melhor dia
da semana é sexta-feira e o pior é segunda!
Mas de onde, então, que vem esse conceito que trabalhar é ruim, que se casar
é game over e que mandamentos são coisas ruins que tiram nossa autonomia e
nossa liberdade? Para responder a essa pergunta, eu convido você a andar
algumas páginas pra frente na sua Bíblia e ver quem foi a primeira pessoa a
sugerir que satisfação, prazer e liberdade só se encontram longe de
mandamentos. Em Gênesis 3.1-6 nós lemos o seguinte:
1 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que
o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus
disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu-lhe a
mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do
fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não
comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 Então, a
serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. 5 Porque Deus
sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como
Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. 6 Vendo a mulher que a
árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável
para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao
marido, e ele comeu.
Não preciso nem comentar quem estava mentindo nessa passagem, não é?
Deus dizendo que no dia em que o homem desobedecesse a ele morreria ou
Satanás dizendo que era certo que o homem não morreria por desobedecer?
Percebem de quem é a sugestão de que obediência é uma coisa ruim? Essa
sugestão vem diretamente da boca de Satanás! O que Moisés nos conta no relato da
criação é justamente o contrário, Moisés narra que Deus os abençoou
dizendo: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra, etc.
Olhando para passagens como essa, a única conclusão possível é que Deus
entranhou a moralidade em nossos tecidos desde o início, desde a criação. E
pelo que a Bíblia nos relata, isso não é uma forma de nos tirar a liberdade e nos
oprimir, ao contrário disso! Isso é uma bênção, essa foi a primeira bênção que
o ser humano ouviu.

5 A MORALIDADE NOS DEZ MANDAMENTOS


E não é só nos mandatos da criação que nós vemos isso, mas nós vemos
isso ao longo de todas as Escrituras! A medida em que Deus vai posicionando
o seu povo para ser a luz do mundo, ele vai dando instruções de como seu povo
deve viver e se portar! Vamos andar um pouquinho mais pra frente, no livro de
Êxodo, quando Deus liberta seu povo da escravidão e se achega para eles, no
momento em que eles estão diante da terra prometida de Canaã, e diz para eles
o seguinte:
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes
a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de
sacerdotes e nação santa. (Êxodo 19.5-6)
Pergunta rápida, o que vêm logo depois desse trecho nas nossas Bíblias?
Uma dica, existem dez deles... Acertou quem disse os 10 mandamentos!
O que significa para nós essa promessa maravilhosa, de ser um reino de
sacerdotes e uma nação santa, o que significa essa promessa ser seguida dos 10
mandamentos?
Isso significa que o nosso Deus, após fazer essa maravilhosa promessa disse
para o seu povo: aqui está a maneira como vocês devem viver. É assim que vocês devem
viver e se relacionar comigo, é assim que vocês devem andar se relacionar entre vocês. É vivendo
dessa maneira que vocês mostrarão para o mundo ao redor de vocês minha sabedoria, minha
glória, a minha santidade e a minha justiça. É assim que vocês vão me apresentar para os
outros povos. É assim que eles serão apresentados a mim e a minha presença. O rev. Matt
Chandler diz que é como se Deus chegasse para o seu povo e dissesse:
“Ao verem vocês vivendo assim, os outros povos vão ser cativados
pela minha beleza. Porque se o seu Deus te manda viver dessa
maneira e esse tipo de comportamento leva a esses frutos, os povos ao
redor de vocês vão concluir que eu sou bom.”
Os irmãos querem ver um exemplo disso nas Escrituras? Após obedecerem
ao primeiro mandamento, que diz “não terás outros deuses diante de mim”,
Hananias, Misael e Azarias ouviram a seguinte frase da boca de um dos reis
mais perversos e idólatras que já viveram nessa terra:
Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos,
que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei,
preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer
outro deus, senão ao seu Deus. Portanto, faço um decreto pelo qual
todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas
sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar
como este. Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego na província da Babilônia. (Daniel 3.28-30)
E mesmo assim, meus irmão, mesmo com esses exemplos maravilhosos e
com essas promessas maravilhosas do nosso Deus, nós, como humanos caídos,
pensamos que os mandamentos, as regras e a autoridade do nosso Deus
ameaçam a nossa autonomia. Como eu já disse, a mensagem da nossa geração
é: ninguém além de você mesmo sabe o que é bom para você. As pessoas
acreditam que elas sabem o que é melhor para eles quando se trata de
sexualidade, de como eu vivo a minha vida, quando se trata disso ou daquilo.
O que essas pessoas estão declarado é: Eu sou meu próprio Deus! Você
pode pensar que não é bem assim, mas na verdade é! Por mais que você nunca
tenha ouvido alguém dizer o seguinte: eu sou mais inteligente do que Deus. Sabe o que
Deus disse sobre o assunto tal? Isso não se aplica para mim. Se Deus soubesse as
circunstâncias da minha vida que me trouxeram até aqui, ele colocaria um asterisco nesse
trecho da Bíblia e no rodapé estaria escrito assim: esse trecho não se aplica ao Felipe. Meus
irmãos, ninguém nunca teve a coragem de me dizer isso, mas eu vejo muitas
pessoas vivendo assim o tempo todo.

6 A MORALIDADE NO SERMÃO DO MONTE


É nesse contexto que nós devemos introduzir Jesus para as pessoas. Jesus
aparece em cena pregando o Evangelho do Reino de Deus. É isso que nós
vemos no sermão do monte. O sermão do monte é, de fato, uma proclamação
da vida no Reino de Deus. Vamos ler juntos meus irmãos. Mateus capítulo 5,
nós vamos ler do verso de 1 ao verso 16. Eu vou ler, e os irmãos acompanhem:
6.1 LEITURA BÍBLICA
Assim diz a santa Palavra de Deus:
1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse,
aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de
Deus.
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o
reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 12 Regozijai-vos e
exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos
profetas que viveram antes de vós.
13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar
o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos
homens.
14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre
um monte; 15 nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire,
mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 Assim brilhe
também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
6.2 EXPOSIÇÃO
De certa forma, o que nós temos aqui é uma repetição do que aconteceu no
monte Sinai. Nós temos Jesus no monte e os seus discípulos em volta. Nós
temos Jesus, o maior e melhor Moisés, e Jesus começa a ensinar o povo, assim
como Moisés ensinou o povo no monte Sinai. Jesus ensina ao povo o que
significa ser um povo santo.
Meus irmãos, nesse ponto, é preciso fazer uma observação muito
importante. Jesus não está aqui dando aos seus discípulos apenas algumas
instruções para eles seguirem de maneira legalista. Jesus está falando aqui de
uma transformação do homem interior pelo poder do Espírito Santo. Esse é
um processo que começa no interior e transborda para o exterior.
Nós vemos isso claramente, nas bem-aventuranças. As características dos
bem-aventurados não podem ser alcançadas por esforço ou disciplina. Você
não se tornará um pacificador através de disciplina e esforço, você não terá
fome e sede de justiça por se esforçar, você não se tornará aquele que chora e é
manso através do seu esforço e da sua disciplina.
O que nós vemos no sermão do monte, e mais especificamente nas bem-
aventuranças, são características que a nossa carne tem aversão. Nós não temos
vontade, por natureza, de fazer essas coisas. Na verdade, nós temos vontade de
fazer o contrário do que Jesus descreve aqui e nós devemos trazer essas nossas
vontades e desejos ruins e maus para serem humilhados e quebrados na
presença de Cristo.
Meus irmãos, nenhum de nós vai ganhar a salvação por obedecer às bem-
aventuranças ou os 10 mandamentos. O que nós vemos aqui é a descrição do
homem ideal, que pega todas as suas afeições e todos os seus desejos e os
submete a Deus. Não é à toa que muitos teólogos dizem que as bem-
aventuranças são uma descrição de Cristo.
Aqui você pode pender para o lado dos liberais e pensar assim: já que essa é a
descrição de Cristo, e não minha, eu não preciso me preocupar com esses aspectos. Mas será
que isso não deve significar nada para nós então? Vocês já se esqueceram de
quem nós, como cristãos, somos imitadores? Nós somos os discípulos e
imitadores de Cristo!
E apenas uma pessoa que é totalmente submetida a Cristo que consegue
viver como o homem descrito nas bem-aventuranças. Apenas alguém que tem
o Espírito de Cristo. Apenas alguém que já trouxe suas paixões para serem
humilhadas e quebrantadas na presença de Cristo. Esse alguém teve seu coração
quebrantado e reconstruído em amor.
As pessoas que se arrependem e acreditam em Jesus recebem as sementes
dessas características nos seus corações no dia em que são alcançadas e
convertidas pelo Espírito Santo. E nós desenvolvemos essas características da
bem-aventuranças à medida em que avançamos no processo da santificação.
Pensem nisso, ser humilde de espírito, ser aquele que chora, ser manso, ter
fome e sede de justiça, ser misericordioso, limpo de coração e pacificador. Nós
precisamos cultivar essas características para poder dar os frutos que Deus nos
ordena. E fazemos tudo isso em Cristo! Convivendo e tendo comunhão com
ele por meio da sua Palavra, por meio da sua presença espiritual na santa ceia.
Quando eu falo sobre isso, sobre conviver com Cristo, as pessoas me olham
com cara de espanto. Mas deixa eu contar duas coisas para vocês. Jesus
prometeu aos seus discípulos, e não só para os doze, mas também para nós
hoje, que ele estaria conosco até o fim. Após dizer que toda autoridade lhe tinha
sido dada, e de ordenar que os discípulos ensinassem as pessoas a guardar todos
os mandamentos e ensinos que ele havia pregado, Jesus promete o seguinte em
Mateus 26.20: E eis que estou convosco todos os dias até à consumação
do século.
Quer mais uma dica prática para ser humilde de espírito, manso e ter fome
e sede de justiça? Se encha do Espírito Santo! Opa, mas espera aí, que conceito
abstrato é esse? Abstrato nada meus irmãos, Paulo explica o que significa se
encher do Espírito Santo. Em Colossenses 3.16-17 Paulo diz:
Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-
o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Está vendo que os meios para se obter essas bênçãos espirituais não são nada
abstratos? Eles são bastante concretos e conhecidos por nós, mas muitas vezes
fazemos as coisas no automático ou então negligenciamos essas práticas!
Voltando para o sermão do monte, o final da passagem que lemos é algo
ainda mais surpreendente. A partir do verso 13 lemos o seguinte:
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe
restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora,
ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode
esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma
candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia
a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.13-16)
Eu acredito que a maioria de vocês já ouviu diversos sermões sobre a
utilidade do sal no mundo antigo. O sal servia de agente conservante para os
alimentos na época em que não haviam geladeiras. O sal poderia ser usado para
tratar os odres onde se carregava o vinho, o sal era usado para controlar a
fermentação do estrume e usar esse estrume como um fertilizante e tudo mais.
Mas o ponto aqui, é que Jesus quer chamar a atenção para o absurdo. E se o
sal perder o sabor? Os ouvintes de Jesus podem ter pensado assim. Mas espera aí
Jesus, como assim o sal perder o sabor? O sal não pode deixar de ser salgado. Ele é
sal! A mesma coisa serve para a luz. A luz não pode deixar de iluminar, ela é
uma luz!
Ninguém acende uma luz e esconde ela. Se você acendeu, você quer usar a
iluminação que provém dela! Esse é o ponto de Jesus! Você é salvo? Você já foi
transformado pelo Espírito Santo de Deus? Você crê que Jesus é o único
caminho? Você crê que ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo?
Então você deve ser salgado e iluminar! O que Jesus quer dizer é que se você
foi transformado internamente pelo Espírito Santo de Deus. Essa
transformação interior vai transbordar para o exterior na forma de boas obras.
Na forma dos imperativos morais de Deus! E se isso não está acontecendo,
você é semelhante ao que Jesus propõe como um absurdo aos seus ouvintes.
Você é como um sal que não salga ou como alguém que acende uma luz e
esconde essa luz debaixo de um cesto!
Depois de falar sobre essas coisas, Jesus começa a ensinar sobre raiva, sobre
luxúria, adultério e divórcio, sobre juramentos, sobre vingança, sobre o amor
ao próximo, sobre esmolas aos pobres, sobre jejum e oração, sobre julgar aos
outros e sobre os falsos mestres.
Se você mostra os ensinamentos de Jesus para uma pessoa que tem medo
de falar sobre lei, mandamentos e absolutos morais e não avisar essa pessoa que
quem disse essas palavras foi o próprio Jesus, é quase certo que essa pessoa vai
dizer: esse irmão que disse essas coisas é um legalista!
Mas não pense que Jesus está defendendo o lado do legalismo e do falso
moralismo, o lado que diz que você precisa seguir a lei para ser salvo. Uma
passagem que nos ajuda a entender o que o nosso Senhor pensa sobre essa
postura é o seu encontro com o jovem rico. Em Mateus 19, nos versos de 16 a
30 nós nos deparamos com um jovem que faz a seguinte pergunta para Jesus:
Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?
Não passe batido por essa pergunta! Não corra para o final do texto!
Entenda o que motivou esse jovem a fazer essa pergunta: O que farei EU de bom
para alcançar, para MERECER, a vida eterna? Esse jovem acreditava que ele seria
capaz de alcançar a vida eterna pelos seus próprios méritos. Ele pensava que
com esforço e disciplina ele podia alcançar o padrão de perfeição que Deus
exige.
Mas para quem conhece a história, nós sabemos que o jovem amava mais o
seu dinheiro do que a Deus. Apesar de dizer amar o seu próximo, ele era incapaz
de doar aos pobres. É interessante notar o que Jesus comenta e qual é a reação
dos discípulos. Acompanhem os versículos de 23-25:
Então, disse Jesus a seus discípulos: Em verdade vos digo que
um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que
é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que
entrar um rico no reino de Deus. Ouvindo isto, os discípulos ficaram
grandemente maravilhados e disseram: Sendo assim, quem pode ser
salvo?
Meus irmãos, a palavra grega traduzida como maravilhados tem um sentido
um pouco diferente do que nós podemos achar. ἐξεπλήσσοντο (exeplēssonto), em
grego significa entrar em pânico, ficar chocado! Os discípulos ficaram chocados
com a afirmação de Jesus de que aquele rapaz não herdaria o reino dos céus,
caso não se arrependesse de preferir o dinheiro a Deus.
Para entender um pouco melhor, é possível supor que aquele jovem de fato
tinha uma vida exemplar aos olhos dos homens. Casado com apenas uma
mulher, heterossexual, honesto nos negócios, dizimista, ia nos cultos... Quando
Jesus diz que um homem tão honesto como ele pode não ir para os céus, os
seus entram e pânico e perguntam: Se ele não pode ser salvo, quem poderá
ser?
E é muito interessante notar a resposta de Jesus. Será que ele disse: tentem
mais!? Se esforcem mais do que ele!? (Pausa)
Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos
homens, mas para Deus tudo é possível.
Percebem? Nosso Senhor deixa claro que a salvação é impossível pelos
nossos méritos, mas que para o nosso Deus não é impossível salvar nem o mais
vil pecador! Deus nos salva pelos méritos de Jesus, por sua vida, sua obra e seu
sacrifício substitutivo naquela cruz!
Meus irmãos, Jesus termina o sermão do monte com as seguintes palavras
em Mateus 7.24-27:
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica
será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre
a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e
deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora
edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas
palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que
edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os
rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e
ela desabou, sendo grande a sua ruína.
Nós notamos que, ao fim do sermão da montanha, o sal ainda é salgado e
luz ainda ilumina. E então Jesus dá uma ordem: Construa a sua casa sobre a
rocha! E você pode se perguntar: Como eu construo a minha casa sobre a rocha? A
reposta é: Faça o que eu acabei de ensinar!
Falando sobre esse mesmo tema, o Dr. Thomas Schreiner disse o seguinte:
“Os discípulos têm um perfil distinto daquele do mundo. Eles
admitem que são pobres de espírito, são pacificadores e
misericordiosos, suportam a perseguição, não odeiam aqueles que os
maltratam, não são marcados pela luxúria e abuso das mulheres,
amam seus inimigos, não praticam religião para o louvor dos outros,
confiam Deus pelas suas necessidades físicas e não julgam aos outros.
Eles comunicam sua diferença do mundo e brilham como testemunhas
em um mundo sombrio. ”
A conclusão que chegamos é que a maneira como mostramos para o mundo
que nós somos filhos e filhas de Deus é quando o mundo vê que sofremos uma
transformação interna que levou a uma transformação externa. Essa
transformação externa nos dá um comportamento peculiar, um
comportamento diferente do restante do mundo.
O que aprendemos dos ensinamentos de Jesus é que o sal não pode deixar
de ser sal, mas ele pode ser diluído. Luz não pode deixar de ser luz, mas
aparentemente têm pessoas que estão acendendo uma lâmpada e colocando-a
embaixo de uma cesta. Jesus ainda nos ensina que há duas maneiras de construir
a nossa casa e ele nos alerta: construir na areia não é uma ideia muito inteligente!

7 LIÇÕES PRÁTICAS
Para finalizar o sermão, vamos olhar para algumas lições práticas. Vamos
olhar par o que o teólogo Dom Carson chama de viver num esforço movido pela
graça. E, vivendo dessa forma, nós evitamos o caminho do legalismo e o
caminho do liberalismo. Em Romanos 12.1-2 nós lemos o seguinte:
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que
apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional.E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Nesses versículos Paulo apela, pelas misericórdias de Deus que nós não
sejamos conformados, mas transformados. O verbo conformado que aparece
aqui (συσχηματιζω, suschematizo), na lingua original, significa ser guiado por
alguma coisa, agir de acordo com alguma coisa. Então Paulo está pedindo, pelas
misericórdias de Deus que nós não sejamos guiados por esse mundo. Que não
sejamos levados pelos ventos desse mundo. Parafrasenado, seria como se Paulo
falasse:
“Pelas misericórdias de Deus em sua vida, não seja guiado por
esse mundo, não seja guiado por seus valores ou seus princípios! Não
seja guiado pelo seu entretenimento!”
Meus irmãos, eu não sei se vocês estão conscientes disso, mas vocês estão
sendo discipulados por esse mundo! Cada coisa que você assiste, cada coisa que
você lê, tudo que você consome está moldando a sua vida. O apóstolo Paulo
está apelando, suplicando, pelas misericórdias de Deus, não faça isso! Não seja
guiado pelo mundo!
Ao contrário disso, Paulo diz para sermos transformados. E essa é uma
transformação interna e não externa! Isso não é algo que você faz de fora para
dentro, ao contrário disso. Essa transformação da mente é algo operado em nós
pelo Espírito Santo de Deus. Nós não estamos pregando: faça isso ou faça
aquilo. A pregaçao é pelo que foi feito por nós naquela cruz, nós agimos
e fazemos algo diferente do restante do mundo.
Essa transformação da qual Paulo fala envolve a renovação das nossas
mentes. E a expressão traduzida por renovação da mente (ἀνακαινώσει,
anakainōsei) aqui envolve todo o nosso ser: nossos pensamentos, nossas afeições, nossos
sentimentos. Em Efésios 4.23 Paulo fala para sermos renovados “no espírito do
vosso entendimento”.
Isso significa ser transformado no homem interior. Mas uma transformação
tão profunda que nos leva a moldar nossas atitudes exteriores aos 10,
mandamentos, às bem-aventuranças e a todos os imperativos morais que Deus
nos ordena em Cristo. Para que sejamos sal da terra e luz desse mundo!
Essa transformação envolve 2 processos: a mortificação e a vivificação.
Começando pela vivificação, em Filipenses 4.8 nós lemos:
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
Com o que devemos nos ocupar para vivificarmos o nosso Espírito? Nós
devemos ocupar os nossos pensamentos com tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, com toda a virtude e todo louvor.
Meus irmãos, nós não fazemos essas coisas por conhecer os textos da Bíblia
que nos ordenam fazer essas coisas. Nós fazemos essas coisas quando estamos
ligados a Cristo, o nosso Senhor e Salvador. É essa a mensagem que Jesus nos
ensina em João 15, quando ele diz que ele é a videira e nós somos os ramos. O
ramos não pode produzir fruto se não estiver ligado a videira!
E como eu falei, se encher do Espírito e ter comunhão com Cristo significa
orar, ler a Bíblia, cantar louvores, participar dos sacramentos... Nós só
conseguimos agir assim quando estamos ligados a Cristo. Nós só produzimos
os frutos do arrependimento, essas mudanças externas quando admiramos
Cristo e quando comungamos com ele através da sua Palavra, através dos
nossos louvores e das nossas orações.
Qual tem sido o seu combustível? Pelo que você é movido? Se não for
por Cristo, sua beleza e sua glória. Tem algo de errado com você!
Nós deveríamos encher as nossas mentes de Cristo! E assim nós vamos
alcançar os atos externos que nos levam a ser sal da terra e luz do mundo! É
assim que nos tornamos capazes de praticar as boas obras que farão os homens
darem glória a nosso Pai que está nos céus!
Meus irmãos, infelizmente essa não é a maneira como a maioria dos
frenquentadores de igreja tem vivido. Muitos de nós estamos interessados no
que o mundo tem consumido. Estamos interessados no que o mundo está
fazendo e no que o mundo está assistindo.
Meus irmãos, não me interpretem mal, eu não acho que entretenimento seja
algum ruim. É uma benção de Deus! Eu mesmo tenho uma conta no Netflix.
Mas eu acho que muitos de nós estão fazendo mau uso do seu tempo e do seu
lazer. Eu tenho certeza que se entreter com algo que Deus considera deplorável é um
péssimo uso do seu tempo. Seja esse tempo 30 minutos de um episódio ou 4 horas
de uma maratona.
Se eu me divirto com incesto, estupro, perversão sexual e violência horrenda,
o que isso quer dizer sobre a minha mente e o meu coração? Jesus está sentado lá comigo
curtindo isso e tendo comunhão com isso?
Meus irmãos, eu não sei vocês, mas eu me arrependo de já ter consumido
material como Game of Thrones e Deadpool. É por isso que eu parei de assistir
Game of Thrones e não assisti Deadpool 2. É por isso que eu escolho os filmes
que vou assistir. E eu gostaria que os irmãos pensassem sobre isso também. É
por isso que santidade não se trata apenas de vivificação do espírito, mas
também de mortificação da carne.
É por isso que Paulo afirma em Romanos 13.14:
mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a
carne no tocante às suas concupiscências. (RA)
Mas tenham as qualidades que o Senhor Jesus Cristo tem e não
procurem satisfazer os maus desejos da natureza humana de vocês.
(NTLH)
Conviva com Cristo, tenha comunhão com ele, imite-o e tenha as suas
qualidades. Mas não dê nenhuma chance para o pecado, não alimente o pecado,
não dê chances para sua mente ou seu corpo pecar! Fujam da impureza!
Me deixe contar um caso para finalizar. Na Fox passa um seriado chamado
“quando os animais atacam”. Esse seriado é sobre pessoas que foram mortas
por animais selvagens. Um dos casos foi de uma modelo, que ia fazer um
comercial de shampoo. Nesse comercial ela se deitava num leão, como se ele
fosse seu travesseiro. E durante as filmagens, quando as pessoas menos
esperavam, aquele leão atacou a modelo e a destroçou em pedaços.
O curioso é que o treinador disse: eu não entendo como isso foi acontecer. Ele era
domesticado, eu o vi crescer, peguei esse leão no colo. Mas meus irmãos, ele é um leão!
Um predador selvagem! Suas unhas, seus dentes, são próprios para matar! Seus
instintos o levam a isso! Você pode achar que esse treinador é maluco, que
aquela modelo era louca.
Mas quando olhamos para as nossas vidas, muitas vezes nós estamos
tratando o leão do pecado como se ele fosse apenas um gatinho de estimação.
Como se caso algo saia do nosso controle, o máximo que vamos sofrer é um
arranhãozinho! Há algo de errado com as nossas mentes pecaminosos que nos
levam a acredita que nós estamos no controle dos nossos pecados de estimação.
É como se falássemos, esse pecado cresceu comigo, eu o vi crescer, peguei
ele no colo, posso domá-lo e controla-lo! Não meus irmãos, nós não podemos!
Nós somos ordenados na Bíblia a não satisfazer os desejos e a concupiscência
da nossa carne, da nossa natureza humana caída.
Quem acha que pode lidar com os seus pecados não conhece o
arrependimento bíblico. No máximo o que essas pessoas sentem é um remorso
mundano. É muito diferente pensar: poxa que pena, cometi esse erro de
novo. Quando na verdade deveríamos estar nos dizendo: eu ofendi o Deus
todo poderoso, criador dos céus e da terra! Ai de mim!
Nós não devemos brincar com os leões dos nossos pecados. Eventualmente,
quando você menos esperar, ele vai te devorar. É por isso que devemos nos
revestir de Cristo e não darmos espaço para satisfazer a nossa carne.
O que tem impedido você de ter essa relação com Cristo? Deixa-me
dar uma dica. Nem sempre as coisas que nos impendem de ler a Bíblia, de ter
uma vida de oração, de meditar nas palavras e nos caminhos do Senhor, são
coisas más. Na maioria das vezes as coisas que roubam o nosso tempo são
coisas moralmente neutras.
Por exemplo, eu não acredito que nenhum de vocês aqui está deixando de
orar porque está frequentando um prostíbulo ou trabalhando num. Se alguém
chegasse aqui e oferecessem para vocês uma pedra de crack e um cachimbo, eu
aposto que a maioria sairia correndo ou chamaria a polícia. Certo?
Geralmente é nas coisas neutras que nós alimentamos nossa carne, nossa
natureza pecaminosa. Geralmente são aquelas coisas que nós perguntamos: tal
coisa é certa ou errada? O cristão pode fazer tal coisa ou não pode?
Entenderam?
Eu falo sem medo de errar que muitos de nós temos deixado de nos revestir
de Cristo por causa de coisas que assistimos, que ouvimos, que fazemos. Eu
não vou fazer uma lista aqui. O Cristianismo não é uma religião de listas, mas
de princípios!
Nós devemos ser o povo que Deus nos chamou para ser! Temos que ser o
reino de sacerdotes e a nação santa de Deus. Temos que nos apegar a Cristo, à
sua vida e à sua obra, para podermos ser o povo de Deus. O sal da terra e a luz
do mundo.
Em João 17, Jesus ora para que Deus não nos tire do mundo, mas nos livre
do mal. É assim que a Igreja de Deus é um conjunto de cidadãos dos céus que estão
peregrinando nesse mundo. Mas ao mesmo tempo em que estamos nesse mundo nós não somos
parte desse mundo. Nós não nos ajustamos aos moldes desse mundo. Ao contrário
disso, nós somos transformados pelo poder do Espírito Santo de Deus, para
nos tornamos mais parecidos com Jesus Cristo, o Filho de Deus. Assim nós
nos tornamos o sal da terra e a luz do mundo.
E nós nos tornamos isso não para a nossa glória, mas para que os homens
vejam as nossas boas obras e glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus. Essa
é a diferença entre a tentativa de obedecer a lei por disciplina e esforço, para
conquistar a salvação e o favor divino e a tentativa de se conformar aos
mandamentos porque você foi transformado no seu homem interior por Cristo.
É isso que Don Carson chama de vida movida pela graça de Deus.
E como isso muda a minha vida? Olhem só para o versículo 9 de Mateus 5:
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos
de Deus.
Meus irmãos, isso não é uma sugestão, isso é um imperativo moral de Deus.
E como eu me torno um pacificador? Hoje estamos vivendo em uma época boa
para se falar desse versículo. Quantos aqui não estão acompanhando os ânimos
exaltados nas redes sociais por causa de política? E o que Deus exige
moralmente de mim nesse cenário? QUE EU SEJA UM
PACIFICADOR!
Eu não quero dizer que você não possa escolher um candidato e nem que
você não possa defender as suas ideias. O que eu quero dizer é que você não
deve fazer guerra, brigar, difamar ou ofender os outros. Podem acreditar,
existem cristãos que não vão concordar com você em todos os aspectos. E você
deve convencê-lo da verdade pacificamente e não no grito!
E esse é só um dos exemplos! Imagine que alguém venham reclamar e falar
mal sobre alguém com você? Você vai orar por aquela pessoa, pacificar os
problemas que possam haver ou vai se juntar para falar mal? Você quer ser chamado
de filho de Deus? É melhor você ser um pacificador, meu irmão. Se Cristo morreu por
você, se o Espírito está te transformando por dentro, é isso que você vai se
tornar por fora.

8 CONCLUSÃO
Esse assunto é maravilhoso e muito ainda poderia ser dito. Mas eu vou parar
por aqui hoje. Existe um jeito de nos aproximarmos dos mandamentos e da lei
sem nos esquecermos do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Nós devemos
ser os imitadores dele, nós devemos viver pelas suas leis. Uma vez que somos
transformados internamente, vamos nos moldar externamente aos padrões de
Deus também!
Dessa forma fugimos do legalismo e da licenciosidade sem desprezar a graça
ou anular os mandamentos. E isso é muito importante para nós hoje! Isso tem
tudo a ver com os mandamentos e com todos os imperativos morais da Palavra
de Deus. Isso tem tudo a ver com a polarização que vemos na política e até na
igreja!
Nós falamos sobre isso, porque apresentar a ética de Deus pode soar
legalista aos ouvidos daqueles que não conhecem o evangelho. Sem Cristo, a lei
de Deus apenas vai te desencorajar, te desanimar e te levar à desistência. Mas
em Cristo, sob sua graça e sob as boas novas do seu Evangelho, a lei de Deus
vai nos ensinar a ser sal da terra e luz do mundo.
Não para que nós nos enchamos de orgulho, mas para que os homens vejam
as nossas boas obras e glorifiquem o nosso Deus e Pai que está nos céus. Deus
fez essas maravilhas por nós, como Paulo escreveu aos Efésios, porque ele é
rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou e
para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em
bondade para conosco, em Cristo Jesus.
Que Deus nos abençoe. Vamos orar mais uma vez.

9 ORAÇÃO
Pai, nós te rogamos, pelas suas misericórdias, que nós não nos conformemos
a esse mundo. Que nós não vivamos de acordo com a agenda desse mundo, de
acordo com as suas tendências e sua ética imoral. Nós te suplicamos a
renovação das nossas mentes, a renovação do nosso homem interior em Cristo,
pelo poder do seu Espírito. Para que nós possamos viver de acordo com a tua
vontade que é boa, perfeita e agradável.
Senhor, que nós ocupemos os nossos pensamentos com tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo
o que é amável, tudo o que é de boa fama, com toda a virtude e todo louvor ao
Senhor. Que nós nos tornemos imitadores de Cristo e que não satisfaçamos a
nossa carne. E que tudo isso seja para que sejamos sal da terra e luz do mundo.
Para que o teu nome seja glorificado pelos homens que veem a nossa
transformação exterior, que é causada pela transformação que o seu Espírito
causa em nosso interior.
Tudo isso nós te suplicamos, com a esperança que o Senhor atende as
orações que são feitas conforme a sua vontade. Pedimos e agradecemos em
nome de Jesus. Amém.

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