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R io d e J a n e ir o | 2 016
EDITORES
Raquel Menezes e Luis Maffei
REVISÃO
Amanda Damasceno
CAPA
Thiago Antônio Pereira
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Referências bibliográficas:
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Introdução
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https://www.facebook.com/vitortegom/photos/pb.232492200226611.-
2207520000.1456270470./532037150272113/?type=3&theater
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Desigualdade de gênero:
resolver para crescer
Embora visto o progresso alcançado pela Lei Maria da
Penha, de 2006, e pela lei do feminicídio, sancionada
em março de 2015, não se pode dar por vencida a luta
pela equidade de gêneros no Brasil. Ocupando a séti-
ma posição no ranking mundial de assassinatos de
mulheres e repleto de disparidades salariais entre os
sexos, muito ainda deve ser feito, no país, em prol do
gênero feminino e de seus direitos.
(P.C. — aluno da terceira série, campus Realengo II)
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Considerações finais
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Referências
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À época da publicação, tais níveis de escolaridade eram denominados 5ª e
6ª séries, respectivamente.
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Ou tipo textual, ou sequência tipológica, segundo Marcuschi (2007): Nar-
ração, descrição, exposição, argumentação, injunção.
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Não interferimos nos textos originais. Aliás, como o propósito principal
era o estímulo à leitura literária, não corrigíamos os textos postados, pois
isso certamente desencorajaria os alunos a continuarem escrevendo (espe-
cialmente aqueles com mais dificuldades). Entretanto, utilizávamos ocor-
rências de seus textos para atividades localizadas de reescrita, já que enten-
demos, como Camps (2006), que algumas habilidades de escrita podem ser
exercitadas separadamente (relacionar orações, exercitar ortografia, substi-
tuir sintagmas nominais por pronomes etc), já que, para levar a cabo a ati-
vidade global de escrita, é preciso dominar habilidades específicas. É o mes-
mo que propõem Schneuwly e Dolz (2004) nas oficinas para tratar de
problemas específicos de escrita identificados nas produções dos alunos.
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Classes gramaticais a que foram apresentados no ano anterior.
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Que pode ser visto, assim como todos os outros, em https://vimeo.com/
projetobooktrailer.
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Agradecemos à então licencianda da UFRJ, Camila dos Santos Gomes,
pelo empenho na elaboração das atividades, pela aplicação das mesmas jun-
to aos alunos e pelos registros em vídeo e por escrito do debate (que foram
muito úteis para a elaboração deste artigo).
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Há semelhanças com o gênero “júri simulado”, como podemos perceber.
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Referências
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1. Considerações iniciais
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“Certas propriedades formais das sentenças não podem ser completa-
mente entendidas sem que se olhe para os contextos linguístico e extralin-
guístico nos quais tais sentenças estão inseridas. Uma vez que o discurso
envolve o uso de sentenças em situações comunicativas, tal pesquisa está
claramente associada ao domínio geral da pragmática.” (Tradução nossa)
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“A estrutura informacional diz respeito à relação entre a forma dos discur-
sos e os estados mentais assumidos pelos falantes e ouvintes. Uma importan-
te parte das ‘hipóteses acerca das suposições do receptor’ são hipóteses sobre
o status das representações mentais dos referentes das expressões linguísticas
na mente do receptor, no momento da interação.” (Tradução nossa)
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Mantivemos o nome que designa o conceito em inglês por não haver tradu-
ção para a Língua Portuguesa do livro utilizado. Entretanto, o termo event-
-reporting poderia ser parafraseado, em Língua Portuguesa, por uma expres-
são do tipo “anunciar/ relatar um evento”, “reportar um acontecimento”.
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para o fato de que, geralmente, o falante não inicia sua fala com
algum termo completamente novo, no sentido da informação
que transmite. Geralmente se inicia com um sintagma cujo refe-
rente está no contexto pragmático-discursivo ou será reativado,
caso tenha sido anteriormente mencionado. Sendo assim, Lam-
brecht prossegue afirmando que as construções tópico-comen-
tário são a articulação pragmática mais utilizada, sendo, portan-
to, construções sentenciais básicas. Dentre as várias evidências
que o autor cita para comprovar sua tese, está o fato de que em
um discurso coerente, a maioria dos sujeitos são expressões que
indicam continuidade tópica, como pronomes (1994, p. 132).
A estrutura TC é utilizada para trazer alguma informação
nova a respeito de um tópico sob discussão. Sendo assim, nos
casos em que a estrutura gramatical sujeito-predicado é equi-
valente pragmaticamente à estrutura TC — que são, segundo
Lambrecht, a maioria —, o sujeito gramatical será também o
sujeito psicológico e irá veicular uma informação já conhecida
do ouvinte ou acessível a ele no contexto pragmático dado e o
predicado conterá a informação nova. Nesses casos, o sujeito é
considerado unmarked topic expression (Lambrecht, 1994, p.
136), ou seja, “expressão tópica não marcada”4. Essa frequente
superposição entre o domínio gramatical que divide a senten-
ça em sujeito-predicado e o domínio pragmático que divide a
sentença em tópico-comentário, segundo Lambrecht, é que fez
com que muitos gramáticos e linguistas considerassem a es-
trutura sentencial sujeito-predicado como a estrutura básica.
Nos casos em que a sentença é, na perspectiva pragmática,
TC, porém não corresponde à ordem canônica sujeito-predi-
cado, ocorrem casos de tópicos marcados. A marcação tópica é
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Tradução nossa.
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(3) Ideologia
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do “Grand Monde”
Ideologia
Eu quero uma pra viver.
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Para maiores explicações, cf. Menezes, 2014.
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(5) Teresa
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– Ela ignora talvez que eu me consumo.
– Isso é mau!
– Que quer? Disse Luís Tinoco enxugando com o
lenço uma lágrima imaginária; é fado dos poetas arde-
rem por coisas que não podem obter. É esse o pensa-
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5. Considerações finais
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Referências
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Ver, a respeito, a resenha “Para aumentar a temperatura da língua: sobre
Questões de estilística no ensino da língua, de Mikhail Bakhtin” (Fólio — Re-
vista de Letras. Vitória da Conquista: Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia, v. 6, n. 2, jul.-dez. 2014, p. 401-408. Disponível em: http://periodicos.
uesb.br/index.php/folio/article/view/2770. Acesso em 15 de abril de 2016.)
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* * *
Como questões como essas de teoria literária poderiam ser
pensadas em função das práticas pedagógicas de fato realiza-
das por um professor do ensino básico num colégio brasileiro?
Numa operação de corte e montagem, que devolve ao leitor,
aqui, o choque dos encontros e a possibilidade de produzir, ele
próprio, as relações de sentido entre um movimento e outro do
texto, relato brevemente a experiência com a oficina literária
(ou seria uma oficina de escritura) Ato Zero, desenvolvida há
dois anos no Colégio Pedro II.
A Oficina Literária Ato Zero consiste num projeto pedagó-
gico gestado no ano letivo de 2014 no contexto de uma escola
pública da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro. Partin-
do do diagnóstico de sobrevalorização das disciplinas mate-
máticas e das ciências naturais em detrimento das ciências hu-
manas e linguagens, e de naturalização da competitividade
acadêmica entre os estudantes, a oficina literária se constituiu
como espaço de uma experiência de ensino-aprendizagem de-
mocrática. Saber-se produzindo um texto público, a ser lido
pela comunidade escolar, e ler e ouvir os textos dos outros es-
tudantes, partindo-se de experiências de produção literária
baseadas no jogo e nas dimensões lúdica e política da literatu-
ra, mostraram-se experiências transformadoras aos estudantes
que participaram do projeto. Além disso, o contexto de ensino
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Licença-medo
Artigo único. Toda vez que a pessoa sentir medo de
algo ou principalmente de viver, torna-se isenta de
praticar qualquer atividade à qual esteja submetida, in-
clusive a de se levantar da cama.
Licença-recomeço
Artigo único. Fica estabelecido que todo indivíduo
terá o direito a sonhar acordado com os sorrisos e pa-
lavras doces dos novos amores por quanto tempo o
amor durar.
Licença-spoiler
Artigo único. Por meio desta declara-se que qual-
quer pessoa que tenha tido o coração partido e todos
os sonhos e expectativas dizimados por conta de spoi-
ler tem direito a permanecer em casa tempo suficiente
para que se emende o coração partido.
Licença-partiu
Artigo único. Qualquer filho tem o direito de fre-
quentar festas mesmo sem a permissão dos pais, inclu-
sive o direito de ir e voltar em qualquer horário e com
a roupa que quiser.
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Licença-paixão
Artigo único. Toda pessoa que se apaixonar tem di-
reito de se declarar, independentemente de sua orien-
tação sexual, e sem que o amado rompa a amizade já
existente com o declarante.
(OFICINA LITERÁRIA ATO ZERO, 2015, s/p.)
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Olá, professor.
Vim aqui te agradecer pela oficina. De verdade. Eu
estava me sentindo muito sozinha e sufocada e essa
oficina tocou no meu ponto fraco (ou forte).
Então, é agradecer por você ter dado esse espaço
pra gente e vocês (você e a moça que foi lá fazer a ofi-
cina) nos ouviram, nós estávamos precisando disso.
Como foi dito, nossa casa não é um abrigo e não po-
demos falar certas coisas, então, fica tudo internalizado.
Muuuuito obrigada por reconhecerem que temos
voz e por nos ouvirem.
Isso fez com que eu fosse falar com minha mãe que
muitas coisas me incomodavam e inclusive contar so-
bre minha sexualidade, que não é a que dizem ser a
certa.
Enfim, é só pra saber da importância que foi que
essa oficina teve.
Novamente, muito obrigada.
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Sobre Menino do mato, ver: “Manoel de Barros e o gorjeio azul da palavra
pousada na infância: o transver em Menino do mato”. In: Fórum de Literatu-
ra Brasileira Contemporânea. Disponível em: http://www.forumdeliteratu-
ra.com.br/artigos/artigos-6-edicao/37-o-transver-em-menino-do-mato-
-de-manoel-de-barros. Acesso em: 3 dez. 2015.
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5
Como sugestão de leitura, indico a série de tiras compiladas no álbum
“Tem alguma coisa babando embaixo da cama”. WATTERSON, Bill. Tem
alguma coisa babando embaixo da cama. São Paulo: Conrad Editora, 2010.
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Sobre a noção de “deslimite”, sugiro a leitura de SOUZA, Elton Leite de.
Manoel de Barros: a poética do deslimite. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.
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OS DOIS
Eu sou dois seres.
O primeiro é fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral;
é fruto de uma natureza que pensa por imagens,
como diria Paul Valéry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu
e vaidades.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades
frases.
E aceitamos que você empregue seu amor em nós.
(BARROS, 2010a, p.437)
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“Entrevista: Manoel de Barros”. In: Revista Palavra SESC de Literatura.
Ano 3, n. 2. Rio de Janeiro: SESC, Rio de Janeiro: Record, 2011, pp.44-5.
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Poeta, s.m. e f.
Indivíduo que enxerga semente germinar e engole céu
Espécie de um vazadouro para contradições
Sabiá com trevas
Sujeito inviável: aberto aos desentendimentos como
um rosto
(BARROS, 1998, p. 45)
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