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O documento descreve a jornada do autor Dercy Ribeiro em escrever seu livro "O povo brasileiro". Ele tentou escrevê-lo diversas vezes ao longo de décadas, mas nunca ficou satisfeito, sentindo falta de uma teoria geral que explicasse a formação do povo brasileiro. Após exílio no Uruguai, escreveu outro livro que também não o satisfez. Seu objetivo era compreender o processo civilizatório brasileiro, mas teorias marxistas ou eurocêntricas se mostraram insuficient
Descrizione originale:
Fichamento da introdução do texto O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro.
Titolo originale
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido Do Brasil
O documento descreve a jornada do autor Dercy Ribeiro em escrever seu livro "O povo brasileiro". Ele tentou escrevê-lo diversas vezes ao longo de décadas, mas nunca ficou satisfeito, sentindo falta de uma teoria geral que explicasse a formação do povo brasileiro. Após exílio no Uruguai, escreveu outro livro que também não o satisfez. Seu objetivo era compreender o processo civilizatório brasileiro, mas teorias marxistas ou eurocêntricas se mostraram insuficient
O documento descreve a jornada do autor Dercy Ribeiro em escrever seu livro "O povo brasileiro". Ele tentou escrevê-lo diversas vezes ao longo de décadas, mas nunca ficou satisfeito, sentindo falta de uma teoria geral que explicasse a formação do povo brasileiro. Após exílio no Uruguai, escreveu outro livro que também não o satisfez. Seu objetivo era compreender o processo civilizatório brasileiro, mas teorias marxistas ou eurocêntricas se mostraram insuficient
sentido do Brasil “Trata-se de seu livro mais ambicioso, resultante daqueles estudos prévios; mas independente deles. É uma tentativa de tornar compreensível, por meio de uma explanação histórico-antropológica, como os brasileiros se vieram fazendo a si mesmos para serem o que hoje somos” O autor expõe no prefacio a dificuldade de escrever este livro, expondo que diversas vezes desistiu de faze-lo. A primeira tentativa ocorreu em meados da década de 1950, quando o autor dirigia um amplo programa de pesquisas socio antropológicas no órgão de pesquisas do ministério da educação, o centro brasileiro de pesquisas educacionais (CBPE). Eu o concebia, então, como síntese daqueles estudos, com todas as ambições de ser um retrato de corpo inteiro do Brasil, em sua feição rural e urbana, e nas versões arcaicas e moderna, naquela instancia que, a meu ver, era de vésperas de uma revolução social transformadora. Após ser ministro da educação de João Goulart, e participar da missão de unir a nação em prol do movimento nacional pelas reformas de base e sofrer o golpe militar logo depois Dercy Ribeiro se exilou no Uruguai. Lá a primeira versão deste livro foi concluída, porém Dercy não ficou satisfeito com o resultado final, segundo o autor, o livro nada dizia que já não houvesse sido dito antes, e não respondia a questão principal que propunha: por que o Brasil ainda não deu certo? Para o autor, faltava ainda uma teoria geral, que tornasse os brasileiros explicáveis em sua própria experiencia histórica. As teorias oriundas de outros contextos, que não eram o contexto brasileiro eram eurocêntricas demais e, por isso mesmo, impotentes para nos fazer inteligíveis. Discorrer sobre o processo civilizatório, era esse o objetivo de Dercy, a ousadia de tal projeto custou a ele algumas represálias, o autor cita os comunistas, que rejeitaram o livro por que não era marxista, e sofreu também represálias dos acadêmicos da direita, por que era um livro marxista. Dercy parte então para buscar explicar a formação dos povos americanos, num esforço para explicar as causas do seu desenvolvimento desigual. As américas e a civilização era o nome do livro, onde o autor propõe uma tipologia dos povos americanos, na forma de uma ampla explanação explicativa. Novamente Dercy não fica satisfeito com o resultado final do livro, o autor entendia que o livro ajuda a nos fazer inteligíveis, mas é claramente insuficiente para as ambições que o autor tinha. Novamente o autor vai atrás das teorias necessárias para compreender a formação do povo brasileiro. Visivelmente o esquema marxista aceito, no mundo europeu e no anglo-saxão não se sustenta frente à nossa realidade ibero-latina. Pois aqui, segundo Dercy, não haveria burguesias progressistas disputando com aristocracias feudais, nem proletariados ungidos por irresistíveis propensões revolucionarias, mas havendo lutas de classe, existiriam blocos antagonistas embuçados a identificar e caracterizar. Faltava também, uma tipologia das formas de exercício do poder e de militância política, seja conservadora, seja reordenadora ou insurgente. Além de uma teoria da cultura, capaz de dar conta da nossa realidade, em que o saber erudito é tantas vezes espúrio e o não saber popular alcança constantemente altitudes críticas, mobilizando consciências para movimentos profundos de reordenação social. O autor deixa claro ao leitor, não procure, aqui, analises isentas. Este é um livro que quer ser participante, que aspira a influir sobre as pessoas, que aspira a ajudar o Brasil a encontrar-se a si mesmo. Introdução O autor inicia a introdução expondo sobre o que ele tratará nos capítulos a seguir: “O Brasil e os brasileiros, sua gestação como povo, é o que trataremos de reconstruir e compreender nos capítulos seguintes.” Destaca o surgimento do brasileiro como sendo do choque do encontro do invasor português com os indígenas, e com os negros africanos, ambos aliciados como escravos. Nesse choque, que se da por intermédio dos portugueses, matrizes raciais diferentes, tradições culturais diferentes se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. Mas por que é novo? Novo por que surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura delas oriundos. É novo também por que se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, novo também por que é um novo modelo de estruturação de socio-economica, fundada num tipo renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial.
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