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Fichamento – Introdução. In: RIBEITO, Darcy.

O povo brasileiro: A formação e o


sentido do Brasil
“Trata-se de seu livro mais ambicioso, resultante daqueles estudos prévios; mas
independente deles. É uma tentativa de tornar compreensível, por meio de uma
explanação histórico-antropológica, como os brasileiros se vieram fazendo a si mesmos
para serem o que hoje somos”
O autor expõe no prefacio a dificuldade de escrever este livro, expondo que diversas vezes
desistiu de faze-lo. A primeira tentativa ocorreu em meados da década de 1950, quando
o autor dirigia um amplo programa de pesquisas socio antropológicas no órgão de
pesquisas do ministério da educação, o centro brasileiro de pesquisas educacionais
(CBPE). Eu o concebia, então, como síntese daqueles estudos, com todas as ambições de
ser um retrato de corpo inteiro do Brasil, em sua feição rural e urbana, e nas versões
arcaicas e moderna, naquela instancia que, a meu ver, era de vésperas de uma revolução
social transformadora.
Após ser ministro da educação de João Goulart, e participar da missão de unir a nação em
prol do movimento nacional pelas reformas de base e sofrer o golpe militar logo depois
Dercy Ribeiro se exilou no Uruguai. Lá a primeira versão deste livro foi concluída, porém
Dercy não ficou satisfeito com o resultado final, segundo o autor, o livro nada dizia que
já não houvesse sido dito antes, e não respondia a questão principal que propunha: por
que o Brasil ainda não deu certo?
Para o autor, faltava ainda uma teoria geral, que tornasse os brasileiros explicáveis em
sua própria experiencia histórica. As teorias oriundas de outros contextos, que não eram
o contexto brasileiro eram eurocêntricas demais e, por isso mesmo, impotentes para nos
fazer inteligíveis.
Discorrer sobre o processo civilizatório, era esse o objetivo de Dercy, a ousadia de tal
projeto custou a ele algumas represálias, o autor cita os comunistas, que rejeitaram o livro
por que não era marxista, e sofreu também represálias dos acadêmicos da direita, por que
era um livro marxista.
Dercy parte então para buscar explicar a formação dos povos americanos, num esforço
para explicar as causas do seu desenvolvimento desigual. As américas e a civilização era
o nome do livro, onde o autor propõe uma tipologia dos povos americanos, na forma de
uma ampla explanação explicativa. Novamente Dercy não fica satisfeito com o resultado
final do livro, o autor entendia que o livro ajuda a nos fazer inteligíveis, mas é claramente
insuficiente para as ambições que o autor tinha. Novamente o autor vai atrás das teorias
necessárias para compreender a formação do povo brasileiro.
Visivelmente o esquema marxista aceito, no mundo europeu e no anglo-saxão não se
sustenta frente à nossa realidade ibero-latina. Pois aqui, segundo Dercy, não haveria
burguesias progressistas disputando com aristocracias feudais, nem proletariados ungidos
por irresistíveis propensões revolucionarias, mas havendo lutas de classe, existiriam
blocos antagonistas embuçados a identificar e caracterizar.
Faltava também, uma tipologia das formas de exercício do poder e de militância política,
seja conservadora, seja reordenadora ou insurgente. Além de uma teoria da cultura, capaz
de dar conta da nossa realidade, em que o saber erudito é tantas vezes espúrio e o não
saber popular alcança constantemente altitudes críticas, mobilizando consciências para
movimentos profundos de reordenação social.
O autor deixa claro ao leitor, não procure, aqui, analises isentas. Este é um livro que quer
ser participante, que aspira a influir sobre as pessoas, que aspira a ajudar o Brasil a
encontrar-se a si mesmo.
Introdução
O autor inicia a introdução expondo sobre o que ele tratará nos capítulos a seguir: “O
Brasil e os brasileiros, sua gestação como povo, é o que trataremos de reconstruir e
compreender nos capítulos seguintes.” Destaca o surgimento do brasileiro como sendo
do choque do encontro do invasor português com os indígenas, e com os negros africanos,
ambos aliciados como escravos.
Nesse choque, que se da por intermédio dos portugueses, matrizes raciais diferentes,
tradições culturais diferentes se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo.
Mas por que é novo? Novo por que surge como uma etnia nacional, diferenciada
culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma
cultura delas oriundos. É novo também por que se vê a si mesmo e é visto como uma
gente nova, novo também por que é um novo modelo de estruturação de socio-economica,
fundada num tipo renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado
mundial.

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