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27 de Novembro de 2019
Assim, para que não pairem mais dúvidas sobre a questão ora posta passa-
se à análise pormenorizada dos vetores interpretativos mais relevantes.
Nessa linha, vale trazer a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello[4] sobre
a questão da supervisão, verbis
"É verdade, entretanto, que como este diploma não tem força jurídica
superior a qualquer outra norma de nível legal, a lei que ulteriormente
venha a criar uma determinada autarquia pode configurar-lhe um âmbito
de liberdade mais ou menos extenso do que o estabelecido no Decreto-Lei
n.º 200, pois, como é claro, lei posterior que revoga a anterior quando com
ela incompatível."
Dessa maneira, não há dúvidas que tais autarquias podem, nos limites
da lei, gerir seu patrimônio e pessoal. Essa constatação decorre do
regime jurídico a que se submetem essas pessoas jurídicas de direito
público.
Por sua vez, das lições da Profª Maria Sylvia Zanella di Pietro depreende-se
que as pessoas jurídicas que fiscalizam o exercício das profissões são
classificadas como autarquias, sob o critério da atividade que exercem. Essa
jurista as designa como autarquias profissionais ou corporativas[12].
Para corroborar essa “autonomia” o Governo Federal, em 09 de outubro de
1997 inseriu o art. 58 na Medida Provisória n.º 1549-36[13], transformando
os Conselhos de Fiscalização Profissional em pessoas jurídicas de direito
privado.
Todavia, salvo melhor juízo, tal matéria não está afeta à esfera penal, mas
sim relacionada às questões administrativas e/ou de improbidade
administrativa, nos exatos termos da Lei n.º 12813/2013, que trata dos
conflitos de interesse no exercício de cargo ou emprego do Poder
Executivo Federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou
emprego.
Parágrafo único. Além dos agentes públicos mencionados nos incisos I a IV,
sujeitam-se ao disposto nesta Lei os ocupantes de cargos ou empregos
cujo exercício proporcione acesso a informação privilegiada
capaz de trazer vantagem econômica ou financeira para o agente
público ou para terceiro, conforme definido em regulamento.
Vale assinalar que o Código Civil no artigo 927 do Código Civil[32] assinala
que quem pratica ato ilícito é obrigado a repará-lo, quando provados todos
os elementos exigidos para tal.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Nesse contexto, vale trazer à baila a interpretação do STF quanto ao § 6º do
artigo 37 da CF/88, verbis
[12]- DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 13ª ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2001, página 380/381.
[32] Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.