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O que me parece

impressionante
numa ontologia
pura é até que
ponto ela repudia
as
hierarquias […]
É o mundo da
imanência. Este
mundo da
imanência
ontológica éum
mundo
essencialmente
anti-hierárquico
[...] É a intuição de
base da
ontologia:todos os
seres valem. A
pedra, o insensato,
o racional, o
animal, de um
certo pontode
vista, do ponto de
vista do Ser, eles
valem [...] (Gilles
Deleuze,
Cursos
sobreSpinoza
).
Introdução
As diferentes
práticas (rituais
e cotidianas)
das religiões de
matriz
africanaoperam
relações
2
entre humanos
e animais que
vão além do
processo de
sacrifícioanima
l. Busca-se,
neste texto
3
, apresentar
como a religião
de Linha
Cruzada
operamodos de
imanência do
sagrado, seja
quando animais
são sacrificados
e
servemenquant
o alimento para
humanos
e divindades
como, também,
nas
diferentes passa
gens
4
nas quais
entidades
(exus) possuem
passagens
animais ou
formas destes
(Exu do
Lodo,Exu
Morcego, etc),
mobilizando
intensos devires
(Deleuze;
Guattari, 2007)
de humanose
a extra-
humanos
5
.Sugiro
pensarmos nas
relações
estabelecidas e
rompidas entre
práticas,enunci
ados e formas
de existência
que não tomem
o aspecto
apenas dos
humanos
emdetrimento
das outras
formas
(animais,
objetos,
entidades etc).
A Linha
Cruzada é
umadas formas
possíveis das
diferentes
religiões de
matriz africana
e que
está presente,
comesta
denominação,
no Rio Grande
do Sul. Ela
agrega, no
mínimo, três
variaçõesreligio
sas/práticas/cos
mológicas,
chamadas
linhas: o
Batuque
ou a
Nação
(dos orixás),
aUmbanda (dos
caboclos,
pretos-velhos e
crianças -
Ibejis) e a
Quimbanda ou
a
Gira
1
Universidade
Federal de Pelotas
e Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul,
Brasil.
2
Estas relações se
estendem também
aos caboclos e
caboclas
da Umbanda, mas
não serão aqui
abordadas.
3
Agradeço à
Josiane Wedig
pela atenta leitura
realizada para os
originais deste
texto e à Stella
Pieve porajudar
com o resumo em
inglês.
4
Os termos êmicos
foram grafados em
itálico. Palavras
em itálico,
contidas nas
citações de
autores, sãogrifos
meus.
Passagem
se refere a um
acontecimento ou
etapa de uma
determinada
entidade e/ou
orixá.Por exemplo,
existem as
passagens
criança, adulto e
velho de Oxalá,
Iansã, Bará, etc.
Bem como,
existem passagens

de exus (Exu
Tiriri, Exu Sete
Encruzilhadas,
Exu Maioral, etc)
e pombagiras
(Maria
Mulambo,Maria
Padilha, Rainha,
etc).
5
Utilizo “extra
-
humanos” em
sentido próximo
ao entendimento
daquilo que
Descola, 1998 e
Descola;
Pálsson, 2001,
falam sobre os
grupos ameríndios
e suas relações
ecológicas e
sociais com outros
entes,com as
alteridades. Extra-
humano indica, a
meu ver, a
possibilidade de
participação,
aliança e de
umagregar outros
entes naturais e
sobrenaturais às
relações
humanas/sociais/p
olíticas/culturais.

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