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VASTY VERUSKA RODRIGUES FERRAZ

CARLOS ROBERTO PIRES CAMPOS

QUANDO OS SABERES
DOS PESCADORES(AS) E
MARISQUEIROS(AS) DE CARIACICA-ES
VÃO À ESCOLA

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo


Vitória, Espírito Santo
2017
Instituto Federal do Espírito Santo
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS
EMATEMÁTICA
Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática

Vasty Veruska Rodrigues Ferraz


Carlos Roberto Pires Campos

QUANDO OS SABERES
POPULARES DOS(AS) PESCADORES(AS) E MARISQUEIROS(AS)
DO MUNICÍPIO DE CARIACICA -ES VÃO À ESCOLA

Vitória
2017
FICHA CATALOGRÁFICA

(Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo)

F381q Ferraz, Vasty Veruska Rodrigues.


Quando os saberes populares dos(as) pescadores(as) e
mariqueiros(as) do município de Cariacica-ES vão à escola /
Vasty Veruska Rodrigues Ferraz, Carlos Roberto Pires
Campos. – Vitória: Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Espírito Santo, 2017.
85 p. : il. ; 21 cm.

ISBN: 978-85-8263-207-9
1. Saberes populares. 2. Espaços não formais. 3.
Educação Ambiental Crítica. 4. Manguezal. I. Campos, Carlos
Roberto Pires. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título

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E-mail:editoraifes@ifes.edu.br
Autores
Vasty Veruska Rodrigues Ferraz:
Professora da Educação Básica da Prefeitura Municipal de Cariacica.
Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Especialista em Educação e Gestão Ambiental, mestre pelo Programa de
Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática (Educimat)
do IFES. Pesquisadora dos saberes populares dos(as) pescadores(as) e
marisqueiros(as) do município de Cariacica e dos espaços não formais,
Educadora Ambiental e componente do grupo de pesquisa DIVIPOP, que
trata das relações entre a Divulgação Científica e popularização da Ciência
em espaços educativos não formais da perspectiva CTSA.

Carlos Roberto Pires Campos:

Pós-doutor em Ciência, Tecnologia e Educação pelo Programa de Pós-


graduação em Ciência, Tecnologia e Educação do CEFET/RJ (2015).
Possui doutorado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro PUC (2003), Mestrado em Letras pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (1995), Mestrado em Arqueologia
pelo Museu Nacional da UFRJ, (2012). Especialização Latu Senso em
Geologia do Quaternário pelo Museu Nacional da UFRJ (2015), Graduação
em Ciências Sociais pela Newton Paiva/MG (1988) e Graduação em Letras
pela FAFI/MG (1990). Atualmente é professor permanente do Programa de
Mestrado em Educação em Ciências e Matemática, do Programa de
Mestrado em Ensino de Humanidades e do PROFLETRAS, todos do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo,
Campus Vitória. É Líder do Grupo de Pesquisa DIVIPOP, que trata das
relações entre a Divulgação Científica em espaços educativos não formais
da perspectiva CTSA.

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Da nascente o rio corre
E o meandro vem após
Afluentes se agregam
Entrelaçam como nós

O Manguezal
E o seu leito cresce mais
Quando forma manguezais
Já chegando pela foz

E fornece alimentos
Pra toda a população
Pois nele tem a lagosta
Caranguejo e camarão
O robalo e a sardinha
Caramujo na conchinha
E também o mexilhão

Quem vive nesse bioma


Depende em toda a via
Do que o mangue fornece
Para a sua economia
Que tem a sua essência
E sua subsistência
Forjadas no que ele cria

Cada ser tem seu papel


E cada bioma é uma lar
Todo homem deve ter
A razão de preservar
Pras futuras gerações
Não sofrerem nas ações
Que fazemos sem pensar

(Trechos do cordel de Robson Renato)

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Dedico este trabalho a todos os pescadores(as) e
marisqueiros(as) tradicionais do município de Cariacica – ES e
do litoral brasileiro, que compõem a nossa diversidade cultural,
que fazem deste país uma verdadeira profusão de vida,
saberes e sabores.

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 9

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

SABERES POPULARES E CIDADANIA ..................................................................... 15

ECOSSISTEMA MANGUEZAL .................................................................................... 21

SABERES POPULARES DOS (AS) PESCADORES(AS) E MARISQUEIROS(AS)


DE CARIACICA ETNOGRAFADOS.............................................................................29

A ELABORAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA ......................................................36

AULAS DE CAMPO .........................................................................................................39

A SEQUÊNCIA DIDÁTICA ..........................................................................................45

REFERÊNCIAS ................................................................................................................57

APÊNDICES A: RESUMO DOS VÍDEOS DA SD .................................................. ..61


ANEXO A: MÚSICA ENCONTRO (GRUPO CANTAROLAMA) .......................... ..63
ANEXO B: TRECHOS DO LIVRO CARIACICA: NOSSO MUNICÍPIO –
NOÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS ..................................... ..64
ANEXO C: IMAGEM DO GOOGLE EARTH LOCALIZANDO A ESCOLA E O
MANGUEZAL ......................................................................................... ..67
ANEXO D: HISTÓRA EM QUADRINHOS DO ALMANAQUE MENINO
CARANGUEJO ....................................................................................... ..68
ANEXO E: TEXTO – O TEMPO E A HISTÓRIA .................................................. ..77
ANEXO F: A RODA DOS PROBLEMAS – CASO DO CARANGUEJO -UÇÁ .... ..80
ANEXO G: ATIVIDADE – PEGADA DE GIGANTE .............................................. ..84

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APRESENTAÇÃO

Este material de apoio pedagógico compõe a dissertação de


mestrado da geógrafa e professora pesquisadora em Educação
e Ensino de Ciências Vasty Veruska R. Ferraz. Destina-se
principalmente a professores que visam a trabalhar com
saberes populares de pescadores(as) e marisqueiros(as) que
tiram o seu sustento do universo da lama, dos frutos do
manguezal, onde a sua sobrevivência está intimamente
relacionada a existência desse ecossistema e de sua
manutenção em boas condições. A proposta do material é
destacar os saberes adquiridos durante anos de idas e vindas à
maré, como é comumente chamado o manguezal pelos
trabalhadores do município de Cariacica - Espírito Santo, e
como é possível articular os saberes populares aos saberes
científicos por meio de uma Sequência Didática (SD). É
importante destacar que as tarefas são sugestões que podem
ser adaptadas de acordo com o grupo eleito para se trabalhar o
tema, qual seja, níveis e modalidades de ensino distintas.
Todas as propostas são minuciosamente caracterizadas e
acompanhadas da descrição dos elementos necessários à sua
aplicação. Ressaltamos que a SD completa com
problematização, objetivo geral, objetivos específicos e

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dinâmicas, encontra-se no apêndice do material de apoio
pedagógico. As atividades que compõem o material foram
pensadas levando em consideração a perspectiva da
Educação Dialógica Freiriana, o Pensamento Complexo de
Edgar Morin e os pressupostos da Educação Ambiental Crítica
(EAC) de Carlos Frederico Loureiro. Freire evidencia o diálogo
como eixo fundamental para uma educação libertadora, a
ausência de diálogo pode consolidar o “eu” como detentor da
verdade plena, sem troca de experiências e saberes que
emanam do processo coletivo de libertação. A educação
libertadora prima pela formação de um cidadão consciente, que
compreenda os problemas que permeiam a nossa sociedade,
um cidadão que seja capaz de intervir na sua realidade,
participando de decisões que irão afetar direta ou indiretamente
a sua vida. A EAC postulada por Loureiro é uma Educação
Ambiental que considera que é preciso haver mudanças na
esfera individual e coletiva, com cidadãos situados socialmente,
é entender e levar em conta que os sujeitos possuem nomes,
história, vontades, paixões, sonhos, desejos, interesses e
necessidades próprias. O Meio Ambiente (MA) e sua
degradação estão sendo o escopo de preocupação nas últimas
décadas, o padrão econômico adotado pelos países tem sido
questionado, pois além de devastar, deteriorar e poluir, ele gera
desigualdades, exclusão social e fome em todas as partes do

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planeta. Loureiro expressa que para superarmos o modelo de
sociedade existente é primordial que os cidadãos entendam o
seu papel social e quais são as influências da sociedade no
seu modo de vida. Morin profere que o pensamento complexo
seria, pois uma espécie de articulador de diferentes disciplinas
primando por um saber não fragmentado, que reconhece que o
conhecimento é algo incompleto, imperfeito, passível de ser
reformulado. O pensamento simplificador, ao contrário, anula a
diversidade, fragmenta o conhecimento, não possibilitando
associação entre ele. Morin (2008), em sua abordagem,
defende que é preciso realizar a interlocução entre o físico, o
biológico, o social e o cultural e histórico, visto que, transmite a
ideia de compartilhamento de saberes que considera o ser
humano uma organização sistêmica complexa.

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INTRODUÇÃO

A proposta deste material de apoio pedagógico foi elaborada a


partir da dissertação de mestrado de Vasty Veruska Ferraz
(2017) cuja a pesquisa é intitulada “Abordagem Pedagógica
dos Saberes Populares dos(as) Pescadores(as) e
Marisqueiros(as) do Município de Cariacica-ES da Perspectiva
da Educação Ambiental Crítica”.

A sustentabilidade e a EA, a priori, não depende de formação


acadêmica, elas podem ser um modo de vida assumido por um
determinado grupo, podem ser uma prática diária realizada em
uma determinada comunidade.

Os saberes das comunidades litorâneas acabam por não


ocupar um lugar no currículo escolar já que, os materiais
didático pedagógicos não se referem a zona costeira como um
área onde existem diversos estilos de vida tradicionais e
portanto, um universo de diferentes conhecimentos. Os
materiais pedagógicos trabalham em geral com o conceito do
que são as áreas litorâneas, quais atividades econômicas são
comumente desenvolvidas nelas como atividade industrial,
comercial e turística. Os(as) pescadores(as) e marisqueiros(as)
tradicionais, mesmo que empiricamente, possuem um grande
conhecimento da arte de pescar, das embarcações, do

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beneficiamento do pescado, das espécies de peixes, dos
ventos, do clima, das marés, do período de acasalamento e de
desova, do sexo dos animais e sua anatomia, da dieta da
fauna, da biologia da flora, da técnica de coleta de sururus,
ostras e caranguejos, dos problemas das pessoas que
sobrevivem do manguezal. Esses saberes não são
sistematizados nos livros didáticos e poderiam ser ótimos
aliados das aulas de ciências, geografia, história, matemática,
português, educação física e artes.

A realidade do mundo litorâneo não ocupa muito espaço


nos materiais curriculares; consequentemente, nas
instituições escolares em que os livros-texto são o
instrumento prioritário de informações, os estudantes
dificilmente conhecerão essa realidade silenciada [...]
(SANTOMÉ, 1998, p.145).

Os conhecimentos populares em geral, não possuem a mesma


notoriedade que os conhecimentos científicos, uma vez que,
comumente as populações que o produzem ocupam na
hierarquia social, a porção mais baixa da pirâmide. Outro
elemento marcante é o fato de que esses povos criaram uma
relação de dependência da natureza, dado que, sua
sobrevivência e seu modo de vida estão totalmente associados
a ela. É no mínimo interessante que os conhecimentos
tradicionais e populares de um determinado grupo sejam

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valorizados, reconhecidos, etnografados, pois é uma maneira
de difundi-los e contribuir para a sua permanência no tempo.

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SABERES POPULARES E CIDADANIA

Ao tratarmos do meio ambiente e as intrincadas relações que


se desenvolvem neste contexto, devemos incluir toda
sociedade neste debate. Embora pareça óbvio, na maioria das
vezes, é comum haver muitas representações que defendem a
concepção naturalista de Meio Ambiente (MA). As pessoas
pensam apenas nos aspectos naturais, pensam em uma
natureza intocada, como algo distante do seu cotidiano.

Manguezal de Cariacica-ES

Fonte: Arquivo pessoal da autora (2016)

Ao abordarmos a EA em sala de aula, devemos destacar nossa


responsabilidade para com a formação crítica de cidadãos de
modo a se posicionarem diante dos problemas reais que
afetam diretamente a sua vida, de modo a buscarem soluções,
mitigarem ou proporem alternativas que visem ao benefício
para o meio. "[...] A cidadania que queremos é aquela que

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passa a ser exercida mediante posturas críticas na busca de
modificações do ambiente natural – e que estas sejam,
evidentemente, para melhor”. (CHASSOT, 2010, p.140).

Como estamos abordando o ecossistema manguezal, seguem


algumas ilustrações de Cariacica dos principais problemas que
afetam esse ecossistema.

Esgoto
Foto: Veruska Ferraz

Lixo
Foto: Veruska Ferraz

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Aterro e desmatamento

Foto: Veruska Ferraz

Pesca Predatória
Foto: Veruska Ferraz

Estamos familiarizados com a Ciência elaborada por


intelectuais, pessoas que passam muito tempo trancafiadas em
um laboratório e o que elas dizem não pode ser posto em
dúvida. A ciência vista como algo produzido por homens
comuns, e não "deuses", como uma pesquisa sujeita à falhas,
probabilidades e incertezas, é algo ainda muito recente para o
público leigo e isso abala, muitas vezes, alguns princípios.

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Todavia, os saberes populares1 são frequentemente produzidos
fora das universidades, por uma classe social desfavorecida e
são baseados em observações, vivências, experimentações.
Sofrem alguns preconceitos, dado que, o saber científico é um
tanto quanto elitista, pois somente um grupo seleto possui a
autoridade para fazê-lo. No entanto, não podemos deixar de
reconhecer que, inúmeras vezes, a academia se fez presente
no meio popular para entender melhor como um determinado
evento ou fenômeno ocorre, para tentar examiná-los por meio
dos olhos da ciência e até mesmo incluí-los no meio
acadêmico.

Para que as culturas ou vozes dos grupos sociais minoritários


sejam consideradas em sala de aula, é primordial que a
discussão sobre a elaboração do currículo e a seleção dos
conteúdos escolares inclua toda comunidade educativa, pois a
responsabilidade pela educação precisa ser compartilhada.
Segundo Santomé (1998), para que os alunos pratiquem e se
exercitem de maneira apropriada para viver e unir-se a sua
comunidade, é preciso planejar projetos curriculares em que
eles sejam compelidos a argumentar, examinar, opinar e tomar
decisões.

1 O que Chassot denomina de Saber Popular, autor como Jurjo Torres Santomé
em seu livro Globalização e Interdisciplinaridade - o currículo integrado, (1998)
define como culturas ou vozes dos grupos sociais minoritários.

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Observamos que no cenário atual há necessidade de
repensarmos nossos fazeres, estratégias e metodologias na
abordagem dos conteúdos, tanto em sala de aula quanto nos
espaços educativos não formais. O ato de investigar e
solucionar problemas, por exemplo, colabora de maneira
significativa para o processo de emancipação do indivíduo, pois
ele desenvolve sua autonomia, seu raciocínio, levando-o a
elaborar hipóteses e a propor resoluções para uma
determinada situação. A consciência crítica e o ato político que
a educação demanda se fortalecerão quando a comunidade
participar dos projetos curriculares escolares.

Portanto, a ação educacional pretende, além de


desenvolver capacidades para tomada de decisões,
oferecer aos estudantes e ao próprio corpo docente uma
reconstrução reflexiva e crítica da realidade, tomando
como ponto de partida as teorias, conceitos,
procedimentos, costumes, etc., que existem nessa
comunidade e aos quais se deve facilitar o acesso [...]
(SANTOMÉ, 1998, p.130).

A escola normalmente está incluída em uma determinada


comunidade e um dos seus papéis é envolver esta comunidade
para que ela participe efetivamente das decisões que afetam
tanto o ensino dos discentes, quanto o entorno. Criar uma
relação em que predomine a gestão participativa configura-se
como uma ação fulcral para caracterizar elementos peculiares
e valiosos daquela população, os quais poderão dar sentido à
educação, tornando-a crítica. O saber popular é uma das

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ferramentas que pode ser adotada pelos docentes, pois
representam a prática, a vida e as narrativas dos moradores de
um determinado local. Passados de pai e mãe para os filhos,
ou até mesmo de geração em geração, estes saberes estão
repletos de significados das práticas que os caracterizam,
estão presentes nas memórias e histórias de grupos que
comumente, são caracterizados como humildes e sem
escolaridade.

Os saberes do qual estamos tratando, é fruto de experiências


cotidianas com o manguezal, por isso vamos discorrer sobre as
suas principais características.

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ECOSSISTEMA MANGUEZAL

Os manguezais ocorrem na zona tropical e subtropical do


planeta, em áreas estuarinas, no encontro do rio com o mar. No
Brasil ele ocupa as áreas costeiras do estado do Amapá ao
estado de Santa Catarina. O manguezal é um dos
ecossistemas mais produtivos e mais resilientes do mundo,
porém vem sofrendo em virtude da falta de planejamento
urbano, problema que atinge inúmeras cidades brasileiras. A
definição adotada para descrever esse ecossistema foi
desenvolvida por Novelli

Ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes


terrestre e marinho, característicos de regiões tropicais e
subtropicais, sujeito ao regime de marés. É constituído
de espécies vegetais lenhosas típicas (angiospermas),
além de micro e macroalgas (criptógamas), adaptadas à
flutuação de salinidade e caracterizadas por colonizarem
sedimentos predominantemente lodosos, com baixos
teores de oxigênio [...] ocorre em regiões costeiras
abrigadas e apresenta condições propícias para
alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies
animais, sendo considerado importante transformador de
nutrientes em matéria orgânica e gerador de bens e
serviços (NOVELLI, 1995, p. 07).

Entre os recursos naturais do Estado do Espírito Santo,


destacam-se as áreas de manguezal por retratarem um
patrimônio importante, pois constituem zonas de elevada
produtividade biológica. Ocupam uma área aproximada de 70
km², sendo os bosques mais extensos encontrados no entorno

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da Baía de Vitória e nos estuários dos rios Piraquê-Açu e São
Mateus (VALE; FERREIRA, 1998).

Manguezal de Cariacica

Foto: Veruska Ferraz

Curiosidade: Dos 172.000 quilômetros quadrados de manguezais


existentes no mundo, o Brasil responde por 15% do total, ou seja,
26.000 quilômetros quadrados distribuídos em todo litoral brasileiro,
partindo do Amapá até Santa Catarina.
Por Eduardo de Freitas

Conforme informações retiradas do site oficial da Prefeitura


Municipal de Cariacica (PMC), o manguezal de Cariacica se
localiza entre um dos rios mais importantes do Espírito Santo, o
Santa Maria da Vitória, com 122 quilômetros até sua foz. Os
manguezais apresentam em toda sua extensão porções de
áreas bem preservadas que são utilizadas por diversas famílias
que sobrevivem da pesca e da coleta de caranguejos e
crustáceos. A foz deste rio é dividida em dois braços, uma que

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deságua na praia de Camburi, no município de Vitória; e outro,
conhecido como braço sul, que contorna toda a baía de
Cariacica, até desaguar no mar.

O site oficial da PMC também fala sobre o rio Bubu, que nasce
na Reserva Florestal de Duas Bocas, na porção oeste do
município e desemboca no braço sul do rio Santa Maria da
Vitória, após um curso de cerca de 18 km. Ele percorre um
trajeto bastante urbanizado e atravessa os bairros de Flexal e
Vila Prudêncio, ambos localizados em Cariacica.

Rio Bubu
Foto: Veruska Ferraz

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Segundo o Guia “Os Maravilhosos Manguezais do Brasil”
(2008), o litoral brasileiro apresenta quatro espécies de
vegetação, que são denominadas de mangue: Rhizophora
mangle (mangue vermelho), Laguncularia racemosa (mangue
branco), Avicenia schaueriana (mangue preto, canoé) e
Conocarpus erectus (mangue de botão). Em Cariacica há uma
predominância do mangue vermelho, sendo encontrado um
número menor de indivíduos das outras espécies que foram
citadas acima. Em relação à tolerância ao sal pelas plantas,
Fernandes e Peria (1995) verificaram que o gênero
Rhizophora, é menos tolerante (desenvolvendo-se melhor em
locais onde há 50 partes de sal por 1.000 partes de água),
sendo o gênero Avicennia mais tolerante (conseguindo
sobreviver em locais onde as águas intersticiais chegam a
conter 65 a 90 partes de sal por 1.000 partes de água ) e
Laguncularia com tolerância intermediária.

Mangue vermelho-Cariacica
Foto: Veruska Ferraz

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Em conformidade com o Os Maravilhosos Manguezais do
Brasil” (2008), a fauna possui uma grande variedade e é
encontrada no corpo aquático, no substrato lodoso, nos troncos
e copas das árvores. Na água, encontraremos siris, peixes e
camarões, no sedimento é possível identificar anelídeos,
moluscos e crustáceos. Sobre o sedimento, pode-se observar
mamíferos e na vegetação encontram-se moluscos,
crustáceos, insetos, e aracnídeos. O interessante é que as
aves habitam por todos os meios, em determinados momentos
elas estão em busca de alimentos na água ou nos sedimentos
decantados e na camada lamosa, e em outros elas se abrigam
ou se reproduzem no mangue.

Colhereiro Camarão
Foto: Veruska Ferraz

Foto: Veruska Ferraz

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Caranguejo Sururu
Foto: Veruska Ferraz

Foto: Veruska Ferraz

Os manguezais são de suma importância econômica,


ecológica, cultural e pedagógica para as populações humanas,
sobretudo para aquelas que se encontram no seu entorno, na
sua área de influência ou sobrevivem do extrativismo dos frutos
desse ecossistema.

O trabalho buscou reconhecer a importância da preservação


dos manguezais para a manutenção da cultura e sobrevivência
do modo de vida adotado por inúmeras famílias cariaciquenses,
enfatizando a importância desses povos para manterem vivos
os conhecimentos produzidos de geração em geração,
conhecimentos que só o convívio diário e constante pode
proporcionar.

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Família coletando sururu
Foto: Veruska Ferraz

Os manguezais também sofrem com o processo de


degradação antrópica que ocorre diariamente, pois eles
representam locais oportunos para o estabelecimento de
alguns empreendimentos que atendem aos interesses
individuais em detrimento aos interesses coletivos.

Os manguezais de Cariacica estão sujeitos a essas condições


que podem variar de acordo com mercado, premissa de
funcionamento da nossa economia, ainda mais se levarmos em
consideração que as áreas que envolvem esse ecossistema
estão fragilizadas.

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O município de Cariacica - E.S possui um grande território
ocupado por manguezais. Em 2007, foram criadas duas
unidades protegidas destinadas à conservação dos mesmos: a
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal dos
Manguezais de Cariacica (740,51 ha) e o Parque Natural
Municipal Manguezais do Itanguá (31,34 ha). Porém vale
ressaltar que, como o plano de manejo das duas áreas
supracitadas não foi elaborado até o atual momento, e os seus
limites territoriais não foram delimitados, elas se encontram em
uma situação vulnerável ao desmatamento, aterro, pesca
predatória, despejo de lixo e esgoto, entre outros. Isso
compromete todas as formas de vida que dependem da
manutenção equilibrada desse ecossistema.

Nesse contexto torna-se muito importante apresentar todo o


potencial ecológico, produtivo e paisagístico que envolve os
manguezais em questão, a fim de, possibilitar novas leituras de
mundo.

28
SABERES POPULARES DOS (AS)

PESCADORES(AS) E MARISQUEIROS(AS) DE

CARIACICA ETNOGRAFADOS

A partir de entrevistas, anotações em diário de campo e


observação participante, foi possível etnografar alguns saberes
populares do grupo pesquisado. Estes foram elencados abaixo
e serão acompanhados por atividades sugeridas na SD,
lembrando que elas não representam um modelo a ser
seguido. Leve em consideração a turma, a modalidade de
ensino, características específicas da série onde será aplicada,
a comunidade onde a escola está inserida, entre outros. As
aulas serão descritas abaixo de maneira sintetizada por se
tratar de uma turma de 5°ano, onde o professor regente
permanece praticamente as cinco aulas com os discentes,
exceto quando eles participam da aula de artes e de Educação
Física, porém o número de aulas exato se encontra na SD.

A aula 01, 02 e 03 foi a PI, cujo tema trabalhado será o


manguezal, em todos os seus aspectos e componentes. Uma
das atividades é a elaboração do mapa conceitual falado,
destacando o que os alunos conhecem sobre o manguezal e
estabelecendo uma associação entre as falas. Para fechar

29
comentários relacionados às frases foi recomendada a
execução de uma música que se chama Encontro do grupo
Cantarolama (Anexo A). Está disponível no canal Youtube do
Google. Não se esqueçam de projetar a letra da música e
imagens do ecossistema manguezal, isso pode facilitar a
aprendizagem.

Saber - Maré
Tipos de saberes - Maré de enchente, de vazante, de
lançamento, morta, quebra para morta, maré espraiando,
grande, baixa, alta.
Influência - Correnteza, navegação, no horário da pesca,
quantidade de maruí.

Saber – Lua
Tipos de saberes - Minguante, nova, cheia, crescente.
Influência - Na altura da maré, no tamanho do marisco e no
tipo de peixe a disposição, na quantidade do pescado e na
correnteza.

30
Saber – Vento
Tipos de saberes - Nordeste, nordestão, norte, sul, leste.
Influência - Navegação, agita as águas, o mar fica grosso,
aumenta as ondas, deixa as águas tranquilas, não produz
ondas, na disponibilidade de peixes.

Saber – Localização
Tipos de saberes - Onde estão os pesqueiros, o melhor
horário para localizar os mariscos, peixes e camarões,
temperatura das águas.
Influência - Na quantidade e tipos de peixes pescados,
precisão na retirada dos mariscos, melhor aproveitamento
do tempo de trabalho.

31
Saber – Período reprodutivo
Tipos de saberes - Tipos de peixes disponíveis e meses do
período reprodutivo das espécies, tempo de duração do
defeso, mariscos que podem ser coletados, período da
desova do camarão, período de andada,dos caranguejos,
ausência de fiscalização dos órgãos públicos responsáveis.
Influência - Na rotina de trabalho, renda familiar, interrupção
da coleta de mariscos e da pesca, maior quantidade de
indivíduos de uma determinada espécie em uma determinada
época do ano, pescado mais manso e maior.

Saber – Cadeia alimentar

Tipos de saberes - Sabem que não se pode pescar filhotes,


que é preciso manter o equilíbrio do ambiente para
continuidade da vida.

Influência - Disponibilidade e tamanho dos mariscos e


pescado.

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Saber – Produção de ferramentas artesanais

Tipos de saberes - Confecção de tarrafas, iscas artificiais e


naturais, anzóis, apetrechos para facilitar a retirada do
sururu da casca, adaptação de bombona para coleta de
mariscos.

Influência - Diminuição no custo da pesca, maior


aproveitamento, apropriação de métodos tradicionais no
manejo do ambiente.

Saber – Beneficiamento do pescado

Tipos de saberes - Como manter os mariscos e os peixes


frescos, como retirar as casquinhas do sururu, como
manter o camarão vivo, quais são as etapas para que o
marisco fique pronto para o consumo e comercialização,
como abrir ostras.

Influência - Melhor qualidade do pescado e mariscos.

33
Saber – Saúde e higiene

Tipos de saberes - Noção de valores nutricionais dos


mariscos, destino adequado das partes dos mariscos e peixes
que não são consumidas, percepção de tempo em que
mariscos e peixes podem ficar fora da geladeira e sem
congelar.

Influência - Na qualidade de mariscos e peixes


comercializados.

Saber – Legislação/Prática Social/ Direitos Humanos

Tipos de saberes - Conhecem seus direitos e deveres, todos


possuem carteirinha de pescador artesanal.

Influência - Sazonalidade do pescado, período de defeso,


tipo de pesca, , local de retirada de mariscos e pesca,
petrechos que podem ser portados, tipo de rede, tipo de
embarcação, tempo para aposentadoria.

34
Saber – Preservação

Tipos de saberes - Importância de se preservar o manguezal


para a manutenção das diversas formas de vida, para o
sustento de suas famílias, para perpetuação de sua cultura e
de seu modo de vida, conhecem os impactos negativos
causados pela pesca de balão, consciência da ausência do
Estado na fiscalização dos baloeiros, ciência de que espécies
da fauna e da flora podem desaparecer, de que alguns
profissionais contribuem para a destruição do ambiente, de
que os mariscos precisam estar maiores para serem
coletados.

Influência - Poluição das águas, invasão desmatamento,


aterro, lixo cuidado com os animais de uma maneira geral,
proibição da pesca do camarão lameirão, riqueza da maré,
conhecimento da fauna e da flora, diminuição do número de
indivíduos de espécies da fauna e da flora.
Fonte: Elaborado pela autora 2016

Uma sequência didática foi planejada com o objetivo de


articular os saberes populares aos conhecimentos científicos, a
fim de, valorizar a comunidade onde está inserida a escola
onde foi validada SD e também com o intuito de contextualizar
os conhecimento imbuídos nos alunos enquanto atores sociais
pertencentes a um meio que possui uma cultura própria.

35
A ELABORAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

A Sequência Didática (SD) foi fundamentada na proposta de


Delizoicov et all. (2011), os quais apontam ser preciso planejar
nossas tarefas de modo a considerar os conhecimentos prévios
dos alunos sobre o assunto apresentado. Assim sendo, a SD
foi elaborada conforme os três momentos pedagógicos
importantes e necessários para a mediação do conhecimento.
Primeiro momento é a Problematização Inicial (PI), quando os
alunos são provocados a manifestar suas opiniões sobre uma
determinada questão. O objetivo é que eles percebam que não
possuem argumentos suficientes para responder aos
questionamentos e sintam a necessidade de adquirir outros
conhecimentos.

Neste primeiro momento, caracterizado pela apreensão e


compreensão da posição dos alunos ante as questões
em pauta, a função coordenadora do professor
concentra-se mais em questionar posicionamentos – até
mesmo fomentando a discussão das distintas respostas
dos alunos – e lançar dúvidas sobre o assunto do que
em responder ou fornecer explicações [...] (DELIZOICOV
et al., p. 200-201, 2011).

Segundo momento é a Organização do Conhecimento (OC), é


o momento em que o professor, como mediador do processo

36
ensino-aprendizagem, organiza os conceitos a serem
trabalhados com informações e orientações que subsidiem os
discentes para a compreensão destes.

Os conhecimentos selecionados como necessários para


a compreensão dos temas e da problematização inicial
são sistematicamente estudados neste momento, sob a
orientação do professor. As mais variadas atividades são
então empregadas, de modo que o professor possa
desenvolver a conceituação identificada como
fundamental para uma compreensão científica das
situações problematizadas (DELIZOICOV et al., p. 201,
2011).

Terceiro momento configura-se como o momento da Aplicação


do Conhecimento (AC), cujos elementos pedagógicos serão
empregados para resolução da problematização inicial.

Destina-se, sobretudo, a abordar sistematicamente o


conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno,
para analisar e interpretar tanto as situações iniciais que
determinaram seu estudo como outras situações que,
embora não estejam diretamente ligadas ao motivo
inicial, podem ser compreendidas pelo mesmo
conhecimento [...] (DELIZOICOV et al., p. 202, 2011).

Nesta perspectiva foi tecida a SD para que atendesse às


demandas da comunidade local, da qual fazem parte os alunos,
que são os personagens principais da educação. Contudo o
material contempla uma aula de campo, visto que in loco, os
alunos poderão reconhecer elementos que foram apresentados

37
à turma e terão um contato que poderá despertar tanto a
curiosidade como outros sentimentos. Sendo assim
elaboramos um breve texto sobre a importância da aula de
campo e suas implicações.

38
AULAS DE CAMPO

As aulas de campo são atividades desenvolvidas fora do


espaço escolar e proporcionam uma interação entre diferentes
conceitos, temas, percepções, atitudes; favorece aos sujeitos
estabelecerem vínculos entre teoria e prática e permitem a
relação entre sujeito e ambiente, surge como uma proposta de
divulgação da ciência no que tange à oferta de informações
teórico/práticas, referentes ao tema que se propõe a estudar.
Utilizar espaços alternativos institucionalizados, ou não, para
práticas pedagógicas se configura como uma ferramenta pouco
explorada por alguns profissionais da educação; talvez pela
dificuldade em romper com abordagens que extrapolem os
muros escolares e o uso do livro didático. Esse tema requer,
todavia uma discussão mais ampla e aprofundada. As aulas de
campo podem ocorrer em espaços não formais os quais podem
ser:

Na categoria Instituições, podem ser incluídos os


espaços que são regulamentados e que possuem equipe
técnica responsável pelas atividades executadas, sendo
o caso dos Museus, Centro de Ciências, Parques
Ecológicos, Parques Zoobotânicos, Jardins Botânicos,
Planetários, Instituições de Pesquisa, Aquários,
Zoológicos, dentre outros. Já os ambientes naturais ou
urbanos que não dispõem de estruturação institucional,
mas onde é possível adotar práticas educativas,
englobam a categoria não-instituições. Nessa categoria,
podem ser incluídos teatro, parque, casa, rua, praça,

39
terreno, cinema, praia, caverna, rio, lagoa, campo de
futebol, dentre outros inúmeros espaços (JACOBUCCI,
2008, p. 56-57).

Antes da aula de campo é importante que o professor faça uma


visita prévia ao local para identificar as potencialidades,
planejar os momentos, estabelecer os objetivos, orientar os
discentes, abordar as relações socioambientais e socioculturais
que envolvem a área sujeita à intervenção, contribuindo para
uma reflexão crítica da realidade. Este tipo de atividade
demanda da escola e de toda comunidade escolar mobilização,
empenho e trabalho em equipe, pois a rotina escolar será
afetada. Além de colaborar para que os estudantes
desenvolvam uma conduta cooperativa, um sentimento de
pertencimento ao grupo e elaborem trabalhos coletivos, as
aulas de campo fortalecem laços de confiança, de amizade,
eleva à autoestima, melhora a relação professor/aluno,
desperta a sensibilidade e a emoção.

Vale ressaltar que fora da escola, surge uma profusão de


sentimentos, e reações ao ambiente: encantamento,
alumbramento, estranheza, medo, desconforto, incômodo,
tranquilidade, curiosidade, sensação de liberdade, paz, calma,
pavor. Esses sentimentos são propícios para fazer fluir no
grupo mais união, carinho, proteção e cuidado uns com os
outros. […] “as emoções e sensações presentes nas situações

40
de ensino podem influenciar de forma decisiva a aprendizagem
dos alunos” […]. (SENICIATO, CAVASSAN, 2004, p. 03). As
aulas de campo inserem os estudantes em um universo de
possibilidades por intermédio de vivências e descobertas, as
quais só são possíveis por meio do contato com elementos da
natureza, por meio de novos achados, do (re)conhecimento in
loco de assuntos e fenômenos trabalhados em sala de aula.

A educação Não Formal deve ser diferenciada de espaço de


educação não formal, pois embora as nomenclaturas se
assemelhem, são conceitos diferentes. A educação pode
ocorrer em diversos espaços, e a própria Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional reconhece isso em seu art. 1°
que diz: "A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais".

Gohn (2010) defende que a educação não formal articula


escola e comunidade, ocorre em territórios que já compõem a
trajetória de vida dos grupos e indivíduos, propicia o contato
com diversos tipos de fenômenos que ocorrem em locais
informais, mas nem por isso deixa de ter intencionalidade. Ela
não é um legado, mas é adquirida. "A educação não formal

41
capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo, no
mundo” (GOHN, 2010, p. 19).

Gohn (2010) não menospreza o saber institucionalizado pela


educação formal, ela se posiciona reconhecendo o mérito que
o mesmo possui na formação dos indivíduos, porém ressalta
que a educação não formal pode acontecer em ambientes e
situações construídas coletivamente e pode ocorrer inclusive,
dentro das unidades de ensino. Porém, a dimensão que a
educação representa atualmente transpõe os espaços
escolares e não se centraliza mais na figura do professor.

Os espaços não formais podem ser ótimas alternativas para


superação da aula tradicional, para mediar o conhecimento em
contexto onde inúmeras teorias já foram defendidas, ideias
postas em mesas redondas, e recursos didáticos elaborados
para propiciar a inovação. Na aula puramente tradicional, os
conteúdos trabalhados não são pautados na realidade dos
discentes, predominam conceitos e dados que requerem
memorização e não discussão e questionamentos. As aulas de
campo são apropriadas para práticas da interdisciplinaridade,
pois ampliam a visão do aluno, o qual passa a observar para
além do senso comum, promovendo interface com diferentes
conhecimentos em diferentes ambientes e contextos sociais.
Essa metodologia pedagógica faz do participante um agente

42
ativo no processo ensino e aprendizagem, provocando
diferentes linguagens, diferentes leituras de mundo,
ressignificando os conteúdos estudados, auxiliando na
construção de um cidadão atuante e em uma formação de
caráter verdadeiramente humano.

O ambiente escolar pode em alguns momentos limitar a


atuação dos seus atores, ainda mais se considerarmos que
grande parte das escolas da rede pública carece de recursos
didático-pedagógicos. Os recursos podem ser bons aliados na
ilustração de algumas matérias, podem proporcionar aos
educandos formas distintas de pensar e transformar as
informações e os conhecimentos. Quando explanamos algum
assunto, podemos recorrer a termos técnicos com certa
naturalidade, porém algumas dessas palavras ou mesmo
conceitos ficam vagos, não são bem elucidados e apreendidos
pelos alunos. Em campo, a experiência de professores e
alunos favorece uma ação formativa que ultrapassa a visão
simplista, cria novos significados e uma integração que gera
experiências únicas. É um ambiente oportuno para
identificação de alguns princípios, de elementos, de objetos
concretos, com um olhar científico, de cunho educacional e
dialógico.

Defendemos, assim, uma pedagogia que esteja voltada à


inserção dos educandos em seu processo de ensino e

43
aprendizagem, que os constitua como sujeitos no mundo
e que gire em torno das relações existentes entre
sociedade, cultura e natureza (TORRES et al. 2014,
p.15).

Desta forma compreendemos que os docentes terão algum


aporte teórico para oferecer o suporte necessário para que sua
aula de campo seja ainda mais proveitosa, interessante e
atraente para os discentes.

44
A SEQUÊNCIA DIDÁTICA

INSTITUTO FEDERAL DO
ESPÍRITO SANTO - Campus Vitória
Programa de Pós-graduação em
Educação em Ciências e Matemática
Mestrado Profissional em Educação
em Ciências e Matemática

www.google.com.br

SEQUÊNCIA DIDÁTICA INTERDISCIPLINAR


Quadro baseado no modelo estrutural de uma Sequência Didática
proposta por Guimarães e Giordan (2011)

Mestre: Vasty Veruska Rodrigues Ferraz


Orientador: Carlos Roberto Pires Campos

45
Tema gerador: SABERES POPULARES DOS PESCADORES(AS) E
MARISQUEIROS(AS) TRADICIONAIS DO MUNICÍPIO DE CARIACICA

TÍTULO: MANGUEZAIS: SABERES E FAZERES NO IR E VIR DA MARÉ

Público Alvo: Alunos do 5° ano da EMEF Hilda Scarpino Cariacica-ES

Problematização:

Nas sociedades pré-industriais o tempo era marcado respeitando a sucessão


dos dias e noites, as mudanças climáticas e os ciclos da natureza. Para isso,
eles observavam os movimentos do Sol, da Lua e os períodos que seriam
adequados para o plantio e para colheita, ou seja, seguiam o tempo da
natureza. Já a sociedade ocidental e o seu modelo econômico adotado por
inúmeros países, mudou bastante o ritmo da vida dos trabalhadores após a
Revolução Industrial, que ocorreu a partir do século XVIII. Os operários
formais passaram a realizar seus afazeres, seguindo principalmente o tempo
cronometrado pelo relógio, mecanismo que acaba por controlar suas vidas.
Todavia, alguns pescadores e marisqueiras do município de Cariacica-ES vão
de encontro a esse padrão preestabelecido e organizam a sua rotina de
trabalho e a sua vida de acordo com os fenômenos naturais, em uma
verdadeira simbiose com o meio. Portanto, a partir de situações que retratam a
realidade local dos educandos serão abordados temas contextualizados ao
município de Cariacica como: Será que todos necessitam recorrer ao relógio
para realizar seu trabalho? Existem profissões que ainda utilizam o tempo
marcado pelos processos cíclicos da natureza? Se não utilizam o relógio,
como eles organizam suas tarefas diárias? Como essas pessoas identificam
fenômenos naturais com marés, ventos, fases da Lua? Essas profissões
podem colaborar para a manutenção mais equilibrada do meio ambiente?

Objetivo Geral:

Reconhecer a importância da conservação dos manguezais para a


manutenção dos saberes populares de pescadores(as) e marisqueiros(as)

46
tradicionais de Cariacica que estão imbuídas de valores culturais, assim como,
para o equilíbrio das áreas costeiras e do planeta.

Conteúdos e Métodos
N° de aulas PI*

03

Objetivos Específicos

- Identificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre manguezal por meio


da experiência social inerente a cada indivíduo.
- Entender que o ecossistema manguezal é característico de zonas de clima
quente ocorre em áreas estuarinas e que necessitam de água salobra.
- Compreender a importância do manguezal para o equilíbrio do planeta.
- Apresentar a importância da fauna e da flora que compõem o manguezal e
suas relações ecológicas.
- Reconhecer o manguezal como ecossistema presente na comunidade na
qual está inserida a escola.
Conteúdos

- Ecossistema manguezal
- Construir no quadro branco um mapa conceitual falado dos principais
elementos identificados pelos alunos do ecossistema manguezal
- Passar a música: o rio se encontra com o mar
https://www.youtube.com/watch?v=0wLsdciLX4M (3'09”) e trocar ideias sobre
a formação, composição e funções do manguezal (ANEXO A).
- Perguntar aos alunos se eles já comeram algum fruto do mar ou marisco.
- Apresentar por meio de imagens a fauna e flora que compõem o manguezal.
- Utilizar o livro Cariacica: Nosso Município- Noções Históricas e Geográficas
páginas 09, 10, e 11 para localizá-los espacialmente no Brasil, E.S. e em
Cariacica (ANEXO B).
- Apresentar uma imagem do Google earth localizando a escola e o
manguezal para demonstrar a proximidade um do outro (ANEXO C).
- Solicitar aos educandos que desenhem como eles imaginam que seja o

47
manguezal.

Tarefa para casa: Anotar no caderno como eles organizam suas atividades
diárias, como eles administram o seu tempo, desde que acordam até o
momento de dormir.

Conteúdos e Métodos
Nº Aulas OC**

03
Objetivos Específicos

- Destacar os principais impactos sofridos pelo manguezal.

- Articular informações sobre a elaboração de calendários baseados nos


movimentos dos astros ao relógio e ao tempo cronológico que determina o
desempenho da sociedade contemporânea.

Conteúdos

- Principais impactos apresentados nas áreas de manguezal, tempo


cronológico: concepções do passado e do presente e movimentos de
translação e rotação da Terra e da Lua.
Dinâmicas

- Relacionar os principais impactos causados ao manguezal recorrendo aos


desenhos elaborados pelos estudantes, a fim de, identificar se em alguma das
ilustrações os impactos foram evidenciados.

- Utilizar a história em quadrinhos do almanaque Menino Caranguejo, ano 1,


N°16 (ANEXO D).

- Projetar o vídeo A Lunática Vida de um Marisqueiro (produzido pelos alunos


da EMEF Hilda Scarpino em 2011), roda de conversa sobre a importância do

48
manguezal para as diversas formas de vida que dependem dele e chamar a
atenção para o nome do vídeo, pois em seguida haverá um momento para
esclarecer como os astros eram importantes e ainda são na organização do
tempo para diversos povos e culturas, inclusive para os pescadores (as) e
marisqueiros (as) tradicionais de Cariacica.

- Dialogar com os alunos sobre a tarefa de organização das suas atividades


diárias estabelecendo uma conexão com o vídeo que mostra a rotina de um
marisqueiro e abordar como os povos antigos marcavam o tempo e como no
presente nós marcamos o tempo. Segue texto de apoio (ANEXO E).

Sugestão do vídeo https://www.youtube.com/watch?v=0C_w0WnjIVA (8'),


sobre as fases da Lua, e/ou realizar com os alunos um esquema (um aluno
representa a Terra, o outro aluno representa a Lua e uma lanterna representa
o Sol) para mostrar que a Lua possui quatro fases e essas fases foram as
responsáveis pela organização dos dias em semanas, meses e ano.

- Entregar um desenho contendo as fases da Lua e requisitar aos estudantes


que pintem as diferentes fases do nosso satélite natural.

Questões que podem ser mediadas:

- No penúltimo quadrinho da história em quadrinhos, o personagem Caranga


fala que mesmo longe dos humanos o lixo aparece. E o manguezal que
conhecemos, está longe dos humanos ou há uma interação entre eles e o
meio?

- No último quadrinho o jacaré diz que eles devem aproveitar ao máximo o


manguezal antes que acabe.

- E nós, devemos aproveitar ao máximo ou ter atitudes responsáveis que


colabore para sua conservação?

- Nossa rotina diária é seguida independente da estação do ano, do tempo, do


clima, da maré, da Lua, do vento, pois somos conduzidos pelo relógio. E os
pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais, será que eles marcam o

49
tempo somente por meio do relógio?

- A Lua influi vida deles? A Lua exerce alguma influência nas marés?

- Como os pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais identificam as


diferente fases da Lua e sua atuação nos fenômenos naturais?

- Os pescadores estão sujeitos aos ciclos naturais? De que forma?

Tarefa de casa: Trazer uma receita que utilize algum marisco como
ingrediente.

Conteúdos e Métodos

N° de aulas OC**

02

Objetivos Específicos

- Associar que dependendo da época/estação do ano o vento sopra mais forte


e não é possível sair para pescar ou coletar mariscos, pois há o risco da
embarcação virar e o pescado vai procurar águas mais mornas, então ele
desaparece nessa época.

- De que maneira os pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais


reconhecem os diferentes tipos de vento e suas implicações no mundo da
pesca?

-Os mariscos também diminuem de tamanho no período frio.

- Esclarecer que é fundamental para a manutenção da vida o período


reprodutivo, portanto, é essencial respeitar o defeso e andada dos animais.

Conteúdos

50
- Movimento de rotação e translação, marés, estações do ano, período
reprodutivo dos animais.
Dinâmica

- Passar a música ou o vídeo: o vento de Vinícius de Moraes


https://www.letras.mus.br/vinicius-de-moraes/87237/ (2'19"), desenvolver uma
tempestade de ideias relacionando a translação da Terra, as estações do ano
e as marés. O globo terrestre será utilizado como material de apoio
pedagógico. -Questionar sobre a influência do vento para a profissões em que
as atividades se realizam à céu aberto e estão subordinadas aos fenômenos
naturais e fazer a conexão com os pescadores(as) e marisqueiros(as)
tradicionais.

- Solicitar aos alunos que digam qual ou quais marisco(s) estão incluídos em
suas receitas e contextualizar com o período de reprodução e defeso que deve
ser acatado por todos, inclusive, pelos consumidores.

- Comentar sobre o valor nutritivo desses alimentos para a nossa dieta.

- Diferenciar defeso de andada.

- Chamar a atenção para o fato de que as pessoas que forem flagradas


desrespeitando a proibição, as penalidades previstas vão desde multa a
detenção, além de apreensão dos petrechos de pesca (conforme a Lei n°
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e o Decreto nº 6.514, de 22 de julho de
2008).

- Os pescadores colaboram para o aumento dos impactos nas áreas de


manguezal ou para sua preservação? De que maneira?

Conteúdos e Métodos
N° de aulas OC**

05

51
Objetivos Específicos

- Entender que o homem rompeu com o ciclo natural.

- Re(conhecer) os saberes dos pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais


sobre o ambiente.

- Identificar que os pescadores(as) e marisqueiros(as) dependem do


manguezal preservado e dos frutos da maré para sobreviver.

- Compreender que alguns pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais


podem ter uma atuação relevante para a manutenção do equilíbrio de áreas
costeiras e que outros, a depender de sua prática, podem contribuir para
degradação do ambiente.

Conteúdos

- Saberes populares dos pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais do


município de Cariacica- ES.
Dinâmica

- Convidar um pescador(a) ou marisqueiro(a) tradicional da região para relatar


sua rotina de trabalho, seus saberes sobre Lua, marés, período de reprodução
e defeso, importância do manguezal para as diversas formas de vida incluindo
a vida humana.

- Dividir os alunos em grupo para que eles possam realizar a atividade: A roda
dos problemas – O caso do caranguejo-uçá, pág. 3-22, 3-23, 3-24 e 3-25 do
guia “Os Maravilhosos Manguezais do Brasil.” (ANEXO F)

- Questões para serem pensadas:

- Qual o habitat do caranguejo-uçá?

-Quais são as características reprodutivas?

52
- Quais são as principais ameaças?

- Como podemos ajudar a resolver os principais problemas que podem levar a


diminuição da área de ocupação do caranguejo-uçá, a diminuição do número
de indivíduos e até mesmo a sua extinção?

Conteúdos e Métodos
N° de aulas AC***

Aula de campo (05)

Objetivos Específicos

- Observar in loco os elementos que compõem o manguezal, sua fauna, flora e


todo o seu esplendor.

- Despertar a curiosidade epistemológica nos educandos sobre as questões


que envolvem o ecossistema.

- Aguçar o sentimento de proteção e pertencimento relacionado a esse


ecossistema.

- Integrar alunos com seus pares e professores.

Conteúdos

- O tema que foi trabalhado nas aulas anteriores ao campo.

Dinâmica

- Realizar a atividade: Pegada de Gigante do guia “os Maravilhosos


Manguezais do Brasil”, pág.4-21 (ANEXO G), que consiste em reproduzir uma
pegada enorme e vazada para que os alunos em grupo possam colocar em
uma determinada área do manguezal. Os estudantes receberão além da
pegada uma folha com informações e espaço para anotar as observações e

53
uma lupa. Eles deverão identificar e registrar se a maré está alta ou baixa,
elementos vistos a olho nu como tocas, tipo de solo, vegetação, sementes,
animais, insetos que pousarem, pássaros que voarem, sons que ouvirem
entre outros dentro da pegada. Deverão também identificar os organismos
minúsculos, que só é possível visualizar com o uso da lupa. Deverão elencar
os impactos resultantes da ação humana na área. - Logo após o (a)
professor(a) deverá reunir os alunos para que socializem o que identificaram,
para que, possam comparar os diferentes organismos e elementos
encontrados em uma mesma área.

- Refletir sobre os impactos causados pelo rompimento da cadeia trófica e


comentar sobre a quantidade de organismos que não são visíveis a olho nu,
porém também são atingidos ou mortos.

- Pedir para que os alunos sugiram como poderemos mitigar os impactos


antrópicos no manguezal enquanto sujeitos sociais que se apropria da
natureza e interage com o ambiente.

Cuidados importantes:

- Conhecer previamente o local a ser visitado.

- Estar acompanhado por pessoas que agreguem mais informações sobre o


manguezal.

- Preparar uma atividade para ser realizada in loco.

- Elaborar uma lista contendo os trajes adequados e o tipo de alimentos que


os educandos poderão levar.

- Estar de posse das autorizações dos responsáveis.

54
Conteúdos e Métodos
N° de aulas AC***

01

Objetivos Específicos

- Oportunizar a socialização dos conhecimentos, sentimentos, observações e


percepções dos alunos sobre a área de manguezal visitada.

Conteúdos

Pós-campo

Dinâmica

Finalizar o momento acima com o vídeo: Filhote do filhote


https://www.youtube.com/watch?v=_oKyhkOj5aI (3'43”)

Sugestões: Organizar uma mostra cultural para socializar os conhecimentos e


produções elaboradas pelos discentes.

Avaliação

Produções individuais e em grupo, interações com os grupos, participação nas


rodas de conversa, intervenção no manguezal.
Bibliografia

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Ciências: fundamentos e métodos, 4 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

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prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

55
Grupo Cantarolama- Encontro. Produção: Zevaldo Sousa. Música, 3’08”.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0wLsdciLX4M. Acesso em
agosto de 2016.

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O Ar (O Vento) - CD e DVD Chico & Vinicius para Crianças. Produção:


Universal Music Brasil. Clipe, 2’26”. Disponível em:
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Infantil. Animação, 3’36”. Disponível em: https://www.letras.mus.br/vinicius-de-
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Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Manguezais Educar Para Proteger – 2001. Rio de Janeiro, 2001. 96 p.

* Problematização Inicial

**Organização do conhecimento

***Aplicação do Conhecimento

56
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Social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São
Paulo: Cortez, 2010.

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LOUREIRO, C.F.B. (Org.); TORRES, J.R. (Org.). Educação


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Estado do Espírito Santo. In: Anais do Simpósio de
Ecossistemas da Costa Brasileira. São Paulo: ACIESP, v. 1,
p. 88-94,1998.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A: Resumo dos Vídeos da SD

Vídeo: 1

O vídeo da música Encontro do grupo Cantarolama, apresenta em sua letra como


se forma o manguezal, quais são as condições ideais para o seu desenvolvimento
e fala da fauna e da flora que compõe esse ecossistema.

Vídeo: 2
No vídeo Por que a Lua muda de fase, o personagem Ludi entrevista algumas
crianças para identificar o que elas sabem sobre as fases da Lua. Logo após ele
entrevista o astrônomo Ednilson Oliveira que fornece uma explicação científica
sobre as fases da Lua que é ilustrada com animações alusivas ao tema.

Vídeo: 3

O vídeo da música o vento de Vinícius de Moraes, retrata as características do


vento, demonstra de uma forma lúdica todos os atributos deste fenômeno natural
de maneira criativa e articulada com a percepção humana e sua utilização em
inúmeras atividades e situações cotidianas.

Vídeo: 4

O vídeo filhote do filhote mescla imagens do meio ambiente natural com imagens
de crianças em contato e fazendo parte da natureza. Sensibiliza pela delicadeza
da letra e manifesta todo o carinho e cuidado que temos que ter com a Terra,
porque somos parte integrante das formas de vida que compõem esse lindo e
magnífico planeta.

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ANEXOS

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ANEXO A: MÚSICA ENCONTRO (GRUPO

CANTAROLAMA)
O rio se encontra com o mar
Veja como é rica a lama que dá
Cresce o mangue e com ele a criação
Peixes e marisco é alimentação

Não corte o mangue porque


Pode morrer a vida que tem dentro do mar
O pescador tem no mangue sua vida seu sangue
Morando no pra lhe ajudar
Não corte o mangue porque
Pode morrer a vida que tem dentro do mar

O rio se encontra com o mar


Veja como é rica a lama que dá
Cresce o mangue e com ele a criação
Peixes e marisco é alimentação

Não corte o mangue porque


Pode morrer a vida que tem dentro do mar
O pescador tem no mangue sua vida seu sangue
Morando no pra lhe ajudar
Não corte o mangue porque
Pode morrer a vida que tem dentro do mar.

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ANEXO B: TRECHOS DO LIVRO CARIACICA: NOSSO
MUNICÍPIO – NOÇÕES HISTÓRICAS E
GEOGRÁFICAS

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ANEXO C: IMAGEM DO GOOGLE EARTH
LOCALIZANDO A ESCOLA E O MANGUEZAL

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ANEXO D: HISTÓRIA EM QUADRINHOS DO
ALMANAQUE MENINO CARANGUEJO

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ANEXO E: TEXTO - O TEMPO E A HISTÓRIA

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ANEXO F: A RODA DOS PROBLEMAS – O CASO DO
CARANGUEJO-UÇÁ

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ANEXO G: ATIVIDADE - PEGADA DE GIGANTE

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