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ANEXO 22

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NOTA TÉCNICA: Impactos previstos na arrecadação do REPETRO e sua influência


na economia do Estado do Rio de Janeiro

I. Introdução

Legislação Federal
O Repetro é o regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens
destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural (IN
RFB nº 1.415, de 2013, art. 1º).

O regime foi instituído pelo Decreto nº 3.161, de 02 de setembro de 1999


(revogado) que teve por base a Lei nº 9.430, de 1996 (art. 79, § único) e atualmente é
regulamentado pelo Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro), por força do
previsto no artigo 93 do Decreto-lei nº 37, de 18 de novembro de 1966.

O Repetro é abordado também no Capítulo XI, artigos 458 a 462 do regulamento


aduaneiro e pela Instrução Normativa (IN) 1514 de 2013 da Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB).

O Repetro admite a possibilidade, conforme o caso, de utilização dos seguintes


tratamentos aduaneiros previamente à admissão temporária dos bens para utilização
econômica (Regulamento Aduaneiro, art. 458; IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 2º):

1) exportação ficta, sem que tenha ocorrido a saída do bem do território aduaneiro e
posterior aplicação do regime aduaneiro especial de admissão temporária, no
caso de bens de fabricação nacional, vendidos a pessoa jurídica domiciliada no
exterior;
2) exportação ficta, sem que tenha ocorrido a saída do bem do território aduaneiro,
no caso de partes e peças de reposição destinadas a bens já admitidos no regime
de admissão temporária na forma do inciso I do artigo 2º da IN RFB nº 1.415, de
2013;
3) importação, sob o regime de drawback, na modalidade de suspensão, de
matérias-primas, de produtos semi-elaborados ou acabados e de partes ou peças
para utilização na fabricação de bens a serem exportados na forma dos incisos I
ou II do artigo 2º da IN RFB nº 1.415, de 2013.
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Exportação Ficta

A exportação ficta é um incentivo à exportação, a qual será considerada


efetivada, para todos os efeitos fiscais e cambiais, na data do correspondente
desembaraço aduaneiro da Declaração de Exportação (DE) (Lei nº 9.826, de 1999, art.
6º, caput, inciso I, e § único; Regulamento Aduaneiro, art. 458, § 3º; IN RFB nº 1.415,
de 2013, art. 10, § 1º).

O tratamento tributário concedido por lei para incentivo às exportações fica


assegurado ao fabricante nacional, depois da conclusão (IN RFB nº 1.415, de 2013, art.
14):

1) da operação de compra dos produtos de sua fabricação, pela empresa comercial


exportadora, na forma do Decreto-Lei nº 1.248, de 1972; ou
2) do despacho aduaneiro de exportação, no caso de venda direta a pessoa sediada
no exterior.

A responsabilidade tributária atribuída à empresa comercial exportadora ficará


resolvida com a conclusão do despacho aduaneiro de exportação, nos termos e
condições estabelecidos no artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.248, de 1972 (IN RFB nº
1.415, de 2013, art. 14).

São requisitos para exportação com dispensa de saída do território aduaneiro:

1) Os bens deverão ser produzidos no País, ainda que com a utilização de


mercadorias importadas sob o regime de drawback, e ser adquiridos por pessoa
sediada no exterior, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira de livre
conversibilidade, mediante cláusula de entrega, sob controle aduaneiro, no
território nacional (Regulamento Aduaneiro, art. 459, inciso I e § 1º; IN RFB nº
1.415, de 2013, art. 10);
2) A aquisição dos bens pela empresa sediada no exterior deverá ser realizada
diretamente do respectivo fabricante ou das empresas comerciais exportadoras
de que trata o Decreto-Lei nº 1.248, de 1972 (Regulamento Aduaneiro, art. 459,
§ 1º; IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 10);
3) A exportação será realizada pelo respectivo fabricante ou por empresa comercial
exportadora de que trata o Decreto-Lei nº 1.248, de 1972(Regulamento
Aduaneiro, art. 459, caput, inciso I, e § 1º; IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 10);
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4) Os bens serão entregues no território nacional, sob controle aduaneiro, ao
comprador estrangeiro ou, a sua ordem, a pessoa jurídica habilitada ao Repetro
(IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 10, § 1º);
5) O despacho aduaneiro de exportação dos bens será efetuado com base em
Declaração de Exportação (DE) registrada no Siscomex e o desembaraço
somente será efetuado depois da verificação do atendimento das exigências
estabelecidas para a aplicação do Repetro (IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 11);
6) Os despachos aduaneiros de exportação e de admissão no Repetro devem ser
processados na mesma unidade de despacho aduaneiro da RFB, de maneira
sequencial e conjugada, de forma que a exportação ficta seja completada com a
admissão temporária em Repetro do bem (Regulamento Aduaneiro, art. 458, §
3º; IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 10, § 1º).

Os procedimentos operacionais para a exportação ficta estão disciplinados na IN


SRF nº 369, de 2003, na Notícia Siscomex nº 007 e na Notícia Siscomex nº 008.

Drawback

O regime aduaneiro especial de drawback é considerado incentivo à exportação,


e pode ser aplicado nas seguintes modalidades (Regulamento Aduaneiro, art. 383; IN
RFB nº 1.415, de 2013, art. 12):

1) suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a


ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação
ou acondicionamento de outra a ser exportada;
2) isenção dos tributos exigíveis na importação de mercadoria, em quantidade e
qualidade equivalentes à utilizada no beneficiamento, fabricação,
complementação ou acondicionamento de produto exportado;
3) restituição, total ou parcial, dos tributos pagos na importação de mercadoria
exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou
acondicionamento de outra exportada.

O Repetro admite vinculação apenas do regime de drawback na modalidade


suspensão, doravante denominado drawback suspensão, de matérias-primas, de
produtos semi-elaborados ou acabados e de partes ou peças para utilização na fabricação
de bens a serem exportados como exportação ficta (na forma do Tópico 2.2.2 -
Exportação Ficta) (IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 2º, inciso III).
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No caso do Repetro, o drawback suspensão aplica-se somente às matérias-
primas, produtos semi-elaborados ou acabados e de partes ou peças para utilização na
fabricação de bens a serem exportados, mediante exportação ficta, e posteriormente
submetidos à admissão em Repetro (Regulamento Aduaneiro, art. 461; IN RFB nº
1.415, de 2013, art. 12).

A modalidade drawback suspensão consiste na suspensão do pagamento dos


tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento ou
destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de produto a ser
exportado (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 78, caput; Lei nº 8.402, de 1992, art. 1º,
inciso I; Regulamento Aduaneiro, arts. 383, caput e inciso I, e 458, inciso III; IN RFB
nº 1.415, de 2013, art. 2º, inciso III).

As matérias-primas, os produtos semi-elaborados ou acabados e as partes ou


peças para utilização na fabricação de bens a serem exportados admitidos em drawback
podem ser tanto estrangeiros (Regulamento Aduaneiro, art. 458, inciso III) quanto
nacionais (IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 12, § único).

Por conseguinte, a exportação ficta será aceita para fins de comprovação do


adimplemento das obrigações decorrentes da aplicação do regime de drawback,
inclusive aquelas decorrentes da suspensão do pagamento do IPI relativo a matérias-
primas, produtos semi-elaborados ou acabados e partes ou peças nacionais utilizados na
fabricação do produto exportado (Regulamento Aduaneiro, art. 461; IN RFB nº 1.415,
de 2013, art. 12).

O tratamento tributário concedido por lei para incentivo às exportações fica


assegurado ao fabricante nacional, depois da conclusão (Regulamento Aduaneiro, art.
459, § 2º; IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 13):

1) da operação de compra dos produtos de sua fabricação, pela empresa comercial


exportadora, na forma do Decreto-Lei nº 1.248, de 1972; ou
2) do despacho aduaneiro de exportação, no caso de venda direta a pessoa sediada
no exterior.

A concessão do regime de drawback suspensão é de competência da Secretaria


de Comércio Exterior (Regulamento Aduaneiro, art. 386).

A concessão do regime será feita com base em Ato Concessório de Drawback,


registrado no módulo específico drawback do SISCOMEX, a partir das informações
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prestadas pelo interessado (Regulamento Aduaneiro, art. 386, §§ 1º e 2º; Portaria Secex
nº 23, de 2011, art. 87).

É da competência da RFB a aplicação do regime, a fiscalização dos tributos


suspensos e a constatação do regular cumprimento pela importadora dos requisitos e
condições fixadas pela legislação pertinente, compreendendo esta última, após a
verificação da Secex (Portaria MEFP nº 594, de 1992).

Para o desembaraço aduaneiro da mercadoria a ser admitida no regime drawback


suspensão, será exigido termo de responsabilidade, que será constituído na própria
declaração de importação, da forma indicada na aplicação do regime de admissão
temporária (Regulamento Aduaneiro, art. 386, § 3º; IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 20, §
1º).

As exportações submetidas a despacho aduaneiro nos termos do artigo 11 da IN


RFB nº 1.415, de 2013 serão aceitas para fins de comprovação do adimplemento das
obrigações decorrentes da aplicação do regime de drawback (IN RFB nº 1.415, de 2013,
art. 12).

Admissão Temporária para Utilização Econômica

O Repetro é um regime de admissão temporária para utilização econômica com


dispensa do pagamento proporcional de tributos aduaneiros decorrentes da permanência
de bens no País em utilização econômica nas atividades de pesquisa ou produção de
hidrocarbonetos fluídos (Lei nº 9.430, de 1996, art. 79, § único; Regulamento
Aduaneiro, art. 376, inciso I, alínea “a” e 458, § 3º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 56, §
4º, inciso II, alínea “a”).

O regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica


é o que permite a importação de bens destinados à prestação de serviços a terceiros ou à
produção de outros bens destinados à venda, por prazo fixado, com pagamento dos
seguintes tributos federais incidentes na importação, proporcionalmente a seu tempo de
permanência no território aduaneiro (Regulamento Aduaneiro, art. 373; IN RFB nº
1.600, de 2015, art. 56).

O Repetro permite a aplicação do regime apenas para bens destinados às


atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural (Regulamento
Aduaneiro, art. 458, caput e § 3º.
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Os bens deverão ser de propriedade de pessoa sediada no exterior e importados
sem cobertura cambial diretamente pela operadora, por pessoa jurídica contratada por
ela em afretamento por tempo ou para prestação de serviços referentes a pesquisa e
produção de petróleo e de gás natural, por subcontratada desta ou por designada,
naquele contrato de afretamento por tempo ou de prestação de serviço, para promover a
importação dos bens quando a contratada não for sediada no País (Regulamento
Aduaneiro, art. 459, inciso II).

Influência do REPETRO no ICMS do Rio de Janeiro

O CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) elaborou em 2007 o


Convênio 130 que “dispõe sobre a isenção e redução de base de cálculo do ICMS em
operação com bens ou mercadorias destinadas às atividades de pesquisa, exploração ou
produção de petróleo e gás natural”. O convênio não é impositivo, apenas autoriza os
Estados a criarem as isenções e reduções da base de cálculo do ICMS nele estabelecidas
sob a observação das condições determinadas no mesmo.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro emitiu em 2008 o Decreto Estadual no


41.142 com a função de internalizar e dar vigor aos benefícios aplicados na forma
autorizada pelo Convênio.

O artigo 2º do Decreto concedeu isenção do ICMS aos bens destinados às


instalações de exploração de petróleo e gás natural que tenham sido importados sob o
regime aduaneiro especial de admissão temporária, segundo as normas aduaneiras
federais. Esta isenção pode ser substituída a qualquer tempo por redução da base de
cálculo de forma que a carga tributária seja igual a 1,5%, a critério do Secretário de
Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. A imposição desta carga tributária de ICMS
vigorará por prazo certo e poderá a qualquer tempo ser prorrogada ou reestabelecida.

No caso dos bens destinados às instalações de produção de petróleo e gás


natural, o artigo 1º do Decreto concedeu o benefício de redução da base de cálculo de
forma que a carga tributária fosse de 7,5% em regime cumulativo ou 3% em regime não
cumulativo.

O Legislador Estadual determinou que durante a fase de exploração, tendo em


vista a incerteza de sucesso na procura por jazidas de óleo e gás natural e e também ao
alto custo de investimento, isentou as empresas do ICMS na importação dos bens
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aplicados nesta fase. Já na fase de produção, onde se inicia o retorno financeiro, o
Governo concedeu uma considerável redução da base de cálculo do imposto.

O Convênio 130/07 e o Decreto Estadual 41.142/08 estabeleceram como marco


do início da fase de produção a aprovação do Plano de Desenvolvimento do Campo.

O Decreto 41.142/08 também isenta do ICMS as operações antecedentes à saída


destinada ao exterior de bens e mercadorias fabricados no país que venham a ser
subsequentemente importados sob o regime aduaneiro de admissão temporária. Tal
isenção também se aplica às operações realizadas sob o regime aduaneiro especial de
drawback desde que observados os dispositivos legais federais.

O Decreto 41.142/08 concede também isenção à importação de uma série de


bens classificados nos códigos da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias/Sistema
Harmonizado (NBM/SH) listados no Anexo Único do mesmo e que respeitem alguns
critérios:

 Equipamentos de uso exclusivo na fase de exploração de petróleo e gás


natural;
 Plataformas de produção que estejam em trânsito para reparo ou
manutenção, incluindo partes peças utilizados no conserto ou reparo;
 Equipamentos de uso interligado às fases de exploração e produção que
ingressem no território nacional para realizar serviços temporários no
país por um prazo inferior a 24 meses.

O Decreto 41.142/08 estabelece que o imposto é devido ao Estado onde ocorrer


a utilização econômica do bem.

Tributação do Repetro
Admissão Temporária (Arrendamento Mercantil) no STF

O Supremo Tribunal Federal decidiu afastar a incidência do ICMS sobre


operações de arrendamento mercantil internacional. De fato, no julgamento do Recurso
Extraordinário 540.829-SP, realizado sob o regime da repercussão geral, a Suprema
Corte fixou posição no sentido da não incidência do imposto estadual sobre a
importação de bens sem a correspondente transferência da propriedade. Ficou registrado
na ementa desta decisão que “a alínea „a‟ do inciso IX do § 2º do artigo 155 da
Constituição Federal, na redação da EC 33/2001, faz incidir o ICMS na entrada de bem
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ou mercadoria importados do exterior, somente se de fato houver circulação de
mercadoria, caracterizada pela transferência do domínio”.

Diante da posição adotada pelo STF, a Procuradoria Geral do Estado do Rio de


Janeiro editou o Ofício PGE/PG/PG2 862/2015, que formalizou a autorização aos
procuradores do estado para não recorrerem ou contestarem ações que questionem a
incidência do ICMS sobre importações que não configurem a transferência de
propriedade do bem importado. Ou seja, desde 2015 a Procuradoria Geral do Estado
deixou de defender o Estado do Rio de Janeiro em ações que postulavam o
reconhecimento do direito à não incidência do ICMS sobre importações de bens sob o
regime de admissão temporária.

No ano de 2016 a Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro editou a


Resolução 1.000. Este ato normativo, que teve por base a decisão proferida pelo STF no
Recurso Extraordinário 540.829-SP e também a posição da Procuradoria Geral do
Estado no Ofício PGE/PG/PG2 862/2015, em seu artigo 1º, estabeleceu que “fica
suspensa a lavratura de autos de infração e de notas de lançamento, em relação às
operações de importação feitas sem a transferência da propriedade”. Coerente com a
posição formalizada no artigo 1º, o artigo 4º da mesma Resolução determinou que “os
autos de infração e as notas de lançamento já lavrados na hipótese, de que trata o artigo
1º desta Resolução, devem ser cancelados”.

II. Arrecadação

Arrecadação do ICMS no RJ sob o regime do REPETRO


Verifica-se o impacto da não incidência do ICMS nos arrendamentos sem opção
de compra, a partir da decisão do STF de 24/10/2012, em 2012, arrecadou-se
aproximadamente 673 milhões de reais, já desfalcando a arrecadação do estado no
REPETRO em 2013 com queda de 82% na arrecadação e em 2014.

Em 2015 teve entrada de novas plataformas de petróleo que as empresas


optaram pelo pagamento das mesmas, ao invés de recorrer à via judicial com a decisão
do STF. Em 2016 e 2017 as empresas que ainda pagavam o ICMS Importação do
Repetro decidiram não mais optar pelo pagamento em função do Ofício PGE/PG/PG2
862/2015 e a Resolução SEFAZ n° 1.000/2016 e com isso a arrecadação nestes anos foi
ínfima, tendendo a valores mínimos.
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Tabela: Arrecadação Repetro por ano

ANO R$
2011 453.803.722,80
2012 673.034.951,30
2013 115.609.581,40
2014 186.319.079,01
2015 524.342.234,29
Fonte de dados: SISCODI/SEFAZ - os valores podem ser maiores, pois há DIs que não são encaminhadas
pela RFB e/ou enviadas com erro e não lidas pelo sistema da SEFAZ.

III. Medidas para Aumentar Arrecadação com o Repetro

Alteração na Constituição Federal e/ou na Lei Kandir

Torna-se necessária a alteração na Lei Complementar no 87/96 (Lei Kandir) e/ou


a Constituição Federal com a finalidade de tornar definitiva à incidência do ICMS
Importação sobre o arrendamento mercantil.

Alterações necessárias:

1. Revogar o inciso VIII, art 3º da LC 87/96, haja vista que de acordo com a
Emenda Constitucional no 33/2001, não interessa a finalidade do bem ou
mercadoria importados. Esta mudança incluiria também o caso de admissão
temporária proporcional, prevista no Convênio ICMS 58/99. Neste caso, quando
há cobrança proporcional de impostos federais pela União, haveria cobrança de
ICMS na mesma proporção;
2. Inserir texto no inciso VII da LC 87/96, normatizando que “a não incidência do
Inciso VIII não compreende as operações de arrendamento mercantil
internacional”.

A revogação do inciso VIII tem seu entendimento técnico fortalecido na


regulamentação normativa IN no 1.361/2013 da RFB, que dispõe sobre a aplicação dos
regimes aduaneiros especiais de admissão temporária e exportação temporária, onde se
considera as Importações por Arrendamento Mercantil dentro do rol de admissão
temporária e alcançaria o REPETRO que pertence ao regime especial Admissão
Temporária para Utilização Econômica.

No Estado do Rio de Janeiro a Admissão Temporária para Utilização Econômica


encontra-se na Cláusula Segunda do Convênio ICMS 58/99, no Inc. I, Art. 13, Livro XI
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do Decreto no 27.427/2000 (RICMS RJ), no Convênio 130/2007 (REPETRO) e no
Decreto no 41.142/2008 (REPETRO).

Emenda Constitucional – PEC

Existe uma proposta de emenda constitucional, PEC 150/2015, que trata da


cobrança de ICMS Importação, inclusive nos casos de arrendamento mercantil. Esta
PEC encontra-se atualmente na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
(CCJC) da Câmara dos Deputados.

Ementa (PEC 150)


Altera a alínea "a" do inciso IX do § 2º do art. 155 da
Constituição Federal, para dispor que incide o imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação na entrada de bem
proveniente do exterior, ainda que a importação seja relativa
a operação de arrendamento mercantil com ou sem
possibilidade de transferência ulterior de propriedade.

Descaracterização do Arrendamento Mercantil

Em alguns casos existe a possibilidade de descaracterização da operação de


arrendamento mercantil, utilizando e a caracterização de operação de arrendamento
financeiro ou de uma operação de compra e venda, em ambos os casos existiria a
cobrança de ICMS Importação. Um exemplo claro é da Petrobras que utiliza na
operações de arrendamento mercantil a sua subsidiária localizada na Holanda, Petrobras
Netherlands. Como base legal para descaracterização do arrendamento mercantil temos
o Art. 13 e o Art. 28 da Resolução do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central
do Brasil no 2.309 de 28 de Agosto de 1996, que trata das operações de Arrendamento
Mercantil, os quais são reproduzidos abaixo:

Art. 13. As operações de arrendamento mercantil contratadas


com o próprio vendedor do bem ou com pessoas a ele
coligadas ou interdependentes somente podem ser contratadas
na modalidade de arrendamento mercantil financeiro,
aplicando-se a elas as mesmas condições fixadas neste
Regulamento.
Art. 28. Às sociedades de arrendamento mercantil e às
instituições financeiras citadas no art. 13 deste Regulamento é
vedada a contratação de operações de arrendamento
mercantil com:
I - pessoas físicas e jurídicas coligadas ou interdependentes;
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II - administradores da entidade e seus respectivos cônjuges e
parentes até o segundo grau;
III - o próprio fabricante do bem arrendado.

IV. Estimativa de Arrecadação - Repetro

Premissas

1. Mantenha os contribuintes atuais


2. Que não tenha alterações significativas na economia fluminense
3. Que não tenha alterações significativas na economia nacional
4. Aprovação da PEC 150/2015

Caso as medidas propostas acima sejam aprovadas, estima-se que a arrecadação do


ICMS Importação sobre o Repetro do Estado do Rio de Janeiro volte aos patamares
médios de 2011, 2012 e 2015. Os dados dos anos de 2013 e 2014 não foram
considerados no cálculo médio pelo motivo da arrecadação ter sido bem abaixo da
normalidade devido ao impacto na época da decisão do STF. Também não foram
considerados os valores dos anos de 2016 e 2017 pelo impacto do Ofício PGE/PG/PG2
862/2015 e da Resolução SEFAZ n° 1.000/2016.

Como uma das premissas depende de aprovação na esfera federal de Projeto de Emenda
Constitucional (PEC 150/2015), considera-se que a proposta se efetivará apenas a partir
de meados mês de julho de 2018.

Tabela: Estimativa da Arrecadação do Repetro por ano*

ANO R$
2018 250.000.000,00
2019 550.000.000,00
2020 550.000.000,00
*Valores estimados, considerando aprovação da PEC 150/2015, baseado em médias dos anos 2011, 2012
e 2015, períodos no qual a arrecadação do REPETRO foi considerada dentro da normalidade e também
não tiveram impacto significante de decisões envolvendo arrendamento mercantil.

Riscos Associados

1. Arrecadação do ICMS Importação do REPETRO continuar baixa, caso não seja


aprovada a PEC 150/2015.
2. A manutenção do Decreto Legislativo nº 2/2016, que susta os efeitos do Decreto
do Governador nº 41.142/2008 (isenção e redução de base de cálculo do ICMS
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em operações amparadas pelo Repetro), forçando as operações das empresas
serem feitas por outros estados.

V. Conclusão

Essa medida será monitorada por meio de relatórios de acompanhamento da


arrecadação, elaborados pela AFE-02 com base nos dados do Sistema de Arrecadação e,
estima-se, desde que sejam observadas as premissas da medida, que a arrecadação se
comporte conforme tabela abaixo.

Tabela: Estimativa da Arrecadação do REPETRO por ano*

ANO R$
2018 250.000.000,00
2019 550.000.000,00
2020 550.000.000,00
2021 550.000.000,00
2022 550.000.000,00
2023 550.000.000,00
*Valores estimados, considerando aprovação da PEC 150/2015, baseado em médias dos anos 2011, 2012 e 2015,
períodos no qual a arrecadação do REPETRO foi considerada dentro da normalidade e também não tiveram impacto
significante de decisões envolvendo arrendamento mercantil.

Após o julgamento do Recurso Extraordinário 540.829-SP, realizado sob o


regime da repercussão geral, pelo Supremo Tribunal Federal; o Ofício PGE/PG/PG2
862/2015 e a Resolução 1.000/2016 o Estado do Rio de Janeiro teve uma queda
significativa de arrecadação com o ICMS Importação do REPETRO e caso sejam feitas
as alterações mencionadas, a arrecadação deve voltar aos parâmetros de 2015.

Medidas de alteração da LC 87/96, aprovação da PEC 150/2015 e medidas


judiciais de descaracterização do arrendamento mercantil são propostas viáveis que
tendem a recuperar em parte a arrecadação com o ICMS Importação do REPETRO.

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