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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ

CAMPUS PARANAGUÁ

ADRIANE FERREIRA
DANIELE RICARDO DE OLIVEIRA
GABRIELA LUISA MOCELIN DOS SANTOS
LETÍCIA GIMENES VERNIZI

A Educação Especial no Ensino de Jovens e Adultos

Trabalho apresentado no curso de Letras na Universidade Estadual do


Paraná – Campus Paranaguá, na disciplina de Políticas Educacionais,
ministrada pelo professor Ubiratã, como requisito básico de
composição da nota bimestral.

Paranaguá
2019
A abordagem deste trabalho é realizar uma analise comparativa entre três
artigos que tratam como está sendo realizada o ensino de jovens e adultos que
possuem deficiências e ou necessidades especiais. Os artigos trazem dados
bibliográficos e quantitativos acerca dos estudos teóricos sobre esse tema, o que
demonstra uma preocupação por parte dos pesquisadores, em que se é necessária
uma medida emergencial para melhorar o ensino a essas pessoas.
Com a leitura atenta aos artigos, é possível perceber uma ideia central que
conciliam os mesmos, que é a ineficácia do ensino da Educação Especial na
Educação de Jovens e Adultos, alias a própria Educação de Jovens e Adultos no país
é ineficaz em vários aspectos, nesse sentido quando incluímos ainda a Educação
Especial nesse ensino, observamos o quanto o país precisa desenvolver-se em amplo
aspecto educacional, envolvendo recursos financeiros, planos e diretrizes a longo
prazo com o intuito de atingir todas modalidades de ensino existentes na Lei de
Diretrizes e Bases. De acordo com a autora Siems: “Tradicionalmente a EJA,
pulverizada entre perspectivas assistencialistas e compensatórias, foi sendo
incorporada – a exemplo do que ocorreu com a Educação Especial” (SIEMS, 2012, p.
66).
Partindo agora, para uma analise mais atenta a Educação Especial no EJA, é
possível perceber que nos últimos anos ocorreram uma busca maior por parte desses
alunos nesta modalidade de ensino, e nos artigos são elencados motivos para essa
ocorrência, um deles é as várias repetições, e evasões que esses alunos passaram
quando estavam matriculados na educação formal, onde acabam retornando ao EJA
em busca do direito do ensino que não obtiveram, contudo apenas a presença do
aluno de Educação Especial na EJA não é suficiente para que o seu direito a uma
educação de qualidade seja garantido, ao contrário, se não houver uma
intencionalidade pedagógica que viabilize a emancipação dos jovens e adultos, a EJA
poderá ser um espaço de desaparecimento do sujeito. Desse modo, serão pertinentes
alguns questionamentos acerca da Educação Especial na EJA:

A EJA está se consolidando como mais um espaço de segregação aos alunos


da EE ou como uma possibilidade de transformação social, haja vista uma
disposição, em nível nacional, de uma estrutura denominada EJA Especial
ocorrendo em classes e instituições especiais? Isso pode parecer um
retrocesso, ao tangenciar as políticas de inclusão (BRASIL, 2008 apud
CABRAL, BIANCHINI, GONÇALVES, 2018, P. 590).
Nesse sentido, a politica educacional necessita estabelecer metas mais
especificas, e que tenham uma continuidade, propostas que possam ser
verdadeiramente efetivadas, ou seja, é preciso haver uma continuidade das políticas
educacionais para a EJA, como salienta Saviani: “Portanto, a política educacional
precisa levar em conta essa peculiaridade e formular metas não apenas de curto mas
de médio e longo prazo e instituir propostas que possam, de fato, ser implementadas
e avaliadas (...)” (SAVIANI, 2008, p. 271, apud CABRAL, BIANCHINI, GONÇALVES,
2018, P. 598).
Como estamos pontuando, a EJA para a Educação Especial ainda tem muitos
pontos a serem melhorados, um deles é da acessibilidade pedagógica a esses alunos,
que devem ser garantidos o Atendimento Educacional Especializado (AEE) no
contraturno (na forma complementar para os alunos com deficiência e transtornos
globais do desenvolvimento e na forma suplementar para os que apresentam altas
habilidades/superdotação), fato que por motivos externos não é garantido, conforme
saliente as autoras: A organização do atendimento deve prever a identificação,
elaboração e organização de recursos de acessibilidade e pedagógicos ofertados em
turno inverso ao da escolarização. (CAMPOS e DUARTE, 2011, p. 274).
Segundo o decreto n. 6571 de 2008 o Atendimento Educacional Especializado
é o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados
institucionalmente, prestado de forma a complementar ou suplementar a formação dos
alunos no ensino regular constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É
realizado, preferencialmente, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado
Sala de Recurso Multifuncional, como define o Ministério da Educação, sobre essas
salas:

As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos,


mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento
educacional especializado. Embora as salas de recursos já existissem como espaço
de realização do trabalho da educação especial em muitas redes de ensino no país,
a versão atual, denominada multifuncional, foi concebida com um incremento nos
elementos ligados à acessibilidade e tecnológicos (BRASIL, 2009 apud CAMPOS e
DUARTE, 2011, p. 275).

Com o intuito de conhecer melhor a rotina, e verificar como se constitui a


parceria entre o AEE e a EJA, as pesquisadoras Juliane Campos e Marcia Duarte,
realizaram uma pesquisa numa escola da região central do estado de São Paulo, onde
propuseram a entrevistar os docentes de uma escola de ensino fundamental que
possui alunos com deficiência matriculados na modalidade EJA. Nessa pesquisa,
como pode observar-se no artigo, teve o intuito de verificar o percurso escolar do aluno
com deficiência da EJA, as expectativas da família sobre a EJA, o trabalho da
professora do AEE com os alunos com deficiência, parceria entre a professora do AEE
e os professores da EJA.
Ao analisar no artigo, a fala da professora entrevistada na pesquisa, foi possível
observar que havia uma falta de comunicação entre a professora do AEE, e a
professora da EJA , pois as adaptações necessárias para garantir condições de
aprendizagens efetivas e significativas, não estavam sendo realizadas, ou seja, não
haviam uma intencionalidade em comum em suas práticas pedagógicas, ao contrário
do que deveria ocorrer, como salienta as pesquisadoras:

Os professores das escolas comuns deveriam articular-se com os professores da


educação especial, no sentido de obter o suporte necessário para garantir que os
alunos com deficiência consigam aprender os conteúdos do currículo e atividades
que garantam a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela. (CAMPOS e DUARTE, 2011, p. 281)

Como visto, este é um exemplo de como a parceria entre a EJA e a Educação


Especial não acontece de forma efetiva.
No artigo da autora Maria Edith Romano Siems, discute a respeito da
necessidade de reconhecimento da educação como direito social de todos os seres
humanos, independentemente de sua condição biológica ou faixa etária, nesse
sentido, a autora se embasa em Arroyo (2006) trazendo elementos para refletir acerca
da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Especial, como campos que
emergem na medida em que se desenvolva o olhar sobre a educação como direito
social de todos os seres humanos:

Se pretendemos reconfigurar a Educação de Jovens e Adultos, teremos que


começar por reconfigurar a estreiteza com que vem sendo equacionado o
direito à educação em nossa tradição política e pedagógica. O embate tem
de se dar no campo do alargamento dessa estreita concepção dos direitos
sociais, humanos. A história mostra que o direito à educação somente é
reconhecido na medida em que vão acontecendo avanços sociais e políticos
na legitimação da totalidade dos direitos humanos. [...] Teimar em reduzir
direitos a favores, à assistência, à suplência, ou a ações emergenciais é
ignorar os avanços na construção social dos direitos, entre eles à educação
de jovens e adultos. (ARROYO, 2006, p. 28 apud Siems)
No mesmo artigo, a autora ainda discute de que forma a Educação de Jovens
e Adultos e a Educação Especial se entrelaçaram, para isso ela faz uma retomada
histórica, onde mostra quais os pontos em que essas duas modalidades de educação
convergiram, a princípio refere-se a ineficiência do estado em oferecer a educação
para pessoas que excederam a faixa etária regular, outro ponto é a ineficácia do poder
público em garantir a educação das pessoas com deficiência transferindo essa tarefa
para organizações não governamentais, ou seja, a Educação de Jovens e Adultos é
ofertada com o intuito mais voltado para o comunitário, e Educação Especial com fins
assistenciais e até mesmo medicalistas. De forma geral, o que era ofertado era mais
atrelado aos saberes biológicos e psicológicos, acerca da condição dos indivíduos,
deixando de lado os aspectos pedagógicos de atuação dos profissionais, junto aos
diferentes sujeitos da educação. Como a autora coloca:

Dessa forma, ainda carecemos de avanços no campo do pensamento


pedagógico, no sentido de se estudar e propor constituições curriculares
diversas para o campo da Educação de Jovens e Adultos, não mais entendida
como espaço compensatório de defasagens sociais e portanto, transitórias,
mas como demanda real do campo da Educação, de entende-la como espaço
onde as demandas de saberes (enquanto conteúdos) e de práticas (enquanto
processo didático-pedagógico) são específicas, peculiares. (SIEMS, 2012, p.
69)

Como pode observar, nos três artigos, são colocadas considerações a respeito
da carência de estudos específicos, que contemplem as discussões a respeito da
Educação Especial na EJA, há poucas pesquisas a respeito desse tema, isso não
deixa de demonstrar um certo desinteresse sobre essas modalidades de ensino em
conjunto. Com isso, pode-se dizer que há um despreparo de profissionais para
atuarem na EJA com enfoque na Educação Especial, fato preocupante pois como
sabemos nos documentos oficiais é colocado que “Toda pessoas tem direito a uma
educação de qualidade”, e quando não há o preparo de profissionais, esse quesito
não é contemplado. Os artigos propõem que há uma necessidade de reflexões e
debates acerca do ensino para as pessoas com deficiência na EJA, tendo assim um
preparo e um olhar mais atento aos trabalhos e práticas pedagógicas que oportunizem
saberes com significados aos alunos desta modalidade de ensino, visando a inserção
dessas pessoas nos âmbitos socias e culturais que os cercam.
Considerações finais

Como visto nos três artigo que embasaram nossa pesquisa aqui apresentada,
pode-se gerar uma reflexão acerca da Educação de Jovens e Adultos, onde é um
espaço que precisa ter um olhar mais atento e com mais cuidado por parte das
políticas públicas, pois carece de profissionais e instrumentos adequados para esse
ensino.
Temos que ter em mente que as pessoas que procuram esse ensino, elas estão
em busca de uma perspectiva nova para seus futuros, e não somente de um diploma
que concluiu seus estudos básicos, isso engloba as pessoas com deficiência ou não,
pois todas têm suas história e querem ter sua voz ouvida por parte da sociedade.
Pode-se observar também, que os caminhos da Educação de Jovens e Adultos
e da Educação Especial cruzam-se na medida em que se têm pouco cuidado com
essas modalidades de ensino, que são vistas na maioria das vezes como
assistencialistas, sendo assim, as organizações e as práticas educativas efetivas
ainda estão em fase de amadurecimento.
Quando colocamos essa problemática, estamos visando que os alunos da
Educação Especial que procuram o Ensino de Jovens e Adultos, não estão a procura
e não merecem que esse espaço seja de segregação e de desaparecimento do sujeito
deles, pois isso ocorre fortemente já quando eles passam pela educação formal,
nesse sentido que é preciso que obtenha-se planos e matrizes que realmente estejam
interessadas na formação ampla dessas pessoas, formação essa que inclui a
socialização e a aprendizagem dessas pessoas.
Então, somente para finalizar essa pesquisa nesse momento, pois nós cremos
que a luta por uma educação de qualidade a todas as modalidades de ensino está
longe de acabar, nós colocamos que as barreiras de pré conceitos acerca da
Educação de Jovens e Adultos e da Educação Especial precisam cair, ou seja, é
preciso que o conceito que essas modalidades são apenas assistencialismo acabe,
para que então tenha um cuidado maior, e que seja revista as propostas políticas
pedagógicas. Como já foi relatado nessa pesquisa, a educação é um direito de todos,
e a escola/ensino são a porta de perspectiva e esperança de muitas pessoas para
transformar suas realidades, a partir do conhecimento social e científico que lhe são
oferecidos.

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