Efeito do Grão Ultrafino no Comportamento Mecânico do Aço Nb-Ti de Laminado
a Morno O refinamento do grão ferrítico é um dos principais objetivos do desenvolvimento de aços baixo carbono, uma vez que confere alta resistência mecânica, alta tenacidade e boa soldabilidade ao mesmo. Desse modo, é essencial o acréscimo de microligantes ao aço, visto que isso facilita o processamento térmico e mecânico dele, sendo os elementos adicionados neste estudo o Nb e o Ti. O tamanho industrial padrão do grão ferrítico é na ordem de 5 µm, ao passo que um grão ultrafino tem em torno de 2 µm. Para a obtenção dessa estrutura ultrafina, os aços devem ser submetidos a tratamentos térmicos combinados com trabalho a morno e recozimento, o que leva à formação de um constituinte denominado MA (martensita- austenita). A combinação de carbetos com a ferrita levam a um aumento da resistência mecânica, mantendo uma considerável ductilidade. Com a análise precisa da composição química em %peso dos elementos constituintes do aço, bem como padronização das amostras, iniciou-se o processamento das mesmas. A primeira etapa é austenitização do aço a 900 ºC, seguida da têmpera em salmora e gelo. Após a têmpera, há um novo aquecimento até 740ºC por 30 minutos e laminação do resultante a 700 ºC em três passes com redução de 20% da espessura em cada passe. Por fim, ocorreu o recozimento intercrítico em tempos variados nas temperaturas de 550º ou 800ºC. Fazendo uma análise mais apurada dos processos aplicados, tem-se que após o recozimento a 550ºC ocorre o revenimento da martensita-austenita, que se transforma em ferrita e cementita, sendo a última acumulada nos contornos de grão ferríticos. Com o passar do tempo, há uma recristalização intensa e homogênea (imediatamente após o recozimento, há uma recristalização não homogênea), seguida pelo crescimento do grão. Já para o recozimento a 800 ºC, a fração volumétrica da martensita-austenita aumenta a medida que o tempo de recozimento aumenta, uma vez que, com a maior homogeneização da austenita, há um aumento de sua temperabilidade (influenciada pelos elementos de liga), levando à sua transformação em MA. Porém, o percentual de MA, após o resfriamento ao ar, é aixo, pois há tempo suficiente para a transformação da austenita em ferrita e carbonetos. Com o recozimento a 550 ºC, a resistência mecânica e tenacidade diminuem com o tempo, e, no recozimento 800 ºC, há também redução da resistência mecânica, porém, com aumento da ductilidade. Logo, administrar corretamente tais tempos de recozimento é essencial para a manutenção das propriedades de interesse. De modo geral, esse processo de tratamento permite a fabricação de grãos ferríticos de tamanho médio entre 1,3 µm e 3,5 µm, que apresentam alta resistência à tração (entre 600 e 660 Mpa), sendo o recozimento a 800 ºC o que demonstra o melhor balanço resistência-tenacidade.