Caderno de Formação

Módulo 2

Governando
sem medo de ser feliz

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 Sob o mesmo céu A gente vem do pampa A gente traz um desejo
Cada cidade é uma aldeia vem do cerrado de alegria e de paz
Uma pessoa! vem da megalópole E digo mais:
Um sonho, uma nação vem do Pantanal A gente tem a honra
Sob o mesmo céu de estar ao seu lado
Meu coração (...) A gente veio do futuro
Não tem fronteiras (...) conhecer nosso passado... A gente veio do futuro
conhecer nosso passado...
A gente vem A gente vem
do tambor do Índio do rap, da favela Brasil!
A gente vem de Portugal A gente vem Com quantos Brasis
Vem do batuque negro do centro do subúrbio se faz um Brasil?
A gente vem da periferia, eh! Com quantos Brasis
do interior e da capital A gente vem se faz um país?
A gente vem da maré, das palafitas Chamado Brasil!
do fundo da floresta vem dos Orixás da Bahia
da selva urbana Sob o mesmo céu
dos arranha-céus (Lenine e Lula Queiroga)

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 Caderno de Formação
Módulo 2

Governando
sem medo de ser feliz

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 GOVERNANDO SEM MEDO DE SER FELIZ

Ricardo Berzoini Presidente Fundação Perseu Abramo

Comissão Executiva Nacional Instituída pelo Diretório Nacional do PT em maio de 1996.
(Gestão 2008 a 2010)
Diretoria
Aloizio Mercadante, Arlete Sampaio, Cândido Vacarezza, Nilmário Miranda Presidente
Carlos Henrique Árabe, Cida Abreu, Fátima Cleide, Elói Pietá Vice-presidente
Gleber Naime, Humberto Costa, João Felício, Flávio Jorge Rodrigues da Silva Diretor
Jorge Coelho, José E. Cardozo, José Mentor, Iole Ilíada Lopes Diretora
Júlio Barbosa, Laisy Molière, Marco Aurélio Garcia, Paulo Fiorilo Diretor
Maria do Carmo Lara, Maria I. Tamboril, Marinete Merss, Selma Rocha Diretora
Morgana Eneile, Paulo Ferreira, Paulo Frateschi,
Renato Simões, Romênio Pereira,Severine Macedo, Fundação Perseu Abramo
Sheila Oliveira, Valter Pomar. Rua Francisco Cruz, 234 - 04117-091 – São Paulo/SP – Brasil
Fone: (11) 5571-4299 – Fax: (11) 5573-3338
Diretório Nacional do PT E-mail: fpabramo@fpabramo.org.br
Rua Silveira Martins, 132 - 01019-000 – São Paulo/SP – Brasil Na internet: www.fpabramo.org.br
Fone: (11) 3243-1313 – Fax: (11) 3243-1300
E-mail: formacao@pt.org.br
4 Na internet: www.pt.org.br

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 Apresentação
O projeto do PT para o Brasil
A história do PT é também a história da construção do nosso projeto democrático e popular para o Brasi, construído na
teoria e na prática, na política institucional e nas lutas populares. As experiências do PT nos executivos e legislativos munici-
pais, estaduais e federais têm sido parte fundamental dessa construção. A essência dessas experiências, conhecida como o
modo petista de governar, tem entre seus alicerces a participação popular, a ampliação dos espaços públicos de participação
social, a inversão de prioridades na orientação das políticas públicas para a grande maioria da sociedade que historicamente
foi excluída de seus benefícios. Esses eixos também marcam a atuação do PT no Legislativo, nos mandatos municipais, esta-
duais e no Congresso Nacional, configurando um modo petista de legislar, importante diferencial da ação coletiva de nossas
bancadas.
A partir de 2003, as ações do presidente Lula e nossa participação no governo Federal permitiram ao PT dar início a trans-
formações profundas no Brasil. Pudemos, assim, começar a efetivar de maneira mais decisiva nosso projeto para o país. Uma
síntese desse projeto está expressa em nossos programas de governo, apresentados nas cinco eleições presidenciais que dis-
putamos com Lula: 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Eles refletem nosso diagnóstico, nossa análise sobre a realidade brasilei-
ra em cada momento histórico e também o aprendizado coletivo proporcionado pelas experiências do PT nos governos, par-
lamentos e na atuação da militância nos movimentos social, sindical e popular.
As bases do projeto para “O Brasil que queremos” encontram-se no programa histórico do PT, que tem como objetivo a
construção do socialismo democrático. É nesta perspectiva que nossos programas de governo apontam ações emergenciais,
políticas de curto e médio prazos a serem implementadas e propostas de reformas estruturais que, em alguns casos, pressu-
põem um processo prolongado de mudanças. Os princípios que orientam essas propostas de ação, bem como o que repre-
sentam em termos de conquistas democráticas e de avanços na luta pela igualdade social, combinam-se com o nosso hori-
zonte estratégico de construção: uma sociedade socialista e democrática.
Neste segundo módulo do Caderno de Formação – Governando sem medo de ser feliz –, apresentamos breves resumos dos pro-
gramas de governo do PT relacionando-os com os momentos históricos e conjunturas específicas, para indicar como foi se
constituindo a proposta de um projeto nacional de desenvolvimento que o governo Lula começa a tornar realidade. Apresen-
tamos um resumo das ações do governo Lula, organizado em cinco blocos: Desenvolvimento Econômico Sustentável, Políti-
cas Sociais, Direitos Humanos e Combate à Discriminação, Participação Popular e Política Externa. Por fim, indicamos os de-
safios que ainda temos na construção do projeto do PT para o Brasil, tanto do ponto de vista da consolidação das conquistas
já efetivadas, quanto de sua articulação com a realização dos compromissos históricos e dos objetivos estratégicos do Parti-
do dos Trabalhadores. 5
Boa leitura!

RICARDO BERZOINI CARLOS HENRIQUE ÁRABE NILMÁRIO MIRANDA SELMA ROCHA

Presidente do Diretório Secretário de Formação Política Presidente da Fundação Diretora responsável
Nacional do PT do Diretório Nacional do PT Perseu Abramo do Núcleo de Formação da
Fundação Perseu Abramo

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 GOVERNANDO SEM MEDO DE SER FELIZ
Caderno de Formação - Módulo 2
GOVERNANDO SEM MEDO DE SER FELIZ

Publicação da Secretaria de Revisão

Formação Política do Diretório Cecília Figueiredo
Nacional do PT e da Fundação
Perseu Abramo Projeto gráfico e diagramação
Caco Bisol
Organizadores
Núcleo de Formação da Fundação Ilustração
Perseu Abramo Vicente Mendonça
Coordenadora: Regina Queiroz.
Natalina Ribeiro, Jupira Cauhy, José Colaboração
Cavalli, Antonio Carlos Granado Equipe da Secretaria de Formação
Política do Diretório Nacional do PT:
Presidente da Fundação Perseu Jaime Cabral Filho, Olga Fontans Fontan
Abramo
Nilmário Miranda

Coordenação editorial Tiragem

Selma Rocha, Carlos Henrique Árabe, 50.000 exemplares
Jaime Cabral Filho, Cecília Figueiredo
Impressão
Produção de textos Bangraf
6 Cecília Figueiredo, Edmo Cunha
Pereira, Natalina Ribeiro, Sérgio Alli São Paulo, março de 2010

Todos os direitos reservados ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores e à Fundação Perseu Abramo.

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 Índice
Apresentação

Introdução
8

Os programas
de governo
12

Governando o Brasil:
a esperança vence o medo
24

O projeto do PT
e o futuro
50

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 INTRODUÇÃO
GOVERNANDO SEM MEDO DE SER FELIZ

Introdução

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 s eleições nacionais possibilitaram
ao PT, apesar de todas as
dificuldades em relação ao tempo de
televisão, à ação da mídia e à virulência
dos adversários políticos e das forças
conservadoras, apresentar à sociedade
seu programa político e disputar
hegemonia tornando-se referência para
amplos setores da sociedade brasileira.
Por essa razão é imprescindível o
conhecimento dos programas de
governo que sustentaram a candidatura
Lula desde 1989. Os programas
resultaram das formulações e propostas
petistas e das contribuições dos
partidos que integraram as frentes
políticas que sustentaram as três
candidaturas de Lula antes da vitória.
O PT, como partido hegemônico
dessas frentes políticas, definiu as linhas
centrais dos programas. Esses processos
ocorreram em momentos históricos
distintos e em conjunturas políticas
específicas, o que tornou o desafio
ainda maior para tecer a relação entre o
projeto estratégico e o programa de
governo em cada período. Podemos
dizer que o PT procurou estabelecer a
relação entre o projeto do socialismo
democrático e os programas de governo
para as eleições nacionais, a partir do
programa democrático e popular
construído e atualizado em seus
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Encontros e Congressos. Tudo isso nos
marcos de um vivo e intenso debate
interno, somente possível em função da
existência da democracia partidária, um
patrimônio da luta dos/as trabalhadores/
as brasileiros/as.
Dessa forma, os programas de
governo buscaram sinalizar a
necessidade de um novo projeto
nacional calcado na perspectiva de uma
nova prática democrática e um novo
modelo de desenvolvimento econômico.
A tradução desse projeto teve ênfases
distintas em razão da avaliação das
situações específicas.
Assim, se em 1989 parte do programa
democrático apresentado nas eleições
apontava a necessidade da extinção da
tutela militar e soberania do poder civil,
como condição de superação do legado
ditatorial, também indicava avanços
importantes em relação ao
aprofundamento da democracia no país,
como a participação popular nas
decisões de governo e controle social
sobre os órgãos da administração
pública.
Nos programas posteriores, as
propostas relativas à reforma do estado
e à reforma política ganharam espaço
como parte da perspectiva de
radicalização da democracia política,
indissociável da expansão da
democracia econômica e social. Essa
perspectiva teve maior ênfase nos
processos eleitorais de 1998 e 2002,
devido à desqualificação das políticas
públicas e dos ataques às organizações
e experiências de participação política
dos/as trabalhadores/as levada a efeito
pelos governos neoliberais.
O novo modelo de desenvolvimento
proposto para o país desde 1989
centrava no desenvolvimento com
distribuição de renda, da propriedade e
do poder político. E, de forma
combinada, aparecia a dimensão da
contribuição brasileira para um novo
ordenamento internacional, para
garantir os direitos dos povos à paz, à
soberania, à solidariedade e à dignidade
das condições de vida. Também
integravam essa proposta, a superação
da miséria, a preservação ambiental e a
garantia dos direitos fundamentais
(sociais e humanos) a partir do respeito
às diferenças de ideias, religiões, etnias,
gênero, idade, orientação sexual e
opções de vida, em coerência com a
defesa intransigente realizada pelo PT, 9
desde a sua fundação, da promoção da
igualdade racial e gênero.
A partir de 1994, a constituição de
um mercado interno de consumo
ganhou significativa dimensão na
elaboração programática. No contexto
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 INTRODUÇÃO
do programa nacional, esta questão
deveria promover a qualidade e a defesa
da vida, além da preservação ambiental.
Distribuir e crescer estavam no centro
do programa.
Essas formulações foram
desenvolvidas no programa de governo
de 1998, que recebeu o acréscimo de
um programa de medidas emergenciais
em face da crise, da instabilidade, do
desemprego e das condições de pobreza
do Brasil.
Em 2002, após oito anos de
neoliberalismo, o programa para as
eleições se organizava em três eixos: o
social, o democrático e o nacional,
como alternativa de conjunto ao
desmonte da nação levado a efeito
pelos governos de Fernando Henrique
10 Cardoso.
Em 2006, o quadro era outro no
Brasil. O programa apresentado reunia
propostas que incentivavam o avanço
das transformações no país, nos marcos
do projeto nacional em curso.
A avaliação do Brasil após o segundo
governo do presidente Lula nos
remeterá à reflexão de um conjunto de
questões. Primeiramente, à avaliação da
natureza das mudanças realizadas no
país que, conforme apontou o 3º
Congresso, definem o governo Lula
como um governo de esquerda,
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referência para a América Latina e para o
mundo. Podemos afirmar que a
extensão e profundidade das políticas
realizadas, no contexto do projeto de
desenvolvimento em curso, só foram
possíveis em função da presença do PT
no governo, como interlocutor
privilegiado das forças sociais, políticas
e econômicas que estão comprometidas
com a transformação do Brasil. Por sua
vez, a vocação transformadora do
programa do PT deriva de seu projeto
estratégico: a construção do socialismo
democrático. O programa do PT, não
sendo necessariamente coincidente com defendia a proposta de uma candidatura
o programa de governo, contribui para presidencial, uma plataforma de governo
alavancar as mudanças em direção à capazes de constituir uma frente de
superação das desigualdades, à justiça partidos, segmentos sociais,
social, à garantia de direitos e à personalidades e entidades
ampliação e fortalecimento dos espaços democráticas. O PT pretendia assim
e possibilidades de participação social, apresentar a candidatura de Lula à frente
incentivando a participação de de oposições, formada pelo PDT, PCdoB
trabalhadores/as e explicitação dos e PSB, e estabelecer diálogo com o
conflitos sociais em todos os campos. PMN, PSTU e PCB. Desta forma, indicava
Em segundo lugar, à questão da que a frente poderia exercer forte
construção da hegemonia e política de atração sobre dissidências de outros
alianças. O PT desde o 11º Encontro partidos, sobretudo o PMDB.
Nacional (1997) - apoiado na experiência Sob essa análise, o Encontro de 1997
do Bloco das Oposições no Congresso autorizou o Diretório Nacional
Nacional e na atuação da Frente estabelecer uma política de alianças
composta pelo PT, PDT, PSB e PC do B mais ampla que o campo democrático-
destinada a enfrentar as medidas popular, sem que representasse a
antipopulares do governo FHC – desfiguração do programa partidário.
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 A política definida para 2002, no 12º
Encontro Nacional (Olinda, em 2001),
previa que no segundo turno das
eleições presidenciais, além das forças
do campo democrático-popular, a
candidatura Lula agruparia todos/as
aqueles/as que se opunham ao projeto
neoliberal, e que após a vitória eleitoral
se ocuparia da construção de uma
ampla base social e política que desse
sustentação ao programa de
transformações.
Nessa direção foram estabelecidas as
diretrizes para 2006. Nossos objetivos
centrais foram: vencer as eleições
presidenciais, impedindo que os
neoliberais reconquistassem o governo
federal; ampliar a força do PT e das
forças democráticas e populares,
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criando uma das condições necessárias
para realizar a transição do modelo
econômico e social; e eleger mais
representantes de esquerda, em
particular petistas, ao Senado, à Câmara
dos Deputados, às assembleias
legislativas, aos governos estaduais. O
PT definiu também buscar a construção
de uma sólida aliança com os
movimentos sociais, a intelectualidade
progressista e os setores populares
identificados com o governo do
presidente Lula.
Nossa resolução afirmava a
necessidade, no segundo mandato, de
uma governabilidade de novo tipo,
baseada na combinação adequada entre
força parlamentar, presença em governos
estaduais e municipais, mobilização e
participação organizada da sociedade. Sem
esquecer de uma maior incidência do PT e
demais partidos de esquerda, engajamento
da intelectualidade democrática, maior
iniciativa política de nossa administração e
aprofundamento de nossas alianças
internacionais. Esses desafios merecem a
reflexão de todo partido, junto com a
determinação de construir e fortalecer o PT.
Em terceiro lugar, cabe o
questionamento de que maneira, nós
petistas socialistas, nos colocaremos
frente ao desafio de fazer avançar o 11
programa de transformações, seja em
função das propostas relativas à
continuidade do projeto nacional ou no
que se refere à construção de uma nova
hegemonia no país: nos parlamentos,
governos e na sociedade.
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 OS
GOVERNANDO
PROGRAMASSEM
DE MEDO
GOVERNO
DE SER FELIZ

Os programas de governo

12

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 1989
O Plano de Ação de Governo (PAG),
programa de governo apresentado pelo
PT nas primeiras eleições presidenciais
diretas depois da ditadura militar teve
um importante significado histórico. Ele
sintetizou os acúmulos do PT durante
quase uma década e fixou os alicerces
do projeto democrático e popular para o
Brasil, que desde então vem polarizando
a disputa pela condução política da
sociedade brasileira com o projeto de
“modernização” neoliberal.
Assim, o PAG propunha para a
sociedade brasileira avançar na
perspectiva da igualdade, tanto nas
relações políticas como nas relações
econômicas. Seu modelo econômico
pressupunha um Estado atuante, com
forte papel indutor, e apontava entre
seus principais elementos a distribuição
de renda e o fortalecimento do
emprego, ao mesmo tempo em que
articulava as dimensões social e
ambiental, delineando uma política de
desenvolvimento sustentável. Ao passo
que o modelo neoliberal se apresentava
como concentrador de renda, gerando
desemprego e exclusão social,
promovendo a transferência do
patrimônio estatal ao grande capital, e
produzindo um crescimento econômico
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inconsistente, predatório do meio
ambiente e subordinado aos interesses
centrais do capitalismo.
Amparado em duas bases
fundamentais, o PAG apresentava: uma
nova prática democrática e um novo
modelo de desenvolvimento econômico.
Sugeria “ações imediatas para a
democratização participativa e para a
retomada do desenvolvimento em novo
estilo, moderno e auto-sustentado,
voltado para a sociedade, especialmente
os trabalhadores e a maioria da
população, sensível às minorias, à
preservação ambiental e à qualidade de
vida. Um desenvolvimento capaz de
capitalizar os avanços científicos e
tecnológicos de forma harmônica e
menos predatória, sob controle da
sociedade e não de alguns grupos.”
Como orientação geral, o PAG
continha cinco diretrizes:
1– democratização radical do
Estado;
2 – estímulo à mais ampla
participação popular nas decisões do
governo e criação de mecanismos de
controle social sob os órgãos da
administração pública e empresas
estatais;
3 - promoção da plena soberania
do poder civil, com a extinção da
tutela militar;
4 – desenvolvimento econômico de
novo tipo, com a desconcentração
acentuada da renda, combate decisivo às
condições de miséria do campo e das
cidades e busca do pleno emprego;
5 – elevação da qualidade de vida e
das condições de trabalho aliada à
preservação ecológica e à modernização.
A “nova prática democrática” indicava
a “consagração do uso dos instrumentos
da participação popular.” Ao mesmo
tempo em que o “novo modelo
econômico” deveria “ter por eixo a
desconcentração de renda e a retomada
do crescimento da economia,
indispensáveis para a resolução dos
problemas sociais e melhoria das
condições de vida dos trabalhadores. Não
se trata, portanto, de qualquer
crescimento, ou do crescimento por ele
mesmo.”
Os três pressupostos do modelo
econômico apresentado pelo PAG
demarcavam bem seu caráter inovador:
a) Distribuição de renda, com vistas à
erradicação da miséria absoluta, redução
das desigualdades regionais, ampla 13
difusão dos benefícios gerados pelo
desenvolvimento econômico e busca do
pleno emprego.
b) Desenvolvimento independente,
voltado para as necessidades da
população brasileira.
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 OS PROGRAMAS DE GOVERNO

c) Nova qualidade do progresso,

com valorização da vida, do bem-estar
e do meio ambiente.
No âmbito da economia, o programa
rompia com paradigmas conservadores
e apresentava a formulação de uma
proposta econômica subordinada a
uma política de rendas destinada à
grande maioria da população: “A
política de rendas deve ser elemento de
articulação das políticas industrial e
tecnológica, agrícola e de distribuição
etc., criando, por um lado, condições
para a efetiva redução das
desigualdades sociais. Por outro lado,
com esta articulação se estará evitando
que as alterações salariais e de O caráter precursor dessas propostas de política industrial e de
consumo não encontrem contrapartida formulações em relação à política política agrícola bastante detalhadas.
nos investimentos e na produção.” implementada pelo governo Lula a partir Além de propor uma ampla reforma
14 A política de rendas “democrática e de 2003 fica ainda mais consistente fiscal e tributária, o PAG aponta para o
popular”, no PAG, foi organizada em quando se constata que o PAG trazia enfrentamento da dívida pública para
políticas diretas e indiretas. Entre as também pressupostos para a política do “não permitir que grandes empresas e
políticas diretas destacou-se a política Bolsa Família, ao indicar que “a política rentistas continuem lucrando na ciranda
de elevação gradual e permanente do de rendas aqui proposta deverá dar financeira à custa de recursos do
salário mínimo real. No âmbito das especial atenção àqueles que, por Tesouro.” Quanto ao sistema financeiro,
políticas indiretas, o PAG afirmava: “o estarem à margem dos esquemas o PAG diagnosticou graves distorções,
governo deverá reformular suas institucionais usuais, não têm qualquer apontando seu “caráter parasitário” e
políticas sociais de educação, saúde, garantia de recebimento de um elencando entre seus objetivos “acabar
transporte, saneamento, habitação, rendimento mínimo durante um período com os superlucros dos bancos” e
etc., democratizando as prioridades, de suas vidas.” “estimular a desconcentração bancária.”
ampliando sua abrangência até O programa econômico do PAG é Em relação às empresas públicas, o
a universalidade e assegurando complementado com uma política PAG afirmava que “o setor produtivo
sua eficácia.” antiinflacionária de curto prazo e estatal continuará em poder do Estado,

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como instrumento privilegiado de
regulação da atividade econômica e de
implementação do novo modelo de
desenvolvimento.”
Contrariamente ao caráter predatório
do crescimento econômico proposto
pelos neoliberais, o capítulo de
infraestrutura do PAG iniciava pela
política de meio-ambiente, propondo
diretrizes de sustentabilidade para as
diferentes regiões brasileiras, conforme
suas características e potencialidades.
1994
O documento Bases do Programa de
Governo, apresentado pela campanha
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Lula em 1994, contém análises e
propostas abrangentes e detalhadas,
representando, de modo geral, um
amadurecimento das propostas do
programa de 1989. Um parágrafo da
introdução sintetiza bem a sua
essência: “O programa é de um
governo que se empenhará na
radicalização da democracia política,
através da expansão da democracia
econômica e social do país. Essa meta
– em realidade, um processo – será
atingida por meio da universalização da
cidadania, do respeito aos direitos
humanos, da constituição de um
espaço público em que se criem novos
direitos, garantidos a igualdade e o
respeito às diferenças de ideias,
religiões, etnias, gênero, idade,
orientação sexual e opções de vida.”
A primeira ênfase do Programa de
Governo de 1994 dirigia-se às políticas
de cidadania e participação popular, e
apontava a necessária reforma e
democratização do Estado. Para tanto,
propunha a criação “na administração
direta e indireta do Estado, de canais
de participação democrática que
assegurem o princípio do maior
controle possível do Estado pela
sociedade.” Sem vacilar, defendia:
“Lutamos por uma democracia em que
a participação popular, por meio de
consultas periódicas, permita que a
população diretamente envolvida
delibere sobre medidas fundamentais à
definição de seu próprio destino.” O
programa citava o plebiscito, o
referendo e os projetos de lei de
iniciativa popular como instrumentos
de exercício da democracia
participativa, necessários para a
implementação de reformas estruturais,
“especialmente aquelas que 15
enfrentarão maior resistência por parte
das classes dominantes.”
Avançando as propostas relativas ao
meio ambiente de 1989, o programa
propunha, de modo inovador, a adoção
de bases ecológicas do Projeto
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 OS PROGRAMAS DE GOVERNO
Nacional de Desenvolvimento,
considerando estratégica “a questão da
transição do país para um novo padrão
de desenvolvimento ambientalmente
seguro e ecologicamente equilibrado: o
desenvolvimento sustentado,
entendido como aquele que cria
condições para a sustentabilidade da
própria sociedade.” O Programa de
Governo de 1994 também estabelecia
uma relação estreita entre Ciência e
Tecnologia e os investimentos
necessários em infraestrutura.
As propostas para a economia
apresentadas em 1994 priorizavam a
distribuição da riqueza e do poder,
além de identificarem no Brasil
potencial e condições de iniciar um
longo ciclo de desenvolvimento,
16 baseado na constituição de um
mercado interno de massas.
O Programa apontava como
primeiro elemento de distinção do
novo ciclo econômico, o fato de que
“sua dinâmica será dada por um
circuito virtuoso de crescimento entre
produtividade, salários, consumo e
investimentos. Sua preservação ao
longo do tempo dependerá, portanto,
de gerar progressiva desconcentração
da renda nacional.”
Também era proposta a realização
de “uma ampla mobilização nacional
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pelo direito ao trabalho para todos, O terceiro elemento considerado é
articulando políticas públicas com “uma visão da economia baseada em
iniciativas da própria sociedade para a outros pressupostos, para além,
geração de empregos.” unicamente, do conceito de
O pilar fundamental do crescimento. O desenvolvimento não
desenvolvimento seria “a criação de pode ter como objetivo último a busca
um mercado interno de massas” que de qualidade produtiva, mas sim a da
tinha entre seus pressupostos: qualidade de vida.”
- um Estado reformado, organizado O Programa propõe, além de uma
e “desprivatizado”; política de rendas e de empregos que
- um novo perfil distributivo da contribuam para a distribuição da
renda nacional; riqueza, a adoção de políticas
- uma nova estrutura de sistema emergenciais de enfrentamento da fome
financeiro; e da miséria e, pela primeira vez, a
- um novo tipo de inserção adoção de uma política de garantia de
internacional (financeira e comercial) renda mínima, inspiração para o atual
da economia brasileira.
O segundo elemento distintivo do
novo ciclo a democratização da vida
econômica, que dependeria da
“vigilância e pressão das forças
democráticas e progressistas” contra
“o domínio dos grandes monopólios e
oligopólios, contra a dependência
externa e o latifúndio.” Também nesse
aspecto, o programa tece uma
abordagem relacionada à democracia
participativa: “A formação da política
industrial e agrícola, da política de
comércio exterior, da política
tecnocientífica, deverá se basear
em contribuições dos fóruns por
cadeia produtiva.”
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 Bolsa Família: “Procurar-se-á garantir a
todos os cidadãos adultos um nível
mínimo de rendimentos, seja quando a
remuneração por seu trabalho for
insuficiente para livrá-los da miséria, seja
quando estiverem desempregados ou
incapacitados, parcial ou totalmente,
para o trabalho.”
O Programa de 1994 também
enfatizou como uma das tarefas
prioritárias, “a reforma do Estado,
instrumento importante para executar as
demais reformas estruturais da
sociedade brasileira, tais como a agrária,
a fiscal, a do sistema financeiro e a
urbana.” A concepção de Estado é
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apresentada de modo bastante claro:
“Em vez de voltar-se prioritariamente
para servir à acumulação capitalista, via
mercado financeiro (como hoje), ou via
transferências (como no passado), o
Estado deverá ter como meta assegurar
condições que garantam
competitividade sistêmica à economia
como um todo e melhorar o padrão de
vida de toda a população.”
1998
As Diretrizes do Programa de
Governo de 1998 denunciam a situação
de crise e instabilidade financeira
causadas pela política econômica do
governo FHC, “baseada na valorização
artificial da moeda, na abertura
irresponsável da economia, na
manutenção de altos juros e nas
privatizações. (...) O governo federal
desestruturou e desnacionalizou nossa
indústria e nossa agricultura,
provocando desemprego e exclusão
social. As elites rejeitam um projeto
nacional de desenvolvimento e se
recusam a adotar políticas agrícola,
industrial e de ciência e tecnologia.
Com isso, o Estado perde
instrumentos estratégicos de defesa
dos interesses nacionais.”
17
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 OS PROGRAMAS DE GOVERNO

Novamente, o programa destaca

como compromisso importante:
“promover o desenvolvimento com
estabilidade e distribuição de renda.”
Diante do quadro de crise social, propõe
cinco medidas emergenciais:
1. combate ao desemprego;
2. recuperação dos salários mais baixos;
3. adoção de programas de renda
mínima;
4. enfrentamento do grave problema da
fome; e
5. combate à violência urbana.
Ao destacar, “Nossa meta é acabar
com o apartheid social que mantém fora
da produção, do consumo e da cidadania crescimento do país, com distribuição desenvolvimento econômico e social
milhões de brasileiros. O novo governo de renda. Neste sentido, o documento equilibrado. A recuperação da federação
fortalecerá a participação dos cidadãos e afirma: “Quem ganha mais pagará mais promoverá a distribuição do poder e
o controle do Estado pela sociedade.” impostos. Tributação das grandes participação popular.”
18 Entre as principais medidas fortunas, grandes heranças e da A questão ambiental tem grande
econômicas estão, a criação de “mais e grande propriedade rural improdutiva.” relevo entre as diretrizes do programa de
melhores empregos” e “melhor A reforma agrária, a reforma urbana e 1998, justificando: “a preservação do
distribuição da renda”, abrangendo a a necessidade da reforma política são meio ambiente e a busca do
recuperação do poder aquisitivo do indispensáveis para um governo que desenvolvimento sustentado serão
salário mínimo, “com o compromisso de, vislumbre: “a restauração da princípios do novo governo e estarão
pelo menos, dobrar o seu valor.” democracia (...), combatendo a presentes no planejamento e na
Também era proposta a criação de 4 intervenção das máquinas execução de todas as suas iniciativas,
milhões de Bolsas-Escola e a administrativas públicas, do poder especialmente nas políticas de
implantação progressiva de um Programa econômico e dos monopólios da infraestrutura, industrial, agrícola, de
de Renda Mínima. informação no processo eleitoral e na ciência e tecnologia.”
A Reforma Tributária, somada a outras vida parlamentar. (...) A reforma Esses são alguns pontos importantes
reformas destacadas no programa, são política e tributária fará do município da formulação, que propõe a presença
apontadas na perspectiva de fomentar o sede da cidadania, assegurando um soberana do Brasil no mundo, “visando

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alterar as relações desiguais e injustas
que se estabeleceram
internacionalmente.” Como diretriz
geral, o documento norteia o
fortalecimento das relações do Brasil
“com os países do Sul, em especial
com os da América Latina, da África
meridional e aos de expressão
portuguesa.”
2002
O Programa da vitoriosa campanha
de Lula, em 2002, concebeu um novo
modelo de desenvolvimento brasileiro
articulado em três eixos estruturantes: o
social, o democrático e o nacional. “A
transformação do social no eixo do
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desenvolvimento significará, também,
mais do que a revalorização dos
aspectos sociais – como o combate à
fome, a educação, a saúde, o
saneamento, a habitação e a cultura.
Por um lado, será necessário incidir
sobre fatores estruturais que
determinam os padrões de apropriação
e distribuição de renda e riqueza. (...)
Por outro lado, a materialização das
mudanças na estrutura de distribuição
de renda e riqueza só será possível se
as medidas redistributivas adotadas
forem acompanhadas por
transformações na produção e no
investimento que as orientem para um
amplo mercado de consumo essencial
de massas.”
A novidade é a subordinação da
dinâmica econômica às três
prioridades macrossociais do país:
a) a inclusão de 53 milhões de
brasileiros/as, subcidadãos/ãs que
sobrevivem em condições de extrema
precariedade;
b) a preservação do direito ao
trabalho e à proteção social;
c) a universalização dos serviços e
direitos sociais básicos.
Também afirma o programa que o
novo modelo de desenvolvimento
“deverá incorporar um caráter
ambientalmente sustentável.”
Para avançar rumo a esses
objetivos, o programa indicava que:
“implicará um persistente esforço de
crescimento econômico e de
ampliação da capacidade de geração
de emprego, de expansão e
redirecionamento do gasto público e
de democratização dos direitos de
propriedade e utilização da terra e do
capital, no campo e nas cidades,
inclusive através do fomento da
economia solidária. Implicará também 19
elevar progressivamente o piso de
remuneração da força de trabalho.”
Mesmo prevendo a integração ao
mercado de expressivos contingentes
da população, em função do
crescimento econômico com
10.03.10 13:31:32
 OS PROGRAMAS DE GOVERNO

distribuição de renda, o programa

admite que algumas mudanças serão
um processo de longo prazo: “uma
parcela da população, contudo, que se
encontra excluída do acesso, mesmo
que precário, à economia e aos direitos
básicos, só seria atingida em décadas.”
Neste sentido, propunha “(...) um
amplo programa integrado de inclusão
social que, superando as abordagens
setoriais ou compensatórias, trate o
acesso à inclusão social plena como
um direito de cidadania, em suas várias
dimensões. (...) Ganha relevo, nesse
quadro, a instituição de uma renda
mínima, associada à educação. (...) A
instituição de políticas e mecanismos
de apoio à economia solidária é mercados, ao fortalecimento e institucional e de subordinação da
igualmente decisiva. (...) O programa de ampliação do Mercosul e à retomada ação estatal às esferas de decisão
20 inclusão social deve incorporar, do projeto de verdadeira integração financeira, herança da ideologia do
também, o combate a fome no país.” latino-americana, ao estabelecimento “Estado mínimo“, na década de 1990.
No eixo nacional, o Programa de programas de cooperação Entre outras medidas, a necessidade
preconiza “a inserção soberana do econômica e tecnológica com de realizar uma reforma tributária
Brasil no mundo e a recuperação dos potências emergentes como a Índia, a ampla, baseada nos critérios de
espaços de autonomia na gestão da China, a África do Sul, entre outras.” eficácia da arrecadação e de justiça-
economia nacional.” É elencado um A efetivação desse novo modelo de fiscal, é retomada na plataforma de
conjunto de políticas orientadas à desenvolvimento demanda, 2002. O programa aponta a
redução da vulnerabilidade e da necessariamente, um Estado necessidade de desonerar a produção,
dependência externas, entre as quais democrático forte, com um novo reduzir os tributos sobre os/as
“a consolidação da vocação de padrão de ação na economia que, assalariados/as e as classes médias
multilateralidade do comércio exterior sendo distinto daquele do período (progressividade nos impostos), taxar
brasileiro mediante políticas nacional desenvolvimentista, permita grandes fortunas e grandes heranças e
direcionadas à diversificação dos superar o quadro de desestruturação ampliar a base de arrecadação.

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2006
Nas eleições de 2006, o Programa de
Governo ganhou um diferencial
importante. Pela primeira vez as
propostas do PT haviam sido
experimentadas nacionalmente, no
primeiro governo do presidente Lula e o
balanço acumulava resultados de êxito
para o país. “(...) nos últimos três anos e
meio, o Brasil iniciou um processo de
desenvolvimento com inclusão social,
controle da inflação, redução da
vulnerabilidade externa, fortalecimento
da democracia e participação popular.
Os êxitos obtidos nesta transição nos
permitirão novos avanços no caminho
Modulo2.indd 21
do desenvolvimento. Há hoje uma
combinação única de fatores que dará
ao segundo mandato uma qualidade
historicamente inédita: crescimento
sustentável, estabilidade monetária e
responsabilidade fiscal, redução da
vulnerabilidade externa, expansão do
investimento, da produção e da
produtividade, ampliação do mercado
interno e externo, crescimento e
formalização do emprego, aumento da
massa salarial real e expansão do
crédito, redução da fome, da miséria e
das desigualdades, por meio da
ampliação dos programas sociais. (...)
Pela obra realizada entre 2003 e 2006 o
Governo Lula mostrou seu
compromisso com um projeto nacional
de desenvolvimento, que ponha fim à
exclusão e à pobreza, amplie a
democracia com reformas institucionais
e a universalização da cidadania e
garanta ao Brasil um lugar soberano e
solidário no mundo.”
Frente a isso, o Programa de
Governo para o pleito de 2006
foi estruturado em torno de três
grandes eixos:
1- Desenvolvimento sustentável
com distribuição de renda e
combate à pobreza.
“O Segundo Governo Lula
continuará avançando na erradicação
da fome, manterá e ampliará as
exitosas políticas sociais
implementadas no Programa Fome
Zero, especialmente na Bolsa Família.”
“A luta pela inclusão social e o
combate à pobreza exigem um
crescimento mais acelerado da
economia – bem acima dos níveis
atuais – com preços estabilizados,
equilíbrio fiscal e redução da 21
vulnerabilidade externa. (...) Nosso
governo continuará em sua tarefa de
constituir um grande mercado de bens
de consumo de massas, o que vincula,
de maneira indissociável, crescimento
com distribuição de renda. (...)
10.03.10 13:31:33
 OS PROGRAMAS DE GOVERNO

A sustentabilidade dessas instituições de segurança pública e a com os países do continente africano,

transformações será condicionada pelo democratização e participação da ao mesmo tempo em que buscará
prosseguimento das políticas de sociedade e do estado no combate à ampliar seu acesso aos grandes
conservação do meio ambiente.” violência e ao crime.” mercados europeu, norte americano
2- Ampliação da democracia “O Brasil acentuará sua presença e asiático.”
através da inclusão social e dos soberana no mundo. Lutará nos foros Para realizar esses compromissos, o
espaços públicos. internacionais pelo multilateralismo. (...) Programa aponta um conjunto de
“O país (...) deve ser capaz, nos Manterá suas iniciativas em favor de ações, entre as quais a manutenção
próximos anos, de produzir e de se ordem econômica, financeira e do desenvolvimento com distribuição
apropriar dos avanços científicos e comercial mais justa que beneficie de renda, a manutenção da reforma
tecnológicos. (...) A educação de países pobres, e em desenvolvimento, agrária e da política Agrícola, o
qualidade e ao alcance de todos deve ser ao mesmo tempo que reduz as atuais prosseguimento das políticas industrial
entendida como instrumento de assimetrias mundiais. (...) Privilegiará o e de comércio exterior, a garantia de
produção, organização e difusão de processo de integração sul-americana uma educação de qualidade, a
conhecimento e cultura.” (...) e fortalecerá as relações Sul-Sul, continuidade no incentivo à ciência e
“O processo de inclusão social exige a dando ênfase particular às suas relações tecnologia, o avanço na consolidação
generalização da cidadania, reformas do
Estado e do sistema político que
garantam não só o aprimoramento da
22 democracia representativa, como a
criação de um espaço público capaz de
permitir a geração de novos direitos e a
efetiva participação de todos os
brasileiros e brasileiras na construção
nacional. (...) Terá prioridade uma
Reforma Política.”
3- Soberania nacional e novo
papel internacional.
“O próximo governo avançará e
consolidará sua concepção de Segurança
Pública Cidadã, articulada pelo Sistema
Único de Segurança Pública, tendo como
princípios básicos a integração das

Modulo2.indd 22 10.03.10 13:31:33

 do Sistema Nacional de Cultura e a
construção de um novo modelo
institucional para as comunicações.
A geração de mais e melhores
empregos e de valorização do poder
de compra dos salários ganhou, no
programa de 2006, ênfase semelhante
à consolidação do Brasil como
potência energética. Assim como o
fortalecimento e modernização da
gestão do Estado sobre os recursos
minerais, expansão da infraestrutura
de transporte e o seguimento na
implementação da Política Nacional de
Desenvolvimento Regional. O
programa enfatiza a necessidade de
Modulo2.indd 23
seguir com os investimentos em
habitação e na reforma urbana, além de
propor a formulação do Programa
Nacional de Regiões Metropolitanas, a
consolidação da política ambiental.
Para que o Brasil continue
expandindo suas potencialidades, a
plataforma de 2006 valoriza a
continuidade da estratégia de
investimento no turismo e ampliação da
inserção do país no mercado turístico
internacional. De outro lado, também
reforça o prosseguimento nas ações de
reorganização da cadeia da aquicultura e
da pesca. Aponta a consolidação do
Sistema Único de Segurança Pública,
além do avanço na Reforma do Estado,
fortalecimento do pacto federativo,
dando continuidade a ações conjuntas
com estados e municípios.
Fazem parte do programa ainda o
fortalecimento dos espaços e
mecanismos de participação
democrática, a política de
aprimoramento da Previdência Social,
continuidade à reforma do Judiciário,
aprofundamento da transversalidade
da política de direitos humanos nas
diversas políticas setoriais, a conclusão
da institucionalização do Ministério da
Defesa, fortalecimento da gestão
pública e democrática do Sistema
Único de Saúde (SUS) e organização
das ações e serviços em rede nacional
única e integrada de atenção à saúde.
A manutenção do Bolsa Família,
consolidação do Sistema Único de
Assistência Social (Suas), implantação
do Sistema Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional, implementação
do Sistema Nacional de Esporte e
Lazer e manutenção das ações
afirmativas de igualdade racial e 23
destinadas às mulheres, povos
indígenas, infância e adolescência, às
pessoas idosas, com deficiências, além
de cidadania LGBT e juventude, são
temas que integram o programa
apresentado em 2006.
10.03.10 13:31:33
 GOVERNANDO O
SEM
BRASIL:
MEDOADE
ESPERANÇA
SER FELIZ VENCE O MEDO

Governando o Brasil: a esperança vence o medo

24

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 pós 22 anos acumulando forças e
passados 13 anos da primeira
campanha do PT à Presidência da
República, Lula venceu as eleições de
2002. Sua vitória foi a concretização de
décadas de lutas sociais dos
trabalhadores e trabalhadoras.
A experiência partidária acumulada
nos governos, parlamentos, na atuação
junto aos movimentos sociais e
sindical, combinada a um grande
esforço de formulação programática,
foi fundamental para essa conquista.
Também a construção das alianças
com o campo democrático e popular
contribuíram para que os/as brasileiros/
as depositassem a confiança em uma
nova proposta para o país.
O PT recebeu um Brasil corroído por
profundas contradições políticas,
sociais e econômicas, fruto de décadas
– senão séculos de dominação e
exclusão – de um modelo concentrador
de renda e dos dois governos
neoliberais da aliança PSDB-PFL (Partido
da Social Democracia Brasileira-Partido
da Frente Liberal). Lula se tornou o
presidente de uma das nações mais
desiguais do mundo. Esta tragédia
social se expressava nas altas taxas de
desemprego, na violência urbana e rural,
na corrupção, nos quase 50 milhões de
brasileiros/as vivendo abaixo da linha de
Modulo2.indd 25
pobreza. Vivíamos no Brasil do apagão e
das privatizações. Um estado debilitado
pela estagnação econômica de duas
décadas, alta concentração de riqueza,
sem contar as seculares formas de
dominação e opressão.
Hoje o quadro é bastante distinto. O
país cresceu e alcançou um novo
patamar de desenvolvimento. Revelou-
se como um dos países mais bem
preparados para enfrentar a crise
internacional. Sofreu as consequências
dela, mas iniciou num prazo
relativamente curto o processo de
recuperação, devido às iniciativas do
governo e ao dinamismo de nossa
economia. Ao contrário dos governos
anteriores, o presidente Lula enfrentou a
crise aumentando o salário mínimo e
ampliando os investimentos no
Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), na habitação, na geração de
empregos, na distribuição de renda e na
inclusão social.
Os resultados de quase seis anos e
meio de governo Lula, desde janeiro de
2003, são profundos e atingem os mais
diversos aspectos da vida de brasileiros
e brasileiras.
Organizamos a seguir as informações
das ações do governo em cinco blocos:
Desenvolvimento Econômico
Sustentável, Políticas Sociais, Direitos
Humanos e Combate à Discriminação,
Participação Popular e Política Externa.
Os três primeiros blocos são baseados
na publicação Destaques, da
Presidência da República, que
apresenta resumidamente as ações e
programas do Governo Federal.
Desenvolvimento
Sustentável com
Distribuição de Renda
Nosso governo vem impulsionando
o processo de desenvolvimento do
país, a partir da combinação entre
distribuição de renda e crescimento. O
aumento do salário mínimo; a criação de
empregos, tanto em função do
crescimento da economia quanto do
PAC, e de outros programas de obras
públicas, como o Minha Casa Minha
Vida; o Bolsa Família e ações referentes
ao programa, que são destinadas à
emancipação das famílias, como
formação profissional; a agricultura
familiar, a reforma agrária, o Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura 25
Familiar (Pronaf), o crédito rural e os
incentivos técnicos à produção
agrícola; a política de pesca e
aquicultura, a política de turismo, a
política industrial, as políticas de
financiamento do Banco Nacional de
10.03.10 13:31:34
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO

Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal (CEF); a política
energética que tem permitido a
diversificação da matriz energética e a
ampliação das fontes limpas e
renováveis de energia, como o etanol,
o biocombustível, a hidroeletricidade e
agora a exploração do Pré-sal, são
políticas que contribuíram para a
constituição de um mercado interno
de massas capaz de atrair investimento
e impulsionar o crescimento do país.

Menos pobres, mais empregos
formais e menor desigualdade
As políticas públicas de combate à
pobreza e de geração de emprego e
renda apresentam resultados
26 concretos e positivos. Os indicadores
sociais confirmam que diminuiu o
número de pobres: 30 milhões de
pessoas saíram da linha de pobreza e
20 milhões ingressaram na nova classe
média. Houve uma redução da
desigualdade entre os/as brasileiros/as
e queda no número de desocupados/
as. Ao mesmo tempo em que o país
elevou a formalização do trabalho e a
mobilidade social. O desemprego caiu
de 11,7% (2003) para 8% hoje. O país
gerou 11 milhões de empregos com
carteira assinada.
Redução da pobreza, da
desigualdade e da fome
Pobreza (quem vive com menos de
½ salário mínimo por mês): de 43,5%
da população (2002) para 30,3% (2007).
Pobreza extrema (quem vive com
menos de ¼ de salário mínimo por
mês): de 20,5% da população para
11,5%, no mesmo período.
Desnutrição (crianças menores de
cinco anos abaixo do peso): de 12,5%
(2003) para 4,8% (2008).
Crescimento da formalização
do emprego, da renda e
da mobilidade social
Número de trabalhadores/as
formalizados/as subiu de 49% para
53,4%, entre 2003 e 2008.
Rendimento médio real das pessoas
ocupadas aumentou 11,3%, no período
de 2003 a 2008.
Renda cresceu em todos os
segmentos, sendo que a dos 10% mais
pobres aumentou 22,2%, e a dos 10%
mais ricos 0,3%, entre 2002 e 2007.
Crescimento da renda das mulheres
foi mais intenso que o dos homens e
houve redução na diferença da renda
entre brancos e negros.
Salário mínimo teve reajuste nominal
de 133% e aumento real de 65%, acima da
inflação medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC/IBGE), no
período de janeiro de 2003 a abril de 2009.
Resultados consolidaram formação
de amplo e dinâmico mercado interno
de consumo.

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Brasil responde à crise expandindo
crédito e elevando reservas
Os sólidos fundamentos da economia
brasileira contribuem para amortecer
os efeitos da crise internacional. Os
setores da indústria que apresentam
queda na produção são beneficiados
por medidas de estímulo adotadas pelo
governo Federal.
Produção, investimento e
exportações
Produto Interno Bruto (PIB): R$
2.889,7 bilhões em 2008, referindo
aumento de 5,1% em relação a 2007.
Na comparação entre os 4° trimestre e
3º trimestre de 2008, houve uma queda
de 3,6%. No ano, o PIB per capita foi
4% positivo.
Modulo2.indd 27
Produção industrial: 3,1% em
2008. Em abril de 2009, o Brasil
apresentou aumento de 1,1% frente
a março do mesmo ano e queda
de 14,8% na comparação com abril
de 2008).
Recordes na produção de veículos:
(3,22 milhões) e nas vendas (2,82
milhões) em 2008. Abril 2009: 254,7 mil
carros produzidos (-15,8% frente a abril
de 2008) e 234,4 mil vendidos (-10,3%
no comparativo com abril de 2008).
Safra agrícola: 145,8 milhões
de toneladas em 2008. Recorde
histórico.
Investimento (Formação Bruta de
Capital Fixo -FBCF): R$ 548,8 bilhões
em 2008. Cresceu 13,8%. Maior taxa de
crescimento anual desde o início da
série em 1996.
Taxa de Investimento (FBCF/PIB):
19% do PIB em 2008. A maior
desde 2000.
Investimentos estrangeiros diretos:
US$ 45,1 bilhões em 2008 (+30% em
relação a 2007). Recorde histórico.
Abril de 2009: US$ 3,4 bilhões (US$
41,1 bilhões nos últimos 12 meses).
Investimentos diretos de
brasileiros no exterior: US$ 20,5 bilhões
em 2008 (+193% em relação a 2007).
Abril de 2009: US$ 2,8 bilhões (US$
16,8 bilhões nos últimos 12 meses).
Exportações: US$ 197,9 bilhões
acumulados em 2008. Recorde
histórico. Maio de 2009: US$ 12,0
bilhões (US$ 55,5 bi acumulados em
2009). Políticas monetária e fiscal
mantêm a inflação sob controle.
IPCA: 5,90% em 2008 (4,46% em
2007). Abril de 2009: 0,48% (5,53% nos
últimos 12 meses).
Superávit primário: 4,06% do PIB
em 2008. No ano anterior o índice
fechou em 3,92%. Abril de 2009: 3,06%
do PIB acumulado em 12 meses.
Reservas internacionais
Reservas internacionais: US$ 205,6
bilhões (29 de maio de 2009).
Brasil é credor externo líquido.
Desde 2005 o Brasil ficou livre do FMI.
Crescimento do consumo interno
Consumo das famílias: R$ 1.753,4
bilhão em 2008. Aumentou 5,4% em
relação a 2007. Quinto ano
consecutivo de crescimento.
Emprego: 13,3 milhões de
ocupações criadas, sendo 10,4 milhões 27
formais (janeiro de 2003 a abril de 2009).
Mercado de crédito continua em
expansão: volume de crédito do sistema
financeiro atingiu valor recorde de
R$ 1.241,1 bilhão (março de 2009) ou
42,5% do PIB.
10.03.10 13:31:35
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO
PAC: Recursos garantidos
para infraestrutura
PAC prevê R$ 1.148,2 bilhão em
investimentos em infraestrutura em
2.378 ações: R$ 646 bilhões até 2010 e
R$ 502,2 bilhões após 2010.
Três eixos de atuação:
- Logística (rodovias, ferrovias, portos,
hidrovias e aeroportos): R$ 132,2 bilhões.
- Energética (petróleo, gás, energia
elétrica, biodiesel e etanol): R$ 759 bilhões.
- Social e urbano (habitação e
saneamento): R$ 257 bilhões.
Concluídas 270 ações, equivalente a
R$ 48,3 bilhões.
Antes do PAC, os investimentos do
governo Federal representavam 0,64%
do PIB. Em 2007, esse índice subiu para
0,73% e, em 2008, atingiu 1% do PIB.
28 No acumulado de 2007/08, foram
empenhados R$ 33 bilhões, dos quais
R$ 18,7 bilhões foram pagos.
Acesso à casa própria da baixa renda
estimula construção civil
Iniciado em março de 2009, o Programa
Minha Casa, Minha Vida tem como meta a
construção de 1 milhão de casas para
famílias que possuem renda mensal de
até 10 salários mínimos. O programa
confere uma série de benefícios, tais
como: ampliação do subsídio por família;
a instituição do Fundo Garantidor para
Modulo2.indd 28
cobrir inadimplência; o seguro de vida elétricos. A ação visa reduzir o impacto
mais barato; a desoneração tributária ambiental e promover o uso eficiente de
da cadeia produtiva da construção civil; energia elétrica, já que o chuveiro é
o financiamento para construtoras e a responsável por 1/3 do consumo de
simplificação da regularização fundiária. energia elétrica por família.
Programa Minha Casa, Minha Vida Mais recursos para a safra 2009/2010
em 218 municípios O governo decidiu, em abril de 2009,
Até maio de 2009, 16 governos prorrogar para junho de 2010 o prazo de
estaduais e 352 prefeituras - 12 delas ampliação dos percentuais de depósitos
de capitais - já haviam aderido ao à vista (de 25% para 30%) e da poupança
programa do governo Lula. Foram rural (de 65% para 70%) destinados ao
contratados R$ 138 milhões, financiamento rural. A prorrogação, que
beneficiando 2.819 famílias. A garantirá R$ 9 bilhões adicionais para o
utilização do simulador de crédito destinado à safra 2009/2010, foi
financiamento da Caixa Econômica adotada em setembro de 2008 para
Federal saltou de 283 mil acessos garantir mais liquidez ao setor.
diários, para 575 mil, no período de
março a maio de 2009. O governo
desonerou os materiais da construção
civil, reduzindo a alíquota do Imposto
sobre Produto Industrializado (IPI) de
30 itens, em sua maioria para zero, e
ampliou de R$ 350 mil para R$ 500 mil
o limite do valor do imóvel a ser
financiado com recursos do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Energia solar nas casas populares
Casas populares construídas pelo
PAC e pelo Programa Minha Casa, Minha
Vida vão contar com geração de energia
solar, em substituição aos chuveiros
10.03.10 13:31:35
 Safra 2008/2009 poderá ser
a 2ª maior da história
O último levantamento da
Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), de maio de
2009, previa um fechamento da safra
2008/2009 em 136,59 milhões de
toneladas: 5,2% abaixo do recorde
observado na safra 2007/2008 de 144,1
milhões de toneladas. O primeiro
levantamento para a safra 2009 de
cana-de-açúcar estima que o volume a
ser processado pelo setor
sucroalcooleiro deverá atingir entre 622
e 633,7 milhões de toneladas, valor
entre 8,6% e 10,7% superior ao
registrado na safra passada.
Modulo2.indd 29
Agricultura familiar mais produtiva;
alimentos mais baratos
O Programa Mais Alimentos, lançado
em 3 de julho de 2008 pelo governo Lula
para neutralizar a ameaça de aumento
dos preços dos alimentos, tem
permitido o fortalecimento da agricultura
familiar com mais investimento, mais
tecnologia e melhor comercialização.
Esses elementos de política pública
propiciam mais renda às famílias e,
consequentemente, a sua manutenção
no campo. Por outro lado, o aumento da
produção e produtividade beneficiam
diretamente a população da cidade, que
se serve da estabilidade de preços para
consumir produtos de melhor qualidade.
Crédito rural
Até abril de 2009, 923 mil famílias já
haviam acessado o crédito de custeio e
investimento do Programa Nacional de
Agricultura Familiar (Pronaf), com a
utilização de R$ 5,9 bilhões para
financiar as atividades produtivas da
agricultura familiar. Total
disponibilizado para a safra 2008/2009:
R$ 13 bilhões.
Democratização do acesso à terra e
ampliação da produção
A reforma agrária democratiza o
acesso à terra ao criar assentamentos
rurais, regularizar a ocupação de terras
públicas e fornecer crédito e assistência
técnica. Também contribui no aumento
da produção de alimentos, combate ao
desmatamento, na recuperação de
áreas degradadas, principalmente na
Amazônia, na redução dos conflitos no
campo e na promoção da igualdade de
oportunidades de gênero, raça e etnia.
Além disso, é essencial para a
diminuição da inflação. Os programas
envolvem mais de um milhão 29
de famílias nos assentamentos
existentes.
Estimular viagens, gerar empregos e
elevar competitividade no Brasil
Em junho de 2007 foi lançado o
10.03.10 13:31:36
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO
Plano Nacional de Turismo para
estimular as viagens no mercado
interno, criar 1,7 milhão de novos
empregos e estruturar 65 destinos
indutores do desenvolvimento
regional, com padrão de qualidade
internacional. Serão investidos
R$ 5,63 bilhões em infraestrutura e
R$ 1 bilhão na promoção de destinos
turísticos no Brasil e no exterior.
Energia garantida para
o crescimento do País
O Plano Decenal de Expansão de
Energia (PDE 2008-2017), lançado em
6 de fevereiro de 2009, aponta que os
recursos previstos para investimento
garantem ao Brasil a oferta necessária
para o crescimento econômico.
30
Petróleo
Aumento da produção de 1,85
milhão de barris por dia (bpd) em
2008 para mais de 3 milhões de bpd
em 2017, mantendo a autossuficiência
atingida em 2007.
Etanol
Atendimento ao aumento da
demanda por etanol em 150%, nos
próximos dez anos: de 25,5 bilhões
para 63,9 bilhões de litros.
Modulo2.indd 30
Energia elétrica
- Geração: a capacidade atingiu, em 30
de abril de 2009, 111.787 megawatts
(MW). Desde 2003, foram acrescidos
21.820 MW, sendo 10.601 MW
provenientes de hidrelétricas.
- Transmissão: total de 92.119
quilômetros de linhas de transmissão
(LT), em abril de 2009. De janeiro de 2003
a março de 2009, foram construídos
18.346 quilômetros: maior integração dos
subsistemas elétricos, capacidade de
transferência entre as regiões,
aproveitamento da diversidade
hidrológica do País e suprimento de
eletricidade com qualidade e
confiabilidade. Desde o início do Plano Nacional de
- Energia Eólica: 33 usinas em Etanol em 1975, o País evitou a
operação com capacidade total de 414,5 emissão de cerca de 650 milhões de
MW; sete usinas em construção (339,5 toneladas de dióxido de carbono (CO2)
MW); e 50 usinas outorgadas (2.388,2 na atmosfera, quase o dobro das
MW). emissões totais de 2008, oriundas do
- Luz para Todos: 9,9 milhões de uso de energia.
pessoas atendidas com 1,97 milhão de
ligações, até abril deste ano. Brasil inicia produção
da reserva Pré-sal
Energia limpa e renovável Primeira extração de petróleo em
O País tem matriz energética Tupi – Pólo Pré-sal da Bacia de Santos
assentada em fontes limpas e renováveis: – é marco na exploração em águas
45,3% contra 12,7% da matriz mundial. A ultraprofundas e distantes da costa.
hidroeletricidade e a energia proveniente Investimentos da Petrobras no Pré-sal
de produtos da cana-de-açúcar são os serão de US$ 29 bilhões no período
grandes destaques (30,5% na matriz). 2009-2013.
10.03.10 13:31:36
 Protocolo de Intenções
Socioambientais
Bancos privados aderiram ao pacto
socioambiental do governo Federal e
vão incorporar critérios exigidos para
empréstimos a empresas em
empreendimentos brasileiros.
As empresas terão de assumir
compromissos como respeito aos
direitos humanos e trabalhistas,
preservação da biodiversidade e
valorização da diversidade das culturas
locais. Outros seis pactos
multissetoriais já foram assinados entre
governo e setores produtivos, com a
intenção de promover a proteção ao
meio ambiente.
Modulo2.indd 31
Simplificado licenciamento
ambiental para habitações
populares
Resolução do Conselho Nacional de
Meio Ambiente (Conama) reduziu de um
ano para 30 dias, o prazo para
concessão de licença ambiental para
habitações destinadas à população de
baixa renda. O licenciamento
simplificado refere-se unicamente a
edificações construídas em áreas de até
100 hectares (ha).
Novas regras de licenciamento
para usinas termoelétricas
As usinas termoelétricas que utilizam
carvão e óleo, responsáveis pela
emissão de cerca de 14 milhões de
toneladas de dióxido de carbono
(CO2), terão de incorporar o custo
ambiental, incluindo o plantio de
milhares de árvores, para obter licença
de operação e sua renovação.
Plano Mais Pesca e Aquicultura
Fomenta a produção de pescado no
País e estabelece metas a serem
cumpridas até 2011, como a de 31
ampliar o consumo de pescado para 9
quilos/ano. Ações incluem estímulo à
criação em cativeiro, à pesca oceânica,
ao consumo e à melhoria das
condições sociais e de trabalho de
pescadores artesanais.
10.03.10 13:31:36
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO

Retrato Econômico
Comparativo 2003 e 2009 de indicadores econômicos selecionados
Indicador Jan-03 Mai-09 Variação %
PIB – Produto Interno Bruto (R$ bilhões de 2008) 2.269,4¹ 2.889,7² +27
Balanço de Pagamentos (saldo mensal – US$ milhões 713 3.745³ +425
Balança Comercial (saldo mensal – US$ milhões 1.155 4.625³ +300
Superávit primário (% do PIB acumulado em 12 meses) 3,71 2,28³ -39
Reservas internacionais (US$ milhões) 37.652 208.425³ +453
Investimento estrangeiro direto 16.020 42.308³ +164
(acumulado em 12 meses – US$ milhões)
Investimento brasileiro no exterior 2.654 13.864³ +422 As Políticas Sociais do
(acumulado em 12 meses – US$ milhões) Governo Lula
Risco-Brasil (pontos-base) 1.439 284³ -80
4 5
O governo Lula desenvolveu
Juros Selic (% a.a.) 25,00 9,25 -63
políticas em todas as áreas sociais
Crédito total (% do PIB) 21,8 43,0³ +97 buscando, de diferentes formas,
Dólar comercial (R$) 3,44 2,06³ -40 assegurar direitos a partir do acesso e
32
Inflação IPCA6 (% a.m.) 2,25 0,47³ -79 da qualidade dos serviços, em diálogo
7
com estados, municípios e com os
Cesta básica (R$) 208 208³ 0
segmentos organizados da sociedade.
Emprego (milhões de postos formais) 28,7 39,2³ +37 Esse diálogo resultou, em muitos
Taxa de desocupação regiões metropolitanas (%) 11,2 8,9 -21 casos, na realização de conferências
Salário mínimo real8 (R$) 283 465 +64 nacionais que definiram políticas de
longo prazo, tendo como horizonte a
Produção industrial (Índice de Base Fixa: 2002 = 100) 92,22 114,01 +24
9 10
continuidade e perenidade de seus
Safra de grãos (milhões ton/ano) 97,7 145,8 +49 princípios e fundamentos
Vendas do comércio (Índice de Base Fixa: 2003 = 100) 93,38 144,82 +55 possibilitando, dessa maneira, que se
1. PIB 2002. 2. PIB 2008. 3. Jun/09. 4. Sistema Especial de Liquidação e Custódia –Taxa do Banco Central. tornem políticas de Estado.
5. Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IBGE. 6. Valor médio da cesta básica do Dieese corrigido pelo IPCA a preços de Essa orientação representa uma
mai/09. 7. Deflacionou-se o salário mínimo nominal pelo INPC do IBGE. Base: mai/09. Fonte: Ipeadata.
8. Safra 2002. 9. Safra 2008. 10. Abr/09.
mudança profunda nos padrões de
Fonte: Destaques – Atualizado em 3 jul/09 – Divulgado em 3 jul/09, p. 02. condução das políticas públicas no

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Brasil. Tanto no que se refere às práticas
voltadas a transformar ações pontuais
em espetáculo, quanto aquelas que,
identificadas com as práticas
clientelistas, fizeram parecer que direitos
eram favores. Nos anos de
neoliberalismo, as políticas públicas
estiveram condicionadas à lógica de
redução do Estado, apresentadas sob a
forma de focalização, fazendo crer à
sociedade que isso significava
estabelecer prioridades.
As políticas do governo Lula têm
propiciado a retomada do conceito de
cidadania, que foi progressivamente
esvaziado por políticas intencionalmente
comprometidas com a redução dos
direitos dos/as trabalhadores/as em
favor da consagração dos interesses de
mercado. Ao retomar o papel do Estado
como condutor do conjunto de políticas
Modulo2.indd 33
sociais, o governo demonstra que a
garantia de direitos vai além de
investimentos financeiros, supõe
políticas cujos princípios e
fundamentos se amparam em
conceitos sobre qualidade e eficiência
que tem como centro as necessidades
e possibilidades das pessoas.
Mais respeito, maior acesso
A agilidade no atendimento dos
serviços públicos amplia o tempo que o
cidadão dispõe para si e sua família. O
atendimento universal de qualidade ao
cidadão, com reconhecimento de
direitos, mais respeito e agilidade aos
serviços públicos é prioridade do
governo Federal. Diversas iniciativas
para melhorar seus instrumentos de
gestão promovem o resgate social,
contribuem para a melhoria da
qualidade de vida dos brasileiros e
reduzem as travas ao crescimento
do País.
Transferência de renda, segurança
alimentar e cidadania
O Bolsa Família, criado em outubro de
2003, é um programa de transferência de
renda condicionada que concede
benefícios financeiros às famílias pobres
e que estão sob extrema pobreza. O
recebimento dos benefícios está
vinculado ao cumprimento de
compromissos assumidos nas áreas de
educação, saúde e assistência social. O
programa também promove a segurança
alimentar e nutricional, a conquista da
cidadania e o desenvolvimento das
potencialidades da parcela mais
vulnerável da população
Bolsa Família é ampliado e
inclui 300 mil famílias
Até maio de 2009, o programa já
havia atingido 300 mil novas famílias.
O valor da renda que determina a
entrada da família no Programa - critério 33
que define a condição de pobreza e de
extrema pobreza – foi alterado de
R$ 120 para R$ 137, e de R$ 60 para
R$ 69, respectivamente. Para fazer parte
do Bolsa Família é preciso estar inscrito
no Cadastro Único para Programas
10.03.10 13:31:37
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO

Educação - PDE
Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Comparativo 2003 e 2009 de indicadores econômicos selecionados
Até o fim do ano, está prevista a
Programas e Ações Metas Realizado (mai/09)
inclusão de 1,3 milhão de novas famílias.
Educação Básica
UAB 850 polos (até 2011) 560 polos¹ Ao todo serão investidos R$ 12,1 bilhões
Pibid 9.200 bolsas (até 2010) 2.321 bolsas no ano.
ProInfância 500 novas unidades escolares/ano 1.024 creches conveniadas p/construção
Caminhos da Escola² (ônibus escolar) 15 mil veículos (até 2011) 2.487 veículos (740 com recursos MEC, Visão integrada da educação
597 dos municípios e 1.150 do BNDES) O governo superou as políticas
Proinfo – laboratórios de informática 29 mil laboratórios em 2008 e 26 mil 26 mil laboratórios adquiridos em 2008
em 2009 focalizadas e as falsas prioridades e
Proinfo – Banda Larga 22 mil conexões em 2008 e 22 mil em 2009 22.094 escolas conectadas acumuladas investiu em todos os níveis e
Ideb Médias: 6,0 (até 4ª série); 5,5 (5ª a 8ª série); 2007: já alcançadas médias modalidades de ensino. Há dois anos, o
e 5,2 (ensino médio) até 2021 previstas para 2009 (4,2; 3,8 e 3,5) governo Federal instituiu o Plano de
Fundeb União participa com 10% do fundo Transferidos R$ 3,2 bilhões em Desenvolvimento da Educação (PDE).
de 2010 a 2020 2008 e R$ 1,3 bilhão em 2009
Ensino Fundamental de 9 anos Alcançar todas as escolas (até 2010) 52% de matrículas nesse regime São mais de 40 programas integrados,
(público e privado) que até 2021 mudarão o panorama da
PDE da Escola 29 mil escolas (2009) 7.875 em 2008 educação brasileira. O plano substitui o
Mais Educação 5 mil escolas (2008 e 2009) 1.380 escolas em 2008 tratamento fragmentado da educação
Sala de recursos multifuncionais 15 mil salas (até 2009) 5.551 salas (2005 a 2008) por outro, sistêmico, da creche à
10 mil salas em licitação (2009)
Educação Superior pós-graduação.
34
Expansão da educação superior/ 16 novas universidades federais e Universidades: 12 em funcionamento
Reuni 100 novos campi (2010) e projetos de criação de quatro em
tramitação no Congresso Nacional.
Campi: 67 em funcionamento,
33 em obras ou ação preparatória.
Prouni 720 mil bolsas (até 2011) 541.130 bolsas ocupadas desde 2005
Fies 400 mil contratos (até 2011) 315.184 (2003 a 2008)
Educação Profissional e Tecnológica
Expansão do ensino técnico 214 novas escolas técnicas (até 2010) 67 em funcionamento em instalações
definitivas; 95 em obras (15 das quais
funcionando em instalações provisórias);
52 em ação preparatória.
Alfabetização e educação continuada
Brasil Alfabetizado 1,6 milhão de alunos/ano 2003-2007: 8.368.518 alunos 2008/09:
1.371.227 alunos em turmas ativas
1. Na edição anterior foi informado que haviam sido selecionados 562 polos; porém, dois destes foram desligados.
2. Foi premiado no 13º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal, em abr/09.
Fonte: Destaques – Atualizado em 7 mai/09 – Divulgado em 20 mai/09, p.23.

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 Democratização e melhoria
da qualidade da educação
Analfabetismo (maiores de 15 anos)
– queda de 11,8% para 9,9%, entre os
anos de 2002 e 2007.
82% dos jovens na faixa etária de
15 a 17 anos estão na escola (2007).
Acesso à universidade: ampliação
de 1,3 milhão de estudantes, entre os
anos de 2003 e 2007.
Expansão e modernização
da Educação Profissional e Tecnológica
A Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnológica está
vivenciando a maior expansão da sua
história. De 1909 a 2002 foram
construídas 140 escolas técnicas no
País. O Plano de Desenvolvimento da
Modulo2.indd 35
Educação (PDE) prevê a criação de 214
novas escolas até 2010.
Expansão da Rede Pública: Até
maio de 2009, 67 escolas em
funcionamento em instalações
definitivas, 95 em obras e 52 em ação
preparatória.
Brasil Profissionalizado: previsão
de investimento de R$ 900 milhões
(2008-2011) na expansão e
modernização das redes públicas de
ensino médio integrado à educação
profissional. Já celebrados convênios
com 18 estados, no valor de R$ 424
milhões, e liberados R$ 17,5 milhões.
Saúde para o desenvolvimento
socioeconômico do País
A melhoria das condições de saúde
dos/as brasileiros/as é o objetivo
estratégico do Programa Mais Saúde.
Suas diretrizes, medidas e ações buscam
um novo padrão de desenvolvimento,
comprometido com o crescimento, o
bem-estar e a equidade. Sua agenda
contempla 73 medidas e 171 ações, em
sete eixos: Promoção, Atenção,
Complexo Industrial, Força de Trabalho,
Qualificação da Gestão, Participação e
Controle Social, e Cooperação
Internacional.
Melhoria da qualidade de vida
Mortalidade infantil: era de 24,3 por
mil nascidos vivos até 2002. Cinco anos
depois caiu para 19,3 por mil nascidos
vivos.
Esperança de vida: de 70,4 anos
para 72,7, entre 2002 e 2007.
Qualificação da gestão
Portabilidade dos Planos de Saúde:
desenvolvido o Guia de Planos de Saúde,
sistema eletrônico que permite o
cruzamento de dados, para consulta e
comparação de mais de 5.000 planos de 35
saúde comercializados por
aproximadamente 900 operadoras em
atuação no mercado brasileiro.
Apreensão de medicamentos: mais
de 150 toneladas de medicamentos sem
registro, falsificados, contrabandeados
10.03.10 13:31:38
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO
ou com a validade vencida. Dez
operações conjuntas das polícias
Federal e Rodoviária Federal e 31
estabelecimentos interditados, entre
março e abril de 2009.
Aumento do Registro de Doadores
Voluntários de Medula Óssea
(Redome): 940 mil doadores/as
cadastrados/as, superando a meta
prevista para 2011, de 920 mil.
Atenção à saúde
Farmácia Popular do Brasil: 509
unidades implantadas em 395
municípios.
Aqui Tem Farmácia Popular: cerca
de 5.000 farmácias da rede privada
credenciadas ao SUS, em 1.337
municípios. Meta para 2011: 19,4 mil.
36 Saúde da Família: 29.275 equipes
qe beneficiam 93,4 milhões de
habitantes em 5.198 municípios.
Agentes Comunitários de Saúde:
cerca de 228 mil agentes atendendo
113 milhões de pessoas em 5.316
municípios.
Saúde Bucal: 17.818 equipes
atendendo 74 milhões de pessoas em
4.573 municípios; e 674 Centros de
Especialidades Odontológicas (CEOs)
implantados em 572 municípios.
Samu 192: 1.069 veículos de
Suporte Básico (casos menos graves) e
Modulo2.indd 36
296 ambulâncias de Suporte Avançado
(UTI) em 1.184 municípios, atendendo
mais de 100,6 milhões de pessoas.
Promoção de saúde
Campanha Comportamento no
Trânsito: em 8 de abril de 2009 foi
lançada a segunda fase da campanha,
em parceria com os ministérios das
Cidades (Denatran) e da Justiça (Polícia
Rodoviária Federal). Temas “Medidas
Coercitivas” e “Caminhoneiros.”
Atividade física: aumentou o
número de brasileiros/as que praticam
regularmente. Atualmente, 16,4% da
população é ativa, em consonância com
as recomendações internacionais. Eram
15,5% em 2007 e 14,9% em 2006.
Alimentação: diminuiu o consumo
de carnes com excesso de gordura. Hoje
são consumidas por 33,8% dos/as
brasileiros/as. Em 2006, era 39,2%. A
ingestão de frutas entre adultos saltou de
5,6% para 15,2%.
O uso do tabaco caiu mais de 50%,
nos últimos 20 anos, entre jovens
brasileiros de 18 e 24 anos. Passou de
29%, em 1989, para 14,8%.
Políticas públicas para
garantir segurança
O Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania (Pronasci) enfrenta a
criminalidade e a violência nas regiões
metropolitanas com os mais altos índices
de homicídio, articulando políticas de
segurança com ações sociais. Eixos
principais: reestruturação do sistema
prisional, valorização do profissional de
segurança pública, combate à corrupção
policial e ao crime organizado, e
envolvimento da comunidade nas ações.
10.03.10 13:31:38
 São integrantes do Pronasci 20 estados,
o Distrito Federal e 96 municípios.
Investimento total: R$ 6,7 bilhões
até 2012.
Registro de Nascimento acelera
redução da desigualdade
A Agenda Social Documentação Civil
Básica visa erradicar o sub-registro de
nascimento e expandir o acesso à
documentação básica. Com um
orçamento de R$ 101,6 milhões até
2010, prioriza a Amazônia Legal; os
povos indígenas e as populações
tradicionais (quilombolas, ciganos,
ribeirinhos); os trabalhadores rurais,
moradores de rua, catadores de
recicláveis; as pessoas de baixa renda,
os idosos e as crianças em abrigos; os
municípios com índice de sub-registro
acima de 25% sem cartórios ou com
postos de atendimento muito distantes.
O registro de nascimento é necessário
para obter a documentação civil
(carteira de identidade, CPF e carteira
de trabalho) e para ter acesso a
programas sociais.
Cultura ao alcance de todos
O Programa Mais Cultura visa o apoio
à cultura como inclusão social, vetor de
desenvolvimento econômico e
qualificação dos espaços urbanos.
Modulo2.indd 37
Atende, prioritariamente, áreas de
grande vulnerabilidade social.
Ibram: uma autarquia para
cuidar dos museus
A criação do Instituto Brasileiro de
Museus (Ibram) e a sanção do Estatuto
de Museus representam a maior
reestruturação na área dos museus já
ocorrida no Brasil. O Ibram, cuja
diretoria tomou posse em 11 de maio de
2009, busca assegurar a preservação do
patrimônio museológico do Brasil,
democratizar o acesso aos bens
culturais e normatizar a área. O Estatuto
define regras e princípios para a
manutenção do patrimônio museológico
nacional. Atualmente, existem 2.607
museus no País, a sexta maior rede do
mundo, em que são preservados mais
de 200 milhões de bens culturais, com
geração de mais de 40 mil empregos
diretos.
Campanha Cada Município,
uma Biblioteca
Lançada em abril de 2009, a
campanha estimula a participação do
cidadão na fiscalização da meta de se
ter em cada cidade, no mínimo, uma
biblioteca. A campanha Cada Município,
uma Biblioteca é parte do Mais Cultura, que
tem como um dos seus objetivos zerar,
ainda em 2009, o número de municípios
sem biblioteca pública em todo o Brasil.
Ampliar a base científica e
tecnológica do País
O Plano de Ação de Ciência,
Tecnologia e Inovação (C,T&I) foi criado
para, entre outros objetivos, ampliar a
base científica e tecnológica; promover
ambiente favorável à inovação;
fortalecer a Política de Desenvolvimento
Produtivo (PDP) e as atividades de
pesquisa em áreas estratégicas;
popularizar as ciências, universalizar o
acesso a bens por ela gerados e difundir
tecnologias que melhorem a vida da
população.
País investe no maior setor industrial
de tecnologias avançadas
Está prevista para este ano a
inauguração do centro de
desenvolvimento de pesquisa do Centro
Nacional de Tecnologia Eletrônica
Avançada S/A (Ceitec). Com duas
unidades já em funcionamento, a estatal
é líder no setor de semicondutores da 37
América Latina, desenvolve circuitos
integrados e responsável por introduzir
o País em um segmento que responde
por 12% do PIB mundial. O Centro já
especializou 45 engenheiros em projetos
de circuitos integrados e acaba de
10.03.10 13:31:38
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO
entregar ao mercado 15 mil chips para
automação industrial. Foram investidos
R$ 310 milhões, entre instalações e
aporte de capital.
Melhoria do ambiente para inovação
Nos últimos anos, a política de
desenvolvimento industrial
proporcionou dois importantes
momentos de modernização do Sistema
de Inovação Brasileiro. Em 2005, com a
Política Industrial, Tecnológica e de
Comércio Exterior (PITCE), o País passou
a contar com uma lei de incentivos
fiscais à Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) voltados as empresas. Em 2008,
com a Política de Desenvolvimento
Produtivo (PDP), foi disponibilizado um
instrumento de incentivo ao
38 investimento privado, que permite a
recuperação integral do valor investido
em máquinas e equipamentos
destinados à utilização nas atividades de
P&D, na apuração do Imposto de Renda
de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da
Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) do ano de aquisição.
Cresce financiamento ao investimento
em inovação das empresas
O financiamento à inovação das
empresas com recursos oficiais
aumentou nos últimos anos,
Modulo2.indd 38
contribuindo para estimular a decisão
empresarial de investir em P&D. Os
desembolsos do BNDES para inovação
somam mais de R$ 1 bilhão desde 2006.
O Programa Inova Brasil, da Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep), somente
em 2008, apoiou 50 projetos de P&D,
com financiamentos superiores a
R$ 860 milhões.
Reestruturar a pesquisa agropecuária
O Programa de Fortalecimento e
Crescimento da Embrapa – que contará com
R$ 245,7 milhões para as ações previstas
em 2009 – objetiva reestruturar a
pesquisa agropecuária brasileira,
incluindo as Organizações Estaduais de social, modalidades de alto rendimento,
Pesquisa Agropecuária (Oepas). O organização do futebol e preparação para
programa conta com dez projetos, seis grandes eventos. O apoio à Copa do
dos quais diretamente ligados à Mundo em 2014 e às Olimpíadas no Rio
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Janeiro em 2016, a Lei de Incentivo ao
(PD&I); dois para inovação institucional Esporte (2006) e programas como Bolsa
da Empresa e revitalização de sua Atleta e Segundo Tempo complementam a
infraestrutura física e capacidade estratégia de estímulo à prática desportiva
intelectual; um para Oepas e o outro e de promoção do esporte em suas
para monitoramento por satélite das dimensões social, econômica e cultural.
obras do PAC infraestrutura.
Recursos da Previdência Social
Prática e promoção do esporte nas incrementam a economia local
dimensões social, econômica e cultural Até março de 2009, foram pagos
Cinco eixos norteiam as políticas 26,324 milhões de benefícios em todo o
públicas do Brasil para o esporte: Brasil. Com isso, a economia dos
ampliação de infraestrutura, inclusão municípios teve incremento de R$ 16,8
10.03.10 13:31:38
 bilhões. Do total de benefícios pagos,
69,4% referem-se a valores de até um
salário mínimo, que beneficiaram 18,2
milhões de brasileiros/as.
Expansão da rede de
atendimento do INSS
O Plano de Expansão prevê a construção
de 720 novas agências da Previdência
Social em municípios com mais de 20 mil
habitantes, em todas as regiões do País.
539 prefeituras já indicaram terrenos para
a construção das novas agências em seus
municípios. Dessas, 115 formalizaram a
doação por meio de escritura pública. No
município de Tauá (CE), a construção da
agência começou em mar/09. As agências
Modulo2.indd 39
deverão entrar em funcionamento
até o início de 2010.
Regularização fundiária
na Amazônia Legal
O Plano Amazônia Sustentável (PAS)
se destina prioritariamente à regularização
fundiária. O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) estima que
apenas 4% da área da Amazônia Legal
esteja regularizada. A maior parte das
ocupações estão em terras públicas. A
regularização possibilita o
reconhecimento da posse das famílias
residentes, com emissão de título
definitivo, segurança jurídica e
implementação eficaz de políticas
públicas direcionadas ao desenvolvimento
econômico, social e de combate ao
desmatamento na região.
Ações para elevar o nível de vida
da população da Amazônia Legal
Com objetivo de elevar o nível de vida da
população de todo o País, especialmente
da Amazônia Legal (AC, AP, AM, MA, MT,
PA, RO, RR e TO), o PAS está estruturado
em seis eixos. As ações visam valorizar o 39
patrimônio natural e aportar investimentos
em tecnologia e infraestrutura, para
viabilizar atividades econômicas dinâmicas
e inovadoras, compatíveis com o uso
sustentável de recursos naturais e com a
preservação de biomas.
10.03.10 13:31:39
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO

Direitos Humanos, Segurança e Proteção à criança e ao adolescente, Agenda Social de Inclusão

Combate à Discriminação garantindo seus direitos das Pessoas com Deficiência
A Agenda Social Criança e O governo lançou este ano (26 de
País de todos e todas Adolescente prevê ações estruturadas setembro) a iniciativa, que está
O diálogo do governo com a em três projetos: Bem-me-quer focada na ampliação da cobertura
sociedade civil, os demais poderes da (enfrentamento da violência contra das ações para promover os direitos
República e os entes federativos vêm crianças e adolescentes), Caminho para de aproximadamente 25 milhões de
contribuindo fortemente para consolidar Casa (promoção do direito à convivência brasileiros e brasileiras com algum
a democracia brasileira. Em sintonia com familiar e comunitária) e Na Medida Certa tipo de deficiência que, além de
os princípios constitucionais, assegura o (implantação do Sistema Nacional de barreiras físicas, enfrentam a
exercício dos direitos sociais, individuais, Atendimento Sócio-educativo -Sinase). discriminação. A agenda inclui
humanos e de tolerância, assim como a O Sinase articula os três níveis de medidas integradas, articuladas e
garantia da liberdade, segurança, do bem- governo, levando em conta a relação e a complementares, considerando a
estar, desenvolvimento, da igualdade e da co-responsabilidade da família, da acessibilidade nas áreas de educação,
justiça, enquanto valores supremos de comunidade e do Estado no trabalho, saúde, assistência social,
uma sociedade fraterna, pluralista e sem atendimento aos adolescentes em transporte, infraestrutura e
preconceitos. conflito com a lei. intervenções urbanas.

40

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 Retrato Social
Comparativo 2002 e 2007 de indicadores sociais selecionados da PNAD1
Incentivo à contratação
de pessoas com deficiência Indicador 2002 2007 Variação %
As empresas que não cumpriram Abastecimento de água 82,0 84,3 +3
(% domicílios)
a cota legal de contratação de
Esgotamento sanitário 46,5 52,0 +12
pessoas com deficiência receberam (% domicílios)
do governo Federal um incentivo Lixo coletado 84,8 88,4 +4
para adequar-se à lei. Aquelas que (% domicílios)
se comprometerem a receber Iluminação elétrica 96,7 98,5 +2
aprendizes com deficiência, para (% domicílios)
contratá-los ao final do período de Telefone 61,7 77,7 +26
(% domicílios)
aprendizagem, deixarão de ser
Máquina de lavar roupa 34,0 40,0 +18
autuadas pelo Ministério do (% domicílios)
Trabalho e Emprego, desde que Televisor 90,0 94,9 +5
continuem no projeto até completar (% domicílios)
integralmente o percentual de Microcomputador 14,2 27,0 +90
contratação definido pela Lei de (% domicílios)
Cotas (8.213/1991). Microcomputador com acesso a internet 10,3 20,4 +98
(% domicílios)
Taxa de fecundidade 2,26 1,95 -14
(filhos nascidos vivos por mulher)
Taxa de escolarização – pessoas de 7 a 14 anos 96,0 97,7 +1
(% da população)
Taxa de analfabetismo – maiores de 15 anos 11,8 9,9 -16
(% da população)
Número médio de anos de estudo – 6,3 7,0 +11
pessoas de 10 anos ou mais (% da população)
Taxa de desocupação 9,2 8,2 -11
(% da população)
Contribuintes da Previdência Social 45,0 51,1 +14 41
(% população ocupada)
Trabalho infantil 12,6 10,6 -16
(% pessoas ocupadas na população de 5 a 17 anos)
Rendimento médio real dos trabalhadores 899 960 +7
(R$)
1. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Dados de 2007 estão harmonizados com 2002 (exclui Região Norte rural) para
permitir comparação. Obs.: Os dados referentes ao ano de 2008 serão divulgados pelo IBGE em set/09.
Fonte: Destaques – Atualizado em 4 mai/09 – Divulgado em 20 mai/09, p. 03.

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 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO

Observatório Brasil de Igualdade

de Gênero
Lançado em março de 2009, no mês
que reserva um calendário de atividades
e lutas das mulheres, o Observatório Brasil
de Igualdade de Gênero, com o papel de
monitorar os impactos da crise
econômica internacional na vida das
mulheres, especialmente as
trabalhadoras da economia informal e as
que executam trabalho doméstico. A
ação é realizada por um grupo de
trabalho (GT), formado por técnicas da
Secretaria de Políticas para as Mulheres
(SPM), da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística alteração de dispositivos do Estatuto da Mais de 160 mil matriculados
(IBGE). O Observatório publicará boletim Criança e do Adolescente, tramita no no ProJovem Urbano
42 mensal, revista semestral e um relatório Congresso Nacional um projeto de lei Até junho de 2009, 163.924 jovens
anual para divulgação de notícias, dados apresentado pelo governo Federal. estavam matriculados no Programa
e análises. Nacional de Inclusão de Jovens
Oportunidades para jovens (ProJovem), na modalidade urbana. Desse
Inovações de atendimento auxiliam O Programa Nacional de Inclusão total, quase a metade (79.680) em
adolescentes em conflito com a lei de Jovens visa elevar a escolaridade e municípios com mais de 200 mil
O Sistema Nacional de Atendimento promover a qualificação profissional habitantes e os demais (80.834) em
Socioeducativo (Sinase), implantado em e o desenvolvimento humano (cultura, cidades com menos de 200 mil
2006, define as regras de atendimento esporte, lazer, inclusão digital e ação habitantes (estes em acordo direto com
de adolescentes em conflito com a lei. comunitária), com geração de 16 estados).
Entre os objetivos está a garantia do oportunidades e garantia de direitos.
direito à convivência familiar e O ProJovem possui quatro modalidades: Integração reduz desigualdades
comunitária dos adolescentes internos. Urbano, Adolescente, Trabalhador sociais e regionais
Para a regulamentação do Sinase e e Campo. Os Territórios da Cidadania reúnem

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municípios de pequeno porte conforme
os critérios de menor Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH); maior
concentração de agricultores familiares e
assentamentos da reforma agrária; maior
número de beneficiários do Bolsa
Família; maior concentração de
quilombolas e indígenas; maior número
de municípios com baixo dinamismo
econômico e maior organização social.
As ações são definidas e acompanhadas
pelas comunidades. A integração de
políticas públicas e investimentos
contribui para melhorar o IDH, evitar o
êxodo rural e superar as desigualdades
regionais.
Modulo2.indd 43
Educação como instrumento
da afirmação cultural indígena
Por iniciativa do Ministério da
Educação (MEC), em parceria com a
Fundação Nacional do Índio (Funai),
secretarias estaduais e municipais de
educação, Conselho Nacional de
Secretários de Educação (Consed) e
União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime), está
prevista a realização da Conferência
Nacional de Educação Escolar Indígena
(CNEEI) este ano. Com o tema central
“Gestão Territorial e Afirmação
Cultural”, cinco eixos baseiam os
trabalhos preparatórios: educação,
territorialidade e autonomia dos
povos; práticas pedagógicas; política,
gestão e financiamento; participação
e controle social; e diretrizes para
educação escolar indígena. Entre
março e maio deste ano foram
realizadas conferências preliminares
em Dourados e Campo Grande (MS),
Curitiba (PR) e Cuiabá (MT).
Amazonas, Bahia e Ceará já haviam
realizado suas regionais.
Melhor condição de vida
para os quilombolas
Por meio da Agenda Social
Quilombola, o governo Federal
pretende articular ações para ampliar
direitos e melhorar as condições de
vida de pessoas que vivem em
comunidades quilombolas. O Decreto
4.887/03 regulamentou os
procedimentos de identificação,
reconhecimento, delimitação,
demarcação e titulação das terras
ocupadas pelos quilombolas. Com o
programa Brasil Quilombola, instituído
março de 2004, os direitos à terra e 43
ao desenvolvimento econômico e
social, assim como à participação de
representantes quilombolas na
formulação de políticas públicas,
foram assumidos como prioridade
governamental.
10.03.10 13:31:40
 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO
PAC Funasa leva saneamento
para pequenas comunidades
O programa prioriza a implantação
de redes de distribuição de água,
esgotamento sanitário adequado e
coleta de lixo e limpeza urbana em
municípios de até 50 mil habitantes.
Objetivo é melhorar as condições de
vida das pessoas por meio de ações na
área de saúde preventiva em pequenas
comunidades, populações rurais
dispersas, áreas indígenas e povos da
floresta, quilombolas, assentamentos
de reforma agrária e regiões de
interesse epidemiológico (com grande
incidência de malária e doença
de Chagas).
44
Modulo2.indd 44
Participação Social
O Governo Lula representou um
marco na relação com a sociedade civil
organizada, que passou a ser
respeitada, legitimada e valorizada.
Rompendo com a tradição autoritária
do Estado brasileiro e com as práticas
de desqualificação das experiências de
organização dos/as trabalhadores/as,
tão características aos neoliberais no
Brasil, o governo investiu no diálogo e
na participação da sociedade para a
construção de políticas públicas no
país. Independente das diferenças de
opinião e dos conflitos, o que é natural
numa democracia, a postura do
Governo representou um enorme
avanço, reconhecido por todos os
movimentos sociais.
Sessenta anos em seis
Um indicador inconteste do
investimento na participação popular,
como caminho de geração de políticas
públicas é o número de conferências
realizadas no Brasil em seis anos. Entre
os anos de 2003 e 2009 foram realizadas
62 das 101 conferências que se tem
registro desde 1941. Ao todo foram
59 conferências nacionais – não
incluindo aquelas previstas para o
segundo semestre de 2009 – e três
internacionais. Em seis anos superamos
10.03.10 13:31:41
 quase o dobro de conferências
realizadas em 61 anos de governos
anteriores. Mais de 4,5 milhões de
pessoas participaram das conferências
nacionais, que tiveram etapas
municipais, estaduais e até regionais.
Outro sinal do reconhecimento aos
movimentos sociais no governo Lula
pode ser avaliado por meio dos temas
abordados nas conferências. Pela
primeira vez, o Brasil colocou em
discussão as políticas para as mulheres.
A primeira e uma das maiores em
participação: 3 mil mulheres
participaram da Conferência Nacional,
em Brasília, em 2004. Foram também
marcos desse investimento no debate
plural e fomento à participação dos mais
diversos setores, as conferências para
Modulo2.indd 45
definir políticas de promoção da
igualdade racial, sobre os povos
indígenas, sobre os direitos da pessoa
idosa, da pessoa com deficiência,
juventude, gays, lésbicas, bissexuais,
travestis e transexuais. A
democratização da cidade não foi
assunto menor. Além da criação do
Ministério das Cidades, o assunto foi
pauta de duas conferências ainda no
primeiro mandato e a terceira em 2007.
O governo investiu como nunca em
canais de participação da sociedade
civil, promovendo os Fóruns da
Participação Social (para construir o
Plano Plurianual - PPA), elevando de 40
para 148 o número de ouvidorias, entre
2003 e 2008, e fortalecendo os
Conselhos de Direitos. De 2006 até
agora, foram reformulados os
conselhos nacionais dos direitos da
Pessoa Idosa, dos Direitos da Mulher,
de Recursos Hídricos, de Combate à
Discriminação, da Embrapa, da Pessoa
Portadora de Deficiência, visando
adaptação às políticas, definições dos
movimentos e setoriais nos encontros,
e às novas exigências legais até 2006.
Dezoito novos conselhos também
foram criados, permitindo uma
ampliação na participação dos
segmentos organizados. 45
Os movimentos sociais tiveram um
papel importantíssimo, seja através da
apresentação das suas pautas de
reivindicações, seja na formulação
programática. Com o apoio do PT e dos
petistas que estão no governo, as
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 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO

Conferências realizadas no Brasil entre 2003 e 2009

TEMAS ANO - EDIÇÃO
Conferência Nacional de Saúde 2003 - 12ª 2007 - 13ª
Conferência Nacional de Assistência Social 2003 - 4ª 2005 - 5ª 2007 - 6ª
Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde 2004 - 2ª 2005 - 3ª
Conferência Nacional de Direitos Humanos 2003 - 8ª 2004 - 9ª 2006 - 10ª 2008 - 11ª
Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação 2006 - 3ª
Conferência Nacional de Saúde Bucal 2004 - 3ª
Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 2004 - 2ª 2007 - 3ª
Conferência Nacional de Gestão do Trabalhador e da Educação na Saúde 2006 - 3ª
Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 2003 - 5ª 2005 - 6ª 2008 - 7ª
Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde 2004 - 2ª 2005 - 3ª
Conferência Nacional de Saúde Indígena 2006 - 4ª
NOVAS TEMÁTICAS A PARTIR DE 2003
Conferência Nacional das Cidades 2003 - 1ª 2005 - 2ª 2007 - 3ª
Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca 2003 - 1ª 2006 - 2ª
Conferência Nacional do Meio Ambiente 2003 - 1ª 2005 - 2ª 2008 - 3ª
Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente 2003 - 1ª 2006 - 2ª 2009 - 3ª
Conferência Nacional da Terra e da Água 2004 - 1ª
Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres 2004 - 1ª
Conferência Nacional do Esporte, Lazer e Desenvolvimento Humano 2004 - 1ª 2006 - 2ª
Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais 2004 - 1ª 2005 - 2ª 2007 - 3ª
46
Conferência Nacional de Economia Solidária 2005 - 1ª
Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica 2005 - 1ª
Conferência Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial 2005 - 1ª 2009 - 2ª
Conferência Nacional de Cultura 2005 - 1ª
Conferência Nacional dos Povos Indígenas 2006 - 1ª
Conferência Nacional de Imunodeficiências Primárias 2006 - 1ª
Conferência Nacional de Educação Profissional Tecnológica 2006 - 1ª
Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência 2006 - 1ª 2008 - 2ª
Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa 2006 - 1ª 2009 - 2ª
Conferência Nacional de Educação Básica 2008 - 1ª
Conferência das Comunidades Brasileiras no Exterior 2008 - 1ª
Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável 2008 - 1ª
Conferência Nacional de Aprendizagem Profissional 2008 - 1ª
Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais 2008 - 1ª
Conferência Nacional de Juventude 2008 - 1ª
Conferência Nacional de Recursos Humanos da Administração Pública Federal 2009 - 1ª

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 Conferências Internacionais realizadas entre 2003 e 2009
TEMAS ANO - EDIÇÃO
Conferência Internacional da Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural 2006 - 2ª
Conferência Internacional das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica 2006 - 8ª
Conferência Internacional das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança e Biodiversidade 2009 - 3ª

Conferências nacionais previstas para 2009 - 2010

TEMAS ANO - EDIÇÃO DATA DA ETAPA NACIONAL
Conferência Nacional de Segurança Pública 2009 - 1ª 27 a 30 de agosto
Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena 2009 - 1ª 21 a 25 de setembro
Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca 2009 - 3ª 30 de setembro a 2 de outubro
Conferência Nacional de Assistência Social 2009 - 7ª 30 de nov. a 3 de dezembro
Conferência Nacional de Comunicação 2009 - 1ª 14 a 17 de dezembro
Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 2009 - 8ª 7 a 10 de dezembro
Conferência Nacional de Saúde Ambiental 2009 - 1ª 15 de dezembro
Conferência Nacional de Cultura 2010 - 2ª 11 a 14 de março (previsão)
Conferência Nacional da Educação 2010 - 1ª 28 de março a 1º de abril (previsão)

Conselhos criados entre 2003 e 2009

Transparência Pública e Combate à Corrupção 2003
Desenvolvimento Rural Sustentável 2003
Economia Solidária 2003
Turismo 2003
Segurança Alimentar e Nutricional 2003
Desenvolvimento Econômico e Social 2003
Aquicultura e Pesca 2003
Promoção da Igualdade Racial 2003
Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina 2003
Ciência e Tecnologia 2003 47
Combate à Pirataria e Delitos contra a Propaganda Intelectual 2003
Cidades 2004
Diretor do Fundo da Marinha Mercante 2004
Juventude 2005
Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social 2006
Acompanhamento do FUNDEB 2007
Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia 2007
Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste 2007

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 GOVERNANDO O BRASIL: A ESPERANÇA VENCE O MEDO
entidades e movimentos exerceram
o saudável e democrático direito à
influência, para que as disputas de
interesses pendessem sempre a favor
da maioria da população e dos direitos
das minorias.
Decerto, os frutos destes processos
não serão visíveis a curto prazo e nem
serão palpáveis imediatamente. São
conquistas imateriais, que resultam da
possibilidade de participação, do acesso
à informação, à palavra, à organização
autônoma. A partir da prática
democrática, a construção da cidadania,
que é algo mais duradouro, que
permanece no tempo e transforma aos
poucos o cotidiano.
Um grande desafio para toda a
sociedade, para o governo e para nós
48 petistas é acompanhar o
encaminhamento de todas as
deliberações obtidas nestas
conferências.
Política Externa
Durante os anos 1990, no Brasil e na
América Latina, o neoliberalismo
promoveu mudanças que levaram os
países ao empobrecimento, à
dependência externa e à privatização de
seu patrimônio público. Assim como o
Brasil teve Fernando Collor e Fernando
Modulo2.indd 48
Henrique Cardoso, que entregaram o chegou a afirmar que, mais do que uma
país ao Fundo Monetário Internacional época de mudanças, a região vive uma
(FMI) e ao “Consenso de Washington”, mudança de época. As alianças têm
todos os países latino-americanos agora o grande desafio de se unirem
tiveram que enfrentar as políticas cada vez mais, para dar continuidade e
neoliberais. Foi o momento das alianças aprofundar as transformações que a
de resistência. Cada ofensiva contou América Latina e o mundo reclamam.
com cerrada oposição da esquerda e A política externa é um dos principais
dos movimentos sociais. sucessos do governo Lula. Iniciativas
Passado este período, a América como a ação contra a fome e a pobreza,
Latina vive hoje outro cenário, onde as a defesa da taxação de fluxos financeiros
forças progressistas e de esquerda e paraísos fiscais, a abertura da política
reforçam uma aliança propositiva, para a internacional para a participação da
construção de um novo padrão de sociedade civil, a prioridade estratégica
desenvolvimento com justiça social. A conferida as relações Sul-Sul, ao
partir de 1998, as forças progressistas e continente africano e a integração
de esquerda venceram eleições e continental, têm raízes na política de
passaram a participar de governos na relações internacionais do PT (CADERNO
América Latina. Esta nova geração de
presidentes é levada aos governos de
seus países por fortes reações populares
contra as políticas neoliberais. Foram
eleitos/as neste período: Néstor Kirchner
e Cristina Kirchner (Argentina); Evo
Morales (Bolívia); Michelle Bachelet
(Chile); Rafael Correa (Equador); Daniel
Ortega (Nicarágua); Fernando Lugo
(Paraguai); Tabaré Vásquez (Uruguai);
Hugo Chávez (Venezuela); e Maurício
Funes (El Salvador).
As transformações em curso no
continente são tão intensas que o
presidente do Equador Rafael Correa
10.03.10 13:31:42
 DE RESOLUÇÕES DO 3º CONGRESSO DO
PARTIDO DOS TRABALHADORES, p.135-6)
Outras medidas apontaram para
mudanças ainda mais evidentes na
política externa. Antes mesmo da posse,
Lula enviou um emissário pessoal à
Venezuela – na época mergulhada em
crise aguda – e propôs a criação do
“grupo de amigos da Venezuela”, cuja
atividade contribuiu bastante para a
superação do impasse político. Sob uma
nova orientação, a diplomacia brasileira
também se expressou de maneira
enfática sobre as seguintes questões:
condenação à Guerra ao Iraque;
apoio à integração da América do Sul;
estreitamento dos laços com
Modulo2.indd 49
“outros grandes países da periferia”
(com destaque para Índia, China e
África do Sul);
diversificação dos parceiros
econômicos, com diminuição da
dependência dos Estados Unidos e da
Europa; a ampliação do leque de
relações comerciais, através da
intensificação do intercâmbio com
países da América Latina, África, Ásia e
Oriente Médio, propiciaram a criação
uma nova geografia comercial, além do
aumento expressivo de novos mercados;
novos posicionamentos em relação
às negociações comerciais em curso; a
paralisação das negociações em torno
da criação da Área de Livre Comércio
das Américas (Alca), decorrente da
intervenção dos presidentes dos países
do Mercosul, colocou um freio nas
pretensões do governo norte-americano.
O Brasil assumiu, a partir de então, um
papel de liderança na articulação dos
países em desenvolvimento – uma voz
vigorosa na “Rodada de Doha.” Propôs
claramente um comércio internacional
mais justo e mudanças na arquitetura do
poder mundial, em direção a um desenho
multipolar. É um posicionamento que tem
se disposto a fazer, sem rupturas e
mantendo relações amistosas com os
Estados Unidos, mas com exposição
corajosa de suas ideias, trabalhando para
que o processo avance o mais
rapidamente possível.
Outras iniciativas importantes foram o
encontro de países árabes e sul-
americanos, a ampliação das relações
com os países africanos e o estreitamento
de relações com a China.
A realidade, porém, ainda impõe um
entusiasmo contido, sem ilusões. Apesar
de o Brasil aparecer cada vez mais na
imprensa internacional, ao lado da China,
da Rússia e da Índia como uma força 49
emergente, ainda há fragilidades
econômicas e diplomáticas grandes, como
o protecionismo dos países do norte, o
desequilíbrio armamentista e as
desigualdades de poder entre as nações
na Organização das Nações Unidas (ONU).
10.03.10 13:31:42
 O
GOVERNANDO
PROJETO DOSEM
PT EMEDO
O FUTURO
DE SER FELIZ
O projeto do PT e o futuro
abemos que não basta chegar ao
governo para mudar a sociedade.
É necessário também mudar a
sociedade para que ela sustente as
transformações de um governo.
Portanto, para o PT continua
imprescindível a combinação da luta
institucional com a luta social, para
acumular forças, construir hegemonia
para o ideário do socialismo
democrático e transformar o Brasil
num país livre, igual, solidário, que
compartilhe riquezas, poder e
conhecimento.
As transformações que vivemos
hoje no Brasil são fruto das lutas da
50 classe trabalhadora, da atuação de
setores progressistas e outros partidos
de esquerda e, sobretudo, da atuação
política do Partido dos Trabalhadores.
Nas conquistas do governo do
presidente Lula encontramos as
referências mais objetivas do projeto
petista para o Brasil, inspirado pela
perspectiva do socialismo
democrático. Elas materializam muitas
das propostas que apresentamos em
nossos Programas de Governo, e
revelam nossa capacidade de mudar a
sociedade brasileira, bem como as
Modulo2.indd 50
forças políticas e sociais, para tornar
esses objetivos realidade.
Os avanços e conquistas do governo
Lula são um marco na história do país e
refletem-se nos elevadíssimos índices de
aprovação alcançados por ele e por seu
governo. Entretanto, estamos apenas
iniciando a preparação das bases da
sociedade que queremos, resgatando a
dignidade de milhões de brasileiros/as
que romperam com a exclusão social, e
consolidando as premissas para a
efetivação de um longo ciclo de
crescimento com distribuição de renda
no Brasil. sociais, civis e humanos para os próximos
A maior ameaça à continuidade desse quatro anos.
processo, no curto prazo, é a articulação A comparação entre nossos programas
das forças políticas conservadoras no de governo e as realizações do governo do
processo de sucessão do presidente presidente Lula é esclarecedora em relação
Lula. Por isso, o PT deverá ter aos diferentes desafios que temos pela
engajamento profundo na preparação frente. Se em algumas áreas avançamos
da campanha presidencial em 2010. mais do que podíamos imaginar, em outras
Deverá ser capaz de organizar nossa ainda temos o desafio de realizar grande
militância e nossa base social em torno parte do que propunhamos.
do Programa de Governo, visando As reformas que estão em curso
consolidar o Projeto Democrático e precisam ser potencializadas como
Popular que prevê o desenvolvimento condição do processo de desenvolvimento
nacional, a partir de referências de e melhoria da qualidade de vida dos/as
sustentabilidade, distribuição de renda, brasileiros/as. A qualidade da educação, a
propriedade e poder, garantia de direitos ciência e tecnologia e a cultura deverão ser
10.03.10 13:31:42
 impulsionadas de forma articulada,
visando o desenvolvimento da
sociedade. Deverão ser fortalecidas a
reforma agrária, a reforma urbana e a
reforma do Judiciário. Não podemos
esquecer aquelas consagradas como
necessárias: a reforma política, a
reforma do estado, a reforma tributária
e a reforma fiscal. E o desafio de
distribuir renda e assegurar o
crescimento de acordo com um projeto
sustentável de desenvolvimento. Sua
concretização enfrenta fortes
dificuldades, o que implicará na
construção de novas estratégias pelo
PT e pelo novo governo.
Modulo2.indd 51
Hoje sabemos melhor que, para
conseguir realizar as mudanças
estruturais mais definitivas, não basta
vencer as eleições e estar no governo.
É necessário uma efetiva alteração da
correlação de forças na sociedade. E
o PT desempenha um papel
fundamental de organização,
educação política e mobilização dos/
as trabalhadores/as e setores
populares. Caberá ao PT revigorar sua
capacidade de disputar hegemonia.
Se sabemos governar em aliança, com
lealdade e parceria, sabemos que
nosso projeto de sociedade é, muitas
vezes, bastante diferente do
pretendido por nossos aliados. Se
concebemos uma democracia com
pluralismo e liberdade partidária, não
abdicamos do objetivo de nos
tornarmos hegemônicos e majoritários,
nos diferentes níveis de poder
institucional e nas organizações
da sociedade.
Uma meta de longo prazo, porém,
requer um longo trabalho, por isso, é 51
preciso formar uma nova e numerosa
geração de militantes petistas que, em
todas as áreas e campos, seja capaz de
conduzir o Brasil no rumo de uma
sociedade justa e igualitária com a qual
sempre sonhamos.
10.03.10 13:31:42
 GOVERNANDO SEM MEDO DE SER FELIZ

Referências Bibliográficas

PARTIDO DOS TRABALHADORES; FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Resoluções de

Encontros e Congressos (1979-1998). São Paulo, Editora Fundação Perseu Abramo, set.
1998 e 1ª reimpressão: set. 1999.

______. Resoluções do 3° Congresso do Partido dos Trabalhadores. São Paulo, Partido dos
Trabalhadores, 2007.

______. Estatuto do Partido dos Trabalhadores. 2ª versão com modificações aprovadas

pelo Diretório Nacional em out. 2007. Disponível em: http://www.pt.org.br/portalpt/
images/stories/textos/estatutopt.pdf

______; FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. O modo petista de fazer eleições, caderno 1 -

Diretrizes para elaboração do Programa de Governo. Publicação do Grupo de Trabalho
Eleitoral 2008. São Paulo, Partido dos Trabalhadores, 2008.

______; FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. O modo petista de fazer eleições, caderno 2 –

Metodologia e Instrumentos para elaboração de Programa de Governo. Publicação do Grupo de
52 Trabalho Eleitoral 2008. São Paulo, Partido dos Trabalhadores, 2008.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Caderno Destaques: ações e programas do Governo Federal.

Brasília, Secretaria de Comunicação Social, 2009. Disponível em: http://wikicoi.
planalto.gov.br/coi/Caderno_Destaques/Destaque_julho09.pdf. Acesso em: julho de
2009.

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Mapa do trabalho informal Paul Singer, Ma rcio Pochmann, Kjeld
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Massacre na Lapa Pedro Estevam da Rocha Pomar
Modo petista de ação parlamentar, O Fernando Antonio Nacif, José
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Mulher e política Ângela Borba, Nalu Faria e Tatau Godinho (orgs.) ©
Negro e o socialismo, O Octavio Ianni, Benedita da Silva, Gevanilda
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Novos espaços democráticos Tarso Genro, Antonio Gutiérrez
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Olhar sobre o mundo, Um Kjeld Jakobsen ©
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Periscópio Internacional: Notícias do Mundo Kjeld Jakobsen ©
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Retrato do Brasil, Um José Prata Araújo ©
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