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MÓDULO III
SEMINÁRIO III – DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA
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respectivamente, ao antecedente e ao consequente normativo. Identifica o eminente
autor1:
[...] (i) “decadência” como norma geral e abstrata; (ii) como hipótese
dessa norma, descrevendo o termo final de um lapso de tempo; (iii)
como consequente da norma geral e abstrata, tipificando o efeito
extintivo; (iv) como norma individual e concreta que constitui o fato de
haver decorrido o tempo referido na regra geral e abstrata, no mesmo
instante em que determina, no consequente, o efeito fulminante de
desconstituir uma relação existente; (v) como o antecedente desta
última norma individual e concreta; e (vi) tão só como o consequente
também desta última regra.
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CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7. ed. rev. São Paulo : Noeses, 2018,
p. 583-584.
2
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário [livro digital]. 24. ed. São Paulo : Saraiva, 2012,
passim.
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o crédito tributário, em razão do escoamento do prazo legal sem que o tenha feito; a
segunda como a perda do direito de ação respeitante à execução do crédito fiscal,
face à superação do prazo sem que o tivesse exercitado; o terceiro como a perda da
legitimidade do contribuinte de pleitear administrativamente a repetição do indébito,
dado o decurso do lapso de tempo legalmente previsto para tanto; e a quarta como a
perda do direito do sujeito passivo de reclamar junto ao Poder Judiciário a repetição
do indébito, em virtude da perda do prazo.
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pela citada Lei Federal, de modo que não é possível o estabelecimento de prazo
diverso mediante lei complementar estadual ou municipal.
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Havendo a antecipação do pagamento e inexistindo dolo, fraude ou
simulação, o dies a quo do lustro decadencial será a data de ocorrência do fato
gerador, como determina o art. 150, § 4º, do CTN.
Lado outro, não ocorrendo a antecipação do pagamento ou havendo prova de
ocorrência de dolo fraude ou simulação, avoca-se a aplicação do art. 173, I, do CTN,
que considera como marco inicial da contagem o primeiro dia útil do ano seguinte
àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
4. Como deve ser interpretado o parágrafo único do art. 173 do CTN? Que se
entende por ―medida preparatória indispensável ao lançamento―? Tal
medida tem apenas o condão de antecipar o termo inicial da contagem do
prazo prescrito no inciso I ou pode também postergá–lo? Trata–se de causa
de interrupção do prazo decadencial? (Vide anexa V e VI).
O parágrafo único do art. 173 diz respeito aos casos em que, no interstício
entre a ocorrência do fato gerador e o termo inicial de contagem do prazo para
prática do ato constitutivo do crédito tributário, a autoridade administrativa
competente adota procedimento preparatório do lançamento (e.g. lavratura de termo
de início de fiscalização) e cientifica o sujeito passivo.
A despeito da equívoca interpretação exarada pelo Tribunal Superior do
Trabalho no RR n. 3673320145030096, a medida referida no dito dispositivo apenas
tem o condão de antecipar o termo inicial de que cuida o inciso I do mesmo art. 173,
do CTN, posto que a estipulação de dies a quo em momento ulterior ao disposto nos
incisos I e II deste mesmo dispositivo consistiria em autêntica prorrogação indevida
do prazo.
Não se pode interpretar tal medida como causa interruptiva do prazo
decadencial, sobretudo tendo-se em conta que, nesse caso, ficaria ao alvedrio da
autoridade administrativa a determinação do termo inicial do prazo decadencial,
bastando, para dilação do prazo, que postergasse o envio da notificação ao sujeito
passivo.
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intercorrente no seu curso? E no decorrer do processo executivo fiscal?
Qual é o tratamento mais adequado em caso de falta de intimação da
fazenda Pública sobre o despacho que determina sua manifestação antes da
decisão que decreta a prescrição intercorrente? É possível que a decretação
da prescrição intercorrente seja ilida? Justificar (vide anexos VII, VIII, IX e X).
[...]a finalidade da prévia oitiva da Fazenda Pública, no art. 40, § 4º, da LEF,
é a de possibilitar a arguição de eventuais causas de suspensão ou
interrupção da prescrição do crédito tributário. Dessa forma, se a Fazenda
teve oportunidade de manifestar alguma causa interruptiva ou suspensiva da
prescrição, quando da interposição da apelação, e não o fez, não há que falar
em nulidade por ausência de prejuízo, prevalecendo os Princípios da
Celeridade Processual, Instrumentalidade das Formas e Pas de Nullité sans
Grief. (EDcl no AgRg no REsp. n. 1.271.917 - PE, Segunda Turma, Rel.
Min. Humberto Martins, julgado em 17.05.2012).
A respeito do termo inicial para contagem do prazo de 1 (um) ano estabelecido no art.
40 da LEF, sem que tenha sido localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, a Corte
Superior considera, para as execuções propostas antes da vigência da LC 118/2005, que esta
será a da data de ocorrência da citação válida (tal como prescrito na redação anterior do art.
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(AgRg no AREsp. n. 148.729 - RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
05.06.2012).
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174, parágrafo único, I, do CTN). Para os processos executórios fiscais propostos a partir da
vigência da LC 118/2005, a data em exame será a do despacho citatório.
Por fim, quanto à contagem do prazo para ocorrência da prescrição intercorrente,
afirma o Ministro Mauro Campbell Marques, no REsp 1.340.553/RS:
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ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. TAXA
DE OCUPAÇÃO. PENHORA DE BEM ALIENADO A TERCEIRO ADQUIRENTE. SÚMULA 353/STJ.
APLICAÇÃO POR ANALOGIA. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO. AUSÊNCIA.
1. A jurisprudência desta Corte é pacífica quanto à inaplicabilidade do disposto no art. 135 do Código Tributário
Nacional - CTN às execuções de créditos do FGTS, sob o argumento de que se trata de dívida ativa não tributária
(Súmula 353/STJ). [...] 3. Não há falar em violação do princípio de reserva de plenário, porquanto não houve
qualquer emissão de juízo de inconstitucionalidade do art. 4º, § 2º, da LEF, mas, tão somente, a interpretação do
referido normativo segundo a natureza própria da dívida (tributária, civil ou comercial), conforme expresso no
texto legal: "§ 2º À Dívida Ativa da Fazenda Pública, de qualquer natureza, aplicam-se as normas relativas à
responsabilidade prevista na legislação tributária, civil e comercial". (BRASIL. Superior Tribunal de Justiça,
AgRg no REsp 1401721/PE, Rel. Min. Og Fernandes, 2ª Turma, j. 21/11/2013, DJe 02/12/2013) AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO NÃO
TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE. ART. 135 DO CTN. INAPLICABILIDADE.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. 1. As regras
previstas no CTN aplicam-se tão-somente aos créditos decorrentes de obrigações tributárias, por isso que multas
administrativas não ensejam o pedido de redirecionamento fulcrado no art. 135 do CTN. (BRASIL. Superior
Tribunal de Justiça, AgRg no REsp 1198952/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, j. 26/10/2010, DJe 16/11/2010).
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Como justificativa, a Corte Cidadã sustentou que a aplicação retroativa de
referida Lei — que deve ser entendida como lei nova, alteradora do próprio conteúdo
do inciso I, do art. 168, do CTN, e não meramente interpretativa — ofenderia o
princípio constitucional da autonomia e independência dos poderes, da garantia do
direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da coisa julgada, enfim, da segurança
jurídica.
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contribuinte a inconstitucionalidade do tributo como óbice ao efetivo pagamento, até
que houvesse decisão judicial que o desobrigasse, estaria este em mora com a
Fazenda, sujeito às possíveis medidas executórias. Daí se nota que apenas estaria
nitidamente configurada a lesão ou ameaça ao direito, in casu, após a decisão
declaratória de inconstitucionalidade.
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