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Universidade Federal do Tocantins

Campus de Miracema do Tocantins


Aluna: Cimaria da Silva Noleto
Março de 2019

Fichamento Bibliográfico da obra


“A mulher na sociedade de classes: Mito e realidade”
Heleieth Iara Bongiovani Saffioti

Heleieth Iara Bongiovani Saffioti (1934-2010), cursou Ciências Sociais


pela USP e foi professorada UNESP. Tornou-se referência no movimento
feminista acadêmico e nos estudos de gênero com sua tese de livre-docência
defendida em 1967, “A mulher na sociedade e de classes: mito e realidade”
pioneira em discutir o tema no Brasil. Neste livro Saffioti utiliza da teoria marxista
para compreender como se constrói a subalternidade da mulher nas sociedades
capitalistas atuais

PARTE I

Mulher: Capitalismo
A autora na primeira parte da obra analisa a relação do sistema capitalista
com a posição social da mulher, sob uma visão classista, incluindo a
apresentação do que chama de “níveis de consciência do problema da mulher”,
retratando a visão religiosa em contraponto com o lado socioeconômico, com
citação de pensadores como Karl Marx e Engels. Ao final, Saffioti faz uma
exposição de fatos históricos que ocorreram no mundo e os movimentos
feministas que ocorreram com sua importância para o início da libertação social
da mulher, nomeado por ela como a “solução” feminista.
Capítulo 1: O Advento do capitalismo e a posição social da mulher e
Capítulo 2: Trabalho Feminino

Saffioti coloca que com o surgimento do capitalismo o trabalhador não


mais é um mero produtor para seu consumo, é estabelecido um critério de
moeda e troca. Assim a relação com os produtos passa pela produção,
distribuição e troca dos itens produzidos, desta forma o trabalhador é não
somente vendedor de sua força de trabalho, mas também comprador de bens e
serviços. O capitalismo traz também o discurso da igualdade entre as pessoas e
a liberdade destas – sendo ambas apenas formais –, como Saffioti coloca ao
decorrer do capítulo.

Sobre o a força de trabalho feminino, Saffioti coloca a valor do trabalho de


mulheres e crianças, no período pré-capitalista, tendo a família como unidade de
produção, e o casamento como sinônimo de felicidade, posição social e
estabilidade econômica para a mulher – dependente do homem. Com o trabalho
assalariado, a desvalorização da mulher tomou mais força (tanto pelos fatores
de ordem natural, como a gravidez e o aleitamento, quanto por fatores de ordem
social, como a relação da mulher com os familiares), sendo este um agravante
para a desvalorização sobre seu trabalho; assim, muitas mulheres (e crianças)
trabalham em máquinas, sendo pouco qualificadas e mal remuneradas (com o
salário considerado como um mero suplemento para elevar os rendimentos da
família).

A questão ideológica também se mostra muito presente em relação à vida


social da mulher. A reprodução da ideologia da classe dominante pela classe
dominada (o proletariado) estende a esta a ideia de que a mulher deve
permanecer no espaço doméstico como guardiã do lar. Para a pequena
burguesia, no entanto, a questão do status colocada pela classe dominante, dá
lugar a necessidade de capital, assim, a mulher sai do espaço do lar. Fica
também explícito no texto de Heleieth Saffioti a dificuldade de conciliar a esfera
profissional com a “familial”, fato esse que pode ser observado pelo baixo índice
de sindicalização das mulheres – outro fator importante para essa taxa é a falta
de qualificação das mulheres, uma vez que os mais qualificados eram os
sindicalizados.

Sob a perspectiva socialista, a autora bota a visão de Saint-Simon, que


fala da libertação da mulher sendo resultado da evolução da sociedade de forma
natural. A autora também coloca Karl Marx ao tratar da necessidade de se
romper com a imutabilidade na forma familiar, uma vez que essa se mostra
incompatível com a mulher trabalhadora, entendendo que o processo de
libertação da mulher é também o processo de humanização de todo o gênero
humano. Friederich Engels coloca a monogamia como forma de perpetuar a
propriedade privada, uma vez que o homem passa para os filhos suas heranças,
e classifica como a primeira opressão de classe a do homem sobre a mulher.

A questão das classes sociais é extremamente visível no pensamento


em questão; a autora coloca que, como o sexo é uma “categoria natural”, que se
insere nas classes sociais, este acaba mais encobrindo o antagonismo entre as
classes o incitar. Assim, o domínio do homem sobre a mulher, em todas as
classes sociais, acaba servindo aos interesses dos detentores do poder
econômico.

“Se esta obra não se dirige apenas às mulheres, não assume, de outra
parte, a defesa dos elementos do sexo feminino. Não é, portanto, feminista.
Denuncia, ao contrário, as condições precárias de funcionamento da
instituição familial nas sociedades de classes em decorrência de uma
p. 14
opressão que tão-somente do ponto de vista da aparência atinge apenas a
mulher. ”

Setembro de 1969.

“Este estudo visa a apreender os mecanismos típicos através dos quais o


fator sexo opera nas sociedades de classes de modo a alijar da estrutura
p. 15 - 16
ocupacional grandes contingentes de elementos do sexo feminino. Visa
ainda, a desvendar as verdadeiras raízes deste alijamento justificado ou em
termos de uma tradição, conforme à qual à mulher cabem os papéis
domésticos ou, de maneira mais ampla, todos aqueles que podem ser
desempenhados no lar, ou por teorias cujo conteúdo explicita pretensas
deficiências do organismo e da personalidade femininos. Questiona-se,
pois, a crença, presente quer na consciência afirmadora da ordem social
competitiva, quer na consciência negadora dessa ordem, de que a mulher
foi lançada no mundo econômico pelo capitalismo. ”

“O encaminhamento teórico das questões colocadas pelo cruzamento no


modo de operação e das relações entre a determinação comum sexo e a
determinação essencial do sistema capitalista de produção – a divisão da
sociedade em classes sociais – impunha que se revissem, criticamente, os
dois tipos correntes de abordagem dos problemas femininos, por duas
razões. A primeira diz respeiro ao conteúdo e teor interpretativo daquelas
abordagens e a segunda à escolha de subsistemas componentes do
sistema inclusivo do capitalismo internacional capazes de permitir, a um só
tempo, a retenção de determinações genéricas do capitalismo sob a forma
peculiar que assumem em cada concreção histórica desse tipo estrutural e,
num processo de retomada dessas determinações em nível mais concreto,
a recomposição do sistema inclusivo, de modo a poder-se desvendar, nesta
unidade atualmente indivisível, seu núcleo integrador e universalizador de
técnicas materiais e sociais configuradoras de um estilo de vida.”
p. 24
“A economia de mercado implica, pois, simultaneamente, na igualdade
jurídica dos homens e, consequentemente, num afloramento à superfície
da sociedade do fator econômico como distribuidor de oportunidades
sociais. A dimensão econômica das relações sociais não mais se oculta sob
e na desigualdade de status jurídico dos homens (status de homem livre,
de servo, de escravo). É como livres possuidores de sua força de trabalho
que os homens participam do mercado.(...)”
p. 26-27
“ A existência de um mercado no qual o trabalhador oferece
livremente sua força de trabalho constitui condição sine qua non do
surgimento do capital.(...)” (1978, p26)

“ (...) remuneração do trabalho em dinheiro, portanto, sob a forma de


salário, disfarça a apropriação, por parte do capitalista, do trabalho
excedente do produtor imediato, como que numa substituição (...). A
remuneração em equivalente geral do trabalho do produtor imediato afirma
e nega, simultaneamente, a condição de homem livre do trabalhador. Como
forma de distribuição dos produtos do trabalho, o salário do trabalhador,
enquanto livre ofertante de força de trabalho, oculta a relação mais profunda
entre os homens determinada pela distribuição dos instrumentos de
trabalho, o que vale dizer, pela produção.” (1978, p27)

p. 30-31
“Sendo o trabalho o momento privilegiado da práxis por sintetizar as
relações dos homens com a natureza e dos homens entre si, constitui a via
por excelência através da qual se proceder ao desvendamento da
verdadeira posição que as categorias históricas ocupam na totalidade
dialética sociedade capitalista e das relações que elas mantêm entre si e
com o todo social no qual se inserem. Mesmo que, aparentemente,
determinado contingente populacional seja marginalizado em virtude de
sua raça ou de seu sexo, há que se buscar nas primeiras (relações de
produção) a explicação da seleção de caracteres raciais e de sexo para
operarem como marcas sociais que permitem hierarquizar, segundo uma
escala de valores, os membros de uma sociedade historicamente dada. (...)
Em suas realizações históricas o sistema capitalista tem-se revelado
bastante maleável, permitindo e mesmo estimulando mudanças
institucionais Às quais se opunham a tradição e o estilo de vida, como, por
exemplo, na família. Entretanto, a elasticidade que o sistema capitalista de
produção imprime às soluções para os problemas que gera encontra sério
limite no próprio capital. Cabe, pois, indagar se à mulher, enquanto membro
da categoria de sexo sempre dependente e submissa, o sistema em
questão chegaria a oferecer plenas possibilidades de integração social. A
determinação renovada da força de trabalho do produtor imediato como
mercadoria constitui o melhor índice de sua integração na sociedade de
classes. Eis por que será tomada aqui a atividade trabalho como fio
condutor da análise do problema da mulher tal como ele se apresenta nas
sociedades competitivas.”

p. 33 “ A felicidade pessoal da mulher, tal como era então entendida, incluía


necessariamente o casamento. Através dele é que se consolidava sua
posição social e se garantia sua estabilidade ou prosperidade econômica.
Isto equivale a dizer que, afora as que permaneciam solteiras e as que se
dedicavam às atividades comerciais, as mulheres, dada sua incapacidade
civil, levavam uma existência dependente de seus maridos. (...) E a
asserção é válida quer se tomem as camadas ociosas em que a mulher
dependia economicamente do homem, quer se atente para as camadas
laboriosas nas quais a obediência da mulher ao marido era uma norma
ditada pela tradição. Sob a capa de uma proteção que o homem deveria
oferecer à mulher em virtude da fragilidade desta, aquele obtinha dela, ao
mesmo tempo, a colaboração no trabalho e o comportamento submisso que
as sociedades de família patriarcal sempre entenderam ser dever da mulher
desenvolver em relação ao chefe da família. ”

p. 34-35 “pode-se afirmar que as possibilidades de integração da mulher na


sociedade variam em razão inversa do grau de desenvolvimento das forças
produtivas.”

“O aparecimento do capitalismo se dá, pois, em condições extremamente


adversas à mulher. No processo de individualização inaugurado pelo modo
de produção capitalista, a mulher contaria com uma desvantagem social de
dupla dimensão: no nível superestrutural era tradicional uma
subvalorização das capacidades femininas traduzidas em termos de mitos
justificadores da supremacia masculina, e portanto, da ordem social que a
gerara; no plano estrutural, à medida que se desenvolviam as forças
produtivas, a mulher vinha sendo progressivamente marginalizada das
funções produtivas, ou seja, perifericamente situada no sistema de
produção.”

p. 39 “O trabalho industrial, nas sociedades capitalistas , neste sentido, não é


inerente nem ao homem, nem à mulher; é simplesmente um momento da
evolução histórica da humanidade, um modo histórico determinado de
humanizar a natureza e de reificar as relações sociais. Atentando-se para
o fato de que o salário não representa o valor criado pelo produtor imediato
e que muitas vezes não chega a corresponder às necessidades de
produção e reprodução da vida do trabalhador, pode-se afirmar, com
segurança, que à mulher das camadas menos privilegiadas o trabalho se
impões como meio de subsistência.”

p. 40-41 “Na sociedade de classes, o trabalho, a par de ser aliendado enquanto


atividade, gera um valor do qual não se apropria inteiramente o indivíduo
que o executa, quer seja homem quer seja mulher. Esta, entretanto, se
apropria de menos parcelo dos produtos de seu trabalho do que o faz o
homem. É óbvio, portanto, que a mulher sofre mais diretamente do que o
homem os efeitos da apropriação privada dos frutos do trabalho social.
Seria ilusório, todavia, pensar-se que a maior exploração de que é alvo a
mulher reverte em benefício do homem. As categorias de sexo,
diferentemente, por exemplo, das minorias religiosas ou étnicas, não
gozam do mínimo de autonomia. Cada uma é o complemento necessário
da outra na função reprodutora e ambas são parcelas da família enquanto
unidade de consumo. Pensando-se, pois, em termos dos rendimentos da
família como o resultado do trabalho de ambos os cônjuges, não cabe falar-
se de competição entre os sexos, nem dos presumíveis efeitos deletérios
para os homens da penetração das mulheres no mercado de trabalho. Por
se ter deixado iludir pela identificação da masculinidade com a capacidade
de mando, o homem consente na competição desigual de que são atores
representantes das duas categorias de sexo, com desvantagens para as
mulheres, contribuindo, assim, enormemente, para a preservação de um
status quo reificante. Neste contexto, ganha nova dimensão a asserção de
Simone de Beauvoir de que <<o problema da mulher sempre foi um
problema dos homens>>. Como um dos agentes do processo de
mistificação da mulher, o homem, tanto burguês quanto proletário e,
sobretudo o pertencente aos estratos sociais médios, presta colossal
auxílio à classe dominante e mistifica-se a si próprio.”

p. 42 “ Os grupos ameaçados, do ponto de vista imediatista, pela extensão do


trabalho feminino alcançam graus diversos de compreensão do problema
da mulher enquanto vendedora de sua força de trabalho. Trabalhadores
franceses nas indústrias gráficas da segunda metade do século passado
deflagram greve toda vez que uma mulher é admitida numa oficina do ramo.
Desejam a supressão pura e simples do trabalho feminino, invocando o
papel de guardiã do lar que, no pensamento proudhoniano, definia a
mulher. ”

p. 43-44 “ A atitude favorável ao trabalho feminino, entretanto, não se generalizou,


permanecendo restrita a grupos influenciados pelo pensamento marxista.
O homem desempenhou e ainda desempenha, portanto, papel relevante na
dupla determinação de que é alvo a mulher enquanto membro de uma
classe e enquanto pertencente a uma categoria de sexo. Se a mulher é
duplamente determinada, a consciência do homem é duplamente
contraditória. Na medida em que justifica e auxilia a promover a expulsão
da mulher da estrutura de classes em virtude de seu sexo, reforça sua
própria determinação enquanto membro de uma totalidade parcial oposta a
outra e oculta essa determinação de si próprio na manutenção de estruturas
parciais nas quais reina como soberano (família, por instância). (...) “

p. 50 “ A condição da mulher nas sociedades de classes tem sido vista por


numerosos estudiosos como o resultado da injunção de fatores de duas
ordens diversas: de ordem natural e de ordem social. Dentre os primeiros,
o mais sério diria respeito ao fato de a capacidade de trabalho da mulher
sofrer grande redução nos últimos meses do período de gestação e nos
primeiros tempos que se seguem ao parto. O aleitamento tornaria ainda
insubstituível a mãe junto à criança pequena. Estes fatos biológicos são,
muitas vezes, utilizados para justificar a inatividade profissional da mulher
durante toda a sua existência, o que, por vezes, tem consequências
extremamente desastrosas quer para o equilíbrio da personalidade
feminina, quer para a socialização dos filhos, quer ainda para as relações
conjugais(...) ”

p. 52-53 “A evolução do trabalho feminino tem sido encarada como decorrência da


secularização das atitudes, da mudança de estrutura da família etc. Em
outras palavras, a possibilidade de a mulher atuar como qualquer outro
socius no setor da produção de bens e serviços, e consequentemente a
possibilidade de ela explorar convenientemente a principal via de sua
integração na sociedade de classes têm sido pensadas em termos de se
alterarem suas condições de vida enquanto ser sexuado e reprodutor e
como pessoa que tradicionalmente se incumbe da socialização dos
imaturos. Evidentemente, as funções que a mulher desempenha na família
(sexualidade, reprodução e socialização dos filhos) se vincula quer à sua
condição de trabalhadora, quer à sua condição de inativa. Em qualquer dos
casos, aquelas funções operam no sentido da discriminação social a partir
do sexo, expulsando as mulheres da estrutura de classes ou permitindo-
lhes uma <<integração periférica>>. Afirmar, contudo, que a defasagem
entre a estrutura da família e a estrutura econômica, estando esta num
estágio superior de desenvolvimento, impede a integração da mulher no
sistema produtivo de bens e serviços contraria os fatos.”

p. 58 “Para a mulher, ter um emprego significa, embora isso nem sempre se eleve
a nível de consciência, muito mais do que receber um salário. Ter um
emprego significa participar da vida comum, ser capaz de construí-la, sair
da natureza para fazer a cultura, sentir-se menos insegura na vida. Uma
atividade ocupacional constitui, portanto, uma fonte de equilíbrio. Todavia,
o equilíbrio da mulher não pode ser pensado exclusivamente como o
resultado do exercício de uma atividade ocupacional. Seu papel na família
é a contrapartida necessária de suas funções profissionais, nas sociedades
capitalistas. Sua força de trabalho ora se põe no mercado como mercadoria
a ser trocada, ora se pões no lar enquanto mero valor de uso que, no
entanto, guarda uma conexão com a determinação enquanto mercadoria
da força de trabalho do chefe da família. Por tudo isso e ainda pelos
arquétipos femininos que a sociedade constrói e alimenta, a adaptação da
mulher Às duas ordens de papéis que lhe cabe executar é tarefa complexa.”

p. 65-66 “A expulsão das mulheres da estrutura ocupacional alivia as tensões


geradas pelo excesso de mão-de-obra no mercado de trabalho, mantendo
economicamente inativos imensos contingentes femininos que, a qualquer
instante, a sociedade poderá mobilizar. E o processo de marginalização da
mulher da estrutura de classes, justificando-se através do <<complexo de
masculinidade>> e da mística feminina, utiliza tanto o homem quanto a
mulher como veículos mais ou menos inconscientes da exploração de sua
própria força de trabalho nas sociedades de classes. Nem através do
sindicalismo, nem através da legislação trabalhista talvez possa a mulher
deixar de ser uma trabalhadora marginal nas formações econômico-sociais
capitalistas, na medida em que estas técnicas operam em uma economia
cujas características fundamentais são a insegurança e as repetidas crises.
(...) Isto é os problemas que as mulheres enfrentam nas sociedades
competitivas, na medida em que sejam realmente insolúveis neste tipo
estrutural, são problemas de classes sociais manifestando-se
diferentemente nas categorias de sexo e que, portanto, devem ser atacados
conjuntamente por homens e mulheres. Qualquer atuação de uma
categoria de sexo isolada, masculina ou feminina, operará como uma faca
de dois gumes: poderá render benefícios no plano imediato, encerrando,
porém, uma indefinida sujeição a um status quo inibidor da atualização das
potencialidades humanas.”
p.90 (...) emancipação feminina é, pois, problema complexo cuja solução não
apresenta apenas uma dimensão econômica. Mesmo a mulher
economicamente independente sofre, na sua condição de mulher, o
impacto de certas injunções nacionais e internacionais. Desde o
desenvolvimento da indústria farmacêutica até as ideologias, tudo reflete
na condição feminina. Eis por que qualquer ética socialista não pode perder
de vista a condição singular em que tem lugar a existência feminina.
Lafargue, Engels, Bebel não se perguntaram de que modo esta condição
singular da mulher entraria nas cogitações dos promotores do socialismo.
É esta, entretanto, uma questão desafiadora. (...)

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