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A Filha do
Arqueiro
Melissa MacKinnon
escaramuças também trouxeram à frente das reformas questões como aluguéis justos
é o relato ficcional do evento por Cate Archer, filha de William the Archer, que
muito amou a seu pai. Ela prometeu que não iria descansar até ver o assassinato de
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CATE NÃO PODIA acreditar na sua sorte. A boa fortuna brilhava sobre ela,
e em uma viagem de caça, não menos. Ela partira para uma inspeção
matutina de suas armadilhas — vazias, como sempre — e tropeçara com um
monstruoso cervo em repouso. Se ela conseguisse matá-lo, aliviaria as dores
da fome das pessoas em sua aldeia de Hawkhurst, o que restara deles.
Devastados pela peste negra não mais do que cerca de quarenta anos antes,
as muitas aldeias de Kent ainda não tinham se recuperado. E agora, por
ordem do Rei, as pessoas tinham sido deixadas para morrer em miséria —
quase mil a menos em apenas um mês. E para quê?! Tentativas sem
diplomacia de impor cobrança de impostos tão altos que nenhum homem
honesto poderia pagar, tudo para financiar uma guerra fundada na
ganância.
Um grunhido no arbusto a trouxe de volta à tarefa em questão.
Comida. Seu estômago resmungava com a mera noção de uma refeição
quente. Ela ficara cansada de sua dieta inconsistente de bagas e insetos. Um
cervo seria um prazer bem-vindo. Ela notou que seu braço do arco ficava
cansado enquanto caçava coletores de impostos. O tremor que a
acompanhava poderia lhe custar à vida.
Abrigando-se atrás de uma árvore coberta de musgo, Cate preparou
seu arco. Ela soltou um grito gutural, atraindo o cervo para si. Ele
atravessou o mato, respondendo a chamada. Respirando fundo, ela rodeou
o tronco da árvore para apontar.
Então recuou abruptamente.
Os guardas se aproximavam. Verdadeiros guardas tementes a Deus,
brandindo espadas e de armaduras reluzentes em cima de animais enormes
vestindo as cores reais. A Guarda do Rei. O coração de Cate se agitou. Sua
chance de causar um impacto na causa de seu pai finalmente chegara. Ela
havia contado quatro, mas tinha certeza de que deveria haver mais. Os
1 coldre ou estojo sem tampa em que se guardavam e transportavam as flechas, e que era carregado nas costas, pendente
do ombro
2 Brigandina - Couraça de malha do fim da Idade Média, que consistia em escamas ou placas de metal parcialmente sobrepostas,
cosidas sobre linho, tela ou couro.
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CATE DESEJAVA QUE ELE removesse os grilhões, mas ela sabia que
nenhuma quantidade de persuasão o convenceria a fazê-lo. A pele em seus
pulsos queimava até mesmo com os movimentos mais ligeiros. Ela não
deveria ter sido pega e não deveria ter tentado estrangular Lorde
Banebridge. Isso fora tolo em seu estado enfraquecido. Ela deixara sua
própria arrogância nublar seu julgamento. Ele salvara sua vida, e ela tentou
levar a dele em troca. Que idiota ela fora.
Uma névoa do início da manhã rodava sobre as pontas dos pinheiros,
caindo suavemente no chão de coníferas abaixo. Minúsculas gotículas se
agarravam à penugem de sua pele e aos seus cílios. Cate sentara-se com as
pernas cruzadas nos tornozelos e as mãos recolhidas no colo, as costas retas
e apoiadas contra o tronco de uma ampla árvore. Ela concentrara-se em sua
respiração, testando a que profundidade ela poderia inalar sem que a dor se
intensificasse. Uma vez liberada do aperto de Banebridge, ele verificara sua
ferida apesar de seu protesto e tudo parecia bem, ele disse.
MUITO CEDO, KATE estava de volta ao cavalo e viajando para mais perto
de Londres. Seus pensamentos antes calmos tornaram-se tumultuados a
cada hora que passava. Sentia-se como se fosse um animal apanhado em
uma armadilha, apenas esperando que seu assassino calasse seus gritos
lamentosos. Quanto mais ela se rebelava contra as algemas, mais apertadas
se tornavam. A pele debaixo dos grilhões — ferida e rosada — queimava
com os pingos de suor reunido em torno dos anéis sólidos.
As árvores se abriram, e lá diante dela estava a estrada de acesso, a
que conduzia direto ao inferno. Ela tinha estado em Londres apenas uma
vez, quando seu pai entregara um pedido de arcos para o arsenal do rei.
Cate era jovem e se fascinara pela provação. Como ela desejava que ele
estivesse aqui com ela agora. Ele saberia o que fazer. Mas, infelizmente, ele
não estava. Ela falhara com ele, e seu pai estaria para sempre perturbado em
algum lugar entre o céu e o inferno, já que a ele tinha sido negado um bom
enterro por esses bastardos indignos.
Os pássaros chilreavam melodias alegres entre os pinheiros, e Cate se
perguntou pelo que, na vida, eles poderiam estar tão felizes. De um modo
vingativo, Cate assobiou o "tseep" persistente do pardal despreocupado, um
pássaro discreto que ela rastreava quando era uma coisa pequenininha. O
som agudo recebeu um som de barragem de volta, dos muitos machos que
procuravam a fêmea ilusória que ela imitava.
Um corvo retornou a chamada, estimulando batidas de asas. Uma
enxurrada de folhas e pedaços de cascas de árvores desordenadas
despencaram no chão da floresta em círculos aberrantes, caindo nos cabelos
e roupas de Cate. O início de um sorriso se formou nos lábios dela e ela
lutou com o desejo de sorrir abertamente, para que alguém não a visse e
questionasse seu bom humor.
— EI, OWEN. — CATE empurrou-lhe a perna com o pé. Ele ainda dormia,
aninhado no pinheiro. — Acorde.
Seus olhos tremularam, depois se arregalaram. Sentando-se, ele
esfregou o rosto cansado.
— O sol mal nasceu.
— E os veados estarão dormindo antes mesmo de nós os
encontrarmos, então você deve se levantar. Honestamente, você parece que
lutou numa batalha ou algo assim. — Cate sorriu, reposicionando a aljava
nas costas.
— Por que estamos procurando por veados? — Owen rastejou para
fora do abrigo do pinheiro e se levantou sobre pernas instáveis. Ele limpou a
samambaia das roupas, e esticou os braços acima da cabeça.
— Meu povo está morrendo de fome e, como você disse que eu não
poderia os alimentar com o seu precioso cavalo, agora preciso caçar. Poucos
têm habilidades como eu. — Cate ficou impaciente. O amanhecer manchava
o céu, invadindo-a com cada momento que passava. — Depende de mim
alimentá-los. Estive ausente por muito tempo.
— Tudo bem então. — Um sorriso malicioso, uma contração da boca,
na verdade, formou-se nos lábios dele enquanto Owen pensava na ideia. —
Você não pode caçar uma vez que chegarmos a Hawkhurst?
— Os campos estão nus e a floresta também. Viajei a Bedgebury para
caçar muitos veados no passado.
— O cervo do rei?
Cate assentiu.
— Somente o melhor.
— Você não tem medo de ser pega? — Owen olhou para ela com
atenção, um olhar incrédulo cobrindo seu rosto.
Ela deu pouca atenção a pergunta dele com um aceno.
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OWEN PASSOU pelo limiar do escritório de seu pai... esperando. Ele não
sabia se o carcereiro tivera sucesso com o plano ou se Cate ainda estava
viva, para início de conversa. Colocar essa confiança devota em terceiros
provara ser muito difícil. Em algum lugar ao longo dessa jornada árdua, ele
havia cruzado a linha entre a honra e dever e não podia mais definir em
qual fronteira da linha ele estava.
Ele passou a palma da mão sobre a testa, enxugando o suor.
— Você está quase pronto, pai? A multidão já começou a se reunir.
Lorde Lancaster colocou sua pena de lado em uma pilha de papéis de
pergaminho e ficou de pé. Cuidadosamente, ele dobrou a pilha em terços
antes de colocá-los dentro de seu robe forrado de pele.
Owen se viu revirando a aparência real do pai para a execução. Ele
não poupou despesas para o evento.
— Não há economia de pompa para a execução hoje, hmm?
— Vamos embora. Eu quero supervisionar pessoalmente o
carregamento dos prisioneiros. Não permitirei quaisquer erros,
especialmente com Sua Majestade Real presente.
— Eu não sabia que a execução de meros rebeldes justificava tal
audiência. — Owen manteve a porta aberta por tempo suficiente para que
seu pai passasse e seguiu para o pátio em silêncio. O ar pesado atingiu-o no
peito como se fosse um pesado saco de grãos. A respiração tornou-se uma
tarefa sobrecarregada, uma vez dentro da carruagem e a caminho de
Newgate.
Eles fizeram um trajeto rápido pelas ruas, sem enfrentar obstruções.
Os pensamentos de Owen estavam focados em outro lugar. Ele esperava
que Ben tivesse reunido rufiões suficientes para causar um distúrbio grande
o suficiente para justificar uma resposta dos guardas e rezou de todo o
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Fim