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A FACE OCULTA DA ESCOLA

Mariano Fernández Enguita

fev. 2017
Grupo 1

• Andressa Vieira Rodrigues


• Bruna Raquel Vieira
• Bárbara Angélica Santos Loiola
• César Pinto Coelho
• Murilo Ricard Mendes Souza Silva
• Neuza Soares de Souza
• Rodrigo Queiroz Rocha
• Zenith Cardoso do Nascimento
A TRANSFORMAÇÃO DO TRABALHO
Como você se sente quando um garçom
tarda ao lhe servir? Ou até mesmo, em
uma repartição pública, quando dois
funcionários conversam, interrompendo
a sua vez de ser atendido?
E você como faz o seu trabalho?
Também interrompe suas tarefas para
entregar-se ao descanso, a divertimentos
ou a relações sociais em lugar de
trabalhar?
Deveríamos trabalhar o máximo para
obter o maior ganho possível?
O trabalho é o castigo divino ao homem
desobediente, ao homem que procura o
conhecimento? Somos condenados ao
trabalho?

“Ganharás o pão com o suor do teu


rosto”
(Gênesis 3:19)

Nossa atitude frente ao trabalho e sua
organização atual são produtos e
construtos sociais que têm uma história
que se inicia no final do século XVIII e
início do século XIX.
Dois mundos de trabalho diferentes
SOCIEDADE PRÉ- SOCIEDADE INDUSTRIAL E
INDUSTRIAL PÓS INDUSTRIAL

Economia de subsistência Economia capitalista

O trabalho é associado a um fim. O trabalho é dissociado de seu fim.

O individuo decide o que e quando O mercado decide o que e quando


produzir. produzir.

Os espaços de produção e consumo Os espaços de produção e consumo


são incorporados em único local. diferenciam-se sistematicamente.
Da produção de subsistência ao
trabalho assalariado

Ao contrário do que supõe o imaginário


marxista ortodoxo, o trabalho do
produtor mercantil simples é tão
explorável quanto o do trabalhador
assalariado.
O autor destaca três períodos
importantes no processo do trabalho:

• mudança do modelo de produção de


subsistência para produção com a
finalidade de troca.
• “conversão” do trabalhador
independente em trabalhador assalariado
• divisão manufatureira do trabalho
(taylorismo, fordismo)
Pautas da evolução do trabalho

trabalho dissociado de seu objetivo,


o trabalhador perde o controle sobre o
seu processo de trabalho,
qualidade x quantidade
homem x maquina
trabalho múltiplo e criativo x trabalho
simples e rotineiro.
As vantagens econômicas do
trabalho livre
A escravidão, implica elevados
O custo do trabalho é dado apenas
custos de captura, transporte e
pela força do trabalho.
manutenção.

O trabalho forçado não possibilita a O trabalho assalariado possibilita a


colaboração e o compromisso. colaboração e o compromisso.

A produtividade do trabalho A produtividade do trabalho é uma


forçado sempre é muito baixa. meta a ser cumprida..

A longa marcha do capitalismo
• privação de meios de subsistência e
ruina e dissolução dos ofícios;
• profunda revolução cultural;
• política repressiva aos opositores da
nova ordem;
• assegurar os mecanismos
institucionais de reprodução do novo
modelo.
Se os trabalhadores ocidentais adultos
tiveram que ser moralizados e os
nativos das colônias civilizados, os
novos membros da sociedade têm que
ser educados.
A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA
Olhar sobre as crianças:
• Meios: fome, internamento ou a força;
• “estará tão habituada à ocupação constante
que, em geral, lhe será agradável e
divertida.” (109).
• “podiam devolvê-las à menor queixa, ou
exploravam seu trabalho na própria
instituição em que estavam internadas.”
(110)
• “em uma idade avançada poderão propiciar-
lhes meios de existência; são arrancados da
ociosidade; são minorados os inconvenientes
para sua moralidade .”(110)
• “durante a semana trabalhos toscos que os
preparam para serem serventes. Não permito
que se ensine escrever aos pobres, pois meu
objetivo não é convertê-los em fanáticos,
mas formar os baixos estamentos para a
indústria e a piedade (Vaughan e Archer,
1971;37)” (111) - crianças que estudavam
em Hannah More - Inglaterra.
• “O bem da sociedade exige que os
conhecimentos do povo não se estendam
além de suas ocupações.” - uma feroz crítica
a escola dominicais – Sunday Schools -
projetos de lei que pretendiam assegurar um
mínimo de instrução literária fora
sistematicamente rejeitados durante grande
parte do século XIX.(idem)
Olhar sobre a escola:

• O instrumento idôneo era a escola. Não que as


escolas tivessem sido criadas necessariamente
com este propósito, nem que já não pudessem
ou fossem deixar de cumprir outras funções:
simplesmente estavam ali e se podia tirar bom
partido delas.(114)
• Willian Powel(1972): “meio de adquirir ou
introduzir o “hábito da laboriosidade...
• “um espetáculo de ordem e regularidade...as
crianças que frequentavam as escolas voltavam
mais tratáveis e obedientes, menos briguentas e
vingativas”.
• “...deve assegurar as crianças excelentes
hábitos de ordem, de propriedade, de trabalho
e de prática religiosa que farão delas crianças
mais submissas e mais devotos.(114) –
práticas voltadas para educação religiosa e
doutrinamento ideológico.

• “...é preciso, portanto, que o operário aprenda


a vencer suas resistências naturais ao dever
absoluto de obedecer, isto é o que lhe
ensinaremos nas Epinettes(...)” (115) – Kula,
empresário que fundou esta escola com
objetivo de formar bons operários.

• “...educação, moralidade e docilidade”


“... os edifícios escolares são mais baratos que os


cárceres” e que “os professores e os livros
oferecem mais segurança que as esposas e os
agentes de polícia”.(123)
Escolas: Instituto Agrícola e Normal de
Hampton (Hampton Normal and
Agricultural Institute)

“O negro devia ser preparado ara integrar-se no lugar



que lhe havia reservado o branco: o trabalho industrial
menos qualificado, mais mal pago e mais duro. Tudo
isso sem interferir, entretanto, na vida social e política
da comunidade branca nem tentar escapar à sua
posição.” (124)
Observações :
• O Capitalismo foi tão capaz de dar forma à
escolarização, as grandes empresas
capitalistas sempre exerceram uma grande
influência sobre o poder político, quando
não foram capazes de instrumentalizá-lo
abertamente.

• Autoridades públicas foram “filantropos” -


os que puderam prover de fundos um
grande número de iniciativas privadas e, de
preferência as que mais se ajustavam aos
desejos e necessidades.
• A escola era vista como um caminho
para o trabalho e, sobretudo para o
trabalho assalariado, em demandas a
serviço das empresas.

• “... a escola e a fábrica tem



elementos em comum como as
empresas que facilitam o emprego
das primeiras como campo de
treinamento para as segundas.”
“...convém recordar que as escolas de
hoje não são o resultado de uma
revolução não conflitiva e baseada em
consensos generalizados, mas o produto
provisório de uma longa cadeia de
conflitos ideológicos, organizativos e,
em um sentido
‘ amplo, sociais.” (p.131)
AS RELAÇÕES SOCIAIS DA EDUCAÇÃO:
A OTIMIZAÇÃO DO CORPO SOCIAL

• Sociedade dividida em classes sociais: alto


grau de abertura e vias de mobilidade
social; ‘

• Escola: melhora a posição de indivíduos


ou grupos sem risco de conflito;
• Escola: permite desenvolvimento elevado
dos grupos sociais.
A ESCOLA
• Principal mecanismo de legitimação
meritocrática;

• Contribui para que indivíduos interiorizem


suas oportunidades sociais;

• Motivação mediante recompensas extrínsecas;

• Competição inter-individual;

• Submissão a uma avaliação alheia.



O TRABALHO
• Atividade regular e sem interrupções,
intensa e carente de satisfação;
• Intervenção do capitalismo e
industrialização;
• Liberdade: relativo à realidade que
nos rodeia;
• Primeiro passo para o processo de
trabalho: produção para a troca.
O TRABALHO

• Divisão entre o trabalho manual e


intelectual: desqualificação e
degradação do processo do trabalho;
• A fábrica e o trabalho assalariado: a
busca do patrão pelo rendimento sem
limite.
• A contribuição da Escola.
A EDUCAÇÃO
• Escola: alunos submissos e
moldados, com a função de socializar
os jovens para o trabalho assalariado;
• Escolas mantêm estudantes em estado
de dependência crônica;
• Crianças e jovens são agrupados de
forma uniforme, sem a interferência
de opiniões individuais nem relações
afetivas;
A EDUCAÇÃO

• A escola exerce importante influência nas


relações sociais, socializando para o
trabalho;
• O papel autoritário e a estrutura
hierarquizada da escola reproduz o
processo de produção industrial;
“O importante da educação não é apenas
formar um mercado de trabalho, mas
formar uma nação, com gente capaz de
pensar.”
(José Arthur Giannoti)
“A escola não é apenas um simples
veículo para a transmissão e circulação
das ideias, mas também e sobre tudo o
cenário de uma série de práticas sociais
materiais.”
Referências

• ENGUITA, Mariano Fernández. A Face Oculta da


Escola: Educação e Trabalho no Capitalismo. Trad.
Tomaz Tadeu da Silva. Porto Alegre. Artes Médicas,
1989. p.272. Disponível em:<
https://construindoumaprendizado.files.wordpress.co
m/2012/11/a-face-oculta-da-escola.pdf >. Acesso em
27 jan.2017.

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