Sei sulla pagina 1di 6

Completação inteligente de poços de

petróleo: tecnologia para aumentar a


recuperação de óleo e gás
Ana Beatriz Loureiro e Rafaela Furtado

A completação é a etapa de projeto de poço, posterior à perfuração, que


realiza a interface entre o reservatório e a unidade de produção de petróleo. Esta
transforma o poço em uma unidade produtora ou injetora completamente
equipada e com os requisitos de segurança atendidos. Ao término da
completação, o poço está pronto para produzir óleo e gás ou injetar água ou gás,
podendo gerar receitas. A operação que marca o início da completação é a troca
do fluido de perfuração por fluido de completação, limpo e livre de sólido.

As seguintes atividades fazem parte da operação de completação e


incluem: condicionamento do revestimento de produção; limpeza e troca do
fluido do poço por fluido de completação, de maneira que impeça o fluxo
indesejável flua do reservatório para o poço; canhoneio da zona de interesse,
instalação de liners rasgados ou outro método de comunicação entre o
reservatório e o poço; avaliação da formação; estimulação do poço ou redução
do fator de dano; instalação de equipamentos como coluna de produção,
mandris, tubing hanger, down hole safety valve (DHSV); retirada do blowout
preventer (BOP) e instalação da árvore de natal molhada (ANM).

A completação convencional é pouco eficiente para locações que


possuem duas ou mais zonas produtoras de hidrocarbonetos, ou seja, rochas
reservatório. As soluções convencionais de completação e explotação
produzem, primeiramente, o reservatório inferior, ou seja, o reservatório mais
profundo, enquanto os reservatórios superiores ficam isolados. Após a
depletação do reservatório em produção ou quando alcança o fator de
recuperação esperado, ocorre uma intervenção para isolamento do reservatório
e completação da conseguinte zona de interesse.
Uma solução alternativa à supracitada é colocar todas as zonas
portadoras de hidrocarbonetos para produzir, concomitantemente, desde o início
da vida produtiva do poço. Entretanto, este método de completação pode
ocasionar em um abandono antecipado do poço, caso ocorra uma produção
excessiva e prematura de água ou gás natural. Este caso acarreta em baixa
produção de óleo, com consequente redução das receitas do poço e,
posteriormente, o abandono permanente do poço.

Com o aumento dos custos de extração de hidrocarbonetos em águas


ultra profundas e no pré-sal, é necessário que haja a maior recuperação possível
de volume de óleo e a maximização do valor agregado do projeto. A completação
inteligente é uma solução adequada para essa finalidade, a qual surgiu com o
objetivo de otimizar a produção e automatizar os poços, a fim de viabilizar
economicamente a exploração. De acordo com a Petrobras (2014), em estudos
realizados para os campos de Sapinhoá e Búzios, o aumento de produção pode
chegar a 20% ao se utilizar métodos de completação inteligente.

A completação inteligente permite a monitoração e o controle de cada


zona produtora ou injetora atuante no poço, de forma separada. Parâmetros
como pressão e temperatura são monitorados por meio de sensores de forma
remota, simultânea e em tempo real. Esse monitoramento permite que sejam
traçados curvas e perfis de pressão e temperatura para acompanhar a depleção
do poço e o aumento de produção de gás e água.

Os equipamentos comumente utilizados na completação inteligente


englobam desde equipamentos de fundo de poço até topside. Na unidade de
produção, deve haver um sistema de aquisição e leitura de sinais, que permita,
através de uma interface homem-máquina, o monitoramento de parâmetros e
controle das válvulas. Devem haver unidades que forneçam potência, sejam elas
elétricas ou hidráulicas, bem como módulos de controle submarinos (SCM). No
poço, podem existir sensores de pressão e temperatura, clamps, flat pack, spice
sub, válvulas de controle de fluxo (ICV), mandris de injeção química, packer
feedthrough, este último realiza o isolamento do espaço anular entre
revestimento e coluna de produção, ao mesmo tempo em que permite a
passagem de cabos elétricos e hidráulicos.
Através de válvulas de controle de fluxo é possível controlar a produção
ou injeção de cada zona. Essas válvulas podem ser do tipo on/off, permitindo
que as válvulas fiquem na posição totalmente aberta ou fechada ao fluxo; ou
válvulas do tipo multiposição com estágios de abertura alterados
sequencialmente; ou ainda de variação infinita que permite que o operador
controle a porcentagem exata de abertura de cada válvula. As válvulas
apresentam basicamente três tipos de acionamento: hidráulico, elétrico e
multiplexado (comando elétrico e acionamento hidráulico).

Por meio do fechamento de válvulas é possível realizar testes de


produção para cada zona aberta e testes de formação, sem a necessidade de
intervenção. Assim, pode-se eliminar as intervenções que tem como finalidade a
recompletação e a obtenção de dados do reservatório. Dessa forma, permite o
melhor gerenciamento do mesmo e reduz os riscos advindos da atividade de
intervenção.

Através do monitoramento dos parâmetros do poço e controle de fluxo das


zonas é possível antecipar a produção de hidrocarbonetos produzidos e otimizar
a produção ou a injeção. A completação inteligente pode reduzir o número de
número de poços perfurados, visto que é possível o melhor aproveitamento do
reservatório através de um único poço.

As desvantagens encontradas na completação inteligente são o aumento


do custo e a complexibilidade por poço. Além do aumento da probabilidade de
realização de intervenções por falhas ou manutenção em equipamentos, que
ensejariam a paralisação da produção de todas as zonas do poço.

A completação inteligente de poços começou a ser usada no Brasil no


início do século XXI e, no ano de 2012, foi instalado o primeiro sistema no pré-
sal, em um poço injetor de gás no campo de Lula. Até março de 2015, foram
instalados 22 sistemas de completação inteligente no pré-sal brasileiro. Em
2015, foi instalado o primeiro poço do pré-sal com completação inteligente em
três zonas produtoras de petróleo.
Os poços típicos do pré-sal, com completação inteligente, possuem na
completação inferior liners pré perfurados e instalados em poços abertos. Esse
tipo de solução elimina a necessidade de cimentação do liner ou casing,
acarretando na redução do tempo de operação da sonda e, consequentemente,
na redução dos custos do projeto de poço. O design descrito anteriormente é
adequado, inclusive, para as operações de workover, pois é possível
desconectar a parte superior da parte inferior da completação. A imagem a
seguir, apresenta um poço típico do pré-sal com completação inteligente em uma
das zonas.

Fonte: OTC-28102-MS

Outra solução usual no pré-sal é a instalação de toda a coluna de


produção uma única vez (single run), desde a parte inferior até o tubing hanger.
Essa solução não inclui elemento de desconexão que permita a retirada da
completação superior e apresenta, consequentemente, dificuldade para as
operações de heavy workover, devido à necessidade de retirada de toda
a completação.

Diante do exposto, os desafios encontrados pela completação inteligente


são: a necessidade de máxima área aberta ao fluxo e aumento da confiabilidade,
segurança e vida útil dos equipamentos. Além disso, é necessário diminuir a
complexidade e custo do sistema, que deve ser compatível com as operações
de intervenção de poço. Os sistemas de monitoração e controle de poço devem
ser adaptados, técnica e economicamente, a cada cenário de aplicação.

Conclui-se que a utilização de completação inteligente é uma realidade


nos poços de petróleo no Brasil. Os sistemas inteligentes devem ser adequados
aos requerimentos de confiabilidade e flexibilidade das instalações dos campos
contribuindo, dessa forma, para o melhor gerenciamento do reservatório de
petróleo e, consequentemente, para as receitas geradas.

Entretanto, para que haja incremento das receitas, a tecnologia deve ser
aplicada em poços em que seja possível um aumento considerável do volume
de petróleo recuperado, compensando assim o custo de projeto de completação
inteligente. Inovações que envolvem aplicação de completação inteligente
elétrica, por exemplo, podem vir a ser o futuro desta tecnologia, ao gerar maior
confiabilidade, eficiência e menor tempo de resposta para o acionamento de
válvulas de fluxo.

Bibliografia:

BCend. “Ensaios não destrutivos BCend.” 19 de março de 2012. PRÉ-SAL


GANHA POÇO COM COMPLETAÇÃO INTELIGENTE. http://bcend.com.br/pre-
sal-ganha-poco-inteligente/. 20 de junho de 2018.

Del Vecchio, F.; Maciel, P.; Salom, F.; Chagas, J.; Ortiz, A. Baker Hughes a GE
Company. First 03 Zone Intelligent Completion in the Brazilian Pre-Salt: Design
Considerations, Challenges, and Lessons Learned. OTC-28136-MS. Offshore
Technology Conference. October, 2017.
E. Schnitzler, L.F. Goncalez, W.M. Ascaneo, F.F. Goncalves, R.S. Almeida, M.
Marques, Petrobras. First Openhole Intelligent Well Completion in Brazilian Pre-
salt. OTC-28102-MS. Offshore Technology Conference. October, 2017.

J. Bellarby, Well Completion design. 1st Edition, Elsevier, Amsterdam, The


Netherlands, 2009

Pereira Pinto, H. L. C; Silva Junior, M. F.; Izetti, R. G.; Guimarães, G. B.


Integrated multi-zone low cost intelligent completion for mature fields. In:
SOCIETY OF PETROLEUM ENGINEERS. INTELLIGENT ENERGY
CONFERENCE AND EXHIBITION, 2006, Amsterdam.

Petrobras. Completação inteligente pode gerar benefícios em campos offshore.


10 de abril de 2014. http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/completacao-
inteligente-pode-gerar-beneficios-em-campos-offshore.htm. 22 de junho de
2018.

—. Tecnologias pioneira do Pré-Sal. s.d.


https://presal.hotsitespetrobras.com.br/tecnologias-pioneiras/#4. 25 de junho de
2018.

Silva Junior, Manoel Feliciano, Hardy Leonardo da Cunha Pereira Pinto e


Ronaldo Gonçalves Izetti. “Poços inteligentes na Petrobras.” Boletim técnico da
Produção de Petróleo, Rio de Janeiro - volume 1, nº 2 s.d.: 273-292.

Rafaela Furtado é graduanda em engenharia de Petróleo e Gás pela


Universidade Veiga de Almeida, geógrafa pela Universidade Federal Fluminense
(UFF) e pós graduada em petróleo e gás pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (COPPE/UFRJ).

Ana Beatriz Loureiro é graduada em engenharia de petróleo pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós graduanda em gestão de negócios pelo
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).

Potrebbero piacerti anche