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Objetivos
Proporcionar aos discentes a discussão sobre as
diferenças presentes na escola e sociedade;
Refletir sobre os preconceitos e desigualdades no
interior da escola e sociedade;
Propor ações de combate e superação do
preconceito, do racismo e das desigualdades.
Alfabetização Intercultural
Para Catherine Walsh (2007), a interculturalidade
crítica significa:
Um espaço de negociação e de tradução onde as
desigualdades (sociais, econômicas e políticas), as
relações e os conflitos de poder da sociedade não
são mantidos ocultos e sim reconhecidos e
confrontados; Um processo dinâmico e permanente
de relação, comunicação e aprendizagem entre
culturas em condições de respeito, legitimidade
mútua, simetria e igualdade; Um intercâmbio que se
constrói entre pessoas, conhecimentos, saberes e
práticas culturalmente diferentes, buscando
desenvolver um novo sentido entre elas na sua
diferença.
Procedimentos Metodológicos
A perspectiva decolonial orientou a percepção
sobre a realidade investigada, iniciando com um
diagnóstico sobre a representação dos alunos em
relação às desigualdades sociais, questões étnicas e
de gênero que se tornaram objeto de nosso trabalho.
Depois foram exibidos vídeos/documentários como:
Menino Urubu, Vida Maria, A África que nunca vimos,
Breve histórico da cultura africana, Menina bonita do
laço de fita e Quem é o índio brasileiro – o que é ser
índio, seguidos de discussões, estudos de textos,
leitura e produções textuais.
Resultados e discussão
Desigualdades sociais: Porque os pais não
trabalham, são desempregados; porque as crianças
são abandonadas; porque os pais bebem muito;
Cultura Indígena: Os índios são diferentes; tem
mulher e criança; se vestem diferente; se pintam
diferente; dançam diferente; estudam; tem casas
diferentes...
Cultura negra: Os negros são maltratados pelas
pessoas; algumas pessoas não gostam de negros; os
negros são pessoas do bem; Em relação à questão
de auto identificação, apenas 5 (cinco) integrantes da
turma se consideram negros.
Questão de Gênero: Quando as cadeiras são
organizadas em dois blocos, automaticamente se
posicionam meninos para um lado e meninas para
outro; está muito presente a separação por cores,
brinquedos e brincadeiras. O interessante é que
alguns já falam em namorar: “Fulana que gosta de
cicrano”.
Considerações Finais
Como todo processo de desnaturalização,
reflexão causa desconforto e resistência, alguns
alunos não queriam participar da exibição de alguns
vídeos, alegando que era chato. Mas gostaram dos
vídeos Menino Urubu e Menina Bonita do Laço de
Fita, talvez por serem mais atrativos pela animação e
destinado ao público infantil.
Consideramos essa experiência como o início de
um processo, que conseguiu problematizar e
sensibilizar a percepção dos alunos em relação às
questões abordadas. É claro que precisam de
continuidade e aprofundamento, até mesmo para
explorar melhor e sistematizar as proposições para o
enfrentamento das desigualdades sociais, de gênero
e raciais.
Referências
WALSH, Catherine. Pedagogías insurgentes de
resistir, (re)existir y (re)vivir.
http://www.reduii.org/cii/sites/default/files/field/doc/Cat
herine%20Walsh%20%20Pedagog%C3%ADas%20D
ecoloniales.pdf