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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB

DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS CLÁSSICAS – LIP

VICTOR FELIPE DE CASTRO GONÇALVES (17/0046486), LUCAS RODRIGUES


ARAUJO (19/0112298) E YANA BEATRIZ ALVES RODRIGUES (19/0127104)

O DESENVOLVIMENTO DA GRAMÁTICA GERATIVA DAS SUAS ORIGENS ATÉ


OS DIAS DE HOJE E OS POSSÍVEIS OBSTÁCULOS A SEREM ENCARADOS POR
ELA ATUALMENTE

BRASÍLIA – DF
2019
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS CLÁSSICAS – LIP

VICTOR FELIPE DE CASTRO GONÇALVES (17/0046486), LUCAS RODRIGUES


ARAUJO (19/0112298) E YANA BEATRIZ ALVES RODRIGUES (19/0127104)

O DESENVOLVIMENTO DA GRAMÁTICA GERATIVA DAS SUAS ORIGENS ATÉ


OS DIAS DE HOJE E OS POSSÍVEIS OBSTÁCULOS A SEREM ENCARADOS POR
ELA ATUALMENTE

Trabalho da disciplina de Introdução à Linguística.

Professor: Ariel Pheula do Couto e Silva

BRASÍLIA - DF
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4
2. DESENVOLVIMENTO DA GRAMÁTICA GERATIVA............................................................................ 4
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 10
4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 12
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo o estudo do desenvolvimento da gramática
gerativa das suas origens até os dias de hoje tendo em vista a elucidação do que seria a
propriedade da infinitude discreta da linguagem humana para a gramática gerativa. Para tanto,
é analisado o contexto em que surge a gramática gerativa, são apresentados os pensadores
anteriores à gramática gerativa que levantaram primeiro a questão da criatividade do uso da
língua e são explicadas as fases da gramática gerativa da sua versão inicial até o programa
minimalista. Por fim, é apresentado o recente debate entre a linguística antropológica e a
gramática gerativa sobre o possível contraexemplo do pesquisador Daniel Everett, a língua
pirahã, à última versão da gramática gerativa.

2. DESENVOLVIMENTO DA GRAMÁTICA GERATIVA


A gramática gerativa tem como principal premissa a ideia de que a linguagem
humana tem a propriedade da infinitude discreta. Essa noção da linguagem sem limites finitos
remonta a pensadores de tempos remotos, como Galileu (1564-1642), que considerava a
descoberta de um meio de comunicar os mais variados pensamentos com apenas 24 caracteres
como a maior de todas as invenções humanas. Outro desses pensadores, Descartes (1596-1650),
considerou tal habilidade como a verdadeira distinção entre o homem e o animal. E, poucos
anos mais tarde, os autores da gramática de Port Royal propõe que a faculdade de linguagem
pode razoavelmente ser considerada como "um órgão linguístico" no mesmo sentido em que se
fala de um órgão do corpo. Todas essas reflexões fazem parte do que se pode chamar de
“primeira revolução cognitiva”.

Entretanto, a meditação da questão da linguagem como uso infinito de meios finitos


teve naquela época um desenvolvimento muito limitado. As ideias mais básicas que norteavam
a discussão permaneciam vagas e obscuras. O problema do uso criativo da língua continuou
como um mistério, mas o seu debate perdeu ânimo, só voltando a se recuperar de fato no século
XX.

Com os avanços das ciências formais no século XX foi possível dar conta com
precisão de princípios computacionais que geram as expressões de uma língua e, deste modo,
capturar, ao menos em parte, a ideia do uso criativo da língua. A linguística antropológica
também trouxe suas contribuições oferecendo uma compreensão muito mais rica da variedade
das línguas. E foi neste contexto, também chamado de “segunda revolução cognitiva”, que se
originou a gramática gerativa.
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Os primeiros esforços da gramática gerativa revelaram logo que, mesmo nas línguas
mais bem estudadas, as propriedades elementares das línguas eram pressupostas, e que as
gramáticas e dicionários mais abrangentes apenas tocavam a superfície das línguas. Porém,
visto que a sua meta é a compreensão da faculdade da linguagem, a gramática gerativa não
pressupôs tais propriedades básicas, mas antes as tomou como objeto de pesquisa.

Além disso, a gramática gerativa também passa levantar questões sobre a realidade
psicológica da linguagem, sobretudo sobre a aquisição da linguagem. Tendo em conta o
intrigante fato de que, mesmo com uma exposição extremamente limitada e em condições
grandemente ambíguas, as crianças adquirem a língua rapidamente.

A proposta da gramática gerativa é a de que as crianças não apreendem as


propriedades mais básicas da língua, pois, se a mente já não possuísse de antemão tais
princípios, não haveria quantidade de evidência capaz de provê-los. Haveria, então, um estado
inicial geneticamente determinado. Esse estado inicial poderia ser concebido como um
mecanismo de aquisição da linguagem que recebe como dados de entrada a experiência e
fornece como saída a língua.

Haveria também razões para crer que esse estado inicial é comum no âmbito da
espécie, visto que, filhos de japoneses, por exemplo, que fossem criados no Brasil falariam o
português tal como as crianças brasileiras o falam. Segue-se daí que as que em suas
propriedades essenciais as línguas são moldadas pela mesma fôrma. Então, apesar da concepção
comum de que as diferenças entre as línguas é algo gritante, a postura da gramática gerativa é
totalmente diferente. O foco dos estudos da gramática gerativa seriam não as pequenas
diferenças entre as línguas, mas as suas semelhanças abrangentes.

A partir daí, surge um desafio para esta fase inicial da gramática gerativa: como
mostrar que todas as línguas são variações sobre um mesmo tema, mas ao mesmo tempo,
registrar fielmente suas propriedades intrincadas de som e sentido, superficialmente diversas?
São estabelecidos, então, as condições que uma teoria da linguagem humana precisaria
satisfazer, na perspectiva do estado inicial da gramática gerativa: a adequação descritiva e a
adequação explicativa.

A gramática de uma língua particular satisfaz a condição de adequação descritiva


quando oferece uma descrição completa e minuciosa das propriedades da língua. Já para
satisfazer as condições de uma adequação explicativa, uma teoria de língua deve mostrar como
cada língua particular pode ser derivada de um estado inicial uniforme sob as condições-limite
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impostas pela experiência, e, assim, ela fornece uma explicação para as propriedades de uma
língua em um nível mais profundo.

Entretanto, há uma espécie de tensão entre estas duas tarefas da pesquisa. A


adequação descritiva conduz, aparentemente, à crescente complexidade e variedade dos
sistemas de regras de cada língua. Já a busca da adequação explicativa requer que a estrutura
das línguas seja invariante, exceto nas partes marginais. A maneira que a gramática gerativa
encontrou para resolver essa tensão foi questionar a ideia de que a tradição vinha assumindo
até então, e que foi tomada pela própria gramática gerativa nesta sua fase inicial, de que uma
língua é um sistema complexo de regras e cada regra é específica de línguas particulares, com
suas construções gramaticais particulares. Considerando a adequação explicativa, tem-se a
indicação de que isto não pode estar certo.

A partir de então houve esforços para encontrar propriedades gerais de sistemas de


regras que pudessem ser atribuídas à própria faculdade da linguagem. Estes esforços resultaram
numa nova abordagem à linguagem, que foi um afastamento muito mais radical em relação à
tradição do que havia sido a gramática gerativa na sua primeira fase. A nova abordagem veio a
ser chamada de princípios e parâmetros. Esta abordagem rejeitou completamente o conceito de
regra e de construção gramatical, que são decompostos em princípios gerais da faculdade de
linguagem, que interagem, tendo como resultado as propriedades das expressões. O estado
inicial da faculdade da linguagem seria algo análogo a uma fiação fixa, que seriam os princípios
da linguagem, conectada a uma caixa de interruptores, que seriam as opções a serem
determinadas pela experiência. Quando os interruptores estão posicionados de uma determinada
maneira a língua será o português, mas quando posicionados de outra maneira será o iorubá,
por exemplo. Cada uma das línguas humanas seria uma determinada fixação de parâmetros.

Pequenas mudanças no posicionamento de interruptores podem conduzir a grande


variedade aparente em termos de output. Essas seriam, então, as propriedades gerais da
linguagem que qualquer teoria genuína precisaria capturar de algum modo. Dessa abordagem
surgiram várias pesquisas empíricas nas mais diversas línguas, novas perguntas (entre elas,
questões sobre a aquisição da linguagem, processamento e design da linguagem) e possíveis
respostas.

A pergunta mais importante levantada a partir daí sobre o design da linguagem era
sobre a otimidade deste design. A faculdade da linguagem se encaixa dentro da arquitetura
maior da mente/cérebro e interage com outros sistemas, que impõem condições de legibilidade
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que a linguagem deve satisfazer se for para ser de todo usável para o pensamento e/ou ação. Os
sistemas sensório-motores, por exemplo, precisam ser capazes de ler as instruções que têm a
ver com som, i.e., as “representações fonéticas” geradas pela língua. Já os sistemas conceituais
têm suas propriedades intrínsecas que exigem que as expressões geradas pela língua tenham
representações semânticas de certo tipo e não de outro. A questão que surge é a de em que
medida a linguagem é uma boa solução para as condições de legibilidade impostas pelos
sistemas externos com os quais ela interage.

O que veio a ser chamado de programa minimalista é um esforço para explorar estas
questões. De acordo com o programa, há indicações de que a faculdade linguística possa ser
próxima do do design ótimo. A língua, portanto, possui som e significado. O que quer dizer que
a faculdade da linguagem coloca em função outros sistemas da mente/cérebro em dois níveis
de interface, um relacionado ao som e o outro ao sentido. Se isto estiver correto, é preciso
perguntar onde exatamente a interface se localiza. Em relação ao som, é preciso determinar em
que medida os sistemas sensório-motores têm especialização para linguagem, sendo neste caso
internos à faculdade de linguagem. Em relação ao sentido, as perguntas se dirigem à relação
entre a faculdade de linguagem e outros sistemas cognitivos, a relação entre a linguagem e o
pensamento.

O programa tenta mostrar que as únicas operações computacionais são as que não
se podem evitar se forem acatadas as assunções mais fracas a respeito das propriedades das
interfaces. Os sistemas exteriores precisam ser capazes de interpretar elementos como “Paulo”
ou “alto”, i.e., unidades do tipo palavra. Estas unidades se organizam em expressões maiores,
como em “Paulo é alto”. Além disso, cada unidade possui propriedades de som e de significado,
denominadas traços. A unidade Paulo começa com uma oclusão labial e é empregada para fazer
referência a uma pessoa.

A língua envolveria três espécies de elementos: os traços, que se juntariam para


formar as unidades lexicais, que se juntariam para formar expressões complexas. Seria possível
concluir daí que o sistema computacional que gera expressões possui duas operações básicas:
uma juntaria traços para formar itens lexicais e a outra juntaria os itens lexicais para formar
objetos sintáticos maiores.

Em uma língua de design perfeito, cada traço deveria ser apenas semântico ou
fonético, e não meramente um mecanismo destinado a criar uma posição ou facilitar a
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computação. São dispensadas relações estruturais além daquelas exigidas por condições de
legibilidade ou induzidas de alguma maneira natural pela própria computação.

Entretanto, seria possível argumentar que as línguas variam nos sistemas flexionais.
O sistema de casos do latim ou do grego são percebidos no chinês. O programa propõe que tal
consideração é apenas aparente. Os sistemas variam muito menos do que parece quando se olha
para as formas superficiais de cada língua. E na verdade, o chinês pode ter o mesmo sistema de
caso do latim, mas diferir tão somente na sua realização fonética. Traços formais não têm
nenhuma interpretação na interface semântica e não são necessariamente expressos no nível
fonético. Portanto, cada traço ou é interpretado na interface semântica ou é acessível ao
componente da gramática que dá forma fonética a um objeto sintático.

Outra crítica à proposto do programa da perfeição no design da língua é a de que a


propriedade de deslocamento, processo pelo qual unidades sintáticas são interpretadas como se
encontrassem numa posição diferente daquela em que de fato se encontram na expressão. Na
sentença “Clinton parece ter sido eleito”, o entendimento da relação entre “eleger” e “Clinton”
é idêntico ao da sentença “Parece que elegeram Clinton”. “Clinton” é o objeto direto de
“elegeram” na última sentença, embora deslocado para a posição de sujeito de “parece”, o
sujeito e o verbo concordam em traços flexionais neste caso, mas não têm relação semântica
alguma, a relação semântica da frase é a que se dá com o longínquo verbo “eleger”.

A resposta do programa é a de que essas duas aparentes imperfeições, i.e., os traços


formais não interpretáveis e a propriedade de deslocamento, têm uma relação. A propriedade
de deslocamento seria provocada por condições de legibilidade externamente impostas à
linguagem humana natural pela arquitetura da mente/cérebro.

Os trabalhos do programa tentou mostrar que, ao contrário do que se supunha desde


o início da gramática gerativa de que a computação é composta de operações de duas espécies,
i.e., regras de estrutura de frases que formam objetos sintáticos maiores a partir de itens do
léxico e regras transformacionais que expressam a propriedade de deslocamento, a
complexidade e variedade das línguas são apenas aparentes, e que os dois tipos de regras podem
ser reduzidos a uma forma mais simples.

A solução perfeita encontrada pelo programa para o problema da variedade das


regras de estrutura de frase seria eliminar totalmente essas regras em favor de uma operação
irredutível que toma dois objetos já formados e junta um ao outro formando um objeto maior
dotado exatamente das propriedades do alvo da junção: a operação que pode ser chamada de
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junção (merge). O procedimento computacional ótimo, se trataria, então, da operação juntar e


das operações destinadas a construir a propriedade do deslocamento.

Outro empreendimento paralelo do programa foi a tentativa de redução do


componente transformacional à forma mais simples, já que, à diferença das regras de estrutura
de frase, este componente não parece poder ser eliminado. A conclusão foi a de que para um
conjunto nuclear de fenômenos existem uma única operação: mover. A operação mover move
qualquer coisa para qualquer posição. O modo como a operação se aplica é uma decorrência de
princípios gerais que interagem com a escolhas paramétricas específicas de cada língua.

A operação juntar toma dois objetos distintos X e Y e junta Y a X. A operação


mover toma um único objeto X e um objeto Y que é uma parte de X, e junta Y a X. O objeto
formado desta maneira é chamado de cadeia. Visto que a operação juntar pode se aplicar mais
de uma vez sobre os seus próprios produtos, ela pode ser entendida como um mecanismo
combinatório recursivo, e, portanto, pode ser chamada, de uma maneira mais simples, de
recursividade. É exatamente assim que a operação é nomeada em um artigo de Hauser,
Chomsky e Fitch de 2002.

O problema deste artigo de 2002 é que, neste artigo, os próprios autores não deixam
muito claro o que querem dizer com recursividade. Havendo ao menos duas interpretações
possíveis para o termo: a recursividade em um sentido mais restrito, entendida como a operação
unir objetos lexicais do mesmo tipo em uma cadeia infinita, e a recursividade em um sentido
mais geral, entendida como a operação juntar, operação que também permite unir dois objetos
lexicais infinitamente, entretanto, eles podem ser de tipos diferentes.

Raiane Oliveira Salles, em sua dissertação de mestrado ‘Understanding recursion


and looking for self-embedding in pirahã, the case of possessive constructions’ tenta esclarecer
a confusão entre os dois tipos de recursividade. De acordo com Raiane, este equívoco é muito
comum entre linguistas e pesquisadores de outras áreas que leram o artigo. Um desses autores
é Daniel Everett, pesquisador da língua amazônica pirahã.

Everett declara que o pirahã é uma língua sem recursividade e diz que a causa disto
seria um fator cultural da comunidade pirahã, o princípio da imediatez da informação. Todos
os pirahã conhecem uns aos outros e, portanto, não precisariam construir cadeias recursivas
para se expressar. Por conta disso, o autor também declara que o pirahã seria o contraexemplo
que desbancaria a gramática gerativa na sua última versão e a sua proposta da recursividade
como característica universal de todas as línguas humanas.
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Entretanto, Raiane tenta mostrar que a recursividade responsável pela infinitude


discreta das línguas seria a recursividade no sentido mais geral, i.e., a operação juntar. Já as
críticas de Everett estariam levando em conta o tipo de recursividade restrito. Portanto, as
críticas de Everett não seriam obstáculos reais para a gramática gerativa na sua última versão.

Raiane mostra que a proibição da recursividade em no sentido estrito é comum em


inúmeras línguas, não apenas no pirahã. Isto porque a proibição da recursividade encontrada no
pirahã não é algo interno, i.e., algo característico da faculdade da linguagem, mas sim algo
externo. Cada língua, de acordo com os seus parâmetros permitiria ou não uma determinada
configuração da recursividade estrita. Em português, por exemplo, não é possível utilizar a
operação de juntar para unir dois substantivos diretamente, como em: * tradução [poema]. É
necessária uma preposição entre os dois substantivos.

Raiane argumenta que, ao contrário do que Everett supõe, o caso da proibição da


recursividade de possessivos na gramática pirahã não seria sequer algo exclusivo do pirahã. Um
exemplo de uma língua mais conhecida seria o alemão, que não permite construções do tipo:
*[Hans-ens Auto]-s Motor (O motor do carro do João), mas apenas: Hans-ens Auto (O carro do
João). Raiane ainda chama atenção para o fato de que, apesar do alemão possuir a mesma
restrição que a do pirahã, as culturas alemã e pirahã são extremamente diferentes uma da outra.
Portanto, seria problemático supor o princípio da imediatez da informação.

Everett está ciente das críticas que recebeu da sua proposta. Entretanto, o autor
insiste que a recursividade para a gramática gerativa seria a recursividade no sentido estrito e
não no sentido geral.

A conclusão de Raiane é a de que a gramática pirahã, de acordo com os próprios


dados de Everett possui a operação junção, e, portanto, possui a recursividade geral. A prova
disto está nos exemplos de palavras morfologicamente complexas, que indicam a existência de
um sistema combinatório na língua. De acordo com Raiane, a única maneira para provar que
uma língua não tem recursividade geral é mostrar que a língua é linear.

3. CONCLUSÃO
Tendo em conta que a história da gramática gerativa não é uma história pequena e
muito menos uma história simples, que o espaço deste trabalho de introdução à linguística foi
curto e que o tempo que os integrantes tiveram para pesquisa foi bastante limitado, apenas um
semestre, o presente trabalho apenas conseguiu apresentar a história do desenvolvimento da
gramática gerativa de forma superficial.
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Quanto ao grande objetivo do trabalho, a elucidação do que seria a propriedade da


infinitude discreta da linguagem humana para a gramática gerativa, conclui-se que a operação
responsável por tal propriedade das línguas humanas seria a operação juntar (merge), que pode
ser entendida como a recursividade geral. Mas, visto que se trata de um tema complexo, as
mesmas reservas feitas acima valem para a conclusão sobre esta operação. Os autores do
trabalho acreditam que, para entender bem um tema tão complexo seria necessário ler
diretamente a densa bibliografia de Chomsky, o que não foi possível por causa das limitações
de tempo.

Já quanto ao debate da linguística antropológica e da gramática gerativa, conclui-


se que o grande responsável pelo desacordo entre Everett e os pesquisadores da gramática
gerativa está no que se entende por recursividade. Sendo considerada no seu sentido mais
estrito, as críticas de Everett se tornam pertinentes, entretanto, quando tomada em seu sentido
geral, as críticas de Everett não tocam a proposta da infinitude discreta da última versão da
gramática gerativa.

O debate, apesar de levantar o ânimo de pesquisadores contra e a favor à gramática


gerativa, não deixa de ser uma ótima porta de entrada para uma pesquisa sobre o que seria a
gramática gerativa em geral e quais seriam as suas propostas, visto que nele são discutidos os
aspectos mais fundamentais da gramática gerativa e da sua história.
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4. BIBLIOGRAFIA
MAXIMILIANO, Guimarães. Fundamentos da teoria linguística de Chomsky. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2017.

CHOMSKY, Noam. New Horizons in the Study of Language and Mind. Cambridge:
Cambridge University Press, 2000.

SALLES, R. O. Understanding recursion and looking for self-embedding in pirahã - Pontifícia


Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015.

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