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BRASÍLIA – DF
2019
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS CLÁSSICAS – LIP
BRASÍLIA - DF
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4
2. DESENVOLVIMENTO DA GRAMÁTICA GERATIVA............................................................................ 4
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 10
4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 12
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo o estudo do desenvolvimento da gramática
gerativa das suas origens até os dias de hoje tendo em vista a elucidação do que seria a
propriedade da infinitude discreta da linguagem humana para a gramática gerativa. Para tanto,
é analisado o contexto em que surge a gramática gerativa, são apresentados os pensadores
anteriores à gramática gerativa que levantaram primeiro a questão da criatividade do uso da
língua e são explicadas as fases da gramática gerativa da sua versão inicial até o programa
minimalista. Por fim, é apresentado o recente debate entre a linguística antropológica e a
gramática gerativa sobre o possível contraexemplo do pesquisador Daniel Everett, a língua
pirahã, à última versão da gramática gerativa.
Com os avanços das ciências formais no século XX foi possível dar conta com
precisão de princípios computacionais que geram as expressões de uma língua e, deste modo,
capturar, ao menos em parte, a ideia do uso criativo da língua. A linguística antropológica
também trouxe suas contribuições oferecendo uma compreensão muito mais rica da variedade
das línguas. E foi neste contexto, também chamado de “segunda revolução cognitiva”, que se
originou a gramática gerativa.
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Os primeiros esforços da gramática gerativa revelaram logo que, mesmo nas línguas
mais bem estudadas, as propriedades elementares das línguas eram pressupostas, e que as
gramáticas e dicionários mais abrangentes apenas tocavam a superfície das línguas. Porém,
visto que a sua meta é a compreensão da faculdade da linguagem, a gramática gerativa não
pressupôs tais propriedades básicas, mas antes as tomou como objeto de pesquisa.
Além disso, a gramática gerativa também passa levantar questões sobre a realidade
psicológica da linguagem, sobretudo sobre a aquisição da linguagem. Tendo em conta o
intrigante fato de que, mesmo com uma exposição extremamente limitada e em condições
grandemente ambíguas, as crianças adquirem a língua rapidamente.
Haveria também razões para crer que esse estado inicial é comum no âmbito da
espécie, visto que, filhos de japoneses, por exemplo, que fossem criados no Brasil falariam o
português tal como as crianças brasileiras o falam. Segue-se daí que as que em suas
propriedades essenciais as línguas são moldadas pela mesma fôrma. Então, apesar da concepção
comum de que as diferenças entre as línguas é algo gritante, a postura da gramática gerativa é
totalmente diferente. O foco dos estudos da gramática gerativa seriam não as pequenas
diferenças entre as línguas, mas as suas semelhanças abrangentes.
A partir daí, surge um desafio para esta fase inicial da gramática gerativa: como
mostrar que todas as línguas são variações sobre um mesmo tema, mas ao mesmo tempo,
registrar fielmente suas propriedades intrincadas de som e sentido, superficialmente diversas?
São estabelecidos, então, as condições que uma teoria da linguagem humana precisaria
satisfazer, na perspectiva do estado inicial da gramática gerativa: a adequação descritiva e a
adequação explicativa.
impostas pela experiência, e, assim, ela fornece uma explicação para as propriedades de uma
língua em um nível mais profundo.
A pergunta mais importante levantada a partir daí sobre o design da linguagem era
sobre a otimidade deste design. A faculdade da linguagem se encaixa dentro da arquitetura
maior da mente/cérebro e interage com outros sistemas, que impõem condições de legibilidade
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que a linguagem deve satisfazer se for para ser de todo usável para o pensamento e/ou ação. Os
sistemas sensório-motores, por exemplo, precisam ser capazes de ler as instruções que têm a
ver com som, i.e., as “representações fonéticas” geradas pela língua. Já os sistemas conceituais
têm suas propriedades intrínsecas que exigem que as expressões geradas pela língua tenham
representações semânticas de certo tipo e não de outro. A questão que surge é a de em que
medida a linguagem é uma boa solução para as condições de legibilidade impostas pelos
sistemas externos com os quais ela interage.
O que veio a ser chamado de programa minimalista é um esforço para explorar estas
questões. De acordo com o programa, há indicações de que a faculdade linguística possa ser
próxima do do design ótimo. A língua, portanto, possui som e significado. O que quer dizer que
a faculdade da linguagem coloca em função outros sistemas da mente/cérebro em dois níveis
de interface, um relacionado ao som e o outro ao sentido. Se isto estiver correto, é preciso
perguntar onde exatamente a interface se localiza. Em relação ao som, é preciso determinar em
que medida os sistemas sensório-motores têm especialização para linguagem, sendo neste caso
internos à faculdade de linguagem. Em relação ao sentido, as perguntas se dirigem à relação
entre a faculdade de linguagem e outros sistemas cognitivos, a relação entre a linguagem e o
pensamento.
O programa tenta mostrar que as únicas operações computacionais são as que não
se podem evitar se forem acatadas as assunções mais fracas a respeito das propriedades das
interfaces. Os sistemas exteriores precisam ser capazes de interpretar elementos como “Paulo”
ou “alto”, i.e., unidades do tipo palavra. Estas unidades se organizam em expressões maiores,
como em “Paulo é alto”. Além disso, cada unidade possui propriedades de som e de significado,
denominadas traços. A unidade Paulo começa com uma oclusão labial e é empregada para fazer
referência a uma pessoa.
Em uma língua de design perfeito, cada traço deveria ser apenas semântico ou
fonético, e não meramente um mecanismo destinado a criar uma posição ou facilitar a
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computação. São dispensadas relações estruturais além daquelas exigidas por condições de
legibilidade ou induzidas de alguma maneira natural pela própria computação.
Entretanto, seria possível argumentar que as línguas variam nos sistemas flexionais.
O sistema de casos do latim ou do grego são percebidos no chinês. O programa propõe que tal
consideração é apenas aparente. Os sistemas variam muito menos do que parece quando se olha
para as formas superficiais de cada língua. E na verdade, o chinês pode ter o mesmo sistema de
caso do latim, mas diferir tão somente na sua realização fonética. Traços formais não têm
nenhuma interpretação na interface semântica e não são necessariamente expressos no nível
fonético. Portanto, cada traço ou é interpretado na interface semântica ou é acessível ao
componente da gramática que dá forma fonética a um objeto sintático.
O problema deste artigo de 2002 é que, neste artigo, os próprios autores não deixam
muito claro o que querem dizer com recursividade. Havendo ao menos duas interpretações
possíveis para o termo: a recursividade em um sentido mais restrito, entendida como a operação
unir objetos lexicais do mesmo tipo em uma cadeia infinita, e a recursividade em um sentido
mais geral, entendida como a operação juntar, operação que também permite unir dois objetos
lexicais infinitamente, entretanto, eles podem ser de tipos diferentes.
Everett declara que o pirahã é uma língua sem recursividade e diz que a causa disto
seria um fator cultural da comunidade pirahã, o princípio da imediatez da informação. Todos
os pirahã conhecem uns aos outros e, portanto, não precisariam construir cadeias recursivas
para se expressar. Por conta disso, o autor também declara que o pirahã seria o contraexemplo
que desbancaria a gramática gerativa na sua última versão e a sua proposta da recursividade
como característica universal de todas as línguas humanas.
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Everett está ciente das críticas que recebeu da sua proposta. Entretanto, o autor
insiste que a recursividade para a gramática gerativa seria a recursividade no sentido estrito e
não no sentido geral.
3. CONCLUSÃO
Tendo em conta que a história da gramática gerativa não é uma história pequena e
muito menos uma história simples, que o espaço deste trabalho de introdução à linguística foi
curto e que o tempo que os integrantes tiveram para pesquisa foi bastante limitado, apenas um
semestre, o presente trabalho apenas conseguiu apresentar a história do desenvolvimento da
gramática gerativa de forma superficial.
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4. BIBLIOGRAFIA
MAXIMILIANO, Guimarães. Fundamentos da teoria linguística de Chomsky. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2017.
CHOMSKY, Noam. New Horizons in the Study of Language and Mind. Cambridge:
Cambridge University Press, 2000.