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INTELIGÊNCIA FINANCEIRA

COMO MONTAR UMA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO?


Gustavo Cerbasi – Live 19/11/2019

O momento é muito convidativo para investimentos em renda variável. Temos taxa de


juros no menor patamar da história (como vimos anteriormente), reformas sendo reali-
zadas pelo governo e empresas retomando fôlego após anos de crise, gerando muitas
oportunidades para o investidor.

Mas como investir de forma racional em renda variável? Como não ser seduzido a ponto
de expor seu patrimônio e poder perder tudo? A regra dos 80 é um indicador que poderá
lhe auxiliar muito nesta questão.

A Regra dos 80

Basicamente, a regra dos 80 diz que subtraindo 80 da sua idade, você terá o percentual
ideal de alocação em renda variável na sua carteira. Por exemplo, eu tenho 45 anos de
idade: 80 - 45 = 35. Então tenho que alocar 35% do meu patrimônio em renda variável e
65% em renda fixa.

A lógica científica por trás disso é que 1. Pessoas mais jovens têm mais tempo e 2. Por
ter mais tempo, lidam melhor com o risco (na verdade, jovens lidam melhor com perdas
do que pessoas mais experientes. Por quê? Jovem tem pouco dinheiro, não tem muito a
perder).

Porém isto não quer dizer que pessoas mais velhas, por alocarem menos em renda variá-
vel segundo a regra dos 80, estejam condenadas aos ganhos baixos proporcionados pela
renda fixa. Elas precisarão apenas buscar mais conhecimento sobre o ativo em questão
para que assumam um risco mais consciente sobre os seus investimentos.

A regra dos 80 não é um mandamento divino. Ela é apenas um parâmetro objetivo para
quem terá uma postura mais passiva com seus investimentos, isto é, vai investir sem um
acompanhamento diário de seus investimentos e mudar a estratégia de acordo com as
mudanças econômicas. Investidores com este perfil são os que preferem um bom fundo
de ações ou um plano de previdência mais agressivo a investir diretamente em ações.

Pessoas que possuem um conhecimento profundo sobre um mercado, como ações ou


imóveis, por exemplo, naturalmente terão uma postura mais agressiva com seus investi-
mentos e ultrapassarão os limites da regra dos 80.
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As referências da Regra dos 80

Para que decisões inteligentes sejam tomadas utilizando a regra dos 80, algumas refe-
rências devem ser levadas em consideração:

1ª Referência: A própria regra dos 80


Como informado anteriormente, a regra dos 80 levará o investidor a alocar seus recursos
em renda variável de forma mais consciente.

Exemplo prático:

Uma pessoa de 30 anos, seguindo a regra dos 80, alocará metade do seu capital em ren-
da variável (80-30 = 50) e o restante (100-50=50) em renda fixa.

Vamos dizer que esta pessoa de 30 anos iniciará seus investimentos a partir de hoje e
possui R$1mil para aplicação. Então aplicará R$500,00 em renda fixa e R$500,00 em
renda variável.

No próximo mês, a bolsa de valores dispara, e a alocação em renda variável alcança


R$600,00. O que o investidor fará neste caso? Venderá para equilibrar a carteira e voltar
a ficar na proporção 50/50? Não necessariamente. Ele poderá reequilibrar a sua carteira
com os aportes mensais. Neste caso, no próximo mês o investidor aplicará R$400,00
em renda variável e R$600,00 em renda fixa. A lógica também é verdadeira em momen-
tos de queda da bolsa, pois este é um momento oportuno para mais investimentos em
renda variável.

Atenção: Pode ser que a sua carteira de investimentos fique muito desequilibrada, e os
aportes mensais não consigam reequilibrar seu patrimônio. Neste caso, você estará em
uma situação de desequilíbrio que necessitará de atenção. A partir desse momento, você
precisará acompanhar mais de perto. Se você analisava a sua carteira a cada 30 dias, a
partir de agora fará isso a cada 10 dias. Isto servirá como um alerta para você acompa-
nhar as notícias e questionar o seu assessor/corretora a respeito.
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2ª Referência: Divida a sua carteira em 3 fatias


Além da Regra dos 80, sua carteira deve ser alocada de acordo com as suas necessida-
des e objetivos, conforme os itens a seguir:

● Reserva de emergência: A reserva de emergência (um investimento que seja


equivalente a 6 meses dos seus gastos fixos mensais, em média) é um dinheiro que
precisa ter rentabilidade previsível e resgate imediato e, portanto, deve estar aloca-
do em renda fixa. O melhor produto é um bom Fundo DI, com taxa de administra-
ção zero.

Tome cuidado, pois existem muitos Fundos DI ruins no mercado, principalmente os


oferecidos pelos grandes bancos. Analise o histórico do fundo e veja se a rentabili-
dade histórica do fundo é de 100% do CDI.

Muitas pessoas preferem investir em Tesouro Selic para fugir do come-cotas (im-
posto cobrado semestralmente sobre algumas modalidades de fundos) a que os
Fundos DI são submetidos, mas isto é uma ilusão. Você pagará impostos tanto no
Tesouro Selic quanto no Fundo DI, e a taxa de custódia do Tesouro Direto é supe-
rior aos juros que seriam perdidos por conta da cobrança antecipada do come-co-
tas. Isso acontece principalmente num cenário de juros baixos e para um dinheiro
que poderá ser resgatado no curto prazo.

Atenção: Se todo o dinheiro aplicado que você possui atualmente está direcionado
para a sua reserva de emergência, você deve alocar 100% do seu capital em renda
fixa e aguardar mais um pouco para iniciar a Regra dos 80.

● Estratégia para renda futura: Eu evito falar em plano de aposentadoria, pois mui-
tas pessoas continuarão trabalhando (com mais produtividade, inclusive) ao alcançar
este status. A renda futura refere-se ao dinheiro que você aplicará mensalmente
para alcançar um patrimônio mínimo para lhe gerar uma renda mensal que cubra os
seus gastos fixos (este é o conceito da independência financeira).

Consultores e simuladores disponíveis na internet lhe informarão quanto você pre-


cisará poupar por mês para atingir este objetivo, dentro dos seus aportes mensais e
prazo determinado.

Mas não seja conservador ao projetar a rentabilidade mensal. Muitas pessoas colo-
cam 0,35% ao mês (a rentabilidade líquida média atual), mas esquecem que investi-
mentos de longo prazo serão alocados uma parte em renda variável com o objetivo
de ter um rendimento acima da média. Ao analisar um bom fundo de previdência
privada, você perceberá que aqueles que possuem uma estratégia moderada ou
agressiva têm historicamente um retorno maior do que aqueles que investem de
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forma conservadora.. Isto acontece porque o gestor do fundo faz um balanceamen-


to constante em sua carteira, como se fosse uma Regra dos 80.

Como alocar a regra dos 80 na minha estratégia de independência financeira? Neste


caso, você deve avaliar se o seu patrimônio como um todo (Reserva de Emergência
+ Renda Futura) está alinhado com a Regra dos 80.

Exemplo: Você possui 50 anos e R$100mil de patrimônio. Seguindo a regra dos 80,
você deveria ter R$30mil em renda variável (80-50 = 30%) e R$70mil em Renda
Fixa (100-30=70%). Vamos dizer que você necessita de R$30mil para a reserva de
emergência, alocada em renda fixa. Neste caso, você terá R$30 mil aplicados em
renda fixa, R$ 30 mil em renda variável e o restante, R$40mil, aplicados também em
renda fixa, este com um pouco menos de liquidez (tema das próximas lives)

● Estratégia para objetivos de curto e médio prazo: Aqui entram os sonhos como
comprar o carro, fazer uma viagem, fazer um intercâmbio no exterior, entre outros.

Para este tipo de objetivo, a forma de investir está mais relacionada ao tempo que
você necessitará para alcançar este objetivo. Quanto mais longo ou mais incerta a
data da realização do objetivo, mais você investirá em renda variável. Vai viajar em
poucos meses? Aplique em renda fixa. Tem desejo de comprar um carro, mas não
tem um prazo definido? Aplique em renda variável.

Qual limite dá para aplicar em renda variável em relação aos meus objetivos? A re-
gra dos 80 é que definirá este limite, e será preciso analisar a sua carteira como um
todo (reserva de emergência + renda futura + objetivos).
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DICAS ADICIONAIS

Você pode investir na Regra dos 80 mesmo sendo um especialista em um único mercado.

Você não precisa necessariamente alocar em várias modalidades de renda variável para
balancear sua carteira. Se você é especialista em um mercado em específico, uma estra-
tégia acertada é alocar em diversos produtos da própria modalidade.

Se você investe em ações, você pode alocar na parte de renda variável ações com poten-
cial de valorização e, na renda fixa, boas ações pagadoras de dividendos.

Se você investe em fundos imobiliários, você pode alocar na parte de renda variável fun-
dos com objetivos de compra e venda de imóvel e, na renda fixa, fundos de aluguel (ou
fundos de renda).

Se você investe diretamente em imóveis, poderá alocar na parte de renda variável imó-
veis com potencial de valorização em venda futura e, na renda fixa, imóveis com o obje-
tivo de receber aluguel.

Preciso investir necessariamente em ações ou fundo de previdência para balancear a minha


carteira?

A resposta é não. O produto é apenas um instrumento e não a estratégia em si. Você


pode investir em ações, fundo de previdência balanceado, fundos de ações, imóveis,
projetos empreendedores, fundos imobiliários, entre outros produtos de renda variável
disponíveis no mercado.

É sempre importante ressaltar o cuidado redobrado que você deverá tomar com promes-
sas de retornos exorbitantes (2%,5%,20% ao mês) de empresas não reguladas pela CVM.

Como seguir a Regra dos 80 quando está endividado

Para quem possui dívidas, com certeza os juros cobrados são maiores que a rentabilida-
de oferecida por investimentos conservadores. Neste caso, o primeiro passo antes de
seguir a regra dos 80 é solucionar as dívidas.

Investir em renda variável para quem está endividado é um cenário totalmente inviável,
pois não podemos ter um compromisso certo (dívida) diante de um cenário incerto como
na renda variável, que é uma estratégia totalmente voltada para o longo prazo.
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Para quem está endividado, os passos são rever o estilo de vida (tema de uma live em
breve), reduzir seus custos para reduzir as dívidas e construir uma reserva de emergên-
cia. Os “feirões limpa nome” no final do ano são boas oportunidades para renegociar
dívidas com credores.

Lembrando que dívida também é uma estratégia de inteligência financeira quando ela é
oportuna, como um financiamento de um imóvel comprado abaixo do valor de mercado.

Dica de Ouro

Você pode queimar várias etapas na construção da sua estratégia com a orientação de
um bom assessor de investimentos. Abrindo a conta em uma corretora ou banco de va-
rejo, você será convidado a preencher o API (análise de perfil do investidor), um questio-
nário que analisa os seus objetivos e seu conhecimento sobre o mercado financeiro. Ao
final do questionário, você saberá em qual perfil se enquadra (conservador, moderado,
agressivo) e quais alternativas de investimentos são as melhores para você.

Se você seguir fielmente essa estratégia, atualizar de tempos e tempos sua carteira
dentro da proposta de sua corretora/assessor e alinhá-la àregra dos 80, terá um desem-
penho acima da média.

Compilado por André Fernandes Esteves, da equipe MaisDinheiro.com.br

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