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A Educação Pós-64:

A implantação de um Estado autoritário, a partir de 1964, teve algumas transformações na


área educacional. Instalou-se a educação tecnicista, atendendo às necessidades relacionadas a
crescente industrialização, fruto da influência do capital estrangeiro.

Entre os anos de 1964 a 1968, os presidentes militares: Humberto Alencar Castello Branco e
Arthur da Costa e Silva junto aos americanos estabeleceram uma parceria, através do MEC,
realizando doze acordos com a United States International for Development (USAID), esse
acordo visava o fortalecimento do ensino primário, a acessória técnica dos americanos para o
aperfeiçoamento de melhorias no ensino médio, modernização administrativa, universitária,
entre outros setores, esta parceria influenciava reformas e leis na área educacional brasileira.

Segundo Romanelli (1978), o agravamento da crise do sistema educacional, que já vinha de


longa data, serviu como justificativa para os acordos entre MEC e a agência educacional dos
Estados Unidos. Os conhecidos “Acordos MEC/USAID”, eram firmados com a AID (Agency for
International Development), a qual daria assistência técnica e financeira para o sistema
educacional brasileiro.

O novo modelo educacional desenvolveu como característica um sistema educacional


autoritário e domesticador, o ensino deveria estar voltado para o desenvolvimento científico e
tecnológico, se encaixando nos ideais de racionalismo (pensamento logico), isso causou uma
visão restrita, limitada e reduzida, segundo a qual, a ciência (exata) é o único conhecimento
válido. O educador desempenha função de técnico e o educando de mero instrumento e
apenas executa objetivos instrucionais.

[...] em análise ao pensamento da elite econômica da época, que o regime de governo deveria
ser técnico e autoritário para servir ao capital transnacional, em função das exigências de suas
hegemonias sobre as classes trabalhadoras, o que de modo era combatível com as
manifestações de autonomia e organização das classes popular; para frear o processo
revolucionário do povo, mais do que recursos financeiros, seria necessário tomar o poder
central do país (DREIFUSS In ROSA, 2006).

O ministro Roberto Campos, em palestra sobre “Educação e Desenvolvimento Econômico”,


procurou demonstrar a necessidade de atrelar a escola ao mercado de trabalho. Sugeriu,
então, um vestibular mais rigoroso para aquela área de 3º grau não atendentes às demandas
do mercado. Para ele, toda a agitação estudantil daqueles anos era devida a um ensino
desvinculado do mercado de trabalho, um ensino baseado em generalidades e, segundo suas
próprias palavras, um ensino que, “não exigindo praticamente trabalhos de laboratório”
deixava “vácuos de lazer”, que estariam sendo preenchidos com “aventuras políticas”
(GHIRALDELLI, 2000, p. 169).

A educação no Brasil foi voltada à formação de mão-de-obra especializada em curto prazo de


tempo, com destino ao mercado em expansão. Assim, o aluno tornava-se o principal alvo do
governo para suprir às necessidades relativas às perspectivas da economia brasileira
(GHIRALDELLI, 2000).

Era necessário formar rapidamente professores, para que estes formassem mais
trabalhadores, necessários à crescente industrialização brasileira. Como solução imediata para
suprir essas carências, foram criados os “Cursos de Licenciaturas Curtas” e a atualização de
egressos do ensino médio (2º grau) com mais um ano de especialização para desempenhar a
função de formadores de mão-de-obra nas chamadas escolas polivalentes (VEIGA,1989).

A maioria das escolas estaduais, do pós-64, eram centros de formação profissional dos filhos
da classe operária e trabalhavam na formação desses como instrumentos econômicos do país.
Tornam-se, dessa maneira, estabelecimentos educacionais de 2ª classe que teriam de
transmitir a “educação tecnicista” – tarefa que não exige conhecimento, apenas habilidades
práticas e manuais (PELLANDA, 1986).

Reformas de 1º e 2º graus:

Para Ghiraldelli (2000), o relatório feito pelo MEC-USAID e os elaborados pela Comissão Meira
Matos e o GTRU (Grupo de Trabalho de Reforma Universitária), apresentavam enfoques
diferentes no que dizia respeito ao ensino de 1º e 2º graus. O relatório Meira Matos e o GTRU
defendiam a reformulação do ensino médio em favor aos problemas que existiam na
universidade, o relatório MEC-USAID tinha como fim integrar a universidade na vida
econômica nacional, a fim de capacitá-la a atender a demanda de mão-de-obra.

As reformas de 1º e 2º graus fizeram aumentar o período de obrigatoriedade escolar de quatro


para oito anos. Com essa ampliação, têm-se inúmeros envolvimentos implicados, obrigando,
assim, o Estado a um aumento de seus deveres na relação educacional do povo e pressupõe
uma ampla modificação estrutural na educação primária.

A lei nº. 5.692, que reestruturou o Ensino de 1ºe 2º graus, é responsável pela aplicação dos
ideais do Estado de forma autoritária e resultando em um novo bloco que dirige a ideologia
dominante.

Como pano de fundo, começa, então, o chamado processo de integração dos níveis (primário e
ginasial, secundário e técnico), que passam a obedecer aos princípios da comunidade e da
terminalidade. Sendo que o andamento sucessivo garantiu a passagem de uma série para
outra, desde o 1º até o 2º grau.

A união do antigo primário com o ginasial e a abolição dos exames de aceitação /admissão
apresentava em sério problema. A obrigatoriedade de oito anos torna-se letra inexistente,
uma vez que não existem recursos materiais para atender às necessidades, e também ao
esgotamento do curso primário e do ginasial além extinguir o dualismo existente entre a
escola secundária e a escola tecnicista.

Nos currículos de 1º e 2º graus emergiu um núcleo comum obrigatório, integrado pelas


disciplinas de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística, Programas de
Saúde e Religião. Nesse contexto, foi constituída a área de Moral e Cívica, formada por três
disciplinas:
1. Educação Moral e Cívica (EMC) para o 1º grau.
2. Organização Social e Política Brasileira (OSPB) para o 2º grau.
3. Estudo dos Problemas Brasileiros (EPB) no ensino superior.

Sobrepondo-se a esse núcleo comum e obrigatório, ele trouxe prejuízos inestimáveis para a
educação, tais como: A abolição de algumas disciplinas escolares como a Sociologia, Filosofia e
a Psicologia no 2º grau por necessidade de espaço nos currículos, e as uniões, como as da
História e Geografia, constituindo os Estudos Sociais no 1º grau.
Com a inclusão dos materiais necessários, o currículo é dividido em duas partes: Uma em
educação generalista e outra de formação profissional, essa última deveria ser programada
conforme a região, proporcionando sugestões de habilitações correspondentes a três áreas
econômicas: primárias (agropecuária), secundária (indústria), e terciária (serviços).

Com todas as reformas educacionais e institucionalizações impostas a sociedade brasileira, no


sistema educacional, paralisando todos os direitos dos cidadãos, facilitando a manipulação do
Estado perante os brasileiros, assim consequentemente fazendo com que houvesse uma
insatisfação social, atingindo principalmente grupos estudantis, em que se manifestavam com
passeatas e diversos tipos de manifestações contra o governo autoritário e centralizador.

Reação Estudantil:

A falta de vagas nas universidades federais foi a principal causa das maiores reivindicação
estudantis, havendo, então, a luta pelo aumento de vagas no ano de 1964, durante instalação
do regime militar (PILLETTI, 1990). Mesmo com um governo autoritário, os estudantes
mantinham as suas lutas e passaram a ser tachados como “revolucionários” e “subversivos”
(ARANHA, 1996).

Com grupos de estudantes na oposição, desta forma os militares empregavam uma forma de
controla-los pela Lei Suplicy (levava o nome de Flávio Suplicy de Lacerda, que era o reitor da
Universidade do Paraná, era conhecido por seu conservadorismo), que editou no dia 9 de
novembro de 1964. Todas as entidades estudantis foram sujeitas ao controle do Estado,
atendo a monitoração controladora com os Diretórios Acadêmicos e os Diretórios Centrais de
Estudantes, nos estabelecimentos secundaristas como os Grêmios Livres substituídos pelos
Centros Cívicos, sob o controle da diretoria dos colégios (NAPOLITANO, 1998).

Segundo Pilleti (1990), em 1964 foi decretada a Lei nº 4 464, conhecida como Lei Suplicy de
Lacerda, a qual procurava acabar com os protestos de estudantes transformando os órgãos
estudantis em identidades dependentes de verbas e com orientações do Ministro da
Educação.

Conforme Rosa (2006), as classes de poder multinacional e associados, formaram inúmeros


tipos de instituições para que se controlasse a opinião do povo brasileiro e destruir a estrutura
governamental. Estes estabelecimentos criados como medidas ideológicas, utilizavam do IPES
(Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e do IBAD (Conselho Superior das Classes Produtoras)
propositalmente instalando uma ideologia como uma forma de manter o controle sobre a
sociedade e do governo. Desta forma com estes estabelecimentos criados, eram utilizados
como um pano de fundo para realizarem como fachada o desempenho de suas verdadeiras
atividades realizadas.

Com tais transformações e alterações institucionais repressivas, a UNE (União Nacional de


Estudantes) foi substituída pelo DNE (Diretório Nacional de Estudantes). Diante desta situação,
os estudantes não poderiam se reunir para discutir e debater seus problemas educacionais, no
entanto, mesmo com todas as restrições impostas a eles, a UNE continuou atuar
clandestinamente (ROMANELLI, 1978).

Em 1967, ano em que foi aprovada a Constituição que se instalou como o regime militar, no
governo Castello Branco, instalando-se intervenções controladoras na sociedade. Neste
mesmo ano em que foi aprovada e instituída a primeira Constituição militar, assumindo o
poder presidencial foi o General Arthur da Costa e Silva, aumentaram as manifestações e
protestos contra o novo sistema ditatorial. Nesta situação, o presidente Costa e Silva
respondeu a estas manifestações a partir de sua política de Segurança Nacional, tendo como
alvo a UNE que já estava sobre domínio estatal, foi excluída oficialmente de sua administração.

Em 1968, com a morte do estudante Édson Luís, ocorreu a maior revolta estudantil através da
passeata e protestos, que teve a participação de mais de 100 mil pessoas em São Paulo.

Com todos os Atos Institucionais impostos pelo governo direcionado a sociedade, de forma
manipuladora a todas as áreas do Brasil (política, econômica, financeira, social, cultural e
educacional, etc.). Consequentemente houve um grande aumento das manifestações da
população nacional, mostrando cada vez mais a força das massas populares em busca de seus
direitos civis.

A Educação: nos últimos anos da Ditadura Militar

Nos últimos anos da repressão militar começaram a aparecer sinais da insatisfação da


população além organização e aumento significativo das oposições ao regime militar. As
medidas do governo Geisel, totalmente repressivas, fizeram com que a sociedade civil se
organizasse contra a ditadura militar. Contando com a adesão na luta de entidades como a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (AIB), e da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) as quais impulsionaram movimentos de
protestos exigindo a redemocratização do Brasil.

De um lado o Presidente amenizava a ação do sistema governamental, extinguindo a censura à


imprensa (1975), extinguindo o Ato Institucional número 5 e restabelecendo a habeas-corpus
no país (ambos em 1978); de outro, algumas medidas reacionárias ainda eram tomadas. Foi o
caso da promulgação da lei Falcão, em 24 de junho de 1976, que impedia o debate político nos
meios de comunicação; decisão tomada em função do expressivo crescimento da oposição nas
eleições de 1974.

No início dos anos 80, o regime militar dava os primeiros sinais de enfraquecimento, entrando
numa linha de processo de democratização. A sociedade civil, como os estudantes, mostrava-
se contra a repressão, dando início a recuperação do espaço perdido, soma-se, ainda, o fato
dos exilados políticos voltarem ao Brasil.

Na área educacional, na década de 1980, comprovado o fracasso da implantação da reforma


da Lei da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e da Lei nº. 7.044/82, é dispensado das escolas a
obrigatoriedade da profissionalização, e debates são intensificados pelo retorno da Filosofia.

Ao final da ditadura, a rede pública de ensino somava contradições. O número de matrículas


no ensino de 1o e 2o graus tinha se ampliado, mas ainda estava longe da universalização.
Tínhamos uma rede física expandida, mas totalmente sucateada; os investimentos em
educação foram reduzidos; os professores estavam com seus salários corroídos e sua
formação, desprezada; a carreira docente estava desvalorizada e não havia incentivo à
formação continuada. A escola pública de massas tornou-se um cenário de terra arrasada, ao
passo que as escolas privadas cresciam, passando a atrair inclusive setores com maior poder
aquisitivo dentro das classes trabalhadoras.

Não há dúvida de que muitas das mazelas de nossas instituições públicas de ensino são
heranças da “escola da ditadura”. Muitas políticas para a educação básica brasileira foram
gestadas durante esse período trágico de nossa história e algumas das suas consequências se
perpetuam até os dias atuais.

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