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Entre os anos de 1964 a 1968, os presidentes militares: Humberto Alencar Castello Branco e
Arthur da Costa e Silva junto aos americanos estabeleceram uma parceria, através do MEC,
realizando doze acordos com a United States International for Development (USAID), esse
acordo visava o fortalecimento do ensino primário, a acessória técnica dos americanos para o
aperfeiçoamento de melhorias no ensino médio, modernização administrativa, universitária,
entre outros setores, esta parceria influenciava reformas e leis na área educacional brasileira.
[...] em análise ao pensamento da elite econômica da época, que o regime de governo deveria
ser técnico e autoritário para servir ao capital transnacional, em função das exigências de suas
hegemonias sobre as classes trabalhadoras, o que de modo era combatível com as
manifestações de autonomia e organização das classes popular; para frear o processo
revolucionário do povo, mais do que recursos financeiros, seria necessário tomar o poder
central do país (DREIFUSS In ROSA, 2006).
Era necessário formar rapidamente professores, para que estes formassem mais
trabalhadores, necessários à crescente industrialização brasileira. Como solução imediata para
suprir essas carências, foram criados os “Cursos de Licenciaturas Curtas” e a atualização de
egressos do ensino médio (2º grau) com mais um ano de especialização para desempenhar a
função de formadores de mão-de-obra nas chamadas escolas polivalentes (VEIGA,1989).
A maioria das escolas estaduais, do pós-64, eram centros de formação profissional dos filhos
da classe operária e trabalhavam na formação desses como instrumentos econômicos do país.
Tornam-se, dessa maneira, estabelecimentos educacionais de 2ª classe que teriam de
transmitir a “educação tecnicista” – tarefa que não exige conhecimento, apenas habilidades
práticas e manuais (PELLANDA, 1986).
Reformas de 1º e 2º graus:
Para Ghiraldelli (2000), o relatório feito pelo MEC-USAID e os elaborados pela Comissão Meira
Matos e o GTRU (Grupo de Trabalho de Reforma Universitária), apresentavam enfoques
diferentes no que dizia respeito ao ensino de 1º e 2º graus. O relatório Meira Matos e o GTRU
defendiam a reformulação do ensino médio em favor aos problemas que existiam na
universidade, o relatório MEC-USAID tinha como fim integrar a universidade na vida
econômica nacional, a fim de capacitá-la a atender a demanda de mão-de-obra.
A lei nº. 5.692, que reestruturou o Ensino de 1ºe 2º graus, é responsável pela aplicação dos
ideais do Estado de forma autoritária e resultando em um novo bloco que dirige a ideologia
dominante.
Como pano de fundo, começa, então, o chamado processo de integração dos níveis (primário e
ginasial, secundário e técnico), que passam a obedecer aos princípios da comunidade e da
terminalidade. Sendo que o andamento sucessivo garantiu a passagem de uma série para
outra, desde o 1º até o 2º grau.
A união do antigo primário com o ginasial e a abolição dos exames de aceitação /admissão
apresentava em sério problema. A obrigatoriedade de oito anos torna-se letra inexistente,
uma vez que não existem recursos materiais para atender às necessidades, e também ao
esgotamento do curso primário e do ginasial além extinguir o dualismo existente entre a
escola secundária e a escola tecnicista.
Sobrepondo-se a esse núcleo comum e obrigatório, ele trouxe prejuízos inestimáveis para a
educação, tais como: A abolição de algumas disciplinas escolares como a Sociologia, Filosofia e
a Psicologia no 2º grau por necessidade de espaço nos currículos, e as uniões, como as da
História e Geografia, constituindo os Estudos Sociais no 1º grau.
Com a inclusão dos materiais necessários, o currículo é dividido em duas partes: Uma em
educação generalista e outra de formação profissional, essa última deveria ser programada
conforme a região, proporcionando sugestões de habilitações correspondentes a três áreas
econômicas: primárias (agropecuária), secundária (indústria), e terciária (serviços).
Reação Estudantil:
A falta de vagas nas universidades federais foi a principal causa das maiores reivindicação
estudantis, havendo, então, a luta pelo aumento de vagas no ano de 1964, durante instalação
do regime militar (PILLETTI, 1990). Mesmo com um governo autoritário, os estudantes
mantinham as suas lutas e passaram a ser tachados como “revolucionários” e “subversivos”
(ARANHA, 1996).
Com grupos de estudantes na oposição, desta forma os militares empregavam uma forma de
controla-los pela Lei Suplicy (levava o nome de Flávio Suplicy de Lacerda, que era o reitor da
Universidade do Paraná, era conhecido por seu conservadorismo), que editou no dia 9 de
novembro de 1964. Todas as entidades estudantis foram sujeitas ao controle do Estado,
atendo a monitoração controladora com os Diretórios Acadêmicos e os Diretórios Centrais de
Estudantes, nos estabelecimentos secundaristas como os Grêmios Livres substituídos pelos
Centros Cívicos, sob o controle da diretoria dos colégios (NAPOLITANO, 1998).
Segundo Pilleti (1990), em 1964 foi decretada a Lei nº 4 464, conhecida como Lei Suplicy de
Lacerda, a qual procurava acabar com os protestos de estudantes transformando os órgãos
estudantis em identidades dependentes de verbas e com orientações do Ministro da
Educação.
Em 1967, ano em que foi aprovada a Constituição que se instalou como o regime militar, no
governo Castello Branco, instalando-se intervenções controladoras na sociedade. Neste
mesmo ano em que foi aprovada e instituída a primeira Constituição militar, assumindo o
poder presidencial foi o General Arthur da Costa e Silva, aumentaram as manifestações e
protestos contra o novo sistema ditatorial. Nesta situação, o presidente Costa e Silva
respondeu a estas manifestações a partir de sua política de Segurança Nacional, tendo como
alvo a UNE que já estava sobre domínio estatal, foi excluída oficialmente de sua administração.
Em 1968, com a morte do estudante Édson Luís, ocorreu a maior revolta estudantil através da
passeata e protestos, que teve a participação de mais de 100 mil pessoas em São Paulo.
Com todos os Atos Institucionais impostos pelo governo direcionado a sociedade, de forma
manipuladora a todas as áreas do Brasil (política, econômica, financeira, social, cultural e
educacional, etc.). Consequentemente houve um grande aumento das manifestações da
população nacional, mostrando cada vez mais a força das massas populares em busca de seus
direitos civis.
No início dos anos 80, o regime militar dava os primeiros sinais de enfraquecimento, entrando
numa linha de processo de democratização. A sociedade civil, como os estudantes, mostrava-
se contra a repressão, dando início a recuperação do espaço perdido, soma-se, ainda, o fato
dos exilados políticos voltarem ao Brasil.
Não há dúvida de que muitas das mazelas de nossas instituições públicas de ensino são
heranças da “escola da ditadura”. Muitas políticas para a educação básica brasileira foram
gestadas durante esse período trágico de nossa história e algumas das suas consequências se
perpetuam até os dias atuais.