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I. O PANO DE FUNDO
Se queremos entrar nos conceitos e riquezas do
livro de Hebreus, precisamos entender o pano de
fundo desse livro. Isso é crucial. É difícil
encontrarmos informações sobre Hebreus. O nome
do seu autor não nos é dito e não é claramente
mencionado para quem esse livro foi escrito. Hebreus
é absolutamente diferente de todas as outras
epístolas. Ele tem seu caráter peculiar. Todas as
outras epístolas começam dizendo-nos por quem e
para quem foram escritas. Entretanto, Hebreus
começa da seguinte maneira: “Havendo Deus,
outrora, falado muitas vezes e de muitas maneiras,
aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou
pelo Filho” (1:1-2a). Quem escreveu esse livro? A
Bíblia não nos diz. Para quem ele foi escrito? É
totalmente um mistério, pois a Bíblia também não
nos diz. É por isso que poucos cristãos conhecem bem
esse livro.
A Epístola aos Hebreus não é superficial. Ela é
extremamente profunda. Portanto, digo novamente
que precisamos mergulhar nesse livro. Não
permaneça na superfície, contemplando-o. Mergulhe
nele e descubra os tesouros que estão abaixo da
superfície. Sempre que ler um versículo nesse livro,
você precisa ler seu contexto. Para um versículo, você
provavelmente precisará ler alguns capítulos.
1
Leia-se: xequiná. Palavra teológica derivada da raiz do verbo hebraico shakhan; significa a presença
permanente de Deus. (N.T.)
seminários ou institutos bíblicos. Não havia nada a
não ser o tabernáculo. Que havia do outro lado do
mar? Todas as coisas egípcias, mundanas.
Somos pessoas que cruzamos para este lado. Que
há para nós deste lado? O igrejar! Somos os
cruzadores de águas. Somos hebreus. A água nos
separou. Que estamos fazendo aqui? Estamos
edificando o tabernáculo, a arca de hoje. O primeiro
cruzador de águas de antigamente, Noé, edificou a
arca. Os hebreus na época de Moisés edificaram o
tabernáculo. Agora, nós, os hebreus de hoje, estamos
edificando a igreja.
Nosso Deus é “o Deus dos hebreus”. Você já
ouviu esse termo — “o Deus dos hebreus?” Embora eu
tenha estudado a Bíblia durante anos, apenas
recentemente vi que nosso Deus é “o Deus dos
hebreus”. Durante anos eu soube que Deus é o Deus
de Abraão, Isaque e Jacó e que Ele é o Deus de Israel.
Mas o Deus de Abraão é também “o Deus dos
hebreus”. Ele é o Deus dos cruzadores de rio, dos que
passaram por cima. Êxodo 3:6 diz: “Disse mais: Eu
sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto,
porque temeu olhar para Deus”. Essa palavra não foi
falada ao Faraó; ela foi falada ao povo de Deus, os
filhos de Israel (3:15-16). Quando Deus falou ao Seu
povo, Ele chamou a Si mesmo de Deus de Abraão,
Isaque e Jacó. Mas note a diferença que ocorre
quando Deus fala a Faraó: “Disse o SENHOR a
Moisés: Apresenta-te a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o
SENHOR, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo,
para que me sirva” (9:1, 13; 7:16). Quando Deus falou
com Faraó, Ele chamou a Si mesmo de “o Deus dos
hebreus”. Ele parecia estar dizendo: Faraó, você não
sabe que Eu sou o Deus dos hebreus? Eu sou o Deus
de todos os que cruzam rios. Deixa ir o Meu povo.
Deixa-o cruzar o Mar Vermelho para que me sirva no
deserto. Faraó, você precisa perceber que Eu sou o
Deus dos hebreus”. Nosso Deus é “o Deus dos
hebreus”. Precisamos proclamar para o mundo que
nosso Deus é “o Deus dos hebreus”, que nós somos
hebreus, e que nós passamos pela água. Nós, como
Noé, Abraão e os filhos de Israel, passamos pela água.
Quando os filhos de Israel envelheceram na terra
do Egito, Deus lhes deu um novo começo com a
Páscoa (12:1-2). Deus até mesmo mudou o calendário
deles, mudando-o do calendário civil para o
calendário sagrado. Segundo o calendário civil, a
páscoa foi no sétimo mês, mas Deus chamou-o de
primeiro mês. Era o começo do ano, um novo
começo. Como resultado, o povo tornou-se novo e
cheio de frescor. Eles cruzaram a água e entraram no
deserto, onde, como um novo povo, edificaram o
tabernáculo de Deus à maneira de Deus. Entretanto,
quarenta anos depois, eles envelheceram e
precisavam novamente cruzar o rio. Primeiro eles
cruzaram o Mar Vermelho, depois cruzaram o rio
Jordão e entraram na boa terra. Cruzar a água é
muito significativo. Depois que os filhos de Israel
vieram para a boa terra, eles edificaram o templo de
Deus.
Muitas gerações depois, os israelitas
envelheceram novamente. Eles foram dominados
pelo inimigo, e até mesmo o templo, com todos os
seus serviços, foi utilizado, usurpado, possuído e
arruinado pelo inimigo de Deus. De repente, para
surpresa dos israelitas, João Batista apareceu e lhes
disse para se arrependerem (Mt 3:5-6). Que fez João
Batista? Ele os ajudou a cruzar o rio. Ele os ajudou a
sair de sua velhice, da terra judaica velha e religiosa.
Ele lhes disse para cruzar o rio a fim de cada um deles
ser um verdadeiro hebreu. Esse era o verdadeiro
significado do batismo para aqueles fariseus e judeus
arrependi dos. Eles foram batizados para fora de sua
velha terra religiosa e foram batizados para dentro de
um novo território. Aquele batismo foi uma
separação. Depois de batizados, eles podiam dizer:
“Antes estávamos do outro lado do rio, mas agora
estamos deste lado”.
Não são muitos os que tiveram esse
entendimento do batismo. O batismo faz de você um
verdadeiro hebreu, pois um hebreu é um cruzador de
águas. Você já cruzou a água? Você pode dizer: “Sim,
eu cruzei a água do batismo há vinte e cinco anos”.
Como você está agora? Ainda está novo e com
frescor? Doutrinariamente, eu não ensino o
sepultamento na água2, mas experimentalmente eu
encorajo a que todos vocês sejam sepultados na água.
Depois de salvos e batizados, vocês peregrinaram no
deserto durante anos e tornaram-se velhos. Embora
tenham cruzado o Mar Vermelho, vocês ainda
precisam cruzar o rio Jordão. Esse cruzar de águas é
muito significativo. Considere mais uma vez os filhos
de Israel. O primeiro cruzar de águas, o do Mar
Vermelho, libertou-os do Egito. O segundo cruzar de
águas, o do Jordão, libertou-os de peregrinar no
deserto e os introduziu na boa terra. Esqueça os
ensinamentos tradicionais que dizem que os cristãos
não devem ser rebatizados e que, segundo o Novo
2
Alguns cristãos entendem que, mesmo tendo sido genuinamente batizados, o que é representado
pelo cruzar o Mar Vermelho, têm necessidade de um “sepultamento” posterior, representado pelo
cruzar do rio Jordão, por terem envelhecido espiritualmente. (N.E.)
Testamento, o batismo deve ser apenas um. O
número de vezes depende da sua situação atual. Se
você nunca esteve em uma terra possuída por
Satanás, você não precisa ser batizado nenhuma vez.
Se você sempre esteve nos céus, você não precisa ser
batizado. Entretanto, desde que você caiu no Egito,
você certamente precisa cruzar o Mar Vermelho. Se,
depois de cruzar o Mar Vermelho, você entrar
imediatamente na boa terra, você não precisa cruzar
o rio Jordão. No entanto você não entrou
imediatamente na boa terra, mas peregrinou no
deserto por um determinado tempo. Depois de
peregrinar, você ficou velho. Agora, por ter se tomado
tão velho, você precisa cruzar um rio antes de entrar
na boa terra. Você precisa cruzar o rio. Se, ao ler esta
mensagem, você ainda está velho, você precisa
recomeçar como um hebreu — você precisa cruzar o
rio.
Em Apocalipse 15:2 encontramos um tipo
especial de mar, um mar de vidro mesclado com fogo.
Nesse mar há não apenas água, mas também fogo.
Quando Deus executou Seu julgamento sobre a
criação caída e condenada, Ele primeiramente o fez
com água. Gênesis 1:2 revela que o mundo
pré-adâmico foi julgado por água. O mundo do tempo
de Noé também foi julgado por água. A água foi o
julgamento de Deus. Após o julgamento do dilúvio,
na época de Noé, Deus mudou Seu julgamento de
água para fogo. Assim, Sodoma e Gomorra foram
queimadas e não inundadas (Gn 19:24). Nadabe e
Abiú, filhos de Arão, também foram julgados pelo
fogo (Lv 10:1-2). Por fim, todas as coisas negativas
irão para o lago de fogo (Ap 20:14-15). O julgamento
de Deus sobre a criação caída, o mundo caído e o
homem caído é uma mescla de água e fogo. Portanto,
em Apocalipse 15 temos a visão do mar de vidro
mesclado com fogo. Por fim, esse mar de vidro
mesclado com fogo consumar-se-á no lago de fogo.
O mar de vidro está diante do trono de Deus
(4:6). Na visão do mar de vidro mesclado com fogo,
os vencedores são mostrados posicionados sobre o
mar. Os que venceram o inimigo de Deus estarão
sobre o mar de vidro. Isso significa que eles cruzaram
a água. Todos eles cruzaram o mar. Pela eternidade,
eles serão os verdadeiros cruzadores de águas, os
verdadeiros hebreus. Você, onde está? Espero que
você possa dizer que está sobre o mar de vidro. Nós
somos os hebreus. Nós cruzamos o mar. Tenho a
plena certeza de que cruzei a água. Não estou do
outro lado. Meu antepassado cruzou para este lado e
eu o segui. Agora estou no mar de vidro, e todas as
coisas negativas estão sob os meus pés. Os
vencedores estarão sobre o mar de vidro assim como
os filhos de Israel estavam à margem do mar, tendo
passado o Mar Vermelho. Quando os israelitas
cruzaram o Mar Vermelho, eles olharam para trás e
viram Faraó e todas as suas forças sendo afogadas no
mar. Nós, como os israelitas que cruzaram o Mar
Vermelho e cantaram o cântico de Moisés (Êx 15:1),
cantaremos o cântico do Cordeiro (Ap 15:3). Um dia
estaremos sobre o mar de vidro, olharemos para
baixo e veremos todas as coisas mundanas debaixo do
mar. Embora eu saiba que isso ocorrerá no futuro,
ainda espero que esteja acontecendo agora. Todos
estamos aqui sobre o mar de vidro. Nós somos os
hebreus, os cruzadores de águas.
Porque somos os verdadeiros hebreus, o livro de
Hebreus é para nós. Não pense que somente os
crentes judeus são hebreus. Nós também somos
hebreus. Somos hebreus e esse maravilhoso livro de
Hebreus é para nós. Se você permanece mundano,
você está desqualificado para receber esse livro. Uma
vez que você se considera um habitante do mundo,
você não tem nada com o livro de Hebreus. Esse livro
é somente para os hebreus. Uma vez que somos os
verdadeiros hebreus, temos pelo menos um livro na
Bíblia escrito para nós. Não sou Timóteo e Tito, mas
sou um genuíno hebreu. Todos somos hebreus.
Devemos agradecer ao Senhor, porque o livro mais
profundo e rico é para nós! Nenhum outro livro é
mais profundo que Hebreus. Nós cruzamos o rio e
estamos sobre o mar de vidro. Certamente podemos
entender tal livro maravilhoso, porque cruzamos o
rio. Nosso Deus escreveu tal livro para nós.
Hoje nossa boa terra não é Canaã; é o Santo dos
Santos. Estamos agora no Santo dos Santos. Nosso
cruzar das águas nos introduziu nesse Santo dos
Santos. Essa é nossa terra santa. Onde está essa terra
santa, esse Santo dos Santos? Está tanto nos céus
como em nosso espírito. Entre o nosso espírito e os
céus há a escada celestial — Cristo, o Filho do
Homem, que une nosso espírito aos céus e traz os
céus para nosso espírito. Aqui temos Betel, a casa de
Deus (Gn 28:10-12). Aqui é a habitação de Deus (Ef
2:22). Isso é a vida da igreja. Isso é a nossa boa terra.
Veja o tabernáculo. Diante dele havia uma bacia,
um pequeno mar (Êx 30:18). Diante do templo havia
um mar de bronze com dez suportes (1Rs 7:23, 27).
Tanto a bacia diante do tabernáculo como o mar de
bronze com seus dez suportes diante do templo
significavam que todas as pessoas que entrassem no
Santo dos Santos tinham de passar pela água. Por
fim, Apocalipse 15 nos diz que no universo há um mar
de vidro diante do templo de Deus. Todo aquele que
vem à presença de Deus passou pelo mar. Nós somos
tais pessoa. Não estamos no mundo e nem na religião.
Não estamos no judaísmo, no catolicismo ou no
protestantismo. Estamos no Santo dos Santos.
Estamos na habitação de Deus, na casa de Deus, que é
tanto nos céus como no nosso espírito, e Cristo é a
escada celestial que os une. Aleluia! Aqui o céu está
aberto para nós. Agora não apenas o livro de Hebreus
está aberto para nós, mas nós estamos abertos para
esse livro. Agora estamos prontos para provar as
riquezas desse livro.
II. O CONTEÚDO
III. AS SEÇÕES
É simples reconhecer as seções desse livro.
Primeiro, temos a introdução, que mostra que Deus
falou no Filho (1:1-3). No final está a conclusão
(13:20-25). Entre a introdução e a conclusão, esse
livro mostra a superioridade de Cristo (1:4 10:39) e
também revela a maneira de tomar e desfrutar esse
Cristo, a maneira da fé (11:1 — 13:19). Cristo é
superior a tudo: aos anjos, a Josué, a Moisés e a Arão.
A aliança que Ele fez é superior à aliança feita com
Moisés. Cristo é superior a tudo. A maneira para
alcançarmos esse Cristo, a maneira de tomá-Lo é a
maneira única da fé. Esse é o livro de Hebreus.
ESTUDO-VIDA DE HEBREUS
MENSAGEM 2
DEUS FALOU
O livro de Hebreus começa com Deus falando. O
falar divino é a abertura desse livro. Deus falou!
Louvado seja Ele! Absolutamente, não é algo sem
importância o fato de Deus ter falado. Sem falar, Deus
é misterioso. Mas Ele se revelou no Seu falar. Ele não
é mais misterioso. Agora Ele é o Deus revelado.
A ênfase desse livro é que Deus falou, e não o
homem. Portanto, ele não diz quem é o autor,
tampouco, em suas citações do Antigo Testamento,
ele menciona os nomes de quem falou. Segundo o
conceito desse livro, toda a Bíblia é o falar de Deus.
Portanto, quando ele se refere ao Antigo Testamento,
ele sempre diz que foi o falar do Espírito Santo (3:7;
9:8; 10:15-17).
Precisamos considerar esse assunto do falar de
Deus. Se houvesse um Deus no universo, qual seria a
primeira coisa que Ele faria? Com certeza, antes de
fazer qualquer outra coisa, Ele falaria. Se Deus é vivo,
certamente Ele tem de falar. Se Ele é real, Seu falar
testifica de Sua realidade. Se Ele se move, Ele
mover-se-á pelo falar. Se Ele trabalha, certamente Ele
o faz pelo Seu falar.
Uma pessoa que está viva é uma pessoa que fala.
Se você está vivo, não creio que será capaz de ficar em
silêncio nem por uma hora. Se está sozinho em casa,
você descobrirá que simplesmente precisa falar. Se
não falar aos anjos 3 , você pode falar para algum
3
O autor não ensina nem encoraja qualquer tipo de conversa com os anjos, como ensina o esoterismo.
Em seu estilo metafórico de expressar-se, ele usou isso apenas como exemplo. (N.E.)
objeto ou para si mesmo. Uma pessoa viva precisa
falar.
Nosso Deus é vivo! Portanto nosso Deus está
falando, e Seu falar testifica que Ele é vivo. Sabemos
que nosso Deus é vivo porque Ele fala. Que tolice
seria dizer que não existe Deus! Você não ouviu Seu
falar? Deus falou! Desde a eternidade, esse Deus que
fala tem falado milhões de vezes. Se Ele nunca tivesse
falado, então, de onde teria vindo a Bíblia? Ninguém
pode negar a sabedoria expressa na Bíblia. Se não
cada sentença, pelo menos muitíssimas sentenças na
Bíblia jamais poderiam ter saído da mente humana.
Um grande filósofo francês disse que se os quatro
Evangelhos fossem falsos e Cristo não existisse,
então, quem escreveu os Evangelhos estaria
plenamente qualificado para ser Cristo. Se você não
crê que o escritor dos Evangelhos está qualificado
para ser Cristo, então tente escrever tais livros. Quem
poderia proferir coisas de maneira tão profunda e
sábia? Pedro era um pescador galileu e João era um
remendador de redes. Eles não se formaram em uma
universidade. Onde é que eles ganharam sua
sabedoria? “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus (...) a vida estava
nele, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:1, 4). Quem
pode proferir palavras tão simples, mas tão profundas
como essas? Com certeza não um pequeno
remendador de redes da Galiléia. Somente o próprio
Deus pode falar dessa maneira. Como você pode dizer
que não existe Deus? Você poderia encontrar outro
livro que se compare com a Bíblia? Não há outro livro
que se compare com ela. A Bíblia é o livro dos livros,
porque ela traz sabedoria profunda.
A Bíblia também traz luz. Nenhum outro livro
ilumina as pessoas como a Bíblia. Muitos que estão
lendo estas mensagens são bastante cultos. Vocês
leram muitos livros e jornais. Digam-me, por favor:
vocês foram iluminados por algum desses livros ou
jornais? Sempre que as pessoas lêem os jornais elas
ficam em trevas, veladas, drogadas, dopadas e
intoxicadas. Entretanto, muitos de nós podemos
testificar que sempre que vamos até a Bíblia, não
importando o capítulo, a luz brilha sobre nós. A luz
pode brilhar até mesmo por meio de um versículo
como Gênesis 3:1, um versículo que fala da serpente.
Pode ser que a luz não brilhe imediatamente, porque
você não está preparado. A luz está pronta para
brilhar, mas você não está preparado para abrir-se a
ela. Por fim, no entanto, a luz vem.
Usemos Gênesis 3:1 como exemplo: “A serpente,
mais sagaz que todos os animais selváticos que o
SENHOR Deus tinha feito”. Certa manhã, uma jovem
irmã leu esse versículo e ele entrou nela. Quando ela
leu esse versículo de manhãzinha, ela não tinha
nenhum entendimento dele. Mais tarde, naquele
mesmo dia, uma de suas colegas de escola veio até ela
com certo tipo de tentação. Imediatamente, a palavra
veio para aquela jovem irmã: “A serpente era mais
sagaz”. Quanto mais sua colega falava, mais essa
palavra vinha para ela. Por fim, essa irmã disse
consigo mesma: “Serpentinha, afasta-te de mim”. Por
todo meu ministério eu tenho ouvido centenas de
testemunhos como esse.
As pessoas são iluminadas por ler a Palavra
Divina. Será que alguém pode testificar que foi
iluminado lendo uma revista ou um jornal? Não
existem tais testemunhos, porque tais escritos não
são a Palavra de Deus. Mas toda a Bíblia é uma
composição do falar de Deus. Se você colocar a
palavra Satanás em um jornal, ela não significará
nada, mas quando você a lê na Bíblia, especialmente
quando você lê com oração, você é iluminado e
Satanás é exposto.
Muitas vezes nós somos não somente iluminados
pela Palavra, mas somos vivificados e avivados. Tente
orar com as palavras de um jornal e veja o que
acontece. Quanto mais você repete as palavras, mais
você fica em trevas e morto. Entretanto, quando lê a
Bíblia com oração, você é vivificado. Isso é uma forte
prova de que a Bíblia Sagrada é o falar de Deus. Deus
falou! Mais de cem vezes eu vi grandes pecadores
salvos simplesmente por ler um versículo da Bíblia.
Em um instante, toda a vida deles foi mudada. Esse
foi o resultado do operar da Palavra Santa.
Deus falou e ainda está falando hoje. Ele está
falando ao nosso coração e no nosso espírito. Como
sabemos que nosso Deus é vivo? Porque Ele fala
conosco. Como sabemos que Ele está se movendo e
trabalhando? Porque Ele fala. Considere sua
experiência nas últimas quarenta e oito horas. Você
pode afirmar que nesse tempo Deus não falou com
você? Muitos de nós podemos testificar que, nas
últimas quarenta e oito horas, ouvimos Deus falar.
Sabemos que Ele é real, vivo e se move, porque Ele
fala. Onde está Deus? Deus está em Seu falar. Ele fala
a cada dia.
O que Deus está falando? O falar de Deus não é
apenas a Palavra; é também Seu sopro. Quando Deus
fala, Ele sopra a Si mesmo para dentro de nós.
Sempre que Deus fala com você, Ele entra em você.
Portanto, sempre que ouve o falar de Deus ou toma a
Palavra de Deus, você é envolvido com Deus. Ele nos
incomoda constantemente pelo Seu falar. Eu não sei
quantas vezes já fui incomodado por Ele. Se você não
quer envolver-se com Deus, é melhor você fechar os
ouvidos quando Ele estiver falando. Seu falar é
constante. Ele jamais engolirá Suas palavras. Uma
vez que Ele sopra Suas palavras, Ele nunca as toma de
volta. Suponha que Deus fale a você: “Vá até sua
esposa e peça-lhe perdão”. Você pode argumentar,
dizendo: “Por que eu devo ir pedir-lhe perdão? Não
posso fazer isso”. Mas a palavra continua vindo a
você: “Vá e peça perdão”. Alguns que não obedeceram
a tal palavra do Senhor disseram que até em seus
sonhos eles expressaram Sua palavra para ir pedir
perdão. A esposa acorda e diz: “O que você quer dizer
com: ‘Vá e peça perdão’?” Deus falou para aquele
irmão pedir perdão a sua esposa. Ele não o fez. Por
fim, em seus sonhos ele falou as palavras: “Vá e peça
perdão.” O falar de Deus é constante assim.
Em 1925 comecei a ouvir o falar do Senhor para
mim. Embora por oito anos não Lhe tenha obedecido,
aquela palavra nunca me deixou. Semana após
semana, eu discutia com Deus e arrazoava com Ele.
Eu falava a Ele: “Não, eu não posso fazer isso”. Ele
não discutia comigo. Quando eu argumentava, Ele
ficava calado. Quando minhas argumentações
cessavam, Ele começava a falar de novo. Eu disse:
“Senhor, eu já ouvi isso”. Entretanto, embora Ele não
tenha dito uma palavra quando eu argumentava,
quando eu me calava, Ele falava, e falou durante oito
anos. Por fim, não tive outra escolha a não ser
ouvi-Lo e render-me a Ele. Eu obedeci e o falar parou.
Uma vez que obedecemos, o falar pára.
Uma vez que a palavra de Deus sai da Sua boca,
ninguém pode mandá-la de volta para Ele. Se nesta
vida você não obedecer ao que Deus fala, na próxima4
você obedecerá. Toda humanidade crerá no que Deus
falou. Se não crerem hoje, eles irão crer 5 na
eternidade.
Deus falou e ainda está falando. Sabemos que
nosso Deus é real, porque Ele está falando. Como
sabemos que Deus está trabalhando em Sua
restauração? Porque Ele está falando.
Embora eu seja cristão há muitos anos, jamais
ouvi tanto do falar de Deus como entre nós hoje. Em 1
Samuel 3:1 lemos que a palavra do Senhor era mui
rara naqueles dias. A versão King James 6 usa a
palavra preciosa em vez de rara. Tudo que é raro é
precioso. Nos dias de 1 Samuel3, a palavra de Deus
era rara, mas hoje ela não é rara. Na restauração do
Senhor hoje, há a multiplicação da palavra de Deus.
Há abundância da palavra de Deus. Deus está falando
a cada dia e a cada reunião. Você não percebe que Ele
está falando? Seu falar prova que Ele está
trabalhando.
Cada um de nós tem alguma porção do falar de
Deus. Entretanto, muitos cristãos que não estão na
restauração do Senhor diriam que eles não entendem
o que estamos falando quando nos referimos à
abundância do falar de Deus. Se esse assunto fosse
explicado a eles, eles diriam: “Já faz muito tempo que
eu não ouço Deus falar”. Por que não há o falar de
4
Refere-se não a outra vida, como ensinado pela doutrina da reencarnação, mas à próxima era, a era
do reino milenar. durante a qual os cristãos imaturos serão disciplinados e conduzidos à maturidade.
Leia também O Dano da Segunda Morte, de Watchman Nee. (N.E.)
5
Não se trata do crer para a salvação, mas do reconhecimento de que Jesus é o Senhor (Fp 2:9-11).
(N.E.)
6
King James Version; tradicional versão da Bíblia em inglês. (N.T.)
Deus entre tantos cristãos? Porque não há o mover de
Deus entre eles, não há o trabalhar de Deus.
É uma punição não ter o falar de Deus. Nos dias
de 1 Samuel 3, a palavra de Deus era mui rara. Isso
era uma punição à família e à casa do sacerdote Eli.
Quando você está sob a bênção de Deus, Ele fala a
cada minuto. O falar de Deus para você prova que
você está sob Sua bênção. Há uma abundância do
falar de Deus entre nós na restauração. Todos ouvem
Seu falar. Deus está falando com você? Isso significa
que Ele é real, vivo e se move.
Antes de muitas das irmãs terem vindo para a
restauração do Senhor, elas não sentiam nenhuma
condenação quando estavam iradas com o marido.
Elas sentiam que estavam iradas com o marido por
uma boa razão e que essa ira era totalmente justa.
Elas podiam até mesmo assegurar aos outros que sua
ira era absolutamente justificada. Agora que essas
mesmas irmãs estão na restauração do Senhor, elas
descobriram que Deus fala imediatamente a elas
sempre que perdem a paciência. Elas não estão mais
livres para irar-se com o marido. Agora, se elas se
iram com o marido, Deus fala sobre isso com elas. Se
elas estão iradas com o marido em um sábado à noite,
elas não têm paz para participar da mesa do Senhor
no dia seguinte. Esse falar prova que Deus está se
movendo e trabalhando entre nós.
O Deus vivo transmite-se para dentro de nós por
meio do falar. Durante o Estudo-Vida de Romanos7, o
Senhor nos deu uma boa palavra — transfundido.
Deus quer transfundir a Si mesmo para dentro de
nós. Isso é realizado principalmente pelo falar.
7
Já publicado em português, por esta Editora. (N.E.)
Quanto mais Ele fala a você, mais Seu elemento
divino será transmitido ou transfundido para o seu
ser. Quanto mais você está no Seu falar, mais você é
infundido com todos os Seus elementos divinos. Uma
vez que você ouve Seu falar, você jamais será o
mesmo.
Sem exceção, a Palavra de Deus nos traz três
coisas. A primeira delas é a luz. Quando Deus fala, a
luz resplandece. O primeiro elemento da Palavra de
Deus é a luz. Onde está a Palavra de Deus, há luz. Não
é necessário que você a explique ou interprete. A luz
brilha, pois a Palavra traz luz. A Palavra Divina é a
melhor luminária, o melhor portador de luz. Quando
Ele fala, Ele resplandece. Todos podemos provar isso
por nossa própria experiência. Sempre que ouvimos
Sua Palavra, estamos sob Seu resplandecer, e esse
resplandecer nos traz luz. Com essa luz há o
entendimento, a visão, e a sabedoria, conhecimento e
expressão apropriados. A luz inclui várias coisas:
entendimento, visão, conhecimento, sabedoria e
expressão. Quando você tem luz, você tem o poder de
ver, tem a visão. Quando você tem luz, você tem
conhecimento, entendimento e sabedoria. Isso lhe dá
elocução e você não pode ficar mudo. Nenhum dos
turistas que visitam a Disneylândia, em Anaheim, é
mudo. Quando vêem tudo que está lá, eles ficam
tagarelando. Quando você entra na Disneylândia,
como é que você pode ficar mudo? Até mesmo as
criancinhas, que não sabem falar bem, terão
expressão verbal por causa do que viram.
Por que os membros que “esquentam” bancos
nas denominações cristãs ficam sentados mudos
durante o culto do domingo de manhã? Porque eles
estão carentes de luz e não vêem nada. Quando você
está em trevas é muito difícil falar. Tente falar quando
estiver em trevas. Você ficará mudo, porque não vê
nada. Você não terá nada para dizer. Se eu fosse cego
e você me pedisse para descrever algo, eu não teria
muito para dizer. Quão diferente é quando você tem a
luz! Quando a luz vem, você tem muito a dizer,
porque você vê muito. Você vê tantas pessoas, lugares
e coisas. Você vê tantas coisas, que fala
espontaneamente.
A luz produz a visão, e a visão produz expressão
verbal. Por que todos os membros da igreja são tão
efervescentes quando vêm às reuniões? Porque todos
eles viram algo e, portanto, têm algo para falar. O que
vemos torna-se espontaneamente nossa expressão
verbal. Não é necessário pensar em algo para falar.
Nós falamos daquilo que vemos. A luz produz visão. A
luz vem da Palavra. Quando você tem a Palavra, você
tem luz.
No meu falar através dos anos, muitas pessoas
têm se surpreendido e me perguntado de onde tiro
todas as minhas mensagens. Minhas mensagens vêm
todas da vista celestial, do turismo celestial pela terra
santa. Quase toda manhã eu faço um turismo e vejo
muitas coisas. Tenho muito para falar, porque-vejo
muito na Palavra. A Palavra traz luz, e a luz traz vista
e visão, e a visão dá conhecimento, sabedoria e
expressão verbal. Isso não é conhecimento de letras
mortas; é o conhecimento de vida, o conhecimento
que é cheio de vida. Todo ele vem da Palavra.
A Palavra também traz vida. O Senhor Jesus
disse que as palavras que Ele fala são espírito e são
vida (Jo 6:63). “No princípio era o Verbo (...) a vida
estava nele” (1:1, 4). Na Palavra há vida. Quando você
toca a Palavra, você é vivificado. Por que somos tão
vivos? Por causa da Palavra. Com o passar dos anos
tenho visto muitos grupos de cristãos, mas nunca vi
um grupo como os que estão na vida da igreja hoje.
Muitos dentre os jovens lidam dia e noite com a Bíblia
Sagrada. Isso é um bom sinal. Algumas pessoas
espalharam o boato de que Witness Lee fala para as
pessoas jogarem fora a Bíblia. Isso é uma mentira
diabólica! Ninguém mais que este ministério exorta
tanto os santos a tomarem a Palavra. Veja quantos
versículos usamos em cada mensagem!
Por que o povo da igreja é tão vivaz? É por causa
da vida que está na Palavra. Antes de virem para a
igreja, vocês não eram tão vivos. Vocês estavam
morrendo de fome. Vocês eram carentes da Palavra.
Mesmo agora, se vocês se afastassem da Palavra, das
mensagens e das reuniões durante duas semanas,
vocês estariam mortos. Hoje muitos são tão vivos,
porque estão cheios da Palavra. Estou muito feliz por
ver que nesta era, uma era cheia de males, os jovens
se entregaram à Palavra Sagrada. Para muitos de
vocês, a coisa mais preciosa em seu coração é a
Palavra. Isso é um bom sinal de que o Senhor está se
movendo entre vocês. Seu falar está conosco e sua
Palavra está em nós. Hoje, todos na vida da igreja
estão efervescentes por causa da Palavra da vida. Nós
temos a Palavra viva.
A vida que está na Palavra inclui muitas coisas.
Ela inclui santidade, amor, humildade, bondade e
paciência. A vida inclui todos os atributos divinos e
todas as virtudes humanas. Não podemos exaurir as
riquezas da vida. Quem pode dizer quais são as
riquezas da vida? Não é necessário falar da vida
divina, pois mesmo a vida em uma semente de cravo é
muito rica. Ela pode ser uma sementinha com uma
porção de vida aparentemente pequena, mas ela
cresce. Quando a semente de cravo cresce e floresce,
você pode ver as riquezas da vida. Todas as riquezas
estão na vida. Peço-lhes que considerem a vida que
temos, a vida que tocamos. Que riquezas há na vida
divina! Tenho a plena segurança para dizer que todas
as riquezas de Deus estão na igreja, porque a Palavra
está na igreja e a Palavra traz vida. Essa vida inclui
todos os ricos atributos, virtudes e qualidades. Uma
vez que temos a vida, nós temos as riquezas. Não
tente ser humilde, porque a humildade é como um
pássaro: se você tentar apanhá-la, ela voa. Não tente
amar sua esposa ou submeter-se ao seu marido. Você
não consegue fazê-lo. Simplesmente tome a Palavra.
A Palavra traz vida e essa vida resultará em amor e
submissão. Humildade, amor e submissão são
encontrados nessa vida. Não podemos adquirir essas
virtudes por nosso esforço ou trabalho. Elas estão
todas na vida divina.
Como podemos ter vida? Simplesmente tome a
Palavra e a vida vem. Quando a vida vem, todas as
coisas boas vêm com ela. Nessa vida estão a
humildade e a beleza de um ser humano. Uma vez
que Deus criou o homem à Sua imagem, certamente
há beleza na humanidade. Mas essa beleza da
humanidade somente pode ser encontrada na vida
divina, e a vida divina está na Palavra divina. Quando
a Palavra vem, a vida vem, e a beleza vem com a vida.
Veja as pessoas da igreja; todas são graciosas e
bonitas. Se essas mesmas pessoas não estivessem na
vida da igreja, elas teriam a aparência de escorpiões,
tartarugas ou macacos. Eu realmente me apaixonei
pelos irmãos e irmãs da igreja. Até mesmo os mais
velhos são tão amáveis.
Essa beleza, esse encanto, vem da vida e a vida
vem da Palavra. Quando Deus fala, há vida ali. Essa
vida é muito rica.
Quando a Palavra vem, ela traz também poder. A
Palavra traz luz, vida e poder. Muitos cristãos
confiam nas coisas chamadas pentecostais. Eu
também creio plenamente nas coisas pentecostais,
mas não na chamada “maneira pentecostal”. Muitos
dizem que se você não tem uma determinada
experiência “pentecostal”, você não tem poder. Eu
não concordo com isso. Em minha cidade natal,
muito próximo ao local de reuniões da igreja, havia
um local de reuniões pentecostais. Dez anos depois,
eles eram menos de cem em número. Eles praticavam
as coisas “pentecostais” e diziam que tinham poder. O
local de reuniões da igreja, entretanto, estava sempre
lotado. Um dia, um Autor daquele grupo pentecostal
falou comigo. Eu lhe disse: “Irmão, de acordo com
sua opinião, vocês têm poder e nós não. Mas veja os
fatos: quão poucos vocês são! quantos nós somos
aqui!” O poder está na Palavra.
Quando pregamos a Palavra viva, o poder está
ali. Esse poder não é o poder instantâneo; é o poder
constante. Não é o poder do crescimento explosivo do
cogumelo; é o poder do crescimento constante. Nos
últimos anos tenho visto muitos
“movimentos-cogumelo”. Numa noite cem se
arrependem, mas dois meses depois você só encontra
uns poucos deles. O que estamos fazendo em nosso
labor é como semear uma semente de cravo. Dois
meses depois, parece que nada aconteceu. Mas,
gradualmente, um broto verde aparece. Por fim, ele
floresce, produz semente, e ocorre uma segunda
reprodução. Esse é o poder da vida.
Nas igrejas na restauração do Senhor, não nos
desenvolvemos como cogumelo. Se os irmãos em
certa localidade clamassem ter ganho três mil pessoas
em uma semana, eu diria: “Vamos esperar para ver.
Depois de algum tempo, a maioria deles vai
desaparecer”. Nós gostamos de ver a Palavra sendo
pregada e crescendo na vida da igreja. Ano após ano
ela crescerá e se reproduzirá. Espere para ver. Nada
irá durar tão prevalecentemente como o que está nas
igrejas. Será prevalecente e resistirá para sempre,
porque o poder aqui não é nada menos que a vida.
Essa vida vem da Palavra. A Palavra traz vida, e a vida
permanece e se reproduz. Se o Senhor me tirar deste
país, tenho a plena certeza de que a restauração do
Senhor neste país ainda prosseguirá, porque ela não é
um movimento de ação humana; é um mover da vida
divina crescendo. A semente foi semeada aqui, a
Palavra veio e a vida está aqui. Aleluia’ Onde está a
Palavra, há poder em vida. Agora podemos ver por
que Deus fala. Ele fala para resplandecer, para
vivificar e para dar poder.
I. AOS PAIS
Deus fala em dois estágios: aos pais e para nós.
Antigamente, Ele falou aos pais; nestes últimos dias,
Ele fala para nós. Antes de Deus falar aos homens, Ele
falou ao nada. Ele falou ao que não existia. Naquele
tempo não havia nada; portanto, Ele falou ao nada.
Pelo Seu falar, Ele chamou à existência as coisas que
não existiam (Rm 4:17). Ele falou: “Haja luz!” e a luz
veio à existência. Todo o universo foi criado pelo Seu
falar, por Sua Palavra. Todo o universo foi formado
pela Palavra de Deus (Hb 11:3). “Ele falou, e tudo se
fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:9).
Deus trabalhou por meio do falar. O verdadeiro
trabalhar de Deus entre nós hoje é Seu falar. Se Deus
não falar entre nós, nada poderemos fazer, não
importando o quanto trabalhemos. Se Deus não falar,
os presbíteros e demais Autores nas igrejas nada
poderão fazer. Mas quando Ele fala, podemos dizer:
“Louvado seja o Senhor!” Deus fala ao nada e algo
surge. Ele chama à existência as coisas que não
existem. Pelo Seu falar tudo veio à existência. Todo o
universo foi feito por Sua palavra. Depois disso, a
humanidade veio à existência.
Depois que o homem foi criado, Deus falou aos
pais te falou aos pais, antigamente, pelos profetas, e
muitas vezes e de muitas maneiras (Hb 1:1). No
Antigo Testamento, Deus falou às pessoas, não de
uma vez por todas e de uma só maneira, mas muitas
vezes e de muitas maneiras: uma vez aos patriarcas,
de uma maneira; outra vez, por meio de Moisés, de
outra maneira; uma vez, por meio de Davi, de uma
maneira; em outras porções, por meio de vários
profetas, de diversas maneiras. Mesmo o Pentateuco,
os cinco primeiros livros do Antigo Testamento,
contêm muitas porções diferentes. Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio — cada livro é
uma porção diferente e em cada livro há diversas
porções. Você já viu algum escrito tão rico como a
Bíblia? O Antigo Testamento tem várias porções: as
histórias, as crônicas, os salmos, os provérbios e
muitos profetas diferentes. Alguns livros são longos,
com mais de sessenta capítulos; outros são curtos,
com apenas alguns capítulos. Todas as diversas
maneiras de falar foram exauridas pela Bíblia: a
maneira da profecia, tipo, sombra e prefiguração, a
maneira de usar a mulher, a serpente, o homem, o
leão, o escorpião, e o cordeiro, a água, o sol, a lua, as
estrelas e diversos tipos de árvores e plantas; palavras
claras, ilustrações, provérbios, parábolas, alegorias e
tipos. Todas as maneiras de expressão verbal foram
usadas nas Escrituras. Quando Deus falou a Moisés,
Ele não o fez com uma palavra clara, mas por meio de
uma sarça que queimava, porém não se consumia (Êx
3:1-6). Aquela foi a maneira mais maravilhosa de
falar. Moisés entendeu por meio disso que não havia
necessidade de ele ser consumido. Ele precisava estar
queimando, mas não precisava ser consumido. Deus
não ia usá-lo como combustível. Uma pequena sarça
ardente falou muito com Moisés. Essa foi a maneira
como Deus falou com Moisés. Oh, a sabedoria na
Bíblia! As coisas mais simples são usadas de maneira
profunda pelo falar de Deus. Deus verdadeiramente
falou muitas vezes e de muitas maneiras.
B. Pelo Filho
Nos últimos dias Deus falou e ainda faia pelo
Filho.
I. É a Palavra
O Filho é a Palavra (Jo 1:1; Ap 19:13). “No
princípio era a Palavra (...) e a Palavra era Deus”
(NVI). Ele era a Palavra de Deus para o falar de Deus.
O Filho é totalmente a Palavra para o falar de Deus.
3. Transmitir Vida
Toda a Pessoa do Filho é o falar divino. O Filho,
como a Palavra de Deus e o falar de Deus,
constantemente transmite vida a nós. Como a
Palavra, Ele traz vida. Ele sempre transmite vida a
nós. Quando O recebemos, nós temos vida.
I. SUA PESSOA
Agora estamos prontos para ver o Filho. Hebreus
1 revela duas coisas principais quanto ao Filho — Sua
Pessoa e Sua obra.
C. O Próprio Deus
Hebreus 1:8 revela que o Filho, que é o
resplendor da glória de Deus e a expressa imagem da
substância de Deus, é o próprio Deus. O versículo 8
diz a respeito do Filho: “O teu trono, ó Deus”. Isso
revela que o Filho é o próprio Deus.
D. O Senhor
O versículo 10 revela que o Filho é o Senhor, o
Criador. “No princípio, Senhor, lançaste os
fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas
mãos”. Cristo, o Filho de Deus, é o próprio Deus,
assim como o Senhor, o Criador. Não pense que Ele é
outro além do Senhor, o Criador. Ele é Deus e o
Senhor, o Criador.
A. Na Criação
B. Na Redenção
II. EM RESSURREIÇÃO
É em ressurreição que Cristo é declarado Filho de
Deus, o qual é superior aos anjos. A ressurreição
significa um novo começo; ela denota germinação. O
versículo 3 se refere à Sua morte, dizendo: “Depois de
ter feito a purificação dos pecados”. ~ versículo 5
indica Sua ressurreição, pela qual Ele foi gerado Filho
Primogénito de Deus (At 13:33), como o começo de
urna era nova, a era da igreja, que é composta dos
Seus muitos irmãos nascidos de Deus por meio de
Sua ressurreição.
III. EM ASCENSÃO
Hebreus 1 também fala da ascensão de Cristo,
que vem após a Sua ressurreição. O versículo 13 diz:
“Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à
minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por
estrado dos teus pés?” Isso se refere claramente à
ascensão. Em Sua ascensão Cristo, como o Filho de
Deus ascendido, é muito superior aos anjos. Ele não
está mais no túmulo ou na terra; Ele está “à direita da
Majestade, nas alturas” (1:3). Isso é Sua ascensão na
qual Ele foi empossado em Sua função de levar a cabo
o propósito eterno de Deus, isto é, edificar a igreja e
levar Seus muitos irmãos à glória.
V. NO REINO
Depois da volta de Cristo, vem o Seu reino. Ele,
como o Filho Primogênito de Deus que há de vir, será
superior aos anjos em Seu reino. O versículo 8 diz:
“Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo
o sempre. E: Cetro de eqüidade é o cetro do seu
reino”. O Filho, aqui, é chamado de Deus. Isso é uma
forte prova de que o Filho é Deus. Certamente Deus é
superior aos anjos. Esse versículo também indica que
o trono do Filho é o trono eterno de Deus. Assim, Seu
reino também deve ser o reino de Deus. Essas são as
coisas maravilhosas nas quais, no reino, Cristo é
superior a todos os anjos.
VI. NA ETERNIDADE
Depois do reino vem a eternidade. Os versículos
10 a 12 revelam que Cristo será superior aos anjos na
eternidade. O versículo 10 diz: “No princípio, Senhor,
lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra
das tuas mãos”. Isso se refere à Sua criação. “Eles
perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles
envelhecerão qual vestido” (v. 11). Isso significa que a
velha criação será terminada para que o novo céu e a
nova terra sejam introduzidos. “Tu, porém, és o
mesmo, e os teus anos jamais terão fim” (v. 12). Isso
significa que Ele será o Eterno, na eternidade. Como
Criador, Ele é eterno e é superior aos anjos, Suas
criaturas.
Que porção maravilhosa da Palavra é Hebreus 1!
Esse capítulo nos dá um relato de Cristo da
eternidade passada à eternidade futura. Ele era o
próprio Deus na eternidade passada (v. 8); Ele foi o
Criador da terra e dos céus (vs. 10, 2); Ele é o
Sustentador de todas as coisas (v. 3); Ele é o Herdeiro
de todas as coisas (v. 2); Ele se encarnou para a
redenção pela crucificação (v. 3); Ele foi gerado Filho
de Deus em ressurreição para transmitir vida aos
muitos filhos de Deus (v. 5); Ele é o Filho Primogênito
de Deus que voltará (v. 6); Ele será o Rei no trono,
com o cetro no reino (vs. 8-9), e Ele permanecerá
para todo o sempre na eternidade futura (v. 12). Esse
curto capítulo abrange tal espaço de tempo, isto é, do
que Cristo é desde a eternidade passada até a
eternidade futura. Esse é o nosso Cristo. Quão
superior aos anjos Ele é!
ESTUDO-VIDA DE HEBREUS
MENSAGEM 5
HERDEIROS DA SALVAÇÃO
Hebreus é um livro especial. No Novo
Testamento há somente um livro da mesma categoria
de Hebreus — o livro de Apocalipse. Eu,
particularmente, creio firmemente que Hebreus foi
escrito pelo apóstolo Paulo, porque no fim da carta
ele menciona Timóteo (13:23). Paulo escreveu, pelo
menos, treze epístolas. Entre todas as epístolas do
Novo Testamento, Hebreus aparece de maneira
muito peculiar. Esse livro não é comum; é
verdadeiramente extraordinário. Entre todos os
outros livros da Bíblia, Apocalipse também se
destaca. Ambos, Hebreus e Apocalipse, são revelações
de Cristo, revelando-O de maneira especial e
particular. Muitos aspectos de Cristo somente podem
ser vistos em Hebreus, e outros aspectos particulares
Dele somente podem ser encontrados em Apocalipse.
Esses dois livros são elevados e profundos em sua
revelação de Cristo. Por esse motivo, eles estão
fechados para a maioria dos cristãos. Embora muitos
cristãos possam falar a respeito das narrativas dos
quatro Evangelhos, e sobre coisas tais como a
justificação pela fé e o uso do véu, a mesa do Senhor e
as manifestações dos dons, eles não tocam nas
profundezas de Hebreus e Apocalipse. Alguns lidam
com o livro de Apocalipse falando de chifres, bestas,
cavalos, escorpiões, gafanhotos e sapos. Outros o
discutem de maneira mais elevada, falando da
duração da grande tribulação ou do momento do
arrebatamento. Mas jamais ouvi alguém falar d Cristo
sendo especialmente revelado quanto à
administração de Deus ou da igreja em cada cidade
como o testemunho de Jesus. Desde minha
juventude, ouvi muitas mensagens sobre Apocalipse,
mas nunca ouvi ninguém dizer que esse livro começa
com sete candeeiros de ouro e termina com um único
candeeiro, uma montanha de ouro que sustém Cristo
como a lâmpada que resplandece a luz de Deus pela
eternidade. Louvamos ao Senhor, porque em Sua
misericórdia Ele abriu esses livros para nós nestes
últimos dias. Ele abriu as profundezas do Seu Cristo
nesses livros. Eu não chamo a atenção de vocês para
Hebreus e Apocalipse por serem livros profundos em
doutrina, mas porque eles são profundos em
desvendar Cristo. Em nenhum outro livro podemos
ver Cristo desta maneira. Cristo, nosso querido
Senhor, é uma Pessoa maravilhosa. Ele é
maravilhoso, muito além do nosso entendimento e
expressão. Simplesmente não conseguimos expressar
verbalmente Sua profundidade. Portanto, Hebreus e
Apocalipse usam várias expressões para descrever,
retratar e desvendar essa Pessoa maravilhosa.
Peço-lhes que tomem nota das particularidades
reveladas nesses dois livros.
Pode parecer que esta mensagem sobre os
herdeiros da salvação nada tenha que ver com Cristo.
Creia-me, se você quer conhecer Cristo, você precisa
conhecer esta mensagem, pois ela contém um aspecto
particular em relação a Cristo. Cristo é maravilhoso,
profundo, ilimitado, rico e maravilhoso. Como tal, Ele
certamente precisa de todos nós para sermos
herdeiros da salvação. A salvação nada mais é que a
própria pessoa maravilhosa de Cristo. O próprio
Cristo, como o mais profundo, maravilhoso, ilimitado
e imensurável, é nossa salvação. Dizer que somos
herdeiros da salvação significa que nós herdamos
esse Cristo profundo, maravilhoso, imensurável e
ilimitado. A profundidade de Cristo exige nossa
parceria. Nossa parceria com Cristo desvenda Sua
profundidade.
C. O Autor da Salvação
Agora chegamos ao Autor11 da salvação (2:10).
Para sermos salvos do inferno, não precisamos de um
autor, mas se queremos entrar na glória, na boa terra
do descanso, precisamos de um Líder. A salvação de
Deus não é meramente resgatar-nos do inferno e
colocar-nos no céu. Sua salvação é salvar-nos de
todas as coisas negativas e introduzir-nos na glória,
em um descanso glorioso. Como veremos
abreviadamente, esse tipo de salvação não ocorre da
noite para o dia, mas é um processo que dura toda a
vida. Precisamos seguir nosso Líder por toda a nossa
vida.
Os filhos de Israel saíram do Egito em uma noite.
11
A palavra grega traduzida por Autor pode ser trac1uzida também por Originac1or, Inaugurador, Líder,
Pioneiro e Capitão. (N.E.)
Aquilo foi algo que ocorreu da noite para o dia.
Entretanto, para que entrassem na boa terra do
descanso, eles precisaram seguir seu líder. No início,
eles seguiram a Moisés, e, mais tarde, a Josué. Eles
tiveram um líder para a sua salvação. Depois de haver
cruzado o Mar Vermelho, eles certamente estavam
salvos, mas estavam salvos em uma escala pequena.
Eles haviam caminhado apenas uma pequena parte
do caminho e precisavam seguir seu líder pelo resto
do caminho. Eles tiveram tal líder da salvação.
Um líder não apenas significa alguém que lidera,
mas também um lutador. Um líder não apenas abre o
caminho e o pavimenta, mas também luta pelo
caminho. Se ler cuidadosamente a Bíblia, você verá
que, desde o momento em que os filhos de Israel
saíram do Egito até o momento em que entraram na
boa terra, eles estavam lutando constantemente. Essa
é a razão de terem sido chamados de hostes
(exércitos) do Senhor (Êx 12:41). Eles lutaram até
chegar à boa terra. Eles precisavam de um líder para
liderá-los combatendo. O avançar deles era uma
questão de combater. Assim, eles foram formados e
treinados como um exército santo. Onde quer que
fossem, eles combatiam. Como não havia nenhuma
passagem, eles tinham de abrir caminho para passar.
Da mesma maneira, desde o dia em que fomos
salvos, perdoados, justificados e nascemos de novo,
uma luta está ocorrendo. Em certo sentido, nós, na
restauração do Senhor, somos um exército que está
lutando para abrir caminho. Não há outro caminho
para nós a não ser o da luta. Todos precisamos
combater a batalha sob a direção de nosso Líder.
Jesus, nosso Salvador, é um Líder combatente. Ele
está combatendo e nós precisamos segui-lo, lutando a
cada centímetro do caminho. Cristo é o Autor da
salvação. Se não tivéssemos tal Autor incluído em
nossa salvação, nossa salvação não seria tão grande. A
“tão grande salvação” não só inclui Cristo como o
Filho de Deus, como Deus e como o Filho do Homem,
como homem, mas também como o Autor da salvação
que lidera e luta para que possamos segui-Lo para a
glória. O Autor, ou Líder, da salvação é o fator que
torna “tão grande” a nossa salvação.
D. O Sumo Sacerdote
Enquanto Cristo está combatendo como nosso
Autor, Ele também está ministrando como nosso
Sumo Sacerdote. Não se preocupe; por um lado, Ele é
o Autor combatente; por outro, Ele é um Sumo
Sacerdote que ministra. Ele ministra tudo o que você
precisa. Portanto, não há motivo para ser carente de
alguma coisa. Cristo ainda irá ministrar para você.
Depois que Abraão lutou com o inimigo e
libertou Ló, Melquisedeque, o Sumo Sacerdote veio a
ele, ministrando pão e vinho (Gn 14:14-20). À medida
que prosseguimos em Hebreus, veremos que nosso
Jesus é Melquisedeque. Para desfrutar o ministério
de Melquisedeque, você precisa lutar. Somente
quando você luta, Ele vem e ministra a você. Se você
não lutar, não espere que Cristo venha até você como
Melquisedeque, ministrando pão e vinho. Entretanto,
se você está disposto a lutar, eu lhe garanto que,
depois de cada pequeno combate, Cristo virá a você
como o Melquisedeque que ministra e você desfrutará
Seu suprimento de pão e vinho. Isso é maravilhoso.
Esse é outro fator que torna tão grande a nossa
salvação.
A “tão grande salvação” não tem apenas um
Redentor e Salvador, mas também um Autor
combatendo por nós e um Sumo Sacerdote
ministrando a nós. Encoraje-se. Se não lutar, você
será derrotado e não terá nenhum pão ou vinho para
alimentar-se. Entretanto, se você lutar, você não
apenas vencerá, mas também receberá o pão e o
vinho. Aleluia, por tão grande salvação! Ela é grande
naquilo que Cristo é.
B. Introduzir-nos na Glória
Essa grande salvação nos introduzirá na glória
(2:10). Como já mostramos em outras ocasiões, glória
é Deus manifestado. Nós, os filhos de Deus, seremos
introduzidos naquela manifestação de glória (Rm
8:19-21). Esse será o clímax da salvação que
compartilhamos em Cristo. Portanto, certamente esse
é um fator importante que torna nossa salvação “tão
grande”.
D. Salvar-nos Totalmente
Nessa grande salvação, nós seremos totalmente
salvos (7:25). Essa salvação é ilimitada, salvando-nos
completa, inteira e perfeitamente, durante o tempo
todo, até o fim. Essa é a extensão de nossa “tão
grande salvação”.
Essa “tão grande salvação” é grande naquilo que
Cristo é, naquilo que Cristo faz, e em sua extensão.
Sua parte mais preciosa é desfrutar Cristo como a
vida que nos salva e como nosso descanso nesta era, e
sua parte mais gloriosa é herdar o reino de Cristo com
glória, na era vindoura.
IV. ADVERTÊNCIA
A. O Homem na Criação
B. O Homem na Profecia
Embora a situação no final do livro de Gênesis
fosse lamentável, ela era mais promissora do que
quando chegamos ao Salmo 8. O salmista certamente
estava inspirado quando disse: “Quando contemplo
os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas
que estabeleceste, que é o homem que dele te lembres
e o filho do homem que o visites?” (vs. 3-4). Sob a
inspiração de Deus, o salmista profetizou a
restauração daquilo que fora perdido em Adão. Ele
repetiu as palavras de Gênesis 1, profetizando que a
comissão perdida pelo homem haveria de ser
restaurada. Portanto, o Salmo 8 é uma restauração da
comissão que o homem recebeu em Gênesis 1 e
depois perdeu. A comissão divina, entregue ao
homem criado em Gênesis 1, foi perdida na queda do
homem. O sal mista profetizou que essa comissão
haveria de ser restaurada. Como veremos
resumidamente, o homem profetizado no Salmo 8 é o
Senhor Jesus. Isso é revelado em Hebreus 2.
C. O Homem no Cumprimento
Hebreus 2:6-9 é o cumprimento da profecia do
Salmo 8. Ali é-nos dito que o homem nesse
cumprimento é Jesus. Jesus é o segundo homem (1Co
15:47). Embora o primeiro homem tenha falhado
para com Deus em Seu propósito, o segundo homem
foi bem-sucedido. Em Gênesis 1 está o homem na
criação de Deus, com o propósito eterno de Deus. O
homem fracassou para com Deus. Então, o Salmo 8,
falando da restauração do comissionamento perdido
pelo homem, profetizou a respeito de outro homem.
Sem esse segundo homem, tanto nós como o
comissionamento dado por Deus estamos perdidos.
Mas temos o segundo homem, que restaurou o
comissionamento perdido pelo homem e cumpriu o
propósito original de Deus. Esse segundo homem é
apresentado a nós em Hebreus 2.
I. NA ENCARNAÇÃO
II. NA CRUCIFICAÇÃO
C. Destruiu o Diabo
Além da morte e do pecado, temos outro
problema — o diabo. Em Sua crucificação, Cristo
destruiu também o diabo (2:14).
A palavra grega traduzida por “destruir”,
também pode ser traduzida por “tomar sem efeito,
arruinar, anular, acabar, abolir, descartar”. Depois
que o diabo, a serpente, seduziu o homem para que
caísse, Deus prometeu que o descendente da mulher
viria para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3:15). Na
plenitude do tempo, o Filho de Deus tomou-se carne
(Jo 1:14; Rm 8:3), nascendo de uma virgem (Jo 14:4),
para que pudesse destruir o diabo na carne do
homem, por meio de Sua morte em carne na cruz.
Isso foi abolir Satanás, anulá-lo. Aleluia, Satanás foi
abolido e descartado!
Talvez você diga: “Como o diabo pode ter sido
destruído, quando ele ainda é tão prevalecente?” É
uma mentira dizer que o diabo é prevalecente. A
Bíblia nunca diz isso. Não creia nessa mentira. A
Bíblia diz que o diabo foi esmagado, destruído. Sua
cabeça foi esmagada. Você vai crer em seus
sentimentos ou na Palavra de Deus? A Palavra de
Deus nos diz que, por meio de Sua morte na cruz,
Cristo destruiu o diabo. Isso é um fato consumado,
um fato que está incluído na Palavra Sagrada como
testamento legado a nós. Precisamos tomar esse
legado pela fé, segundo a Palavra Sagrada.
IH. EM RESSURREIÇÃO
Depois de Sua morte, Cristo ressuscitou. Esse é o
assunto mais significativo quanto à vida. Mas nunca
foi adequadamente percebido, mesmo por cristãos
genuinamente regenerados. Pelo fato de as pessoas
eruditas não terem recebido o ensinamento adequado
sobre a ressurreição de Cristo, Satanás encheu sua
mente com o conceito modernista de que a
ressurreição é superstição. Em 1936 fui convidado
para pregar aos alunos da principal universidade da
China. Uma noite, na casa de um professor, um aluno
inteligente que nascera em uma fanu1ia cristã fez-me
uma pergunta. Ele disse que, segundo a visão
científica, não podia crer na ressurreição de maneira
supersticiosa e pediu-me para explicá-la a ele. O
Senhor estava comigo e mostrei que a ressurreição é
encontrada facilmente na natureza.
A casa do professor tinha muitas janelas, através
das quais podíamos ver os campos de trigo. Eu disse
para o estudante: “Veja os campos. Você vê o trigo
que está crescendo ali? Você não consegue ver
ressurreição naquele campo de trigo? A semente é
semeada no solo, morre e, por fim, o trigo surge. Isso
é ressurreição. Todo dia e em todo lugar você pode
ver a ressurreição. Uma galinha choca um ovo, a
casca se rompe e surge um pintinho. Isso não indica
morte e ressurreição? Não pense que isso seja minha
mente filosófica, pois minha mente não é tão
inteligente. Isso é o ensinamento da Bíblia”. Quando
ele me perguntou em que parte da Bíblia isso estava,
eu disse que em 1 Coríntios 15 Paulo nos diz que a
semente que morre e cresce novamente é uma figura
da ressurreição (vs. 35-38). Naquela noite, aquele
jovem foi salvo e hoje é um Autor entre os
cooperadores na ilha de Taiwan. A pregação
superficial do evangelho teria sido incapaz de
convencer aquele estudante universitário erudito.
IV. NA GLORIFICAÇÃO
A. Entrando na Glória
Depois da ressurreição, Cristo foi glorificado, não
somente na manifestação de Sua natureza divina,
mas também na ascensão à glória de Deus. Como
Autor da nossa salvação, Cristo, em Sua ascensão,
entrou na glória, na qual está Deus. O desejo de Deus
é levar Seus muitos filhos à glória (2:10). Cristo
tomou a liderança em entrar nessa glória como o
Pioneiro (6:20). O Jesus que foi desprezado pelo
homem na terra, é glorificado por Deus no céu. Todos
precisamos olhar para Ele em glória.
V. EM EXALTAÇÃO
A ascensão de Cristo, que se seguiu à Sua
ressurreição, foi uma exaltação. Do ponto de vista
terreno, foi uma ascensão a partir dos homens, mas
do ponto de vista celestial, foi uma exaltação feita por
Deus.
D. À Glória
O objetivo de Deus é conduzir Seus muitos filhos
à glória. Seu Filho Primogênito, o Senhor Jesus, como
Pioneiro, abriu caminho para essa glória. Agora Ele é
o Líder da salvação dos muitos filhos de Deus,
conduzindo-os à glória por meio da luta. Nós, os
muitos filhos de Deus, estamos agora a caminho,
lutando em direção à glória que Deus nos ordenou.
IV. SALVAÇÃO
Nossa salvação é a “tão grande salvação.” Essa
salvação é muito profunda. Ela não está relacionada
apenas a salvar-nos de um estado caído, mas a
conduzir-nos à glória. Nós não vamos ser raptados
para a glória; vamos ser salvos até a glória pelo
caminho dos sofrimentos. Deixem-me dizer uma
palavra de conforto a vocês. Quanto mais seguirmos
Cristo em Seu caminho, mais precisamos estar
preparados para experimentar sofrimentos. Os
sofrimentos são bons. Eles são uma grande ajuda.
Precisamos beijar os sofrimentos e apreciá-los.
Precisamos agradecer ao Senhor pelos nossos
sofrimentos, porque todos os sofrimentos são nossos
ajudantes. Mais cedo ou mais tarde você dirá:
“Sofrimentos, vocês têm sido meus queridos
ajudantes. Devo muito a vocês. Quando eu estava
sofrendo, eu não gostava de vocês, porque eu não
sabia que vocês eram uma grande ajuda para mim.
Obrigado pelo que vocês me fizeram”. Quanto mais
nós, cristãos, oramos e amamos o Senhor, mais
problemas podemos ter. De acordo com nossa
experiência, podemos perceber que nossos problemas
são na medida exata para nós. Eles não são nem
muito longos nem muito breves. E todos eles parecem
vir no momento adequado. Quando consideramos
nossa experiência, vemos quão bom foi que certas
coisas tenham acontecido em determinadas ocasiões.
Não se preocupe com seus problemas. O que quer que
lhe aconteça, diga: “Louvado seja o Senhor. Esse é o
processo de entrar na glória”. Veja o nosso Líder. Ele
vai adiante; Ele está combatendo. Sigamo-Lo. Ele não
está nos levando para uma glória objetiva, mas para a
verdadeira glória que Ele semeou em nós como uma
semente para ser desenvolvida em direção à glória em
que vamos entrar. Que o Espírito fale mais conosco
sobre esse assunto de entrar na glória.
Se você comparar o que dissemos sobre glória
nesta mensagem com a definição de glória
encontrada em Romanos 8:17-18, 21, você verá que
elas são iguais. Ser glorificado não é ser arrebatado
para uma região de brilho resplandecente. A glória na
qual entraremos é a glória do elemento divino que foi
semeado em nós. Não estamos entrando nessa glória
por nós mesmos, mas com o Líder que abriu o
caminho, que entrou na glória e agora está nos
conduzindo para a glória. Mais uma vez, vemos que
somos os verdadeiros cruzadores de nos. Estamos
cruzando o rio para entrar na glória.
ESTUDO-VIDA DE HEBREUS
MENSAGEM 10
O AUTOR DA SALVAÇÃO (2)
Precisamos dedicar mais uma mensagem ao
Autor da salvação. Esse é um grande assunto. O Autor
da salvação é Aquele que nos leva para a glória. Não
há problema em entender o Autor; a dificuldade está
em entender o significado de glória. Embora
tenhamos falado de glória na mensagem anterior,
pelo fato de muitos de nós não termos clareza sobre o
verdadeiro significado de glória na Bíblia, tenho o
encargo de falar algo básico sobre glória nesta
mensagem.
ALÉM DO VÉU
Esse Pioneiro, esse Precursor, entrou além do
véu (Hb 6:19-20). Que é o véu? O véu é aquilo que nos
separa da expressão de Deus. Cada rio é um véu que
nos separa da expressão de Deus. Por atravessar o
Jordão, o rio da morte, Jesus entrou além do véu. Ali,
além do véu, não há nada além da expressão de Deus.
Ele agora está lá na glória. Há um homem na glória.
Isso significa que há um homem na expressão de
Deus, um homem que é a glória de Deus.
I. O QUE SANTIFICA
III. SANTIFICAÇÃO
I. OS MUITOS FILHOS
A. Predestinados à Filiação
Os muitos filhos de Deus, dos quais a igreja é
composta, foram todos predestinados para a filiação
(Ef 1:5). Não nos tornamos filhos de Deus por
acidente; fornos predestinados para ser filhos de
Deus desde antes da fundação do mundo. Na
eternidade passada, Deus decidiu que seríamos Seus
filhos. Primeiramente, Deus nos conheceu de
antemão (Rm 8:29). Depois disso, Ele nos escolheu.
Não importando o que você sinta a respeito de si
mesmo, Deus o escolheu antes da fundação do
mundo. Depois de nos conhecer de antemão e de nos
escolher, Deus nos predestinou. A palavra
predestinar inclui a idéia de ser marcado. Na
eternidade passada, antes da criação, Deus pôs urna
marca sobre nós. Ele nos marcou antecipadamente.
Para que nos predestinou Deus? Para a filiação.
Fornos predestinados para a filiação.
É difícil encontrar esse conceito entre os cristãos
hoje. O conceito comumente encontrado entre os
cristãos é de que fomos predestinados para a
salvação. Dificilmente há alguma preocupação com a
filiação. Não ternos o conceito de filiação, porque
fornos influenciados pelos ensinamentos tradicionais
do cristianismo. Mais uma vez precisamos ser
restaurados para a Palavra pura. A Palavra pura nos
diz que fornos predestinados para a filiação. Urna vez
que você é um filho de Deus, você não tem nada com
que se preocupar.
Não nos tornamos filhos de Deus
acidentalmente. Suponha que você tenha se
arrependido e crido no Senhor Jesus como resultado
de um acidente automobilístico. Segundo o seu
sentimento, aquilo foi um acidente, mas segundo
Deus, foi porque você já havia sido marcado. Por que
você sofreu aquele acidente? Simplesmente porque
você era um pouco teimoso. Deus, em Sua soberania,
permitiu aquele acidente para introduzi-la na filiação.
Mas a filiação não é um acidente. Ela foi planejada
antes do tempo. Se alguém que está lendo esta
mensagem foi salvo como resultado de um acidente
automobilístico, deve ser porque Deus usou esse fato
para fazê-la voltar-se para Ele. Nós, os escolhidos de
Deus, somos rodeados de anjos que sabem como
arranjar nosso ambiente para que possamos ser
levados à filiação. Muitos de nós foram forçados a
crer. Uma vez, nos encontramos em determinada
situação e não havia como escapar. Por fim, tivemos
de nos ajoelhar e invocar: “Ó Senhor Jesus”. Quando
o fizemos, todos os anjos regozijaram-se, porque
obtivemos a filiação. O destino dos anjos é ser servos
ministradores. Nosso destino é a filiação.
B. Nascidos de Deus
Como escolhidos de Deus, nascemos de Deus a
fim de ser Seus muitos filhos. Quando recebemos o
Senhor Jesus, crendo Nele, nascemos de Deus e
recebemos o direito de ser filhos de Deus (Jo 1:12-13).
Desde então, o Espírito de Deus continuamente
testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus
(Rm 8:16). Mesmo nos momentos em que estamos
fracos ou desviados, ainda temos a profunda
convicção de que somos filhos de Deus, pois
nascemos Dele e seremos para sempre Seus filhos.
Recebemos a filiação eterna por meio de nossa
regeneração.
C. Nascidos do Espírito
Quando nascemos de Deus, nascemos do
Espírito (10 3:6). Em nossa carne, nascemos de
nossos pais. Mas é no nosso espírito que nascemos do
Espírito de Deus a fim de ser Seus filhos. Deus
enviou-nos o Espírito do Seu Filho para que
pudéssemos ser os muitos filhos de Deus, assim como
Seu Primogênito (Gl 4:6). Ser os muitos filhos de
Deus é algo que se relaciona ao nosso espírito e ao
Espírito do Filho de Deus.
A. Gerados em Ressurreição
Como os muitos filhos de Deus, somos os muitos
irmãos de Cristo, que é o Filho Primogênito de Deus.
Ele nasceu para ser o Filho Primogênito de Deus por
meio de Sua ressurreição (At 13:33), e nós fornos
gerados a fim de sermos Seus muitos irmãos em Sua
ressurreição (1Pe 1:3). Foi depois de Sua ressurreição
que Ele chamou Seus discípulos de irmãos (10 20:17).
Nosso novo nascimento não foi físico, mas um
nascimento em ressurreição.
III. A IGREJA
V. PROVOU A MORTE
Cristo foi também qualificado para ser nosso
Sumo Sacerdote, porque Ele provou a morte (2:9). A
morte pela qual o Senhor Jesus passou foi um
verdadeiro batismo. Uma vez o Senhor Jesus
perguntou a Seus discípulos: “Podeis vós (...) receber
o batismo com que eu sou batizado?” (Mc 10:38).
Aquele batismo era Sua morte. Sua morte foi o
verdadeiro rio Jordão. Ao provar a morte, Ele cruzou
o rio e entrou na região que é cheia da expressão de
Deus, cheia da glória de Deus.
I. SANTOS IRMÃOS
Nesta mensagem, chegamos a Hebreus 3. Esse
capítulo começa da seguinte maneira: “Por isso,
santos irmãos, que participais da vocação celestial”.
Eu gosto desses dois títulos: santos irmãos e
participantes do chamamento celestial. Nenhum
outro livro no Novo Testamento nos chama de santos
irmãos. O título santos irmãos implica dois pontos
principais que somos santos e que somos irmãos. Não
somos apenas irmãos, somos santos irmãos, Você
ousa dizer que é um santo irmão? O escritor desse
livro não pôde chamar-nos santos irmãos enquanto
não discorreu sobre tantas qualificações a respeito de
Cristo e a nosso respeito nos dois primeiros capítulos.
Quando ele chega ao terceiro capítulo, ele pode
chamar-nos de santos irmãos. Por Sua morte e
ressurreição, Cristo nos fez Seus irmãos.
Originalmente, éramos pecadores, vítimas da morte,
prisioneiros e cativos. Louvado seja Ele, que por Sua
morte fez a propiciação pelos nossos pecados e nos
libertou da escravidão da morte. Em Sua ressurreição
fomos gerados como Seus irmãos. Por isso, agora
podemos ser chamados de santos irmãos. No capítulo
2, vemos que os irmãos gerados na ressurreição do
Senhor estão no processo de ser santificados.
Portanto, somos santos irmãos. Não somos
meramente perfeitos e sem pecado; somos
divinamente santos.
Em 1:9 vemos nosso relacionamento com o
Ungido de Deus. Esse versículo, que é dirigido a
Cristo, diz: “O teu Deus, te ungiu com o óleo de
alegria como a nenhum dos teus companheiros”. A
melhor tradução para a palavra grega traduzida para
companheiros é sócios. Um sócio é melhor que um
companheiro. Podemos ser companheiros sem ser
sócios, mas se formos sócios, certamente seremos
companheiros. Na economia de Deus, Cristo é aquele
que Deus designou para levar a cabo Seu plano, e nós
somos sócios de Cristo no ramo dos negócios divinos.
Ele foi ungido por Deus e nós compartilhamos dessa
unção para o cumprimento do propósito de Deus.
Cristo é o Herdeiro designado por Deus, e em 1:9
vemos que esse Herdeiro designado foi ungido. A
unção confirma a designação. Primeiramente Deus
designou o Filho e, então, O ungiu. Como sócios de
Cristo, todos nós participamos da Sua unção. Somos
sócios do Ungido de Deus e temos participação na
Sua unção. Isso é uma parte do evangelho; está
incluído no evangelho pleno. Muitas pessoas falam do
evangelho pleno. O evangelho pleno inclui nossa
parceria, nossa sociedade com Cristo. Esse item
maravilhoso está incluído no evangelho pleno. Todos
nós precisamos ver que somos sócios de Cristo e que
temos participação em Sua unção. Por esse motivo,
quando chegamos a 3:1, temos tudo de que
precisamos para ser santos irmãos. Temos a base, as
qualificações, a realidade, a vida, a natureza, a fonte e
tudo de que necessitamos. Nós agora somos santos
irmãos.
Se você soubesse que é um santo irmão, que
faria? Você ainda fumaria? Sempre que vejo um
irmão fumando, toda minha pessoa desaba. Eu falo
comigo mesmo: “Ó, irmão, você vendeu seu direito de
primogenitura por um preço mais baixo que Esaú”.
Como é que um santo irmão ainda pode fumar?
Embora não tenhamos regulamentos ou legalismo,
temos nossa majestade. Não somos apenas santos;
somos majestosos. Considere sua posição; nós somos
irmãos do Filho Primogênito de Deus e somos sócios
do Ungido de Deus! Isso não é algo sem importância.
Se você fosse irmão do presidente dos Estados
Unidos, você teria muito orgulho e certa porção de
majestade. Mas de quem você é irmão? Você é irmão
do Filho Primogênito de Deus e sócio do Ungido de
Deus para o cumprimento do plano de Deus! Fumar é
um insulto ao Ungido. Sim, a Bíblia nunca diz que
você não deveria fumar, e o Novo Testamento não é
um livro de leis, mas é um livro de santos irmãos.
Todavia, eu creio que se o Senhor abrisse seus olhos e
o impressionasse com esse item maravilhoso do
evangelho pleno, você seria outra pessoa. Você estaria
mais que aberto para que o Sumo Sacerdote
ministrasse a Si mesmo para seu interior. Isso
mudaria seu paladar. Fumar nunca mais seria
saboroso para você.
Tal visão mudaria sua pregação do evangelho.
Hoje em dia, a pregação do evangelho é muito
superficial. Quando pregamos o evangelho,
deveríamos dizer às pessoas não somente que elas são
pecadoras, que estão condenadas e vão perecer.
Deveríamos pregar o evangelho de maneira muito
mais elevada, dizendo às pessoas que Deus as está
chamando para crerem no Seu Filho Primogênito,
para que elas possam tornar-se Seus muitos irmãos,
até mesmo Seus sócios, para o cumprimento do plano
eterno de Deus.
Tal pregação é necessária hoje. Espero que
alguns dos irmãos jovens tomem o encargo por essa
pregação. Não quero ouvir a pregação do evangelho
com a mesma velha ladainha que diz às pessoas que
elas são pecadoras e vão para o inferno. Isso não é
errado, mas é muito superficial. Precisamos pregar o
evangelho a partir de Hebreus 3:1, dizendo aos
pecadores como eles podem converter-se e ser
transformados em santos irmãos. Se os jovens
pregarem esse evangelho, muitos de seus colegas de
escola serão atraídos.
Há mais de trinta e nove anos, quando eu ainda
era jovem, estive algum tempo em Pequim, a antiga
capital da China. Em Pequim, havia um hospital
excelente que era patrocinado e suprido pela
Fundação Rockefeller, chamado Peking Union
Medical College. Era um grande hospital, do mais
elevado padrão. Muitas das enfermeiras que
trabalhavam naquele hospital foram ganhas para a
igreja e também alguns médicos, por meio da
pregação mais elevada do evangelho. Eles estavam
todos “pegando fogo”. Precisamos desse tipo de
pregação hoje.
Tenho encargo, porque vi algo superior. Quero
ver as pessoas ganharem algo melhor. Nós não
queremos pregar o evangelho de maneira superficial.
Qual é o centro, o ponto mais elevado do evangelho?
É tomar um pobre pecador, espargir algumas gotas de
sangue sobre ele e enviá-lo para o céu? Você pensa
que o evangelho de Deus oferece somente isso? Não.
É muito mais elevado que isso. O evangelho de Deus é
tornar as pessoas santos irmãos. Isso não é conceito
meu; é o conceito revelado no livro de Hebreus. Em
Sua ressurreição, Cristo fez de todos nós Seus irmãos
e veio para nosso interior para declarar o Pai a nós.
Agora, como O que santifica, Ele está qualificado para
desempenhar a obra de santificação que nos faz
santos. Somos Seus santos irmãos e Seus sócios,
compartilhando de Sua unção para o cumprimento
do plano de Deus. Isso não está na Bíblia? Não são
boas novas? O mundo precisa ouvir essas boas novas.
Muitos pensadores, nas principais universidades do
país, estão meditando sobre o significado da vida
humana. Muitos estão se perguntando: “Qual é o
propósito da vida? Que acontecerá depois da minha
formatura?” Ninguém nas universidades pode
responder-lhes. Nós precisamos ir até eles e dizer o
verdadeiro significado da vida. Precisamos ir e dizer
que eles podem ser santos irmãos do Filho
Primogênito de Deus. Se o Senhor adiar Sua volta,
espero que, daqui a alguns anos, esse tipo de
pregação seja prevalecente em todas as universidades
dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos, a Europa e todos os países
Autores precisam ouvir a pregação elevada desse
evangelho pleno, o evangelho que produz os santos
irmãos do Filho Primogênito de Deus. Se os jovens
tomarem esse encargo e forem para os campus das
universidades pregando este evangelho, um bom
número de jovens estudantes será ganho. Eles ficarão
satisfeitos. Espero que muitos de vocês que estão
lendo esta mensagem façam um trato com o Senhor,
dizendo-Lhe que estão dispostos a ganhar o encargo
para a pregação do evangelho elevado. Se você tiver
encargo para pregar o evangelho elevado, creio que o
Senhor honrará sua pregação. “Senhor, nós
precisamos de mais pregadores jovens, mais
pregadores do evangelho pleno!”
Antes de prosseguirmos, eu gostaria de ter
alguma comunhão com os jovens. Eu fui totalmente
capturado pelo Senhor e sei o que estou fazendo aqui.
Eu tive a visão. Em todo o universo não há nada mais
elevado que isso. Estou fazendo o trabalho mais
glorioso entre a humanidade, e todos vocês devem
fazer o mesmo. É por isso que não me importo com
shopping centers — eles são muito vulgares. Eu nunca
trocaria o que tenho em minhas mãos por nada deste
mundo. O que tenho é muito elevado e muito
glorioso. O mundo de hoje necessita de uma cruzada
com a pregação do evangelho mais elevado e mais
completo.
A. Herdeiros da Salvação
Os santos irmãos são os herdeiros da salvação
(1:14) que herdam a “tão grande salvação” (2:3), a
qual não apenas nos torna santos irmãos para
participar da santidade de Deus, mas também nos
conduz à glória de Deus.
C. Seguidores do Autor
Os santos irmãos são também os seguidores do
Autor da salvação (2:10). O Autor da salvação é o
Filho Primogênito de Deus que abriu o caminho para
a glória de Deus. Os santos irmãos são os seguidores
desse Autor a fim de serem conduzidos à glória
divina.
E. A Igreja em Ressurreição
Por fim, os santos irmãos são a igreja em
ressurreição (2:12). Individualmente eles são os
irmãos de Cristo; coletivamente eles são a igreja, o
Corpo de Cristo. Isso está totalmente relacionado à
ressurreição. Antes da ressurreição de Cristo, a igreja
não existia. Foi por meio da ressurreição de Cristo
que a igreja veio a existir, sendo composta dos irmãos
de Cristo. É por isso que depois de Sua ressurreição
os irmãos de Cristo, a igreja, foram produzidos. Hoje,
a igreja na restauração do Senhor precisa ser a igreja
em ressurreição.
H. Buscando a Santidade
Como santos irmãos, temos de buscar a
santidade (12:14). Por um lado, nós fomos
santificados pelo sangue de Cristo (10:29); por outro,
fomos regenerados com a natureza santa de Deus
(2Pe 1:4). Agora, como esses santificados, devemos
buscar a santidade em nosso andar diário. Sem
santidade, não veremos o Senhor. Sem ela, nossa
comunhão com o Senhor será rompida. Precisamos
de uma vida santa a fim de manter uma comunhão
contínua com o Senhor para que possamos vê-Lo
todo o tempo.
I. A Caminho da Glória
Como santos irmãos, enquanto estamos sob o
processo de nos tomar santos, estamos a caminho da
glória (Hb 2:10). Tornar-se santo, ser santificado, é
uma preparação para que sejamos glorificados.
Enquanto estamos a caminho da glória, Cristo está
nos santificando, ministrando para as nossas
necessidades como o Sumo Sacerdote e
conduzindo-nos à glória como nosso Autor.
I. MOISÉS
Moisés tipifica Jesus como o Apóstolo, o enviado.
Quando os filhos de Israel estavam sofrendo
perseguições sob a tirania do Faraó, Deus apareceu a
Moisés e o encarregou de ir aos filhos de Israel e ao
Faraó. Assim, Moisés tornou-se um apóstolo do
Antigo Testamento. Moisés foi o enviado de Deus, foi
o apóstolo que devia tirar Israel do Egito e guiar os
israelitas pelo deserto, com o propósito de que fossem
constituídos como casa de Deus e fossem formados
uma habitação para Deus na terra. Essa habitação de
Deus era simbolizada pelo tabernáculo construído
pelos filhos de Israel no deserto. Aquele tabernáculo
era apenas um símbolo; ele não era a verdadeira
habitação de Deus. Naquela época a verdadeira
habitação de Deus na terra eram os próprios filhos de
Israel. Os filhos de Israel foram formados e
constituídos uma casa para Deus por Moisés, o
apóstolo de Deus. Esse retrato é muito claro. Quando
lemos a Bíblia precisamos ter tal visão celestial, uma
revelação no espírito. Sem isso, jamais poderemos
aprender o verdadeiro significado de todas as
histórias do Antigo Testamento.
II. CRISTO
C. Graça e Responsabilidade
Os calvinistas enfatizam a questão da graça
absoluta, e os arminianos enfatizam a
responsabilidade humana. Mas, de acordo com a
Bíblia, a graça divina é para a responsabilidade
humana. No dia do Pentecostes Pedro disse às
pessoas: “Salvai-vos desta geração perversa” (At
2:40). Apesar de parecer voz reflexiva, o verbo salvar
está na voz passiva; quer dizer: “Sede salvos”.
Salvar-se significa que você mesmo faz isso; ser salvo
significa que outra pessoa o faz para você, no entanto
você precisa permitir-lhe fazê-lo. O Senhor nos está
salvando, mas Ele precisa da nossa cooperação. Por
exemplo: uma mãe, ao alimentar o filho, precisa da
cooperação dele. Ele não pode ser travesso; antes,
deve abrir a boca e engolir a comida. Embora a
salvação seja absolutamente relacionada à graça,
precisamos estar dispostos a ser salvos e estar
dispostos a crer no Senhor. Até mesmo o Deus
Todo-Poderoso não pode fazer nada por nós se não
estivermos dispostos a crer Nele. Estar dispostos a
crer é nossa responsabilidade, é a cooperação que
damos ao salvar de Deus. A despeito da graça dada a
nós, ainda precisamos estar dispostos a crer no
Senhor, buscá-Lo, abrir-nos para receber Sua graça e
permitir que ela opere a nosso favor.
Se tivermos somente a capacidade, não podemos
trabalhar para o Senhor. Além da nossa capacidade,
nós recebemos talentos do Senhor. Uma vez que
recebemos talentos, precisamos usá-los. Somente
quando usamos nosso talento é que o lucro virá. O
lucro vem da graça de Deus, mas a vinda dessa graça
depende do uso do nosso talento, do nosso
funcionamento e exercício. Se não usarmos o talento,
a graça não virá, pois sua vinda depende do nosso
exercício.
D. Maturidade e Realeza
Nosso crescimento em vida determinará o tempo
da nossa maturidade. Se crescermos em vida e, como
as virgens prudentes, tivermos a porção extra de
azeite em nossa vasilha e tivermos sido
transformados, amadureceremos mais cedo. í
Enquanto nosso crescimento em vida determina se
amadureceremos cedo ou não, nossa obra, nosso
exercício e nosso uso do talento determina se
compartilharemos ou não da realeza no reino do
Senhor. O Senhor disse ao servo com cinco talentos:
“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco,
sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu
senhor” (Mt 25:21). Isso é ser um co-rei com o Senhor
Jesus e desfrutar o verdadeiro descanso, o sábado
durante o reino milenar. De acordo com Lucas 19:17,
o Senhor disse: “Muito bem, servo bom; porque foste
fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades”. No
reino milenar, alguns governarão dez cidades e outros
cinco (Lc 19:19). Você pode ser prefeito não só de uma
cidade, mas um governador de dez cidades. Embora
possamos não ter clareza de todos os detalhes,
ninguém pode argumentar contra o princípio aqui.
Enquanto nas parábolas temos apenas os
princípios, em Apocalipse 2:26-27 temos os detalhes.
Ali nos é dito: “Ao vencedor e ao que guardar até o
fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as
nações, e com cetro de ferro as regerá”. As nações na
terra certamente precisam ser governadas por nós.
Quando o Senhor Jesus voltar, Ele nos designará para
governar todas as nações. Naquele dia, não haverá
mais conversas sem sentido. Todos falarão
corretamente, porque estarão sob o governo
adequado. Quem os regerá? Nós, as pessoas que
foram disciplinadas. Você crê que todos os
governantes hoje são pessoas adequadas? Alguns
deles fumam, bebem e jogam. Como é que eles
poderiam ser governantes adequados? Toda a terra
está aguardando e gemendo para ser libertada dos
governantes inadequados. A terra será libertada desse
tipo de governo quando o Senhor Jesus voltar. Por
que o Senhor Jesus ainda não voltou? Porque ainda
não fomos disciplinados. Se Ele quisesse voltar hoje, a
quem Ele designaria para governar as nações?
A palavra talento em Mateus 25 é o equivalente à
palavra dom nas Epístolas. Paulo disse a Timóteo:
“Reavives o dom de Deus que há em ti” (2Tm 1:6). Em
vida precisamos crescer, e na obra precisamos
exercitar nosso dom. A parábola das dez virgens
revela nossa necessidade de transformação pelo
Espírito que dá vida, e a parábola dos talentos revela
nossa necessidade do exercício espiritual adequado
dos dons. Todos precisamos ser transformados pela
porção extra de azeite na nossa vasilha, e precisamos
exercitar nosso dom para ganhar algum lucro para o
Senhor. Precisamos crescer, por um lado, e lucrar na
economia de Deus, por outro. Nosso crescimento
determinará o tempo da nossa maturidade, e o
exercício dos dons determinará a posição que
compartilharemos com Cristo no reino milenar. Se
não amadurecermos e não exercitarmos os dons,
perderemos o arrebatamento inicial e o desfrute de
reinar com Cristo. Mateus 25 fala do “gozo do teu
senhor” (vs. 21, 23). Sem dúvida, esse gozo é o
descanso sabático durante o reino vindouro.