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Curitiba 2019

1 Série
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ENSINO MÉDIO Livro do PROFESSOR| Física

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© 2019 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem
autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

FICHA CATALOGRÁFICA
S132

SAE, 1. série : Física, 1. série : livro 1 : Ensino Médio : livro do professor / SAE
DIGITAL S/A. - 1. ed. - Curitiba, PR : SAE DIGITAL S/A, 2019.

108 p. : il. ; 28 cm.

ISBN 978-85-535-0386-5

1. Física - Estudo e ensino (Ensino Médio). 2. Física (Ensino Médio) –


Problemas, questões, exercícios. I. Sistema de Apoio ao Ensino : o passo à
frente. II. Título : Física, 1. série : livro 1 : Ensino Médio : livro do professor. I.
Título.

CDD: 373
CDU: 373.5

Gerência editorial Luiz Henrique Pereira Mainardes


Coordenação editorial Angel Honorato
Edição Erica Miranda Suckow, João Paulo Marcon, Angel Honorato.
Revisão Ana Paula Ferraz, Brunno Freire da Silva Neto, Camille Chiquetti, Gabrielle Varão da Costa, Igor Spisila,
Juliana Basichetti Martins, Katieli da Silva, Marcela Vidal Machado, Pãmela Leal, Priscila de Jesus
Sousa, Thainara da Silva Gabardo, Victor Truccolo
Cotejo Andreia Aparecida Vidal, Igo Levir Souza Rabelo, Laura Akemi Oshiro Cocicov, Mariana Jarves Andrade
Chaves, Mariana Rigo Passarin, Mellanie Silva Novais, Polyana Mayara Fonseca da Cruz, Sthefanie
Lhorente
Coordenação processos Erica Fujihara
Processos Cleyton Dall’Agnol, Janio Junior, Raul Jungles
Coordenação qualidade Vanessa Marques Cabral dos Santos
Qualidade Bruna Ferreira Rodrigues, Everson de Lara Caetano, Henrique Sossélla, Marilene Wojslaw Pereira Dias
Coordenação produção visual Mauricio Ragadalli
Iconografia Antonio Sevilha
Cartografia Júlio Manoel França da Silva
Ilustrações Deny Machado, Rafael Chueire
Arte da capa Rafael Chueire
Projeto gráfico Evandro Pissaia, Rafael Chueire
Diagramação André Lima, Evandro Pissaia, Bruno M. H. Gogolla, Gustavo Ribeiro Vieira, Jéssica Suelen de Morais,
Jéssica Xavier, Juliana Hiromi Saito, Kássio Nery, Luisa Piechnik Souza, Maísa Leepkaln, Mariana
Oliveira, Mikhael Gusso, Nadiny da Silva, Ralph Glauber, Silvia Santos, Tarliny da Silva, Thiago
Figueiredo Venâncio
Créditos da capa Rodphothong Mr.Patchara/Shutterstock | michaeljung/Shutterstock
Autores Alessandro Luiz de Lara, Sophia Feld Santos.

Todos os direitos reservados.

Produção
SAE DIGITAL S/A.
R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150
Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

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SUMÁRIO

Pilares pedagógicos ........................................................................ IV

Ensino Médio ...................................................................................... IX

Material SAE – Programação de conteúdos .................... XIV

Conheça seu livro ......................................................................... XVI

Organize seu estudo .....................................................................XX

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Pilares pedagógicos
Os pilares pedagógicos do SAE Digital vêm ao encontro das habilidades esperadas dos
aprendizes do presente, expostos a um ambiente que exige leitura plural do mundo e que se
caracteriza pelas rápidas mudanças nos campos científico, tecnológico e político, mas que, ao
mesmo tempo, não deixam de lado a valorização das necessidades da coletividade, da capaci-
dade de interpretar a realidade local e global e promover o desenvolvimento da tolerância e da
reflexão, em detrimento de seus saberes iniciais e necessidades individuais. Além disso, eles
visam a formação de indivíduos com capacidade de buscar mudanças que levem à melhoria
das suas condições de vida e daqueles que os cercam.
Para desenvolver habilidades que atendam a tantas (e tão complexas) necessidades, as
estratégias do SAE estarão fundamentadas em quatro pilares que sustentam o trabalho peda-
gógico. São eles: protagonismo, rigor conceitual e conteúdo relevante, pensamento complexo
e transformação da realidade.

Protagonismo
A iniciativa pela busca do conhecimento, fundamentada pela vontade do estudante em
aprender além do que os livros escolares e aulas são capazes de transmitir, pode ser entendida
pelo “protagonismo” do aluno em seu processo de aprendizagem. Nele, o professor continua a
ter um papel ímpar e decisivo nos resultados, conduzindo as aulas e provocando a aprendiza-
gem. Porém, o incentivo a continuar a caminhada de aquisição de conhecimentos, por meios
próprios ou fornecidos por ferramentas do sistema, será constante e permitirá a ele, aluno, ir
além de forma mais autônoma. Essa proposta vai ao encontro do primeiro pilar do relatório da
Unesco para a Educação do Século XXI, que é aprender a conhecer.
Com isso, o ambiente de sala de aula como espaço de aprendizagem quase que único po-
derá ser extrapolado. Desde o momento em que as leituras complementares serão sugeridas,
passando por pesquisas e sugestões de aprofundamentos, até a constante inter-relação de
conteúdos ao contexto dos alunos, a “provocação”, o convite para ir além e construir novos
saberes alinhados a suas preferências e talentos levarão o aprendiz a ver mais sentido no que
se aprende. Os conhecimentos prévios serão sempre valorizados e, mais que isso, utilizados
ativamente como ponto de partida para novos saberes.
Dessa maneira, considera-se que a compreensão do cotidiano do educan-
do, nos dias de hoje, é vital para a elaboração de propostas e mecanismos
pedagógicos eficazes. Além disso, investir no protagonismo juvenil fortale-
ce a perspectiva de educar para uma cidadania plural, ética e responsável.

Protagonismo: educação focada no aluno e no


desenvolvimento coletivo. O educando é convidado
continuamente a participar, a trazer seus conhecimentos e
a expandir perspectivas. As atividades propostas na seção
inicial do módulo – “Aperte o play!” – têm como objetivo
instigar, problematizar, promover o debate, despertar a
curiosidade e estabelecer pontes entre os saberes iniciais e os
novos.
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IV

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Rigor conceitual e conteúdo relevante
Para que o protagonismo e a iniciativa na aquisição de conhecimentos levem a resultados
transformadores na vida dos aprendizes, é fundamental observar um segundo pilar que se en-
contra não abaixo do primeiro, mas ao seu lado, em termos de importância: o rigor conceitual
e a definição dos conteúdos relevantes. De que adiantariam iniciativas estudantes e seus pro-
fessores como protagonistas, em busca de conhecimentos que conceitualmente mostram-se
equivocados?
Esse pilar trata da consciência de que há saberes considerados verdades esgotadas em
questionamentos (nas diferentes ciências), mas que são passíveis de mudança em virtude de
novas pesquisas e descobertas. Até que isso ocorra, os estudantes precisam dominar as bases
conceituais do que se sabe até o presente. Dominar o que é confiável em termos conceituais
de uma ciência e o que é especulação ou teorias não experimentadas e comprovadas, ou seja,
rigor conceitual.
Um material didático é rigoroso quando é fundamentado em uma cuidadosa construção
conceitual e adequação metodológica, quando as formas e mecanismos que nortearam a rea-
lização do trabalho e a elaboração de suas conclusões são claros, apropriados e resistentes a
um processo de crítica franca e aberta, e o conhecimento por ele gerado seja confiável.
Não raro, estudantes veem-se às voltas com dificuldades em dominar conteúdos mais
avançados em diferentes áreas do conhecimento, como Matemática, Física ou uma reflexão
sociológica, entre outros, por absoluto desconhecimento dos conceitos – sejam eles elabora-
dos ou vivenciados – que norteiam os pontos de partida dessas ciências. Como discutir os as-
pectos positivos ou negativos de um regime político, sem antes conhecer os conceitos desse
regime? E mais, sem conhecer diferentes conceitos, vindos de diferentes autores, como discer-
nir qual ou quais deles refletem o melhor e mais completo? Como compreender um processo
de degradação ambiental, provocado por um poluente, sem saber, antes, o que é poluição?
Dentro dessa concepção é que o conhecimento científico mostra-se indissociável dos demais e
caminha para a consolidação deles.
É necessário, também, elencar quais conteúdos são relevantes ao aprendiz. Com a quan-
tidade de informações disponível, como identificar quais são pertinentes e importantes num
dado momento e quais não são? Há de se estabelecer critérios para isso.
Relevância, no sentido aqui atribuído, diz respeito ao impacto do co-
nhecimento nas práticas sociais. Para que um conteúdo seja relevante, é
preciso, em primeiro lugar, que trate de questões consideradas impor-
tantes, dignas de atenção pela comunidade e que tragam contribuições
para o esclarecimento e a redefinição dessas questões. Conteúdos que
são apenas rigorosos, mas que pecam pelo fato de terem baixa rele-
vância, correm o risco de ser meros exercícios de preciosismo meto-
dológico ou conceitual, dedicando grandes esforços à elucidação de
questões que não são vistas como importantes pela comunidade.
Respeitando-se as bases de legislação (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais e demais resoluções),
pode-se afirmar que a definição dos conteúdos relevantes pode se
enquadrar em três grandes critérios: pertinência contextual, global
e multidimensional.

Rigor conceitual e conteúdo relevante: um material


didático é rigoroso quando é fundamentado em uma
cuidadosa construção conceitual e metodológica, quando as
formas e mecanismos que nortearam a realização do trabalho
e a elaboração de suas conclusões são claros, apropriados e
resistentes a um processo de crítica franca e aberta.
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Quanto à pertinência contextual, observa-se no Sistema SAE grande importância para si-
tuar as informações e os dados a serem estudados nos contextos temporal, social, histórico e
cultural dos aprendizes. Embora estejamos falando de um contexto rico e amplo, dadas as di-
mensões de nosso país, há de se identificar um senso de equilíbrio para que a contextualização
seja praticada nas diferentes realidades.
A pertinência global diz respeito à noção de tudo que engloba o conhecimento. O exercício
da indissociabilidade de diferentes áreas do conhecimento poderá mostrar aos alunos que a
soma de partes leva a um conjunto maior, mais complexo e mais rico do que as partes isoladas.
As possibilidades resultantes da combinação das partes são inúmeras e complexas.
A pertinência multidimensional leva à escolha de conteúdos que permitam o diálogo entre
os saberes. Há temas envolvendo as Ciências da Natureza que conversam ativamente com
a Filosofia e Sociologia, assim como temas da área da Física que se encontram com a Arte, a
História ou a Geografia. É importante incentivar a leitura dos conhecimentos multidimensio-
nais, pois a realidade do mundo nos mostra que não há separação entre eles. Não poderia ser
a escola a responsável em permitir um aprendizado fragmentado.

Complexidade e saberes múltiplos


Como consequência natural dos dois pilares do protagonismo e rigor conceitual, os alunos
serão levados a um terceiro: o pensamento complexo. Os alunos serão incentivados a buscar
novas conexões entre os objetos aprendidos, atrelando um ou mais conhecimentos de diferen-
tes áreas, revisitando o mundo com uma nova perspectiva sobre o tema estudado. Vivenciar
essas novas conexões significa compreender a interdependência dos conhecimentos. Significa
desenvolver conhecimento global amparado por saberes múltiplos, e não estanques, passíveis
de mudança. É necessário ter a sensibilidade de não desqualificar um dado saber (seja por
conta de sua origem histórica, geográfica, étnica ou culturalmente diferente) em detrimento de
outro, mas recepcionar vários saberes relevantes e interligá-los para aprimorar a compreen-
são do mundo.
Os avanços tecnológicos demandam o reconhecimento da complexidade dos fatos. Dessa
maneira, é mister pensar em modos de articulação do conhecimento que coloquem em conso-
nância problemas provenientes de saberes múltiplos, tais como a Ciência, a Filosofia e as Artes.
Conectar conhecimentos envolvendo História e Filosofia, e aplicá-los,
por exemplo, na interpretação de um episódio de natureza política ou
econômica, com o devido rigor conceitual e clareza de ideias, é uma ação
ambiciosa para quem aprende e para quem ensina. Junto a essas cone-
xões, buscar-se-á o exercício da criticidade e de reflexões alinhadas aos
diferentes pontos de vista ligados ao objeto de estudo. Essa dimensão
de pensamento complexo permitirá ao aluno preparar-se para as eta-
pas posteriores de sua caminhada cognitiva e formativa.
A postura do educador deve ir além da exposição de conteúdos,
reconhecendo a existência de paradoxos e convivendo, em muitas si-
tuações, com o princípio da incerteza. Progressivamente, compreen-
demos que o ideal da verdade, da neutralidade e da objetividade ce-
dem lugar, cada vez mais, a uma abordagem que coloca o observador
como parte integrante do processo de construção do conhecimento.

Complexidade e saberes múltiplos: o paradigma da


complexidade engendra reunir e ressignificar. A proposta
é articular os princípios da ordem e da desordem, da
separação e da união, da autonomia e da dependência, que
às vezes são complementares e antagônicos. A ideia dos
saberes múltiplos integra a imprecisão e a dúvida e é capaz
de conceber a organização.
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A pesquisa e a análise do complexo pressupõem uma não completude, a presença da dúvi-
da, de outras interações e pesquisas, de muitas outras questões a serem processadas.
Vale considerar que o pensamento complexo não se opõe ao pensamento simplificado,
mas o incorpora. Enquanto simplificar implica separar e reduzir, o paradigma da complexidade
engendra reunir e ressignificar. A proposta é articular os princípios da ordem e da desordem,
da separação e da união, da autonomia e da dependência, que às vezes são complementares
e antagônicos. A ideia dos saberes múltiplos integra a imprecisão e a dúvida e é capaz de con-
ceber a organização. “Ele é capaz de contextualizar e globalizar, mas pode, ao mesmo tempo,
reconhecer o que é singular e concreto” (MORIN, 2007, p. 76). É um constante vai e vem entre
convicções e dúvidas, entre o que parece óbvio e básico e o que se mostra controverso e am-
bíguo. “Não se trata de abandonar os princípios da ciência clássica, mas de integrá-los de um
modo mais amplo e rico” (MORIN, 2007, p. 62), não pretende também “opor um holismo global
e vazio por um reducionismo sistemático” (MORIN, 2007, p. 62). Trata-se de vincular o concreto,
das partes à totalidade.

Transformação da realidade
Finalmente, e não menos importante, parte-se para um questionamento: quais habilidades
os alunos desenvolverão ao longo e ao fim de sua caminhada escolar? Sejam quais forem, de-
vem ser habilidades teóricas, reflexivas, críticas e que param no campo do discurso? Ou que
avançam para a iniciativa concreta, seguindo para a tomada de ações que permitam colocar
em uma prática transformadora aquilo que se aprendeu? Essa capacitação para a iniciativa
concreta, pela busca de ações que levem à mudança da realidade e cheguem à transformação
da sociedade, reflete a intenção do quarto pilar: a transformação da realidade.
Trata-se de explorar com os alunos como é possível o engajamento a uma causa, a busca
das soluções a problemas estudados em ambiente escolar, mas raramente postas em prática.
Isso pode se traduzir na compreensão de como o aluno, sendo um cidadão em um estado de
direito, deve proceder
a) nas reivindicações junto às instituições, exigindo o cumprimento de direitos por parte do
poder público;
b) pelas iniciativas da sociedade civil que tiveram sucesso em obter resultados transforma-
dores de mundo e que inspirem ações semelhantes;
c) nas ações de ONGs ou outras entidades semelhantes que nos mostram resultados inte-
ressantes. O que se aspira é formar cidadãos ativos, críticos, autônomos e comprometi-
dos com a transformação da realidade.

Transformação da realidade: prática da cidadania.


A proposta é avançar para a iniciativa concreta, seguir para a
tomada de decisões e colocar numa prática transformadora o
que se aprendeu.
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VII

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De forma mais pontual, podemos identificar bases derivadas desses quatro princípios, que
norteiam o SAE, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, e que constituem o ponto de
referência para orientar a ação educativa em todas as áreas de conhecimento, ao longo do de-
senvolvimento escolar do aprendiz. Dentre os objetivos educacionais e formativos, destaca-se
a construção das seguintes habilidades no trabalho com os alunos:
● desenvolver senso crítico, responsável e construtivo, nas diferentes situações sociais, uti-
lizando o diálogo como forma de mediar conflitos e tomar decisões coletivas;
● utilizar das diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como
meios para produzir, expressar e comunicar ideias, interpretar e usufruir das produções
culturais;
● utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir
conhecimentos;
● questionar a realidade, formulando e resolvendo problemas, utilizando, para isso, o pen-
samento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando
procedimentos e efetuando verificações;
● compreender a cidadania como participação social e política, adotando, no dia a dia, atitu-
des de solidariedade, cooperação e respeito ao outro, a si mesmo e ao meio em que vive,
percebendo-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente;
● desenvolver o autoconhecimento e o sentimento de confiança em suas capacidades afeti-
vas, físicas, cognitivas, éticas, estéticas, de inter-relação pessoal e de inserção social;
● conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como as-
pectos socioculturais de classe social, de crenças, de sexo, de etnia, ou outras caracterís-
ticas individuais e sociais.

Matriz de pilares do SAE

Rigor conceitual
Complexidade e Transformação da
Protagonismo e conteúdo
múltiplos saberes realidade
relevante

Meu mundo Mundo da ciência Mundo revisitado Mundo transformado

Reflexão e Transformação
Situação Ação
transformação e engajamento

Saberes reconstruídos
Saberes iniciais Saberes científicos Saberes questionados
ou ressignificados

O que a escola me O que posso O que posso


O que sei
ensina questionar empreender

Possibilidade de
Aproximação pelo afeto Exposição do conteúdo Ações transformadoras
reflexão
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VIII

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Ensino Médio
O Ensino Médio, etapa intermediária entre o Ensino Fundamental e a Educação Superior,
está constituído como o nível de maior complexidade na educação brasileira, muito em virtude
das diferentes formas de ingresso nas universidades, que incluem vestibulares tradicionais,
avaliações seriadas e Enem.
Em decorrência dessa diversificação e da particularidade de atender adolescentes e jovens
em suas diferentes expectativas - que inclui também o mundo do trabalho -, compreendemos
a necessidade de montar uma organização curricular por módulos, a qual permite atender aos
diferentes anseios de jovens, pais e escolas, mas que, sobretudo, estabelece princípios para
a garantia de uma formação eficaz, que prepara o estudante para sua inserção social cidadã,
para o trabalho e para a continuação de seus estudos nas principais universidades do país.

Novidades 2019
O Ensino Médio vem passando por profundas transformações e evolução.
Com a sanção da Lei da Reforma do Ensino Médio, em fevereiro de 2017, a carga ho-
rária mínima para esse segmento é alterada, e abre-se a possibilidade do trabalho com
itinerários formativos específicos.
Essas mudanças dependem ainda da publicação da versão definitiva da Base Nacional
Comum Curricular do Ensino Médio e sua posterior homologação pelo Conselho Nacional
de Educação. As previsões apontam para que essa implementação de um novo Ensino
Médio seja efetivada em 2020.
O material didático SAE Digital para o Ensino Médio, acompanhando os desafios que se
apresentam, realizou mudanças em 2018 e apresenta mais algumas para 2019:
1) Encartes bimestrais chamados “Caderno de Atualidades”, que serão disponibilizados
digitalmente em nosso portal, trazendo para os alunos os temas mais relevantes da
política, sociedade e cultura de cada bimestre, auxiliando na preparação para o mun-
do, bem como para possíveis discussões presentes nas provas de redação.
2) Para Literatura, será produzido um encarte digital com o conteúdo de Literatura
Portuguesa, oferecendo aos nossos alunos ainda mais recursos para concorrer em
vestibulares.
3) Em Língua Portuguesa, apresentaremos QRCodes com textos multissemióticos, ga-
rantindo aos alunos o acesso aos textos em seu suporte original e com todas as suas
características híbridas: texto verbal, texto não verbal, áudio, vídeo etc.;
4) Um Objeto Digital constante nos materiais de Química, que apresentará a Tabela Pe-
riódica de forma interativa aos alunos. Em consonância com o Ano Internacional da
Tabela Periódica dos Elementos Químicos, declarado pela ONU, apresentamos esse
simulador que possibilitará ao aluno e ao professor interagir com os 118 elemen-
tos da Tabela, podendo, por exemplo, ver curiosidades e aplicações dos elementos,
mudar a temperatura e ver como se comporta o estado físico de cada elemento etc.
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IX

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Conhecimentos de Física
A regulamentação do sistema educacional brasileiro, público ou privado, é dada pela Lei
das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9.394/96). Partindo de princípios da LDB,
existem documentos oficiais que definem parâmetros e diretrizes para a educação, pressupõe-
-se que esses documentos sirvam de base para o desenvolvimento de cada disciplina. Nesse
contexto, a Física é apresentada nos documentos que tratam da área Ciências da Natureza e
suas Tecnologias.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Física deve ser voltada para a formação
de um cidadão contemporâneo, atuante e solidário, com instrumentos para compreender, in-
tervir e participar da realidade. Nesse sentido, mesmo os estudantes que não venham a ter
mais contato com a Física em futuras atuações profissionais ou universitárias terão adquirido
formação necessária para compreender e participar do mundo no qual vivem. Assim, a Física
se apresenta como um conjunto de competências que permite desenvolver habilidades de
perceber e lidar com fenômenos naturais e tecnológicos, presentes no cotidiano e no universo.
Dessa maneira, a matriz e a programação de conteúdos na coleção foram pensadas para
proporcionar e facilitar o desenvolvimento das competências exigidas. A abertura de todos os
módulos apresenta abordagem provocativa, com intuito de resgatar concepções alternativas,
as quais poderão ajudar os estudantes na compreensão do conteúdo, o qual é desenvolvido
de maneira contextualizada e articulada, com atividades que exigem reflexão e/ou aprofunda-
mento. Ao final da abordagem teórica, sempre há atividade de fechamento, que busca resgatar
o que foi estudado, fazendo articulações com a tecnologia, cultura, sociedade e empreendedo-
rismo. Todos os módulos apresentam exercícios que buscam trabalhar as diferentes compe-
tências e habilidades exigidas para compreensão dos fenômenos físicos.
A escolha dos conteúdos no material visa proporcionar uma visão do desenvolvimento
da Física e trabalhar todas as competências necessárias previstas nos documentos oficiais.
O conteúdo é apresentado em duas frentes no primeiro e no segundo ano, e em três frentes
no terceiro ano, podendo ser trabalhadas ao mesmo tempo, sem problemas de conflitos ou
pré-requisitos.
No primeiro ano, em uma das frentes, é apresentada uma introdução à Física, na qual
o estudante tem a oportunidade de se apropriar de algumas ferramentas importantes.
Posteriormente, desenvolve-se a mecânica, por meio da cinemática, da dinâmica e da estática.
Na outra frente, desenvolve-se as ópticas geométrica e a ondulatória.
No segundo ano, são desenvolvidos conteúdos de hidrostática, hidrodinâmica e termologia
(que vai desde os primeiros desenvolvimentos da termometria até a segunda lei da termodi-
nâmica e suas aplicações) ao final desenvolve-se o conteúdo de análise dimensional. Na outra
frente do segundo ano, é desenvolvido o conteúdo de eletricidade, começando com eletrostá-
tica e passando à eletrodinâmica, por fim desenvolve-se os conceitos de magnetismo
A proposta para o terceiro ano é uma revisão geral da Física, em três frentes. Na frente A se-
rão abordados conteúdos de mecânica e mecânica dos fluídos; na frente B, ondulatória, óptica,
termologia e física moderna; e na frente C, conteúdos relacionados à eletricidade, magnetismo
e eletromagnetismo, além de fechar essa frente com análise dimensional. O objetivo é possibi-
litar ao estudante uma retomada de conteúdos e melhor fixação de conceitos, aprimorando o
conhecimento de forma sucinta e significativa.
Dessa maneira, o material apresenta-se de acordo com os documentos oficiais, explorando
o grande potencial que a Física tem, proporcionando oportunidades de desenvolver as com-
petências necessárias à formação do cidadão que possa compreender, atuar e modificar o
mundo à sua volta.

Matriz de Referência do Enem


Eixos cognitivos (comuns a todas as áreas de conhecimento)
I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das
linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
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I. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhe-
cimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos,
da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

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I. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados
e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar si-
tuações-problema.
I. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes
formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumen-
tação consistente.
I. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para ela-
boração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores hu-
manos e considerando a diversidade sociocultural.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Competência de área 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas
associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de
produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 – Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscila-
tórios, relacionando–os a seus usos em diferentes contextos.
H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com
o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso co-
mum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
H4 – Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da
vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável da
biodiversidade.
Competência de área 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às
ciências naturais em diferentes contextos.
H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 – Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de
aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
H7 – Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de ma-
teriais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou
a qualidade de vida.
Competência de área 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou
conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações
científico–tecnológicos.
H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reci-
clagem de recursos naturais, energéticos ou matérias–primas, considerando processos
biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a
vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino
dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, consideran-
do estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.
H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou eco-
nômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência de área 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em
particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos cien-
tíficos, aspectos culturais e características individuais.
H13 – Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a ma-
nifestação de características dos seres vivos.
H14 – Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como ma-
nutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre
outros.
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H15 – Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos bio-


lógicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 – Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos
ou na organização taxonômica dos seres vivos.

XI

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Competência de área 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências
naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e re-
presentação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo,
gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 – Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou
procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
H19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que con-
tribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou
ambiental.
Competência de área 6 – Apropriar–se de conhecimentos da Física para, em situações
problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, obje-
tos ou corpos celestes.
H21 – Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnoló-
gicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria
em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implica-
çõesbiológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
H23 – Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes
específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
Competência de área 7 – Apropriar–se de conhecimentos da Química para, em situa-
ções-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H24 – Utilizar códigos e nomenclatura da Química para caracterizar materiais, substân-
cias ou transformações químicas.
H25 – Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou im-
plicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção.
H26 – Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consu-
mo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de
energia envolvidas nesses processos.
H27 – Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos
químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência de área 8 – Apropriar-se de conhecimentos da Biologia para, em situa-
ções-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H28 – Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou
com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em ambientes
brasileiros.
H29 – Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando impli-
cações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas ou produ-
tos industriais.
H30 – Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que
visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Objetos de conhecimento
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Objetos de conhecimento de Física
● Conhecimentos básicos e fundamentais – noções de ordem de grandeza; notação cien-
tífica; Sistema Internacional de Unidades; metodologia de investigação: a procura de re-
gularidades e de sinais na interpretação física do mundo; observações e mensurações:
representação de grandezas físicas como grandezas mensuráveis; ferramentas básicas:
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gráficos e vetores; conceituação de grandezas vetoriais e escalares; operações básicas


com vetores.

XII

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● O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis físicas – grandezas fundamentais
da mecânica: tempo, espaço, velocidade e aceleração; relação histórica entre força e mo-
vimento; descrições do movimento e sua interpretação: quantificação do movimento e
sua descrição matemática e gráfica; casos especiais de movimentos e suas regularidades
observáveis; conceito de inércia; noção de sistemas de referência inerciais e não inerciais;
noção dinâmica de massa e quantidade de movimento (momento linear); força e varia-
ção da quantidade de movimento; leis de Newton; centro de massa e a ideia de ponto
material; conceito de forças externas e internas; lei da conservação da quantidade de
movimento (momento linear) e teorema do impulso; momento de uma força (torque);
condições de equilíbrio estático de ponto material e de corpos rígidos; força de atrito,
força peso, força normal de contato e tração; diagramas de forças; identificação das for-
ças que atuam nos movimentos circulares; noção de força centrípeta e sua quantificação;
a hidrostática: aspectos históricos e variáveis relevantes; empuxo; princípios de Pascal,
Arquimedes e Stevin: condições de flutuação, relação entre diferença de nível e pressão
hidrostática.
● Energia, trabalho e potência – conceituação de trabalho, energia e potência; conceito
de energia potencial e de energia cinética; conservação de energia mecânica e dissipação
de energia; trabalho da força gravitacional e energia potencial gravitacional; forças con-
servativas e dissipativas.
● A Mecânica e o funcionamento do universo – força peso; aceleração gravitacional; lei
da gravitação universal; leis de Kepler; movimentos de corpos celestes; influência na Ter-
ra: marés e variações climáticas; concepções históricas sobre a origem do universo e sua
evolução.
● Fenômenos elétricos e magnéticos – carga elétrica e corrente elétrica; lei de Coulomb;
campo elétrico e potencial elétrico; linhas de campo; superfícies equipotenciais; poder
das pontas; blindagem; capacitores; efeito Joule; lei de Ohm; resistência elétrica e resisti-
vidade; relações entre grandezas elétricas: tensão, corrente, potência e energia; circuitos
elétricos simples; correntes contínua e alternada; medidores elétricos; representação grá-
fica de circuitos; símbolos convencionais; potência e consumo de energia em dispositivos
elétricos; campo magnético; imãs permanentes; linhas de campo magnético; campo mag-
nético terrestre.
● Oscilações, ondas, óptica e radiação – feixes e frentes de ondas; reflexão e refração;
óptica geométrica: lentes e espelhos; formação de imagens; instrumentos ópticos sim-
ples; fenômenos ondulatórios; pulsos e ondas; período, frequência, ciclo; propagação:
relação entre velocidade, frequência e comprimento de onda; ondas em diferentes meios
de propagação.
● O calor e os fenômenos térmicos – conceitos de calor e de temperatura; escalas termo-
métricas; transferência de calor e equilíbrio térmico; capacidade calorífica e calor especí-
fico; condução do calor; dilatação térmica; mudanças de estado físico e calor latente de
transformação; comportamento de gases ideais; máquinas térmicas; ciclo de Carnot; leis
da Termodinâmica; aplicações e fenômenos térmicos de uso cotidiano; compreensão de
fenômenos climáticos relacionados ao ciclo da água.

Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Brasília,
DF, 2002.
______. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Bra-
sília, 1996.
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XIII

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Material SAE – Programação de conteúdos
Física – 1.ª série
Livro Módulo Frente A Frente B

Introdução à Física
Fundamentos da óptica geométrica
Um pouco de história... • Grandezas físicas e unidades
1 Conceitos fundamentais da Óptica • A “cor” dos objetos •
de medida • Divisões da Física • Alguns aspectos mais Princípios da Óptica geométrica
técnicos... • Algarismos significativos
Introdução à Cinemática escalar Reflexão luminosa I
Referencial • Ponto material e corpo extenso • Reflexão da luz • Espelhos planos: formação de imagens •
2
Deslocamento escalar e espaço percorrido • Movimentação de um espelho plano • Campo visual •
Velocidade • Movimento Associações de espelhos
1
Movimento Uniformemente Variado (MUV) Reflexão luminosa II
Aceleração escalar média • Movimento Elementos de um espelho esférico • Espelho esférico
3
uniformemente variado (MUV) • Análise gráfica • Função de Gauss • Formação de imagens • Aumento linear
horária da posição transversal • Equação de Gauss
Cinemática vetorial
Refração luminosa I
Vetor • Operações com vetores • Independência de
4 Refração • Índice de refração • Leis da refração •
movimentos simultâneos • Composição de velocidades •
Dioptro plano • Lâminas de faces paralelas
Decomposição de movimento • Movimento relativo
Movimentos circulares
Refração luminosa II
Posição e deslocamento angular • Velocidade angular •
Reflexão total da luz • Comportamento óptico de prisma •
5 Período e frequência • Polias e engrenagens •
Dispersão luminosa • Efeitos da refração •
Movimento circular uniforme • Movimento circular
Polarização da luz
uniformemente variado
Movimento de projéteis Lentes esféricas – estudo geométrico
6 Campo gravitacional • Queda livre • Lançamento Classificação das lentes • Comportamento óptico •
2 vertical • Lançamento oblíquo • Lançamento horizontal Elementos • Formação de imagens
Introdução à dinâmica Lentes esféricas – estudo analítico
7 O que é Força? • Leis de Newton • Referencial de Gauss • Equação de Gauss e aumento
Forças usuais da Mecânica linear • Vergência (ou convergência)
Força elástica, atrito e aplicações Óptica da Visão
8 Força elástica • Força de atrito • Estrutura do olho humano • Alterações fisiológicas da
Aplicações das Leis de Newton visão • Instrumentos ópticos
Trajetórias curvilíneas Princípios da ondulatória
9 Decomposição de forças • Trajetórias curvilíneas • Movimentos ondulatórios • Pulso ondulatório •
Forças fictícias Estudo sobre as ondas
Trabalho e Potência
Fenômenos Ondulatórios
Trabalho mecânico • Trabalho da força peso •
10 Reflexão de ondas • Refração de ondas • Interferência de
Trabalho da força elástica • Teorema da Energia cinética •
ondas • Difração de ondas
3 Potência e rendimento
Energia Mecânica
Ondas estacionárias
11 Trabalho mecânico e energia • Energia mecânica •
Ondas estacionárias • Equação de Taylor
Sistemas conservativos • Sistemas dissipativos
Gravitação Universal Acústica
12 Modelos planetários • Leis de Kepler • Ondas sonoras • Qualidades fisiológicas do som •
Lei da gravitação universal • Aplicações Fenômenos acústicos
Cordas sonoras
Dinâmica Impulsiva
13 Ondas estacionárias e ressonância • Estudo das cordas
Impulso • Momento Linear • Teorema do impulso
sonoras • Instrumentos de cordas
Tubos sonoros
Colisões
Ondas estacionárias e ressonância •
14 Princípio da conservação do momento linear •
Tubos sonoros fechados • Tubos sonoros abertos •
Tipos de colisões • Energia em colisões
4 Instrumentos de tubos
Introdução à estática
Efeito Doppler
15 Centro de massa e centro de gravidade • Estática de
Efeito Doppler • Aplicações do Efeito Doppler
ponto material • Equilíbrio de forças
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Movimentos oscilatórios
Torque
16 Movimento harmônico simples • Analogia MCU e MHS •
Torque • Condições de equilíbrio • Alavancas
Dinâmica do MHS • Pêndulo simples

XIV

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Material
do aluno
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Conheça seu livro
Cada módulo deste livro está organizado em seções específicas e comuns a todas as áreas do conhecimento.
Conheça agora as principais seções e tópicos de seu livro.

Abertura
A proposta da página de abertura é ativar seus
conhecimentos prévios, ou seja, o que você já sabe ou
observa no seu cotidiano.

Os principais assuntos tratados no módulo.

Aperte o play!
Essa seção apresenta uma proposta de atividade, lei-
tura ou reflexão que serve de ponto de partida para
novos saberes.

Apresentação dos conceitos e conteúdos relevantes


O Ensino Médio é uma etapa de consolidação e sistematização de seus conhecimentos. Assim, essa parte do
material apresenta o desenvolvimento da informação e do conteúdo sobre o assunto estudado.

Nessa coluna há informações


adicionais sobre o assunto que
está sendo estudado. Também
há biografias, propostas de re-
flexão e de debate e glossário.

As imagens, fotos e mapas são


acompanhados de legendas e
ajudam na compreensão do
tópico estudado.

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Atividade final
A atividade final propicia a aplicação dos conceitos e, em muitos casos,
leva à reflexão, à análise ou à construção de novos saberes. Dependendo da
disciplina, também pode haver propostas de trabalho coletivo com objetivo
de estimular a interação com a comunidade em que se vive. Os títulos sem-
pre aparecem com o nome da disciplina e uma palavra que indica a conexão
que está sendo feita: sociedade, empreendedorismo, cultura, tecnologia.

Questões
As questões no final de cada módulo têm como objetivo desenvolver um
conjunto de capacidades e habilidades referente ao assunto do módulo, re-
quisito indispensável nas avaliações de provas oficiais, como as do Enem.

Resolvidos
O objetivo dessa seção é que as questões sirvam como referência/
modelo para que você possa realizar um estudo/resolução das ques-
tões propostas de forma autônoma.

Praticando
Essas questões constituem uma base para você fixar os conceitos
básicos do conteúdo.

Desenvolvendo habilidades
Aqui você encontra exercícios fundamentalmente do Enem e, em ge-
ral, as questões dos últimos anos. Em alguns casos, também há tes-
tes de universidades que preservam a forma de cobrança do Enem.

Complementares
São exercícios que você pode fa-
zer em casa, como tarefa e como
forma de estudo autônomo.
Nesse grupo, as questões estão
classificadas em três categorias:
Conexões, Desafio e Discursiva.

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CONHEÇA OS RECURSOS

DIGITAIS
PLATAFORMA ADAPTATIVA
ENTENDEU A AULA DE HOJE?
A plataforma adaptativa permite que você resolva exercícios encaminhados
pelo professor e revise o conteúdo visto na semana. Veja como é fácil:

Selecione a disciplina disponível e resolva


os 4 exercícios propostos na plataforma.

Caso seu desempenho esteja abaixo


Acesse o site ava.sae.digital
do esperado, você deverá assistir a
e insira seu login e senha.
2 uma videoaula sobre o conteúdo.

1 3
Após assistir à videoaula, 3 questões
4 deverão ser respondidas para finalizar
a tarefa e verificar seu aprendizado.

COMO VOCÊ E SUA FAMÍLIA ACOMPANHAM SEU DESEMPENHO?

Quando alguma atividade da plataforma adaptativa for agendada, aluno e responsável serão comunicados
por meio de um aplicativo. Além de enviar um lembrete da tarefa ao aluno, essa ferramenta permite ao
responsável o acompanhamento, em tempo real, do desempenho do estudante e o momento em que o
exercício é concluído.

As notificações serão enviadas quando:


Dmi T; Omelchenko; photka; Gts; GCapture/Shutterstock

• uma atividade for encaminhada; • Acesse a Play Store (Android) ou a App


Store (IOS) de seu smartphone e faça o
• restarem 24 horas para o encerra-
download do aplicativo SAE NOTIFICA.
mento do período para a atividade;
• No aplicativo, insira seu login e senha
• os exercícios forem resolvidos;
(aluno e responsável, conforme cadas-
• a tarefa não foi realizada. tro da escola).

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ARRASE NO ENEM
Quer acessar centenas de aulas para arrasar no ENEM?
Acesse a plataforma adaptativa com seu login e senha e clique em ARRASE NO ENEM. Você vai
encontrar inúmeras videoaulas com conteúdo completo para o ENEM.
E não acaba aí!
Você poderá contar com roteiros de estudos em formato PDF presentes em cada videoaula disponível.
Também é possível acessar as aulas pelos QRcodes presentes nas aberturas dos módulos.

SAE QUESTÕES
O QUE O ENEM ESTÁ AVALIANDO?
Com o aplicativo SAE QUESTÕES você poderá aprimorar seus estudos solucionando as questões
presentes nas edições da avaliação do ENEM.

TEMAS DA ATUALIDADE
Acessando o item “Atualidades” do aplicativo, é possível acompanhar o canal “DOBRADINHA SAE”, que traz,
semanalmente, um professor de redação juntamente com um professor de outra disciplina debatendo
temáticas da atualidade e dando dicas e sugestões de como escrever e estruturar uma boa redação.

QRCODE NAS QUESTÕES ENEM


As questões do ENEM possuem QR codes. Depois de resolver essas questões, confira o vídeo com a resolução
comentada. Para isso, acesse o item “Leitor QRcode” do aplicativo e posicione a câmera de seu smartphone em frente ao
código da questão. Para ter acesso a esse recurso, basta:

1. Baixar o aplicativo SAE QUESTÕES, disponível na Play Store (Android) e também


na App Store (IOS).

2. Fazer um cadastro informando um e-mail válido e elaborar uma senha de acesso.

SIMULADOR – TABELA PERIÓDICA

Em consonância com o Ano Internacional da Tabela


Periódica dos Elementos Químicos, declarado
pela ONU, apresentamos como Objeto Digital um
simulador da Tabela Periódica, que possibilita ao
aluno e ao professor interagirem de forma dinâmica
e interativa com os 118 elementos químicos.

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Organize seu estudo
O Ensino Médio é uma importante etapa de sua for- Outra etapa essencial para seu estudo autônomo
mação escolar e educacional, com a qual o SAE irá ajudá- ocorre fora da escola: em casa ou em outro ambiente
-lo a se desenvolver em diferentes dimensões ao longo destinado a esse fim. Para esses momentos, aconselha-
dos três anos que estaremos juntos. -se uma série de atitudes que poderão ser ajustadas e

No entanto, vale salientar que nessa fase é muito proporcionarão um aproveitamento ideal do seu tempo

importante desenvolver um método de estudo. As ha- e energia.

bilidades a serem desenvolvidas e os conhecimentos a O local de estudo deve ser tranquilo e silencioso. Para
serem adquiridos e consolidados serão mais facilmente que a sua concentração e a retenção do que se estuda
obtidos com uma metodologia de apoio e uma estratégia sejam maiores. Evite sons, música, televisão ou quais-
de estudo, estabelecidas conforme suas características quer outras distrações. Embora não pareça, essas inter-
de disponibilidade de tempo, preferências por horários, ferências podem atrapalhar, e muito, sua concentração.
entre outras variáveis. Para quaisquer áreas do conhecimento, inicie seu es-
Há diferentes formas de organizar seu tempo para tudo com uma rápida revisão do que foi desenvolvido
estudar além daquele em que você está na sala de em sala de aula, tanto recorrendo ao seu material do sis-
aula com seus professores e colegas. Há quem prefi- tema SAE, quanto às anotações feitas em seu caderno.
ra estudar assim que chega em casa (ou no ambiente Dedique alguns minutos a isso. Em seguida, cumpra as
destinado ao estudo), enquanto outros preferem ocu- atividades passadas pelos professores: as pesquisas da
par-se com outras atividades e iniciar o estudo indivi- seção de fechamento dos capítulos (se houver) e, princi-
dual mais tarde. É uma opção pessoal. palmente, os exercícios propostos. Procure fazer todas

Entretanto, há determinadas atitudes que pode- as questões ou atividades, pois a quantidade deles é

rão ajudá-lo, independente de quaisquer variáveis. programada para que haja a fixação dos conteúdos.

Inicialmente, observe sua postura em sala de aula, du- O tempo de estudo também é muito importante.
rante os trabalhos feitos em classe. Procure destinar ao menos meia hora de estudo em casa

Ao iniciar as aulas, faça um “aquecimento” do conteú- para cada aula dada em sala de aula. Com isso, os con-

do: enquanto o professor prepara o ambiente de traba- teúdos a serem estudados não se acumulam e você evita

lho, realize uma rápida leitura daquilo que será exposto trabalhos mais intensos e desgastantes nas datas que an-

na aula. Isso o ajudará a entender melhor os conteúdos tecedem as avaliações.

e a sequência de ideias. Além disso, recomenda-se usar Lembre-se de que método de estudo é algo desen-
um caderno de anotações. Anotar os apontamentos volvido individualmente e pode passar por ajustes.
feitos pelo professor é indispensável para seu estudo Contudo nada substitui o trabalho feito pelo aluno so-
posterior. mado àquele desenvolvido na escola.

Bom estudo!

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FÍSICA
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FRENTE A
Introdução à Física ...................................................316

Introdução à cinemática escalar .......................325

Movimento uniformemente
variado (MUV) .............................................................335

Cinemática vetorial..................................................345
HABILIDADES
• Caracterizar causas e/ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,
objetos ou corpos celestes.
• Identificar diferentes formas e linguagens para representar movimentos,
como trajetórias, funções e linguagem discursiva.
FRENTE B
• Prever situações cotidianas que envolvam movimentos de velocidade
constante.
Fundamentos da óptica geométrica ...............357
• Classificar movimentos segundo características comuns, como trajetória e
variação de velocidade.
• Analisar um movimento uniformemente variado por meio do gráfico
representativo.
Reflexão luminosa I .................................................369
• Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagens
e representações usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem Reflexão luminosa II ................................................379
simbólica.
• Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso
comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas. Refração luminosa I .................................................391

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V/
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Le
Notação

Introdução à Física
científica,
ordem de
grandeza e
algarismos
significativos

Um pouco de história... • Grandezas físicas e unidades de medida • Divisões da Física •


Alguns aspectos mais técnicos... • Algarismos significativos

APERTE O PLAY
Um dragão em minha garagem
Qual a primeira arma de um cientista? Equipamentos de última geração? Técnicas futuristas?
Não! É o ceticismo e a vontade de descobrir.
Estudar e buscar respostas. Mas, e quando as pessoas lhe apresentam um problema que não querem que
você solucione? E quando você apresenta diversos meios de testar as alegações, mas é impedido? A teoria do
“dragão na garagem” ilustra muito bem isso… [...]
Professor, nesta etapa é interessante deixar
os estudantes trazerem suas concepções
prévias sobre o assunto para poder corrobo-
rar com o que será visto daqui para frente.
(SAGAN, C. Um dragão em minha garagem. In: O mundo assombrado
pelos demônios. Companhia de Bolso, 2010. Fragmento.)

1. Nessa história o autor conta que há um dragão em sua garagem. A fim de comprovar essa afirmação, quais
testes você desenvolveria para visualizá-lo? Lembre-se de que ele é invisível.
No texto há testes como borrifar tinta no dragão, jogar trigo no chão para encontrar pegadas, usar um detector de calor para verificar as chamas

provenientes da boca do dragão, entre outros.

2. O dono da garagem diz que o dragão, além de invisível, possui uma chama sem calor, flutua e é incorpóreo,
ou seja, sem corpo material. Algum outro teste poderia ser executado com essas condições?
Com as soluções dos alunos, separe aquelas que não podem ser testadas com essas novas condições. Depois pode criar argumentos que

impeçam de realizar esses testes.

3. Para o autor, como podemos classificar algo como científico? Como essa história ilustra o conceito de
pseudociência?
O texto indica que a ciência é um conjunto de conhecimentos passíveis de testes concretos e objetivos. Já na pseudociência é

adotado um comportamento de fuga, de forma a inviabilizar esses testes.


Yuriy Mazur/Shutterstock

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316 FIS A

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Um pouco de história...
Para definir Física e seus objetos de estu- Professor, sugira aos estudantes nomes de

Nicku/Shutterstock
cientistas que contribuíram para o desen-
dos, é preciso olhar um pouco para a histó- volvimento da Física. É interessante propor
ria. Você já ouviu falar de Aristóteles, Galileu, trabalhos em grupos, com apresentações
Kepler ou Newton? Esses foram alguns dos e seminários sobre os grandes pensadores
da ciência.
grandes nomes que levaram a Física a ser a Nesse momento, poderão ser retomadas
ciência consolidada que é hoje. as questões iniciais e feita uma relação
com as concepções previamente levanta-

Aristóteles (384-322 a.C.) das no começo do módulo.

Apesar de escrever trabalhos em diversas


áreas, vamos estudar sua contribuição para a
Física, que nessa época não tinha esse nome.
Por estudarem a natureza e seus fenôme- » Galileu Galilei – físico, matemático,
nos, filósofos como Aristóteles eram chama- astrônomo e filósofo – foi uma figura
importantíssima na revolução científica,
dos de filósofos da natureza. A palavra física deixando contribuições que serviram
vem do grego φύσις (Physis), que significa de base para o desenvolvimento da
natureza. Mecânica (parte da Física que estuda os
movimentos).
As teorias de Aristóteles praticamente
desapareceram da Europa durante boa par-
te da Idade Média. Só a partir do século XII
houve um renascimento de suas ideias na
Europa, que influenciaram profundamente
Johannes Kepler (1571-1630) Pesquise
Proposta de pesquisa
De origem alemã, Kepler também contri-
o pensamento cristão e foram responsáveis Você se recorda do nome Faraday?
buiu para o desenvolvimento da Física, prin- E Maxwell? Talvez Ampère?
pelo começo da ciência moderna. Era tão re-
cipalmente com seu modelo de movimento Einstein?
verenciado que poucos ousavam contestá-lo.
planetário. Faça uma pesquisa sobre esses e
Entre suas contribuições, constam as seguin- outros físicos indicados por seu
tes: corpos pesados caem mais rápido que professor. Conhecer os principais
representantes da Física vai ajudá-lo
corpos leves; só há movimento se houver for- a entender os conceitos a serem
Nicku/Shutterstock

ça; a Terra era o centro do Universo e todos os estudados.


planetas e estrelas (inclusive nossa estrela, o Nessa pesquisa:
Sol) giravam em torno dela. • Elabore uma pequena biografia
sobre o pesquisado (onde
nasceu, viveu, estudou, traba-
lhou etc.).
• Liste as principais contribuições
MidoSemsem/Shutterstock

e descobertas de cada um.

» Kepler, astrônomo e matemático alemão,


fez contribuições importantíssimas para a
revolução científica do século XVII. Ficou
conhecido na Física por suas leis empíri-
cas sobre os movimentos planetários.

Isaac Newton (1643-1727)


Georgios Kollidas/Shutterstock

Físico inglês que formulou as leis dos mo-


vimentos, as quais serão estudadas adiante.
» Aristóteles, pensador e filósofo grego, foi aluno de Física é a ciência que estuda a natureza.
Platão e professor de Alexandre, o Grande. Fez estu-
dos em diversas áreas, como natureza, Astronomia,
Por meio dela, é possível explicar fenômenos
metafísica, poesia, teatro, música e Direito. naturais, aprimorar nosso entendimento so-

Galileu Galilei (1564-1642) bre o Universo em que estamos inseridos e


melhorar nossa qualidade de vida com desen-
Foi uma das primeiras pessoas a formular volvimentos tecnológicos. Ela não é resultado
teorias que contradiziam as ideias de do trabalho de uns poucos heróis, mas de
» Gravura de Newton publicada na enci-
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Aristóteles. Como seu método de combinar uma vasta comunidade que continua a apri-
teoria, matemática e experiências é muito morar esses conhecimentos, já que o cons- clopédia do Reino Unido, 1837.
semelhante ao usado hoje, Galileu pode ser tante aperfeiçoamento está na essência do
considerado o pai da ciência moderna. método científico.

FIS A 317

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Grandezas físicas e unidades de medida
Já percebeu que usamos quantidades o
Grandeza Unidade Símbolo
tempo todo? Se você for ler uma receita para
fazer um bolo, por exemplo, poderá encon- Comprimento metro m
trar: 2 xícaras de açúcar, 3 xícaras de farinha
Massa quilograma kg
de trigo, 3 ovos, e assim por diante.
Tempo segundo s
Você já deve ter visto o velocímetro de um
carro, certo? E o que ele marca? Velocidade. Corrente elétrica ampere A
Essa velocidade é dada por números acom-
Temperatura
panhados de uma unidade, por exemplo: kelvin K
termodinâmica
30 km/h (lê-se: trinta quilômetros por hora).
Esses são alguns exemplos em que grandezas Quantidade de
mol mol
físicas aparecem em nosso cotidiano. Antes matéria
Saiba mais
de continuarmos, responda: você consegue Intensidade
Outras unidades de medida pensar em outros exemplos? Quais? candela cd
luminosa
O cúbito, que é a distância do coto-
velo à extremidade do dedo médio,
Aquilo que pode ser quantificado (me-
já foi uma das unidades de medida dir quantidade) é grandeza física, por exem- As grandezas físicas podem ser organi-
mais populares. Porém, diferentes plo: comprimento (qual sua altura?), massa zadas em duas categorias: escalares e ve-
pessoas têm diferentes tamanhos
de cúbito. Para resolver esse (já mediu sua massa hoje?), tempo (quanto toriais. A primeira precisa de apenas um
problema, o faraó Djer (~3000 a.C.) tempo dura esta aula?). Para cada uma des- número real acompanhado de sua respectiva
estabeleceu o cúbito real, com base sas grandezas existem unidades de medida
na medida de seu próprio braço. Foi unidade; a segunda, de módulo (valor), dire-
a primeira tentativa conhecida de correspondentes. ção (em que rumo está?) e sentido (para onde
estabelecer um padrão de medida. aponta?). Discutiremos mais a grandeza veto-
Observe a seguir algumas grandezas físi-
Entretanto, os valores do cúbito va-
riavam em vários lugares do mundo cas e suas respectivas unidades de medida no rial nos módulos seguintes; por ora basta sa-
antigo. Durante a maior parte da Sistema Internacional (SI). ber de sua existência.
história essa foi a regra, diferentes
regiões e culturas terem suas pró-

Divisões da Física
prias unidades de medida. As mais
conhecidas são as antigas unidades
de medidas inglesas, como o pé, a
polegada e a jarda, que, embora os
ingleses tenham substituído pelo A Física pode ser dividida em diferentes movimento, campo gravitacional, ondulatória e
sistema métrico, ainda são usadas
nos Estados Unidos. campos de estudo. som.
A Mecânica estuda objetos macroscópicos A Termodinâmica estuda a energia em
SAE DIGITAL S/A

A Jarda
a partir de seu estado de movimento ou ausên- trânsito (calor), suas propriedades e suas
cia de movimento por meio da cinemática. As transformações. Alguns conceitos estudados
O Braço O Passo causas do movimento são estudadas com base por essa área são: calor, temperatura, pres-
nos conceitos de dinâmica. A Mecânica também são, volume, energia, entalpia, entropia, ca-
estuda corpos em equilíbrio por meio da estáti- pacidade térmica e calor específico.
ca. Alguns conceitos estudados por essa área O Eletromagnetismo estuda a união da
» Os padrões de medidas eram são: referencial, trajetória, velocidade, eletricidade e do magnetismo. Alguns con-
estabelecidos com base no aceleração, força, trabalho, quantidade de ceitos estudados por essa área são: carga
corpo do rei.
elétrica, corrente elétrica, condutividade elé-
let
romagnetis trica, campo elétrico, permissividade elétrica,
potencial elétrico, resistência elétrica, capa-
m
E

ân
Mec ica Óptica
citância, indução eletromagnética, radiação
eletromagnética, campo magnético e fluxo
magnético. A luz, mesmo sendo uma onda
rmodinâmic Acústica
Te eletromagnética, é alvo de estudo da Óptica.
a

A Física Moderna surgiu em meados do


aad/Shutterstock

século XIX. Como exemplos de estudos nes-

at
éria
Conde
ns
Física Rel
atividad
e
sa área, temos: a Relatividade, que estuda
fenômenos em relação a referenciais iner-
M

ad
d A. S

ciais e não inerciais em altas velocidades; e a


a

Mecânica Quântica, que aborda objetos de


Fou

ica Nuclea ofísica


Fís r Astr dimensões atômicas e subatômicas.
ânica Quânt
EM19_1_FIS_A_01

ec A Física de partículas é contemporânea e


» A Física tem uma gama de estu-
M

ica

estuda partículas elementares às altas energias.


dos bastante ampla e, em virtude Nessa área, buscam-se a constituição da maté-
das particularidades de cada estudo,
divide-se em áreas. ria e da radiação e produtos de sua interação.

318 FIS A

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Alguns aspectos mais técnicos...
Como Matemática é a linguagem da Física, Podemos colocar o termo exponencial em Reflita
é preciso conhecer algumas definições. Alguns evidência, desta forma: Atualmente, encontrar informações
números são bem pequenos ou muito gran- (45,64 + 3,781) · 102 = 49,421 · 102 é uma tarefa fácil. A internet, por
exemplo, traz inúmeras possibili-
des, por exemplo: a massa da Lua é igual a
Em notação científica: 4,9 · 103 dades de pesquisa. E é justamente
73 600 000 000 000 000 000 000 kg, ao passo por essa facilidade de obter infor-
que a massa de um elétron é aproximadamente Esse procedimento também deverá ser se- mações que devemos desenvolver
0,000000000000000000000000000000911 kg. guido se a operação for de subtração. um senso crítico apurado. Devemos
sempre questionar informações
Já pensou se toda vez que fôssemos fazer um novas e lembrar que a ciência, além
cálculo envolvendo esses tipos de objetos ti-
véssemos de escrever todos esses algarismos?
Multiplicação de ser movida pela curiosidade, tem
o crivo do método científico.
Multiplicam-se os dígitos normalmente,
Por isso escrevemos esse número em uma for-
ao passo que os expoentes das potências de
ma especial, chamada de notação científica,
dez são somados. Acompanhe o exemplo.
que torna tudo mais simples.
(4,0 · 105) · (1,5 · 10 -2) =

Potência de dez = (4,0) · (1,5) · 10 (5+(-2)) =

Recurso utilizado para facilitar a escri- = 6,0 · 103


ta e a leitura de algumas grandezas. Veja os
exemplos. Divisão
2 800 m = 28 · 102 m = 280 · 101 m Dividem-se os dígitos normalmente, ao
0,1 g = 1 · 10 –1 g passo que os expoentes das potências de dez
Massa da Lua: 7,36 · 1022 kg são subtraídos. Acompanhe o exemplo.
Massa do elétron: 9,11 · 10 –31 kg 5, 0 ⋅ 105 5, 0
= ⋅ 10(5 − 2) = 2 ⋅ 103
2, 5 ⋅ 102 2, 5
Notação científica
(ou exponencial) Potenciação
Tem o intuito de expressar números mui- Eleva-se o dígito normalmente, ao passo
to grandes ou bem pequenos. Trata-se de um que o expoente da potência de dez é multipli-
padrão da escrita de números em potências cado pela potência da expressão. Acompanhe
de dez. o exemplo.

N · 10 n (5,0 · 103)2 =
= 5,02 · 10 (3 · 2) =
Em que
= 25,0 · 10 6
N: mantissa ou coeficiente (número entre
Em notação científica: 2,5 · 107
1 e 9,999...)
10 n: termo exponencial (em que n é núme-
ro inteiro) Ordem de grandeza (OG)
Como você pode observar, escrito dessa Ordem de grandeza de um número é o
forma, tudo fica mais simples. valor em potência de dez mais próximo do
 Exemplos: valor exato.
241 = 2,41 · 102
Define-se a ordem de grandeza de um
0,057 = 5,7 · 10–2
número M qualquer a partir de sua escrita
em notação científica (M = N · 10n) da se-
Operações com potências de dez guinte maneira:
Se N  10  3,16 ⇒ OG (M) = 10n
Adição e subtração
Se N  10  3,16 ⇒ OG (M) = 10n+1
Para realizar essas operações, deve-se,
primeiramente, deixar os termos em mesma Acompanhe os exemplos.
potência de dez e, posteriormente, realizar a OG (2 900) = OG (2,9 · 103) = 103
soma ou a subtração dos termos dígitos. (pois 2,9 é menor que 3,16)
Acompanhe o exemplo. OG (57 000) = OG (5,7 · 10 4) = 105
EM19_1_FIS_A_01

jiris/Shutterstock

(4,564 · 10 ) + (3,781 · 10 ) =
3 2 (pois 5,7 é maior que 3,16)

= (45,64 · 102) + (3,781 · 102)

FIS A 319

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Curiosidade
Múltiplos e submúltiplos denomina-se dispersão de medidas e pode
ser ocasionada pelos erros associados às me-
decimais das unidades do SI
Shutterstock
didas. Em geral, os erros podem ser divididos
como grosseiros, sistemáticos e acidentais.
Definem-se por meio da utilização de prefixos.

Prefixo Símbolo Valores Potência Erros grosseiros


tera T 1 000 000 000 000 1012 Acontecem por descuido ou despreparo
giga G 1 000 000 000 109 do experimentador ou por algum defeito ca-
mega M 1 000 000 106 sual dos instrumentos de medidas. Exemplos:
erro de leitura (ler um valor em lugar de outro),
quilo k 1 000 103
erros de cálculos, má utilização dos instrumen-
hecto h 100 102
tos, erros de paralaxe (quando o instrumento
Na imagem, a cientista faz deca da 10 101
experimentos com lasers em um de ponteiro é visualizado sem visão perpendi-
laboratório de Óptica. Os dados do 1 cular do observador) etc.
experimento terão análise de erros
posteriormente, pois não existem deci d 0,1 10–1
medidas sem erros quando se trata
de experimentação.
centi c 0,01 10–2 Erros sistemáticos
mili m 0,001 10–3 Têm como característica ocorrer com um
micro µ 0,000001 10–6 desvio sempre para o mesmo sentido. Com
nano n 0,000000001 10–9 isso, os valores são sempre próximos nas
pico p 0,000000000001 10–12 várias medidas realizadas. Somente são per-
cebidos quando se comparam os resultados
com os obtidos por meio de outro aparelho

Professor, incentive a discussão sobre me-


Experimentos em Física de medida. Esses erros podem ser associados
às imperfeições dos instrumentos de medi-
didas que os estudantes estão acostuma- No decorrer das aulas de Física, talvez
dos em seu cotidiano. Peça, por exemplo, das, calibração do instrumento, da metodo-
você seja convidado a realizar alguns expe-
para medirem a sala de aula ou a carteira logia utilizada ou mesmo do experimentador.
utilizando o que tiverem à disposição rimentos ou mesmo analisá-los por meio de
(canetas, lápis, borracha, o próprio palmo, exercícios específicos. Lembre-se de que não
dedos etc.), depois instigue-os a comparar
suas medidas, destacando a importância
existe medida sem erros. Erros acidentais
dos padrões de medida. É comum, ao realizarmos várias medi- Não há um motivo aparente. Podem ocor-
das em um experimento, obtermos valores rer com qualquer nível de experimentador:
diferentes para cada uma. Essa diferença do iniciante ao experiente.

Algarismos significativos
Ao realizar a medida de uma grandeza,  Exemplos:
limita-se a precisão do instrumento utilizado. • 0,032 m (2 significativos)
Os algarismos significativos de uma medida
• 20,0s (3 significativos)
são os algarismos corretos mais o primeiro
tock

algarismo duvidoso. Está relacionado à me- • 0,6701 kg (4 significativos)


hutters

nor divisão do medidor do instrumento. • 4 · 102s (1 significativo)


Por exemplo, ao usar uma régua para me-
ngel/S

• 2,00 · 104 m (3 significativos)


dir uma caneta, obtém-se o valor um
Aleksa

O resultado da soma de dois números


pouco maior que 9 cm, olhando com um
pouco mais de atenção fica-se entre deve conter apenas 1 algarismo duvidoso, por
9,2 cm e 9,3 cm; outra pessoa utilizando exemplo: 7,43 m + 3,918 m = 11,35 m.
a mesma régua diz obter o valor de O resultado de uma multiplicação ou di-
9,275. Esse último valor não faz senti- visão não deve ultrapassar a sensibilidade
do, pois já havia dúvida entre 2 e 3, de qualquer das medidas, por exemplo:
imagine depois... isso acontece porque 2,35 m · 3,1 m = 7,3 m2.
a menor divisão da régua é o milíme- Algumas equações apresentam constantes
tro, portanto só faz sentido falar em que não devem ser levadas em consideração
uma casa depois da vírgula para nas operações com algarismos significativos.
esse instrumento. Em geral essas regras não são definidas com
EM19_1_FIS_A_01

O número zero não será signifi- rigor absoluto. Deve-se ter bom senso para evi-
cativo quando estiver à esquerda tar perda de tempo com operações envolvendo
de significativos, e as potências algarismos que não tenham nenhum significa-
de dez não são significativas. do físico.

320 FIS A

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FÍSICA & CULTURA

De disquete a SSD: veja a evolução no armazenamento de dados


Quem não se lembra dos extintos disquetes? Os discos de 1,44 MB, que antes transportavam
diversas informações, não suportariam mais nem uma foto tirada com um celular de hoje.
Disquete: [...] No final dos anos 80, o disquete chegou a uma capacidade de 1,44 MB, um avanço para a
época. [...]
CD e DVD: [...] Com capacidade de armazenamento de até 700 MB, os CDs armazenam todo o tipo de
informação, ganhando uma função de dispositivo de backup. Já os DVDs foram criados alguns anos depois,
com capacidade de 4,7 GB de espaço.
Cartão de memória: Os cartões de memória apareceram no final dos anos 1990. Eles contêm memória
flash NAND, não volátil [...]. Com capacidade de armazenamento variada, são muito utilizados em celulares
e câmeras fotográficas.
Pen drive: O pen drive dispõe da conexão USB (universal serial bus) que hoje está presente na maioria
dos equipamentos modernos, facilitando a transmissão de arquivos e informações. É comum encontrarmos
pen drives de até 1 TB.
Disco rígido: O armazenamento em disco rígido é baseado em uma mídia magnética na qual a informa-
ção é lida e gravada magneticamente na superfície do disco. Presente em computadores em geral, tem uma
capacidade de até 14 TB.
SSD: O SSD é composto por memória NAND, assim como os cartões de memória e pen drives. Com um
alto preço, é possível encontrar um SSD com capacidade de armazenamento de até 30 TB.

(Disponível em: <www.terra.com.br/noticias/tecnologia/inovacoes-tecnologicas/de-disquete-a-ssd-veja-a-evolucao-no-


armazenamento-de-dados,7fae95ee83228410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html>. Acesso em: 16 ago. 2018. Adaptado.)

1. Qual é a diferença do armazenamento de HD magnético e uma memória do tipo SSD? Quais são as van-
tagens do SSD?
Os HDs magnéticos têm suas informações armazenadas pela ação de campos magnéticos em um disco de estado sólido. Já os SSDs arma-

zenam informações em chips, de forma mais rápida e eficiente. Os HDs não podem sofrer choques ou serem submetidos a outros campos

magnéticos, pois perdem as informações armazenadas.

2. Qual é diferença numérica de armazenamento de um antigo disquete para um HD de 1 terabyte? Quantos


“disquetes” poderiam ser armazenados em um pen drive de 1 GB?
Sabemos que 1 terabyte corresponde a · 1012 byte e 1,44 MB corresponde a 1,44 · 106 byte. Então o armazenamento de HD é pelo menos um
» Atualmente há várias formas de
milhão de vezes maior que o do disquete. Comparando com o pen drive de 1 GB (106 bytes) temos:
armazenamento. Além do uso de
1 disquete – 1,44 · 106 bytes
pen drives e HD externo, é comum
x – 109 bytes
o armazenamento em “nuvem”, em
que os dados ficam disponíveis por
Assim, o número aproximado de disquetes para lotar um pen drive de 1 GB seria de 695. meio da internet.
Poravute Siriphiroon/Shutterstock
EM19_1_FIS_A_01

FIS A 321

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 321 10/09/2018 13:40:52


6. (Cesgranrio) O fumo é, comprovadamente, um vício prejudicial
Resolvidos à saúde. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, um
fumante médio, ou seja, aquele que consome cerca de 10 cigarros
1. Calcule 6,92 · 102 + 4,08 · 10–1. por dia, ao chegar à meia-idade terá problemas cardiovasculares.
A ordem de grandeza do número de cigarros consumidos por este
 Solução:
fumante durante 30 anos é de
6,92 · 102 + 4,08 · 10–1 = 692 + 0,408 = 692,408 a) 104.
2. Reescreva os números a seguir em notação científica e determine b) 105.
a sua ordem de grandeza. c) 106.
a) 50 200 d) 107.
b) 0,0000679 e) 108.
c) 0,01  Anotações:
 Solução:
Por ano:
a) 50 200 = 5,02 · 104; OG (5,02 · 104) = 105
b) 0,0000679 = 6,79 · 10–5; OG (6,79 · 10–5) = 10–4 365 · 10 = 3 650 cigarros.

c) 0,01 = 1 · 10–2; OG (1 · 10–2) = 10–2 Em 30 anos:

3. Efetue: 30 · 3 650 = 109 500 cigarros.


a) 2 GHz + 350 MHz
≈ 1,1 · 105 cigarros
b) 5,2 · 102 mg – 0,5 g
c) 0,7 cm · 45 mm 7. Dois estudantes de Física precisam medir no laboratório a acele-
ração da gravidade por meio do período de um pêndulo simples.
 Solução:
Para isso, montam um pêndulo simples como o da figura.
a) 2 GHz + 350 MHz = 2 GHz + 0,35 GHz = 2,35 GHz
b) 5,2 · 102 mg – 0,5 g = 520 mg – 500 mg = 20 mg
c) 0,7 cm · 45 mm = 0,7 cm · 4,5 cm = 3,15 cm2

Praticando L

1. Relacione os campos de estudo da Física com alguns de seus


objetos de estudo.
a) Mecânica ( D ) Objetos quânticos.
b) Termodinâmica ( A ) Carro acelerando em curva. ≅ 5 cm
c) Eletromagnetismo ( B ) Medir a temperatura com
d) Física Moderna termômetro.
( C ) Ímãs e bússolas. Os estudantes realizam as medidas do comprimento diversas
2. Quantos algarismos significativos têm os seguintes valores? vezes, inserem os resultados em uma tabela e, então, calculam a
a) 235,06 Possui 5AS c) 30 000 Possui 5AS média. Eles também medem o período do pêndulo algumas vezes,
seguindo o procedimento anterior. Por fim, realizam os cálculos
b) 0,00014 Possui 2AS d) 5200,00 Possui 6AS
associados e chegam a um valor diferente do que esperavam.
3. Relacione: Seu professor explica que devem considerar os erros associados.
a) 1 hm = 105 mm d) 1 GHz = 109 Hz a) Quais medidas devem conter erros?
b) 1 L = 106
mm3 e) 1 ton = 108 cg Devem ser consideradas as medidas associadas ao comprimento do fio e à medição
c) 10 m2 = 1019 nm2 f ) 1 TW = 1024 pW
do período do pêndulo. Também deve ser considerado o valor calculado com esses
4. Obedecendo às operações com algarismos significativos, calcule:
valores.
a) 52,79 + 105
158 (157,79) b) Como considerar esses erros?
b) 1,23 · 4,321 É preciso descobrir a resolução mínima da régua utilizada para as medições, sabendo-

5,31 (5,31483)
-se assim o erro associado a ela. Também podem ter ocorrido erros de paralaxe. Outro
3, 21
c) erro associado que deve ser considerado é o do cronômetro, por isso deve-se desco-
4,3 3,21 = 7,5 · 10-1 (0,746511627)
4,3
brir sua resolução mínima e considerar o erro humano associado (tempo de reação).
5. Certo lápis tem uma extensão de 20 cm. Determine a ordem de c) Quais os tipos de erros que podem acontecer em uma medida
grandeza do número de lápis, iguais ao mencionado, necessários qualquer?
para que, enfiIeirados um a um, seja possível alcançar a distância
Terra-Lua (384 mil quilômetros). Podem acontecer erros grosseiros, que envolvem erros de leitura nos instrumentos
EM19_1_FIS_A_01

20 cm = 2 · 10–4 km de medidas, erros de cálculos e erros de paralaxe. Há também os erros sistemáticos,


384 000 / 2 · 10–4 = 192 · 107 = 1,92 · 109 → OG: 109
que se caracterizam por manter valores parecidos ao se realizar novamente as me-

didas, e os erros acidentais.

322 FIS A

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d) A diferença de tempo entre as provas de 100 m do atletismo e
Desenvolvendo Habilidades a de 50 metros do nado livre é de onze segundos e sessenta e
um centésimos de segundo.
1. C5:H19 (UCS) Segundo matéria publicada na “Folha Online Ciência”, e) A volta de classificação da Fórmula-1 é de um minuto, vinte e
de 19 de setembro passado, foram registrados pela primeira vez nove segundos e seiscentos e dezenove centésimos de segundo.
perigos da Nanotecnologia para os seres humanos. Trabalhadoras
4. C5:H18 (PUC-SP) O Solenoide de Múon Compacto (do inglês CMS –
chinesas teriam sofrido danos pulmonares permanentes por expo-
Compact Muon Solenoid) é um dos detectores de partículas cons-
sição por longo tempo, sem proteção adequada, a nanopartículas,
truídos no Grande Colisor de Hádrons, que irá colidir feixes de
em uma fábrica de tintas. Como se sabe, a Nanotecnologia é lar-
prótons no CERN, na Suíça. O CMS é um detector de uso geral,
gamente utilizada na indústria, com emprego, por exemplo, em
capaz de estudar múltiplos aspectos das colisões de prótons a
artigos esportivos, eletrônicos, cosméticos, roupas, desinfetantes,
14 TeV, a energia média do LHC. Contém sistemas para medir a
utensílios domésticos, revestimento de superfícies, tintas e verni-
energia e a quantidade de movimento de fótons, elétrons, múons
zes e também mesmo na Medicina. Pelo seu minúsculo diâmetro,
e outras partículas resultantes das colisões. A camada detectora
entre 1 e 100 nanômetros, as nanopartículas podem ultrapassar
interior é um semicondutor de silício. Ao seu redor, um calorímetro
as barreiras naturais do corpo humano por meio de contato com
eletromagnético de cristais centelhadores é rodeado por um calo-
a pele com problemas ou pela ingestão ou inalação.
rímetro de amostragem de hádrons. O rastreador e o calorímetro
Sendo um bilionésimo de um metro, um nanômetro corresponde a são suficientemente compactados para que possam ficar entre o
a) 1 · 10–6 metros. ímã solenoidal do CMS, que gera um campo magnético de 4 teslas.
b) 1 · 10–9 metros. No exterior do ímã situam-se os detectores de múons. Conside-
c) 1 · 10–12 metros. rando que o campo magnético terrestre sobre a maior parte da
América do Sul é da ordem de 30 microteslas (0,3 gauss), o campo
d) 1 · 109 metros. magnético gerado pelo CMS é maior que o dessa região da Terra,
e) 1 · 106 metros. aproximadamente,
2. C5:H17 (IFPE-2017) No passado, Pernambuco participou ativamente (Dados: 1 microtesla = 1 μT = 10–6 T.)
da formação cultural, étnica, social e, até mesmo, quantitativa da Total weight: 12 500 t
população brasileira. No período colonial, e com a chegada dos Crystal Overwall diameter: 15.0 m
Tracker
portugueses à região, em 1501, o território foi explorado por Gaspar Ecal Overwall length: 21.5 m
de Lemos, que teria criado feitorias ao longo da costa da colônia, Magnetic field: 4 Tesla
possivelmente na atual localidade de Igarassu. A partir daí, a popu-
lação da província só cresceu, porém, mesmo na época da ocupação Preshower
holandesa (1630-1654), os colonos contavam entre 10 e 20 mil
pessoas (não mencionamos aqui o grande quantitativo e mesmo
pouco conhecido de indígenas que habitavam toda a província).
Return Yoke
Hoje, o Brasil possui cerca de 200 milhões de habitantes. Na Física,
expressamos a ordem de grandeza como o valor mais próximo de
Superconducting
uma medida em potência de 10. Em uma estimativa aproximada,
magnet
podemos dizer que a ordem de grandeza do q ­ uantitativo de Forward
­habitantes em nosso país, na atualidade, e de colonos, no período Feet Calorimeter
holandês, são, respectivamente, HCAL Muon chambers
a) 103 e 106. d) 108 e 105.
a) 133 333 vezes. d) 0,01 vezes.
b) 106 e 103. e) 1010 e 106.
b) 1 333 vezes. e) 100 vezes.
c) 108 e 104.
c) 10 000 vezes.
3. C5:H17 (UEL-2011) Analise a tabela a seguir e responda à questão.
5. C5:H17 (Fatec) “Para se ter uma noção do universo nanométrico,
Espaço no qual a dimensão da Física é representada pelo prefixo nano,
Tempo de
Nome da prova percorrido 1 nm equivale aproximadamente ao comprimento de dez átomos
prova
(m) enfileirados. Um nanotubo de carbono tem um diâmetro da ordem
Atletismo corrida 100 9,69s de 10 nm. A dimensão de uma molécula de DNA situa-se na escala
de 100 nm e é pouco menor que a de um vírus. As hemácias, que são
Nado livre 50 21,30s as células vermelhas do sangue, são da ordem de 10 micrômetros
Atletismo corrida 1 500 4min01,63s (10 μm) ou 10 000 nm. O diâmetro de um fio de cabelo pode medir
Nado livre 1 500 14min41,54s cerca de 100 000 nm.”
Volta de classificação de (TOMA, Henrique E. O mundo nanométrico: a dimensão do novo
5 200 1min29,619s século. São Paulo: Oficina de textos, 2004. p.13. Adaptado.)
um carro de Fórmula-1
De acordo com o texto e com as medidas aproximadas, é correto
De acordo com os dados da tabela e os conhecimentos sobre uni- afirmar que
dades e escalas de tempo, assinale a alternativa correta. a) um nanotubo de carbono é cem mil vezes mais fino do que
a) A diferença de tempo entre as provas de 1 500 m do nado livre um fio de cabelo.
e de 1 500 m do atletismo é de dez minutos, quarenta segundos b) são necessários cem mil átomos enfileirados para compor o
e novecentos e dez milésimos de segundo. diâmetro de um fio de cabelo.
b) O tempo da prova de 50 m do nado livre é de vinte e um se- c) na escala mencionada no texto, um micrômetro (1 μm) equivale
gundos e trinta décimos de segundo. a 100 nanômetros (100 nm).
EM19_1_FIS_A_01

c) O tempo da prova de 1 500 m do nado livre é de quatorze d) as hemácias são, aproximadamente, 10 vezes maiores do que
minutos, quarenta e um segundos e quinhentos e quarenta os vírus.
centésimos de segundo. e) o diâmetro de um fio de cabelo tem aproximadamente 100 μm.

FIS A 323

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Assinale a alternativa correta.
Complementares a) Somente as igualdades representadas em 1, 2 e 4 são verda-
deiras.
1. Se um chuveiro elétrico consome 10 L/min de água, qual seria a b) Somente as igualdades representadas em 1, 2, 4 e 5 são ver-
ordem de grandeza de um reservatório, medido em litros, se uma dadeiras.
pessoa quisesse permanecer por até 1 semana podendo tomar
c) Somente as igualdades representadas em 1, 2, 3 e 5 são ver-
banhos diários de 15min sem reabastecimento de água?
dadeiras.
2. (IFSP-2016) Mário sabe que sua caixa-d’água está com problemas. d) Somente as igualdades representadas em 4 e 5 são verdadeiras.
Para a realização do reparo, foi dito a ele que a caixa-d’água deveria
estar, no máximo, com 625 mil centímetros cúbicos de água, o que e) Somente as igualdades representadas em 3 e 4 são verdadeiras.
representa um volume máximo de 7. (Fuvest) Um pedaço de papel tem massa de 0,2785 g. Com uma
a) 62,5 litros. caneta esferográfica, escreve-se uma linha neste papel. Realiza-se
b) 6,25 litros. então nova medida da massa, obtendo-se 0,2789 g.
a) Quantas folhas de papel, de 20 linhas cada, poderão ser escritas
c) 0,625 litros.
com uma caneta de 2 g de carga?
d) 625 litros.
b) Qual a área do pedaço de papel, em cm2, sabendo-se que a
e) 6 250 litros. gramatura (densidade) do papel é 80 g/m2?
3. (UFSM – adap.) Números que assustam: 8. Em um recipiente estão 18 g de água e, portanto, aproximadamente
•• 5,68 bilhões de pessoas vivem hoje no planeta. Na = 6,02 · 1023 moléculas de água. Se por um funil passasse apenas
•• 5,7 bilhões de pessoas eram estimadas para viver no planeta 1 átomo por segundo, quanto tempo seria necessário escoar apenas
hoje. 1 g do recipiente? Dê a resposta em anos.
•• 90 milhões nascem a cada ano.
•• 800 milhões passam fome.
•• 8,5 é a média de filhos por mulher em Ruanda.
•• 1,4% da renda mundial está nas mãos dos 20% mais pobres.
•• 35 milhões de pessoas migraram do hemisfério Sul para o Norte
nas últimas três décadas. (Fonte: ONU)
Atenção: os dados deste exercício estão desatualizados.
De acordo com o texto, os números que representam a quantidade
de pessoas que vivem no planeta, nasce a cada ano e passa fome
são, respectivamente,
a) 568 · 109; 9 · 106; 8 · 106.
b) 5,68 · 106; 9 · 106; 8 · 106.
c) 568 · 107; 9 · 107; 80 · 107.
d) 56,8 · 109; 90 · 109; 8 · 109.
e) 568 · 108; 90 · 106; 80 · 106.
4. (UFF) O Rio Amazonas injeta a cada hora 680 bilhões de litros de
água no oceano. Em volume corresponde a cerca de 17% de toda a
água doce que chega aos oceanos do planeta, no mesmo intervalo
de tempo. Qual a OG desse volume total a cada hora?
5. Um terreno de 1 200 m de largura por 450 m de comprimento vai
ser destinado a um show beneficente. Se a área reservada ao palco
ocupa 50 m2 e estima-se que a acomodação é de 2 pessoas por
metro quadrado, qual é ordem de grandeza da lotação máxima
aproximada desse show?
a) 106
b) 107
c) 108
d) 109
e) 1010
6. (UFPR) Sobre grandezas físicas, unidades de medida e suas conver-
sões, considere as igualdades a seguir representadas.
1. 6 m2 = 60 000 cm2
2. 216 km/h = 60 m/s GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
3. 3 000 m3 = 30 litros de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
4. 7 200s = 2h 2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.
EM19_1_FIS_A_01

5. 2,5 · 105 g = 250 kg

324 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 324 10/09/2018 13:40:53


leu
ng
c ho
pa
n/
Sh
ut
te
rst
oc
k
Introdução à cinemática escalar Movimento
uniforme

Referencial • Ponto material e corpo extenso • Deslocamento escalar e espaço percorrido • Velocidade • Movimento

APERTE O PLAY
Trem de ferro
Café com pão Oô...
Café com pão Quando me prendero
Café com pão No canaviá
Cada pé de cana
Virge Maria que foi isto maquinista?
Era um oficiá
Agora sim Oô...
Café com pão Menina bonita
Agora sim Do vestido verde » A música se refere ao movimento de
Voa, fumaça Me dá tua boca um trem, como o antigo trem cha-
Corre, cerca Pra matá minha sede mado “maria-fumaça”.
Ai seu foguista Oô...

Junior Braz/Shutterstock
Bota fogo Vou mimbora vou mimbora
Na fornalha
Que eu preciso Não gosto daqui
Muita força Nasci no Sertão
Muita força Sou de Ouricuri
Muita força Oô...

Oô... Vou depressa


Foge, bicho Vou correndo
Foge, povo Vou na toda
Passa ponte Que só levo
Passa poste Pouca gente
Passa pasto Pouca gente
Passa boi Pouca gente...
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!

(BANDEIRA, Manuel 1886-1968. Antologia poética. 8. ed. Rio de Janeiro: J. Olympo, 1976.)

• Quais elementos do texto dão a ideia de movimento por parte do trem? Como podemos definir se
algo está em movimento ou não?
Se possível, você pode escutar a música com os alunos durante esta atividade inicial como forma de identificar os elementos de mo-

vimento do texto. A musicalidade e o ritmo seguem um trem em movimento, especialmente pelas frases da terceira estrofe. Depois,
EM19_1_FIS_A_02

discuta com eles como podemos caracterizar se algo está em movimento ou não.

FIS A 325

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 325 10/09/2018 13:40:59


Referencial
Biografia Para medirmos algo, sempre temos um Sabendo a trajetória de um móvel, pode-
padrão, para o comprimento temos o metro -se prever com bastante precisão a posição
Georgios Kollidas/Shutterstock e para o tempo temos o segundo, por exem- do móvel em determinado instante, do passa-
plo. Dessa maneira, estamos sempre esta- do, presente ou futuro. Pode-se, por exemplo,
belecendo referências. Talvez você diga para prever eclipses sabendo a trajetória da Lua e
alguém que precisa saber a localização de da Terra em relação ao Sol.
sua casa que ela fica perto de um mercado fa-
moso ou de uma ponte ou de qualquer outro
ponto que possa auxiliar a pessoa a encontrar
Plano cartesiano
sua casa, certo? Pois bem, na Física também Na Cinemática, pode-se representar a
» René Descartes sempre precisamos de um referencial para trajetória do móvel por meio de um segmen-
(1596-1650) definir um estado de movimento. to (linha), tendo como referencial o plano
René Descartes criou o sistema de cartesiano.
Para responder à questão “nesse momen-
coordenadas, conhecido hoje como y
sistema cartesiano, sistema formado to, você está parado ou em movimento?”, por
por eixos perpendiculares que se exemplo, você precisa definir um referencial.
cruzam na origem das coorde-
nadas. Normalmente chama-se
Sua resposta poderia ser: “nesse momen-
de abscissa (x) o eixo horizontal to estou parado em relação ao chão, porém P2
e de ordenada (y) o eixo vertical. estou em movimento em relação à Lua”. No
Os eixos são escalonados conforme
a necessidade, dessa maneira pode primeiro caso seu referencial é a Terra e no
se localizar facilmente um ponto por segundo é a Lua. Notou como o movimento
meio de duas coordenadas. é relativo? Não podemos falar de movimento
4 sem estabelecer um referencial. P1 P3
3
2
1
Posição e trajetória
0 1
A trajetória de um
R. Gino Santa Maria/Shutterstock

–4 –3 –2 –1
–1
2 3 4
móvel pode ser con- O x
–2 siderada o caminho » A linha tracejada em vermelho indica a trajetória de um móvel.
–3 percorrido ou a ser per- Pode-se localizar cada posição por meio das coordenadas x e y.
–4
corrido pelo móvel, a Nessa figura, a linha tracejada representa
» Exemplo de plano cartesiano, trajetória depende di- a trajetória do móvel e as posições P1, P2 e P3 ,
escalonado com o conjunto dos retamente do referen- algumas posições do móvel ao longo dessa
números reais, dentro de determi- cial adotado. Dado um trajetória. Pode-se localizar o móvel em qual-
nado intervalo.
referencial, a trajetória quer posição de sua trajetória pelas coorde-
é formada por uma nadas cartesianas (x, y).
sucessão de posições. Na Física, é comum uti- A trajetória pode ter diversas formas, no
lizarmos o plano cartesiano como referencial, estudo da cinemática escalar exploraremos
pois a partir dele podemos definir a posição bastante a trajetória retilínea. Outro exemplo
do móvel em cada instante de sua trajetória. de trajetória é a parabólica, que estudaremos
no módulo sobre lançamento de projéteis.

Ponto material e corpo extenso


Quando estudamos o movimento de um o comprimento do trem, o tratamos como um
corpo, devemos avaliar se suas dimensões ponto material (ponto porque tem dimen-
deverão ser consideradas ou não. Se as di- sões desprezíveis e material porque possui
mensões do móvel forem desprezíveis em re- massa). Agora, se estudarmos o movimento
lação às distâncias envolvidas no movimento desse mesmo trem ao atravessar um túnel,
o tratamos como um ponto material. Por de dimensões parecidas com as dele, deve-
exemplo, ao estudarmos um trem em movi- remos tratá-lo como um corpo extenso, pois
mento, indo de uma cidade a outra, em que a suas dimensões não são desprezíveis em rela-
distância entre as cidades é muito maior que ção ao tamanho do túnel.
Início da travessia Final da travessia
SAE DIGITAL S/A

EM19_1_FIS_A_02

c
x x

x+c
326 FIS A P P

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 326 10/09/2018 13:41:02


Mais alguns exemplos:
Um automóvel em viagem de uma cidade a outra pode ser considerado como ponto mate-
rial, pois devido à distância percorrida, seu tamanho não é relevante (figura 1).
Um ônibus sendo manobrado para dentro de uma garagem pode ser considerado como
corpo extenso, pois suas dimensões são comparáveis às da garagem (figura 2).
Um atleta disputando uma corrida pode ser considerado um ponto material, devido à dis-
tância que vai percorrer (figura 3).
Um dançarino executando seus movimentos pode ser considerado como corpo extenso
em relação ao palco (figura 4).
Um planeta em seu movimento de translação em torno do Sol pode ser considerado um
ponto material, dadas as dimensões do Universo (figura 5).

Alhovik/Shutterstock
YAKOBCHUKVIACHESLAV/Shutterstock
chaoss/Shutterstock

Ahturner/Shutterstock

Mikael Damkier/Shutterstock
» Figura 1. » Figura 2. » Figura 3. » Figura 4. » Figura 5. Imagem fora de escala e
com cores fantasia.

Deslocamento escalar e espaço percorrido


No dia a dia, “deslocamento” e “espaço per- Saiba mais
Posição Posição
corrido” podem ser considerados sinônimos. inicial inicial Em um movimento retilíneo sem
Para responder à questão: “quão perto (ou inversão de sentido, o espaço
percorrido coincide com o valor do
longe) fica sua casa de sua escola?”, provavel- Deslocamento
deslocamento.
mente você deve pensar no espaço que tem Deslocamento Distância
percorrida
que percorrer da sua casa até a escola, certo?
Bem, ao percorrer esse caminho você pode Posição
final
andar um pouco e perceber que esqueceu o li- Posição
vro de Física e ter de voltar para pegá-lo. Nessa final
situação hipotética, se tivesse que calcular o
deslocamento de sua casa até a escola, você
precisaria considerar apenas seu ponto de par-
Definição de deslocamento escalar
Em termos mais técnicos, o deslocamento
tida (sua casa) e o ponto de chegada (a esco-
escalar (Δs), ou variação de espaço, pode ser
la). Se precisasse calcular o espaço percorrido,
definido como a diferença entre posição final
precisaria considerar tudo que andou, ou seja,
(sf) e posição inicial (si), assim:
o espaço que percorreu até perceber que es-
queceu o livro mais o caminho que fez de volta Δs = sf – si
até sua casa e mais o caminho que fez de casa
até a escola. Percebeu a diferença? Exemplificando:
t=0 t Considere o movimento retilíneo adotado
SAE DIGITAL S/A

v v na figura a seguir.
SAE DIGITAL S/A

(início) (fim)
s0 s

Em termos mais técnicos, pode-se dizer: –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 km


o espaço percorrido depende da trajetória.
» Movimento retilíneo com posições inicial e final.
É a medida sobre o percurso descrito no mo- O móvel partiu da posição –4 km e se moveu
vimento, é a soma dos módulos dos desloca- até a posição 3 km. Qual seu deslocamento?
mentos de todos os trajetos efetuados pelo Temos:
móvel em sua trajetória. Enquanto o desloca-
Posição inicial si = –4 km
mento não depende da trajetória, apenas das
posições inicial e final, mede a linha reta que Posição final sf = 3 km
une esses dois pontos. Atenção: deslocamen- Por definição:
EM19_1_FIS_A_02

to nulo não significa que o móvel permaneceu Δs = sf – si = 3 – (–4) = 7 km


em repouso.
Note que, nesse caso, o deslocamento escalar
coincide com a distância percorrida, pois o movi-
mento é retilíneo e não houve inversão de sentido.

FIS A 327

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 327 10/09/2018 13:41:05


Velocidade
Para avaliarmos o quão rápido um mó- Em rodovias mais lon-
vel está se movimentando precisamos saber gas é mais fácil man-

makuromi/Shutterstock
qual o seu deslocamento dentro de certo ter fixo em um va-
Saiba mais intervalo de tempo. Por exemplo, para res- lor, mas assim que
Na cinemática, o símbolo Δ (delta) ponder à questão: “quem é mais rápido para aparece uma curva,
estará sempre associado a uma chegar à escola, você ou seu colega?”, talvez uma lombada ou um
diferença ou variação (final menos
você considere quem mora mais longe ou semáforo o valor vai
inicial), por exemplo:
perto da escola e qual o tempo que demora mudar. A velocidade » O velocímetro do carro mar-
Δs = sf – si = posição – posição
final inicial para percorrer esse percurso. Se você mora a vista no velocímetro ca a velocidade instantânea.
uma distância menor que seu colega e chega não é a velocidade
Δt = tf – ti = instante – instante antes, não significa que seja mais rápido que média, é a chamada velocidade instantânea
final inicial
ele. Para responder a essa questão com mais (v), que o móvel possui instante a instante. Se
propriedade, precisamos saber quem percor- o velocímetro marca 60 km/h, por exemplo,
re um dado espaço em menos tempo. significa que, se fosse possível manter essa ve-
Digamos que seu colega saia de casa às 7h locidade sem alteração, o móvel percorreria 60
da manhã e chegue à escola às 8h, a distância quilômetros em uma hora.
da casa à escola é de 4 km. Então, ele percorre
4 km em uma hora. Você mora mais perto (a Unidades de medida
1,5 km da escola) e faz esse trajeto em 30 minu-
tos. Logo, anda 1,5 km em ½ hora. Em uma hora da velocidade
percorreria 3 km, certo? Se seu colega percorre Uma unidade de medida de velocida-
4 km por hora e você 3 km por hora, ele é mais de bastante usual é o km/h (quilômetro por
rápido que você (mesmo morando mais longe). hora), unidade encontrada em praticamente
Essa grandeza que acabamos de avaliar por qualquer velocímetro de carros e motos, po-
meio de um exemplo é chamada de velocidade. rém no Sistema Internacional, SI, é usado o
m/s (metro por segundo).

Velocidade média Pode-se estabelecer relação entre essas


unidades:
A velocidade escalar média (vm) de um
móvel é definida como a razão entre o deslo- 1km 1000 m 1m
= =
camento escalar (Δs) e o intervalo de tempo 1h 3 600s 3,6s
gasto para realizar esse deslocamento (Δt).
Ou seja:
Pode-se expressar:
1 m/s = 3,6 km/h
∆s Deslocamento Dessa maneira, pode-se estabelecer uma
vm = = regra prática para mudar de uma unidade a
∆t Intervalo de t empo
outra:
● De km/h para m/s → divida o valor por
No exemplo dos percursos de casa até a 3,6.
escola, seu colega faz o trajeto com velocidade
● De m/s para km/h → multiplique o valor
de 4 km/h e você de 3 km/h. Note que, como
por 3,6.
a velocidade depende do intervalo de tempo
(tempo final menos tempo inicial), não importa x 3,6
se houve alguma parada no meio do caminho.
Da mesma maneira, a velocidade depende do
deslocamento escalar e se o móvel se deslocar
m/s km/h
de uma posição e retornar à mesma posição
terá, portanto, velocidade nula. Entretanto, ter ÷3,6
velocidade escalar média nula não significa
que ele ficou em repouso.
Exemplificando:

Velocidade instantânea 108 km=


/h
108
= 30 m/s
3, 6
Quando estiver dentro de um automó-
vel, repare no velocímetro dele e verá que 20 m/s = 20 · 3,6 = 72 km/h
os valores estão mudando a todo momento.
EM19_1_FIS_A_02

328 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 328 10/09/2018 13:41:08


Movimento
Acompanhe os textos a seguir. movimento uniforme: aquele em que o móvel Reflita
Texto 1: [...] Em geral, os planetas se mo- sofre iguais variações de espaço (deslocamen- Note que o conceito de referencial
vem de Oeste para Leste. Mas às vezes esse tos) em tempos iguais, ou seja, possui veloci- é essencial nas definições feitas no
campo da cinemática.
movimento se dá de Leste para Oeste (movi- dade escalar constante e diferente de zero.
mento retrógrado). O esquema mostra que a O movimento uniforme pode acontecer
Terra (em azul), ao passar por um planeta mais sem restrições quanto à forma da trajetória.
externo em relação ao Sol, como Marte (em Para esses movimentos, independente-
vermelho), faz com que este, temporariamen- mente de suas trajetórias, a velocidade es-
te, pareça reverter seu movimento no céu. [...] calar é a mesma em todos os instantes do
intervalo de tempo, assim podemos repre-
sentar graficamente:
● Para v > 0
v

+v

0 t
(Disponível em: <http://www.cienciahoje.org.br/ Nesse caso, o movimento ocorre no senti-
noticia/v/ler/id/2747/n/o_essencial_e_invisivel_aos_ do da trajetória e é chamado de movimento
olhos/Post_page/6>. Acesso em: 11 jul. 2018.)
progressivo.
Texto 2: [...] No dia a dia nos deslocamos ● Para v < 0
de casa para o trabalho, para a escola, para
v
o supermercado, entre outros locais (e vice-
versa). Isso é feito por meio de transporte
coletivo, como ônibus e metrô, ou por meios
individuais, como automóvel, bicicleta ou 0 t
mesmo a pé. Nas grandes cidades, está cada
vez mais difícil se deslocar devido aos grandes –v
engarrafamentos. Há muito mais veículos que
espaço nas ruas e avenidas. Ficamos mais
tempo parados do que em movimento. [...]
Nesse caso, o movimento se dá contra o
(Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/ sentido da trajetória e é denominado movi-
fisica-sem-misterio/movimento-e-repouso>.
mento retrógrado.
Acesso em: 28 ago. 2017.)

Nos dois trechos citados há um diálogo em


comum: o movimento. Mas como se define mo- Função horária do espaço
vimento? Dado um referencial, um corpo é dito Um movimento uniforme pode ser repre-
em movimento quando apresenta variação do sentado por meio de uma função de 1.º grau
espaço com o passar do tempo. É importante (s = f(t)). Para definirmos essa equação, acompa-
destacar que movimento e repouso não têm nhe o exemplo. Imagine que em um movimento
significado absoluto, sempre se define um ou uniforme o móvel descreva a seguinte trajetória:
outro em relação a um observador. Quando Trajetória
você está dentro de um carro e vê o velocímetro orientada
marcar 60 km/h, por exemplo, pode dizer que
está em movimento em relação à Terra, porém,
+
está em repouso em relação ao próprio carro.
s0 s

Movimento uniforme O móvel passa pela posição inicial s0 no


instante inicial t0 = 0 (cronômetro zerado)
EM19_1_FIS_A_02

Um movimento particularmente interes-


sante que exploraremos agora é o chamado e chega à posição final s no instante final t.

FIS A 329

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 329 10/09/2018 13:41:08


Note que, no movimento uniforme, a veloci-
dade escalar média do móvel coincide com
Velocidade escalar relativa
a velocidade escalar instantânea (vm  =  v) em

sippakorn/Shutterstock
qualquer instante, visto que é constante.
Para o intervalo de t0 a t, podemos escre-
ver:
Observação
s − s0
Normalmente o sinal positivo ou v=
t − t0
negativo (+ ou –) da velocidade rela-
tiva não é muito usado na resolução Para t 0 = 0:
de problemas, por isso o que nos in-
teressa é o módulo. Assim, pode-se s − s0
pensar em duas regras práticas: v=
t » Em uma corrida, cada carro tem sua velocidade própria
• Móveis se deslocando no
mesmo sentido: v · t = s – s0 (em relação a um referencial como a Terra, por exemplo)
e mantém entre si uma velocidade relativa.
|vrel|=|vA – vB| Isolando a posição final s, obtemos:
• Móveis se deslocando em
Imagine que no instante da foto o velocíme-
sentidos contrários: tro do carro da frente (carro B) marca 100 km/h
s = s0 + v · t
|vrel|=|vA| + |vB| e o do carro de trás (carro A) 90 km/h. Além de
suas velocidades, eles mantêm velocidade re-
A expressão anterior é chamada de fun-
lativa em relação ao outro que, por definição,
ção horária do espaço e serve para qualquer
tem seu módulo dado por:
movimento uniforme.
Note que, na função horária do espaço, as |vrel| = |vA – vB|
grandezas são
s: posição no espaço em tempo t qualquer; Para o exemplo dos carros A e B da figura
s0: posição no espaço em t 0 = 0, ou seja, anterior, temos:
espaço inicial; |vrel| = |90 – 100| = 10 km/h
v: velocidade escalar do móvel. Como a velocidade do carro de trás é me-
Graficamente, a função horária do espaço nor, os carros se afastam um do outro com ve-
tem a representação: locidade relativa de módulo igual a 10 km/h.
Se a velocidade do carro da frente fosse me-
s
nor, eles se aproximariam um do outro com
uma dada velocidade relativa.
Imagine agora uma situação em que dois
móveis estão se deslocando em sentidos
contrários.
Observação

SAE DIGITAL S/A


Pode-se pensar que o movimen- s0
to acontece como se o móvel B
estivesse parado e o móvel A se
movesse com velocidade escalar 0
relativa vrel em relação a ele.
t
» A reta crescente indica v > 0, ou seja, o movimento
é progressivo.
» Dois automóveis em sentidos contrários também mantêm
velocidade relativa entre si.
s
Imagine que o carro da esquerda (carro A)
mantém a velocidade de 60 km/h, enquanto o
da direita (carro B) mantém –40 km/h (o sinal
s0
negativo indica que está indo na direção con-
trária do outro carro). A velocidade relativa é:
|vrel| = |vA – vB|
Toria/Shutterstock

|vrel| = |60 – (–40)| = 100 km/h


Isso significa que os carros se aproximam
0 t com velocidade relativa de 100 km/h e, após
» A reta decrescente indica que o movimento é retró- se cruzarem, afastam-se um do outro com
grado, ou seja, v < 0. essa velocidade.
EM19_1_FIS_A_02

330 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 330 10/09/2018 13:41:10


FÍSICA & CULTURA
Apesar da popularização da internet no Brasil, ainda existem regiões que possuem sérias
restrições de acesso à rede ou ainda têm disponível uma conexão de baixa qualidade. Mesmo
nas grandes regiões, a qualidade da internet fornecida é muito inferior à de países de Primeiro
Mundo.

Testando a velocidade da internet


Uma das principais reclamações dos brasileiros quando se trata de internet é a velocidade da
conexão. E a reclamação faz sentido. Dados divulgados pela consultoria americana Akamai mos-
tram que, em um ranking de velocidade na web que analisa 146 países, o Brasil ocupa da 95ª posição, com
velocidade média de 4,5 Mpbs, abaixo da média global de velocidade, de 6,3 megabits por segundo.
Se por aqui faltam investimentos no setor, em alguns países a internet tem uma velocidade de dar inveja.
Em alguns lugares, fazer o download de filmes em HD em poucos minutos é algo comum. Confira abaixo
um ranking com os 10 países com a maior velocidade de internet do mundo [...]
10. Finlândia – Velocidade média da internet: 17,7 Mbps
9. República Checa – Velocidade média da internet: 17,8 Mbps
8. Holanda – Velocidade média da internet: 17,9 Mbps
7. Japão – Velocidade média da internet: 18,2 Mbps
6. Letônia – Velocidade média da internet: 18,3 Mbps
5. Suíça – Velocidade média da internet: 18,7 Mbps
4. Hong Kong – Velocidade média da internet: 19,9 Mbps
3. Suécia – Velocidade média da internet: 20,6 Mbps
2. Noruega – Velocidade média da internet: 21,3 Mbps
1. Coreia do Sul – Velocidade média da internet: 29 Mbps

(Disponível em: <https://olhardigital.com.br/noticia/os-10-paises-com-


a-internet-mais-rapida-do-mundo/60305>. Acesso em: 16 ago. 2018.)

No Brasil, a média de velocidade é de pouco mais de 6 Mbps. A velocidade de conexão da média global
cresceu 13% em comparação com 2012, ultrapassando pela primeira vez 3 Mbps ao alcançar 3,14 Mbps.
Na rede há alguns testadores de velocidade da internet que informam quanto de rede você está utilizando
e se é compatível com o plano pago pelo usuário. Para isso são medidos os valores de ping, velocidade
de download e upload.
» A tecnologia da internet surgiu
1. Você consegue justificar por que é importante a popularização da internet e do seu acesso com qualidade? como algo que conectou o
Como isso pode alterar a realidade de um local mais afastado de um grande centro urbano? mundo e nos colocou na era da
informação.
Pode-se incentivar os estudantes a discutir sobre a inclusão digital e como ela pode contribuir no desenvolvimento de novos mercados em

regiões mais carentes. Alguns países criaram centro de tecnologia e informação em locais de difícil implantação industrial ou ainda com

aptidão para agricultura.

2. O que significa a grandeza Mpbs? Pesquise o que significa a palavra ping e como podemos obter uma
expressão para a velocidade de download e upload.
A grandeza Mpbs significa megabytes por segundo, caracterizando uma medida de velocidade. Ping é o tempo que demora para enviar um

arquivo do seu computador até um servidor. Quanto mais rápido for esse processo, melhor é a conexão. Já as medidas de download e upload são
Toria/Shutterstock

feitas com o recebimento e envio, respetivamente, de um arquivo de tamanho determinado dividido pelo tempo necessário para esse processo.
EM19_1_FIS_A_02

FIS A 331

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 331 10/09/2018 13:41:18


3. (Unimontes-2011) Um motorista apressado passa em alta veloci-
Resolvidos dade por uma base da Polícia Rodoviária, com velocidade cons-
tante de módulo v. Dez segundos depois, uma viatura parte em
1. Um ponto material descreve um movimento retilíneo de tal forma perseguição desse carro e o alcança nos próximos 30 segundos. A
que sua trajetória é dividida em duas partes, sendo a primeira igual velocidade escalar média da viatura, em todo o percurso, será de
a r vezes a segunda. Suponha que o primeiro trecho é percorrido a) v
com velocidade constante de módulo v1 e o segundo, com ve-
4v
locidade, também constante, v2. Determine a velocidade escalar b) .
média do percurso total. 3
99 Solução: 2v
c) .
A figura a seguir mostra a trajetória do ponto material. 3
5v
d) .
3
99 Anotações:

rx x Para trabalhar com a condição de encontro, precisamos trabalhar com a equação horária
de posição de ambos os corpos:
xv = 30vv
Sejam: xa = 40v
Igualando os dois termos:
Δt1 = o tempo gasto na primeira parte xv = xa
Δt2 = o tempo gasto na segunda parte 30vv = 40v

Por definição: 4
vv = v
3
∆s ∆s ∆s rx x
vm = ⇒ ∆t = ⇒ ∆t1 = 1 = e ∆t 2 = 4. (UFMA) A pista do “Castelinho” possui 400 m de comprimento. Se
∆t vm v1 v1 v2
um atleta corre com uma velocidade escalar constante de 10,0 m/s,
O tempo total quantas voltas ele completará em 20 minutos?
x ( rv 2 + v1 ) a) 10 d) 40
Logo: ∆t = e ∆stotal = rx + x ⇒ ∆stotal = x ( r + 1)
v1v 2 b) 20 e) 50
∆s x ( r + 1) ( r + 1)( v1v 2 ) c) 30
Então: v m = total ⇒ v m = ⇒ vm =
∆t x ( rv 2 + v1 ) ( rv 2 + v1 ) 99 Anotações:
v1v 2
Por regra de três: Usando a fórmula:
Obs.: se r = 1, ou seja, se a trajetória for dividida em partes iguais, temos: 20min ⇒ x s = 1 200 · 10 = 12 000 m
1min ⇒ 60s Dividindo pelo tamanho da pista:
2v1v 2 x = 1 200s 12 000/400 = 30 voltas.
vm =
v 2 + v1
5. (UFPB) Um ciclista, ao chegar a um cruzamento com uma rua de
mão dupla, observa, aproximando-se dele, um carro a 40 m de
Praticando distância à sua direita e outro a 30 m de distância à sua esquerda.
O ciclista espera, em segurança e em repouso, que os dois carros
1. Dois carros se movimentam no mesmo sentido em uma rodovia passem por ele. O carro que vem da direita leva 4 segundos para
retilínea. O carro A que está na frente mantém uma velocidade passar, enquanto o carro que vem da esquerda leva 6 segundos.
constante de 60 km/h, enquanto o carro B está atrás com velocidade Com base nesses dados, identifique as afirmativas corretas.
de 65 km/h. Sobre a situação, responda: I. No referencial do ciclista, o carro da direita aproxima-se com
a) Qual a velocidade relativa entre os carros A e B? O que esse velocidade média, em módulo, de 10 m/s.
valor significa? II. No referencial do ciclista, o carro da esquerda aproxima-se com
A velocidade relativa será:
velocidade média, em módulo, de 5 m/s.
|vrel|= |vA – vB| III. No referencial do carro da direita, o carro da esquerda aproxi-
|vrel| = |60 – 65|
ma-se com velocidade média, em módulo, de 15 m/s.
|vrel| = 5 km/h
Esse valor significa que os carros se aproximam com velocidade de 5 km/h. IV. No referencial do carro da esquerda, o ciclista encontra-se em
repouso.
b) Se o sentido de um dos carros fosse invertido, qual seria a
velocidade relativa entre eles? O que esse valor significa? V. No referencial do ciclista, o tempo medido, para que o carro
da direita passe por ele, é o mesmo que o tempo medido, no
|vrel| = |60 – (–65)| referencial do carro da direita, para que o ciclista passe pelo
|vrel| = 125 km/h
Esse valor significa que os carros se afastam com velocidade de 125 km/h.
carro da direita.
99 Anotações:
∆s
I. Verdadeira. vm = ⇒ vm = 40/4 ⇒ vm = 10 m/s
2. Uma partícula percorre 3,0 km durante um tempo de 2min. Deter- ∆t
∆s
mine sua velocidade escalar média, em m/s. II. Verdadeira. vm = ⇒ vm = 30/6 ⇒ vm = 5 m/s
∆t
Temos: Δs = 3,0 km = 3 000 m e Δt = 2min = 120s III. Verdadeira. A velocidade relativa deles é a soma das velocidades de cada um.
EM19_1_FIS_A_02

∆s 3000 vr = 10 + 5 = 15 m/s
Assim: vm = = ⇒ vm = 25 m/s.
∆t 120 IV. Falsa. A posição relativa entre o ciclista e o carro muda; dessa forma, um não está em
repouso em relação ao outro.
V. Verdadeira. Leva-se em conta que ambos se deslocam um em relação ao outro com a
mesma velocidade.

332 FIS A

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6. (UERJ) Um foguete persegue um avião, ambos com velocidades 5. C1:H2 (Enem-2012) Uma empresa de transportes pre-
constantes e mesma direção. Enquanto o foguete percorre 4,0 km, cisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve
o avião percorre apenas 1,0 km. Admita que, no instante t1, a distân- possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o
cia entre eles é de 4,0 km e, no instante t2, o foguete alcança o avião. trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela ve-
No intervalo de tempo t2 – t1, a distância do foguete, em quilôme- rifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes
tros, corresponde aproximadamente a e velocidades máximas permitidas diferentes. No primeiro trecho,
a) 4,7. c) 6,2. a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser
percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale
b) 5,3. d) 8,6.
60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h.
99 Anotações:
Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que
v = constante MU
vF = 4 · vA o veículo da empresa ande continuamente na velocidade máxima
t1 Foguete Aviao
Avião permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização
=s 0=
4 km s 4 km da entrega?
a) 0,7 d) 2,0
s = s0 + v · t
Avião: sA = 4 + vA · t b) 1,4 e) 3,0
Foguete: sF = 0 + 4 · vA · t
No encontro, sA = sF c) 1,5
4 + vA · t = 4 vA · t
4 6. C5:H17 (UDESC-2013) Um motorista costuma percorrer um trajeto
t= rodoviário com 600 quilômetros, dirigindo sempre a uma veloci-
3 ⋅ vA
dade média de 100 km/h, estando ele de acordo com a sinalização
Substituindo o tempo de encontro na equação do movimento do foguete: de trânsito ao longo de toda a rodovia. Ao saber que trafegar nesta
sF = 0 + 4 ⋅ v A ⋅
4
=
16
≅ 5, 33 km velocidade pode causar maior desgaste ao veículo e não gerar o
3 ⋅ vA 3 melhor desempenho de combustível, este motorista passou a re-
duzir em 20% a velocidade média do veículo. Consequentemente,
Desenvolvendo Habilidades o tempo gasto para percorrer o mesmo trajeto aumentou em
a) 40%. d) 25%.
1. C5:H18 (PUC-Rio) Um avião em voo horizontal voa a favor do ven-
to com velocidade de 180 km/h em relação ao solo. Na volta, ao b) 20%. e) 1,5%.
voar contra o vento, o avião voa com velocidade de 150 km/h em c) 4%.
relação ao solo. Sabendo-se que o vento e o módulo da velocidade
do avião (em relação ao ar) permanecem constantes, o módulo da 7. C5:H18 (Unesp-2018) Juliana pratica corridas e consegue correr 5,0
velocidade do avião e do vento durante o voo, respectivamente, são km em meia hora. Seu próximo desafio é participar da corrida de
São Silvestre, cujo percurso é de 15 km. Como é uma distância maior
a) 165 km/h e 15 km/h. d) 150 km/h e 30 km/h. do que a que está acostumada a correr, seu instrutor orientou que
b) 160 km/h e 20 km/h. e) 145 km/h e 35 km/h. diminuísse sua velocidade média habitual em 40% durante a nova
c) 155 km/h e 25 km/h. prova. Se seguir a orientação de seu instrutor, Juliana completará
a corrida de São Silvestre em
2. C1:H2 (IFSP-2013) Embarcações marítimas, como os navios, nave-
a) 2h40mim.
gam com velocidade que pode ser medida em unidade chamada
“nó”. Um nó equivale a uma milha horária, ou seja, um nó é a velo- b) 3h00min.
cidade de um navio que percorre uma milha no intervalo de tempo c) 2h15min.
de uma hora. Então, se um navio consegue adquirir, no máximo, 20 d) 2h30min.
nós de velocidade constante, ele percorrerá durante uma viagem
de 10 horas, uma distância aproximada, em km, de e) 1h52min.
(Adote: 1 milha = 1 852 m.)
a) 200. d) 480. Complementares
b) 320. e) 925.
c) 370. 1. Um botânico passa a observar uma planta todos os dias e resolveu
então medir a velocidade de seu crescimento. Para tal, começou
3. C5:H17 (UDESC-2016) Um automóvel de passeio, em uma reta a medir a altura da planta de tempos em tempos ao longo dos
longa de uma rodovia, viaja em velocidade constante de 100 km/h dias e reuniu os dados obtidos das observações na tabela a seguir.
e à sua frente, à distância de 1,00 km, está um caminhão que
viaja em velocidade constante de 80 km/h. O automóvel tem de h (cm) 0 1 2
comprimento 4,50 m e o caminhão 30,0 m. A distância percorrida tempo (dias) 0 5 10
pelo carro até ultrapassar completamente o caminhão é, aproxi-
madamente, igual a Com base na tabela:
a) 517 m. d) 5,15 km. a) determine a velocidade média de crescimento entre os tempos
b) 20,7 km. e) 5,17 km. 0 e 10 dias.
c) 515 m. b) verifique se a planta tem um crescimento com velocidade
uniforme.
4. C5:H17 (PUC-Rio-2017) Um carro saiu da posição xi = 0 km e per-
correu uma estrada retilínea e horizontal até xf = 10 km. Entre 0 2. (Unemat-2011) Um veículo passa pelo km 60 de uma rodovia às
km e 5 km, sua velocidade foi 60 km/h e, entre 5 km e 10 km, sua 8 horas, e logo após as 11 horas 30 minutos, passa pelo km 445.
velocidade foi 30 km/h. Calcule, em km/h, a velocidade média para A velocidade escalar média desenvolvida pelo veículo durante o
percorrer os 10 km totais. intervalo de tempo foi de
EM19_1_FIS_A_02

a) 20 d) 45 a) 110 km/h. d) 130 km/h.
b) 30 e) 60 b) 80 km/h. e) 95 km/h.
c) 40 c) 120 km/h.

FIS A 333

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3. (CEFET-RJ-2014) A velocidade dos navios é geralmente medida em IV. A velocidade escalar instantânea, ao passar pelo marco dos
uma unidade chamada nó. Um nó equivale a uma velocidade de 30 km, pode ser determinada pela velocidade média entre o
aproximadamente 1,8 km/h. marco 20 km e o marco 40 km.
Um navio russo que desenvolvesse uma velocidade constante de V. A velocidade escalar instantânea máxima anotada foi 120 km/h,
25 nós, durante 10 horas, percorreria uma distância de que foi certamente a maior da viagem.
a) 180 km. c) 430 km.
7. (Cesgranrio) Uma patrulha rodoviária mede o tempo que cada
b) 250 km. d) 450 km. veículo leva para percorrer um trecho de 400 m da estrada. Um
4. (UERJ-2014) Em um longo trecho retilíneo de uma estrada, um automóvel percorre a primeira metade do trecho com velocidade
automóvel se desloca a 80 km/h e um caminhão a 60 km/h, ambos de 140 km/h. Sendo 80 km/h a velocidade limite permitida, qual
no mesmo sentido e em movimento uniforme. Em determinado deve ser a maior velocidade média do carro na segunda metade
instante, o automóvel encontra-se 60 km atrás do caminhão. O do trecho, para evitar ser multado?
intervalo de tempo, em horas, necessário para que o automóvel 8. (ITA-2016) No sistema de sinalização de trânsito urbano chamado
alcance o caminhão é cerca de de “onda verde” há semáforos com dispositivos eletrônicos que
a) 1. indicam a velocidade a ser mantida pelo motorista para alcançar
b) 2. o próximo sinal ainda aberto. Considere que de início o painel
indique uma velocidade de 45 km/h. Alguns segundos depois ela
c) 3. passa para 50 km/h e, finalmente, para 60 km/h. Sabendo que a
d) 4. indicação de 50 km/h no painel demora 8,0s antes de mudar para
60 km/h, então a distância entre os semáforos é de
5. Tomando como base o gráfico a seguir, que representa a função
horária do espaço de um móvel em trajetória retilínea e em movi- a) 1,0 · 10–1 km.
mento uniforme, determine a velocidade e escreva a função horária b) 2,0 · 10–1 km.
do espaço desse móvel. c) 4,0 · 10–1 km.
∆s(m)
d) 1,0 km.
e) 1,2 km.
250
9. (EEAr-2018) Um móvel completa 1/3 de um percurso com o módulo
da sua velocidade média igual a 2 km/h e o restante com o mó-
dulo da velocidade média igual a 8 km/h. Sendo toda a trajetória
retilínea, podemos afirmar que a velocidade média desse móvel
durante todo o percurso, em km/h, foi igual a
a) 4.
50 b) 5.
10 ∆t(s) c) 6.
d) 10.
6. Em um fim de semana, “Seu” Bagu Ales, carioca da gema, levou a
família a São Fidélis para a festa da lagosta (distância São Fidelis – 10. (CEFET-MG) Dois carros partem de uma cidade A com destino a
Rio: aproximadamente 240 km). Seus filhos, para passar o tempo, uma cidade B, separadas por 960 km. O carro 1 sai às 8:00h, com
anotavam qual a leitura do velocímetro quando o carro passava velocidade constante de 60,0 km/h. Após 2h, o carro 2 parte com
pelos marcos de quilometragem. Eis alguns dos pares de valores: velocidade constante de 80,0 km/h.
Considerando-se o movimento dos carros, analise as seguintes
Leitura no marco Leitura no afirmações:
(km) velocímetro (km/h) I. 1 chega à cidade B, às 20:00h.
1 90 II. 2 chega à cidade B, às 22:00h.
20 30 III. 2 ultrapassa 1, às 16:00h.
40 60 IV. 2 ultrapassa 1, na metade do caminho.
São corretas apenas
72 120
a) I e II. d) I, III e IV.
104 70
b) I e III. e) II, III e IV.
129 80
c) II e IV.
143 20
192 40
205 10

Sabe-se que ele saiu às 7h e chegou às 11h.


Diga se as afirmativas são verdadeiras ou falsas.
I. A velocidade escalar média da viagem foi 60 km/h.
II. Se “Seu” Bagu Ales mantivesse o velocímetro do carro sempre GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
na marca dos 70 km/h, levaria 4h na viagem. de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
III. A velocidade escalar instantânea do carro ao passar pelo marco 2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
EM19_1_FIS_A_02

3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.
129 km era de 80 km/h.

334 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 334 10/09/2018 13:41:21


Ge
rm
an
sk
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vei
r/S
hu
tte
rst
oc
k
Movimento uniformemente Equações

variado (MUV)
do MUV

Aceleração escalar média • Movimento uniformemente variado (MUV) • Análise gráfica • Função horária da posição

APERTE O PLAY
Saiba mais
O trânsito de cada dia

Igor Marx/Shutterstock
As questões ligadas ao trânsito têm sido foco de discussões em diferentes esferas políticas,
sociais e até econômicas. O carro, além de um elemento de status social, representa a principal
forma de locomoção em grandes cidades. Assim, essa cultura de consumo serve de base para
toda uma indústria automobilística e ainda para redes de serviços e combustíveis. Porém, al-
guns estudos preveem que em pouco tempo não haverá mais espaço para carros, nem mesmo
para tirá-los das concessionárias. » Radar fixo moderno instalado em
Outro aspecto importante do carro é a segurança oferecida ao condutor e às pessoas exter- estrada federal, na Alemanha.
nas ao veículo. O número de acidentes com vítimas fatais por atropelamentos vem crescendo Policiais eletrônicos
ano a ano, em especial em vias de grande fluxo. Nessa questão, diferentes cidades têm tomado Como funcionam os radares fixos?
caminhos opostos. Por exemplo, Curitiba (Paraná) possui uma região de zona calma na faixa [...] Seu funcionamento é bastante
central, na qual a velocidade dos carros não pode ultrapassar 30 km/h. Em contrapartida, São simples e acontece sem qualquer inter-
venção humana. São três laços detectores
Paulo recebeu um acréscimo de até 20 km/h de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros. em cada faixa de uma via, distantes 3 m
um do outro. Quando um veículo passa,
os laços calculam sua velocidade. Se esti-
ver acima do permitido no local, a câmera
1. O que você pensa sobre o controle de velocidade nas vias de sua cidade? Há algo feito pela prefeitura ou fotográfica é acionada. Para não ofuscar
Estado neste sentido? o motorista durante a noite, o flash nesse
horário é infravermelho. O sistema é
Cada cidade deve apresentar um plano sobre este tema. Caso seja necessário, pode-se trazer reportagens sobre o assunto para que os estu- independente para cada faixa, ou seja, se
dois carros passarem ao mesmo tempo
dantes tenham argumentos de discussão. um do lado do outro em um radar, ele
consegue diferenciar a velocidade.
2. Por que o controle de velocidade é tão importante para a segurança das pessoas?
(SÁ, Alexandre Nogueira. Policiais
Pode-se propor um debate com os estudantes sobre o tema. Ao final conduza os estudantes sobre a questão de precisar alterar a velocidade Eletrônicos. Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/
Galileu/0,6993,ECT816469-1716-2,00.
com segurança e de que deve existir uma grandeza física relacionada a esta alteração.
html>. Acesso em: 25 ago. 2017.)

Perkons S.A.
EM19_1_FIS_A_03

FIS A 335

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 335 10/09/2018 13:41:32


Aceleração escalar média
O movimento de um carro, de uma mo- Movimento progressivo acelerado (v0 < v)
tocicleta ou mesmo o deslocamento de uma v0 v
pessoa que caminha dificilmente será exe-
cutado a uma velocidade constante. Nesses
casos, a velocidade variável é a situação mais
Movimento progressivo retardado (v0 > v)
comum, já que esta pode aumentar ou dimi-
nuir dependendo das condições momentâ- v0 v
neas do movimento. Um carro aumenta ou
diminui a velocidade frequentemente em um » Se um corpo está se movendo no sentido positivo da trajetória,
congestionamento, uma motocicleta aumenta com o módulo da velocidade aumentando no decorrer do
tempo, esse corpo está executando um movimento progressivo
ou diminui a velocidade enquanto trafega pelo acelerado. Se o módulo da velocidade está diminuindo com o
trânsito e uma pessoa aumenta ou diminui a tempo, esse corpo está executando um movimento progressivo
retardado.
velocidade enquanto anda por uma calçada.
Variar a velocidade implica acelerar o Nada impede um corpo de seguir no sen-
corpo. O valor da aceleração escalar média tido negativo de sua trajetória. Nesse caso,
é encontrado medindo-se o valor que a ve- está executando um movimento retrógrado,
locidade diminui ou aumenta com o tempo. no qual o valor da sua velocidade é negativo.
Imagine um carro em dois momentos distin- Esse movimento também pode ser acelerado
tos em sua trajetória, sendo eles: (quando a velocidade aumenta em módulo)
ou retardado (quando a velocidade diminui
● 0s a 2s – nesse intervalo, o automóvel
em módulo).
aumenta sua velocidade de 16 m/s para
18 m/s; Movimento retrógrado acelerado (|v0| < |v|)

● 2s a 5s – nesse intervalo, o automóvel v v0


diminui sua velocidade de 18 m/s para
9 m/s. +

Supondo que o automóvel se desloca no Movimento retrógrado retardado (|v0| > |v|)
sentido positivo de sua trajetória, é possível
v v0
calcular a variação da velocidade nos interva-
los de tempo especificados. Observe. +
● De t = 0 a t = 2s – há uma variação da velo- » Se um corpo está se movendo no sentido contrário ao sentido
cidade de 2 m/s em 2s. Sendo assim, positivo da trajetória, com o módulo da velocidade aumentan-
do com o tempo, esse corpo está executando um movimento
retrógrado acelerado. Se o módulo da velocidade está dimi-
2 m/s
=a = 1m/s² nuindo com o tempo, esse corpo está executando um movi-
2s mento retrógrado retardado.

● De t = 2s a t = 5s – há uma variação da ve- Exemplificando: imagine que um móvel se


locidade de –9 m/s em 3s. Sendo assim, movimente no sentido negativo de sua tra-
−9 m/s jetória e sua velocidade varie de –6 m/s para
a= = −3 m/s²
3s –11 m/s em 5s. Dessa maneira, sua aceleração
Então, a aceleração escalar média (am) de escalar média é:
um móvel em um movimento retilíneo repre- ∆v v − v 0 −11− ( −6) −5
senta a variação de sua velocidade (∆v = v – v0) am = = = =
∆t t − t 0 5 5
por unidade de tempo (∆t = t – t 0). Dessa ma-
neira, pode-se generalizar: am = −1m/s²
Reflita
Observe que o carro está acelerando, pois
∆v
am = o módulo de sua velocidade aumentou com o
∆t
tempo. O sinal negativo da aceleração não sig-
É possível haver aceleração quando
nifica que esteja diminuindo com o tempo, ele
um corpo diminui sua velocidade?
Sim. Quando há mudança da velocida-
Caracterização dos movimentos indica, apenas, que a aceleração está sendo
executada no sentido negativo da trajetória.
de, há aceleração, seja ela negativa ou
Se um corpo se move no mesmo sentido de Nesse caso, o automóvel está executando um
sua trajetória, está fazendo um movimento pro- movimento retrógrado e acelerado.
positiva.
gressivo, pois desenvolve uma velocidade cujo Imagine que, na continuação do movimen-
valor é positivo. No exemplo anterior, o carro
EM19_1_FIS_A_03

to, entre os instantes 5s e 7s, a velocidade do


desenvolve um movimento progressivo, sendo, móvel tenha variado de –11 m/s para –8 m/s.
no primeiro trecho, um movimento progressivo Considerando apenas os valores em módulo,
acelerado e, no segundo, um retardado. a velocidade final é menor que a inicial.

336 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 336 10/09/2018 13:41:33


∆v v − v 0 −8 − ( −11) 3
am = = = =
∆t t − t 0 2 2

am = 15
, m/s²

O valor positivo da aceleração não significa que o módulo de sua velocidade esteja aumen-
tando. Ele indica apenas que a variação da velocidade está sendo executada no sentido positi-
vo da trajetória. Nesse caso, o automóvel está diminuindo o módulo de sua velocidade e está
executando um movimento retrógrado retardado.

Movimento uniformemente variado (MUV)


Se a aceleração de um corpo se mantém a velocidade em função do tempo para o caso
constante com o tempo, dizemos que ele está apresentado:
executando um movimento uniformemente v = 3t
variado (MUV).
Essa equação é denominada função ho-
v = 0 m/s v = 3 m/s v = 6 m/s v = 9 m/s rária da velocidade, para o corpo descrito.
t = 0s t = 1s t = 2s t = 3s Para conhecer, por exemplo, a velocidade
» Representação esquemática de um corpo em MUV. desse corpo para o instante 3,75s, devemos
substituir t na equação pelo instante de tem-
Pela figura anterior, a cada segundo há um po desejado.
aumento constante no módulo da velocidade v ( t =3 ,75s ) = 3 ⋅ 3, 75 = 11, 25 m/s
do corpo. Esse aumento é igual a 3 m/s, que é
o valor da aceleração do corpo. Entre 0s e 3s, No caso do corpo exemplificado, a velo-
há, portanto, um movimento uniformemente cidade inicial v0 é nula. Há, porém, casos nos
variado, pois a aceleração se mantém cons- quais o corpo já está em movimento no ins-
tante nesse intervalo de tempo. Se a acelera- tante t = 0 e passa a acelerar. Neles, é possível
ção se mantiver constante, é possível obter obter outra tabela e outro gráfico correspon-
uma tabela e um gráfico correspondentes. dente, considerando, por exemplo, que a ve-
locidade inicial seja v0 = 4 m/s.
Tempo (s) Velocidade (m/s)
Tempo Velocidade Reflita
0 0
0 4 O movimento de um carro em uma
1 3 rodovia pode ser considerado um
1 7 MUV?
2 6
2 10 Partes do movimento em que se man-
3 9
3 13 tenha uma aceleração constante, sim.
4 12
4 16
5 15

v (m/s)
v (m/s)
16
15
13

12 10

9 7

4
6
3
3 0 1 2 3 4 t (s)
1
» Gráfico da velocidade do corpo em função do tempo no MUV,
0 1 2 3 4 5 t (s) quando esse corpo tem velocidade inicial v0 diferente de zero.
» Gráfico da velocidade do corpo em função do tempo no MUV. Observe que a taxa de variação continua
sendo 3 m/s². No entanto, para cada valor de t,
Observe que o gráfico da velocidade em
há um acréscimo da velocidade de 4 m/s. Dessa
função do tempo é uma linha reta, e isso sig-
forma, podemos escrever a equação que rela-
EM19_1_FIS_A_03

nifica que há uma proporcionalidade entre


ciona a velocidade desse corpo com o tempo:
velocidade e tempo. Como a constante de
proporcionalidade é a aceleração do corpo, é v = 4 + 3t
possível escrever uma equação que relacione

FIS A 337

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 337 10/09/2018 13:41:35


De modo geral, para um corpo em movi- A equação anterior é chamada de equa-
mento uniformemente variado, com uma ve- ção geral para a função horária da velocidade
locidade inicial v0 e aceleração constante a, e vale para qualquer tipo de movimento uni-
podemos escrever: formemente variado, seja ele retrógrado ou
progressivo, acelerado ou retardado.
v = v 0 + at

Análise gráfica
Importante Se tivermos um gráfico da velocidade em sua vez, é equivalente à área de um retângulo
Cálculo da área de um trapézio. função do tempo (v × t), é possível obter seu de base 1 e altura 1.
A b2 B
deslocamento (∆s) por meio da área compreen- v (m/s) v (m/s)
dida entre o segmento de reta que representa
a função horária da velocidade e o eixo das abs-
h 2 2
cissas, de acordo com a figura a seguir.
v (m/s)
C b1 D 1 1
16
Considerando b1 e b2 as medidas
das bases maior e menor do trapé- 12
16
zio e h a altura, concluímos que: 12
1 0 1 t (s) 0 1 t (s)
Área = (b1 + b2 ) h
2
Podemos dizer que a área do trapé-
» O deslocamento de um corpo em MUV pode ser calculado ao
zio é a metade do produto do com- 8 se obter o valor da área abaixo do gráfico.
primento de sua altura pela soma 0 8 t (s)
Entre os instantes 0s e 1s, o corpo se des-
do comprimento de suas bases.
» O valor da área abaixo do gráfico v x t representa, numerica- locou 1 m. A velocidade era nula em t = 0 e
Resolvido
mente, o deslocamento percorrido pelo corpo.
Podemos exemplo apresentado: 2 m/s em t = 1s . De acordo com a parte B da
b1 = 16 m
O deslocamento (∆s) é numericamen- figura anterior, é possível calcular a área do
b2 =12 m
te igual à área abaixo do gráfico. Observe triângulo como se fosse um retângulo com
h=8m
que essa área tem a forma de um trapézio, base de largura t e altura vm , que é a média
Portanto:
o qual está “deitado” e suas bases menor e das velocidades entre os instantes t = 0 e
maior estão na vertical e medem 12 m e 16 m, t = 1s. Essa forma de pensar também é válida
(para gráfico v x t)
respectivamente. para se obter o deslocamento (∆s) do corpo
1
∆s = (16 + 12) 8 = 112 m
2 A aceleração está intimamente relacio- entre os instantes t = 0 e t = 2s, como mostra-
nada ao deslocamento efetuado pelo corpo. do na figura a seguir.
Quanto mais o móvel acelerar durante um A B
v (m/s) v (m/s)
intervalo de tempo, mais deslocamento ele
efetuará nesse mesmo intervalo. 4 4

A velocidade de um corpo em MUV varia


Curiosidade constantemente em função do tempo. Se o
corpo estiver em movimento progressivo ace-
2 2
John A Davis/Shutterstock

lerado, sua posição aumenta com o tempo.


Como acontece essa variação da posição em
relação ao tempo? Observe a figura a seguir.
v = 0 m/s v = 2 m/s v = 4 m/s v = 6 m/s
0 1 2 t (s) 0 1 2 t (s)
t = 0s t = 1s t = 2s t = 3s » Deslocamento de um corpo em MUV também pode ser
» Representação esquemática de um corpo em MUV. calculado considerando a área de um retângulo, cuja altura é a
média das velocidades final e inicial e largura igual ao intervalo
de tempo.
Nesse caso, o corpo aumenta sua veloci-
dade em 2 m/s a cada segundo. Portanto, sua Entre o intervalo de tempo t = 0 e t = 2s,
aceleração é constante e vale 2 m/s². Vamos as velocidades eram 0 m/s e 4 m/s, respectiva-
nos ater ao intervalo de tempo entre 0s e 1s. mente. Para determinar o deslocamento des-
Quanto maior a aceleração de um
O gráfico de v × t do movimento está repre- se corpo, imagine que sua velocidade média
corpo, maior será o deslocamento seja de 2 m/s.
efetuado por ele. No momento do sentado pela figura a seguir.
lançamento de um foguete, esse
Vamos obter o deslocamento (∆s) calcu- Com esse raciocínio, obtém-se o desloca-
pode manter uma aceleração de
mento entre os instantes t = 0 e t = 5s, consi-
EM19_1_FIS_A_03

até, aproximadamente, 450 m/s2 lando a área abaixo do gráfico que, nesse
por um tempo de duração que caso, corresponde a um triângulo, que, por derando as velocidades inicial, final e média
varia entre 0,2s e 0,4s (imagem entre eles.
meramente ilustrativa).

338 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 338 10/09/2018 13:41:38


Dessa forma, entre 0s e 5s, se o módulo da Saiba mais
=vinicial 0=
m/s
 ; v final 10 m/s
aceleração não variar com o tempo, o corpo A inclinação da reta no gráfico v x t
percorrerá 25 m. Logo, é possível concluir que indica se o movimento é acelerado
0 + 10
médiadas  velocidades = = 5 m/s o valor da velocidade escalar média, em de- ou retardado.
2 1. Movimento acelerado
terminado intervalo de tempo, tem o mesmo
∆s valor da média das velocidades nesse mesmo v
vm = intervalo de tempo.
∆t

∆s = vm ⋅ ∆t = 5 ⋅ 5 ∆s v1 + v 2
vm = = a>0
∆t 2
∆s = 25 m v0
t

Função horária da posição 2. Movimento retardado


v
Considere o exemplo de um automóvel O deslocamento ∆s pode ser escrito como:
que está se deslocando sobre uma rodovia
∆s = vm ⋅ ∆t = (15 + 15
, t ) ⋅ ( t − 0) v0
retilínea com velocidade constante de 15 m/s
e que passa a acelerar a uma razão constante
∆s = 15t + 15
, t²
de 3 m/s². a<0
Quando a velocidade inicial (v0) não é nula, Podemos calcular, por exemplo, o desloca-
a área abaixo do gráfico tem a forma de um mento do automóvel após 3,6s: t
trapézio, cuja altura é numericamente igual ∆s( t =3 ,6 s ) = 15 ⋅ 3,6 + 15
, ⋅ (3,6)2 = 73, 44 m
ao tempo (t) e as bases menor e maior nu-
mericamente iguais às velocidades inicial e E também o instante em que o automóvel
final, respectivamente. A área desse trapézio se deslocou 200 m:
é equivalente à de um retângulo com altura ∆s = 15t + 15
, t²
igual à média das velocidades inicial e final,
como esboçado nas figuras a seguir. 200 = 15t + 15
, t²
v (m/s)
vfinal 15
, t ² + 15t − 200 = 0

Essa equação do 2.º grau tem duas solu-


21 ções: t’ = 7,58s e t’’ = –17,58s. No contexto físi-
18 co, apenas a primeira tem sentido: fisicamente
vinicial = 15 o tempo negativo pode significar um instante
anterior ao momento em que começamos a
contagem do tempo. Dessa forma, no instante
0 1 2 t t (s) t = 7,58s, o automóvel terá se deslocado 200 m.
v (m/s) Agora, considere o caso geral de um corpo
vfinal em MUV, com velocidade inicial v0 e acelera-
ção constante a.
Média das
velocidades
v + v0 ( v + at ) + v 0
∆s = vm ⋅ ∆t = ⋅ ( t − 0) = 0 ⋅t
2 2
vinicial = 15
2 v 0 + at 2 v t + at ²
∆s = ⋅t = 0
2 2
0 1 2 3 t t (s)
at ²
∆t = t – 0 = t ∆s = v 0 t +
2
A função horária das velocidades para
Como ∆s = s − s0
esse corpo pode ser escrita como:
at ²
v = 15 + 3t s − s0 = v 0 t +
2
A média das velocidades entre os instan-
tes 0 e t pode ser calculada como:
at ²
s = s0 + v 0 t +
15 + (15 + 3t ) 2
média das velocidades =
2
EM19_1_FIS_A_03

Essa equação é conhecida como função


média das velocidades = 15 + 15
, t
horária da posição em função do tempo no
MUV.

FIS A 339

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Observação
Dica: Sempre que em um exercício
Gráficos s x t no MUV s

de MUV não for pedida a variável Quando um corpo está em MU, seu gráfico
tempo e ela também não estiver
nos dados, há grande possibilidade
da posição em função do tempo (s x t) é uma
de se resolvê-lo usando a equação reta, assim como um gráfico v x t no MUV. O
de Torricelli. Por isso, na Física, é gráfico s x t no MUV não é uma reta, pois a
comum o ditado: quem não tem
tempo usa Torricelli. equação que rege o movimento é de 2.º grau.
a<o
Vamos analisar, por exemplo, o movimen-
to de um automóvel que está inicialmente a t
0
21 m/s no sentido positivo de sua trajetória
e passa a frear com uma aceleração negativa
de –3 m/s².
A função horária da velocidade desse corpo é:
Equação de Torricelli
v = 21− 3 t É possível encontrar uma equação no
MUV que não envolva o tempo (t), mas apenas
e a função horária da posição no MUV, supon- o deslocamento (∆s), a velocidade inicial (v0), a
do que a posição inicial (s 0) seja zero, é: velocidade (v) e a aceleração (a).
s = 21t − 15, t²
Considere
Vamos elaborar uma tabela da posição e
v = v 0 + at
da velocidade desse automóvel com o passar
do tempo. e

Tempo (s) 0 1 2 3 4 5 at ²
s = s0 + v 0 t +
Velocidade 2
21 18 15 12 9 6
(m/s) Vamos combinar as duas equações para
Posição (m) 0 19,5 36 49,5 60 67,5 encontrar outra que seja independente do
tempo. Para isso, isole t na equação da velo-
Observe que as distâncias percorridas cidade e substitua a expressão encontrada na
a cada segundo diminuem com o passar do função horária da posição no MUV.
tempo. Isso era esperado, já que a velocidade v = v 0 + at
do automóvel está diminuindo com o tempo.
Se a aceleração se mantiver constante v − v0
t=
após t = 5s, chegará um instante em que o a
automóvel terá velocidade nula e, a partir de
então, passará a seguir no sentido negativo Substituindo:
de sua trajetória. Podemos, então, elaborar os at ²
gráficos na v x t e s x t para esse automóvel. s = s0 + v 0 t +
2
v (m/s) s (m)
smáx 2
 v − v0 
20 a 
 v − v0 
∆s = v 0   a 
+
 a  2

 v v − v 20  v ² − 2 v v 0 + v 02
∆s =  0 +
0 t (s) 0 t (s)  a  2a
» O gráfico v x t de um corpo em MUV sempre é uma reta, ao passo 2 v v 0 − 2 v 20 + v ² − 2 v v 0 + v 02
que o gráfico s x t de um corpo em MUV sempre é uma parábola. ∆s =
2a
O gráfico da posição de um corpo em fun-
ção do tempo em MUV é uma parábola. A v ² − v 20
posição e o formato da parábola dependerão ∆s =
2a
das características do movimento.
s 2a∆s = v 2 − v 20

a>o
v 2 = v 20 + 2a∆s
EM19_1_FIS_A_03

A equação anterior é conhecida como


equação de Torricelli.
0 t

340 FIS A

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FÍSICA & CULTURA

Aceleração cardíaca é preocupante quando


ocorre sem o corpo precisar
Sentir o coração acelerado é normal em situações que exigem mais bombeamento de sangue,
como numa atividade física ou alguma situação de nervosismo e estresse. Essa taquicardia, porém, às vezes
surge em momentos de repouso ou até durante o sono – e aí precisa ser investigada.
É possível reconhecer o ritmo dos batimentos ao colocar o dedo no pulso, mas o diagnóstico médico deve
ser feito por um eletrocardiograma, já que o paciente pode não apresentar nenhum outro sintoma.
[...]
A falta de organização dos batimentos cardíacos diminui a velocidade do sangue, que permanece mais
tempo dentro dos átrios. Essa situação favorece a formação de coágulos, que se desprendem e podem entu-
pir os vasos de qualquer região do organismo. Se esses coágulos obstruírem os vasos cerebrais, ocorre um
derrame ou acidente vascular cerebral (AVC).

Taquicardia
Cardiologista Mauricio Scanavacca explica por que o coração pode bater descompassado
O que é?
• É a aceleração da frequência cardíaca. • Quando ocorre sem que o corpo necessite
• O coração ultrapassa 100 batidas por minuto. (numa atividade física ou situação de
estresse), é considerada arritmia.
• Se o coração bate mais lento que o
normal, acontece a bradicardia.

BRADICARDIA NORMAL TAQUICARDIA

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140

(Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/05/aceleracao-cardiaca-


e-preocupante-quando-ocorre-sem-o-corpo-precisar.html>. Acesso em: 28 ago. 2017.)

1. Você consegue medir o batimento do seu coração? Primeiro faça enquanto estiver tranquilo. Depois faça
uma série de movimentos agitados e repita a medida. Por que existe esta diferença?
A forma mais fácil de realizar este teste é posicionar o indicador sobre a parte inferior do pulso. A diferença de valores deve ocorrer pela ação

do coração em bombear o sangue rapidamente para regiões periféricas do nosso organismo.

2. A taquicardia em determinados momentos é benéfica e em outras é ruim. Identifique estes dois momentos.
» O eletrocardiograma é um exame
No texto é apresentado um aspecto ruim da taquicardia, que é a possibilidade de aparecer um coágulo na região cerebral levando ao AVC. Um
médico que mantém um registro do
que acontece no coração por meio
aspecto positivo é a atividade física, pois o estado de taquicardia eleva o gasto calórico. de um gráfico, como o da imagem.

3. A alteração da velocidade de pulsação está associada ao movimento de qual órgão do nosso corpo?
Nesta questão é importante a percepção sobre relação entre a força executada pelo coração para alterar a velocidade do sangue. Isto é ótimo

para entender o conceito de aceleração e será importante no estudo do conceito de força e leis de Newton.
IhorL/Shutterstock
EM19_1_FIS_A_03

FIS A 341

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 341 10/09/2018 13:41:47


b) Qual é o instante de tempo em que o móvel passa pela origem
Resolvidos das posições?
É preciso encontrar as raízes da equação, que é uma equação do 2.º grau.
∆ = b2 − 4 · a · c
1. O gráfico que se segue apresenta a velocidade como função do ∆= 302 − 4 · 4 · (−40)
tempo em um MUV. ∆ = 900 − 4· 4 · (−40)
∆ = 1 540
v (m/s)
Há 2 raízes reais.
−30 ± 1540
Aplicando a fórmula de Bhaskara, temos: t =
Resolvendo: 2⋅4
16 t’ = 1,15s
t’’ = –8,65s
Como o segundo resultado é negativo, devemos ignorá-lo. Portanto, temos:
t = 1,15s

0 34 t (s)

a) Qual é a aceleração escalar desse corpo no instante 10s?


3. Um móvel em movimento variado se desloca de acordo com a
b) Qual é a distância percorrida pelo corpo entre os instantes seguinte equação (em unidades do SI):
t = 0 e t = 34s?
s = 5 – 20t + 2t2
99 Solução:
Com base na equação do movimento, responda:
a) É possível obter a aceleração escalar observando a diferença a) Qual a posição inicial, a velocidade inicial e aceleração desse
de tempo e o intervalo de tempo. móvel?
∆v 16 A equação do movimento é da forma:
am = = = 0 , 47 m/s 2
∆t 34 s = s0 + v0t + (a/2)t2. Comparando com a equação dada, temos:
s0 = 5 m; v0 = –20 m/s; e a = 4 m/s2
Como estão em um MUV, esse valor se mantém constante
para qualquer instante, inclusive para t = 10s.
b) Basta calcular a área abaixo do gráfico, que tem a forma de b) O movimento é progressivo ou retrógrado?
um triângulo, lembrando que a área é numericamente igual
O movimento é retrogrado até o momento de inversão da velocidade. Depois disso,
ao deslocamento efetuado pelo corpo.
o movimento passa a ser progressivo.
b ⋅ h 34 ⋅16
A= = = 272
2 2
∆s = 272 m c) O movimento é acelerado ou retardado?
Quando a velocidade e a aceleração têm sinais diferentes, o movimento é retarda-

Praticando do, como no começo do movimento. Após a inversão do sentido da velocidade, o

movimento passa a ser acelerado.


1. (PUC-Rio) Um corredor olímpico de 100 metros rasos acelera
desde a largada, com aceleração constante, até atingir a linha de 4. (Unicamp) Correr uma maratona requer preparo físico e deter-
chegada, por onde ele passará com velocidade instantânea de minação. A uma pessoa comum se recomenda, para o treino de
12 m/s no instante final. Qual a sua aceleração constante? um dia, repetir 8 vezes a seguinte sequência: correr a distância de
1 km à velocidade de 10,8 km/h e, posteriormente, andar rápido a
a) 10,0 m/s2 7,2 km/h durante dois minutos.
b) 1,0 m/s2 a) Qual será a distância total percorrida pelo atleta ao terminar
c) 1,66 m/s2 o treino?
d) 0,72 m/s2 Dados: d1 = 1 km = 1 000 m; v2 = 7,2 km/h = 2 m/s; ∆t2 = 2 min = 120s.
e) 2,0 m/s2
A distância total (d) percorrida nas 8 vezes é:
99 Anotações:
d = 8(d1 + d2 ) = 8(d1 + v2 ∆t2 ) = 8(1000 + 2 ⋅120) = 8(1240) ⇒ d = 9 920 m
Dados: v0 = 0; v = 12 m/s; Δs = 100 m.
144
v 2 = v 20 +a∆s → 122 = 2 ⋅ a ⋅ 100 → a = → a = 0,72 m/s2
200
b) Para atingir a velocidade de 10,8 km/h, partindo do repouso, o
atleta percorre 3 m com aceleração constante. Calcule o módulo
da aceleração a do corredor neste trecho.
Dados: v0 = 0; v1 = 10,8 km/h = 3 m/s; D = 3 m
2. A função horária de um móvel no MUV é dada pela seguinte Aplicando a equação de Torricelli:
expressão no SI:
s = −40 + 30 t + 4 t2 v12 = v20 + 2a∆S ⇒ a =
v12 − v20 32 − 0 9
= = ⇒ a = 15
, m/s2
2∆s 2⋅3 6
a) Encontre a posição desse móvel no momento t = 10s.
EM19_1_FIS_A_03

Basta substituir o valor de t na equação dada:


s = –40 + 30t + 4t2
s = –40 + 30 · 10 + 4 · (10)2
s = 660 m

342 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 342 10/09/2018 13:41:49


5. (UFTM) Indique a alternativa que representa corretamente a tabela c) No instante t1, a partícula está em repouso em relação ao
com os dados da posição, em metros, em função do tempo, em referencial.
segundos, de um móvel, em movimento progressivo e uniforme- d) O módulo da velocidade medida para a partícula diminui
mente retardado, com velocidade inicial de valor absoluto 4 m/s e durante todo o intervalo de tempo.
aceleração constante de valor absoluto 2 m/s2.
e) O módulo da velocidade medida para a partícula aumenta
a) t (s) 0 1 2 3 durante todo o intervalo de tempo.
O gráfico a seguir mostra a variação da
s (m) 7 8 7 4 velocidade e os deslocamentos a cada 4. C5:H18 (UFJF-2017) Uma pequena aeronave não tripulada, de
segundo. aproximadamente dois metros de comprimento, chamada X-43A,
v (m/s) foi a primeira aeronave hipersônica que utilizou com sucesso um
b) t (s) 0 1 2 3
4 sistema de propulsão por foguete chamado Scramjet. Ao contrá-
s (m) 4 7 8 7 rio de foguetes, que devem carregar tanto o combustível quanto
2 o comburente, os Scramjets transportam apenas combustível e
c) t (s) 0 1 2 3
–3 m utilizam como comburente o oxigênio da atmosfera. Isso reduz
0
–1 m 3 4 t (s) o peso, aumentando sua eficiência. Assim, durante os testes, o
s (m) –4 –2 –4 –10 1 2 –1 m X-43A, partindo do repouso, conseguiu atingir incríveis 12 150 km/h
–3 m (3 375 m/s) durante os dez primeiros segundos de voo.
–2
d) t (s) 0 1 2 3 (Disponível em: <www.tecmundo.com.br/veiculos/13811-os-10-objetosmais-
velozes-construidos-pelo-homem.htm>. Acesso em: 1º set. 2016. Adaptado. )
s (m) 0 –3 –4 –3 –4
Com base nessa notícia, e considerando que a aceleração da aero-
e) t (s) 0 1 2 3 nave permaneceu constante durante todo o teste, podemos dizer
que o X-43A percorreu uma distância de
s (m) 0 4 7 8 a) 16,875 km. c) 242,850 km. e) 12 446,0 km.
b) 33,730 km. d) 3 337,0 km.
Desenvolvendo Habilidades 5. C5:H18 (PUCPR-2018) Considere os dados a seguir.
O guepardo é um velocista por excelência. O animal mais rápido
1. C5:H2 (FGV-2014) Em alguns países da Europa, os radares fotográ- da Terra atinge uma velocidade máxima de cerca de 110 km/h. O
ficos das rodovias, além de detectarem a velocidade instantânea que é ainda mais notável: leva apenas três segundos para isso. Mas
dos veículos, são capazes de determinar a velocidade média não consegue manter esse ritmo por muito tempo; a maioria das
desenvolvida pelos veículos entre dois radares consecutivos. Con- perseguições é limitada a menos de meio minuto, pois o exercício
sidere dois desses radares instalados em uma rodovia retilínea e anaeróbico intenso produz um grande débito de oxigênio e causa
horizontal. A velocidade instantânea de certo automóvel, de 1 500 kg uma elevação abrupta da temperatura do corpo (até quase 41ºC,
de massa, registrada pelo primeiro radar foi de 72 km/h. Um minuto perto do limite letal). Um longo período de recuperação deve se
depois, o radar seguinte acusou 90 km/h para o mesmo automóvel. seguir. O elevado gasto de energia significa que o guepardo deve
Com a velocidade crescendo de modo constante, em função do escolher sua presa cuidadosamente, pois não pode se permitir
tempo, é correto afirmar que a distância entre os dois radares é de muitas perseguições infrutíferas.
a) 450 m. c) 925 m. e) 1,350 km. ASHCROFT, Francis. A Vida no Limite – A ciência da
b) 675 m. d) 1,075 km. sobrevivência. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2001.

2. C5:H18 (IFCE-2016) Um veículo parte do repouso em movimento Considere um guepardo que, partindo do repouso com aceleração
retilíneo e acelera com aceleração escalar constante e igual a constante, atinge 108 km/h após três segundos de corrida, man-
2,0 m/s2. Pode-se dizer que sua velocidade escalar e a distância tendo essa velocidade nos oito segundos subsequentes. Nesses
percorrida após 3,0 segundos, valem, respectivamente, onze segundos de movimento, a distância total percorrida pelo
guepardo foi de
a) 6,0 m/s e 9,0 m. d) 12 m/s e 35 m.
a) 180 m. c) 240 m. e) 305 m.
b) 6,0 m/s e 18 m. e) 2,0 m/s e 12 m.
b) 215 m. d) 285 m.
c) 3,0 m/s e 12 m.
6. C5:H17 (UFJF-2014) A velocidade de um objeto em função do
3. C5:H17 (PUCRS-2016) Analise o gráfico a seguir. Ele representa as
tempo é registrada em um gráfico. Analisando o gráfico a seguir,
posições x em função do tempo t de uma partícula que está em
determine o módulo da velocidade inicial v0, o módulo da ace-
movimento, em relação a um referencial inercial, sobre uma traje-
leração a e a distância percorrida d entre os instantes t = 3s e 5s.
tória retilínea. A aceleração medida para ela permanece constante
durante todo o trecho do movimento. 28
x 24
velocidade (m/s)

20
16
12
8
0 t 4
t1 t2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
tempo (s)
a) v0 = 4 m/s; a = 4 m/s²; d = 4 m.
EM19_1_FIS_A_03

Considerando o intervalo de tempo entre 0 e t2, qual das afirmações b) v0 = 4 m/s; a = 0 m/s²; d = 8 m.
está correta? c) v0 = 0 m/s; a = 4 m/s²; d = 32 m.
a) A partícula partiu de uma posição inicial positiva. d) v0 = 0 m/s; a = 0 m/s²; d = 8 m.
b) No instante t1, a partícula muda o sentido do seu movimento. e) v0 = 4 m/s; a = 4 m/s²; d = 32 m.

FIS A 343

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 343 10/09/2018 13:41:49


5. (UERJ-2013) O cérebro humano demora cerca de 0,36 segundos
Complementares para responder a um estímulo. Por exemplo, se um motorista decide
parar o carro, levará no mínimo esse tempo de resposta para acionar
1. (Unifesp) Um avião a jato, para transporte de passageiros, precisa o freio. Determine a distância que um carro a 100 km/h percorre
atingir a velocidade de 252 km/h para decolar em uma pista plana durante o tempo de resposta do motorista e calcule a aceleração
e reta. Para uma decolagem segura, o avião, partindo do repouso, média imposta ao carro se ele para totalmente em 5 segundos.
deve percorrer uma distância máxima de 1 960 m até atingir aquela 6. (UERJ) Dois carros, A e B, em movimento retilíneo acelerado, cru-
velocidade. Para tanto, os propulsores devem imprimir ao avião zam um mesmo ponto em t = 0s. Nesse instante, a velocidade v0
uma aceleração mínima e constante, em m/s2, de de A é igual à metade da de B, e sua aceleração a corresponde ao
a) 1,25. dobro da de B.
b) 1,40. Determine o instante em que os dois carros se reencontrarão, em
c) 1,50. função de v0 e a.

d) 1,75. 7. (AMAN-2013) Um carro está desenvolvendo uma velocidade


constante de 72 km/h em uma rodovia federal. Ele passa por um
e) 2,00.
trecho da rodovia que está em obras, onde a velocidade máxima
2. (UEL-2014) O desrespeito às leis de trânsito, principalmente àquelas permitida é de 60 km/h. Após 5s da passagem do carro, uma
relacionadas à velocidade permitida nas vias públicas, levou os ór- viatura policial inicia uma perseguição, partindo do repouso e
gãos regulamentares a utilizarem meios eletrônicos de fiscalização: desenvolvendo uma aceleração constante. A viatura se desloca
os radares capazes de aferir a velocidade de um veículo e capturar 2,1 km até alcançar o carro do infrator. Nesse momento, a viatura
sua imagem, comprovando a infração ao Código de Trânsito policial atinge a velocidade de
Brasileiro. Suponha que um motorista trafegue com seu carro à a) 20 m/s.
velocidade constante de 30 m/s em uma avenida cuja velocidade
b) 24 m/s.
regulamentar seja de 60 km/h. A uma distância de 50 m, o motorista
percebe a existência de um radar fotográfico e, bruscamente, inicia c) 30 m/s.
a frenagem com uma desaceleração de 5 m/s2. d) 38 m/s.
Sobre a ação do condutor, é correto afirmar que o veículo e) 42 m/s.
a) não terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com
8. (ACAFE) Para garantir a segurança no trânsito, deve-se reduzir a
velocidade de 50 km/h.
velocidade de um veículo em dias de chuva, senão vejamos: um
b) não terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com veículo em uma pista reta, asfaltada e seca, movendo-se com ve-
velocidade de 60 km/h. locidade de módulo 36 km/h (10 m/s) é freado e desloca-se 5,0 m
c) terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com velo- até parar. Nas mesmas circunstâncias, só que com a pista molhada
cidade de 64 km/h. sob chuva, necessita de 1,0 m a mais para parar.
d) terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com velo- Considerando a mesma situação (pista seca e molhada) e agora a
cidade de 66 km/h. velocidade do veículo de módulo 108 km/h (30 m/s), a alternativa
correta que indica a distância a mais para parar, em metros, com a
e) terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com velo-
pista molhada em relação à pista seca é
cidade de 72 km/h.
a) 6.
3. (IFSP-2011) Numa determinada avenida onde a velocidade máxi- b) 2.
ma permitida é de 60 km/h, um motorista dirigindo a 54 km/h vê
que o semáforo, distante a 63 metros, fica amarelo e decide não c) 1,5.
parar. Sabendo-se que o sinal amarelo permanece aceso durante d) 9.
3 segundos aproximadamente, esse motorista, se não quiser pas-
9. (IME) Um automóvel percorre uma estrada reta de um ponto A
sar no sinal vermelho, deverá imprimir ao veículo uma aceleração
para um ponto B. Um radar detecta que o automóvel passou pelo
mínima de ______ m/s2.
ponto A a 72 km/h. Se esta velocidade fosse mantida constante,
O resultado é que esse motorista ______ multado, pois ______ a o automóvel chegaria ao ponto B em 10min. Entretanto, devido a
velocidade máxima. uma eventualidade ocorrida na metade do caminho entre A e B,
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e respec- o motorista foi obrigado a reduzir uniformemente a velocidade
tivamente. até 36 km/h, levando para isso, 20s. Restando 1 min para alcançar
a) 1,4 – não será – não ultrapassará o tempo total inicialmente previsto para o percurso, o veículo é
b) 4,0 – não será – não ultrapassará acelerado uniformemente até 108 km/h, levando para isso, 22s,
permanecendo nesta velocidade até chegar ao ponto B. O tempo
c) 10 – não será – não ultrapassará
de atraso, em segundos, em relação à previsão inicial, é
d) 4,0 – será – ultrapassará a) 46,3.
e) 10 – será – ultrapassará b) 60,0.
4. (CEFET) Um carro se desloca com movimento retilíneo uniforme- c) 63,0.
mente variado em uma estrada plana, passando em um determi-
d) 64,0.
nado ponto com velocidade de 15 m/s. Sabendo-se que ele gasta
5,0 segundos para percorrer os próximos 50 metros, sua velocidade e) 66,7.
no final do trecho, em m/s, é de
a) 5. GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
b) 10. de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
EM19_1_FIS_A_03

c) 15.
3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.
d) 20.

344 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 344 10/09/2018 13:41:50


xt
oc
k/
Sh
u
tte
rst
oc
k
Cinemática vetorial Cinemática
vetorial

Vetor • Operações com vetores • Independência de movimentos simultâneos •


Composição de velocidades • Decomposição de movimento • Movimento relativo

APERTE O PLAY
La Niña em 2018 poderia favorecer safra do Nordeste
Depois de cinco anos com safras frustradas por causa da estiagem, 2017 foi bem melhor para
os produtores do Nordeste do Brasil. O cenário ainda está bem longe do ideal, mas os volumes
acumulados de chuva permitiram maior produtividade, principalmente no oeste da Bahia. O episódio de La
Niña, mesmo fraco, contribuiu para o regime de chuvas na região, o que deixou muito produtor esperançoso.
Neste momento, estamos vivendo um momento de neutralidade climática do oceano Pacífico equatorial,
sem El Niño e nem La Niña. No entanto, projeções indicam um ligeiro resfriamento do Pacífico para o pró-
ximo verão, o que pode caracterizar um La Niña para 2018. Se o fenômeno for comprovado, será mais uma
safra de chuvas melhores para o Nordeste.

(Disponível em: <https://tempo.canalrural.com.br/noticias/2017-07-06/la-nina-


em-2018-poderia-favorecer-safra-do-nordeste>. Acesso em: 28 ago. 2017.)

Os fenômenos El Niño e La Niña ocorrem nas águas do pacífico Sul, alterando a região de
chuvas de todo o planeta. Observe o esquema a seguir sobre o El Niño.

EL NIÑO
Ano normal Ano de EL NIÑO
Ventos Inverno mais
equatoriais quente
perdem força
Ventos Oceano Pacífico e a água Oceano Pacífico
equatoriais mais quente
sopram acumula-se
sobre a água próxima à
aquecida América América do Sul América
em direção a do Sul do Sul
oeste Austrália Água fria Austrália
acumulada ao
longo da costa
na América
do Sul

Com base no texto e no esquema, responda.


1. Você sabe explicar o que são esses fenômenos e por que eles são tão importantes?
Pode-se conversar com o responsável da disciplina de Geografia sobre este tema para saber se estudantes tiveram contato ou não com o tema.

Pode-se procurar por matérias/reportagens que ajudem a facilitar essa compreensão, em especial as que tratem sobre o deslocamento das

massas de ar carregando a chuva.

2. No mapa de previsão do tempo sempre são indicados as temperaturas e os deslocamentos de massas de


ar. Como é indicado esse movimento nos mapas?
Pode-se levar algumas figuras demonstrativas sobre isso ou mostrar as setas do próprio esquema anterior. Enfatize com os estudantes o uso

das setas para indicar o caminho e que essas “setas” são na verdade entes matemáticos chamados de vetores que carregam informações im-
EM19_1_FIS_A_04

portantes sobre a grandeza física que representam, como veremos neste módulo.

FIS A 345

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 345 10/09/2018 13:42:17


Introdução
Às vezes, conhecer o valor numérico e a unidade de medida de uma grandeza física é su-
ficiente para se conhecer um fenômeno, como nos casos de comprimento, de tempo e de
massa. Esses são exemplos de grandezas escalares, pois nada é exigido além de seu valor
numérico para se conhecer integralmente um fenômeno. Há, porém, outras grandezas físicas
que não são completas apenas com o valor numérico, elas necessitam, também, de uma dire-
ção e um sentido para serem perfeitamente determinadas. Essas são as grandezas vetoriais.

Vetor
Três automóveis estão representados na Na escrita, uma grandeza vetorial é caracte-
figura a seguir e têm a mesma velocidade rizada por uma pequena seta orientada para
escalar, igual a 40 km/h. Perceba que, embora direita acima da representação gráfica dessa
tenham os mesmos valores de velocidades, grandeza, como visto na figura a seguir.
os carros estão seguindo em direções e senti-
dos diferentes. Para que seja completamente
determinada, além de seu valor numérico, a a
b d
velocidade necessita do sentido e da direção m
nos quais o movimento ocorre. r
c t

n
40 km/h » Quando dois ou mais vetores se baseiam em retas paralelas ou
sobre a mesma reta, têm a mesma direção.

40 km/h De acordo com a figura, o comprimento (m)


40 km/h da seta indica a intensidade ou módulo do ve-
tor. Setas de maior comprimento representam
grandezas com módulos maiores. A direção da
grandeza é definida pela orientação geométrica
do vetor e o sentido é definido
  pela
 ponta da
A direção, nesse caso, sempre é tangente
seta. Observe queos vetores b, c e d têm a mes-
ao movimento do automóvel pela trajetória, e
ma direção, mas be d têm sentidos diferentes

o sentido é a orientação de movimento desse
de c . O módulo de d é maior que o de b .
automóvel na trajetória. Para cada direção,
sempre há dois sentidos. Além da velocidade, Na figura seguinte, o automóvel está
a aceleração e a força são exemplos de gran- freando e os vetores velocidade e aceleração,
dezas vetoriais. embora tenham a mesma direção (tangente à
trajetória), têm sentidos opostos.
Trajetória do helicóptero

→ →
a v
A

» Quando o vetor aceleração está em sentido oposto ao de


velocidade, o móvel está em movimento retardado.
Observe, na figura a seguir, que para pu-
xar a mala a pessoa realiza uma força que faz
um ângulo α com sua trajetória. A direção do
B
vetor força é definida por esse ângulo.

» A reta que passa pelos pontos A e B representa a direção da


velocidade. Nesse caso, o sentido é de A para B (indicado pela
seta).

Para representar uma grandeza vetorial,


é necessária a utilização de um vetor, um →
F
ente matemático que caracteriza a direção, o
α
EM19_1_FIS_A_04

sentido e a intensidade de uma grandeza ve-


torial. Para isso, geometricamente, utiliza-se
uma seta, um segmento de reta orientado.

346 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 346 10/09/2018 13:42:18


Operações com vetores
Imagine a seguinte situação, representada ∆s2 = ∆s12 + ∆s22
na figura a seguir: um avião parte em direção
∆s2 = (500)2 + (650)2 = 672500
a uma cidade B, situada a 500 km ao norte da
cidade A. Depois de reabastecer na cidade B, o ∆s ≅ 820 km
avião parte com destino à cidade C, localizada ∆s2 = 650 km
a 650 km a leste da cidade B. B C
α

B D2 = 650 km ∆s1 = 500 km


C
∆s = 820 km
D1 = 500 km
N

A
» A direção do vetorA deslocamento resultante é determinada
O L

pelo ângulo α.
» Representação gráfica das cidades A, B e C, sem escala.
S

A distância percorrida D pode ser calcula- Regra do paralelogramo e Importante

da desta forma:
decomposição de vetores
No campo da engenharia civil
muitas são as aplicações das gran-
D = 500 + 650 = 1150 km dezas vetoriais. A análise vetorial é
A caixa da figura a seguir está sendo arras- fundamental para que o estudante
Essa soma foi possível porque utilizamos tada por duas forças que têm direções dife- saiba a base da engenharia civil.
Para saber de maneira detalhada
grandezas escalares (deslocamento escalar). rentes. É a resultante dessas forças que deter- o funcionamento de estruturas, o
Para grandezas vetoriais, além de se levar em minará a direção e o sentido do movimento conhecimento vetorial é indispensá-
conta os valores numéricos, também devem vel. Encontraremos essas aplicações
da caixa. Esse movimento ocorrerá sobre  no dimensionamento de vigas, em
ser levados em consideração a direção e o uma
 linha reta entre as direções
 das forças F1 pontes, elevadores, guindastes,
sentido de cada vetor envolvido na soma. e F2 . A força resultante FR pode ser represen- carregamentos etc.

Para o caso do avião, vamos analisar seu des- tada como a diagonal de um paralelogramo,
locamento de uma forma vetorial. Entre a cidade em que os vetores força são os lados não pa-
A e B, o avião efetuou um deslocamento vetorial ralelos desse paralelogramo.

∆s1 com módulo 500 km, direção vertical e→ senti-
F1
do norte, e outro deslocamento vetorial ∆s2, com
F1
módulo de 650 km, direção horizontal e sentido FR
leste. Qual o módulo, direção e sentido do vetor
deslocamento resultante ∆s?

F2
  
∆s = ∆s1 + ∆s2 F2
» A regra do paralelogramo pode ser aplicada para se deter-
De acordo com a figura seguinte, o des- minar o vetor força resultante.
locamento resultante ∆s é um terceiro vetor,

Portanto, a resultante de dois vetores


com início exatamente sobre o do primeiro pode ser obtida por meio da regra do para-
vetor e fim exatamente sobre o fim do segun- lelogramo. A apartir
+b
da ponta da seta de cada
do vetor, formando, dessa forma, uma hipo- a a+b
vetor se traça uma reta paralela ao vetor
tenusa de um triângulo retângulo. Portanto, é a
oposto, sendo a diagonal do paralelogramo
possível calcular o módulo do deslocamento desenhado o vetor
b resultante. Você pode ver
resultante utilizando o Teorema de Pitágoras. como se faz nos exemplos a seguir.b
c+d
N
c+d
∆s2 a +c b
B C a c

bd
∆s1 e+f d
∆s c+d
e+f
EM19_1_FIS_A_04

c
o
O L
A e f
» O vetor resultante pode ser encontradoe utilizando a regra
f do
» Deslocamentos efetuados pelo avião d
paralelogramo, desde que os vetores não sejam nulos e te-
S entre as cidades A, B, e C. nham direçõesediferentes.
+f
FIS A 347

e f
PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 347 10/09/2018 13:42:21
Saiba mais  O deslocamento poderia ter sido produzi-
Qualquer vetor v pode ser a resultante de
  do por dois deslocamentos consecutivos, um
A resultante de três ou mais vetores dois outros vetores ( v x e v y ), sendo que um deles
também pode ser obtida pela regra
está na direção horizontal e outro na direção horizontal e outro vertical, como mostra a fi-
do polígono. No caso, basta enfi-   gura a seguir. O vetor deslocamento na hori-
leirar todos os vetores envolvidos, vertical. v x e v y são as componentes retangu-
sempre colocando o início de um  →
zontal ∆sx e o vetor deslocamento na vertical
lares ou projeções ortogonais do vetor v. →
vetor no final de outro, respeitan- ∆sy têm módulo de acordo com os seguintes
do o comprimento, a direção e o
sentido. O vetor resultante será cálculos:
aquele que tem começo no início do
V V
primeiro vetor e término no fim do Vy
último vetor.
∆sy
A B C
vx

A ∆sx
V = V x + Vy
S=A+B+C
» O vetor v é a resultante dos vetores v x e v y.
B ∆s
As projeções de um vetor podem eventual- ∆sy
C
A mente substituí-lo, mantendo-se as condições
iniciais. Por exemplo: na figura a seguir, há um 30º
vetor deslocamento ∆s, de módulo 40 m, cuja

S
direção é indicada pelo ângulo que faz com a A ∆sx
horizontal.
∆s = 40 m ∆sx 3 ∆sx
cos 30° = → = → ∆sx = 20 3 m

∆s 2 40

∆s ∆s y 1 ∆s y
sen 30° = → = → ∆s y = 20 m
∆s 2 40
Observação
Podemos calcular o módulo do vetor
resultante pela Lei dos Cossenos: 30º
FR2 = F12 + F22 + 2F1 · F2 cos θ A

Acompanhe mais alguns exemplos de soma de vetores.

Extremidade do vetor

f
g

b f
e h
a d f=g+h
Origem do vetor
c
f=d+e
c=a+b

» Exemplos de somas vetoriais.

Independência de movimentos simultâneos


Imagine que um pescador, na margem de um rio, está arrumando os remos de seu barco
enquanto observa as folhas boiarem na água, descendo correnteza abaixo. O pescador sabe
que é mais difícil remar contra a correnteza do que a favor dela. Nessa situação, há dois mo-
vimentos: o do barco e o da água do rio. Eles são independentes um do outro: se retirarmos o
barco do rio, o movimento da água em nada se alterará.
EM19_1_FIS_A_04

O princípio da independência dos movimentos simultâneos, apresentado por Galileu,


trata de situações semelhantes a esse exemplo do barco. Um movimento composto de dois
ou mais movimentos pode ser verificado analisando-se cada um dos movimentos que o com-
põem separadamente.

348 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 348 10/09/2018 13:42:25


Composição de velocidades
Imagine a seguinte situação: uma lancha navega em um lago calmo a uma velocidade de
5 m/s. Nesse caso, a velocidade dela em relação à água é a mesma em relação à margem. No
entanto, se a água tiver uma velocidade em relação ao solo, a velocidade da lancha dependerá
do referencial adotado.
Suponha que a lancha navegue a favor de um rio cuja correnteza tenha velocidade de 2 m/s
em relação às margens. A velocidade relativa entre as águas do rio e da lancha continua sendo
5 m/s. As velocidades se somarão e a da lancha em relação às margens é de 7 m/s (5 + 2). No
entanto, se a lancha navegar contra a correnteza, as velocidades se subtrairão e a velocidade
da lancha em relação às margens será de 3 m/s (5 – 2).
A B C

vB = 5 m/s vB = 5 m/s vB = 5 m/s


vB vB vB
vc = 0 m/s vc = 2 m/s vc = –2 m/s
vT = 5 m/s vC vT = 7 m/s vC vT = 3 m/s

» Em A, o barco move-se para direita sobre a água parada em relação ao solo a uma velocidade de 5 m/s. Em B, o barco move-se a Saiba mais
favor da correnteza e, em relação ao solo, o barco move-se a 7 m/s. Em C, o barco move-se contra a correnteza e sua velocidade
em relação ao solo é de 3 m/s. Em um triângulo qualquer, ao se
conhecer a medida de dois lados
Suponha que agora a lancha navegue sobre o rio em uma direção perpendicular ao movi- e a do ângulo formado entre eles,
mento da correnteza, conforme a figura a seguir. é possível determinar a medida do
terceiro lado utilizando a Lei dos
v2 Cossenos. Sendo c a medida do
v2 terceiro lado, então, temos:

c² = a² + b² − 2ab cos θ
» O barco, com uma ve-
locidade v1 em relação v1 v1 v
às águas, movimen- v
ta-se perpendicular à
direção da corrente, v1
que tem velocidade v2.

v2
» Um mergulhador poderá nadar para
v = v1 + v2 frente, mas ser arrastado pela água
para trás.

Para um observador que está na margem do rio, a velocidade do barco será uma composi-
ção da velocidade do barco sobre a água e da própria correnteza.
  
v = v1 + v 2

Rich Carey/Shutterstock
Como a velocidade da água faz um ângulo de 90° com a velocidade do barco, podemos ana-
lisar os vetores como um triângulo retângulo e utilizar o Teorema de Pitágoras para encontrar
o módulo do vetor resultante.

v ² = v12 + v 22

Como a velocidade da lancha em relação à água é de 5 m/s e a velocidade da corrente-


za é de 2 m/s, o módulo da velocidade resultante será:

v 2 = 52 + 22 = 29 v = 29 ≅ 5, 4 m/s
EM19_1_FIS_A_04

FIS A 349

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 349 10/09/2018 13:42:33


Decomposição de movimento
Tony Pasma
/ Shutt Um movimento executado em determinada direção sempre pode ser visto como um com-
ersto
ck posto de duas ou mais direções. Imagine um balão que sobe a favor do vento: o balão seguirá
para cima, na diagonal, e esse movimento poderá ser visto como a composição de um movi-
mento vertical (subida do balão) e outro horizontal (vento).
Por exemplo: em atividades esportivas, há vários casos envolvendo movimentos
que podem ser analisados, como a composição de movimentos verticais e horizon-
tais. O quicar de uma bola de basquete, desconsiderando a resistência do ar, por
exemplo, pode ser analisado como se houvesse dois movimentos distintos: na ver-
tical, o movimento é uniformemente variável, pois há a aceleração constante da
gravidade; na horizontal, o movimento é uniforme, pois não há acelerações. O
estudo de um movimento como se fosse a composição de dois, um na vertical e
outro na horizontal, é chamado de decomposição do movimento.
Considere um navio que se desloca na direção Sudeste, conforme a figura a
seguir. O movimento dele pode ser entendido como a composição de dois movi-
mentos distintos: um para Leste e outro para Sul.

B. Franklin/Shutterstock
NORTE

OESTE LESTE

SUDESTE
SUL

» O deslocamento no sentido sudeste pode ser decomposto nas direções Leste e Sul.
→ →
Na representação vetorial da figura a seguir, os tamanhos dos vetores ∆s1 e ∆s2 represen-
tam o módulo dos deslocamentos nos sentidos Leste e Sul, respectivamente. Esses módulos
dependem da velocidade com que o barco se move e do ângulo α entre a direção de movimen-
to e a linha horizontal (Leste-Oeste).
» Um balão de ar quente subindo ao » O vetor deslocamento resultante Ds pode ser visto
sabor do vento. ∆s1 como a composição do vetor deslocamento para Leste
 
D s1 e do vetor deslocamento para Sul D s2 .
α

∆s2 0 4 8 12 16 20 24 Leste (m)


∆s
3

   12
∆s = ∆s1 + ∆s2
15
Ao lado, supondo-se que o barco tenha um 18
movimento retilíneo uniforme, está represen-
Sul (m) Deslocamento
tado seu deslocamento a cada segundo. do barco
Observe que o deslocamento de Oeste
EM19_1_FIS_A_04

para Leste é uniforme, assim como o deslocamento de Norte para Sul. Por exemplo: sabendo

350 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 350 10/09/2018 13:42:37


que a velocidade de deslocamento de Norte A trajetória parabólica da bolinha sugere que
para Sul é constante em 3 m/s e que o deslo- o movimento é acelerado. Veja o movimento
camento de Oeste para Leste também é cons- dela em suas componentes horizontal e vertical.
tante em 4 m/s, sabemos que o deslocamen-
∆s1 ∆s2 ∆s3 ∆s4
to para Sudeste é de 5 m/s, de acordo com o
Teorema de Pitágoras. y
4y t1 = 1s
vx 3y

9y
t2 = 2s
vy v 5y
16y
t3 = 3s

Em outras palavras, sabendo o ângulo α


7y
e a velocidade desse deslocamento (5 m/s), é
possível decompor esse movimento em Leste
(4 m/s) e Sul (3 m/s).
● Como decompor o movimento de um y t4 = 4s
corpo cuja velocidade é constante e → → → →
Os deslocamentos na horizontal (∆s1, ∆s2 , ∆s3 , ∆s4
vale 20 m/s e segue em uma direção → → → →
∆s1, ∆s2 , ∆s3 , ∆s4 , ...) têm sempre o mesmo módulo. Os
que faz um ângulo de 30º com a hori-
deslocamentos na vertical, porém, crescem
zontal e segue no sentido Nordeste?
de acordo com os números ímpares (y, 3y, 5y,
Para isso, basta decompor esse movi-
7y, ...). Observando com atenção os desloca-
mento em suas componentes horizon-
  mentos na vertical, é possível perceber que
tal ( v x ) e vertical ( v y ).
têm aceleração constante, conforme a tabela
vy 1 vy a seguir.
sen30° = → = → v y = 10 m/s
v 2 20
Deslocamentos verticais acumulados em
vx 3 vx
cos30° = → = → função do tempo (em segundos)
v 2 20
→ v x = 10 3 ≅ 17, 3 m
 /s
Deslocamentos verticais
Tempo
Tanto os movimentos uniformes quan- acumulados
to os uniformemente variados podem ser
0 0
decompostos.
Observe a figura a seguir. 1 y
v
2 4y

3 9y

4 16y

» A trajetória da bolinha enquanto desce da tábua é uma parábola.

Movimento relativo
Considere dois observadores, A e B, ao longo de uma reta numérica, como mostra a figura
a seguir.
a) b)

B A P A P B P
xA xA xB
–5 0 +5 –5 0 +5 0 +5 +10
EM19_1_FIS_A_04

» Diversos observadores realizam diferentes medidas. Em a), o observador A está na origem e o observador B, na posição –5. Ambos
os observadores medem a posição da partícula em P. Em b), se ambos veem a si próprios na origem de sistema de coordenadas, não
estarão em acordo com o valor da posição da partícula em P.

FIS A 351

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 351 10/09/2018 13:42:39


O observador A está na origem das posi- está em repouso em relação ao solo, obser-
ções do eixo x A , ao passo que o observador B va o ponto P na posição rPA de seu próprio
está na posição –5 desse mesmo eixo. Ambos sistema de coordenadas s A . No entanto,
os observadores medem a posição P = + 5 de o observador B, que está se afastando do

uma partícula, ainda em x A . Agora, suponha observador A a uma velocidade vBA , está
 ob-
que o observador B se autoproclame a origem servando o mesmo ponto P na posição rPB em
das posições de um eixo x B , de acordo com a seu próprio sistema de coordenadas s B , que
figura anterior. Os dois observadores discor- também está se afastando do primeiro siste-

dam, agora, da posição P da partícula. O ob- ma de coordenadas s A a uma velocidade vBA .
servador A ainda afirma que a posição da par- No instante t = 0, as origens dos dois siste-
tícula é +5 no eixo x A . O observador B, porém, mas de coordenadas se coincidiam. Sabendo
agora afirma que a posição da partícula é +10 que no MRU
no eixo x B . Nenhum dos observadores está er-
rado, apenas discordam da medida realizada, s = s0 + vt
pois adotaram referenciais diferentes. e, pela situação dada, que a posição inicial s 0
Agora suponha que o observador B se no instante t = 0 do sistema de coordenadas
movimente de maneira uniforme no sentido s B é zero, a posição s da origem das posições
positivo do eixo x B . A partícula não está mais do sistema de coordenadas s B em relação à do
em repouso em relação ao observador B, e s A, em um instante qualquer t, é:
sim em repouso em relação ao observador A. s vt
= = vBA t (para s A )
Ambos os observadores discordam sobre a
velocidade da partícula, mas ainda estão cor- Observando-se atentamente a soma dos
retos, pois adotaram referenciais diferentes. vetores na figura, é possível escrever a se-

Considere, agora, duas mulheres a observar guinte expressão para o vetor posição rPA :
um homem que está andando sobre uma estei-   
ra rolante. Uma das mulheres está parada sobre rPA = rPB + vBA t (I)
a esteira rolante e a outra está parada fora dela.
Se houver deslocamento, este se realiza-
rá durante um intervalo de tempo Δt. Dessa
forma, temos:
  
∆ rPA ∆ rPB ∆vBA t   
= + ⇒ v A = vB + v (II)
∆t ∆t ∆t

Em que v A é a velocidade de partícula no

sistema de coordenadas sA , vB é a velocidade
dessa mesma partícula no sistema de coorde-
 
nadas sb e v = vBA é a velocidade relativa entre
os sistemas sA e sB . As equações I e II são conhe-
cidas como equações de transformação de
Galileu e relacionam a posição e a velocidade
» Duas observadoras medem a velocidade de um homem que de uma partícula de acordo com as medidas
caminha sobre a esteira rolante. A mulher que está parada
sobre a esteira vê o homem se afastar com uma velocidade
dos observadores em movimento relativo.
menor que a mulher que está fora da esteira. Se houver variação de velocidade, esta se
Vamos considerar uma situação mais ge- realizará durante um intervalo de tempo Δt.
ral: um ponto material sobre um ponto P, con- Dessa forma, temos:
forme a figura a seguir.
∆v A ∆vB ∆v
= + ⇒ aA = aB + 0 ⇒ aA = aB
sA sB ∆t ∆t ∆t
P Como a velocidade relativa entre os siste-
mas de coordenada s A e s B é constante, ∆v = 0
e a = 0, portanto, a aceleração da partícula em
r
PA
s A é exatamente igual do que em sB . Isso terá
r um significado extremamente importante
PB
mais adiante, quando serão definidas as leis
que regem a dinâmica clássica.
A B
x
V ·t
Quando dois sistemas de coordenadas
BA
V
BA em movimento relativo são comparados
EM19_1_FIS_A_04

e não há diferença na aceleração de partí-


Agora, suponha dois observadores. Cada culas, diz-se que esses sistemas são refe-
um deles está situado na origem de seu pró- renciais inerciais.
prio sistema cartesiano. O observador A, que

352 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 352 10/09/2018 13:42:42


N

FÍSICA & CULTURA


NO NE

Caça ao tesouro! O L
Nesta atividade você irá desenvolver um “mapa do tesouro” simples utili-
zando os conceitos sobre vetores estudados neste módulo. Para isso, você irá orien-
tar quem deseja encontrar seu tesouro com o uso da rosa dos ventos (ilustrada na
SO SE
figura ao lado). A rosa dos ventos indica as posições dos pontos cardeais: Norte, Sul,
Leste e Oeste. E os colaterais: Nordeste, Sudeste, Sudoeste e Noroeste. Caso tenha
dificuldades, o(a) professor(a) de Geografia poderá auxiliar sobre a utilização desta
orientação.
Em um papel quadriculado, você irá indicar a posição inicial e final da pessoa e alguns
pontos de referência importantes. Depois você dará algumas coordenadas como: 5 quadra-
S
dinhos ao Norte, 7 a Noroeste, e assim por diante. Quando estiver pronto, troque com seu
colega e veja se consegue chegar até o “tesouro”.

Oriente os estudantes a prepararem coor-


denadas elaboradas, como se fosse na vida
real. Depois pergunte a eles se é possível
calcular a distância percorrida e o vetor
deslocamento pelo mapa. Esta pode ser
uma boa atividade de revisão sobre as
operações vetoriais, por exemplo.
EM19_1_FIS_A_04

FIS A 353

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 353 10/09/2018 13:42:44


4. Um automóvel desloca-se de um ponto A para um ponto B, 20 km
Resolvidos ao Sul de A. Em seguida, desloca-se 10 km a uma direção que faz
30º com o eixo Leste-Oeste, sentido Nordeste. Calcule o módulo
1. A lista a seguir contém algumas grandezas físicas bem conhecidas. do vetor deslocamento resultante.
Quais delas podem ser consideradas vetoriais ou escalares? Construindo o esquema descrito: 1
∆s2 y = ∆s2 sen 30° = 10 = 5 km
•• A velocidade máxima de automóveis em uma rodovia é de 2
110 km/h. 20 km Na vertical, o módulo do vetor desloca-
mento resultante será:
•• O deslocamento de um caminhão ao longo de uma avenida.
30°
•• A distância percorrida por uma pessoa que caminha sobre 10 km
∆sy = 20 − 5 = 15 km
uma calçada. Utilizando o Teorema de Pitágoras:
•• O tempo de duração de uma corrida de automóveis. Vamos decompor o segundo vetor em ∆s2 = ∆s2y + ∆s2x

•• A aceleração da gravidade terrestre. suas componentes horizontal e vertical: ∆s2 = 152 + (5 3 )


2

•• A área de um apartamento. ∆s2 x = ∆s2 cos 30° = 10


3
= 5 3 km ∆s2 = 225 + 75 = 300
2
•• A temperatura ambiente de uma sala de estar. ∆s = 17, 32 km
•• O volume de uma caixa-d’água.
•• A altura de um prédio.
99 Solução:
O deslocamento, a velocidade e a aceleração são grandezas vetoriais, 5. Uma partícula realiza um movimento retilíneo uniforme a 10 m/s a
ao passo que o restante das grandezas físicas são escalares. uma direção que faz um ângulo β com o eixo das abscissas de um
plano cartesiano. O cosseno desse ângulo é 0,6 e o seno é 0,8. Essa
A área é uma grandeza vetorial, mas, para fins didáticos, sempre é partícula segue para sentido Nordeste. Determine as coordenadas
considerada escalar no EM, pois nunca é considerada a orientação cartesianas dessa partícula no instante t = 5s, sabendo que a partí-
da superfície no espaço nesse nível de ensino. No 3.º ano, esse tópico cula estava na origem das posições no instante t = 0.
pode ser revisto ao tratar a área de uma superfície esférica como uma
grandeza vetorial quando se trata da Lei de Gauss. Vamos decompor o vetor velocidade:
vx = 10 cosb = 10 · 0,6 = 6 m/s
vy = 10 senb = 10 · 0,8 = 8 m/s
Praticando Usando a equação horária do MU para vx e para vy, sabendo que as posições iniciais em x
e y são nulas, temos:
sy = 8t = 8 · 5 = 40 m
1. (UEL – adap.) Considere as seguintes grandezas físicas mecânicas: sx = 6t = 6 · 5 = 30 m
tempo, massa, força e velocidade. Dentre elas, apresenta caráter Então, as coordenadas cartesianas são:
vetorial apenas (sy, sx) = (30 m, 40 m)
a) força e velocidade. d) massa e velocidade.
b) massa e força. e) tempo.
c) tempo e massa.
99 Anotações: 6. Um barco atravessa um rio com velocidade própria de 10 m/s, de
tal forma que o tempo de travessia é mínimo. Se o rio tem uma
Força e velocidade são grandezas vetoriais, enquanto massa, tempo e trabalho, grandezas largura constante de 75 m e a correnteza tem velocidade constante
escalares. de 2,5 m/s, em relação às margens, calcule:
a) o tempo de travessia.
2. Um vetor, que tem módulo igual a 16 unidades, faz um ângulo θ
com a horizontal, de modo que o seno desse ângulo seja 0,8 e o Para ter o menor tempo de travessia, o barco deve ser colocado com eixo perpendi-
  cular ao movimento das águas.
cosseno, 0,6. Determine suas componentes retangulares v x e v y .
vx = 16 cosq = 16 · 0,6 = 9,6 unidades

vy = 16 senq = 16 · 0,8 = 12,8 unidades


 
3. Dois vetores, v1 e v2 , têm módulos iguais a 5 unidades. O vetor
 
v1 está na horizontal e tem sentido para direita, ao passo que v2
está na vertical e segue para baixo. Qual a soma do módulo, da
direção e do sentido do vetor?
Trajetória do barco
v1
Deve-se notar que:
⇒ a velocidade relativa corresponde à velocidade do barco em relação à água (aqui,
essa velocidade foi denominada velocidade própria);
⇒ a velocidade de arrastamento corresponde à velocidade das águas em relação
às margens;
v2 ⇒ a velocidade resultante seria, então, a velocidade do barco em relação às
margens.
a) Tem-se, então:
∆s ∆s L 75
vB / M = ⇒ ∆tMIN = = ⇒ ∆tM˝N = ⇒ ∆tM˝N = 7, 5s
∆tM˝N vB / M vB / M 10
Como os dois vetores têm módulos iguais, o vetor resultante pode ser interpretado como
a diagonal de um quadrado. Nesse caso, faz um ângulo de 45º com a horizontal e segue
b) o deslocamento do barco rio abaixo, durante a travessia.
para Sudeste.
EM19_1_FIS_A_04

No tempo determinado acima, a água arrasta o barco por uma distância ΔsA/M (des-
O módulo do vetor resultante é o comprimento da diagonal do quadrado:
∆s = 5 2 locamento da água em relação à margem).

Δs = v · Δt = 2,5 · 7,5 ⇒ Δs = 18,75 m

354 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 354 10/09/2018 13:42:46


5. C6:H20 (EN) Dois navios (A e B) navegam respectivamente nos
Desenvolvendo Habilidades rumos 90o e 30o com velocidades de 10,0 m/s e 18,0 m/s, quando
se avistam nas posições mostradas na figura a seguir, a uma
1. C5:H17 (CEFET-CE) Uma partícula desloca-se sobre a trajetória for- distância de 1 732 m.
mada pelas setas que possuem o mesmo comprimento L. A razão
entre a velocidade escalar média e a velocidade vetorial média é

60° 60°
60° 60°

a) 1/3. d) 3/2.
b) 2/3. e) 2.
c) 1.
2. C5:H17 (PUC-Rio-2012) O vetor posição de um objeto em relação
à origem do sistema de coordenadas pode ser desenhado como
mostra a figura.
Pode-se afirmar que, mantidos os mesmos rumos e velocidades
Y (m) a) haverá abalroamento (colisão), 1 minuto e 40 segundos após
12 se avistarem.
b) não haverá abalroamento e o navio A cortará (cruzará) a proa
10 do navio B.
c) não haverá abalroamento e o navio B cortará a proa do navio A.
8
d) a velocidade relativa entre as duas embarcações é decrescente
em módulo.
6
e) são corretas as afirmativas C e D.
4
Complementares
2
1. (PUC Minas) Você e seu amigo resolvem ir ao último andar de um
0 X (m) edifício. Vocês partem juntos do primeiro andar. Entretanto, você
0 2 4 6
vai pelas escadas e seu amigo, pelo elevador.
Calcule o módulo em metros deste vetor. Depois de se encontrarem na porta do elevador, descem juntos
a) 5,0 d) 11,2 pelo elevador até o primeiro andar. É correto afirmar que:
b) 7,5 e) 15 a) o seu deslocamento foi maior que o de seu amigo.
c) 10,0 b) o deslocamento foi igual para você e para seu amigo.
c) o deslocamento de seu amigo foi maior que o seu.
3. C5:H18 (Fuvest) Num vagão ferroviário, que se move com veloci-
dade v0 = 3 m/s com relação aos trilhos, estão dois meninos A e d) a distância que seu amigo percorreu foi maior que a sua.
B que correm um em direção ao outro, cada um com velocidade 2. (Osec) Um móvel percorre uma trajetória circular de 1,0 m de raio
v = 3 m/s com relação ao vagão. As velocidades dos meninos A e B com velocidade escalar constante. Após um quarto de volta, o vetor
com relação aos trilhos serão, respectivamente, deslocamento do móvel tem módulo aproximadamente igual a
a) 1,00 m. d) 3,14 m.
b) 1,41 m. e) 0,25 m.
c) 6,28 m.
3. (Mackenzie) Num mesmo plano vertical, perpendicular à rua, temos
os segmentos de reta AB e PQ, paralelos entre si. Um ônibus se
desloca com velocidade constante de módulo v1, em relação à rua,
ao longo de AB, no sentido de A para B, enquanto um passageiro se
desloca no interior do ônibus, com velocidade constante de módu-
a) 6 m/s e 0 m/s. d) 9 m/s e 0 m/s. lo v2, em relação ao veículo, ao longo de PQ no sentido de P para Q.
b) 3 m/s e 3 m/s. e) 0 m/s e 6 m/s.
c) 0 m/s e 9 m/s.
4. C5:H18 (Mackenzie-2012) Um avião, após deslocar-se 120 km para
Nordeste (NE), desloca-se 160 km para Sudeste (SE). Sendo um quar-
to de hora o tempo total dessa viagem, o módulo da velocidade Q P
vetorial média do avião, nesse tempo, foi de
EM19_1_FIS_A_04

a) 320 km/h. d) 640 km/h.


b) 480 km/h. e) 800 km/h. A B
c) 540 km/h.

FIS A 355

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 355 10/09/2018 13:42:48


Sendo v1 > v2, o módulo da velocidade do passageiro em relação 7. (Unicamp-2015) Movimento browniano é o deslocamento aleató-
ao ponto B da rua é rio de partículas microscópicas suspensas em um fluido, devido às
a) v1 + v2. colisões com moléculas do fluido em agitação térmica.
b) v1 – v2. a) A figura a seguir mostra a trajetória de uma partícula em
movimento browniano em um líquido após várias colisões.
c) v2 – v1.
Sabendo-se que os pontos negros correspondem a posições
d) v1. da partícula a cada 30s, qual é o módulo da velocidade média
e) v2. desta partícula entre as posições A e B?
4. (Mackenzie-2016)
P3
b
P2

d
a

P4
P1
c

Uma partícula move-se do ponto P1 ao P4 em três deslocamentos


vetoriais sucessivos a, b, e d como mostra a figura. O vetor c re-
presenta o vetor deslocamento resultante dos três vetores a, b, e
d . Então o vetor deslocamento d é
a) c - (a + b).
b) a + b + c.
b) Em um de seus famosos trabalhos, Einstein propôs uma teoria
c) (a + c) -b. microscópica para explicar o movimento de partículas sujeitas
ao movimento browniano. Segundo essa teoria, o valor eficaz
d) a - b + c .
do deslocamento de uma partícula em uma dimensão é dado
e) c - a + b. por I = 2 D t , em que t é o tempo em segundos e D = kT/r é
o coeficiente de difusão de uma partícula em um determinado
5. (UEL-2018) Em uma brincadeira de caça ao tesouro, o mapa diz que fluido, em que k = 3 · 10–18 m3/sK, T é a temperatura absoluta e
para chegar ao local onde a arca de ouro está enterrada, deve-se, r é o raio da partícula em suspensão. Qual é o deslocamento
primeiramente, dar dez passos na direção norte, depois doze passos eficaz de uma partícula de raio r = 3 µm neste fluido a T = 300K
para a direção leste, em seguida, sete passos para o sul, e finalmente após 10 minutos?
oito passos para oeste.
8. (ITA) Uma ventania extremamente forte está soprando com velo-
cidade v na direção da seta mostrada na figura. Dois aviões saem
simultaneamente do ponto A e ambos voarão com uma velocidade
constante c em relação ao ar. O primeiro avião voa contra o vento
até o ponto B e retorna logo em seguida ao ponto A, demorando
para efetuar o percurso total um tempo t1. O outro voa perpendi­
cularmente ao vento até o ponto D e retorna ao ponto A, num
tempo total t2. As distâncias AB e AD são iguais a L. Qual a razão
entre os tempos de voo (t2/t1) dos dois aviões?

D v
A partir dessas informações, responda aos itens a seguir.
a) Desenhe a trajetória descrita no mapa, usando um diagrama
de vetores.
A
b) Se um caçador de tesouro caminhasse em linha reta, desde
B
o ponto de partida até o ponto de chegada, quantos passos
ele daria?
Justifique sua resposta, apresentando os cálculos envolvidos
na resolução deste item.
6. (FMIT) Um barco atravessa um rio seguindo a menor distância entre
as margens, que são paralelas. Sabendo que a largura do rio é de
2,0 km, a travessia é feita em 15min e a velocidade da correnteza é
6,0 km/h, podemos afirmar que o módulo da velocidade do barco
em relação à água é
a) 2 km/h.
b) 6 km/h. GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
c) 8 km/h. de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
EM19_1_FIS_A_04

2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
d) 10 km/h.
3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.
e) 14 km/h.

356 FIS A

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 356 10/09/2018 13:42:49


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Conceitos

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fundamentais

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da Óptica

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rst
oc
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Fundamentos da óptica geométrica Princípios
da óptica
geométrica

Conceitos fundamentais da Óptica • A “cor” dos objetos • Princípios da óptica geométrica

APERTE O PLAY
Professor, neste momento é interessante
levantar as concepções dos estudantes a
O livro da Óptica respeito do assunto. Pergunte o que eles
entendem sobre luz e de que maneira eles
Isaac Newton, que publicou em 1704 o livro que inaugurou a óptica moderna (Opticks), em percebem a interação dela com a matéria.
Isso poderá ajudar a guiar o trabalho daqui
que discutia, entre outros tópicos, a natureza da luz e da cor, disse: “Se enxerguei tão longe, foi para frente. Explore a ideia da luz como
por estar sobre o ombro de gigantes”. Um desses “gigantes” é Alhazen (Ibn Al-Haitham), que nasceu no onda e também como partícula; explique
ano de 965 em Basra, na Pérsia Antiga, no período conhecido como época de ouro do mundo islâmico. Ele que a cor de um objeto depende dos pig-
mentos que o formam, que vemos as cores
estudou Matemática, Física, Astronomia, Engenharia, religião e Filosofia. Poucas coisas não interessavam a por causa da luz refletida, maiores detalhes
esse espírito inquieto. serão construídos ao longo do módulo.
Explique que as cores complementares
Segundo o historiador Ibn al-Qifti, Alhazen foi contratado pelo califa Al-Hakim para controlar o fluxo são aquelas que mais oferecem contrastes
do Nilo, mas ao perceber que a obra era tecnicamente inviável, fingiu-se de louco para escapar da punição entre si.
certa por contrariar o califa. Foi no isolamento da prisão domiciliar, em que permaneceu por 10 anos
até a morte de Al-Hakim, que escreveu sua obra mais importante – “O livro da Óptica” – que
teve enorme impacto na Europa. Muitas das informações e experimentos que você vai estudar
nas próximas páginas já estavam descritos nesse livro. A curiosidade e tenacidade de cientistas

ons
como Alhazen foram fundamentais para o desenvolvimento de várias invenções que criaram o

c/W.Comm
mundo moderno, como os óculos, o microscópio e o telescópio. Observe a ilustração ao lado.
De uma página de “Os Tesouros da Óptica”, que inclui a primeira tradução para o latim do

ArtMechani
“Livro da Óptica”, de Alhazen,, essa ilustração mostra um feito atribuído a Arquimedes: com
ajuda de espelhos esféricos, ele consegue colocar fogo nos barcos romanos que se aproximavam
para atacar Siracusa. A ilustração mostra vários exemplos de fenômenos ópticos, por exemplo o
arco-íris. Consegue listar outros?

1. Quais tipos de fenômenos ópticos você conhece? Liste


alguns e compare os listados por seus colegas.
Os estudantes podem fazer listas de fenômenos que já observaram, que tal-

k
ykh/Shutterstoc
vez os intriguem, como ilusões de óptica e miragens.

Alexander Tolst

2. Muitos objetos tecnológicos que você conhece funcio-


nam “manipulando” a luz. Identifique e liste os que você
conhece.
O objetivo é fazer os alunos recordarem e observarem a sua volta procurando

pensar em objetos que usem a luz no seu funcionamento, como: óculos, lu-

pas, microscópios, telescópios, projetores, televisões.

» A luz é essencial ao padrão de vida moderna. (Imagem: cidade de Amsterdã, Holanda, artifi-
EM19_1_FIS_B_01

cialmente iluminada durante a noite – Abril, 2017)

FIS B 357

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 357 10/09/2018 13:42:57


Saiba mais Introdução
A visão é um dos cinco sentidos do corpo discussão resultou na formulação de um novo
Óptica ou Ótica?
humano e apresenta grande importância e capítulo da história da Física: a Física Moderna.
Embora boa parte das pessoas fale
ótica para referir-se a lojas que notabilidade nas atividades diárias. Quantas A luz é uma onda eletromagnética e, ao
vendem óculos, a origem das pala- vezes não ouvimos a expressão: ‘‘Como tal contrário de outras ondas, não precisa de um
vras óptica e ótica em grego pode
pessoa não tem visão?’’ (no sentido de perce- meio material para se propagar. As ondas ele-
apresentar significados diferentes.
Óptica, do grego optiké, é o campo ber oportunidades), ou ainda, ‘‘Como alguns tromagnéticas têm como origem a oscilação
da Física que estuda os fenômenos motoristas não têm muita noção de espaço e de cargas elétricas no interior da matéria. De
luminosos e as interações da luz
com a matéria; enquanto ótico, do distância?’’. Tais falas retratam a importância forma geral, essa oscilação gera uma família
grego otikós, é relativo às orelhas. que damos à visão e aos atributos ligados a de ondas que tem uma característica única:
Assim, o termo correto é óptica, ela. Basicamente, para enxergarmos um ob-
porém, supõe-se que ótica é um todas viajam a uma velocidade de 3 · 108 m/s,
sinônimo usual. jeto é necessário haver uma fonte luminosa, no vácuo. Essa família de ondas é representa-
como o Sol, uma lâmpada ou ainda uma vela.
da no espectro eletromagnético, ilustrado na
Existem alguns fenômenos curiosos ligados à
figura seguinte.
luz, como as miragens, distorções e ilusões de

Peter Hermes Furian/Shutterstock


óptica. Desses, alguns são resultado de um Ultravioleta

fenômeno físico, porém outros acontecem


Bandas de rádio
Raios gama Raios X Infravermelho Radar TV FM AM

por causa do modo que nosso cérebro inter- Luz


preta o mundo a nossa volta. Este é o caso da visível

ilusão na figura a seguir.


Espectro visível

Pedro Henrique Estevam Vilas Boas

» O espectro eletromagnético é constituído de ondas eletromag-


néticas, que viajam à velocidade da luz no vácuo. As ondas são
originadas de oscilações de elétrons em diferentes estados de
energias. Observe que apenas uma pequena parcela é visível,
na faixa de 350 nm até 750 nm.

A observação do espectro nos permite


concluir que, das radiações eletromagnéticas,
apenas uma faixa muito restrita pode ser per-
cebida pelo olho humano. Apesar disso, a vi-
são continua sendo nossa melhor orientação
Haines/Shutterstock

entre os cinco sentidos. Aspectos fisiológicos


da visão serão discutidos posteriormente, in-
clusive as possíveis alterações fisiológicas.
Dentro do estudo da Óptica existe uma di-
visão clássica quando estudamos o compor-
tamento da luz, sendo:
● óptica geométrica – considera apenas a
trajetória da luz, baseada em aspectos
geométricos para explicar a formação
» No cotidiano nos deparamos com vários fenômenos da Óptica, de imagens.
alguns intrigantes, como as ilusões de óptica, outros belos, ● óptica física – considera o comporta-
como os eclipses.
mento ondulatório da luz para estudar
Existe um ramo da Física dedicado a estudar os fenômenos luminosos e sua intera-
os fenômenos ligados à luz e sua interação com ção com a matéria.
a matéria, desde a escala macroscópica até a Apesar de apresentarem diferenças signi-
escala atômica, chamado de Óptica. ficativas de foco de estudo, ambas fornecem
O elemento chave da Óptica é a luz, mas respostas plausíveis aos fenômenos bási-
EM19_1_FIS_B_01

o que é luz? Essa discussão durou séculos e cos que vamos estudar. Durante os módulos
fez os cientistas mais influentes da história será dada ênfase à óptica geométrica, por ter
desenvolverem modelos complexos para ex- maior aplicação nesse nível, mas sem perder a
plicar sua natureza e seu comportamento. Tal ligação com a óptica física.

358 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 358 10/09/2018 13:42:59


Assim, neste módulo vamos estudar as definições de elementos fundamentais para a Óptica,
os princípios da óptica geométrica e as aplicações mais simples destes: o ângulo de visão, a for-
mação de sombras e penumbra e a câmera escura.

Conceitos fundamentais da Óptica


Nosso estudo dos fenômenos luminosos será focado em argumentos geométricos, sendo
assim, é importante definirmos os elementos básicos de produção da luz, as características da
luz e dos meios de propagação, bem como os fenômenos básicos que esta pode sofrer.

Propagação da luz
Para representar graficamente o caminho da luz, utilizamos o artifício dos raios de luz que
apresentam sua direção e sentido de propagação.

Quando temos um conjunto de


raios de luz, originários da mesma
fonte, dizemos que existe um feixe
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de luz. Ele pode ser divergente, con-
vergente ou paralelo.

Convergente Divergente Paralelo

Fontes de luz
São variadas as formas de se obter luz, algumas são oriundas de fenômenos químicos, Observação
outras de fenômenos físicos. Raios de luz são retas orientadas,
A vela, por exemplo, produz luz por meio da combustão da cera; o Sol, por meio da fusão com origem na fonte, que indicam a
direção e o sentido de propagação
de hidrogênio; enquanto lâmpadas incandescentes geram luz pela alta temperatura de um da luz.
filamento de Tungstênio, quando submetido a uma corrente elétrica. Nesses casos, a fonte é
chamada de corpo luminoso, já que estes produzem a luz que emitem.
Existem os corpos que podemos ver apesar de não emitirem luz. Esses são denominados
corpos iluminados, como a Lua, os planetas e os objetos em geral. Nesse caso, é possível vê-

Quaoar/Shutterstock
-los porque refletem a luz que chega até eles de outras fontes.

Extensão da fonte de luz


Existem situações em que a fonte de luz pode ser considerada pontual, porque suas dimen-
sões são insignificantes em relação à distância que se encontra dos objetos. As estrelas que
vemos à noite são exemplos de fontes pontuais. Se a dimensão da fonte é relevante, devemos
considerá-la uma fonte extensa. Esse é o caso da nossa estrela, o Sol.

Característica da luz
AlinaMD/Shutterstock

Goryhater/Shutterstock

Quando trabalhamos com a luz branca,


por exemplo, sabemos que ela é formada pe-
las sete cores principais do arco-íris. Nesse
caso, temos um feixe de luz policromático,
ou composto.
O laser apresenta cores únicas, como o
verde ou o vermelho, e é considerado um fei- » A lâmpada é uma fonte de luz,
xe de luz monocromático. enquanto a Lua reflete a luz prove-
» Sol visto da Terra.
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niente do Sol.

FIS B 359

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Fenômenos ópticos

somchaij/Shutterstock

yuyangc/Shutterstock
Podemos observar alguns dos fenômenos
que acontecem com a luz em objetos do co-
tidiano, como o espelho. Talvez você já tenha
reparado que quando potes ou copos de vidro
contém líquidos, acabam distorcendo a luz que
passa por eles. Sair com aquela sua camisa pre-
ta em um dia ensolarado não é uma boa ideia;
» A luz branca (à esquerda) é considerada uma luz policromática você sabe dizer o por quê?
por ser uma combinação de todas as cores. A luz do laser (à Os fenômenos mencionados nos exem-
direita) é monocromática.
plos são chamados de reflexão, refração e
absorção. Na absorção, ocorre o aquecimen-
Característica do to do meio.

meio de propagação

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Os meios podem ser caracterizados pela
propagação da luz através deles.
Existem meios que permitem a passa-
gem total da luz, como vidros e ar, chama-
dos de meios transparentes. Nesses meios,
» Os três fenômenos
Pesquise luminosos: a reflexão,
a luz descreve trajetórias regulares e bem que é o retorno da luz
Experimente! definidas. refletida para o meio de
incidência, a refração,
O papel seda e os plásticos em geral, em
Fouad A. Saad/Shutterstock

que é a passagem da
que não há a formação de imagem nítida, são luz de um meio para
outro, e a absorção, que
caracterizados como meios translúcidos. é o bloqueio da luz pela
Nesses meios, a passagem da luz é parcial e superfície.
as trajetórias são irregulares.
Na óptica geométrica são estudados os
Os meios que impedem totalmente a pas- fenômenos de reflexão e refração por meio
sagem da luz são chamados de opacos. São da trajetória da luz, definidos como:
exemplos de meios opacos o metal e a ma-
Reflexão é o fenômeno característico de
deira, desde que se apresentem com espes-
Ao girarmos o disco de Newton, que ondas que incidem em uma superfície e retor-
contém as sete cores do arco-íris, o suras consideráveis.
vemos na cor branca.
nam ao meio de origem.
Construa seu disco Refração é o fenômeno ondulatório rela-
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Você precisará dos seguintes cionado à passagem da luz de um meio para


materiais: compasso, cartolinas outro.
brancas, lápis de cor, giz de cera
ou tinta guache, réguas, caneta A reflexão e a refração podem ser regu-
ou lápis e borracha. Para construir lares ou difusas, dependendo da superfície
faça o seguinte: com o compasso
desenhe um círculo na cartolina, de em que a luz incide. Se a luz incidir em uma
aproximadamente 15 centímetros superfície sem irregularidades, então ocorre
de diâmetro, em seguida divida o
círculo em 7 partes, colorindo-as
a reflexão regular (ao retornar ao meio de
com as cores do arco-íris, conforme origem) e refração regular (na mudança de
imagem do disco anterior. Atenção » Os meios transparentes permitem a passagem total de meio). Se, ao contrário, a luz incidir em uma
às cores! Agora fixe o centro do
disco à parte mais afinada do com-
luz, os meios translúcidos bloqueiam parcialmente a superfície com irregularidades, então ocorre
luz e os meios opacos impedem a passagem da luz.
passo, da caneta ou do lápis e gire reflexão e refração difusas.
velozmente.

A “cor” dos objetos


A maioria dos objetos que vemos não emi- iluminarmos um objeto com luz branca, existe
te luz própria, eles refletem a luz proveniente a informação de todas essas cores, possibili-
de corpos luminosos. Assim, a cor que atribuí- tando a reflexão de uma ou mais cores pelo
mos aos objetos é proveniente da luz que é objeto em questão.
refletida. Por exemplo, o que ocorre se um objeto
O primeiro ponto a ser observado é que verde é iluminado por uma luz branca? Como a
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a luz branca é uma composição das sete co- luz branca é a composição de todas as cores, o
res principais: vermelho, alaranjado, ama- objeto absorverá todas as cores, mas refletirá
relo, verde, azul, anil e violeta. Assim, ao apenas a cor verde.

360 FIS B

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E se for um objeto branco iluminado com refletem cores diferentes. Assim, um objeto
luz branca? O objeto absorverá todas as co- de cor verde reflete em grande maioria ver- Exemplos
res, porém também refletirá todas, o que faz de, mas pode refletir uma pequena parcela de Imagine o experimento em que
com que o enxerguemos branco. azul ou vermelho. Essa pequena parcela re- iluminamos a bandeira do Brasil
com uma luz verde.
Se iluminarmos um objeto branco com a fletida é potencializada pela exposição à luz,
a) Considerando que as cores são
luz azul, por exemplo, ele refletirá a cor azul, que nos gera a sensação visual da mistura das
puras, como veremos as cores
tornando-se azul. cores, no caso: verde mais vermelho dando refletidas?
origem ao amarelo. b) Discuta qualitativamente o caso
Outro caso seria incidir a luz branca em em que as cores não sejam puras.
um objeto preto, que absorve todas as cores, A composição das cores pode ser obtida,
Solução:
mas não reflete nenhuma. A energia da luz quando iluminamos um anteparo branco,
a) A bandeira nacional é compos-
absorvida é transformada em calor, resultan- com as cores primárias verde, vermelho e ta de um retângulo verde, um
do no aumento da temperatura do objeto. azul, como na figura a seguir. losango amarelo, um círculo
azul, a faixa central em branco
Nos exemplos anteriores, os objetos fo- Cor primária e com o lema ‘‘ordem e pro-
(azul) gresso’’ em verde. No caso de
ram considerados corpos de cor pura, ou seja,

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cores puras, apenas o branco
refletem apenas uma das cores, todas as co- Cor composta e o verde podem refletir, o
res ou nenhuma. Na prática, a reflexão da luz (magenta) restante aparece como preto.
Assim, o retângulo, a faixa cen-
pode dar origem a composições de cores mais Cor composta tral e as letras aparecem como
elaboradas, já que as cores não são apenas (ciano) verde. O losango e o círculo
únicas, mas sim composição de outras cores. aparecem como pretos.
Luz b) Quando as cores não são
Outro exemplo é quando iluminamos um branca puras, a análise torna-se mais
objeto de cor verde com uma luz vermelha. complicada, já que são forma-
das por mais de um pigmento.
Qual cor vamos observar? Cor
primária O retângulo, a faixa central e
Seguindo a lógica dos argumentos an- (verde) as letras continuarão verdes.
Porém, o losango amarelo não
teriores, a luz vermelha será absorvida pelo deve ficar preto, uma vez que
objeto, mas não será refletida, nos dando a o amarelo é a soma do verde
sensação de cor preta. Porém, ao realizarmos com o vermelho. Logo, existe
Cor primária Cor alguma informação sobre o
o experimento, vamos observar a cor amare- (vermelho) composta verde para que ele possa ser
la. Por que isso acontece? (amarelo) refletido. Assim, ele deve ficar
um tom escuro de azul, já que
Nesse caso, a luz emitida pela fonte ou a » A composição das cores primárias (azul, vermelho e verde com amarelo forma azul.
cor do objeto não é pura, ou seja, são com- verde) forma as cores secundárias (amarelo, ciano e A porção azul com a luz verde
deve ficar um tom azul ciano.
posições de cores que por consequência magenta) e a composição das seis cores forma o branco.

Princípios da óptica geométrica


A base da óptica geométrica está funda- A A Curiosidade
mentada em três princípios:
No estudo das cores é comum
1) Princípio da propagação retilínea da luz: efetuar a seguinte divisão:
As cores primárias são aquelas que
Em meios homogêneos e transpa- não podem ser originadas por com-
posição: verde, vermelho e azul.
rentes, a luz propaga-se em linha reta.
As cores secundárias são aquelas
que são composições das primárias:
B B amarelo, ciano e magenta. As cores
Stefano Tinti/Shutterstock

complementares são aquelas que,


quando são superpostas aos pares,
dão origem à luz branca: amarelo e
azul, ciano e vermelho e magenta e
3) Princípio da independência dos raios verde. Vale lembrar que, na teoria
de luz: das cores (pigmentos), as cores con-
sideradas primárias são outras.

Em um meio com mais de um raio de luz,


a propagação deste é de forma a não inter-
» Consequência desse princípio é que sombras proje- ferir nos demais.
tadas são geometricamente semelhantes ao contor-
no do corpo que as originou.
PePl/Shutterstock

2) Princípio da reversibilidade dos raios de


luz (ou caminho inverso):
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Em meios homogêneos, o traçado


do raio de luz para ir do ponto A até o
B é o mesmo para ir de B até A. Em li-
nhas gerais, se você pode ver alguém,
esse alguém pode te ver.
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Curiosidade
Aplicações dos princípios da óptica geométrica

lynea/Shutterstock
Dos princípios apresentados, o que apresenta maior aplicabilidade a problemas reais é o
da propagação retilínea da luz. Primeiro, veremos o conceito de sombra e penumbra, depois a
variação do ângulo de visão e, por fim, a câmera escura de orifício.

Sombra e penumbra
Ao iluminarmos um objeto extenso com uma fonte pontual de luz, veremos projetada uma
região escura, que não recebe luz, denominada sombra. Em especial, quando temos um ob-
É possível projetar várias formas de
sombras apenas configurando as jeto de forma definida, sua sombra será mais nítida quanto mais próximo estiver o objeto do
mãos em diferentes posições, como anteparo.
é exemplificado na imagem.
Quando a fonte de luz pontual é trocada por uma fonte extensa, aparecem duas regiões de
interesse: a primeira, fruto do bloqueio da luz pelo objeto, a sombra, e a segunda, de transição
Curiosidade entre a região escura e a região clara, chamada de penumbra, como ilustra a figura seguinte.

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Fonte pontual Fonte extensa
Alan49/Shutterstock

» Ao iluminar um
corpo opaco
» Exemplo de formação de objeto com uma
fonte de luz
sombra e penumbra. A som- pontual, tem-se
bra é a região mais escura e a a formação da
penumbra parte de transição sombra. Quando a
entre o claro e o escuro. fonte for extensa,
tem-se a forma-
Sombra Sombra e penumbra ção da penumbra.

Podemos delimitar a região de penumbra


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pelo prolongamento dos raios que saem das


extremidades do corpo extenso e tangenciam
o objeto, como na figura anterior.
Uma aplicação do conceito de sombra e
penumbra é a ocorrência de eclipses totais e
parciais em diferentes pontos da Terra, assim
como as fases da Lua. Um eclipse é o alinha-
mento exato entre o Sol e a Lua ou ainda o
Sol e a Terra. Esse alinhamento é um momen-
to especial nos eventos astronômicos, já que
o Sol, a Terra e a Lua não estão no mesmo
plano. A existência de um ângulo de 5° entre
os planos e o fato de a Lua ser pequena (em
comparação com a Terra e o Sol) faz com que
esporadicamente aconteçam eclipses em pe-
quenas regiões do planeta.
Na figura ao lado, é representada a ocor-
rência de eclipses. No primeiro caso, um eclip-
se solar, no qual a Lua intercepta o caminho
da luz entre o Sol e a Terra. Considerando a
propagação linear da luz, haverá uma peque-
na região escura que é conhecida como eclipse
total do Sol, enquanto outra região apresenta
uma leve escuridão, o eclipse parcial, que cor-
responde à penumbra. No segundo caso, é o
esquema de um eclipse lunar, no qual a Terra
intercepta o caminho da luz entre o Sol e a Lua.
De maneira geral, o Sol por ser uma fonte
extensa, produz sombra e penumbra quando
EM19_1_FIS_B_01

» Ilustração com tamanhos e dimensões fora de escala e cores fantasia. projeta um dos astros sobre o outro. Quando
um ponto está sobre a região de sombra, te-
mos um eclipse total, e na região de penum-
bra, temos um eclipse parcial.

362 FIS B

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Ângulo de visão
O tamanho relativo e a distância dos obje-

SL-Photography/Shutterstock
tos dependem diretamente do ângulo que os
vemos. Essa dependência resulta em ilusões
de óptica como a da imagem ao lado. A no-
ção de perspectiva, ou seja, de que os tama-
nhos variam e as imagens se distorcem com
a distância, foi descoberta pelos pintores no
renascimento e usada para criar a sensação
de profundidade em seus quadros.
Quanto mais distante estiver um objeto
do observador, menor será o ângulo de visão,
o que implica uma menor distinção entre dois
pontos.
O menor ângulo de visão, que permite a se-
paração de dois pontos diferentes, é chamado
de limite de acuidade visual. Para um olho nor- » O ângulo de visão nos permite ter a noção de distância e
mal, esse valor é da ordem de 1 minuto de grau. tamanho dos objetos.

Câmara escura de orifício


Câmara escura é uma caixa fechada, de paredes internas opacas, com um pequeno orifício
que permite a entrada de luz. Ao posicionarmos um objeto na frente do orifício, será formada a
imagem invertida do objeto na parede oposta à do orifício devido à propagação retilínea da luz.
A figura apresenta os elementos básicos da câmara escura e destaca os dois triângulos seme-
lhantes que permitem encontrar uma relação entre o tamanho do objeto (o) e o da imagem (i).
A
B’

o 0 i
A’
B Exemplo
Um método eficiente para descobrir
o tamanho de uma árvore é medir o
p p’ tamanho de sua sombra e comparar
» Os elementos básicos de uma câmara escura. Observe os dois com o tamanho e a sombra de um
bastão, como uma régua. No desenho
triângulos semelhantes que permitem obter a relação entre o a seguir, temos os valores obtidos
tamanho do objeto e o da imagem. nesse experimento. Qual será o valor
do tamanho da árvore?
Da semelhança de triângulo observada na figura e conhecendo-se a distância do objeto
ao orifício (p), o tamanho do objeto (o) e a profundidade da caixa (p’), é possível determinar o
tamanho da imagem (i) pela relação:
30 cm H

10 cm 1,5 m
i p′
=
o p Solução:

As câmeras fotográficas antigas são uma aplicação de câmaras escuras que tinham a mes- Por semelhança de triângulos, temos:
H 0,3
ma configuração. Porém, as câmeras fotográficas tinham, no fundo da caixa, um filme fotográ- =
1,5 0,1
fico virgem, que seria impressionado pela luz.
Isolando H:
A razão entre tamanhos da imagem e do objeto é também chamada de aumento
linear (A). H = 3 · 1,5

i H = 4,5 m
A=
o
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FIS B 363

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FÍSICA & TECNOLOGIA
Trio ganha Nobel de Física por viabilizar uso de LED para iluminação
O prêmio Nobel de Física de 2014 foi concedido a três físicos japoneses, Isamu Akasaki,
Hiroshi Amano e Shuji Nakamura, pela invenção do diodo de luz azul. Acompanhe a notícia
divulgada na época.

[...] “Os laureados desafiaram verdades es-


Por muitos anos, a indústria teve à sua disposição tabelecidas, trabalharam duro e assumi-
LEDs de cor vermelha e verde. No entanto, para obter ram riscos consideráveis. Construíram
luz LED branca, era necessário ter a componente azul. eles mesmos seus equipamentos e levaram a
cabo milhares de experimentos. Na maioria das ve-
1000 Words/Shutterstock

Nos anos 1990, os cientistas premiados conse-


zes, eles falharam, mas não se desesperaram – foi
guiram produzir essa luz, possibilitando o uso de
arte de laboratório em seu nível mais alto”, afirmou
LEDs para iluminação, com gasto muito menor de
a academia sueca, em comunicado.
energia que a usada pelas lâmpadas incandescentes.
Especificamente, o mérito dos pesquisadores foi
A iluminação com LEDs é muito mais eficien-
insistir num determinado material para fazer a luz
te que a de lâmpadas tradicionais. Considerando
azul brilhar no LED. Eles elegeram o nitreto de gá-
que quase um quarto da energia elétrica usada no
lio e se esforçaram para criar cristais de qualidade
mundo é consumida para iluminar ambientes, sua
para seu uso em lâmpadas, apesar de muitos outros
invenção representa uma considerável economia
pesquisadores terem desistido por dificuldades téc-
de recursos naturais, também porque as lâmpadas
nicas. Sua decisão foi acertada: entre a década de
LED usam menos material e são mais duráveis.
1980 e 1990, os vencedores do Nobel publicaram
Outra vantagem dessa tecnologia é que seu baixo uma série de trabalhos que aperfeiçoaram os pro-
consumo a torna interessante para uso em lugares cessos até a obtenção de um LED azul suficiente-
onde não há acesso à rede elétrica, como regiões mente funcional.
» A tela de LED, fina e de baixo consu- muito isoladas ou muito pobres.
mo de energia, só foi possível graças
a esses três determinados cientistas.

(Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/10/trio-ganha-nobel-de-


fisica-por-invencao-de-luz-que-economiza-energia.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.)

1. Pesquise outros exemplos de problemas tecnológicos resolvidos por cientistas no campo da Óptica. Que
tal tentar encontrar algum pesquisador brasileiro?
Atualmente, com auxílio das ferramentas de busca, é fácil encontrar informações na internet. Mas em pesquisas de respostas não tão diretas,

como é o caso dessa pergunta, é necessário conhecer um pouco melhor como fazer esse tipo de pesquisa através dessas ferramentas. Outro

fator importante é saber se a fonte é confiável. O interessante é dar algumas poucas dicas básicas, deixar que os alunos cometam erros e, a partir

desses erros, auxiliá-los a fazer uso mais consciente da internet.

2. Alhazen provou que a luz se propaga em linha reta ao realizar um experimento: a câmara escura. Pesquise
como se faz e refaça esse experimento.
A câmara escura é um experimento fácil de ser feito e o resultado é muito interessante de se observar. Seus resultados foram estudados neste

» LEDs azuis transparentes. módulo.


demarcomedia/Shutterstock

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364 FIS B

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2. Deseja-se obter a imagem de um objeto miniaturizado 5 vezes,
Resolvidos distante 75 cm de uma câmara escura para ser gravado em um
filme fotográfico. Qual deverá ser o tamanho da câmara para
1. Uma pessoa de 1,8 m de altura está disposta a 1,25 m do orifício de conseguir tal efeito?
uma câmara escura, de profundidade de 25 cm. Uma miniaturização de 5 vezes significa que o aumento será de 1/5 da imagem real. O va-
25 cm
i
lor do aumento é obtido por A = ou ainda:
o
p’ 1
A = → p′ = A ⋅ p → p′ = ⋅ 75 cm → p′ = 15 cm
p 5

1,8 m

1,25 m
a) Represente os raios de luz que saem dos extremos da pessoa
e a projeção da imagem na parede da câmara.
b) Qual será o valor do tamanho da imagem? 3. Um objeto de 5 cm é posicionado em frente a uma câmara escura,
c) Calcule o aumento da imagem. a uma distância de 30 cm. Considerando que a câmara tem 10 cm
de profundidade, qual será a altura da imagem obtida?
 Solução:
Esse é um problema de câmara escura, em que podemos aplicar a equação:
a) Os raios de luz envolvidos na questão estão apresentados
i p′
na figura: =
o p
25 cm
Fazendo um pequeno esboço da situação, para identificar os elementos básicos, temos:

5 cm

30 cm 10 cm
1,8 m
i 10 cm cm⋅ 0 cm
= →i= → =,
166
5 cm 30 cm 30 cm

1,25 m 4. Ao observar a sombra de um prédio projetada na rua, com tamanho


b) Usando a relação:
de 15 m, podemos comparar com a sombra de 1 m de um poste
i p′ de 2,5 m projetada no mesmo momento. Calcule o valor da altura
=
o p do prédio.
Temos, pelos valores apresentados no enunciado: A figura proposta no enunciando é representada a seguir, com os triângulos de interesse.
A
i 0 , 25 m
= → i = 0 , 36 m
1,8 m 1, 25 m
c) O aumento é calculado pela razão entre o tamanho da ima- H D
gem e o tamanho do objeto.
2,5 m
i 0 , 36 m 1 Sombra
A= = →A →A=
o 1,8 m 5 B 15 m C F 1m E
A imagem, então, é 5 vezes menor que o objeto. Por relações de triângulos, é possível obter:

AB BC H 15 m
= → = → 15 2 5 → =
37 5 m
Praticando DF FE 2, 5 m 1 m

1. Durante as atividades diárias, observamos os princípios da óptica 5. Um objeto em forma de disco é iluminado por uma fonte de luz
geométrica constantemente. Relacione as situações a seguir com pontual, localizado a 10 cm de altura do seu centro. O disco apre-
os princípios estudados neste módulo. senta raio de 5  cm, e sua sombra é projetada em um anteparo
a) O motorista que observa os passageiros do banco de trás pelo localizado a 30 cm do disco. Calcule o raio da imagem projetada.
espelho retrovisor. A figura a seguir mostra a possível configuração do experimento em questão. Boa parte
dos exercícios de Óptica é resolvida por meio de semelhança de triângulo, por isso é
Nessa situação, os raios de luz que chegam aos olhos do motorista são os mesmos
importante procurar esse elemento nas montagens.
que vão dos olhos até os passageiros. Esse é o princípio da reversibilidade dos raios
A
de luz. A
10 cm
b) O fato de os faróis de dois carros, um passando diante do outro, Fonte de luz 10 cm A
B C
não se interferirem. Disco r
C
5 cm
B 40 cm
Esse fato é explicado pela independência dos raios de luz, permitindo propagações Sombra 30 cm
R
D R E
sem interferências. D E
EM19_1_FIS_B_01

c) Formação de sombras pelos objetos. Na figura, temos dois triângulos importantes: ∆ABC e ∆ADE. Usando as relações de seme-
lhança de triângulo, obtemos:
A formação das sombras é uma evidência direta da propagação retilínea da luz.
AB BC 10 cm 5 cm ( 40 cm ⋅ 5 cm)
= → = →R = → R = 20 cm
AD DE 40 cm R 10 cm

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6. Um cálculo muito aproximado para obter a altura de uma árvore,
por exemplo, é posicionar seu polegar de forma que ele cubra Desenvolvendo Habilidades
totalmente a árvore. Considerando que é necessário se posicionar
a 100 m da árvore para isso ocorrer, estime a altura da árvore. 1. C1:H3 (FAMECA-2013) A projeção de sombras numa parede branca
Como a altura da pessoa pode ser desconsiderada nesse caso, já que a distância é grande,
é uma divertida brincadeira baseada em alguns princípios físicos.
podemos usar diretamente as relações de triângulos semelhantes. Com isso, considera- A figura mostra uma sombra com o formato de um coelho, obtida
mos que o olho da pessoa está à mesma altura da base da árvore, formando o triângulo com as mãos funcionando como obstáculos, posicionadas entre
ADE desenhado abaixo, mais propício para o cálculo. uma fonte de luz e a parede.
D

B
6 cm
A
C E
70 cm

100 m

A projeção apenas de sombras na situação mostrada, sem a pre-


B sença de penumbras, só é possível
6 cm D
A a) porque a luz pode propagar-se em trajetória curva, contor-
70 cm
C nando as mãos.
H
b) se as mãos forem bem pequenas, como as de uma criança.
c) se as dimensões do ambiente onde a projeção é feita forem
A E
100,7 m bem maiores do que as das mãos.
Nessa questão, a ideia é que os alunos trabalhem com os valores de tamanho de braço e d) se as mãos estiverem bem distantes da parede.
de polegar individual. Em um caso possível: e) se a fonte de luz tiver tamanho desprezível em relação às
BC AC 6 cm 70 cm 6 cm ⋅100, 7 m
= →
H
=
100, 7 m
→H=
70 cm
→ H = 8, 63 m dimensões das mãos.
DE AE
Obviamente, esse é um cálculo muito aproximado, mas que apresenta uma aplicação in- 2. C1:H3 (CPS-2017) Os centros urbanos possuem um problema
teressante para propagação retilínea da luz. Na prática, para estimar alturas relativas, os crônico de aquecimento denominado ilha de calor. A cor cinza
engenheiros utilizam o teodolito, que apresenta o valor do ângulo visual. do concreto e a cor vermelha das telhas de barro nos telhados
contribuem para esse fenômeno. O adensamento de edificações
em uma cidade implica diretamente no aquecimento. Isso acar-
reta desperdício de energia, devido ao uso de ar condicionado
e ventiladores. Um estudo realizado por uma ONG aponta que é
7. Considere que uma pessoa está localizada a uma distância de possível diminuir a temperatura do interior das construções. Para
1,5 m de uma câmara escura de 30 cm de comprimento. Agora, ela tanto, sugere que todas as edificações pintem seus telhados de
se aproxima para 1,0 m. Qual é a variação percentual do tamanho cor branca, integrando a campanha chamada “One Degree Less”
da imagem? (“Um grau a menos”).
Nessa questão é necessário trabalhar com a equação da câmara escura de maneira Para justificar a cor proposta pela ONG, o argumento físico é de
analítica. que a maioria das ondas incidentes presentes na luz branca são
i p′
=
o p a) absorvidas pela tinta branca, sendo mantida a energia
Pelo enunciado, temos real interesse pela imagem e pela posição do objeto. Assim, a no telhado.
equação anterior pode ser reescrita como:
b) refletidas pela tinta branca, sendo mantida a energia
( o ⋅ p′)
i=
p
no telhado.
O valor do termo (o · p’) merece destaque, já que é constante. Note que durante o proble- c) refletidas pela tinta branca, sendo devolvida a energia para o
ma, o tamanho do objeto e o tamanho da câmara não mudam. exterior da construção.
Para a primeira e a segunda situações, temos:
( o ⋅ p′) d) refratadas pela tinta branca, sendo transferida a energia para
i1 = o interior da construção.
p1
( o ⋅ p′) e) refratadas pela tinta branca, sendo devolvida a energia para o
i2 =
p2 exterior da construção.
Podemos reescrever como: 3. C1:H3 (Enem-2014) É comum aos fotógrafos tirar fotos
i1p1 = i2p2 coloridas em ambientes iluminados por lâmpadas
A variação do tamanho da imagem em cada situação será dada por: fluorescentes, que contém uma forte composição de
i2 p1 i2 15 , i luz verde. A  consequência desse fato na fotografia é
= →
= =
→ 2 15
,=ou 2 150% que todos os objetos claros, principalmente os brancos, aparecerão
i1 p2 i1 10 i1 i1
esverdeados. Para equilibrar as cores, deve-se usar um filtro ade-
A aproximação fará com que a imagem aumente em 50% da imagem inicial.
quado para ­diminuir a intensidade da luz verde que chega aos
sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se
o conhecimento da composição das cores-luz primárias: vermelho,
EM19_1_FIS_B_01

verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo = vermelho +


verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
(Disponível em: <http://nautillus.fls.uc.pt>. Acesso em: 20 maio 2014. Adaptado.)

366 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 366 10/09/2018 13:43:25


Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a 6. C6:H22 (PUC-Campinas) Uma pessoa se coloca na frente de uma
fotografia apresente as cores naturais dos objetos? câmara escura, a 2 m do orifício dessa câmara, e a sua imagem que
a) Ciano se forma no fundo da mesma tem 6 cm de altura. Para que ela tenha
4 cm de altura, essa pessoa, em relação à câmara, deve
b) Verde
a) afastar-se 1 m.
c) Amarelo
b) afastar-se 2 m.
d) Magenta
c) afastar-se 3 m.
e) Vermelho
d) aproximar-se 1 m.
4. C5:H17 (Enem-2011) Para que uma substância seja
e) aproximar-se 2 m.
colorida ela deve absorver luz na região do visível.
Quando uma amostra absorve luz visível, a cor que 7. C5:H18 (IFBA-2018) Um objeto luminoso e linear é colocado a 20 cm
percebemos é a soma das cores restantes que são re- do orifício de uma câmara escura, obtendo-se em sua parede do
fletidas ou transmitidas pelo objeto. A figura 1 mostra o espectro fundo, uma figura projetada de 8 cm de comprimento. O objeto é,
de absorção para uma substância e é possível observar que há um então, afastado, sendo colocado a 80 cm do orifício da câmara. O com-
comprimento de onda em que a intensidade de absorção é máxi- primento da nova figura projetada na parede do fundo da câmara é
ma. Um observador pode prever a cor dessa substância pelo uso a) 32 cm.
da roda de cores (figura 2): o comprimento de onda corresponden-
b) 16 cm.
te à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao comprimento
de onda da absorção máxima. c) 2 cm.
d) 4 cm.
e) 10 cm.

Complementares

1. (CEFET-MG-2012) A formação de sombra de objetos iluminados é


uma situação observável e comum em nosso cotidiano. Esse fato
explica-se porque a luz
a) brilha intensamente.
b) reflete difusamente.
c) desloca em trajetória retilínea.
d) propaga com velocidade constante.
2. (IFCE-2014) Considere as seguintes afirmativas:
I. Os meios transparentes são meios em que a luz os percorre
em trajetórias bem definidas, ou seja, a luz passa por esses
meios regularmente.
II. Nos meios translúcidos, a luz não se propaga. Esses meios
absorvem e refletem essa luz, e a luz absorvida é transformada
(Brown, T. Química a Ciência Central. 2005. Adaptado.)
em outras formas de energia.
Qual a cor da substância que deu origem ao espectro da figura 1? III. Nos meios opacos, a luz não passa por eles com tanta facilidade
a) Azul d) Laranja como nos meios transparentes: sua trajetória não é regular.
b) Verde e) Vermelho É(são) verdadeira(s)
c) Violeta a) apenas I.
b) apenas II.
5. C5:H18 (CPS-2017) Produzir sombras na parede é uma brincadeira
simples. Para brincar, basta que você providencie uma vela e um c) apenas III.
ambiente escuro. d) I e III.
Em certa noite, quando a luz havia acabado, Fernando e seu irmão- e) II e III.
zinho, aproveitaram a luz de uma vela acesa deixada sobre a mesa
para brincarem com sombras. Posicionou, cuidadosamente, sua 3. (FGV) O professor pede aos grupos de estudo que apresentem à
mão espalmada entre a chama e a parede, de forma que a palma da classe suas principais conclusões sobre os fundamentos para o
mão estivesse paralela à parede. A ação assustou seu irmãozinho, desenvolvimento do estudo da óptica geométrica.
uma vez que a sombra projetada na parede tinha cinco vezes a GRUPO I – Os feixes de luz podem apresentar-se em raios paralelos,
largura da mão espalmada de Fernando. convergentes ou divergentes.
Sabendo que a distância da mão de Fernando até a chama da vela GRUPO II – Os fenômenos de reflexão, refração e absorção ocorrem
era de 0,5 m e que a largura de sua mão quando espalmada é de isoladamente e nunca simultaneamente.
20 cm, a distância entre a parede e a chama da vela (considerada GRUPO III – Enquanto num corpo pintado de preto fosco predomina
puntiforme), era de a absorção, em um corpo pintado de branco predomina a difusão.
a) 0,5 m. GRUPO IV – Os raios luminosos se propagam em linha reta nos
meios homogêneos e transparentes.
b) 1,0 m.
São corretas as conclusões dos grupos
c) 2,0 m.
EM19_1_FIS_B_01

a) I e III, apenas. d) II, III e IV, apenas.


d) 2,5 m.
b) II e IV, apenas. e) I, II, III e IV.
e) 5,0 m.
c) I, III e IV, apenas.

FIS B 367

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4. (UEL) Considere as seguintes afirmativas: 7. (UFRJ-2011) No ponto O está o olho de um observador da Terra
I. A água pura é um meio translúcido. olhando um eclipse solar total, isto é, aquele no qual a Lua impede
II. O vidro fosco é um meio opaco. toda luz do Sol de chegar ao observador.
III. O ar é um meio transparente.
Sobre as afirmativas, assinale a alternativa correta.
d
a) Apenas a afirmativa I é verdadeira. 0
b) Apenas a afirmativa II é verdadeira. Lua
c) Apenas a afirmativa III é verdadeira. Sol
d) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
a) Para que o eclipse seja anelar, isto é, para que a Lua impeça a
e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
visão dos raios emitidos por uma parte central do Sol, mas per-
5. (FGV) O vendedor de churros havia escolhido um local muito mita a visão da luz emitida pelo restante do Sol, a Lua deve estar
próximo a um poste de iluminação. Pendurado no interior do car- localizada onde? Explique com palavras e com um desenho.
rinho, um lampião aceso melhorava as condições de iluminação. b) Sabendo que o raio do Sol é 0,70 · 106 km, o da Lua, 1,75 · 103 km,
e que a distância entre o centro do Sol e o observador na Terra
é de 150 · 106 km, calcule a distância d entre o observador e o
centro da Lua.
8. (UFTM-2012) Uma câmara escura de orifício reproduz uma imagem
de 10 cm de altura de uma árvore observada. Se reduzirmos em
15 m a distância horizontal da câmara à árvore, essa imagem passa
a ter altura de 15 cm.

orifício

objeto

imagem

a) Qual é a distância horizontal inicial da árvore à câmara?


b) Ao se diminuir o comprimento da câmara, porém mantendo
Admitindo que o centro de todos os elementos da figura, exceto seu orifício à mesma distância da árvore, o que ocorre com a
as finas colunas que suportam o telhado do carrinho, estão no imagem formada? Justifique.
mesmo plano vertical, considerando apenas as luzes emitidas
diretamente do poste e do lampião e tratando-os como os
extremos de uma única fonte extensa de luz, a base do poste,
a lixeira e o banquinho, nessa ordem, estariam inseridos em
regiões classificáveis como
a) luz, sombra e sombra.
b) luz, penumbra e sombra.
c) luz, penumbra e penumbra.
d) penumbra, sombra e sombra.
e) penumbra, penumbra e penumbra.
6. (PUC-Rio-2013) A uma certa hora da manhã, a inclinação dos
raios solares é tal que um muro de 4,0 m de altura projeta, no
chão horizontal, uma sombra de comprimento 6,0 m. Uma
senhora de 1,6 m de altura, caminhando na direção do muro, é
totalmente coberta pela sombra quando se encontra a quantos
metros do muro?
a) 2,0
b) 2,4 GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
c) 1,5 1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
EM19_1_FIS_B_01

d) 3,6 2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.
e) 1,1

368 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 368 10/09/2018 13:43:26


ch
un
gk
Reflexão

in
g/
luminosa

Sh
ut
te
rst
oc
k
Reflexão luminosa I
Reflexão da luz • Espelhos planos: formação de imagens •
Movimentação de um espelho plano • Campo visual • Associações de espelhos

APERTE O PLAY
Curiosidade
Narciso, do artista Michelangelo Merisi da Caravaggio, retrata um belo jovem observando seu

littlesam/Shutterstock
reflexo na água. A lenda grega diz que Narciso, filho do deus Cephisus e da ninfa Liriope, era
um jovem muito belo. Apaixonado por sua imagem, o belo jovem, ao ver sua imagem refletida
na água, ficou tomado por um encantamento que deixou de se alimentar até morrer.
O termo narcisismo, que deriva de Narciso, é utilizado pela psicologia para designar aquela pessoa que
tem um amor excessivo por si próprio.

Analise a imagem do quadro a seguir e responda:


1. Será que Narciso e sua imagem refletida na poça d’água têm o mesmo tamanho?
Em determinadas situações é possí-
Essa pergunta pode ser pessoal, pois cada estudante tem percepções diferentes de uma imagem. vel visualizar nosso reflexo mesmo
em uma poça d'água. Você já fez
2. Podemos comparar a poça d’água com algum tipo de espelho? essa experiência?
Do ponto do vista da Física, o espelho é qualquer superfície ou objeto que tenha capacidade de refletir a luz e, em alguns casos, produzir

uma imagem. A poça d’água pode ser comparada a um espelho plano.

Professor, neste momento é interessante


levantar as concepções dos estudantes so-
bre a formação de imagens em espelhos.
Pergunte a eles sobre os tipos de espelhos
que eles já viram (planos e esféricos). Isso
poderá ajudar a guiar o trabalho no decor-
rer deste módulo.
EM19_1_FIS_B_02

» CARAVAGGIO, Michelangelo Merisi


da. Narciso, 1571-1610. Óleo sobre
tela, 110 x 92 cm. Galeria Nacional
de Arte Antiga, Itália.

FIS B 369

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 369 10/09/2018 13:43:32


Exemplos
Um raio de luz incide em um
espelho plano. Represente os raios
Reflexão da luz
de luz e a reta normal e calcule o Se você olhar para o vidro de uma janela, Os fenômenos da reflexão da luz, na perspec-
ângulo de reflexão em cada um dos
casos a seguir. perceberá que a luz chega até você, pois atra- tiva da óptica geométrica, são tratados utilizando-
a) Incidência de 60° em relação à vessa o vidro, e alguém que esteja do outro -se os conceitos de raios de luz – retas orientadas
reta normal. lado conseguirá vê-lo. Entretanto, se você que partem da fonte de luz e indicam a direção e
b) Incidência de 40° em relação à olhar mais atentamente, poderá perceber seu o sentido da propagação luminosa.
superfície do espelho. rosto refletido no vidro. Se essa janela fosse Considere uma superfície e a reta normal
c) Incidência paralela ao espelho. espelhada, você veria a imagem de seu rosto a ela (perpendicular à superfície). Um raio de
d) Incidência perpendicular ao mais facilmente.
espelho. luz incide sobre a superfície e, por reflexão,
Solução: A luz, ao se propagar de um meio para retorna ao meio de origem. O ângulo que o
a) Representação dos raios: outro, como no exemplo anterior, incide so- raio incidente faz com a reta normal é chama-
N bre uma superfície de separação entre eles do de ângulo de incidência ( ) e o ângulo entre
e pode apresentar, ao mesmo tempo, os fe- a reta normal e o raio refletido é chamado de
60º 60º nômenos da reflexão, refração e absorção. ângulo de reflexão ( ).
A reflexão é o que nos permite ver um obje- Devido à propagação tridimensional da
to, já que a luz refletida dos objetos é o que luz, é necessário considerar duas leis para es-
Como o ângulo de incidência
é de 60° em relação à normal, vemos dele. tudar sua propagação.
o ângulo de reflexão é igual
SAE DIGITAL S/A

a 60°. 1. a Lei da Reflexão: os raios incidentes,


Objeto iluminado
b) Representação dos raios: os refletidos e a reta normal à superfície são
N coplanares, ou seja, estão no mesmo plano.
2. a Lei da Reflexão: o ângulo de incidência
50º 50º
é sempre igual ao ângulo de reflexão.
40º
Sem a primeira condição, seria muito difícil
Nesse caso, a incidência é de Fonte de luz abordar o fenômeno de reflexão pela óptica
40° em relação ao espelho,
geométrica, pois existiriam muitas direções
portanto, o ângulo em relação
à normal será o complemen-
» Para vermos um objeto, é necessário que ele reflita a luz de propagação para o feixe refletido. A figura
tar: 50°. Assim, o ângulo de recebida de uma fonte luminosa.
a seguir apresenta o fenômeno de reflexão,
reflexão é 50°.
Em muitos casos, a reflexão é dita difusa, do ponto de vista teórico e experimental.
c) Representação dos raios (inci-
dência paralela):
ou seja, não apresenta nenhuma regularidade
Linha normal ou perpendicular ao espelho
N em termos da imagem. A causa desse efeito
é que a superfície refletora da luz apresenta
irregularidades, muitas vezes imperceptíveis.
Ângulo de Ângulo de
Essa difusão dos raios de luz nas três dimen- incidência reflexão
Não há incidência sobre o sões é o que nos permite enxergar vários ob- i r
espelho, portanto, não há
reflexão. jetos ao mesmo tempo e em diferentes ângu- 45° 45°
d) Representação dos raios los. O espelho, da forma como conhecemos,
(incidência perpendicular ao é uma superfície polida, que produz reflexão
espelho): regular. Na reflexão regular, os raios de luz Raio Raio
N incidente refletido
refletidos voltam paralelos para o meio de
Espelho
^
I=0º origem. A imagem formada apresenta alta
^
r=0º
nitidez, porém não pode ser observada em » Esquema do fenômeno da reflexão e as duas leis básicas: o
todas as posições. São exemplos de superfí- raio incidente, o refletido e a linha normal são coplanares e os
O ângulo de incidência em re- cies e objetos que promovem reflexão regular ângulos de incidência e reflexão são iguais.
lação à normal é de 0° (o raio os metais polidos, os espelhos domésticos, a
incidente coincide com a reta Um exemplo clássico de luz refletida acon-
normal ao espelho), portanto, superfície da água em repouso, entre outros.
tece na superfície da água, como na imagem
o ângulo de reflexão é igual, ou
SAE DIGITAL S/A

seja ^r = 0°. a seguir.


Yurchyks/Shutterstock

Reflexão difusa Reflexão regular

» Superfícies irregulares produzem reflexão difusa, enquanto


EM19_1_FIS_B_02

as superfícies regulares apresentam reflexão regular. Nos


espelhos a superfície precisa ser polida ou lisa para apresentar
reflexão regular.

370 FIS B

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Espelhos planos: Aa Glossário

formação de imagens Equidistante: que se encontra


(localizado) numa mesma distância;
diz-se daquilo que, em relação aos
demais, apresenta a mesma distân-
cia: objetos equidistante.
Para estudarmos o processo de forma-
A d (Etm. do latim: aequidistans.antis)
ção de imagens, é necessário observar o que d
P’
P
acontece quando colocamos um ponto lumi-   (Disponível em: <www.dicio.
com.br/equidistante/>.
noso P em frente a um espelho plano. A figura Acesso em: 26 set. 2017.)
a seguir representa a formação de imagem P’ 
Astigmatismo: deficiência visual,
do ponto luminoso.  B causada pela deformidade da
córnea ou do cristalino, que impede
de concentrar os raios de luz em
apenas um ponto, formando ima-
» Raios de luz de incidência perpendicular e aleató- gens distorcidas ou manchas.
ria. Observa-se a formação de triângulos con- Olho saudável
P P’ gruentes, que permitem concluir que os pontos
Esclerótica
objeto e imagem são equidistantes do espelho.

joshya/Shutterstock
Ponto Músculo Ciliar Retina
imagem Íris
Observando os triângulos ∆PAB e ∆P’AB, Córnea

verificamos que eles são congruentes, por Humor


Humor
aquoso
compartilharem um dos lados (AB) e por apre- Lente
vítreo

sentarem dois ângulos iguais. Assim, a dis-


Olho com astigmatismo
tância AP e AP’ são iguais, ou seja, os pontos
» Representação da formação de imagem de um ponto luminoso P são equidistantes. Músculo Ciliar
Esclerótica

Retina
em um espelho plano. Observe o ponto conjugado P’.
A terceira característica importante de um Íris
Córnea

Observamos na figura alguns elementos espelho é sua capacidade de ser estigmáti- Humor

comuns na formação de imagens por espe- co, ou seja, conjugar um ponto objeto com aquoso
Lente Humor
vítreo
apenas um ponto imagem. Existem outros
irregular
lhos. Primeiro é a representação de espelho,
que é feita por uma linha com um dos lados sistemas ópticos que conjugam mais de um
com hachuras, indicando o lado opaco do es- ponto e, em vez de se formar uma imagem,
pelho, ou seja, aquele que não reflete a luz. forma-se uma mancha. Esses são sistemas Curiosidade
Na prática, esse lado é a parte de trás de um astigmáticos.
• Antigamente muitos atribuíam
espelho. Enquanto a parte lisa é a parte refle- A discussão até o momento foi concentra- poderes mágicos aos espelhos,
tora da luz. da em pontos de luz. Mas e se fossem obje- pois não é difícil sentir-se to-
mado pelo mesmo sentimento
tos maiores? Como seria a formação de suas
O raio de luz incidente parte do ponto P, de espanto ao ver imagens
imagens? como a de um “espelho infini-
chamado de ponto objeto. O ponto P’ é o cor- to”, exemplo da figura a seguir.
respondente ao ponto P, denominado ima- Para objetos extensos, a reflexão é pon-
Aspargos/W.Commons

gem. Os pontos P e P’ são ditos conjugados, tual e a junção de todos os pontos conjugados
por estarem conectados pela ação do espe- dará origem à imagem do corpo. Essa relação
lho. Existem pontos ditos reais, aqueles que faz com que o sistema objeto-imagem tenha
as mesmas dimensões, além do sistema ser
são encontros efetivos de raios de luz, e os
equidistante.
pontos virtuais, aqueles criados pelo encon-
tro dos prolongamentos dos raios de luz. Na A A’ • A imagem a seguir é de um
figura, o ponto P é um objeto real e o ponto P’ D
espelho de bronze encontrado
D’ no Egito (Novo Império, 8.ª
é uma imagem virtual. Essa é uma das carac- dinastia, 1540–1296 a.C.).
terísticas mais importantes do espelho plano: A peça encontra-se exposta no
os pontos objeto e imagem são de naturezas Física acisíF museu de arte de Cleveland
(Ohio, EUA).
diferentes – um ponto objeto real resulta em
Daderot/W.Commons

B B’
um ponto imagem virtual e vice-versa.
A representação dos raios de luz na figura é C C’
proveniente da 2.ª Lei da Reflexão. A igualdade Espelho
Plano
entre os ângulos de incidência e reflexão nos » Para a formação de imagens de objetos extensos, existe a
permite obter outra conclusão importante so- formação de pares objeto-imagem pontuais. A união de todos
bre os espelhos planos. Considere um ponto P os pontos gera a imagem do objeto.
com dois raios incidentes sobre o espelho E,
Assim, a imagem conjugada pelo espelho
sendo um deles de incidência perpendicular e é virtual, de mesmo tamanho que o objeto e
EM19_1_FIS_B_02

o outro com um ângulo de incidência qualquer. direita. Na Óptica existe a separação entre a
O prolongamento dos raios conjuga o ponto P’ imagem conjugada de ponta-cabeça, chama-
virtual, representado na figura a seguir. da de invertida, e a de orientação igual à do

FIS B 371

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 371 10/09/2018 13:43:37


objeto, chamada de direita. O que pode ocorrer na formação de imagens de corpos extensos é
que a imagem produzida não pode ser sobreposta ao objeto. Isso ocorre porque boa parte dos
objetos não é simétrica, impedindo conservar as relações de orientação entre a imagem e o ob-
jeto. Assim, os pontos objeto e imagem são denominados enantiomorfos, não se sobrepõem.

Movimentação de um espelho plano


Exemplo
Considere que exista um cachorro
Translação luz incide em um espelho com ângulo de inci-
dência a. Se houver uma rotação do espelho,
sentado a 30 cm de um espelho. Além de considerarmos a formação de qual será a alteração nos ângulos de reflexão?
Uma pessoa ao encontrar-se a 1,5 m imagens enquanto o espelho está em repou- Nesse caso, a montagem do problema não
atrás do cachorro, verá a imagem
do animal a que distância de si?
so, podemos estudar situações de movimento é tão direta quanto na translação. A figura a
Solução:
relativo. Como será formada a imagem de es- seguir ilustra a situação em que ocorre a rota-
pelho retrovisor de um carro em movimento? ção do espelho.
Considere um objeto em repouso so-
Cachorro Imagem cachorro bre o ponto A, como ilustra a figura a seguir. N1 Rr1
Ri
1,5 m 0,3 m 0,3 m
Inicialmente temos o espelho localizado no
1,8 m
ponto B conjugando uma imagem no ponto P.
Pela figura e enunciado, podemos
concluir que a pessoa está a 1,8 m Caso o espelho movimente-se para posição B’ a a
do espelho. Como a imagem do ca- (num movimento de translação) a imagem irá
chorro será formada 0,3 m atrás do I1 Posição 1 Rr2
deslocar-se para um novo ponto P’. A questão O
espelho, a distância total da pessoa
apresentada é a seguinte: sabendo qual foi o α b
à imagem do cachorro será de: b
d = 1,8 m + 0,3 m = 2,1 m deslocamento do espelho, qual será o deslo-
camento da imagem? ∆ I2
d D Posição 2
N2

Observe na figura que o ângulo de ro-


A B B’ P P’ tação do espelho é igual a a, e o ângulo de
» Ao se deslocar o espelho em relação ao objeto, ocorre o rotação dos raios refletidos é ∆. É possível
deslocamento da imagem. identificar dois triângulos: o triângulo som-
Observe na figura que: breado e o triângulo ∆OI1I2 . A soma dos ângu-
los de um triângulo vale 180°. Assim, para o
D = PP′ = P′ − P = AP′ − AP triângulo sombreado, a soma é:

d = BB' = B′ − B = AB ' − AB ∆ + 2a + (180° – 2b) = 180°


∆ = 2b – 2a = 2(b – a)
Pela simetria das imagens conjugadas, sa-
bemos que: A soma do triângulo ∆OI1I2 é:
a + (90°+ a) + (90°– b) = 180°
=AP 2=
ABe AP ' 2 AB '
a=b–a
O valor da distância D pode ser escrito
Portanto, temos ∆= 2(b – a) e a = b – a. Desse
como:
modo, podemos escrever:
D = AP′ − AP → D = 2 AB′ − 2 AB → D = 2 AB′ − AB ( )
∆ = 2a
Essa expressão resulta em:

D = 2d Ou seja, o ângulo de rotação do raio refleti-


do é o dobro do ângulo de rotação do espelho.
Portanto, o deslocamento da imagem será A rotação de espelho é utilizada para me-
o dobro do deslocamento do espelho. Ainda, didas de alta precisão, em especial, para pe-
» A rotação de espelhos é utilizada é possível obter uma relação entre as veloci- quenas variações de ângulos. Um exemplo
para efetuar medidas de precisão, dades do espelho e da imagem, dividindo a disso é a versão moderna do experimento da
como na balança de Cavendish. expressão anterior pelo tempo. balança de Cavendish, utilizada para medir a
fio
atração gravitacional entre corpos. Por tratar-
fonte de luz vimagem = 2vespelho
RI -se de experimento complicado, por necessi-
tar de um ambiente sem vibrações e o sistema
EM19_1_FIS_B_02

RR B Rotação de detecção praticamente ser a olho nu, atual-


mente, usa-se um espelho plano acoplado ao
Outro movimento possível para os espe- eixo. O menor movimento de rotação permite
A lhos é o de rotação. Considere que um raio de quantificar a força entre os corpos.

372 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 372 10/09/2018 13:43:39


Exemplo
Campo visual Considere a imagem a seguir, com o
observador localizado no ponto O.
Ao observarmos um espelho, seja o do ba- Em termos gerais, será a união das extremida- Qual dos pontos marcados será
possível ser visualizado com o auxílio
nheiro ou ainda o do carro, percebemos que exis- des do espelho com o ponto O. Observe na fi-
do espelho?
te uma limitação em termos da abrangência do gura que o campo visual do espelho é a região
F D
que podemos ver. Essa abrangência depende da destacada em cor e qualquer ponto localizado G
posição relativa do observador e do tamanho do nessa região pode ser visto pelo observador. A
d
espelho. A região do espelho em que é possível O campo visual é fundamental em diver- C
ver é denominada campo visual do espelho. sas atividades cotidianas, entre elas, a direção O

espelho
defensiva. Apesar de existirem três espelhos B
B
E automotivos, boa parte da visão dos motoris- Solução:
tas fica restrita a uma pequena área, aumen- Para obter a região de campo visual
precisamos encontrar o ponto ima-
tando os chamados pontos cegos (pontos
gem O’. Com isso, traçamos retas que
sem visibilidade). Grande parte dos acidentes partem do ponto O’ e tangenciam
ocorre quando os condutores efetuam mano- as extremidades do espelho, como
A mostra a figura.
bras bruscas em pontos cegos. Para veículos
O maiores, como caminhões e ônibus, o núme-
Observador O O’
» O campo visual do espelho é a região delimitada pelas retas que ro de pontos cegos é ainda maior.
d
ligam o ponto imagem O’ com qualquer ponto pertencente ao es-
SAE DIGITAL S/A

pelho. Na imagem, essa região é denotada pela cor azul. Todos os


pontos localizados nessa região podem ser vistos pelo observador. F D

Considere um observador O e um espe- A


G
d
lho plano, como mostra a figura anterior.
C
Podemos criar um ponto observador virtual
(O’), simétrico ao ponto O, que permita deter- » Nos caminhões existem muitos pontos cegos, em especial O
B
minar o campo visual do espelho. na traseira e na lateral do veículo. Caso um motociclista
fique na região em vermelho, um ponto cego, o motorista
A região será delimitada pelas retas que pode mudar de faixa sem ver o motociclista e causar um Assim, é possível visualizar os pontos:
passam por O’ e interceptam o espelho. grave acidente. C, F, D e B.

Associações de espelhos
SAE DIGITAL S/A
Um recurso comum aplicado por designers Essa equação não é de simples dedução
de interiores é distribuir uma série de espe- e apresenta algumas limitações importantes: 90º
lhos em ambientes pequenos com a finalida- ● Quando a relação
360° for par, o objeto
de de torná-los aparentemente maiores. Além α
de promover uma aparente profundidade de pode estar localizado em qualquer posi-
espaço é possível observar a formação de ção, dentro do campo visual.
» Quando associamos dois espelhos
múltiplas imagens. A formação de múltiplas 360°
● Se a relação for ímpar, o objeto com certo ângulo entre eles, ocorre
imagens é um efeito de associação de espe- α a formação de múltiplas imagens.
lhos. Considere os dois espelhos como na fi- precisa estar no plano bissetor do ân-
gura ao lado. gulo a. Na prática, deverá estar alinha-
do com o encontro dos espelhos. Exemplo
A formação de múltiplas imagens é devido
às várias reflexões possíveis, de acordo com Outro resultado muito interessante é Considere dois espelhos planos
o ângulo entre os espelhos. Quanto maior for quando diminuímos o ângulo a para valores colocados com um ângulo de 60°,
depois colocados a 30°. Qual é a
o ângulo a entre os espelhos (abertura), me- próximos de zero. Diminuir o ângulo impli-
diferença no número de imagens
nos reflexões ocorrem e, por consequência, ca em aumentar cada vez mais o número de formadas?
menos imagens são formadas. O contrário imagens. Quando o ângulo a é igual a zero, os Solução:
também é verdade: ao diminuir a abertura, espelhos estão paralelos, e haverá a forma- No caso 1, o ângulo vale 60°,
aumenta o número de imagens. ção de infinitas imagens. No filme Inception temos:

O número N de imagens formadas de um (2010), a personagem Ariadne, interpretada N=


360°
− 1→ N =
360°
− 1→
objeto colocado entre dois espelhos, sendo a o pela atriz canadense Ellen Page, aprende a de- α 60°
N = 5 imagens
ângulo entre os espelhos, é dado pela equação: senhar sonhos e testar várias possibilidades
de cenários e realidade. Em certo momento, No caso 2, o ângulo vale 30°, temos:
360º ela projeta dois espelhos planos, que são pos- 360° 360°
N= − 1→ N = − 1→
N= −1 tos em paralelo. O efeito é a formação de infi- α 30°
α
EM19_1_FIS_B_02

nitas imagens. N = 12 imagens

Assim, haverá um aumento de 7


imagens.

FIS B 373

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 373 10/09/2018 13:43:41


FÍSICA & CULTURA
Espelho e arte
Devido à dificuldade técnica, nem todos os grupos humanos foram capazes de produzir espe-
lhos, mas a arte nos acompanha desde as sociedades mais primitivas. Os artistas, sempre atentos
ao que nos provoca fascínio e estimula nossa imaginação, usam e abusam de espelhos em muitas de suas
obras, como nesses exemplos da Expo Milão.

Eugenio Marongiu/Shutterstock

Tinxi/Shutterstock
» Obras feitas com espelhos do Pavilhão Italiano, na feira mundial de Milão, em 2015.
Como você pode perceber, a ciência e a arte são excelentes parceiras. Um outro bom exemplo é o calei-
doscópio, cujo funcionamento é resultado de múltiplas reflexões em espelhos.

Billwhittaker/W.Commons

Marina Leontyeva/Shutterstock
» À esquerda o “CalifórniaScope”, obra de arte na forma de um gigante caleidoscópio, em San Diego, Califórnia. À direita,
imagem produzida por um caleidoscópio.

1. Pesquise sobre outras obras de arte que usem conceitos de Óptica e as liste aqui. Compare sua lista e
troque ideias com um colega sobre suas listas.
Importante é identificar uma obra e tentar entendê-la. Se a explicação está em algum conceito que vem adiante, tudo bem, já que pode ser

usado como exemplo e estímulo para conceitos que serão abordados.

2. Faça uma obra de arte usando algum conceito de Óptica. Dica: você pode construir um caleidoscópio,
existe vasto material na internet, inclusive vídeos, mostrando como fazer um.
A ideia é aprender os conceitos de forma divertida, por isso os alunos devem ter a maior liberdade possível na parte artística. E deve ser algo

fácil de ser feito.


EM19_1_FIS_B_02

374 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 374 10/09/2018 13:43:48


5. Qual o número de imagens formadas por dois espelhos planos
Resolvidos que formam um ângulo de 45º entre si, entre os quais é colocado
um objeto?
360°
1. Qual deve ser o ângulo que dois espelhos planos precisam manter N=
θ
−1
entre si para que sejam formadas 71 imagens de um certo objeto? 360°
N= −1
45°
99 Solução:
Usamos a fórmula: N = 8 −1

360 ° 360 ° N=7


N 1 → 71  1
  6. Qual é o ângulo formado por dois espelhos planos, sabendo que o
360 ° 360 ° número de imagens formadas do objeto colocado entre eles é 5?
71 1  → 72 · a = 360° →    5 N=
360°
−1
 72 θ
2. De dentro de um carro o motorista vê a imagem de uma árvore pelo 360°
5 + 1=
θ
espelho retrovisor. Sabe-se que a velocidade do deslocamento apa- 360°
rente da árvore no espelho é 72 km/h. Qual é a velocidade do carro? θ= = 60°
6
99 Solução:
O deslocamento da imagem é sempre o dobro do deslocamento do
espelho plano.
vi = 2 ve 7. Os flamingos são animais que precisam constantemente de com-
ve = vi /2 panhia e de um grande grupo para procriarem. Não é à toa que
ve = 72/2 = 36 km/h nos zoológicos é comum colocar espelhos nos cativeiros, para dar a
sensação de um grande grupo. Suponha que o zoológico disponha
de 2 espelhos planos e precise aumentar em pelo menos 4 vezes seu
Praticando conjunto de flamingos. Qual deverá ser o ângulo entre os espelhos?
Independentemente do número de flamingos, o objetivo é que 1 flamingo conte 4. Assim,
1. RAUL chegou à frente de um espelho plano com uma camiseta na
o número de imagens será 3. Usando a equação da associação de espelhos temos:
qual estava escrito seu nome. O que ela viu escrito na imagem?
360 360 360
N  1       90
Ela observou que a imagem do escrito na sua camiseta aparecia LUAR.  N 1 3 1

2. Um raio de luz incide sobre um espelho plano formando com ele


um ângulo de 27º. Qual é o valor do ângulo de incidência e do
ângulo de reflexão?
i + 27º = 90º 8. Dois espelhos planos são colocados a 12° e neles é incidido um feixe
i = 90º – 27º luminoso. Quantas imagens serão produzidas pela associação? O
i = 63º objeto poderá estar em qualquer posição?
Pela Lei da Reflexão i = r = 63º
Para calcular o número de imagens, usamos a equação dos espelhos associados:
360° 360°
N= − 1→ N = − 1→ N = 29 imagens
3. Um espelho plano e vertical conjuga a imagem de um homem α 12°
parado, que se encontra a 1,5 m do espelho. Afastando o espelho Como a fração 360° é par, não há limitação para a posição do objeto.
3,0 m do ponto inicial em que estava, qual é a distância entre a α
primeira e a segunda imagem do homem?
3,0 m

Desenvolvendo Habilidades

1. C1:H3 (FALBE-2017 – adap.) Um pequeno boneco está diante de


um espelho plano, conforme a figura a seguir.

1,5 m x

O deslocamento da imagem é igual ao dobro do deslocamento do espelho.

Logo x = 6,0 m.

4. Um motorista está em uma rodovia dirigindo a 90 km/h. Qual será


Em relação à imagem conjugada pelo espelho, podemos classifi-
a velocidade relativa percebida por ele ao observar a imagem das
cá-la como tendo as seguintes características:
placas no acostamento?
a) real, direita e do mesmo tamanho do objeto.
A velocidade relativa da imagem é o dobro da velocidade do espelho. Como o carro está
b) virtual, invertida lateralmente e maior que o objeto.
EM19_1_FIS_B_02

a 90 km/h, a velocidade da imagem será de 180 km/h. c) virtual, direita e do mesmo tamanho do objeto.
d) real, invertida lateralmente e do mesmo tamanho do objeto.
e) real, direita e menor que o objeto.

FIS B 375

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 375 10/09/2018 13:43:50


2. C1:H3 (CPS) Leia o trecho da música “Espelho D’Água” de Almir posição tal que obterá várias imagens formadas pelo conjunto
Sater e Renato Teixeira. de espelhos. Das imagens observadas, assinale na opção a seguir,
Emoção... quantas serão enantiomorfas.
Os rios falam pelas cachoeiras, a) 8 d) 17
Compaixão... b) 9 e) 18
Os peixes nadam contra a correnteza, c) 10
Sim ou Não...
6. C1:H3 (Unesp-2014) Uma pessoa está parada numa calçada plana
As dúvidas são partes da certeza, e horizontal diante de um espelho plano vertical E pendurado na
Tudo é um rio refletindo a paisagem, fachada de uma loja. A figura representa a visão de cima da região.
Espelho d’água levando as imagens pro mar, 5m
Cada pessoa levando um destino,
Cada destino levando um sonho... Calçada
As águas límpidas e calmas de um rio podem se comportar como
1,8 m
um espelho plano, refletindo a imagem dos objetos de uma pai-
sagem de forma: direta,
a) real e de tamanho igual ao do objeto. 2m
b) virtual e de tamanho igual ao do objeto. v
c) real e de tamanho menor que o do objeto.
d) virtual e de tamanho menor que o do objeto. O 1,2 m
e) real e de tamanho maior que o do objeto. E
3. C1:H2 (UFSCar-2014) Para melhorar a qualidade do ar, a adminis- Fora de
escala
tração da cidade de São Paulo exige que seus veículos passem
periodicamente por uma inspeção em que são medidos os níveis
de emissão de gases poluentes e observadas eventuais irregu-
laridades, como a ausência do filtro catalisador. Para facilitar o
trabalho do fiscal, um espelho plano foi estrategicamente montado Olhando para o espelho, a pessoa pode ver a imagem de um moto-
sobre rodinhas permitindo que, pela reflexão, observe-se a parte ciclista e de sua motocicleta que passam pela rua com velocidade
debaixo do carro. constante v = 0,8 m/s, em uma trajetória retilínea paralela à calçada,
conforme indica a linha tracejada. Considerando que o ponto O na
figura represente a posição dos olhos da pessoa parada na calça-
da, é correto afirmar que ela poderá ver a imagem por inteiro do
motociclista e de sua motocicleta refletida no espelho durante um
intervalo de tempo, em segundos, igual a
a) 2. d) 5.
b) 3. e) 1.
c) 4.

Complementares

1. (UECE-2018) Dois espelhos planos são dispostos paralelos um ao


Considerando a posição X do olho do fiscal e a posição do espelho outro e com as faces reflexivas viradas uma para outra. Em um
plano, é correto afirmar que, dos pontos indicados, o fiscal é capaz dos espelhos incide um raio de luz com ângulo de incidência de
de enxergar, no máximo, até o ponto 45°. Considerando que haja reflexão posterior no outro espelho, o
a) P. ângulo de reflexão no segundo espelho é
b) Q. a) 45°.
c) R. b) 180°.
d) S. c) 90°.
e) T. d) 22,5°.

4. C5:H17 (Mackenzie-2016) Um objeto extenso de altura h está fixo, 2. (CEFET-MG-2013) Diversos tipos de espelhos podem ser utilizados
disposto frontalmente diante de uma superfície refletora de um em aparelhos tais como telescópio, binóculos e microscópios.
espelho plano, a uma distância de 120,0 cm. Aproximando-se o A  figura a seguir representa um objeto puntiforme em frente a
espelho do objeto de uma distância de 20,0 cm, a imagem conju- um espelho plano.
gada, nessa condição, encontra-se distante do objeto de
Espelho 1
a) 100,0 cm.
plano
b) 120,0 cm. Objeto
c) 200,0 cm. 3 4
d) 240,0 cm.
EM19_1_FIS_B_02

e) 300,0 cm. 2
5. C5:H17 (Unifor-2014) O ângulo entre dois espelhos planos é de
20º. Um objeto de dimensões desprezíveis é colocado em uma

376 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 376 10/09/2018 13:43:51


Considerando-se a reflexão da luz nesse espelho proveniente do
objeto, sua imagem será formada na região
a) 1.
b) 2. o
c) 3.
d) 4.
3. (Unifor-2014) Ao acordar pela manhã, Camilla levantou-se e saiu
em direção perpendicular ao espelho plano colado à parede de seu
quarto, com velocidade constante de 45,0 cm/s. Nesta situação,
a) m = 4n + 3.
pode-se afirmar que:
b) m = 4n – 3.
a) a imagem de Camilla aproximou-se dela a 45,0 cm/s.
c) m = 4(n + 1).
b) a imagem de Camilla aproximou-se do espelho a 90,0 cm/s.
d) m = 4(n – 1).
c) a imagem de Camilla aproximou-se dela a 90,0 cm/s.
e) m = 4n.
d) a imagem de Camilla afasta-se do espelho a 45,0 cm/s.
e) a imagem de Camilla afasta-se dela a 90,0 cm/s. 7. (Unicamp-2013) Em um aparelho experimental, um feixe laser
emitido no ponto P reflete internamente três vezes e chega ao
4. (EEWB-2011) Dois espelhos planos E1 e E2, perpendiculares ao ponto Q, percorrendo o trajeto PFGHQ. Na figura a seguir, con-
plano do papel, formam entre si um ângulo θ. Um raio luminoso, sidere que o comprimento do segmento PB é de 6 cm, o do lado
contido no plano do papel, incide sobre o espelho E1, formando AB é de 3 cm, o polígono ABPQ é um retângulo e os ângulos de
com este um ângulo α(0 < α < π/2). Determine o valor de θ para incidência e reflexão são congruentes, como se indica em cada
que, após refletir-se em E1 e E2, o raio luminoso emerja paralelo à ponto da reflexão interna. Qual é a distância total percorrida pelo
direção do raio incidente. feixe luminoso no trajeto PFGHQ?
a) 90º B H P
b) 90º – α
c) 90º + α
d) 180º – α
G
5. (UFPB-2011) Uma usina solar é uma forma de se obter energia
limpa. A configuração mais comum é constituída de espelhos
móveis espalhados por uma área plana, os quais projetam a luz
solar refletida para um mesmo ponto situado no alto de uma torre. A Q
F
Nesse sentido, considere a representação simplificada dessa usina
por um único espelho plano E e uma torre, conforme mostrado na a) 12 cm
figura a seguir. b) 15 cm
c) 16 cm
d) 18 cm
8. (Unesp) As coordenadas (X; Y) das extremidades A e B do objeto AB
mostrado na figura são (0;0) e (0;2), respectivamente.
Y(m)
8
E

6
Com relação a essa figura, considere:
•• A altura da torre é de 100 m. E
4
•• A distância percorrida pela luz do espelho até o topo da torre
é de 200 m.
2 B
•• A luz do sol incide verticalmente sobre a área plana.
•• As dimensões do espelho E devem ser desprezadas. O
0 A
Nessa situação, conclui-se que o ângulo de incidência de um feixe 0 2 4 6 8 10 12 14 16
de luz solar sobre o espelho E é de X(m)
a) 90º.
O observador O, localizado em Xo = 7 m sobre o eixo X, vê a imagem
b) 60º.
A’B’ do objeto AB formada pelo espelho plano E da figura.
c) 45º. a) Quais são as coordenadas das extremidades A’ e B’ da imagem
d) 30º. A’B’?
e) 0º. b) Quais as extremidades, X1 e X2, do intervalo dentro do qual
6. (PUC-SP-2012) Um aluno colocou um objeto “O” entre as superfícies deve se posicionar o observador O, sobre o eixo X, para ver a
refletoras de dois espelhos planos associados e que formavam en- imagem A’B’ em toda sua extensão?
tre si um ângulo θ obtendo n imagens. Quando reduziu o ângulo 9. (Unesp-2015) Uma pessoa de 1,8 m de altura está parada diante de
EM19_1_FIS_B_02

entre os espelhos para θ/4 passou a obter m imagens. A relação um espelho plano apoiado no solo e preso em uma parede vertical.
entre m e n é Como o espelho está mal posicionado, a pessoa não consegue ver a

FIS B 377

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imagem de seu corpo inteiro, apesar de o espelho ser maior do que Considerando as medidas indicadas na figura 2, calcule, em metros:
o mínimo necessário para isso. De seu corpo, ela enxerga apenas a) a largura (L) da janela.
a imagem da parte compreendida entre seus pés e um detalhe de
b) a largura mínima (x) do espelho E para que o observador possa
sua roupa, que está a 1,5 m do chão. Atrás dessa pessoa, há uma
ver por inteiro a imagem da placa conjugada por ele.
parede vertical AB, a 2,5 m do espelho.

Sabendo que a distância entre os olhos da pessoa e a imagem da


parede AB refletida no espelho é 3,3 m e que seus olhos, o detalhe
em sua roupa e seus pés estão sobre uma mesma vertical, calcule
a distância d entre a pessoa e o espelho e a menor distância que o
espelho deve ser movido verticalmente para cima, de modo que
ela possa ver sua imagem refletida por inteiro no espelho.
10. (Unifesp-2014) Dentro de uma casa uma pessoa observa, por meio
de um espelho plano E, uma placa com a inscrição VENDO colocada
fora da casa, ao lado de uma janela aberta. A janela e o espelho têm
as dimensões horizontais mínimas para que o observador consiga
ver a placa em toda sua extensão lateral. A figura 1 representa o
espelho e a janela vistos de dentro da casa. A figura 2 representa
uma visão de cima da placa, do espelho plano E, do observador O
e de dois raios de luz emitidos pela placa que atingem, depois de
refletidos em E, os olhos do observador.

GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
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download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
EM19_1_FIS_B_02

de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
2. Abra o aplicativo e aponte para o QR Code ao lado.
2. Abra o aplicativo e aponte para um dos QR Codes ao lado para
3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.

378 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 378 10/09/2018 13:43:53


ch
in
Espelhos

ah
bz
esféricos

yg
/S
– estudo

hu
matemático

tte
rst
oc
k
Reflexão luminosa II
Elementos de um espelho esférico • Espelhos esféricos de Gauss • Formação de imagens • Aumento linear transversal • Equação de Gauss

APERTE O PLAY
Refletores esféricos e seu uso
Durante a batalha da Grã-Bretanha, na segunda Guerra Mundial, mesmo lutando praticamente
sozinhos e sendo duramente castigados pelos bombardeios da Luftwaffe (a força aérea nazista),
os ingleses resistiram bravamente. Duas tecnologias que usam refletores esféricos foram importantes nessa
batalha. Um deles é o holofote, usados para ver os bombardeiros se aproximando à noite, e outro é o radar, im-
portante instrumento de detecção e desenvolvido secretamente por diversos países durante a Segunda Guerra.

• Espelhos esférico são usados em muitos objetos de seu cotidiano. Se pensar um pouco vai encontrar
vários exemplos. Enumere o maior número possível.
Existe uma lista extensa e pode-se estimular os alunos a procurem o maior número de resposta possíveis, já que é algo que eles já viram

em muitas situações, e relacioná-los com o tipo de espelho. (Exs.: espelho de maquiagem (côncavo); espelho de loja/ônibus (convexo);

espelho retrovisor (plano ou convexo); etc.)


nsmo
W.Com

Bukvoed/
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Tanne

W.Comm
ons

» À esquerda: membros da artilharia real


Dallinson G W/W.Commons

britânica manipulam o espelho esférico


de um holofote, na Itália, abril de 1945.
À direita: radar usado para detectar
aeronaves. Abaixo: holofotes formando
uma verdadeira barreira de luz durante
um ataque inimigo em Gibraltar, 20 de
novembro de 1942.
EM19_1_FIS_B_03

FIS B 379

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Você já teve a curiosidade de ver sua espelhos planos, nos quais as imagens têm
imagem formada em uma colher de aço sempre o mesmo tamanho e a mesma orien-
Reflita
inoxidável? Esse tipo de utensílio tem duas tação que o objeto.
superfícies refletoras: uma interna (na qual Mas, o que explica essa distorção nas

Aaron Amat/Shutterstock
colocamos os alimentos) e outra externa. Na imagens? A diferença entre os espelhos pla-
superfície refletora interna, a imagem fica pe- nos e os esféricos é que esses últimos têm
quena. Já na superfície refletora externa, ape- uma curvatura. Quando esses espelhos cur-
sar de a imagem continuar pequena, ela fica vos apresentam arcos de circunferência, são
invertida. Também é possível verificar que, chamados de esféricos, os quais são utiliza-
à medida que a colher é afastada ou aproxi- dos para produzir imagens aumentadas ou
mada do rosto, a imagem pode mudar de ta- ampliar o campo visual em determinadas
manho e até de orientação. Esses fenômenos situações.
Pegue uma colher de aço e observe
sua imagem formada nos dois são bem diferentes daqueles observados em
lados e anote suas conclusões.

Elementos de um espelho esférico


Professor, é interessante propor essa ativi- Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a
dade antes mesmo da leitura dos parágra-
fos ao lado. Provavelmente, os estudantes formação de imagens em espelhos esféricos,
notarão a diferença das imagens formadas é preciso conhecer os elementos que os com-
em cada lado da colher, conforme indi- põem. Assim, considere uma superfície esfé-
cado, isso pode servir de introdução para
se falar de espelhos esféricos. Pode- rica. Se ela for dividida em dois hemisférios,
-se comparar a face interna da colher a obtêm-se duas calotas esféricas.
um espelho côncavo e a face externa a

Yurevich Margarita/Shutterstock
um espelho convexo. Essa atividade dará (a) (b)
uma noção inicial aos estudantes sobre as
características das imagens formadas nes-
» Esquema de espelho côncavo (a); espelho convexo (b).
ses espelhos.
As colheres de aço inoxidável, embora não
Saiba mais sejam espelhos esféricos, têm comportamen-
to semelhante a esses. A superfície interna, na
Outras aplicações dos espelhos
qual os alimentos são colocados, é um espelho
esféricos vão desde os espelhos de
aumento, contido, por exemplo, côncavo, e a externa é um espelho convexo.
nos estojos de maquiagem, até
objetivas de telescópios. Considere um espelho côncavo, conforme
a figura a seguir.

R
» Superfície esférica refletora.
Eixo principal
Espelhos esféricos são calotas esfé- V α C
ricas, polidas, em que uma de suas su-
Eixo secundário
perfícies é refletora. R

» Elementos de um espelho esférico representados em um


espelho côncavo.

Principais elementos geométricos


dos espelhos esféricos
• Centro de curvatura (C): centro da superfí-
cie esférica que originou a calota.
• Raio de curvatura (R): raio da superfície
esférica.
• Vértice (V): polo da calota esférica.
• Eixo principal: reta que passa pelo centro
de curvatura C e pelo vértice V.
» Uma superfície esférica cortada por um plano dá
origem a calotas esféricas.
• Eixo secundário: toda reta que passe
pelo centro de curvatura C e não passe
As faces interna e externa das calotas po- pelo vértice.
EM19_1_FIS_B_03

dem ser espelhadas. Se a superfície refletora • Ângulo de abertura (α): ângulo forma-
for a interna, tem-se um espelho côncavo. Se do pelo centro de curvatura C e pelos
a superfície refletora for a externa, tem-se um lados que passam pelas extremidades
espelho convexo. opostas da calota.

380 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 380 10/09/2018 13:44:02


As leis da reflexão para espelhos planos normal à superfície refletora estão em
também são válidas para espelhos esféricos. um mesmo plano.
Saiba mais
● 1.ª Lei da Reflexão — estabelece que ● 2.ª Lei da Reflexão — estabelece que
Os espelhos de uso popular são
o raio incidente, o raio refletido e a reta o ângulo de incidência e o de reflexão
fabricados aplicando uma fina
são iguais. camada de solução de nitrato de
prata sobre a face de uma placa
de vidro transparente. Sobre a

Espelhos esféricos de Gauss solução é aplicada uma película de


sulfato de cobre para que a prata
não se oxide. Por fim, são aplicadas
camadas de tinta para evitar que os
Muitas vezes, espelhos esféricos for- O referencial gaussiano é constituído de metais fiquem expostos à umidade
e para bloquear a entrada de lumi-
mam imagens não nítidas e/ou distorcidas, dois eixos orientados, perpendiculares entre nosidade.
denominadas aberrações de esfericida- si, com origem no vértice do espelho.
de. Gauss obser vou que, para que as ima- Observe que o eixo das abscissas é orienta-
gens fossem obtidas com maior nitidez e do no sentido oposto ao da luz incidente. Assim, Biografia
distorções mínimas, os raios de luz deve- nesse referencial, objetos ou imagens reais são
riam incidir paralelamente ou com pouca situados diante do espelho, ou seja, na abscissa Carl Friedrich Gauss (1777-1855)
inclinação em relação ao eixo principal e, positiva. Já os objetos ou imagens virtuais são

Nicku/Shutterstock
ainda, próximos dele. Dessa maneira, o situados atrás dele, na abscissa negativa.
ângulo de abertura do espelho deve ser
pequeno (α ≤ 10°).

y E y
luz incidente luz incidente

X X
V F C C F V
De origem humilde, Gauss viveu em
uma cidade da Alemanha chamada
Brunswick. Foi um menino prodígio
que teve os estudos custeados
» Referencial gaussiano para espelhos convexos. » Referencial gaussiano para espelhos côncavos. pelo Duque de Brunswick, na
Universidade de Göttingen, de 1795
a 1798. Desenvolveu trabalhos em

Formação de imagens
álgebra, cartografia e em outras
áreas da Matemática, da Física e
da Astronomia. Foi o criador do
Método dos Mínimos Quadrados –
Você já observou que em aplicações de se- ponto  F sobre o eixo principal. Esse ponto é usado para o tratamento de erros
de uma medida.
gurança e monitoramento, em alguns pontos denominado foco principal real.
de garagens ou dentro de ônibus, são utili-
zados espelhos esféricos convexos? Eles têm
a finalidade de ampliar o campo visual dos
motoristas. É possível que também já tenha C F
observado os espelhos esféricos côncavos, f
utilizados como espelhos de aumento em fa-
róis, lanternas e projetores. » Foco principal real em um espelho esférico côncavo.
As imagens formadas pelos espelhos esféri- Agora considere o espelho convexo mos-
cos são diferentes das formadas pelos espelhos trado na figura a seguir. Os raios luminosos
planos. Para localizar a imagem de um objeto que incidem no espelho são paralelos ao eixo
formada em um espelho esférico é preciso lo- principal e os raios refletidos são divergentes.
calizar a imagem formada por cada um de seus Os prolongamentos dos raios refletidos pas-
pontos. Para isso algumas informações impor- sam pelo mesmo ponto F sobre o eixo princi-
tantes devem ser esclarecidas, como veremos pal. Nesse caso, o ponto é denominado foco
nos tópicos seguintes. principal virtual.

Focos de espelhos esféricos


Experimentalmente, determina-se o foco
de um espelho esférico incidindo raios lumi-
nosos paralelos ao eixo principal do espelho. F C

Considere o espelho côncavo, como na f


EM19_1_FIS_B_03

figura a seguir. Os raios de luz que incidem


no espelho são paralelos ao eixo principal e » Foco principal virtual em um espelho esférico convexo.
os raios refletidos, convergentes, retornam
ao meio original passando por um mesmo

FIS B 381

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É verificado, experimentalmente, que o ● Todo raio de luz que incide sobre o
foco principal F é aproximadamente o ponto vértice do espelho refletirá um raio si-
médio da distância do centro de curvatura C métrico com mesmo ângulo, de acordo
Observação
ao vértice V. A distância entre o foco princi- com a 2.ª Lei da Reflexão.
A distância focal f pode ser positiva pal  F e o vértice V é denominada distância
ou negativa, dependendo do tipo i
focal f. Podemos escrever, então:
de espelho:
R
• f > 0 — espelho côncavo f≅ C F i C F V i
• f < 0— espelho convexo 2
r r

Raios notáveis
Alguns raios luminosos têm um comporta-
mento muito particular. Esses raios de luz são » O raio de luz que incidir no vértice do espelho refletirá com
Saiba mais denominados raios notáveis e com apenas dois
o mesmo ângulo.

Espelhos convexos são comumente deles é possível determinar geometricamente a Para construir geometricamente a imagem
utilizados como espelhos retrovi- imagem formada. Vejamos, geometricamente, de um objeto serão necessários apenas dois
sores de diversos tipos de veículos como eles se comportam. raios de luz incidentes entre os três notáveis.
e também em partes estratégicas
no interior de lojas (para que a ● Todo raio de luz que incide passando Com dois desses raios, determina-se a posi-
segurança tenha maior visibilidade
pelo centro de curvatura, ou seja, per- ção, a característica e o tamanho da imagem
do ambiente). formada.
pendicular à superfície, refletirá sobre si
Morgan Rauscher/Shutterstock

mesmo. Nesse caso, tanto o ângulo de in-


cidência quanto o de reflexão são nulos. Espelho convexo
Para construir geometricamente a ima-
gem de um objeto precisamos de dois raios
de luz incidentes. Considere um objeto colo-
C F V V F C
cado diante de um espelho convexo, como na
figura a seguir, de tal forma que a extremida-
» Espelho convexo de veículo de B do objeto esteja no eixo principal do es-
refletindo ônibus.
pelho. Desse modo, para construir a imagem
AB, é necessário somente obter a imagem do
» O raio de luz que incide no centro de curvatura retorna ponto A, pois a imagem do ponto B estará so-
na mesma direção. bre o eixo principal.
A imagem é construída, por exemplo, in-
● Todo raio de luz que incide paralelo ao
cidindo um raio luminoso paralelamente ao
eixo principal refletirá em direção ao
eixo principal, que será refletido de tal forma
ponto de foco, assim como todo raio
que seu prolongamento passará pelo foco F
que incidir no espelho em direção ao
do espelho. Outro raio, incidindo no vértice
ponto de foco refletirá paralelamente
do espelho, refletirá simetricamente ao inci-
ao eixo principal.
dente, e seu prolongamento cruzará o prolon-
gamento do primeiro raio.

F Objeto
C V C F V Imagem
A' A

B
F B'
» O raio de luz em direção ao foco reflete na direção paralela
ao eixo principal e vice-versa.
» Formação de imagem em um espelho convexo.

A imagem do ponto A estará determinada


pelo cruzamento dos prolongamentos dos
» Em destaque, a imagem reduzida em
raios refletidos, como é mostrado na figura.
um espelho convexo.
Observe que o tamanho da imagem é menor
que o do objeto, é direita (não está invertida)
utterstock

e é virtual (é determinada ao cruzar os pro-


longamentos dos raios refletidos). Também é
ART/Sh

possível observar que a imagem está entre o


EM19_1_FIS_B_03

foco e o vértice do espelho.


K1 3

382 FIS B

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● Objeto entre o foco e o centro de cur-
Independentemente da localização do vatura
objeto em relação à superfície refletora, a
imagem formada por um espelho convexo Um objeto colocado entre o foco e o
será sempre menor, direita e virtual, e estará centro de curvatura de um espelho
entre o vértice e o foco do espelho. côncavo, como na figura a seguir, terá
a imagem do ponto A na região além
do centro de curvatura, localizada pelo Curiosidade
Espelho côncavo cruzamento dos dois raios refletidos.
Pode-se usar um sistema de mon-
As imagens produzidas pelos espelhos tagem de um espelho côncavo para
côncavos dependem da posição do objeto em se ter o chamado fogão solar, como
A mostrado na figura a seguir.
relação à superfície refletora. Para determi-

chriss73/Shutterstock
nar as características das imagens, considere o
as seguintes posições. v F B C B'
i
● Objeto antes do centro de curvatura
Considere um objeto colocado diante
A'
de um espelho côncavo, conforme figu-
ra a seguir. O raio de luz que passa pelo
Observe que a imagem é real, inverti-
ponto A do objeto e incide no espelho
refletirá passando pelo foco. Outro raio da e maior que o objeto.
A superfície côncava refletora con-
que passa pelo ponto A e incide no vér- ● Objeto sobre o foco centra a energia refletida no local
tice do espelho refletirá com um ângulo Quando um objeto é colocado exata- da área de cozinhar. Com intuito
igual ao ângulo de incidência. A imagem de retenção de calor suficiente
mente sobre o foco do espelho cônca- para cozinhar o alimento, pode ser
do ponto A está no cruzamento dos adotada uma cobertura transpa-
vo, os dois raios incidentes refletirão
dois raios refletidos. rente na montagem do aparelho.
paralelamente entre si, e a imagem se Isso cria um ambiente de estufa. O
formará no infinito, chamada, assim, de efeito é melhor se a panela estiver
A posicionada no foco (ou próximo)
imagem imprópria. da superfície côncava.
B' o
v F i B
C A
A' o
B
V F
Observe que a imagem é formada entre
o centro de curvatura e o foco do espe- paralelos
lho. A imagem é real e invertida (de ca-
beça para baixo) em relação ao objeto.
imagem imprópria
O tamanho da imagem é menor que o (no infinito)
do objeto real. A imagem é real, inver-
tida e menor. ● Objeto entre o vértice e o foco
● Objeto sobre o centro de curvatura Considere o objeto colocado diante de
Considere um objeto colocado diante um espelho côncavo, localizado entre o
de um espelho côncavo, exatamente foco e o vértice. A imagem será forma-
no centro de curvatura do espelho. Os da no cruzamento dos prolongamentos
raios incidentes paralelos ao eixo prin- dos raios refletidos.
cipal e sobre o vértice refletirão. A ima-
gem do ponto A está localizada no cru-
zamento dos raios refletidos. A'

A
o
A
o
C B
v F B' B' V B F
A'
i

Observe que a imagem é formada so-


Observe que esse é o único caso em que
bre o centro de curvatura. Logo, ela é
EM19_1_FIS_B_03

a imagem é situada “atrás do espelho”,


real, invertida e de mesmo tamanho
que o objeto. sendo, portanto, virtual. Seu tamanho é
maior que o do objeto e não é invertida.
Logo, ela é virtual, direita e maior.

FIS B 383

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Aumento linear transversal
Curiosidade As imagens produzidas por espelhos côn- abscissas em p, e sua imagem A'B', de tamanho i
Devido às suas características, cavos podem, dependendo da localização do localizada no eixo das abscissas em –p'.
uma aplicação prática do espelho objeto diante do espelho, ser maiores, meno- y A'
côncavo é seu uso em consultórios
res ou de mesmo tamanho que ele. Já nos es-
odontológicos, em que o profis- A
sional dentista o usa para ampliar pelhos convexos, as imagens produzidas são
sua visão. menores que os objetos, podendo ainda ser x o i
B V
direitas ou invertidas.
Piotr Marcinski/Shutterstock

c F B'
Denomina-se aumento linear transver-
sal o quociente entre o tamanho da imagem e
p p'
o tamanho do objeto.

i Na figura, observamos os triângulos seme-


A= lhantes: ABV e A'B'V, pois o raio de luz que in-
o
cide no vértice tem ângulos de incidência e de
reflexão iguais, por exemplo, iguais a α. Assim,
Sendo
o ângulo do triângulo A'B'V também é igual a α,
i – tamanho da imagem; já que são ângulos opostos pelo vértice V. Da
o – tamanho do objeto. semelhança de triângulos, temos:
O aumento linear transversal é uma gran- A 'B ' VB '
» Espelho côncavo em uso. deza adimensional e seu módulo pode ser:
AB
=
VB
● A = 1 – a imagem é de mesmo tamanho
Como A ′B′ = i, AB = o, VB′ = p′ e VB = p, e
do objeto.
considerando os sinais de i, o, p' e p para o caso
● A > 1– a imagem é maior que o objeto, da figura anterior, o aumento linear transversal
ou seja, ampliada. A pode ser escrito como:
● A < 1 – a imagem é menor que o obje-

to, ou seja, reduzida. i p'


A= =−
o p
Vimos que, em relação à sua orientação
com o eixo das ordenadas, a imagem pode ser
direita ou invertida, ou seja, com i > 0 ou i < 0, Essa expressão indica que o aumento li-
respectivamente. Portanto, o aumento linear near transversal pode ser positivo ou negati-
transversal pode ser positivo ou negativo. vo, dependendo dos sinais de p e p'.
● A > 0 – a imagem é direita, pois i e o ● A > 0 – p e p' têm sinais opostos, ou seja,
têm o mesmo sinal. objeto e imagem têm características di-
● A < 0 – a imagem é invertida, pois i e o ferentes; se um é real, o outro é virtual.
têm sinais opostos. ● A < 0 – p e p' têm mesmo sinal, ou seja,
Considere o objeto AB, de tamanho o, diante objeto e imagem são reais ou virtuais.
de um espelho côncavo, localizado no eixo das

Equação de Gauss
Conhecendo a distância focal e a posição de
um objeto diante de espelhos esféricos, é possí- y
vel determinar analiticamente as características
das imagens produzidas em tais espelhos. luz incidente
Considere o sistema cartesiano de coor-
denadas em que o vértice V do espelho é a ori- x
gem dos eixos orientados. O eixo das abscis-
sas tem a direção do eixo principal e sentido
EM19_1_FIS_B_03

contrário ao raio de luz incidente, e o eixo das


ordenadas tem direção perpendicular ao eixo » Referencial de Gauss.
principal e sentido ascendente. Esse sistema
é denominado de referencial de Gauss.

384 FIS B

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Adotando esse referencial, temos: Relacionando esses segmentos de retas Curiosidade
● objetos ou imagens reais (que estão com as quantidades físicas e considerando A abscissa do foco principal é
em frente ao espelho) terão abscissas seus sinais, obtemos: positiva nos espelhos côncavos e é
negativa nos espelhos convexos.
positivas; o f
=
● objetos ou imagens virtuais (que es- i f + p′
tão atrás do espelho) terão abscissas Observação
Como o aumento linear transversal é dado
negativas.
i p′ • Toda imagem real é invertida.
As abscissas do objeto e da imagem são por A = = − , é possível escrever:
o p • Toda imagem virtual é direita.
indicadas por p e p', respectivamente, confor- Sinais:
o p
me a figura a seguir. As ordenadas do objeto =− • Côncavo: f(+) real
i p'
e da imagem são indicadas por o (segmento • Convexo: f(–) virtual
de reta VD ) e i (segmento de reta B′A ′ ) e a Comparando as expressões anteriores, • Imagem real (p'(+))
distância focal, ou abscissa focal, por f. temos: • Imagem virtual (p'(–))
y f p
=−
A' f + p' p'
A fp ' = pp '− tp
D i
x o pp ' = fp + fp '
C F B V B' Dividindo todos os termos da igualdade
f por fpp', obtemos o resultado:
p p'
» Referencial gaussiano. A abscissa do foco principal é positiva 1 1 1
= +
para espelhos côncavos e é negativa para espelhos convexos. f p p'

Na figura, o objeto AB, situado em frente a


Essa expressão é denominada equação » O estudo sobre os espelhos é bas-
um espelho côncavo, forma a imagem virtual
de Gauss ou equação dos pontos conjuga-
A'B'. Observe os triângulos formados: FDV e tante importante para a Astronomia,
dos. Note que, ao utilizá-la, os sinais algébri- pois ajudou na construção e no
FA'B'. Da semelhança de triângulos, temos: aperfeiçoamento de diversos tipos
cos dados pelo referencial gaussiano devem
de telescópios e lunetas, como o
DV FV ser considerados. da imagem. Muitos dos telescópios
=  existentes hoje nos proporcionam
A ′B′ FB′ Com as expressões para o aumento linear
belíssimas imagens do Universo, e
transversal e a equação de Gauss, é possível muitas são conseguidas com faixas
determinar características das imagens pro- de luz não visíveis (infravermelho,
ultravioleta, raios X, raios gama,
duzidas em espelhos esféricos. etc.). Dessa forma pode-se dizer
que os telescópios se tornaram uma
extensão de nossa visão.
Mopic/Shutterstock
EM19_1_FIS_B_03

FIS B 385

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FÍSICA & SOCIEDADE

Arne Nordmann/W.Commons
Os caçadores de ETs
Afinal, estamos sós ou acompanhados? A pergunta é quase tão antiga quanto
a humanidade. Agora a ciência está procurando uma resposta. É o Projeto
SETI, que rastreia o Cosmo em busca de sinais de vida inteligente.
Tão altos quanto um edifício de trinta andares, alguns deles lembram gigantescas tigelas de alumínio.
Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. Com suas antenas parabólicas voltadas para o céu, os
radiotelescópios são a peça essencial da busca da vida fora da Terra. Há mais de trinta anos, uma confraria
muito especial de astrônomos rastreia minuciosamente o Cosmo, na expectativa de encontrar uma men-
sagem, um ruído que seja – qualquer coisa que prove a existência de outros seres inteligentes além de nós.
São os cientistas engajados no Projeto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que mobiliza 450
pesquisadores, em mais de trinta países. Nada menos que 134 sinais, que podem ter sido emitidos por algum
tipo de inteligência fora do nosso planeta, já foram captados. Um deles era tão convincente que o operador,
eufórico, anotou na folha do computador a expressão “uau!”. Como esses sinais não se repetiram, continua-
mos sem uma prova de que eles vieram de uma civilização extraterrestre. [...]
A ciência se interessou pela busca de inteligência em outros planetas em 1959. Naquele ano, os pesqui-
sadores Philip Morrison e Giuseppe Cocconi afirmaram que os sinais de rádio seriam o meio mais lógico
de comunicação entre civilizações desenvolvidas. As ondas de rádio, argumentaram, viajam à velocidade da
luz, estão disponíveis no Universo inteiro e não são distorcidas pela atmosfera dos planetas. [...]

(Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/os-cacadores-de-ets/>. Acesso em: 30 ago. 2017.).

1. Você é um “extraterrestre” que acaba de receber a “Mensagem de Arecibo” (figura ao lado).


Tente transcrever o significado dela. Depois pesquise a resposta correta.
» Mensagem de Arecibo. As cores É fácil encontrar a resposta na internet. Portanto seria interessante fazer esse exercício em sala, junto com os alunos, dando algumas pistas de
servem para melhor visualização da como resolver o "enigma".
mensagem. Originalmente ela foi Resposta curta para o assunto: “Mensagem codificada enviada pelo radiotelescópio de Arecibo, em novembro de 1974, para os extraterrestres.
escrita com 1679 pulsos em sistema
No topo da mensagem estão números binários de 1 a 10; abaixo estão os números atômicos do hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio e
binário. Os quadrados pretos repre-
fósforo, componentes químicos básicos da vida na Terra. A seguir tem uma representação da molécula de DNA, uma figura humana, um es-
sentam o 0 (zero) e os coloridos o
quema do Sistema Solar indicando a posição do Sol, e finalmente um desenho de Arecibo. (Para mais detalhes consulte: <https://www.if.ufrgs.
1 (um).
br/tex/fis02001/aulas/vida_ET/vet.old.htm>. Acesso em: 30 ago. 2017.)

2. Nos filmes Contato e A Chegada, com o intuito de se comunicar com os alienígenas, usam-se informações
científicas. Por quê?
Porque é uma linguagem universal, o que torna fácil perceber que se trata de uma mensagem (com algum significado) e ponto de partida para
» Rádio telescópio de Arecibo, localiza-
que culturas tão diferentes possam começar a se entender.
do em Porto Rico. Os rádios teles-
cópios, como esse, são importantes
Não é preciso conhecer ou assistir aos filmes para dar a resposta, mas é interessante estimular os alunos a assistirem e conversarem a respeito,
instrumentos de estudo do Universo.
porque são filmes que certamente vão resultar em boas discussões.
Dennis van de Water/Shutterstock

EM19_1_FIS_B_03

386 FIS B

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4. Um espelho côncavo tem raio de curvatura igual a 0,9 m. Um objeto
Resolvidos cuja altura é 0,2 m, perpendicular ao eixo principal, está localizado
a 0,6 m do espelho. Dessa maneira:
1. Um espelho esférico côncavo tem centro de curvatura igual a 50 cm.
a) determine a distância focal do espelho.
Quais as características da imagem de um objeto situado a 30 cm
diante do espelho? R
f=
2
 Solução:
0, 9
=f = 0, 45 m
Se o centro de curvatura do espelho é igual a 50 cm e o objeto está 2
localizado a 30 cm do espelho, então o objeto está localizado entre
o centro de curvatura e o foco. Dessa maneira:
A b) faça a construção geométrica da imagem.

B'
C B F V p = 0,6
A
O
B'
C B F f = 0,45 V
A' i
A imagem é real, invertida e maior. A'

Praticando
c) dê as características da imagem formada.

1. Usando um espelho esférico côncavo, onde deve estar localizado o A imagem é real, invertida e maior.
objeto no eixo principal para que a imagem formada seja virtual?
Em espelhos côncavos a imagem é virtual somente quando o objeto estiver entre o vér-

tice do espelho e o foco.

5. Um espelho côncavo tem raio de curvatura igual a 20 cm. Deter-


minado objeto é colocado na frente desse espelho a 30 cm. A que
2. Um farol de carro é formado basicamente por uma calota esférica distância do espelho se forma a imagem?
espelhada e uma lâmpada. Esquematize em que posição, diante
O raio de curvatura do espelho é igual a duas vezes sua distância focal.
do espelho, a lâmpada deve estar e identifique que tipo de espelho R = 2f = 20 cm
esférico é necessário. f = 10 cm

Um farol de carro é um exemplo de espelho côncavo. A lâmpada deve estar sobre o foco A abscissa do objeto é p = 30 cm. Assim, podemos determinar a distância da imagem ao
do espelho, para que os raios refletidos saiam paralelos uns aos outros, como mostra a espelho pela expressão:
figura.
1 1 1
= +
f p p′
1 1 1
= +
10 30 p ’
1 1 1
− =
10 30 p ’
3 −1 1
=
30 p ’
2 1
=
30 p ’
C F V p ’ = 15 cm

A imagem se formará a 15 cm de distância do espelho.

6. Um observador está a 30 cm de distância de um espelho esférico e


vê sua imagem direita e ampliada três vezes. Que tipo de espelho
esférico é esse e qual sua distância focal?
3. Pretende-se usar um espelho esférico côncavo de raio de curvatura É um espelho côncavo, pois fornece uma imagem direita e maior.
igual a 40 cm para aquecer um recipiente com água, como um forno Como a imagem é direita, o aumento linear é positivo, A = 3, e a abscissa do objeto é
solar. Para que haja o aquecimento, em que posição o recipiente p = 30 cm.
1 1 1
deve ser colocado? Logo: = +
f p p′
Os raios de Sol atingirão o espelho como um feixe de luz paralelo ao eixo principal do p′ p’
A=− 3=− p ’ =1 −901 cm 1
espelho. Dessa maneira, serão refletidos passando pelo foco do espelho, situado a 20 cm p 30 = +
f 30 −90
de seu vértice, pois: 3 − 1 é virtual.
O sinal negativo indica que1a imagem
R 40 =
f= = = 20 cm A distância focal é determinada
f 90 pela expressão:
2 2 1 1 1 1 2
= + =
Portanto, o recipiente com água deverá estar a 20 cm do espelho para ser atingido pelos f p p′ f 90
raios de luz. 1 1 1 f = 45 cm
EM19_1_FIS_B_03

= +
f 30 −90
1 3 −1
=
f 90
1 2
=
f 90
f = 45 cm
FIS B 387

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7. (Mackenzie) Um espelho côncavo de raio de curvatura R, obedecen-
do às condições de Gauss, fornece, de um objeto retilíneo colocado Desenvolvendo Habilidades
perpendicularmente sobre seu eixo principal, uma imagem 2 vezes
maior e direita. A distância do espelho ao objeto é 1. C1:H3 (Unicamp-2017 – adap.) Em uma animação do Tom e Jerry, o
R
a) 3R d) camundongo Jerry se assusta ao ver sua imagem em uma bola de
2 2 Natal cuja superfície é refletora, como mostra a reprodução a seguir.
b) R R
e)
4
c) 2R
3

p’
Da expressão para o aumento linear transversal, A = − , temos:
p
p′
2 = − → p′=− 2p
p
Da equação de Gauss:
1 1 1 1 1
= + → =
f p ( −2p ) f 2p
f (Adaptado de: <https://www.youtube.com/watch?v=RtZYfTr7D_o>.
p=
2 Acesso em: 25 out. 2016.)
Como f = R , então,
2 É correto afirmar que o efeito mostrado na ilustração não ocorre na
R
p= 2 →p=
R realidade, pois a bola de Natal formaria uma imagem
2 4 a) virtual ampliada.
b) virtual reduzida.
c) real ampliada.
8. Para fazer a barba de maneira mais eficiente, um homem compra d) real reduzida.
um espelho esférico que, ao se colocar 50 cm distante, aumenta
e) imprópria.
duas vezes a imagem do seu rosto. Qual é o tipo de espelho e o
raio de curvatura? 2. C1:H3 (Enem-2010) Os espelhos retrovisores, que de-
veriam auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou
O espelho utilizado para obter uma imagem ampliada é o côncavo, pois o convexo sem-
pre produz imagem menor.
mudar de pista, muitas vezes causam problemas. É que
A abscissa do objeto é p = 0, 5 m. O aumento linear transversal é dado por: o espelho retrovisor do lado direito, em alguns modelos,
p′ distorce a imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma
A=−
p distância maior do que a real.
p′
Este tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado com o objetivo
2=− de ampliar o campo visual do motorista, já que no Brasil se adota a
0, 5
p′ = −1m direção do lado esquerdo e, assim, o espelho da direita fica muito
mais distante dos olhos do condutor.
Da equação de Gauss, temos:
1 1 1 (Disponível em:<http://noticias.vrum.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2010.
= + Adaptado.)
f p p′
1 1
= +
1 1
→ = 2 −1
Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está mais
f 0, 5 ( −1) f próxima do espelho do que este está do objeto, o que parece estar
1
em conflito com a informação apresentada na reportagem. Essa
= 1→ f = 1m aparente contradição é explicada pelo fato de
f
O foco do espelho é dado por f = R , assim: a) a imagem projetada na retina do motorista ser menor do que
2 o objeto.
R = 2f →R = 2 m
b) a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância.
c) o cérebro humano interpretar como distante uma imagem
9. O raio de curvatura de um espelho côncavo mede 60 cm. Um objeto pequena.
luminoso linear, de comprimento 2 cm, está disposto perpendicu-
larmente ao seu eixo principal e a uma distância de 90 cm do seu d) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do
vértice. Determine o aumento linear transversal. motorista.
Dados: R = 60 cm; o = 2 cm; p = 90 cm. e) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte
lateral do olho.
O aumento linear transversal é dado por: A = − p′
p
3. C1:H3 (Fatec-2014) Como foi que um arranha-céus “derreteu” um
É possível determinar p′ pela equação de Gauss: 1 = 1 + 1 carro?
f p p′
R 60 “É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem
Como f = , então, = f = 30 cm. Desse modo:
2 2 várias janelas planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se
1
= +
1 1 convergem em um ponto” diz Chris Shepherd, do Instituto de Física
30 90 p′ de Londres. O edifício de 37 andares, ainda em construção, é de
1 1 1 1 2 fato um prédio curvilíneo e o carro, um Jaguar, estava estacionado
= − → =
p′ 30 90 p′ 90 em uma rua próxima ao prédio, exatamente no ponto atingido por
p′ = 45 cm luzes refletidas e não foi o único que sofreu estrago. O fenômeno é
EM19_1_FIS_B_03

45
Assim, o aumento linear transversal é: A = − = −
1 consequência da posição do Sol em um determinado período do
. 90 2 ano e permanece nessa posição por duas horas por dia. Assim, seus
O sinal negativo indica que objeto e imagem têm a mesma natureza, ou seja, ambos são reais. raios incidem de maneira oblíqua às janelas do edifício.

388 FIS B

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d)

A'

B V B' F C

(Disponível em: bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130904_como_


luzrefletida_ derrete_carro_an.shtml>. Acesso em: 13 set. 2013. Adaptado.)
e) A'
Considerando o fato descrito e a figura da pessoa observando o
reflexo do Sol no edifício, na mesma posição em que estava o carro
quando do incidente, podemos afirmar corretamente que o prédio
se assemelha a um espelho
B F B' C
a) plano e o carro posicionou-se em seu foco infinito.
b) convexo e o carro posicionou-se em seu foco principal.
c) convexo e o carro posicionou-se em um foco secundário.
d) côncavo e o carro posicionou-se em seu foco principal.
5. C5:H18 (UFPB-2013) Faróis de automóveis e alguns focos cirúr-
e) côncavo e o carro posicionou-se em um foco secundário. gicos, como os utilizados por dentistas, usam espelhos esféricos
4. C5:H17 (UEL-2011) Considere a figura a seguir. para ampliar imagens. Suponha que um filamento de lâmpada de
1 cm de tamanho está a 4 cm do vértice de um espelho côncavo,
A
conforme mostrado na figura esquemática a seguir.

B F C
V
imagem

Filamento

Com base no esquema da figura, assinale a alternativa que Quando o filamento de lâmpada emite luz na direção do espelho,
representa corretamente o gráfico da imagem do objeto AB, uma imagem real de 3 cm de tamanho é formada em um anteparo
colocado perpendicularmente ao eixo principal de um espelho a uma certa distância do vértice do espelho.
esférico convexo. Com base no exposto, é correto afirmar que a distância focal desse
a) espelho, em cm, é de
A a) 3,0. b) 3,5. c) 4,0. d) 4,5. e) 5,0.
6. C5:H18 (Cesgranrio-2011) Um espelho esférico côncavo tem distân-
B cia focal (f ) igual a 20 cm. Um objeto de 5 cm de altura é colocado
B' F V de frente para a superfície refletora desse espelho, sobre o eixo
A' principal, formando uma imagem real invertida e com 4 cm de
altura. A distância, em centímetros, entre o objeto e a imagem é de
a) 9. b) 12. c) 25. d) 45. e) 75.

b)
Complementares
A
1. (UFTM-2012) Sobre o comportamento dos espelhos esféricos,
assinale a alternativa correta.
B' C B F V
a) Se um objeto real estiver no centro de curvatura de um espelho
esférico, sua imagem será real, direita e de mesmo tamanho
A' que a do objeto.
b) Os raios de luz que incidem, fora do eixo principal, sobre o
vértice de um espelho esférico refletem-se passando pelo
foco desse espelho.
c)
c) Os espelhos esféricos côncavos só formam imagens virtuais,
A A' sendo utilizados, por exemplo, em portas de garagens para
aumentar o campo visual.
d) Os espelhos convexos, por produzirem imagens ampliadas e
C F B V B' reais, são bastante utilizados por dentistas em seu trabalho
EM19_1_FIS_B_03

de inspeção dental.
e) Os espelhos utilizados em telescópios são côncavos e as ima-
gens por eles formadas são reais e se localizam, aproximada-
mente, no foco desses espelhos.

FIS B 389

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2. (Famerp-2018) Um objeto luminoso encontra-se a 40 cm de 8. (UFJF) A luz de um feixe paralelo de um objeto distante atinge um
uma parede e a 20 cm de um espelho côncavo, que projeta na grande espelho, de raio de curvatura R = 5,0 m, de um poderoso
parede uma imagem nítida do objeto, como mostra a figura. telescópio, como mostra a figura a seguir. Após atingir o grande
espelho, a luz é refletida por um pequeno espelho, também esférico
e não plano como parece, que está a 2 m do grande. Sabendo que
a luz é focalizada no vértice do grande espelho esférico, faça o que
se pede nos itens seguintes.
Grande
espelho

Pequeno
espelho

C F

Considerando que o espelho obedece às condições de nitidez de


Gauss, a sua distância focal é
a) 15 cm. c) 30 cm. e) 35 cm.
b) 20 cm. d) 25 cm.
2m
3. (UEMG) Muitos profissionais precisam de espelhos em seu trabalho.
Porteiros, por exemplo, necessitam de espelhos que lhes permitem a) O objeto no ponto F, para o pequeno espelho, é real ou virtual?
ter um campo visual maior, ao passo que dentistas utilizam espe- Justifique sua resposta.
lhos que lhes fornecem imagens com maior riqueza de detalhes. b) Calcule o raio de curvatura r do pequeno espelho.
Os espelhos mais adequados para esses profissionais são, respec- c) O pequeno espelho é côncavo ou convexo? Justifique sua
tivamente, espelhos resposta.
a) planos e côncavos. c) côncavos e convexos.
b) planos e convexos. d) convexos e côncavos. 9. (ITA) Um espelho esférico convexo reflete uma imagem equivalente
a 3/4 da altura de um objeto dele situado a uma distância p1. Então,
4. (UFAL) Um espelho esférico côncavo possui diâmetro d e distância para que essa imagem seja refletida com apenas 1/4 da sua altura,
focal f, associados através da expressão: o objeto deverá se situar a uma distância p2 do espelho, dada por:
f 7 a) p2 = 9p1 15p1
a) d = f c) d = e) d = d) p2 =
2 4 7
b) d = 2f d) d = 4f b) p2 = 9p1
15 p1 
4 e) p2 =−  
5. (Mackenzie-2014) Dispõe-se de um espelho convexo de Gauss, de  7 
raio de curvatura R. Um pequeno objeto colocado diante desse 9p
c) p2 = 1
espelho, sobre seu eixo principal, a uma distância R de seu ­vértice V, 7
terá uma imagem conjugada situada no ponto P desse eixo. 10. (PUC-SP-2014) Um estudante de Física resolve brincar com espelhos
O comprimento do segmento VP é esféricos e faz uma montagem, utilizando um espelho esférico
a) R/4. c) R/2. e) 2 R. côncavo de raio de curvatura igual a 80 cm e outro espelho conve-
xo de raio de curvatura cujo módulo é igual a 40 cm. Os espelhos
b) R/3. d) R.
são cuidadosamente alinhados de tal forma que foram montados
6. (UFAL) Um palito de fósforo, de 8 cm de comprimento, é colocado a 80 coaxialmente, com suas superfícies refletoras se defrontando e com
cm de distância de um espelho esférico convexo. A imagem do palito o vértice do espelho convexo coincidindo com a posição do foco
possui comprimento de 1,6 cm e a mesma orientação deste. Pode-se principal do espelho côncavo. O aluno, então, colocou cuidadosa-
concluir que o valor absoluto da distância focal do espelho vale mente um pequeno objeto no ponto médio do segmento que une
a) 10 cm. c) 30 cm. e) 50 cm. os vértices desses dois espelhos. Determine, em relação ao vértice
do espelho convexo, a distância, em centímetros, da imagem for-
b) 20 cm. d) 40 cm.
mada por esse espelho ao receber os raios luminosos que partiram
7. (FGV) Dois espelhos esféricos côncavos, um de distância focal 2,0 m do objeto e foram refletidos pelo espelho côncavo e classifique-a.
e outro de distância focal 5,0 m, foram colocados um voltado para o a) 16 cm, virtual e direita.
outro, de forma que seus eixos principais coincidissem. Na metade
b) 16 cm, virtual e invertida.
da distância entre os dois espelhos, a 1 m da superfície refletora de
cada um deles, foi colocado o objeto AB. c) 40 cm, real e direita.
d) 40 cm, virtual e direita.
A e) 13,3 cm, virtual e invertida.

A distância entre as imagens do objeto AB, conjugadas pelos


espelhos, isoladamente, em m, é de
GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
EM19_1_FIS_B_03

21 17 13
a) c) e) 1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
4 4 4 de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
19 15 3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.
b) d)
4 4

390 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 390 10/09/2018 13:44:38


fu
nk
yfr
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Leis da refração

ck
/S
hu
tte
rst
oc
k
Refração luminosa I
Dioptro plano
e lâminas de
faces paralelas

Refração • Índice de refração • Leis da refração • Dioptro plano • Lâminas de faces paralelas

APERTE O PLAY
Desvios causados pela refração dos raios de luz
Os raios de luz, provenientes do espaço interestelar, mudam de direção quando
penetram na atmosfera, em consequência do aumento da densidade.
Quando penetram na atmosfera terrestre em direção à superfície, os raios luminosos que vêm do espa-
ço interestelar mudam de direção e são parcialmente decompostos, dispersos e absorvidos pelas camadas
atmosféricas. Supõe-se que a atmosfera se compõe de finas camadas, cuja densidade aumenta à medida que
se aproxima do solo. Em consequência desse aumento de densidade, um raio de luz, ao penetrar obliqua-
mente na atmosfera, é sempre desviado ligeiramente em direção vertical ao passar de uma camada à outra.
Considerando que a densidade do ar aumenta progressivamente, de tal modo que o raio luminoso descreve
uma trajetória curva com concavidade voltada para baixo.
Ao atingir o observador situado na superfície terrestre, este enxergará a fonte de luz na direção em que o
raio parece ter tido origem. Em consequência, o astro parece mais alto no horizonte do que está na realidade.
Esse desvio é conhecido como refração astronômica. Quando a luz passa de um meio menos denso para
outro mais denso ou vice-versa, a refração se produzirá obliquamente sobre a superfície que separa os dois
meios. Assim, não haverá desvio se o raio penetrar verticalmente na atmosfera: os astros situados no zênite
não sofrem desvios, pois a refração ali é nula.
Ao nos afastarmos desta posição em direção ao horizonte, o desvio aumentará. De início lentamente e,
em seguida, rapidamente. A 80 graus de altura, o desvio será de 10 segundos; a 65 graus, de 0,5 minutos; e
a 45 graus atingirá 1 minuto. O desvio máximo vai ocorrer no horizonte, onde a refração astronômica é de
aproximadamente 35 minutos. [...] » O Sol se encontra abaixo do
horizonte, mas devido à refração
atmosférica somos capazes de
ver sua luz – fenômeno que
(Disponível em: <https://super.abril.com.br/ você pode observar tanto no
nascer quanto no pôr do Sol.
k

tecnologia/desvios-causados-pela-refracao-dos-
oc
hn/Shutterst

raios-de-luz/>. Acesso em: 30 ago. 2017.)

Será que podemos testar os efeitos descri-


polar man jo

tos no texto? Com o auxílio do(a) professor(a)


realize a prática experimental a seguir e tire
suas conclusões. Você precisará apenas de um
copo de vidro transparente com água dentro.
Etapas:
1) Olhe para alguns objetos através dele.
Experimente com diferentes ângulos e
anote suas observações.
2) Mergulhe alguns objetos no copo e
anote suas observações.

O importante aqui é experimentar, observar e descrever com as próprias


palavras, sem necessidade de usar nenhum jargão técnico.
EM19_1_FIS_B_04

FIS B 391

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 391 10/09/2018 13:44:41


Refração
Reflita
Em algumas situações do dia a dia, é pos-
sível observar fenômenos belos, como o ar- Velocidade de luz
As cores observadas em bolhas co-íris, e intrigantes, como a profundidade Luz é uma onda eletromagnética e sua
de água de sabão, por exemplo, aparente de uma piscina. Se você já teve a velocidade de propagação no vácuo (repre-
são evidências de que a luz solar é
policromática (constituída de ondas curiosidade de olhar para seu pé, ao ficar em sentada pela letra c) é de, aproximadamente,
de várias frequências, ou seja, de pé em uma piscina, deve ter observado que 300 mil quilômetros por segundo.
várias cores). Dê outro exemplo ele aparenta ser maior do que realmente é.
que evidencie que a luz solar é
policromática. Será que a luz se propaga de maneiras dife- c = 3, 0 ⋅ 105 km/s
Os alunos podem citar, entre outras rentes no ar e na água ou em outro material
transparente? Na unidade do Sistema Internacional,
coisas, a coloração de manchas de óleo
Esses fenômenos ocorrem em virtude da c = 3,0 · 108 m/s. Esse valor é sempre o mes-
derramado nas ruas.
refração da luz ao passar de um meio para mo, independentemente da frequência da
outro. onda. Em outros meios materiais transpa-
rentes, a velocidade de propagação da luz v
Refração é o fenômeno óptico que ocor- muda, sendo sempre menor que a velocidade
re quando a luz passa de um meio material da luz no vácuo (v < c).
Saiba mais para outro. Nesse processo, a velocidade E ainda, quanto maior for a frequência
de propagação da luz se modifica. da onda, menor será a velocidade da luz nos
No fenômeno de refração, apesar
de a velocidade de propagação da meios materiais. Por exemplo: a velocidade
luz se alterar, a frequência da luz Se a incidência do raio luminoso for oblí- da luz vermelha (luz visível de menor frequên-
não se modifica. cia) é maior que a da luz violeta (luz visível de
qua, a direção de propagação da luz também
mudará. maior frequência).

Observação
Todas as ondas eletromagnéticas,
como o infravermelho e o ultravio-
Índice de refração
leta, propagam-se no vácuo com
velocidade c.
Experimentalmente, verifica-se que, ao
mudar de meio, a velocidade de propagação Índice de refração relativo
da luz se altera. Em meios materiais, a velo-
cidade é sempre menor que a velocidade da
entre dois meios
luz no vácuo. A grandeza que relaciona a velo- O índice de refração relativo entre dois
cidade de propagação da luz no vácuo com a meios (meios 1 e 2) é a razão entre os índi-
velocidade em outro meio material é o índice ces de refração absolutos de cada um desses
de refração absoluto n, definido por: meios (n1 e n2).

c Velocidade da luz no vácuo n1


n= n1,2 =
v n2
Velocidade da luz no meio
considerado

Saiba mais
Como a velocidade da luz no vácuo (c) é c c
Como n1 = e n2 = , temos:
maior que a velocidade de propagação em v1 v2
A luz se propaga em um meio outros meios materiais (c > v), o índice de re-
material, mas, diferentemente do fração é maior que um (n > 1). Se o meio con- c
que acontece com a propagação da v1 v 2
onda sonora ou das ondas na super- siderado for o vácuo, tem-se n = 1. n= =
fície da água, as partículas do meio O índice de refração expressa o quanto a
1,2
c v1
não oscilam quando a luz passa v2
através do meio. No caso das ondas velocidade da luz em um meio material é me-
luminosas, é o campo eletromagné- nor que a velocidade da luz no vácuo.
tico que oscila.
O índice de refração do ar é ligeiramente n1 v 2
maior que um. Entretanto, consideraremos n1=
,2
=
n2 v1
igual a um, caso contrário, será especificado
seu valor.
Nessa expressão, é possível observar que
nar ≅ 1 os índices de refração absolutos de dois meios
materiais são inversamente proporcionais às
velocidades de propagação nesses meios. O
EM19_1_FIS_B_04

índice de refração relativo entre dois meios


materiais pode assumir qualquer valor positi-
vo, maior, menor ou igual a 1.

392 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 392 10/09/2018 13:44:43


Quando o índice de refração de um meio é Um sistema constituído de dois meios ma-
maior que outro, diz-se que esse meio é mais teriais com índices de refração diferentes que
refringente. Dessa maneira, quanto mais re- fazem fronteira regular entre si é denomina-
fringente um meio, menor é a velocidade de do dioptro. O ar e o vidro, por exemplo, são Saiba mais
propagação da luz nele. A água (n ≅ 1, 3), por dioptros se a fronteira entre eles for regular. Índice de refração para alguns meios
exemplo, é mais refringente que o ar (n ≅ 1). materiais.

Meio Índice de refração

Leis da refração Ar
Gelo
1
1,31

Considere um raio luminoso que inicial- A relação entre as grandezas envolvidas Água 1,33
mente se propaga no meio 1 de índice de re- no fenômeno de refração luminosa (ângulos Glicerina 1,47
fração n1 e, ao encontrar o meio 2, de índice de incidência e de refração e os índices de re- Acrílico 1,49
de refração n2 , é refratado, passando a se fração) é dada pela segunda lei.
Vidro 1,50
propagar nesse meio. As velocidades de pro- ● 2.ª Lei da Refração – o produto do ín- Diamante 2,42
pagação da luz nesses meios são v1 e v 2 , res- dice de refração (do meio no qual o raio
pectivamente. Ao traçar uma reta normal  N de luz se propaga) com o seno do ângu- » Meios materiais e seus respectivos
à superfície de separação entre os meios, lo que ele faz com a reta normal é cons- índices de refração.
definem-se os ângulos de incidência e de re- tante. Essa lei, que relaciona os ângulos
fração. O ângulo de incidência θ1 é formado de incidência e de refração com os índi-
pelo raio incidente (R I) e pela reta normal e o ces de refração dos meios, é chamada
ângulo de refração θ2 é formado pelo raio re- de Lei de Snell-Descartes. Observação
fratado (R R) e pela reta normal. Os elementos
Matematicamente, a Lei de Snell-Descartes Para a análise do fenômeno de
necessários para o estudo da refração estão
apresenta-se como: refração da luz, siga estes passos:
mostrados na figura a seguir.
Desenhe a superfície de sepa-
RI ração entre os dois meios.
N n1senθ1 = n2 senθ2
Desenhe um diagrama de
raios, representando o feixe de
Podemos escrever a Lei de Snell-Descartes luz com um raio.
θ1
como: Desenhe a reta normal à
superfície.
senθ1 n2 Represente o raio refratado
1 n1 = = n2 ,1 se desviando no sentido
io senθ2 n1
Me correto (se aproximando ou
io 2 n2 se afastando da reta normal).
Me θ2 Verifica-se experimentalmente que, caso
Lembre-se de que o ângulo é
o raio de luz incida obliquamente na superfí- maior no meio em que o índice
cie, o raio refratado se aproxima ou se afasta de refração é menor.
da reta normal à superfície, dependendo dos Indique os ângulos de incidên-
RR cia e de refração. Os ângulos
índices de refração dos meios. Se o meio 1 são medidos a partir da reta
» Refração da luz. for menos refringente que o meio 2 (n1 < n2), normal.
o raio refratado se aproximará da reta nor- Utilize a Lei de Snell-Descartes
Sendo assim, as duas leis que regem o fe- para determinar o índice de
mal (a). Se o meio 1 for mais refringente que
nômeno da refração podem ser enunciadas refração de um dos meios ou o
o meio 2 (n1 > n2) o raio refratado se afastará ângulo que for desconhecido.
desta forma:
da reta normal (b). O raio refratado manterá Atenção!
● 1.a Lei da Refração – o raio de luz inci- a direção de propagação (c) se os índices de É importante observar que a
dente, o raio refratado e a reta normal refração forem iguais (n1 = n2). refração nunca ocorre sozinha, uma
pelo ponto de incidência são coplana- parte da luz incidente na superfície
de separação dos meios sofre
res. reflexão.
N θ1
RI

n1
Meio 1 n1
n2
Meio 2 n2
θ2
n1 < n2
Plano da luz
RR refratada θ1 > θ2
EM19_1_FIS_B_04

(a)

FIS B 393

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 393 10/09/2018 13:44:45


Biografia Quando o raio de luz incide perpendicular-
Willebrord Snell (1580-1626) θ1 mente à superfície de separação dos meios,
verifica-se que não ocorre desvio do raio re-

R. Koot/W.Commons
fratado para quaisquer n1 e n2 .
N

n1

n2
RI
n1
n1 > n2 Meio 1
Experimentalmente, a refração foi θ2
estudada pelo cientista árabe Abu θ1 < θ2
Meio 2 n2
Ali al-Hasan Ibn Al-Haitham por
volta do ano 1 000. Quinhentos (b) RR
anos depois, seu trabalho chegou
à Europa e influenciou o cientista N
Willebrord Snell, holandês que RI
enunciou a Lei da Refração em n1 = n2
1621. Filho de um professor de
Matemática, Snell sucedeu seu pai
na Universidade de Leyden, em
1613. Meio 1 » Raio de luz perpendicular à superfície: não ocorre desvio do
raio refratado.
René Descartes (1596-1650) Meio 2
Se os sentidos dos raios forem invertidos,
Georgios Kollidas/Shutterstock

RR ou seja, se o raio incidente partir do meio 2


Continuidade e refratar no meio 1, os ângulos não se alte-
óptica rarão. Os ângulos θ1 e θ2 permanecerão os
(c) mesmos.

Dioptro plano
Um exemplo muito intrigante que pode ou seja, um observador (fora da água) vê a
ser observado é o de uma colher parcialmen- imagem a uma profundidade p' menor que a
te dentro de um copo com água. Ela parece profundidade p do objeto.
Nasceu na França, foi filósofo, físico
e matemático. Criou a geometria ser torta, ou seja, parece existir uma dobra na
analítica e desenvolveu o sistema superfície de separação dos meios. A colher é
de coordenadas, conhecido como
plano cartesiano.
vista em uma posição diferente da que real-
mente está. Isso ocorre porque um observa- N
dor não vê o objeto, mas a imagem conjugada
pelo dioptro.
Dioptro plano é um conjunto de dois
Kukhmar/Shutterstock

n' ar
meios transparentes e homogêneos separa-
dos por uma superfície regular. Por exemplo, n água S
p'
a água de uma piscina e o ar constituem um
dioptro plano. P'
p
Considere um observador posicionado
no ar (meio menos refringente) e o dioptro
plano formado pelo ar e pela água. Na repre- P
sentação a seguir, você vai analisar o caso da
imagem P' de um ponto P (P está no meio 2,
na água, a uma profundidade P em relação à » Observador no ar e objeto real na água. O meio de incidência é
superfície). De P partem dois raios luminosos, a água, e a imagem virtual é formada pelo prolongamento dos
um que incide perpendicularmente à super- raios refratados.
fície de separação entre os meios e o outro
» Fenômeno de refração luminosa: parte obliquamente. O raio de luz que inci-
Quando estamos no ar e observamos um
a colher parece ter uma dobra na peixe dentro da água, na verdade a profundi-
superfície da água. dir perpendicular à superfície não terá sua dade real do peixe é maior do que vemos.
direção alterada, mas o outro terá. Os dois
Agora considere que o observador está
raios refratados divergirão, ou seja, não se
dentro da água (meio mais refringente) e es-
encontrarão.
teja olhando para o ponto P, localizado no ar,
Observe que o prolongamento de um dos a uma altura p em relação à superfície da água.
raios refratados se encontra com o outro no A imagem é localizada em P' no cruzamento
EM19_1_FIS_B_04

ponto P'. Como a imagem em P' é formada dos prolongamentos dos raios refratados.
pelo prolongamento de raios refratados, ela é Nesse caso, a imagem está afastada da super-
virtual. Dessa maneira, um objeto real na água fície da água, ou seja, o observador vê a ima-
terá sua imagem mais próxima da superfície, gem em uma altura p' acima da altura p real.

394 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 394 10/09/2018 13:44:47


P' A distância aparente p' da imagem virtual
em relação à superfície pode ser determinada
p' por meio da relação:
P
n ar
p n
p =
S p ' n'
n' água sendo que Curiosidade
● p é a distância do objeto (ponto P) à su- Em virtude do fenômeno da refra-
ção, o fundo da piscina parece estar
perfície S (profundidade ou altura real);
mais próximo da superfície do que
● p' é a distância da imagem (ponto P') está de fato.
à superfície S (profundidade ou altura

Zhukov Oleg/Shutterstock
aparente);
● n é o índice de refração do meio de in-
» Observador na água e objeto no ar. O meio de incidência é o cidência (é o meio em que se encontra
ar e a imagem virtual é formada no cruzamento dos prolonga-
o objeto);
mentos dos raios refratados.
Quando se está dentro da água e se vê um ● n' é o índice de refração do meio de re-
pássaro em um poste, por exemplo, ele esta- fração (é o meio em que se encontra o
rá, na realidade, em uma posição abaixo do observador).
que é visto.

Lâminas de faces paralelas


Uma lâmina de faces paralelas é um sis- Do triângulo ACD, obtemos:
tema transparente à luz, composto por uma d
sen ( i − r ) =
placa fina, colocado em um meio menos re- AC
d
fringente, havendo três meios de estudo, sen ( i − re) =
cos r = AC
Do triângulo ABC, obtemos:
como ilustra a figura a seguir. AC
e
Raio incidente cos r =
AC
Ar Meio 1
Isolando AC em ambas as equações, te-
Vidro Meio 2 mos a equação:

Ar Meio 1 d e
=
Raio emergente sen( i − r ) cos r

Um exemplo clássico é a visão de objetos sen ( i − r)


d= e
através do vidro de uma janela. Neste caso o
cos r
raio de luz sofre duas refrações: primeiro do
ar para o vidro e depois do vidro para o ar. Relembrando que tal expressão é exclu-
Considerando o caso em que o meio de siva no caso em que os meios extremos são
entrada e saída da lâmina é o mesmo, pode- idênticos, não apresentando desvio angular.
mos afirmar que o feixe de luz não sofre des- Caso os meios sejam diferentes, haverá des-
vio angular (os feixes mantêm-se paralelos), vio angular, não valendo a semelhança de
apenas desvio lateral (d). Para obter o desvio triângulos proposta anteriormente.
lateral usamos a semelhança dos triângulos Havendo várias lâminas superpostas, po-
∆ABC e ΔACD, como mostra a figura a seguir. de-se dizer que o produto dos índices de re-
Vamos considerar e a espessura do material. fração relativos, tomados todos no mesmo
Raio incidente sentido, será sempre igual a 1, e o raio emer-
gente sairá sempre paralelo ao raio incidente.
i N n1
Meio 1
n21 · n32 · n13 = 1
A i–r n2
Meio 2 D e
r Meio 1
d
Meio 2 Curiosidade
Meio 1 B C
n1
Meio 3 O fenômeno de refração da luz
EM19_1_FIS_B_04

pode ser observado por meio


Raio emergente Meio 1 de uma simulação. Acesse o site
» Quando os meios de incidência e emergência do raio de luz <http://phet.colorado.edu/pt_BR/
são iguais, não ocorre desvio angular, apenas lateral. Seu valor simulation/bending-light> e explore.
é obtido pela semelhança dos triângulos detalhados na figura.

FIS B 395

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 395 10/09/2018 13:44:50


FÍSICA & CULTURA
Física explica “ilha misteriosa”

O estranho objeto avistado há uma semana em Im- estavam baixas ao amanhecer e ao longo do perío-
bituba, na Praia da Vila e em Laguna, no Mar Grosso, do se elevaram, chegando próximo aos 30°C. “Cada
pode ser explicado pelas leis da Física. O mais provável camada de ar, com temperatura diferente, tem ín-
é que tenha ocorrido uma miragem da ilha Itacami, dice de refração diferente. A elevação de tempera-
localizada na divisa dos dois municípios. tura ocorrida pela manhã pode ter formado essas
Segundo o professor de Física e mestrando em camadas de ar. Esse tipo de miragem é chamado de
Educação, Cléder Schulter, de Braço do Norte, a re- miragem superior, não é muito comum e ocorre em
fração explica as imagens vistas nas duas praias. “A locais frios. Outro tipo de miragem, chamada mi-
refração é o fenômeno onde um raio de luz muda ragem inferior, é bem mais comum, e é aquela que
de direção ao passar de um meio para o outro. Isso ocorre em dias muito quentes, quando vemos uma
ocorre porque a luz apresenta velocidade diferente poça d’água no asfalto alguns metros à frente e que,
em diferentes meios. No caso da imagem formada quando chegamos mais próximo, percebemos que o
no mar, o raio de luz não passou de um meio para asfalto está seco”, esclarece o professor.
outro, mas ali a refração pode ter sido causada de- No caso da miragem superior, o raio de luz sofre
vido à formação de “camadas” de ar de diferentes uma curvatura descendente provocada pela refra-
temperaturas, sendo que a temperatura do ar deve ção. “Isso faz com que a imagem seja vista acima da
crescer com o aumento da altura em relação à su- superfície. Ela (refração) também torna os objetos
perfície do mar”, explica Cléder. maiores e mais alongados. Talvez por isso a ilha te-
As condições climáticas do dia teriam sido favorá- nha ficado mais visível e, aparentemente, mais pró-
veis à ocorrência da miragem, pois as temperaturas xima da praia”, afirma Cléder.

(Disponível em: <http://diariodosul.com.br/SITE2015/noticia/8943/Fisica-explica-


%E2%80%9Cilha--misteriosa%E2%80%9D-.html>. Acesso em: 30 ago. 2017.)

1. A atmosfera terrestre pode ser considerada um meio homogêneo?


Não, pois apresenta uma densidade que aumenta à medida que se aproxima do solo, causando desvio dos raios luminosos.

2. É possível ver um astro no céu apesar de este já estar abaixo da linha do horizonte?
Um astro abaixo da linha do horizonte pode ser visto por um observador. Na realidade, o observador vê uma imagem do astro pelo dioptro

constituído pelas camadas do ar atmosférico. O astro é visto em uma posição aparente e não na sua posição real.
» Devido ao fenômeno de refração, o
Sol está numa posição abaixo da que 3. Em que época do ano a turbulência atmosférica é mais intensa? Explique por quê.
o enxergamos.
A turbulência atmosférica é mais intensa no verão, quando as temperaturas próximas da superfície terrestre são mais intensas.
EvgenySHCH/Shutterstock

EM19_1_FIS_B_04

396 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 396 10/09/2018 13:44:52


2. A velocidade de propagação da luz em certo meio transparente é
Resolvidos de 1,5 · 108 m/s. Qual o índice de refração desse meio?
c
n=
v
1. Considerando que a velocidade da luz no vácuo é 3,0 · 108 m/s,
determine o índice de refração absoluto para um meio no qual a c = 3, 0 ⋅108 m/s
luz se propaga com velocidade 2,0 · 108 m/s. , ⋅108 m/s
v = 15
99 Solução:
3, 0 ⋅108
Da relação do índice de refração: n = c n=
, ⋅108
15
=2
v
Em que c = 3 ,0 ⋅10 8 m/s e v = 2 ,0 ⋅10 8 m/s, logo: Ou seja, a velocidade da luz no vácuo é duas vezes maior que nesse meio.

3. Um raio de luz passa do vidro para o diamante. Sabendo que o


3 ,0 ⋅10 8 índice de refração do vidro é igual a 1,50 e do diamante é 2,42, qual
n= =1,5
2 ,0 ⋅10 8 o índice de refração relativo entre esses dois meios?
n1
, =
n12
2. A figura ilustra a refração de um raio de luz que passa de um meio A n2

para um meio B, ambos homogêneos e transparentes. Qual deles =


n12
,
150
,
= 0, 62
2, 42
tem menor índice de refração absoluto?
4. O índice de refração relativo entre o ar e um segundo meio é 0,413.
Determine o valor do índice de refração do segundo meio e indique
que possível meio é esse.
O índice de refração do ar é n1 = 1 . Assim, o índice de refração relativo é:
1
=
n12
, = 0, 413
n2
1
n2 = ≅ 2, 42
A 0, 413
O segundo meio pode ser diamante.

B
5. Na figura, o olho de certa pessoa está a 50 cm da superfície S e
um ponto P está localizado a 20 cm também da superfície S. Con-
siderando que há pouca inclinação dos raios de luz em relação à
vertical, determine em que posição a pessoa verá um objeto que
esteja localizado em P.
(Dados: nar = 1 e nágua = 4/3)

99 Solução:
O índice de refração do meio B é maior que o do meio A, pois ao
passar do meio A para o B a luz se aproxima da normal. Desse modo,
temos: nA < nB.

AR
Praticando
ÁGUA

1. A tabela a seguir apresenta o índice de refração absoluto de certos P


meios para radiação monocromática.
O observador está no ar. Como o índice de refração do meio no qual o observador está é
Meio Índice de refração sempre representado por n', então, n' = 1. A profundidade real é p = 20 cm e a profundi-
dade aparente é dada por:
Ar 1 4
p n 20 3
Água 1,33 = → =
p ’ n’ p ’ 1
Acrílico 1,49
20 ⋅ 3
p′ = = 15 cm
Vidro 1,50 4
Diamante 2,42
6. Um raio de luz passa do vidro para o ar, sendo que o ângulo de
incidência é igual a 45º e o ângulo de refração é 30º. Qual é o índice
Considere a luz proveniente do vácuo e os meios apresentados de refração do vidro em relação ao ar?
na tabela. Para qual deles haverá o maior desvio do raio de luz em
Da Lei de Snell-Descartes:
relação à direção original? Explique. nvidrosen 45° = nar sen30°
O maior desvio do raio de luz ocorrerá no diamante, pois é o meio com maior índice
2 1
nvidro ⋅ = nar ⋅
de refração. O meio no qual o desvio será maior é aquele em que a luz se propaga com 2 2

nvidro 1
menor velocidade. E o meio em que a luz se propaga com menor velocidade é aquele =
EM19_1_FIS_B_04

nar 2
que tem maior índice de refração – no caso, o diamante.

FIS B 397

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 397 10/09/2018 13:44:55


7. O desenho a seguir mostra um raio de luz monocromática que se d) Qual é o desvio lateral sofrido pelo feixe? E o desvio angular?
propaga em um meio cujo índice de refração é n = 2 , formando um (considere tan 30° = 0,58.)
ângulo de 30° com a superfície. Esse raio passa a incidir no outro
O desvio lateral é obtido pela expressão:
meio e o ângulo de refração observado é de 60° com a superfície.
Qual é o valor do índice de refração do segundo meio? d=e
( )
sen i − r
cos r
Substituindo os valores encontrados e a espessura de 2 cm:
sen ( 60 ° − 30 ° ) sen ( 30 ° )
d = ( 2 cm ) → d = ( 2 cm )
cos 30 ° cos 30 °
d = (2 cm) tan 30° → d = (2 cm)(0,58) ∴ d=1,16 cm
n=2 30° Pelos cálculos, concluímos que o ângulo de incidência e emergência é o mesmo,
60° assim o desvio angular é nulo, como descrito na teoria.

e) Faça um desenho representando os valores obtidos neste


problema procurando manter as relações geométricas obtidas.

m
O ângulo de incidência é sempre definido em relação à reta normal à superfície. Desse 60°

6c
modo, tem-se: θ1 = 60° . Da mesma maneira, o ângulo de refração é definido em relação

1, 1
à reta normal à superfície e seu valor é θ2 = 30°. Da Lei de Snell-Descartes, temos:
30°
n1 sen 60° = n2 sen 30° 2 cm 30°
1 sen 60° = 3
Lembre-se de que sen 30° = e , então:
2 2

60°
3 1 N N
2⋅ = n2 ⋅
2 2
n2 = 2 3

8. Em uma lâmina de faces paralelas de espessura 2 cm é incidido Desenvolvendo Habilidades


um feixe de luz com ângulo de 60° em relação à normal. O meio de
incidência e emergência apresenta n = 1 e o meio intermediário é 1. C1:H3 (Enem-2012) Alguns povos indígenas ainda
um material de índice de refração igual a 3 . Considerando a figura preservam suas tradições realizando a pesca com
a seguir, responda: lanças, demonstrando uma notável habilidade. Para
fisgar um peixe em um lago com águas tranquilas, o
n= 3 índio deve mirar abaixo da posição em que enxerga o peixe.
2 cm Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz
a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea
n=1 no interior da água.
60°
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando
a) Qual é o ângulo de refração na primeira face? passam do ar para a água.
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água.
Para obter o ângulo de refração na primeira face, usamos a Lei de Snell na forma:
nar seni = nmeio senr
d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície
da água.
1sen 60o = 3 senr
3 1
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam
= 3 senr → senr = ∴ r = 30o da água para o ar.
2 2
2. C1:H3 (Enem-2012) Em um experimento, coloca-se
b) Qual é o ângulo de incidência na segunda face? glicerina dentro de um tubo de vidro liso. Em seguida,
Considerando o meio como homogêneo e transparente à luz, haverá propagação parte do tubo é colocada em um copo de vidro que
retilínea da luz, não alterando o ângulo do feixe. Assim, na segunda face o ângulo de contém glicerina e a parte do tubo imersa fica invisível.
incidência é o mesmo de refração da primeira face: 30°.
Esse fenômeno ocorre porque a
a) intensidade da luz é praticamente constante no vidro.
b) parcela de luz refletida pelo vidro é praticamente nula.
c) luz que incide no copo não é transmitida para o tubo de vidro.
c) Qual é o ângulo de refração na segunda face (ângulo de d) velocidade da luz é a mesma no vidro e na glicerina.
emergência)?
e) trajetória da luz é alterada quando ela passa da glicerina para
Novamente usamos a Lei de Snell na forma: o vidro.
n s en i = n s en r
meio ar
3. C1:H3 (Enem-2010) Um grupo de cientistas, liderado por
3 sen30° = 1sen r
pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia
(Caltech), nos Estados Unidos, construiu o primeiro
3
= sen r∴60” metamaterial que apresentava valor negativo do índice
2
de refração relativo para a luz visível. Denomina-se metamaterial um
material óptico artificial, tridimensional, formado por pequenas es-
EM19_1_FIS_B_04

truturas menores do que o comprimento de onda da luz, o que lhe


dá propriedades e comportamentos que não são encontrados em
materiais naturais. Esse material tem sido chamado de “canhoto”.
(Disponível em: <www.inovacaotecnologica.com.
br>. Acesso em: 28 abr. 2010. Adaptado.)

398 FIS B

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Considerando o comportamento atípico desse metamaterial, qual reta é um triângulo retângulo, que tem um dos ângulos medindo
é a figura que representa a refração da luz ao passar do ar para esse 25°, conforme a figura. Um detetor de micro-ondas indica que a
meio? radiação eletromagnética sai do bloco propagando-se no ar em
a) d) uma direção que forma um ângulo de 15° com a de incidência.
metamaterial metamaterial

ar ar
25º
gerador de
luz incidente luz incidente micro-ondas onda incidente
onda 15º
emerg
ente de
micrtetor de
bloco de o-on
das
poliestireno

b) e) A partir desse resultado, conclui-se que o índice de refração do


metamaterial metamaterial
poliestireno em relação ao ar para essa micro-onda é, aproxima-
ar
ar damente,
Note e adote:
luz incidente Índice de refração do ar: 1,0
luz incidente
sen 15º ≈ 0,3
sen 25º ≈ 0,4
sen 40º ≈ 0,6
c)
metamaterial a) 1,3. c) 1,7. e) 2,2.
ar b) 1,5. d) 2,0.

Complementares
luz incidente

1. (UDESC-2011) Considere uma lâmina de vidro de faces paralelas


imersa no ar. Um raio luminoso propaga-se no ar e incide em uma
4. C5:H17 (FGV-2013) Em uma piscina, uma pessoa de visão normal, sem das faces da lâmina, segundo um ângulo θ em relação à direção
óculos e com olhos abertos dentro da água, enxerga desfocada uma normal ao plano da lâmina. O raio é refratado nesta face e refleti-
planta que está fora da água. Ao sair da piscina, enxerga nitidamente do na outra face, que é espelhada. O raio refletido é novamente
a mesma planta. A partir dessa observação, e sabendo que a córnea é refratado na face não espelhada, voltando a propagar-se no ar.
responsável por grande parte da capacidade de focalização do olho Sendo nar e nvidro, respectivamente, os índices de refração da luz
humano, é correta a conclusão de que os índices de refração do ar, da no ar e no vidro, o ângulo de refração α que o raio refletido forma
água e da córnea, respectivamente nar, nag e nc, obedecem à relação: no vidro, com a direção normal ao plano da lâmina, ao refratar-se
a) nar < nc < nag d) nar < nc ≈ nag pela segunda vez, obedece à equação
b) nar > nc > nag e) nar > nc ≈ nag a) nvidro · sen α = nar · sen θ/2.
c) nar ≈ nc < nag b) α = θ.
5. C5:H18 (PUC-Rio-2017) Um feixe luminoso proveniente de um c) sen α = cos θ.
laser se propaga no ar e incide sobre a superfície horizontal da d) nvidro · sen α = nar · sen θ.
água fazendo um ângulo de 45° com a vertical. O ângulo que o e) nar · sen α = nvidro · sen θ.
feixe refratado forma com a vertical é
2. (Unemat) Analise as afirmativas.
Dados:
Índice de refração do ar: 1,0 I. Índice de refração absoluto de um meio é a razão entre a
velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio.
Índice de refração da água: 1,5
1 II. A luz tem sua maior velocidade quando se propaga no vácuo,
sen 30° = em qualquer outro meio sua velocidade será menor.
2
III. Quanto menor a velocidade de propagação da luz num deter-
2
sen 45° = minado meio, menor o seu índice de refração absoluto.
2
IV. Um meio é considerado mais refringente que outro quando
3 possui menor índice de refração absoluto.
sen 60° =
2 Assinale a alternativa correta.
a) menor que 30°. a) Somente I é verdadeira.
b) maior que 30° e menor que 45°. b) Somente IV é verdadeira.
c) igual a 45°. c) Somente I e III são verdadeiras.
d) maior que 45° e menor que 60°. d) Somente III é verdadeira.
e) maior que 60°. e) Somente I e II são verdadeiras.
6. C2:H6 (Fuvest-2017) Em uma aula de laboratório de Física, utilizan- 3. (UFG) Em um dia ensolarado, dois estudantes estão à beira de uma
do-se o arranjo experimental esquematizado na figura, foi medido piscina onde observam as imagens de duas garrafas idênticas, uma
EM19_1_FIS_B_04

o índice de refração de um material sintético chamado poliestireno. em pé, fora da piscina, e outra em pé, dentro da piscina, imersa
Nessa experiência, radiação eletromagnética, proveniente de um na água. A figura 1 corresponde ao objeto real, enquanto as pos-
gerador de micro-ondas, propaga-se no ar e incide perpendicular- síveis imagens das garrafas estão numeradas de 2 a 6, conforme
mente em um dos lados de um bloco de poliestireno, cuja seção apresentado a seguir.

FIS B 399

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Física Física Considerando que o índice de refração absoluto do ar seja igual a
3 1
1, que sen60° = e sen30° = , o ângulo α indicado na figura
2 2
Física é igual a
Física Física
a) 90°. c) 120°. e) 150°.
acisíF
b) 165°. d) 135°.
1 2 3 4 5 6 7. (UFPR) Um sistema de espelhos, esquematizado na figura a seguir,
O par de figuras que representa as imagens das garrafas localizadas está imerso num meio 1 cujo índice de refração é 2 .
fora e dentro da água, conforme conjugada pelo dioptro água-ar
é, respectivamente, θ
a) 2 e 6. c) 3 e 4. e) 5 e 6. d
Meio 2
b) 2 e 3. d) 5 e 4. Meio 1
4. (EEAr-2016) O vidro tem índice de refração absoluto igual a 1,5. c
Sendo a velocidade da luz no ar e no vácuo aproximadamente
igual a 3  ∙  108 m/s, pode-se calcular que a velocidade da luz no
vidro é igual a
b
a) 2 ∙ 105 m/s. c) 4,5 ∙ 108 m/s.
60° 75°
b) 2 ∙ 105 km/s. d) 4,5 ∙ 108 km/s. a
5. (EsPCEx-AMAN) Uma fonte luminosa está fixada no fundo de uma
piscina de profundidade igual a 1,33 m. Um raio luminoso incide sobre o espelho horizontal pela trajetória a
Uma pessoa na borda da piscina observa um feixe luminoso mo- fazendo um ângulo de 60° em relação à reta normal deste espelho.
nocromático, emitido pela fonte, que forma um pequeno ângulo α Após esta reflexão, o raio segue a trajetória b e sofre nova reflexão
com a normal da superfície da água, e que, depois de refratado, ao atingir outro espelho, que está inclinado de 75° em relação à
forma um pequeno ângulo β com a normal da superfície da água, horizontal. Em seguida, o raio refletido segue a trajetória c e sofre
conforme o desenho. refração ao passar deste meio para um meio 2 cujo índice de re-
fração é igual a 1, passando a seguir a trajetória d. Utilizando estas
informações, determine o ângulo de refração θ, em relação à reta
Ar normal da interface entre os meios 1 e 2.

Água 8. (UFPR-2018) Um feixe de luz incide num espelho plano fazendo


h um ângulo θ1 = 60° com a normal ao espelho, propagando-se
pelo ar (meio 1). O feixe refletido propaga-se no meio 1 e incide
1,33 m α na interface entre o meio 1 e o meio 2, onde sofre refração. O feixe
refratado sai com ângulo θ2 com relação à normal à interface,
conforme mostra a figura a seguir. As duas normais são perpen-
diculares entre si. Sabe-se que o índice de refração do ar vale
1 3
Fonte luminosa n1 = 1, que sen30° = cos 60° = , que sen60° = cos 30° = e que
2 2
Desenho ilustrativo – fora de escala 1 2 6
senθ2 = e cos θ2 = . Além disso, a velocidade da luz no meio
A profundidade aparente “h” da fonte luminosa vista pela pessoa é de 5 5
Dados: sendo os ângulos α e β pequenos, considere tgα ≅ senα 1 é c = 3,0 · 10  m/s
8

e tgβ ≅ senβ.

Índice de refração da água: nágua= 1,33


Índice de refração do ar: nar= 1
a) 0,8 m. c) 1,10 m. e) 1,33 m.
b) 1,0 m. d) 1,20 m.
6. (Unesp-2015) Dois raios luminosos monocromáticos, um azul e um
vermelho, propagam-se no ar, paralelos entre si, e incidem sobre
uma esfera maciça de vidro transparente de centro C e de índice Levando em consideração os dados apresentados, determine o
de refração 3 , nos pontos A e V. Após atravessarem a esfera, os valor da velocidade da luz no meio 2.
raios emergem pelo ponto P, de modo que o ângulo entre eles é
igual a 60°.

P
A 60º
α

C
V
Ar GABARITO
GABARITO EONLINE
SOLUCIONÁRIO ONLINE
EM19_1_FIS_B_04

Vidro
1. Faça
1. Façaoodownload
download dodo aplicativo
aplicativo SAE Questões
SAE Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
de leituradeQR
aplicativo Code.
leitura QR Code.
2. Abra
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte parapara o QR
um dos QRCode
Codesaoaolado.
lado para
3. acessar o gabarito
O gabarito desteou o solucionário
módulo deste módulo.
será exibido em sua tela.

400 FIS B

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 400 10/09/2018 13:45:01


Visores de cristal
Conteúdos:
• Óptica

Eixo: I, III e IV
líquido (LCD)
Competências: 1
Habilidades: 1, 3 thanongsakkongtong/Shutterstock

| Tela de LCD disposta


em aeroporto.

Nas atividades diárias nos acostumamos cada vez mais com visores, Uma das justificativas para esta miniaturi-
desde placas de informações dos aeroportos até na tela dos nossos ce- zação foi a criação das telas de cristal líquido,
lulares, como forma de obtermos rapidamente as informações digitais popularmente conhecidas como LCD (Liquid
de que precisamos. Porém, se você perguntar às pessoas de mais idade, Cristal Display), que são aplicadas em visores de
pensar em uma tela fina como temos hoje parecia algo impossível, já relógios digitais, painéis eletrônicos e televiso-
que as primeiras telas eram de grande tamanho. res. Mas o que são cristais líquidos?
O cristal líquido é uma das fases da matéria,
intermediária entre o sólido e o líquido. O es-
tado sólido é caracterizado pela grande orga-
nização da sua estrutura, e em casos extremos
de alta regularidade é chamado de cristal. Já o
líquido possui uma organização limitada, em
GaudiLab/Shutterstock

especial pelo recipiente que o contém. Essa


diferença é devida em parte pela diferença de
temperatura, mas alguns materiais apresen-
tam comportamentos especiais.
Nos cristais líquidos, o aumento da tem-
peratura leva à evolução da fase líquida, mas
mantendo a organização na sua estrutura,
como ilustra a figura a seguir. Isso faz com que
os fenômenos luminosos se processam de for-
ma diferenciada.

| Esquema ilustrativo do aparecimento das mesofases


FÍSICA

líquido-cristalinas. A variação da temperatura pode


aumentar o grau da desordem. (Saiba mais em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbef/v27n3/a06v27n3.pdf )>.
EM19_1_FIS_B_CC

401

PG19LP311SDF0_MIOLO_EM19_1_FIS.indb 401 10/09/2018 13:45:08


direção. A luz normal tem vibrações em todas as direções,
como ilustrado na figura anterior. Ao passar por um polari-
COMO FUNCIONA A TELA zador vertical, apenas a oscilação na vertical irá passar para
dentro do cristal líquido. Na parte posterior colocamos um
DE CRISTAL LÍQUIDO? polarizador no horizontal, que deve bloquear a luz que venha
em direções diferentes. Assim, em um caso normal, polariza-
Somente no estado sólido as moléculas dores cruzados bloqueiam a passagem de luz.
de uma substância mantêm uma estrutura
ordenada. O cristal líquido, porém, é uma Como as moléculas de cristal líquido podem curvar a di-
substância orgânica que flui como um lí- reção de propagação, a luz atravessará os dois polarizadores,
quido, mas apresenta, como os cristais, ali- produzindo o sinal de acesso. Mas, quando ligamos um cam-
nhamento parcial de suas moléculas. Suas po elétrico na região da molécula, essa propriedade é perdi-
ligações moleculares são fracas e por isso da, bloqueando a passagem de luz e produzindo o sinal de
facilmente afetadas por campos elétricos. apagado. A composição de acesso e apagado gera letras e
Quando submetido a corrente elétrica, números que vemos nos visores, por exemplo.
o cristal líquido, transparente, torna-se
opaco. Basicamente, um visor de cristal

art-sonik/Shutterstock
líquido – ou LCD (Liquid Crystal Display)
– é um sanduíche de finas fatias de vidro
transparente, com recheio de cristal, fecha-
do hermeticamente. Uma camada metálica
transparente, com minúsculos eletrodos,
fornece energia, iluminando as partes dese-
jadas. Utilizado em vários aparelhos eletrô-
nicos, o cristal líquido foi descoberto nos
Estados Unidos em 1971, mas sua compo-
sição até hoje é um segredo industrial.
| Cada traço dos números é uma célula de LCD cuja com-
posição de aceso e apagado é determinada pela ação do
campo elétrico nas moléculas de cristal líquido.
(Disponível em: <https://mundoestranho.
abril.com.br/tecnologia/como-funciona-a-tela-de-
cristal-liquido/> Acesso em: 18 set. 2017.) VOCÊ JÁ
SABE
O esquema a seguir é uma representação
do LCD, conforme descrita no texto anterior. 1. Se num dia de Sol forte você utiliza óculos de Sol polarizado
para passear, deveria perceber alguma dificuldade ao obser-
Cristal líquido
Vidro vador o visor de LCD do relógio? Explique esta situação.
Vidro
Comentário: Como os óculos é uma lente polarizadora, poderá haver um
Entrada
de luz cruzamento entre as direções de oscilações da luz que sai do LCD e passa

pela lente. Então dependendo da situação haverá bloqueio da luz, já que o

ar não pode ser considerado um cristal líquido.

Matriz do ENEM: C1:H3


V=0
Polarizador Polarizador Superfície 2. Pesquise em outros materiais ou converse com seu profes-
refletora
| Depois, com V diferente de zero, a luz é bloqueada sor de Química sobre que tipo de moléculas tem capacida-
de de interagir opticamente com a luz. Quais características
gerando sinal escuro.
especiais têm estes compostos?
A principal característica das moléculas
Comentário: As moléculas orgânicas me especial tem capacidade de inte-
de cristal líquido é condução da luz em sua
estrutura, como se pudesse curvá-la. Para ragir com a luz, em função do tipo de ligação química entre os carbonos.
deixar isso bem evidente, utilizamos polariza-
Este efeito é mais presente na isomeria óptica, e que a presença do carbono
dores que deixam passar luz em apenas uma
quiral, que está ligado com 4 ligantes diferentes.
Outra aplicação comum para o LCD é o display
FÍSICA

de uma calculadora. Matriz do ENEM: C1:H1


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