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SOBRE A NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Profª MSc. Helena Cristina Lübke1


lena.cl@terra.com.br

INTRODUÇÃO

O grande objetivo do novo acordo ortográfico (já foram feitos três


acordos oficiais, aprovados pelos países falantes: o de 1943, o de 1971 e o de
2009) entre os países que falam Língua Portuguesa – Brasil, Portugal,
Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e
Timor Leste – é dar mais visibilidade ao idioma no cenário internacional, uma
vez que a uniformização possibilitará maior inserção dos referidos países nos
mercados mais desenvolvidos e o estabelecimento da língua portuguesa como
um dos idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda, a
ortografia-padrão facilitará o intercâmbio cultural entre os países que falam
português.
É importante salientar que o acordo prevê apenas a uniformização das
duas ortografias atualmente em vigor (a brasileira e a portuguesa), isto é, do
modo de escrever em português e não prevê a uniformização do idioma, pois
nenhuma ortografia de nenhuma língua do mundo dá conta do fenômeno da
variação, que é da própria natureza das línguas humanas.
O referido acordo tem muita importância porque o que interessa não é a
reforma ortográfica em si, mas o papel político que o Brasil tem a desempenhar
na comunidade lusófona. Portugal, infinitamente menos importante que o Brasil
no cenário político e econômico mundial, se recusa a ver que quem lidera a
lusofonia, hoje, somos nós: só na metrópole de São Paulo há mais falantes de
português do que em toda a Europa! Defender o acordo de uniformização
ortográfica é defender essa liderança.
Por outro lado, o acordo envolve muito mais questões de ordem
econômica do que de efeito prático no uso da língua. O gasto com a
atualização de livros e dicionários será grande e as mudanças não facilitam o
entendimento da língua porque, além de serem mínimas, nenhuma língua
precisa de acento gráfico, o falante nativo recupera a pronúncia.

1
Professora de Língua Portuguesa do Centro Universitário de Jaraguá do Sul – UNERJ e mestre em
Linguística pela UFSC.

1
O acordo está pronto para vigorar. Aliás, já vigorou. Portanto, as
polêmicas são inevitáveis.

O QUE MUDA NA NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA2

1. Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y3.


O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K4 L M N O P Q R S T U
V W 5 X Y6 Z

2. Trema

Não se usa mais o trema.

Como era Como fica

tranqüilo tranquilo
ensangüentado ensanguentado
lingüiça linguiça
seqüestro sequestro
cinqüenta cinquenta

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas


derivadas. Exemplos: Müller, Lübke.

3. Mudanças nas regras de acentuação gráfica

3.1 Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

2
O presente Manual foi elaborado a partir de outros documentos já existentes, dentre eles o Guia Prático
da Nova Ortografia, da editora Melhoramentos, 2008.

3
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas
em várias situações. Por exemplo: a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg
(quilograma), W (watt).

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O K é uma consoante.
5
O W será vogal ou semivogal pronunciado como “u” em palavras de origem inglesa: whisky, show. Será
consoante como o “v” em palavras de origem alemã: Walter, wagneriano.
6
O Y é um som vocálico pronunciado como “i” com função de vogal ou semivogal: Paraty.

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Como era Como fica

alcatéia alcateia
andróide androide
asteróide asteroide
colméia colmeia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
geléia geleia
idéia ideia
jóia joia

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim,


continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus,
ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

3. 2 Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos


quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica

baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura

Atenção: oxítonas terminadas em éis, éu(s) e oi(s) continuam sendo


acentuadas. Exemplos: papéis, céu, céus, lençóis, herói, heróis.

3.3 Não se usa mais acento (circunflexo) nas palavras terminadas em êem e
ôo(s).

Como era Como fica

abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voo

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3.4 Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla/pela,
pêlo/pelo, pólo/polo e pêra/pera.

Como era Como fica

Pára de falar besteiras. Para de falar besteiras.


O ácido péla nossa pele. O ácido pela nossa pele.
Gosto de pêra bem madura. Gosto de pera bem madura.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos

Atenção:

a) Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do


passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa
do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do
singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele
pode.
b) Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é
preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
c) Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos
ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter,
convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm
dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Gui Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
d) É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras
forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja
esse exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Guia Reforma
4. Uso do hífen

4.1Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
super-homem
ultra-humano

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4.2 Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal
com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:

aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
infraestrutura
coautor
coedição

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo


quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar,
cooperação, cooptar, coocupante, etc.

4.3 Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:

anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno

Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei,


vice-almirante etc.

4.4 Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.

Exemplos:
antirrábico
antirracismo

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antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente
ultrassom
Guia Reforma Ortografica CP.indd 22

4.5 Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma vogal.

Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
Guia Reforma3

4.6 Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo


elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico

Atenção: nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado,


intermunicipal, superinteressante, superproteção.
Guia Reforma 24

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4.7 Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:
sub-região, sub-raça etc.

4.8 Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada
por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

4.9 Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo
elemento começar por vogal. Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo

4.10 Com os prefixos além, aquém, ex, vice, recém, sem, pós, pré, pró, usa-
se
sempre o hífen. Exemplos:

além-mar
aquém-mar
ex-presidente
vice-presidente
recém-casado
sem-terra
pós-graduação
pré-vestibular
pró-europeu

ATENÇÃO: os prefixos co, re, pre e pro dispensam o hífen. Exemplos:

preestabelecido
reedição
proeminente
coemitente

4.11 Não se deve usar o hífen em “certas” palavras que perderam a noção de
composição. Exemplos:

girassol
madressilva
mandachuva

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paraquedas
paraquedista
pontapé

10/7/20083
Guia Refor29
Resumo

Emprego do hífen com prefixos

Regra básica

Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.

Outros casos

1. Prefixo terminado em vogal:

• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.


• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial.
• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:


• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Guia Reforma d 30

Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.
Exemplo: sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra
e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.

2.Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por
m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

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3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando
este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de


composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas,
paraquedista etc.

6. Com os prefixos além, aquém, ex, vice, recém, sem, pós, pré, pró usa-se
sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado,
pró-reitor, pré-vestibular, pós-graduação. Vale ressaltar que os prefixos co, re,
pre e pro dispensam o hífen

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira (Lucerna), 2008.

MICHAELIS. Guia Prático da Nova Ortografia. Melhoramentos, 2008.

WINTER, Neumar Carta. Reforma Ortográfica 2009. Curitiba: Juruá, 2008.

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