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FRELIMO

RES©LU©©ES

2ª©©NGRESS©
F B E_N IIE D E L I E E R T A ç Ã o D E. M o g A MEE 1 Q U'E
"F R E D I M O

RESOLUQõEs DO II CONGRESSO

25 de Julho de 1968

SUMÁRIO

Introdução
Resolução sobre a luta armada ......
Resolução sobre a Reconstrução Nacional ........... 4
Resºlução sobre a Administração das zonas
libertadas .... ..... ... 6
Resolução sobre os Assuntos Sociais ..»..oooocooon 7

Resolução sobre & rolitica Externa


II O O N G R E S S O D A F R E L I M O

INTRODUÍÃO
—-—————_—à—

0 Segundo Congresso da FRELIMO realizou—se de 20 a 25 de


Julho de 1968, em Moçambique, numa região libertada da Província
do Niassa, com a participação de cerca de 170 delegados e obser-
vadores. Os delegados vieram de todas as partes de Moçambique -
de Lourenço Marques a Cabo Delgado, e representavam todas as ca—
madas do povo moçambicano, operários, camponeses, intelectuais e -
chefes tradicionais. Entre os observadores estavam 2 represen—
tantes da Organizacão de Solidariedade Afro-Asiática, l represen—
tante do Movimento Popular de Libertação de Angola, 1 represen-
tante do ANC da Africa do Sul, e um representante da LABU, da
Rodesia. No Congresso esteve tambem um escritor e jornalista in-
gles, Basil Davidson.
A importancia deste Congresso reside no facto de que ele foi
o primeiro Congresso a realizar—se em Moçambique livre, e o pri—
meiro verdadeiramente representativo do povo Moçambicano. De facto
“os participantes do'lo Congresso da FRELIMO, que se realizou em
Dar Es Salaam.em Setembro de 1962, eram na maior parte emigrantes
Moçambicanos que viviam fora de Moçambique havia muitos anos.
Mas ªgora quase todos os delegados vieram directamente das suas
regioes em Moçambique, e todos eles estão activamente engajados
na Revolugao.
O Congresso decorreu numa atmosfera de grande amizade, fran—
queza e democracia, num alto espirito revolucionário, Os delegados
ªpresentaram os problemas das suas regiões - problemas relativos
& organizaçao política, à luta armada, à reconstrução nacional.
Estes problemas foram exaustivamente discutidos. E na base dessas
discussões, foram traçadas directrizes para a sua soluçao.
Entre as decisões mais importantes do Congresso figuram as
que modificaram algumas estruturas da nossa Organizacao. Assim,
0 Co resse continua a ser o órgão supremo da FRELIMO; mas o
Congresso 5 agora mais representativo, compreendendo delegados
de todas as rrovíncias de Moçambique e representantes das Orga—
nizaçoes ge massa — trabalhadores, elementos da Juventude, da
Organização das Mulheres (LIFEMO), e Estudantes, mais os repre—
sentantes das estruturas políticas e militares. O Comite Central
«tem tambem uma natureza diferente. Anteriormente, era composto
pelos Secretaríos dos Departamentos e seus adjuntos , e as suas
funçoes eram ao mesmo tempo legislativas, executivas e judiciais.
Agora o Comite Central é constituído por membros eleitos pelas
Provinçias, por representantes de Organizaçbes de massa, pelos
Secretarias Provinciais e por membros eleitos pelo Congresso:
desta maneira o Comite Central foi alargado de 20 para 40 membros,
e a sua função passou a ser exdnsivamente legislativa.
'.../,..
A função executiva pertence a um novo órgao
— O Comite
Executivo — de que fazem parte o Presidente e
o Více—kresidente
da FRELIMO, e os Secretarios dos Departamentos.
Foi criado um Comite kqlítico-Militar, formado pelo rresíden—
te, Vícç—Presidente, Secretários dos Departamento
s de Defesa, Qr—
ganízaçao, Segurança, do Departamento Político,
e pelos Sécretarios
Provinciais. Este Comite estudará e resolverá
os probêemas politi—
cos e militares urgentes, no intervalo entre
as reunibes ordinárias
do Comite Central',
O kresidente e o Vice—Presidentc da FRELIMO
Congresso, sob
são eleitos pelo
proposta do Comite Central.
Ao nível Provincial há um Conselho Provinci
al e um Comitê Pro—
Vlncíal.

O Congresso tomou outras decisões importantes.


Reafirmou que,
nas circunstancias presentes, a luta armada é
o unico meio de li—
bertar Moçambique, e que, considerando as condiçõe
luta se tgava, ela será longa. O Congresso dec1 s em que a nossa
diu intensificar &
mobilizagao do povo; ;ecrutar elementos de outras Prov
a luta armada incias onde
ainda nao chegou; aumentar as forças
ampliar o Destacamento Feminino; e aplicar a poli de milícias;
tica de clemencia
aos soldados inimigos capturados.

No que respeita à administraçao das zonas liber


gresso decidiu consolidar o estabelecimento do—podertadas, o Con—
administrativo nessas zonas; aumentar & produçao; politico e
repovoar as re—
giões libertadas, encoragando o povo que.selrefugíou
no exterior
a regressar para as suas terras; elevar o nlvel cultural dopovo
Moçambicano, criando mais escolas e treinando mais profe
ssores;
melhorar os serviços de assistencia social; melhorar
os servigps
de assistencia médica.
f
Quanto à política externa, o Congresso condenou a agress㺓
imperialista americana contra o Vietnam, e'rãã
. dadê e apqêoftqtaªwgªngªyIMO & Frente de Libgrfirmg
fãaço
uasolldárie—
Vietnam do SullfªfádjgoVégnn;dgçªâpublíca Nacioçal do yr
Demºcratlça do Vietnam;',
condenou a aliança impefi"ií8ta»i,aKQQAN (Organização
do Atlantico Norte); copdenou & noIíªicá“ímperia%ist
do Tratado
a de Israel
contra os povos árabeakgsaudou à'luta reyolucibnaria
Angola, Guiné dps povos de
e Cabo ?ende, Sao Tomé e BTínc
natureza unitaria da lutà de todos os pbvos ipe,
àob
e raafirmou'a
domíd àçâp cold—
nial portu guesan O Congàébso saudou e expressou o seg”a
revolucionária dos povoª? & Africa do Sui3 Zímbabwe,' bqío à luta
Africano, dirigidos res'j ívamente pelo“ANC, ZAPU e à;Súdoeste -_
& luta dos negros das» sta gs Unidos da America contrSWAPÓ. Saudou
ª & discri-
minação racial e & éxploragao economica. Saudou & luta
portugues contra o fascismo Salazarista, O Congr do povo
esso éxprimiu &'
sua solidariedade para com os povos e governos dos
paises socía- “
listas, e ducidiu intensificar ainda mais as relações entre &
FRELIMO e os países socialistas.
.../...
Na fase final do Congresso procedeu45e & eleições. Foram
eleitos os membros do Comite Cent ral. Os camaradas EDUAR
DO MONDF
LANE e URIA SIMANGO foram re-elei tos para os cargos respe
ctivamen—
te de Presidente e Vice—Presidente da FRELIMO.

O Congresso enviou uma mensagem a Sua Excelencia Julius K.


NYERERE, Presidente da Republica Unida da Tanzania, agradecendo-
—1he & ele, ao seu governo e ao povo da Tanzania, pelo apoio que
desde sempre tem dado ao povo Moçambicano.

Este Congresso reforçou a un idade do povo Moçambicano. Ele


mosnou que todos os Moçambicanos estão unidos no mesmo desejo de
serem livres, e de trabalharem em comum para alcançarem & sua li—
herdade. O Segundo Congresso da F RELIMO foi portanto um passo deci-
sivo no sentido da nossa vitória final.

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ulnmihllun
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4 M.
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RESOLUCOES
DO"
11 L;N.;JSSO
...—...ª."

-RESOLUÇALn __ 3:33 A LUTA mmm

1 — O governo Portugués*é um góverno colonialista e.faaci8ta;


que persiste em manter o mito de que Moçªmbique é uma Provincia
Portuguesa, e, por cºnsequência, *Parte lntegrante de Portugal."
'Ele continua a não reconhecer o direito do pov0'Moggmbiéanpºàu
1ndependêncla nac1onal. & » —

As manifesiagbes nacionalistas sao violentamente reprimidas com


massacres,-prlsões, torturas e 8359331natos.
Nestas condições; para Continuar'a fazer face a todas.aa formas
de vpressao e de repress㺠colonialistas,_o povo Moçambicano Proa—
seguirá resolutamente & luta armada, trªvando uma guerra reunida
de Independência ou Morte. '

2 4 Os colonialíStas“Portugueses dominaram e exploraram Moçambi—


que por muito tempo. Heve, eles tem ainda o controle dos meios '
de produçao nas regiões de aogambíque onde continuam a exercer a
sua dominação, ' ' .
A sua força militar é poderosa. Além do exército, eles contam
também com uma força aévea e-uma marinha de guerrà; Apesar do rápido
crescimento do nosso poder militar, os colonialistas Portugueses
são ainda militarmente Lais fortes. Por outro lado, nós temos ainda
grandes necessidades materiais. PrediSamos de armamento, medicªmen—
tos, meios de tranSportos etc., que nesta fase da nossa luta temos
que obter do exterior. Evecisamos também de técnicos. Quer dizer,
no que diz respçito ao abastecimento material e & fonmagãb de “
técnicos, continuaremos po: algum tempo a depender do auxílio exte—
rlor. , 54 "a
“,Mgís ainda. A situação geográfica e.politíca do nossd paíquassím
comb & sitúagão política dos países limltrofes: Suazilândia Africa—“
do Sul, 2“ babwe, Malawi, tornam a expansão da luta para o àul
difícil. r & infiltrarmos.material para as províncias da Zambézia,
Moçambique, Manica e Sofala,,Inhambane,.Gaza e Lourenço Marques,
temos que vencer grandes dificuldades.

- ÁÉOGOS eàtes factores reunidos fazem com que haja ªinda um . .;_
des ullíbrío de forças entre nós e o inimigo. Embora farpas polltl—
camente, somos ainda fracos milltarmente. , “

Para alcançarmos & vitória não temos outro camênho seníb o de


mudarmos o sentido do Gesequilíbrio, o que conseguiremos sem dúvida,

;.;/;.;
-2-

mas que exige de nós um grande esforço,

A nossa guerra será pois uma guerra dura e longa.

3 — A nossa luta é“uma luta popular, Ela exige a participação


total das massas popularesº

Bor issº é necessário intensifªqar & mgpllqu ão e a organização


ÇoªpovoLTtanto nas zonas libertªªgs, como pgg_geg£ãgâ Qndº & luta
armada alnda nãq_ggggg9ggw '"” ““" *

_ A participação directa de todos na luta armada, é pois um dos


obJectlvos prlncipais do trabalho de mobílizagao do povo.

Na fase actual da nossa luta, as forças armadas principais são


constituídas pelas forças regulares de guerrilhas; mas as milícias
pdpulares desempenham também um papel importante—

As milícias populares fazem parte integrante das populações.


Sào forças auxiliares das guerrilhas, e encontram—se fixas no,terri—
tório onde trabalham.
Toda a população, velhos e jovens, mulheres e homens, que não
fazem parte das guerrilhas, devem fazer parte das milícias.

' As mílicias'pçpulares devem satisfazer ao mesmo tempo as neces—


SLdades de produção, vigilância e defesa.

Nas zonas libertadas e semi—libertadas; as milícias populares


fazem, em particular:
— o transporte de material e de doentes;
- o reconhecimento e o patrulhamento das zonas em que trabalham;
contra & infiltragão dos soldados inimigos e de todo e qualquer
agente do inimigo; '
— combates, quando o inimigo invade a região. -
As milícias populares participam! em combates de grande enver—
«gadura, quando para isso forem chamadas. '
r

A organizagão das milícias populares é uma forma importante da


integração das massas populares na luta armada.

Desta maneira se criam em todos os lugares forças suficientemente


preparadas militarmente. |

As milícias populares são pois forças de reserva.

4 — Pára realizar mais completa e efiCientemente a partiçiyagão


da mulher Mogambicada na luta, foi criado o destacamento femlnlno,
.../...
-3-_
quas funções principais Sãºit
&) mobilizagáo e organização das massas popu
lares;
b) Íecrutamento de jbvens de ambos sexos, para
angajá-los na
uta arma da;
c) produgà0;' '
d) transporte de material;
e) protecção militar das populações.
O Congresso dirige uma saudação especial ao Comi , «
té-Central, por
ter criado o Destecamentd Feminino, condena os que
tência
se opõem à exis—
deste, e louva as camaradas deDestacamento
trabalhos feitos nas zonas onde se encdntra Feminino pelos
m afectadas.
5 —.O fenómeno da desergão não é uma característica espec
da luta de llbertagão de Mogambique; ífica

_ Há deserções na maior parte dos pais


es, meamo quandº esses países
nao estao em guerra.
>
No Movimento de Libertação Nacional de Moçambique, as désergóes
têm várias causas.

muitos camaradas engajam—se na luta porque têm


consc1ênc1a polltica nacionalista.
realmente uma

Mas há outros cuvo sentimento naCionalista é fraco


ainda que tendo cometido infracgões receiam
. Há outros
ser condenados pelas
autoridades kortuguesas. E'para fugir & puni
gão que se engajam no
Movimento naciºnalista. Os indivíduos com
um passado como 0 destes
últimos, muitas vezes fraquejam, não conseguem suportar as difi
dades da vida dos guerrilheiros e não chegam a cul—
política nacionalista. Entãb desertam. ganh ar a consciência

Uma vez fora do movimento, começam a inventar desc ulpas para


se Justificarem. Uns langam boatos para desa
creditar os dirigentes,
separá-los das massas, e desintegrar & luta. Outros entregam—se aos
Portugueses.
'
As deserções sào crimes graves. Os desertores são inim
povo Mogambicano. igos do

6 — Os prisioneiros de guerra têm uma importânci
nós. Devemos trataílos bem. Através deles, podemos a política para
goes sobre obter informa—
o inimigo. Devemos reeducá—los tanto quanto possí
de acordo com os'nossos interesses, vel;e,
po-los eventualmente em liber—
dade.

Podemos também servir-nos dos prisioneiroà como refén


serem trocados por camergdas nossos que estão
s, para
presos nas maos dos
.../...
-4-

colonialistas Portugueses.

Procedendo desta forma, estaremos & demqnstrar ao mundo_que nós


Portu—
lutamos contra o colonlçlismo Português e não contra o povo
ito inimi go,
guês, quçbraremos o esplrlto de combatividade do exérc
e encoragaremos os seus soldados & desertarem.
ar &
,O Congresso decide pois quç & FRELIMO continge & aplic
pºlltica de clemência em relação eqs soldnkna lnlmi gos.

7 — A noSsa guerra'é essencialmente politica e a sua orientação


é deflnlda pelo Movimento.

O exército_popúlar é parte integrante do MOVímento, e os planos


estratégicos sáo traçados pela direcção superior do Movimento.
entes-
Para que & direcgáo da luta seja correcta, todos os dirig a
Só assim , segui ndo a luta
devem estar envolvidos na luta armada, s que
par e passo, poderao resolver todos os.problemas complicado
nascem diáriamente.
poli—
O exército popular realiza a sua acção obedecendo a linha
tica da FRELIMO. '

RESODUQÃO SOBRE A RECONSTRUÇÃO NACIONAL


nqva nas
l — O Congresso constata que a construção Qe uma Kidaneolo
é uma exigência da luta de llbertagao nal.
zonas libertadas,
iais do _
' ,As zonas libertadas devem constituir as bases mater
de llbertagáo
desenvolv1mento da nossa luta armada revoluc10narla
nacional.
te uma impor—
Neste sentido, o desenvolvimento da produgãb reves '
tância especial.
produção dos
É necessário desenvolvermos progressivamente a armada.
resso da luta
bens materials de que necessitamos para o prog
cultura, das indústriªs,
Devemos promover o desenvolvimento da agri
alho no sentldo da satls—
do artesanato, orientando sempre o nosso trab
í
fagao dos interesses da nossa revoluçao popular.

devemos desenvolver o comércio, tanto interno


A par da produção,
como externo.
serviços de
Devemos também promover o desenvolvimento dos
. / .a.
'educagào e de saúde.
..5...

Ao mesmo tempo devemos tambêm promover o desenvolvimento da


cultura n301onal, através do florescimento dos valores posxtívos
das culturas regionais, enriquecidos pela luta para a criação de
uma nova realldade: um Moçambique unido e livre.
Todos ééies aspectos da nóssa acção de reconstrução nacional
estão intimamente ligados, e, para a boa marcha dos trabalhos,.ée
imperativo que haja uma perfeita coordenação entre todos os sectores
da nossa actividade, sem o que, todos os esforços serão inúteis.

kara levarmos & cabo a nossa acgào, devemos vencer diversas


dificuldades e resolver problemas, alguns dos quais de capital impor—
tância, tais como a dispersão enorme das populações em pequenas
aglomerações_separedes por grandes distâncias, e carência dos meios
de comunlcagáo, e a escassez de quadros"

Para fazer face a estes problemas, deVerão ser tomadas medidas


no sentido de: ' _
&) Promover, sempre que possível, o reagrupamento das populações.
b) Encorajar os refugiados Mogambicanos que se encontram nos
países vizinhos, a regressar para Moçambique a fim de participarem
_nos trabalhos de recbnstrugão nacional.
c) Intensificar & formagãb dos_quadros necessários para & exe—
cução das diversas tarefas impostas pela Revolugãb.

Sempre que for necessário e indispensável, poderão ser recrutados


quadros técnicos esçrangeiros, devendo estes ser indivíduos que
aprovam a linha polltica e a acção da FRELIMO.

2 ? Duma maneira mais específica, o Congresso decide:


A. Sobre & Produçao e e Comercio
&) Desenvolver a produção agrícola, a fim de obtermos os
produtos necessários à alimentaçao, assim como aqueles produtos
que sejam úteis para o fabrico de artigos como sabãb, tecidos,
etc., ou para as necessidades do comebcio externo.
b) Promover o desenvolvimento do nível técnico e científico
da produção.
c) Consolidar cada vez mais a defesa dos campos cultivados.
d) Desenvolver a organização das cooperativas agrícolas,
comerciais e industriais.
B. Sobre a Educação
&) Acelerar o desenvolvimento das escolas primããias; ,
b) Desenvolver o programa de formag"o de professores prima—
rios, a fim de elevar rápidamente o seu número e o seu nível
técnico;
e) Promover uma vasta campanha de alfabetizagao das massas
populares, homens e mulheres, jovens e velhos;
.../...
_5_
d) Organizar cursos especiais para a elevação rápida do nível
de conhecimento dos militantes; ' _
e) Encorajar & jovem Mogambízana & completar & instrugã'
primária, pelo menos;
f) Criar centros de produção junto de cada escola, para seu
auto—abastecimento;
g) Estabelecer um sistema que permite aos estudantes interrom—
per temporáriamente os estudos para participarem nas campanhas
de ensino e de alfabetização;
h) E dever de todos os estudantes Mogambicanos participar,
.sempre que for necessário, nas várias tarefas da luta de liber—
tação nacional;
i) Promover o desenvolvimento das escolas de formação política.
Cª Sobre a Saúde
&) Promover vastas campanhas para a obtenção de medicamentos
e de material médico—hOSpítalar, através do mundo inteiro;
b) Promover o estabelecimento de postos médicos nas regiões
que vão sendo sucessivamente libertadas;
c) Desenvqlver & organiçagão do transporte de medicamentos
para as dlferentes reoloes.

RESOLUCAO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DAS ZONAS LIDERTADAS

l — A administragão das zonas libertadas visa realizar o estabe—


lecimento do poder popularª
Só através de uma adhinistragào adequada se poderá consolidar
a defesa das regiões libeçtadas, promover o seu desenvolvimento,
assim como o progresso económico e social das populações, e construir
assim as bases.para 9 desenvolvimento vitorioso da luta armada revolu—
cionária de libertação nacional.
A direcção da Administragão das zonaê libertadas deve ger
realizada pelos Comités dos diversos escalões da FRELIMO: PROVIHCIA,
DISTRITO, LOCALIDADE, etc., previstos pelo Regulamento Geral Internoº
Para a organização dos trabalhos, e sempre que a natureza
destes o permite, devem ser criados comités populares de gcstãb,
eleitos pelo pºvo. '.
_ O Comité Provincial, distrital ou local, deve orientar &
formaçao desses comités populares de gestâb, e proporcionar-lhes,
sempre e tanto quanto possível, a assistência técnica necessária.

2 — O Congresso considera que só quando as estruturas provinciais


estiverem a funcionar convenientemente, será possível administrar
correctamente as zonas libertadas.
Por isso, o Congresso decide que: . “
&) Devem ser dadas orientagões claras aos diferentes órgaos gas
províncias, para que possam realizar cabalmente as suas funçoes.
b) Deve ser organizado um sistema adequado de controle dos orgãos
provinciais.
.,./...
_7-
c) Os dirigentes da FRELIMO devem visitar frequentemente as»
províncias.
d) Os diversos cargos em cada um dos órgãos da província devem
ser conveniente e efectivamente preenchidos.
e) Sejam estabelecidas as secªões necessárias, que devem funcionar
sob a—Admínistragão provincia .
f) Sega acelerada e preparação dos quadros técnicos de que as
províncias necessitam.

3 - O Congresso decidextambém:
gâQae os orçamentos provinciais dependam essencialmente da pro—
dvgãb da província.
b)'&ue sejam feitos todos os esforços necessárias para que as
pºgulagões Mogambicanas refugiados no exterior do país regressem
& iogambique. »
0) Que sejam criados comitês jurídicos para velar pela execuçao
das leis.“-

RESOLUÇÃO SO'JRE ASJUNTOS SOCIAIS


l — O desenvolvimentó da Revolugao Moçambicana exige que uma
atenção particular seja prestada às condições sociais em que vivem
as populações. '
Uma orientação correcta que permita a satisfação das necessidades
sociais das massas populares, eleve o seu esPÍrito revolucionário
e evita ao mesmo tempO'que dificuldades, que são normais numa luta
como a nossa, possam transformar—se em entraves ao desenvolvimento
da guerra de libertagao nacional.
H '“

for isso, o Congresso decide que:


&) Sejgm,tomadas as medidas necessárias para melhorar as condi-
goes materiais das populações nas zonas em guerra em especial
no que se refere à satisfação das necessidades de primeira
ordem, tais como sal, sabão e roupa; '
b) Sejam criadas instituições de assistência social e outros
órgaos paia estudarem e proporem soluções para os problemas das
relações sociais na província, em particular as que dizem res—
peito ao matrimónio;
c)”Sega prestada & maior atenção ao problema das esposas dos
militantes, providenóiando para que, sempre que possível, elas
sejam instaladas nas províncias em que os seus maridos combatem,
encoragando aquelas que se encontram no exterior a regressar
ao-pais; ' _ ' ' "
d) Sempre que possível, as mulheres grávidas e as que têm crian-
gas & seu cuidado, sejam instaladas nas zonas de maior estabili—
e) A FRELIMO, em cooperação com & LIFEm , estabeleça as modali—
dades que permitam a esta organizagão nacional ocupar—se da
manutengao.das crianças órfãs ; o mesmo deverá ser feito no que
respeita aos filhos das mulh _es nâo casadas, e fim de permitir
a estas darem uma maior contribuição à luta; _. .
f) Sejam criadas as condições de amparo e reabilitagao dos mutl-
lados de guerra.
—8—
RESOLUÇÃO SOBRE A POLITICA EXTERNA
l.. O povo moçambicano está empenhada na luta armada contra o
colonialismo português e n inperialismo, para a conquista da
independência nacional e a instauração de uma ordem social po—
pular em Moçambique. :-
Esta luta integra—se no mºvimento mundial de emancipação
dos povos, que visa a liquidação total do colonialismo e do ím—
perialismo, & a construção da uma anciedade livre da exploração
do homem pelo homem.
Por isso criou e Gescnvclveu ;elagões de solidariedade e'
amlzade com os povos, es :rganlzagoes e governos que lutam pa—
ra & realização destes objectives,”
A FRELIMO estabeleceu relações com as organizagõgs nacio—
nallstas das colonlas rsrtuguesas, e com as organlzegnes nac1o—
nallstag dns cumrrs palses africanos que ainda se encontram sob
dnmlnagao estrangeiraª
AJFRELIMO tem relzções com as nrganizagães progresnistaa
dos palses da Ásia e da América Latina.
A FRELIMO tem relegaes nem todns os países socialistas, e
cem as crganizagoes pregre551stes dw mundn ocldental.
A FRELIMO é membrr das seguintes organizagÉes ínternacíap
nais:
&) CONCP — Conferchía das Organizações Nacionalistas
den C Tªnias Portuguesas.
h) OUA " Organização da Unidade Africana.
c) OSPAA » Qrganínngãc de Solidariedade dos Povos da
Africa c da Ásia.£ : ,.. , , .
d) OSPAAAL— Organíuaçàv de Solidariedade dos Povos da
África, da Ásia e da América Latina.
e) CMP — Cons lho Mundial da Paz.

“0 Congresso declara que & FRELIMO & todo n.povc mogambica—'


no continuaria a desenvºlver e & ccnsnlídar as suas alianças,
e a dar a sua máxima contribuígen ao movimento popular mundial
centra o colr 'alísme & o imperialismo, para & emancipagao een—
npmica, política, social e cultural dos pºvos, e para & constru—
gác de uma anciedade livre da exploração de hnmem pelo homem.

2. ' A luma que o anD moçambicano, sch & direcção Ça FRELIMO,


está travando contra o cwlnninlismo pºrtuguês e o lmperiàlls—
mo, goza da simpatia e apoio mundiais.
O Çongresso aprecia altªmente & ajuda que os povos, as 0;—
ganizagoea, e na governus dos países africanos deo &luta de 11—
bertagao do pave mdgamticano, em particular através do Comlté
de Libertagám da África.
_9-
O Congresso salienta em particular a ajuda que & TANUczo go-
verno dn Tgnzania, sobxa liderança do Presidente Mwalimu Julius
Nyerere tem concedido a luta antl—coloníolista e de libertação
nacional do povo moçambicano, dirigida pela FRELIMO.
Dentre os países A-ricanos, o Congresso realça tambem & 01-
ta contribuição dada à luta do povo moçambicano pela Argélia, &
República Árabe Unido e & Zambia, tanto através da OUA, como bi—
lateralmente.
O Congresso aprecia e estima altamente & ajuda importante
que os países socialistas da Eurºpa e dá Ásia têm dado à luta do
povo moçambicano, e que constitui uma contribuigno de grande re—
levo para o sucesso da Revolugao Moçambicana.
.O Congresso aprecia q ajuda que o povo e o governo revólucio—
nário de Cuba têm dado à luta do povo mogambicano.
O Congresso aprecia o apoio que a FRELIMO e o povo Moçambif
cano têm recebido da 1,ar'ce das organizagocs progressistas da Ásaa
e da América “atina.
, O Congresso aprecia o ªpoio que as oraanizagoes progressis—
tas dos palses ocidentais dao à luta do povo megamblcano.
O Congresso aprecia o auxílio material prestado ao povo mo—
gamblcano pelas organizagoes humanitarlas e religlosas dos países
oc1dentais.

3.. O Congresso constata que se o boverno colonial—fascista por—


tuguês pôde continuar até hoge & guerra contra o povo moçambica—
no, isso é devido principalmente & aJuda que lhe é dada pelos seus
aliados da República Sul—Africana e da Rodésia do Sql, e pelos
países ocidentais, seus aliados da OTAN ( ORGANIZAQAO DO TRATADO
DO ATLANTICO NORTE ),
Sao estes países, em particular os Estados Unidos da América
do Norte, a Alemanha Ocidental, & franga, & Englaterra, & Belgi—
ca;'etcu, bem como o Japao, que fornecem & rortugal o armamento
militar, os aviões, os helicópteros, os submarinos, os barcos de
guerra, etc.; que lhe dão ajdda financeira e diplomática; e que
continuam a investir capitais no nosso país.
_ Estes países, através da OTAN, ou directamente, apoiam, as-
31m & polrtlca criminosa do governo colonlal—fasc1sta de Portu—
vgal.
for isso, o Congresso:
&) Condena & aliança dos governos de kortugal, da Áfri-
ca do Sul e da Rodésia, que constitui uma conspira—
gào imperialista contra a Liberdade e & Independen—
cia dos povos da África Austral, e visa perpetuar
.../...
-lO-

& supremacia branca nesta reóiao do globo.


b) Condena os países membros da OIAN; em particular
os Estados Unidos da América do Norte, a Alemanha
Ocidental, & França, a Inglaterra, a Itália, &
Belgica, etc., bem como o capão, pelo apoio mili—
tar, financeiro e moral que dão ao governo colo—
nialista—fascista português, e que permite a este,
continuar a realizar a sua política colonialista,
retrógrada e criminosa de guerra de genocídio con-
tra o povo de Moçambique, e, tambem,contra os po—
vos de Angola e da Guiné.

4. O Congresso constata que a maioria dos povos da África, da


Ásia e da Améçica Latina, assim como os povos dos países capi— '
talistas, estao levando a cabo uma luta dura contra o colonialis—
mQ, o imperialismo, e a exploragáo-do homem pelo homem.

O Congresso constata, em particular:


a) Que o governo colonial—fascista ie rortugal per—
siste em nao reconhecer o direito dos povos das
suas colónias % Independência Nacional, e esta'fa—
zendo uma guerra de genocídio, não só contra 0 po—
vo mogambícano, mas também contra os povos de An—
gola e da Guiné.
b) Que os povos da África do Sul, do Zimpabwe, de Na—
míbia, Comoro , Guiné Equatorial, estao ainda sob
o ;ugo estrangeiro.
c) Que os imperialistas americanos continuam a guer—
ra de agressao contra o povo do Vletnam.
d) Que o governo roaccionário de Israel continua a
sua agressão contra os povos árabes, e, em partí-
cular, contra o povo da Palestina, afim de expan—
dir o seu território, causando o extermínio de
pºpulações inteiras.
e) “qe o povo português continua a viver sob & opres—
sao fascist . *
'f) Que os povos dos países impeyíalistas, e, em par—
tlcular, os trabalhadores, sao domlnados e explo—
rados pelos seus governos reacêlonárlos»
&) Que o povo negro dos Espados Unidos da América do
Norte v1ve sob & opressao económlca e reelsta do
capitalismo americano.
.../...
_11;

for isso, o Congresso:


a) Saúde a luta revolucionária e heróica dos povos
de Angola, da Guinée:Cabo Verde, Sao Tomé e
rrínc1pe, diribidos respectivamente pelo NrLA,
rAiGC e CISTB; '
Felicita o MrLA e o PAIGC pelos sucessos obti—
dos através da luta armada respectivamente em
Angola e na guiné, e que constituem contribui—
ções importantes para a luta comum contra o co-
lonialismo português;
Saúça e apoia as relações fraternaís entre os
mov1mentos neolonallstas das colonlas portugue-
sas, concretlzada pela acçao unltárla na CONCk
b) Saúde e apoia totalmente a luta revolucionária
dos povos da África do Sul, do Zimbabwe, e da
Namíbia, dirigidos respectivamente por: ANC,
ZArU e SNAPO. » _
c) Condena & politica colonialista dos governos
francês e espanhol que continuam a oprimir res-
pectivamente os povos das ilhas Comoro e da
Guiné Equatorial;
Saúde e apoia a luta destes países pela sua li—
bertagao total.
d) Condena veementemente a agressão imperialista
americana contra o povo do Vietnam; exige a
retirada imediata e incondicional das forças
americanas e dos seus aliados, do solo vietna—
míano; saúda a luta heróica do povo do Vietnam;
afirma a sua total solidariedade e apoio ao
governo da República Democrática do Vietnam_do
Norte e à Frente Nacional do Libertagao do
VLetnam do Sul.
e) Conden & política imyerialísta de Israel con—
tra o +Árabes; saúde e apoia a posição dos po—
vos árabes na sua luta heróica contra e ocupa—
gao dos seus territórios pelas forças agressi—
vas israelitas; apoia a luta do povo da Pales—
tina para impor os seus direitos a viver no
seu território nacional.
f) Saúda e apoia a luta do povo português contra
o regime fascista de Salazar e pele liberdade.
g) Saúde e apoia a luta dos povns da Ásia e da Amé—
rica Latina, contra o imperialismo e pela ii—
bertagao nacional total.
.../...
(& povos
_12-

h) Saúde e apoia a luta das forças operárias e


progresslstas dos países ocidentais, contra o
CâpltªllSiO e pelo socialismo.
i) Saúde a Luta do povo negro americano contra &
segregagao rac1al, e pela sua emancipagao eco—
nómlca, polltlca e 500181.

5. O Cungresso constata qne a luta dos e governos dos países


socialistas pela consolidagao do socialismo, é uma grande contri—
buigão à luta geral dos povos contra o imperiallsno, e um apoio
importante para os movinentos de libertagao nacional.
Por outro lado, os sucesSos alcançados pelo povo moçambica—
no na luta armada contra o colonialisuo português e o imperialis-
mo, sao devidos em particular, ao auxílio material que & FRELIMO
tem recebido dos países socialistas.
As relações de amizade e solidariedade entre nós e os povos,
as organizagóes e os governos dos palses socialistas, revestem
pois uma grande importância, e constituem um factor de progresso
para e luta comum contra o imperialismo.
for isso, o Congresso:
&) Declara a solidariedade total da FRELIMO e de
todo o povo moçambicano para com os povos, as
organizações, ; os governos dos países socia—
listas, que estão empenhados na luta pela con—
solidação do socialismo e contra o imperialis—
mo. '
b) Decide intensificar ainda mais as relagbes de
amizade e de solidariedade entre & FRELIMO e
os países socialistas.

6. 0 Cçngresso constata que ? imiortante alargar constantemen—


te os meios de manter o mundo lnformado sobre a nossa luta e seu
desenvolvimento.
Para isso, o estabelecimento de novas RegreSentagões ça
ma1s ur-
FRELIMO em diversas regioes do globo, torna—se cada vez
gente.
l da
O_Cõngresso considera em particular que na fase actua
outra na
nossa luta, a abertura de uma Representação cm Cuba, e tante para
Europa Ocidental, constituiriam uma contribuição impor
a nossa luta. ,
.— ... —--Mw>m>-F>—vv|——-——_.-

FRENTE DE LIBERTA—“ÃO DE MOQAMBIQÚE


l
1

FREI; ívíO
I

Resolugoes do II Congresso
I

T
v
I Departamento de Informaçao e Prºpaganda
.a».

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