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ABNT/CB-003

PROJETO ABNT IEC/TS 60079-32-1


NOV 2019

Atmosferas explosivas
Parte 32-1: Riscos eletrostáticos, orientações

APRESENTAÇÃO
Projeto em Consulta Nacional

1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudode Poeiras Combustíveis, Eletrostática,
Selagem de Processo e Tipo de Proteção “s” (CE-003:031.006) do Comitê Brasileiro de Eletricidade
(ABNT/CB-003),com número de Texto-Base 003:031.006-011, nas reuniões de:

07.03.2014 02.04.2014 16.05.2014

04.06.2014 02.07.2014 17.09.2014

07.11.2014 04.02.2015 18.03.2015

10.04.2015 13.05.2015 10.06.2015

14.07.2015 12.08.2015 16.09.2015

07.10.2015 13.11.2015 04.03.2016

06.04.2016 08.06.2016 27.07.2016

31.08.2016 05.10.2016 30.11.2016

22.02.2017 22.03.2017 19.04.2017

17.05.2017 21.06.2017 26.07.2017

16.08.2017 20.09.2017 18.10.2017

22.11.2017 24.01.2018 21.03.2018

11.04.2018 25.04.2018 15.05.2018

06.06.2018 11.07.2018 08.08.2018

30.08.2018 26.09.2018 24.10.2018

14.12.2018 26.06.2019 31.07.2019

a) é previsto para ser idêntico à IEC/TS 60079-32-1:2013, Ed. 1.1 que foi elaborada pelos
Technical Committee Equipment for Explosive Atmospheres (IEC/TC 31) e Technical Committee
Electrostatics (IEC/TC 101);

© ABNT 2019
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

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PROJETO ABNT IEC/TS 60079-32-1
NOV 2019

b) não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.
Projeto em Consulta Nacional

3) Analista ABNT – Newton Ferraz.

4) Tomaram parte na sua elaboração, participando em no mínimo 30 % das reuniões realizadas


sobre o Texto-Base e aptos a deliberarem na Reunião Especial de Análise da Consulta Nacional:

Participante Representante

BRASKEM Rubens Regis Sarmento


CONSULTOR Rüdiger Röpke
CONSÓRCIO TEAG Ronaldo de Oliveira
CORTEM Manoel Aros
DNV GL Heleno Santos
ELETRO SOSSAI Eugênio Sossai Jr.
IEE/USP Manuel Joaquim Sequeira
MAEX ENGENHARIA Alessandra Renata Junk
NCC CERTIFICAÇÕES Bruno Simioni Rosa
PETROBRAS Josué França Maia
PETROBRAS Leandro Erthal
PETROBRAS Roberval Bulgarelli
SENAI/BENFICA Nicolas Maria Minguez
SENAI/SANTOS Fernando Amaral
SENAI/SANTOS Marcelo Saraiva Coelho
SENAI/SANTOS Glauco Pereira Castro
SEW EURODRIVE BRASIL Alex Tomas de Campos
SEW EURODRIVE BRASIL Daniel Paganini
SIEMENS LTDA. André Di Monte
TECHMULTLAB Alexandre Garcia
TRAMONTINA Benedito Arruda
TRAMONTINA Edmilson Mitiura
TECHNOHEAT Fábio Isao Yamasaki
UL DO BRASIL Bruno Toninato

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PROJETO ABNT IEC/TS 60079-32-1
NOV 2019

WEG Carlos Lourenço


WEG Christian Duarte
WEG Sharlestton Rocha
WETZEL Moacir Tassinari
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PROJETO ABNT IEC/TS 60079-32-1
NOV 2019

Atmosferas explosivas
Parte 32-1: Riscos eletrostáticos, orientações

Explosive atmospheres
Part 32-1: Electrostatic hazards, guidance
Projeto em Consulta Nacional

Prefácio Nacional

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 3.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT IEC/TS 60079-32-1 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), pela
Comissão de Estudo de Poeiras Combustíveis, Eletrostática, Selagem de Processo e Tipo de Proteção
“s” (CE-003:031.006). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº XX, de XX.XX.XXXX
a XX.XX.XXXX.

A ABNT IEC/TS 60079-32-1 é uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação,
a IEC/TS 60079-32-1:2013, que foi elaborada pelos Technical Committee Equipment for Explosive
Atmospheres (IEC/TC 31) e Technical Committee Electrostatics (IEC/TC 101).

O Escopo em inglês da ABNT IEC/TS 60079-32-1 é o seguinte:

Scope
This Part of ABNT NBR IEC 60079 gives guidance about the equipment, product and process properties
necessary to avoid ignition and electrostatic shock hazards arising from static electricity as well as the
operational requirements needed to ensure safe use of the equipment, product or process. It can be
used in a risk assessment of electrostatic hazards or for the preparation of product family or dedicated
product standards for electrical or non-electrical machines or equipment.

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NOV 2019

The hazards associated with static electricity in industrial processes and environments that most
commonly give problems are considered. These processes include the handling of solids, liquids,
powders, gases, sprays and explosives. In each case, the source and nature of the electrostatic hazard
are identified and specific recommendations are given for dealing with them.

The purpose of this document is to provide standard recommendations for the control of static electricity,
Projeto em Consulta Nacional

such as earthing of conductors, reduction of charging and restriction of chargeable areas of insulators.
In some cases, static electricity plays an integral part of a process, e.g. electrostatic coating, but often
it is an unwelcome side effect and it is with the latter that this guidance is concerned. If the standard
recommendations given in this document are fulfilled it can be expected that the risk of hazardous
electrostatic discharges in an explosive atmosphere is at an acceptably low level.

If the requirements of this document cannot be fulfilled, alternative approaches can be applied under
the condition that at least the same level of safety is achieved.

Basic information about the generation of undesirable static electricity in solids, liquids, gases,
explosives, and also on people, together with descriptions of how the charges generated cause ignitions
or electrostatic shocks, is given in the annexes and in IEC/TR 61340-1.

This Technical Specification is not applicable to the hazards of static electricity relating to lightning or
to damage to electronic components.

This Technical Specification is not intended to supersede standards that cover specific products and
industrial situations.

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PROJETO ABNT IEC/TS 60079-32-1
NOV 2019

Introdução

Esta Especificação Técnica ABNT  IEC  TS  60079 é baseada na CENELEC  TR  50404:2003, Code
of practice for the avoidance of hazards due to static electricity, e em diversos outros documentos:
Projeto em Consulta Nacional

●● Reino Unido: BS 5958, Parts 1 & 2:1991, Control of undesirable static electricity,

●● Alemanha: TRBS 2153:2009, Preventing risks of ignition due to electrostatic charges,

●● Shell International Petroleum: Static electricity – Technical and safety aspects,

●● EUA: NFPA 77, Recommended Practice on Static Electricity (2007),

●● Japão: JNIOSH TR42, Recommendations for Requirements for Avoiding Electrostatic Hazards
in Industry (2007),

●● ASTM, EN, IEC, International chamber of shipping, ISO etc.

Esta Especificação Técnica apresenta o melhor estado da arte disponível para se evitar os riscos devido
à eletricidade estática.

Este Documento é destinado principalmente aos projetistas e usuários de processos e equipamentos,


fabricantes e laboratórios de ensaios. Este Documento também pode ser utilizado por fornecedores
de equipamentos (por exemplo, máquinas), materiais de piso e vestimentas, quando nenhuma norma
sobre família de produtos ou normas de produtos específicas existirem, ou quando as normas existen-
tes não tratarem dos riscos da eletrostática.

Uma segunda parte, a ABNT  NBR  IEC  60079-32-2, Riscos eletrostáticos, ensaios, encontra-se
em elaboração.

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Atmosferas explosivas
Parte 32-1: Riscos eletrostáticos, orientações

1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional

Esta Parte da ABNT IEC TS 60079 apresenta orientações sobre equipamentos, produtos e proprieda-
des de processos necessárias para evitar os riscos de ignição e de choques eletrostáticos que podem
surgir da eletricidade estática, bem como requisitos operacionais necessários para assegurar a utili-
zação segura do equipamento, produto ou processo. Pode ser utilizada em uma avaliação do perigo
de risco eletrostático, ou para a preparação de uma família de produtos, ou ser dedicada a produtos
para máquinas ou equipamentos elétricos ou não elétricos.

Os riscos associados à eletricidade estática em processos e ambientes industriais que mais comu-
mente apresentam problemas são considerados. Estes processos incluem a manipulação de sólidos,
líquidos, poeiras, gases, sprays e explosivos. Em cada caso, a fonte e a natureza dos riscos da ele-
trostática são identificadas, e recomendações específicas são apresentadas, de forma a se lidar com
tais riscos.

O principal objetivo deste Documento é apresentar recomendações padronizadas para o controle da


eletricidade estática, como o aterramento de partes condutoras, redução de carregamento eletrostá-
tico e restrição de áreas de superfície de materiais isolantes que possam ser carregadas eletrostati-
camente. Em alguns casos, a eletricidade estática representa uma parte integrante de um processo,
por exemplo, no revestimento por pintura eletrostática, o que frequentemente, é um efeito colateral
indesejado, sendo as orientações relacionadas a este caso aqui apresentadas. Se as recomendações
padronizadas apresentadas neste Documento forem atendidas, pode ser previsto que o risco de des-
cargas eletrostáticas em uma atmosfera explosiva se mantenha em um nível baixo aceitável.

Se os requisitos deste Documento não puderem ser atendidos, abordagens alternativas podem ser
aplicadas, desde que pelo menos o mesmo nível de segurança seja alcançado.

Informações básicas sobre a geração de eletricidade estática indesejada em sólidos, líquidos, gases,
explosivos e também em pessoas, juntamente com descrições de como as cargas eletrostáticas gera-
das causam ignições ou choques, são apresentadas nos Anexos e na IEC/TR 61340-1.

Esta Especificação Técnica não é aplicável aos riscos da eletricidade estática relacionados às descar-
gas atmosféricas ou aos respectivos danos aos equipamentos eletrônicos.

Esta Especificação Técnica não tem a intenção de substituir outras normas que abranjam produtos
e aplicações industriais específicas.

2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edi-
ções citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido docu-
mento (incluindo emendas).

ABNT NBR IEC 60079-0:2013, Atmosferas explosivas – Parte 0: Equipamento – Requisitos gerais

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ABNT NBR IEC 60079-10-1, Atmosferas explosivas – Parte 10-1: Classificação de áreas – Atmosferas


explosivas de gás

ABNT NBR IEC 60079-10-2, Atmosferas explosivas – Parte 10-2: Classificação de áreas – Atmosferas


de poeiras combustíveis
Projeto em Consulta Nacional

ABNT  NBR  IEC  60079-14, Atmosferas explosivas – Parte  14: Projeto, seleção e montagem de
instalações elétricas

ABNT NBR IEC 60079-20-1, Atmosferas explosivas – Parte 20-1: Características de substâncias para


classificação de gases e vapores – Métodos de ensaios e dados

NOTA BRASILEIRA Foi publicada, em 2017, a ISO/IEC 80079-20-1, que cancelou e substituiu a IEC 60079-20-1.

IEC 60079-32-2:20151, Explosive atmospheres – Part 32-2: Electrostatic hazards – Tests

IEC 60093, Methods of test for volume resistivity and surface resistivity of solid electrical insulating materials

IEC 60167, Methods of test for the determination of the insulation resistance of solid insulating materials

IEC 61340-2-3, Electrostatics – Part 2-3: Methods of test for determining the resistance and resistivity
of solid planar materials used to avoid electrostatic charge accumulation

IEC 61340-4-1, Electrostatics – Part 4-1: Standard test methods for specific applications – Electrical
resistance of floor coverings and installed floors

IEC 61340-4-3, Electrostatics – Part 4-3: Standard test methods for specific applications – Footwear

IEC  61340-4-4:2012, Electrostatics – Part  4-4: Standard test methods for specific applications –
Electrostatic classification of flexible intermediate bulk containers (FIBC)

ISO 284, Conveyor belts – Electrical conductivity – Specification and test method

ISO 6297, Petroleum products – Aviation and distillate fuels – Determination of electrical conductivity

ISO 8031, Rubber and plastics hoses and hose assemblies – Determination of electrical resistance

ISO 9563, Belt drives; electrical conductivity of antistatic endless synchronous belts; characteristics
and test method

ISO  12100-1, Safety of machinery – Basic concepts, general principles for design – Part 1: Basic
terminology, methodology

ISO 16392, Tyres – Electrical resistance – Test method for measuring electrical resistance of tyres on
a test rig

ISO 21178, Light conveyor belts – Determination of electrical resistances

1 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02.2015.

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ISO 21179, Light conveyor belts – Determination of the electrostatic field generated by a running light
conveyor belt

ISO 21183-1, Light conveyor belts – Part 1: Principal characteristics and applications

ASTM D257, Test methods for DC resistance or conductance of insulating materials


Projeto em Consulta Nacional

ASTM D2624-07a, Test methods for electrical conductivity of aviation and distillate fuels

ASTM D4308-95, Test method for electrical conductivity of liquid hydrocarbons by precision meter

ASTM E582-88, test method for minimum ignition energy and quenching distance in gaseous mixtures

ASTM E2019-03, Test method for minimum ignition energy of a dust cloud in air

ASTM F150, Test method for electrical resistance of conductive and static dissipative resilient Flooring

ASTM F1971, Test method for electrical resistance of tires under load on the test bench

BS 5958: Code of practice for control of undesirable static electricity


Part 1: General considerations
Part 2: Recommendations for particular industrial situations

BS 7506, Methods for measurements in electrostatics – Part 2 Test methods

DIN 51412-1, Testing of petroleum products; determination of the electrical conductivity, laboratory method

DIN 51412-2, Testing of petroleum products; determination of the electrical conductivity; field method

EN 1081, Resilient floor coverings – Determination of the electrical resistance

EN 1149-3, Protecting clothes – Electrostatic properties – Part 3: Test method for measuring the
charge dissipation

EN 1149-5, Protective clothing – Electrostatic properties – Part 5: Material performance and design
requirements

EN  1360, Rubber and plastic hoses and hose assemblies for measured fuel dispensing systems –
Specification

EN 1361, Rubber hoses and hose assemblies for aviation fuel handling – Specification

EN 13463-1, Non-electrical equipment for potentially flammable atmospheres – Part 1: Basic principles
and general requirements

EN 14125, Underground pipework for petrol filling stations

EN 14973, Conveyor belts for use in underground installations – Electrical and flammability safety
requirements

International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals (ISGOTT), Fifth edition, International chamber
of shipping, 2006.

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JNIOSH TR 42, Recommendations for Requirements for Avoiding Electrostatic Hazards in Industry

NFPA 77, Recommended practice on static electricity

SAE J1645, Surface vehicle recommended practice – Fuel systems and Components – Electrostatic
Charge Mitigation
Projeto em Consulta Nacional

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
antiestático
condutivo ou dissipativo

Nota 1 de entrada: Termo utilizado para descrever um material que seja incapaz de reter uma carga eletrostá-
tica significativa, quando em contato com o terra. Neste contexto a palavra é comumente utilizada para des-
crever um tipo de calçado ou aditivos antiestáticos (ASA – Anti Static Additives) para utilização com líquidos.

Nota 2 de entrada: O termo preferido é condutivo ou dissipativo dependendo do que for mais correto.

3.2
condutivo
com uma resistividade ou resistência abaixo da faixa de dissipação (ver 3.7), permitindo arcos de cor-
rente dispersos ou possibilidade de descargas eletrostáticas

Nota 1 de entrada: Materiais ou objetos condutivos não são dissipativos nem isolantes, e são incapazes de
reterem uma carga eletrostática significativa quando em contato com o terra.

Nota 2 de entrada: Valores-limites para a faixa condutiva são dados para materiais sólidos, invólucros
e alguns objetos em 6.1 (Tabela 1), e para materiais a granel em 9.1. Para alguns itens, definições especiais
são mantidas em outras normas (ver 3.3, 3.8 e 3.9).

Nota 3 de entrada: Normas de produtos e outras normas que abrangem propriedades eletrostáticas, muitas
vezes incluem definições específicas sobre “condutivo”, que se aplicam somente aos produtos cobertos
por estas normas e podem ser diferentes das definições mencionadas aqui. Ver, por exemplo, ISO 8031 e
ISO 8330, para mangueiras e montagens com mangueiras.

3.3
calçado condutivo
calçado para assegurar que uma pessoa em pé sobre um piso condutor tenha uma resistência ao
chão aterrado baixa o suficiente para assegurar dissipação de descargas eletrostáticas, mesmo em
situações particularmente perigosas (por exemplo, quando estiver manuseando explosivos sensíveis),
mas alta o suficiente para evitar um risco de choque elétrico em tensões menores que 500 V

Nota 1 de entrada: Ver IEC 61340-4-3 e IEC 61340-4-5.

3.4
condutividade
condutividade elétrica
equivalente ao volume resistivo, expresso em siemens por metro

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3.5
condutor
objeto condutivo

3.6
líquido contaminado
Projeto em Consulta Nacional

líquidos contendo mais de 0,5 % em volume de água livre ou outros líquidos imiscíveis, ou mais do que
10 mg/L de sólidos suspensos

3.7
dissipativo
eletrostática dissipativa
com uma resistividade intermediária ou resistência situada entre as faixas condutiva e isolante (ver 3.2 e 3.15)

Nota 1 de entrada: Materiais ou objetos dissipativos que não são condutivos nem isolantes, mas como produ-
tos condutivos, limitam de forma segura o carregamento e a dissipação mesmo na corrente máxima de carga,
associados à sua aplicação quando em contato com o terra.

Nota 2 de entrada: Valores-limites para a faixa de dissipação são dados para materiais sólidos, invólucros
e alguns objetos da Tabela 1, e para materiais a granel em 9.1. Para alguns itens, definições especiais são
mantidas em outras normas (ver 3.3, 3.8 e 3.9).

Nota 3 de entrada: Normas de produtos muitas vezes incluem definições específicas sobre “dissipativo”,
que se aplicam somente aos produtos cobertos por estas normas e podem ser diferentes para as definições
mencionadas aqui.

3.8
roupa dissipativa
roupa que atende aos requisitos de material e projetos especificados na EN1149-5

3.9
calçado dissipativo
calçado que assegura que uma pessoa em pé sobre um piso condutor ou dissipativo tenha uma resis-
tência ao terra baixa o suficiente para assegurar a dissipação de descargas eletrostáticas, mas alta
o suficiente para evitar um choque elétrico perigoso em tensões menores que 500 V

Nota 1 de entrada: Ver IEC 61340-4-3 e IEC 61340-4-5.

Nota 2 de entrada: Calçado antiestático, como descrito na ABNT NBR ISO 20345, pode atender esta função.

3.10
choque eletrostático
efeito fisiopatológico resultante de uma corrente elétrica causada por uma descarga eletrostática que
passa pelo corpo humano ou animal

3.11
invólucro
todas as paredes, portas, tampas, prensa-cabos, hastes, eixos, revestimentos etc. que envolvem e deli-
mitam o equipamento

Nota 1 de entrada: Para equipamentos elétricos, o invólucro é para ser idêntico ao invólucro definido na
ABNT NBR IEC 60079-0.

Nota 2 de entrada: Recipientes, por exemplo, tambores e contêineres do tipo FIBC (Flexible Intermediate
Bulk Container), não são invólucros de equipamentos e, portanto, são considerados separadamente em 9.6.

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3.12
área classificada
área em que misturas inflamáveis ou explosivas de gás, vapor/ar e poeira/ar, ou aerossóis estão ou
podem estar presentes em quantidades tais que são necessários cuidados especiais para evitar a ignição

Nota 1 de entrada: Ver ABNT NBR IEC 60079-10-1 e ABNT NBR IEC 60079-10-2. Um breve resumo é apre-


Projeto em Consulta Nacional

sentado no Anexo D.

3.13
carregamento elevado
processo que gera uma maior taxa de carga eletrostática do que simples operações manuais

EXEMPLO Esfregar, limpar com um pano, levantar de um assento, caminhar, limpar a roupa etc.

Nota 1 de entrada: Exemplos típicos de operações de carregamento elevado incluem, por exemplo, o fluxo
de líquidos ou poeiras isolantes e descargas de alta-tensão.

3.14
mistura híbrida
mistura heterogênea explosiva, composta por gás ou vapor com partícula sólida ou líquida suspensa,
na qual a concentração total de gás inflamável é pelo menos 10 % do seu Limite Inferior de Explosivi-
dade (LIE) e a concentração total de partículas suspensas é pelo menos 10 % de sua Concentração
Mínima Explosiva (CME)

3.15
isolante
com uma resistividade ou resistência que seja maior que a faixa de dissipação (ver 3.7)

Nota 1 de entrada: Materiais ou objetos isolantes não são condutores nem dissipativos. Cargas eletrostáticas
podem acumular sobre eles e não se dissipam facilmente, mesmo quando estão em contato com o terra.

Nota 2 de entrada: Valores-limites para a faixa de isolamento são dados para materiais sólidos, invólucros
e alguns objetos da Tabela 1, e para materiais a granel em 9.1. Para alguns itens, definições especiais são
mantidas em outras normas (ver 3.3, 3.8 e 3.9).

Nota 3 de entrada: Normas de produtos e outras normas que abrangem propriedades eletrostáticas muitas
vezes incluem definições específicas sobre “isolantes”, que se aplicam somente aos produtos cobertos por
estas normas e podem ser diferentes das definições mencionadas aqui. Ver, por exemplo, ISO 8031 e ISO
8330 para mangueiras e montagens com mangueiras.

Nota 4 de entrada: O adjetivo “não condutivo” tem sido muitas vezes utilizado como um sinônimo para iso-
lante. Ele é evitado neste Documento, uma vez que poderia ser adotado para significar tanto “isolante”
quanto “isolante e dissipativo”, e isso pode levar à confusão.

3.16
condutor isolado
objeto condutivo que pode acumular carga devido a uma resistência de fuga ao terra superior aos valo-
res apresentados na Tabela 22

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3.17
resistência de fuga
resistência ao terra
resistência, expressa em ohms, entre um eletrodo em contato com a superfície a ser medida e o terra

Nota 1 de entrada: A resistência depende do volume ou da resistividade superficial dos materiais e da distân-
cia entre o ponto de medição e o terra escolhidos.
Projeto em Consulta Nacional

Nota 2 de entrada: Uma configuração comum (por exemplo, em IEC 61340-4-1, ISO 10965 e ASTM F150)
utiliza um eletrodo circular com (65 ± 5) mm de diâmetro.

3.18
energia mínima de ignição (Minimum Ignition Energy)
MIE
energia mínima que é capaz de causar a ignição de uma mistura de substâncias inflamáveis específi-
cas associadas com ar ou oxigênio, medida por um processo padronizado

Nota 1 de entrada: Ver ASTM E582-88 para gases e vapores inflamáveis, ABNT NBR IEC  61241-2-3,
ASTM E2019-03 e EN 13821 para nuvens de poeiras combustíveis.

NOTA BRASILEIRA A ABNT NBR IEC 61241-2-3 foi cancelada e substituída pela ABNT ISO/IEC 80079-20-2

3.19
líquido multifásico
mistura de líquidos imiscíveis que formam fases separadas com um distinto contorno interfacial,
e sólidos suspensos em líquidos e bolhas de gás suspensos nos líquidos

Nota 1 de entrada: Suspensões de líquido em gás (névoas ou pulverizados) são abordados separadamente.

3.20
tempo de relaxamento
tempo durante o qual a descarga eletrostática, em uma superfície sólida ou em uma massa de líquido
ou poeira, decai exponencialmente para 1/e (isto é, cerca de 37 %) do seu valor original (ver A.2.2)

Nota 1 de entrada: Para a geração de carga elevada com líquidos de alta resistividade, o relaxamento pode
ter uma taxa hiperbólica ao invés de exponencial.

3.21
resistência superficial
resistência, expressa em ohms, entre dois eletrodos em contato com a superfície a ser medida

Nota 1 de entrada: Uma configuração comum (por exemplo, ABNT NBR IEC 60079-0 e ABNT NBR IEC 60167)


utiliza eletrodos paralelos, com 100 mm de comprimento e 10 mm distantes entre si.

Nota 2 de entrada: A resistência superficial depende da configuração do eletrodo. A resistência superficial


medida com a configuração do eletrodo do exemplo é dez vezes menor que a resistividade superficial.

Nota 3 de entrada: É dada preferência aos eletrodos de tira de borracha condutora macia em relação aos
eletrodos com pintura de prata.

3.22
resistividade superficial
resistência entre os lados opostos da superfície de uma unidade de comprimento e uma unidade de lar-
gura, normalmente expressa em ohms (ou ohms/quadrado)

Nota 1 de entrada: Esta configuração é usada, por exemplo, nas ASTM D257 e BS 7506-2.

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3.23
resistividade volumétrica
resistência entre os lados opostos de um volume de unidade de comprimento e unidade da área trans-
versal, expressa em ohm.metros
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4 Nomenclatura
Regulamentos de segurança eletrostática utilizam diversos adjetivos para classificar a capacidade
de condução de materiais e objetos. Diferentes regulamentos e diferentes indústrias utilizam diferentes
termos e, mesmo quando os mesmos termos são utilizados, suas definições podem variar. A nomen-
clatura que é seguida de forma padronizada neste Documento procura evitar confusão e auxiliar
no entendimento:

Materiais sólidos são classificados como condutivos, dissipativos ou isolantes, de acordo com a sua
resistividade volumétrica (ver 3.2, 3.7 e 3.15). Valores-limites são dados na Tabela 1.

Objetos sólidos e têxteis são classificados como condutivos, dissipativos ou isolantes, de acordo com
a sua superfície ou resistência de fuga, dependendo da aplicação (ver 3.2, 3.7 e 3.15). Valores-limites
para invólucros e alguns objetos são apresentados na Tabela 1. Para determinados materiais, defi-
nições especiais são indicadas em outras normas (ver 3.3, 3.8 e 3.9).

Materiais a granel (poeiras etc.) são classificados como de baixa, média ou alta resistividade de
acordo com a sua resistividade volumétrica (ver 9.1 para os valores-limites).

Líquidos são classificados como de alta, média ou baixa condutividade, de acordo com a sua condu-
tividade elétrica (ver 7.1.4 para os valores-limites).

NOTA Mais detalhes sobre as propriedades eletrostáticas, conceitos e termos são apresentados nos
Anexos A a G.

Resistências são principalmente apresentadas na forma exponencial em outros documentos. No


entanto, expoentes são números pequenos, e os expoentes de 6, 8 e 9 utilizados principalmente em
eletrostática podem ser de difícil leitura em documentos impressos ou projetados, e mesmo ilegíveis,
se eles ocorrerem em notas. Por esta razão, este Documento usa prefixos do SI em vez de expoentes:

103 Ω = 1 kΩ

106 Ω = 1 MΩ

108 Ω = 100 MΩ

109 Ω = 1 GΩ

1011 Ω = 100 GΩ

1012 Ω = 1 TΩ

Pelas mesmas razões, correntes também são dadas em prefixos do SI em vez de expoentes:

10–3 A = 1 mA

10–6 A = 1 µA

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10–9 A = 1 nA

10–12 A = 1 pA

5 Generalidades
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Eletricidade estática ocorre comumente na indústria e na vida diária. Muitos dos efeitos são inofen-
sivos e passam despercebidos, ou são apenas um incômodo, mas a eletricidade estática também
pode dar origem a uma situação de risco. Em tais situações, o risco pode ser, em geral, reduzido pelo
relaxamento de carga (ver Anexo A).

Riscos causados por carga eletrostática incluem:

 a) ignição ou explosão de atmosferas inflamáveis; ver ABNT NBR IEC 60079-0 e EN 13463-1;

 b) choque eletrostático em combinação com outro risco (por exemplo, queda, desligamento);
ver ISO 12100-1;

 c) choque eletrostático dando origem a ferimentos ou morte; ver ISO 12100-1;

 d) danos a componentes eletrônicos (não cobertos por este Documento).

Além disso, a eletricidade estática pode apresentar problemas operacionais durante os processos de
fabricação e manuseio, por exemplo, provocando aderência dos materiais uns aos outros, ou atraindo
poeiras ou materiais particulados.

Eletricidade estática é gerada por:

 a) contato e separação de sólidos, por exemplo, movimento das correias transportadoras ou filmes
plásticos sobre rolos, e movimento de pessoas;

 b) fluxo de líquidos ou poeiras, e produção de aerossóis;

 c) fenômeno de indução, ou seja, objetos atingem um potencial elevado ou ficam carregados por
estarem em um campo elétrico.

O acúmulo de carga eletrostática pode dar origem a riscos e problemas em uma ampla gama de indús-
trias e ambientes de trabalho, e provocar a ignição e explosão em indústrias de processos químicos, farma-
cêuticos, petrolíferos e de processamento de alimentos.

Devido ao grande número de processos industriais que podem estar envolvidos, não é possível dar
informações detalhadas relevantes para todos eles. Em vez disso, este Documento procura descrever
os problemas associados a cada processo e dar conselhos sobre como evitá-los. Convém que estas
informações permitam que o operador responsável pela planta tome as precauções que podem ser
necessárias para evitar ignições de atmosferas inflamáveis e descargas eletrostáticas.

Para facilidade de entendimento, este Documento é dividido em seções. Estas citam os problemas
associados, como o seguinte:

 a) manuseio de sólidos;

 b) armazenamento e manuseio de líquidos;

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 c) manipulação de gases e vapores;

 d) armazenamento e manuseio de poeiras;

 e) armazenamento e manuseio de explosivos;

 f) problemas eletrostáticos causados por pessoas;


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 g) evitar choque eletrostático;

 h) aterramento e ligação de máquinas e instalações;

 i) métodos de medição.

Este Documento também contém algumas informações fundamentais relativas à carga eletrostática
e seus problemas. Isso está contido nos Anexos A a G e convém que seja permitido que o leitor com-
preenda melhor as informações dadas e também que sejam orientados processos que não tenham
sido tratados neste Documento.

Como este Documento é muito extenso, avaliar corretamente os riscos eletrostáticos de produtos e pro-
cessos pode não ser fácil para os novos leitores. Por esta razão, o Anexo F apresenta um informativo
universalmente aplicável, que faz referência às seções pertinentes deste Documento na ordem correta.

É muito raro que um risco eletrostático possa ser tratado de uma forma isolada. É recomendado que
precauções contra riscos eletrostáticos sejam consideradas em conjunto de outras precauções, como,
por exemplo, proteção contra a ocorrência de explosões. Convém que estas ações também sejam
consistentes com as precauções tomadas para evitar outros riscos que podem estar presentes, como
ignição devido a outras causas e toxicidade. É importante que todas as fontes de risco em um sistema
de trabalho sejam consideradas e que uma abordagem equilibrada para a segurança, que abranja
todos os riscos, seja adotada. Em particular, é recomendado que sejam adotadas medidas de precau-
ção no fornecimento de sistemas de aterramento, onde eles possam interferir com outros sistemas de
proteção, por exemplo, proteção catódica ou equipamento elétrico de segurança intrínseca.

6 Eletricidade estática em materiais sólidos


6.1 Considerações gerais

Materiais sólidos são normalmente caracterizados como isolantes, dissipativos ou condutivos, de


acordo com os seus valores de resistividade. Invólucros são normalmente classificados de acordo com
a sua resistência superficial ou resistividade (medidos de acordo com as ABNT  NBR  IEC  60079-0,
IEC 60167, IEC 60093, IEC 61340-2-3 ou métodos equivalentes). Detalhes de medição também são
apresentados na IEC 60079-32-2 2. As duas caracterizações são equivalentes, porque a resistividade
superficial é dez vezes maior do que a resistência superficial para uma determinada geometria de
eletrodos. Para outras aplicações específicas, diferentes definições podem ser aplicáveis (por exemplo,
resistência de fuga para os casos de pisos). As referências mais comuns utilizadas para este propósito
são mostradas na Tabela 1.

2 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02.2015.

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Tabela 1 – Caracterização de materiais sólidos e exemplos para a classificação de objetos,


dentro dos limites ambientais de (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % UR
Ver
Objeto Unidade Condutivo Dissipativo a Isolante a
subseção
Resistividade
< 100 kΩ
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Material volumétrica 6.2.1 100 kΩ m a < 1 GΩ m ≥ 1 GΩ m


m
(Ω.m)
Resistência
6.2.1 < 10 kΩ 10 kΩ a < 100 GΩ ≥ 100 GΩ
superficial (Ω)
Invólucro
Resistividade
6.2.1 < 100 kΩ 100 kΩ a < 1 TΩ ≥ 1 TΩ
superficial (Ω)
Resistência Não
Roupas 11.5 < 2,5 GΩ ≥ 2,5 GΩ
superficial (Ω) disponível
Resistência
Calçados 11.3 < 100 kΩ 100 kΩ a < 100 MΩ ≥ 100 MΩ
de fuga (Ω)
Resistência
Luvas 11.6 < 100 kΩ 100 kΩ a < 100 MΩ ≥ 100 MΩ
de fuga (Ω)
Resistência
Pisos 11.2 < 100 kΩ 100 kΩ a < 100 MΩ ≥ 100 MΩ
de fuga (Ω)
Resistência
por
Tubulações 7.7.2.1 < 1 kΩ/m 1 kΩm a < 1 MΩ/m ≥ 1 MΩ/m
comprimento
(Ω/m)
Resistência
Mangueiras b por montagem 7.7.3.1 < 1 kΩ 1 kΩ a < 1 MΩ ≥ 1 MΩ
(Ω)
a Quando as condições ambientais locais são significativamente diferentes das condições iniciais de ensaio
de (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % UR, outras condições de ensaio podem ser utilizadas, após uma avaliação
cuidadosa dos riscos. Em alguns países, especialmente durante o inverno, a umidade relativa de (12 ± 3) %
a (23 ± 2) °C é um ambiente apropriado para qualificação de ensaio dos equipamentos. Como a resistência
de não metais normalmente depende fortemente das tensões de medição, tipicamente de 500 V a 1 000 V,
necessitam ser escolhidas de modo a serem consistentes com os propósitos das medições e registradas
nos resultados do ensaio.
b De acordo com a ISO 8031, os valores para mangueiras são medidos a (50 ± 5) % UR e são obtidas da
Tabela 15 em 7.7.3.1. No passado, valores significativamente diferentes foram utilizados nos documentos
da ISO e da CENELEC. Outras classificações podem ser utilizadas por normas industriais para aplicações
específicas (por exemplo, na ISO 8031 sobre mangueiras condutivas antiestáticas para aplicações auto-
motivas), o que necessariamente não implica em segurança eletrostática.

Critérios de fechamento de invólucros são determinados para evitar concentrações de cargas eletros-
táticas e não necessariamente para dissipar as cargas eletrostáticas acumuladas provenientes de
processos não especificados no interior do invólucro.

Diferentes valores medidos a 50 % UR foram aceitos no passado, devido à ausência de ensaio em
câmaras de desumidificação, e são considerados conservativos pelo lado da segurança. Esta abordagem
foi agora descontinuada, e limites de 50 % UR são, com exceção de mangueiras, fornecidos somente em

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outros documentos. Convém que aqueles valores somente sejam utilizados se uma câmara climática
apropriada não for disponível. Como o carregamento eletrostático dos materiais é maior que 20  %
UR, se comparado a 30 % UR, o valor anterior de 30 % UR tem que ser reduzido para (25 ± 5) % UR.
Convém que um valor mais baixo da umidade relativa no intervalo do ensaio seja aplicado durante
as medições, sempre que possível.
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Quando da caracterização de materiais não homogêneos, os valores medidos necessitam ser obtidos pela
média e aproximados para a ordem de grandeza mais próxima a menos que especificado por um método
de ensaios. Materiais não homogêneos podem exibir diferentes resistividades pelas diferentes direções.

Como método alternativo às medições de resistência, pode ser utilizada a taxa de decaimento de carga
para caracterizar a natureza dissipativa de vestimentas (ver EN 1149-3 e EN 1149-5).

Materiais sólidos isolados eletricamente são normalmente utilizados em muitas aplicações, incluindo
tubulações, contêineres, laminados, revestimentos e separadores. A utilização de materiais sólidos isola-
dos eletricamente em áreas classificadas pode gerar riscos de eletricidade estática, em especial quando:

 a) objetos condutivos podem ser isolados do aterramento pelo material e podem então gerar um
potencial elétrico elevado e dar origem a centelhamentos (ver A.3.2);

 b) cargas na superfície do material podem levar a descargas ramificadas (ver A.3.4);

 c) uma combinação de materiais condutivos e isolantes na presença de geração de muita carga
eletrostática (ver 12.3) pode levar à propagação de elevadas descargas ramificadas (ver A.3.5).

Medidas mitigadoras para estes riscos são indicadas em 6.2, 6.3 e 6.4.

Se materiais isolantes forem utilizados, uma análise de risco é necessária para identificar se existe
algum processo que possa levar, direta ou indiretamente, à indução de carregamento eletrostático dos
materiais isolantes que estão presentes no local.

6.2 Utilização de materiais condutivos ou dissipativos ao invés de materiais isolantes

6.2.1 Considerações gerais

É geralmente uma boa prática minimizar a utilização de materiais isolantes em áreas classificadas.
Enquanto isto pode ser realizado primariamente pela utilização de materiais inerentemente condutivos
(por exemplo, metais), muitos materiais que são utilizados e são avaliados somente como isolantes
(por exemplo, borrachas ou polímeros) são agora utilizados em combinações que atendam aos requi-
sitos para serem considerados condutivos ou dissipativos, como fornecido na Tabela 1. Este aumento
de condutividade é obtido pela adição de ingredientes condutivos (por exemplo, carbono e negro
de fumo) em sua composição, ou pela aplicação de agentes higroscópicos à sua superfície, que
agregam contaminantes atmosféricos – polímeros condutivos, elementos laminados e condutivos
e filmes metalizados têm sido desenvolvidos para incrementar a dissipação estática.

É importante que tais materiais condutivos e dissipativos sejam confiavelmente aterrados e mantidos
de acordo com a Seção 13. Também, se revestimentos condutivos ou dissipativos forem utilizados
para fazer um material isolante não carregável, é importante que tais revestimentos sejam adequada-
mente aterrados e que sua durabilidade e adequação sejam demonstradas para utilização em áreas
classificadas (particularmente Zona 0 e Zona 1) para uma aplicação específica.

Outra consideração é que a utilização de alta proporção de aditivos, como carbono ou negro de fumo,
pode degradar as suas propriedades físicas quanto às resistências mecânica e química do material.

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Isto pode restringir estes materiais a certas aplicações. Isto pode favorecer a utilização de polímeros
intrinsecamente condutivos como um ingrediente condutivo ou revestimento. Convém que cuidados
sejam adotados para assegurar concentrações suficientemente elevadas de aditivos dissipativos
e sua distribuição uniforme.

NOTA Não é possível determinar se o material pode ser dissipativo ou condutivo pela sua coloração.
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Polímeros negros podem não ser dissipativos e materiais modernos condutivos ou dissipativos podem ser
obtidos em uma variedade de cores.

Tecidos, por exemplo, tecido filtrante, podem ser tornados dissipativos pela incorporação de aço ino-
xidável ou outras fibras condutivas ou dissipativas no tecido. Cuidados precisam ser adotados para
assegurar, como um resultado de lavagem ou estresse mecânico, que a cobertura condutiva do tecido
seja mantida e que não sejam formadas partes isoladas das fibras condutivas.

6.2.2 Materiais sólidos dissipativos

Um material sólido é definido como dissipativo se sua resistência superficial, resistividade superficial
ou resistividade volumétrica atenderem de forma combinada aos critérios indicados em 6.1.

Em geral, desde que os materiais dissipativos estejam conectados ao terra, de acordo com a Seção 13,
nenhuma outra medida de proteção precisa ser tomada. Entretanto, em processos que envolvam
uma separação de alta velocidade (por exemplo, em correias e em esteiras transportadoras; ver 6.4),
resistividades e resistências com valores mais baixos podem ser requeridas.

NOTA 1 Para materiais com resistividade no limite superior da faixa dissipativa, existem restrições signifi-
cativas sobre a possível geometria do produto fabricado, se os requisitos da Seção 13 não forem atendidos
(por exemplo, tubulações longas ou filamentos não atendem aos requisitos de aterramento, enquanto que
paredes finas com uma grande área de contato ao terra atendem aos requisitos de aterramento).

Em alguns casos, particularmente com filmes ou lâminas plásticas, um material é adicionado para atrair
a umidade atmosférica para a superfície, desta forma aumentando a condutividade superficial. Convém
que cuidados sejam tomados quando estes tipos de filmes ou lâminas plásticas dissipativas forem
utilizados em condições de baixa umidade, como em ambientes com umidade (tipicamente < 30 %),
onde estes materiais plásticos podem se tornar isolantes e acumular cargas eletrostáticas.

É recomendado assegurar que um revestimento condutivo não seja removido pela lavagem ou raspa-
gem e que não perca a sua efetividade ao longo do tempo. Caso contrário, tal revestimento somente
seria apropriado como uma medida temporária para a redução do acúmulo da eletricidade eletrostática.

Convém que agentes dissipativos utilizados para embalagens sejam compatíveis com o produto con-
tido no interior da embalagem. A absorção de agentes dissipativos pelos produtos com os quais eles
estão em contato pode causar a contaminação do produto ou a perda das propriedades dissipativas
da embalagem.

NOTA 2 Novos aditivos dissipativos de energia eletrostática estão disponíveis, os quais aumentam a resis-
tividade volumétrica e são menos sensíveis à umidade, embora sejam afetados pelo envelhecimento como
os outros aditivos.

NOTA 3 A resistência elétrica de materiais dissipativos feitos de borracha vulcanizada com negro de fumo
pode ser aumentada com o decréscimo da temperatura. Tais materiais podem, por exemplo, ser dissipativos
(~100 MΩ) a 20 °C, mas isolantes (~10 TΩ) a 0 °C.

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6.2.3 Aterramento de partes condutivas e dissipativas

Convém que todas as partes metálicas ou de outros materiais condutivos ou dissipativos sejam conec-
tadas ao terra de acordo com a Seção 13, com exceção de partes pequenas. A capacitância de partes
isoladas pode ser muito diferente quando instalada ou não instalada e depende do seu tamanho, dos
materiais circunvizinhos e da proximidade a outros objetos condutores, e. A capacitância máxima per-
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mitida de partes isoladas depende das características de ignição dos gases, vapores e poeiras,
expressas pelo grupo representativo dos gases I, IIA, IIB e IIC (ABNT NBR IEC 60079-20-1; ver D.3)
ou pelo grupo representativo de poeira IIIA, IIIB e IIIC (ABNT NBR IEC 60079-0), bem como da classi-
ficação de áreas (ABNT NBR IEC 60079-10-1 e ABNT NBR IEC 60079-10-2, ver D.2), como indicado
na Tabela 2, levando em consideração os seguintes requisitos:

 a) Objetos com capacitâncias abaixo de 3 pF não precisam ser aterrados, desde que não possam
atingir um potencial eletrostático de risco e não estejam situados em Zona 0 e gases ou vapores
pertencentes ao Grupo IIC sejam utilizados.

 b) Em Zona 1, quando gases ou vapores pertencentes ao Grupo IIA são utilizados, e em Zona 20
e 21, a capacitância máxima isolada permitida pode ser aumentada para 6 pF, desde que proces-
sos com alto carregamento eletrostático não estejam presentes.

 c) Em Zonas 20 e 21 e no Grupo I, a capacitância máxima isolada permitida pode ser ainda mais ele-
vada para 10 pF, desde que processos com alto carregamento eletrostático não estejam presen-
tes ou somente poeiras com energias mínimas de ignição maiores que 10 mJ sejam manuseadas.

 d) Os limites indicados na Tabela 2 não são valores absolutos que evitam a ocorrência de descargas
capazes de gerar uma ignição, mas reduzem o risco da ocorrência a valores geralmente aceitáveis.

 e) É previsto que dispositivos manuais e ferramentas manuais sejam aterrados pelo usuário. Em
caso de dúvidas, é recomendado que o usuário assegure o aterramento do dispositivo quando da
execução de trabalhos em áreas classificadas.

 f) As pessoas são consideradas como sendo condutivas, possuindo capacitância suficiente para
produzir uma descarga capaz de causar uma ignição. Recomenda-se que as pessoas, desta
forma, estejam aterradas de acordo com a Seção 11 antes de entrar em áreas classificadas do
tipo Zona 0, 1, 20, 21 ou do Grupo I.

 g) Convém que as capacitâncias sejam medidas de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0:2013,


Seção 26.15.

NOTA São previstas a revisão deste método e a sua realocação para a IEC 60079-32-23.

3 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02.2015

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Tabela 2 – Capacitância isolada máxima permitida em zonas com atmosferas explosivas


Condição
Grupo I Grupo IIA Grupo IIB Grupo IIC Grupo III
adicional
Não permiti-
dos objetos
Zona 0 3 pF 3 pF −
condutivos
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isolados
Zona 1 6 pF 3 pF 3 pF −
Sem requisitos, se processos com
carregamento eletrostático capazes
de gerar risco potencial forem impro-
Zona 2 −
váveis de ocorrer durante a opera-
ção normal, incluindo as atividades
de manutenção e de limpeza
Zonas 20, 21 Sem
− − − 6 pF
MIE < 10 mJ processos
Zonas 20, 21 10 pF com alto
− − − 10 pF
MIE < 10 mJ carregamento
Sem requisitos, eletrostático
se processos com
carregamento
eletrostático capa-
zes de gerar risco
potencial forem
Zona 22 − − − improváveis de
ocorrer durante
a operação nor-
mal, incluindo
as atividades de
manutenção e de
limpeza
NOTA 1 As subdivisões são baseadas no MESG (Maximum Experimental Safe Gap) ou na razão da cor-
rente mínima de ignição (razão MIC - Minimum Ignition Current) da atmosfera explosiva de gás na qual
o equipamento pode ser instalado (ver ABNT NBR IEC 60079-20-1). Mais detalhes podem ser encontrados
em C.6 e D.3.
NOTA 2 A fricção manual não é normalmente considerada um processo de alto carregamento eletrostático.

Para materiais dissipativos com resistência superficial maior que 10 GΩ, o aterramento pode não ser
necessário. Em casos de dúvidas, um ensaio adicional é necessário para evidenciar a segurança ele-
trostática de objetos não aterrados (por exemplo, indicado em 6.3.9).

6.3 Precauções requeridas quando da utilização de materiais sólidos isolantes


6.3.1 Generalidades

As restrições sobre a utilização de materiais isolantes em áreas classificadas dependem da classificação


de áreas, de acordo com as ABNT NBR IEC 60079-10-1 e ABNT NBR IEC 60079-10-2:

 a) em Zona 0, convém que materiais sólidos isolantes sejam utilizados somente se os processos
de carregamento eletrostático capazes de gerar potenciais de risco não ocorrerem em operação
normal, incluindo atividades de manutenção e limpeza, ou mesmo em casos de falhas raras;

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 b) em Zona 1, convém que materiais sólidos isolantes sejam utilizados somente se processos de
carregamento eletrostático capazes de gerar potenciais de risco não ocorrerem em operação
normal, incluindo atividades de manutenção e limpeza, ou em casos de falhas previstas;

 c) em Zona 2, convém que materiais sólidos isolantes sejam utilizados somente se processos de
carregamento eletrostático capazes de gerar potenciais de risco não ocorrerem em operação
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normal, incluindo atividades de manutenção e limpeza.

 d) em Zonas 20, 21 e 22, convém que considerações sejam dadas a descargas faiscantes, ramifica-
das, cônicas e ramificadas propagantes (ver A.3). Entretanto, as experiências práticas, as evidên-
cias experimentais e a ausência de acidentes indicam que as descargas ramificadas não causam
a ignição mesmo de poeiras sensíveis à ignição na forma de nuvem, nos casos de ausência de
gases ou vapores inflamáveis.

NOTA 1 Tecidos sintéticos utilizados para limpeza ou polimento podem desenvolver cargas eletrostáticas
suficientes para gerar descargas capazes de causar a ignição de vapores solventes. Tipicamente, a gera-
ção de cargas eletrostáticas aumenta com a velocidade e o vigor da atividade de limpeza ou polimento.
O material que está sendo limpo ou polido, se for isolante, pode também acumular carga eletrostática suficiente
para produzir descargas capazes de causar uma ignição. O algodão ou os tecidos sintéticos tratados com
compostos eletrostáticos dissipativos podem ser requeridos se a geração de cargas eletrostáticas precisar
ser controlada, especialmente se solventes isolantes inflamáveis estiverem sendo utilizados para limpeza
ou polimento.

NOTA 2 A presença de contaminantes (por exemplo, graxa ou umidade) pode afetar o risco potencial de
ignição, quando da utilização de materiais isolantes.

NOTA 3 Objetos sólidos ou líquidos condutivos podem formar ilhas isoladas condutivas de risco, caso este-
jam localizados sobre superfícies isolantes.

Adicionalmente, de forma a evitar descargas capazes de causar ignição, as precauções indicadas em


6.3.2 a 6.3.4 precisam ser levadas em consideração em todos os tipos de Zonas onde a utilização de
materiais sólidos isolantes for indispensável. As precauções indicadas em 6.3.2 a 6.3.4, relacionadas
com as ações para evitar a ocorrência de descargas ramificadas capazes de causar ignição, indicadas
em 6.3.4, também são relacionadas às descargas ramificadas propagantes.

6.3.2 Restrições sobre as dimensões de superfícies isolantes carregáveis eletrostaticamente

Quando a utilização de materiais isolantes carregáveis eletrostaticamente em áreas classifica-


das for necessária, o tamanho máximo permitido para superfícies isolantes depende das carac-
terísticas de ignição dos gases e vapores, expressas pelo grupo representativo dos gases I, IIA,
IIB e IIC (ABNT NBR IEC 60079-20-1), ou pelo grupo representativo de poeira IIIA, IIIB e IIIC
(ABNT NBR IEC 60079-0), bem como da classificação de áreas (ABNT NBR IEC 60079-10-1
e ABNT NBR IEC 60079-10-2; ver D.2), como indicado na Tabela 3, levando em consideração
os seguintes requisitos:

 a) para materiais na forma de lâminas, a área é definida pela área exposta (carregável);

 b) para objetos com formatos curvos ou irregulares, a área é a projeção do objeto que apresentar
maior área;

 c) para materiais longos e finos, como capas de cabos ou tubulações, o tamanho máximo é definido
pela dimensão transversal (isto é, o diâmetro da capa do cabo ou da tubulação); embora quando
este for enrolado, ele necessita ser tratado como uma lâmina;

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 d) mesmo diâmetros pequenos podem ser necessários para tubos estreitos ou tubos contendo flu-
xos de líquidos ou poeiras;

 e) cabos elétricos comuns são geralmente aceitáveis em todos os tipos de Zonas. Ver
ABNT  NBR  IEC  60079-14. No entanto, camadas isolantes muito espessas sobre cabos de
grandes diâmetros necessitam ser ensaiados em laboratório, por exemplo, de acordo com
a ABNT NBR IEC 60079-0:2013, Seção 26.14.
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NOTA São previstas a revisão deste método e a sua realocação para a IEC 60079-32-24.

É essencial que materiais sólidos não condutivos utilizados em áreas classificadas não excedam
os valores de área ou largura máxima indicados na Tabela 3 para a zona na qual o material for utilizado
ou instalado, a menos que ele tenha mostrado experimentalmente que as cargas eletrostáticas de
risco não são esperadas (ver 6.3.9) ou que os mecanismos de carregamento eletrostático não ocorram
em ocasião alguma. Um exemplo deste último caso são sinalizações ou lâmpadas no teto que não
são normalmente expostas a mecanismo algum de carregamento eletrostático. Nestes casos, uma
advertência “Limpar somente com um pano umedecido com água e permitir uma secagem natural”
é suficiente para evitar o carregamento eletrostático durante as atividades de limpeza.

Tabela 3 – Limitações sobre o tamanho de materiais sólidos isolantes


em áreas classificadas (continua)
Grupo I Grupo IIA Grupo IIB Grupo IIC Grupo III

Zona Área Larg. Área Larg. Área Larg. Área Larg. Área Larg.
máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx.
(mm2) (mm) (mm2) (mm) (mm2) (mm) (mm2) (mm) (mm2) (mm)
0 5 000 3 2 500 3 400 1 − −
1 10 000 30 10 000 30 2 000 20 − −
10 000 30
Sem limite Sem limite Sem limite de
2 de tamanho de tamanho tamanho − −
(ver 6.3.1) (ver 6.3.1) (ver 6.3.1)

4 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02.2015.

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Tabela 3 (conclusão)
Grupo I Grupo IIA Grupo IIB Grupo IIC Grupo III

Zona Área Larg. Área Larg. Área Larg. Área Larg. Área Larg.
máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx.
(mm2) (mm) (mm2) (mm) (mm2) (mm) (mm2) (mm) (mm2) (mm)
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20
Sem limite de
21 − − − − −
tamanho (ver 6.3.1)
22
NOTA 1 O critério da largura é aplicável aos tubos estreitos, capas de cabos e outros materiais isolantes que
possuam pequenas larguras ou diâmetros.
NOTA 2 Equipamentos com marcação IIB são adequados para instalação em locais que requeiram equipa-
mentos do Grupo IIA. De forma similar, equipamentos com marcação IIC são adequados para instalação em
locais que requeiram equipamentos do Grupo IIA ou Grupo IIB.
NOTA 3 Estes limites são também utilizados, por exemplo, nas ABNT NBR IEC 60079-0, CENELEC TR 50404,
TRBS 2153, JNIOSH TR42 e BS 5958.
NOTA 4 As subdivisões são baseadas no MESG (Maximum Experimental Safe Gap) ou na razão da corrente
mínima de ignição (razão MIC - Minimum Ignition Current) da atmosfera explosiva de gás em que o equipamento
pode ser instalado (ver ABNT NBR IEC 60079-20-1). Mais detalhes podem ser encontrados em C.6 e D.3.
NOTA 5 Os limites indicados na Tabela 3 não são valores absolutos que evitem as descargas capazes de
causar uma ignição;eles reduzem os riscos a baixos valores geralmente aceitáveis.
NOTA 6 Este nível de conhecimento indica que não existe risco de ignição devido a descargas ramificadas
em caso de poeiras sensíveis, desde que não exista a presença de gases ou vapores inflamáveis (ver A.3.4).
Entretanto, processos de geração de cargas eletrostáticas mais fortes do que a limpeza ou o polimento manual
podem gerar descargas ramificadas propagantes, capazes de gerar uma ignição sob determinadas circuns-
tâncias (ver 6.3.4.2).

6.3.3 Malhas metálicas aterradas

As áreas indicadas na Tabela 3 podem ser aumentadas por um fator de quatro pela incorporação de
uma malha aterrada (ou armação de metal) no material sólido isolante ou pelo revestimento de tal
malha ao redor de sua superfície. Além disto:

 a) convém que a espessura da camada acima da malha seja restrita aos valores indicados em
6.3.4.2, de forma a evitar descargas ramificadas; e

 b) convém que descargas ramificadas propagantes sejam evitadas de acordo com 6.3.4.3; e

 c) convém que cuidados especiais sejam levados em consideração para evitar ou detectar quebras
que possam levar a existência de partes condutivas isoladas, as quais apresentam um risco ele-
trostático mais elevado do que uma superfície isolante.

6.3.4 Revestimentos isolantes sobre superfícies condutivas aterradas

6.3.4.1 Generalidades

Camadas ou revestimentos de sólidos isolantes sobre superfícies condutivas aterradas (em particular
superfícies metálicas) podem dar origem a descargas ramificadas ou descargas ramificadas propa-
gantes, dependendo de diversos fatores.

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6.3.4.2 Evitando descargas ramificadas

Com relação às descargas ramificadas, experiências práticas mostram que estas descargas são impro-
váveis de causarem uma ignição se:

 a) forem evitados processos com alto carregamento eletrostático (por exemplo, processos repeti-
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tivos de carregamento e de descarregamento de um silo condutivo contendo um revestimento


interno isolante); e,

 b) a espessura da camada do revestimento não exceder o valor de 2 mm no caso de gases e vapo-
res dos Grupos I, IIA e IIB e o valor de 0,2 mm no caso de gases ou vapores do Grupo IIC. Para
poeiras combustíveis, não existe limitação de espessura do revestimento, a menos que a camada
de poeira que pode se formar represente um filme contínuo de alta resistência, por exemplo,
devido à autopolimerização ou reação com água.

NOTA 1 A fricção manual não é normalmente considerada um processo de carregamento eletrostático elevado.

NOTA 2 Quanto mais fino for o revestimento interno, menores são as capacidades de causar uma ignição
por descargas ramificadas criadas por fricção manual da superfície, e maiores capacidades de causar uma
ignição por descargas ramificadas propagantes geradas por processos de carregamento eletrostático mais
vigorosos sobre a superfície.

Nestes casos, nenhuma medida especial de proteção é necessária nas áreas classificadas. Entretanto,
no caso de presença de polímeros fluoretados, uma avaliação experimental do potencial de carrega-
mento é recomendada, por exemplo, de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0:2013, Seção 26.14.

NOTA É prevista a revisão deste método e sua relocação para a IEC 60079-32-25.

6.3.4.3 Evitando as descargas ramificadas propagantes

Descargas ramificadas propagantes podem ocorrer quando processos repetitivos ou de alto carre-
gamento eletrostático atuam sobre camadas ou revestimentos isolantes em superfícies condutivas.
Estas descargas podem ser evitadas por uma ou mais das seguintes medidas:

 a) Evitar a existência de revestimentos isolantes finos sobre metais ou outros materiais condutivos.
Descargas ramificadas propagantes tendem a ocorrer em casos de existência de revestimentos
finos; estas descargas podem ser normalmente evitadas pela utilização de revestimentos com
espessura superior a 10 mm;

 b) Reduzir a resistividade superficial ou a resistividade volumétrica do revestimento. Não são total-
mente conhecidos quais são os níveis requeridos para evitar a ocorrência de descargas ramifica-
das propagantes, mas estes valores para materiais dissipativos são indicados na Tabela 1, e uma
resistência de condução menor que 100 GΩ é reconhecida como sendo suficientemente baixa.

5 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02.2015.

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 c) Utilização de um revestimento com rigidez dielétrica baixa (tensão de ruptura para materiais sóli-
dos homogêneos menor que 4 kV, ou 6 kV, no caso de tecidos; ver A.3.5). Estes revestimentos
apresentam ruptura elétrica antes que uma descarga ramificada propagante possa ser desen-
volvida. A rigidez dielétrica necessita ser medida de acordo com a IEC 60243-2, em combinação
com a IEC 60243-1 ou a IEC 60079-32-25
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 d) Evitar processos repetitivos ou de altos carregamentos eletrostáticos (por exemplo, ar ionizadonas
proximidades de eletrodos de alta-tensão, vazão de líquidos em alta velocidade e transferência pneu-
mática de material na forma de poeira, e filmes de papel ou plástico transportados por máquinas.

NOTA 1 Devido à sua baixa porosidade, camadas de tinta com base em solvente ou água, ou materiais
soltos na forma de poeira possuem uma baixa tensão de ruptura, de forma que as descargas ramificadas
propagantes sejam difíceis de serem obtidas a partir de tais camadas.

NOTA 2 Revestimentos formados pelo recozimento de um material na forma de poeira e esmaltação nor-
malmente possuem uma tensão de ruptura muito alta, que possa evitar a ocorrência de descargas ramifica-
das propagantes.

NOTA 3 Películas de polímeros que são enrolados sobre um carretel ou são alçados a partir de uma super-
fície condutiva ou isolante podem adquirir cargas bipolares, isto é, cargas iguais e opostas sobre as duas
superfícies da película. Isto pode levar a descargas ramificadas propagantes e ocasionalmente a descargas
ramificadas propagantes.

NOTA 4 A fricção manual não é normalmente considerada um processo de alto carregamento eletrostático.

6.3.5 Revestimentos condutivos ou dissipativos sobre materiais isolantes

Cuidados especiais são necessários quando da aplicação de um revestimento condutivo ou dissi-


pativo sobre uma superfície isolante, de forma a assegurar uma distribuição uniforme das partículas
condutivas. Uma distribuição não uniforme pode levar a ilhas condutivas isoladas, as quais podem ser
facilmente carregadas eletrostaticamente pelas superfícies isolantes ao seu redor. Tais ilhas conduti-
vas isoladas representam um risco eletrostático maior do que uma superfície isolante.

Convém que revestimentos condutivos sejam aterrados da mesma forma que outros objetos conduto-
res, de acordo com a Seção 13.

6.3.6 Agentes dissipativos antiestáticos

Agentes dissipativos antiestáticos são frequentemente utilizados sobre vestimentas e pisos, para
aumentar a condutividade de líquidos e materiais. Cuidados necessitam ser tomados para assegurar
a presença de uma concentração suficiente destes agentes para atingir a função requerida. Por exem-
plo, agentes dissipativos antiestáticos podem ser diluídos ou removidos pela lavagem. Desta forma,
sua efetividade precisa ser monitorada e mantida. Aditivos poliméricos antiestáticos permanentes não
migratórios foram desenvolvidos para superar estas limitações.

6.3.7 Umidificação

A resistividade superficial de alguns materiais sólidos isolantes pode ser reduzida a níveis dissipativos,
se a umidade relativa for mantida acima de cerca de 65 %. Mesmo que o ar úmido seja não condutivo,
a água ou a umidade pode adsorver sobre a superfície de muitos materiais, dependendo da natureza
hidroscópica do material. Isto pode ser suficiente para evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas,
desde que exista um caminho adequado para o terra.

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Entretanto, se a superfície de alguns materiais (por exemplo, vidro ou fibras naturais) puder adsorver
umidade suficiente para assegurar uma condutividade superficial que seja suficiente para evitar
o acúmulo de cargas eletrostáticas, outros materiais não apresentam esta característica (por exemplo,
politetrafluoroetileno ou o polietileno) e são capazes de acumular cargas eletrostáticas mesmo na
presença de altos níveis de umidade relativa. Também quando a umidade cai para um valor abaixo de
30 %, os materiais que são suscetíveis à umidificação geralmente voltam a ser altamente isolantes.
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O aumento da umidade relativa, desta forma, não é efetivo em todos os casos e, em geral, não convém
que seja utilizado como a única medida de proteção. Este requisito é particularmente importante na Zona 0.

6.3.8 Ionização e carga de neutralização

6.3.8.1 Generalidades

A ionização do ar é um método de tornar o ar localmente rico em íons, de forma que as cargas sobre
materiais sólidos isolantes possam ser neutralizadas. Isto é particularmente útil para a neutralização
de películas ou filmes plásticos isolantes. Os métodos que podem ser utilizados incluem aqueles
indicados em 6.3.8.2 a 6.3.8.5. A neutralização não é adequada se a taxa na qual as cargas são gera-
das exceder a taxa na qual os íons são fornecidos para o ar, ou se puder migrar para a superfície
carregada, ou se uma quantidade suficiente de íons da polaridade requerida não estiver presente.
Consequentemente, a instalação correta e a manutenção periódica são essenciais para aqueles
dispositivos, levando em consideração os fatores que podem influenciar em sua efetividade, como
as condições ambientais (por exemplo, poeira e temperatura) e o posicionamento do dispositivo em
relação ao material processado, partes das máquinas e pessoas.

A redução de cargas em todos os pontos da operação não evita a geração de cargas nas etapas seguin-
tes do processo, de forma que os ionizadores possam ser necessários em grandes quantidades e em
diversos locais. O posicionamento é importante e convêm que a efetividade de cada instalação em parti-
cular seja confirmada por medições da carga ou tensão residual no campo. Em particular para películas
ou filmes, é necessário assegurar que os íons sejam direcionados para o lado correto, de forma a evitar
a formação de uma camada bipolar, o que poderia dar origem a descargas ramificadas propagantes.

Os pontos com efeitos corona dos ionizadores somente permanecem ativos enquanto estes disposi-
tivos estiverem limpos e com formatos pontiagudos. Por estes motivos, o acúmulo de contaminantes
(por exemplo, tintas, soluções de revestimentos ou material particulado de papel) e os produtos de
corrosão necessitam ser controlados por um programa de manutenção efetivo.

Os ionizadores necessitam ser selecionados de acordo com a sua taxa de geração de cargas ou pelo
seu tempo de decaimento de cargas. Estes ionizadores não podem ser utilizados em Zona 1, Grupo IIC,
a menos que os riscos tenham sido avaliados por um especialista. Além disto, não convém que os
ionizadores sejam utilizados em Zona 0 como a única medida de segurança.

6.3.8.2 Ionizadores passivos

Eletrodos pontiagudos, como as agulhas pontiagudas aterradas, fios finos ou estruturas condutivas,
produzem descargas do tipo corona quando posicionados no campo elétrico gerado a partir de uma
superfície altamente carregada. Estes componentes produzem íons que neutralizam as cargas ele-
trostáticas sobre os objetos. Este método, entretanto, é limitado em sua efetividade e pode adicional-
mente produzir descargas, se os ionizadores passivos estiverem aterrados de forma inadequada.

6.3.8.3 Ionizadores ativos

Ionizadores ativos produzem íons pela aplicação de uma alta-tensão em uma grande quantidade de
pontos com efeito corona. Sistemas comerciais comumente utilizam corrente alternada, na faixa de

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5 kV a 10 kV. A utilização de uma fonte de alimentação de alta-tensão elimina a limitação de neutrali-
zadores passivos no controle das cargas que possuam campos abaixo dos limites do ajuste do efeito
corona. As correntes a partir dos pontos de efeito corona são limitadas, por alta resistência ou por
acoplamento capacitivo.

É recomendado que os ionizadores ativos sejam adequados para o local no qual eles são instalados,
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e convém que sejam projetados e fabricados de forma a evitar que se tornem uma possível fonte de
ignição. Estes ionizadores requerem um projeto cuidadoso, de forma a assegurar que a fonte de gera-
ção de íons esteja balanceada de acordo com os requisitos do processo.

6.3.8.4 Ionizadores radioativos e de raio X de baixa energia

Fontes radioativas e de raio X de baixa energia ionizam o ar ao seu redor e podem ser utilizadas para
dissipar as cargas eletrostáticas de objetos carregados. Tal ionização por si só não apresenta um
risco de ignição, mas é, entretanto, limitada em sua efetividade (o seu desempenho se deteriora com
o decaimento da atividade do material radioativo).

6.3.8.5 Ventiladores de ar ionizado

Ventiladores de ar ionizado utilizando altas-tensões ou fontes de material radioativo são utiliza-


dos principalmente para a dissipação de cargas eletrostáticas de objetos com formatos irregu-
lares. Entretanto, a concentração dos íons pode cair rapidamente a jusante, devido à recombi-
nação ou adsorção dos íons pelas paredes. Como resultado, é difícil direcionar o ar ionizado
a grandes distâncias. Convém que as partes contendo as altas-tensões sejam posicionadas em
uma área não classificada, a menos que eles tenham sido devidamente certificadas.

NOTA A função de um ionizador pode ser ensaiada pelo método indicado na IEC 61340-4-7.

6.3.9 Métodos para a determinação da capacidade de ignição das descargas

Se os requisitos indicados em 6.3.2 a 6.3.8 não forem aplicáveis, uma determinação experimental do
valor do nível capaz de causar uma ignição das possíveis descargas pode ser útil.

Um método é o de carregar a amostra sob as condições de pior caso, o mais alto quanto possível
(pelo menos ao nível máximo que pode ocorrer em serviço), para provocar descargas em uma esfera
aterrada que se aproxima e passa, de forma que provoque estas descargas pelas misturas de gases
de valores de MIE conhecidos. Este método é descrito na IEC 61340-4-4.

A carga máxima transferida pela descarga é frequentemente utilizada para fornecer uma indicação da
capacidade de ignição da faísca e das descargas ramificadas, ao invés da utilização de uma mistura
explosiva de gás. Este método é descrito na ABNT NBR IEC 60079-0:2013, Seção 26.14. A Tabela 4
apresenta um resumo de todos os limites aplicáveis.

NOTA São previstas a revisão deste método e a sua relocação para a IEC 60079-32-26.

Convém que cuidados especiais sejam tomados para assegurar que a amostra de ensaio seja carre-
gada tão alto quanto possível, que cargas induzidas sejam compensadas e que somente uma única
descarga discreta seja registrada.

6 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02 2015.

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Tabela 4 – Carga máxima transferida aceitável


EPL Ma
EPL Ga EPL Gb EPL Gc EPL Da EPL Db EPL Dc
Grupo EPL Mb
Zona 0 Zona 1 Zona 2 Zona 20 Zona 21 Zona 22
Minas
I 60 nC − − − − − −
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IIA − 25 nC 60 nC 60 nC − − −
IIB − 10 nC 25 nC 25 nC − − −
Nenhuma
IIC − descarga 10 nC 10 nC − − −
mensurável
III − − − − 60 nC a 200 nC a 200 nC a
a Valores válidos somente para descargas capazes de gerar ignição a partir de partes dissipativas ou con-
dutivas não aterradas.
NOTA 1 Os limites para Zona 1 e Zona 21 asseguram que não é indicada a ocorrência de descargas capazes
de gerar ignição durante a operação normal. Os limites para Zona 0 e Zona 20 são adicionalmente reduzidos
para levar em consideração situações anormais e o alto nível de segurança requerido para estas Zonas.
NOTA 2 Para informações sobre EPL, ver a ABNT NBR IEC 60079-0 ou Anexo E.
NOTA 3 Todos os valores contêm uma determinada margem de segurança. Trabalhos recentes indicam
que os valores indicados utilizados para o Grupo IIB contêm uma margem de segurança menor em relação
a todos os outros valores. Para equalizar todas as margens de segurança, os valores do Grupo IIB foram
reduzidos de 30 nC para 25 nC.

6.4 Esteiras rolantes e correias de transmissão

6.4.1 Generalidades

As correias de transmissão utilizadas para a transmissão de potência ou as esteiras rolantes para o


transporte de materiais sólidos podem gerar uma quantidade considerável de cargas eletrostáticas e
se tornar uma fonte de risco de ignição, devido à separação contínua das superfícies que estão em
contato (basicamente os eixos rotativos e a esteira ou correia)

As cargas eletrostáticas acumuladas na esteira rolante podem somente ser seguramente dissipadas
para o terra por meio de roletes condutivos aterrados, se a esteira rolante for suficientemente dissipa-
tiva. Os materiais que são projetados para fora da esteira rolante para o funil ou a calha de recepção
podem ser carregados com uma quantidade significativa de cargas eletrostáticas. Esteiras rolantes
condutivas ou dissipativas podem não ser consideradas um meio de remoção das cargas eletrostáti-
cas de produtos isolantes que estejam sendo transportados.

6.4.2 Esteiras rolantes

Esteiras rolantes são esteiras sem-fim que operam sobre roletes (normalmente metálicos) e transpor-
tam materiais. Uma esteira rolante é considerada dissipativa se:

 a) as resistências de superfície de ambos os lados da esteira forem menores que 300 MΩ, medidos
de acordo com as ISO 284 e EN 14973, ou

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 b) as resistências de superfície de ambos os lados da esteira forem menores que 75 MΩ, medidos
com uma configuração de eletrodo indicada em 3.21, ou

 c) em casos onde o material da esteira possui camadas de diferentes materiais, a esteira for consi-
derada dissipativa, se a resistência (medida a 23 °C e 50 % de umidade relativa) entre as duas
superfícies externas opostas for menor que 1 GΩ.
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NOTA As resistências superficiais medidas de acordo com as ISO 284 e EN 14973 são a (23 ± 2) °C e
(50 ± 5) % de umidade relativa e com um eletrodo interno circular de 25 mm de diâmetro, um eletrodo externo
do tipo anel com 125 mm de diâmetro interno e com 150 mm de diâmetro externo. As resistências superficiais
medidas com a configuração de eletrodo descrita em 3.21 são exatamente quatro vezes menores.

A Tabela 5 apresenta um resumo de todas as características que são requeridas para esteiras rolan-
tes, de acordo com a classificação de áreas, de acordo com as ABNT  NBR  IEC  60079-10-1 ou
ABNT NBR IEC 60079-10-2.

Tabela 5 – Requisitos para esteiras rolantes


Zona 1 Zona 20
Velocidade Zona Zona Zona Zona
da esteira 0 2 MIE MIE 21 22
IIC IIA e IIB
<10 mJ >10 mJ
Esteira Esteira
dissipa- dissipa- Sem
Sem
tiva a e tiva a e requisitos,
requisitos, Esteira dissipativa a
polias con- polias além
≤ 0,5 m/s além daqueles e polias condutivas,
dutivas, condutivas, daqueles
indicados conectores na esteira são
sem conectores indicados
em 6.4.1, a permitidos
conectores nas estei- em 6.4.1,
menos que
na esteira ras são a menos que
experiências
permitidos experiências
0,5 – 5 m/s mostrem que
mostrem que
Esteira descargas
descargas
dissipa- capazes Esteira capazes de
a
tiva e de causar dissipativaa
Não causar uma
polias uma ignição Não e polias
5 – 30 m/s permitida ignição
condutivas, ocorrem permitida condutivas, sem ocorrem
sem conec- frequente- conectores na frequente-
tores na mente esteira mente
esteira
a Material dissipativo de acordo com 6.4.2.
NOTA Nenhuma informação é disponível para velocidades de esteiras > 30 m/s.

Para instalação em áreas do Grupo I, os requisitos da Zona 1 (Grupos IIA e IIB) são aplicáveis. Entre-
tanto, esteiras transportadoras de material particulado de carvão isolante, que dificilmente entra em
ignição, bem como esteiras similares, podem ser utilizadas se uma avaliação de risco indicar um baixo
risco de ignição.

A Tabela  5 e os requisitos indicados em 6.4.2 não são aplicáveis às esteiras que dissipam cargas
eletrostáticas por efeito corona. Estas esteiras têm que ser ensaiadas por especialistas, por exemplo,
pela medição de sua capacidade de se tornar carregadas sob as condições mais desfavoráveis.

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Camadas de graxa ou de sujeira sobre a esteira podem aumentar a capacidade de carregamento ele-
trostático da esteira, como também a sua resistência, e isto pode aumentar o risco de carregamento
eletrostático. É recomendado que cuidados sejam tomados para assegurar que os serviços de reparo
não aumentem os valores indicados. É essencial que as camadas dos adesivos isolantes utilizados
para conectar a esteira não interrompam o caminho condutivo.
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Esteiras rolantes leves, de acordo com a ISO 21183-1, frequentemente têm que atender aos requisitos
de clientes com aplicações altamente específicas. Para estes casos, devem ser utilizadas as normas
específicas ISO 21178, Light conveyor belts – Determination of electrical resistances e ISO 21179 e
ISO 21179, Light conveyor belts – Determination of the electrostatic field generated by a running light
conveyor belt.

6.4.3 Correias de transmissão

Correias de transmissão são correias em V e correias planas que acionam partes ou máquinas giran-
tes. A quantidade de cargas eletrostáticas acumuladas pelas correias de transmissão devido à sepa-
ração contínua das superfícies de contato depende do material da correia e das polias, e aumenta
com a velocidade e tensão mecânica da correia e com a largura da área de contato. De acordo com
as ISO 9563 e ISO 1813, um material de correia de transmissão é considerado dissipativo se:

R × B / L ≤ 600 kΩ

onde L é a distância entre dois eletrodos condutivos (por exemplo, feitos de grafite, com banho de
prata ou eletrodos metálicos) sobre a correia de transmissão, B é a largura da correia plana ou o dobro
da largura do lado da face da correia em V, e R é a resistência medida entre os eletrodos a (23 ± 2) °C,
sem condensação de umidade.

NOTA Em documentos anteriores (por exemplo, CENELEC  TR  50404), o critério de aceitação era
R × B < 100 kΩm, onde R é a resistência medida no lado interno da correia de transmissão entre um eletrodo
intermediário entre duas polias e o terra e B é a largura da correia plana ou o dobro da largura do lado da
face da correia em V. Como o atendimento do critério R  ×  B depende da distância entre as duas polias,
é impossível caracterizar um material da correia como dissipativo. Por esta razão, as ISO 9563 e ISO 1813
indicam um critério dissipativo que é independente do comprimento da esteira. Se a distância entre duas
polias exceder 0,67 m, os requisitos de ambas as normas ISO são automaticamente atendidos pelo critério
R × B nos documentos anteriores indicados acima.

A Tabela  6 indica um resumo de todas as medições que são requeridas para correias de trans-
missão, de acordo com a classificação de áreas, conforme as ABNT  NBR  IEC  60079-10-1 ou
ABNT NBR IEC 60079-10-2.

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Tabela 6 – Requisitos para correias de transmissão


Zona 1 Zona 20
Velocidade Zona Zona Zona Zona
da esteira 0 2 MIE MIE 21 22
IIC IIA e IIB
<10 mJ >10 mJ
Correia Correia
Sem
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dissipa- dissipa- Sem


tiva a e tiva a e requisitos,
requisitos, Correia dissipativa a
polias con- polias além
≤ 0,5 m/s além daqueles e polias condutivas,
dutivas, condutivas, daqueles
indicados conectores na correia
sem conectores indicados
em 6.4.1, a são permitidos
conectores na correia em 6.4.1, a
menos que
na correia são menos que
experiências
permitidos experiências
0,5 – 5 m/s mostrem que
mostrem que
Correia descargas
Correia dissi descargas
dissipa- capazes
pativa a capazes de
a
tiva e de causar
Não e polias causar uma
polias uma ignição Não
5 – 30 m/s permitida condutivas, ignição
condutivas, ocorrem permitida ocorrem
sem conec-
sem conec- frequente- frequente-
mente tores na
tores na mente
correia
correia
a Material dissipativo de acordo com 6.4.2.
NOTA Nenhuma informação é disponível para velocidades de esteiras > 30 m/s.

Para instalação em áreas do Grupo I, os requisitos da Zona 1 (Grupo IIA e IIB) são aplicáveis.

A Tabela 6 e os requisitos indicados em 6.4.3 não são aplicáveis às correias de transmissão que dissipam
cargas eletrostáticas por efeito corona. Tais correias têm que ser ensaiadas por especialistas, por
exemplo, pela medição de sua capacidade de se tornar carregadas sob as condições mais desfavoráveis

Em casos onde a correia consiste de camadas de materiais diferentes, a correia é considerada dis-
sipativa, se a resistência pelo seu material não exceder 1 GΩ (resistência medida a 23 °C e 50 % de
umidade relativa).

Camadas de graxa ou de sujeira sobre a correia de transmissão podem aumentar a capacidade de


carregamento eletrostático da correia, como também a sua resistência, e isto pode aumentar o risco
de carregamento eletrostático. É recomendado que cuidados sejam tomados para assegurar que
os serviços de reparo não aumentem os valores indicados. É essencial que as camadas dos adesivos
isolantes utilizados para conectar a correia não interrompam o caminho condutivo.

7 Eletricidade estática em líquidos


7.1 Considerações gerais

7.1.1 Ocorrência de atmosferas inflamáveis

NOTA Informações gerais sobre a explosividade e a capacidade de ignição de atmosferas de gás e vapor
são fornecidas no Anexo C.

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Muitas operações com líquidos inflamáveis produzem atmosferas inflamáveis pela evaporação do
líquido em manipulação. O ponto de explosividade fornece uma indicação aproximada da tempera-
tura mínima de superfície do líquido necessária para produzir uma atmosfera inflamável. No entanto,
por causa das incertezas envolvidas na medição do ponto de explosividade, das diferenças entre
as condições de ensaio para a determinação do ponto de explosividade comparados a situação real na
indústria e a dificuldade de estabelecer a temperatura de superfície do líquido (em grandes volumes),
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é prudente assumir que uma atmosfera inflamável pode existir, mesmo quando a temperatura do
líquido é inferior ao ponto de explosividade, considerando uma certa margem de segurança. Esta
margem depende do nível de incerteza sobre a temperatura, composição líquida etc. Para as condições
bem-controladas, uma margem de 5 °C para líquidos puros e de pelo menos 11 °C para as misturas
é normalmente necessária.

Quando tanques são expostos à luz solar direta e as temperaturas dos líquidos não são monitoradas,
recomenda-se presumir que uma atmosfera inflamável pode estar presente ao manusear líquidos
com ponto de explosividade de até 60 °C. Em áreas com temperatura ambiente elevada e sol forte,
atmosferas inflamáveis podem ocorrer mesmo com os líquidos que possuam pontos de explosividade
acima de 60 °C.

Quando um líquido é manuseado a uma temperatura bem acima do seu ponto de explosividade,
o vapor saturado pode resultar em uma atmosfera mais rica (isto é, não inflamável). No entanto,
a atmosfera acima do líquido pode não estar saturada (por exemplo, devido à ventilação) e assim
pode ser inflamável. Por isso, é necessário assumir que a atmosfera pode ser inflamável, a menos
que possa ser demonstrado o contrário. Consequentemente, para líquidos com baixo ponto de
explosividade,não convêm que a presença de uma atmosfera mais rica geralmente seja considerada
a única medida de controle.

Em algumas circunstâncias, a atmosfera inflamável não ocorre devido ao líquido sendo manuseado,
mas devido aos resíduos de líquidos voláteis ou vapores de operações anteriores, no mesmo equipa-
mento ou de operações nas proximidades. Os vapores residuais podem ocorrer durante um carrega-
mento, em que um líquido com um alto ponto de explosividade (por exemplo, diesel) é carregado em
um tanque que anteriormente continha um líquido com um ponto de explosividade baixa (por exemplo,
gasolina). Uma alta proporção de incêndios em caminhões, tanque tem sido associada ao processo
de carregamento.

7.1.2 Sensibilidade de ignição e limitações para o escopo de recomendações

A sensibilidade de uma atmosfera inflamável para a ignição eletrostática depende da concentração e da


energia de ignição mínima (MIE – ver C.6) do material inflamável. Uma regra útil é que a concentração
mais facilmente inflamável de vapor é aproximadamente o dobro da concentração no limite inferior de
explosividade. Devido ao efeito de concentração, uma mistura feita com um material de alta MIE na
sua concentração mais facilmente inflamável pode ser mais sensível à ignição do que uma mistura
feita com um material de baixa MIE em uma concentração de vapor que se encontre apenas na faixa
de explosividade.

Para as misturas equilibradas de vapor/ar criadas por líquidos inflamáveis, a concentração mais facil-
mente inflamável de vapor é normalmente alcançada a uma temperatura de aproximadamente 10 °C
a 20 °C acima do ponto de explosividade. Líquidos inflamáveis de volatilidade intermediária tendem
a produzir suas misturas mais facilmente inflamáveis nas temperaturas ambientes normais; estes
líquidos incluem tolueno (ponto de explosividade de 6 °C), acetato de propila (ponto de explosividade
de 10 °C) e acetonitrila (ponto de explosividade de 2 °C).

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As precauções gerais dadas nesta Seção destinam-se a impedir a explosividade de materiais com
MIE de 0,20  mJ ou mais, quando presentes na concentração mais facilmente inflamável de vapor.
Eles são, portanto, aplicáveis às misturas mais facilmente inflamáveis no ar dos vapores de líquidos
inflamáveis comuns, como solventes parafínicos e aromáticos, combustíveis de hidrocarbonetos e
muitos solventes orgânicos (ver lista de MIE na Tabela C.2). Nas temperaturas típicas ambientes,
as margens de segurança estão no mínimo quando são manuseados líquidos inflamáveis de volatilidade
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intermediária, como os listados acima. Em tais operações, recomenda-se um cuidado especial para
assegurar que todas as precauções recomendadas sejam diligentemente seguidas.

Embora os grupos de explosão não sejam atribuídos com base em MIE (ver C.6), as precauções
requeridas na presença da maioria dos vapores do grupo IIA de explosão são provavelmente seme-
lhantes às apresentadas aqui para MIE de 0,20 mJ e acima. Precauções adicionais são, no entanto,
provavelmente necessárias, onde a atmosfera acima do líquido é mais sensível à ignição. Esta situa-
ção surgirá, por exemplo, com as misturas mais facilmente inflamáveis no ar de materiais voláteis que
possuem MIE menor que 0,20 mJ (a maioria dos materiais dos grupos IIB e IIC) ou com misturas ricas
de oxigénio. Apesar de orientações gerais não terem sido desenvolvidas para estes ambientes mais
sensíveis, as recomendações são dadas por algumas atividades específicas. Onde elas são dadas,
as precauções adicionais para os materiais mais sensíveis são explicitamente identificadas como tal
no texto.

7.1.3 Mecanismos de carregamento eletrostático

Líquidos podem tornar-se eletrostaticamente carregados quando eles se movem em contato com
os sólidos, ou se existirem duas ou mais fases de líquidos imiscíveis e existir movimento. A pulveriza-
ção de líquidos também pode criar uma névoa ou vaporização altamente carregada. Mais detalhes
de geração de carga e acumulação de carga em líquidos são dados em A.1.3 a A.1.7 (geração) e
A.2.2 (acumulação).

7.1.4 Acúmulo de cargas eletrostáticas e classificação de condutividade

O nível de acúmulo de carga em um líquido específico e, portanto, o risco eletrostático que pode ser
criado, são fortemente dependentes da sua condutividade elétrica e constante dielétrica (permissivi-
dade relativa), εr. Para descrever os possíveis riscos e meios associados de prevenção, a condutivi-
dade de líquidos tem sido classificada da seguinte forma:

alta condutividade > 10 000 pS/m;

média condutividade entre 25 × εr pS/m e 10 000 pS/m;

baixa condutividade < 25 × εr pS/m.

para líquidos com constante dielétrica próxima de 2 (por exemplo, hidrocarbonetos), estas classificações
resultam em:

alta condutividade > 10 000 pS/m;

média condutividade entre 50 pS/m e 10 000 pS/m;

baixa condutividade < 50 pS/m.

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Para líquidos com uma constante dielétrica substancialmente maior que 2 ou para líquidos cuja cons-
tante dielétrica seja desconhecida, o valor-limite para baixa condutividade é geralmente definido como
100 pS/m. O valor-limite superior da condutividade média mantém-se em 10 000 pS/m.

NOTA O valor de 100pS/m é considerado suficiente mesmo para casos não conhecidos, uma vez que
poucos líquidos, caso existam, possuem uma permissividade relativa significativamente maior que 4.
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Níveis perigosos de acúmulo de carga são mais comumente associados aos líquidos de baixa con-
dutividade. No entanto, estes riscos podem ocorrer com líquidos de média ou alta condutividade em
processos que geram névoas ou sprays, durante transporte de líquidos de condutividade média pelos
tubos isolados ou durante as operações de transporte de mistura de duas fases.

Em geral, solventes polares, como álcoois, cetonas e água, possuem elevada condutividade,
enquanto que os líquidos de hidrocarbonetos saturados e aromáticos purificados possuem uma baixa
condutividade. As condutividades e os tempos de relaxamento para alguns líquidos são apresentados
na Tabela 7.

NOTA 1 Uma lista mais completa, incluindo uma ampla gama de líquidos e constantes dielétricas, é apre-
sentada na NFPA-77.

NOTA 2 Biocombustíveis e misturas de combustíveis de hidrocarbonetos com biocomponentes podem


possuir uma ampla gama de condutividade, em função da sua composição.

NOTA 3 Os métodos de ensaio para a medição da condutividade de um líquido são definidos, por exemplo,
nas ASTM D4308-95, DIN 51412-1, DIN 51412-2 e ISO 6297.

Tabela 7 – Condutividade e tempo de relaxamento de alguns líquidos (continua)


Condutividade Tempo de relaxamento
Líquido
(pS/m) (s)
Baixa condutividade
parafinas de alta pureza 0,01 2 000
parafinas em geral 0,1 a 10 2 a 200
compostos aromáticos purificados (tolueno,
0,1 a 10 2 a 200
xileno etc.)
compostos aromáticos típicos 5 a 50 0,4 a 4
gasolina 0,1 a 100 0,2 a 200
querosene 0,1 a 50 0,4 a 200
gasóleo 1 a 100 0,2 a 20
óleos claros 0,1 a 100 0,2 a 200
óleos lubrificantes 0,01 a 100 0,02 a 2 000
Éteres, exceto glicóis 0,1 a 100 0,2 a 200
misturas de solventes aromáticos proprietárias 1 a 1 000 0,02 a 20
condensado de gás natural sem inibidor de
10 a 100 0,2 a 2
corrosão

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Tabela 7 (conclusão)
Condutividade Tempo de relaxamento
Líquido
(pS/m) (s)
Média condutividade
gasolina contendo aditivos de desempenho
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50 a 1 000 0,02 a 0,4


ou 5 % de etanol
combustíveis e óleos contendo aditivos
50 a 1 000 0,02 a 0,4
antiestáticos
óleos combustíveis pesados (escuros) 50 a 10 000 2 × 10–4 a 0,4
ésteres 100 a 1 000 000 2 × 10–5 a 0,2
Alta condutividade (µS/m)
óleo cru (petróleo) ≥ 0,001 ≤ 0,02
gasolina contendo 10 % de etanol ou mais ≥ 0,01 ≤ 0,002
condensado de gás natural com inibidor de
≥ 0,001 ≤ 0,02
corrosão
glicóis e éteres de glicol 1 a 100 2 × 10–7 a 2 × 10–5
álcoois 1 a 100 2 × 10–7 a 2 × 10–5
cetonas 0,1 a 100 2 × 10–7 a 2 × 10–4
água pura 5 10–6
água (não destilada) ≥ 100 ≤ 2 × 10–7
NOTA Embora cetonas e ésteres usualmente possuam uma alta condutividade, cetonas e ésteres com
cadeias média e longa são com frequência altamente carregáveis.

Convém que Líquido de alta ou média condutividade seja considerado um produto condutivo ou dissi-
pativo e que necessita ser ligado ao terra.

7.1.5 Descargas centelhantes geradas durante as operações de manuseio de líquidos

Quando do carregamento de tanque com um líquido de baixa condutividade eletrostaticamente car-


regado, a carga que se acumula no líquido no interior do tanque gera campos elétricos e potenciais,
tanto no líquido como no vapor, dentro do tanque. Com potenciais de superfície do líquido elevados,
descargas ramificadas podem ocorrer entre a superfície do líquido carregado e as partes metálicas
da estrutura do tanque. Estudos indicam que os hidrocarbonetos alifáticos, como propano, podem ser
inflamados por estas descargas ramificadas na sua passagem até um ponto aterrado, se o potencial
de superfície do líquido for superior a 25 kV.

Um risco de ignição pode ser gerado por potenciais muito mais baixos (tipicamente entre 5 kV e 10 kV),
se objetos condutores isolados, como partes metálicas flutuantes ou componentes inadequadamente
equipotencializados, estiverem presentes no tanque, ou se o tanque possuir um revestimento isolante,
sem pontos de contato para o aterramento do líquido, e o enchimento for do tipo turbilhonado, por um
líquido que seja suficientemente condutivo para produzir centelhamento.

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7.2 Precauções contra os riscos de ignição durante as operações de movimentações


de líquidos

7.2.1 Aterramento e métodos para evitar partes condutoras isoladas

Objetos condutores isolados podem ter seus potenciais muito elevados, devido ao carregamento do
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líquido, como tanques metálicos, estruturas de tanques ou quaisquer outras partes metálicas isoladas,
deliberadamente ou acidentalmente associados à movimentação do líquido. Isso pode ocasionar des-
cargas centelhantes. Estas descargas são particularmente perigosas, porque elas podem normalmente
inflamar vapores inflamáveis em potenciais muito mais baixos do que as descargas ramificadas.
Portanto, convém que, todas as partes condutivas de um sistema de movimentação de líquidos sejam
adequadamente conectadas ao terra (ver Seção 13). É recomendado que as pessoas que manuseiam
líquidos inflamáveis também estejam conectadas ao terra (ver 11.1).

É recomendado que os tanques sejam regularmente inspecionados para assegurar que não existam
partes soltas ou condutivas não aterradas, por exemplo, parte flutuante metálica sobre o líquido.

7.2.2 Restrição de geração de cargas eletrostáticas

A geração de carga pode ser limitada por meio do controle dos parâmetros principais de processo.
Medidas de controle adequadas incluem:

 1) operação de carregamento de tanques:

 a) restringir a velocidade de fluxo linear na linha de alimentação do tanque, restringindo a velo-
cidade de bombeamento, ou pelo aumento do diâmetro da linha de alimentação (ver 7.3.2.2.3
e 7.3.2.3.2 a 7.3.2.3.5);

 b) fornecer tempo de permanência em repouso adequado após a passagem por bombas e filtros
(ver 7.5 e A.2.2);

 c) evitar a separação de uma segunda fase imiscível no líquido; isto pode ser obtido, por exem-
plo, por meio da agitação da água presente no fundo dos tanques de petróleo. Onde a preven-
ção de formação de uma segunda fase não for possível, limitar ainda mais a sua velocidade
(ver 7.3.2.2.2 e 7.3.2.3.5.3);

 d) evitar enchimento por gotejamento, empregando entrada inferior ou usando um tubo de car-
regamento estendido até próximo do fundo do tanque. Se a entrada superior utilizar um tubo
de carregamento curto na presença de uma atmosfera inflamável, reduzir a velocidade de
fluxo para 2 m/s e tomar as precauções adicionais de 7.3.2.3.2 (por exemplo, dirigir o fluxo de
líquido para a parede do recipiente). No caso de líquidos de alta condutividade, é suficiente
prever uma área de contato para o terra no fundo do reservatório.

 2) operações de agitação ou mistura (ver 7.9):

 a) limitar a potência elétrica ou a velocidade da ponta do misturador (por exemplo, na BS 5958,
uma potência máxima de 0,37 kW/m3 é requerida para uma mistura com condutividade de
1 000 pS/m);

 b) evitar a presença de uma segunda fase imiscível no líquido;

 c) utilizar uma fase contínua de alta condutividade (condutividade superior a10 000 pS/m).

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 3) operações de limpeza de tanques com jatos de líquidos (ver 7.10):

 a) limitar a pressão e a vazão do líquido das máquinas de limpeza para os valores recomendados
em 7.10;

 b) evitar o surgimento de uma segunda fase imiscível no líquido de limpeza, especialmente se
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o líquido de limpeza for recirculado;

 c) evitar jatos contínuos que possam formar grandes áreas isoladas de líquido (ver 7.10).

7.2.3 Evitando a formação de uma atmosfera explosiva

A maneira mais eficaz de evitar os riscos de ignição é prevenir a ocorrência de uma atmosfera
explosiva, por exemplo:

 a) evitar regiões de vapor no sistema;

 b) tornar inerte as regiões de vapor do tanque por meio de introdução de gases inertes, como
nitrogênio, dióxido de carbono ou gás de combustão isento de particulados e seco (considerar
as precauções indicadas em 8.4);

 c) evitar a interligação entre os sistemas de carregamento e a extração de vapor que permita
a entrada de misturas inflamáveis em ambientes não projetados para esta condição;

 d) após a utilização de líquidos voláteis, limpar e ventilar os tanques para remover resíduos inflamá-
veis de líquidos, gases e vapores;

 e) assegurar que ar fresco suficiente seja inserido continuamente no sistema. Medições regulares
de presença de gases e ventilação forçada podem ser necessárias;

 f) purgar o tanque com ar para evitar uma atmosfera explosiva, deve ser realizada com cuidado
em um tanque que contém ou possa ter contido, um líquido inflamável de baixo ponto de fulgor
(flash point), devido ao risco de líquido residual estar presente.

7.2.4 Promovendo a dissipação de cargas eletrostáticas

Em situações em que não seja possível evitar uma atmosfera explosiva, o risco de ignição pode ser
controlado pela limitação do acúmulo de carga eletrostática. Para os componentes do sistema de
manuseio, isso envolve a ligação de condutores sólidos entre as pessoas e o terra e, se necessário,
a substituição de componentes do sistema de isolamento por componentes dissipativos ou condu-
tivos ligados ao terra. Para os próprios líquidos, a maneira mais eficaz de promover a dissipação é
aumentar a condutividade do líquido com a utilização de aditivos dissipativos antiestáticos disponí-
veis comercialmente (SDA – Static Dissipative Additives). Quando adicionado a um líquido, em con-
centrações muito baixas, da ordem de partes por milhão, estes aditivos podem facilmente aumentar
a condutividade a níveis que previnam o risco de acúmulo de carga eletrostática (ver 7.1.4).

NOTA 1 Aditivos dissipativos estáticos (SDA) são amplamente utilizados em combustíveis de aviação e,
nas concentrações normalmente utilizadas, os efeitos tanto nos motores de aeronaves como nos sistemas
do filtro separador/água são aceitáveis.

NOTA 2 Alguns aditivos dissipativos estáticos (SDA) podem perder a eficiência em determinadas situa-
ções, por exemplo, em baixas temperaturas, após o contato com água, após a filtragem com argila ou devido
à interação com outros componentes.

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Métodos alternativos de melhoria da dissipação da carga seriam: substituir um solvente isolante


(de baixa condutividade) por um solvente mais condutivo (de média ou alta condutividade) ou adicio-
nar um solvente condutivo miscível em um solvente isolante. A quantidade necessária de solvente
condutivo depende dos líquidos envolvidos e do nível de condutividade requerido.

7.3 Tanques e recipientes


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7.3.1 Generalidades

Os possíveis riscos e os meios associados de proteção são divididos, dependendo dos tipos de tan-
ques ou de seus revestimentos e pinturas serem classificados como condutivos, dissipativos ou iso-
lantes (ver 3.2, 3.7 e 3.15). Tanques totalmente condutivos têm uma resistência ao terra de 1 kΩ ou
menos em qualquer parte do mesmo; tanques totalmente dissipativos têm uma resistência ao terra de
1 MΩ ou menos em qualquer parte do mesmo.

Seguindo esta classificação, esta seção está dividida em subseções, como a seguir:

Tanques e recipientes condutivos: 7.3.2

Tanques e recipientes feitos inteiramente de material dissipativo: 7.3.3

Tanques e recipientes com superfícies isolantes: 7.3.4

Utilização de revestimentos em recipientes: 7.3.5

Operações que podem aumentar os riscos eletrostáticos no interior de um tanque incluem carrega-
mento, transporte (do tanque e seu conteúdo), descarregamento, calibração e retirada de amostras.
Se existir a possibilidade de formação de uma atmosfera explosiva dentro de um tanque, quando da
realização destas operações, as precauções indicadas abaixo devem ser consideradas.

NOTA Se não puder existir uma atmosfera explosiva (ver 7.1.1), as precauções indicadas em 7.3 não são
necessárias.

Outras operações, como circulação de líquido, agitação, mistura, cristalização e limpeza, são apre-
sentadas em 7.9 e 7.10.

As restrições rotineiras da velocidade de fluxo indicadas em 7.3.2 são aplicadas principalmente aos
hidrocarbonetos. Elas podem, no entanto, ser aplicadas com cuidado para outros solventes e com-
bustíveis com viscosidades cinemáticas menores que 6 mm2/s a 20 °C, mas podem ser necessários
cuidados com materiais, como componentes de biocombustíveis (ver C.8) ou misturas quimicamente
diferentes de hidrocarbonetos e para os quais existe pouca experiência de manuseio em sistemas de
alto rendimento. Outras restrições são conhecidas por serem necessárias para controlar o carrega-
mento de líquidos de alta viscosidade, como óleos lubrificantes (ver 7.4).

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7.3.2 Tanques e vasos condutivos

7.3.2.1 Generalidades

Para descrever os possíveis riscos e meios associados de prevenção, tanques condutivos foram clas-
sificados de acordo com o tamanho, como a seguir:
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Tanques cilíndricos de eixo Tanques cilíndricos de eixo horizontal


vertical e tanques não cilíndricos ou tanques não cilíndricos com seção
com seção quadrada ou quase transversal alongada (ver NOTA 3)
quadrada (ver NOTA 3)

Tanques grandes diâmetro > 10 m capacidade > 500 m3 (125 000 USG)
(7.3.2.2)
Tanques médios 1,3 m < diâmetro efetivo ≤ 10 m 2 m3 (500 USG) < capacidade
(7.3.2.3) capacidade ≤ 500 m3 (125 000 USG)
Tanques e vasos diâmetro efetivo ≤ 1,3 m capacidade ≤ 2 m3 (500 USG)
pequenos (7.3.2.4)

NOTA 1 Em documentos mais antigos, por exemplo, CENELEC TR 50404, o limite superior para tanques
médios era de 50  m3 e o limite inferior era de 1 m3. Trabalhos recentes (ver A.2.2) sugerem que ambos
os limites superior e inferior para tanques médios necessitam ser aumentados, porque os limites em diâmetro
são mais representativos que os limites em capacidade para tanques de eixo vertical (as tensões dependem
mais fortemente do diâmetro que da capacidade). Os limites de capacidade indicados acima para tanques
de eixo horizontal correspondem aproximadamente aos limites de diâmetro para tanques de eixo vertical
combinados com as menores alturas típicas destes tanques.

NOTA 2 Os limites de capacidade são dados tanto em m3 ou em USG (US Gallons). Eles foram arredondados
para apresentar números convenientes em cada conjunto de unidades. Como consequência, os valores-limites
são semelhantes, mas não exatamente correspondentes. A critério do usuário, qualquer um dos dois pode
ser utilizado.

NOTA 3 Tanques “quase quadrados” têm uma relação entre comprimento e largura não superior a 1,5.
Tanques “alongados” têm uma relação entre comprimento e largura superior a 1,5. As regras dadas para
os tanques quadrados são também consideradas seguras para tanques alongados de uma mesma área de
seção transversal, mas podem ser consideradas conservativas.

7.3.2.2 Grandes tanques condutivos

7.3.2.2.1 Generalidades

Independentemente da condutividade do líquido ou da estrutura do tanque, convém que as seguintes


precauções gerais sejam consideradas:

 a) aterrar o tanque e todas as estruturas associadas, como tubulação, bombas, caixas de filtro etc.
(ver Seção 13);

 b) assegurar que as pessoas que entram ou trabalham perto de uma abertura do tanque estejam
aterradas (ver Seção 11);

 c) evitar carregamento envolvendo agitação pela entrada lateral próximo ao fundo, entrada pelo
fundo ou utilizando uma tubulação de carregamento que fique próxima do fundo do tanque.

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7.3.2.2.2 Tanques de teto fixo

Para líquidos de condutividade média ou baixa, inspecionar o tanque regularmente, especialmente após
cada abertura da tampa de acesso, para verificar a existência de objetos metálicos soltos, por exem-
plo, pequenos recipientes metálicos, que poderiam atuar como objetos condutores isolados flutuantes.

Para líquidos de baixa condutividade as seguintes precauções adicionais são necessárias:


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 1) Localização da bomba e do filtro. Localizar bombas, filtros e outros elementos geradores de grande
quantidade de cargas eletrostáticas à montante da entrada do tanque, para permitir um tempo de
permanência adequado, de forma que as cargas eletrostáticas adicionais sejam dissipadas antes
do líquido entrar no tanque (ver 7.5 e A.2.2).

 2) Restrição da velocidade do fluxo. Para um fluxo de entrada de líquido não carregado eletrostati-
camente, monofásico, convém que a velocidade do fluxo seja limitada a 1 m/s para um período de
carregamento inicial, que dura até que:

 a) a tubulação de carregamento e qualquer outra estrutura na base do tanque esteja submersa
na altura de duas vezes o diâmetro da tubulação de carregamento;

 b) toda a água coletada na tubulação durante o trabalho tenha sido retirada.

NOTA 1 Restrição a) destina-se a evitar descargas eletrostáticas para a tubulação de carrega-


mento ou para a estrutura, e para reduzir a movimentação da água ou sedimentos.

NOTA 2 Para b), é necessário esperar por um período de 30 min ou até que dois volumes da
tubulação tenham sido carregados no tanque, o que for menor.

Após este período inicial de carregamento, a velocidade para um líquido não carregado ele-
trostaticamente e monofásico pode ser elevada acima de 1  m/s. A velocidade máxima de
segurança ainda não foi determinada com precisão, mas a experiência tem mostrado que
riscos potenciais não ocorrem se a velocidade for inferior a 7 m/s.

Por causa da geração de carga eletrostática elevada, que ocorre em fluxos bifásicos
(ver A.1.4), convém que a velocidade do fluxo na entrada de líquidos carregados eletrostati-
camente ou bifásicos (ver 3.6) seja limitada a 1 m/s durante todo o período de carregamento.

 3) Projeto de tubulação de entrada. É recomendado que o líquido ingresse no tanque horizontal-
mente para minimizar uma possível movimentação de água ou sedimentos no fundo do tanque e
um jato de líquido altamente carregado eletrostaticamente para a superfície. Um bom arranjo para
isto é a utilização de uma terminação “T” horizontal para direcionar a entrada do líquido horizontal-
mente nas paredes.

 4) Controle da água no fundo do tanque. Se existir água ou sedimentos presente no fundo do tanque,
convém que o nível da camada do líquido de fundo seja cuidadosamente monitorado e drenado para
mantê-lo a pelo menos dois diâmetros da tubulação abaixo da entrada. É recomendado que os requi-
sitos de projeto da tubulação de entrada descritos em 3 assegurem que o fundo de água ou de
sedimentos não seja desnecessariamente perturbado pelo líquido de entrada durante o carregamento.

 5) Se uma atmosfera explosiva estiver presente e não for possível assegurar que os sedimentos ou
água de fundo não sejam agitados, a velocidade deve ser limitada a 1 m/s durante o carregamento.

NOTA Não é normalmente necessário restringir as velocidades e o fluxo para 1 m/s durante o carregamento
apenas porque uma segunda fase está presente na forma de água de fundo ou sedimentos no tanque. Os
riscos associados com água de fundo normalmente podem ser tratados por meio das precauções indicadas
em 3 e 4.

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 6) Se puder ser evitado, não convém que líquidos de baixa densidade sejam carregados em tanque
que contenha um líquido de densidade substancialmente maior, porque o efeito de flutuação resul-
tante poderia levar o líquido de entrada altamente carregado eletrostaticamente para a superfície
do líquido, levando a uma situação de risco de potencial elétrico de superfície mais elevado. Pela
mesma razão, é recomendado que o carregamento de líquidos quentes em tanques parcialmente
cheios com líquidos frios e que a entrada de ar ou outro gás junto com a entrada de líquido também
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sejam evitados sempre que possível. Se estas operações não puderem ser evitadas, convém que
a velocidade do fluxo de entrada seja reduzida a 1 m/s para minimizar a geração de carga eletrostática.

7.3.2.2.3 Tanques com tetos flutuantes ou coberturas internas flutuantes

Em um tanque com teto flutuante ou cobertura interna flutuante, a atmosfera explosiva é protegida
dos potenciais desenvolvidos durante o carregamento pelo teto ou cobertura flutuante. Portanto, após
o período inicial de carregamento e quando o teto ou cobertura forem flutuantes, não há necessidade
de restrição na velocidade de fluxo. No entanto, convém que a velocidade seja limitada a 1 m/s até que
a cobertura se torne flutuante. Para assegurar o efeito de proteção desejado, é essencial que o teto ou
cobertura interna flutuante seja de material condutor e esteja adequadamente aterrado (ver Seção 13).

Às vezes, esferas ou bolas flutuantes são utilizadas em tanques para minimizar a evaporação. É essen-
cial que elas sejam feitas de material dissipativo ou condutivo. É recomendado que estas esferas
somente sejam utilizadas em líquidos com condutividade elevada, uma vez que, em um líquido de
condutividade média ou baixa, uma bola ou esfera ou um grupo de bolas ou esferas podem tornar-se
isoladas do terra e desta forma possibilitar a geração de faíscas.

7.3.2.2.4 Resumo de precauções para grandes tanques condutivos

A Tabela 8 resume as precauções necessárias para o carregamento de grandes tanques condutivos


com líquidos de baixa condutividade. Se a condutividade elétrica for elevada acima da faixa de baixa
condutividade, por exemplo, pela utilização de um aditivo dissipativo antiestático (Static Dissipative
Additive – DAS; ver 7.1.4 e 7.2.4), estas precauções não são necessárias. No entanto, neste caso,
é essencial assegurar uma adição confiável do DAS, porque a falha na incorporação do aditivo no
líquido pode causar um incêndio ou explosão. As precauções para líquidos de baixa condutividade
necessitam ser mantidas se houver qualquer dúvida sobre a confiabilidade da adição de aditivos.

Tabela 8 – Precauções para o carregamento de grandes tanques condutivos


com líquidos de baixa condutividade (continua)
Aplicabilidade no tanque
Precauções Com teto ou cobertura Com teto fixo, sem cobertura
interna flutuante flutuante
Manter velocidades de fluxo Essencial até que o teto ou Essencial durante o período
inferior a 1 m/s cobertura se torne flutuante inicial de carregamento, e
quando carregar um líquido
contaminado ou de duas fases,
ou um líquido com densidade
substancialmente inferior àquela
do líquido já presente no tanque

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Tabela 8 (conclusão)
Aplicabilidade no tanque
Precauções Com teto ou cobertura Com teto fixo, sem cobertura
interna flutuante flutuante
Manter velocidades de fluxo Desnecessário quando o Recomendado em todos
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inferior a 7 m/s teto ou cobertura é flutuante os casos em que o limite de


NOTA Muitas vezes será 1 m/s não seja aplicado
necessário um limite da vazão
para evitar danos no teto por
um movimento muito rápido.

Assegurar um tempo de per- Essencial até que o teto ou Essencial


manência adequado dos gera- cobertura se torne flutuante
dores de cargas eletrostáticas NOTA Neste caso, o tempo
elevadas (por exemplo, micro- de permanência pode ser cal-
filtros) no tanque culado utilizando uma veloci-
dade de 1 m/s.

Evitar agitar a água de fundo Essencial até que o teto ou Essencial


do tanque com a entrada do cobertura se torne flutuante
produto, entrada de ar ou
ventilação das linhas de saídas
com gás
Evitar o carregamento de Desnecessário Recomendado na medida do
líquidos de baixa densidade em possível. Se for inevitável,
tanques contendo líquidos de manter a velocidade do fluxo
densidade substancialmente abaixo de 1 m/s (ver linha 1
elevada (ver 7.3.2.2.1) desta tabela)

7.3.2.3 Tanques condutivos de médio porte

7.3.2.3.1 Escopo

Tanques condutivos de médio porte (ver 7.3.2.1 para as definições de tamanho) incluem os tanques
de armazenamento fixos e móveis, como tanques rodoviários ou ferroviários. Embora os tanques de
combustível de aeronaves geralmente estejam dentro da faixa de porte médio, o carregamento de
tanques de aeronaves é tratado separadamente em 7.8.1.

7.3.2.3.2 Precauções para tanques fixos

7.3.2.3.2.1 Precauções para todos os tipos de líquidos

 a) Aterramento: É recomendado que os requisitos de aterramento dados em 7.2.1 e na alínea a) de


7.3.2.2 sejam adotados.

 b) Tubulações e mangueiras: É recomendado que as tubulações e mangueiras estejam de acordo


com 7.7.2 e 7.7.3, respectivamente.

 c) Pessoas: É recomendado que riscos devidos ao carregamento eletrostático de pessoas sejam
evitados com o cumprimento dos requisitos da Seção 11.

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 d) Velocidade de carregamento: É recomendado que as velocidades de fluxo sejam mantidas dentro
dos limites descritos em 7.3.2.3.5.2.

NOTA Os limites do fluxo variam com o projeto do tanque, diâmetro da tubulação e natureza do líquido.

 e) Ar e gás: Não limpar tubulações com ar ou outro gás, a menos que exista a certeza de que a ope-
ração não provoque uma sobrepressão no equipamento. Convém que a utilização de nitrogênio
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ou mistura gasosa de nitrogênio e ar seja considerada para a limpeza de tubulações, ao invés de


ar comprimido. Para evitar velocidades excessivas de fluxo (em relação aos limites indicados em
7.3.2.3.5.2), utilizar a menor fonte de pressão que pode limpar adequadamente as tubulações.
Minimizar o volume de gás que entra abaixo do nível de líquido do tanque de recebimento.

 f) Medição e amostragem: Medição e amostragem podem introduzir riscos adicionais. Recomenda-se
que estes sejam tratados de acordo com o descrito em 7.6.

7.3.2.3.2.2 Precauções adicionais para líquidos com baixa condutividade

 a) Filtros e outros equipamentos de alto carregamento eletrostático: Filtros para partículas finas,
bombas e outros equipamentos de alto carregamento instalados na tubulação a montante de um
tanque podem gerar altos níveis de carregamento eletrostático. Para esta proteção, seguir as reco-
mendações indicadas em 7.5

 b) Drenagem de tanques: Se o produto não for totalmente miscível com água e for possível que
a água se acumule no fundo do tanque (por exemplo, se o produto de entrada contiver água ou
se houver água dissolvida ou contato com a umidade do ar e variação da solubilidade da água
devido ao ciclo de temperatura), convém que o tanque seja provido com um dreno localizado no
fundo do tanque para permitir que a água de fundo seja removida. É recomendado que o nível de
água de fundo seja monitorado e controlado para mantê-lo abaixo da entrada de produto por pelo
menos dois diâmetros da tubulação

 c) Entrada do tanque: É recomendado que a entrada esteja localizada na parte baixa do tanque,
mas acima do nível em que será permitido que a água de fundo acumule. Isto pode ser obtido
por um carregamento pelo topo, utilizando um tubo de carregamento localizado próximo ao fundo
do tanque ou por carregamento pelo fundo (incluindo carregamento lateral próximo do fundo).
Convém que a entrada seja projetada para alimentação de entrada de líquido horizontalmente
no tanque, para minimizar os jatos de produto altamente carregados contra a superfície e para
minimizar a agitação da água ou sedimentos de fundo. Uma entrada em forma de T que direciona
o líquido paralelamente às paredes laterais é adequada para este aspecto.

NOTA Para tanques fixos com entradas laterais, a utilização de uma entrada em forma de T é mais
adequada do que uma placa defletora, porque mantém o líquido altamente carregado próximo da base
do tanque e minimiza suspensão de qualquer água e sedimentos do fundo do tanque.

 d) Carregamento por cima com respingos

—— Para a maioria das aplicações, é recomendado que o carregamento com respingos seja
evitado, utilizando uma entrada na parte de baixo do tanque, com o fluxo de entrada dirigido
horizontalmente, de acordo com o descrito no parágrafo anterior (ver também 7.2.2).

—— Carregamento por cima é, algumas vezes, essencial, por razões de processo (por exemplo,
para evitar interferência com agitadores em vasos de reação química). Neste caso:

i) É recomendado que o tubo de carregamento seja inserido no tanque perto de uma


parede lateral e convém que o líquido de entrada seja dirigido para baixo e ligeiramente
na direção da parede (em um ângulo de 15° a 30° com a vertical).

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ii) É recomendado que a operação seja avaliada em detalhes para determinar uma velo-
cidade de carregamento aceitável. Não convém que esta velocidade exceda 50 % da
velocidade normal ou limites vd (ver 7.3.2.3.5), e não convém que seja maior que 2 m/s.

iii) É recomendado que a distância entre a extremidade do tubo de carregamento (e outras


saliências) para o nível máximo de líquido seja de pelo menos 200 mm, de modo que
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descargas eletrostáticas a partir da superfície do líquido sejam improváveis de ocorrer.

Líquidos inflamáveis de baixa volatilidade (por exemplo, óleos lubrificantes) que são inca-
pazes de produzir uma atmosfera de vapor inflamável à temperatura máxima de manipula-
ção podem ser utilizados no carregamento sem as restrições de carregamento eletrostático
indicadas acima (que são aplicáveis para os casos onde poderia haver uma atmosfera explo-
siva). No entanto, com esta abordagem, é essencial assegurar que não existem outras fon-
tes de vapor inflamável e que o processo de carregamento não produz quantidade suficiente
de névoa ou gotículas suspensas para tornar a atmosfera explosiva.

7.3.2.3.3 Precauções para caminhões-tanques

As precauções para os caminhões-tanques são as mesmas que para os tanques fixos (7.3.2.3.2),
exceto para a utilização de diferentes limites de velocidade, de acordo com o descrito em 7.3.2.3.5.4
e com os seguintes requisitos adicionais:

 1) Aterramento e equipotencialização

 a) É recomendado que a resistência de equipotencialização entre o chassis, o tanque e as tubu-


lações associadas e as conexões no caminhão seja inferior a 1 MΩ. Para sistemas totalmente
metálicos, convém que a resistência seja de 10 Ω ou menos e, se um valor elevado for encon-
trado, é recomendado que investigações adicionais sejam feitas para verificação de possíveis
problemas de corrosão ou conexões soltas.

 b) É recomendado que um cabo de ligação ao terra seja conectado ao caminhão antes de
qualquer operação ser realizada (por exemplo, abertura da tampa de inspeção ou conexão
mecânica da tubulação). Recomenda-se que a ligação tenha uma resistência menor do que
10 Ω entre o caminhão e o ponto de ligação ao terra, e não convém que seja removida até
que todas as operações estejam concluídas.

 c) É recomendado que o cabo de ligação ao terra requerido em b) seja parte de um sistema está-
tico de monitoramento do terra, que monitora continuamente a resistência entre o caminhão
e um ponto de ligação ao terra, e que aciona intertravamentos para interromper a continui-
dade do carregamento, quando esta resistência exceder 10 Ω. É recomendado, adicionalmente,
que o sistema estático de monitoramento de terra seja capaz de diferenciar a conexão do
tanque do caminhão (ou ponto de ligação ao terra) e de outros objetos metálicos. Este tipo de
sistema evita que os operadores conectem o sistema de aterramento em partes do caminhão
(por exemplo, no para-lama), que pode estar eletricamente isolado do tanque do caminhão.

 2) Carregamento por cima (top loading)

 a) Recomenda-se que o braço de carregamento (ou bico de carregamento ou braço articulado)
seja inserido até a parte inferior do tanque, antes de iniciar o carregamento do líquido.

 b) Recomenda-se que o braço de carregamento:

i) seja posicionado verticalmente,

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ii) alcance o fundo do tanque do caminhão;

iii) possua uma peça em T ou defletor similar na parte final para desviar o fluxo ao longo da
base do tanque do caminhão

 3) Descargas atmosféricas


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Quando existe a possibilidade de descargas atmosféricas, não convém que os caminhões-tanque


sejam carregados em áreas abertas com um líquido que possa gerar uma atmosfera explosiva
do lado de fora do tanque. O carregamento pode ser feito em locais abaixo de proteções ou onde
uma área de proteção contra descargas atmosféricas seja existente.

7.3.2.3.4 Precauções para vagões-tanques

As precauções para os vagões-tanques são as mesmas que para os tanques fixos (7.3.2.3.2), exceto
para a utilização de diferentes limites de velocidade (ver 7.3.2.3.5.5) e os seguintes requisitos adicionais:

 1) Equipotencialização (bonding)

 a) Recomenda-se que os trilhos da ferrovia sejam conectados uns aos outros e às estruturas
metálicas (incluindo estruturas de carregamento de combustível), com uma resistência de
equipotencialização menor que 1 MΩ.

 b) Recomenda-se que a resistência de equipotencialização entre as rodas, o tanque e as demais


partes dos vagões seja menor que 1 MΩ. Uma equipotencialização independente do vagão
tanque do trem não é necessária, uma vez que isto é proporcionado pelos trilhos.

 2) Correntes circulantes e parasitas

 a) Um flange isolante pode ser instalado na tubulação de alimentação para evitar a circulação
de correntes parasitas. Neste caso, convém que o bocal de carregamento seja interligado ele-
tricamente ao vagão do trem, antes do início do carregamento de combustível.

 b) Recomenda-se que os trilhos secundários (siding) utilizados para a colocação dos vagões
durante o carregamento de combustível estejam isolados dos demais trilhos da ferrovia, de
forma a evitar a circulação de correntes parasitas. Não convém que este isolamento seja
curto-circuitado pelos materiais dos trilhos ou pelos vagões.

 3) Carregamento por cima

O braço de carregamento (tubo de carregamento) necessita ser posicionado até o fundo do tan-
que antes de iniciar o carregamento com líquido. Convém que o tubo de carregamento:

 a) seja posicionado verticalmente (sistemas automáticos de carregamento por cima podem
introduzir o tubo em um pequeno ângulo).

 b) alcance o fundo do tanque.

 c) tenha uma peça em T ou um defletor similar no fundo para redirecionar o fluxo ao longo da
base do tanque.

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 4) Proteção contra descargas atmosféricas

Quando existir a possibilidade de incidência direta de descargas atmosféricas, não convém que
os vagões-tanques sejam carregados em ambientes abertos, nos casos onde um líquido possa levar
a atmosfera explosiva para o lado externo do compartimento do tanque. Nestes casos, o carrega-
mento pode ser feito sob coberturas ou telhados, ou quando um cone adequado de proteção contra
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descargas atmosféricas for considerado.

7.3.2.3.5 Limites de velocidade de vazão e limites da multiplicação vd

7.3.2.3.5.1 Notas explicativas gerais

Os limites de vazão são expressos de forma direta, em termos de velocidade, ou de forma indireta, em
termos dos limites sobre a multiplicação da velocidade pelo diâmetro da tubulação (vd). Os principais
fatores que influenciam estes limites são:

 a) O tamanho e o formato do tanque: o tamanho mais crítico tende a ficar na faixa entre 3  m3
a 10 m3, sendo que os tanques mais altos e alongados verticalmente apresentam as tensões mais
elevadas. Os potenciais de tensão são geralmente mais baixos em tanques maiores ou menores,
em tanques com formato horizontal alongado ou em tanques para os quais o comprimento e
a largura (ou diâmetro) são maiores do que a altura.

NOTA Tanques muito alongados verticalmente podem também apresentar baixos níveis de tensão,
mas as relações entre a altura e a largura (diâmetro) necessárias para estes casos ficam, na prática,
fora das faixas normais de dimensões.

 b) Presença de um material condutor central: Em tanques aproximadamente cúbicos (isto é, todas
as principais dimensões possuem valores similares), a presença de um equipamento ou peça
atuando como um “condutor” central vertical localizado no centro do tanque reduz o potencial
máximo aproximadamente pela metade. Em função do potencial reduzido, uma velocidade mais
alta de carregamento pode ser permitida. Uma peça atuando como um material condutor central
é muito menos efetiva na redução de potenciais de tensão em tanques horizontais ou em tanques
com baixas relações entre altura e largura (diâmetro). Exemplos de operações que podem ser
beneficiadas pela presença de um material condutor central são vagões rodoviários com carre-
gamento pelo topo (top-loading) (uma vez que o braço de carregamento atua como um material
condutor) e os vagões rodoviários com carregamento pela base (bottom-loading) em comparti-
mentos com tubos imersos.

 c) O tipo de líquido: a condutividade é importante, da mesma forma que a presença ou ausência de
fases múltiplas. Além disto, é verificada na indústria do petróleo uma elevação de risco de ignição
eletrostática quando do carregamento de veículos com combustíveis derivados da destilação do
petróleo (como o óleo diesel) que apresentam baixos teores de enxofre (< 50 ppm).

NOTA A elevação do risco com diesel de baixo teor de enxofre é proveniente, basicamente, de fato-
res associados ao processamento do óleo diesel, e não existem ainda evidências de que outros líquidos
com baixo teor de enxofre são afetados de forma similar (por exemplo, gasolina, produtos químicos
puros ou solventes podem possuir baixos teores de enxofre, mas não existem evidências de que eles
possuam um risco elevado de ignição eletrostática).

 d) Se o tanque é fixo ou móvel: a instalações de carregamento para tanques fixos podem ser proje-
tadas para uma função específica, enquanto que as instalações para carregamento de tanques
móveis necessitam lidar com uma grande faixa de tamanhos e formatos de tanques. Para tan-
ques móveis, é recomendado que a velocidade ou o limite do produto vd esteja adequado para

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o pior caso que possa ser encontrado. Além disto, tanques móveis tendem a ser alongados hori-
zontalmente por questões de estabilidade no trânsito (por exemplo, compartimentos de tanques
ferroviários), ao passo que os tanques fixos são frequentemente altos e alongados verticalmente
(altura/diâmetro > 1).

Em função destas diferenças práticas, existem diferentes velocidades ou limites do produto vd para tan-
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ques fixos, tanques rodoviários e tanques de vagões ferroviários. Além disto, para tanques rodoviários ou
ferroviários, existem diferentes limites para hidrocarbonetos destilados de faixa média e outros líquidos.

7.3.2.3.5.2 Regiões sobre as quais se aplicam os limites de vazão

Quando a velocidade ou os limites do produto vd são especificados, convém que estes sejam atendi-
dos ao longo da “região de relaxamento” superior do tanque. Esta região de relaxamento consiste na
tubulação com um tempo de residência de 30 s ou 3 vezes o tempo de relaxamento na parte superior
do tanque, o que for menor. Quando o tempo de relaxamento é utilizado para calcular o tempo de resi-
dência, convém que este seja determinado com a condutividade mais baixa do produto que puder ser
processado. Se a condutividade mais baixa não for conhecida, é recomendado utilizar o critério de 30 s.

Para assegurar que o produto vd ou limites de velocidade sejam atendidos ao longo de toda a região
de relaxamento, é necessário somente assegurar que estes valores sejam atingidos para a seção
mais crítica dentro desta região.

Para um sistema não ramificado, a seção crítica é aquela com o menor diâmetro de tubulação, exceto
se a seção com o menor diâmetro possuir um comprimento menor que 5 m e possuir somente um
tamanho de seção (diâmetro) de tubulação nominal menor, em relação à seção com o próximo menor
diâmetro, sendo esta última tomada como seção crítica.

Para sistemas de tubulação ramificados (por exemplo, uma grande tubulação de carregamento que
se ramifica em tubulações menores, como os segmentos a montante de uma tubulação principal que
alimentada diversos tanques, enquanto a tubulação a jusante alimenta um único tanque principal),
a seção crítica é aquela com o valor mais elevado de Fs/dsm, onde Fs é a vazão mais elevada possível
ao longo do segmento, ds é o diâmetro da tubulação no segmento e m = 2 para avaliação dos limites
do produto vd ou m = 3 para avaliação dos limites de velocidade (ver A.1.4).

A vazão máxima aceitável em um segmento crítico que possa encher diversos tanques simultanea-
mente é Ns vezes aquele em cada tanque, onde:

Ns = Fs/FT

Fs é a vazão máxima possível pelo segmento e FT é a vazão volumétrica para o interior do tanque.
Um aumento da vazão é aceitável no segmento, porque esta é dividida entre os tanques. Em função
da vazão variar com o quadrado da velocidade, a velocidade de vazão permitida ou o limite do produto
vd para o segmento tem o valor correspondente de Ns1/2 vezes maior do que o limite para o tanque
(ver A.1.4).

7.3.2.3.5.3 Limites para tanques fixos

Diferentes limites são aplicáveis, como indicado a seguir, tendo como base um período inicial de par-
tida com vazão lenta e posteriormente um período de vazão total:

Início lento: para líquidos com condutividade média ou baixa, quando pode haver a presença de lastro
de água ou de sedimentos no fundo do tanque, não convém que a velocidade inicial de vazão exceda
1 m/s até que a saída da tubulação de carregamento esteja totalmente submersa a um nível de duas

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vezes o seu diâmetro. Este início lento é requerido para reduzir o risco associado com o distúrbio de
sedimentos. Existem diferentes opiniões sobre se um início lento é requerido quando não existe a pos-
sibilidade de lastro de água ou de sedimentos. Medições efetuadas mostram que, nestes casos, um
início lento não reduz de forma significativa a tensão máxima eletrostática gerada. No entanto, o início
lento pode ser aconselhável, de forma a evitar possíveis problemas relacionados ao deslocamento de
água no interior da tubulação.
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Se um tanque for cheio por meio de uma série de estágios separados, um início lento de 1 m/s é reco-
mendado para cada estágio individual.

Vazão total: a velocidade da vazão e os limites do produto vd para o período de vazão total dependem,
como indicado a seguir, do tipo do líquido e do tanque:

 1) Todos os líquidos de alta condutividade e líquidos de condutividade média com fase única: não
existe restrição obrigatória sobre a velocidade da vazão, embora seja recomendado, como uma
precaução geral, um limite de 7 m/s. Se uma velocidade elevada for permitida somente porque
a condutividade foi aumentada por meio de um aditivo dissipativo estático (SDA – Static Dissipative
Additive), é essencial assegurar uma adição confiável do DAS, porque a falha em adicionar uma
quantidade suficiente deste aditivo no líquido pode levar a uma explosão ou incêndio. Se houver
dúvida sobre a confiabilidade da adição do SDA, os limites de velocidade para líquidos com baixa
condutividade necessitam ser utilizados.

 2) Líquidos de condutividade média ou baixa, contaminados ou com duas fases: quando do carrega-
mento de tanques com misturas de duas fases (por exemplo, líquidos contaminados, líquidos com
água ou sedimentos suspensos), para os quais a fase contínua tenha uma condutividade média
ou baixa, existe uma velocidade-limite fixada de 1 m/s. Convém que este limite seja também apli-
cado se lastros de água ou sedimentos de fundo puderem ser remexidos em um tanque contendo
um líquido com condutividade média ou baixa, por exemplo, se a água estiver acumulada até que
a interface líquido/água esteja próxima (cerca de um diâmetro da tubulação de entrada no tanque)
ou acima do nível de entrada do líquido. É recomendado que as velocidades não estejam muito
abaixo de 1 m/s; caso contrário, a água pode se acumular em pontos baixos da tubulação.

 3) Líquidos não contaminados, com baixa condutividade: para líquidos não contaminados (limpos),
com uma única fase, com baixa condutividade, as restrições de velocidade são apresentadas de
forma direta, em termos de velocidade, ou são apresentadas de forma indireta, em termos dos
limites do produto vd, onde v é a velocidade média na tubulação, em metros por segundo, e d
é o diâmetro da tubulação, em metros. Existem diferentes limites, como indicado a seguir, para
tanques com eixo vertical e para tanques com eixo horizontal.

 a) Para tanques ou vasos com eixo vertical, com lados verticais e seção transversal quadrada
ou quase quadrada:

NOTA Tanques de formato quase quadrado são aqueles para os quais a razão entre o comprimento e
a largura não excede 1,5.

Quando do carregamento de um tanque por uma tubulação não ramificada, convém que a veloci-
dade de carregamento v na seção crítica da região de relaxamento (ver 7.3.2.3.5.2) seja restrin-
gida a:

v ≤ K (D/d) 1/2 m/s

limitada a uma velocidade máxima de vazão de 7 m/s.

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Onde D é o diâmetro do tanque ou, para tanques quase quadrados de comprimento L e largura
W, um diâmetro efetivo determinado por D = 2(LW/π)1/2 (para tanques quase quadrados L = W),
d é o diâmetro da tubulação (tanto D como d devem estar na mesma unidade de medida) e K
é uma constante que depende da constante dielétrica do líquido e possui unidade de dimensão
de velocidade. É mostrado em B.2.2 que K = 0,7 m/s para ε = 2 e que a variação máxima deste
valor é menor que 6,3 % para a faixa de constantes dielétricas associadas aos líquidos de baixa
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condutividade (até ε ~ 5). Esta pequena diferença está dentro das incertezas e das margens de
segurança das análises, de forma que o valor de 0,7 m/s seja internacionalmente adotado.

Quando do carregamento de múltiplos tanques por uma tubulação ramificada, a seção crítica pode
ocorrer em um local que alimente mais do que um tanque. Neste caso, a velocidade máxima na seção
crítica pode ser aumentada pelo fator Ns1/2 do valor indicado acima, onde Ns é a razão entre a vazão
máxima pelo segmento crítico e a vazão para o interior do tanque (ver 7.3.2.3.5.2 e A.1.4).

Vazões obtidas a partir da equação indicada acima, para carregamento de tanques por uma
tubulação não ramificada com espessura de parede Schedule 40, são indicadas na Tabela 9a
(em m3 por minuto) e 9b (em USG por minuto).

NOTA Nos EUA, as tubulações são determinadas por meio de seu NPS (Nominal Pipe Size), isto é, seu
diâmetro externo, em polegadas, e uma espessura de parede (Schedule). Na Europa, as tubulações são
determinadas por seu DN (diâmetro nominal), isto é, seu diâmetro externo em milímetros e seu IN (Diâmetro
Interno), isto é, seu diâmetro interno nominal, em milímetros.

Tabela 9 – Limites de vazão para o carregamento de tanques de tamanho médio


com eixo vertical, por uma tubulação de Schedule 40
a) Para vazões em m3 por minuto

Tamanho da
Diâmetro do tanque, m
tubulação

NPS DN ID, mm 1 1,5 2 2,5 3 4 5 6 8 10

1 25 26,6 0,14 0,18 0,20 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23

1,5 40 40,9 0,27 0,33 0,39 0,43 0,47 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55

2 50 52,5 0,40 0,49 0,56 0,63 0,69 0,79 0,89 0,91 0,91 0,91

2,5 65 62,7 0,52 0,63 0,73 0,82 0,90 1,04 1,16 1,27 1,30 1,30

3 80 77,9 0,72 0,88 1,01 1,13 1,24 1,44 1,60 1,76 2,00 2,00

4 100 102 1,08 1,32 1,53 1,71 1,87 2,16 2,41 2,64 3,05 3,41

5 125 128 1,51 1,85 2,14 2,39 2,62 3,03 3,39 3,71 4,28 4,79

6 150 154 1,99 2,44 2,82 3,15 3,45 3,99 4,46 4,89 5,64 6,31

8 200 203 3,01 3,69 4,26 4,76 5,21 6,02 6,73 7,38 8,52 9,52

10 250 254 4,24 5,19 5,99 6,70 7,34 8,47 9,47 10,4 12,0 13,4

12 300 305 5,51 6,75 7,79 8,71 9,54 11,0 12,3 13,5 15,6 17,4

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b) Para vazões em USG por minuto

Tamanho da
Diâmetro do tanque, pé
tubulação

NPS DN ID, mm 4 5 6 8 10 12 16 20 26 33
Projeto em Consulta Nacional

1 25 26,6 42 47 51 59 62 62 62 62 62 62

1,5 40 40,9 80 89 97 113 126 138 146 146 146 146

2 50 52,5 116 129 142 164 183 201 232 240 240 240

2,5 65 62,7 151 169 185 214 239 262 302 338 343 343

3 80 77,9 209 234 256 296 331 363 419 468 529 529

4 100 102 315 352 385 445 497 545 629 704 802 904

5 125 128 442 494 541 625 698 765 883 988 1 130 1 270

6 150 154 582 650 713 823 920 1 010 1 160 1 300 1 480 1 670

8 200 203 878 982 1 080 1 240 1 390 1 520 1 760 1 960 2 240 2 520

10 250 255 1 240 1 380 1 510 1 750 1 950 2 140 2 470 2 760 3 150 3 550

12 300 305 1 610 1 800 1 970 2 270 2 540 2 780 3 210 3 590 4 100 4 620

 b) limites do produto vd para outros tanques de tamanho médio (por exemplo, tanques com eixos
horizontais ou tanques com lados verticais com seção transversal não quadradas alongadas):

vd ≤ N × 0,50 m2/s para carregamento por cima (top loading) ou por baixo (bottom loading)
com um material condutor central

vd ≤ N × 0,38 m2/s para carregamento por baixo (bottom loading) sem um material condu-
tor central

limitada a uma velocidade máxima de vazão de 7 m/s.

Nesta expressão de limite, N é um fator que descreve a influência do comprimento do tanque L,


o qual é a maior dimensão horizontal. Com L expresso em metros: N = 1 para L < 2, N =  L /2
para 2 ≤ L ≤ 4,6 e N = 1,5 para L >  4,6. Estruturas internas, como abafadores, anteparas ou
chicanas, não precisam ser levadas em consideração, quando da determinação do comprimento
do tanque, mas se o tanque for subdividido em compartimentos completamente separados, cada
compartimento necessita ser tratado como um tanque separado.

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Estes limites são aplicáveis à seção crítica da tubulação na região de relaxamento superior do
tanque (ver 7.3.2.3.5.2). Quando do carregamento de diversos tanques por uma tubulação ramifi-
cada, a seção crítica pode ocorrer no local que alimenta mais do que um tanque. Neste caso,
a velocidade máxima na seção crítica pode ser aumentada pelo fator Ns1/2 do valor indicado
acima, onde Ns é a razão entre a vazão máxima pelo segmento crítico e a vazão para o interior
do tanque (ver 7.3.2.3.5.2 e A.1.4).
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Os limites da velocidade e do volume da vazão para enchimentos de tanques de eixo horizontal pelo
tubulações não ramificadas por meio de uma faixa de tamanhos de tubulações podem ser obtidos
pela combinação do produto vd e dos limites de velocidade e são apresentados na Tabela 10.

Tabela 10 – Limites de velocidade e de vazões de carregamento para o carregamento


de líquidos de baixa condutividade em tanques pequenos (N=1), fixos e com eixo
horizontais, pela tubulação com Schedule 40

Carregamento por baixo ou Carregamento por cima ou


Tamanho da carregamento sem um material carregamento com um material
tubulação a condutor central condutor central

vd = 0,38 m2/s vd = 0,50 m2/s

Velocidade da Vazão de Velocidade da Vazão de


ID,
NPS DN vazão, carregamento, vazão, carregamento,
mm
m/s m3/min m/s m3/min

1 25 26,6 7,0 0,23 7,0 0,23


1,5 40 40,9 7,0 0,55 7,0 0,55
2 50 52,5 7,0 0,91 7,0 0,91
2,5 65 62,7 6,1 1,12 7,0 1,30
3 80 77,9 4,9 1,40 6,4 1,84
4 100 102 3,7 1,83 4,9 2,41
6 150 154 2,5 2,76 3,2 3,63
8 200 203 1,9 3,63 2,5 4,78
12 300 305 1,2 5,46 1,6 7,18
a Com base no diâmetro da seção da tubulação crítica (ver 7.3.2.3.5.2).

Os limites de velocidade, do produto vd e das vazões apresentados nesta Seção são provenien-
tes da hipótese de que todos os requisitos indicados em 7.3.2.3.2 são atendidos. Às vezes isto
é difícil de ser assegurado (por exemplo, não é sempre certo que os respingos do carregamento
podem ser evitados). Quando houver alguma dúvida, convém que uma avaliação de risco seja
realizada e medidas adicionais de controle sejam adotadas, se apropriado. Medidas adicionais
podem incluir:

 a) reduzir a velocidade da vazão para um valor abaixo do nível requerido pelos limites da Tabela 10;

 b) elevar a condutividade utilizando um aditivo antiestático (SDA) (ver 7.2.4).

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7.3.2.3.5.4 Limites para tanques rodoviários

Esta subseção descreve como a velocidade ou os limites do produto vd para carregamento de líquido
não contaminado, com uma única fase, com baixa condutividade em tanques rodoviários, são diferen-
tes dos limites estabelecidos para tanques fixos (7.3.2.3.5.3). Qualquer velocidade ou limite do pro-
duto vd que não seja explicitamente indicado nesta Seção (por exemplo, os limites para o início lento
Projeto em Consulta Nacional

e para líquidos contaminados) permanece como aqueles indicados em 7.3.2.3.5.3 para tanques fixos.

Líquidos diferentes de combustíveis derivados do petróleo: utilizar os limites de velocidade para tan-
ques fixos indicados em 7.3.2.3.5.3, exceto que, caso os compartimentos dos diferentes comprimen-
tos sejam destinados a serem cheios pelo mesmo ponto de carregamento, como é o caso usual,
convém que o limite do produto vd e a velocidade da vazão sejam calculados utilizando um valor de N
para o compartimento mais curto que será cheio. Se o comprimento do compartimento mais curto não
for conhecido, convém que seja utilizado N = 1. Isto assegura que a velocidade máxima da vazão seja
aceitável para os comprimentos dos compartimentos de pior caso (L ≤ 2 m). As velocidades de vazão
para este caso são indicadas na Tabela 10.

Combustíveis de destilações médias de petróleo: para lidar com as diferenças de projeto dos veículos,
a indústria do petróleo iniciou a classificação dos tanques rodoviários para os quais uma velocidade
de vazão mais elevada pode ser tolerada em todos os compartimentos, denominados “veículos ade-
quados para carregamento em alta velocidade”. Estes veículos possuem as características indicadas
na Tabela 11, proporcionando potenciais eletrostáticos reduzidos, e podem ser cheios até 33 % mais
rápidos do que os veículos comuns, caso seja permitido pela legislação local. Um terminal de carre-
gamento que tenha sido projetado para encher em alta velocidade necessita especificar que somente
veículos adequados para carregamentos rápidos possam ser cheios.

A Tabela  11 apresenta a definição de veículos que podem ser considerados como sendo adequa-
dos para carregamento rápido. Convém que a utilização desta definição para a classificação dos veículos
e as velocidades das vazões sejam ajustadas de forma que o valor do produto vd não exceda os limi-
tes apropriados apresentados na Tabela 12. Os limites do produto vd indicados na Tabela 12 dependem
do tipo de produto (como produto de baixo teor de enxofre < 50 ppm ou outros produtos da destilação
média do petróleo), do tipo do tanque (adequado para carregamento rápido ou não) e da condutividade
do produto.

Gasolinas: gasolinas finais podem ser carregadas em taxas determinadas a partir do limite universal
vd  ≤  0,5  m2/s (limitado a v  ≤  7  m/s), independentemente do tipo de veículo, da condutividade da
gaso-lina ou do conteúdo de enxofre. Esta taxa é baseada no grau de proteção conferido pela alta
volatilidade em conjunto com a limitação de entrada de ar em veículos de carregamento por baixo, além
de ser baseada em experiências operacionais. Não convém que este valor seja aplicado a carrega-
mento de componentes individuais da gasolina, como as naftas, as quais podem possuir uma volatilidade
significantemente mais baixa do que as gasolinas finais. É recomendado que tais componentes sejam
carregados utilizando as regras de carregamento dos combustíveis de destilações médias de petróleo.

As velocidades das vazões e as taxas de vazão em volume obtidas a partir dos limites do produto vd
da Tabela 12 e sujeitas a uma velocidade máxima de vazão de 7 m/s são indicadas na Tabela 13, para
uma faixa de tamanhos de tubulações.

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Tabela 11 – Veículos e compartimentos adequados para carregamento


em alta velocidade para veículos que atendem aos requisitos de ADR

Veículo Se um veículo ou tanque for destinado a ser classificado como sendo adequado
para carregamento de alta velocidade, então todos os compartimentos
daquele veículo devem ser compartimentos do tipo para carregamento de alta
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velocidade
Compartimento Um compartimento de carregamento em alta velocidade é qualquer
compartimento ou câmara com capacidade entre 2 000 L a 15 000 L, equipado
com um material condutor que:
 a) possua uma placa de sacrifício, anteparas ou chicanas em toda a sua altura, ou
 b) possua um tubo interno, ou
 c) possua um fio condutor central,
de forma que nenhuma parte do líquido, em uma vista de topo, possua uma
distância que exceda 0,8 m de qualquer superfície condutiva. Compartimentos
com tamanhos maiores não requerem um condutor deste tipo para serem clas-
sificados como compartimentos de carregamento em alta velocidade. Quando
um compartimento é equipado com um dispositivo de sobre-enchimento (overfil)
ou outro dispositivo do tipo sonda que esteja a menos que 0,5 m de um material
“condutor”, como definido acima, a sonda necessita ser equipada com um “ex-
tensor de sonda” a ser fixado na sonda e localizado no fundo do compartimento.
Material Um cabo ou fio ou tubo eletricamente contínuo com um diâmetro de pelo menos
condutor 2 mm, fixado no teto do compartimento ou câmara e pendente pelo centro até
central o piso. Este cabo ou fio ou tubo necessita ser feito de metal resistente
a corrosão e possuir uma integridade mecânica suficiente para resistir
à utilização e desgastes normais.
Tubo interno Qualquer tubulação para carregamento, serviço ou recuperação de vapor que
seja eletricamente contínua com o invólucro do compartimento ou da câmara.
Câmara Uma câmara é o espaço criado em um compartimento maior que 7 500 L,
quando este compartimento é subdividido por placas de sacrifício, anteparas
ou chicanas, de acordo com a ADR, em espaços com capacidades menores
NOTA ADR (Agreement concerning the international carriage of Dangerous goods by Roads) é um acordo
relacionado ao Transporte Internacional de Produtos Perigosos por Rodovias.
NOTA BRASILEIRA No Brasil os requisitos de segurança em transporte terrestres são estabelecidos
pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Tabela 12 – Influência do conteúdo de enxofre nos limites de vd


para combustíveis de destilações médias de petróleo para tanques rodoviários (continua)
Condutividade, pS/m
Classe do produto < 10 ou
> 50 > 10
desconhecido

Diesel ou gasóleo com conteúdo de enxofre vd ≤ 0,38 m2/s


> 50 ppm e todos os outros combustíveis de vd ≤ 0,5 m2/s vd ≤ 0,5 m2/s
destilações médias de petróleo (vd ≤ 0,5 m2/s)

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Tabela 12 (conclusão)
Condutividade, pS/m
Classe do produto < 10 ou
> 50 > 10
desconhecido
Projeto em Consulta Nacional

Diesel ou gasóleo com conteúdo de enxofre vd ≤ 0,38 m2/s vd ≤ 0,25 m2/s


vd ≤ 0,5 m2/s
≤ 50 ppm (vd ≤ 0,5 m2/s) (vd ≤ 0,35 m2/s)
NOTA Valores entre parênteses são aplicáveis aos veículos adequados para carregamento em alta velocidade
(ver Tabela 10).

Tabela 13 – Limites de velocidade e de taxa de carregamento para tanques rodoviários


com base em tubulações de Schedule 40; taxas para mangueiras são similares
Tamanho da
vd = 0,25 m2/s vd = 0,35 m2/s vd = 0,38 m2/s vd = 0,50 m2/s
tubulação a

Velocidade Vazão Velocidade Vazão Velocidade Vazão Velocidade Vazão


ID,
NPS DN da vazão, em da vazão, em da vazão, em da vazão, em
mm
m/s m3/min m/s m3/min m/s m3/min m/s m3/min

2,5 65 62,7 4,0 0,74 5,6 1,03 6,1 1,1 7,0 1,3

3 80 77,9 3,2 0,92 4,5 1,3 4,9 1,4 6,4 1,8

4 100 102 2,4 1,20 3,4 1,7 3,7 1,8 4,9 2,4

6 150 154 1,6 1,81 2,3 2,5 2,5 2,7 3,2 3,6
a Com base no diâmetro da seção crítica da tubulação (ver 7.3.2.3.5.2).

Se um veículo não atender aos requisitos da ADR, uma avaliação detalhada necessita ser realizada
antes do tanque poder ser classificado como sendo adequado para carregamento em alta velocidade.

Os limites de velocidade, do produto vd e das vazões, apresentados na Tabela 13, são provenientes


da hipótese de que todos os requisitos indicados em 7.3.2.3.3 são atendidos. Às vezes isto é difícil de
ser assegurado (por exemplo, não é sempre certo que os respingos do carregamento podem ser evi-
tados). Quando houver alguma dúvida, convém que uma avaliação de risco seja realizada e medidas
adicionais de controle sejam adotadas, se apropriado. Medidas adicionais podem incluir:

 a) reduzir a velocidade da vazão para um valor abaixo dos valores vd da Tabela 12;

 b) elevar a condutividade utilizando um aditivo antiestático (SDA) em líquidos que possuam baixa
condutividade (ver 7.2.4).

7.3.2.3.5.5 Limites para tanques ferroviários

Esta subseção descreve como a velocidade ou os limites do produto vd para carregamento de líquido
não contaminado, com uma única fase, com baixa condutividade em tanques ferroviários são diferen-
tes dos limites estabelecidos para tanques fixos (7.3.2.3.5.3). Qualquer velocidade ou limite do pro-
duto vd que não seja explicitamente indicado nesta Seção (por exemplo os limites para o início lento e
para líquidos contaminados) permanecem como aqueles indicados em 7.3.2.3.5.3 para tanques fixos.

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Os valores-limites indicados levam em consideração a utilização de compartimentos de tanques fer-


roviários comuns, que são significantemente maiores do que os compartimentos dos tanques rodo-
viários. Se este não for o caso, convém que uma análise de risco seja realizada para considerar se
os (menores) limites de vd dos tanques rodoviários devem ser utilizados.

NOTA Não existe distinção entre carregamento por cima (top-loading) ou carregamento por baixo (bottom-
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loading) ou com material condutor central para compartimentos de tanques ferroviários comuns, uma vez que
estes são normalmente longos, e um material condutor central não é desta forma efetivo na redução das
tensões máximas de superfícies.

 a) limite de vd para baixo teor de enxofre (< 50 ppm) para combustíveis de destilações médias de
petróleo (diesel etc.):

vd ≤ 0,53 m2/s

 b) limite de vd para todos os outros líquidos:

vd ≤ 0,75 m2/s

Em caso de dúvidas sobre a classificação do produto, convém que um valor-limite de vd de 0,53 m2


seja utilizado.

Velocidades de vazão e taxas de vazão correspondendo a estes limites de vd e limitadas à velocidade


máxima de vazão de 7 m/s são apresentadas na Tabela 14 para uma faixa de tamanhos de tubulações.

Tabela 14 – Limites de taxas de velocidade da vazão e de carregamento para tanques


de carregamento ferroviário

Diesel de baixo teor de enxofre Produtos comuns


Tamanho da tubulação a
vd = 0,53 m2/s vd = 0,75 m2/s

Vazão de Vazão de
Velocidade Velocidade da
NPS DN ID carregamento, carregamento,
da vazão, m/s vazão, m/s
m3/min m3/min

2 50 52,5 7,0 0,91 7,0 0,91


2,5 65 62,7 7,0 1,30 7,0 1,30
3 80 77,9 6,8 1,95 7,0 2,00
4 100 102 5,2 2,55 7,0 3,45
6 150 154 3,4 3,85 4,9 5,44
8 200 203 2,6 5,06 3,7 7,16
12 300 305 1,7 7,61 2,5 10,77
a Com base no diâmetro da seção da tubulação crítica (ver 7.3.2.3.5.2).

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Os limites de velocidade, do produto vd e das vazões, apresentados na Tabela 14, são prove-


nientes da hipótese de que todos os requisitos indicados em 7.3.2.3.4 são atendidos. Às vezes
isto é difícil de ser assegurado (por exemplo, não é sempre certo que os respingos do carre-
gamento podem ser evitados). Quando houver alguma dúvida, convém que uma avaliação de
risco seja realizada e medidas adicionais de controle sejam adotadas, se apropriado. Medidas
adicionais podem incluir:
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 a) reduzir a velocidade da vazão para um valor abaixo dos valores indicados na Tabela 14;

 b) elevar a condutividade utilizando um aditivo antiestático (SDA) em líquidos que possuam baixa
condutividade (ver 7.2.4).

7.3.2.4 Tanques e vasos condutivos pequenos

Baldes, tambores, contêineres de combustíveis derivados de petróleo, e contêineres do tipo IBC


(Intermediate Bulk Containers) metálicos são exemplos de tanques e vasos condutivos pequenos
ver informações em 7.3.2). Convém que cuidados sejam tomados para assegurar que os contêineres
de metal e tambores não sejam recobertos por um revestimento isolante; caso contrário, estes contêine-
res têm que utilizados de acordo com 7.3.4.

NOTA Alguns tipos de revestimentos podem ser transparentes e, consequentemente, difíceis de serem
identificados visualmente.

Os riscos gerados pelas cargas eletrostáticas geradas pela vazão de líquidos podem levar a descar-
gas propagantes a partir da superfície de líquidos de baixa condutividade ou por centelhas em con-
têineres de metal isolados ou componentes, como bombas em tambores. Convém que as pessoas
nas vizinhanças estejam aterradas para evitar o perigo de se tornarem carregadas eletrostaticamente
(ver Seção 11).

Convém que as seguintes precauções sejam adotadas sempre que uma atmosfera inflamável estiver
presente no interior ou no exterior do contêiner (por exemplo, quando estes são abastecidos com
líquidos inflamáveis, ou são abastecidos em áreas classificadas ou são abastecidos na presença de
vapores inflamáveis remanescentes de abastecimentos anteriores).

 a) Durante o carregamento ou o descarregamento do contêiner, convém que todas as partes con-
dutivas ou dissipativas do sistema, como os funis e os bocais, estejam conectadas entre si (equi-
potencializadas) e aterradas.

 b) É recomendado que funis metálicos estejam confiavelmente aterrados e não convém, por exem-
plo, que estejam acidentalmente isolados do contêiner por uma junta isolante.

 c) Não convém que funis plásticos sejam utilizados, a menos que o seu material seja dissipativo e
que eles estejam aterrados.

NOTA A utilização de tubos plásticos de abastecimento em automóveis é, no presente momento, consi-


derada segura, devido à mistura rica da gasolina e à mistura pobre dos vapores de diesel. Esta afirmação
pode não ser verdadeira para alguns biocombustíveis.

 d) Para líquidos com uma única fase, os limites do produto vd e de velocidade estabelecidos para
tanques de médio porte não convém que, a princípio, sejam excedidos. Na prática, estes valores
normalmente permitem taxas de vazões bem acima das limitações dos equipamentos de carrega-
mento para pequenos tanques. Desta forma, normalmente não existe restrição na taxa de carre-
gamento. Se um limite de vazão for requerido, recomenda-se que a velocidade de carregamento
não exceda 2 m/s.

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 e) No carregamento de um contêiner com líquido de duas fases ou contaminado, não convém que
a velocidade da vazão exceda 1 m/s, quando a fase contínua for de média ou baixa condutividade.

 f) Para líquidos sensíveis à ignição, com MIE menor que 0,20 mJ (ver lista de MIE na Seção C.6),
não convém que a velocidade de vazão exceda 1 m/s.
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 g) Se filtros finos (por exemplo, microfiltros) forem utilizados no sistema de filtragem a montante do
contêiner, convém que as precauções de 7.5 sejam adotadas.

O único tipo de contêiner do tipo IBC (Intermediate Bulk Containers) que é aceitável para a utilização
com líquidos do Grupo de Explosão IIC (ver também 7.3.4.5) é aquele feito de material condutivo ou
dissipativo. Quantidades limitadas de material isolante podem ser permitidas (por exemplo, tampa do
bocal de carregamento ou áreas ao redor da tampa do bocal de carregamento), mas não convém que
áreas que possam se tornar eletrostaticamente carregáveis excedam os limites indicados em 6.3.2.

7.3.3 Tanques e vasos fabricados totalmente com material dissipativo

Estes tanques podem ser tratados como tanques condutivos equivalentes, uma vez que estes não
causam riscos adicionais. Convém que estes tanques estejam claramente marcados como “eletrosta-
ticamente dissipativos” e providos com meios de aterramento.

Tanques fabricados parcialmente com materiais dissipativos e parcialmente isolantes podem ser tra-
tados como sendo totalmente dissipativos, se a área de cada parte de material isolante for menor
que a área máxima permitida indicada na Tabela 3. Caso contrário, convém que estes tanques sejam
tratados como tanques com superfícies isolantes.

7.3.4 Tanques e vasos com superfícies isolantes

7.3.4.1 Generalidades

Para tanques com superfícies isolantes (incluindo tanques metálicos com revestimentos isolantes), as
precauções indicadas em 7.3.4.2 a 7.3.4.6 são aplicáveis adicionalmente aos requisitos apresentados
para tanques metálicos equivalentes.

7.3.4.2 Tanques e vasos fabricados com materiais condutivos ou dissipativos com revestimentos
isolantes internos

Riscos adicionais são gerados devido à possibilidade de carregamento eletrostático do revestimento interno
pelo atrito (por exemplo, durante a limpeza) ou pelo contato com líquidos carregados eletrostaticamente.

Quando a espessura do revestimento for menor que 50 µm (por exemplo, tintas, revestimentos fenó-
licos ou epóxi), não existe risco adicional (ver 6.3.4.2), a menos que existam enchimentos rápidos e
repetitivos. A espessura de revestimento pode ser aumentada para até 2 mm, se existir um ponto de
aterramento para o líquido no fundo do contêiner.

Em todos os outros casos, convém que as seguintes precauções adicionais sejam adotadas:

 a) convém que o revestimento esteja com bom contato com a parede (isto é, sem separação
ou delaminação);

 b) independentemente se o tanque ou contêiner for abastecido com um líquido de alta, média ou
baixa condutividade, convém que haja um caminho condutivo entre o líquido e o terra. Isto pode
ser um tubo de imersão condutivo estendido ao ponto mais baixo do tanque, uma válvula de fundo
ou uma placa condutiva na base do tanque, aterrados;

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 c) se uma pessoa puder entrar no interior do tanque (por exemplo, para limpeza), convém que pre-
cauções sejam adotadas para evitar que as pessoas e ferramentas manuais possam se tornar
eletrostaticamente carregadas. Isto pode ser obtido assegurando que a pessoa esteja aterrada
pela utilização de calçados dissipativos e proporcionando um piso condutivo ou dissipativo ater-
rado no fundo do tanque (por exemplo, pela instalação de revestimentos dissipativos na área
onde a pessoa possa caminhar) ou por outros meios.
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 d) convém que abastecimentos rápidos e repetitivos sejam evitados, uma vez que estes podem
causar descargas ramificadas propagantes. Estas descargas podem ser evitadas se a tensão
de ruptura do revestimento for menor que 4 kV (ver A.3.5) ou se a espessura do revestimento
exceder 10 mm.

Tanques isolantes enterrados no solo são normalmente de tamanho médio e são eletricamente simila-
res àqueles abrangidas por esta Seção. Entretanto, estes são tratados como em 7.3.4.6.

7.3.4.3 Tanques e vasos fabricados com materiais condutivos ou dissipativos com revestimentos
isolantes externos

Com estes tanques, existem os riscos adicionais de que o revestimento externo possa se tornar car-
regado eletrostaticamente ou possa isolar objetos condutivos. Com revestimentos com espessura
menor que 2 mm, descargas ramificadas capazes de causar a ignição de atmosferas explosivas de
hidrocarboneto com o ar são improváveis de ocorrer. Descargas ramificadas propagantes também
são improváveis de ocorrer, desde que não existam fortes fontes externas de carregamento eletrostá-
tico (por exemplo, pintura eletrostática). Convém que todos os objetos metálicos ou dissipativos,
entretanto, que possam se tornar isolados pelo revestimento externo sejam aterrados. Em particular,
convém que tanques ou contêineres sejam por si só aterrados de forma confiável. Convém que
passarelas dissipativas ou condutivas aterradas sejam instaladas para evitar que as pessoas se
tornem eletrostaticamente carregadas.

7.3.4.4 Tanques e vasos com camadas condutivas embutidas nas paredes

Estes tanques são tanques efetivamente condutivos, com revestimentos isolantes internos e externos.
Desta forma, convém que as precauções indicadas em 7.3.4.2 e 7.3.4.3 sejam levadas em considera-
ção, juntamente com o seguinte:

 a) convém que a camada condutiva seja mecanicamente robusta e confiavelmente aterrada;

 b) se o líquido não estiver em contato com a camada condutiva, convém que o caminho para o terra
a partir do líquido seja realizado por meio de um objeto metálico aterrado na base do tanque,.
podendo ser uma placa metálica, uma válvula de fundo ou uma tubulação de carregamento ins-
talada próximo ao fundo do tanque;

 c) se a camada condutiva existir na forma de uma malha ou grelha condutiva, convém que a área de
cada malha (mesh) (a área contida entre os fios da malha) não exceda o valor da área indicado
em 6.3.3 para Zona 0.

Onde ocorrerem enchimentos rápidos e repetitivos, existe a possibilidade de que o revestimento


interno se torne altamente carregado eletrostaticamente, permitindo a ocorrência de descargas ramifi-
cadas propagantes. Estas descargas podem ser evitadas se a tensão de ruptura do revestimento for
menor que 4 kV (ver A.3.5).

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7.3.4.5 Contêineres e IBC fabricados de material isolante, envolvidos por um invólucro ou


revestimento condutivo

Esta forma de construção é geralmente utilizada para pequenos tanques ou contêineres com capa-
cidade de cerca de 1 m3. Sob o aspecto eletrostático, este tipo de contêiner é similar àqueles indicados
em 7.3.4.2, embora a cobertura fornecida pelo invólucro condutivo possa ser incompleta, existindo
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lacunas entre o invólucro e as paredes do contêiner. Exemplos são os contêineres plásticos, como
os do tipo IBC (Intermediate Bulk Container), envolvido por uma tela, malha, trança ou revestimento
condutivos. As precauções indicadas nesta Seção têm como foco a utilização de contêineres do tipo IBC
e são aplicáveis principalmente aos contêineres com capacidade de cerca de 1 m3. Invólucros condu-
tivos não são normalmente fornecidos para contêineres plásticos menores do que esta capacidade.
Embora precauções específicas não tenham sido desenvolvidas para tanques menores, os requisitos
indicados nesta Seção podem proporcionar uma operação segura. Alternativamente, os requisitos
indicados em 7.3.4.6 podem ser utilizados para contêineres deste tipo, com capacidade máxima de 5 L.

Orientações de um especialista são recomendadas se os tanques de tamanho médio ou grande com


invólucros condutivos estiverem sendo considerados em outro contexto.

NOTA 1 Tanques isolantes enterrados podem ser de tamanho médio ou grande e são eletricamente simila-
res àqueles cobertos nesta Seção. Entretanto, eles são abordados em 7.3.4.6.

A utilização de IBC para produtos mais sensíveis à ignição necessita de requisitos específicos. Para
IBC e tanques similares, um invólucro totalmente condutivo, revestimento ou uma grade com abertura
não excedendo 10 000 mm2 são capazes de evitar que a superfície externa do invólucro plástico se
torne eletrostaticamente carregada em um nível de risco (sujeito aos requisitos indicados abaixo, sobre
o contato entre o invólucro e o plástico) e contribuem para dissipar quaisquer cargas eletrostáticas
presentes na superfície interna, reduzindo o risco de ocorrência de descargas ramificadas capazes
de causar uma ignição no interior do contêiner. Convém que cuidados rigorosos sejam tomados para
evitar a existência de ilhas condutivas que podem ser causadas por revestimentos condutivos não
homogêneos sobre as superfícies isolantes do recipiente.

NOTA 2 O revestimento externo pode ser uma camada não carregável eletrostaticamente do tipo coextru-
dada com o recipiente interno do IBC. O recipiente pode consistir em diversas camadas.

Para assegurar que nenhuma das paredes internas ou externas do contêiner, nem os líquidos no seu
interior, possam ser eletrostaticamente carregados a um nível de risco, convém que as seguintes pre-
cauções sejam adotadas:

 1) Requisitos para contêineres que somente são utilizados para líquidos do Grupo IIA, bem como eta-
nol, propanol, 1,2-etanediol, etilbenzina e ácido etil éster 3-oxobutanoico, butanol, hexanol, heptanol.

NOTA Somente poucos grupos de líquidos não são classificados no Grupo  IIA. Ver
ABNT NBR IEC 60079-20-1 para mais detalhes. Um resumo é indicado em C.6.

 a) Convém que o contêiner seja completamente circundado por uma tela, malha, trança ou
revestimento condutivo, exceto para pequenas áreas limitadas consideradas no projeto (isto
é, para as quais as consequências de uma cobertura incompleta tiverem sido consideradas
no projeto de processo e não representarem risco). Se o invólucro for formado por uma tela,
convém que a área da grade aberta (mesh) da tela não seja maior que 10 000 mm2.

 b) Convém que quaisquer áreas limitadas não envolvidas pela tela, malha, trança ou reves-
timento condutivo (por exemplo, o dispositivo de carregamento ou áreas ao seu redor) sejam
dissipativas ou aterradas, ou protegidas de outras maneiras, de forma que não possam

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ocorrer riscos de ignição para o Grupo IIA em uma área classificada do tipo Zona 1 e ao redor
de uma Zona 0 existente no interior do contêiner (por exemplo, limitando a área que possa ser
eletrostaticamente carregável aos valores indicados em 6.3.2 ou por tratamento superficial).
A efetividade e a durabilidade do tratamento superficial (por exemplo, por extrapolação,
por revestimento homogêneo com camadas dissipativas etc.) têm que ser demonstradas
experimentalmente sob as condições mais desfavoráveis de carregamento eletrostático,
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umidade e contaminação (ver 6.3.9).

 c) Convém que a tela, malha, trança ou revestimento condutivo possuam um contato adequado
com o receptáculo interno em todas as faces do contêiner, exceto para pequenas áreas com
dimensões especiais consideradas no projeto. Para uma tela com malhas abertas excedendo
3 000 mm2, não convém que uma distância máxima de 20 mm entre a tela e o receptáculo
interno seja excedida nas áreas com dimensões especiais consideradas no projeto, por
exemplo, a área do bocal da válvula de saída. Somente em bordas e cantos do contêiner,
uma distância máxima de até 40 mm pode ser tolerada. Para tela, malha, trança, revestimento
condutivo sólidos ou uma tela com malha menor que 3 000 mm2, uma distância máxima de
40 mm é permitida, em áreas, bordas ou cantos considerados no projeto.

NOTA Geralmente não é comum obter distâncias menores. As cargas eletrostáticas resultantes destas
áreas são pequenas e geralmente apresentam um risco aceitavelmente baixo.

 d) Convém que todas as partes condutivas e dissipativas estejam equipotencializadas e aterradas.

 e) Convém que um meio condutivo com resistência máxima de 1 MΩ exista entre o líquido e o
terra, por exemplo, pela utilização de uma tubulação de carregamento condutiva aterrada que
se estenda até um local próximo do fundo do contêiner ou uma válvula de fundo condutiva
aterrada ou uma placa condutiva com área suficientemente grande no fundo do tanque. Con-
vém que mesmo pequenas quantidades de líquido remanescente, por exemplo, 1 L, estejam
permanentemente em contato com o ponto aterrado no fundo, de forma a evitar que o líquido
se torne um material condutor isolado eletrostaticamente carregado.

 f) Convém que o contêiner seja equipado com uma placa de advertência na cor amarela, infor-
mando a sua utilização segura (ver alíneas h) a m)).

 g) Convém que, antes do reabastecimento, o contêiner seja verificado com relação ao atendi-
mento dos requisitos de a) a f).

 h) Não convém que o contêiner seja abastecido com quaisquer outros tipos de líquidos.

 i) Não convém que o contêiner seja utilizado quando uma Zona 0 estiver presente no lado
externo do contêiner.

 j) Convém que os líquidos isolantes (por exemplo, o tolueno) sejam adicionados por meio de um
tubo condutivo aterrado imerso no líquido. Convém que este tubo submerso esteja próximo
do fundo do contêiner, de forma a evitar a ocorrência de descargas ramificadas a partir do
líquido isolante.

 k) Convém que a vazão de carregamento seja limitada a 400 L/min e a velocidade de carregamento
não exceda 2 m/s.

NOTA Ambos os valores são normalmente atendidos quando o carregamento ocorre por gravidade.

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 l) Convém que enchimentos rápidos e repetitivos ou outros processos de alto carregamento
eletrostático sejam evitados. Estes outros processos de alto carregamento eletrostático são
abordados em 7.5, 7.9 e 7.10.

 m) Não convém que o contêiner seja abastecido imediatamente após a sua limpeza, fabricação
etc., quando ele pode estar eletrostaticamente carregado em um nível elevado.
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 2) Requisitos para contêineres que podem ser utilizados para todos os líquidos que geram vapores
do Grupo IIB:

 a) Convém que o contêiner seja circundado por uma superfície de parede externa dissipativa ou
condutiva aterrada, obtida, por exemplo, por revestimento ou por coextrusão.

 b) Convém que telas ou malhas metálicas separadas que não sejam fisicamente equipotenciali-
zadas com todas as paredes sejam aterradas.

 c) Convém que quaisquer áreas limitadas não circundadas pela superfície de parede externa
condutiva (por exemplo, o bocal de carregamento ou áreas ao redor deste bocal) sejam dis-
sipativas e aterradas ou protegidas pela limitação da área carregável eletrostaticamente aos
valores indicados em 6.3.2.

 d) Convém que um meio condutivo com uma resistência máxima de 1 MΩ esteja presente entre
o líquido e o terra.

 e) Convém que o contêiner seja equipado com uma placa de advertência na cor verde, infor-
mando a sua utilização segura (ver f)).

 f) Seguir as precauções indicadas em h) a m), na Seção 1.

 3) Líquidos que produzem vapores do Grupo  IIC somente podem ser utilizados com contêineres
condutivos ou dissipativos (ver 7.3.3).

 4) Embora os contêineres do tipo IBC não sejam fabricados para serem utilizados como vasos de
mistura ou contêineres de reação, eles podem ser necessários para homogeneizar o seu con-
teúdo, por meio de agitação, antes do carregamento ou descarregamento do IBC. Como estes
processos são capazes de um grande carregamento eletrostático, convém que as seguintes pre-
cauções sejam adotadas:

 a) Utilizar somente dispositivos de agitação com um tipo de proteção Ex;

 b) Utilizar dispositivos de agitação com uma grande superfície metálica imersa no líquido.

 c) Aterrar tanto o IBC como os dispositivos de agitação, incluindo a parte metálica do agitador
imersa no líquido.

 d) Não acionar o dispositivo de agitação até que este esteja totalmente imerso.

 e) Convém que a condutividade da fase líquida contínua seja maior que 1 000 pS/m.

NOTA As fases líquidas solúveis em água normalmente atendem a estes requisitos.

 f) Reduzir a velocidade periférica do agitador a 7 m/s para líquidos de fase única e 1 m/s para
líquidos multifase.

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 g) Se líquidos altamente carregáveis eletrostaticamente (ver A.1.3) forem utilizados, é esperada
uma grande geração eletrostática, de forma que medidas adicionais sejam necessárias, por
exemplo, a inertização.

 h) Medidas adicionais são também necessárias em casos de alta velocidade de agitação, por
exemplo, pela utilização de surfactantes.
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7.3.4.6 Tanques e contêineres fabricados inteiramente com material isolante

Se o tanque for enterrado, ele é eletricamente similar a um tanque condutivo, com um revestimento
interno isolante (ver 7.3.4.2) ou um tanque circundado por um invólucro condutivo (ver 7.3.4.5). Nes-
tas circunstâncias, os tanques podem ser utilizados para líquidos inflamáveis, desde que um objeto
metálico aterrado (por exemplo, um tubo de carregamento ou uma válvula de fundo) esteja em contato
com o líquido e que enchimentos rápidos repetitivos sejam evitados. Onde a espessura da parede do
tanque exceder 2 mm, descargas ramificadas podem ocorrer a partir da superfície interna, durante
as operações de limpeza. Convém que as precauções indicadas em 7.10 sejam adotadas para evitar
este risco.

Em todas as outras circunstâncias, os tanques e os contêineres sem a presença de uma camada


condutiva ou dissipativa apresentam um risco mais elevado do que aqueles descritos em 7.3.4.2
a 7.3.4.5, por causa do seguinte:

 a) Eles podem isolar objetos condutivos ou dissipativos, por exemplo, funis metálicos, ferramentas,
tampos e mesmo poças de líquidos, em relação ao terra;

 b) Os potenciais são mais altos do que os contêineres metálicos equivalentes;

 c) A parede isolante pode se tornar carregada eletrostaticamente tanto por atrito quando por contato
com o líquido carregado eletrostaticamente;

 d) O relaxamento das cargas eletrostáticas a partir do líquido normalmente é impedido pela parede isolante;

 e) A carga eletrostática retida no líquido ou na parede do contêiner produz um campo elétrico externo.
Este campo elétrico pode levar a descargas ramificadas ou centelhas pelos materiais condutores
externos, carregados por indução;

 f) Nos casos de enchimentos rápidos e repetitivos, podem ocorrer descargas ramificadas elevadas.

Por estas razões, não convém que tanques isolantes sejam utilizados normalmente em instalações
na superfície, se uma atmosfera explosiva puder estar presente no interior ou no exterior do tanque.
Onde requisitos sobre a pureza dos produtos ou outras características do processo requerem a utili-
zação de um tanque ou contêiner isolante, convém que uma das seguintes precauções seja aplicada
ou uma verificação de riscos por parte de um especialista seja executada:

Em áreas externas do tipo Zona 2, não convém que contêineres isolantes com capacidade nominal
acima de 5 L sejam utilizados para líquidos inflamáveis, e é recomendado que sejam utilizados somente
para líquidos não inflamáveis, de acordo com as seguintes condições:

 a) Convém que todos os componentes condutivos e dissipativos, particularmente funis metálicos,
sejam aterrados;

 b) Convém que, durante as operações de carregamento, o líquido esteja em contato adequado com
o terra, por exemplo, por meio de um tubo metálico de carregamento aterrado próximo ao fundo

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do contêiner. Durante as operações de descarregamento, convém que precauções apropriadas


também sejam aplicadas para os vasos de recebimento.

 c) Não convém que as taxas de vazão do líquido durante as operações de carregamento sejam
maiores do que as recomendadas para um contêiner metálico de tamanho similar;
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 d) Não executar operações como misturas rápidas, movimentação ou agitação da superfície, que
possam gerar cargas eletrostáticas de risco.

Em áreas classificadas do tipo Zona 1, não convém que contêineres de materiais isolantes com uma
capacidade que exceda 5 L sejam utilizados. Contêineres com capacidade nominal até 5 L podem ser
utilizados com líquidos inflamáveis ou não inflamáveis, desde que a velocidade do fluxo seja limitada
a 1 m/s e que as precauções para áreas classificadas do tipo Zona 2 sejam atendidas.

Em áreas classificadas do tipo Zona 0, contêineres isolantes são estritamente proibidos, exceto
os de pequeno volume (≤ 1 L), utilizados para amostragem de produtos do interior dos tanques (ver 7.6).

NOTA Pequenos contêineres coextrusados com volume > 5 L com um revestimento externo dissipativo
ou um revestimento interno isolante estão disponíveis no mercado, os quais são preferíveis.

7.3.5 Utilização de coberturas removíveis em contêineres

As avaliações indicadas a seguir são feitas com base na hipótese de que o manuseio de coberturas
e de contêineres ocorre em áreas classificadas (tipicamente Zona 0, 1 ou 2, com substâncias dos
Grupos de gases IIA e IIB).

Coberturas condutivas ou dissipativas podem ser utilizadas em quaisquer contêineres se elas forem
aterradas de forma confiável e de forma permanente. A remoção de coberturas condutivas ou dissipa-
tivas de qualquer contêiner é somente permitida se a cobertura continuar aterrada de forma confiável.

Quando coberturas removíveis condutivas ou dissipativas não aterradas são utilizadas em contêine-
res metálicos com revestimento pintado, é recomendado que o revestimento possua uma resistência
superficial máxima de 1 GΩ, e convém que precauções sejam adotadas para limitar a corrente de
carga a um valor não superior a 1 µA, como, por exemplo, pela colocação de filtros a uma distância
segura a montante (ver 7.5 e A.2.2). Alternativamente, medidas necessitam ser adotadas para asse-
gurar um aterramento seguro para a cobertura removível, como assegurar a fixação desta cobertura
removível em um ponto não pintado do tambor.

Coberturas isolantes são utilizadas somente em contêineres condutivos ou contêineres condutivos


com revestimentos isolantes, se elas se mantiverem sempre fixas nas paredes do contêiner e, nos
casos de líquido condutivo, se o líquido for devidamente aterrado (por exemplo, por um tubo imerso
aterrado, hastes de aterramento etc.). Além disto, não convém que a espessura total do revestimento
e da cobertura exceda 2 mm. Convém que a remoção da cobertura isolante em atmosfera explosiva
(por exemplo, a remoção de coberturas encharcadas com solventes) seja evitada.

Convém que coberturas condutivas ou dissipativas encharcadas com solventes sejam manuseadas
por uma pessoa devidamente aterrada, vestindo luvas dissipativas de cargas eletrostáticas (ver 11.6),
e armazenadas em áreas externas bem ventiladas, fora da área de processo. Convém que as cober-
turas sejam colocadas sobre uma superfície condutiva ou dissipativa aterrada, como concreto, ou
colocadas pendentes em sacos dissipativos de cargas eletrostáticas.

Convém que os usuários de coberturas de contêineres condutivos ou dissipativos adotem um ensaio


simples para verificar a existência de defeitos de lote. Tal procedimento pode ser um ensaio de resis-

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tência elétrica, efetuando uma série de medições com um teraohmímetro entre as partes superior e
inferior das coberturas ou ensaios similares. Convém que os valores de referências sejam indicados
pelo fabricante ou fornecedor da cobertura.

7.4 Líquidos com alta viscosidade


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Os líquidos com alta viscosidade (viscosidade cinemática de cerca de 100 mm2/s) tendem a se tor-
nar eletrostaticamente carregados mais facilmente do que os líquidos com baixa viscosidade, como
os combustíveis ou solventes, como o hexano (velocidade cinemática de cerca de 1 mm2/s), durante
a vazão pelas tubulações e especialmente pelos filtros. Estes líquidos de alta viscosidade podem
também possuir uma condutividade elétrica tão baixa quanto 0,01 pS/m, permitindo a eles que rete-
nham sua carga eletrostática por mais que 1 h. Devido a isto, as restrições na velocidade do fluxo,
recomendadas nas várias partes de 7.3, para líquidos de baixa viscosidade, não são adequadas se
uma atmosfera explosiva estiver presente.

A maioria dos líquidos de alta viscosidade é de alta condutividade (por exemplo, óleo cru) ou não
é suficientemente volátil para produzir uma atmosfera explosiva (por exemplo, a maioria dos óleos
lubrificantes). Como resultado, eles normalmente não geram um elevado risco de ignição. Em alguns
casos, entretanto, existe um risco de ignição, por exemplo, quando um óleo lubrificante de baixa condu-
tividade é bombeado para um tanque rodoviário que continha um líquido inflamável volátil. Uma vez
que os limites de vazão confiáveis para líquidos de alta viscosidade não são conhecidos, a precaução
recomendada, quando líquidos de baixa condutividade e de alta viscosidade são manuseados, é evi-
tar a presença de uma atmosfera explosiva, por exemplo, por meio de inertização.

7.5 Equipamentos com carregamento eletrostático elevado

7.5.1 Filtros, separadores de água e peneiras

Uma vazão pela tubulação contendo filtros finos (incluindo separadores de água) e peneiras pode
produzir carregamento eletrostático significantemente mais altos do que uma vazão através de uma
tubulação livre.

Telas de fios metálicos trançados ou peneiras finas (com tamanho do poro < 150 µm) não são normal-
mente capazes de gerar carregamento eletrostático elevado, embora, se elas estiverem parcialmente
obstruídas, possam gerar densidades de cargas eletrostáticas que exceda de forma considerável
aquelas obtidas em uma vazão por uma tubulação sem restrições. Bloqueios parciais podem ser detec-
tados pela monitoração da queda de pressão.

Microfiltros (com tamanho do poro < 30 µm) frequentemente geram elevados níveis de carregamento
eletrostáticos; por exemplo, densidades de cargas eletrostáticas que excedam 5 000 μC/m3) têm sido
identificadas em sistemas que fornecem cerca de 10 μC/m3 no fluxo da tubulação. Filtros moderadamente
finos (30 μm ≤ tamanho do poro ≤ 150 µm) geram níveis intermediários de carregamento eletrostáticos.

Os limites de vazão são baseadas no carregamento devido ao fluxo na tubulação. Desta forma, se
existir uma atmosfera explosiva no espaço de vapor de um tanque localizado a jusante do microfiltro,
filtros ou peneiras moderadamente finas ou bloqueios parciais de peneiras, é necessário que exista
um tempo de residência suficiente entre o filtro e o tanque, de forma que o carregamento eletrostático
tenha um tempo suficiente para redução a um nível seguro antes do líquido ingressar no tanque.
O tempo de residência pode ser proporcionado por uma tubulação condutiva a jusante do filtro ou, se
necessário, por uma câmera adicional de relaxamento.

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Os requisitos para o tempo de residência e precauções adicionais para filtros e peneiras são indicados
a seguir:

 1) Os requisitos de tempo de residência entre o filtro e o tanque para microfiltros, filtros ou peneiras
com poros com tamanho menor que 150 µm e para peneiras sujeitas a bloqueios:
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 a) Para líquidos de condutividade mínima (confiavelmente) conhecida: convém que o tempo de
residência seja pelo menos de três vezes o tempo de relaxamento, com base na condutividade
mínima (ver Tabela 7 e A.2.2), embora não seja necessário para proporcionar mais do que os
valores máximos indicados no parágrafo a seguir para líquidos de condutividade não conhecida.

 b) Para líquidos com limites superiores de condutividade não conhecidos: os tempos de residên-
cia máximos necessários, quando a condutividade do líquido não é conhecida ou se for muito
baixa, são os seguintes:

i) Para microfiltros (tamanho do poro ≤ 30  µm) e filtros moderadamente finos


(30 μm ≤ tamanho do poro ≤ 150 µm), com tendência de bloqueio parcial: 100 s;

ii) Para filtros moderadamente finos (30 μm ≤ tamanho do poro ≤ 150 µm) sem tendência
de bloqueio parcial e peneiras, com tendência a bloqueios: 30 s;

NOTA Estes tempos de residência são adequados para todas as condutividades, exceto
nos casos de líquidos de alta viscosidade (ver 7.4);

 2) Outras precauções

 a) Assegurar que todas as partes condutivas dos filtros e seus alojamentos sejam equipotencia-
lizados e aterrados;

 b) Assegurar que o alojamento do filtro e a câmera de relaxamento, se utilizados, permaneçam


cheios de líquido durante a operação normal, de forma a evitar uma atmosfera explosiva.

Se o atendimento dos requisitos para o tempo de residência não for operacional, considerar a utilização
de um SDA (Static Dissipative Additives) para elevar a condutividade do líquido ou substituir o líquido
por outro mais condutivo. Se isto não for possível, convém que o espaço de vapor seja inertizado.

A utilização de um tempo de residência menor do que o limite superior requer conhecimento confiável
ou um controle da condutividade mínima do líquido que pode ser encontrada. Em muitos casos prá-
ticos, a condutividade mínima não é conhecida e é necessário proporcionar um tempo de residência
igual ao limite superior.

Nos casos de líquidos com alta viscosidade e com baixa condutividade, como os óleos lubrificantes
básicos (ver 7.4), os tempos de residências usuais não são adequados. Quando os tempos de resi-
dência requeridos são desconhecidos ou são muito longos para serem práticos, é importante evitar
a presença de uma atmosfera explosiva no tanque de recebimento.

Para tanques de teto flutuante ou teto fixo associado com teto flutuante interno, o tempo de residência
pode ser calculado a partir da velocidade inicial do fluxo limitada a 1 m/s, antes que o teto flutuante
inicie a flutuação (ver 7.3.2.2.3). Isto é devido a não existir mais um risco de ignição após o teto flutu-
ante estar flutuando.

Não convém que filtros na forma de sacos pendentes, também conhecidos como filtros de final de
linha, sejam utilizados em atmosferas explosivas. Mesmo se o líquido for condutivo, convém que tais

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filtros sejam localizados a montante, de forma que os tecidos não estejam em contato com misturas
de vapor/ar. Com líquidos de baixa condutividade, convém que o filtro esteja localizado a montante do
final da tubulação e com tempo de residência apropriado (ver acima).

7.5.2 Bombas e outros equipamentos


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Outros equipamentos, como bombas e válvulas parcialmente fechadas, podem também aumentar
a geração de carregamento eletrostático. Entretanto, estes equipamentos normalmente não geram
tanto carregamento eletrostático quanto um microfiltro. Desta forma, se houver uma atmosfera explo-
siva no espaço de vapor do tanque localizado a jusante de tais equipamentos, o tempo de residência
requerido para filtros moderadamente finos pode ser aplicado (ver 7.5.1, isto é, convém um tempo de
residência de pelo menos três vezes o tempo de relaxamento (3τ) até um máximo de 30 s seja apli-
cado entre este equipamento e o tanque).

7.6 Medição de nível e amostragem em tanques

7.6.1 Generalidades

As atividades de medição de nível e amostragem podem ocasionar uma ignição eletrostática em


tanques de qualquer tamanho, se uma atmosfera explosiva estiver presente e os equipamentos
de medição e de amostragem ou as pessoas que utilizam estes equipamentos puderem se tornar
carregados eletrostaticamente. Além disto, para os casos de tanques de médio e grande portes,
o risco de ignição é elevado se o líquido no tanque estiver com nível de carregamento eletrostático
elevado devido ao processo de carregamento ou por agitação, por exemplo, pela operação de mistura
(ver 7.9). Os riscos são, entretanto, eliminados, se as atividades de medição de nível ou amostragem
forem executadas em um tubo fixo, aterrado e imerso no líquido, que se estenda até a parte do fundo
do tanque (tubo de medição).

Uma descarga capaz de causar ignição pode ocorrer entre o líquido e os equipamentos de medição de
nível ou amostragem à medida que estes se aproximam entre si, entre os equipamentos ou a pessoa
que os manuseia e a borda do orifício ou o bocal do tubo de medição nos quais a operação é execu-
tada. Para evitar estes riscos, convém que as recomendações de 7.6.2 sejam seguidas.

7.6.2 Precauções durante a medição de nível e amostragem em tanques

Convém que as seguintes precauções sejam adotadas:

 a) Convém que todas as partes condutivas e dissipativas dos equipamentos de medição de nível e
amostragem sejam aterradas, conectando-as ao tanque, se o tanque for construído de material
isolante, diretamente ao terra. Convém que as conexões sejam de material dissipativo ou condu-
tivo. Não convém que uma corrente metálica seja utilizada.

 b) Quando o aterramento dos equipamentos de medição de nível e amostragem para líquidos de
condutividade baixa e média não puder ser assegurado, convém que sejam utilizadas régua de
madeira de medição e pequenas garrafas ou recipientes de vidro (volume (≤ 1 L), preferencial-
mente revestidos com material dissipativo de eletricidade estática. Convém que estes dispositivos
também sejam utilizados em caso de recipientes não aterrados e líquidos com alta condutividade.

 c) Assegurar que as pessoas responsáveis pela medição de nível e amostragem não gerem risco de
ignição e que estejam aterradas (ver Seção 11).

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A menos que equipamentos fixos de medição de nível sejam utilizados ou que as atividades de medi-
ção de nível ocorram com um tubo fixo, aterrado e imerso no líquido que se estende até o fundo do
tanque, convém que as medidas a seguir também sejam aplicadas:

 a) Não convém que as atividades de medição de nível e amostragem sejam executadas em um tan-
que contendo uma atmosfera explosiva, enquanto qualquer operação que gere carregamento ele-
Projeto em Consulta Nacional

trostático esteja ocorrendo. As operações que geram carregamento eletrostático incluem bombe-
amento ou circulação de líquidos de baixa condutividade, líquidos monofásicos, bombeamento ou
circulação de líquidos multifásicos de condutividade baixa ou media e os procedimentos de limpeza.

 b) Não convém que as atividades de medição de nível e amostragem sejam executadas enquanto
a mistura de componentes de baixa condutividade estiver ocorrendo. Se um líquido de conduti-
vidade baixa contendo uma segunda fase estiver sendo bombeado ou em operação de mistura
no tanque, convém aguardar um tempo de espera de pelo menos 30 min após a conclusão da
operação, antes do início das atividades de medição de nível e de amostragem. Exemplos disto
incluem a injeção de água ou de partículas sólidas não dissolvidas.

 c) Não convém que a medição de nível e a amostragem sejam executadas abrindo uma porta de
inspeção de um contêiner inertizado. Neste caso, a inertização é violada mesmo se o bocal for
aberto durante poucos segundos.

Não convém que as atividades de medição de nível e amostragem de líquidos inflamáveis em ambien-
tes externos sejam realizadas se existir a possibilidade de tempestades, nevascas, chuvas de granizo
ou qualquer outro distúrbio nas condições elétricas atmosféricas.

7.7 Montagem de tubulações e mangueiras para líquidos

7.7.1 Generalidades

Quando um líquido é bombeado por uma tubulação ou montagem com mangueiras, a separação de
cargas gera carregamentos eletrostáticos de polaridades opostas entre o líquido e a parede interna
da tubulação. Se a tubulação for condutiva ou dissipativa e aterrada, as cargas eletrostáticas não se
acumulam nas paredes e o risco devido à eletrostática fica limitado aos tanques, onde as cargas do
líquido podem se acumular. Os riscos associados aos tanques são indicados em 7.3.

Se a tubulação ou montagem com mangueiras contiver materiais isolantes, pode ocorrer acúmulo de
cargas eletrostáticas nas paredes da tubulação, e os riscos podem estar associados à própria tubu-
lação ou montagem com mangueiras. Desta forma, as paredes podem ser carregadas eletrostatica-
mente pelo fluxo do líquido ou pela fricção do líquido, e os componentes metálicos entre partes isolantes
podem acumular cargas eletrostáticas. Os riscos associados ao carregamento eletrostático em tubu-
lações ou mangueiras que são totalmente ou parcialmente isolantes são apresentados nesta Seção.
O carregamento eletrostático depende da resistividade do material da tubulação, da condutividade do
líquido e da geometria física do sistema. Estas condições podem ocasionar descargas capazes de
provocar uma ignição.

Os riscos de ignição podem ocorrer no lado interno da tubulação, se esta estiver parcialmente vazia,
quando do transporte de líquidos com baixo ponto de fulgor ou no lado externo da tubulação, se
a atmosfera circundante for explosiva. Descargas eletrostáticas podem também perfurar as paredes
de tubulações isolantes e desta forma causar vazamentos. Estes vazamentos podem gerar uma
atmosfera explosiva externa que pode ser inflamada por descargas eletrostáticas posteriores, gerar
riscos de toxicidade (por exemplo, uma tubulação transportando um líquido tóxico) ou ambiental.
Requisitos adicionais para tubulações termoplásticas para instalações subterrâneas de postos de ser-
viços são indicados na EN 14125.

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7.7.2 Tubulações

7.7.2.1 Classificação de tubulações

As tubulações são classificadas nas categorias: condutiva (resistência  < 1 kΩ/m), dissipativa


(1 kΩ/m ≤ resistência < 1 MΩ/m) e isolante (resistência ≥ 1MΩ/m), indicadas em Termos e defi-
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nições (3.2, 3.7 e 3.15) e Tabela 1.

7.7.2.2 Tubulações de materiais condutivos ou dissipativos

Convém que todas as seções das tubulações condutivas ou dissipativas estejam adequadamente
equipotencializadas e aterradas (ver 7.7.1). A menos que a tubulação seja inteiramente de materiais
condutivos ou dissipativos, permanece a possibilidade de ocorrências de perfurações nos revestimen-
tos isolantes (ver 7.7.2.3 e 7.7.2.4).

7.7.2.3 Tubulações de materiais condutivos ou dissipativos com revestimento isolante interno

Quando uma tubulação condutiva ou dissipativa com um revestimento isolante interno é utilizada para
o transporte de um líquido com condutividade baixa ou média, carregamentos eletrostáticos podem
ocorrer na superfície interna do revestimento e produzir descargas eletrostáticas pelo revestimento
para a superfície externa da tubulação. A teoria indica que o potencial na superfície de um revestimento
frequentemente aumenta proporcionalmente com a espessura do revestimento. As descargas eletrostá-
ticas perigosas são, desta forma, mais prováveis de ocorrer em revestimentos de maiores espessuras,
como luvas plásticas, do que com revestimentos finos, como camadas de epóxi. Mesmo sob condições
adversas (alta densidade de carregamento eletrostático em um líquido, tubulação de grande diâmetro
e revestimento espesso), não é provável que as descargas eletrostáticas ocorram quando a resisti-
vidade volumétrica do revestimento for menor que cerca de 100 MΩ.m. Sob condições típicas (den-
sidade de carga < 1 000 μC/m3, diâmetro de tubulação cerca de 100  mm e espessura de revesti-
mento < 5 mm), as descargas não ocorrem, a menos que a resistividade volumétrica exceda 100 GΩ.m.

NOTA Quanto maior for a espessura do revestimento isolante, maior é a probabilidade de ocorrência
de descargas ramificadas e menor é a probabilidade de ocorrência de descargas ramificadas propagantes.
Ver A.3.4 e A.3.5.

A utilização de tubulações condutivas ou dissipativas com revestimentos de maior espessura ou


menor condutividade pode ainda ser aceitável para aplicações com muitos tipos de líquidos. Nestes
casos, é necessário que todas as seções condutivas da tubulação sejam devidamente aterradas e que
a tubulação permaneça cheia de líquido durante a operação. O último requisito assegura que nenhuma
atmosfera explosiva ocorra no interior da tubulação.

A tubulação com um revestimento com grande espessura e baixa condutividade necessita ser pre-
enchida ou esvaziada lentamente, se uma atmosfera explosiva puder estar presente. Em geral, não
convém que a velocidade da interface líquido/ar exceda 1 m/s. Velocidades mais baixas podem ser
necessárias a jusante de microfiltros.

Embora não exista um risco de ignição eletrostática se a tubulação permanecer cheia de líquido, uma
descarga elétrica pode perfurar um revestimento altamente isolante. Quando for essencial que isto
seja evitado (por exemplo, para evitar corrosão), isto possa ser prevenido pela utilização de um reves-
timento com baixa resistência volumétrica. Um valor abaixo de 100 GΩ.m é normalmente adequado,
embora, sob elevado carregamento eletrostático possa ser necessário um valor menor que 100 MΩ.m.

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7.7.2.4 Tubulações de materiais isolantes

7.7.2.4.1 Generalidades

O fluxo de líquidos com condutividade baixa, média ou alta em tubulações de materiais isolantes pode
gerar superfícies com altas densidades de cargas eletrostáticas, campos elétricos e diferenças de
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potenciais nas paredes das tubulações. Estas condições podem ocasionar os seguintes riscos:

 a) campos elétricos e diferenças de potencial elevados podem ocasionar descargas capazes de
gerar uma ignição no lado interno ou externo da tubulação.

 b) campos elétricos elevados se estendem além da tubulação e, consequentemente, centelhamentos


podem ocorrer por indução eletrostática em objetivos condutivos ou pessoas que não estejam aterrados.

 c) densidades de cargas eletrostáticas elevadas na superfície interna da tubulação podem ocasio-
nar descargas elétricas e perfurar a parede da tubulação.

 d) o ar úmido pode entrar em contato com a tubulação e condensar nas paredes internas, gerando
gotículas condutoras que podem gerar descargas eletrostáticas com objetos aterrados capazes
de gerar uma ignição.

7.7.2.4.2 Tubulações aparentes de materiais isolantes

Em tubulações aparentes, o perigo pode surgir a partir de descargas eletrostáticas internas ou exter-
nas, centelhas indutivas ou perfurações da parede. Os requisitos seguintes, desta forma, são aplicáveis,
se puder ocorrer uma atmosfera explosiva no lado interno ou externo da tubulação (por exemplo,
em uma área classificada ou quando do transporte de líquidos inflamáveis em tubulações parcial-
mente preenchidas):

 1) Para líquidos de condutividade baixa ou média:

 a) assegurar que a resistência ao longo da tubulação esteja dentro dos limites de segurança
especificamente projetados para a aplicação, utilizando uma análise de risco detalhada, ou

 b) ajustar empiricamente as resistências da tubulação e as condições operacionais, até que


possa ser demonstrado por análises experimentais que as descargas eletrostáticas não são
geradas nas condições mais desfavoráveis por esta operação,

NOTA Ambas as abordagens são utilizadas, por exemplo, na SAE J1645 para o projeto de siste-
mas plásticos de combustíveis para veículos motorizados.

 2) Para líquidos com alta condutividade, seguir as precauções para líquidos com condutividade
média ou baixa, ou:

 a) assegurar que os líquidos estejam em contato direto com um componente condutivo aterrado,
como uma válvula ou tanque na extremidade a montante da tubulação, e

 b) assegurar que a velocidade do fluxo não exceda 1 m/s.

 3) Utilizar as orientações indicadas na Seção 6 para assegurar que a parede externa da tubulação
não possa ser carregada eletrostaticamente com um nível de risco elevado, por meio de fontes
externas, como jatos de vapor ou fricção.

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 4) Para evitar faíscas devido aos carregamentos por indução, aterrar todas os componentes condu-
tivos conectados à tubulação (por exemplo, flanges, válvulas, válvulas tipo esfera ou revestimen-
tos condutivos no interior da tubulação) e todos os demais componentes que estiverem nas proximi-
dades da tubulação, a menos que a sua capacitância elétrica instalada seja inferior a 3 pF.

NOTA 1 Capacitância instalada significa a capacitância de todos os componentes instalados no local


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de operação. Esta pode ser significativamente maior do que a capacitância dos componentes isolados,
se os componentes forem montados próximos de uma superfície aterrada.

NOTA 2 Em alguns casos, pode ser possível evitar descargas eletrostáticas oriundas de componen-
tes condutivos por outros meios além do aterramento, por exemplo, pelo envolvimento destes com um
material isolante hermeticamente fechado, com resistência de ruptura suficientemente alta.

 5) Utilizar os procedimentos indicados em 1a ou 1b, apropriados, para ajustar os limites da resistên-
cia e as condições que também evitam descargas capazes de gerar uma ignição no interior da
tubulação ou eliminar a atmosfera explosiva interna, das maneiras abaixo:

 a) assegurando que a tubulação esteja permanentemente cheia com líquido, ou

 b) por inertização.

 6) Evitar a perfuração, por exemplo, utilizando uma parede com alta rigidez dielétrica, limitando
a velocidade do fluxo, ou pela adoção do critério da resistividade volumétrica indicado em 7.7.2.3
para tubulações com revestimentos isolantes.

Esta última recomendação pode ser utilizada quando o único objetivo for evitar a perfuração da tubulação.

Se a tubulação passar por ambientes com áreas classificadas, convém que a tubulação atenda aos
requisitos de 6.3.

7.7.2.4.3 Tubulações isolantes enterradas

Quando uma tubulação isolante é enterrada no solo, sua superfície externa total está em contato
com o terra e usualmente nenhuma precaução adicional é requerida para evitar descargas externas
capazes de gerar uma ignição. O contato externo com o terra reduz o risco de descargas ramificadas
internas, mas não remove este risco completamente, se as paredes da tubulação possuírem resistivi-
dade muito alta. Desta forma, as seguintes medidas adicionais são necessárias:

Líquidos de alta condutividade:

 a) Assegurar que o líquido esteja, em algum ponto, em contato com um objeto metálico aterrado,
por exemplo, uma válvula, e

 b) Evitar a perfuração da parede por descargas (por exemplo, pela utilização de uma parede com
alta resistência dielétrica, pela limitação da velocidade do fluxo, pela seleção do material da
parede com baixa resistividade, e utilizando o critério indicado em 7.7.2.3 para tubulações com
revestimentos isolantes), e

 c) Aterrar partes condutivas isoladas ou envolvê-las com um material isolante hermeticamente
fechado, com resistência de ruptura suficientemente alta para evitar descargas (por exemplo,
proteger os conectores de tomadas de soldas elétricas com tampas isolantes).

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Líquidos com média ou baixa condutividade:

Tubulações isolantes enterradas podem também ser utilizadas para o transporte de líquidos com con-
dutividade média ou baixa, porém medidas mais rigorosas (por exemplo, baixa velocidade de fluxo,
aumento da rigidez dielétrica do material da parede, redução adicional da resistividade da parede,
evitando a existência de atmosfera explosiva no interior da tubulação) são necessárias para evitar
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a perfuração ou uma eventual explosão da tubulação. Convém que estas medidas sejam adotadas
com base em uma avaliação de risco detalhada, específica para cada caso.

A escavação de uma região que contenha uma tubulação enterrada pode aumentar as tensões elétri-
cas que se originam do fluxo do líquido e expor componentes condutivos ou dissipativos. Desta forma,
não convém que as escavações sejam executadas enquanto a tubulação estiver em serviço, e se
existir qualquer possibilidade de uma atmosfera explosiva, convém que todos os objetos condutivos
montados na tubulação, ou próximos a ela, que possam ser carregados por indução eletrostá-
tica, sejam aterrados. Entretanto, pode ser uma ação de risco fazer uma conexão ao terra em uma
atmosfera explosivas.

NOTA Os requisitos para tubulações enterradas para postos de abastecimentos são indicados em 7.8.4.

7.7.3 Mangueiras e montagens com mangueiras

7.7.3.1 Generalidades

A subseção 7.7.3 trata de mangueiras para transferência de produtos químicos e de óleo mineral.
Mangueiras para pintura são tratadas na ISO 8028.

7.7.3.2 Objetivos de projeto para segurança eletrostática de mangueiras

 1) Equipamentos para equipotencialização: mangueiras são frequentemente utilizadas para equipo-
tencializar eletricamente equipamentos conectados e podem também proporcionar uma segunda
forma de proteção, na equipotencialização destes equipamentos, bicos e lançadores. Não con-
vém que a resistência entre a mangueira e os conectores de terminação excedam o limite espe-
cificado, e é recomendado que os conectores proporcionem um contato elétrico confiável com
o equipamento conectado.

 2) Prevenindo descargas capazes de causar ignição: quando misturas inflamáveis podem estar pre-
sentes, dentro ou fora de montagens de mangueiras, é recomendado que o risco de acúmulo de
carga eletrostática seja evitado por um projeto, que:

 a) Evite o isolamento dos componentes condutivos, como conectores de mangueira, espirais de
reforço e válvulas na linha. Para mangueiras com uma espiral do lado interno e uma do lado
externo, tem que ser assegurado que ambas, especialmente a do lado interno, estejam segu-
ramente conectadas aos acessórios de terminação. Isto é especialmente importante para
mangueiras com espirais quimicamente protegidas por revestimentos isolantes.

NOTA No caso de mangueiras fabricadas com materiais condutivos ou dissipativos, um contato


direto sem revestimento das espirais metálicas não revestidas e dos acessórios de terminação pode não
ser necessário.

 b) Limite o acúmulo de cargas eletrostáticas em superfícies isolantes, por meio da instalação de
materiais condutores ou da utilização da superfície dissipativa externa ou interna, de acordo
com o apropriado.

 c) Evite formação de carregamento eletrostático devido a líquidos sujos isolados dentro da mangueira.

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 3) Evitando danos na mangueira: não convém que descargas eletrostáticas danifiquem a mangueira
de forma a comprometer o seu desempenho. Em particular, convém que descargas que gerem
pequenos orifícios pela parede da mangueira sejam evitadas.

 4) Evitando correntes parasitas: por vezes, é necessário evitar níveis significativos de correntes para-
sitas, que fluem ao longo da mangueira, ao mesmo tempo que é assegurado que as descargas
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eletrostáticas possam ser dissipadas. Neste documento, as mangueiras projetadas para executar
esta função são classificadas como dissipativas, as mangueiras que podem conduzir correntes
parasitas significativas são classificadas como condutivas e as mangueiras com uma resistência
muito alta incapazes de dissipar com segurança uma corrente de carregamento eletrostático são
classificadas como isolantes.

Embora estas definições sejam um pouco diferentes das utilizadas para determinar os tipos de man-
gueira nas ISO 8031 e EN 12115, estas definições ajudam a identificar as mangueiras que são segu-
ras do ponto de vista de eletrostática, porque a classificação pela resistência entre acessórios de ter-
minação na ISO 8031 não implica necessariamente na segurança eletrostática. Estas classificações
para controle dos riscos causados por descargas eletrostáticas e correntes parasitas estão resumidas
na Tabela 15 e comparadas com os tipos de mangueiras da ISO 8031 na Tabela 16.

Tabela 15 – Classificação de resistências de ponta a ponta de mangueiras para controle


dos riscos devido à eletricidade estática e correntes parasitas

Limites de resistência
Classificação Comentários
R ponta a ponta

Controla a maioria dos riscos eletrostáticos, mas pode


precisar de medidas adicionais devido a alta resistên-
cia das coberturas ou revestimentos
Condutiva R < 1 kΩ Não limita as correntes parasitas das faltas de
sistema de alimentação, de sistemas de proteção
catódica ou de malhas de terra

Controla a maioria dos riscos eletrostáticos, mas pode


precisar de medidas adicionais devido a alta resistên-
Dissipativa 1 kΩ ≤ R < 1 MΩ cia das coberturas ou revestimentos
Limita as correntes parasitas a níveis seguros

Podem não ser consideradas no controle dos riscos


Isolante 1 MΩ ≤ R da eletricidade estática
Limita as correntes parasitas a níveis seguros

Para atingir os critérios acima para controle da ignição, diferentes características de projeto podem ser
necessárias, dependendo da condutividade do líquido, dos requisitos do processo e da sensibilidade
da atmosfera para ignição.

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7.7.3.3 Aplicação de princípios de projeto para evitar a ignição de atmosferas explosivas


com um MIE < 0,20 mJ

7.7.3.3.1 Equipotencialização de ponta a ponta (continuidade)

A equipotencialização de ponta a ponta é normalmente provida pelas espirais de reforço, fios embu-
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tidos na parede da mangueira ou malhas metálicas equipotencializadas aos terminais condutivos


de acoplamentos. É importante que cada fio de ligação ou espirais de reforço estejam conectados
de forma segura aos terminais de acoplamentos. Convém que as ligações entre os fios de ligação e
acoplamento sejam robustas e que a resistência entre os terminais de acoplamentos sejam ensaiada
periodicamente. A frequência e o tipo de ensaio dependem da aplicação e convém que sejam deter-
minados em consulta com o fabricante.

7.7.3.3.2 Eliminação de partes condutivas eletricamente isoladas

Tipicamente os elementos condutivos de mangueiras incluem acessórios de terminação, conectores


de mangueira (grampos), espirais de reforço, fios embutidos e malhas trançadas.

 a) Acoplamentos de terminação: acoplamentos são equipotencializados entre si por um elemento


de mangueira condutivo ou dissipativo (antiestático) para atender aos requisitos de resistência de
ponta a ponta.

 b) Conectores de mangueira: convém que conectores metálicos de mangueiras que estejam iso-
lados sejam evitados para sistemas que transportam líquidos inflamáveis, uma vez que estes
podem possuir um alto potencial devido ao carregamento de correntes na mangueira e, assim, se
tornar uma fonte potencial de ignição.

 c) Espirais de reforço, fios de equipotencialização e malhas trançadas: na ausência de um revesti-


mento interno condutivo ou dissipativo, estes objetos podem se tornar carregados eletrostatica-
mente pela vazão do líquido. Normalmente a capacitância destes componentes é alta, portanto,
eles podem produzir energias de descargas significativas, no caso de estarem isolados. Uma
vez que a única forma geralmente feita para o aterramento ou equipotencialização é por meio
dos acoplamentos de terminação, é particularmente importante assegurar que cada componente
esteja equipotencializado nos acoplamentos em ambas as extremidades da mangueira. Convém
que a resistência ponta a ponta da mangueira seja verificada regularmente para assegurar que
esta ligação permaneça intacta. Se existirem diversos materiais condutores de ponta a ponta (por
exemplo, duas espirais de reforço ou dois fios de ligação flexíveis), uma verificação de continuida-
de ponta a ponta não revela se todos os materiais condutores estão devidamente interligados, e
a verificação de continuidade necessita ser complementada pelo controle cuidadoso da qua-
lidade, durante a montagem, e uma inspeção visual regular pode ser feita para verificar qual-
quer dano que possa comprometer a integridade de um material condutor. Convém que uma man-
gueira deste tipo, que apresente qualquer sinal de dano mecânico seja descartada ou relegada
para utilização com líquidos não inflamáveis.

7.7.3.3.3 Evitando descargas ramificadas capazes de gerar ignição a partir de superfícies isolantes

Isto pode ser feito utilizando uma das seguintes medidas:

 a) Utilizar uma tampa externa condutiva ou dissipativa ou revestimento interno ligado aos acopla-
mentos de terminação para eliminar superfícies isolantes carregáveis eletrostaticamente.

 b) Limitar a extensão de qualquer superfície isolante carregável eletrostaticamente, mantendo um


pequeno diâmetro da mangueira (ver Tabela 3) ou limitando o espaço entre as voltas da espiral de

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reforço, de acordo com 6.3.2. Estes limites podem não evitar a formação de furos por erosão, par-
ticularmente com revestimentos espessos ou altamente resistivos (por exemplo, fluoropolímero).

7.7.3.3.4 Evitando a propagação de descargas ramificadas

A propagação de descargas ramificadas pode ocorrer quando existir uma camada fina de material
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isolante com um revestimento condutivo e a tensão de ruptura desta camada isolante exceder 4 kV
(ver 6.3.4.2). Esta situação pode ocorrer se houver voltas muito pouco espaçadas de uma espiral
de reforço que não esteja em contato direto com o líquido, ou se existir uma parede fina com malha
trançada externa, embora isto requeira um grande acúmulo de densidade de carga eletrostática super-
ficial. Normalmente, o material da parede da mangueira é suficientemente condutivo, de forma que
a dissipação pela parede para a espiral de reforço ou para a malha ocorra antes que a densidade
de carga atinja o nível requerido. Isto pode, no entanto, não ser o caso de montagem de mangueiras
com revestimento fluoropolímero, a menos que materiais fluoropolímeros dissipativos (por exemplo,
dopados com carbono) sejam utilizados ou que o revestimento possua uma tensão de ruptura que não
exceda 4 kV.

NOTA Embora uma tensão de ruptura inferior a 4 kV evite a propagação de descargas ramificadas, isto
pode gerar descargas que levem à formação de furos.

7.7.3.3.5 Evitando descargas de massas isoladas do líquido condutivo

Uma massa (sujeiras) de um líquido condutivo pode se tornar carregada eletrostaticamente como
resultado do fluxo, se este líquido for isolado das extremidades aterradas da mangueira por jatos de
vapor e se a mangueira possuir uma superfície isolante interna. Um líquido sujo carregado eletrosta-
ticamente pode gerar uma centelha capaz de gerar uma ignição à medida que este se aproxima de
um acoplamento de terminação aterrado. Este cenário pode ser evitado utilizando um revestimento
interno de mangueira, condutivo ou dissipativo, ligado aos acoplamentos terminais ou, para manguei-
ras com diâmetro até 200 mm (8 polegadas), utilizando uma mangueira com um revestimento fino
(≤ 1 mm) e fio helicoidal reforçado com um passo de 10 mm ou menos.

7.7.3.4 Classificação prática de mangueiras

Convém que as mangueiras sejam claramente marcadas para evitar a utilização de um tipo incorreto
de mangueira. A ISO 8031 especifica seis tipos práticos de mangueiras juntamente com três subdivi-
sões de tipos condutivos e antiestáticos. Os limites de resistência e a nomenclatura para os tipos de
mangueira, que diferem daqueles contidos nas edições anteriores da ISO 8031, estão resumidos na
Tabela 16.

NOTA As mangueiras são normalmente fornecidas completas, com acessórios de terminação que for-
mam uma parte crítica do caminho da dissipação de cargas eletrostáticas. Por estas razões, a classificação
dos tipos de mangueira indicados na ISO 8031 abrange apenas conjuntos completos de montagens com
acessórios de terminação.

Na ISO 8031, os limites de resistência indicados para cada tipo de mangueira aplicam-se a uma varie-
dade de medições de resistência, como descrito na referida norma para cada tipo. Quando aplicado
à resistência de ponta a ponta, estes limites podem ser utilizados para relacionar cada tipo às catego-
rias de dissipação indicadas na Tabela 15. A Tabela 16 inclui a relação das categorias de dissipação
para cada tipo de mangueira.

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Tabela 16 – Classificação dos tipos de mangueiras de acordo com a ISO 8031

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Tipos da ISO 8031 Categoria de dissipação
estática
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Resistência R
por montagem
Tipos Nome/descrição
entre terminais de
acoplamento1)
M Eletricamente equipotencializada R < 100 Ω Condutivo
Pelo menos dois fios metálicos
flexíveis de ligação com ou sem
uma espiral metálica

– Equipotencialização elétrica R < 100 Ω Condutivo


contínua
Espirais metálicas conectadas
eletricamente a ambos os
terminais de acoplamento
Ω Condutivo R < 1 MΩ Condutivo ou Dissipativo

Incorporando camadas de
borracha ou de plástico condutivas
Ω–L Somente condutivo sobre
o revestimento interno
Ω–C Somente condutivo sobre
o revestimento externo
Ω–CL Cobertura e revestimento
condutivos
Ω Antiestático 1 kΩ ≤ R ≤ 100 MΩ Dissipativo ou Isolante

Ω–L Incorporando camadas de


borracha ou de plástico
antiestático
Ω–C Somente antiestático sobre o
revestimento interno
Ω–CL Cobertura e revestimento
antiestático
– Isolante 100 MΩ < R Isolante
– Descontínuo 10 kΩ < R Dissipativo ou Isolante

NOTA Mais detalhes relacionados ao tipo de classificação e os métodos apropriados de ensaios para
os diferentes tipos de mangueira especificados nesta Tabela são descritos na ISO 8031.

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Mangueiras antiestáticas, tipo Ω, são comumente utilizadas em aplicações automotivas e em man-


gueiras revestidas de fluoropolímero. Nestas aplicações e em outras que não produzem níveis muito
elevados de carregamento eletrostático, o limite de 100 MΩ é um limite superior apropriado para
a faixa de dissipativa. No entanto, onde as taxas de geração de carga podem ultrapassar 10 μA, man-
gueiras com resistências de até 100 MΩ podem não ser capazes de dissipar as cargas com segurança
(ver 7.7.3.5 c).
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Outros requisitos, além da resistência de ponta a ponta, são necessários para assegurar que seja
evitado o risco de descargas ramificadas e de propagantes; ver 7.7.3.3.3 e 7.7.3.3.4. Consequente-
mente, a resistência de ponta a ponta nem sempre é o único critério para a adequação da mangueira.

Determinados métodos híbridos de construção de mangueira fornecem tanto a equipotencialização


elétrica quanto revestimentos ou camadas condutivas ou antiestáticas (dissipação). Esta combinação
é utilizada, por exemplo, onde os requisitos de aterramento dos equipamentos requerem uma equipo-
tencialidade elétrica, mas o processo requer um revestimento interno espesso, o qual, se for fabricado
com um material isolante, pode levar a descargas internas. Estes projetos híbridos não se encaixam
em qualquer um dos tipos especificados na ISO 8031 e na Tabela 16, mas podem ser descritos nos
tipos híbridos especificados na Tabela 17, que fornecem informações úteis para a seleção ou especi-
ficação de mangueiras para funções específicas.

Tabela 17 – Tipos híbridos de mangueiras e de montagem de mangueiras


Classificação híbrida baseada na ISO 8031 ABNT IEC TS 60079-32-1
Tipo Nome Resistência R por Classe de dissipação
híbrido montagem entre terminais estática
de acoplamento

M/Ω-L Eletricamente R < 100 Ω Condutivo


equipotencializada com
o revestimento interno
condutivo ou antiestático

M/Ω-C Eletricamente R < 100 Ω Condutivo


equipotencializada com
revestimento externo
condutivo ou antiestático

M/Ω-CL Eletricamente R < 100 Ω Condutivo


equipotencializada
com cobertura ou
revestimento externo
condutivo ou antiestático

A segurança dos tipos de mangueiras híbridas pode não ser prevista somente com base nas medições
da resistência de ponta a ponta. Convém que outras medidas, como a resistência entre o revestimento
interno e os acessórios de terminação, também sejam consideradas (ver ISO 8031).

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7.7.3.5 Propriedades e utilização dos tipos de montagem de mangueiras de acordo com a ISO 8031

 a) Mangueiras eletricamente equipotencializadas (Tipo M) e mangueiras eletricamente equipoten-


cializadas contínuas: montagens de mangueiras eletricamente equipotencializadas (Tipo M) con-
têm ligação metálica de ponta a ponta. Convém que sejam realizadas verificações regulares da
continuidade e inspeções visuais, como descrito em 7.7.3.3.2, para evitar que um ou mais dos
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componentes equipotencializados (isto é, fios de ligação, espiras de reforço ou malhas) se tornem


eletricamente isolados.

Normalmente, estes tipos de mangueiras evitam descargas ramificadas capazes de gerar uma
ignição, como descrito em 7.7.3.3.3, nos casos em que uma montagem de mangueira com uma
manutenção adequada não gera um risco de ignição eletrostática. No entanto, em alguns tipos
de montagem de mangueiras equipotencializadas, por exemplo, mangueiras revestidas de fluo-
ropolímero (PTFE) ou mangueiras com revestimento não usualmente espessos ou com grandes
espaços entre os elementos condutivos, a ligação elétrica por si só não é suficiente para evitar
tensões perigosas ou de risco, que ocorrem em uma das superfícies isolantes. Neste caso, con-
vém que tipos híbridos M/Ω–L ou mangueiras M/Ω–CL com revestimentos internos dissipativos
sejam utilizados ao invés de tipo M puro. A característica de equipotencialização elétrica da man-
gueira fornece, desta forma, a continuidade elétrica entre as partes do equipamento ao qual ela
está conectada e a característica dissipativa do revestimento, para evitar os riscos de acumular
cargas nas superfícies da mangueira.

Devido à sua baixa resistência de ponta a ponta, mangueiras tipo M, M/Ω–L ou M/Ω–CL podem
conduzir correntes parasitas e gerar um risco de ignição, quando estas correntes são interrom-
pidas (por exemplo, quando a mangueira é desconectada). Onde correntes parasitas podem dar
origem a problemas, convém que estas mangueiras, portanto, sejam utilizadas em conjunto com
um flange isolante.

 b) Tipos Ω condutiva: as mangueiras montadas, do tipo Ω condutivas, possuem revestimentos con-
dutivos ou dissipativos, em uma ou mais superfícies da mangueira. O tipo Ω–L possui um reves-
timento interno condutivo ou dissipativo. O tipo Ω–C possui uma cobertura externa condutiva
ou dissipativa. O tipo Ω–CL possui ambos. Convém que montagens de mangueiras condutivas
sejam fabricadas de modo que todos os componentes condutivos estejam equipotencializados
aos acoplamentos de terminação, com resistência por montagem, como indicado na Tabela 16.

A montagem de mangueiras condutivas é muitas vezes feita de tal modo que a continuidade elé-
trica não seja perdida, enquanto a mangueira permanece em utilização. Verificações regulares
de continuidade são desnecessárias quando, desta forma, a continuidade elétrica for própria da
fabricação da mangueira.

Como descrito em 7.7.3.4, revestimentos ou coberturas dissipativas ou condutivas podem ser


combinados com equipotencialidade elétrica para obter os tipos híbridos de classificação M/Ω–G,
M/Ω–C e M/Ω–CL.

 c) Tipos Ω antiestático: as mangueiras montadas, do tipo Ω antiestático, possuem uma resistência
elétrica intermediária (ver Tabela 16), que é baixa o suficiente para dissipar cargas eletrostáticas
com segurança na maioria das circunstâncias, mas alta o suficiente para restringir correntes
parasitas a níveis seguros. Elas diferem do tipo Ω condutiva, somente no limite da resistência,
embora haja uma considerável sobreposição entre as faixas de resistência e tipo Ω. Montagens
de mangueiras antiestáticas também podem ser do tipo Ω condutiva.

As correntes de carregamento eletrostático devidas exclusivamente ao fluxo pelas tubulações ou


mangueiras podem ser estimadas a partir das correlações indicadas em A.1.4 (ver também NFPA 77)

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e geralmente são inferiores a 10 uA. Onde as taxas de geração de carga podem exceder 10 A,
mangueiras antiestáticas, que podem ter resistências de até 100 MΩ, podem não ser capazes
de dissipar as cargas com segurança. Em particular, as correntes de carregamento eletrostático
podem ser maiores, imediatamente a jusante de elementos de alto carregamento, como filtros
finos. Imediatamente a jusante destes dispositivos e por uma distância que permita que os
requisitos de tempo de residência indicados em 7.5 sejam atendidos, é preferível utilizar os tubos
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fixos condutivos, em vez de mangueiras. Se uma mangueira necessitar ser utilizada neste local,
resistências na faixa superior do tipo Ω antiestático podem ser muito alta para dissipar as cargas
de forma segura e necessitam ser evitadas. Neste caso, se correntes parasitas não forem um
problema, mangueiras condutivas tipo Ω–L ou Ω–CL, necessitam ser utilizadas, e se correntes
parasitas forem um problema, mangueiras condutivas com requisitos antiestáticos que atendam
tanto ao tipo Ω–L ou Ω–CL, necessitam ser utilizadas.

A quantidade de montagens de mangueiras antiestáticas do tipo Ω em uma sequência de man-


gueiras necessita ser limitada para assegurar que a resistência ao terra, indicada na Tabela 16,
não seja excedida em qualquer ponto desta sequência; caso contrário, pontos adicionais de liga-
ção equipotencial necessitam ser previstos.

 d) Descontínua: Uma mangueira que não tem equipotencialização de ponta a ponta. Normalmente
este tipo de mangueira é fabricado com material isolante. Pode conter fios metálicos ou espirais
de reforço, mas estas não estão conectadas aos terminais de conexão.

Onde podem ocorrer correntes parasitas, montagens de mangueiras tipo Ω antiestático, com resis-
tências ponta a ponta de faixa dissipativa (ver Tabela 15) são preferidas, se disponíveis, do que aquelas
equipotencializadas eletricamente, desde que protegidas contra centelhas indutivas, decorrentes
da interrupção das correntes parasitas, bem como contra descargas eletrostáticas. Montagens de
mangueiras eletricamente equipotencializadas (tipo M ou híbridas) podem ser utilizadas quando as
mangueiras antiestáticas não estão disponíveis. Neste caso, pode ser necessário inserir um flange
isolante, acoplamento ou seção de mangueira, para proporcionar proteção contra centelhas induzidas
de correntes parasitas. Quando isto é feito, a parte da mangueira em cada lado da peça isolante
necessita ser aterrada separadamente.

Não convém que mangueiras isolantes sejam utilizadas onde puder existir a presença de uma atmos-
fera inflamável.

A Tabela 18 resume as funções para as quais cada tipo de mangueira pode ser utilizado.

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Tabela 18 – Tabela de seleção de mangueiras para serviços


em líquidos inflamáveis (continua)

Líquidos de Líquidos de baixa e média


Tipo Construção alta condutividade condutividade
(> 10 000 pS/m) (< 10 000 pS/m)
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– Metal flexível Aceitável Aceitável

M Eletricamente aterrado Geralmente aceitável a Geralmente aceitável d,e

– Contínua e Geralmente aceitável a Geralmente aceitável d,e


eletricamente aterrado
Ω–L Revestimento interno Aceitável Aceitável
condutivo
Ω–C Cobertura externa Reavaliar em cada Reavaliar em cada aplicação d
condutiva aplicação a
Ω–CL Camada interna e Aceitável Aceitável
externa condutiva
Ω–L Camada interna Aceitável Geralmente aceitável f
antiestática
Ω–C Cobertura externa Reavaliar em cada Reavaliar em cada aplicação d,f
antiestática aplicação a
Ω–CL Camada interna e Aceitável Geralmente aceitável f
externa antiestática
M/Ω–L Híbrido com Aceitável Aceitável
aterramento e camada
interna condutiva
M/Ω–C Híbrido com Reavaliar em cada Geralmente aceitável d
aterramento e aplicação a
cobertura externa
condutiva
M/Ω–CL Híbrido com cobertura Aceitável Aceitável
externa aterrada
e camada interna
condutiva
M/Ω–L Híbrido com Geralmente aceitável Geralmente aceitável d,f
revestimento
antiestático e malha de
aterramento
M/Ω–C Híbrido com camada Geralmente aceitável Geralmente aceitável d
antiestática aterrada
M/Ω–CL Híbrido com camada Geralmente aceitável Geralmente aceitável d,f
antiestática e malha de
aterramento interna
– Isolação Proibido Proibido

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Tabela 18 (conclusão)

Líquidos de Líquidos de baixa e média


Tipo Construção alta condutividade condutividade
(> 10 000 pS/m) (< 10 000 pS/m)
– Descontinuado Geralmente proibido b,c Geralmente proibido b,c
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a Aceitável somente se houver uma coluna contínua de líquido de alta condutividade ao longo da mangueira.
Os riscos podem surgir se a coluna for descontinuada em segmentos isolados, por meio de regiões com
vapor, a elevada resistência da parede (por exemplo, revestimentos espessos, revestimentos fluoropolíme-
ros) e baixa capacitância para o material condutor revestido (revestimento espessos ou grandes espaços
entre os condutores de equipotencialização). Os riscos resultantes destas condições, podem ser mitigados
por meio da utilização de uma baixa vazão (1 m/s), até que a coluna de líquido seja contínua ou por meio
da utilização de um revestimento mais condutivo.
b Não é possível garantir a segurança de mangueiras que não sejam contínuas somente a partir dos dados
da resistência. Detalhes da construção da mangueira necessitam ser considerados. Em casos de menor
risco, a operação segura pode ser possível.
c Para as aplicações marítimas, mangueiras marítimas isolantes com comprimentos individuais que corres-
pondem ao grau descontinuado da ISO 8031 são aceitáveis, em vez de um flange de isolamento, como
especificado por ISGOTT.
d Os riscos podem surgir se a resistência do revestimento for muito elevada (por exemplo, revestimentos
espessos, revestimentos fluoropolímeros) e se a capacitância do material condutor revestido ou cobertura
condutiva for baixa (revestimento espessos ou grandes espaços entre os materiais condutores de equipo-
tencialização). Os riscos podem ser mitigados por meio da utilização de um melhor revestimento condutivo
ou tipo híbrido (por exemplo Grau M/ΩL ou M/Ω–CL).
e Mangueiras com fios incorporados ou com reforço externo espiralado têm sido utilizadas em aplicações de
petróleo (por exemplo, caminhões-tanque) durante muitos anos, sem causar problemas. No entanto, sur-
giram questões com os revestimentos altamente resistivos, como PTFE. Por este motivo, é recomendado
que materiais de revestimento de alta resistência sejam utilizados apenas após uma avaliação cuidadosa
dos riscos.
f Mangueiras antiestáticas grau Ω–L e Ω–CL são aceitáveis na maioria dos casos, mas convém que sejam
evitadas imediatamente a jusante dos dispositivos de elevado carregamento eletrostático, como filtros finos
de elevada capacidade, que podem gerar mais do que 10 µA de corrente. Em caso de dúvida, convém
que um ensaio de resistência que atenda ao grau Ω, padrão condutivo ou ambos os padrões condutivos e
antiestáticos seja especificado.

7.8 Procedimentos especiais de carregamento

7.8.1 Abastecimento de aeronaves

7.8.1.1 Generalidades

Os aviões são mais frequentemente abastecidos por meio de sistemas móveis ou por hidrantes, que
abastecem a aeronave por meio de tanques móveis. Pequenos aeroportos que geralmente utilizam
um sistema de tanque distribuidor (semelhante aos de postos de combustíveis) e aeroportos em
regiões distantes podem ser abastecidos por meio de tambores. As transferências de combustíveis são
feitas por mangueiras flexíveis de borracha e, desta forma, os riscos de ignição, devido à eletricidade
estática, podem surgir durante essas operações. Cargas podem ser geradas com o combustível no
sistema de abastecimento do avião ou no tanque da aeronave, o qual normalmente é feito de metal,
embora no futuro, sejam empregados na aeronave materiais compósitos para os tanques de combus-
tível, componentes da asa etc. Os sistemas de abastecimento de aeronaves sempre contêm um filtro
monitor ou, de forma menos comum, um filtro separador de água.

NOTA Requisitos detalhados para abastecimento de aeronaves são apresentados no API/IP RP 1540.

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Embora não represente um risco eletrostático, existe a possibilidade de faíscas, devido a correntes
parasitas, geradas a partir de, por exemplo, instalações elétricas de potência ou sistemas de proteção
catódica, quando da conexão ou da desconexão das mangueiras. Convém que cuidados contra igni-
ções de eletricidade estática sejam compatíveis com as precauções para evitar estas faíscas. Projetos
de mangueiras são apresentados na EN 1361.

7.8.1.2 Montagens de mangueiras


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Convém que montagens de mangueiras flexíveis para abastecimento de aeronaves sejam do tipo
dissipativa (ver 7.7.3.2), a fim de dissipar as cargas eletrostáticas, ao mesmo tempo em que limitam
as correntes parasitas. No entanto, mangueiras interligadas eletricamente (condutivas) podem ser
utilizadas em determinadas aplicações específicas (por exemplo, no lado da sucção de uma bomba,
onde a presença de uma espiral metálica pode evitar o colapso da mangueira). Para os sistemas de
hidrantes, convém que o acoplamento de entrada da conexão da mangueira do tanque do hidrante
seja do tipo dissipativo; convém que mangueiras interligadas eletricamente não sejam permitidas.

7.8.1.3 Aterramento e equipotencialização

7.8.1.3.1 Generalidades

Convém que todos os componentes metálicos de veículos de abastecimento de combustível (por


exemplo, chassi, tanque, filtro, medidores, tubulações, equipamentos de amostras, carretel para cabos
de conexão) tenham bom contato elétrico um com o outro. Convém que exista uma boa continui-
dade elétrica no sistema de hidrante.

Convém que seja feita uma interligação de conexão entre a aeronave e o veículo de reabastecimento,
antes das mangueiras de carregamento estarem conectadas. De acordo com as normas da aviação,
convém que o cabo de ligação tenha uma resistência total abaixo de 25 Ω. Convém que esta interli-
gação permaneça no local até que o abastecimento esteja concluído e as mangueiras desconecta-
das. Os terminais de interligação das aeronaves necessitam ser sempre utilizados. A utilização de
outras peças metálicas das aeronaves, como, por exemplo, tubos do tipo pitot, escotilhas do trem de
pouso etc., é estritamente proibida pelas diretrizes da indústria de aviação (exceto para abastecimento
pela parte superior da asa – ver a seguir).

Convém que haja uma interligação direta entre o orifício de abastecimento de aeronaves e o fim da
mangueira metálica de abastecimento de combustível. Para abastecimento pela parte inferior da asa,
esta interligação é fornecida pelo contato metal-metal entre a extremidade do tubo de acoplamento e
o adaptador de abastecimento de combustível da aeronave. Para abastecimento pela parte superior
da asa, esta ligação é feita mantendo o bocal de abastecimento em contato com o orifício de metal
durante o abastecimento. Um fio de interligação em separado entre o bocal e o orifício pode ser utilizado,
embora esta condição nem sempre seja possível devido à falta de um ponto de conexão adequado.
Sempre que um fio de interligação do bocal não for utilizado, convém que a taxa máxima de carre-
gamento de 200 L/min seja aplicada.

Nas diretrizes da indústria de aviação, a utilização de um funil é estritamente proibida para abasteci-
mento pela parte superior da asa, porque o funil compromete o grau de seleção do bocal de abaste-
cimento de combustível.

Em alguns lugares, a ligação ao terra é exigida pela autoridade aeronáutica. Onde for possível uma
escolha, o aterramento não é recomendado por causa de problemas potenciais causados pela exis-
tência de múltiplos pontos de aterramentos, que provocam os loops de terra e correntes circulantes.
Onde for utilizado o aterramento, o veículo de abastecimento deve ser aterrado por meio de um cabo
unido ao cabo de interligação ou por meio de um cabo de aterramento em separado, conectado
ao carretel da mangueira de abastecimento localizada no veículo.

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Abastecimento por tambores necessitam seguir os mesmos procedimentos como abastecimento pela
parte superior da asa reabastecimento sobre a asa. Em particular, é necessário interligar a bomba do
tambor junto da aeronave e com o tambor. Recipientes menores do que tambores nominais de 200 L
não são permitidos para uso de combustível de aviação.

7.8.1.3.2 Velocidades de fluxo


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Não convém que a velocidade máxima de fluxo nas mangueiras de reabastecimento de aeronaves
exceda 7 m/s para combustíveis com condutividade maior ou igual do que 50 pS/m, ou 5 m/s para
combustíveis com condutividade menor do que 50 pS/m. Convém que cuidados sejam tomados para
que o tempo de residência do combustível a jusante do filtro seja adequado (ver 7.5.1).

7.8.2 Descarregamento a partir de tanques rodoviários

Descarregamento de tanques rodoviários é realizado por meio de mangueiras em bobinas ou sol-


tas, utilizando abastecimento por gravidade ou bombas no veículo. Riscos de ignição eletrostática
podem ocorrer como resultado de faíscas provenientes de materiais condutores que estejam isolados
(por exemplo, conectores de mangueiras ou tanques rodoviários como um todo), de descargas ramifi-
cadas de mangueiras não condutivas ou de descargas ramificadas dentro do tanque de recebimento.

As seguintes precauções são recomendadas:

 a) Convém que sejam utilizadas montagens de mangueiras eletricamente equipotencializadas e


projetadas adequadamente, ou mangueiras condutivas (ver 7.7.3);

 b) Assegurar que o caminhão e todos os engates metálicos estejam ligados ao tanque a ser abas-
tecido, mantendo o mesmo potencial elétrico. As montagens de mangueiras que já fornecem
a equipotencialização requerida não necessitam de equipotencialização adicional. Se os padrões
da empresa requerem equipotencialização dos componentes separadamente, esta deve ser rea-
lizada antes da conexão das mangueiras (ver 7.3.2.3.3 1b);

 c) Para os abastecimentos realizados por meio de mangueiras soltas, ao conectar o caminhão
ao tanque, primeiro conectar a mangueira à tubulação de abastecimento do tanque de arma-
zenamento e, em seguida, antes de completar a conexão da mangueira ao caminhão, prever
a equipotencialização encostando o conector de terminação da mangueira em uma parte metálica
do caminhão;

 d) Para os fornecimentos por meio de mangueiras em bobinas, encostar o acoplamento da extremi-
dade da mangueira ou bico em uma parte metálica da montagem do tanque de carregamento,
tubulação ou acoplamentos da mangueira, antes de inserir o bico ou fazer a conexão. Convém que
este contato inicial seja feito afastadamente de quaisquer regiões, como próximos da conexão de
descarga do tanque, onde os vestígios residuais de vapores inflamáveis podem estar presentes;

 e) Contanto que as velocidades máximas seguras de fluxo para tanques de médio porte não exce-
dam o prescrito (ver 7.3.2.3.3), é improvável que haja um risco de ignição no interior do tanque.
Se o líquido contiver uma segunda fase, convém que a velocidade do fluxo seja limitada a 1 m/s;

 f) Convém que a continuidade e as condições mecânicas da equipotencialização das mangueiras


sejam verificadas regularmente (ver 7.7.3.3).

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7.8.3 Carregamento e abastecimento em postos de serviços

7.8.3.1 Generalidades

Manuseio em operações de combustível em postos de serviços ao varejo envolve tanto a entrega


de combustível nos postos com tanques subterrâneos, geralmente a partir de tanques rodoviários
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(caminhões-tanque), quanto a distribuição de combustível dos tanques subterrâneos para veículos


de clientes. O faiscamento (flash fires) é provocado pela ocorrência de eletricidade estática, tanto na
transferência do combustível para os tanques subterrâneos, quanto no abastecimento do combustível
para os veículos dos clientes.

A formação de atmosferas explosivas durante ambas as operações de distribuição e abastecimento


depende do tipo de combustível. Com base no ponto de inflamabilidade do combustível diesel, que
inicia em 58 °C, os vapores do combustível diesel são geralmente muito pobres para combustão em
temperaturas ambientes, embora os circuitos de retorno diesel quentes no veículo possam, às vezes,
produzir uma atmosfera explosiva no interior do tanque do veículo. No entanto, alguns países permi-
tem que o combustível diesel possua um ponto de ignição significativamente menor. Nestes países,
vapores diesel podem produzir misturas inflamáveis a temperaturas ambiente elevadas.

Diferentemente, misturas com vapores de gasolina são geralmente muito ricas para combustão em
espaços fechados, como tanques de combustível, mas podem entrar na faixa explosiva onde a mistura
com o ar é possível (por exemplo, em caso de reabastecimento de um veículo com gasolina, sempre
haverá um lugar perto do bocal de abastecimento onde a proporção da mistura é ideal para a igni-
ção, consequentemente, uma descarga eletrostática próximo do bocal de abastecimento pode levar
à ocorrência de um incêndio e queimar a pessoa que abastece o veículo). Misturas etanol-gasolina com
altas concentrações de etanol podem produzir atmosferas explosivas dentro de tanques fechados, em
temperaturas ambientes padrões, embora estes combustíveis sejam menos propensos a se tornarem
eletrostaticamente carregados por causa de sua alta condutividade.

De acordo com exposto acima, atmosferas explosivas podem ocorrer nas seguintes situações:

●● dentro de tanques com gasolina-etanol (por exemplo, E85) ou tubulações de drenagem,

●● dentro de tubulações de gasolina enquanto o ar é aspirado após as mangueiras serem desconec-


tadas, depois de um abastecimento,

●● próximo do bocal de combustível durante o reabastecimento,

●● no exterior das tubulações de gasolina ou gasolina-etanol, devido a vazamentos ou derramamen-


tos, particularmente em “depósitos” subterrâneos fechados ou “caixas de carregamento”, onde
tubulações subterrâneas estão conectadas aos tanques ou mangueiras do caminhão. Tubula-
ções de gasolina e diesel são muitas vezes alojados na mesma caixa de carregamento, por isso é
considerada, no caso de um vazamento na linha de gasolina, a possibilidade de geração de uma
atmosfera explosiva, que poderia ser inflamada durante o carregamento do diesel.

Os combustíveis em postos de abastecimentos variam de hidrocarbonetos de baixa condutividade,


misturas sem aditivo antiestático (SDA), misturas de alta condutividade de biocomponentes oxigena-
dos (por exemplo, etanol) e hidrocarbonetos. Mesmo com os combustíveis de baixa condutividade,
os valores de fluxo são suficientemente pequenos para evitar riscos potenciais gerados pelo acúmulo
de carga nos líquidos, seja nos tanques de armazenamento subterrâneos ou nos reservatórios de
combustível dos veículos de clientes.

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Entretanto, se qualquer um dos componentes associados às operações (por exemplo, bocal de carre-
gamento, acoplamentos de tubulações, veículos sendo abastecidos, local de carregamento ou pessoas)
estiver eletricamente isolado, o acúmulo de cargas nestes itens isolado, poderia então dar origem
a uma faísca de ignição por descargas. Além disso, cargas acumuladas no isolamento de tubos ou
em outros componentes de isolamento no sistema de tratamento poderiam produzir incêndio por des-
cargas ramificadas. Uma ignição pode ocorrer se qualquer uma destas descargas ocorrer em uma
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atmosfera explosiva (ver acima). Convém que as precauções relacionadas em 7.8.3.2 e 7.8.3.3 sejam
adotadas para evitar ignições eletrostáticas, no fornecimento de combustível para tanques subterrâ-
neos e nas operações de distribuição para veículos de clientes, respectivamente.

7.8.3.2 Descarregamento de combustíveis para os tanques subterrâneos

7.8.3.2.1 Sistemas com tubulações metálicas

 a) Convém que todas as seções do tubo sejam aterradas, de maneira a evitar o risco do surgimento
de correntes elétricas de falta no sistema da tubulação (por exemplo, com uma resistência de
isolamento adequada).

 b) Convém que o aterramento seja verificado regularmente.

 c) Convém que equipamentos, como filtros finos que podem carregar o combustível eletrostatica-
mente, sejam utilizados somente se houver tempo de relaxamento suficiente no tubo condutor.

7.8.3.2.2 Sistemas com tubulações plásticas

Os tubos de plástico estão sendo cada vez mais utilizados para descarregamento de combustível
a partir de caminhões-tanque para tanques subterrâneos, de tanques subterrâneos para abastecer
distribuidores (dispensadores) e para linhas de recuperação de vapor e respiração, porque eles pro-
porcionam maior resistência à corrosão e contenção secundária.

NOTA Os requisitos específicos de tubos flexíveis de metal e termoplástico para esta aplicação são indi-
cados na EN 14125.

Duas principais variedades de sistemas de tubo de plástico estão em uso: os chamados tubos “não
condutores” (isolante) e os chamados tubos “condutivos” (tubos não condutivos incorporando revesti-
mento interno dissipativos coextrudados). Sistemas de tubos plásticos típicos utilizam conectores que
incorporam aquecimento com serpentinas de metal (acopladores de eletrofusão, EFC) para acoplar e
vedar extensões e articulações. Estes EFC podem ter uma capacitância instalada entre 5 pF e 30 pF,
dependendo da instalação. Tubos plásticos normalmente incorporam um revestimento interno coex-
trusado para conter a permeação do combustível. Para tubos que também possuem um revestimento
dissipativo, este revestimento é usualmente o mais interno.

Riscos específicos nestes tipos de sistemas incluem:

 a) Fluxo de combustível pode causar carregamento eletrostático significativo aos combustíveis de
baixa e média condutividade. Consequentemente:

 i) Para tubos isolantes (“não condutivos”):

1) Altas-tensões poderiam acumular-se nas paredes dos tubos não enterrados ou em conec-
tores associados não aterrados.

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2) Descargas podem ocorrer na superfície interior de tubos carregados. O ponto de abas-


tecimento onde a mangueira do caminhão está conectada é um ponto crítico, porque
descargas eletrostáticas podem causar ignição, se o ingresso de ar ocorrer na desco-
nexão dos conectores aterrados ou acoplamentos ou de superfícies plásticas altamente
carregadas para menos carregadas.
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3) Os campos eletrostáticos provenientes do acúmulo de cargas nas paredes do tubo podem


causar altas-tensões nas proximidades dos EFC condutivos. Ferramentas e outros
itens condutivos do lado externo das tubulações podem causar descargas centelhantes
quando próximo de pontos condutivos aterrados.

4) Campos elétricos elevados podem ocorrer nas paredes de tubos enterrados, que leva-
riam a possíveis rupturas por descargas eletrostáticas.

 ii) Para tubos isolantes com revestimento dissipativo (chamados de “tubos condutivos”):

1) A carga não é acumulada se o revestimento estiver aterrado. A blindagem fornecida por


um revestimento aterrado minimiza o risco de tensões elevadas relacionadas ao fluxo
nos condutores associados ao tubo, como os EFC.

2) No entanto, tensões podem acumular-se em qualquer seção do revestimento não ater-


rado ou nos conectores associados a. parei aqui

 b) Carregamentos eletrostáticos em superfícies externas de tubos isolantes por fricção podem gerar
descargas eletrostáticas ramificantes.

 c) Um sistema com tubos condutivos e isolantes pode gerar partes condutivas isoladas. Isto é per-
mitido somente se todas as partes condutivas estiverem aterradas. Convém que atenção especial
seja dada no aterramento dos flanges metálicos, acoplamentos e clipes em segmentos isolantes,
e aterramento do revestimento dos segmentos condutivos.

 d) Quando tubulações forem instaladas durante a manutenção do sistema, e uma atmosfera explo-
siva estiver presente, podem surgir riscos específicos. Ambos os tubos, condutivos e isolantes,
podem se carregar eletrostaticamente durante o manuseio e gerar descargas potenciais capazes
de gerar uma ignição.

 i) Para tubos isolantes, descargas eletrostáticas ramificadas são possíveis na superfície do exte-
rior do tubo, podendo causar a ignição.

 ii) Para tubos com revestimento dissipativo, o acúmulo de carga na superfície pode induzir
alta-tensão em um revestimento com aterramento inadequado, e isto pode ser uma fonte de
choques elétricos para as pessoas e de descargas capazes de causar uma ignição.

A tensão acumulada no isolamento de tubos de carregamento de combustível depende da velocidade


do fluxo, volume preenchido e extensão das seções não enterradas, bem como das propriedades da
tubulação e do combustível. A variabilidade destas características de carga e a variação das caracte-
rísticas de dissipação da carga com o envelhecimento e a temperatura, ainda não são bem compre-
endidas. Portanto, convém que uma ampla margem de segurança para dissipação seja aplicada até
que o pior caso de característica de carregamento seja melhor conhecido.

NOTA Existem indicações de que pelo menos alguns éteres e ésteres estão propensos a um carregamento
eletrostático mais elevado do que os hidrocarbonetos combustíveis.

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Com o objetivo de evitar carga eletrostática excessiva e acúmulo de tensão nas paredes do tubo, vál-
vulas e acoplamentos, as seguintes precauções são recomendadas:

 1) Tubos plásticos isolantes:

 a) Para evitar uma perfuração, convém que tubos plásticos isolantes tenham uma resistência
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à ruptura na tubulação superior a 100 kV, medida de acordo com a IEC 60243-2. Uma camada de
polietileno de pelo menos 4 mm de espessura normalmente excede esta resistência de ruptura.

 b) Convém que os EFC não enterrados sejam duradouros e aterrados ou selados utilizando
selos herméticos.

 c) Convém que todas as outras partes condutivas dos tubos ou juntas sejam aterradas.

 d) Convém que o aterramento de todos os itens condutivos ou dissipativos sejam checa-
dos regularmente.

 e) Convém que as seções de tubos plásticos isolantes totalmente não enterrados sejam as mais
curtas possível.

 f) Convém que a velocidade de fluxo do combustível seja inferior a < 2,8 m/s.

NOTA A possível introdução futura de biocomponentes pode alterar o comportamento de carre-


gamento eletrostático do combustível.

 g) O aterramento da maior parte da tubulação por enterramento contribui significativamente para
a operação segura do sistema. Consequentemente, após a instalação ou reparo, não convém
que o líquido seja introduzido dentro do tubo até que todas as seções destinadas a serem
enterradas estejam totalmente cobertas por terra.

 h) Convém que os equipamentos, como filtros finos que podem aumentar o carregamento ele-
trostático no combustível, sejam utilizados somente com uma avaliação cuidadosa dos pro-
váveis riscos.

 i) Convém que o ponto de abastecimento onde a mangueira do caminhão está conectada utilize
uma válvula de ligação de segurança, de preferência com um sistema de intertravamento que
não permita que o ar entre no sistema e misture com o vapor do combustível, por exemplo,
uma válvula que é fechada antes de desconectar mangueira e tubo.

 j) Convém que a exposição de tubos e juntas em locais abaixo da superfície onde vapores infla-
máveis podem se acumular seja minimizada.

 k) Convém que seja evitada a limpeza por fricção contra a superfície externa do tubo quando
vapores inflamáveis estiverem presentes.

 l) Durante a manutenção do sistema, convém que cuidados sejam tomados para evitar a intro-
dução de um tubo altamente carregado eletrostaticamente dentro de uma atmosfera explosiva.

 2) Tubos plásticos com revestimentos dissipativos:

 a) Convém que os revestimentos sejam aterrados. Um revestimento dissipativo e aterrado evita
descargas internas e os materiais condutores com malhas externas evitam carregamento
eletrostático devido ao fluxo.

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 b) O aterramento pode ser obtido por uma disposição adequada de acoplamentos internos dis-
sipativos ligados a pontos aterrados externamente.

 c) Convém que o aterramento de todos os itens condutivos e dissipativos seja checado regularmente.

 d) Convém que os equipamentos, como filtros finos que podem aumentar o carregamento ele-
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trostático no combustível sejam utilizados somente com uma avaliação cuidadosa dos prová-
veis riscos.

 e) Durante a manutenção do sistema, convém que cuidados sejam tomados para evitar a intro-
dução de um tubo altamente carregado eletrostaticamente dentro de uma atmosfera explosiva.
Convém que os revestimentos dissipativos sejam aterrados antes do tubo ser introduzido em
uma atmosfera explosiva, e que as conexões de aterramento sejam mantidas durante o processo
de montagem, até que o revestimento esteja devidamente aterrado no sistema instalado.

 f) Convém que seja evitada a limpeza por fricção contra a superfície externa do tubo, quando
vapores inflamáveis estiverem presentes.

7.8.3.3 Abastecimento de combustíveis para os veículos dos usuários

As seguintes precauções necessitam ser adotadas:

 a) Convém que a bomba esteja devidamente aterrada.

 b) Convém que um conjunto de mangueiras condutivas ou projetadas com uma ligação elétrica
apropriada (ver 7.7.3.2) seja utilizado para ligar o bico à bomba. Convém que a resistência do
bico de carregamento a terra, por meio de mangueira, seja menor que 1 MΩ para mangueiras
condutivas e menor que 100 Ω para mangueiras ligadas eletricamente. Os requisitos detalhados
podem ser encontrados na EN 1360.

 c) Convém que as superfícies dos pisos tenham uma resistência de fuga para o terra menor que
100 MΩ, medida em condição seca de umidade relativa menor que 50 %, para permitir o aterra-
mento do veículo pelos pneus.

 d) Convém que a superfície dissipativa do piso ao redor da bomba seja grande o suficiente para assegurar
que todos os quatro pneus do veículo estejam em contato com a superfície durante o abastecimento.

 e) Convém que a alça do bico de abastecimento seja projetada com materiais condutivos ou dissi-
pativos para assegurar que a pessoa que está abastecendo (“frentista”) esteja aterrada durante
o processo de reabastecimento.

NOTA Materias dissipativos são preferidos para evitar choque eletrostático

 f) Se existir um dispositivo de trava-aberto (latch-open) no bico de abastecimento, convém que este
dispositivo esteja de acordo com os requisitos locais que possam existir para desligamento automático.

 g) De um modo geral para os veículos, não convém que a resistência entre um bico de abasteci-
mento padrão inserido no gargalo de carregamento e uma placa de metal sob cada pneu sucessi-
vamente exceda 10 GΩ quando todos os outros pneus ficarem sob uma superfície isolante. Para
pneus a serem utilizados em áreas classificadas, o limite é reduzido para 1 MΩ. Os requisitos
detalhados podem ser encontrados nas ISO 16392 e ASTM F1971.

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 h) Convém que o projeto do veículo assegure que cargas de níveis perigosos não irão se acu-
mular nos componentes plásticos do sistema de abastecimento do veículo e que os com-
ponentes de metal do sistema de abastecimento do veículo sejam adequadamente ligados
ao chassi. Os requisitos detalhados podem ser encontrados na SAE J1645.

Estas precauções irão assegurar o aterramento de:


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 a) bico, diretamente pela montagem com a mangueira dissipativa ou condutiva;

 b) uma pessoa segurando o bico de abastecimento, a menos que utilizando luvas isolantes;

 c) o chassis do veículo durante o abastecimento, pelo contato com o bocal (bico) e pelos pneus;

 d) componentes condutivos do sistema de abastecimento do veículo ligados ao chassi do veículo.

A prática indica que o aterramento pelo bocal e pelos pneus é suficiente para dissipar as quantidades
relativamente pequenas de cargas que são geradas durante o abastecimento.

NOTA A maioria de incêndios durante o reabastecimento de automóveis é causadas por pessoas eletros-
taticamente carregadas.

7.8.4 Equipamentos para uso portátil ou temporário de líquidos

Convém que cuidado especial seja tomado quando da utilização de equipamentos temporários que intro-
duzem filtros ou outras restrições ao sistema. Um exemplo disto é um medidor portátil de prova que
possui filtros finos para proteger os medidores sensíveis. Quando forem utilizadas estes equipa-
mentos, convém que precauções sejam adotadas para assegurar que o arranjo temporário ofereça um
tempo de residência adequado entre o equipamento portátil e quaisquer tanques a serem abastecidos
(ver 7.5) e para assegurar que todos os requisitos para aterramento sejam atendidos (ver Seção 13).

7.9 Plantas de processo (mistura, agitação, blindagem, cristalização e reatores com


sistema de agitação)

7.9.1 Generalidades

O processamento de líquidos ou suspensões (mistura, agitação ou cristalização) pode apresentar um


risco de ignição devido à eletricidade estática. Quando estes processos envolvem líquidos de baixa
condutividade ou às vezes de média condutividade, a carga fica retida na fase líquida contínua, no
líquido em suspensão ou sobre as matérias particuladas sólidas, ou em qualquer objeto metálico
isolado. Se uma mistura de ar com vapor inflamável, névoa ou espuma estiver presente, existe um
risco de ignição e, para evitar isto, convém que as recomendações de 7.9.2 a 7.9.6 sejam seguidas
de maneira apropriada.

Altos níveis de geração de carga eletrostática são frequentemente associados aos fluidos constituídos
de duas fases líquidas imiscíveis ou um líquido com sólidos em suspensão. Como consequência,
as vazões das duas fases estão sujeitas a restrições adicionais. Estas velocidades reduzidas da
vazão também são requeridas para o manuseio de líquidos “contaminados”, que, neste contexto, são
especificados em 3.6 como líquidos que possuem mais de 0,5 % em volume isento de água ou outro
líquido imiscível ou mais de 10 mg/L de sólidos em suspensão.

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7.9.2 Aterramento

Convém que todas as partes condutivas do equipamento sejam equipotencializadas e aterradas; ver
Seção 13.

Assegurar que pessoas trabalhando na proximidade de uma operação de blindagem não sejam um
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risco de ignição, atendendo aos procedimentos da Seção 11.

7.9.3 Misturas em linha de processo

Neste processo, a mistura acontece dentro de um tubo no qual os vários constituintes são bombeados
a taxas determinadas. Normalmente não existe espaço para o vapor no qual uma mistura inflamável
possa ocorrer e, portanto, não existe risco de ignição enquanto é realizada a mistura.

Para evitar o risco de ignição no tanque de recebimento gerado por carregamento eletrostático em
operação de mistura ou no fluxo para o tanque, convém adotar as recomendações para carregamento
de tanque indicadas em 7.3, de acordo com o aplicável.

7.9.4 Mistura em vasos de processo ou tanques

A mistura de líquidos miscíveis, de qualquer faixa de condutividade, para produzir um único compo-
nente é considerada adequada, desde que as precauções para as operações de manuseio de líquidos
sejam adotadas (ver 7.3).

Se a mistura contiver partículas líquidas ou sólidas dispersas, a geração de eletricidade estática pode
ser reduzida, aumentando a condutividade de quaisquer um dos líquidos de baixa condutividade da
mistura. Isto pode ser realizado pela utilização de um solvente de maior condutividade ou pela adição
de um SDA (ver 7.2.4), desde que seja compatível com a utilização desejada da mistura.

Se todos os componentes da mistura forem líquidos, geralmente é suficiente aumentar a conduti-


vidade do componente principal continuamente acima da faixa de baixa condutividade. Se um ou mais
dos componentes possuírem dispersão de sólidos, pode ser necessário aumentar a condutividade
do componente principal continuamente para um valor muito acima de 100  pS/m (normal-
mente 1 000 pS/m ou superior) e também restringir a potência do agitador (por exemplo, na BS 5958,
a potência máxima de 0,37 kW/m3 é recomendada para suspensões de 1 000 pS/m).

NOTA A condutividade para o componente principal pode ser consideravelmente reduzida pela absorção
de íons pela fase sólida.

Se um vaso de mistura tiverum revestimento interno isolante, por exemplo, vidro, cerâmica ou plástico,
o relaxamento da carga eletrostática necessita ser melhorado pela introdução de tiras ou placas condu-
tivas aterradas no vaso ou perto do seu fundo. É possível que esta precaução não seja necessária, se
o revestimento for fino ou condutivo o suficiente que permita a dissipação da carga eletrostática e evite
a geração de uma superfície perigosa. É necessário considerar o potencial de descargas ramificadas
propagantes, que podem causar dano ao isolamento do revestimento, quando da geração de cargas
eletrostáticas significativas devido ao manuseio de misturas de baixa condutividade ou de múltiplas
fases (ver B 1.4).

A medição e a amostragem do líquido de um vaso de mistura necessitam ser realizadas em confor-


midade com as recomendações de 7.6. As medidas de precaução para líquidos contendo particulados
dispersos dependem do tipo de mistura específica e nenhum parecer pode ser emitido de forma genérica.

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Como uma alternativa para aumentar a condutividade do líquido, o espaço de vapor no vaso de mis-
tura pode ser inertizado em conformidade com as recomendações de 8.4. Neste caso não é requerido
limitar a potência do agitador.

7.9.5 Misturas por jatos


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A mistura por jato de líquidos com condutividade que excedam a faixa de baixa condutividade pode
ser considerada adequada, caso o jato não penetre na superfície do líquido e caso o líquido e todas
as partes metálicas do vaso de mistura estejam aterrados.

Se o líquido possuir baixa condutividade, pode ser adicionado SDA (ver 7.2.4) para aumentar a faixa
para média condutividade, desde que seja compatível com a utilização desejada da mistura.

Como uma alternativa para aumentar a condutividade do líquido, o espaço de vapor no vaso de mis-
tura pode ser inertizado em conformidade com as recomendações de 8.4.

Se um líquido tiver baixa condutividade e não for possível a utilização de aditivo dissipativo antiestá-
tico ou a inertização, o grau de risco depende das circunstâncias. Pode ser necessário consultar um
especialista, a fim de controlar a condutividade superficial do líquido no tanque. É necessário consi-
derar os seguintes fatores:

 a) proximidade das partes internas do tanque com a superfície do líquido, devido à diferença de
potencial que pode ocorrer no espaço de vapor em virtude da entrada de jato de líquido para
a superfície, ocasionando carregamento eletrostático;

 b) presença de fases separadas (normalmente água) no fundo do tanque;

 c) abastecimento do tanque, ocasionando agitação do produto;

 d) tempo de relaxamento após a finalização da operação de abastecimento.

A medição e a amostragem necessitam ser realizadas em conformidade com as recomendações indi-


cadas em 7.6.

7.9.6 Mistura em alta velocidade

Mistura em alta velocidade, por exemplo, para produção de emulsões, gera mais carregamento ele-
trostático do que uma mistura em baixa velocidade. Convém que um especialista seja consultado
quanto às alterações das precauções indicadas em 7.9.4, que são necessárias durante uma mistura
em alta velocidade de líquidos não miscíveis.

7.10 Pulverização de líquidos e limpeza de tanques

7.10.1 Generalidades

Quando o jato de lavagem colide com a parede ou qualquer parte do tanque, é formada uma névoa
de pequenas gotículas, normalmente carregada eletrostaticamente. Devido à turbulência criada pelos
jatos de lavagem, a névoa é normalmente distribuída uniformemente por todo o tanque.

A névoa carregada produz um alto potencial elétrico, e o valor máximo, que ocorre no centro do tan-
que, depende principalmente do tamanho do tanque e da densidade de carga eletrostática da névoa.
A densidade da carga depende da natureza do líquido a ser utilizado para a limpeza (por exemplo,
água, óleo e detergentes) e do tipo do sistema de limpeza a ser utilizado (pressão do líquido, veloci-
dade e diâmetro do bocal).

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Um perigo adicional de ignição pode ocorrer devido a descargas ramificadas para uma parte saliente
condutiva aterrada no interior do tanque. Se a diferença de potencial exceder cerca de 58 kV dentro
do tanque, a descarga ramificada pode inflamar uma atmosfera de hidrocarbonetos/ar, embora esta
diferença de potencial elevada seja raramente produzida durante a limpeza do tanque.

Se partes condutivas estiverem isoladas no tanque,pode ocorrer centelhamento em diferenças de


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potencial muito mais baixas. Tipicamente, diferenças de potencial na faixa de 5 kV a 20 kV são sufi-
cientes para produzir centelhamento em atmosferas de hidrocarbonetos/ar. O valor depende da dis-
tância do material isolante entre as partes condutivas (escoamento) e do comprimento da centelha
(isolação). Partes condutivas isoladas são inevitavelmente formadas no processo de lavagem com
jatos líquidos a partir de bicos de alto rendimento, pois estes produzem grande quantidade de peque-
nas gotículas de líquidos condutivos isolados (névoa) como resultado da separação do líquido que
acontece durante o processo de jateamento. Esta névoa pode ser carregada eletrostaticamente por
indução para o mesmo valor do potencial do centro do tanque e gerar centelhamento quando a névoa,
com um potencial de pelo menos 15 kV, se aproxima das partes condutivas aterradas. Por isso é reco-
mendado, na medida do possível, evitar bicos que possam formar grandes névoas isolantes durante
o processo de jateamento. Convém que cuidados sejam tomados para que as gotículas dos líquidos
não se aglutinem e depois gotejem de ressaltos ou cavidades do teto do tanque.

Após uma operação de limpeza, convém que os processos subsequentes (por exemplo, inspeção,
aferição, amostragem) sejam adiados até que qualquer névoa carregada gerada tenha se dissipado.
Isto pode levar várias horas para tanques muito grandes.

7.10.2 Limpeza de tanques com jatos de água com baixa ou média pressão (abaixo de 12 bar)

Relatórios técnicos de investigação das explosões ocorridas em 1969, a bordo de três grandes navios
petroleiros transportando petróleo cru durante o processo de limpeza de tanques com jatos de água,
indicaram que a diferença de potencial máxima dentro do tanque é proporcional à densidade de carga
da névoa e ao quadrado da dimensão linear do tanque (ou, em outras palavras, proporciona V2/3 ,
onde V é o volume do tanque). Isto significa que o risco de ignição aumenta com o volume do tanque.

Relatórios técnicos indicam que a limpeza de um tanque com capacidade menor que 100 m3 apre-
senta um risco muito baixo, mas a limpeza de um tanque com a capacidade de 10 000 m3 ou superior
possui risco mais elevado. O limiar de risco em função do volume está entre estes dois limites. O risco
somente pode ser obtido se todas as condições forem conhecidas. Os regulamentos da Organização
Marítima Internacional (IMO) para os navios petroleiros exigem que os tanques de petróleo a partir de
50 000 toneladas de porte bruto (dwt) somente podem ser limpos quando os tanques estão inertizados. Ins-
truções detalhadas são indicadas no “International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals” (ISGOTT).

7.10.3 Limpeza de tanques com líquidos de baixa condutividade

Líquidos de baixa condutividade, por exemplo, hidrocarbonetos, carregam eletrostaticamente menos


que a água durante a pulverização, pois eles possuem somente uma pequena concentração de íons
dissociados. Pulverizar solventes de baixa condutividade pode ser considerado seguro nos casos des-
critos a seguir. No entanto, não convém que os solventes de limpeza contenham água ou partículas
sólidas que possam formar uma segunda fase no líquido. Por esta razão, não convém que o solvente
de limpeza seja reciclado a menos que o conteúdo de matéria estranha seja inferior a 0,5 %.

Convém que o líquido no tanque seja drenado durante a limpeza para evitar o acúmulo de carga ele-
trostática no líquido que se acumula.

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7.10.4 Limpeza de tanques com jatos de água de alta pressão ou jatos de solventes (acima de 12 bar)

Na indústria química, pequenos tanques e vasos (por exemplo, vasos de agitação) são frequentemente
limpos utilizando bicos de jatos de alta pressão operando a pressões de até 500 bar. Suspeita-se que
estes jatos possam criar uma elevada densidade de carga e potencial eletrostático no tanque durante
a limpeza. Evidências experimentais, no entanto, têm demonstrado que o risco de ignição para tanques
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que contêm uma atmosfera inflamável de hidrocarboneto/ar é aceitável nas seguintes circunstâncias:

 a) Pulverização de água

 1) Pequeno tanque de metal cilíndrico com até 3 m de diâmetro, e

 2) Bico de pulverização com pressão máxima de 500 bar e fluxo máximo de 5 L/s.

 b) Pulverização com líquidos de baixa condutividade

 1) Pequeno tanque de metal cilíndrico com até 5 m3 de volume, e

 2) Bico de pulverização com pressão máxima de 50 bar e fluxo máximo de 1 L/s.

Não convém que os líquidos de limpeza contenham mais do que 0,5 % de líquido contaminante ou
particulados que possam formar uma segunda fase, e convém que sejam drenados durante a lava-
gem para evitar o acúmulo de carga eletrostática. Além disso, convém que todas as partes condutivas
sejam aterradas.

Uma operação segura somente pode ser considerada dentro dos limites acima, mas ao exceder estes
limites não necessariamente geram uma situação de risco. Para estes casos, é necessário consultar
um especialista.

No caso de pequenos tanques com paredes isolantes, os limites são desconhecidos, mas em qual-
quer caso eles serão muito menores do que para pequenos tanques de metal. Isso porque, mesmo
nas paredes de pequenos tanques de plástico carregados eletrostaticamente pelo processo de lim-
peza, podem ser geradas poças de líquidos condutivos que são conhecidas por produzir descargas
centelhantes ao entrar em contato com as partes aterradas. Alternativamente, a utilização de líquidos
de baixa condutividade pode gerar carregamento das paredes de pequenos tanques que são capazes
de produzir descargas eletrostáticas ramificadas.

Por estas razões, convém que a presença de uma atmosfera explosiva dentro de pequenos tanques
isolados seja evitada durante o processo de limpeza, por exemplo, carregamento e descarregamento
prévio com água, ou utilização de um líquido de limpeza com elevado ponto de fulgor. Para os casos
onde exista o risco de formação de atmosfera explosiva e de ignição por eletrostática pode ser neces-
sário consultar um especialista.

7.10.5 Limpeza de tanques com vapor

Limpeza de tanques com vapor produz uma névoa eletrostaticamente carregada. Evidências experimen-
tais indicam que isto não resulta em um perigo de ignição para tanques com volume de até 100 m3 que
contenham uma atmosfera explosiva. No entanto, uma situação perigosa pode ocorrer com volumes maiores.

7.10.6 Sistemas de neblina de água

Sistemas de neblina de água são utilizados principalmente para abater e dispersar atmosferas infla-
máveis. Esses sistemas não operam em altas pressões e não produzem nuvens altamente carregadas
de névoa. Desde que as atmosferas explosivas tenda a se dispersar ao invés de concentrar gotículas
carregadas, não é esperado que a neblina provoque riscos de ignição por eletrostática.

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7.11 Sistemas com vidro

7.11.1 Generalidades

Descargas eletrostáticas dentro de sistemas com vidro ocorrem principalmente devido ao carrega-
mento por líquidos de baixa condutividade ou misturas de poeira/ar. O acúmulo de carga é elevado
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quando existe um revestimento plástico de baixa condutividade na superfície do vidro.

Partes condutivas (flanges metálicos, acessórios e válvulas) podem gerar centelhamentos e em con-
dições ambientais, os revestimentos plásticos na superfície do vidro podem gerar descargas eletros-
táticas ramificadas.

Superfícies do vidro não revestidas somente podem gerar descargas eletrostáticas ramificadas se
o ambiente estiver com baixa umidade relativa ou, por exemplo, se a temperatura da superfície estiver
muito acima da temperatura ambiente.

7.11.2 Precauções a serem adotadas para líquidos de baixa condutividade

Perigos com líquidos de baixa condutividade podem ser reduzidos pela adoção das precauções reco-
mendadas em 7.2. Para sistemas constituídos principalmente com vidro não revestido, no entanto, é
necessário considerar os seguintes requisitos de aterramento.

Em áreas de zona 0 que podem conter gases e vapores do Grupo IIC (ver Anexo D), convém que todas
as partes condutivas, como flanges metálicos, acessórios, válvulas ou equipamentos de medição
sejam aterradas com uma resistência inferior a 1 MΩ. Para todos os sistemas metálicos, convém que
a resistência seja inferior a 10 Ω. Se um valor significativamente maior for obtido, convém verificar
a possibilidade de problemas da instalação, por exemplo, corrosão ou conexão solta.

No caso de gases e vapores dos Grupos IIA e IIB, é necessário somente aterrar as partes condutivas
com capacitância elétrica superior a 3 pF. Assim, não é necessário aterrar pequenos parafusos ou por-
cas (capacitância elétrica igual ou inferior a 3 pF). Acessórios, válvulas ou selos com partes condutivas
não aterradas, com capacitância superior a 3 pF e que podem não ser aterradas (por exemplo, devido
a um revestimento isolante), não são adequados para utilização em sistemas com vidro.

Se elementos geradores de carga eletrostática elevadas, como microfiltros, forem utilizados, podem
ocorrer cargas eletrostáticas ramificadas a partir do vidro para a superfície condutiva. Nestas circuns-
tâncias, convém que os flanges sejam constituídos de material isolante.

Em áreas de zona 1 que podem conter gases e vapores dos Grupos IIB e IIC, são aplicáveis os mes-
mos requisitos para as partes condutivas aterradas com capacitância elétrica superior a 3 pF. Para
áreas de zona 1 que podem conter gases e vapores do Grupo IIA, não convém que a capacitância
elétrica exceda 6 pF.

Em área de zona 2 é normalmente suficiente aterrar os flanges condutivos somente na vizinhança de


elementos de grande geração de cargas, como bombas, microfiltros e bicos, desde que os tubos não
excedam 50 mm de diâmetro.

Para tubos com diâmetros de 50 mm ou superiores, convém que todos os flanges e partes metálicas
de tamanho similar sejam aterrados.

As restrições para o manuseio de líquidos de baixa condutividade em sistemas fabricados com vidro
revestido com plástico (vidro com revestimento externo de plástico) são comparáveis àquelas para
o manuseio destes líquidos em sistemas isolantes, e são indicadas em 7.3.4.6. As precauções para

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manuseio de líquidos condutivos ou dissipativos, como água, ácidos, bases ou álcool, são as mesmas
que para vidro não revestido.

Convém que líquidos condutivos em sistemas com vidro e vidro revestido com metal sejam aterrados,
por exemplo, por tubos de entrada ou saída condutivos ou conexão de metal aterrado na parte inferior
do sistema (ver também 7.3.4.2).
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Quando do manuseio de solvente contendo poeiras úmidas, é recomendado consultar um especialista.

8 Eletricidade estática em gases


8.1 Generalidades

O movimento dos gases puros ou uma mistura de gases gera pouca ou nenhuma eletricidade estática,
mas se os gases contiverem partículas sólidas ou líquidas, estas podem se tornar carregadas. Em
processos industriais, a presença destas partículas é comum. Estas partículas podem surgir devido
à contaminação, como poeira ou gotículas de água, as quais podem ser de uma fase condensada do
próprio gás, como a condensação de dióxido de carbono ou gotículas de vapor úmido, ou podem ser
deliberadamente introduzidas, por exemplo, no jateamento ou pintura por pulverização.

Exemplos de processos onde o carregamento de partículas pode dar origem a uma quantidade signi-
ficativa de cargas eletrostáticas incluem: transferência pneumática de materiais, escape ou liberação
de qualquer gás comprimido contendo partículas, liberação de dióxido de carbono liquefeito, utilização
de aspiradores industriais, e pintura em spray.

As partículas carregadas produzidas por estes mecanismos podem dar origem a uma série de tipos
de descargas acendíveis: descargas por centelhas (ver A.3.2) podem ocorrer quando a carga se acu-
mula nos materiais condutores que estejam isolados, como resultado de impacto ou da coleta das
partículas; descargas ramificadas (ver A.3.4) podem ocorrer quando as nuvens carregadas ou jatos
de partículas carregadas estão próximas de projeções metálicas aterradas; descargas ramificadas
propagantes (ver A.3.5) podem ocorrer devido à colisão de partículas carregadas com finas camadas
de material isolante; e descargas cônicas (ver A.3.7) podem ocorrer quando as partículas carregadas
se agruparem, formando um cone, como em um silo. Não existem evidências para sugerir que des-
cargas da forma como são as descargas atmosféricas (ver A.3.6) possam ocorrer em equipamentos
de tamanhos industriais.

Não é sempre possível evitar o carregamento eletrostático das partículas, mas a ignição pode ser evi-
tada, assegurando que não haja a ignição da atmosfera explosiva ou impedindo as descargas acen-
díveis. As seguintes precauções que podem ser adotadas para evitar descargas acendíveis incluem:

 1) assegurar que todos os metais e outros materiais condutores estejam aterrados (ver Seção 13);

 2) evitar a utilização de materiais isolantes;

 3) reduzir a densidade da carga, restringindo velocidades do fluxo ou por projeto de bico adequado;

 4) remover as partículas.

Para recomendações relativas às transferências pneumáticas de poeiras, ver Seção 9. Para recomen-
dações sobre outros processos industriais, ver 8.2 a 8.8.

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8.2 Jateamento abrasivo com ar

Jateamento abrasivo com ar em superfícies é utilizado para limpeza ou preparação antes da pintura.
O processo pode levar ao carregamento eletrostático da areia, do equipamento de jateamento, da
mangueira e de qualquer bico ligado à ponta da mangueira. As centelhas podem ocorrer como resul-
tado da fricção ou colisão da areia com objetos de metal não aterrados ou diretamente em partes do
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equipamento de jateamento.

Se estes equipamentos forem utilizados onde pode haver atmosferas explosivas, todas as peças de
metal na área e todas as partes do equipamento de jateamento, especialmente o bico ligado à ponta
da mangueira, necessita ser aterradas. Convém que a mangueira seja condutiva ou dissipativa.

8.3 Extintores de incêndio

Alguns modelos de extintor de incêndio pressurizados, principalmente aqueles que utilizam o dióxido
de carbono, podem gerar nuvens altamente carregadas. Se houver um incêndio, isto é de pouca
importância. No entanto, se tal equipamento estiver localizado onde uma atmosfera explosiva possa
estar presente, convém que o reservatório e a tubulação correspondente sejam aterrados. Na ausên-
cia de fogo, não convém que o sistema seja operado para ensaios, demonstração ou inertização, até
que tenha sido verificado que não exista misturas explosivas na área.

8.4 Inertização

A inertização de um sistema, por exemplo, por meio da utilização de dióxido de carbono pressurizado,
pode introduzir uma grande quantidade de partículas ou gotículas carregadas eletrostaticamente.
Se o sistema contiver uma atmosfera explosiva, isso pode levar à ocorrência de descargas acendíveis,
antes que seja adicionado material inerte em quantidade suficiente para assegurar que o ambiente
deixe de ser explosivo.

Para evitar o risco de ignição quando da inertização de recipientes que contenham misturas de gases
inflamáveis ou suspensões de poeira, deve ser evitada a injeção de partículas. Sempre que possível,
utilizar gases que não contenham partículas ou que não se condensem em fase líquida ou sólida,
quando liberados a alta pressão, por exemplo, nitrogênio limpo e seco.

Não convém utilizar vapor úmido para inertização de um recipiente contendo uma mistura inflamável
de qualquer tipo. A utilização de vapor seco é aceitável, desde que toda a água condensada seja remo-
vida da tubulação antes da operação de inertização.

Seja qual for a substância utilizada para a inertização, é recomendável introduzi-la lentamente por
uma conexão de grandes dimensões. Isso minimiza o levantamento de sujeira nas tubulações e tam-
bém a elevação de poeira ou formação de spray no interior do vaso.

8.5 Limpeza com vapor

A emissão de vapor por um bico pode conter gotículas de água carregadas eletrostaticamente. Dentro de
um vaso, a névoa carregada pode gerar campos elétricos elevados, dando origem a descargas acendíveis.

Evidências experimentais apontam que estas gotículas carregadas não provocam um risco de explosão
para tanques que contenham uma atmosfera explosiva com volume de até 100 m3. No entanto, pode
existir uma situação de risco com tanques de volumes maiores.

Por esta razão, não convém que tanques com capacidades superiores a 100 m3, que podem conter
uma atmosfera explosiva sejam limpos com vapor. Tanques menores podem ser limpos com vapor,

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desde que os bicos de vapor e outras peças metálicas do sistema estejam aterrados de forma confi-
ável; o vaso ou tanque a ser limpo esteja aterrado; e, sempre que possível, deve ser utilizado vapor
seco ou superaquecido, evitando a formação de condensação nas tubulações.

8.6 Vazamento acidental de gases comprimidos


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Cargas perigosas podem ser produzidas quando os gases inflamáveis ou não inflamáveis contendo
partículas líquidas ou sólidas forem liberados acidentalmente. Se existe a possibilidade de ocorrer um
vazamento onde houver uma atmosfera explosiva, convêm que o vaso ou a tubulação, e quaisquer
materiais condutores adjacentes sejam aterrados. Convém que objetos condutivos que podem ser
movidos para uma área contendo uma atmosfera explosiva sejam aterrados antes que o objeto seja
movido. Convém também que as pessoas que adentrem a área com tais vazamentos, por exemplo,
para realizar reparos, estejam aterradas (ver Seção 13) e não convém que objetos isolantes sejam
levados para esta área.

8.7 Pintura com tintas inflamáveis e poeiras combustíveis

8.7.1 Generalidades

As nuvens de gotículas ou partículas produzidas por pintura com tinta inflamável ou poeira combus-
tível são na maioria das vezes altamente carregadas. Como resultado, o equipamento de pintura,
o objeto a ser pintado e qualquer outro objeto (incluindo as pessoas) dentro da área do spray podem
também tornar-se carregados. Se a nuvem de gotículas ou partículas for inflamável, pode haver um
risco de explosão. Os riscos são maiores com pintura eletrostática, poeira e pintura do tipo flock. Mesmo
no caso de tintas à base de água, é possível a ocorrência de descargas ramificadas propagantes,
por exemplo, durante um envernizamento eletrostático de carrocerias metálicas. Uma ventilação com
circulação local também pode ser requerida para controlar o risco de explosividade.

NOTA Os requisitos de segurança para esses processos são indicados nas EN 50050, EN 50059,
EN 50176, EN 50177 e EN 50223.

Processos de pintura sem ar também podem originar níveis elevados de carga eletrostática e convém
que as precauções apresentadas em 8.7.2 sejam observadas. O nível de carregamento eletrostático
com equipamento de pintura atomizada com ar não é geralmente alto o suficiente para causar preocu-
pação. No entanto, se centelhas ou choques eletrostáticos forem encontrados, convém que para este
equipamento também sejam consideradas as precauções dadas em 8.7.2.

Também precisam ser consideradas as operações para limpeza de equipamentos e cabines de pin-
tura, especialmente se forem utilizados solventes inflamáveis.

8.7.2 Aterramento

Convêm que o equipamento de pintura, todos os objetos metálicos nas proximidades da área de
pintura ou da nuvem de poeira e, em particular, o objeto que estiver sendo pintado sejam aterrados
(ver Seção 13).

A camada de tinta ou depósitos de poeiras podem impedir a ligação ao terra dos dispositivos de posi-
cionamento (jigs) e ganchos de suspensão. Este problema pode ser evitado por meio de um projeto
adequado e limpeza regular. As pessoas que operam o equipamento necessitam também estar ater-
radas (ver Seção 11).

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8.7.3 Cabines plásticas para pintura

Devido ao risco de descargas ramificadas, não convém que cabines de pintura feitas de materiais
isolantes sejam utilizadas para pinturas com tintas inflamáveis. Estas cabines plásticas são aceitáveis
para a pintura contendo poeira eletrostática, somente se puder ser demonstrado que não existe o risco
de ignição. As cabines de material condutivo ou dissipativo são aceitáveis para todos os tipos de pintura,
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desde que estas estejam aterradas. Convém evitar a aplicação de folhas isolantes de proteção em
superfícies condutivas ou dissipativas, pois podem levar a perigosas descargas ramificadas propagantes.

8.8 Aspiradores fixos e móveis

8.8.1 Generalidades

Sistemas de limpeza a vácuo podem gerar grandes quantidades de cargas eletrostáticas. O material,
na forma de poeira, partículas, gotículas ou pequenos objetos, pode tornar-se eletrostaticamente car-
regado, uma vez que é aspirado pelo bocal e pelo tubo para dentro do sistema de coleta. Se existirem
peças de metal no interior do sistema de coleta que não estejam interligados a este sistema ou ater-
radas, estas peças podem atingir uma tensão elevada. Descargas acendíveis por centelha (ver A.3.2)
podem ocorrer entre as partes de metal ou entre o sistema e o terra. Descargas ramificadas (ver A.3.4)
podem ocorrer também dentro do sistema entre o acúmulo de material carregado e o metal aterrado.

8.8.2 Sistemas fixos

Se o equipamento for utilizado para a coleta de materiais inflamáveis, convém que todas as partes
condutivas e metálicas do sistema sejam interligadas entre si e aterradas. É importante assegurar
que o bocal de metal esteja e permaneça ligado à mangueira flexível de conexão. Convém que esta
mangueira seja condutiva ou dissipativa (ver Tabela 15 para líquidos e 9.3.3 para sólidos). Mangueiras
interligadas eletricamente também são aceitáveis se forem construídas de modo que descargas rami-
ficadas possam ser geradas (ver 7.7.3) ou se não houver presença de gases e vapores inflamáveis.
Convém que a mangueira, além de ser interligada ao sistema de coleta, também seja aterrada e que
sejam convenientemente instaladas fora da área classificada.

Em alguns casos onde as tubulações utilizadas são longas, a utilização de mangueiras dissipativas
pode não apresentar uma resistência elétrica suficientemente baixa para a ligação ao terra dos com-
ponentes condutores do final da tubulação (por exemplo, bicos), podendo ser necessária uma ligação
dedicada do terra a estes componentes condutores.

Se o sistema puder ser utilizado para a coleta de líquidos, vapores ou gases inflamáveis, convém que
o sistema seja especialmente projetado para este propósito, a fim de evitar o risco de descargas pro-
pagantes. O atual estágio de conhecimento indica que não há risco de ignição provocado por descar-
gas propagantes no caso de poeiras metálicas, contanto que não haja gases ou vapores inflamáveis
(ver A.3.4).

Convém que o equipamento filtrante feito de material condutivo aterrado seja utilizado onde os vapo-
res inflamáveis estão presentes ou onde são manuseadas poeiras condutivas não metálicas com um
MIE (energia mínima de ignição) menor que 30 mJ. Convém que estes equipamentos também sejam
utilizados para poeiras metálicas combustíveis com MIE inferior a 30 mJ, desde que a utilização de
coletores de poeira do tipo seco não seja expressamente proibida pela legislação vigente. Convém
que a resistência de aterramento seja inferior a 100 MΩ. A utilização de filtros de fibras contendo filetes
condutivos também ajuda a reduzir a carga de corona na poeira e no filtro.

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Para evitar choque eletrostático, convém que as partes condutivas de todos os sistemas de coleta
sejam aterradas, mesmo quando eles não são utilizados para coleta de materiais inflamáveis
(ver Seção 13).

Convém que os sistemas fixos de grande porte sejam considerados sistemas para transporte pneu-
mático (ver Seção 9).
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8.8.3 Sistemas portáteis

Se o equipamento for utilizado para a coleta de materiais inflamáveis, convém que todas as partes
condutivas e metálicas do sistema sejam interligadas e aterradas. É importante assegurar que o reci-
piente esteja sempre aterrado, quando estiver em utilização. Isto pode ser feito utilizando o cabo de
alimentação ou, no caso de equipamentos acionados por ar comprimido, por meio de uma mangueira
de material condutivo ou mangueira eletricamente interligada ao sistema de ar comprimido.

Não convém que o equipamento que não possa ser aterrado (por exemplo, porque a camada externa
é isolante; ver 3.15) e que não tenha uma continuidade elétrica entre o bocal e o receptor seja utilizado
em áreas classificadas (ver Anexo D).

8.8.4 Caminhões a vácuo (vacuum trucks)

Convém que caminhões a vácuo sejam conectados a um local aterrado designado antes de iniciar
qualquer operação. Em áreas onde o local de aterramento não estiver presente, ou seja, em que são
requeridas as hastes de aterramento portáteis, ou onde houver dúvidas sobre a qualidade do aterra-
mento do local, convém que a resistência ao terra seja verificada antes de qualquer operação. Quando
o caminhão a vácuo é conectado a um terra verificado, não convém que a resistência de ligação entre
o caminhão e o terra verificado exceda 10 Ω para conexões metálicas ou 1 MΩ para todas as outras
conexões de outras partes do sistema.

Convém que este requisito seja verificado com um sistema fixo de aterramento para caminhões ou
com um ohmímetro portátil. Também convém que as adequações eletrostáticas das mangueiras utili-
zadas sejam verificadas de acordo com 7.7.3 ou 9.3.3.

9 Eletricidade estática em poeiras


9.1 Generalidades

De acordo com experiências, a explosividade do material a granel, desde poeiras finas de material
particulado até lascas, aumenta com a diminuição do tamanho das partículas, diminuindo a energia
mínima de ignição (MIE). Convém que a avaliação de risco de explosão tenha sempre como base
a energia mínima de ignição do menor tamanho das partículas que podem estar presentes. Esta par-
tícula de menor tamanho é normalmente obtida pelo peneiramento de uma amostra em uma peneira
de 63 μm de malha.

NOTA 1 Para uma lista de MIE de poeiras, ver relatório BIA de 12/97 “Combustion and explosion characteristics
of dusts”. Um método para a determinação do MIE é dado nas IEC 61241-2-3, ASTM E2019-03 e EN 13821.

NOTA 2 O MIE de poeiras é variável, dependendo de vários parâmetros, que normalmente não são deta-
lhados em fontes de dados da literatura (distribuição granulométrica, teor de solvente, umidade etc.).

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Se a energia mínima de ignição (MIE) correspondente for superior a 1 J e não houver gases ou vapo-
res inflamáveis presentes, medidas especiais para evitar riscos de ignição por eletricidade estática
normalmente não são necessárias. Uma eventual exceção é onde seja possível a propagação de
descargas ramificadas (ver 9.2 d)).

NOTA Precauções podem ser necessárias para minimizar o risco de choque eletrostático. Ver 12.2.
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Materiais a granel são classificados em três grupos, dependendo da sua resistividade volumétrica:

 a) poeira de baixa resistividade, com resistividade volumétrica ρ ≤ 1 MΩ m;

 b) poeira de média resistividade, com resistividade volumétrica 1 MΩ m < ρ ≤ 10 GΩ m;

 c) Poeira de alta resistividade, com resistividade volumétrica ρ > 10 GΩ m.

NOTA Para os métodos de medição de resistividade, ver a IEC 60079-32-2 7

Na prática, as poeiras de baixa resistividade são raras. Mesmo poeiras metálicas não permanecem
condutivas por muito tempo, porque filmes de óxido se formam na superfície e aumentam a sua resis-
tividade. Uma exceção é, no entanto, o carbono negro (negro de fumo).

Durante o manuseio de materiais a granel, o carregamento eletrostático ocorre normalmente. Para


evitar os perigos de acúmulo de carga, medidas adicionais de proteção contra a ocorrência de explo-
são podem ser necessárias, como inertização, a utilização de equipamentos com tipo de proteção Ex,
sistemas de alívio da explosão ou supressão da explosão.

9.2 Descargas, ocorrências e capacidade de geração de ignição

A geração e a retenção de carga eletrostática na poeira ou no equipamento geram um risco apenas se


a carga for subitamente liberada na forma de uma descarga que possa causar uma ignição. Poeiras
e equipamentos carregados podem dar origem a vários tipos de descargas e elas variam muito na
capacidade de geração de ignição (ver A.3.2 a A.3.7). A capacidade de geração de ignição e outros
detalhes destas descargas, aplicáveis para o manuseio da poeira são, as seguintes:

 a) Descargas centelhantes: a capacidade de geração de ignição de descargas centelhantes pode


ser avaliada normalmente comparando a energia armazenada (ver A.3.2), com o MIE da poeira
combustível em questão (ver C.6). As descargas centelhantes podem ser evitadas por meios de
ligação ao terra, de todas as partes condutivas do equipamento, produtos condutivos e também
as pessoas;

 b) Descargas ramificadas: o conhecimento atual indica que, independentemente da sua MIE, poei-
ras combustíveis não são capazes de entrar em ignição por descargas ramificadas, desde que
não existam gases ou vapores inflamáveis (ver A.3.4). Ao manusear grandes quantidades de
poeira de média ou alta resistividade, descargas ramificadas podem não ser evitadas (ver B.3.7);

 c) A presença de contaminantes (por exemplo, solvente, graxa ou umidade) pode afetar o risco
potencial de ignição, quando se utiliza plástico isolante na presença de poeiras.

7 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02 2015.

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 d) Convém que cuidados sejam tomados quando do manuseio de solventes com poeira úmida, visto
que estes podem liberar vapores inflamáveis durante um longo período de tempo, com um MIE
muito menor do que a poeira seca. Convém que considerações sejam feitas se o MIE resultar em
um valor menor que 1 mJ, devido a estes mecanismos, ao contrário da poeira seca.

 e) Descargas por efeito corona: descargas por efeito corona podem não causar a ignição de poeiras
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combustíveis. Quando do manuseio de grandes quantidades de poeiras médias ou não conduti-


vas, descargas por efeito corona podem não ser evitadas;

 f) Descargas ramificadas propagantes: a energia liberada em uma descarga ramificada propagante
pode ser calculada e são típicos valores superiores a 1 J. Exemplos de um cálculo e mais deta-
lhes de descargas ramificadas propagantes são dados em B.3.9;

 g) Descargas cônicas: descargas cônicas podem ocorrer quando poeiras altamente carregadas ele-
trostaticamente são carregadas para o interior de um silo. Considera-se provável que os gases
e vapores inflamáveis e também poeiras combustíveis possam causar ignição por estas descar-
gas (ver também A.3.7);

 h) Descargas, como raios: tais descargas, embora teoricamente possíveis, não foram observadas
nas operações industriais.

9.3 Procedimentos e medidas

9.3.1 Generalidades

Convém que os parâmetros ou procedimentos do processo sejam determinados de uma forma que
minimizem o carregamento eletrostático. Convém que isto seja alcançado por meio da aplicação de
algumas ou todas as seguintes precauções:

 a) aumentando a condutividade do material a granel, por exemplo por revestimento,

 b) substituindo equipamento isolante por equipamento condutivo ligado ao terra,

 c) umidificando a poeira,

 d) ionizando,

 e) reduzindo a quantidade de finos no material a granel, por exemplo, evitando as frações finas,
causada pelo manuseio e pela abrasão,

 f) limitando a dispersão, por exemplo, transporte em fase densa ao invés de transporte em fase diluída,

 g) reduzindo a velocidade de transporte, a vazão ou a velocidade do ar,

 h) evitando grandes pilhas de material a granel,

 i) dando preferência ao transporte por gravidade ao invés de transporte pneumático,

 j) utilizando mangueiras condutivas ou antiestáticas no transporte pneumático.

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9.3.2 Umidificação

Caso a umidificação seja utilizada como medida para dissipar as cargas eletrostáticas de material
a granel, normalmente uma umidade relativa de 70 % a 23 °C é necessária. Este método pode não ser
efetivo em transporte em alta velocidade e para produtos quentes. Isto também pode afetar adversa-
mente as propriedades de fluxo de algumas poeiras combustíveis.
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NOTA O ar é um mau condutor de eletricidade. A umidificação não é efetiva como um meio de dissipação
da carga eletrostática a partir de uma nuvem de poeira. No entanto, uma umidade relativa elevada diminui
a resistividade de superfície de diversas poeiras, com a exceção da maioria dos polímeros e, desta forma,
pode aumentar a taxa de diminuição da carga eletrostática da poeira a granel.

9.3.3 Mangueiras para transferências pneumáticas

As definições de mangueiras antiestáticas e condutivas em 7.7.3.4 não se aplicam às mangueiras


utilizadas em transporte pneumático de materiais a granel. Para este tipo de transporte pneumático,
convém que a resistência de fuga ao terra a partir de qualquer ponto da parede interna da mangueira
seja inferior a 100 MΩ (medida de acordo com a ISO 8031).

9.3.4 Ionização

A condutividade de misturas de poeira com o ar pode ser aumentada pela ionização. Pode ser possí-
vel evitar depósitos de poeira por ionização. Não é possível evitar os riscos quando do manuseio de
grandes quantidades de material a granel e de grandes nuvens de poeira.

NOTA É difícil prover a ionização necessária para distâncias relativamente grandes, por exemplo, maio-
res que 100 mm. Além disso, a carga total a ser neutralizada é muitas vezes maior do que um sistema de
ionização pode prover.

Descargas locais, a partir de captores ou fios pontiagudos ligados ao terra, podem ser importantes
tanto nas nuvens de poeira quanto em poeira a granel, quando a intensidade do campo elétrico for
próxima do valor de ruptura (breakdown). Não convém que os captores ou fios pontiagudos ligados ao
terra se rompam total ou parcialmente.

NOTA 1 Estes captores ou fios de aterramento colocados no ponto de carregamento da poeira, como no
ponto de entrada da poeira em um vaso, podem reduzir a energia das descargas individuais a um nível baixo.
Estes captores ou fios de aterramento também podem fornecer um caminho seguro ao terra, para a carga
acumulada quando a poeira entra em um vaso isolante.

NOTA 2 Partes soltas (por exemplo, se partes do captor ou fio quebrarem) podem comportar-se como capa-
citores carregados e provocar uma descarga centelhante.

NOTA 3 No caso de captores ionizantes ativos, a sua contaminação pontual pode levar ao aquecimento
resistivo, possivelmente causando incêndios que necessitam ser evitados.

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9.4 Materiais a granel na ausência de gases e vapores inflamáveis

9.4.1 Generalidades

Para estes casos, é considera-se que a poeira seja manuseada e processada livre de quaisquer gases
ou vapores inflamáveis, se:
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 a) com o material a granel não inflamável, a concentração de gases e vapores estiver abaixo do
limite inferior de explosividade (LIE),

 b) com o material a granel inflamável, a concentração de gases e vapores for inferior a 20 % de seu LIE.

NOTA Isto é muito comum se, imediatamente após um processo de secagem, a concentração total de
solvente residual no material a granel for inferior a 0,5 %, a poeira for subsequentemente manuseada à tem-
peratura ambiente e que não for realizado qualquer outro processo adicional de geração de frações finas.

9.4.2 Equipamentos e componentes fabricados de materiais condutivos ou dissipativos

Em áreas classificadas, convém que todos os equipamentos e componentes feitos de materiais con-
dutivos e dissipativos sejam ligados ao terra, por exemplo, embalagens laminadas com camadas
condutivas e recipientes não estacionários revestidos.

Para as seguintes situações, os requisitos do aterramento podem ser desconsiderados:

a) se puder ser comprovado que os componentes feitos de materiais condutivos e dissipativos não se
tornam-se carregados durante operação normal e possíveis situações de mau funcionamento; ou

b) se a energia máxima que pode ser armazenada nos componentes isolados for muito menor do
que o MIE do material a granel; ou

c) se a capacitância do componente não exceder o valor aplicável apresentado na Tabela 2.

9.4.3 Equipamentos e componentes fabricados com materiais isolantes

Equipamentos e componentes fabricados com materiais isolantes são permitidos somente se não
ocorrer acúmulo de carga perigosa. Se equipamentos e componentes fabricados de materiais iso-
lantes na forma de tubos, mangueiras, recipientes, chapas, revestimentos e forros forem utilizados,
o acúmulo de carga é esperado.

Carregamento de superfícies isolantes pode resultar na propagação de descargas ramificadas com


energias típicas superiores a 1 J, quando acompanhadas de áreas condutivas a uma distância inferior
a 10 mm. Se forem utilizados filmes isolantes, camadas ou revestimentos com rigidez dielétrica abaixo
de 4 kV, não resultam na propagação de descargas ramificadas capazes de causar uma ignição nos
materiais a granel.

Como o carregamento de material condutivo isolado pode causar descargas por centelhamento,
a combinação de materiais condutivos, dissipativos e isolantes somente é permitida, se todas as
partes condutivas e dissipativas forem adequadamente aterradas.

9.4.4 Separadores de poeiras

Em separadores para poeiras combustíveis, não convém que filtros isolantes interrompam as cone-
xões de aterramento de peças feitas de materiais condutivos ou dissipativos, por exemplo, suporte de

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gaiola do filtro de manga ou grampos metálicos para manter as telas do filtro no lugar. Particularmente,
quando o MIE do material a granel é inferior a 3 mJ, assegurar que o aterramento de todas as partes
metálicas, como grampos etc., as quais possuem uma capacitância superior a 10 pF, seja de grande
importância. Este limite se deve à experiência prática, onde é praticamente impossível ter certeza de
que as menores peças metálicas (parafusos individuais, grampos etc.) estão sempre ligadas ao terra
com conexão por cabos. Convém que o aterramento e a ligação sejam assegurados pela sua própria
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construção ou pelas propriedades dos materiais utilizados.

Para esta finalidade, a utilização de filtros feitos de tecidos de fibras contendo fios condutivos tem
demonstrado serem muito úteis, ou a utilização de telas de filtros normais com tiras de cobre costuradas em
torno da extremidade do filtro, que automaticamente ligam os suportes de gaiola e os grampos metálicos.

Convém que filtros de tecidos feitos de material condutivo e aterrados sejam sempre utilizados onde
os vapores inflamáveis estiverem presentes ou onde poeiras condutivas não metálicas com um MIE
inferior a 30 mJ forem manuseadas. Convém também que estes tecidos sejam utilizados para poeiras
metálicas combustíveis com MIE inferior a 30 mJ, desde que coletores de poeira do tipo seco não
sejam expressamente proibidos pelo regulamento vigente. Convém que a resistência ao terra seja
inferior a 100 MΩ. A utilização de fibras contendo fios condutivos também auxilia a reduzir a carga
sobre a poeira e filtro por efeito corona.

NOTA Poeiras de Al, Mg, Ti e Zr possuem geralmente MIE inferior a 30 mJ, enquanto que poeiras de Fe,
Co, Ni, Cu e Mn geralmente excedem este limite. Mais detalhes podem ser encontrados na NFPA 484, que
trata de metal combustível.

9.4.5 Silos e contêineres

9.4.5.1 Generalidades

Convém que materiais a granel sejam manuseados e processados de tal forma que seja evitado
o acúmulo de uma carga perigosa. Uma carga perigosa pode ser acumulada no material a granel, bem
como sobre a parede do silo ou contêiner.

NOTA Aplicável aos grandes silos e contêineres, bem como também aos pequenos contêineres móveis,
caixas, tambores, sacos, contêiner intermediário de produto a granel flexível (FIBC – flexible intermediate bulk
containers) ou outras embalagens. Os requisitos específicos para contêineres do tipo FIBC são indicados em 9.6.

As Figuras 1 a 3 detalham como avaliar o risco de carregamento eletrostático do material a granel,


durante o carregamento de um silo ou contêiner. Se requerido, medidas precisam ser adotadas contra
a ocorrência de descargas cônicas, atmosféricas ou por centelhamento. O diagrama de fluxo a ser
escolhido depende da resistividade do material a granel:

Figura 1: Avaliação de material a granel de baixa resistividade (ρ ≤ 1 MΩ m)

Figura 2: Avaliação de material a granel de média resistividade (1 MΩ m < ρ ≤ 10 GΩ m)

Figura 3: Avaliação de material a granel de alta resistividade (ρ > 10 GΩ m)

NOTA Nas Figuras 2 e 3, Wdescarga cônica significa a máxima energia esperada da descarga cônica
(ver A.3.7).

Como uma alternativa para a medição da intensidade do campo elétrico sobre a quantidade de poeira,
a intensidade do campo pode ser estimada por meio da modelagem do campo elétrico no interior do
silo de carga, considerando a redução da carga eletrostática durante o procedimento de carregamento.
Convém que estes cálculos do modelo tenham como base a relação entre carga eletrostática e massa,

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densidade e taxa de carregamento do material particulado, a permissividade relativa e resistividade do


material particulado a granel, bem como da geometria do silo. Se o campo elétrico dirigido radialmente
permanecer abaixo de 3 MV/m, o critério para o campo do material particulado a granel é atendido.
A diferença entre o valor médio do campo elétrico de 500 kV/m acima da abertura da descarga e o
valor-limite de 3 MV/m baseia-se na distribuição de campo dentro dos silos, onde o campo máximo é
sempre dirigido radialmente contra a parede do silo, medido na parede do silo e não axialmente sobre
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a quantidade de material particulado.

Para avaliar o acúmulo da carga eletrostática na parede dos silos e contêineres, convém que o des-
crito em 9.3 e 9.4 seja considerado em conjunto.

Durante a descarga de silos e contêineres sem a presença de gases e vapores inflamáveis, geral-
mente não é esperado o acúmulo de cargas eletrostáticas perigosas no material a granel. Também é
requerida uma análise separada para todos os dispositivos de descarga e transferência.

NOTA Ver também 9.3.

No entanto, convém ter em mente que a maioria das operações de descarga é seguida de uma
operação de carregamento do próximo silo ou contêiner.

Convém que silos e contêineres condutivos estejam aterrados continuamente, e convém que silos e
contêineres dissipativos estejam aterrados durante o carregamento e descarregamento.

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INÍCIO

Silo ou contêiner sim sim


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condutivo ou dissipativo V < 100 m3 ou ∅ < 3 m


aterrado

não não

Resistência de Campo elétrico


sim sim
aterramento do
E < 500 kV/m em nuvem
material a granel
de poeira
< 100 MΩ

não não

Potencial elétrico da Documentação de


sim sim
quantidade de material experiências
particulado < 300 V comprovadas de processo
seguro*

não não

Risco de ignição
Documentação de sim associado à nuvem de
experiências comprovadas
poeira pode não ser
de processo seguro*
excluído

não

Risco de ignição
Risco de ignição associado
associado com
à quantidade de material
quantidade de material
particulado pode não ser
particulado ou nuvem
excluído
de poeira não é
esperado

Figura 1 – Fluxograma: Avaliação do material a granel com ρ ≤ 1 MΩ m

100/206 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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INÍCIO
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Silo ou contêiner sim sim


condutivo ou dissipativo V < 100 m3 ou ∅ < 3 m
aterrado

não não

Campo elétrico
Energia: sim sim
Wdescarga cone < MIE E < 500 kV/m
em nuvem de poeira

não não

Enchimento do silo Documentação de


sim sim
ou contêiner com experiências comprovadas
V < 0,25 m3 de processo seguro*
por gravidade

não não

Risco de ignição
sim associado à nuvem de
Campo elétrico acima da
quantidade de poeira poeira pode não ser
E < 500 kV/m excluído

não

Risco de ignição Risco de ignição


associado à quantidade associado com
de poeira pode não ser quantidade de poeira
excluído ou nuvem de poeira
não é esperado

Figura 2 – Fluxograma: Avaliação do material a granel com 1 MΩ m < ρ ≤ 10 GΩ m

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 101/206


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INÍCIO
Projeto em Consulta Nacional

Energia: sim sim


Wdescarga cone < MIE V < 100 m3 ou ∅< 3 m

não não

sim Campo elétrico sim


Enchimento do silo ou
contêiner com V < 0,25 m3 E < 500 kV/m em nuvem de
por gravidade poeira

não não

sim Documentação de sim


Campo elétrico acima da
experiências comprovadas
quantidade de poeira
de processo seguro*
E < 500 kV/m

não não

Risco de ignição
Documentação de sim associado à nuvem de
experiências comprovadas
poeira pode não ser
de processo seguro*
excluído

não

Risco de ignição
Risco de ignição
associado com
associado à quantidade
quantidade de poeira
de poeira pode não ser
ou nuvem de poeira
excluído
não é esperado

Figura 3 – Fluxograma: Avaliação do material a granel com ρ > 10 GΩ m

102/206 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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9.4.5.2 Documentação de experiências de processos seguros comprovados

Seguindo um dos fluxogramas das Figuras 1 a 3, o risco de ignição está excluído com base nesta
etapa de decisão, “Documentação de experiências de processos seguros comprovados”, uma vez que
os riscos de explosão foram analisados em detalhes e submetidos a uma avaliação. Neste contexto,
deve-se ter em mente que pequenas alterações no processo, produto, equipamento, pacotes etc.,
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podem ter um efeito significativo na ocorrência e descargas capazes de provocar uma ignição, bem
como sobre a possibilidade de presença e a concentração de uma atmosfera explosiva. As justifica-
tivas aplicáveis explicando até as menores mudanças e suas possíveis consequências necessitam
ser registradas em um documento que estabeleça os critérios para a proteção contra a ocorrência
de explosões. Em todos os casos, convém que medidas de proteção sejam adotadas (por exemplo,
ventilação para orientação da propagação da explosão, inertização, projeto para contenção), onde
as fontes de ignição possíveis podem não ser excluídas e a atmosfera explosiva está presente.

NOTA Na Europa, os documentos de proteção contra a ocorrência de explosão são elaborados de acordo
com a Diretiva 99/92/EC.

9.4.5.3 Contêineres condutivos e dissipativos com revestimentos condutivos ou dissipativos

Além das medidas indicadas em 9.3, somente revestimentos condutivos e dissipativos convém
que sejam utilizados em áreas classificadas, se eles estiverem aterrados com segurança e se eles
permanecerem aterrados quando retirados ou colocados no contêiner. Isto pode ser estabelecido, por
exemplo, pelo aterramento confiável do contêiner e também do aterramento confiável da pessoa, quando
os revestimentos forem retirados ou colocados no contêiner. Caso contrário, não convém que revestimen-
tos condutivos e dissipativos que sejam retirados ou colocados no contêiner em uma área classificada.

9.4.5.4 Contêineres condutivos ou dissipativos com revestimentos isolantes

Convém que revestimentos isolantes sejam evitados de modo geral devido ao risco de ocorrência de
descargas ramificadas propagantes. Estes revestimentos isolantes somente podem ser utilizados se,
além das medidas indicadas em 9.3, pelo menos uma das condições a seguir for atendida:

 a) volume < 0,25 m3,

 b) tensão de ruptura < 4 kV (6 kV no caso de tecidos entrelaçados),

 c) espessura do revestimento > 10 mm,

 d) evidência documentada de que não ocorrerá descargas ramificadas propagantes.

NOTA Descargas ramificadas propagantes podem ocorrer, dependendo da espessura, da resistividade


e da tensão de ruptura do revestimento, bem como das propriedades elétricas do material a granel.
A ocorrência destas descargas ramificadas propagantes não é esperada para pinturas com camada fina e
revestimentos poliméricos com espessura < 50 μm, tipicamente encontrados dentro de contêineres, devido
à baixa tensão de ruptura destes revestimentos.

Se o material a granel possuir uma resistividade menor que 100 MΩ m, convém que este seja aterrado.

O aterramento pode ser obtido, por exemplo, pela introdução de uma ou várias hastes de metal ou
tubos de metal dentro do contêiner inserido até o fundo. Convém que estes sejam introduzidos antes
da adição do material condutivo a granel, de forma a manter contato com o material a granel.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 103/206


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9.4.5.5 Contêineres isolantes

Convêm que contêineres isolantes, de um modo geral, sejam evitados devido ao risco da ocorrência
de descargas ramificadas propagantes. Estes contêineres isolantes somente podem ser utilizados
se, além das medidas indicadas em 9.3, pelo menos uma das condições de a) até d), em 9.4.5.4 for
atendida. Se o material a granel possuir uma resistividade menor que 100 MΩ m convém que este seja
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aterrado. Descargas cônicas convém que sejam evitadas.

NOTA Descargas ramificadas propagantes podem ocorrer, dependendo da espessura, da resistividade e


da tensão de ruptura do contêiner, bem como das propriedades elétricas do material a granel.

9.4.5.6 Contêineres isolantes com revestimentos

Não convêm que revestimentos condutivos, de um modo geral, sejam utilizados em contêineres iso-
lantes, devido ao risco de ficarem isolados do terra. Se revestimentos condutivos forem indispensá-
veis convém que eles sejam aterrados de uma forma confiável.

Convém que revestimentos isolantes em contêineres isolantes sejam analisados como contêineres
isolantes de acordo com 9.4.5.5.

9.5 Requisitos adicionais para materiais a granel na presença de gases ou vapores inflamáveis

9.5.1 Generalidades

Na presença de gases ou vapores inflamáveis, uma combinação da concentração de gás ou vapor


e da concentração do material a granel em suspensão (ver 3.14) pode determinar a formação de um
gás inflamável ou mistura de vapor/ar ou então uma mistura híbrida (mistura de gases ou vapores
inflamáveis e poeira combustível no ar). A energia mínima de ignição (MIE) da mistura é determinada
principalmente pela quantidade de gás ou vapor e geralmente se situa abaixo do MIE somente da
poeira. O gás/vapor inflamável pode surgir a partir de outra fonte (por exemplo, se uma poeira for adi-
cionada a um líquido inflamável), ou a partir da própria poeira combustível (por exemplo, se contiver
solvente em quantidade significativa que possa evoluir para gás inflamável).

Convém que cuidados especiais sejam tomados quando do manuseio de solvente na forma de poeira
úmida, uma vez que descargas ramificadas desenvolvidas no gás/vapor ou em atmosfera híbrida podem
não ser evitadas, quando do manuseio de grandes quantidades de poeira isolada ou de média resistividade.

Em vez de diferenciar entre baixa, média ou alta resistividade de material a granel, como é o caso de
quando não há presença de gases ou vapores inflamáveis, o limite da resistividade do material a gra-
nel a ser considerado na presença de gases e vapores inflamáveis é de somente 100 MΩ m.

Os requisitos indicados a seguir são aplicáveis somente para gases e vapores dos grupos IIA e IIB.
Em áreas classificadas do grupo IIC é necessária a inertização.

9.5.2 Medidas para resistividade igual ou maior que 100 MΩ.m

Convém que a manipulação do material solvente úmido a granel em local aberto com uma resistivi-
dade maior ou igual a 100 MΩ m, normalmente, seja evitada. Quando o manuseio destes materiais não
puder ser evitado, medidas adicionais de prevenção ou proteção contra a ocorrência de explosão são
normalmente requeridas, particularmente quando do manuseio de grandes quantidades de material.
Estas medidas são:

 a) inertização,

104/206 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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 b) processamento de material solvente úmido sob vácuo,

 c) processamento a uma temperatura significativamente abaixo do ponto de fulgor (flash point),

 d) processamento dentro de equipamentos à prova de explosão,

 e) exclusão da mistura híbrida, ou


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 f) medidas construtivas especiais.

NOTA O manuseio de material a granel com uma resistividade maior ou igual a 100 MΩ m normalmente
gera um alto nível de cargas eletrostáticas, e descargas ramificadas podem não ser evitadas, gerando uma
possível ignição.

9.5.3 Medidas para resistividade menor que 100 MΩ.m

Se a resistividade do material a granel for menor que 100 MΩ m, por exemplo no caso de material
a granel contendo um solvente polar, convém que o material a granel seja manuseado em um equipa-
mento condutivo aterrado ou qualquer outro tipo de equipamento que forneça uma área de contato de
terra, suficientemente grande para assegurar um contato adequado com o material a granel.

NOTA 1 No caso de grandes quantidades de material a granel, uma amostra representativa é requerida
para uma avaliação da resistividade. Em vez da resistividade, também pode ser utilizado o tipo de material e
o teor de solvente para a avaliação.

NOTA 2 O material a granel, bem como o líquido inflamável, pode se tornar eletrostaticamente carregado
com um potencial eletrostático perigoso quando do abastecimento de um contêiner ou adicionado a um líquido.

9.5.4 Carregamento de material a granel no interior do contêiner

O carregamento de material a granel no interior do contêiner que contém gases ou vapores inflamá-
veis pode levar à geração de nível de cargas eletrostáticas perigosas no contêiner, ou no revesti-
mento, ou na tubulação de descarga ou funil, ou na queda do produto no interior do receptor de coleta,
ou no receptor de coleta, ou no produto no receptor de coleta ou nas pessoas que estão executando
a operação de carregamento. O carregamento do material a granel é, portanto, preferencialmente rea-
lizado com um sistema fechado e automatizado, tipicamente sob uma atmosfera de gás inerte.

NOTA 1 A carga eletrostática acumulada durante o carregamento do material a granel a partir de tambores
metálicos ou plásticos ou de sacos plásticos causaram incêndios e explosões no passado.

NOTA 2 A geração da carga eletrostática ocorre quando um material a granel é removido a partir de um
contêiner ou saco ou, se este material flui através de uma tubulação de descarga ou funil.

Convém evitar a adição manual para um recipiente aberto, sempre que possível. Se a adição de poeira
para um contêiner aberto que contenha uma atmosfera explosiva não puder ser evitada, convém que
medidas especiais sejam adotadas para reduzir a geração de cargas eletrostáticas, das seguintes formas:

 a) Convém que contêineres ou sacos a serem esvaziados sejam fabricados com material condutivo
ou dissipativo.

 b) Convém que durante o descarregamento, contêineres ou sacos condutivos sejam aterrados e
que contêineres ou sacos fabricados com materiais dissipativos estejam em contato com o terra
ou aterrados.

NOTA 1 Exemplos de materiais dissipativos utilizados para fabricar contêineres incluem papel, material
composto dissipativo e alguns tipos de papéis laminados plásticos. Para sacos fabricados com material
dissipativo, por exemplo, sacos de papel, um contato aterrado através das mãos do operador é suficiente.

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Nestes casos, convém que o piso, os sapatos, e as luvas também sejam dissipativas e não convém que a
resistência ao terra seja aumentada por contaminantes.

NOTA 2 Durante o armazenamento, as propriedades dissipativas do saco podem ser perdidas pelo enve-
lhecimento, adsorção, ou se a umidade relativa do ar for baixa. Medidas para aumentar a umidade relativa
do ar na área de armazenamento podem ser necessárias, especialmente no período de inverno.
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NOTA 3 Sacos plásticos dissipativos não são normalmente aterrados por uma abraçadeira aterrada mas
por contato ao terra, por exemplo, somente pelo operador.

NOTA 4 É mais adequado manusear sacos e sacolas etc. em uma prateleira com suporte condutivo ou
mesa com uma superfície limpa conectada ao terra.

 c) Não convém que revestimentos isolantes sejam utilizados se estes puderem entrar em contato
com gases ou vapores inflamáveis.

 d) Convém que revestimentos condutivos sejam utilizados somente em contêineres condutivos ou
dissipativos. Convém assegurar que estes revestimentos estejam com um contato adequado com
o contêiner aterrado e permaneçam aterrados quando estes revestimentos forem colocados ou
retirados do interior do contêiner. Caso contrário, estes revestimentos não devem ser colocados
ou retirados do interior do contêiner em uma área classificada. Durante o manuseio, não convém
que o revestimento se desprenda do contêiner.

 e) Convém que revestimentos dissipativos sejam utilizados em contêineres condutivos ou dissi-
pativos. Convém assegurar que estes revestimentos estejam com um contato adequado com
o contêiner aterrado e permaneçam aterrados quando estes revestimentos forem colocados ou
retirados do interior do contêiner. Não convém que durante o manuseio, o revestimento se des-
prenda do contêiner.

 f) Convém que sacos de múltiplas camadas ou sacos com cobertura isolante sejam evitados sempre
que possível. Se estes tiverem que ser utilizados por alguma razão, as seguintes condições
precisam ser atendidas:

—— Não convém que a espessura do revestimento isolante seja maior que 2 mm, e

—— Convém que todas as camadas condutivas ou dissipativas do saco sempre estejam aterra-
das ou em contato com o terra.

 g) Convém que os dispositivos auxiliares para a adição do material a granel sejam condutivos e aterra-
dos. Convém que qualquer tubulação de descarga ou funil tenha um comprimento máximo de 3 m.

NOTA Exemplos destes dispositivos auxiliares são pás, funis, tubulações de descarga etc.

 h) Convém que a ligação ao terra de todos os operadores envolvidos no processo seja assegurada.

 i) Convém que a taxa de adição do material a granel seja limitada a 1 kg/s.

No entanto, devido ao alto nível de risco inerente a estas operações, pode ser ainda necessário utilizar
medidas de controles adicionais, para alcançar o nível de segurança requerido.

Se através da adição do material a granel uma suspensão ou emulsão for formada no recipiente de
recepção, mesmo apenas por um curto período de tempo, convém considerar que a agitação deste
sistema de múltipla fase pode gerar um acúmulo de carga eletrostática de risco, independente do
processo de carregamento. Nestes casos os requisitos indicados em 7.9.4 tem que ser considerados.

NOTA 3 Um exemplo típico é a adição de pigmentos quando da fabricação de corantes, vernizes e tintas.

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9.6 Contêiner intermediário flexível de produto a granel (FIBC – Flexible Intermediate


Bulk Containers)

9.6.1 Generalidades

Contêineres intermediários flexíveis de produto a granel (FIBC – Flexible Intermediate Bulk Containers)
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são utilizados na indústria para armazenagem e transporte de poeiras e granulados. Estes são
comumente fabricados a partir de tecido de polipropileno ou material similar devendo ser isolante,
resistente e robusto.

Cargas eletrostáticas podem ser geradas durante o carregamento e o descarregamento e podem se


acumular no produto bem como no material sintético do qual um contêiner intermediário flexível FIBC
(Flexible Intermediate Bulk Containers) é construído, ou em qualquer parte do contêiner. Uma ignição
poderia ocorrer se a carga acumulada é liberada na forma de uma carga capaz de causar uma ignição
na presença de uma atmosfera explosiva. A ocorrência de centelhas, descargas ramificadas, cônicas
e propagantes são todas possíveis quando FIBC são utilizados.

Convém que os requisitos e especificações do FIBC (Flexible Intermediate Bulk Containers) sejam
atendidos conforme a natureza e a sensibilidade da atmosfera explosiva presente durante o carrega-
mento e descarregamento. O objetivo final para a construção do FIBC é excluir descargas acendíveis
a partir da estrutura do FIBC durante a utilização a que se destina. Uma vez que descargas acendíveis
diferentes (isto é, diferentes tipos de descargas, como centelhas, descargas ramificadas ou ramifica-
das propagantes) podem ser geradas, a necessidade de exclusões destas e, portanto, os requisitos
para construção do FIBC dependem da utilização a que se destina. Por esta razão, diferentes tipos
de FIBC têm sido desenvolvidos, os quais são definidos como Tipo A, B, C ou D (ver IEC 61340-4-4).

—— FIBC do Tipo A são fabricados a partir de tecido ou folhas plásticas sem quaisquer precauções
contra o acúmulo de eletricidade estática.

—— FIBC do Tipo B são fabricados a partir de tecido ou folhas plásticas projetadas para evitar a ocor-
rência de centelhas e descargas ramificadas propagantes.

—— FIBC do Tipo C são fabricados a partir de tecido ou folhas plásticas, ou entrelaçadas com linhas
condutoras ou filamentos e projetadas para evitar a ocorrência de centelhas, descargas ramifi-
cadas e descargas ramificadas propagantes. FIBC Tipo C são projetados para serem aterrados
durante a operação de carregamento e descarregamento.

—— FIBC do Tipo D são fabricados a partir de tecidos antiestáticos projetados para evitar a ocorrência
de centelhas, descargas ramificadas e descargas ramificadas propagantes, sem a necessidade
do aterramento do FIBC.

Dependendo do mecanismo aplicado para excluir as descargas acendíveis, os requisitos que


os diferentes tipos de FIBC convém atender, se referem puramente a parâmetros físicos, como
tensão de ruptura e condutividade (Tipo B e C) ou a procedimentos mais gerais em que convém
que seja demonstrado que nenhuma descarga acendível ocorre (Tipo D). Estes requisitos são dados
na IEC 61340-4-4.

Convém que os quatro tipos diferentes de FIBC sejam utilizados de acordo com o apresentado
na Tabela 19. Convém que outros tipos de FIBC, conhecidos ou não, somente sejam utilizados, na
presença de gases inflamáveis, após avaliação detalhada de um perito.

Convém que porta-documentos e bolsas fabricadas a partir de material isolante cumpram os requisitos
da IEC 61340-4-4 que são semelhantes a 6.3. No caso de porta documentos para o Tipo C, convém

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 107/206


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considerar que eles são geralmente fabricados com tecido condutivo aterrado que ajuda a evitar um
carregamento eletrostático elevado na superfície.

Tabela 19 – Utilização dos diferentes tipos de FIBC


Produto a granel no FIBC Ambiente
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Atmosfera não Zonas 1–2 b


MIE da poeira a Zonas 21–22 b
inflamável (Grupo de gases IIA/IIB) c
MIE > 1 000 mJ A, B, C, D B, C, D C, D d
3 mJ < MIE ≤ 1 000 mJ B, C, D B, C, D C, D d
MIE ≤ 3 mJ C, D C, D C, D d
a Medidas em conformidade com a IEC 61241-2-3, ASTM E2019 e EN 13821 com circuito de descarga
capacitivo (sem indutância).
b Ver D.2 para a definição de Zonas.
c Ver D.3 para uma explicação sobre Grupo de gases.
d Uso do Tipo D necessita ser limitado ao Grupo de gases IIA/IIB com MIE ≥ 0,14 mJ.

NOTA 1 Precauções adicionais são normalmente necessárias quando uma atmosfera contendo gás ou
vapor inflamável está presente no interior do FIBC, por exemplo, no caso de poeira úmida de solvente.
NOTA 2 Atmosfera não inflamável inclui poeiras com um MIE > 1 000 mJ.
NOTA 3 O MIE limite de 3 mJ é com base na descarga acendível do tipo cônica. Descargas cônicas tem
que ter uma energia mais alta em um FIBC Tipo B do que em um FIBC Tipo C ou D porque a parede do FIBC
Tipo C ou D estará próximo ao potencial zero. Com base neste fato, a distribuição do campo interno é tal que,
no FIBC Tipo C ou D a descarga cônica salta no máximo até a metade do diâmetro do FIBC. Um cálculo com
a equação dada em A.3.7 para o maior FIBC frequentemente utilizado (diâmetro de 1,5 m) produz 3 mJ para
poeira com um tamanho médio de apenas 0,055 mm em um FIBC Tipo B, enquanto que em um FIBC Tipo C
ou D o limite de 3 mJ é alcançado apenas com uma poeira grossa que possui um tamanho médio de 0,27 mm
ou maior. No entanto, estas poeiras grossas têm normalmente um MIE maior que 3 mJ.

Na prática para que uma descarga ramificada propagante ocorra, a partir de um FIBC, é normalmente
necessário manusear uma poeira de alta resistividade de uma maneira que leve a geração de um alto
nível de carga eletrostática (por exemplo, transferência pneumática). Se estas condições não forem
atendidas, particularmente com poeiras de médio ou alto MIE, então uma avaliação detalhada de um
perito pode concluir que o risco de uma descarga ramificada propagante acendível é baixa.

A avaliação da utilização com segurança do FIBC em atmosferas explosivas pode alterar se um reves-
timento for instalado no interior do FIBC. As combinações de FIBC e revestimentos internos que
podem ser utilizados de forma segura em atmosfera explosiva são apresentados na Tabela 20. Além
disso, existem algumas precauções que certas combinações de FIBC e revestimentos internos convém
atender. Estas precauções são apresentadas também na Tabela 20.

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Tabela 20 – FIBC e revestimentos internos: combinações que são permitidas


e não permitidas em atmosfera explosiva (área classificada)
Revestimentos Internos b
FIBC a
Tipo L1 Tipo L2 Tipo L3
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Tipo B Não permitido Permitido Permitido

Tipo C Permitido c Permitido Não permitido

Tipo D Não permitido Permitido d Não permitido


a Não convém que FIBC Tipo A seja utilizado em atmosfera explosiva independentemente do tipo de reves-
timento utilizado.
b Não convém que revestimentos sejam removidos do FIBC vazio em atmosfera explosiva.
c Para assegurar que o revestimento interno está devidamente aterrado, a resistência a partir de pelo
menos um dos lados do revestimento interno para os pontos disponíveis do aterramento do FIBC, convém
que seja menor que 10 MΩ, medido em conformidade com IEC 61340-4-4:2012, 9.3 sob as condições
especificadas na IEC61340-4-4:2012, 8.1.
d Convém que as combinações de FIBC e revestimentos atendam aos requisitos da IEC 61340-4-4:2012, 7.3.2
ensaiadas sob condições especificadas na IEC 61340-4-4:2012, 8.2.

NOTA Descargas eletrostáticas a partir de revestimentos condutivos isolados podem causar choques elé-
tricos nos operadores ou interromper o funcionamento de equipamentos elétricos/eletrônicos.

—— Revestimentos internos do Tipo L1 são fabricados a partir de materiais com resistividade super-
ficial menor que 10 MΩ, em pelo menos uma das superfícies e, quando necessário, uma tensão
de ruptura pelo material menor que 4 KV.

—— Revestimentos internos do Tipo L2 são fabricados a partir de materiais com resistividade super-
ficial entre 10 GΩ e 1 TΩ, em pelo menos uma das superfícies e, uma tensão de ruptura pelo
material menor que 4 KV.

—— Revestimentos internos do Tipo L3 são fabricados a partir de materiais com resistividade superfi-
cial maior que 10 TΩ e uma tensão de ruptura pelo material menor que 4 KV.

NOTA Medições de tensão de ruptura são necessárias apenas para determinadas configurações de
revestimentos internos Tipo L1 e Tipo L2, isto é, quando uma das superfícies tem uma resistividade de super-
fície maior que 1 TΩ. Especificações mais detalhadas para revestimentos internos Tipo L1, L2 e L3 são dadas
na IEC 61340-4-4.

Não convém que revestimentos internos fabricados a partir de materiais que contenham uma camada
condutiva entre duas camadas isolantes sejam utilizados em FIBC do Tipo B ou Tipo D. Se estes
revestimentos internos forem utilizados no FIBC do Tipo C, convém que a camada condutiva esteja
aterrada de forma segura.

Outros tipos de revestimento interno, conhecidos ou não, somente podem ser utilizados na presença
de atmosfera explosiva após avaliação detalhada de um perito.

Convém que cintos de suspensão isolantes e alças para FIBC atendam as restrições de largura da
Tabela 3. Não convém que acessórios metálicos (argolas) para conexão entre cintos e cordões para
FIBC sejam utilizados para FIBC Tipo B e D. Para o Tipo C, convém que eles sejam aterrados.

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9.6.2 Precauções adicionais quando da utilização de contêiner intermediário de produto


a granel flexível (FIBC)

Não convém que objetos condutivos isolados (por exemplo, ferramentas, parafusos, grampos etc.)
sejam armazenados, acoplados, ou mesmo colocados temporariamente em qualquer tipo de FIBC
(Flexible Intermediate Bulk Containers) durante a operação de carregamento e descarregamento.
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Mesmo com FIBC do Tipo C, a natureza irregular de alguns materiais do FIBC pode impedir que obje-
tos condutivos colocados no FIBC entrem em contato com os elementos condutivos no tecido do FIBC.

Em áreas de risco, convém que todos os objetos condutivos nas imediações de qualquer FIBC (isto é,
menos do que aproximadamente 1 m de distância) sejam devidamente aterrados durante a operação
de carregamento e descarregamento.

Convém que precauções sejam adotadas para evitar a contaminação de qualquer FIBC com substân-
cias (por exemplo, água, ferrugem, óleo, graxa etc.) que podem criar um risco de ignição ou prejudicar
a dissipação da carga.

10 Eletricidade estática quando do manuseio de explosivos e dispositivos eletro explosivos


10.1 Fabricação, manuseio e armazenamento de explosivos

10.1.1 Generalidades

A eletricidade estática acumulada em materiais condutores que estejam isolados ou pessoas não ater-
radas pode causar a ignição de materiais explosivos, com graves resultados até mesmo catastróficos.
Existem vários tipos de explosivos (sólido, líquido ou poeira) e podem ser encontrados em muitas
formas, como a granel, ensacados, plásticos, paletizado, compactado, moldados ou preenchidos em
recipientes metálicos ou plásticos. Convém que antes de manusear ou processar explosivos, sejam
feitas considerações quanto as recomendações especificadas em 10.1.2 a 10.1.4, mas, adicional-
mente, convém que sejam feitas referências às seções deste documento que são aplicáveis para
as operações específicas a serem executadas.

A energia requerida para que uma centelha cause a ignição de um explosivo varia com o tipo de
explosivo e o seu estado físico. Em geral, explosivos primários são muito mais sensíveis do que
os propelentes ou materiais altamente explosivos, enquanto os materiais pirotécnicos apresentam
uma grande faixa de sensibilidade.

Convém que as abrangências das precauções sejam aplicadas depende da energia mínima de cente-
lhamento para a ignição e, neste sentido, os materiais explosivos podem ser divididos em três classes,
dependendo desta energia mínima de centelhamento. É essencial entender que a energia mínima de
centelhamento para ignição de explosivos é medida por meio de um ensaio específico para utilização
em explosivos.

As três classes de explosivos e as precauções que convém que sejam adotadas são apresentadas
em 10.1.2, 10.1.3 e 10.1.4. Desvios a estas recomendações requerem pareceres técnicos de especia-
listas. Técnicas específicas de aterramento são utilizadas na indústria de explosivos para explosivos
sensíveis ou muito sensíveis.

Convém que seja mantida umidade relativa superior a 40  %  UR. Valores superiores de umidade
podem ser requeridos quando do manuseio de materiais mais sensíveis.

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10.1.2 Primeiro nível de proteção

Para explosivos relativamente insensíveis cuja energia mínima de ignição para centelhamento for supe-
rior a 450 mJ, as precauções apresentadas neste documento são suficientes quando manuseados.

Todos os sistemas condutivos, como instalações e equipamentos fixos, convém que sejam aterrados.
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Quando o aterramento é executado por meio de materiais condutores metálicos convém que a resis-
tência ao terra seja inferior a 10 Ω. Esta resistência indica uma conexão ao terra confiável por meio
do material condutor metálico. Materiais não metálicos também podem ser utilizados para ligação
ao terra desde que cumpram os requisitos da Seção 13.

10.1.3 Proteção intermediária

Para explosivos sensíveis com sensibilidade como apresentados entre 10.1.2 e 10.1.4, e que pos-
suem energias mínimas de ignição para centelhamento superior a 1 mJ e igual ou inferior a 450 mJ.

Dependendo das propriedades particulares do explosivo e a forma como é manuseado, algum geren-
ciamento das precauções apresentadas em 10.1.4 pode ser aceitável. Para estes casos, convém que
pareceres técnicos especializados sejam obtidos para determinar o nível de precauções aplicáveis
a cada caso.

10.1.4 Segundo nível de proteção

Para explosivos muito sensíveis e que possuem energia mínima de ignição para centelhamento menor
ou igual a 1 mJ, as seguintes precauções são requeridas:

 a) Convém que todos os equipamentos, incluindo os móveis e portáteis, sejam aterrados. Não con-
vém que a resistência de aterramento exceda 10 Ω, no caso de peças de metal, e 100 kΩ em
todos os outros casos. Não convém que materiais isolantes sejam utilizados para aterramento.

 b) Convém que todas as pessoas sejam aterradas por meio de pisos com resistência máxima de
aterramento de 50 kΩ, e utilizar calçados com resistência máxima de 100 kΩ. Convém que um
monitoramento da resistência de aterramento das pessoas seja instalado em cada entrada de
qualquer área onde seja exigido tal calçado condutivo. Ao manusear misturas com energias de
ignição inferiores a 0,1 mJ, convém considerar o monitoramento da resistência de aterramento
das pessoas nas estações individuais de trabalho.

 c) Não convém que vestimentas externas sejam confeccionadas a partir de materiais isolantes. Não
convém que as vestimentas sejam, sob nenhuma circunstância, removidas no local onde o explo-
sivo é manuseado (ver 11.5).

 d) Convém que partes condutivas que possam promover centelhamento sejam evitadas, por exem-
plo, anéis e acessórios, dedos molhados, ferramentas condutivas ou fios.

 e) Não convém que a umidade relativa do ar seja superior a 65 % UR.

 f) Convém que cuidados sejam adotados para evitar o agrupamento de pequenas capacitâncias,
tornando eletricamente acopladas e gerando uma capacitância mais elevada.

 g) Convém evitar a utilização de luvas isolantes. É advertido evitar a utilização de luvas condutivas
para casos onde não seja possível evitar riscos, como toxicidades ou outras considerações.

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10.2 Manuseio de dispositivos eletro explosivos

10.2.1 Generalidades

Dispositivos eletroexplosivos como detonadores elétricos, podem inadvertidamente causar ignição


por descarga de eletricidade estática, seja por meio de um dispositivo detonador (cabeça fusível
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ou estopim) ou entre o invólucro metálico e o detonador. Muitos dispositivos eletroexplosivos podem


ser mais sensíveis à energia eletrostática nesta última configuração. A eletricidade estática pode ser
acumulada em uma pessoa não aterrada, como resultado de seus movimentos, e em pessoas e equi-
pamentos durante chuvas, ventania de poeiras ou areias secas. Cargas também podem ser geradas
durante o carregamento pneumático dos orifícios com explosivos granulares de detonação.

Precauções para evitar os riscos são apresentadas em 10.2.2 a 10.2.4, inclusive é recomendado
observar, em todos os momentos, quando os dispositivos eletroexplosivos são manuseados, ou seja,
durante o armazenamento, adição e preparação para utilização.

Convém reconhecer que existem outras fontes de risco ao manusear dispositivos eletroexplosivos, por
exemplo, elevação de energia gerados por fontes de radiação eletromagnética e ensaios de continui-
dade do circuito de disparo. Para estes riscos, convém que manuais apropriados sejam consultados.

10.2.2 Aterramento

Convém que as pessoas tenham um caminho condutivo adequado para o terra, como por exemplo,
por meio da utilização de calçado condutivo, e de preferência, convém que utilizem roupas em algo-
dão. No entanto, em alguns ambientes, como exemplo, minas, o aterramento contínuo de pessoas
pode não ser pratico, portanto é recomendável que os procedimentos em 10.2.3 e 10.2.4 necessitam
sempre sejam seguidos.

Convém que todos os equipamentos condutivos nesta área, como trilhos e tubulações, e todas
as máquinas sejam aterrados. Convém observar que outros códigos de prática também podem reco-
mendar que materiais condutores sejam ligados entre os equipamentos, para evitar qualquer diferença
de potencial entre eles que poderia causar um fluxo de corrente elétrica que circularia por meio de
materiais condutores que possam fazer um contato eventual entre os equipamentos.

Se um tipo de explosivo granulado estiver sendo carregado pneumaticamente por um orifício, convém
que o equipamento de carregamento seja ligado ao terra. Convém que a montagem da mangueira
seja condutiva ou dissipativa e seja ligada ao terra. Existem códigos de práticas específicos sobre
o assunto que convém que sejam consultados.

10.2.3 Precauções durante armazenagem e expedição

Os dispositivos eletroexplosivos são recebidos do fabricante com as partes condutoras dobradas e enro-
ladas, com as extremidades desencapadas e conectadas. Se as extremidades desencapadas são
encontradas desconectadas, convém que o executante aterre a si mesmo e então reconecte estas
extremidades. Se existir a possibilidade de campos eletromagnéticos significativos, então, convém
que sejam tomados cuidados para assegurar que estes procedimentos não criem um risco de ignição
por radiofrequência. Não convém que estes dispositivos sejam embalados ou transportados em
materiais isolantes, como por exemplo, sacos de polietileno ou embalagens de espuma de poliestireno.
A utilização de embalagens metálicas ou condutivas é recomendada para este fim e estas podem
fornecer também alguma proteção contra riscos de radiofrequência.

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10.2.4 Precauções durante preparação para utilização

Quando o cabo de disparo de ignição tiver sido instalado, convém que os condutores com a isolação
retirada em cada uma das suas extremidades sejam unidos entre si e conectados a um terra adequado,
como a uma haste de aterramento no solo, que necessita estar umedecido caso o solo seja muito seco.
O cabo pode ser desenrolado e lançado ao longo do chão. Convém que este cabo e todos os outros
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sejam mantidos separados das partes condutivas existentes na área, como trilhos e tubulações.

Convém que uma verificação seja realizada para assegurar que os condutores do dispositivo estejam
conectados entre si. Depois de conectá-los, se necessário (ver 10.2.3), convém que eles sejam ligados
à haste de aterramento ou a outro terra adequado para na extremidade do cabo de disparo de ignição.

Convém ao executante então, assegurar que este cabo esteja aterrado antes de manusear o invólucro
metálico do dispositivo e de conectar o cabo de disparo de ignição.

Convém que precauções apropriadas sejam adotadas contra eletricidade atmosférica (por exemplo,
descargas atmosféricas), de acordo com o tipo de dispositivo utilizado.

11 Eletricidade estática em pessoas


11.1 Considerações gerais

É muito importante que as pessoas que possam estar expostas a atmosferas inflamáveis que possuam
uma MIE (Minimum Ignition Energy) menor que 10 mJ estejam conectadas ao terra para evitar de se
tornarem eletrostaticamente carregadas. O isolamento da terra pode ocorrer devido ao fato de que
muitas coberturas de piso e solados dos calçados são feitas de materiais isolantes. Existem diversos
mecanismos que podem levar uma pessoa a se tornar eletrostaticamente carregada, como os exem-
plos a seguir:

 a) andando sobre um piso;

 b) levantando de uma cadeira;

 c) removendo roupas;

 d) manuseando plásticos;

 e) vertendo ou coletando materiais carregáveis entre recipientes;

 f) permanecendo próximo de objetos carregáveis, como por exemplo uma correia transportadora.

Se uma pessoa eletrostaticamente carregada toca um objeto condutivo (como por exemplo, a maça-
neta de uma porta, corrimão, recipiente de metal) uma faísca pode ocorrer no ponto de contato. Estas
faíscas, que não são suscetíveis de serem vistas, ouvidas ou mesmo sentidas pela pessoa, podem
causar ignições. Faíscas de uma pessoa são capazes de causar a ignição de gases, vapores e até
mesmo algumas das poeiras combustíveis mais sensíveis.

É muito importante que as pessoas que possam estar expostas a atmosferas inflamáveis, que possuam
uma MIE < 10 mJ, não se carreguem eletrostaticamente por estarem ligadas ao terra. Isto pode ser
melhor obtido pela existência de um piso condutivo ou dissipativo e assegurando que as pessoas utilizem

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calçados dissipativos. No entanto, na Zona 2 e na Zona 22, a ligação das pessoas ao terra somente
é requerida quando a geração de carga eletrostática for contínua.

NOTA O maior nível de tensão que pessoas podem ser normalmente carregadas eletrostaticamente
é de cerca de 20 kV. Como a capacitância típica do corpo humano é de cerca de 150 pF, a energia máxima
resultante armazenada é cerca de 30 mJ. No entanto, devido à elevada resistência ôhmica da pele humana,
cerca de dois terços da energia armazenada se dissipam. Por esta razão, faíscas geradas pelo corpo humano
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têm uma energia de ignição máxima equivalente de somente 10  mJ, exceto quando grandes ferramentas
condutivas são manuseadas.

11.2 Pisos dissipativos de cargas eletrostáticas

A resistência de fuga recomendada para pisos é entre 1 MΩ a 100 MΩ (ver Seção 13). Em muitos
ambientes de fábrica, os materiais convencionais de piso, como por exemplo, pisos de concreto ou
grades de aço sem revestimentos, são adequadamente condutivos. A fim de manter a eficácia, não
convém que o piso seja coberto por pintura isolante, tapetes de borracha ou plástico etc., e convém
que cuidados sejam adotados para evitar o acúmulo de contaminantes, como resina ou outras subs-
tâncias isolantes, e convém que a resistência ôhmica do piso seja verificada regularmente.

Em casos de piso com superfície de metal sem revestimentos (como por exemplo, grades e placas
de aço), a utilização de calçados apropriados (ver 11.3) é necessária para evitar o risco de choques
elétricos para as pessoas.

Existem diversas normas publicadas com diferentes métodos de medição para ensaiar a condutivi-
dade de um piso. Na IEC 61340-4-1, o ensaio é executado com um eletrodo circular, (65 ± 5) mm
de diâmetro fixado no piso, com 2,5 kg (piso duro) ou 5,0 kg (piso macio). Na ISO 10965 a medição
é feita com um eletrodo circular, 65 mm de diâmetro fixado no piso, com 5,0 kg. A ASTM F150 utiliza
um eletrodo circular, 63,5 mm de diâmetro fixado no piso com 2,5 kg. A EN 1081 utiliza um eletrodo do
tipo tripé fixado no piso por uma pessoa, em pé sobre o eletrodo. Como cada um dos métodos produz
uma resistência um tanto diferente, é importante que o método de medição utilizado, seja o estabele-
cido nas especificações do material do piso e nos relatórios de ensaios.

NOTA 1 Em casos ideais as diferenças entre as resistências medidas pelos diferentes métodos descritos
anteriormente são pequenas. Na realidade, as superfícies rugosas, como por exemplo, pisos de concreto
aplicados nos locais externos de entrada com conteúdo significativo de pedra podem influenciar a resistência
medida, dependendo da superfície do eletrodo utilizado e da pressão aplicada. Melhores resultados podem
ser obtidos com almofadas de espuma condutiva de acordo com a IEC 61340-4-1, de forma que os eletrodos
possam medir resistências em pisos com rugosidades com alturas de vários milímetros. No entanto, isso
pode não representa a situação prática de uma pessoa utilizando um calçado de solado duro.

NOTA 2 Os valores deste parágrafo não são necessariamente aplicados para situações onde explosivos
sensíveis são manipulados. Ver Seção 10 para os requisitos especiais nestes casos.

11.3 Calçados dissipativos e condutivos

Existem dois tipos de calçados que são utilizados pelas pessoas para a ligação ao terra, a fim de evitar
que se tornem eletrostaticamente carregadas:

 a) calçados dissipativos possuem requisitos para alto e baixo nível de resistência elétrica (ver 3.9).
A resistência elétrica alta necessita ser suficientemente condutiva para evitar o acúmulo de cargas

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eletrostáticas, na maioria das situações, e a resistência elétrica baixa necessita oferecer proteção
em caso de contato acidental com a rede elétrica. Este tipo de calçado é adequado para uso geral;

NOTA 1 A ISO  20345 define calçados antiestético (dissipativo) como possuindo valores de resistência
medida de acordo com a ISO  20344, ou seja, entre 100  kΩ e 1 GΩ. Os calçados antiestáticos (dissipa-
tivos) definidos na ISO  20345 podem não satisfazer aos requisitos e resistência elétrica especificados no
presente documento.
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NOTA 2 Não convém que sapatos dissipativos sejam utilizados como medida de proteção primária contra
a rede elétrica, pois isso pode incentivar as pessoas a trabalhar em sistemas elétricos energizados, pois em
algumas circunstâncias (como por exemplo, quando molhado), os sapatos dissipativos podem ser ineficazes
para esta finalidade.

NOTA 3 A resistência elétrica dos materiais dissipativos feitas a partir de borracha contendo negro de fumo
por vezes aumenta com a diminuição da temperatura.

 b) calçados condutivos possuem uma resistência elétrica muito baixa (ver 3.3) e, por exemplo, são
utilizados por pessoas que manipulam explosivos sensíveis. Não convém que este tipo de calçado
seja utilizado quando exista riscos de contato acidental com partes energizadas, e por isto não
são adequados para o uso geral.

NOTA Exceto nos casos de explosivos muito sensíveis, apenas calçados dissipativos são usualmente necessários.

Meias curtas ou compridas normalmente não prejudicam as propriedades de ambos os tipos de calça-
dos. No entanto, alguns tipos de coberturas de sapatos e de palmilhas ortopédicas podem fazer isso.

Calçados dissipativos utilizados em conjunto com piso condutivo ou dissipativo proporcionam um meio
para controlar e dissipar as cargas eletrostáticas do corpo humano. Convém que a resistência elétrica
ao terra pelo calçado dissipativo e o piso condutor esteja entre 100 kΩ e 100 MΩ. Para o manuseio de
materiais explosivos, convém que a resistência elétrica para o terra através do calçado e o piso, seja
menor que 1 MΩ. Se a energia mínima da faísca para ignição do explosivo for menor ou igual a 1 mJ,
convém que a resistência elétrica para ao terra através do calçado e o piso seja menor que 150 kΩ.

As resistências dos calçados condutivos podem ser medidas por instrumentos de ensaios comer-
cialmente disponíveis, que medem a resistência elétrica entre uma barra de metal de mão através do
corpo e os pés colocados sobre uma placa de metal em que a pessoa se encontra. Como alternativa,
a resistência entre um sapato preenchido com pequenas esferas de chumbo e uma placa de aço
sobre a qual o sapato é pressionado, pode ser medido de acordo com a IEC 61340-4-3.

A resistência elétrica do calçado pode aumentar com o acúmulo de detritos no solado do calçado, com
a utilização de palmilhas ortopédicas e a redução da área de contato chão. Convém que a condutivi-
dade de calçados seja ensaiada frequentemente para confirmar esta funcionalidade.

11.4 Dispositivos suplementares para ligação ao terra de pessoas

Quando o calçado dissipativo não fornecer uma adequada ligação da pessoa ao terra, convém que
dispositivos complementares sejam utilizados. Estes dispositivos incluem pulseiras, aterramentos de
calcanhar e perneiras condutivas.

Convém que dispositivos adicionais sejam escolhidos de modo que acúmulos de carga eletrostática
perigosa sejam prevenidos, de forma que não aumente o risco de choque elétrico. Na maioria das
situações práticas, o aterramento de pessoas é alcançado assegurando uma resistência ao terra de
100 MΩ ou menos. A necessidade de proteção contrachoque elétrico por meio de um dispositivo de
aterramento impõe uma resistência mínima da pele para a terra de 100 kΩ. Considerando o contato da

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pele com o piso, especialmente durante atividades em que toda a sola do calçado não está em contato
com o piso (como por exemplo, de joelhos), a eficácia pode ser comprometida. Convém que dispositivos
de ligação ao terra tenham uma resistência mínima de 100 kΩ para proteção contrachoques.

O tipo mais simples de dispositivo comercial é uma pulseira de aterramento com um resistor embutido,
dando uma resistência ao terra tipicamente de cerca de 100 kΩ para proteção contrachoques. Pulsei-
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ras deste tipo tem maior utilidade em ambientes com exaustores e em outros locais onde limitações
da mobilidade dos operadores podem ser toleradas. Sistemas para fixação da pulseira podem ser
necessários quando há necessidade de saída de emergência. A vestimenta pode ser equipada com
dois cabos externos de aterramento, enrolados nos fixadores de punho que podem ser retirados e
mantidos por usuários individuais. Convém que a continuidade ao terra seja verificada periodicamente
com os limites especificados pelo fabricante.

11.5 Vestimentas de proteção

Considerando que de fato as vestimentas de proteção atuais, fabricadas com tecidos sintéticos,
podem se tornar eletrostaticamente carregadas, estas vestimentas, em muitos casos, não são um
risco de ignição desde que o usuário esteja aterrado por meio de um calçado de segurança (ver 11.3)
e piso (ver 11.2) adequados, ou por outros meios, como uma pulseira ou cordão de aterramento.
No entanto, convém que as vestimentas de proteção provenham tamanho e ajuste adequados
(ver ABNT NBR ISO 13688) e permitam o movimento completo do corpo, com todas as suas aberturas
devidamente fechadas de acordo com as instruções do fabricante. Convém que as vestimentas de
proteção sejam do tamanho adequado do usuário, tanto quanto possível, e não convém que sejam
removidas ou abertas em áreas onde possa ocorrer atmosferas explosivas (como por exemplo, Zona 0,
Zona 1, Zona 20 e Zona 21).

Embora a probabilidade de ignição gerada por uma pessoa ligada ao terra ocasionado por qualquer
tipo de vestimenta de proteção seja muito baixa, o carregamento eletrostático de pessoas (como por
exemplo, quando uma pessoa está saindo de uma empilhadeira) é muito aumentado por uma vesti-
menta de proteção que possua alta resistividade.

Em situações onde existe uma combinação de atividades de elevado carregamento eletrostático e


a presença de gases ou vapores de baixas MIE, pode ser requerido a utilização de vestimentas
de proteção dissipativas. A Tabela 21 indica quando pode ser requerida a utilização de vestimenta de
proteção dissipativa. Os limites de caracterização de materiais sólidos aplicáveis a vestimentas de
proteção dissipativas são apresentados na Tabela 1.

Os métodos de ensaio e os requisitos de desempenho para vestimentas de proteção individual para


utilização em atmosferas explosivas são apresentadas na EN 1149. Convém que as vestimentas de
proteção dissipativas sobreponha todas as outras peças de vestuário. Convém que a vestimenta
externa esteja aterrada por meio de contato com o corpo do usuário, ou por uma conexão direta ao
terra. Uma resistência elétrica menor do que 100 MΩ é suficiente para o caso de vestimentas de prote-
ção condutivas para gerar um aterramento eletrostático.

É recomendado que as vestimentas de proteção para utilização em atmosferas explosivas sejam


um equipamento de proteção individual de categoria II, de acordo com os requisitos de segurança e
saúde, indicados na Diretiva EC 89/686/EEC.

NOTA 1 Embora a seda e a maioria das fibras sintéticas sejam excelentes isolantes e as roupas íntimas
feitas a partir destes materiais apresentem fenômenos de eletricidade estática, não existem evidências que
indiquem que a utilização destas roupas íntimas constitua um risco.

NOTA 2 Vestimentas de proteção com fibras condutivas integradas não evitam o risco de choques elétricos
para o usuário.

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NOTA 3 A resistência dos materiais dissipativos fabricados com borracha contendo negro de fumo pode
às vezes aumentar com a diminuição da temperatura ambiente.

Tabela 21 – Determinação de requisitos para vestimentas de proteção dissipativas


e outros equipamentos de proteção individual
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Probabilidade de
Área classificada carregamento 0,02 mJ ≤ MIE ≤ 0,20 mJ MIE > 0,20 mJ
eletrostático
Alto Requerido
Zona 0
Baixo
Requerido Recomendado
Alto
Zona 1
Baixo
Alto Recomendado Não requerido
Zona 2
Baixo Não requerido
Zona 20, 21 ou 22 − Não requerido

Em atmosferas enriquecidas de oxigênio, como aquelas que podem estar presentes em plantas de
carregamento de oxigênio líquido, os vapores provenientes do gás resfriado, pode permear a vesti-
menta de proteção do trabalhador, aumentando sua inflamabilidade. A vestimenta de proteção pode
então entrar facilmente em ignição devido a descargas de eletricidade estática provenientes de pes-
soas ou vestimentas carregadas.

A MIE de atmosferas de substâncias inflamáveis enriquecidas com oxigênio pode ser menor do que
a MIE dessas substâncias normalmente encontradas na literatura. Se for determinado que uma
atmosfera enriquecida em oxigênio pode ocorrer, convém adotar medidas para assegurar que o valor
da MIE utilizado para as análises de avaliação de risco sejam aquelas medidas em uma atmosfera
enriquecida com oxigénio.

Convém que as orientações de um especialista sejam obtidas antes da especificação de vestimentas


ou de equipamentos de proteção individual dissipativos para proteção eletrostática, para utilização em
atmosferas explosivas com o MIE de 0,02 mJ ou menor. Os requisitos especificados na EN 1149-5 são
baseados em atmosferas explosivas com o MIE de 0,02 mJ ou superior.

Se a vestimenta de proteção for contaminada com solventes inflamáveis, existe um risco de ignição
por eletrostática quando a vestimenta de proteção for removida ou por outras atividades que gerem
carregamento eletrostático. A menos que haja um risco imediato de queimaduras químicas ou de toxi-
cidade, convém que a vestimenta de proteção contaminada com solventes inflamáveis seja encharcada
com água ou que o solvente inflamável evapore antes da vestimenta de proteção ser removida.

Fibras metálicas (como por exemplo, aço inoxidável, fibras revestidas com prata etc.) e outras fibras de
baixa resistividade elétrica que possam ser utilizadas em vestimentas de proteção dissipativas não impe-
dem o risco de choque eletrostático. Convém que estas vestimentas de proteção condutivas contendo fibras
metálicas sejam utilizadas com precaução em áreas onde possa ocorrer risco de choque eletrostático.

NOTA Fibras metálicas podem causar pequenos choques, sentidos quando a vestimenta de proteção
entra em contato com a pele (por exemplo, nos pulsos e pescoço). Estes choques são causados por descargas
localizadas entre a pele e as fibras metálicas.

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As propriedades eletrostáticas de vestimentas de proteção podem alterar com o tempo de utilização,


após os procedimentos de limpeza ou após exposição a condições extremas. Convém que a vesti-
menta de proteção seja mantida de acordo com as instruções dos fabricantes. Por exemplo, pode ser
necessário aplicar novo tratamento à vestimenta com um acabamento especial cada vez que for lavado.

11.6 Luvas
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Luvas de proteção confeccionadas a partir de materiais isolantes podem permitir que objetos manuais
possam se tornar e se manter carregados. Convém que luvas de proteção utilizadas em Zona 0 e
Zona 1, portanto, sejam confeccionadas a partir de materiais dissipativos ou condutivos. Estas luvas
podem ser ensaiadas ou verificadas pelos usuários finais, quando utilizadas em conjunto com o cal-
çado de proteção. Normalmente, a resistência elétrica é medida entre uma peça metálica onde a mão
é colocada e uma placa de metal em que a pessoa se encontra pisando. Convém que os mesmos
limites de resistência estabelecidos para o calçado de proteção sejam aplicados (ver 11.3).

É recomendado que as luvas de proteção para utilização em atmosferas explosivas sejam um Equi-
pamento de Proteção Individual de Categoria II, de acordo com os requisitos de segurança e saúde,
indicados na Diretiva EC 89/686/EEC.

NOTA 1 Os procedimentos de ensaio ou verificação descritos no parágrafo anterior são adequados para
a verificação diária por parte dos usuários finais em relação à luva, utilizando o conjunto envolvendo a luva,
a pessoa e o calçado. Para os ensaios de tipo, podem ser aplicadas as normas adicionais de produtos, como
por exemplo, normas europeias, que estejam sendo elaboradas como normas de produtos para luvas de
proteção individual contra riscos de eletricidade estática.

NOTA 2 Em alguns casos, a base para a proteção das mãos é a prevenção da exposição às substâncias
tóxicas, e pode não ser possível especificar uma luva que atenda simultaneamente os objetivos de dissipa-
ção de carga eletrostática e resistência química. Nestes casos, pode ser necessário proporcionar um meio
alternativo de aterramento dos objetos portáteis.

Quando o meio estabelecido para o aterramento dos objetos ou ferramentas manuais condutivas for
por uma pessoa utilizando luvas de proteção, convém que a resistência elétrica medida através das
luvas de proteção seja menor do que a resistência total de terra. Para utilização geral convém que
a resistência para o terra através das luvas de proteção seja inferior a 100 MΩ, e para aplicações mais
críticas (como por exemplo, manuseio de explosivos sensíveis), convém que a resistência para a terra
através das luvas de proteção seja inferior a 100 kΩ.

11.7 Outros equipamentos de proteção individual

Capacetes de proteção, equipamento de respiração, visores etc. fabricados com materiais plásticos
podem se tornar eletrostaticamente carregados, mas, se forem utilizados com cuidado, de acordo
com as recomendações do fabricante, não se espera que apresentem um risco de ignição eletros-
tática nas áreas de Zona 1, Zona 2, Zona 20, Zona 21 ou Zona 22, desde que não haja atividades
de carregamento eletrostático. Assim como acontece com as vestimentas de proteção, pode ocorrer
risco de carregamento eletrostático, se existir uma combinação de atividades de níveis elevados de
carregamento (como por exemplo, limpando um visor) e presença de gases e vapores com baixa MIE.
Os dados da Tabela 21 também podem ser interpretados para utilização com outros equipamentos de
proteção individual. Em áreas onde a utilização de equipamentos de proteção individual dissipativos,
como indicado na Tabela 21, convém que o equipamento de proteção individual seja fabricado de mate-
riais condutivos ou dissipativos de acordo com a Tabela 1 e aterrado pelo corpo do usuário. Convém
que a área de quaisquer materiais isolantes na fabricação de equipamentos de proteção individual
seja limitada de acordo com o indicado na Tabela 3.

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12 Choque eletrostático
12.1 Introdução

A descarga de eletricidade estática pelo corpo de uma pessoa pode causar um choque eletrostático.
A menor energia de descarga que uma pessoa pode sentir no seu corpo é de cerca de 1 mJ. À medida
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que esta energia de descarga é elevada, são observadas variações das reações das pessoas. Algumas
pessoas acham 10 mJ desconfortável devido à contração muscular, enquanto outras pessoas podem
tolerar várias centenas de mJ antes de experimentar a contração muscular acentuada. No entanto,
1 000 mJ afeta todas as pessoas severamente. Em incidentes nos quais pessoas ficaram inconscientes,
a energia de descarga foi estimada em vários joules.

Uma vez que na maioria das situações as energias de descargas eletrostáticas forem inferiores
a 100 mJ, graves choques fisiológicos são muito raros. Independentemente do fato de o próprio cho-
que ser prejudicial, a reação muscular involuntária resultante do choque pode provocar um acidente
causando ferimentos ou até mesmo a morte, como por exemplo, através da queda de um instrumento
ou precipitando uma queda. Além desses perigos, a descarga eletrostática, que normalmente precede
estes choques também podem causar a ignição de atmosferas explosivas.

Choques eletrostáticos devido à eletricidade estática diferem, em certa medida, a partir de outras
formas de choque elétrico que são de curta duração (menos de 1 ms) e que normalmente envolvem
altas-tensões (dezenas de kV), e níveis de risco são expressos nos termos de energia ou carga de
forma diferente da corrente.

12.2 Tipos de descargas relevantes com choques eletrostáticos

A eletricidade estática origina vários tipos de descarga e suas propriedades são apresentadas em
A.3.2 a A.3.7. Os tipos de descargas indicadas a seguir são considerados como sendo as mais aplicá-
veis de choques eletrostáticos para as pessoas:

 a) descargas ramificadas podem ocorrer quando uma pessoa se move próximo ou quando toca um
isolante altamente carregado (sólido ou líquido);

 b) descargas faiscantes podem ocorrer quando uma pessoa entra em contato com um material con-
dutor altamente carregado;

 c) descargas ramificadas propagantes podem ocorrer devido, por exemplo, a uma pessoa manusear
folhas de plástico carregadas com carga positiva de um lado e com carga negativa do outro, ou de
tocar poeiras ou materiais particulados altamente carregados, dentro de grandes sacos plásticos
(big bags).

As descargas eletrostáticas são consideradas um risco para a saúde, se a energia de descarga exce-
der 350  mJ ou a carga transferida exceder 50  μC. Disto decorre que as descargas ramificadas ou
descargas faiscantes, provenientes de pequenos objetos isolados de metal (funis, latas, ferramentas
manuais) não causam choques eletrostáticos diretamente prejudiciais. Porém, descargas faiscantes
provenientes de objetos grandes e algumas propagações de descargas ramificadas propagantes
podem ser prejudiciais, uma vez que a energia de ambos os tipos de descarga pode exceder 1 J.

Descargas com níveis de energia tão baixos como alguns mJ podem ser um risco indireto para
a saúde devido aos movimentos involuntários. Estes choques podem causar ferimentos devido
ao contato com máquinas em movimento ou quedas. Mesmo pequenos choques são indesejáveis,
uma vez que podem causar estresse desnecessário e levar à perda de concentração.

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12.3 Fontes de choques eletrostáticos

Muitos processos industriais e não industriais podem causar choques eletrostáticos. Existem dois
casos definidos em 1 e 2 a seguir, que descrevem como estas descargas eletrostáticas podem ocorrer:

1a) existe uma grande fonte de carregamento; e


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1b) a carga é capaz de acumular em um objeto, normalmente um material condutor ou um material


condutivo apoiado em um material isolante; e

1c) uma pessoa é capaz de fazer contato com o objeto.

ou

 2a) existe uma grande fonte de carregamento eletrostático; e

 2b) uma pessoa fica carregada com alta-tensão por meio de carregamento eletrostático direto ou
indução; e

 2c) a pessoa carregada eletrostaticamente então toca um material condutor aterrado.

Exemplos de processos de grande carregamento eletrostático são:

 a) Esteiras ou filmes que passam rapidamente sobre os rolos;

 b) Transportadores pneumáticos de materiais;

 c) Bombeamento de líquidos de baixa condutividade através de filtros ou outras restrições;

 d) Pulverização utilizando equipamento de pulverização eletrostática;

 e) Carregamento de contêineres FIBC (Flexible Intermediate Bulk Containers) Tipo A com poeiras ou
partículas altamente isolantes;

 f) Pontos de saída de vapor úmido;

 g) Extintores de incêndio que emitem jatos ou partículas carregadas;

 h) Movimentação de empilhadeiras ou outros veículos em superfícies isolantes ou com pneus isolantes.

12.4 Precauções para evitar choques eletrostáticos

12.4.1 Fontes de choques eletrostáticos

Choques eletrostáticos podem ser causados pelo acúmulo de cargas eletrostáticas em uma pessoa
ou em partes condutivas isoladas ou em materiais isolantes em um processo ou equipamento.

12.4.2 Relatos de choques eletrostáticos em equipamentos de processo

Muitos tipos de equipamentos e processos causam cargas eletrostáticas, mas frequentemente pas-
sam despercebidos. No entanto, os relatórios dos operadores que estão recebendo choques devem
sempre ser investigados. É provável que eles sejam inofensivos, mas isto nem sempre pode ser
o caso; pode indicar que o equipamento está com defeito e apresentando risco.

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A precaução mais eficaz que pode ser tomada para evitar choques elétricos é aterrar todas as partes
metálicas e condutivas das máquinas e instalações (para detalhes, ver Seção 13). No entanto, esta
precaução nem sempre é possível e, mesmo quando isso é feito, ainda pode haver problemas devido
a materiais isolantes altamente carregados (sólidos e líquidos).

Outras precauções incluem:


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 a) Reduzir a taxa de geração de carga eletrostática. Isto tem uma aplicação limitada, mas a utiliza-
ção de aditivos dissipativos podem ser eficazes, principalmente quando utilizados com líquidos;

 b) Reduzir o carregamento eletrostático em materiais não condutores. Eliminadores estáticos são
úteis para a remoção de cargas em filmes e mantas em movimento;

 c) Evitar que as pessoas façam contato com partes carregadas. Esta abordagem é útil para pro-
cessos como a pulverização eletrostática (ver 8.7) ou outros processos que possuam partes alta-
mente carregadas. As pessoas podem ser protegidas do contato com essas partes utilizando um
isolamento adequado, barreiras aterradas etc.;

 d) Utilizar um material de revestimento ou de cobertura de chão que tem uma resistência elétrica ao
terra de menos do que 100 MΩ. Pessoas, veículos, incluindo empilhadeiras ou carros em esta-
cionamento, podem se tornar carregados eletrostaticamente quando se deslocam em um piso de
alta resistência elétrica.

12.4.3 Choques eletrostáticos resultantes de pessoas carregadas eletrostaticamente

As pessoas muitas vezes se tornam eletricamente carregadas, seja diretamente (por meio da remoção
de uma peça de vestuário ou ao caminhar sobre um tapete), ou por indução (devido à proximidade de
objetos altamente carregados). Isso pode levar a choques que, embora não diretamente prejudiciais,
podem ser muito estressantes.

Situações típicas de geração de carga eletrostática são caminhar sobre um piso de alta resistência
elétrica ou se levantar de assentos revestidos com determinados materiais isolantes. Atividades como
empurrar carrinhos com rodas isoladas podem elevar o carregamento eletrostático de pessoas durante
o percurso.

Choques devido ao acúmulo de carga eletrostática durante o percurso, geralmente podem ser evitados
por meio de revestimentos nos pisos, que possuam resistência elétrica ao terra menor que 100 MΩ.

O carregamento eletrostático direto de pessoas pode ser reduzido pela utilização de vestuário dissi-
pativo e aterramento das pessoas, como por exemplo por meio de piso ou calçados dissipativos ou
condutivos (ver 11.2 e 11.3).

No entanto, baixa resistência ao terra (< 100 kΩ) de pessoas, geralmente não convém ser utilizada,
uma vez que isto pode levar a choques elétricos mais graves, como por exemplo, quando uma pessoa
entra em contato com um material condutor altamente carregado ou com a energia da rede elétrica.

12.5 Precauções em casos especiais

12.5.1 Transporte pneumático

A movimentação de material na forma de poeira, partículas ou pequenos objetos de um lugar para


outro, por meio de sopradores ou sugadores através de tubulações, muitas vezes causam grandes
quantidades de carga eletrostática. Os materiais que estiverem sendo transportados e todas as partes

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do sistema de transporte, incluindo a tubulação e os recipientes nas extremidades, podem se tornar


altamente carregados eletrostaticamente.

Além do aterramento as seguintes precauções necessitam ser adotadas:

 a) Objetos condutivos dentro de uma tubulação isolante convém que sejam aterrados, antes de
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serem feitas tentativas para limpá-la. (Uma haste de metal conectada a um fio condutor aterrado
é adequada);

 b) Quando objetos condutivos transportados pneumaticamente forem coletados em recipiente iso-
lante, convém que tenham um contato aterrado na base do recipiente ou convém que as pessoas
sejam impedidas de tocar o conteúdo do recipiente;

 c) Quando poeiras ou materiais particulados transportados pneumaticamente forem coletados em


grandes recipientes isolados (≥ 1 m3), convém que as pessoas sejam impedidas de tocar o con-
teúdo do recipiente (ver também 9.2 e 9.6).

12.5.2 Aspiradores

Aspiradores são semelhantes aos sistemas de transporte pneumático; sendo que o material captado
é carregado eletrostaticamente à medida que passa através da mangueira e é coletado no sistema.

Convém que as seguintes precauções sejam adotadas:

 a) Convém que sistemas fixos sejam aterrados assim como mangueiras e bocais metálicos ou con-
dutivos conectados a estes;

 b) Os sistemas portáteis normalmente não representam um problema, mas convêm que as partes
metálicas externas sejam aterradas, especialmente se estes sistemas forem destinados a serem
utilizados próximos de máquinas em movimento ou em plataformas elevatórias.

12.5.3 Carretéis de filmes ou folhas carregadas

Filme e folha de material podem ficar carregados eletrostaticamente devido a passarem sobre os rolos,
o que ocasiona o armazenamento de grandes quantidades de cargas eletrostáticas nos carretéis.
Os rolos destes materiais são melhores manuseados por meio de máquinas, e as seguintes precau-
ções também necessitam ser adotadas:

 a) Aterrar todas as partes condutivas, especialmente o conformador central (ou rolo) antes deste ser
tocado por uma pessoa;

 b) Utilização de dispositivos eliminadores de eletricidade estática, especialmente a uma distância


adequada após os pontos de alto atrito ou pressão, como rolos de aperto, como por exemplo, em
máquinas de impressão entre a prensa e o primeiro rolo, e antes de entrar na região de impressão;

 c) Utilização de materiais dissipativos para os rolos, conformadores e buchas;

 d) Utilização de tintas, corantes e colas com uma condutividade elétrica de pelo menos 10 000 pS / m;

 e) Aumento da umidade relativa;

 f) Redução da velocidade do filme;

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 g) Redução da pressão ou atrito entre o filme e os rolos;

 h) No caso de gases ou vapores inflamáveis estarem presentes, convém que o campo elétrico
máximo admissível para um vão livre do filme de pelo menos 150 mm de distância dos pontos de
contato aterrados seja de 200 kV/m. Alternativamente, convém que a densidade máxima de carga
de superfície seja inferior a 2 μC/m2.
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12.5.4 Extintores de incêndio

A liberação do material de um extintor de incêndio pode causar grandes quantidades de carrega-


mento eletrostático e o sistema (ou partes deste), que não esteja ligado ao terra pode adquirir uma
alta-tensão. Por esta razão, convém que todas as partes metálicas ou condutivas dos sistemas fixos
sejam aterradas.

Embora seja possível receber choques elétricos de extintores de incêndio portáteis, isso é raro.
As vantagens de utilizar este tipo de equipamento superam o risco de um possível choque.

13 Aterramento e equipotencialização
13.1 Generalidades

O método mais eficaz de evitar riscos devidos à eletricidade estática é conectar todos os materiais
condutores ao terra. Isto evitará o problema mais comum de acontecer, que é o acúmulo de carga
em um material condutor e a liberação de praticamente toda a energia armazenada como uma única
centelha, ao terra ou a outro material condutor.

Em ambientes industriais onde podem existir atmosferas potencialmente inflamáveis, existem muitos
condutores que, se não adequadamente aterrados, podem ficar eletrostaticamente carregados a um
nível perigoso. Alguns destes materiais condutores são partes necessárias da planta ou do equipa-
mento utilizado, e incluem: estruturas da planta, vasos de reação, tubulações, válvulas, tanques de
armazenamento e tambores. Outros materiais condutores podem estar presentes principalmente por
acidentes, ou devido ao descuido; por exemplo, fios condutores reservas, recipientes metálicos que
flutuam sobre líquidos de média ou baixa condutividade, e ferramentas metálicas ou poças de líquidos
condutivos sobre a superfície de materiais isolantes.

NOTA Técnicas de aterramento e equipotencialização também são usadas para sistemas de alimentação
de energia elétrica e de proteção contra descargas atmosféricas, mas os requisitos não são necessariamente
os mesmos. A Seção 13 trata apenas de proteção contra eletricidade estática.

A equipotencialização é utilizada para minimizar a diferença de potencial entre os materiais conduto-


res a um nível insignificante, mesmo quando o sistema resultante não está aterrado. O aterramento,
por outro lado, iguala a diferença de potencial entre os objetos e o terra. Exemplos de equipotenciali-
zação e de ligação ao terra estão ilustrados na Figura 4.

NOTA 1 Um sinônimo frequentemente utilizado para a ligação ao terra é aterramento.

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Equipotencialização
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Aterramento

Aterramento e equipotencialização

Figura 4 – Diferença entre aterramento e equipotencialização

Um material condutor pode ser ligado ao terra por um caminho condutivo direto ao terra ou por equipo-
tencialização a outro objeto condutivo que já esteja ligado a terra. Alguns objetos estão inerentemente
equipotencializados ou inerentemente aterrados por já estarem em contato físico com a terra.

A resistência total entre um objeto aterrado e o solo, é a soma das resistências individuais do cabo de
aterramento, seus conectores, outros materiais condutivos ao longo do caminho do aterramento, e da
resistência do eletrodo de terra (haste de terra) para o solo.

A maior parte da resistência de uma conexão com a terra pode existir entre o eletrodo de terra e
a própria terra. Esta resistência da terra é variável, pois depende da área de contato, da resistividade
do solo, e da umidade presente no solo.

NOTA 2 Dependendo da sua resistividade, objetos dissipativos podem necessitar que sejam ligados ao terra.
Materiais isolantes podem não ser ligados ao terra.

13.2 Critérios para a dissipação de eletricidade estática de um material condutor

13.2.1 Considerações básicas

As resistências dos percursos da eletricidade necessitam ser suficientemente baixas para permitir
a dissipação da carga eletrostática e evitar que o potencial de um condutor alcance um nível perigoso.
Se este potencial é V, o valor máximo permitido de resistência R depende da taxa a qual o condutor
está conduzindo a carga, ou seja, a corrente elétrica I. Devido a este princípio, não convém que
a resistência total ao terra exceda um máximo aceitável dado pela equação:

V= R.I

Descargas capazes de causar uma ignição ocorrem quando as seguintes duas condições forem satisfeitas:

 a) A intensidade de campo devida ao potencial elétrico do material condutor exceder a rigidez die-
létrica do ar; e

 b) A energia liberada na centelha excede a energia mínima de ignição de uma substância inflamá-
vel presente.

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Salvo exceções, a ligação ao terra se destina a evitar a existência de todas as descargas que sejam
capazes de causar uma ignição. De modo a fazer isto, é necessário assegurar que o material condutor
não atinja o potencial requerido para iniciar uma descarga capaz de causar uma ignição. Para opera-
ções industriais típicas, este potencial é de pelo menos 300 V a 1 000 V. Utilizando 100 V como limite
para uma dissipação segura da eletricidade estática, o valor de R, a resistência total ao terra, pode
ser calculada conforme a seguir:
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100
R=
I

onde R está em ohms e I em ampères.

13.2.2 Critério prático

Quando são especificados os requisitos de ligação ao terra de cada situação, convém que cada valor
individual de corrente de carga I, seja levado em consideração. Uma vez conhecido que as correntes
de carga variam de 10 pA a 100 µA, os valores correspondentes de R são 10 TΩ e 1 MΩ. Para o valor
máximo de I, uma resistência para a terra de 1 MΩ assegura uma dissipação segura de eletricidade
estática em todas as situações. No entanto, na maioria das operações industriais, I não excede a 1 µA
e a capacitância C de um objeto condutivo isolado não excede 100 pF (ver exemplos na Tabela A.2).
Neste caso, uma resistência ao terra de 100 MΩ é adequada.

Convém que partes metálicas com um bom contato ao terra tenham uma resistência de pelo menos
10  Ω. Embora um valor de até 1 MΩ seja aceitável para a dissipação de eletricidade estática,
os valores acima de 10 Ω podem dar uma indicação inicial de surgimento de problemas (por exemplo,
corrosão ou uma conexão com mau contato) e convém que sejam verificados. É importante que todas
as conexões sejam confiáveis, permanentes e não sujeitas à deterioração.

Pequenos itens condutivos, por exemplo uma pessoa, são considerados estar eletrostaticamente ater-
rados, se o tempo de dissipação da carga for menor do que 0,1 s.

Convém que seja feita uma clara distinção entre um valor escolhido por conveniência no monitora-
mento de conexões metálicas, e o valor de 1 MΩ, que é o limite superior para a resistência ao terra
de um material condutor em todas as situações. O que é mais importante, contudo, é que todas
as ligações sejam confiáveis, permanentes e não sujeitas a deterioração.

Partes condutivas móveis requerem conexões especiais para o aterramento e convém que tenham
uma resistência ao terra não superior a 1 MΩ.

Não é possível aterrar efetivamente materiais isolantes. Por este motivo, são necessárias outras medi-
das de controle para que estes possam ser utilizados com segurança em áreas onde uma atmosfera
explosiva possa estar presente. Consultar a Seção 6 para mais detalhes.

Em áreas de Zona 2 e Zona 22, onde o risco de geração de cargas eletrostáticas é suficientemente
baixo, a ligação ao terra dos componentes metálicos, para controle exclusivo da eletricidade estática,
pode não ser necessária. Materiais condutivos ou dissipativos podem, então, ser utilizados para evitar
o acúmulo de eletricidade estática. O valor máximo mais adequado para a resistência ao terra de todas
as partes destes equipamentos é 1 MΩ, embora os valores de até 100 MΩ possam ser aceitáveis na
maioria dos casos.

Um resumo das recomendações de resistência de aterramento é encontrado na Tabela 22. Convém


que uma tensão de ensaio de 100 V seja utilizada. Tensões mais baixas podem ser mais adequadas
para baixos valores de resistência.

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Tabela 22 – Resumo da resistência de aterramento máximo para o controle


de eletricidade estática em áreas classificadas (continua)
Subseção Tipo de instalação Máxima Comentários
resistência de
aterramento
a-e
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13.3.1.1 Valor-padrão 1 MΩ Valores até 100 MΩ são aceitáveis em


alguns casos, por exemplo, capacitância
< 100 pF
13.3.1.2 Grandes equipa- 1 MΩ O aterramento é normalmente inerente à
mentos industriais estrutura. Aterramentos especiais podem ser
metálicos fixos (vasos requeridos para itens montados em suportes
de reação, silos para estruturais não condutivos.
armazenamento de
poeira etc.)
13.3.1.3 Tubulações metálicas 1 MΩ O aterramento é normalmente inerente
à estrutura. Aterramentos especiais são
requeridas entre as conexões se
a resistência exceder o critério de 1 MΩ.
13.3.1.4 Partes metálicas 1 MΩ Conexões ao terra são normalmente
móveis (tambores, requeridas durante as etapas de
tanques rodoviários e carregamento e descarregamento.
ferroviários etc.) Uma conexão de 10 Ω entre o ponto de
aterramento e as conexões temporárias com
as partes metálicas móveis é recomendada.
13.3.2 Instalações de 1 MΩ Em casos especiais, um limite de 100 Ω
componentes pode ser aceito, mas em geral, se o critério
metálicos com alguns de 1 MΩ não puder ser satisfeito, uma
elementos isolantes conexão especial ao terra deve ser usada.
(válvulas etc.) Partes condutivas muito pequenas não
precisam de conexão ao terra, ver 6.2.3.
13.3.3 Itens isolantes com Nenhum valor O risco de ignição eletrostática e o perigo de
ou sem componentes aplicável incêndio normalmente impossibilita
metálicos isolados a utilização detes materiais, a menos que
(por exemplo, possa ser demonstrado que não ocorrerá
parafusos em um acúmulo significativo de cargas. Na
tubulações plásticas) ausência do acúmulo de cargas, a ligação ao
terra não é necessária em áreas de Zona 2
e Zona 22.
13.3.4 Itens fabricados com 1 MΩ a 100 MΩ Materiais no limite de fronteira para materiais
materiais dissipativos isolantes podem não precisar de ser conecta-
dos ao terra, na ausência de processos gera-
dores de elevada carga eletrostática.
11.2 Pisos em áreas 1 MΩ a 100 MΩ Resistência da superfície do piso para o terra.
classificadas

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Tabela 22 (conclusão)
Subseção Tipo de instalação Máxima Comentários
resistência de
aterramento
a-e
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11.3 Calçado utilizado 1 MΩ Resistência da barra metálica de mão para


para aterramento a placa de metal localizada embaixo da
de pessoas sola de um dos calçados. Quando a mínima
em área com energia de centelhamento para ignição é
dispositivos ≤ 1 mJ, a máxima resistência ao terra deve
ou manuseio ser menor que 150 kΩ.
de materiais
explosivos
13.3.5 Aterramento do 100 MΩ Esta resistência comporta-se como uma
invólucro que resistência de isolamento em aplicações
contém circuitos de baixa tensão.
de segurança
intrínseca
13.3.6 Embarcações Todas as partes Utilizar um único flange isolante e um
durante as metálicas único caminho de aterramento entre
atividades de equipoten- a embarcação e o mar, e outro caminho
carregamento e cializadas através de uma conexão ao terra pelo terminal.
descarregamento entre si
7.8.1.3 Aeronaves durante 25 Ω De acordo com as normas da aviação.
o reabastecimento
7.8.3 Veículos durante o 100 MΩ Resistência de fuga do pátio do posto de
reabastecimento abastecimento.
10 GΩ Resistência de fuga entre o bocal de car-
regamento e o pátio através de um único
pneu.
1 MΩ Resistência de fuga entre o bocal de
carregamento e terra através de uma
montagem da mangueira condutiva de
abastecimento. No caso de mangueiras
de abastecimento equipotencializadas
eletricamente, o valor-limite permitido é
de 100 Ω.
a Convém que esta Tabela seja lida em conjunto com os parágrafos indicados no texto.
b Convém que o método de ensaio especificado na subseção pertinente seja utilizado.
c Nas Zona 2 e Zona 22, a conexão ao terra é requerida somente quando o acúmulo de cargas é contínuo.
d A fim de fornecer proteção contra descargas atmosféricas ou para atender aos requisitos de aterramento
do fornecimento de energia elétrica, um valor mais baixo de resistência ao terra é normalmente requerido.
e Não convém que os valores indicados na Tabela não sejam aplicados nos casos de proteção a dispositivos
eletrônicos sensíveis à eletricidade estática ou explosivos.

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13.3 Requisitos práticos de aterramento em sistemas

13.3.1 Sistemas totalmente metálicos

13.3.1.1 Generalidades
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O valor-padrão para a resistência de aterramento é de até 1 MΩ, desde que ele possa ser mantido.
Conexões de aterramento especiais normalmente não são requeridas, a menos que, por exemplo,
o equipamento esteja montado sobre suportes isolantes ou contaminações que podem se desenvolver
através da junta metálica que afetam a isolação.

Valores de até 100 MΩ são aceitáveis em certos casos, especialmente quando a capacitância do con-
dutor não exceder a 100 pF (ver 13.2.2 e A.3.2).

Para sistemas totalmente metálicos, convém que uma resistência menor que 10 Ω normalmente seja
alcançada. Contudo, para sistemas utilizando, por exemplo, cabos de aterramento trançados, é acei-
tável uma resistência inferior a 25 Ω.

Se um valor significativamente mais elevado for encontrado, convém que outras pesquisas sejam
realizadas para avaliar a possibilidade de falhas, por exemplo, uma perda de conexão ou corrosão.

13.3.1.2 Estruturas principais

A estrutura principal de uma planta industrial e seus principais equipamentos, como reatores, tritura-
dores, misturadores ou tanques, e também outros componentes como tubulações, são instalações
metálicas permanentes que utilizam normalmente juntas parafusadas ou soldadas. Estas estão nor-
malmente em contato direto com a malha de aterramento da fonte elétrica de potência, sua resis-
tência de aterramento é baixa e existe um risco baixo de deterioração para valores acima de 1 MΩ.
O aterramento adequado pode ser obtido sem a aplicação de conexões de aterramento adicionais,
que somente são recomendadas quando o projeto e a operação da planta tornam difícil a manuten-
ção de uma baixa resistência de aterramento. Quando alguns equipamentos da planta não estiverem
conectados eletricamente à estrutura principal, por exemplo, aqueles fixados por meio de montagens
flexíveis ou vibratórias, ou em células de carga, convém que possuam conectores especiais de ater-
ramento para assegurar um bom contato com o terra, a menos que uma resistência de aterramento
elevada seja aceitável (ver 13.3.2).

13.3.1.3 Tubulações

Uma tubulação pode ser uma instalação temporária e incluir seções de tubos isolantes. Como resul-
tado, conexões adicionais de aterramento podem ser necessárias quando seções de tubulações
condutivas são isoladas do terra por seções de tubulações ou acessórios isolantes. Por esse motivo,
convém que instalação de seções de tubulações ou componentes isolantes seja evitada, pois são
considerados como interrupção de um sistema equipotencializado. Além disto, uma tubulação ou com-
ponente pode causar a propagação de descargas ramificadas propagantes. Contudo, algumas vezes
flanges ou seções de tubulação isolantes podem ser necessários para evitar a corrente de circulação
(loop de terra) pelo aterramento (ver 13.3.6).

A aplicação de cabos ou conexões de aterramento entre as faces dos flanges de uma tubulação metá-
lica normalmente não é necessária e somente convém ser utilizados quando, devido ao projeto,
não existir contato metálico entre as faces dos flanges. Isto pode ocorrer quando juntas isolantes
forem utilizadas e uma pintura na parte externa de uma tubulação ocasione a falta de contato elétrico
confiável entre os parafusos e a tubulação.

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13.3.1.4 Partes metálicas móveis

Existem partes do equipamento, como tambores, funis e carrinhos de transporte, que podem não
ser permanentemente aterrados através da estrutura principal de aterramento da planta. Em muitos
casos, sua resistência de aterramento pode ser muito inferior a 1 MΩ, mas pode não ser confiável.
Para permitir esta consideração convém que sejam utilizadas conexões de aterramento temporárias
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adequadas. O requisito mínimo é que cada parte ou componentes metálicos móveis sejam aterrados
sempre que uma mistura inflamável possa estar presente e simultaneamente haja a probabilidade de
carregamento eletrostático, como por exemplo, durante os processos de carregamento ou descarre-
gamento de um contêiner.

Partes ou componentes portáteis condutivos (por exemplo, carrinhos de transporte com rodas con-
dutivas, caçambas metálicas etc.) são aterrados através de seus contatos com pisos dissipativos
ou condutivos. No entanto, na presença de contaminantes como sujeira, ou pintura na superfície de
contato entre o piso e o objeto, a resistência de aterramento pode aumentar a valores inaceitáveis
resultando na possibilidade de carregamento eletrostático perigoso no objeto. Quando estas situações
são previsíveis, convém que o objeto seja aterrado por um meio alternativo (por exemplo, cabo de
aterramento). É recomendável que a resistência de conexão entre o cabo de aterramento e o objeto
a ser aterrado seja de 10 Ω.

O aterramento e a equipotencialização necessitam ser mantidos continuamente durante o período que


possa ocorrer o carregamento eletrostático e gerar riscos de eletrostática. A ação de fazer ou interrom-
per as conexões de aterramento ou de equipotencialização na presença de um campo eletrostático
pode ocasionar o carregamento eletrostático por indução, sendo, portanto, perigosa (ver A.1.10).

13.3.2 Planta industrial metálica com elementos isolantes

Uma planta industrial constituída de estrutura metálica algumas vezes contém elementos isolantes
com possibilidade de afetar negativamente a continuidade elétrica e o aterramento. São exemplos
os óleos lubrificantes, graxas e uma ampla gama de polímeros como o PTFE e polietileno que pos-
suem muitas aplicações. Normalmente, todas as partes metálicas de uma planta são aterradas dire-
tamente ou por meio de conexões de aterramento adequadas e todos os caminhos do aterramento
possuem baixas resistências, mas podem ocorrer problemas devido aos elementos isolantes. Como
anteriormente mencionado (ver 13.2.2), a resistência de aterramento inferior a 1 MΩ é adequada para
o relaxamento da eletricidade estática, e em muitos casos, podem ser obtidas vantagens disto. Um
exemplo importante é a utilização de óleos e graxas para a lubrificação de eixos rotativos, agitadores
etc. Ensaios demonstram que a resistência através de um filme lubrificante em um rolamento prova-
velmente não excede a 10 kΩ. Isto é suficiente para permitir a dissipação da eletricidade estática sem
a necessidade de dispositivos de aterramento específicos.

NOTA A experiência tem demonstrado que em certos processos de elevados carregamentos eletrostáti-
cos, os rolamentos de esferas têm redução da sua vida operacional devido à eletrocorrosão. A utilização de
graxas condutivas ou dissipativas, por exemplo, as graxas grafitadas, podem reduzir este problema.

Quando os polímeros são os elementos isolantes é quase inevitável que a resistência exceda a 1 MΩ e
a única solução é conectar o material condutor isolado aos componentes metálicos aterrados adjacentes.

Exemplos desta situação são:

 a) Válvulas-esferas com gaxeta e anel de vedação em PTFE,

 b) Anéis de espaçamento de tubulações isolados por gaxetas revestidas com PTFE,

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 c) Seções de tubulações metálicas isoladas entre conexões plásticas, e

 d) Bocais de metal nas extremidades de tubulações de plástico.


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Tubulação de transporte de líquido/poeira

Fluxo do líquido/poeira

Malha de metal

Figura 5 – Perigo do objeto condutor aterrado em contato com um fluxo isolante

Colocar um objeto condutor aterrado em contato com um fluxo não condutor, como ilustrado na
Figura 5, pode causar carregamento eletrostático. Portanto, um objeto condutor aterrado não deve ser
colocado em contato com um fluxo não condutor com o objetivo de relaxamento eletrostático.

13.3.3 Materiais isolantes

Materiais como vidro e polímeros isolantes estão sendo cada vez mais utilizados como materiais pre-
dominantes dos equipamentos. Com esses materiais, não é possível atender aos critérios adequados
de resistência de aterramento de modo a evitar riscos de eletrostática (ver 13.2). Como estes mate-
riais podem não ser efetivamente aterrados eles podem reter quaisquer carregamentos eletrostáticos
adquiridos por longos períodos.

Descargas de materiais isolantes são de energia comparativamente baixa, mas podem ser suficientes
para causar a ignição de misturas inflamáveis de baixa energia mínima de ignição (MIE). Há também
a possibilidade de centelhamento com altos níveis de energia liberados a partir de materiais condutivos
isolados. Por exemplos:

a) componentes metálicos, como parafusos de conexão e dos flanges de fixação (backing flanges)
em uma tubulação plástica;

b) malha de metal recobrindo alguns tipos de revestimento de paredes isolantes; e

c) poças ou camadas de líquido condutor (por exemplo, água) na superfície do material.

Devido à sua baixa condutividade e ao risco de incêndio, convém que a utilização de materiais iso-
lantes em ambientes com misturas inflamáveis ou líquidos inflamáveis seja evitada, sempre que pos-
sível. Existem, no entanto, situações em que estes materiais são essenciais, mesmo em áreas onde
as misturas inflamáveis podem não ser totalmente excluídas (por exemplo, para o manuseio de líqui-
dos altamente corrosivos).

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13.3.4 Materiais condutivos e dissipativos

Materiais tecnológicos estão se tornando cada vez mais disponíveis, combinando as propriedades
desejáveis dos polímeros, como a resistência à corrosão, com uma resistividade volumétrica sufi-
cientemente baixa para evitar a retenção de níveis perigosos de carregamento eletrostático, desde
que estejam devidamente aterrados. A resistência ao terra calculada de acordo com 13.2.1 é nor-
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malmente na faixa de 10 kΩ a 100 MΩ. Para utilização geral é adequado um valor máximo de 1 MΩ,
mas se essa faixa de valores não puder ser atendida, é aceitável o valor calculado. Valores acima de
100 MΩ são aceitáveis somente em circunstâncias especiais, por exemplo, na ausência de mecanis-
mos de elevada geração de carregamento eletrostático e após a realização de uma avaliação do risco.
É aconselhável implementar sistemas de monitoramento para demonstrar a conformidade.

13.3.5 Aterramento de circuitos intrinsicamente seguros

Plantas e equipamentos intrinsicamente seguros são normalmente projetados sem aterramento


devido aos requisitos do processo da planta. No entanto, os invólucros condutivos ou dissipativos
destes equipamentos instalados em áreas classificadas têm que ser aterrados contra o carregamento
eletrostático. Nestes casos, é requerida uma resistência inferior a 100 MΩ para aterrar adequadamente
o invólucro e manter as correntes dentro de um nível seguro, mesmo em equipamentos elétricos cujos
circuitos possam não estar diretamente aterrados.

13.3.6 Aterramento de navios

Ao carregar ou descarregar líquidos inflamáveis de navios, podem ser geradas simultaneamente car-
gas eletrostáticas e atmosferas explosivas. Por esta razão, convém que sejam adotadas medidas
para assegurar que todas as partes metálicas da linha de descarga estejam equipotencializadas. Por
outro lado, o sistema de protecão catódica contra corrosão de navios e o equipamento elétrico de car-
regamento do terminal aquaviário, por exemplo, locomotivas elétricas, produzem correntes parasitas
que criam um forte centelhamento ao conectar as tubulações metálicas de descarregamento do navio
e do terminal. Por esta razão, o ISGOTT recomenda a aplicação de um flange isolante (resistência
de isolamento ≥ 1 kΩ) ou uma mangueira única eletricamente descontínua para ser utilizada entre
o navio e o equipamento de descarregamento do terminal, ambos com suas partes condutivas aterra-
das independentemente. Este método suprime os centelhamentos gerados pelas correntes parasitas
ao conectar as linhas em atmosferas explosivas, e todas as partes da linha são mantidas no mesmo
potencial elétrico. No entanto, convém que sejam adotados mecanismos para assegurar que não haja
um material condutor que esteja isolado entre o navio e o terminal, por exemplo, a utilização de dois
flanges isolantes em uma mesma linha. Por esta razão, é aceitável o valor máximo de 100 MΩ para
a resistência de isolamento do flange ou da mangueira.

13.4 Estabelecimento e monitoração de sistemas de aterramento

13.4.1 Projeto

Convém que, na etapa de projeto, a planta industrial seja avaliada para identificar possíveis perigos
eletrostáticos e convém que os requisitos de aterramento sejam determinados utilizando as orien-
tações indicadas em  13.3. Quando não existir outra forma de aterramento, convém que este seja
obtido pela instalação de hastes ou chapas metálicas aterradas. Entretanto, dispositivos específicos
de aterramento, como cabos de equipotencialização, cintas ou escovas metálicas, convém que sejam
utilizados na quantidade essencial mínima. Características importantes para o projeto de dispositivos
de aterramento são:

 a) Convém que eles sejam reconhecidos para esta finalidade e considerados como essenciais para
a operação segura da planta;

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 b) Convém que eles sejam visualizados facilmente ou sejam essenciais para o correto funcionamento
da planta industrial, de modo que quaisquer falhas sejam rapidamente detectadas;

 c) Convém que eles sejam robustos e instalados de tal forma que não sejam afetados por contami-
nação, ocasionando uma alta resistividade, por exemplo, por resultado de corrosão ou pintura;
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 d) Convém que eles sejam fáceis de instalar e substituir;

 e) Convém que os cabos para aterramento de itens móveis sejam equipados com uma garra de fixa-
ção, forte o suficiente para ser capaz de penetrar através das camadas de tinta ou ferrugem. Convém
que a garra seja fixada antes do início das operações, e permaneça fixada no local até que a opera-
ção seja concluída, e todos os perigos de carregamentos eletrostáticos tenham sido eliminados.

 f) Se o aterramento não tiver sido provido em um ambiente com atmosfera explosiva, é recomen-
dado que a parte que esteja isolada do terra seja lentamente aproximada com um dispositivo de
efeito corona, ou um grampo de aterramento especial com um resistor embutido, para descarre-
gar o objeto com segurança.

Quando o sistema de equipotencialização ou do aterramento for todo metálico, a resistência das


conexões de aterramento é tipicamente menor que 10 Ω. Estes sistemas incluem aqueles que pos-
suem múltiplos componentes. Uma resistência maior geralmente indica que o caminho metálico não
é contínuo, geralmente devido a conexões frouxas ou corrosão. Um sistema de aterramento, que seja
aceitável para circuitos de energia elétrica, ou de proteção contra descargas atmosféricas, é mais do
que adequado para um sistema de aterramento para eletricidade estática.

NOTA A NFPA 77 contém diagramas esquemáticos de vários dispositivos de aterramento, conexões e equipamentos.

Quando são utilizados fios condutores, o diâmetro mínimo do fio de equipotencialização ou aterramento
é definido pela resistência mecânica e não pela sua capacidade de carga elétrica. Convém que fios
trançados ou cordoalhas sejam utilizados em cabos de equipotencialização que forem conectados e
desconectados com frequência. Ver Anexo A para informações adicionais

Os condutores de aterramento podem ser isolados (por exemplo, com encapsulamento ou cabos com
revestimento plástico) ou não isolados (isto é cabo nu). Os condutores não isolados têm a vantagem
de detectar mais facilmente os defeitos. No entanto, os condutores revestidos podem ser mais resis-
tentes contra danos físicos e corrosão.

Convém que equipotencializações permanentes ou conexões de aterramento sejam executadas de


modo a manter uma baixa resistência durante sua vida útil, por exemplo, por brasagem ou soldagem.
Conexões temporárias podem ser realizadas utilizando parafusos, grampos de pressão ou outros
grampos específicos. Convém que os grampos do tipo pressão tenham força suficiente para penetrar
em qualquer revestimento protetor, ferrugem ou material sobre a superfície, para assegurar o contato
com a base de metal, e possuir uma resistividade máxima entre as faces de 10 Ω.

13.4.2 Monitoramento

Convém que a verificação do aterramento como uma medida de proteção contra a eletricidade estática,
seja identificada e distinta, daquela de outros motivos técnicos, como a manutenção de sistemas de
aterramento associados ao fornecimento de energia elétrica de potência, e sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas. Convém que as verificações sejam realizadas antes que a planta
industrial seja colocada em operação, em cada parada de manutenção programada, e após qualquer
outra manutenção ou modificação.

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A base do monitoramento é a medição das resistências entre diferentes pontos da planta industrial e
o ponto de aterramento, mas é importante que este monitoramento seja complementado pela inspeção
visual. Isso ajudará a detectar qualquer início de mau funcionamento dos dispositivos de aterramento,
e a minimizar o risco de modificações que possam permitir uma desconexão de um condutor.

Convém que o sistema de monitoramento seja capaz, não apenas de monitorar as resistências, mas
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também de alertar para quaisquer alterações nestas.

14 Requisitos especiais para equipamentos Ex de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0


14.1 Generalidades

Neste documento, os limites são apresentados para ensaio eletrostático de produtos, que diferem dos
limites da ABNT NBR IEC 60079-0:2013. Os limites especificados neste documento são em alguns
casos mais conservadores, uma vez que são aplicados a uma ampla gama de produtos industriais,
onde a situação física pode ser bem diferente daquela na qual, o equipamento elétrico de acordo com
a ABNT NBR IEC 60079-0:2013, é utilizado. Os limites mais conservadores têm como base modelos
teóricos gerados por dados empíricos.

A fim de ter todos os requisitos eletrostáticos pertinentes acessíveis em um único lugar, os requisitos
da ABNT NBR IEC 60079-0:2013 estão inclusos para informações nesta Seção, com o acréscimo de
material explicativo e referências cruzadas com o outro texto neste documento.

Os métodos de ensaio da IEC  60079-32-2:2015 são equivalentes aos especificados na


ABNT NBR IEC 60079-0:2013, mas em alguns casos, as condições climáticas são diferentes. O equi-
pamento coberto pelo escopo da ABNT NBR IEC 60079-0 pode ser ensaiado nas condições climáticas
especificadas na ABNT NBR IEC 60079-0.

NOTA A utilização destes limites nos dispositivos de produtos e materiais, considerando os valores espe-
cificados na ABNT NBR IEC 60079-0:2013, não possui histórico de ignição acidental.

14.2 Cargas eletrostáticas na parte externa de materiais não metálicos

14.2.1 Aplicabilidade

Os requisitos desta subseção são aplicáveis apenas à parte externa de materiais não metálicos de
equipamentos elétricos, incluindo peças não metálicas que são utilizadas na superfície externa de
um invólucro.

NOTA 1 As pinturas, filmes, folhas e placas não metálicas são tipicamente fixadas às superfícies externas
de invólucros, para fornecer proteção ambiental adicional. Sua capacidade de armazenar uma carga eletros-
tática é abordada por esta subseção.

NOTA 2 É geralmente reconhecido que o vidro não é suscetível de armazenamento de carga eletrostática.

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14.2.2 Ações para evitar o acúmulo de carga eletrostática em equipamentos dos Grupos I e II

Convém que o equipamento elétrico seja projetado de modo que, em condições normais de uso, manu-
tenção e limpeza, o perigo de ignição proveniente de cargas eletrostáticas seja evitado. Convém que
este requisito atenda um ou mais dos seguintes itens:
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 a) Por meio de uma seleção adequada do material, de modo que a resistência da superfície, atenda
pelo menos um dos critérios indicados a seguir (ver 6.2.1), quando medido de acordo com
a IEC 60079-32-2:

—— ≤ 100 GΩ medido a (30 ± 5) % de umidade relativa

—— ≤ 1 GΩ medido a (50 ± 5) % de umidade relativa

NOTA 1 Para mais informações, ver 6.1.

 b) Pela limitação da área superficial de peças não metálicas dos invólucros, determinada de acordo
com 6.3.2, para os valores da Tabela 23.

Os valores da área superficial podem ser aumentados por um fator quatro, se a área exposta de
material não metálico, for envolvida, e estiver em contato com estruturas condutivas aterradas
(ver 6.3.3).

Como alternativa, para peças longas com superfícies não metálicas, como tubos, barras ou cor-
dões, a área superficial não precisa ser considerada, mas os diâmetros ou larguras não devem
exceder os valores apresentados na Tabela 23.

NOTA 2 Os cabos elétricos para conexão de circuitos externos não estão no escopo da Seção 14.
Informações sobre cabos externos podem ser encontradas na ABNT NBR IEC 60079-14.

NOTA 3 Os requisitos de tubos e mangueiras para líquidos não estão no escopo da Seção 14.
Os requisitos de tubos e mangueiras para líquidos estão apresentados em 7.7, e para sólidos em 9.3.3.

 c) Por fornecimento de uma camada isolante ligada a uma superfície condutora. Esta camada deve
atender ao menos um dos seguintes critérios:

 1) não se espera que a camada esteja sujeita a processos de carregamentos elevados mais
fortes que a fricção manual (ver 3.13) e tenha uma espessura ≤ 2 mm para os Grupos I, IIA,
IIB ou ≤ 0,2 mm para o Grupo IIC (ver Tabela 23 e 6.3.4.2).

 2) que a tensão de ruptura medida através da espessura do material isolante seja ≤ 4 kV
(ver 6.3.4.3) quando medida de acordo com o descrito na IEC 60079-32-2.

NOTA 4 De acordo com a IEC 60243-2, materiais isolantes estressados por corrente contínua têm
sua tensão de ruptura ensaiada com corrente contínua, e o método descrito na IEC 60243-1 com
os requisitos adicionais da IEC 60243-2. Este método e os requisitos adicionais também são apresenta-
dos na IEC 60079-32-2.

 d) Por fornecimento de um revestimento condutivo (ver 6.3.5). As superfícies não metálicas podem
ser cobertas com um revestimento condutivo durável. Não convém que a resistência entre
o revestimento e o ponto de ligação (no caso de equipamentos fixos), ou o ponto mais distante
do possível contato com o invólucro (no caso de equipamentos portáteis), exceda 1 GΩ. Convém

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que a resistência seja medida de acordo com a IEC 60079-32-2, mas usando o eletrodo de
100 mm2 na pior posição da superfície e o ponto de ligação, ou o ponto mais distante do possí-
vel contato.

NOTA 5 As condições ambientais que atuam sobre o material de revestimento podem incluir conta-
minações de partículas pequenas em uma corrente de ar, vapores de solvente e semelhantes.
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 e) Ao utilizar qualquer outra medida de segurança nesta Especificação Técnica para evitar o perigo
de ignição devido a cargas eletrostáticas.

 f) Ensaiando-se a carga máxima transferida medida de acordo com a IEC 60079-32-2 nas condi-
ções mais desfavoráveis está dentro dos limites estabelecidos na Tabela 23.

 g) Em casos específicos, a ABNT NBR IEC 60079-0 permite a utilização de equipamento fixado que


não atende aos requisitos de a) até f) e quando tiver risco de descargas eletrostáticas, marcando-os
com a letra X. Nesse caso, convém que o manual de instruções forneça orientações ao usuário
para minimizar o risco de descargas eletrostáticas em procedimentos operacionais. Quando
praticável, convém que o equipamento também seja marcado com o aviso de carga eletrostática
apresentado na ABNT  NBR  IEC  60079-0. No entanto, não convém que esta alternativa seja
utilizada se for esperado o risco de carregamento eletrostático durante o uso (por exemplo, para
equipamentos portáteis ou para instalações fixas com carregamento eletrostático constante).

NOTA 6 A inclusão da letra X é utilizada, por exemplo, para equipamentos com invólucros isolantes
que são tocados pelo operador somente durante a limpeza, manutenção, reparo ou recuperação.

Tabela 23 – Restrições alternativas em materiais sólidos isolantes e peças condutivas ou


dissipativas isoladas em áreas classificadas para equipamentos
dentro do escopo da ABNT NBR IEC 60079-0 (continua)
Grupo I Grupo II Grupo III
EPL Sub EPL EPL EPL EPL EPL EPL
Ma, Mb grupo Ga Gb Gc Da Db Dc
A ≤ 5 000 mm2 ≤ 10 000 mm2 ≤ 10 000 mm2
A) Área
≤ 10 000 mm2 B ≤ 2 500 mm2 ≤ 10 000 mm2 ≤ 10 000 mm2 Sem limites
superficial
C ≤ 400 mm2 ≤ 2 000 mm2 ≤ 2 000 mm2

A ≤ 3 mm ≤ 30 mm ≤ 30 mm
B) Largura da
≤ 30 mm B ≤ 3 mm ≤ 30 mm ≤ 30 mm Sem limites
barra, haste
C ≤ 1 mm ≤ 20 mm ≤ 20 mm

C) Espessura A ≤ 2 mm
do reves- B ≤ 2 mm
timento
≤ 2 mm Sem limites
para evitar
descargas C ≤ 0,2 mm
ramificadas

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Tabela 23 (conclusão)
Grupo I Grupo II Grupo III
EPL EPL EPL EPL EPL EPL EPL
Sub grupo
Ma, Mb Ga Gb Gc Da Db Dc
Espessura do
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revestimento
isolante ≥ 8 mm
Não
para evitar Não permitido Não permitido se a área
permitido
qualquer > 500 mm2
descarga
acendível

A ≤ 60 nC
Sem limites para
D) Carga
≤ 60 nC B ≤ 25 nC isolantes sólidos
transferida
≤ 200 nC a
C ≤ 10 nC

E) Capa- A ≤ 3 pF ≤ 10 pF ≤ 10 pF
citância de B ≤ 3 pF ≤ 10 pF ≤ 10 pF
peças metá- ≤ 10 pF ≤ 10 pF b
licas não C ≤ 3 pFm
aterradas
a Um valor válido apenas para descargas centelhantes de peças condutivas ou dissipativas não aterradas.
b Para equipamentos destinados a serem utilizados em dutos ou tubulações sujeitos à presença de poeira de movimento
rápido, um valor-limite menor da capacitância é levado em consideração.
NOTA 1 O critério de largura em B) aplica-se a tubos finos, revestimento de cabos e outros materiais isolantes com
pequenas larguras ou diâmetros.
NOTA 2 Os limites em A) e B) não são valores absolutos que evitam descargas acendíveis, apenas as reduzem-nas
a um nível baixo geralmente aceitável.
NOTA 3 Os limites em C) não aplicáveis a revestimentos isolantes e camadas em materiais condutivos ou dissipativos.
NOTA 4 Os limites em D) asseguram que não ocorram descargas capazes de causar uma ignição.
NOTA 5 Todos os valores em D) contêm uma certa margem de segurança. Trabalho recente indica que o valor utilizado
até agora para IIB contém uma margem de segurança menor do que todos os outros valores. Para igualar todas as mar-
gens de segurança, os valores para IIB foram reduzidos de 30 nC para 25 nC. Isso não significa que o valor anterior não
era seguro ou que fosse necessário ensaiar novamente.
NOTA 6 Os subgrupos são baseados no máximo interstício de segurança experimental (MESG) ou na taxa mínima de
corrente de ignição (MIC) da atmosfera explosiva em que o equipamento pode ser instalado (ver ABNT NBR IEC 60079-20-1).
Mais detalhes podem ser encontrados em C.6 e D.3.
NOTA 7 Os valores em EPL Gc não excluem a possibilidade de processos de alto carregamento eletrostático. A fricção
manual geralmente não é considerada um processo de alto carregamento eletrostático (ver 3.13).
NOTA 8 É geralmente aceito que um elemento de fixação de metal não aterrado, tal como um parafuso da tampa, apre-
sentará uma capacitância não superior a 3 pF.

14.2.3 Evitar o acúmulo de carga eletrostática em equipamento do Grupo III

Não é possível criar descargas eletrostáticas a partir de superfícies isolantes que sejam acendíveis
por nuvens de poeira ou camadas de poeira, apenas por fricção manual. No entanto, se processos
de carregamento eletrostático elevado (ver 3.13) não forem excluídos, os equipamentos metálicos

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pintados/revestidos e os equipamentos de material plástico necessitam ser projetados de modo que, sob
condições normais de utilização, a ignição causada pela descarga ramificada propagante seja evitada.

Invólucros de material plástico podem não ser carregados a uma densidade de carga eletrostática tão
crítica que a descarga ramificada propagante possa ser gerada. No entanto, convém que superfícies
condutivas planas não estendidas sejam instaladas, dentro do invólucro a uma distância de 8 mm para
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a superfície externa.

NOTA 1 Uma placa de circuito impresso interna pode ser considerada uma superfície condutiva plana esten-
dida, porém isso não precisa ser aplicado em pequenos equipamentos portáteis, a menos que o equipa-
mento seja suscetível de ser submetido a um mecanismo gerador de elevada carga eletrostática (como pode
ocorrer na transferência pneumática de poeiras ou pulverização de carga em um processo de revestimento
em poeira). O carregamento eletrostático por manuseio normal de equipamentos portáteis não é considerado
como um mecanismo que possa gerar carga eletrostática elevada e, portanto, não levaria a uma situação em
que uma descarga ramificada propagante pudesse ocorrer.

NOTA 2 Uma única superfície condutiva plana que não exceda 500 mm2 não é considerada uma superfície
plana estendida. Isso permite a utilização dos distanciadores ou suportes para a montagem de placas planas
condutivas dentro de um invólucro.

A utilização de isolamento externo de pelo menos 8 mm de espessura em peças metálicas, como


sondas de medição ou componentes similares, pode evitar descargas ramificadas propagantes.
Ao avaliar a espessura mínima do isolamento a ser utilizado ou especificado, é necessário permitir qual-
quer desgaste sob condição normal de utilização.

Se plástico com área superficial superior a 500 mm2 for utilizado como revestimento sobre um
material condutivo, e não forem excluídos os processos de carregamento eletrostático mais elevados
(ver 3.13) do que a fricção manual, convém que o plástico tenha uma ou mais das seguintes carac-
terísticas (ver 6.3.4.3):

 a) material adequadamente selecionado, de modo que a resistência superficial esteja em conformi-
dade com os limites indicados em 14.2.2;

 b) uma tensão de ruptura ≤ 4 kV, medida através da espessura do material isolante de acordo com
o método descrito na IEC 60079-32-2;

 c) uma espessura ≥ 8 mm da isolação externa das partes metálicas.

14.3 Cargas eletrostáticas nas partes condutivas externas

Convém que todas as partes externas condutivas do equipamento (metal, plástico condutivo etc.)
sejam aterradas com uma resistência ao terra máxima de 1 MΩ. Para itens com uma capacitância
inferior a 100 pF, é aceitável uma resistência ao terra máxima de 100 MΩ (ver Tabela 22).

Partes metálicas acessíveis (por exemplo, etiquetas de alumínio em invólucros de plástico) com uma
resistência ao terra maior que 100 MΩ podem ser suscetíveis a cargas eletrostáticas que podem se tor-
nar uma fonte de ignição e convém que sejam ensaiadas de acordo com o método de ensaio de capa-
citância descrito na IEC 60079-32-2. Os valores máximos permitidos são apresentados na Tabela 23.

Os requisitos de 14.3 não são aplicáveis se os requisitos da capacitância para partes metálicas não
aterradas na Tabela 23, Seção e) forem atendidos.

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Anexo A
(informativo)

Fundamentos da eletricidade estática


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A.1 Carregamento eletrostático

A.1.1 Introdução

A fonte primária das cargas eletrostáticas é o carregamento por contato (eletrificação). Se duas subs-
tâncias previamente não carregadas entrem em contato, geralmente ocorre uma transferência de car-
gas eletrostáticas na área de seus limites em comum. No momento da separação destas superfícies,
cada superfície se carrega de uma carga igual, mas de polaridade oposta. Objetos condutivos podem
se tornar carregados por indução, se estes estiverem no interior de um campo elétrico produzido por
outros objetos carregados, ou devido a condutores com um alto potencial elétrico existente ao seu
redor. Todos os objetos podem também se tornar carregados eletrostaticamente se partículas carre-
gadas ou moléculas ionizadas se acumularem sobre estes objetos.

A.1.2 Carregamento eletrostático por contato

O carregamento eletrostático por contato pode ocorrer nas interfaces de materiais sólido/sólido,
líquido/líquido ou sólido/líquido. Os gases podem não ser carregados desta forma, mas se um gás
contiver partículas sólidas ou gotículas de líquidos em suspensão, estas podem ser carregadas eletros-
taticamente por contato, de forma que o gás pode acumular cargas eletrostáticas. A água congelada
no ar ou os gases liquefeitos (como o dióxido de carbono) gerados por processos de expansão adiabá-
tica devido a liberação de gases altamente pressurizados apresentam o carregamento por contato.

No caso de materiais sólidos diferentes inicialmente não carregados e normalmente no potencial do


terra, uma pequena quantidade de carga eletrostática é transferida de um material para o outro, quando
estes entram em contato. Os dois materiais são, desta forma, carregados eletrostaticamente com
cargas opostas e consequentemente existe um campo elétrico entre eles. Se os materiais são então
separados, uma força tem que ser aplicada para superar a força de atração entre as cargas opostas
e a diferença de potencial entre eles, a qual aumenta linearmente com a distância. Esta diferença de
potencial mais elevada tende a carregar novamente qualquer ponto de contato residual. No caso de
os dois materiais serem condutivos, a recombinação de cargas é completa e nenhuma quantidade
significativa de carga eletrostática permanece em qualquer dos dois materiais após a separação.

Se um ou ambos dos materiais for não condutivo, a recombinação pode não ocorrer completamente e
os materiais separados reter parte de sua carga eletrostática. Em função da distância entre as cargas
quando o contato for extremamente pequeno, o potencial gerado na separação pode facilmente alcan-
çar muitos quilovolts, independentemente da pequena quantidade de cargas eletrostáticas envolvidas.
Nos casos práticos de superfícies rugosas, o carregamento é aumentado se o contato e a separação
envolver o atrito, uma vez que a área real do contato é aumentada.

A.1.3 Carregamento eletrostático por contato em líquidos

O carregamento eletrostático por contato em líquidos é essencialmente o mesmo processo que ocorre
em sólidos, mas pode depender da presença de íons ou de partículas microscópicas carregadas.

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Íons (ou partículas) de uma polaridade podem ser adsorvidas na interface e estas então atraem íons
de polaridade oposta, as quais formam uma camada difusa de carga no líquido, próxima da interface.
Exemplos típicos são o fluxo de um líquido em uma parede sólida (por exemplo, uma tubulação, uma
bomba ou um filtro), a agitação ou atomização do líquido. Se o líquido contém uma segunda fase imiscí-
vel na forma de sólidos finos em suspensão, líquidos finamente dispersos ou bolhas de ar, o carrega-
mento eletrostático é elevado de forma significativa, em função do aumento da área real de interface.
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Como no caso dos sólidos, uma alta-tensão é gerada pela força necessária para provocar a separa-
ção, desde que o líquido seja suficientemente isolante para impedir a recombinação. Estes processos
podem ocorrer tanto nas interfaces sólido/líquido quanto líquido/líquido.

Um nível perigoso de carregamento eletrostático é encontrado principalmente com líquidos de baixa


condutividade elétrica. Devido ao rápido processo de separação de carga, no entanto, a pulverização
de líquidos pode criar uma névoa ou pulverização altamente carregada, independentemente da con-
dutividade do líquido.

Embora os líquidos de alta condutividade normalmente carreguem muito pouco, existem líquidos con-
dutivos altamente carregáveis, especialmente alguns acetatos orgânicos, éteres e cetonas mais altas,
que podem necessitar de medidas adicionais de segurança. Estes líquidos incluem acetato etílico e
acetato isopropilico, mas não acetona.

Os biocombustíveis são tratados em C.8.

A.1.4 Geração de cargas eletrostáticas em líquidos fluindo em tubulações

A.1.4.1 Tubulações de diâmetro fixo

Quando um líquido flui por de uma tubulação, ocorre a separação de carga resultando no carrega-
mento eletrostático do líquido e um carregamento igual e oposto da parede (as cargas da parede são
imediatamente dissipadas se a tubulação for condutiva e estiver aterrada). O fluxo turbulento gera
mais carga eletrostática que o fluxo laminar. Como o tipo de fluxo em instalações industriais é geralmente
turbulento, apenas os casos mais severos são considerados neste documento. Para fluxo turbulento,
o carregamento eletrostático (geração de corrente elétrica) em uma tubulação longa é aproximada-
mente proporcional ao quadrado da velocidade.

NOTA O carregamento eletrostático para fluxo laminar (geração de corrente elétrica) é diretamente pro-
porcional à velocidade do fluxo.

Se um líquido flui em uma tubulação, não eletrostaticamente carregada, a densidade de carga e


a transmissão da corrente transportada pelo líquido aumenta à medida que se desloca ao longo de
uma tubulação, e caso seja suficientemente longa, o carregamento se aproximará gradualmente de
um valor estacionário. Para a maioria dos líquidos de baixa condutividade, em particular líquidos
saturados de hidrocarbonetos, o valor estacionário da densidade de carga ρ∞ não depende de
forma significativa da condutividade ou permissividade do líquido e é aproximadamente proporcional
à velocidade do fluxo, v, dividido pelo diâmetro, d:

ρ∞ ≈ K v/d

onde K é a constante com dimensão C s m–3.

NOTA Outras expressões foram previamente sugeridas e ρ∞ ≈ K v (Lei de Schön) é historicamente


utilizada com mais frequência do que a expressão proposta anteriormente e leva à expressão de limitações de
fluxo como limites vd. No entanto, ρ∞ ≈ K v/d parece combinar melhor com as medidas relatadas (Walmsley e

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Mills 1992, Britton e Smith 2012), está mais próximo das expressões teóricas para o carregamento de
tubulações (Koszman e Gavis 1962, Walmsley 1982) e a escolha adequada da constante, K, pode ser
realizada para dar as mesmas correntes para condições bem conhecidas. O maior valor da constante de
Schön foi originado a partir de medições em tubulações de diâmetro relativamente pequenas (≤ 50 mm) e
considera as correntes mais altas medidas em tubulações maiores (por exemplo, 100 mm). Quando esses
dados são combinados com a expressão anterior, a dependência do diâmetro inverso resulta em menor
carregamento em tubulações grandes e se aplicam melhor aos dados obtidos de tubulações grandes.
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Vários valores foram propostos para K. Um valor de 1,0 µC s m–3 parece ser um valor razoável para
a maioria dos hidrocarbonetos, embora valores maiores possam ser necessários para outros tipos de
líquidos, menos documentados, ou onde aditivos antiestáticos estejam presentes. Um valor de 1,6 µC s m–3
abrange todos os níveis de carregamento reportados normalmente em tubulações.

A faixa útil de velocidade e diâmetro do tubo (v = 1 m/s a 10 m/s, d = 0,025 m a 0,2 m) possibilita uma
carga de densidade entre 5 μC/m3 e 400 μC/m3.

Para fins práticos, o tubo pode ser considerado de comprimento infinito, se

L ≥ 3 vτ com τ = εr εo/ γ

onde

L é o comprimento do tubo, expresso em metros (m);

τ é o tempo de relaxamento do líquido, expresso em segundos (s);

εr é a permissividade relativa do líquido (εr ~ 2 para hidrocarboneto);

εo é a permissividade do espaço livre (8,85 × 10–12 F/m);

γ é a condutividade elétrica do líquido (S/m)

Há evidências de que a densidade de carga gerada pelo fluxo da tubulação é proporcional à conduti-
vidade sob um limite de condutividade dependendo do combustível. Portanto, as maiores densidades
de carga não são encontradas nas condutividades mais baixas. O limiar de condutividade para este
comportamento varia inversamente com a viscosidade. Por exemplo, Hearn (2002) e Walmsley (2011)
relataram o carregamento eletrostático da gasolina proporcional à condutividade, em condutividades
de até 50 pS/m e ~200 pS/m respectivamente, enquanto os dados de Walmsley e Mills (1992) para
o diesel, que tem aproximadamente dez vezes a viscosidade da gasolina, apresenta densidades de
carga proporcionais à condutividade até cerca de 7 pS/m, e os óleos lubrificantes (luboils), que têm
viscosidades ainda mais altas, podem resultar em elevado carregamento eletrostático mesmo em
condutividades muito baixas (ver 7.4). Para combustíveis e solventes com viscosidades não supe-
riores às do diesel automotivo, portanto, é possível supor que o carregamento eletrostático começará
a diminuir com uma condutividade de 3 pS/m como valor de pior caso.

NOTA Isto permite uma margem abaixo dos dados do diesel citados anteriormente; para líquidos de
baixa viscosidade, como gasolina, essa margem pode ser grande.

Líquidos de alta viscosidade, como os lubrificantes, são casos especiais e considerados separada-
mente em 7.4. Para esses líquidos, espera-se que a queda do carregamento eletrostático ocorra em
condutividade muito baixa. Consequentemente, não convém considerar a redução na corrente abaixo
de 3 pS/m como aplicável a qualquer líquido mais viscoso que o diesel automotivo.

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Embora a utilização de tubos isolantes não seja geralmente recomendada, eles são utilizados para
algumas finalidades específicas. Poucos dados publicados estão disponíveis para carregamento ele-
trostático por fluxo de líquido em tubos isolantes ou mangueiras. No entanto, para líquidos de baixa
condutividade, < 25 εr pS/m, fluindo através de tubos isolantes, as correntes de fluxo são similares
àquelas produzidas em tubos condutivos e a densidade de carga de um tubo infinitamente longo pode
ser estimada a partir da mesma expressão para tubos condutivos.
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Quando líquidos contendo uma segunda fase imiscível, como líquidos dispersos ou sólidos suspen-
sos, são bombeados através de tubos, a taxa de geração de carga é muito maior do que com uma
única fase. Devido ao grande número de influência de fatores, no entanto, esse nível de geração de
carga é imprevisível.

A.1.4.2 Tubulação com seções múltiplas de diferentes diâmetros

Se o tubo principal de um tanque variar de diâmetro ao longo de seu comprimento, de modo que
haja N segmentos de diâmetros diferentes, assumindo o comportamento de relaxamento exponencial
(Lei de Ohm), a contribuição do segmento j para a densidade de carga de entrada do tanque será:

ρj = K(vj /dj n) [1 – exp(–Lj / vjτ)] exp(–tresj / τ)

onde vj, dj e Lj são a velocidade de fluxo, diâmetro e comprimento para o segmento j, tresj é o tempo
de residência entre a extremidade a jusante do segmento j e o tanque e τ é o tempo de relaxamento
do líquido. A potência n permite a análise recomendada (n = 1, densidade de carga proporcional a v/d)
ou a análise da Lei de Schön (n = 0, densidade de carga proporcional a v). A análise da Lei de Schön
geralmente não é recomendada, mas ainda é necessária quando são usados limites vd.

No caso de tresj > 3τ, muito pouco da carga do segmento j permanece na entrada do tanque, de modo
que segmentos maiores que 3τ no percurso do fluxo a montante do tanque podem ser ignorados. Isto
é permitido para um tempo máximo de relaxamento efetivo de 10 s devido ao relaxamento hiperbólico,
conforme a definição da região de relaxamento usada em 7.3.2.3.5.2.

A densidade de carga de entrada total no tanque é a soma de todas as contribuições dos segmentos
dentro da região de relaxamento, ou seja:

ρ = Σ j=Nj=1 ρj = K Σ j=Nj=1 (vj / dj n) [1 – exp(–Lj / vjτ)] exp (–tresj / τ)

Essa expressão é complexa para uso prático e, portanto, é simplificada ao ignorar os termos expo-
nenciais e aplicando o carregamento no pior dos casos (segmento “crítico”) à linha inteira. Ambas
as simplificações aumentam a densidade de carga estimada acima do valor real e, portanto, adicio-
nam uma margem de segurança, além de simplificar o resultado estimado.

Sem os termos exponenciais, a contribuição simplificada do segmento j é:

ρ = K (vj / dj n) = (4K / π) (FT / dj n+2)

onde FT é a vazão volumétrica para o tanque. Isso mostra que o pior dos casos (segmento “crítico”)
é aquele com o menor diâmetro. Aplicando a densidade de carga para o segmento crítico em toda
a linha, a densidade de carga estimada na entrada do tanque é:

ρ = (4K / π) (FT / dw n+2) = kVw / dw n+2

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onde w indica o pior segmento (menor diâmetro). O fluxo da corrente correspondente na entrada do
tanque é:

I = (π K / 4) vw 2 dw 2–n

A.1.4.3 Tubulações ramificadas com seções múltiplas de diferentes diâmetros


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Uma tubulação ramificada é aquela em que uma única seção a montante se divide, em um ou mais
estágios, em várias seções a jusante, cada uma das quais alimenta um tanque individual. Com esta
disposição, o cálculo da contribuição de um segmento específico para a densidade de carga de entrada
de um tanque específico é um pouco mais complexo, pois a vazão pode ser maior nos segmentos
a montante quando vários tanques estão sendo preenchidos simultaneamente.

Neste caso, a contribuição simplificada do segmento j para a densidade de carga de entrada é

ρ = k Vj / dj n

e o segmento crítico continua sendo aquele com o maior valor de vj/djn, mas agora a velocidade
vj deve ser calculada a partir de Fs, que é a taxa de vazão mais alta possível através do segmento
quando vários tanques estão sendo preenchidos simultaneamente, em vez de FT, isto para a taxa de
fluxo do tanque individual a ser avaliado.

A pior contribuição de um segmento a montante para o fluxo da corrente na entrada do tanque é:

I = (π K / 4) vw 2 dw 2–n / Ns

onde Ns=Fs/FT é a relação entre a vazão máxima possível no segmento da tubulação e a vazão no
tanque que está sendo avaliado. Portanto, a velocidade máxima ou o limite vd (com base em n = 0 no
caso do limite vd) que pode ser aceito em um segmento de tubo crítico, que alimenta vários tanques
simultaneamente é aumentado por um fator Ns1/2 do valor-padrão estabelecido para o tanque (linha
não ramificada).

A.1.5 Geração de carga eletrostática em filtros

Os filtros em uma tubulação podem representar poderosos geradores de cargas eletrostáticas.


Enquanto os filtros de malhas maiores provocam a geração de cargas eletrostáticas similar àquelas
encontradas no fluxo em uma tubulação, filtros micrométricos podem exceder a geração de cargas
eletrostáticas em um fluxo em uma tubulação por várias vezes.

As densidades de cargas eletrostáticas geradas pelos filtros finos podem permanecer elevadas em
líquidos com condutividade abaixo de 1 pS/m. Este elevado carregamento eletrostático não é normal
de ser encontrado em um fluxo de líquido em tubulações. As cargas eletrostáticas que chegam a um
tanque geradas a partir de um filtro podem, desta forma, possuir uma grande densidade de carga e
um tempo de relaxamento muito grande, resultando em elevados potenciais eletrostáticos não usuais.
Desta forma é importante que a localização dos filtros finos esteja a uma distância adequada à montante
dos tanques, de forma que o tempo de residência proporcionado pela tubulação a jusante do filtro e
pelo relaxamento proporcionado pelo tanque seja, pelo menos, três vezes o tempo de relaxamento,
permitindo que as cargas eletrostáticas possam ser dissipadas a níveis seguros. Dependendo da
malha do filtro, um tempo de residência típico de 30  s a 100  s é considerado para representar
os casos práticos mais críticos. (ver 7.5).

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A.1.6 Geração de carga eletrostática durante agitação e mistura de líquidos

Os processos envolvendo agitadores e misturadores geram um movimento relativo entre os líquidos


e as superfícies sólidas que estejam em contato. As cargas eletrostáticas resultantes que são gera-
das são normalmente moderadas, desde que o líquido não contenha uma segunda fase imiscível.
Os líquidos que são agitados que contenham líquidos dispersos ou sólidos suspensos são propensos
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à geração de cargas eletrostáticas extremamente elevadas caso a fase contínua possua uma baixa
condutividade.

A.1.7 Potenciais de sedimentação

A deposição de partículas sólidas ou de gotículas de líquidos suspensas em um líquido com baixa


condutividade podem levar a um carregamento eletrostático por separação, desta forma gerando uma
diferença de potencial através do líquido, na direção da força da gravidade. Em tanques de grandes
dimensões, por exemplo, após uma mistura de água e óleo ser bombeada para o interior de um tan-
que ou a água de fundo ter sido agitada, o potencial eletrostático da sedimentação resultante pode
constituir um risco de ignição. A aeração de líquidos, como as bolhas de ar que circulam em sentido
ascendente, são também capazes de causar a agitação da água acumulada ou outros materiais depo-
sitados no fundo dos tanques, desta forma aumentando os campos eletrostáticos no interior dos tanques.

A.1.8 Dispersão de jatos de líquidos

A desintegração de um jato de líquido em pequenas partículas, por exemplo, quando o jato atinge
um obstáculo durante as atividades de limpeza de um tanque podem produzir uma neblina ou spray
altamente carregado, independente da condutividade do líquido. Em geral, quanto mais condutivo
for o líquido, maior é a geração de cargas eletrostáticas. Por exemplo, um jato de água produz mais
carga eletrostática do que um jato de óleo, embora misturas de água e óleo possam gerar um maior
carregamento eletrostático que a água ou o óleo.

A.1.9 Carregamento eletrostático por contato de poeiras

As cargas eletrostáticas que são acumuladas por unidade de massa da poeira (razão carga/massa)
são normalmente um importante parâmetro quando da avaliação do acúmulo de cargas eletrostáti-
cas em poeiras. Para poeiras com média resistividade e poeiras isolantes (ver definições em 9.1),
os valores típicos ficam entre 10 pC/kg e 1 mC/kg, sendo que estes valores dependem principalmente
das características do processo (como a velocidade de separação após o contato), sobre
a granulometria das poeiras (área superficial específica) e sobre as suas composições químicas,
incluindo contaminações (resistividade e permissividade relativa). A Tabela A.1 apresenta dados de
medições sobre os níveis de carregamento eletrostático de poeiras de média resistividade, proveniente
de diferentes tipos de processos.

Tabela A.1 – Carregamento eletrostático em poeiras (continua)


Densidade da carga de massa
Operação
(μC kg –1)
Revestimento triboelétrico de poeira
10 000 a 1 000
(carregamento por atrito)
Transporte pneumático 1 000 a 0,1
Microredução (micronização) 100 a 0,1

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Tabela A.1 (conclusão)


Densidade da carga de massa
Operação
(μC kg –1)
Esmerilhamento 1 a 0,1
Transferência de material por rolagem 1 a 0,01
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Derramamento 1 a 0,001
Peneiramento 0,001 a 0,000 01

A.1.10 Carregamento eletrostático por indução

Existe um campo elétrico ao redor do objeto carregado eletrostaticamente. Um material condutor intro-
duzido no interior deste campo altera a distribuição do potencial neste campo e em suas redondezas,
causando a separação das cargas opostas dentro do material condutor. Se o material condutor estiver
isolado do terra, este se carrega de um potencial que depende de sua posição no campo, se tornando
carregado por indução. Em função de seu potencial, causado pelas cargas separadas que o material
condutor carrega, este pode produzir centelhas eletrostáticas.

Se um material condutor que esteja isolado for momentaneamente aterrado enquanto este se encon-
tra em um campo elétrico, ocorre uma centelha de descarga. Esta centelha reduz o potencial do
material condutor a zero, porém adquire uma carga eletrostática para causar esta redução do seu
potencial. Esta carga remanescente pode causar uma segunda centelha, quando o material condutor
isolado for removido das proximidades do objeto originalmente carregado. Este tipo de centelhamento
por indução pode representar um risco, por exemplo, quando uma pessoa isolada se move em locais
próximos a materiais eletrostaticamente carregados.

A.1.11 Transferência de carregamento eletrostático por condução

Sempre que ocorre o toque de um objeto eletrostaticamente carregado com outro objeto que não
esteja carregado, a carga eletrostática é dividida entre eles. Isto pode representar uma fonte de carre-
gamento eletrostático, sendo citados como exemplo os sprays carregados, névoas ou poeiras que são
projetadas ou depositadas sobre objetos sólidos. Uma transferência similar de cargas eletrostáticas
pode também ocorrer quando uma corrente de íons gasosos se acumula sobre um objeto inicialmente
não carregado eletrostaticamente.

A.1.12 Carregamento eletrostático por efeito corona

Um método para o carregamento eletrostático de objetos é o de pulverizar elétrons a partir de uma


ponta metálica que esteja a um elevado potencial negativo da ordem de algumas dezenas de kV. Este
mecanismo de carregamento eletrostático pode também ocorrer acidentalmente, por exemplo, a partir
de pontas com alta-tensão de equipamentos de pulverização eletrostática ou de descargas coronas
a partir de extremidades pontiagudas de um Container FIBC (Flexible Intermediate Bulk Containers)
do tipo D.

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A.2 Acúmulo de carga eletrostática

A.2.1 Generalidades

Após a separação das cargas, durante o processo de carregamento eletrostático, as cargas eletros-
táticas podem rapidamente se recombinar, tanto diretamente por contato ou por aterramento. As car-
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gas eletrostáticas sobre um objeto isolante são mantidas devido à resistência do material do próprio
objeto. Porém, para um objeto condutor permanecer carregado eletrostaticamente este tem que estar
isolado de outros objetos condutores ou do terra.

Sob condições normais, os gases puros são isolantes e desta forma as cargas eletrostáticas que
possam existir em partículas suspensas em nuvens de poeiras, névoas ou sprays podem ser mantidas
frequentemente por longos períodos, independentemente da condutividade das próprias partículas.

Em todos os casos, as cargas eletrostáticas se descarregam a uma taxa determinada pelas resistên-
cias dos materiais não condutores existentes no sistema; este processo é conhecido por relaxamento.
Os níveis de resistência, resistividade ou condutividade que podem levar a situações de risco de cen-
telhamento eletrostático depende em grande parte do processo industrial envolvido, o que é abordado
e é apresentado a seguir.

Em muitos processos industriais existe uma geração contínua de cargas eletrostáticas que se acumu-
lam em um material condutor isolado. Por exemplo, quando uma corrente de um líquido ou uma poeira
carregada flui para o interior de um contêiner metálico isolado, o potencial de tensão sobre o material
condutor isolado é o resultado de um balanço entre a taxa de entrada da carga eletrostática e a taxa
de descarregamento. O circuito elétrico equivalente é mostrado na Figura A.1 e o potencial de tensão
do material condutor é dado pela equação:

V = I R {1 – exp (– t / R C)}

onde

V é o potencial do material condutor, expresso em volts (V);

C é a capacitância, expressa em farads (F);

R é a resistência de fuga para o terra expressa em ohms (Ω);

I é a corrente da descarga eletrostática, expressa em ampères (A);

t é o tempo do início do carregamento eletrostática, expresso em segundos (s).

O potencial máximo Vmáx. é atingido quando t é grande e portanto:

Vmáx. = I R

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Corrente de carga, I
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Resistência de
Capacitância, C
descarga, R

Corrente de descarga

Figura A.1 – Circuito elétrico equivalente para um material condutor


eletrostaticamente carregado
A resistência de descarregamento e a capacitância de um material condutor isolado pode frequente-
mente ser medida e estes valores podem ser utilizados para estabelecer se níveis de risco de cargas
eletrostáticas acumuladas podem estar aumentando. Entretanto, esta avaliação pode não ser execu-
tada para poeiras e névoas suspensas no ar.

A.2.2 Acúmulo de cargas eletrostáticas em líquidos


O acúmulo de carga em líquidos é determinado por dois efeitos opostos da geração e relaxamento da carga.

O relaxamento da carga em um recipiente de líquido depende da sua condutividade elétrica. Na ausên-


cia de geração de carga, a densidade de carga no líquido decai exponencialmente, de acordo com
uma lei de relaxamento, com o tempo de relaxamento característico:

τ = εr εo / γ

onde

τ é o tempo de relaxamento;

εr é a permissividade relativa do líquido (cerca de 2 para hidrocarbonetos líquidos saturados);

εo é a permissividade do espaço livre (8,85 × 10–12 F/m);

γ é a condutividade elétrica do líquido.

Relaxamento exponencial significa que dentro do tempo de relaxamento a carga decai cerca de 37 %
(mais precisamente: para 1/e, onde e é a base do logaritmo natural) do seu valor original. Por exem-
plo, para um hidrocarboneto líquido com condutividade de γ = 1 pS/m (10–12 S/m) o tempo de rela-
xamento é τ = 18 s. o tempo de decaimento da carga para 50 % do seu valor original é 0,7 τ = 13 s.

A condutividade de um líquido com condutividade muito baixa é significantemente maior quando o líquido
tem uma alta densidade de carga do que quando ele está descarregado. Isto leva ao que é conhecido
como “relaxamento hiperbólico”. Isto resulta em uma carga sendo dissipada mais rapidamente de
líquidos com condutividade muito baixa e alta densidade de carga do que seria esperado na base de
cálculo anterior.

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Isto tem um efeito benéfico: significa que, independentemente da condutividade ou de densidades de


cargas muito altas, os tempos de permanência de 100 s são suficientes para reduzir a densidade de
carga em tanques receptores na frente dos filtros finos até o nível encontrado no fluxo da tubulação.

As condutividades dos líquidos são classificadas como alta (γ  >  10  000  pS/m), média
(100 pS/m < γ < 10 000 pS/m) ou baixa (γ < 100 pS/m). No caso de hidrocarbonetos 50 pS/m é utilizado
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como máximo limite para baixa condutividade (ver 7.1.4). As condutividades e tempos de relaxamento
para vários líquidos são dados na Tabela 7.

Níveis perigosos de acúmulo de carga estão associados principalmente com líquidos de baixa con-
dutividade. Estes níveis podem também ocorrer com líquidos de média condutividade quando a taxa
de carregamento é alta, por exemplo, altas velocidades de fluxo ou agitação de certas suspensões
(ver 7.7 e 7.9). Níveis perigosos são virtualmente desconhecidos em líquidos de alta condutividade
desde que os líquidos estejam aterrados.

Suspensões de gotículas carregadas em névoas ou jatos retêm sua carga porque a atmosfera cir-
cundante é altamente isolante. O relaxamento da carga não se dá por condução elétrica, mas por
processos como: sedimentação ou choque das gotículas na estrutura do tanque; e, em altos níveis de
densidade de carga, efeito corona das saliências no tanque. Por estas razões relaxamento de cargas
em névoas carregadas é geralmente lento, independentemente da condutividade do líquido.

A.2.3 Acúmulo de cargas eletrostáticas em poeiras

Se a resistividade volumétrica da poeira a granel for alta, a carga pode ser acumulada na poeira
mesmo se estiver em um recipiente aterrado ou em contato com metal aterrado. O tempo necessário
para a carga decair a 1/e do valor original (onde e é 2,718) é conhecido como tempo de relaxamento.
Isto é dado pela equação:

τ = S εr εo

onde

εr é a permissividade relativa da poeira;

εo é a permissividade do espaço livre (8,85 × 10–12 F/m);

S é a resistividade volumétrica da poeira.

A resistividade volumétrica de 10 GΩm e a permissividade relativa de 2 dá um tempo de relaxamento


de aproximadamente 0,2 s. Isto significa que após 0,2 s cerca de dois terços da carga da poeira foi
liberada para o terra.

Como o ar é altamente isolante, o decaimento da carga de uma poeira em suspensão no ar (nuvem de


poeira) não é influenciado pela resistividade volumétrica da poeira. A carga eletrostática permanece
a mesma nas partículas de poeira até elas interagirem umas com as outras ou com o equipamento.
Nestas circunstâncias, o decaimento da carga é principalmente afetado pelo movimento das partícu-
las causado pelo fluxo de ar, gravidade e cargas elétricas no sistema.

Tanto para poeira a granel como para poeira em suspensão no ar, os níveis de cargas eletrostáticas
são limitados pelo início de ocorrência das descargas. Estas ocorrem quando o campo elétrico, que
é mais elevado na fronteira do monte ou pilha da poeira ou da nuvem da poeira, atinge a rigidez die-
létrica do ar, de 3 MV/m.

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A.3 Descargas eletrostáticas

A.3.1 Introdução

A carga em um líquido ou em um sólido cria um risco somente se é descarregada para outro corpo
ou, mais comumente, para a terra. Estas descargas variam grandemente em tipo e incidência. Estas
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estão descritas em A.3.2 a A.3.7.

A.3.2 Centelhas

Uma centelha é uma descarga entre dois materiais condutores, líquidos ou sólidos. Isto é caracteri-
zada por um canal de descarga luminosa bem definida carregando uma corrente de alta densidade.
Ionização do gás no canal é completa em todo seu comprimento. A descarga é muito rápida e dá
origem a um estalo agudo.

Uma centelha ocorre entre materiais condutores quando a força do campo entre eles excede a rigidez
dielétrica da atmosfera. A diferença de potencial entre os materiais condutores necessária para causar
a ruptura da rigidez depende da forma de ambos e da distância entre os materiais condutores. Como
orientação, a força de ruptura para superfícies planas ou de grandes raios com 10 mm ou mais é de
cerca de 3 MVm–1 em ar normal e aumenta conforme a diminuição da distância de separação.

Como os objetos entre os quais a centelha passa são materiais condutores, a maioria da carga ele-
trostática armazenada passa através da centelha. Na maioria dos casos práticos, a centelha dissipa
a maioria da energia armazenada. A energia de uma centelha entre um material condutor e um mate-
rial condutivo aterrado pode ser calculada utilizando a seguinte equação:

W = ½ Q V = ½ C V 2

onde

W é a energia dissipada, expressa em joules (J);

Q é a quantidade de carga no material condutor, expressa em coulombs (C);

V é o potencial, expressa em volts (V);

C é a capacitância, expressa em farads (F).

Este é o valor máximo da energia e a energia na centelha é menor se existir resistência no caminho
da descarga para o terra. Valores típicos de capacitância para materiais condutores são apresentados
na Tabela A.2

Tabela A.2 – Valores de capacitância para materiais condutores típicos (continua)


Capacitância
Objeto
pF a
Itens metálicos pequenos (tampas para coberturas, bocais de mangueiras) 10 a 20
Recipientes pequenos (baldes, tambores de 50 L) 10 a 100
Recipientes médios (250 L a 500 L) 50 a 300

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Tabela A.2 (conclusão)


Capacitância
Objeto
pF a
Principais equipamentos da planta industrial (vasos de processo)
100 a 1 000
imediatamente cercado por estruturas aterradas
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Corpo humano 100 a 200


a 1 pF = 1 × 10–12 F

Um exemplo de cálculo da energia de descarga centelhante é dado a seguir:

Um tambor metálico não aterrado é preenchido com poeira de uma unidade de moagem. Nesta situa-
ção, a corrente de carga, I, pode ser de 100 nA; a resistência de fuga do tambor para o terra R,
100 GΩ; e sua capacitância C, 50 pF. A máxima tensão no tambor é:

Vmáx. = I R = 10 kV

e a energia máxima liberada em uma descarga centelhantes seria:

Wmáx. = ½ C Vmáx.2 = 2,5 mJ

A.3.3 Efeito corona

Este tipo de descarga eletrostática ocorre em partes com formatos pontiagudos ou extremidades
dos materiais condutores, como superfícies com raios pequenos ou com curvaturas. As descargas
eletrostáticas por efeito corona podem ocorrer quando estes materiais condutores são aterrados
e movimentados no sentido de encontro a um objeto altamente carregado eletrostaticamente ou,
alternativamente, se o material condutor é elevado a um alto potencial de tensão. As descargas são
originadas devido ao fato que o campo elétrico nas superfícies pontiagudas é muito alto (acima de
3 MV/M). Uma vez que o campo elétrico afastado da superfície do objeto decai rapidamente, a região
de ionização não se estende para um local distante do material. O campo elétrico pode ser direcionado
para o objeto carregado ou, no caso de um material condutor com um elevado potencial, ele pode
simplesmente ser direcionado para longe do material condutor.

As descargas eletrostáticas por efeito corona são difíceis de serem visualizadas, mas sob iluminação
reduzida (como no interior de uma câmara escura) pontos iluminados podem ser vistos, adjacentes
aos pontos pontiagudos do objeto carregado. Fora desta região ionizada, os íons podem se afastar, sendo
sua polaridade dependente da direção do campo eletrostático. A densidade de energia na descarga
eletrostática por efeito corona é muito menor que em uma centelha e, por esta razão, as descargas corona
não são normalmente capazes de gerar uma ignição. Entretanto, sob determinadas circunstâncias,
por exemplo, se existir um aumento no potencial de um material condutor pontiagudo, as descargas
corona podem se desenvolver em forma de centelhas entre o objeto carregado e outros objetos.

A.3.4 Descargas ramificadas

Estas descargas ramificadas podem ocorrer quando objetos aterrados arredondados (de forma oposta
aos objetos pontiagudos) são movimentados de encontro a objetos isolantes eletrostaticamente
carregados, por exemplo, entre os dedos de uma pessoa e superfícies plásticas, ou entre um objeto
metálico aterrado e a superfície de um líquido em um tanque.

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Estas descargas são eventos de curta duração as quais, sob condições adequadas, podem ser
visualizadas ou ouvidas. Diferentemente das descargas centelhantes, as descargas ramificadas
tendem a envolver somente uma pequena fração da carga associada com o sistema e a descarga não
interliga os dois objetos envolvidos. Apesar disto, descargas ramificadas podem causar a ignição da
maioria dos gases, vapores e misturas híbridas. O presente estado de conhecimento indica, entretanto,
que independentemente de sua MIE, as poeiras combustíveis podem não entrar em processo de
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ignição por descargas ramificadas, desde que não haja a presença de gases ou vapores inflamáveis.

Ensaios experimentais em laboratórios mostram que descargas ramificadas são capazes de causar
a ignição de atmosferas de gases inflamáveis com MIE até 3,6 mJ, quando então estas descargas se
transformam em descargas centelhantes por meio do gás. Estes experimentos, entretanto, não apre-
sentam qualquer informação com relação à capacidade de causar a ignição de descargas ramificadas
para poeiras combustíveis.

NOTA Descargas ramificadas mostram uma distribuição de energia significativamente diferente no


espaço e no tempo, quando comparada com as descargas centelhantes. Este fato resulta em diferenças na
capacidade de descargas ramificadas em causar uma ignição em gases e vapores inflamáveis, quando com-
parada com a sua capacidade de causar uma ignição em poeiras combustíveis.

A.3.5 Descargas ramificadas propagantes


Para a ocorrência deste tipo de descargas ramificadas propagantes, é necessário a existência de uma
folha (ou camada) de um material com alta resistividade e com alta resistência dielétrica, estando as duas
superfícies altamente carregadas (alta densidade superficial de carga), porém com polaridades opostas.

As descargas ramificadas propagantes são iniciadas por meio de uma conexão elétrica (ocorrência de
um curto-circuito) entre as duas superfícies. Estas descargas apresentam frequentemente uma apa-
rência parecida com uma árvore iluminada e são acompanhadas pelo som de um forte estalo. A folha
bipolar pode estar em um “espaço livre” no ar ou, como ocorre em situações mais comuns na prática,
possuírem uma superfície em contato direto com um material condutivo (normalmente aterrado).

O curto circuito pode ser alcançado:

 a) Pelo contato da superfície (mecanicamente ou por uma ruptura do isolamento elétrico);

 b) Pela aproximação de ambas as superfícies, simultaneamente, por meio de dois eletrodos eletri-
camente conectados; ou

 c) Quando uma das superfícies é aterrada, pelo toque em outra superfície de um material condutor aterrado.

A descarga absorve a maior parte das cargas distribuídas da superfície isolante e as direcionam para
onde ocorre o curto-circuito. As condições necessárias para este tipo de descarga podem ser difíceis
de atingir, particularmente para folhas com elevadas espessuras. Na maioria das circunstâncias, uma
espessura maior que 10 mm é suficiente para evitar descargas ramificadas propagantes. Para folhas
com baixas espessuras, uma carga superficial de pelo menos 250 µC/m2 é requerida.

Um requisito adicional é que a tensão de ruptura através da folha carregada necessita ser maior que
4 kV, mesmo para superfícies como filmes, telas e folhas e maior que 6 kV para tecidos. Isto significa
que o acúmulo de cargas eletrostáticas em camadas de pintura normalmente não origina descargas
ramificadas propagantes.

NOTA Camadas espessas de tecidos ou materiais porosos podem suportar tensões de ruptura acima
de 4 kV, mas não são capazes de gerar descargas ramificadas propagantes, a menos que estes materiais
incorporem uma camada de material impermeável, ou seja, um material capaz de suportar tensões de ruptura
acima de 4 kV.

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A energia liberada nestas descargas ramificadas propagantes podem ser elevadas (1 J ou mais),
dependendo da área superficial, espessura e densidade de carga superficial da folha carregada ele-
trostaticamente. Estas descargas eletrostáticas podem causar a ignição de atmosferas explosivas
formadas por gases ou vapores inflamáveis ou poeiras combustíveis.

A.3.6 Descargas atmosféricas


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A princípio, descargas como as que ocorrem na atmosfera podem ocorrer também dentro de nuvens
eletrostaticamente carregadas ou a partir destas nuvens para o terra, quando a rigidez do campo devido
às partículas carregadas for suficientemente elevada. Estas descargas têm sido observadas, por exem-
plo, em grandes nuvens de cinzas, durante as ocorrências de erupções em vulcões. Estas descargas
são obviamente capazes de causar a ignição de uma atmosfera explosiva, embora nunca tenham
sido observadas em nuvens carregadas com as dimensões encontradas em operações industriais.

De acordo com experimentos laboratoriais, estas descargas são improváveis de ocorrer no interior
de silos com volumes menores que 100 m3 ou em silos com diâmetros menores que 3 m, com qual-
quer altura. Estas dimensões não são necessariamente os limites máximos seguros, e representam
somente uma base sobre os tamanhos e dimensões avaliadas nas investigações mencionadas. Além
disto, nenhuma descarga, como as descargas atmosféricas, tem sido observada durante a lavagem
de tanques de navios com capacidade de até 30.000 m3 em volume.

Estas descargas são improváveis de ocorrer em grandes silos ou em contêineres, desde que a rigidez
média do campo eletrostático permaneça abaixo de 500 kV/m.

A.3.7 Descargas cônicas


Quando poeiras isolantes altamente carregadas eletrostaticamente são transportadas para o interior
de silos ou de grandes contêineres, estas geram uma região com densidade de carga muito alta,
dentro do monte ou da pilha da poeira a granel. Isto leva a existência de elevados campos elétricos
no topo da pilha de poeira. Sob estas circunstâncias, grandes descargas trafegando (radialmente, em
caso de contêineres ou silos cilíndricos) ao longo da superfície têm sido observadas.

As condições necessárias para este tipo de descargas (cônicas) são complexas; os fatores que
influenciam são a resistividade da poeira a granel, a corrente de carregamento, o volume e a geometria
da poeira a granel e o tamanho das partículas. Tem sido reportado que atmosferas explosivas de
gases ou vapores inflamáveis bem como de poeiras combustíveis com elevada sensibilidade, podem
entrar em ignição por este tipo de descarga.

Com base em experimentos extensivos, executados em silos condutivos aterrados, a energia liberada
em tais descargas depende do diâmetro do silo e do tamanho das partículas (massa média) dos pro-
dutos que formam o monte de poeira. Para silos com diâmetro na faixa de 0,5 m a 30 m e para poeiras
com tamanho médio de 0,1 mm a 3,0 mm, a energia máxima liberada em descargas cônicas pode ser
estimada pela utilização da seguinte equação:

W = 5,22 × D 3,36 × d 1,46

onde

W é o limite superior da energia da descarga cônica, expresso em milijoules (mJ);

D é o diâmetro do silo condutivo aterrado, expresso em metros (m);

d é a massa média do tamanho da partícula distribuída da poeira formando o cone, expressa


em milímetros (mm).

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Para silos com diâmetros maiores que 3  m e poeiras com um tamanho médio maior que 3  mm,
a aplicação da equação anterior não tem sido validada por medições ou experimentos. Com base em
evidências práticas, a efetividade de ignição é mais baixa e desta forma a energia equivalente das
descargas cônicas também é mais baixa, do que aquela indicada pela equação anterior. Sob tais cir-
cunstâncias é recomendada uma consulta a um profissional com experiência.
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Como consequência da equação indicada anteriormente, as descargas cônicas formadas a partir de


poeiras grossas são muito mais elevadas do que aquelas formados a partir de poeiras finas. Desta
forma, a situação de maior risco é quando grãos altamente isolantes são transportados ou manuseados
ou processados em conjunto com poeiras finas, formando uma nuvem de poeira com baixa energia
mínima de ignição (MIE).

Nos casos de silos fabricados de material isolante, necessita ser utilizado na equação anterior, duas
vezes o valor do diâmetro, para o cálculo da energia equivalente de descargas cônicas. Esta recomen-
dação não tem como base dados experimentais, mas tem como base o fato de que, ao contrário dos
silos fabricados com material condutivo aterrado, onde o potencial mais alto é normalmente no eixo
central, a parede do silo não está no potencial zero. Se um lado é forçado a possuir um potencial zero,
o lado oposto pode estar no potencial máximo e consequentemente a descarga cônica pode saltar
sobre o diâmetro completo, acumulando desta forma muito mais carga eletrostática em comparação
com um silo condutivo de dimensões similares.

A.4 Medições para avaliação de risco


Medições são frequentemente necessárias para a identificação dos riscos de cargas eletrostáticas e
a avaliação dos riscos de uma ignição. Além disto, estas medições podem verificar se precauções,
que tiverem sido implantadas contra os riscos, funcionam de forma adequada. Modelamentos compu-
tacionais da distribuição de potencial e de campo elétrico com base na medição de resistências, car-
regamento da massa ou densidades de cargas no espaço podem ser úteis para auxiliar uma avaliação
de risco quando do manuseio ou processamento de fluídos como líquidos ou poeiras.

Métodos gerais para a medição dos fenômenos eletrostáticos (carga, densidade de carga, potencial,
campo elétrico, carregabilidade, decaimento de carga, corrente e capacitância) e as propriedades dos
materiais relacionados (resistividade e rigidez elétrica) para uma avaliação de risco são descritas na
IEC 61340-1. As medições das cargas transferidas são descritas na ABNT NBR IEC 60079-0:2013,
Seção 26.14.

NOTA É prevista a revisão deste método e sua relocação para a IEC 60079-32-28

Uma outra prática comum é a medição da tensão superficial com um voltímetro eletrostático sem con-
tato ou medidor de campo, de forma a localizar a carga eletrostática de risco sobre um material con-
dutor ou não condutor. O risco de ignição associado com os valores medidos necessita ser avaliados
pela comparação com os níveis seguros recomendados neste documento. Em medições de campo,
cuidados necessitam ser levados em consideração antes da introdução de um instrumento aterrado
em ambientes altamente carregados eletrostaticamente, de forma a evitar a ocorrência de uma des-
carga e o risco de uma ignição necessita ser avaliado de forma específica para tais medições.

8 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02 2015.

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A avaliação do aterramento e da equipotencialização necessita ser executada por meio de uma


medição da resistência, tanto para a terra como entre as partes interligadas e equipotencializadas. As
medições das resistências podem ser utilizadas para avaliar o estado das conexões elétricas, as quais
são sujeitas aos efeitos de corrosão, afrouxamento devido a movimentação ou vibração, dispositivos
de junção, revestimentos isolantes etc. Para testar o aterramento de pessoas, métodos de medição da
resistência para pisos e calçados são apresentados na IEC 61340-4-1 e 61340-4-3.
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Procedimentos adequados para as medições das propriedades eletrostáticas dos materiais, como
a resistividade (condutividade) e rigidez elétrica são apresentados nas seguintes normas:

 a) Para a resistividade e condutividade de materiais sólidos: IEC  60093, IEC  60167 e
IEC  61340-2-3. Outras normas técnicas alternativas incluem ASTM D257, BS 7506-2,
JNIOSH TR 42 e DIN 54345-5.

 b) Para condutividade de líquidos: ISO  6297. Outras normas técnicas alternativas incluem
ASTM D2624-07a, ASTM D4308-95, JNIOSH TR 42, DIN 51412-1 e DIN 51412-2.

 c) Para resistividade de poeiras: IEC  61241-2-2. Outra norma técnica alternativa inclui
a JNIOSH TR 42.

 d) Para rigidez elétrica de ruptura: IEC 60243-1 e IEC 60243-2.

NOTA Um resumo abrangente de todos estes métodos é apresentado na IEC 60079-32-28.

Convém que cuidados sejam levados em consideração uma vez que os valores medidos de resistên-
cia e de resistividade dependem da configuração do eletrodo utilizado no instrumento de medição. Por
exemplo, a resistência de superfície medida com uma configuração de eletrodo descrita na Nota de
3.21 apresenta um valor dez vezes mais baixo do que a resistividade de superfície.

Convém que as energias mínimas de ignição e limites de explosividade dos materiais utilizados
sejam medidos por um profissional especializado, em condições práticas da aplicação, de forma
a avaliar seu potencial de gerar uma ignição em uma atmosfera explosiva. As Normas relacionadas com
os métodos de ensaio são as ASTM E582-88, para gases, IEC  61241-2-3, ASTM E2019-03 e
EN 13821, para poeiras.

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Anexo B
(informativo)

Descargas eletrostáticas em situações específicas


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B.1 Descargas acendíveis envolvendo materiais sólidos isolantes

B.1.1 Generalidades

Materiais isolantes podem dar origem a vários tipos de descarga eletrostática, seja diretamente de
suas superfícies ou pela isolação das partes condutivas e permitindo que elas se tornem eletrostati-
camente carregadas.

B.1.2 Centelhas a partir de objetos condutores isolados

A utilização de materiais isolantes pode isolar componentes metálicos de plantas industriais ou outros
objetos condutores do aterramento. Por estarem próximos ao material carregado, estes objetos con-
dutores podem se tornar carregados por indução, compartilhamentos de cargas ou pelo acúmulo de
cargas pulverizadas ou partículas carregadas. Esses objetos condutores podem adquirir uma grande
quantidade de carga e energia e podem armazená-lo por um longo período. A maior parte dessa ener-
gia pode eventualmente ser liberada como uma centelha para o terra.

Por esta razão, é importante evitar a ocorrência de objetos condutores isolados; estes objetos devem
estar equipotencializados e aterrados (ver Seção 13).

B.1.3 Descargas ramificadas a partir de materiais sólidos isolantes

Descargas ramificadas podem ocorrer quando objetos condutivos aterrados se aproximam de mate-
riais isolantes altamente carregados. Estes materiais, normalmente plásticos, são muito comuns e são
amplamente utilizados na indústria. Os exemplos são baldes, tubos, pás, sacos e todos os tipos de
recipientes, cintos, revestimentos de pisos e paredes, recipientes de instrumentos e muitos materiais
de construção. Eles podem se tornar carregados de várias maneiras: por serem manipulados; por
serem esfregados; por ter fluxo de materiais dentro, através, ou fora deles; e pela coleta de partículas
carregadas em suas superfícies.

A inflamabilidade das descargas ramificadas depende de vários parâmetros, em particular do tamanho


da área carregada, mas é praticamente independente do tipo de material carregado. É, no entanto,
bem conhecido que as descargas ramificadas são capazes de causar a ignição de misturas gasosas
com MIE abaixo de aproximadamente 4 mJ. É conhecido atualmente que, independentemente de seu
MIE, as poeiras combustíveis não são capazes de entrar em ignição pelas descargas ramificadas,
desde que não exista a presença de gases ou vapores inflamáveis.

As energias equivalentes das descargas ramificadas foram determinadas transformando-as em des-


cargas centelhantes através de gases. Estes experimentos, portanto, não fornecem nenhuma infor-
mação sobre a inflamabilidade das descargas ramificadas para poeira combustível.

As descargas ramificadas de objetos ou materiais carregados positivamente, por exemplo, um líquido


positivamente carregado, são menos inflamáveis do que aqueles objetos carregados negativamente.

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Se o material carregado estiver na forma de uma folha com a superfície não carregada em contato
com uma chapa de metal aterrada, as descargas ramificadas são muito fracas (ver, no entanto, B.1.4).

As medições para a avaliação do risco de ignição de descargas ramificadas são dadas em A.4 e 6.3.9.

B.1.4 Propagação de descargas ramificadas a partir de materiais sólidos isolantes


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Na presença de mecanismos de alta produção de cargas (por exemplo, transferência pneumática de


poeiras, pulverização de carga no processo de pintura com poeira) podem ser gerados níveis muito
elevados de carga eletrostática superficial em uma lâmina isolada ou camada com suporte de metal
aterrado. Se a força de ruptura da camada for suficiente para suportar a grande força de campo na
camada, as densidades de carga superficial na ordem de 300 μC/m2 permitem que a descarga mude
de uma descarga ramificada para uma descarga ramificada propagante.

Uma descarga ramificada propagante pode liberar muita energia. É, portanto, capaz de inflamar quase
todos os gases, vapores e poeiras combustíveis e pode causar choques eletrostáticos graves. Em
casos especiais, o carregamento bipolar da lâmina isolante também pode ser obtido sem o suporte
de metal.

B.2 Descargas acendíveis produzidas durante manuseio de líquidos

B.2.1 Generalidades

Quando um tanque estiver sendo preenchido com um líquido de baixa condutividade carregado ele-
trostaticamente, a carga acumulada no líquido dentro do tanque pode criar altos potenciais na super-
fície do líquido e altos campos elétricos no espaço acima da superfície do líquido. A força de campo e
as distribuições de potencial dependem do tamanho e da forma do tanque, da profundidade do líquido
e da constante dielétrica. Eles são proporcionais à quantidade de carga acumulada e também depen-
dem de como a carga é distribuída dentro do líquido.

Com altos potenciais na superfície líquida, podem ocorrer descargas ramificadas acendíveis entre
a superfície do líquido e saliências metálicas no espaço acima da superfície do líquido. Para um líquido
carregado negativamente, uma atmosfera otimizada de hidrocarboneto/ar e uma saliência esférica
ideal de 12,8 mm de diâmetro, os experimentos têm demonstrado que as descargas ramificadas
podem ser acendíveis se o potencial da superfície adjacente à saliência exceder cerca de –25 kV.

Um risco de ignição pode surgir em potenciais muito mais baixos se objetos condutores isolados
estiverem presentes no tanque. Por exemplo, uma lata flutuando na superfície do líquido pode adquirir
o potencial ao seu redor e dar origem a uma centelha se esta se movesse próximo a uma saliência de
metal aterrada ou à parede do tanque.

Para muitas situações, regras de carregamento seguras foram alcançadas empiricamente (por exem-
plo, para carregamento de caminhão-tanque e vagão-tanque), mas as regras para o carregamento de
tanques médios fixos de eixo vertical foram derivadas teoricamente (com resultados bastante seme-
lhantes aos métodos empíricos) e dados empíricos de medição não estão disponíveis para este tipo
de tanque. O método teórico é resumido em B.2.2.

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B.2.2 Cálculo da máxima velocidade segura de fluxo de carregamento de tanques de


armazenamento com eixos verticais de médio porte

A máxima velocidade segura de fluxo é a velocidade que apenas mantém a tensão superficial máxima
abaixo do limite de risco especificado (25 kV) em todo o preenchimento. Foi calculado (Britton e
Smith (2012), Britton e Walmsley (2012)) a fim de obter os limites de velocidade recomendados em
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7.3.2.3.5.3 para o carregamento de tanques com eixo vertical de médio porte.

Os cálculos geralmente não são úteis para tanques grandes (diâmetro >10 m) porque, nestes, a con-
sideração de densidade de carga uniforme, que é usada nos cálculos, tende a ser uma aproximação
ruim. Eles poderiam ser aplicados para o carregamento de pequenos recipientes metálicos, como
tambores e IBC metálicos, mas, para estes, os benefícios para o carregamento através de um tubo
localizado perto do eixo do recipiente geralmente precisam ser considerados e as taxas de vazão dos
equipamentos para o carregamento padrão são geralmente baixas o suficiente para que não sejam
necessárias restrições específicas de velocidade.

Os resultados dos cálculos não são bem ajustados pelos limites vd e, consequentemente, a aborda-
gem adotada tem sido calcular e tabelar diretamente a velocidade máxima segura e a correspondente
vazão máxima segura em função do diâmetro do tanque e do tubo.

O cálculo da velocidade máxima segura tem como base:

 a) Um potencial de superfície máximo de 25 kV na superfície do líquido a qualquer momento durante
o carregamento (ver B.2.1).

 b) Uma densidade de carga de entrada proveniente do carregamento de fluxo de tubulação utilizando
a expressão indicada em A.1.4 com compensação de condutividade abaixo de 3 pS/m e uma
constante empírica de 1,0 μC s. m–3.

 c) Um modelo de relaxamento da Lei de Ohm para derivar a densidade de carga interna (uniforme)
do tanque a partir da densidade de carga de entrada usando um tempo de relaxamento efetivo,
τeff, que é o dobro do tempo de relaxamento derivado diretamente da condutividade restante do
combustível. Para a maioria dos casos práticos, a carga total de líquido está próxima de Iτeff,
onde I é a corrente de fluxo de entrada (densidade de carga × fluxo). Para o caso onde a carga
total não esteja próxima de Iτeff, Iτeff é menor, portanto a utilização de Iτeff fornece o pior caso.
As velocidades seguras máximas calculadas são, portanto, com base em uma carga líquida total
de Iτeff. Abaixo de 3 pS/m, a densidade de carga (corrente de fluxo contínuo) é proporcional
à condutividade e o tempo de relaxamento efetivo é inversamente proporcional à corrente de
fluxo, portanto a carga total e a tensão superficial são independentes da condutividade. A tensão
obtida em 3 pS/m (dando τeff = 12 s) é assim igual ao pior caso e os cálculos foram realizados
com esta condutividade.

 d) Uma expressão derivada independentemente por Asano (1979) e Britton e Smith (1988) para
a tensão no centro da superfície do líquido em um tanque de armazenamento metálico cilíndrico
de eixo vertical que é parcialmente preenchido com um líquido uniformemente carregado.

 e) Trabalho de Britton e Smith (2012) que realizaram muitos cálculos com a expressão de
Asano/Britton e Smith e utilizaram uma análise empírica dos dados resultantes para extrair
resultados simplificados para o potencial máximo na superfície do líquido nas diferentes condi-
ções de preenchimento.

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Resulta da equação (12) de Britton e Smith (2012) e da equação de densidade de carga em A.1.4 que
a velocidade máxima de carregamento seguro v que é dada por:

v = K(D / d) 0,5

onde K é uma constante com as dimensões de velocidade que depende muito pouco da constante
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dielétrica, εL, do líquido e pode ser expressa (Britton e Walmsley 2012) como:

K < 0,6 { (1+εL) /εL }1/2

7 Diâmetro do
tanque (m)

6 1,0
Máxima velocidade do fluxo (m/s)

1,5
5 2,0
2,5
4
3,0
4,0
3
5,0

2 6,0
8,0
1 10

0
0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Diâmetro interno do tubo (m)

Figura B.1 – Cálculo da máxima velocidade segura de fluxo de carregamento de tanques de


armazenamento com eixos verticais de médio porte (ver 7.3.2.2.5.2)
Para εL = 2,2, K apresenta o valor 0,72 m/s. A Figura B.1 apresenta as velocidades-limite obtidas com
esta expressão para uma faixa de diferentes diâmetros de tubos e tanques.

As incertezas na análise (por exemplo, é a carga uniformemente distribuída no líquido) não assegura
a utilização de um valor altamente preciso para a constante, de modo que para simplificar em 7.3.2.3.5.3
no texto principal a constante foi arredondada para K = 0,7 m/s.

B.3 Descargas capazes de gerar ignição produzidas durante manuseio e estocagem


de poeiras

B.3.1 Generalidades

Salvo poucas exceções, todas as partículas, incluindo na forma de pedaços e granulados, são
facilmente carregadas eletrostaticamente durante o transporte através de tubos e dutos. Isto é espe-
cialmente verdadeiro quando as partículas permanecem bem separadas umas das outras, como no
transporte pneumático. A retenção de carga na poeira ou equipamento se torna um perigo, somente se
a carga for repentinamente liberada em uma descarga, dando origem a uma energia de alta densidade
local e, assim, agindo como uma possível fonte de ignição. As descargas provenientes de poeira e
de equipamentos carregados variam muito em tipo e capacidade de gerar ignição (ver A.3.2 a A.3.7).

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B.3.2 Descargas a partir de poeiras a granel

Quando partículas altamente carregadas são acumuladas a granel em um contêiner ou silo, podem
ocorrer descargas cônicas entre a poeira e o contêiner ou silo (ver A.3.7) e estas descargas podem
causar uma ignição se houver poeira em suspensão no ar.
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Não há risco de ignição com sistemas contendo apenas materiais granulados (tamanho de partí-
cula > 500 μm), exceto onde existe a presença de gás inflamável ou uma fração fina de poeira
combustível (por exemplo, resina impregnada com material inflamável ou poeira contendo resíduos de
solvente ou uma poeira fina causada por desgaste). No entanto, as misturas de granulados e poeira
fina são potencialmente perigosas, visto que em ambos os casos, podem ocorrer descargas ramifica-
das e descargas cônicas com maior capacidade de causar ignição. Essas descargas podem tam-
bém ser observadas com distribuições de partículas sem granulados, porem é menor sua frequência
de ocorrência.

B.3.3 Descargas provenientes de nuvens de poeiras

Em princípio, as descargas podem ocorrer dentro de nuvens de poeira ou entre as nuvens de poeira e
as paredes do contêiner, se a força do campo for suficientemente alta devido às partículas carregadas
eletrostaticamente. Trabalhos recentes envolvendo operações como o transporte pneumático em silos
de tamanho médio indicaram que estas descargas são ramificadas ou de efeito corona. Não têm sido
detectadas ou verificadas descargas ou centelhas provenientes de nuvens de poeira. As evidências
até agora indicam que, com a possível exceção de atmosferas sensíveis, o risco de uma ignição
devido a descargas de nuvem de poeira é muito baixo.

B.3.4 Descargas envolvendo contêineres isolantes e pessoas

Poeiras carregadas dentro de um contêiner isolante, ou pessoas próximas a um contêiner desse tipo,
também podem levar a descargas eletrostáticas que podem causar ignições. Descargas de poeira
para a parede interna de um contêiner isolante podem levar à polarização através da parede do
contêiner. Se uma pessoa ou um condutor aterrado tocar a superfície, pode ocorrer risco de uma
descarga ramificada propagante. Esta descarga não é somente capaz de causar ignição, mas pode
causar um choque eletrostático. Contêineres isolantes também podem ser carregados externamente
por fricção ou por outros mecanismos de geração de carga eletrostática, como impacto por vapor;
essas cargas podem representar um perigo de ignição.

B.3.5 A utilização de revestimentos em processos contendo poeiras

Em algumas operações, particularmente durante o manuseio de poeiras secas em tambores, é con-


veniente utilizar um revestimento interno, como um saco plástico, para proteção contra contaminação.
Revestimentos internos isolantes podem ser carregados eletrostaticamente durante o carregamento
e descarregamento. A separação de cargas que ocorre quando estes revestimentos são removidos
dos recipientes pode causar descargas capazes de gerar ignição. No entanto, centelhas geradas por
pessoas inadequadamente aterradas representam um perigo mais significativo.

Em alguns processos, por exemplo, ao encher um contêiner com uma poeira de alta resistividade e
eletrostaticamente carregada, pode ainda produzir descargas ramificadas propagantes a partir do
revestimento. Estas descargas são capazes de gerar ignição e causar choques eletrostáticos, desta
forma precauções devem ser adotadas para evitar sua ocorrência.

Outra consequência da utilização de revestimentos isolantes é que eles isolam o material que está
sendo manuseado, mesmo quando o recipiente externo for condutivo e estiver aterrado.

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B.3.6 Descargas centelhantes em processos com poeiras

As descargas centelhantes podem ocorrer devido ao carregamento de peças condutoras eletricamente


isoladas de equipamentos, pessoas ou acúmulo de poeiras de baixa resistividade. Na maioria dos
casos, toda a energia eletrostática armazenada é dissipada na centelha. As descargas centelhantes
capazes de gerar uma ignição podem ser avaliadas, comparando a energia armazenada medida
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por ½ C V2 (ver A.3.2), com a energia mínima de ignição (MIE) da poeira combustível em questão
(ver C.6) ou medindo a carga transferida e comparando-a com os limites conhecidos (ver 6.3.9).

NOTA Para a avaliação de perigos eletrostáticos de condutores isolados, o valor mais relevante de MIE
é aquele que for determinado utilizando um circuito capacitivo sem uma indutância adicional (ver C.6).

B.3.7 Descargas ramificadas em processos com poeiras

Descargas ramificadas podem ocorrer a partir das pontas de objetos aterrados, por exemplo, proje-
ções de equipamentos, sondas de medição, ferramentas de trabalho, a ponta do dedo de uma pessoa
etc., que estão em campos elétricos elevados. Estes campos podem ser gerados por superfícies iso-
lantes carregadas de equipamento, material de embalagem ou poeira isolante carregada, a granel ou
em suspensão no ar.

O conhecimento atual com base nas experiências práticas, na evidência experimental e na ausência
de incidentes indica que as descargas ramificadas não causam a ignição das nuvens de poeira,
a menos que estejam misturadas com gases e vapores inflamáveis (ver A.3.4).

Convém ter cuidado ao manusear poeiras úmidas de solvente, que podem liberar gases inflamáveis
durante um longo período de tempo, com um MIE muito mais baixo do que da poeira pura. Ao manu-
sear grandes quantidades de poeiras médias ou isolantes, as descargas ramificadas capazes de gerar
ignição da atmosfera de gás circundante podem não ser evitadas.

Considerações necessitam também ser feitas se os resultados de MIE inferiores a 1  mJ para


as poeiras são causados pela existência de atmosfera de gás inflamável circundante e não apenas
pela poeira combustível.

NOTA A presença de contaminantes (por exemplo, solvente, graxa ou umidade) pode afetar o perigo
potencial de ignição quando materiais isolantes são utilizados na presença da poeira combustível.

B.3.8 Descargas corona em processos com poeiras

As descargas corona ocorrem na presença de um campo elétrico suficientemente forte quando


o eletrodo é muito pequeno e pontiagudo, ou tem uma borda afiada (ver A.3.3). A capacidade de
gerar ignição devido a uma descarga corona é muito baixa para a ignição de poeiras combustíveis.
Ao manusear grandes quantidades de poeiras médias ou isolantes, as descargas corona podem não
ser evitadas, mas estas descargas não criam um perigo de ignição, a menos que estejam presentes
atmosferas explosivas específicas, por exemplo, causada pelo enriquecimento por oxigênio, pela
presença de hidrogênio ou outros gases com um MIE muito baixo.

B.3.9 Propagação de descargas ramificadas em processos com poeiras

A propagação de descargas ramificadas pode ocorrer a partir das superfícies de paredes isolantes de
contêineres ou de revestimentos no equipamento (ver A.3.5). A alta densidade de carga de superfície
necessária para estas descargas pode ser gerada quando as partículas de poeira atingem estas
superfícies. Isto pode ocorrer, por exemplo, durante o transporte pneumático de poeira através de

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tubos de material isolante ou através de tubos metálicos com um revestimento isolante. Cargas de alta
densidade de superfície também podem resultar da deposição de íons como os produzidos durante
a deposição de poeira isolante carregada.

As descargas ramificadas propagantes não ocorrem normalmente devido à carga eletrostática nas
camadas de poeira; sendo necessária a presença de uma camada de material com alta rigidez dielétrica.
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A energia liberada em uma descarga ramificada propagante pode ser estimada assumindo que a folha
carregada (bipolar) se comporta como um capacitor de placa paralela com a folha como dielétrico. Por
exemplo, uma folha com permissividade relativa ε = 2, densidade de carga superficial σ = 1 × 10–3 C/m2,
espessura d = 150 μm e área A = 0,25 m2, a energia armazenada W é calculada por:

A d σ2
W = 12 C V 2 = = 1J
2 ε ε0

As descargas ramificadas propagantes podem ser evitadas pela utilização somente de materiais con-
dutivos ou dissipativos nas paredes de equipamentos e revestimentos ou assegurando que a tensão
de ruptura em todas as paredes e revestimentos isolantes seja menor que 4 kV (ver A.3.5).

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Anexo C
(informativo)

Propriedade de inflamabilidade de substâncias


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C.1 Generalidades
A maioria dos hidrocarbonetos e muitas outras substâncias utilizadas na indústria são inflamáveis. Estas
substâncias, na forma de gás, vapor, gotas líquidas ou em poeira, quando misturadas com ar ou algum
outro agente oxidante podem ter ignição por descargas eletrostáticas. A facilidade com que podem
ser inflamados depende de um número de fatores, alguns dos quais são encontradas em C.2 a C.8.

C.2 Efeito da concentração do oxigênio e das condições ambientes


As propriedades de ignição são muito afetadas pela concentração de oxigênio, temperatura e pressão
da atmosfera. A maioria dos comentários e os valores mencionados em C.3 a C.8 são referentes
às condições atmosféricas normais. Estas são misturas com o ar à temperatura de –20 °C a 60 °C e
pressão de 0,8 bar a 1,1 bar.

Operando em condições que não sejam a do ambiente, em particular condições com temperaturas
elevadas ou níveis de oxigênio acima de 21  %, pode ter um efeito severo e adverso sobre
as características de inflamabilidade, em particular a energia mínima de ignição (MIE – Minimum
Ignition Energy).

C.3 Limites de explosividade para gases e líquidos


Para cada substância, existem limites superiores e inferiores de explosividade e apenas misturas den-
tro destes limites podem ser inflamadas. Para os hidrocarbonetos no ar, estes limites estão situados
entre cerca de 1 % e 15 % em volume. Substâncias com amplos limites de explosividade, por exem-
plo, hidrogênio, acetileno, e dissulfeto de carbono, são particularmente perigosos.

A ventilação é muitas vezes a maneira mais eficaz de reduzir a mistura para abaixo do seu limite infe-
rior de explosividade de forma que não ocorra a ignição.

C.4 Inertização
Um gás inerte é um gás que é não inflamável, contém pouco ou nenhum oxigênio, e não é capaz
de suportar uma combustão. Exemplos de gases inertes incluem o nitrogênio, gás de combustão de
caldeira, o vapor d´água e o dióxido de carbono. A adição do gás inerte em uma atmosfera inflamável
pode reduzir a concentração de oxigênio a um nível tão baixo que a ignição não seja possível, em
qualquer que seja a concentração da substância inflamável. Alguns de concentração limites de
oxigênio (LOC – Limiting Oxygen Concentration), com diluente de nitrogênio são de 10 % em volume
para o metano, 8 % para o etileno e 3 % em volume para hidrogênio. É normal incluir um fator de
segurança e um teor máximo de oxigênio de 5 % a 6 % em volume que é frequentemente especificado
para hidrocarbonetos.

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Uma atmosfera inerte pode se tornar inflamável novamente, se o ar for adicionado. Por isso, é impor-
tante saber que é possível causar a ignição do gás ou vapor que estiver vazando do recipiente inerte
para a atmosfera externa.

A NFPA 69, Norma de Sistemas de Prevenção de Explosão, pode ajudar com a definição de controles
para evitar a formação de atmosferas inflamáveis, para obter mais informações e fornecer um fator de
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segurança para prevenção contra a ocorrência de explosões que depende das LOC (Concentração
Limite de Oxigênio) e do tipo de sistema de controle de oxigênio utilizado.

NOTA A diminuição do teor de oxigênio no ar por deslocamento com o gás inerte é um potencial perigo
para as pessoas. A exposição a atmosferas contendo 12  % ou menos oxigênio causa inconsciência, tão
rapidamente que o indivíduo não pode ajudar ou se proteger. A exposição a atmosferas contendo entre 12 %
e 14 % de oxigênio terá os seguintes efeitos físicos nas pessoas: aumento do esforço na respiração, pulsação
elevada e coordenação, percepção e julgamento prejudicados. A exposição a atmosferas contendo entre
15 % e 19 % de oxigênio pode prejudicar a coordenação de pessoas e podem induzir sintomas precoces em
pessoas com problemas coronários, pulmonares ou circulatórios. Podem ser consultadas normas nacionais,
códigos industriais relacionados com este tema ou aplicações específicas, caso existam.

O dióxido de carbono é conhecido às vezes, por se tornar uma fonte de oxigênio na combustão.
Portanto, convém que cuidados sejam tomados quando o dióxido de carbono for usado para tornar
inerte uma atmosfera.

C.5 Ponto de fulgor


Normalmente não é possível inflamar a mistura de vapor/ar sobre um líquido, que está abaixo do seu
ponto de fulgor. No entanto para evitar a inflamação, é aconselhável manter a temperatura do líquido
em pelo menos 5 °C abaixo do seu ponto de fulgor e, para as misturas que contêm líquidos com ampla
faixa de volatilidades, isto deve ser aumentado em pelo menos 11 °C. Em geral, é preferível utilizar um
solvente de alto ponto de fulgor em vez de um solvente de baixo ponto de fulgor.

NOTA Para uma discussão dos fatores de segurança do ponto de fulgor, incluindo correções para eleva-
ção acima do nível do mar, ver Britton e Smith (2012).

Convém estar atento que sprays ou névoas finas de líquidos inflamáveis podem ser inflamados
a temperaturas bem abaixo do seu ponto de fulgor (por exemplo, em um queimador de óleo combustível).

C.6 Energia mínima de ignição


Os gases, vapores e poeiras inflamáveis são muitas vezes classificados de acordo com as suas
energias mínimas de ignição (MIE). Estes valores se referem normalmente à concentração mais facil-
mente explosiva da substância inflamável da substância e do ar, e são obtidas utilizando descargas
centelhantes. Eles fornecem um guia útil de como facilmente a substância pode ser inflamada por des-
cargas eletrostáticas. Para a maioria dos gases e vapores, a MIE se encontra entre 0,1 mJ e 0,3 mJ.
O valor para poeiras varia de 1 mJ até mais de 10 J.

A capacidade de ignição das descargas centelhantes varia de faíscas produzidas a partir de circuitos
elétricos contendo diferentes valores de indutância, resistência e tipos de capacitores. Em algumas
circunstâncias ignições podem ocorrer a energias mais baixas do que os valores de MIE obtidos prin-
cipalmente com circuitos capacitivos. É necessário assegurar que os valores utilizados na avaliação
de risco foram determinados com um circuito adequado. Para uma avaliação dos perigos eletrostá-
ticos, são utilizados os valores obtidos a partir de um circuito de descarga capacitiva sem indutância

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ou resistência adicional, como descrito para misturas gasosas na norma ASTM E 582 (Standard test
method for minimum ignition energy and quenching distance in gaseous mixtures) e para nuvens de
poeira em IEC  61241-2-3 (Method for determining minimum ignition energy of dust/air mixtures) e
ASTM E 2019-03 (Standard test method for minimum ignition energy of a dust cloud in air).

NOTA 1 A ASTM E 582 indica a reprodutibilidade como ± 10 %.


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NOTA 2 Cuidado especial é necessário para vapores condensáveis cujas fases líquidas são condutivas.

O metano apresenta o maior MIE de qualquer hidrocarboneto (0,28 mJ). O Etileno (0,082 mJ) é usado
em ensaios por ser distinto dos gases de ensaio de parafina, como propano. O hidrogênio é usado em
ensaios por ser distinto do etileno. Benzeno (0,20 mJ) tem o MIE de menor valor de qualquer hidrocar-
boneto não contendo ligações duplas ou triplas ou torção em anel molecular. Desta forma, é possível
definir vários intervalos de MIE, como mostrado na Tabela C.1:

Tabela C.1 – Intervalos típicos de MIE com exemplos


Valor Valor
Nome Exemplos
Mínimo Máximo
MIE Alto > 10 mJ − Amônia, diclorometano, tricloroetileno
MIE
> 0,28 mJ 10 mJ Orgânicos halogenados
Elevado
MIE Hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos sem liga-
0,20 mJ 0,28 mJ
Normal ções duplas
Eteno, butadieno, ciclopropano, acetaldeido, eter
MIE Baixo 0,08 mJ ≤ 0,20 mJ
dietílico, estireno
Hidrogênio, eteno, arsina, clorosilanos, disulfeto de
MIE Muito
− < 0,08 mJ carbono, oxido de etileno, misturas combustíveis
Baixo
com oxigênio.

Existem alguns valores medidos de MIE para sprays ou gotículas dispersas (por exemplo, 7 mJ para
nuvens em repouso de solventes orgânicos com ponto de fulgor de 38 °C a 150 °C, e > 150 mJ para
os mais turbulentos). Estes valores são superiores aos das misturas de vapor/ar equivalentes uma vez
que o calor de vaporização deve ser fornecido.

Nos anos 1960 e 1970, os líquidos que produzem vapores inflamáveis eram frequentemente
classificados segundo o interstício máximo experimental seguro (MESG − Maximum Experimental
Safety Gap), porque esta unidade levou a três agrupamentos de dados significativamente separados
ao dimensionar o MESG contra o risco de ignição. Em 1978, estes três grupos foram classificados em
IIA, IIB e IIC na EN 50014.

Uma verificação posterior de valores de MESG antigos indicou que muitos eram elevados. Como con-
sequência alguns líquidos IIA Tabela C.1 (1,2-etanodiol, etanol, propanol, butanol, hexanol, heptanol,
etilbenzeno, éster etílico do ácido 3-oxobutanóico) foram transferidos para a região de IIB. Em 1981,
estes líquidos foram reclassificados como IIA / IIB para indicar que, apesar de seus MESG estarem
na região de IIB, eles precisavam das mesmas precauções de segurança como os líquidos IIA.

Em 2003, estes líquidos foram novamente classificados como IIB, mas comparáveis a líquidos IIA. No
entanto, como esta expressão não é muito rigorosa, muitas propostas têm sido feitas para superar este

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problema (por exemplo, movendo o limite de fronteira MESG de 0,90 mm para 0,88 mm, usando um
limite de fronteira MIE de 0,20 mJ ou 0,18 mJ). Como os valores de MIE e MESG podem ser medidos
apenas com um grau relativamente elevado de incerteza, nenhuma destas propostas é realmente
satisfatória. Por esse motivo, todo o líquido previamente classificado como IIA / IIB (ver acima) foi sim-
plesmente adicionado ao grupo de explosão IIA.
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A Tabela C.2 contém valores para energia mínima de ignição (MIE) e carga mínima de ignição
(MIQ − Minimum Ignition Charge) de misturas de ignição otimizada a 25 °C e à pressão atmosférica,
foi publicado pela Physikalisch-Technische Bundesanstalt, Braunschweig, Germany, no Apêndice do
German Technische Regeln Betriebssicherheit TRBS 2.153, de 2009. Notar especialmente que o MIE
do metanol foi redeterminado como 0,20 mJ que contrária o valor extrapolado mais antigo de 0,14 mJ.
Alguns valores foram adicionados a partir da NFPA77 (2004). Estes valores são marcados com um a.

Tabela C.2 – Energia Mínima de Ignição (MIE) e Carga Mínima de Ignição (MIQ) (continua)
Grupo de Gases de acordo
MIE MIQ Ignição Ideal
Substância com a
[mJ] [nC] [Vol.–%]
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Acetaldeído 0,38 – – IIA
Éster etílico de ácido
0,46 120 5,2 IIA
acético
Acetona 0,55 127 6,5 IIA
Acroleina a 0,13 – – IIB
Acrinolitrila 0,16 – 9,0 IIB
Cloreto de alila a 0,77 – – IIA
Amônia 14 1 500 20 IIA
Benzeno 0,20 45 4,7 IIA
1,3-Butadieno 0,13 – 5,2 IIB
Butano 0,25 60 4,7 IIA
2-Butanona 0,27 – 5,3 IIB
2-Cloreto de butila a 1,24 – – IIA
Dissulfeto de carbono 0,009 – 7,8 IIC
Ciclohexano 0,22 – 3,8 IIA
Ciclopropano 0,17 – 6,3 IIB
1,2-Dicloroetano 1,0 – 10,5 IIA
Diclorometano 9.300 880 000 18 IIA
Éter dietílico 0,19 40 5,1 IIB
Éter dietílico
0,0012 – – –b
no oxigênio a
2,2-Dimetilbutano 0,25 70 3,4 IIA

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Tabela C.2 (continuação)


Grupo de Gases de acordo
MIE MIQ Ignição Ideal
Substância com a
[mJ] [nC] [Vol.–%]
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Etano 0,25 70 6,5 IIA
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Etanol 0,28 60 6,4 IIB


Etileno 0,082 32 8,0 IIB
Etileno no oxigênio a 0,000 9 – – –b
Etíno (Acetileno) 0,019 – 7,7 IIC
Etíno no oxigênio a 0,000 2 – – –b
Óxido de etileno 0,061 – 10,8 IIB
Heptano 0,24 60 3,4 IIA
Hexano 0,24 60 3,8 IIA
Hidrogênio 0,016 12 22 IIC
Hidrogênio
0,0012 – – –b
no oxigênio a
Metano 0,28 70 8,5 IIA
Metanol 0,20 50 14,7 IIA
2-Metilbutano 0,21 63 3,8 IIA
Metilciclohexano 0,27 70 3,5 IIA
Pentano 0,28 63 3,3 IIA
cis-2-Penteno 0,18 – 4,4 IIB
Trans-2-Penteno 0,18 – 4,4 IIB
Propano 0,25 70 5,2 IIA
Propano no oxigênio a 0,0021 – – –b
1-Propino
0,11 – 6,5 IIB
(metil acetileno)
Óxido de propileno 0,13 – 7,5 IIB
Tetrafluoroeteno 4,1 – – IIA
Tetraidro-2H-pirano 0,22 60 4,7 IIA
Tolueno a 0,24 – – IIA
1,1,1-Tricloroetano 4.800 700.000 12 IIA
Tricloroetileno 510 150.000 26 IIA
Triclorossilano a 0,017 – – IIC

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Tabela C.2 (conclusão)


Xileno a 0,20 – – IIA
a Da NFPA77, 2007
b De acordo com a ABNT NBR IEC 60079-20-1, o método de medição para os valores do MESG, em que
a classificação no grupo de gases é considerada, é válido somente para misturas de gases e vapores
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com ar.

C.7 Poeiras combustíveis


Todos os materiais combustíveis sólidos, incluindo metais podem criar uma atmosfera inflamá-
vel quando finamente dispersos no ar na forma de uma nuvem de poeira. O risco de explosão de
uma poeira pode existir se o tamanho da partícula for inferior a 0,5 mm e a concentração de poeira
den-tro dos limites de explosividade (para a maioria das poeiras orgânicas, tipicamente cerca de
20 g/m3 a vários kg/m3). O risco de explosão (sensibilidade à explosão e sua energia) para uma dada
substância depende do tamanho das partículas e muitos outros fatores. É mais alto no caso de poeiras
muito finas.

NOTA O MIE de poeiras combustíveis é por vezes inferior quando são depositados sobre uma superfície do
que quando estão em suspensão no ar. Portanto, o risco de ignição eletrostática destas poeiras combustíveis
quando depositado é maior do que a das poeiras em suspensão no ar.

C.8 Biocombustíveis
O biocombustível é qualquer combustível composto de um biossistema renovável. Eles são denomi-
nados de acordo com o seu biocomponente (E = etanol, M = metanol, B = biodiesel) e o seu conteúdo
em volume de combustível em porcentagem.

Atualmente (2012) os biodieseis fabricados a partir de óleos vegetais naturais e de biogasolina que
contêm etanol produzido pela oxidação alcoólica de biomassa, já estão em uso. Os biocombustíveis
são, no entanto, não limitados apenas às misturas de etanol/gasolina e óleos vegetais, mas podem
ser obtidos de outras misturas no futuro. Como é difícil generalizar o que vai aparecer no futuro
as seguintes declarações são limitadas a misturas bioetanol/gasolina:

 a) Se o etanol for adicionado à gasolina isto tende a limpar o sistema. Isto pode levar a um aumento
do teor de água e de combustível sólido no fluxo quanto no aumento do carregamento eletrostático.

 b) Quanto mais etanol for adicionado à gasolina, maior será a sua condutividade e menor o carre-
gamento eletrostático.

 c) Como consequência a) e b) do carregamento eletrostático de um biocombustível geralmente


aumenta na seguinte sequência: E100 < E10 < E0 < E5.

 d) De E50 a E100 os combustíveis podem criar uma atmosfera explosiva em tanques sob certas
condições, especialmente quando o tanque fica vazio. Por esta razão, os veículos do tipo flexfuel
podem precisar estar equipados de um tanque especial, por exemplo, com corta-chamas no tubo
de abastecimento. Também um supressor de chama muito fino pode, contudo, causar outros pro-
blemas, por exemplo, devido a bloqueios.

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Anexo D
(informativo)

Classificação de áreas
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D.1 Conceito de zonas


O grau de risco (por exemplo, a probabilidade) de ocorrência de explosão devido ao carregamento
eletrostático depende não apenas da probabilidade de que possa gerar um centelhamento, mas tam-
bém da probabilidade da ocorrência da atmosfera inflamável. As medidas de proteção consideradas
necessárias para evitar o carregamento eletrostático quando houver uma atmosfera inflamável podem
ser desnecessárias, quando tal atmosfera ocorre com pouca frequência. O conceito de zoneamento
divide as áreas em Zonas de acordo com a probabilidade de ocorrência de uma atmosfera inflamável.

D.2 Classificação
De acordo com a ABNT NBR IEC 60079-10-1 e ABNT NBR IEC 60079-10-2, as áreas classificadas
são divididas nas seguintes Zonas:

 a) Zona 0: local no qual uma atmosfera explosiva consiste de uma mistura de substâncias infla-
máveis com o ar na forma de gás, vapor ou névoa e está presente continuamente ou por longos
períodos de tempo ou frequentemente.

 b) Zona 1: local no qual uma atmosfera explosiva consiste de uma mistura de substâncias inflamá-
veis com o ar na forma de gás, vapor ou névoa e pode ocorrer ocasionalmente em condições
normais de operação.

 c) Zona 2: local no qual uma atmosfera explosiva consiste de uma mistura de substâncias inflamá-
veis com o ar na forma de gás, vapor ou névoa não é provável de ocorrer em condições normais
de operação, mas, se ocorrer, irá existir somente por um curto período de tempo.

 d) Zona 20: local no qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de poeiras combustíveis
no ar, está presente continuamente ou por longos períodos de tempo ou frequentemente por
curtos períodos.

NOTA Locais onde camadas de poeira estão presentes, porém as nuvens de poeira não estão presentes
continuamente, ou por longos períodos de tempo, ou frequentemente, não estão incluídos nesta Zona.

 e) Zona 21: local no qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de poeiras combustíveis no
ar e pode ocorrer ocasionalmente em condições normais de operação.

 f) Zona 22: local no qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de poeiras combustíveis
no ar, não é provável de ocorrer em condições normais de operação, mas, se ocorrer, irá existir
somente por um curto período de tempo.

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D.3 Grupos

D.3.1 Generalidades

De acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0, substâncias que geram gases e vapores inflamáveis e poei-
ras combustíveis são classificadas nos seguintes grupos de explosão.
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D.3.2 Grupo I

Equipamentos do grupo I são projetados para serem utilizados em minas sujeitas ao grisu.

NOTA Os tipos de proteção do Grupo I consideram a ignição tanto do gris quanto de poeiras de carvão
em conjunto com proteção física apropriada para equipamentos utilizados em minas.

Convém que os equipamentos projetados para minas onde a atmosfera, adicionalmente ao grisu,
pode conter significativas proporções de outros gases inflamáveis (isto é, outros além do metano),
sejam fabricados e ensaiados de acordo com os requisitos definidos para o Grupo I e também para
os subgrupos do Grupo II correspondentes aos outros gases inflamáveis significativos. Convém que
os equipamentos sejam marcados de forma apropriada (por exemplo, “Ex d I/IIB T3” ou “Ex d I/II (NH3)”).

D.3.3 Grupo II

Equipamentos do Grupo II são projetados para serem utilizados em locais com atmosferas explosivas
de gás ou vapor, que não sejam as minas sujeitas ao grisu.

Equipamentos de Grupo II são subdivididos de acordo com as características da atmosfera explosiva


de gás ou vapor para as quais são projetados.

Subgrupos do Grupo II:

IIA: O gás típico é o propano e o vapor típico é o hexano.

IIB: O gás típico é o etileno e o vapor típico é o éter dietílico.

IIC: O gás típico é o hidrogênio e o vapor típico é o dissulfeto de carbono.

NOTA 1 Estes subgrupos são com base no máximo interstício experimentalmente seguro (MESG) ou pela
taxa da corrente mínima de ignição (taxa MIC) da atmosfera explosiva na qual o equipamento pode ser ins-
talado. Ver ABNT NBR IEC 60079-20-1.

NOTA 2 O equipamento marcado como IIB é adequado para aplicações projetadas para grupo IIA. Simi-
larmente, o equipamento marcado como IIC é adequado para aplicações projetadas para equipamentos dos
grupos IIA ou IIB.

D.3.4 Grupo III

Equipamentos do Grupo III são projetados para utilização em uma atmosfera explosiva de poeira com-
bustível, que não sejam as minas sujeitas ao grisu.

Equipamentos do Grupo III são subdivididos de acordo com as características da atmosfera explosiva
de poeira combustível na qual são projetados.

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Subgrupos do Grupo III:

IIIA: Fibras combustíveis (por exemplo, fibras de lã).

IIIB: Poeiras não condutivas (por exemplo, poeiras de carvão).

IIIC: Poeiras condutivas (por exemplo, poeiras metálicas)


Projeto em Consulta Nacional

NOTA O equipamento marcado como IIIB é adequado para aplicações projetadas para grupo IIIA. Simi-
larmente, o equipamento marcado como IIIC é adequado para aplicações projetadas para equipamentos dos
grupos IIIA ou IIIB.

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Anexo E
(informativo)

Classificação dos níveis de proteção dos equipamentos (EPL)


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De acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0, os equipamentos para uso em atmosferas explosivas são
classificados nos seguintes níveis de proteção de equipamentos (EPL):

EPL Ma

Equipamento para instalação em uma mina suscetível ao grisu, tendo um nível de proteção “muito
alto”, o qual possui segurança suficiente para não se tornar uma fonte de ignição em operação normal,
durante mau funcionamento previsto ou durante maus funcionamentos raros, mesmo quando deixado
energizado na presença de um surto de gás.

EPL Mb

Equipamento para instalação em uma mina suscetível ao grisu, tendo um “alto” nível de proteção,
o qual possui segurança suficiente de que é improvável se tornar uma fonte de ignição em operação
normal ou durante mau funcionamento previsto ou durante o intervalo de tempo entre um surto de gás
e o equipamento sendo desenergizado.

EPL Ga

Equipamento para atmosfera explosiva de gás, tendo um nível de proteção “muito alto”, o qual não
é uma fonte de ignição em operação normal, durante maus funcionamentos previstos ou durante
maus funcionamentos raros.

EPL Gb

Equipamento para atmosferas explosivas de gás, tendo um nível de proteção “alto”, o qual não é uma
fonte de ignição em operação normal ou durante maus funcionamentos previstos.

EPL Gc

Equipamento para atmosfera explosiva de gás, tendo um nível de proteção “elevado”, o qual não
é uma fonte de ignição em operação normal e que pode ter alguma proteção adicional para assegurar
que este permaneça como uma fonte de ignição inativa no caso de ocorrência regular prevista (por
exemplo, falha de uma lâmpada).

EPL Da

Equipamento para atmosfera explosiva de poeira, tendo um nível de proteção “muito alto”, o qual
não é uma fonte de ignição em operação normal, durante maus funcionamentos previstos ou durante
maus funcionamentos raros.

EPL Db

Equipamento para atmosfera explosiva de poeira, tendo um nível de proteção “alto”, o qual não é uma
fonte de ignição em operação normal ou durante maus funcionamentos previstos.

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EPL Dc

Equipamento para atmosfera explosiva de poeira, tendo um nível de proteção “elevado”, o qual não é
uma fonte de ignição em operação normal e que pode ter alguma proteção adicional para assegurar
que esta permaneça como uma fonte de ignição inativa no caso de ocorrência regular prevista
(por exemplo, falha de uma lâmpada).
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Anexo F
(informativo)

Fluxograma para uma avaliação eletrostática


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Esta Especificação Técnica é extensa e para pessoas menos experientes, pode parecer complexa
e difícil para trabalhar. Para facilitar o entendimento, o fluxograma da Figura F.1 foi desenvolvido para
ajudar a encontrar um procedimento sistemático para uma avaliação do risco eletrostático de qualquer
produto ou processo.

O fluxograma é dividido em dois caminhos: O primeiro para avaliação de todos os materiais, peças
e conexões condutivas ou dissipativas, o segundo para avaliação de todas as peças isolantes. Todos
os caminhos terminam em “Aprovado” ou no respectivo tipo de descarga que se espera ocorrer nas
condições estabelecidas.

Este fluxograma foi desenvolvido de uma forma que é amplamente aplicável. Entretanto, pode ocorrer
situações onde pode não ser utilizado. Neste caso, convém que o usuário procure uma seção em
outro local desta Especificação Técnica que trate da situação específica.

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Carga eletrostática devida a processos de separação (por exemplo: fricção manual),


partículas carregadas (por exemplo: eletrodos de AT), ou esperados objetos carregados Não
por indução? (lado)

1° Sim (abaixo) 2°
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Ensaios para materiais condutivos / dissipativos, Ensaios para materiais Providenciar um


peças e conexões de acordo com a Tabela 1 isolantes e peças de aviso “Limpe
acordo com a Tabela 1 apenas com pano
úmido e deixe
secar
Peças isoladas (13) e capacitância N naturalmente”
APROVADO
excedem a Tabela 2? (6.3.2)

S 1. A área de superfície excede os valores limites


(Tabela 3) e o grupo I ou II, ou
N
Extremidades N 2. Revestimento (por exemplo : tinta, plástico etc.),
APROVADO
pontiagudas condutoras ou
presente (A.3.3)? 3. Fluxo de poeira ou líquido isolante?

S S

Revestimento
Líquidos e poeiras N
N contendo material
Aprovado no ensaio presentes e
condutor (6.3.4)? N
de carregamento manipulados de forma
experimental (6.3.9)? segura (7 e 9)?
S

Espessura dentro S
S Aprovado no ensaio
dos valores limites de carregamento N
da (6.3.4.3) ou experimental
N
grupo III? (6.3.9)?
S
S
Alta geração de cargas
N
por fricção manual APROVADO
(6.3.4.2)?

S
Poeiras presentes e
Nenhuma das medidas de enchimento N
N inseguro de
segurança 6.3.4.3 de a) até d)
etc é requerida? contêiner ou silo
(9.4.4)?
S
S

DESCARGAS DESCARGAS DESCARGAS TIPO DESCARGAS


DESCARGAS RAMIFICADAS
CENTELHANTES CONE RAMIFICADAS
TIPO CORONA PROPAGANTES
Risco de ignição Risco de ignição Risco de ignição
Sem risco de Severa ignição e
para gases vapores para gases vapores para gases e
ignição risco para a
e poeiras e poeiras vapores
saúde

Figura F.1 – Fluxograma para uma avaliação eletrostática sistemática

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Anexo G
(informativo)

Ensaios eletrostáticos
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Na elaboração da ABNT IEC TS 60079-32-1, a IEC 60079-32-29, Atmosferas explosivas – Parte 32-2: Ris-


cos da eletrostática – Ensaios, encontrava-se o processo de elaboração. Os métodos de ensaios
especificados na IEC 60079-32-2 apresentam como base os princípios relacionados a seguir:

G.1 Generalidades
Variações podem ser obtidas nos resultados das medições das propriedades eletrostáticas dos
materiais devidos principalmente a variações nas amostras (como não homogeneidade das superfícies,
geometria e estado do material) e não devido a incertezas nos valores de tensão, corrente, geometria
dos eletrodos ou incertezas dos dispositivos de medição. Estas variações são devidas ao fato de que
as propriedades eletrostáticas são fortemente influenciadas por diferenças muito pequenas, de forma
que os efeitos estatísticos representam um importante papel.

Tipicamente a precisão e a reprodutibilidade das medições eletrostáticas são de cerca de 20  %


a 30 %. Isto é muito mais elevado que as medições elétricas típicas, que são da ordem de menos de
1 %. Por esta razão, os limites eletrostáticos contêm uma certa margem de segurança para compen-
sar a ocorrência de variações estatísticas.

Para obter resultados comparáveis em todo o mundo, convém que as amostras sejam climatizadas
e medidas na umidade relativa e temperatura indicadas (geralmente 24 h a (23 ± 2) °C e (25 ± 5) %
de umidade relativa). Em países em que possam existir níveis menores ou maiores de temperatura e
de umidade relativa, um valor adicional nos valores locais mais altos ou baixos de temperatura e de
umidade relativa pode ser razoável (por exemplo, (40 ± 2) °C e (90 ± 5) % de umidade relativa para
países tropicais e (23 ± 2) °C e (15 ± 5) % de umidade relativa para climas polares).

G.2 Resistência de superfície

G.2.1 Generalidades

Superfícies que possuam uma resistência de superfície suficientemente baixa podem não ser eletros-
taticamente carregada quando em contato com o terra. Por esta razão, a resistência de superfície é
uma propriedade básica relacionada com o carregamento eletrostático. Como as resistências super-
ficiais normalmente aumentam com a diminuição da umidade relativa, uma baixa umidade relativa
é necessária durante a medição, de forma a replicar as condições de pior caso.

9 A ser publicada.
NOTA BRASILEIRA A IEC 60079-32-2 foi publicada em 25.02 2015.

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G.2.2 Princípio

A superfície da amostra sob ensaio é colocada em contato com dois eletrodos de comprimentos e
distâncias diferentes e a resistência entre os dois eletrodos é medida. Uma vez que altas resistências
normalmente diminuem com o aumento da tensão, convém que a tensão aplicada seja aumentada
para pelo menos 500 V, preferencialmente 1 000 V para resistências elevadas.
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G.2.3 Equipamentos

O equipamento de medição de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0 consiste de dois eletrodos para-


lelos com as dimensões indicadas na Figura G.1. Este equipamento pode ser fabricado com eletrodos
pintados com prata através de uma superfície adequada (stencil), eletrodos com tiras de borracha
macia condutiva sobre linguetas de metal montadas em mola ou tiras de espuma condutiva montadas
sobre um suporte isolante.

Dimensões em milímetros

Figura G.1 – Amostra de ensaio com eletrodos aplicados


NOTA 1 A resistência de superfície depende da configuração do eletrodo.

NOTA 2 Esta configuração de eletrodo é também utilizada, por exemplo, na IEC  60167 e na
CENELEC TR 50404.

NOTA 3 Eletrodos com tiras de borracha macia condutiva são preferíveis a eletrodos pintados com prata,
de forma a limitar interações químicas superficiais indesejáveis.

NOTA 4 Em casos de amostras não uniformes, eletrodos pintados com prata são preferíveis a eletrodos
com tiras de borracha macia condutiva em função de sua melhor adaptação à geometria da amostra.

NOTA 5 Em caso de amostras pequenas, a área ao redor dos eletrodos pode ser menor que 25 mm, como
indicado na Figura G1.

Os eletrodos são conectados a um medidor de teraohm. Um eletrodo guarda de blindagem pode


ser posicionado sobre os eletrodos para minimizar o ruído elétrico. Durante o ensaio, convém que
a tensão permaneça suficientemente estável de forma que a corrente de carga devida à flutuação de
tensão seja desprezível, quando comparada com a corrente que flui através da amostra de ensaio.

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Convém que o medidor de teraohm seja regularmente verificado com base na medição de uma
resistência de valor conhecido. Também convém que a geometria da borracha condutiva ou espuma
de eletrodos seja regularmente verificados por meio da medição de sua impressão ou estampa. Se
a pressão do eletrodo para alcançar a resistência mínima for maior que 20 N, convém que os eletrodos
de borracha sejam substituídos por eletrodos mais macios.
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G.2.4 Amostra de ensaio

Convém que a resistência de superfície seja medida sobre as partes da amostra se o tamanho per-
mitir, ou sobre uma amostra de ensaio composta de uma placa retangular com dimensões de acordo
com a Figura G.1. Convém que a amostra de ensaio possua uma superfície limpa e intacta. Como
os solventes podem deixar resíduos condutivos sobre a superfície, é melhor limpar a superfície so-
mente com uma escova. Isto é especialmente importante em casos onde a superfície for tratada com
agentes especiais antiestáticos.

Se, entretanto, marcas de dedos ou outras sujeiras forem visíveis sobre a superfície e agentes espe-
ciais antiestáticos não forem utilizados sobre a superfície, convém que a amostra de ensaio seja
limpa com água destilada, depois com álcool isopropílico (ou qualquer outro solvente que possa ser
misturado com água e não afete o material de amostra de ensaio e os eletrodos), e depois limpa mais
uma vez com água destilada, antes de ser seca.

Sem que seja tocada por mãos, convém que a superfície seja condicionada por pelo menos 24 h
a (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % de umidade relativa.

G.2.5 Procedimento de medição

O procedimento de medição está a seguir:

 a) Executar os ensaios sob as mesmas condições climáticas do précondicionamento.

 b) Colocar os eletrodos sobre a superfície.

 c) Aplicar uma pressão de 20 N sobre os eletrodos (não necessário nos casos de eletrodos pintados).

 d) Aplicar uma tensão de medição de (10 ± 0,5) V para (15 ± 5) s entre os eletrodos.

 e) Medir a resistência entre os dois eletrodos e registrar o valor ao final do tempo de medição.

NOTA Começar com baixa tensão de medição é necessário de forma a evitar danos nos eletrodos cau-
sados por altas correntes, quando da medição de amostras com baixa resistência.

 f) Se a resistência estiver entre 1 MΩ e 10 MΩ, convém que a tensão de medição seja aumentada
para (100 ± 5) V. Para resistências entre 10  MΩ e 100 MΩ, convém que sejam medidas com
(500 ± 25) V. Em caso de superfície com resistências acima de 100 MΩ, aplicar uma tensão de
pelo menos (500 ± 25) V, preferencialmente (1 000 ± 50) V, durante (65 ± 5) s.

NOTA Na IEC 61340-4-1, 100 V são aplicados para resistência entre 1 MΩ e 100 MΩ e 500 V são aplica-
dos para resistências mais elevadas. Como as altas resistências normalmente diminuem com o aumento da
tensão e necessitam de um tempo mais longo para a obtenção de resultados mais estáveis, este documento
indica tensões e tempos de medição ainda mais elevados para altas resistências em relação à IEC 61340-4-1
anteriormente indicada.

 g) Repetir a medição nove vezes. Se o objeto não for suficientemente grande para permitir nove
medições adicionais, uma quantidade menor de repetições é aceitável.

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G.2.6 Critério de aceitação

A resistência de superfície é o quociente da tensão direta aplicada nos eletrodos pela corrente que flui
entre eles. Os respectivos limites podem ser encontrados na Tabela 1. Convém que as amostras de
ensaios sejam classificadas de acordo com a resistência medida na tensão de medição mais elevada.
Por exemplo, se a resistência a 10 V é de 1,5 MΩ e a 100 V é de 900 kΩ, convém que a amostra de
Projeto em Consulta Nacional

ensaio seja classificada como possuindo uma resistência de 900 kΩ.

G.2.7 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— resultados de ensaios,

—— tensão de medição aplicada,

—— quantidade de medições,

—— resistência média geométrica,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.3 Resistividade de superfície


A resistividade de superfície é dez vezes mais alta que a resistência de superfície medida de acordo
com G.2.

G.4 Resistência de fuga

G.4.1 Generalidades

A resistência de fuga de um objeto é uma importante característica de segurança eletrostática. Existem


diversas normas publicadas com diferentes métodos de medição para ensaio de resistência de fuga
de um piso, os quais podem ser aplicados também a outros tipos de objetos (por exemplo cilindros
rotativos, invólucros e sacos com um ponto de aterramento). Na IEC 61340-4-1, o ensaio é executado
com um eletrodo circular de (65 ± 5) mm de diâmetro pressionado contra o piso com (2,5 ± 0,25) kg
(piso duro) ou (5,0 ± 0,25) kg (piso macio). Na ISO 10965, a medição é executada com um eletrodo
circular de (65 ± 2) mm de diâmetro pressionado contra o piso com (5,0 ± 0,1) kg. A ASTM F150 utiliza
um eletrodo circular com 63,5 mm de diâmetro pressionado contra o piso com 2,5 kg. A EN 1081 utiliza

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um eletrodo com três pés pressionado contra o piso por uma pessoa de pé sobre ele. Uma vez que
cada método resulta em valores diferentes de resistência, é importante que o método de medição
utilizado seja declarado na especificação do produto e nos relatórios de ensaio.

NOTA Em casos ideais, as diferenças entre as resistências medidas pelos diferentes métodos descritos
anteriormente são pequenas. Na realidade, superfícies rugosas, como por exemplo pisos de concreto com
conteúdo significativo de pedra podem influenciar a medição da resistência medida dependendo do eletrodo
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utilizado e da pressão aplicada. Resultados melhores podem ser obtidos com placas de espumas condutivas
de acordo com os eletrodos indicados na IEC 61340-4-1, de forma a elevar a rugosidade a muitos milímetros.
Entretanto, isto pode não reproduzir a situação prática de uma pisada de uma pessoa com calçado de sola dura.

G.4.2 Princípios

O piso ou o objeto é colocado em contato com um eletrodo especificado e a resistência entre o ele-
trodo e o terra é medida.

G.4.3 Equipamentos

Normalmente um eletrodo circular com (65 ± 5) mm de diâmetro com uma superfície de borracha
condutiva é pressionado ao objeto com 2,5 kg, ou 5 kg, o valor que estiver dentro da especificação do
eletrodo ou próximo das normas citadas em G.4.1. Entretanto, os eletrodos com três pés descritos na
EN 1081 podem ser mais adequados se a simulação da pressão do corpo sobre o piso for importante.

NOTA A resistência medida tende a diminuir com o aumento da pressão do eletrodo, porém somente até
determinado ponto, após o qual um aumento na pressão do eletrodo possui pouca influência na resistência
medida. Tem sido verificado que para muitos materiais utilizados em pisos, a pressão aplicada por uma
massa de 5 kg, um eletrodo com diâmetro de 65 mm é adequado para uma medição precisa.

Os eletrodos são conectados a um medidor de teraohm. Um eletrodo de proteção blindado pode


ser posicionado sobre os eletrodos para minimizar o ruído elétrico. Durante o ensaio, convém que
a tensão permaneça suficientemente estável de forma que a corrente de carga devida à flutuação de
tensão seja desprezível, quando comparada com a corrente que flui através da amostra de ensaio.

Convém que o medidor de teraohm seja regularmente verificado com base na medição de uma resis-
tência de valor conhecido. Se a pressão do eletrodo para alcançar a resistência mínima for maior que
20 N, convém que os eletrodos de borracha sejam substituídos por eletrodos mais macios.

G.4.4 Amostra de ensaio

Convém que a amostra do piso para o ensaio possua uma superfície limpa e intacta. Se o piso ou
o objeto a ser medido estiver localizado ao tempo (por exemplo superfícies em postos de serviços
de combustíveis) convém que não haja presença de tempo chuvoso ou de névoa no período de
24 h antes do período de medição (umidade relativa próxima a 50 % ou mesmo menor). Para pisos
ou objetos destinados a serem utilizados em ambientes internos convém que sejam condicionados
a (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % de umidade relativa durante 24 h para as medições laboratoriais, ou sob
condições ambientes para medições in loco.

Um tempo de condicionamento adicional pode ser requerido para pisos de revestimentos e outros
materiais que absorvam rapidamente a umidade (ver ISO 10965).

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G.4.5 Procedimento

Convém que o ensaio seja realizado de acordo com G.2.5, com exceção que a medição seja realizada
entre um eletrodo e o terra. Em casos de medição em pisos, um valor de medição por metro quadrado
é suficiente.
Projeto em Consulta Nacional

G.4.6 Critério de aceitação

A resistência de fuga é o quociente da tensão direta aplicada aos eletrodos pela corrente total que flui
entre o eletrodo e o terra. Os respectivos limites são indicados na Tabela 1.

G.4.7 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— resultados de ensaios,

—— tensão de medição,

—— descrição do eletrodo,

—— pressão aplicada,

—— resistência mediana,

—— quantidade de medições efetuadas,

—— resistência média geométrica,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.5 Ensaio de calçado em utilização

G.5.1 Generalidades

Os ensaios de laboratórios para calçados são descritos na IEC 61340-4-3. Para ensaios diários de
rotina a resistência de fuga de uma pessoa utilizando um calçado pode ser normalmente determinada
com aparelhos de ensaio de condutividade de calçados (instrumentos de ensaio de aterramento
pessoal). Se este tipo de dispositivo não estiver disponível, convém que esta resistência seja medida
de acordo com as seguintes seções.

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G.5.2 Princípio

A resistência entre um objeto portátil e uma placa de metal onde uma pessoa pise em cima com
ambos os pés é medida. A resistência da pessoa é considerada como sendo desprezível comparada
com a resistência do calçado.
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G.5.3 Equipamentos

O dispositivo de medição consiste de uma placa de metal sobre o piso e um objeto metálico manual
(por exemplo, uma barra metálica com 20 mm de diâmetro e 100 mm de comprimento ou uma esfera
metálica de 50  mm de diâmetro). Um medidor de teraohm é conectado entre os dois eletrodos,
medindo a resistência entre o objeto metálico manual e a placa metálica através do corpo e o pé.
Convém que o medidor de teraohm seja regularmente verificado pela medição de uma resistência de
valor conhecido.

Convém que a medição de tensão seja inferior a 100 V de forma a evitar um choque elétrico. Quando
da medição com 100 V, convém que um resistor de proteção de cerca de 1 MΩ seja inserido no cir-
cuito. Este resistor pode ser omitido quando da medição de baixas resistências com tensão de 10 V.

G.5.4 Procedimento

O procedimento de medição está a seguir:

 a) Efetuar a medição a (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % de umidade relativa. Se a umidade relativa for exce-
dida, registrar pelo menos a umidade.

 b) Colocar os calçados a serem ensaiados.

 c) Esperar por 5 min de forma a obter uma umidade suficiente nos calçados e nas meias.

 d) Ficar de pé sobre a placa metálica com ambos os pés e segurar firmemente o objeto metálico
manual com uma mão nua.

 e) Registrar a resistência indicada do calçado.

G.5.5 Critério de aceitação

Os respectivos limites são indicados na Tabela 1.

G.5.6 Relatório de ensaios

Em caso de controles de rotina de resistência de calçados, a indicação do resultado na forma de acen-


dimento de uma lâmpada verde ou vermelha é suficiente. Em outros casos, convém que o relatório de
ensaio inclua, pelo menos, as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

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—— resultados de ensaios,

—— tensão de medição,

—— quantidade de medições efetuadas,

—— identificação da instrumentação utilizada,


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—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.6 Ensaio de luvas em utilização

G.6.1 Generalidades

Os ensaios de luvas são descritos na EN 420. Para ensaios regulares diários, a resistência das luvas
pode ser medida em conjunto com a resistência do calçado. Infelizmente esta resistência total nem
sempre pode ser medida com os instrumentos de medição de condutividade de calçados (Instrumen-
tos de medição de aterramento de pessoas). Desta forma pode ser necessária a medição das resis-
tências de acordo com os seguintes parágrafos.

NOTA Encontra-se em elaboração uma norma CEN, identificada atualmente como WI 00162317:2011.

G.6.2 Princípios

A resistência entre uma luva colocada na mão e um objeto metálico manual através do corpo e do pé
para uma placa metálica sobre a qual a pessoa fica de pé com ambos os pés é medida de acordo com
G.5.4. Se a resistência do calçado não for conhecida, convém que a resistência do objeto metálico segu-
rado com a luva e uma fita de pulso de resistência conhecida sobre o braço da pessoa seja medida.

G.6.3 Equipamentos

Os mesmos de G.5.3.

G.6.4 Procedimento

O procedimento de medição para pessoas aterradas através de seus calçados é o indicado a seguir:

 a) Medir a resistência do calçado utilizado de acordo com G.5.4.

 b) Repetir a medição com as luvas colocadas nas mãos.

 c) Registrar ambos os valores e o seu quociente.

O procedimento de medição de pessoas aterradas através de tiras de pulso é o indicado a seguir:

 a) Aterrar a pessoa através de uma tira de pulso de resistência conhecida.

 b) Medir a resistência entre um objeto metálico segurado com a luva e a tira de pulso.

 c) Registrar ambos os valores e a sua diferença.

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G.6.5 Critério de aceitação

Os respectivos limites podem ser encontrados na Tabela 1.

G.6.6 Relatório de ensaios


Projeto em Consulta Nacional

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— resistência da fita de pulso ou do calçado,

—— descrição e identificação da amostra,

—— resultados de ensaios,

—— tensão de medição,

—— descrição do eletrodo,

—— pressão aplicada,

—— resistência mediana,

—— quantidade de medições efetuadas,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.7 Resistividade de poeiras

G.7.1 Generalidades

Existem diferentes métodos de medição para a resistividade de poeiras por meio de células de medi-
ção: de acordo com a IEC/TS 61241-2-2 (célula do tipo ranhura), de acordo com a IEC 60093 (célula
do tipo selo) e de acordo com documentos (Lucas, 2011, Stahmer et al, 2012), célula concêntrica
com um eletrodo em anel interno e externo. De acordo com Stahmer et al, uma célula do tipo ranhura
e uma célula concêntrica oferecem os mesmos resultados. Entretanto, como uma consequência da
compressão da poeira, a célula do tipo selo apresenta resistências até dez vezes mais baixas quando
comparado com a medição de poeiras compressíveis. Por estas razões, convém que a resistividade da
poeira seja medida de acordo com o procedimento indicado a seguir, com base na IEC/TS 61241-2-2.

NOTA BRASILEIRA A ISO/IEC 80079-20-2, publicada em 2016, cancelou e substituiu a IEC/TS 61241-2-2.


Foi publicada a ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-2 em 2018.

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G.7.2 Princípio

Um volume constante de poeira é colocado em uma célula de medição específica com dois eletrodos.
A resistência entre ambos os eletrodos é medida.

G.7.3 Equipamentos
Projeto em Consulta Nacional

De acordo com a ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-2 convém que uma célula de medição (célula do tipo
ranhura), consistindo de dois eletrodos opostos, fabricados de barras de aço inoxidável polido (1), com
altura de 10 mm, comprimento de 100 mm e distância de 10 mm, montados em conjunto com duas pare-
des opostas de barras de vidro isolante (2), com 10 mm de altura, sobre uma base isolante (3), seja
utilizada (Figura G.2). Convém que a espessura dos eletrodos esteja entre 5 mm e 10 mm. Convém
que a resistência R entre os eletrodos seja maior que 100 TΩ. Os valores exatos das dimensões da
célula têm que ser conhecidos para o fator de correção geométrico em 4.7.4.

Figura G.2 – Célula de medição para resistividade de poeiras


Os eletrodos são conectados a um medidor de Teraohm. Convém que este medidor de Teraohm
seja regularmente verificado pela medição de uma resistência de valor conhecido. Um eletrodo de
proteção blindado pode ser posicionado sobre os eletrodos para minimizar o ruído elétrico. Durante
o ensaio, convém que a tensão permaneça suficientemente estável, de forma que a corrente de carga
devida à flutuação de tensão seja desprezível, quando comparada com a corrente que flui através da
amostra de ensaio.

G.7.4 Procedimento

O procedimento de medição é indicado a seguir:

 a) Condicionar a poeira de ensaio em (23 ± 2) °C a (25 ± 5) % de umidade relativa pelo menos por
24 h. Poeiras que apresentem características significativas de secagem ou absorção de umidade,
para a qual a resistência da poeira durante um processo tecnológico específico seja importante,
convém que sejam medidas nas condições climáticas deste processo.

 b) Colocar uma quantidade da poeira sem tratamento entre os dois eletrodos (3).

 c) Remover o excesso de poeira passando uma espátula ao longo do topo das barras de aço inoxi-
dável (1).

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 183/206


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 d) Medir a resistência R da célula de ensaio preenchida com poeira entre os eletrodos (1) com
os seguintes valores de tensão c.c. aplicadas durante 10 s: (105 ± 10) V, (500 ± 25) V, (1 000 ± 50) V.
A mesma amostra de poeira na célula de ensaio pode ser utilizada para todos os ensaios em
qualquer dos valores de tensão. Se nenhum valor constante de medição for obtido após 10 s,
convém que o tempo de medição seja prolongado para 65 ± 5) s.
Projeto em Consulta Nacional

NOTA Na maioria dos casos, a tensão de ensaio (105 ± 10) V é suficiente. Tensões mais elevadas podem
levar a efeitos físicos e químicos não desejados.

 e) Calcular a resistividade ρ em todas as tensões de ensaio utilizando a seguinte equação:

—— ρ = 0,001 × R × H × W/L

—— onde ρ é a resistividade em Ωm, H é a altura do eletrodo em milímetros (mm), W é a largura


do eletrodo em milímetros (mm) e L é o espaço entre os eletrodos em milímetros (mm).

 f) Repetir as etapas b) até e) duas vezes e calcular os valores médios

G.7.5 Critério de aceitação

As faixas de resistividade estão indicadas em 9.1.

G.7.6 Relatório de ensaios


Convém que o relatório de ensaios inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— resultados dos ensaios,

—— tensão de medição,

—— quantidade de medições efetuadas,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente, bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.8 Condutividade de líquidos

G.8.1 Generalidades
Normalmente os medidores de condutividade com eletrodos de imersão são suficientemente exatos
para os objetivos eletrostáticos. Em todos os casos, convém que a temperatura também seja registrada,
em função da condutividade ser fortemente dependente da temperatura.

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Se valores mais exatos forem necessários, convém que uma célula específica de ensaio, como a célula
descrita a seguir seja utilizada. A célula pode ser utilizada para líquidos de uma fase ou multifase.
Alternativamente, a condutividade pode ser determinada de acordo com a IEC 60247.

G.8.2 Princípio
Projeto em Consulta Nacional

Um volume constante de líquido é colocado em uma célula específica de medição com dois eletrodos.
A resistência entre os dois eletrodos é medida.

G.8.3 Equipamentos

A Figura G.3 descreve a célula de medição de acordo com a DIN 51412-1 com uma constante de
célula K de 1/m. Outras dimensões da célula são possíveis, mas a constante da célula deste arranjo
tem que ser determinada por geometria. Convém que uma tensão U de (100 ± 1) V seja aplicada entre
o eletrodo interior e o eletrodo exterior e convém que a corrente resultante I seja registrada com um
picoamperímetro acoplado a um osciloscópio ou computador pessoal.

Dimensões em milímetros

∅50,45 ± 0,05

∅30,65 ± 0,05

Eletrodo interno
(alumínio)

Eletrodo externo
(alumínio)
90

Anel isolante
(PTFE)

BNC

Batente
(Cu-Ni alloy)

Figura G.3 – Célula de medição de condutividade de líquidos

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 185/206


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G.8.4 Procedimento

O procedimento de medição é indicado a seguir:

 a) Colocar (100 ± 0,5) cm3 do líquido sem tratamento na célula de medição e fechar a célula com
a tampa.
Projeto em Consulta Nacional

 b) Registrar a corrente I, da célula de ensaio totalmente preenchida, entre os eletrodos a 100 V, pelo
período de tempo t, com um osciloscópio ou computador pessoal acoplado a um picoamperímetro.

NOTA Na maioria dos casos, uma tensão de 100  V é suficiente. Tensões mais elevadas podem levar
a efeitos físicos ou químicos não desejados.

 c) Extrapolar a corrente Io para o tempo t = 0 a partir da excursão registrada de I.

 d) Calcular a condutividade σ em S/m de acordo com a seguinte fórmula

σ = K × Io / U

—— 1 pS/m = 10–12 S/m = 1 uc (unidade de condutividade)

 e) Repetir o procedimento duas vezes.

G.8.5 Critério de aceitação

Os respectivos limites estão indicados em 7.1.4.

G.8.6 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura,

—— descrição e identificação da amostra,

—— condutividade mediana,

—— resultados de ensaios,

—— tensão de medição,

—— quantidade de medições efetuadas,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

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G.9 Capacitância

G.9.1 Generalidades

Evitar a utilização de objetos condutores isolados é uma das regras eletrostáticas mais importantes.
Por esta razão, somente pequenos objetos condutivos isolados com baixas capacitâncias são de ins-
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talação permitida em atmosferas explosivas. Para verificar se o objeto condutivo sob avaliação (por
exemplo, parafusos metálicos em um invólucro e tomadas metálicas de conexão em equipamentos
manuais) está dentro dos limites permitidos, convém que o seguinte ensaio seja executado. Tomadas
e contatos metálicos que estejam situados no interior do invólucro, onde as descargas de aproxima-
ção de objetos aterrados não sejam previstas, não necessitam ser ensaiados.

G.9.2 Princípio

A amostra de ensaio é colocada sobre uma placa metálica não aterrada e a capacitância entre as
partes condutivas expostas e a placa metálica é medida com um medidor de capacitância.

G.9.3 Equipamentos

O dispositivo de medição consiste de uma placa metálica não aterrada que exceda de forma significa-
tiva a área da amostra de ensaio e um medidor de capacitância capaz de medir entre 1 e 10 pF com
uma incerteza de medição de menos de 0,5 pF na frequência de medição de pelo menos 1 000 Hz.
A tensão aplicada necessita estar entre 1 V e 9 V. O terminal negativo de medição é conectado à placa
de metal. O terminal positivo permanece livre para a medição da capacitância. Os cabos de conexão
necessitam ser tão curtos quanto possível para evitar correntes de fuga. Placas metálicas com super-
fícies oxidadas necessitam ser evitadas, uma vez que isto pode provocar resultados errados.

NOTA Um medidor de capacitância alimentado com bateria pode ser necessário para assegurar leituras
estáveis sem loops de terra.

Convém que outros equipamentos elétricos, especialmente lâmpadas fluorescentes, sejam mantidos
pelo menos 2 m afastados da amostra de ensaio.

G.9.4 Amostra de ensaio

Convém que o ensaio seja realizado em uma amostra do equipamento totalmente montado. Convém
que a amostra seja condicionada em uma câmara climática durante pelo menos 1 h em uma temperatura
de (23 ± 2) °C e uma umidade relativa de (25 ± 5) %.

G.9.5 Procedimento para partes móveis

Convém que a capacitância entre cada parte metálica exposta sobre a amostra de ensaio e a placa de
metal seja medida da seguinte forma:

 a) Colocar a amostra sobre a placa de metal. A parte condutiva da amostra a ser medida deve per-
manecer isolada da placa. Se a amostra requerer um suporte, esta pode ser mantida na posição
por meio de suportes fabricados com material isolante, mas não convém que sejam mantidos
suspensos com a mão.

 b) As posições das amostras são tais que o ponto metálico exposto de ensaio sendo medido seja tão
próximo quanto possível da placa metálica não aterrada, sem entrar em contato com a mesma.
Entretanto, se a parte metálica externa estiver em contato elétrico com as partes metálicas

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 187/206


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internas, é necessário medir a capacitância em todas as direções do equipamento de forma


a assegurar que a capacitância máxima tenha sido determinada.

NOTA 1 Se a parte metálica não for facilmente acessível para os terminais do instrumento de medição,
um parafuso pode ser inserido para estender a parte e criar um ponto de ensaio. Convém que o parafuso
seja pequeno quando comparado com a parte metálica e pode não fazer contato elétrico com qualquer
outra parte metálica interna.
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NOTA 2 Convém que capacitâncias parasitas sejam minimizadas, mantendo-se as partes condutivas
e as partes do corpo humano afastadas de pelo menos 50 cm da amostra sob ensaio.

 c) Conectar o terminal negativo do medidor de capacitância à placa metálica não aterrada.

 d) Posicionar o terminal positivo do medidor de capacitância entre 3 mm e 5 mm afastado do ponto
metálico de ensaio e, tanto quanto possível, da placa metálica. Registrar o valor desta capacitân-
cia de fuga no ar ao valor aproximado em pF.

 e) Posicionar o terminal positivo do medidor de capacitância em contato com o ponto metálico de
ensaio e registrar o valor da capacitância ao valor aproximado em pF.

 f) Calcular a diferença entre as medições das etapas d) e e) e registrar o valor.

 g) Repetir as etapas d) até f) duas vezes em cada ponto de ensaio.

 h) Calcular a capacitância média a partir das três medições obtidas por ponto de ensaio.

 i) Convém que as capacitâncias calculadas menores que 2 pF sejam registradas como sendo < 2 pF.

Em casos onde a capacitância de uma parte metálica isolada é prevista ser mais alta em relação
a outras partes metálicas do objeto para o terra, convém que esta capacitância seja adicionalmente
medida e avaliada.

G.9.6 Procedimento para partes fixas

A capacitância entre cada parte metálica exposta sobre uma amostra de ensaio e a terra é para ser
medida nas condições de montagem (por exemplo, partes metálicas no interior de um sistema de
tanque metálico aterrado), nas condições mais desfavoráveis. Uma placa metálica não aterrada de
suporte não é mais necessária. A medição da capacitância deve ser feita da seguinte forma:

 a) Conectar o terminal de medição negativo do medidor de capacitância a um ponto de terra. Con-
vém que o cabo do terminal positivo do medidor de capacitância seja mantido tão afastado quanto
possível do cabo do terminal negativo.

 b) Seguir as etapas d) até i) do procedimento de ensaio descrito em G.9.5.

G.9.7 Critério de aceitação

A capacitância máxima permitida depende do tipo das Zonas de classificação de áreas, como indicado
na Tabela 2.

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G.9.8 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,


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—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— capacitância mediana,

—— resultados de ensaios,

—— tensão de medição,

—— frequência de medição,

—— quantidade de medições efetuadas,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.10 Carga eletrostática transferida

G.10.1 Generalidades

De acordo com as ABNT NBR IEC 60079-0 e ABNT TS 60079-32-1, a área de superfície máxima per-


mitida dos materiais isolantes é limitada em atmosferas explosivas. Entretanto, existem muitos casos
onde um nível suficiente de segurança é ainda obtido com materiais isolantes. Estes casos incluem
superfícies com pontas com efeitos corona, invólucros com placas de circuito impresso bem como
materiais com tensão interna de ruptura de somente alguns quilovolts. Por esta razão, os seguintes
ensaios de carregamento podem ser executados com o objeto avaliado, se os requisitos de área super-
ficial não puderem ser atendidos.

Em alguns casos o ensaio tem que ser modificado. Por exemplo, em caso de avaliação do material de
um tubo para carregamento de motor de carros, uma medição da carga gerada sobre o tubo de carrega-
mento pelo fluxo de combustíveis altamente carregáveis sob as condições mais severas é preferível.

NOTA Um dos líquidos mais altamente carregáveis eletrostaticamente é o tolueno. Entretanto, o tolueno
apresenta um risco significativo de incêndio. Desta forma, é proposto uma alternativa técnica na SAE J1645
uma nafta pesada hidrodessulfurizada, com ponto de ebulição de 145 °C a 200 °C, ponto de ignição 40 °C
(nomes comerciais: White spirit, solvente Stoddard ou Testbenzin).

Em caso de peças de vestuário, o ensaio pode gerar resultados que conflitem com outros métodos de ensaios
estabelecidos. Por esta razão, as peças de vestuário são normalmente ensaiadas pelo método de decai-
mento indicado em G.12 e na EN 1149-3.

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G.10.2 Princípio

Centelhamento ocorre quando a capacitância C carregada com uma tensão U é descarregada através
de um interstício de centelhamento. É conhecido da literatura que toda atmosfera explosiva possui
um volume mínimo de ignição específico necessário para que possa ocorrer uma explosão devido
a uma determinada energia mínima de ignição. Desta forma, dobrando o comprimento de um interstício
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de centelhamento resulta em metade da tensão U efetiva em um volume de ignição (segunda lei


de Kirchoff). Devido a esta correlação linear entre a característica de capacidade de causar uma
ignição (incendividade) e a tensão U, a carga transferida C × U correlaciona de uma forma melhor com
a capacidade de causar uma ignição de uma descarga do que sua energia ½ C × U2.

Estes fatos permitem a medição da carga transferida de descargas provocadas sob as condições mais
desfavoráveis para avaliar os riscos de ignição eletrostática.

G.10.3 Equipamentos

Os seguintes equipamentos são necessários:

 1) Uma mesa ou uma chapa rígida de material dissipativo, por exemplo, madeira sem tratamento.

NOTA A correta utilização de uma mesa com superfície dissipativa assegura um forte acúmulo de cargas
eletrostáticas sobre a superfície carregada, devido aos efeitos de ligação entre as cargas. Após a elevação da
amostra da mesa, as cargas não são mais circundadas por cargas de polaridade oposta da mesa, possuindo
adequadas condições para o seu descarregamento.

 2) Tecidos fabricados de materiais livres de fiapos fora das regiões de carregamento positivo ou
negativo de uma série triboelétrica (geração de carregamento eletrostático por atrito), com tamanho
suficiente para evitar, durante o processo de fricção, o contato entre o material da amostra e
os dedos de uma luva ou de outra peça de couro natural macio que esteja sendo utilizado pela
pessoa que executa o ensaio.

NOTA.1 Ver a IEC/TR 61340-1 para as séries triboelétricas.

NOTA 2 Materiais adequados para carregamento positivo de acordo com o tribocarregamento são, por
exemplo, couro natural macio, feltro de lã de carneiro, tecidos de poliamida para capas de chuva, algodão e
pelo de animais. Materiais adequados para carregamento negativo de acordo com o tribocarregamento são,
por exemplo, toalhas de mesa feitas de poliuretano ou polietileno.

 3) Um eletrodo de metal tipo agulha com uma única ponta ou múltiplas pontas que possuam uma
conexão aos eletrodos de polo negativo de uma fonte de alta-tensão de 30 kV c.c. a 70 kV c.c.
para carregamento por efeito corona.

 4) Um dos seguintes equipamentos ou equivalente para medição de transferência de carga:

 a) Um eletrodo de metal polido com diâmetro de (25 ± 5) mm acoplado a uma entrada de um
osciloscópio de 50  Ω com pelo menos 1  Gigasamples/s e largura de banda de 300  MHz,
possuindo uma resistência de derivação aterrada (shunt) em arranjo circular de (0,25 ± 0,05) Ω
de largura de banda de pelo menos 300 MHz (ver Bibliografia, von Pidoll), ou

 b) Um eletrodo de metal polido com diâmetro de (25 ± 5) mm acoplado ao sistema de aterramento
através de um capacitor de (100 ± 10) nF com um resistor em paralelo de (15 ± 2) kΩ, ambos
conectados à entrada de um voltímetro que automaticamente seja sensibilizado e apresente
o valor mais elevado (triggering e holding) (ver Bibliografia, Schnier), ou

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 c) Um eletrodo de metal polido com diâmetro de (3 ± 1) mm acoplado a uma esfera oca
aterrada com diâmetro de (25 ± 5) mm através de um orifício com borda suave com diâmetro
de (5  ±  1)  mm de, conectado a um sistema de aterramento através de um capacitor de
(100 ± 10) nF na entrada de um medidor de carregamento eletrostático (Coloumb meter)
(ver Bibliografia, Chubb).
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 5) Um disco circular plano, com espessura inferior a 3 mm, composto por PTFE, com uma área maior
que 20 000 mm2 como uma referência de elevado carregamento (ver Bibliografia, von Pidoll).

G.10.4 Amostra de ensaio

Convém que o ensaio seja realizado sobre uma amostra completa do produto ou um material com
os mesmos parâmetros de fabricação. Não convém que esta amostra tenha sido previamente
submetida a outros ensaios e pode consistir de qualquer combinação de materiais isolantes, condutivos
ou dissipativos.

NOTA É benéfico ensaiar o produto completamente montado porque os efeitos relacionados com
o carregamento eletrostático, por exemplo, devido a partes condutivas internas, podem auxiliar a evitar
os riscos de descargas eletrostáticas perigosas.

Convém que a amostra seja condicionada em uma câmara ambiental climática durante um período de
pelo menos 24 h a uma temperatura de (23 ± 2) °C e uma umidade relativa de (25 ± 5) % UR.

Convém que a amostra de ensaio tenha uma superfície limpa e intacta. Como os solventes podem deixar
resíduos condutivos sobre a superfície, é melhor limpar a superfície somente com uma escova. Isto
é especialmente importante em casos onde a superfície for tratada com agentes especiais antiestáticos.

Se, entretanto, marcas de dedos ou outras sujidades sejam visíveis sobre a superfície e não forem uti
lizados agentes especiais antiestáticos, convém que a amostra de ensaio seja limpa de acordo com G.2.4.

G.10.5 Procedimento

Convém que todas as partes isolantes da amostra de ensaio sejam ensaiadas. Convém que as partes
condutivas sejam aterradas durante o ensaio.

O ensaio é conduzido como indicado a seguir:

 a) Convém que a correta operação do sistema de medição seja confirmada, por exemplo, pelo
ensaio de pulsos, pela aplicação de aproximadamente 50 nC a partir de um eletrodo esférico em
uma entrada de um voltímetro eletrostático calibrado com uma entrada de capacitância conhecida
(por exemplo, 10 pF) e pela aplicação de uma tensão conhecida (por exemplo, 5 kV). Alterna-
tivamente, pelo medidor de carregamento eletrostático (capacitância de entrada típica de 100 nF)
convém que a indicação da carga transferida (tipicamente 165 nC) em uma conexão de entrada
muito curta com uma bateria de 1,5 V (tipicamente 1,65 V).

 b) Verificar as etapas 3 a 12 do ensaio adotando como referência o disco de PTFE e confirmar se é
obtido pelo menos 100 nC.

 c) Esfregar a amostra de ensaio com um material de maior carregamento positivo da série triboelé-
trica. Continuar esfregando com pelo menos uma passada por segundo com força média (aproxi-
madamente 40 N), em direção oposta da pessoa que está executando o ensaio. Não convém que

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a superfície do ensaio seja tocada com uma mão nua. Convém que a ação de esfregar continue
durante (10 ± 1) s e encerre com uma esfregada forte.

NOTA A força média de 40 N pode ser controlada por uma máquina de pesagem.

 d) Pegar a amostra de ensaio utilizando uma garra isolada, de forma a minimizar descargas inadvertidas.
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 e) Suspender a amostra cuidadosamente pelo menos por 20 cm da mesa de ensaio, de forma a per-
der a menor quantidade possível de carga.

 f) Descarregar a amostra o mais rapidamente possível por meio da aproximação lenta do eletrodo
esférico de medição na direção da amostra do ensaio até que a descarga ocorra. Atenção espe-
cial no descarregamento das partes mais perigosas da amostra, por exemplo, as grandes áreas
superficiais e as pequenas peças condutivas.

NOTA Descargas que ocorram nos interstícios dos equipamentos à prova de explosão inferiores
a 2 mm para o Grupo IIA, 1 mm para o Grupo IIB e 0,5 mm para o Grupo IIC são menos acendíveis
do que o esperado pelas suas cargas transferidas, devido aos efeitos de resfriamento (“quenching”)
nos eletrodos.

 g) Remover imediatamente a amostra da proximidade do eletrodo.

 h) Efetuar a leitura ou registrar os dados obtidos (ajuste horizontal típico de 40 ns/div) e multiplicar
pelo fator de calibração conhecido.

NOTA Pode ser necessária a consulta a um especialista no caso de registro de múltiplas descargas.

 i) Repetir o ensaio nove vezes.

 j) Repetir as etapas 3 a 9 com um material, de maior carregamento negativo da série triboelétrica.

 k) Repetir as etapas 3 a 9 com um segundo material, de maior carregamento positivo da série triboelétrica.

 l) Repetir as etapas 3 a 9 com um terceiro material, ou atritar a amostra cinco vezes com uma parte
macia de uma luva de couro, repetindo o ensaio por dez vezes.

 m) Verificar se a amostra de ensaio contém partes isolantes, tocando com um objeto condutor dissi-
pativo ou condutivo. Se “sim” finalizar o ensaio, se “não” continuar o ensaio.

NOTA Isto é necessário para assegurar que não ocorram descargas ramificadas propagantes, que
possam danificar o equipamento de medição.

 n) Carregar a amostra posicionando o eletrodo de efeito corona próximo da amostra de ensaio e
carregá-la com um pequeno movimento circular. Afastar o eletrodo da amostra após 5 s enquanto
a alta-tensão ainda estiver sendo aplicada, de forma a evitar o carregando reverso, da amostra
carregada para o eletrodo.

NOTA O movimento circular não é necessário no caso de eletrodo contendo múltiplas extremidades
(multi-needle)

 o) Continuar com as etapas 4 a 9.

 p) Fim do ensaio.

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G.10.6 Critério de aceitação

Convém que o valor mais alto de todos os métodos de carregamento seja utilizado para o procedi-
mento de avaliação.

O máximo valor permitido depende das zonas de atmosferas explosivas indicados na Tabela 4.
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O carregamento eletrostático gerado por efeito corona e o toque com uma luva de couro são proces-
sos que geram fortes cargas eletrostáticas, quando comparados com uma máquina atrito mecânico,
carregamento de elétrons na proximidade de ionizadores, equipamentos com névoa eletrostática
ou carregamento por movimentações de líquidos ou poeiras.

G.10.7 Relatório de ensaios


Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— tipo de tecidos utilizados,

—— tensão por efeito corona,

—— valores máximos obtidos,

—— quantidade de medições,

—— valor máximo obtido com a amostra de referência,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

Se os resultados sobre o carregamento por efeito corona e o toque com uma luva de couro tiverem
sido descartados, convém declarar que a amostra de ensaio pode não ser utilizada na presença de pro-
cessos que gerem carregamentos eletrostáticos mais fortes do que o carregamento por atrito manual.

G.11 Ensaio de ignição

G.11.1 Generalidades
Uma segunda possibilidade para a avaliação da capacidade de ignição de descargas provocadas sob
as condições mais adversas consiste na execução de experimentos ou ensaios com uma sonda de
ignição que produza uma região da descarga eletrostática em uma atmosfera explosiva. Uma sonda
de descarga adequada é descrita na IEC 61340-4-4 (Figuras G.4 e G.5).

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Um equipamento diferente daquele especificado pode ser utilizado se este equipamento reproduz
os princípios do ensaio e possa proporcionar resultados comparáveis.

G.11.2 Equipamentos

A sonda de ignição, de acordo com a IEC 61340-4-4 consiste de um cilindro fabricado de material não
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condutivo, como o policarbonato ou acrílico, com um diâmetro interno de (70 ± 5) mm e um compri-


mento interno de (100 ± 5) mm (Figura G.4). Convém que o material utilizado para a fabricação da
sonda possua uma espessura e uma rigidez suficiente para suportar repetidas ignições sem trincar,
distorcer ou apresentar outros tipos de falhas.

Uma extremidade do cilindro é fechada por meio de uma entrada central que permita um fluxo de
gás inflamável ao interior do cilindro. O tamanho da entrada não é crítico, mas não convém que seja
grande o suficiente para permitir que a vazão seja alcançada sem aplicação de uma pressão exces-
siva. Convém que um corta-chama seja instalado na tubulação de entrada de gás, tão próximo quanto
possível da sonda de ignição.

Uma placa de metal é fixada à outra extremidade do cilindro, de forma a formar uma base para
a fixação do eletrodo de descarga (Figura G.5). A placa de metal deve possuir furos com diâmetro de
(5 ± 1) mm, de forma a permitir uma vazão uniforme de gás através e ao redor do eletrodo de descarga.

Um eletrodo esférico metálico com diâmetro de (20 ± 5) mm é montado na posição central da placa
metálica. O eletrodo, a placa metálica e qualquer outro material metálico ou condutivo da sonda de
ignição são conectados a um ponto de terra comum por meio de uma conexão de baixa impedância
(< 10 Ω). Convém que o ponto de aterramento seja comum para as estruturas e os equipamentos
locais. O ponto de aterramento comum pode ser conectado ao aterramento da fonte de alimentação
elétrica. Convém que a conexão entre o eletrodo, a placa de metal e o conector do terra seja sufi-
cientemente robusta para suportar impactos físicos e esforços térmicos. Convém que a continuidade
elétrica entre o eletrodo de descarga e o conector do terra seja verificada antes da utilização.

A sonda de ignição é preenchida com malhas fabricadas de vidro ou porcelana, com diâmetro nominal
de 1 mm a 2 mm, os quais são fixadas por uma fina rede ou peneira metálica, em qualquer das extre-
midades do cilindro principal. Estas malhas auxiliam na mistura dos gases e também contribuem para
evitar a propagação reversa de qualquer chama pela sonda.

Uma camisa de proteção ajustável feita de material isolante é fixada ao cilindro para direcionar o gás
sobre o eletrodo de descarga e para a região a frente do eletrodo de descarga, onde ocorre a des-
carga eletrostática. A abertura nesta camisa de proteção é de (40 ± 5) mm.

O gás inflamável é gerado pela mistura do gás do ensaio (pureza mínima de 99,5 %) com o ar. O ar
utilizado necessita conter (21,0 ± 0,5) % de oxigênio e (79,0 ± 0,5) % de nitrogênio. O dispositivo de
controle e mistura do gás é utilizado para direcioná-lo na proporção adequada para a sonda de igni-
ção. As concentrações volumétricas do gás de ensaio utilizado são indicadas na Tabela G.1.

Tabela G.1 – Concentrações volumétricas de misturas de gases inflamáveis (continua)


Concentração
Gás do ensaio Energia mínima de ignição a Grupo de gás
volumétrica
Hidrogênio (22,0 ± 0,3) % em ar 0,016 mJ IIC
Etileno (8,0 ± 0,1) % em ar 0,082 mJ IIB

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Tabela G.1 (conclusão)


Concentração
Gás do ensaio Energia mínima de ignição a Grupo de gás
volumétrica
Propano b (5,2 ± 0,1) % em ar 0,25 mJ IIA
a Ver C.6.
Projeto em Consulta Nacional

b Ver EN 50050.

Convém que o controle da mistura de gás dentro das tolerâncias especificadas seja verificado, por
exemplo, por meio de um analisador de gás por infravermelho, com amostragem na tubulação de
suprimento de gás.

Se uma mistura de gás diferente daquela especificada na Tabela G.1 for utilizada, convém que a ener-
gia mínima de ignição da mistura seja verificada utilizando o método indicado na ASTM E582-2.

É conveniente a utilização de cilindros de gás comprimido para o suprimento de gás, embora outras
fontes de suprimento podem ser utilizadas. Caso seja necessário, convém que filtros com peneiras
moleculares sejam utilizados para assegurar que os gases possuem baixa concentração de umidade.
Este requisito é particularmente importante, por exemplo, quando da utilização de ar diretamente de
um compressor.

Cada suprimento de gás é controlado e monitorado utilizando medidores de vazão e válvulas. Convém
que a vazão combinada de todos os gases através da sonda de ignição seja de (0,21 ± 0,04) l/s.

Uma válvula de bloqueio (válvula de shut-off) de ação rápida é utilizada para fechar a vazão de gás de
ensaio quando ocorre uma ignição. Convém que a válvula de bloqueio interrompa o suprimento de gás
de ensaio enquanto deixa fluir o ar livremente, de forma a proporcionar o resfriamento e a secagem da
sonda de ignição após uma ignição. Convém que o tipo e a localização da válvula de bloqueio sejam
especificada para o projeto do equipamento completo.

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Dimensões em milímetros

∅40 ± 5

∅20 ± 5
Projeto em Consulta Nacional

35 ± 5

3
4

6
7
100 ± 5

∅70 ± 5

Legenda
1 eletrodo de descarga 5 rede ou peneira fina (por exemplo, cobre)
2 camisa de proteção ajustável feita de mate-rial 6 malhas (por exemplo de vidro ou porcelana), diâ-
isolante (por exemplo policarbonato ou acrílico) metro de 1 – 2 mm (nominal).
3 cilindro de material isolante (por exemplo 7 conexão rígida de aterramento
policarbonato ou acrílico)
8 conector de aterramento
4 placa de metal perfurada (espessura nominal
9 ponto de entrada de gás inflamável
de 2 mm)

Figura G.4 – Sonda de ignição

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Dimensões em milímetros

1
Projeto em Consulta Nacional

3
20 ± 1 35 ± 1 50 ± 1

Legenda

1 furos com diâmetro de (5 ± 1) mm


2 furo de montagem para o eletrodo de descarga
3 parafuso para fixação da placa ao corpo da sonda de ignição

Figura G.5 – Placa perfurada da sonda de ignição

G.11.3 Procedimento

Ensaios de ignição são executados pela aproximação da sonda de ignição da amostra de ensaio
carregada eletrostaticamente, com uma mistura de gás inflamável fluindo através da sonda. Convém
que o mesmo procedimento de ensaio como descrito em G.10.4, passos 2 a 16, seja executado, com
exceção de que a quantidade de sequência de ensaios recomendada seja pelo menos dobrada para
compensar dispersões estatísticas.

G.11.4 Critério de aceitação

Convém que qualquer ignição que ocorra seja descrita como uma falha do produto sob ensaio para
o grupo de gás representado pela mistura específica de gás.

O carregamento eletrostático gerado por efeito corona e o toque com uma luva de couro são proces-
sos que geram fortes cargas eletrostáticas, quando comparados com uma máquina atrito mecânico,
carregamento de elétrons na proximidade de ionizadores, equipamentos com névoa eletrostática ou
carregamento por movimentações de líquidos ou poeiras.

G.11.5 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

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—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— tipo de tecidos utilizados,

—— tensão por efeito corona,


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—— resultados dos ensaios de ignição,

—— número de não ignições obtidas,

—— ignição foi obtida com a amostra de referência,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

G.12 Medição do decaimento da carga eletrostática

G.12.1 Generalidades

Uma outra possibilidade para avaliar o carregamento eletrostático de um material, e um que é preferí-
vel para o ensaio de peças de vestuário, é a medição do decaimento da carga eletrostática, de acordo
com a IEC 61340-2-1.

NOTA Na Europa, o método descrito na EN 1149-3 é utilizado para a determinação do decaimento da


carga eletrostática em vestimentas de proteção.

G.12.2 Princípio

O material é carregado por efeito corona e o decaimento de sua tensão de superfície equivalente,
medida com um medidor de campo elétrico, é registrada entre um determinado intervalo de tensão.

G.12.3 Equipamentos

Um exemplo de equipamentos é indicado na Figura G.6. Convém que a abertura do equipamento de


ensaio para a deposição e medição do carregamento eletrostático possua um diâmetro de 50 mm ou
uma área equivalente. Todos os pontos de aplicação do efeito corona são montados em um círculo
com 10 mm de diâmetro, instalados sobre uma placa móvel posicionada a 10 mm acima do centro da
abertura para ensaio. A abertura do sensor do medidor de campo elétrico necessita estar posicionado
a 25 mm acima do centro da área de ensaio. Quando a placa com os pontos de aplicação do efeito
corona é movida totalmente para fora, é recomendado que a área de ensaio esteja localizada no plano
da abertura do sensor do medidor de campo.

Convém que o medidor de campo elétrico seja do tipo field mil, capaz de medir a tensão da superfície
com precisão de 5 V para tensões até abaixo de 40 V, com tempo de resposta de (10 % a 90 %) abaixo
de 10 ms. É recomendado que a estabilidade de zero permita medições da tensão de superfície com esta
precisão sobre o maior tempo de decaimento a ser medido. Convém que qualquer ionização residual na
câmara de medição seja menor que 10 V, que pode ser avaliada com vestimentas totalmente condutivas.

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Convém que o medidor de campo elétrico seja conectado a um computador pessoal ou a um oscilos-
cópio para registrar o decaimento da carga eletrostática.

NOTA Mais detalhes sobre este procedimento de medição bem como desenhos para o equipamento
necessário podem ser encontrados na IEC 61340-2-1.

Dimensões em milímetros
Projeto em Consulta Nacional

Legenda
1 pontos de aplicação de efeito corona com 10 mm de diâmetro
2 abertura para o sensor de medidor de campo elétrico
3 placa móvel:
– placa isolante: para a montagem dos pontos de aplicação de efeito corona
(resistência para a terra > 1014 Ω)
– superfície superior aterrada: para a proteção do medidor de campo elétrico
4 invólucro aterrado
5 amostra para ensaio
6 suporte de apoio com abertura na proteção

NOTA As dimensões são nominais.

Figura G.6 – Exemplo de um arranjo para medição de decaimento de carga eletrostática

G.12.4 Amostra de ensaio

A amostra de ensaio é tipicamente um material de uma peça de vestuário de pelo menos 60 mm de
diâmetro. Remover qualquer poeira depositada por meio de um leve escovamento ou sopragem com

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ar limpo. Uma limpeza pode ser feita somente se isto for de comum acordo. Entretanto, não ensaiar
partes obviamente contaminadas.

Convém que o ambiente para o condicionamento e ensaio seja de (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % de umidade
relativa. É recomendado que o tempo de condicionamento antes do ensaio seja de pelo menos 48 h,
ou de outra forma acordado.
Projeto em Consulta Nacional

G.12.5 Procedimento

O procedimento de ensaio é o seguinte:

 a) Fixar a peça de vestuário no equipamento.

 b) Mover a placa central de forma que os pontos de aplicação do efeito corona estejam efetivamente
posicionados e que o medidor de campo elétrico esteja protegido.

 c) Aplicar de 5  kV a 10  kV com polaridade negativa sobre os pontos do efeito corona durante
(1 ± 0,5) s.

 d) Remover a placa central de forma que o medidor de campo elétrico possa medir a superfície
equivalente potencial da sonda.

 e) Medir o decaimento de carga eletrostática a partir da tensão inicial até o nível mínimo de ten-
são acordado.

 f) Repetir as etapas b) a e) duas vezes sobre diferentes locais da peça.

 g) Repetir as etapas a) a f) com polaridade positiva.

G.12.6 Critério de aceitação

O tempo de decaimento aceitável depende do processo de carregamento eletrostático envolvido na


aplicação. Para processos manuais, onde o carregamento é dependente da atividade humana, um
tempo de decaimento de 1 000 V para 100 V em torno de 1 s a 2 s é geralmente aceitável. Quando
os carregamentos eletrostáticos são maiores, tempos de decaimento mais curtos podem ser requeridos.

G.12.7 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— resultados dos ensaios,

—— tipo de materiais das vestimentas de proteção utilizados,

—— tensão de efeito corona aplicada,

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—— tempo de carregamento eletrostático,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.


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G.13 Tensão de ruptura

G.13.1 Generalidades

Convém que a tensão de ruptura elétrica seja medida de acordo com o ensaio de tempo curto (elevação
rápida) indicado na IEC 60243-1, com os requisitos adicionais da IEC 60243-2 para ensaios com c.c.

G.13.2 Princípio

A amostra de ensaio é colocada entre dois eletrodos metálicos. Uma tensão contínua (V c.c.) é aplicada
e aumentada até que ocorra a ruptura elétrica.

G.13.3 Equipamentos

Em casos de placas, discos e lâminas, a amostra é colocada entre dois cilindros metálicos. De acordo
com a IEC  60243-1, o primeiro cilindro possui diâmetro de (25 ± 1) mm e altura de (25 ± 1) mm,
pressionado com uma massa de 1 kg sobre a amostra, e o segundo cilindro possui um diâmetro de
(75 ± 1) mm e altura de (10 ± 1) mm (Figura G.7). Convém que os cantos das extremidades dos
cilíndricos metálicos sejam arredondados com um raio (3 ± 0,2) mm para permitir descargas por efeito
corona. No caso de pequenas mangueiras, convém que os eletrodos possuam uma haste de metal
em contato permanente com o interior da mangueira e uma fita metálica na parte externa da amostra.

Dimensões em milímetros
∅ 25
∅6

R3
Metal
≈ 25

R3
≈ 15 5

R3
R3

Suporte do eletrodo
∅ 75

Figura G.7 – Eletrodos para a medição de tensão de ruptura de lâminas

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Os eletrodos são conectados a um gerador de alta-tensão c.c. com telas para a indicação de tensão
e corrente calibradas. Para os objetivos das cargas eletrostáticas normais, uma tensão máxima de
20 kV é suficiente. Entretanto, em caso de ensaios de tubos, é necessária uma tensão de 120 kV.

G.13.4 Procedimento de ensaio


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O procedimento de ensaio é o seguinte:

 a) Acondicionar as amostras a (23 ± 2) °C e (25 ± 5) % de umidade relativa, exceto quando outras
condições tiverem sido acordadas.

 b) Colocar uma amostra entre os eletrodos nas mesmas condições ambientais.

 c) Aplicar uma tensão contínua (V c.c.) entre os eletrodos e lentamente elevar esta tensão a partir
de 0 V em uma taxa de 100 V/s.

 d) Monitorar a corrente medida durante este procedimento.

 e) Parar o ensaio e registrar o valor da tensão seja devido um rápido aumento de corrente, frequen-
temente acompanhado da ocorrência de um som de “tiro” (ruptura) e fumaça, ou ter atingido
o valor-limite superior de corrente de comum acordo.

 f) Se a corrente de saída da fonte de tensão contínua (V c.c.) alcançar 1 mA antes que a tensão do
eletrodo alcançar 4 kV (6 kV em caso de tecidos), convém que o material sob ensaio seja consi-
derado como possuindo uma baixa tensão de ruptura.

NOTA Mais detalhes sobre este procedimento de ensaio podem ser encontrados nas IEC  60243-1 e
IEC 60243-2.

G.13.5 Critério de aceitação

A tensão máxima permitida depende das zonas de classificação de áreas e são indicados em 6.3.4.2
e 9.6.1

G.13.6 Relatório de ensaios

Convém que o relatório de ensaio inclua pelo menos as seguintes informações:

—— nome do laboratório de medição,

—— data da medição,

—— temperatura e umidade relativa,

—— descrição e identificação da amostra,

—— tensão de ruptura mediana ou limite para atingir 1 mA, o que for aplicável,

—— identificação da instrumentação utilizada,

—— data da calibração mais recente bem como da próxima calibração,

—— número desta Norma.

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10 Este documento substituiu o BGR 132:2004 e ZH1/200:1989.

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