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Resenha: Sete mitos da conquista espanhola.

Tamara Menezes de Menezes


RESTALL, Matthew. Sete mitos da conquista espanhola. Tradução de Cristina de Assis
Serra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
Matthew Resttal é professor na Universidade da Pensilvânia de História Colonial
da América Latina com área de especificação em Yucatan e México, Guatemala e
Belize, história Maia, a conquista espanhola e os africanos na América espanhola,
professor de Antropologia e Estudos Femininos. Em seu livro Sete mitos da Conquista
Espanhola tenta desmistificar sete mitos acerca do processo de conquista e colonização
da América Espanhola fazendo uso da análise de fontes primárias, escritos dos
espanhóis como Cortés, Bernard de La Casas, alguns religiosos, além de iconografias ,
filmes e análises historiográficas contemporâneas. A obra se divide em sete capítulos
um para cada mito onde se propõe a repensar a forma como a Conquista foi propagada
ao longo da história, interrogando e interpelando os diversos argumentos.
Em seu primeiro capitulo RESTALL irá refletir acerca do mito dos homens
excepcionais. A historiografia propagou a ideia de ter sido a Conquista da América um
grande feito realizado por alguns aventureiros, um pequeno grupo de conquistadores
contra um vasto império nativo. Eis o gênesis da problemática do capítulo: como os
espanhóis em número tão pequeno teria conseguido tamanha façanha? O próprio autor
responde. Trata-se do mito criado de serem estes conquistadores seres excepcionais e a
fim de entendê-los analisa as três principais figuras, Colombo, Cortés e Pizarro.

Colombo durante muito tempo não teve importância para a história da conquista,
no entanto este cenário é alterado durante as comemorações doo tricentenário e
quadricentenário da descoberta da América, movidos pelo espírito nacionalista
realizaram esforços para “ ... implantar de tal modo um certo Colombo na mentalidade
popular dos dois lados do Atlântico...” pag 39 que sobrevive a atualidade. Portanto para o
autor visões como de um Colombo a frente do seu tempo, como propagador da teoria
da esfericidade da Terra, expressa “ ... um homem não do século XV, mas do XIX –
com tintas do XX. “ pag40

Da mesma forma a imagem dos grandes conquistadores Cortés e Pizarro é


questionada. Quanto a eles o autor irá construir uma linha argumentativa sobre o
processo de colonização empregado afirmando que nada de extraordinário fizeram e sim
seguram um modelo de práticas para a colonização cujo autor ira afirmar serem práticas
corriqueiras da conquista como o exemplo da leitura de documentos jurídicos que
legitimem o processo, a busca de metais preciosos, instalação de cabildos, a busca de
aliados nativos, intérpretes e o apelo teatral a violência. Tendo em vista que estas
práticas são comuns RESTALL alega que os grandes responsáveis pela propagação do
mito da excepcionalidade são as próprias fontes de relato em especial as probanzas de
mérito e as crônicas históricas.

Na mesma linha argumentativa é analisado o mito do exército do rei, afirmando


que é uma visão contemporânea alegando que estaríamos sofrendo influência do nosso
conceito de exército já que as próprias narrativas dos conquistadores afirmavam não
haver exércitos. Para então compreender quem eram os homens da conquista, se faziam
ou não operações militares o autor faz uma análise das funções destas pessoas e revela
serem elas em sua maioria artesãos que se lançaram voluntariamente no processo de
conquista em busca de riquezas e status e aprenderam a combater nos conflitos diários.
Com a reflexão acerca do conceito de soldado ao longo dos séculos na Espanha deixa
claro que foi a Revolução Militar ocorrida na Europa do século XVI e XVII que fez
com que os espanhóis imaginassem os primeiros conquistadores como soldados,
imagem que influencia os historiadores modernos.

O capítulo seguinte intitulado Guerreiros invisíveis – O mito do conquistador


branco faz retomar a discussão do capítulo inicial de terem sido alguns aventureiros
espanhóis os responsáveis pela conquista, nesse caso a autor no mostrará que os
europeus contaram com a ajuda de muitos nativos visto que estavam impulsionados por
disputas internas pré-existentes à chegada dos colonizadores europeus. Portanto uma
nova forma de ver a conquista “(com uma guerra civil indígena que acabaria resultando
numa dominação espanhola incompleta...).” paag99 Além desses havia ainda a
participação dos negros, muitas vezes ocultos das fontes e em outras reconhecidos como
excelentes lutadores. Seriam, portanto estes homens ocultos n historiografia
preponderante, os guerreiros invisíveis.

O quinto capítulo- Sob o domínio do rei- O mito da conclusão, mais uma vez
deixa claro a relação entre os mitos. Neste caso o autor questiona a rapidez da conquista
e colonização da América explicando que tal equívoco é consequência da pressão da
Coroa já que exercia um controle mediante a concessão e licenças ou contratas de
exploração ou ocupação os títulos de adelantado e títulos e privilégios de governo. È
devido a esses benefícios que os conquistadores se encarregarão de demonstrar que a
conquista estava tendo êxito em tempo hábil, o que explica o conteúdo das probanza de
mérito. Para desmistificar RESTALL demonstra sete pontos da “dimensão de
incomplecitude” sendo estes: a rapidez da conquista em áreas cruciais e subsequente
instalação dos colonos, o prolongamento das conquistas militares, a suposta pax
colonial, a autonomia dos nativos dentro do império hispânico, a ineficiência da
conquista espiritual e cultural.

No quinto capítulo o mito posto em questão é o da comunicação o qual afirma


ter sido a dificuldade na comunicação o responsável pelo massacre indígena. Para
argumentar o autor traz uma serie de fontes e bibliografias que expressam a
contribuição da comunicação para a Conquista a citar: as cartas de Cortés, Bernad Diaz,
Bartolomeu de La Casas e textos de importantes historiadores contemporâneos como
Todorov. Para este processo de comunicação os espanhóis utilizaram intérpretes os
quais são algumas vezes abordados e em outros negligenciados nas fontes primárias em
contraste com a profunda atuação espanhola, que pode- se inferir ser responsável pelo
desconhecimento do real papel desses agentes no processo de conquista já que estas
palavras estariam perdidas no tempo.

Em contraste com TODOROV o autor nos faz refletir o quanto é sumário


acreditar que o êxito de Cortés era oriundo do seu interesse em se comunica ou da
capacidade de ler os símbolos sob a justificativa de ser mais evoluído por possuir uma
escrita, em contraste com a atuação de Colombo. É então pela análise das relações que
foram estabelecidas entre espanhóis e nativos que essa suposição é posta em dúvida
tendo em vista que eles conseguiram se compreender em determinados momentos o que
refuta então hipótese de Sr os problemas de compreensão os responsáveis por tamanho
massacre.

O sexto capítulo trata do mito da desolação nativa que retrata a apatia dos
nativos mediante a conquista estando eles receptivos à dominação caminhando a uma
ruína cultural e social, ele mostra como o mito foi desenvolvido desde Colombo.
Colombo constrói a imagem, segundo o autor, de um nativo bondoso, gentil e
consequentemente vulnerável como é relatado ao rei sobre a forma como vivem
aparentando serem facilmente cristianizados gerando “... tentativas de construir utópicas
comunidades cristãs...” pag 187. Para RESTALL tal visão é um equívoco ao que ele
contesta ao afirmar que o projeto espanhol só funcionava relativamente bem quando
coincidiam com as práticas, padrões e estruturas nativas, quando não, enfrentavam o
mesmo nível de resistência. Resistências e até estratégias de negociação como a de
conceder permissão em determinadas ações hispânicas pra não perder costumes nativos
a exemplo da postura de Montezzuma em evitar um embate direto com Cortés afim de
evitar a dizimação de população asteca tendo em vista força bélica já conhecida dos
conquistadores.

A postura de Montezzuma é visto por outros estudiosos, a exemplo de


TODOROV, como uma apatia, uma covardia, temor a Cortés fazendo alusão ao
pensamento de que eles acreditavam na divindade co conquistador – mito da apoteose
do capitão Cortés- a qual será refutada pelo autor ao mostra a análise das traduções das
fontes que expressam várias controvérsias e ainda faz refletir sobre a natureza das fontes
uma vez que sendo muitos religiosas tendência a enxergar o processo de conquista sobre
o viés da religiosidade, da providência divina.

Outro argumento deste capítulo é a do declínio cultural como fim da população


nativa para isto é exposta que mesmo diante do abatimento dos indos devido a endemias
eles não se mantêm inertes, mas buscam encontrar maneiras de propagar seu estilo e
vida em meio a transformações. As culturas nativas, por exemplo, “... desenvolveram-
se mais rapidamente e de maneira mais radical no período colonial, em decorrência da
exposição à cultura hispânica a necessidade da adaptação à novas tecnologias,
demandas e procedimentos. “

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