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TRANSFORMANDO ÁGUA EM VINHO

Robson T. Fernandes

Jo 2:1-11

INTRODUÇÃO

Após ser tentado no deserto, por quarenta dias e


quarenta noites, Jesus vai para a região da Galileia para
pregar em várias sinagogas (Lc 4:13,14). Indo para Nazaré (Lc
4:16) pregou na sinagoga daquela cidade anunciando que Ele
era o Messias prometido (Lc 4:21). Em seguida, fez menção ao
profeta Elias e a viúva de Sarepta de Sidom (Lc 4:26) e ao
profeta Eliseu e Naamã (Lc 4:27), quando os que estavam na
sinagoga se encheram de ira e tentaram matá-Lo, quando Ele
passou entre o povo de forma despercebida e retirou-se (Lc
4:30), de forma milagrosa. Este é o primeiro milagre do
ministério de Jesus, citado na Escritura.
Após esse milagre, Jesus vai até Cafarnaum, uma
cidade às margens do Mar da Galileia (Lc 4:31). Em um
sábado, ao ensinar na sinagoga, deixando todos maravilhados,
está na sinagoga um homem endemoninhado, que é curado
por Jesus (Lc 4:35). Este é o segundo milagre do ministério de
Jesus, citado na Escritura.
Em seguida, Jesus vai para a casa de Simão, onde a
sogra de Simão estava doente, e curou-a, deixando todos
admirados (Lc 4:39). Este é o terceiro milagre do ministério de
Jesus, citado na Escritura. “Ao por do sol, todos os que tinham
enfermos de diferentes moléstias lhos traziam; ele os curava,
impondo as mãos sobre cada um. Também de muitos saíam
demônios” (Lc 4:40,41a). Aqui encontramos incontáveis
milagres, curas, sinais e maravilhas operados pelo Senhor
Jesus.
No dia seguinte, Jesus vai para o lago de Genesaré
(Mar da Galileia), quando começa a pregar no barco de Simão
e, em seguida, realiza o primeiro milagre da pesca
maravilhosa, quando os pescadores apanham tantos peixes
nas redes que estas quase se rompiam (Lc 5:4-6).
Então, vários milagres foram operados pelo Senhor Jesus antes que Ele fosse ao casamento em Caná da Galileia (Jo 2).

CANÁ DA GALILEIA

O Senhor Jesus operava muitos sinais e maravilhas e já estava comissionando seus seguidores, de maneira que ao ser
convidado para o casamento em Caná levou consigo os seus discípulos (Jo 2:2). Então, o milagre realizado em Caná da Galileia
não foi o primeiro milagre do ministério público do Senhor, mas o primeiro milagre na cidade de Caná (Jo 2:11).
Devemos lembrar que estamos falando de um casamento realizado numa terra judia, com povos judeus e, portanto, um
casamento tipicamente judaico, que é bem diferente dos casamentos realizados em nossos dias.
O casamento naqueles dias era seccionado em duas etapas: 1) O noivado, conhecido como erusin, celebrado diante de
duas testemunhas, quando a noiva estava separada para o noivo. Era um compromisso tão sério quanto o próprio casamento em
si e não podia ser dissolvido, a não ser por morte ou divórcio, mas ainda não era permitida a relação sexual; 2) O casamento
propriamente dito, conhecido como nissu’in, que era a festa de casamento civil, normalmente celebrada um ano após o noivado
(erusin), quando o casamento era concretizado. Esta festa de casamento podia durar entre sete dias até duas semanas. Mas, a
consumação do casamento, ato conjugal dos noivos, se realizava na primeira noite.
Então, o casamento seguia todo rito cultural judaico, em que a noiva era adornada com joias e um véu. O noivo tem sua
cabeça adornada com um diadema, acompanhado por seus amigos ao som de músicas típicas e a noiva era conduzida por suas
amigas à casa do noivo. Além disso, algumas pessoas eram contratadas para trabalhar no casamento, ficando responsáveis por
organiza-lo e fazer toda a manutenção durante a festa.
É importante observar que João 2:2 declara que “Jesus também foi convidado, com seus discípulos, para o casamento”.
A Palavra não afirma que Maria havia sido convidada, mas apenas Jesus e seus discípulos. Isso indica que Maria provavelmente
havia sido contratada para trabalhar nessa festa, e como Jesus já estava conhecido na região, por Sua fama como mestre e
pregador com autoridade, fora convidado com Seu grupo. A mãe de Jesus, Maria, “achando-se ali” (Jo 2:1), estava trabalhando na
festa. Isso é reforçado pelo fato dela poder dar ordens aos empregados: “fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2:5). A essa altura da
vida do Senhor Jesus, José, padrasto de Jesus e marido de Maria, já não é mais citado no texto bíblico, sendo citado pela última
vez em Lucas 2:51, o que indica que ele deveria ter morrido em algum momento da juventude de Jesus. Com isso, Jesus, seus
irmãos filhos de Maria (Mt 12:46, 13:55,56; Mc 3:31; Lc 8:19; Jo 7:1-10; At 1:14; Gl 1:19) e a própria Maria, passaram a trabalhar
para sustentar a família. Dessa forma, Maria estaria trabalhando nesse casamento. Por isso, também, Maria não apenas
demonstra preocupação pelo fato de ter faltado vinho, ela demonstra ter conhecimento de que estava faltando vinho. Como ela
saberia disso se este era um assunto da cozinha? Esse não era um assunto que fosse da responsabilidade dos convidados!
Maria demonstra preocupação com a falta do vinho e recorre a Jesus.
Mas por que a preocupação de Maria?
Uma opção é que ela estava preocupada exatamente porque havia sido contratada para trabalhar na festa, e uma falha
desse tipo poderia comprometer oportunidades futuras de trabalho. Uma segunda opção é que ela, sendo uma mulher piedosa,
estava preocupada com o bem estar dos convidados e dos noivos, e isso também não impossibilita a primeira opção, pois ela
seria uma pessoa contratada para o trabalho, que tem senso de responsabilidade e um coração piedoso. Uma terceira opção é
que ela, como mãe, desejava que seu filho fizesse algo extraordinário.
De uma forma ou de outra, Maria pede que Jesus solucione o problema. Talvez aqui haja um pouco daquele sentimento
comum ao coração de toda mãe, que deseja que seu filho tenha algum destaque ou que tenha uma visibilidade. Isso é
perfeitamente possível, especialmente porque Jesus já vinha fazendo milagres em diversos outros lugares, como pode ser visto
em Lucas 4 e 5, e agora a sua mãe deseja que Ele faça um milagre público, notório e visível.
O que impressiona é a resposta de Jesus a esse pedido: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora” (Jo 2:4).
Ao responder “Mulher, que tenho eu contigo?” o Senhor está afirmando duas coisas:
A primeira delas se refere a forma de tratar Maria, chamando-a de mulher. Ou seja, naquele momento Ele não fala como
filho, mas como Deus, por isso não a chama de mãe, mas de mulher, pois Deus não tem mãe. Deus é eterno, criador de todas as
coisas, não há ninguém que O tenha gerado, pois Ele é quem gerou tudo e todos. Então, se Maria desejava que Jesus se
manifestasse com Sua natureza Divina, Ele declara: mulher ... ainda não é a hora para isso: “Ainda não é chegada a minha hora”.
A segunda delas se refere a relação que Jesus tem com o desejo do coração de Maria ou com o problema dela. Se Maria
estava preocupada por causa do seu trabalho, Jesus afirma: O que eu tenho a ver com isso já que não sou empregado da festa?
Observe que Jesus não diz “Mulher, que nós temos com isso?”. Muito pelo contrário, a resposta de Jesus mostra uma distinção,
uma separação. É como se Ele dissesse: “a minha questão é uma e a sua é outra”. Ainda, se Maria estava preocupada em fazer
seu filho ser visto, Jesus afirma: Eu sou Deus e você é uma humana que não entende os planos de Deus e por isso ainda não
compreendeu que não é a hora das pessoas saberem quem eu sou, por isso não me manifestarei publicamente: “Mulher, que
tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”.
Se Maria desejava que Jesus se manifestasse em público, Ele afirma que não faria isso. O mesmo ocorre conosco
muitas vezes, quando queremos ver algo grandioso e público para poder mostrar aos outros, quando queremos algo maravilhoso,
fantástico. Contudo, esquecemos que os planos de Deus não são os nossos planos e que o Senhor não age como nós queremos.
Além do mais, o silêncio de Deus não significa que Ele não esteja agindo, pois Deus não precisa de barulho ou de holofotes para
fazer algo grandioso em nós ou para nós.
Maria entende rapidamente a mensagem de Jesus e se submete a Ele. E não só isso, ela ainda diz que todos aqueles
que estavam sob a responsabilidade dela naquela festa deveriam se submeter ao Senhor Jesus, fazendo tudo o que Ele dissesse.
Este é o grande mandamento de Maria: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2:5b). Essa é a grande lição que precisamos
aprender até agora: Devemos nos submeter a Cristo ao invés de querer submeter Cristo a nós.
Além disso, um princípio importante deve ser observado aqui. Parece que as pessoas, desde os dias de Maria, queriam
ver sinais e maravilhas, mas nem sempre o Senhor quer mostrar os Seus sinais e maravilhas. Há prodígios, sinais, milagres e
maravilhas da parte de Deus que devem ser experimentados em silêncio. Se Deus quisesse fazer algo grandioso e público faria, e
faria algo muito maior que apenas transformar água em vinho, faria algo muito mais impressionante para todos verem. Mas não foi
isso o que aconteceu. Por isso, entendemos que a finalidade do milagre não é apenas abençoar pessoas, mas ensinar princípios
para as pessoas. Devemos olhar não para o milagre, mas para o que o Senhor deseja nos ensinar por meio do milagre. O que
Deus quer nos ensinar é muito maior do que o milagre em si. O Deus de milagre é muito maior que o milagre de Deus.
Normalmente nós olhamos para essa passagem bíblica e só enxergamos o milagre da transformação da água em vinho,
quando existe uma coisa muito maior para ser vista nessa passagem. Muito maior que o milagre é ver o que este milagre nos
ensina. Muito maior que tudo isso é olhar para Deus com santo temor, ao invés de buscá-Lo apenas por pão (Jo 6:26) como
muitos de Seus seguidores faziam, ou pelo desejo humanista de ver ou experimentar sinais (Mt 16:4), o que é apenas a marca de
uma geração má e adúltera. O desejo de Deus não é fazer milagres para nós vivermos em função de milagres, mas para nós
vivermos e função do Deus que tudo pode. Por isso Maria não disse “espalhem a notícia de que Ele fez um milagre”. Não! O que
ela disse foi: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Não olhe para o milagre, olhe para o SENHOR do milagre.
Segundo o costume judaico, prescrito no Antigo Testamento, devia haver talhas com água na entrada, utilizadas para a
purificação daqueles que vinham à casa, para lavar as mãos e os pés (Jo 2:6). Cada uma dessas talhas levava duas ou três
metretas. Sabendo que cada metreta equivale a cerca de 38,25 litros, entendemos que em cada talha caberia de 80 a 115 litros
de água. Contudo, no decorrer da festa parece que esqueceram que repor a água das talhas desse casamento, pois o Senhor
Jesus manda enche-las (Jo 2:7). Isso merece ser observado.
As talhas faziam parte do costume religioso, e nesse momento da
festa não faltava apenas vinho, faltava também o elemento necessário para
a purificação: a água. As pessoas naquele lugar estavam preocupadas
apenas com o vinho, que é símbolo de alegria, mas estavam completamente
esquecidas da necessidade de purificação. Estavam preocupadas apenas
com a festa e o bem estar, mas esquecidas da santificação e daquilo que o
Senhor determinou. Por isso o Senhor mandou encher as talhas de água, e
não os barris em que se colocava o vinho. Isso nos ensina que o Senhor
oferece a Sua transformação por meio da purificação. Não devemos olhar
apenas para o final saboroso da história, que é o vinho, mas para o princípio
de todas as coisas que é o Senhor que transforma água em vinho e para
aquilo que Ele determinou: a purificação.
Quantas vezes nós buscamos milagres e alegria, contentamento e bem estar, que é simbolizado pelo vinho, mas
esquecemos que a nossa vida precisa estar alinhada com a Palavra de Deus na purificação? Será que de repente nós
esquecemos as nossas talhas e deixamos que elas ficassem vazias?
Além do mais, as talhas que foram usadas e agora estavam vazias, traziam consigo as impurezas daqueles que haviam
se lavado nelas. As talhas estavam sujas. Isso nos ensina que o Senhor pode realizar grandes feitos naqueles que trazem
impurezas consigo, afinal, o médico veio para os doentes. Nós somos essas talhas de pedra, endurecidos, vazios e cheios de
impurezas, mas o Senhor é Aquele que pode nos encher com a água da vida que produz o vinho da alegria no Espírito Santo. Ele
pode nos transformar e nos usar para a glória Dele. Ele é o Deus que pode fazer com que a segunda fase de nossa vida seja
muito melhor que a primeira.
Apesar daquelas talhas trazerem consigo impurezas, ainda assim o Senhor faz a transformação nas talhas e não nos
barris onde ficava o vinho para a festa, pois Ele não queria que o Seu vinho puro fosse misturado. Ele produz a purificação, mas a
Sua obra não é misturada com antigos vinhos.
Talvez algumas pessoas tenham questões não resolvidas sobre o fato do Senhor Jesus fazer milagres como esse.
Talvez alguns pensem que este texto maravilhoso é simbólico e não literal, fictício e não real. Talvez pensem que milagres não
acontecem. Precisamos entender que os maiores inimigos de Jesus naqueles dias eram os judeus, que O perseguiam, O
difamavam e faziam de tudo para desacreditá-Lo. Então, nenhum judeu tinha razões para defender Jesus, a menos que fosse
seguidor de Cristo ou que tivesse abraçado o cristianismo. Muito pelo contrário, os judeus praticantes do judaísmo, faziam de tudo
para colocar Jesus em descrédito. Lembremos inclusive que pagaram testemunhas falsas para dar depoimento contra o Senhor
(Mt 26:60; Mc 14:56-59). Além disso, os próprios romanos, que puseram Cristo na cruz, também deram falso testemunho contra o
Senhor, espalhando um boato falso contra Jesus (Mt 28:11-15). Porém, no curso da história da humanidade, um historiador judeu
chamado Flávio Josefo, no século I, que estava a serviço dos romanos, ou seja, alguém que tinha uma dupla razão para
testemunhar contra Cristo, faz a seguinte afirmação sobre Ele: “Agora havia acerca deste tempo Jesus, homem sábio, se é que é
lícito chamá-lo homem. Pois ele foi quem operou maravilhas ... Ele era o Cristo ... ele surgiu a eles vivo novamente no terceiro dia,
como haviam dito os divinos profetas e dez mil outras coisas maravilhosas a seu respeito”1. Então, temos o testemunho não
apenas de centenas de pessoas que viveram nos dias de Jesus Cristo, mas também o testemunho da própria história que foi
escrita por aqueles que fizeram de tudo para negar a verdade sobre o Senhor.
As talhas deveriam ficar na porta da casa em que se oferecia a festa, e não no salão principal. Agora, o Senhor Jesus
manda levar as talhas até o salão para ensinar que a verdadeira festa e a verdadeira alegria só podem ser experimentadas por
meio do Senhor que purifica, transforma e produz contentamento. Não há purificação fora de Jesus, não há transformação fora de
Jesus e não há contentamento fora de Jesus.
Normalmente o dono da festa mandava servir o vinho de melhor qualidade no início, e quando todos já estavam alegres
pelo efeito do vinho, servia o vinho de qualidade inferior, quando os convidados não sentiriam a diferença. Assim os donos da
festa poderiam economizar nos gastos, já que as festas duravam entre sete dias e duas semanas. Todos sabiam disso, porém, o
mestre-sala ficou tão impressionado com a qualidade do vinho trazido nas talhas que passou a falar mal do outro vinho, mas sem
saber o que houve.
Jesus queria que todos entendessem o significado daquele milagre, mas infelizmente algumas pessoas são como o
mestre-sala daquela festa, que enxergam apenas o bom vinho e não entendem como aquele bom vinho foi feito e desprezam as
talhas que estão diante de si e o que elas representam. Mas os servos que se submetem a Jesus sabem a origem daquele vinho
(Jo 2:9b) e apenas para os discípulos é que a glória de Deus se manifesta (Jo 2:11).
Que a nossa vida seja iniciada pela purificação do Senhor, acompanhada pela transformação do Senhor e marcada pela
manifestação da glória do Senhor.

1 Josefo. Antiguidades Judaicas, XVIII,3,2

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