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Cachada • 20151313018
O que Nietzsche criticava -que é ao que se refere ao citar a frase de Goethe de que o "é
odioso tudo o que simplesmente instrui, sem aumentar ou imediatamente vivificar a
minha atividade"- era o uso da História em sua época. A História era vista como uma
compilação de conhecimentos sobre o passado, e conhecê-la tratava-se de ser como uma
enciclopédia ambulante. Ele critica então o uso do saber histórico, dizendo que esse
saber não deveria ser meramente um adorno, mas um saber útil para a vida e para a
ação, uma vez que é a História que nos identifica como somos e que forma nossa
cultura. Outra crítica de Nietzsche é quanto a ideia de cultura, que em sua época é
apenas vista como a erudição, ou seja, essa compilação de saberes, e que para o filósofo,
contudo, "é a unidade de estilo que se manifesta em todas as atividades de um povo" -
conforme Denat destaca em seu artigo.
É para fazer essa crítica ao seu tempo que Nietzsche se diz extemporâneo ou
intempestivo (ou ainda, "não de acordo com seu tempo" em tradução literal de
unzeitgemäße ). Porque ele está propondo uma visão - e até mesmo um diálogo com
alguém que entenda a sua crítica- totalmente diferente da tida em seu tempo sobre qual
era a utilidade e função da História.
2-Escreva sobre a crítica de Nietzsche ao excesso de produção de conhecimento
sobre o passado, à chamada cultura da memória, explicitando o papel e a
significação das noções de esquecimento e a-histórico em sua reflexão, tal como
elaborada na segunda Consideração Extemporânea.
No entanto, para Bergson, a ideia de escolha está mais atrelada ao movimento. Ele
duvida que seres que não se movem espontaneamente tenham consciência, mas diz que
não há ser vivo "totalmente incapaz de movimento espontâneo". Para exemplificar, ele
menciona o reino vegetal, e como algumas plantas se fecham ao anoitecer, e se
despertam no raiar do sol. Contudo o autor diferencia os graus de consciência a partir da
capacidade de variedade de escolha e criação. Variedade essa que diz respeito ao quão
complexas e numerosas são as escolhas feitas; e criação essa que é feita pelo ser
humano a partir da externação da sua consciência através da matéria, processo que
possui mediação fundamental do nosso cérebro - porque por mais que, em Bergson, o
cérebro não seja pré-requisito necessário para a consciência, é fundamental no processo
de externação da mesma, que é o processo criativo.
Dessa forma, afinal, que a consciência -ponte entre passado e futuro, entre memória e
horizonte de perspectiva- cria: usando das experiências anteriores como referência para
a ação no agora, assim agindo com a consciência para fazer escolhas e criações, que
impactarão no futuro que se espera ter, baseado nas experiências que já se teve. É nessa
espacialização do tempo que exercemos nossa criatividade, que fazemos nossas
escolhas, construímos nossas memórias e vamos aumentando nossa consciência na
medida em que ela nos aumenta.