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ATIVIDADES AVALIATIVAS II
RESPOSTAS:
A leitura que fazia destes textos a qual tinha acesso, por amigos e conhecidos, o
moleiro fazia a suas próprias interpretações, com uma mente fértil e imaginativa que fugia
aos padrões esperados da sociedade da época. Porém o que irá despertar a curiosidade de
Ginzburg para escrever a história de Menocchio e os seus processos inquisitórios pela
igreja católica, foram as suas ideias subversivas e questionadoras da ordem vigente.
O moleiro a partir da leitura da bíblia oficial usada pela igreja e também da bíblia
pagã, irá refutar a ideia da virgindade de Maria, das criações de Deus e até mesmo de
Jesus, afirmando que tudo se constituía em um caos e que todas as criaturas eram deuses
por serem a criação do próprio Deus. Com isto, o autor levanta problemáticas das reais
origens das suposições de Menocchio, supondo que este não havia formulado estas ideias
sozinho e sem referenciais filosóficos. Porém ao analisar suas presunções e sua fala,
Ginzburg nota que não há familiaridade com as ideologias pregadas pelos revoltosos
reformistas e anabatista da época.
O que não se deve fazer, ao realizar uma história sobre a cultura popular ou
qualquer outra cultura, é a seleção e analise de suas fontes, que em sua maioria, trazem
os motivos de sua exclusão na história e não, propriamente, a história de seus excluídos.
Todas essas constatações que Carlo Ginzburg traz em sua obra sobre a vida do moleiro
Menocchio, nos trazem significativas contribuições de caráter metodológico e teórico
para a pesquisa historiográfica, não apenas para aqueles que se empreenderam na história
cultural e toda sua gama de complexidade, de rupturas e de continuidades, mas também
de pensar uma história “vista de baixo”, que busca dar voz a aqueles que foram
silenciados pela história dita “oficial”, da elite detentora do poder econômico, social,
político e cultural.
Mesmo tendo toda essa modificação nas estruturas e na forma de governo, para
Anderson, fica claro que a classe social que se mantém no poder é a mesma da aristocracia
feudal, que manteve suas posses e terras através de direitos de consanguinidade e
hereditariedade. Isto nos atenta a observar que mesmo caracterizando em mudanças
importantes e significativas, nas estruturas sociais, econômicas e política, houve várias
continuidades e permanências da época medieval, este processo de transição não se dá de
forma completa e absoluta. O absolutismo, apesar de caracterizar um Estado burguês,
também tinha aspectos de um Estado aristocrático feudal, e sua transição para o
capitalismo, com as práticas mercantis vão se dar de formas gradativas.
Sendo assim, o absolutismo para Perry Anderson, não foi de fato tão absoluto e
centralizado assim, pois representava um Estado de coalizão e negociação entre as duas
classes emergentes e em vigência da época. Por um lado, mantinha e assegurava o poder
das aristocracias feudais e da nobreza, como o direito à propriedade privada, da qual a
maioria integrava o próprio aparelho do Estado. Por outro lado, assegurava os interesses
das classes burguesas e mercantis, para que estas não se rebelassem e tentassem
reivindicar direitos dentre outros, das elites.