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Universidade Federal de Uberlândia

Instituto de Ciências Humanas do Pontal (ICHPO)


Campus Pontal
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ATIVIDADES AVALIATIVAS II

Disciplina: História Moderna I

Discente: Isabella Laísa Santos Franco

Docente: Wellington Amarante Oliveira

SELECIONE DUAS QUESTÕES E RESPONDA:

1) A partir da perspectiva de Jean Delumeau e François Lebrun caracterize a Reforma


Protestante e seus impactos nas práticas religiosas da Europa Moderna.

2) O livro O queijo e os vermes, do historiador italiano Carlo Ginzburg, iluminam


aspectos particulares da Inquisição Moderna. Disserte sobre as características gerais da
obra e seu impacto para a historiografia.

3) A partir das leituras da disciplina disserte sobre as principais características da Europa


Moderna.

4) De que modo Perry Anderson caracteriza o Absolutismo europeu?

RESPOSTAS:

2. O texto de Carlo Ginzburg aborda a vida de um moleiro perseguido pela


inquisição na Europa Moderna, no qual irá se basear nos documentos oficiais dos
tribunais da Santa Igreja e em depoimentos de testemunhas e conhecidos do moleiro,
assim como também das leituras que este fez para chegar a suas concepções consideradas
heréticas para a época. O moleiro retratado pelo autor se chamava Domenico Scandella,
conhecido como Menocchio, que morava em um pequeno vilarejo na Itália, no século
XVI.
Apesar de exercer a profissão de moleiro e ser um homem de origem humilde e
de baixa condição financeira e social, Menocchio era versado nas áreas da escrita, leitura
e somatória, o autor diz ser incerta a origem de sua educação, pois na época não era
comum ter escolas gratuitas e de fácil acesso para pessoas igual o moleiro, mas induz que
tenha sido de escolas comunitárias ordenadas pelo próprio clero. Menocchio era um
homem com acesso a várias camadas sociais da época, até mesmo da igreja, e teve acesso
a várias literaturas da época consideradas heréticas e que iam contra o dogma católico.

A leitura que fazia destes textos a qual tinha acesso, por amigos e conhecidos, o
moleiro fazia a suas próprias interpretações, com uma mente fértil e imaginativa que fugia
aos padrões esperados da sociedade da época. Porém o que irá despertar a curiosidade de
Ginzburg para escrever a história de Menocchio e os seus processos inquisitórios pela
igreja católica, foram as suas ideias subversivas e questionadoras da ordem vigente.

O moleiro a partir da leitura da bíblia oficial usada pela igreja e também da bíblia
pagã, irá refutar a ideia da virgindade de Maria, das criações de Deus e até mesmo de
Jesus, afirmando que tudo se constituía em um caos e que todas as criaturas eram deuses
por serem a criação do próprio Deus. Com isto, o autor levanta problemáticas das reais
origens das suposições de Menocchio, supondo que este não havia formulado estas ideias
sozinho e sem referenciais filosóficos. Porém ao analisar suas presunções e sua fala,
Ginzburg nota que não há familiaridade com as ideologias pregadas pelos revoltosos
reformistas e anabatista da época.

Levando o autor a crer que os ideais e a mentalidade de Menocchio, que o levaram


a ser perseguido e preso pela inquisição da igreja, eram coisas de seu convívio social e
cultural, no qual houve uma troca de saberes e experiências tanto da baixa cultura como
da alta elite de intelectuais de sua época. Partindo da noção de circularidade cultural,
desenvolvida por Mikhail Bakhtin, o autor afirma que não há uma sobreposição de uma
pela outra, mas sim uma interação entre estas, porém isso não se dará de forma neutra ou
pacifica, há uma disputa de poder e tentativa de dominação, assim como em todos os
aspectos da vida social.

O que não se deve fazer, ao realizar uma história sobre a cultura popular ou
qualquer outra cultura, é a seleção e analise de suas fontes, que em sua maioria, trazem
os motivos de sua exclusão na história e não, propriamente, a história de seus excluídos.
Todas essas constatações que Carlo Ginzburg traz em sua obra sobre a vida do moleiro
Menocchio, nos trazem significativas contribuições de caráter metodológico e teórico
para a pesquisa historiográfica, não apenas para aqueles que se empreenderam na história
cultural e toda sua gama de complexidade, de rupturas e de continuidades, mas também
de pensar uma história “vista de baixo”, que busca dar voz a aqueles que foram
silenciados pela história dita “oficial”, da elite detentora do poder econômico, social,
político e cultural.

4. Perry Anderson é um historiador marxista e em seu texto sobre o Estado


absolutista no ocidente, mais especificamente na Europa, faz um balanço do que foi os
momentos de rupturas e continuidades com o fim do feudalismo e sua transição para um
Estado mais centralizado. Um dos primeiros pontos destacados pelo autor, foi as crises
do século XIV e XV, que contribuíram para o enfraquecimento do sistema feudal. Estas
crises estavam associadas ao surgimento das novas burguesias mercantis, mudando
drasticamente as formas econômicas, sociais e políticas daquela sociedade medieval.

Baseado em Marx e Engels, na obra de maior sucesso do marxismo o “Manifesto


Comunista”, Anderson explicita a concepção dos autores sobre o que teria levado a
formação do Estado Absolutista, como um governo de equilíbrio entre as classes
dominantes da nobreza e da burguesia. Porém, para Perry Anderson está concepção não
é totalmente valida, pois para ele a nobreza detinha maior poder político e econômico,
com isto a burguesia era sobrepujada pela classe dos nobres, não havendo equilíbrio. Para
o autor, a centralização do Estado parte de uma nobreza fracassada que para se manter no
poder abre concessões a burguesia, a qual servirá como uma espécie de contrapeso para
a formação do Estado absolutista.

A crise da nobreza feudal está no fato do desaparecimento gradual da servidão e


do modelo de vassalagem que predominava as transações econômicas, com o
aparecimento do modelo mercantil de comércio, dando espaços para o trabalho livre. Com
isto, o Estado se via na necessidade de maior controle e centralidade para controlar e
supervisionar todas as classes, surgindo assim o Estado Absoluto, criando uma única
moeda, a criação de novos impostos sobre os mais pobres, os exércitos permanentes e
todo um sistema burocrático de governo.

Mesmo tendo toda essa modificação nas estruturas e na forma de governo, para
Anderson, fica claro que a classe social que se mantém no poder é a mesma da aristocracia
feudal, que manteve suas posses e terras através de direitos de consanguinidade e
hereditariedade. Isto nos atenta a observar que mesmo caracterizando em mudanças
importantes e significativas, nas estruturas sociais, econômicas e política, houve várias
continuidades e permanências da época medieval, este processo de transição não se dá de
forma completa e absoluta. O absolutismo, apesar de caracterizar um Estado burguês,
também tinha aspectos de um Estado aristocrático feudal, e sua transição para o
capitalismo, com as práticas mercantis vão se dar de formas gradativas.

Sendo assim, o absolutismo para Perry Anderson, não foi de fato tão absoluto e
centralizado assim, pois representava um Estado de coalizão e negociação entre as duas
classes emergentes e em vigência da época. Por um lado, mantinha e assegurava o poder
das aristocracias feudais e da nobreza, como o direito à propriedade privada, da qual a
maioria integrava o próprio aparelho do Estado. Por outro lado, assegurava os interesses
das classes burguesas e mercantis, para que estas não se rebelassem e tentassem
reivindicar direitos dentre outros, das elites.

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