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ANO 10 - N0 38

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Prezado professor,

Nosso sentimento é de alegria e exultação no Senhor por oferecer-


-lhe a Revista de nº 38 da Série Lições da Palavra de Deus, cujo
tema é: Ensinos para uma vida abençoada.

O que é preciso fazer para ser bem-sucedido? O que é uma pessoa


bem-sucedida aos olhos de Deus? Que fatores determinam se ire-
mos ou não ter sucesso em nossa vida cristã? O ser humano está
sempre em busca de fórmulas para a felicidade. Mas, nesta revis-
ta, não propomos isto. Damos apenas algumas dicas valiosas, com
base na Palavra de Deus, que, com certeza, contribuirão para que
você desfrute das poderosas bênçãos do Senhor.

Lembre-se de que:
(1) bem-sucedido é aquele que tem a paz e o amor de Deus em seu
coração, que vive bem consigo mesmo e com o próximo e é cheio
do Espírito Santo;
(2) para nos tornarmos bem-sucedidos em tudo o que fizermos, de-
vemos obedecer à Lei do Senhor e guardar o nosso coração contra
todo mal, porque dele procedem as saídas da vida (Pv 4.23).

Que Deus use esta revista para chamá-los à reflexão e para equipá-los
contra as astutas ciladas do Maligno!

Busquemos cada dia mais o conhecimento e a sabedoria que só o


Senhor é capaz de conceder-nos, para que possamos viver triun-
fantemente nesta terra e ver o cumprimento de todas as promessas
que Ele nos fez.

Que Deus nos abençoe!

Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR;


pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Jeremias 29.11

Elba Alencar
Diretora Executiva da Central Gospel

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Presidente
Silas Malafaia
Vice-presidente
Pr. Silas Malafaia Silas Malafaia Filho
Diretora Executiva
Elba Alencar
Gerente Financeiro
Presidente da Editora Central Gospel; Talita Malafaia Silveira
Gerente Editorial e de Produção
Gilmar Vieira Chaves
Psicólogo; Gerente de Marketing
Marcos Henrique Barboza
Conferencista internacional; Capa, projeto gráfico e diagramação
Eduardo Souza

Apresentador do programa Vitória em DEPARTAMENTO EDUCACIONAL


Coordenadora das revistas infantis
Cristo, que está há mais de 31 anos Albertina Lima Malafaia
ininterruptos no ar; Coordenadora das revistas de
adolescentes, jovens e adultos
Jane Castelo Branco
Presidente da Assembleia de Deus Revisão
Jane Castelo Branco
Vitória em Cristo (RJ), igreja que
Revisão final
atualmente conta com mais de 40 mil Bruno Gomes e Jefferson Magno Costa

membros; Fotos
Shutterstock
2º Trimestre/2014
Presidente da Associação Vitória em
Cristo;
LOJAS NO RIO DE JANEIRO
Presidente do Cimeb (Conselho Penha
Rua Honório Bicalho, 102
Interdenominacional de Ministros Penha – (21) 3888-4511
Evangélicos do Brasil); São Gonçalo
Rua Iolanda Saad Abuzaid, 80 – Lj. 15/16
Alcântara – (21) 2701-3139
Presidente do Comerj (Conselho de Niterói
Av. Quinze de Novembro, 49 – Lj. 102
Ministros do Estado do Rio de Janeiro); Centro – (21) 2620-2583
Campo Grande
Idealizador de eventos de repercussão Travessa Luís José Tinoco, 20 - Lj. 8
Centro – (21) 2415-0020
nacional, como o Congresso Pentecostal Bangu
Fogo para o Brasil, o Congresso de Rua Fonseca, 240 – Lj. 116 B
Bangu Shopping – (21) 3337-2280
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(21) 2187-7040 / 2187-7043
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(21) 2448-1209
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1 Um Bom Futuro Para Você 4

2 Enquanto a Promessa Não se Cumpre 13

3 Determinação, Uma Arma Poderosa 22

4 Como Vencer a Tentação 30

5 Guerra Espiritual, Como Vencê-la 38

6 Deus, Refúgio e Fortaleza na Hora da


Adversidade 46

7 Um Inimigo Chamado Desânimo 55

8 Os Propósitos de Deus Para Você 64

9 A Natureza Carnal e Seus Perigos 72

10 O Preço da Soberba 80

11 A Aparente Demora de Deus 88

12 Profetize a Vida 96

13 Vitórias Alcançadas na Cruz 104

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Lição 1

Um Bom Futuro Para Você


Aula dada em
DIA MÊS ANO

TEXTO BÍBLICO BÁSICO


Salmo 73.1-10,12-14,16-18,24
1 - Verdadeiramente, bom é Deus para com Israel, para com os limpos
de coração.
2 - Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou
para que escorregassem os meus passos.
3 - Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.
4 - Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.
5 - Não se acham em trabalhos como outra gente, nem são afligidos
como outros homens.
6 - Pelo que a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência
como de um adorno.
7 - Os olhos deles estão inchados de gordura; superabundam as imagi-
nações do seu coração.
8 - São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arro-
gantemente.
9 - Erguem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.
10 - Pelo que o seu povo volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
12 - Eis que estes são ímpios; e, todavia, estão sempre em segurança, e se
lhes aumentam as riquezas.
13 - Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as
minhas mãos na inocência.
14 - Pois todo o dia tenho sido afligido e castigado cada manhã.
16 - Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado;
17 - até que entrei no santuário de Deus; então, entendi eu o fim deles.
18 - Certamente, tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em
destruição.
24 - Guiar-me-ás com o teu conselho e, depois, me receberás em glória.

4 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Não tenha o teu coração O ESTUDO DIÁRIO
inveja dos pecadores; 2ª feira – Provérbios 14.26.30
antes, sê no temor do A inveja é a podridão dos ossos
SENHOR todo o dia. 3ª feira – Jó 28.23-28
Porque deveras há um fim O temor do Senhor é a sabedoria
bom; não será malograda 4ª feira – Salmo 2
a tua esperança. Servi ao Senhor com temor
5ª feira – Romanos 6.11-23
Provérbios 23.17,18 Fostes feitos servos da justiça
6ª feira – Filipenses 2.4-11
Achado na forma de homem, humilhou-se
Sábado – Romanos 5.1-5
A tribulação produz a paciência

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
compreender de que forma a inveja pode comprometer
o bom futuro que o Senhor reservou para aqueles que o
temem;
entender o real significado de temer ao Senhor e compre-
ender a necessidade de ser no temor do Senhor todo o dia;
saber que Deus, muitas vezes, permite que vivenciemos
necessidades extremas para nos levar a lugares mais altos
e mais profundos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Sugerimos que, ao dar início à série de estudos relaciona-
dos ao tema Ensinos para uma vida abençoada, seja lançada
a seguinte pergunta à classe: o que você entende por vitória?
De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, vitória é o ato ou
efeito de vencer um inimigo ou competidor em uma guerra, ba-
talha ou competição; triunfo; bom êxito em qualquer campo de
ação; sucesso. Após terem sido feitas as devidas pontuações,
apresente o esboço da lição para a turma.
Nesta oportunidade, analisaremos o que pode comprome-
ter o bom futuro que Deus projetou para nós; assinalaremos
a importância de perseverarmos no temor do Senhor todo o
dia; e ponderaremos sobre a importância de mantermos comu-
nhão com o Altíssimo e com nossos irmãos, a fim de que Suas
promessas e Seus propósitos se cumpram, e sejamos pessoas
abençoadas e abençoadoras. Por fim, discorreremos sobre uma
pergunta recorrente: Se Deus nos ama, por que enfrentamos
tantas tribulações?
Boa aula!

Ensinos para uma vida abençoada 5

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Em Provérbios 23.18, temos a promessa de que a esperan-
ça do justo não será frustrada, de que haverá um bom futuro
para ele; mas, no versículo 17, há uma importante recomenda-
ção para que a promessa se cumpra: Não tenha o teu coração
inveja dos pecadores; antes, sê no temor do Senhor todo o dia.
Nesta lição, analisemos o que pode ameaçar o bom futuro
que o Senhor reservou para nós; as características encontra-
das naqueles que temem a Deus e por que enfrentamos tan-
tas tribulações neste mundo.

1. O QUE PODE AMEAÇAR NOSSO FUTURO?


No Salmo 73, há o relato da história de um justo que qua-
se se desviou porque invejou o soberbo e a prosperidade do
ímpio (v.2,3).
O Salmo 73 é um salmo de fé com características de um
salmo de sabedoria. Trata-se de um texto um tanto incomum,
na medida em que narra a dúvida do sal-
mista em relação à justiça divina e fala
abertamente sobre sua luta contra a inve-
A inveja é um sentimento ja. Por meio dessas batalhas, Asafe apren-
de desprazer e de pesar deu a confiar em Deus.
motivado pelo êxito de O poema assim se desenvolve: (1) ten-
outrem, que pode vir tação de invejar os ímpios (v. 1-3); (2) des-
crição dos perversos (v. 4-14); (3) percep-
acompanhado de ciúme,
ção de que o fim dos perversos é o que faz
indignação, ódio ou desdém a diferença (v. 15-20); (4) lamento sobre
e de murmuração ou sua própria incerteza (v. 21-24); (5) resolu-
maledicência, com o fim ção renovada de crer somente no Senhor
de denegrir a imagem do (v. 25,26); (6) a destruição dos ímpios (v.
outro, diminuí-lo aos seus 27); (7) renovação de fé em Deus (v. 28)
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central
próprios olhos e/ou aos Gospel, 2010a, p.885).
olhos dos demais e ofuscar O salmista, em outras palavras, disse:
seu sucesso (Pv 14.30). eu sou justo, temo a Deus e obedeço a Ele,
mas estou sofrendo. O ímpio escarnece e
zomba, mas não sofre aflições e suas ri-
quezas aumentam dia a dia (Sl 73.3-14).
Quando começamos a fazer comparações entre a nossa vida e
a vida do ímpio, três coisas podem acontecer. Vejamos:

1.1. Murmuração
Entende-se por murmuração a queixa descabida contra o
Altíssimo, que leva o indivíduo a indagar: Será que Deus está
me vendo? Será que Ele se importa comigo? A murmuração
está diretamente ligada à incredulidade, e Deus, por diversas
vezes, puniu este pecado severamente.

6 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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O povo de Israel, por exemplo, quando esteve no deserto,
após ter sido liberto do cativeiro egípcio, por diversas vezes
murmurou contra o Senhor — ora pela falta de água (Êx 15.22-
24; 17.1-3), ora pela falta de alimento (Êx 16.1-3; Nm 11.4-7),
ora pela ameaça de inimigos (Nm 14.1-3). Como resultado,
toda aquela primeira geração pereceu no deserto, à exceção
de Josué e Calebe, que perseveraram em crer e em seguir ao
Senhor (Nm 14.29-32).

1.2. Desânimo
A comparação pode, ainda, levar-nos ao desânimo. Foi o
que aconteceu ao salmista que comparou sua vida com a do
ímpio. Asafe ficou tão perplexo com o fato de os ímpios — com
toda essa visão absurda da vida — conseguirem, aparentemen-
te, desfrutar dos bens de sua existência, que chegou a acredi-
tar que viver de forma justa não tinha sentido nem propósito
(Sl 73.3-13).
O desânimo nos impede de ver a situação como ela de fato é,
e de tomar as medidas necessárias para solucionar a crise. Uma
vez desanimados, perdemos o equilíbrio, começamos a atentar
para as dificuldades, para os problemas, para a fúria do vento,
e a pensar que não está valendo a pena ser fiel a Deus; ao agir
dessa forma, podemos sucumbir à apatia e ao desespero.

1.3. Apostasia
Asafe, tomado pela inveja, aproximou-se perigosamente
da apostasia. Disse ele: Quanto a mim, os meus pés quase
que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os
meus passos. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a pros-
peridade dos ímpios (Sl 73.2,3).
Como é comum nos salmos de sabe-
doria, ele fala de seu embrutecimento e
afirma ter agido como um animal, sem
senso de eternidade e de perspectiva Há quem possa desfrutar
divina (Sl 73.21,22). O poeta estava, de de riqueza e notoriedade
fato, tomando uma posição animalesca,
atualmente, mas, sem crer
ao invejar a vida dos ímpios.
O salmista percebe os perigos do ca- em Deus, nada do que
minho no qual estava trilhando. Então, faça irá durar para sempre.
ao entrar no santuário em Jerusalém, Asafe, pelo contrário, pôs
redescobre algo que provavelmente já toda a sua confiança no
sabia, mas em que não havia meditado Senhor Deus. Só aqueles
ainda: a prosperidade dos ímpios não é que assim agem hão
duradoura; sua riqueza não tem valor al-
gum para a vida vindoura (Sl 13.16-20).
de encontrar vida e paz
Asafe concluiu o Salmo dizendo que eternas (RADMACHER;
sua maior necessidade era da presença ALLEN; HOUSE, Central
de Deus, que o Altíssimo era sua fortale- Gospel, 2010a, p.886).
za, seu abrigo seguro e sua porção para
sempre (Sl 73.26-28).

Ensinos para uma vida abençoada 7

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2. O TEMOR A DEUS E A CERTEZA
DE UM BOM FUTURO
Antes de falar que a esperança do justo não será frustrada
e que haverá um bom futuro para ele (Pv 23.18), Salomão
fez uma importante recomendação para que essa promessa
se cumprisse: além de não ter inveja dos pecadores — o que
estudamos no tópico anterior — o justo precisa ser no temor
do SENHOR todo o dia (Pv 23.17). Mas, o que significa temer
ao Senhor e ser no temor do Senhor todo dia? Vejamos:

2.1. O significado de temer ao Senhor


Temer ao Senhor não significa ter medo Dele, como se
Deus fosse um Ser tirano, iracundo, perverso, vingativo e
mau, que sempre está pronto a fazer valer Sua justiça sem
misericórdia. Antes, implica reconhecer a grandeza e a so-
berania daquele que nos criou e que está acima de todas as
coisas, submetendo-nos aos princípios, às leis e aos estatutos
que Ele estabeleceu e revelou em Sua Palavra, a fim de que
tenhamos uma vida saudável e plena.
Portanto, temer ao Senhor não implica obedecer apenas a
um conjunto de regras, por um determinado período de tempo,
por medo das consequências da desobediência; antes, implica
obedecer sempre, todos os dias, por estarmos cientes de que o
bem, a verdade, a justiça, o amor e o poder pertencem a Ele.

2.2. O significado de ser no temor do Senhor


Ser é mais do que ter ou estar, e a construção desta ideia
está diretamente relacionada à essência, àquilo que é intrín-
seco; portanto, faz parte do nosso modo de pensar, desejar,
sentir e agir.
Mas o que significa, na prática, ser no temor do Senhor
todos os dias? É permanecer cônscio da necessidade de abor-
recer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a
boca perversa (Pv 8.13).
Logo, permanecer no temor ao Senhor implica, entre ou-
tras coisas, não dar lugar à inveja, como vimos anteriormente;
desviar-se do mal; ter um caráter íntegro que redunde em bom
testemunho, atestando a obra regeneradora do Espírito Santo e
levando outros a Cristo; e perseverar na comunhão.

2.2.1. Desviar-se do mal


Desviar-se do mal implica evitar aquilo que nos afasta da
comunhão com Deus e de uma vida separada para uso do Se-
nhor. Entretanto, isto não significa dizer que conseguiremos
sempre fazer o que é certo, pois todos nós, devido à nossa he-
rança pecaminosa, estamos sujeitos ao erro (Rm 7.19,20).

8 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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Todos têm essa inclinação para o mal;
essa é uma herança recebida de Adão
A primeira demonstração
(Rm 5.12,18,19). Essa tendência universal
prática que alguém dá de
para a oposição à vontade de Deus rece-
be nomes como: pecado original, mente que, de fato, teme a Deus é
carnal, herança pecaminosa, velho ho- desviar-se do mal. Esse foi o
mem, pecado inato, depravação moral e testemunho que o Altíssimo
natureza pecaminosa. É uma disposição deu acerca de Seu servo Jó:
inerente para o pecado, uma inclinação Perguntou ainda o Senhor a
de todos para cometer atos pecaminosos Satanás: Observaste o meu
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central servo Jó? Porque ninguém
Gospel, 2010a, p.380). há na terra semelhante a
Contudo, de acordo com o apóstolo
ele, homem íntegro e reto,
Paulo, há uma diferença crucial entre pe-
car eventualmente e viver no pecado (Rm
temente a Deus e que se
6.11-23). No capítulo 6 da Carta aos Ro- desvia do mal (Jó 1.8 – ARA).
manos, Paulo demonstra que se nos dize-
mos cristãos, mas vivemos na prática do
pecado, pode-se questionar legitimamen-
te nossa condição de filhos de Deus.
Se Cristo não tem pecado,
2.2.2. Ter um caráter íntegro e o objetivo de Sua vinda
A resposta que segue o recebimento foi tirar o pecado do
do dom da vida eterna é a vida em inte- mundo, então qualquer
gridade e justiça. Não é uma referência à que permanece Nele
justificação por fé, mas ao aspecto mais não peca. A conduta
prático dela, caracterizado por atos de
pecaminosa costuma
justiça (Rm 6.16). Por meio da obra san-
indicar falta de comunhão
tificadora do Espírito Santo, os cristãos
que foram declarados justos por Deus com Cristo (1 Jo 3.7-10).
tornam-se continuamente mais íntegros
(Rm 5.19).

2.2.3. Perseverar na comunhão


No Novo Testamento, a palavra grega que designa comu-
nhão é koinonia, que significa participação conjunta em um
relacionamento (1 Co 1.9; At 2.42; Fp 2.1; 1 Jo 1.3,6,7). Essa
palavra deriva-se do vocábulo koinonos (companheiro, sócio),
que, por sua vez, vem de koinos, que significa algo em comum.
O Pai e o Filho já desfrutavam da comunhão de um com
o outro antes da criação do mundo. Quando o Filho entrou
no tempo, Sua comunhão com o Pai também ficou sujeita ao
tempo. Durante os dias de Seu ministério, Jesus apresentou o
Pai aos discípulos e iniciou-os nessa comunhão.
Então, uma vez restaurados à vida eterna, os discípulos,
na verdade, entraram na comunhão com o Pai e o Filho. Con-
sequentemente, esse relacionamento singular entre o Pai e o

Ensinos para uma vida abençoada 9

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Filho, o qual começou na eternidade, manifestou-se no tempo
por meio da encarnação do Filho, foi apresentada aos apósto-
los e, depois, por meio destes, estendeu-se a cada cristão por
meio da habitação do Espírito Santo neles (2 Co 13.14; Fp 2.1)
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.411).
O Senhor deseja ter koinonia com o Seu povo, um relacio-
namento por meio do qual Ele possa compartilhar conosco
Sua essência, Suas bênçãos, Seus propósitos e Seu Reino.
Esse é o cerne da aliança dele com o homem.
Da mesma forma, Ele deseja que tenhamos koinonia com
nossos irmãos (Ef 4.32; 1 Pe 4.9; 1 Jo 1.7). Quando a conduta
do cristão reflete o caráter moral de Deus, é possível uma
verdadeira comunhão com os demais cristãos.

3. AFINAL, POR QUE TANTA TRIBULAÇÃO?


Deus, muitas vezes, permite que vivenciemos necessida-
des extremas para nos levar a lugares mais altos e mais pro-
fundos.
Nesta seção, analisaremos os estranhos métodos que Deus
empregou na vida de José, de Davi e de Jesus, nosso Mestre
e Senhor, os quais nos fazem concluir, tal como o salmista (Sl
73.28), que vale a pena servir a Deus e continuar trilhando o
caminho do amor, da verdade e da justiça, porque, no final,
há uma herança eterna reservada para o justo; há, sim, um
bom futuro reservado para nós.

3.1. O duro tratamento ministrado a José


Depois de ser vendido como escravo pelos irmãos, José foi
levado para o Egito e começou a trabalhar na casa de Poti-
far, onde Deus o ensinou a administrar riquezas (Êx 37.28,36;
39.1-5). Ali, José foi tentado a pecar, mas recusou-se, sendo
caluniado e difamado (Gn 39.9-18). Então, o filho preferido
de Jacó foi lançado injustamente na cadeia, onde aprenderia
a administrar na escassez (Gn 39.19-23).
Entre o sonho e a realização havia um longo caminho de
lutas, sofrimentos, injustiças, solidão e espera a ser percor-
rido por José. Deus precisava forjar o caráter daquele rapaz
e estruturá-lo emocionalmente antes de fazer chegar o bom
futuro que tinha reservado para ele: o de administrador do
Egito, a maior potência do mundo antigo.

3.2. A perseguição empreendida a Davi


Depois de ser ungido rei de Israel, Davi derrubou um gigan-
te, lutou e venceu diversas batalhas no exército israelita, mas
ainda não estava pronto para reinar. Durante dez anos, o filho
caçula de Jessé foi implacavelmente perseguido por Saul, pas-
sou fome e experimentou o exílio (1 Sm 21.3-6; 22.1,2).

10 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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Davi teve de comer dos pães da pro-
posição, que só os sacerdotes podiam No Salmo 57.1, Davi
comer, porque sentiu fome (1 Sm 21.3- clamou: Tem misericórdia
6). Depois, ele foi parar na caverna de de mim, ó Deus, tem
Adulão, para aprender o que é a miséria misericórdia de mim,
humana, a fim de ser o rei mais compas- porque a minha alma
sivo da história de Israel. Ali, na caver- confia em ti; e à sombra
na, liderou 400 homens desanimados, das tuas asas me
de espírito abatido, treinando-os como abrigo, até que passem
soldados (1 Sm 22.1,2). Mais tarde, as calamidades. Ele
Deus o colocou para liderar um exército estava vivendo extrema
de um milhão, quinhentos e setenta mil necessidade; era o pior
homens (1 Cr 21.5). momento de sua vida, mas
Deus estava olhando lá na
3.3. O sofrimento de Jesus frente, para quando ele
Nem Jesus ficou livre da escola do seria o maior e melhor rei
sofrimento. Em Lucas 24.26, é dito que da história de Israel.
convinha que o Cristo padecesse essas
coisas e entrasse na sua glória. Mesmo
Jesus sendo o Filho de Deus aprendeu a obediência, por aqui-
lo que padeceu (Hb 5.8).
Paulo, falando acerca da humilhação e do sofrimento de
Cristo, exortou os cristãos: Jesus experimentou o limite má-
ximo da adversidade e do sofrimento (Fp 2.5-8). E Deus o
exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo
o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos
que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda lín-
gua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus
Pai (Fp 2.9-11).

CONCLUSÃO
A disciplina mais difícil na escola da vida chama-se adver-
sidade. Mas é a melhor matéria para ensinar-nos a depender
de Deus e para colocar-nos em lugares altos. O Senhor tem um
bom futuro para nós. A nossa esperança não será frustrada!
Ao longo da nossa caminhada pela vida, é comum surgi-
rem obstáculos, tribulações e problemas para nos fazer de-
sanimar e tentar impedir que alcancemos aquilo por que nos
temos esforçado.
Nesses momentos é imprescindível manter acesa a chama
da esperança em Deus, crer que Ele nos ama, é misericor-
dioso, gracioso, está interessado em ajudar-nos e tem todo o
poder para intervir na adversidade e mudar o rumo da nossa
história.
Que o Senhor nos conduza ao lugar da vitória, em Cristo.

Ensinos para uma vida abençoada 11

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ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO
1. Pode parecer estranho que o autor de Provérbios tenha
recomendado ao justo não ter inveja dos pecadores (Pv
23.17). Em sua opinião, por que ele teria dito isso? O justo
não é alguém que possui marcas do caráter de Deus? En-
tão, como a inveja pode ameaçar sua esperança e sua fé?
R.: Não podemos desconsiderar o fato de que o justo é, tam-
bém, um ser humano e, como tal, está sujeito às mesmas
emoções que experimenta aquele que não teme ao Senhor.
A diferença é que o justo, pela ação do Espírito Santo, tem
condições de dominar e sobrepor seus pensamentos e suas
emoções negativas.

2. Em sua opinião o que significa, na prática, ser no temor do


Senhor todos os dias (Pv 23.17)?
R.: De acordo com Provérbios 8.13, é aborrecer o mal; a so-
berba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa.
Logo, ser no temor ao Senhor implica, entre outras coisas,
não dar lugar à inveja; desviar-se do mal; ter um caráter ín-
tegro que redunde em bom testemunho, atestando a obra
regeneradora do Espírito Santo e levando outros a Cristo; e
perseverar na comunhão.

3. O Senhor deseja ter koinonia com o Seu povo; esse é o cer-


ne de Sua aliança com o homem. Desde o Livro de Gêne-
sis, vemos o Criador revelando-se ao ser humano e fazen-
do alianças. Essas alianças sempre vieram acompanhadas
de promessas e de condições para o cumprimento delas.
Explique, com suas palavras, o significado de aliança.
R.: Aliança é um pacto, um contrato que sela o compromisso
de lealdade e ajuda mútuas, firmado entre duas ou mais
pessoas (ou nações) que defendem princípios e propósitos
em comum. Assim, cada pessoa aliançada desfruta de di-
reitos e de benefícios, bem como de obrigações previstas
no acordo.

12 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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Lição 2

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Enquanto a Promessa
Não se Cumpre
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Jeremias 29.5-14
5 - Edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu fruto.
6 - Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para vossos
filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas;
multiplicai-vos ali e não vos diminuais.
7 - Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por
ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz.
8 - Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não
vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os
vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais.
9 - Porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; não os enviei,
diz o SENHOR.
10 - Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta
anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa
palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.
11 - Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR;
pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
12 - Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13 - E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vos-
so coração.
14 - E serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei voltar os vossos ca-
tivos, e congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares
para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lu-
gar de onde vos transportei.

Ensinos para uma vida abençoada 13

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Porque os meus O ESTUDO DIÁRIO
pensamentos não são 2ª feira – Provérbios 3.19-26
os vossos pensamentos, O Senhor será a tua esperança
nem os vossos caminhos, 3ª feira – Provérbios 14.28-32
os meus caminhos, diz o O justo até na sua morte tem esperança
SENHOR. 4ª feira – 2 Timóteo 2.7-13
Ele não pode negar-se a si mesmo
Isaías 55.8
5ª feira – 2 Pedro 3.13-18
Crescei na graça e no conhecimento
6ª feira – Deuteronômio 7.1-9
Deus guarda o concerto até mil gerações
Sábado – Atos 1.1-7
O Pai estabeleceu os tempos

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer as principais características biográficas do pro-
feta que esteve diretamente envolvido nos acontecimentos
políticos e religiosos de uma era crucial na história do anti-
go Oriente Médio;
conhecer as instruções que o Senhor nos deixou por inter-
médio de Jeremias, as quais, se seguidas, conduzem-nos ao
lugar da vitória;
saber que as ações que o Senhor empreenderá para nos
recompensar pela nossa conduta estão em harmonia com
as instruções que Ele nos deixou por intermédio do profeta.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Na primeira parte desta lição, apresentaremos um breve
resumo da vida de Jeremias. Em seguida, comentaremos as
instruções que o Senhor nos legou por intermédio de Seu pro-
feta, as quais falam sobre a importância de edificarmos nos-
sa vida sobre bases sólidas, de mantermo-nos produtivos, de
crescermos em um ambiente de paz, de rejeitarmos o mal, e
de nos guardarmos Nele (Jr 29.5-10).
Por fim, mostraremos como Deus realiza Suas ações dire-
tamente em nós. A ideia básica é mostrar que, se seguirmos
as instruções apresentadas, de maneira responsável, o Senhor
corresponderá, cumprindo Suas promessas, restaurando o que
perdemos e nos proporcionando um novo tempo, um futuro de
vitória (Jr 29.11-14).
Recomendamos a leitura do capítulo 52 do Livro de Jere-
mias para uma melhor compreensão do contexto histórico em
que este livro foi escrito.
Boa aula!

14 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Imaginar como será o futuro que nos aguarda daqui a al-
guns anos faz parte da natureza humana. Por esse motivo,
é natural traçarmos objetivos para sermos bem-sucedidos.
Deus pode nos ajudar nisso, pois Ele já declarou em Sua Pa-
lavra que tem planos para todos nós (Jr 29.11).
Nesta lição, com base no texto de Jeremias 29.5-14, analisa-
remos as instruções do Senhor e as ações que Ele mesmo em-
preendeu no sentido de dar vitória ao Seu povo em um período
de exílio. O povo de Israel, levado pela primeira diáspora ao
cativeiro na Babilônia, recebeu diretamente do Altíssimo uma
série de orientações para que pudesse ter sua vida restaurada,
s mesmo encontrando-se em um território hostil.
Vejamos a seguir.

1. JEREMIAS E O CATIVEIRO BABILÔNICO


Jeremias é um dos profetas mais impetuosos, sinceros e co-
rajosos do Antigo Testamento. Seu nome, possivelmente, sig-
nifica o Senhor exalta ou o Senhor estabelece. É provável que
ele tenha pertencido a uma família sacerdotal descendente de
Abiatar, que fora sumo sacerdote durante o reinado de Davi. Ele
iniciou seu ministério em 627 a.C. e profetizou durante a época
de Josias, Joacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias (VARUGHESE,
Central Gospel, 2006, p.221).
O profeta Jeremias,
em conjunto com uma
série de redatores, den-
tre eles Baruque, o escri-
ba, redigiu o livro bíblico
que leva o seu nome. Ele
esteve diretamente en-
volvido nos acontecimen-
tos políticos e religiosos
de uma era crucial na
história do antigo Orien-
te Médio.
O profeta represen-
tou uma liderança espi-
ritual influente e ajudou
seus conterrâneos a so-
breviver às catástrofes,
dentre as quais a primei- FONTE: VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p.59.
ra diáspora, que ocorreu
logo após a tomada de Jerusalém por Nabucodonosor, em 586
a.C., e o consequente exílio de muitos de seus habitantes para
a Babilônia.

Ensinos para uma vida abençoada 15

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1.1. A Babilônia
A Babilônia era um dos antigos impérios localizados entre
os rios Tigre e Eufrates no Sul da Mesopotâmia. Era um país
extenso e estreito, com apenas 65km de largura em seu trecho
mais largo, mas com uma área total de, aproximadamente, 13
mil km2. Fazia fronteira com a Assíria ao Norte, com Elão ao Sul,
o deserto árabe a Oeste, e o golfo persa a Sudeste. Presume-se
que sua capital, Babilônia (Gn 11.9, Babel), fora fundada por
Ninrode, filho de Cuxe e neto de Cam (Gn 10.8-12) (RADMA-
CHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.722).

1.2. A carta de Jeremias aos


Israel estava dividido exilados
em dois reinos: reino do As Crônicas da Babilônia e outros docu-
Norte, chamado Israel; mentos contemporâneos destes indicam
e reino do Sul, Judá. O que revoltas territoriais estavam trazendo
reino do Norte, Israel, foi problemas ao império de Nabucodonosor.
levado para a Babilônia, Jeremias aconselhou os judeus exilados a
pela Assíria, em 722 a.C. se acalmarem e a não esperarem um re-
torno imediato à sua terra. Em uma carta
Nessa passagem (Jr 29),
que o profeta escreveu aos cativos (Jr 29),
Jeremias profetizou para ele tentou levar os exilados a uma espécie
o reino do Sul, Judá, que de reconciliação com o seu cativeiro, para
foi levado para o cativeiro, tornar sua situação mais tolerável.
aproximadamente, Jeremias transmitiu a tais pessoas
em 586 a.C. diversas instruções de Deus, com o ob-
jetivo de que elas vivessem da melhor
forma possível em comunidade, mesmo
estando longe de sua pátria. Além disso,
A esperança em retornar o profeta garantiu aos exilados que Deus
do exílio na Babilônia era restauraria em breve suas vidas e sua li-
o combustível necessário berdade, o que de fato aconteceu.
O capítulo 29 é dividido nas seguin-
para o povo de Israel
tes partes: (1) introdução (Jr 29.1-3); (2)
manter-se fiel a Deus. aquietem-se e fiquem satisfeitos (Jr 29.4-
Assim, a carta que Jeremias 7); (3) cuidado com as falsas profecias de
enviou aos exilados foi um retorno rápido (Jr 29.8-10); (4) bus-
muito eficaz ao garantir quem ao Senhor e Ele os restaurará (Jr
que a Palavra chegaria a 29.11-14); (5) destruição e pragas contra
Judá (Jr 29.15-19); (6) falsos profetas no
eles como uma mensagem exílio serão executados (Jr 29.20-23); e (7)
de encorajamento diante uma palavra contra o profeta Semaías (Jr
daquela adversidade 29.24-32) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
esmagadora. E Deus Central Gospel, 2010a, p.1163).
também mostrou a Sua
misericórdia ao dar-lhes 2. INSTRUÇÕES PARA
força para não se sentirem A VITÓRIA
menores naquele ambiente. As instruções que Deus nos deixou
no Livro de Jeremias são bem claras (Jr

16 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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29.5-14). As ações que Ele empreenderá para nos recompen-
sar pela nossa conduta estão em harmonia com essas instru-
ções. Vejamos a seguir os aspectos mais importantes de cada
instrução.

2.1. Edifiquem sua casa e tomem posse dela


A instrução inicial de Deus foi: Edificai casas e habitai-as
(Jr 29.5a). A ideia central, neste texto, é a de que devemos
construir estruturas sólidas para a nossa vida. Precisamos,
portanto, avaliar sobre quais bases temos edificado a nossa
existência; e não somente no que diz respeito à vida cristã, mas
também à vida em sociedade.
Entretanto, edificar não basta. É preciso ocupar o espaço
conquistado, ou seja, tomar posse dele e envolvermo-nos com
ele. Não basta escolher os mais sólidos fundamentos para er-
guer a nossa vida; é preciso tomar posse dela.

2.2. Trabalhem e usufruam dos resultados


É imprescindível que sejamos produtivos em tudo quanto
fizermos durante a nossa vida. Esta foi a segunda instrução
de Deus aos exilados: plantai jardins e comei o seu fruto (Jr
29.5b). Nessa passagem, Deus ordenou que o povo alternasse
suas atividades em um ciclo que envolvesse o trabalho e o
usufruto dos resultados alcançados. Se só acumularmos bens
e não aproveitarmos os benefícios que eles nos trazem, esta-
remos cometendo uma violência contra nós mesmos.

2.3. Multipliquem-se
Seguir a ordem natural da vida é a próxima instrução do
profeta (Jr 29.6). O Senhor acrescenta, nas palavras de Jere-
mias, que o povo não pode deixar-se diminuir, mas, ao contrá-
rio, deve multiplicar-se. Nesse caso, como o exílio era opressi-
vo, Seu povo deveria garantir que a semente de Abraão não se
extinguiria, mesmo sob a privação da liberdade a que aquelas
pessoas estavam submetidas.
É preciso encarar a mensagem deste livro como uma pa-
lavra que valoriza a praticidade e a objetividade para a vida.
Devemos continuamente crescer na graça e no conhecimento
de nosso Senhor (2 Pe 3.18); jamais diminuir.

2.4. Procurem a paz


Os exilados foram instruídos a procurar e a orar pela paz
e pelo bem-estar da Babilônia: Procurai a paz da cidade para
onde vos fiz transportar; e orai por ela ao Senhor (Jr 29.7). Ao
agir dessa maneira, eles mesmos viveriam em paz como be-
neficiários da soberania de Deus sobre as nações (Jr 27.5,6).
O Senhor nos instrui, portanto, a agir de maneira positiva,
a fim de influenciarmos a sociedade em que vivemos.

Ensinos para uma vida abençoada 17

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2.5. Não se permitam enganar
Jeremias entregou uma importante mensagem do Senhor
ao povo, a respeito dos males que assolavam sua estabilida-
de social. Ele transmitiu uma advertência contra aqueles que
desejavam seguir o conselho dos profetas, adivinhos e sonhos
(Jr 29.8b).
Pouco antes, no capítulo 27, Jeremias havia alertado os sa-
cerdotes e o povo a não darem ouvidos aos falsos profetas
com relação ao futuro da nação (Jr 27.16). Estes afirmavam
que a Babilônia cedo seria derrotada e os utensílios do templo
— que foram levados para aquela terra durante o exílio de Jo-
aquim e de sua comitiva (2 Rs 24.13) — seriam devolvidos. De
acordo com Jeremias, os objetos que restaram seriam levados
durante a destruição final da cidade (Jr 27.16-22).
Jeremias, então, propôs um teste para verificar se as pala-
vras dos adivinhos eram verdadeiras: se eles realmente esta-
vam trazendo a mensagem do Senhor, sua oração — para que
os utensílios que ficaram na casa do Senhor, e na casa do rei
de Judá, e em Jerusalém não fossem levados para a Babilônia
(Jr 27.18) — seria respondida.
Os eventos provariam quem estava declarando as Pala-
vras do Senhor (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel,
2010a, p.1162).
Portanto, precisamos estar alertas quanto à influência de
falsos profetas sobre a opinião individual ou pública, pois esta
pode exercer um desastroso impacto, se não for combatida.

2.6. Guardem-se no Senhor


Para complementarmos a lista de instruções, vejamos as
palavras do profeta: Então, me invocareis, e ireis, e orareis
a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis e me achareis quan-
do me buscardes de todo o vosso coração (Jr 29.12,13). Vale
ressaltar que essa descrição difere grandemente da descrição
mais comum a respeito do coração do povo de Judá como sen-
do ímpio e rebelde (Jr 3.10; 4.14; 7.24).
No Livro de Salmos, há mais um reforço do que significa
a disposição de espírito que possibilita o aperfeiçoamento de
nosso coração: Os sacrifícios para Deus são o espírito quebran-
tado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás,
ó Deus (Sl 51.17). O prazer do Senhor está na pessoa restau-
rada. Deus exigia sacrifícios no Antigo Testamento, sim, mas
Seu prazer sempre esteve naquele que a Ele se apresenta
com postura obediente (Gn 4.1-7; Jo 4.21-24; Rm 12.1,2). As
ações praticadas sem um coração contrito não são aceitas por
Deus (Is 1.12-20) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central
Gospel, 2010a, p.869).
Aqui, o Senhor nos orienta a buscá-lo de todo o coração,
pois aqueles que o fazem dessa forma irão encontrá-lo e ex-
perimentarão renovação em todos os sentidos.

18 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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3. A AÇÃO DE DEUS
As instruções dadas pelo Senhor a Jeremias consistem, de
fato, em um guia inestimável para a edificação de uma vida
vitoriosa. Entretanto, essas orientações, por si só, ainda care-
cem de um elemento que está para além do nosso potencial
de realizar mudanças. Chega um momento em que a manifes-
tação de Deus conclui a nossa luta, possibilitando o salto final
para o triunfo.
Dessa maneira, neste item, refletiremos sobre como Deus
age, não apenas solucionando diretamente os nossos proble-
mas, mas também acelerando o processo de nossa vitória.

3.1. O Senhor mantém-se fiel à Sua Palavra


A certeza mais importante que jamais devemos abandonar
é: Não temais porque eu sou contigo; não te assombres, por-
que eu sou teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça (Is 41.10).
Devemos ter a certeza de que Deus sem-
pre nos mostrará a direção certa a seguir. A palavra lealdade traz
A aliança que o Senhor estabeleceu
com Seu povo garante que Ele sempre em seu significado um
se manterá fiel às Suas promessas (Dt poderoso sentimento
7.9). Apesar de o pacto ser unilateral (o de identificação e de
Senhor promete cumpri-lo por si mesmo), solidariedade. Ela implica
Ele faz uma advertência quanto à lealda-
sempre uma fidelidade
de por parte do homem: se o homem for
desleal a Deus, certamente perecerá (Dt incondicional e uma
8.19). Porém, apesar disso, mesmo quan- inabalável devoção. A
do os homens desapontam o Senhor, Ele nossa fidelidade a Deus
permanece fiel, pois abandonar-nos seria precisa estar totalmente
contrário à Sua natureza (2 Tm 2.13; Jo
empenhada nessa relação
10.27-30; Hb 10.23; 13.5). A relação de
Cristo com Pedro é um ótimo exemplo da (Js 24.15).
fidelidade de Deus (Lc 22.31-34).

3.2. O Senhor restaura o que foi perdido


Embora o retorno do exílio babilônico não fosse iminente,
o Senhor queria que, no momento certo, após 70 anos, os is-
raelitas estivessem prontos para o cumprimento da promessa
(Jr 29.10). Deus cumpre tudo aquilo que promete. No tempo
oportuno, Ele restaurou a identidade de Seu povo e livrou-o do
cativeiro.
A Palavra de Deus é bem clara ao instruir-nos sobre o Seu
modo de agir: Porque eu bem sei os pensamentos que penso
de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para
vos dar o fim que esperais (Jr 29.11). Deus jamais experimen-
ta qualquer tipo de incerteza. Seus pensamentos estão sem-
pre trabalhando em função de um propósito: a nossa paz.

Ensinos para uma vida abençoada 19

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No devido tempo, Ele cumpre Suas
O conceito dos setenta anos promessas e concede-nos o que neces-
sitamos. Precisamos apenas esperar
de cativeiro na Babilônia é nele, tendo paciência e deixando que
mencionado com base em Ele trabalhe em nosso favor.
Jeremias 25.12. O número
70 simboliza fechamento, 3.3. O Senhor cumpre Suas
totalidade e o cumprimento promessas
dos planos soberanos de Enfim, a liberdade chegara para o
Deus para Sua criação povo de Israel e um novo tempo para o
e dos seres humanos. O povo de Deus. O cativeiro na Babilônia
cumprimento dos anos de encerrou-se, provando aos israelitas
que não teria sido correto fincar raízes
domínio babilônico também naquelas terras.
marcaria o final do exílio de A morada do povo de Israel já estava
Judá (RADMACHER; ALLEN; determinada por Deus. Com isso, o Se-
HOUSE, Central Gospel, nhor mostrou a todos que era instável a
2010a, p.1164). edificação espiritual feita sobre o frágil
alicerce das palavras dos falsos profe-
tas (Jr 29.8,9,14).
O Altíssimo estabeleceu os tempos e as estações pelo Seu
próprio poder (At 1.7) e Ele pode interferir na história huma-
na como bem lhe aprouver, a fim de que Seus propósitos se
cumpram para Seus escolhidos. Se esperamos e confiamos
em Deus, podemos ter uma boa expectativa quanto a esses
tempos e a essas estações, porque, dentre outras coisas:
existe a promessa de que, se somos participantes das afli-
ções, também seremos da consolação (2 Co 1.7);
a nossa alma será libertada da servidão da corrupção, para
a liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm 8.21);
o justo até na sua morte tem espe-
rança (Pv 14.32b);
Nós podemos ter esperança o Altíssimo traz paz e salvação aos
de que há um novo tempo, justos (Sl 37.37-40);
bom é o Senhor para os que se atêm
pois, ainda na época da a ele, para a alma que o busca (Lm
sequidão, a Palavra de 3.25);
Deus nos garante que não a esperança dos justos é alegria (Pv
deixaremos de ser saciados 10.28a);
pelo Senhor e de dar bons Jesus nos comprou para Deus e está
à destra do Pai intercedendo por nós
frutos (Jr 17.7,8); Ele não (Rm 8.34).
permitirá que os nossos
pés sejam presos nos laços CONCLUSÃO
armados pelos inimigos (Pv
Para entendermos claramente como
3.26); e, enquanto houver
Deus espera que concluamos os passos
vida, haverá esperança para uma vida vitoriosa, em primeiro
(Ec 9.4). lugar, precisamos lembrar-nos de que
Ele nos instrui a construir bases sólidas

20 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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e a tomar posse daquilo que construímos. Em segundo lugar,
o Senhor nos orienta a sermos pessoas produtivas e a nunca
deixarmos de usufruir daquilo que produzimos. Em terceiro
lugar, Ele nos manda crescer, no exemplo de Jesus, e tornar-
-nos pessoas melhores. Por fim, o Altíssimo nos orienta a apro-
ximar-nos sempre das influências positivas, mantendo-nos dis-
tantes da maledicência, rejeitando-a.
Somente Deus pode direcionar os nossos esforços rumo à
vitória e restaurar tudo aquilo que precisa ser reconstruído em
nossa vida. Mesmo quando a nossa esperança parece ter-nos
abandonado, devemos lembrar-nos de que somos peregrinos e
servos de Deus, vivendo sob a orientação de Sua Palavra.
Naqueles momentos nos quais estamos caminhando sem
direção, perdidos em meio a dúvidas e mal-entendidos, remo-
endo as nossas tragédias pessoais e a nossa dor, não devemos
esquecer-nos de que Deus reservou para nós um lugar especial.

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Comente a seguinte afirmativa: O correto é que os funda-
mentos da nossa vida sejam construídos sobre as Sagra-
das Escrituras.
R.: O próprio Evangelho tem muito a nos dizer sobre isso. Quan-
do a nossa vida é fundamentada em areia movediça, os re-
sultados que obtemos são normalmente desastrosos, justa-
mente porque erramos logo no início (Mt 7.24-27). Para que
possamos construir a nossa vida sobre uma base sólida, é
necessário que sigamos um modelo do que é o certo. A Pala-
vra de Deus é esse modelo.
2. Precisamos entender que o desejado evangelho da faci-
lidade, com receitas de respostas pré-programadas não
existe. Sendo assim, qual é a verdadeira finalidade da
oração?
R.: Elevar nossa voz a Deus, pois quando o fazemos de todo
coração, podemos encontrar, Nele, refrigério para a nossa
alma. Por meio da oração, Deus pode ouvir a nossa voz e
o nosso clamor. No Livro de Salmos, há mais um reforço do
que significa a disposição de espírito que possibilita o aper-
feiçoamento de nosso coração: Os sacrifícios para Deus são
o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contri-
to não desprezarás, ó Deus (Sl 51.17).
3. Não há inimigo que possa impedir o cumprimento daquilo
que o Senhor nos prometeu. É desejo de Deus que as Suas
promessas para a nossa vida sejam realizadas. De acordo
com o que foi estudado, de qual versículo podemos extrair
a comprovação deste fato? Justifique.
R.: Jeremias 29.10. Suas promessas serão cumpridas em nossa
vida, e um sinal disso é a Sua presença — como vemos na
continuação do mesmo versículo: ... vos visitarei e cumpri-
rei sobre vós a minha boa palavra. A presença de Deus na
nossa vida é um sinal de que somos abençoados e de que
estamos no caminho certo — rumo à vitória.

Ensinos para uma vida abençoada 21

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Lição 3

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Determinação, Uma
Arma Poderosa
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Daniel 1.1-6,8,17
1 - No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabuco-
donosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2 - E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma
parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de
Sinar (...).
3 - E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse al-
guns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres,
4 - jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparên-
cia, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e enten-
didos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no
palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua
dos caldeus.
5 - E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar
do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três
anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei.
6 - E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misa-
el e Azarias.
8 - E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção
do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao
chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.
17 - Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligên-
cia em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento
em toda visão e sonhos.

22 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Determinando tu algum O ESTUDO DIÁRIO
negócio, ser-te-á firme, 2ª feira – Daniel 6.1-11
e a luz brilhará em teus E acharam Daniel orando e suplicando
caminhos. 3ª feira – Daniel 2.24-46
Jó 22.28 Há um Deus que revela os segredos
4ª feira – Daniel 5.11-29
Daniel, o terceiro dominador do reino
5ª feira – Daniel 6.1-4
Em Daniel havia um espírito excelente
6ª feira – Daniel 2.17-23
Ó Deus de meus pais, eu te louvo
Sábado – Romanos 12.1,2,12,21
Não vos conformeis com este mundo

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
compreender que a determinação é uma expressão da
vontade humana, demonstrada por meio de decisões ou de
resoluções;
saber qual é a contribuição da família na formação da per-
sonalidade de uma pessoa determinada;
conhecer as características de uma pessoa determinada e
os resultados que podem advir de atos resolutos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Nesta oportunidade, analisaremos as características da per-
sonalidade de Daniel que o qualificaram como uma pessoa de-
terminada.
O jovem israelita, da linhagem de Davi, estava entre os dez
mil cativos levados pelo rei Nabucodonosor para Babilônia, por
volta do ano 605 a.C. Ele foi separado, a pedido do rei para
que, durante três anos, fosse instruído na cultura babilônica.
Contudo, mesmo obrigado a viver segundo a cartilha daquele
reino, ele jamais se esqueceu de sua origem.
Os pais de Daniel, sem dúvida, conseguiram transferir para
ele uma herança moral e espiritual espetacular, que o ajudou
a manter-se íntegro e a construir uma das histórias mais bri-
lhantes relatadas na Bíblia.
Quando analisamos os valores, os princípios, as qualidades
e as escolhas de Daniel, percebemos como a determinação
pode contribuir para sermos pessoas de destaque, para alcan-
çarmos patamares maiores e para recebermos a herança in-
corruptível que está preparada para todos aqueles que forem
fiéis ao Senhor e à Sua Lei até o fim.
Deus o abençoe.
Boa aula!

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COMENTÁRIO
No decorrer de nossa Palavra introdutória
existência, é comum Hoje em dia, fala-se muito em força de
encontrarmos inúmeros vontade para se lutar por objetivos, mas o
desafios e obstáculos que poucos sabem é que a fé em Deus é o
a serem vencidos. segredo da determinação.
Portanto, a persistência Na Bíblia, encontramos diversas his-
tórias de homens determinados, que
e a determinação são acabaram sendo muito abençoados por
ingredientes fundamentais Deus, dentre os quais destacamos Da-
para a conquista de niel: ele assentou no seu coração não se
vitórias e de bens contaminar com a porção do manjar do
permanentes. rei (Dn 1.8) e foi fiel ao Senhor até o fim,
sendo, até hoje, lembrado como um ser-
vo fiel e justo; alguém de quem o próprio
Altíssimo deu testemunho (Ez 14.14).

1. DETERMINAÇÃO, UMA QUESTÃO


DE ESCOLHA
O exemplo de Daniel tem inspirado e motivado muitos a
prosseguirem com determinação rumo à missão que Deus
lhes confiou e à conquista de seus sonhos.
Determinação é uma forte expressão da vontade humana,
demonstrada por uma decisão ou resolução que revela a fé,
a ousadia e a firmeza de uma pessoa em si mesma, em seus
ideais e propósitos, mesmo em face de perigos e crises.
O homem é um realizador por excelência (Gn 1.28); alguém
que é capaz de lançar as bases de seu futuro a partir das deci-
sões que toma no seu presente, levando em conta as experiên-
cias do passado e as informações que adquiriu ao longo da vida.

1.1. Escolha a sabedoria que vem do alto


Daniel foi muito bem-sucedido em seus intentos: ele não
se deixou abater pelas crises, não permitiu que as pressões
externas o abalassem e não abandonou seus elevados princí-
pios éticos e morais; dessa forma, pôde alcançar seus objetivos
iniciais. Além disso, era uma pessoa digna e humilde; alguém
que sabia que as coisas materiais são passageiras e secun-
dárias; alguém que depositava sua confiança em Deus (Dn
6.11); alguém que não abria mão da sabedoria que vem do
alto (Tg 3.17).

1.2. Escolha ser fiel ao Senhor


A história de Daniel começa com um dado importante sobre
seu posicionamento em um momento crítico de Israel: o exílio
babilônico (Dn 1.1-8). Ao chegar à Babilônia, o jovem recebeu
de Aspenaz, chefe dos eunucos, um nome caldeu, Beltessazar

24 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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(príncipe de Bel), em homenagem a um ídolo pagão, Bel (que
corresponde ao cananita Baal) (Dn 1.6,7). De acordo com os cos-
tumes orientais, uma pessoa poderia adquirir um novo nome, se
as suas condições fossem significativamente alteradas, como foi
o caso daquele jovem, que, doravante, serviria na corte babilô-
nica. Contudo, essa nova condição social imposta pelo exílio não
abalou sua crença no único Deus verdadeiro.
No versículo seguinte, vemos que Daniel manteve-se fiel
ao Senhor, pois não se contaminou com os manjares do rei
(Dn 1.8). E, ao longo de sua história, percebemos que nem
os prazeres, nem as riquezas, nem o poder, nem a fama, nem
as conspirações demoveram-no de sua decisão de não pecar
contra o Senhor. Esse judeu exemplar havia assentado no seu
coração não se contaminar, e resistiu, até o fim, aos apelos
daquele grande e poderoso império (Hb 10.38,39).

2. O PAPEL DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DE


UMA PERSONALIDADE DETERMINADA
Daniel tinha entre 12 e 16 anos quando foi levado para a
Babilônia — nessa fase dá-se a formação da personalidade e
a reestruturação psíquica. Ele estava fora de sua nação, de
seu contexto cultural e distante de sua família, mas conseguiu
manter-se íntegro em meio a tantas provações. Aquele garoto
foi altamente pressionado por todos os lados pelos valores de
um império pagão poderosíssimo, no entanto conseguiu man-
ter-se firme e fiel ao seu Deus. Afinal, qual era o segredo de
Daniel?

2.1. Valores éticos e morais


Ao ser levado para a Babilônia, Daniel
não teria mais a presença dos pais para
orientá-lo em suas escolhas. Mas os ensi- No lar, devem ser
namentos que lhe foram ministrados des- ministrados o amor, o
de a infância estavam arraigados nele de respeito, a amizade, os
tal forma, que ele só desejava servir ao
Senhor de todo o coração.
limites e a disciplina,
Ó Deus de meus pais, eu te louvo e para que os filhos
celebro porque me deste sabedoria e tornem-se pessoas íntegras,
força (Dn 2.23a). Por meio das palavras tementes a Deus, retas e
de Daniel, podemos perceber que seus determinadas. Como disse
pais conseguiram transmitir-lhe, de for- o sábio, devemos instruir
ma inequívoca, valores éticos e morais e
o menino no caminho em
a fé no Deus verdadeiro.
que deve andar, pois, até
2.2. Caráter quando envelhecer, não se
O caráter de Daniel era reto e inabalá-
desviará dele (Pv 22.6).
vel, o que o levou a ser uma pessoa bem-

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-sucedida. Ele foi colocado em posição de destaque no governo
de três importantes reis (Dn 2.48; 5.29; 6.2) e atraiu o favor de
Deus para si (Dn 2.26-30; 6.16-23; 8.15-19).
De acordo com o relato bíblico, aquele jovem distinguiu-se
de todos os príncipes babilônicos, porque, nele, havia um es-
pírito excelente [...]; porque ele era fiel, e não se achava nele
nenhum vício nem culpa (Dn 6.3,4).

3. AS CARACTERÍSTICAS DE UMA PESSOA


DETERMINADA
Já vimos que ser determinado é uma questão de escolha
pessoal; verificamos também, no caso de Daniel, como a famí-
lia contribui para a formação de uma personalidade determi-
nada e de um caráter íntegro.
Neste tópico, analisaremos quais atitudes e decisões iden-
tificam este singular personagem das Escrituras como uma
pessoa determinada; alguém que tinha propósitos e objetivos
e que soube fazer escolhas sábias, mantendo-se íntegro e não
esmorecendo ante os desafios que enfrentaria para alcançar
seu ideal.

3.1. Não se permite contaminar com as ideologias e


práticas seculares
Daniel programou-se para dizer não a tudo o que pudesse
atrapalhar a sua comunhão com Deus, desviá-lo do seu alvo
e impedi-lo de manter-se íntegro e fiel em quaisquer circuns-
tâncias (Dn 1.8). Ele e seus amigos disseram não à carne e à
vaidade humana. Por Deus, eles foram determinados e ven-
ceram (2 Pe 2.19).
O verdadeiro cristão não se permite contaminar com as ide-
ologias e com as práticas mundanas, porque sabe que faz parte
do povo escolhido e separado para servir e adorar ao Senhor (1
Co 6.12). O papel do cristão é influenciar, e não ser influencia-
do. Não podemos deixar a Igreja ser contaminada pelo pecado
(Ap 3.11).
Assim como Daniel foi determinado em sua decisão de não
se contaminar com os valores e costumes mundanos, assim
devem agir os cristãos (Rm 12.2), pois, quando uma pessoa
assume um compromisso com Deus e diz não ao pecado, des-
fruta da presença gloriosa do Espírito Santo, o qual opera, mi-
nistra, renova e manifesta a glória do Senhor (Fl 2.15,16).

3.2. É seletivo em suas amizades


Em meio a todos os jovens que foram levados cativos para
a Babilônia, Daniel identificou os que tinham os mesmos va-
lores que ele. Percebeu que a grande maioria havia se con-
taminado com as iguarias do rei, exceto Hananias, Misael e
Azarias. E concluiu que, com aqueles três, poderia ter uma
amizade profunda (Dn 1.10,11).

26 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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Aproxime-se de cristãos fiéis a Deus
e à Sua Palavra, ande com pessoas mais
experientes e maduras espiritualmen- É importante ressaltar
te. Aquele que anda com os sábios será que, ao agir, é necessário
cada vez mais sábio (Pv 13.20a) pois as ter prudência e pedir
palavras dos sábios espalham conheci- direção ao Senhor.
mento (Pv 15.7a).
Prudência implica em
3.3. Tem a percepção correta do moderação, comedimento,
momento de agir cautela, sensatez e bom
senso, a fim de evitar tudo
A proatividade de Daniel criou opor-
tunidades fantásticas para que o Senhor o que possa ser fonte de
manifestasse Sua soberania e Seu poder erro ou de dano: quem se
em prol de Seu povo: Deus concedeu a apressa erra o caminho
Daniel e a seus amigos o conhecimento (Pv 19.2 - NTLH).
e a inteligência em todas as letras e sa-
bedoria (Dn 1.17); fez com que Daniel
achasse graça e misericórdia aos olhos do chefe dos eunucos
(Dn 1.9); deu-lhe entendimento em toda visão e sonhos (2; 4;
7—8; 10—12).
Algumas pessoas, erroneamente, imaginam que as situa-
ções irão acontecer da noite para o dia, sem a necessidade de
empreenderem árduos e contínuos esforços pessoais. Porém,
não é isso que a Palavra de Deus ensina. Pelo contrário, em
Provérbios, há vários textos que enfatizam como o trabalhador
ativo, diligente e dedicado é bem-sucedido (Pv 10.4; 12.24).

4. OS RESULTADOS DA DETERMINAÇÃO
O foco e a ação eficaz são vitais em
qualquer situação para ajudar-nos a
alcançar o alvo (Fl 3.13,14). Mas é a Paulo dá uma receita
convicção de que podemos enfrentar de determinação:
qualquer coisa com Deus que nos dá a alegrai-vos na esperança,
valentia para lutar contra toda situação sede pacientes na
adversa até alcançarmos nosso objetivo
tribulação, perseverai na
(Ec 8.5).
oração (Rm12.12). Alegria,
4.1. Visibilidade esperança, paciência,
Pessoas determinadas geralmente perseverança, oração e
agem em consonância com o que que- comunhão com Deus são
rem, têm disciplina e amor pelo que fa- ingredientes indispensáveis
zem, mostram paixão e excelência em para quem deseja
seu ofício e acabam se destacando das manter sua resolução de
demais. seguir a Cristo, crescer e
Foi o que aconteceu com Daniel e
amadurecer espiritualmente
seus amigos. Eles tinham uma boa pers-
pectiva da vida e do Reino de Deus,
e galgar posições maiores
portanto, decidiram não se contaminar. na vida (Fl 3.13,14).
Para levar a efeito seus ideais, tomaram

Ensinos para uma vida abençoada 27

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as medidas necessárias: eles escolheram o que iriam ingerir, a
forma como se portariam e com quem se associariam. Deus os
abençoou tremendamente, dando-lhes tamanha graça e sabe-
doria que o rei Nabucodonosor os achou dez vezes mais inte-
ligentes do que os outros que o serviam na corte (Dn 1.19,20).

4.2. Reconhecimento
Daniel foi preparado durante três anos para trabalhar no
palácio de Nabucodonosor. Ele aprendeu a língua e a cultura
babilônicas, bem como a lei e o protocolo da corte, para servir
bem ao monarca (Dn 1.3-5,19,20).
Mas o caráter fidedigno, a determinação e a excelência
de Daniel levaram-no a uma posição superior. A sabedoria e
a destreza daquele jovem judeu foram reconhecidas, e ele tor-
nou-se governador da mais importante província do reino, além
de ser nomeado chefe dos sábios (Dn 2.48).

4.3. Instrumento de Deus


O episódio em que Daniel interpretou o sonho de Nabuco-
donosor poderia ter-se transformado em tragédia. No entan-
to, pela intervenção divina, traduziu-se em triunfo de Deus
e de Seus servos, bem como em livramento para os caldeus
e bênção para Nabucodonosor, por este ter dado ouvidos a
alguém que tinha comunhão com o Todo-poderoso (Dn 2;
7—12).

4.4. Herança incorruptível


Deus tem reservado algo superior tanto para os que pos-
suem ideais e agem de acordo com Sua Lei (Sl 1.1-3) como
para os que não se contaminam com o pecado, visando à
preservação de seu relacionamento com Ele (1 Jo 1.6,7; 1 Pe
1.3,4).
Aqueles que forem fiéis até o fim em sua jornada neste
mundo receberão um corpo glorificado (1 Ts 4.16-18), poder
para governar as nações (Ap 2.26), julgar anjos (1 Co 6.3);
além disso, desfrutarão da vida eterna ao lado do Senhor no
lar celestial, onde não há morte, pranto, clamor ou dor (Ap
21.4). Só há alegria, amor, justiça, santidade e vida.

CONCLUSÃO
Para vencermos os obstáculos da vida, precisamos ser
determinados. Determinar é decidir firmemente, como fez
Daniel quando determinou em seu coração que não iria se
contaminar com a porção das iguarias do rei nem com o vinho
que ele bebia (Dn 1.8).

28 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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Devemos manter diante dos olhos o alvo que desejamos
atingir e não devemos medir esforços para atingi-lo. Não de-
vemos temer o que, porventura, nos aguarde em nosso trajeto.
Antes, devemos demonstrar coragem e uma atitude de vence-
dores, pois somente assim conseguiremos receber o prêmio.
Deus não faz tudo por nós, Ele olha para o nosso potencial
e nos deixa agir. Você tem de ser uma pessoa determinada,
decidida, se quiser conquistar vitórias e vencer obstáculos.
Deus o abençoe!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Comente a afirmativa: A família transfere para o ser huma-
no uma herança biológica, sociológica, psicológica e espi-
ritual. Ela é, portanto, a primeira agência socializadora do
homem e a base para a construção do caráter e da perso-
nalidade do indivíduo (Pv 29.15). Certamente, os pais de
Daniel contribuíram para que ele fosse o homem que foi.
R.: Os pais de Daniel conseguiram transferir para seu filho uma
herança espiritual e moral espetacular, que o ajudou a dis-
cernir o certo e o errado, a ter determinação e a construir
uma história de vitória sobre a carne, sobre o diabo e sobre o
mundo, mesmo vivendo longe de casa, em uma pátria pagã
(1 Jo 2.14,15).

2. Cite as características de uma pessoa determinada, men-


cionadas nesta lição:
R.: Não se permite contaminar com as ideologias e práticas se-
culares (Dn 1.8); é seletivo em suas amizades (Dn 1.10,11) e
tem a percepção correta do momento de agir (Dn 2.16,17).

3. Daniel e seus três companheiros decidiram posicionar-se


de modo que os valores éticos e morais da Lei de Deus
continuassem a ser observados durante o exílio babilônico
(Dn 1.8). Em sua opinião, de que forma esse princípio se
aplica às relações de trabalho que mantemos cotidiana-
mente?
R.: Talvez não haja melhor lugar para os cristãos influenciarem
as pessoas hoje com sua ética e moral do que no trabalho. A
maneira como nos comportamos em nosso emprego diz aos
outros tudo que eles precisam saber sobre nossos valores e
comprometimentos. A questão é: estamos tomando a posi-
ção certa?

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Lição 4

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Como Vencer a Tentação
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1 Pedro 4.12-19
12 – Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para
vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse;
13 – mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cris-
to, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e
alegreis.
14 – Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois,
porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus.
15 – Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor,
ou como o que se entremete em negócios alheios;
16 – mas, se padece como cristão, não se envergonhe; antes, glorifique
a Deus nesta parte.
17 – Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e,
se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são deso-
bedientes ao evangelho de Deus?
18 – E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador?
19 – Portanto, também os que padecem segundo a vontade de Deus en-
comendem-lhe a sua alma, como ao fiel Criador, fazendo o bem.

30 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Porque não temos um O ESTUDO DIÁRIO
sumo sacerdote que não 2ª feira – Salmo 119.1-16
possa compadecer-se das Não me esquecerei da tua palavra
nossas fraquezas; porém 3ª feira – Mateus 7.24-29
um que, como nós, em Uma casa edificada sobre a Rocha
tudo foi tentado, 4ª feira – Hebreus 4.1-13
mas sem pecado. A palavra de Deus é viva, e eficaz
5ª feira – 1 Coríntios 6.12-20
Hebreus 4.15 Glorificai a Deus no vosso corpo
6ª feira – Mateus 4.1-11
Não tentarás o Senhor, teu Deus
Sábado – 2 Timóteo 2.14-26
Procura apresentar-te a Deus aprovado

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
compreender que a tentação não vem de Deus, mas o
Senhor permite que ela aconteça para provar a fé de Seus
servos;
entender que Deus não nos deixará tentar acima do que
podemos suportar; antes, com a tentação nos dará tam-
bém o escape;
conhecer os passos que devemos dar para sairmos vitorio-
sos das tentações.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Satanás é um ser espiritual; é mais antigo e mais experiente
que qualquer ser humano e, por isso, conhece os nossos pontos
fracos, as nossas vontades e as nossas necessidades. Ele faz
várias promessas para atrair e conquistar o homem: dinheiro,
fama, segurança, curas, riquezas e sonhos realizados, mas, de-
pois, prende-o em seu mundo de trevas e de sofrimentos.
Precisamos manter-nos atentos às artimanhas e estraté-
gias do diabo, pois, na Palavra de Deus, aprendemos que ele
anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem
possa tragar (1 Pe 5.8).
Nesta lição, estudaremos alguns aspectos da tentação e
consideraremos algumas estratégias que o Maligno usa para
nos derrubar. Veremos o que podemos fazer para não cair em
suas ciladas, intensificando a nossa atenção quanto ao que o
Senhor Jesus nos ensinou.
Boa aula!

Ensinos para uma vida abençoada 31

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Jesus veio para que tivéssemos vida em abundância (Jo
10.10) e deu-nos poder para, em Seu nome, repreendermos o
adversário (Lc 10.19). Ele sabe que, em nossa vida, as maio-
res investidas do Maligno acontecem nos momentos de crise.
Satanás, porque é um ser espiritual, percebe o que está
acontecendo e aparece com propostas quase irresistíveis. Du-
rante a tentação no deserto (Mt 4.1-11), Jesus não considerou
as proposições do diabo, mas atentou para quem as estava
fazendo, e resistiu ao inimigo até o fim (Tg 4.7). Este é o se-
gredo da vitória!

1. A TENTAÇÃO
Durante os quarenta dias em que Cristo esteve no deser-
to, antes de iniciar o Seu ministério terreno, Satanás ficou ali,
apenas observando. Não ousou aproximar-se sem antes desco-
brir como poderia atacar. Ele esperou que Jesus tivesse algum
problema, e, quando o Senhor sentiu fome, aproximou-se para
explorar aquela necessidade. Só que o Mestre não se deixou
vencer porque, além de estar cheio do Espírito Santo, usou a
Palavra de Deus para repreender o adversário (Mt 4.1-11).

1.1. O propósito da tentação


De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra tentação signi-
fica mostrar uma disposição de ânimo para a prática de coisas
diferentes ou censuráveis, ou seja, a tentação é um desejo im-
petuoso, arrojado, forte, vigoroso que pode nos levar ao pecado.
O Filho de Deus foi conduzido ao deserto pelo Espírito
Santo, para ser tentado como Adão (Gn 3.3-6; Mt 4.1) e tes-
tificar ao mundo que Satanás seria vencido, de uma vez por
todas. Assim, podemos concluir que o
deserto não é apenas um lugar de tenta-
A tentação não vem de ção e de tribulação, mas, acima de tudo,
Deus (Tg 1.13). O Altíssimo é também o local onde Deus espera que
sejamos preparados para mostrar ao
nunca intencionalmente mundo a excelência de Seu poder e a
levará uma pessoa a Sua soberania.
cometer pecado porque
isso não somente iria 1.2. Os limites da tentação
contra Sua natureza, mas O nome Satanás, em hebraico, quer
seria contrário ao Seu dizer adversário. Ele é assim chamado
propósito de moldar Sua porque, em virtude de suas disposições
hostis, promove todo tipo de impiedade,
criação à Sua opondo-se a Deus e aos homens.
imagem santa. O diabo não é onipotente (só Deus o
é), mas, dentro dos limites permitidos

32 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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por Deus, tem poder e sabe como agir.
Deus permitiu a Satanás ter algum domí-
O teólogo José Husslen
nio aqui na terra, porém jamais lhe deu o
domínio e o poder sobre toda a terra (Jó declarou: O diabo aborrece
1.6-12). a imagem de Deus em
Satanás não é onipresente (só Deus nós. Odeia até mesmo
o é); como não pode estar em todos os a natureza humana que
lugares ao mesmo tempo, tem milhares possuímos, com a qual
de demônios obedecendo às suas or- se revestiu o Filho de
dens, fazendo o seu trabalho de oprimir
e destruir o homem.
Deus. Ele odeia a própria
Satanás não é onisciente (só Deus o felicidade eterna. Ele odeia
é), mas consegue sugerir pensamentos a própria felicidade para a
maus à nossa mente. É por isso que em qual estamos destinados,
momento algum devemos desobedecer porque ele mesmo a
à Palavra de Deus. perdeu para sempre.
O maior objetivo do inimigo é tirar o
homem da presença de Deus; por isso,
ele vive procurando formas de levá-lo a
desobedecer e a cair no pecado.

1.3. A relação existente entre tentação e pecado


De acordo com o texto de Tiago 1.14,15, compreendemos
que tentação não é pecado. O pecado passa por um proces-
so de concepção e de consumação. Primeiro o ser humano
pensa, depois planeja, e, finalmente, pratica-o. E o resultado
disso é a morte espiritual (Rm 8.6). A tentação faz parte da
natureza pecaminosa do homem. Porém, devemos lutar para
não cairmos nessas armadilhas do diabo (Tg 4.7).
Os vocábulos “atraído” e “engodado” (Tg 1.14) expressam
a intensidade com que o desejo seduz um indivíduo até ele se
envolver de forma trágica. O pecado não se impõe a quem re-
luta, mas é fruto de uma escolha em função de seus atrativos.
“Concebido” (Tg 1.15) sugere a imagem da vontade de uma
pessoa pendendo para o mal e, finalmente, sendo dominada
por ele. “Consumado” (Tg 1.15) sugere concluir um objetivo. A
ideia aqui é que o pecado alcançou a maturidade e apoderou-
-se do caráter do indivíduo. A morte, aqui, não se refere à mor-
te física (Cl 3.5-10; Rm 8.13) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
Central Gospel, 2010b, p.673).

2. A FRAQUEZA HUMANA
O diabo utiliza os melhores instrumentos que tem para nos
tentar com o intuito de levar-nos ao pecado. Ele é estratégico;
por isso, apela para a nossa natureza humana e espera a hora
de maior fragilidade para utilizar o que tem de mais eficaz no
seu arsenal. Então, ataca em três áreas específicas: a concu-
piscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba
da vida (1 Jo 2.16).

Ensinos para uma vida abençoada 33

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2.1. A concupiscência da carne
A concupiscência da carne Paulo declarou que as tentações ocor-
rem dentro da esfera humana: Não veio
refere-se ao desejo por
sobre vós tentação, senão humana (1
prazeres pecaminosos Co 10.13a). O texto anteriormente cita-
(principalmente os de do (Mt 4.1-11) também nos ensina que
natureza sexual). A a tentação está ligada ao que provoca
concupiscência dos olhos desejo ou ao que desperta vontade em
refere-se à ambição nossa carne (Rm 8.5).
Carne é uma expressão teológico-
ou ao materialismo. A
-bíblica usada para definir a natureza pe-
soberba da vida refere-se caminosa do homem. Mesmo depois de
ao orgulho que a pessoa convertido, o cristão continua trazendo
sente de sua situação no dentro de si essa natureza carnal, que
mundo (RADMACHER; precisa ser combatida e mortificada,
ALLEN; HOUSE, Central subjugada ao Espírito Santo (Gl 5.16).
Escrevendo aos gálatas, Paulo fez
Gospel, 2010b, p.729,730).
uma alusão ao conflito espiritual existen-
te no cristão (Gl 5.17-21): ou escolhemos
fazer a vontade da carne, praticando as
obras que caracterizam o estilo de vida mundano (1 Co 6.10),
e sofremos a morte espiritual; ou escolhemos ser submissos a
Deus e obtemos a vida eterna em Cristo (Gl 5.24).

2.2. A concupiscência dos olhos


A concupiscência dos olhos é tudo aquilo que atrai com
maior força e com maior veemência a nossa natureza carnal.
Existem três elementos que exercem potencial atração no ser
humano, apesar de não serem os úni-
cos: o sexo, o dinheiro e o poder.
A palavra grega traduzida Satanás sabe disso e tenta tirar pro-
veito. Ele promete satisfazer as neces-
por segundo a carne (Rm
sidades de nossa natureza pecaminosa
8.5) inclui as vontades, os promovendo falsas facilidades e criando
pensamentos e as emoções situações que nos levam a tomar deci-
de uma pessoa. Também sões precipitadas, ou seja, ele trabalha
inclui suposições, valores, com aquilo que mais atinge nossa área
psicoemocional (1 Pe 5.8). Mas, Jesus
desejos e propósitos.
venceu o diabo, venceu as tentações, e
Fixar a mente nas coisas dá-nos poder para vencermos também
da carne ou nas coisas (Mt 4.10,11; 2 Co 12.9).
do Espírito significa estar
orientado para aquilo em 2.3. A soberba da vida
que colocamos o nosso O inimigo sabe que a soberba prece-
foco (RADMACHER; ALLEN; de a ruína, e a altivez do espírito prece-
HOUSE, Central Gospel, de a queda (Pv 16.18); por isso, ele tenta
2010b, p.382). levar o homem a crer em sua própria
deidade a fim de fazê-lo cair (Jr 17.5).
O orgulho e a soberba conduzem ao au-

34 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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toengano quanto ao que realmente so-
mos e, consequentemente, à queda.
Deus conhece o coração do homem, O salmista utilizou uma
e, quando este se exalta, deixando a linguagem metafórica para
soberba tomar o lugar da humildade, ilustrar o grande livramento
Deus o faz cair até que ele se coloque de Deus ao Seu povo:
novamente na posição de servo, pois a
glória dos servos está no seu Senhor (2
Bendito seja o Senhor, que
Co 10.17,18). não nos deu por presa aos
seus dentes (Sl 124.6). Se
por um lado Ele permite
3. PASSOS PARA VENCER
que sejamos tentados,
A TENTAÇÃO
por outro, também abre
Não obtemos o livramento simples- portas e faz-nos escapar
mente por nossos méritos, mas por dos labirintos da vida,
causa da bondade, graça e misericór-
conduzindo-nos altaneiros
dia divinas. Não veio sobre vós tenta-
ção, senão humana; mas fiel é Deus, em Seus braços pela
que vos não deixará tentar acima do superfície do
que podeis; antes, com a tentação dará encapelado mar.
também o escape, para que a possais
suportar (1 Co 10.13). Vejamos a seguir
alguns passos que devemos dar no sen-
tido de obter vitória sobre as tentações:

3.1. Não confie em sua própria força


No Antigo Testamento, o Espírito Santo vinha sobre al-
gumas pessoas dando-lhes poder e sabedoria para agir (Sl
51.10). Jesus, ao ressuscitar e voltar para o Pai, enviou-nos o
Consolador para estar conosco todo o tempo (Jo 14.26).
Nosso Mestre e Senhor, antes de iniciar Seu ministério
terreno, foi ungido com o Espírito Santo (At 10.38; Mc 1.10).
Portanto, a primeira coisa que devemos fazer no sentido de
obter vitórias sobre as tentações é esvaziar-nos de nós mes-
mos e encher-nos do Espírito Santo (Ef 5.18).

3.2. Corra da tentação


Devemos evitar a tentação a todo custo. O texto de Pro-
vérbios 4.14,15 exorta-nos: Não entres na vereda dos ímpios,
nem andes pelo caminho dos maus. Evita-o; não passes por
ele; desvia-te dele e passa de largo. Muitas vezes, sabemos,
de antemão, se determinada série de situações poderá levar-
-nos ao pecado. Portanto, a maneira óbvia de fugir da iniqui-
dade é evitar tais circunstâncias. Paulo descreveu um escape
da tentação (1 Co 10.13). Há ocasiões em que o escape é ficar
longe do lugar ou das pessoas onde a tentação se esconde.
Na primeira Carta aos Coríntios, Paulo advertiu os cren-
tes daquela igreja a se desviarem da imoralidade sexual (1
Co 6.18) e a fugirem da idolatria (1 Co 10.14). Em outro tre-

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cho, ele admoestou Timóteo a fugir não somente da cobiça
por bens materiais e riquezas (1 Tm 6.9-11), como também
dos desejos da juventude (2 Tm 2.22). A mensagem é clara:
não brinque com a tentação. Fuja dela! (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 2010b, p.428).

3.3. Resista ao diabo


Da tentação devemos fugir, mas devemos resistir ao diabo
(Tg 4.7). Ele é astuto e usa de ardis psicológicos para nos
amedrontar. Jesus não teve medo, mas enfrentou o Maligno,
por isso venceu (Mt 4.1-11). Satanás é quem tem de fugir, não
somente porque ele não tem poder sobre nós, mas porque te-
mos a promessa de que as tentações que sofremos nunca vão
além de nossa capacidade de lidar com elas (1 Co 10.13).

3.4. Ore
Jesus, mais do que qualquer outra pessoa, conhecia o poder
da oração. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele orava sempre,
em qualquer circunstância e por qualquer motivo (Jo 17), e
Ele ensinou-nos a orar (Mt 6.6-15).
Deus conhece a sinceridade do nosso coração quando ora-
mos e, principalmente, quando oramos em nome de Jesus. Não
há poder das trevas, não há tentação que resista ao poder da
oração (At 16.25,26). Portanto, não deixe de orar (Cl 4.2).

3.5. Jejue
O jejum é especialmente citado nas Escrituras como um
meio eficaz de subjugar a carne e de vencer a tentação (Is 58.6;
Mt 6.16-18). O verdadeiro propósito do jejum é a contrição, a
santificação e a comunhão com Deus. Constitui-se, portanto,
em uma das mais poderosas armas para dominarmos nossa
natureza pecaminosa, para disciplinarmos nossa vontade.
Jejuar não é deixar de comer para apresentar a Deus um
sacrifício. É deixar de alimentar o corpo, para enfraquecer a
carne e vivificar o espírito. É sair da dimensão da terra, e en-
trar na dimensão do céu.

3.6. Esteja alerta e vigilante


Uma das estratégias de Satanás é atacar quando estamos
desatentos e despreocupados. Nesses momentos, o inimigo
vem contra nós com força total, para tentar desestabilizar a
nossa trajetória e interferir em nossa comunhão com Deus.
Portanto, vigie (Mt 24.44-46).
Vigiar é estar atento, é conhecer a origem dos eventos que
nos sucedem, é estar apercebido das coisas. No Evangelho de
Mateus, o Senhor nos instruiu quanto à vigilância (Mt 26.41).
Fique atento em relação às coisas que podem distrair e dominar
você (Lc 21.34).

36 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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3.7. Use a Palavra de Deus
No deserto, Jesus deu um fim à tentação e afastou o inimigo
usando a Palavra contra ele (Mt 4.10,11), o que mostra aos
servos do Altíssimo o poder das Escrituras na batalha contra o
Maligno (Sl 91.11,12).
O diabo conhece as Escrituras e a deturpa. Ele pode até
utilizar sofismas (raciocínios capciosos que têm por objetivo
enganar), mas o seu objetivo é confundir para trazer o mal
(2 Co 11.3). Se você quer vencer sua natureza carnal, ame a
Palavra, pois ela libera a graça e o poder de Deus, dos quais
carecemos plenamente.

CONCLUSÃO
Todos nós, em algum momento da vida, seremos tentados a
tomar um atalho para atingir nossos objetivos de forma rápida.
Para que não venhamos a comprometer nossa integridade, é
preciso que nos mantenhamos fiéis a Deus e à Sua Palavra,
não nos permitindo subornar pelas facilidades. Só assim se-
remos grandemente abençoados pelo Senhor e daremos bom
testemunho de nossa fé.
Quando nos dispomos a olhar as situações pela perspecti-
va de Deus, crescendo de fé em fé e de glória em glória, não
há tropeços nem quedas bruscas porque o Senhor prepara-
-nos para galgar cada degrau, dando um passo de cada vez.
No entanto, quando nos deixamos levar pelo espírito ganan-
cioso, buscando tão somente satisfazer a nossa vontade e os
nossos objetivos de forma rápida, sem importar-nos com os
meios para atingir os fins, seremos arrastados pelo egoísmo,
que pode causar muitos danos a nós e aos nossos semelhantes.
Que o Altíssimo encha sua vida com o Seu poder e com a
Sua força!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. O que significa tentação? Qual é o seu alvo?
R.: Significa mostrar uma disposição de ânimo para a prática
de coisas diferentes ou censuráveis. O seu alvo são os ho-
mens; Paulo declarou que as tentações ocorrem dentro da
esfera humana (1 Co 10.13).
2. De acordo com 1 João 2.16, o que caracteriza a fraqueza
humana?
R.: A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida.
3. De acordo com a lição de hoje, que passos devemos dar no
sentido de vencer as tentações?
R.: Não confiar em nossa própria força; correr da tentação; re-
sistir ao diabo; orar; jejuar; manter-nos alertas e vigilantes;
e usar a Palavra de Deus.

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Lição 5

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Guerra Espiritual,
Como Vencê-la
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Neemias 1.1-6,11
1 - As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de
quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,
2 - que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e per-
guntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro
e acerca de Jerusalém.
3 - E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativei-
ro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de
Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo.
4 - E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e
lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus
dos céus.
5 - E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que
guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam
e guardam os teus mandamentos!
6 - Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para
ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e
de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos
pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a
casa de meu pai pecamos.
11 - Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu
servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e
faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem.
Então, era eu copeiro do rei.

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
O Deus dos céus é o O ESTUDO DIÁRIO
que nos fará prosperar; 2ª feira – Neemias 2.1-8
e nós, seus servos, Então, orei ao Deus dos céus
nos levantaremos e 3ª feira – Neemias 2.9-20
edificaremos; mas vós Zombaram de nós, e desprezaram-nos
não tendes parte, nem 4ª feira – Mateus 5.10-16
justiça, nem memória em Sede prudentes como as serpentes

Jerusalém. 5ª feira – 2 Coríntios 4.8-12


Perplexos, mas não desanimados
Neemias 2.20 6ª feira – Miquéias 5.7-15
Os teus inimigos serão exterminados
Sábado – Salmo 112
O seu coração, bem firmado, não temerá

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer os motivos que levaram o copeiro de Artaxerxes
a abdicar sua privilegiada posição no palácio para seguir
em direção às ruínas de Jerusalém;
compreender que definir estratégias é uma condição pri-
mordial àqueles que pretendem alcançar a vitória;
saber que precauções devem ser tomadas no sentido de
alcançar os objetivos propostos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Nesta lição estudaremos a vida de Neemias, focalizando o
seguinte aspecto: os vitoriosos enfrentam oposição (Ne 1—7).
O Livro de Neemias narra, principalmente, as críticas e a
oposição que ele enfrentou no momento em que decidiu, reso-
lutamente, liderar a pequena comunidade israelita na recons-
trução da Cidade Santa.
Sua grande preocupação era o estado arruinado da cidade,
abandonada sem os muros desde que o imperador Artaxerxes I
havia interrompido os reparos (Ed 4.12). Utilizando a sua posição
de servidor confiável no interior da corte real, Neemias obteve
permissão para retomar o trabalho e concluir os muros de Je-
rusalém (Ne 1.1-6; 2.1-8). Além disso, também não hesitou em
guiar os israelitas espiritualmente. Neemias desejava que o povo
alcançasse tanto o bem-estar espiritual quanto o físico.
Sugerimos que, ao início da aula, seja apresentado aos alu-
nos um breve esboço do Livro:
- Neemias 1—2: Neemias volta pra Jerusalém;
- Neemias 3—7: A reconstrução das muralhas;
- Neemias 8—10: A leitura da Lei e a renovação do acordo;
- Neemias 11—13: Outras atividades de Neemias.
Boa aula!

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Buscar realizações e vitórias faz parte da natureza humana.
É certo que determinadas pessoas têm mais ambições do que
outras. Mas, no íntimo, todos nós temos algum desejo ou sonho
a ser concretizado.
Entretanto, como cristãos, não podemos limitar-nos às con-
quistas materiais. Precisamos, também, buscar as bênçãos es-
pirituais, pois estas nos levam a conhecer o Senhor, a ter mais
intimidade com Ele e a ser mais comprometidos com o Seu
Reino; o que nos remete diretamente à vida eterna e às Suas
gloriosas recompensas.
Convém lembrar que, em nossa busca por vitórias, mate-
riais ou espirituais, sempre haverá obstáculos, adversidades,
inimigos e opositores a serem vencidos. Dessa forma, preci-
samos preparar-nos para as lutas, a fim de vencermos.

1. NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DA CIDADE


SANTA: DA RUÍNA À VITÓRIA
Neemias, servo de Deus, mesmo diante de vários inimigos,
concluiu o seu projeto: reconstruir a cidade de Jerusalém. Ele
saiu vitorioso porque temia ao Senhor, obedecia fielmente à
Sua Palavra, orava, jejuava e entregava as suas lutas e os seus
inimigos nas mãos do Todo-poderoso.

1.1. Quem foi Neemias?


Neemias encontrava-se na cidade de Susã e servia como co-
peiro do grande Artaxerxes Longimanus, que reinou na Pérsia
de 464 a.C. a 423 a.C. Ele é identificado como filho de Hacalias
(Ne 10.1), a fim de ser distinguido de seus homônimos. Seu
nome significa o Senhor consolou.
Um copeiro, naquela época, exercia mais funções do que as
atribuídas a um mordomo hoje em dia. Ele ocupava uma posi-
ção de grande privilégio e responsabilidade. A cada refeição, o
copeiro tinha de experimentar o vinho do rei para certificar-se
de que não estava envenenado.
O fato de Neemias, que era judeu, exercer uma função tão
eminente no palácio revela a excelência do seu caráter e a sua
competência. Mas, apesar de desfrutar de uma vida confortá-
vel, ele era um homem que se importava com as tradições do
seu povo, com as necessidades no presente e com as esperan-
ças para o futuro. Ele preocupava-se com sua herança cultural e
religiosa, com a cidade de seus antepassados e com a glória do
Senhor. Os remanescentes judeus já haviam passado quase um
século em sua terra, e o filho de Hacalias poderia ter se unido a
eles, mas escolheu permanecer no palácio.
Deus tinha uma missão para Neemias que não poderia ser
cumprida em nenhum outro lugar. O Senhor o colocou em

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Susã, da mesma maneira que enviou José para o Egito, a fim
de, anos mais tarde, saciar a fome de sua família (Gn 42.19).

1.2. A situação de Jerusalém


Susã era a capital do Império Persa e onde ficava o palá-
cio de inverno do rei. Certo dia, Neemias encontrou-se com
seu irmão, Hanani (Ne 1.2,3), que havia acabado de voltar
de uma visita a Jerusalém, e perguntou-lhe sobre o seu povo.
As más notícias que recebeu podem ser resumidas nesta
frase: os remanescentes estavam em ruína e opróbrio. Em vez
de uma terra habitada por uma nação numerosa, só havia os
remanescentes do povo de Judá. Aqueles poucos judeus passa-
vam por grandes aflições e lutavam para
sobreviver (Ne 1.3).
Jerusalém estava em ruínas; do lugar
Os judeus tinham o dever
onde se vira grande glória, no passado,
restava apenas opróbrio. É evidente que de jejuar uma vez por ano,
Neemias sabia que a cidade de seus ante- no Dia da Expiação, no
passados estava arruinada, pois os babilô- entanto Neemias passou
nios haviam destruído os muros, as portas vários dias jejuando,
e o templo de Jerusalém entre 606—586
orando, chorando e
a.C. (2 Rs 25.1-21).
Ao final do cativeiro babilônico, os ju- humilhando-se diante
deus regressaram a Jerusalém para es- daquele que poderia
tabelecer um período de reconstrução. mudar aquela situação
Porém, diante da oposição que sofreram crítica em que os judeus
por parte dos samaritanos e de outros po-
viviam em Jerusalém
vos que lá viviam, eles só conseguiriam
completar a obra no templo 20 anos de- (Ne 1.4).
pois (Ed 1— 6), e os muros e as portas não
chegaram a ser reparados.

1.3. A reação de Neemias


Ao questionar seu irmão, talvez Nee- Neemias ofereceu-se a
mias tivesse esperança de que a cidade Deus para ir a Jerusalém,
estivesse finalmente restaurada. Afinal, a fim de reconstruí-la (Ne
sem muros e sem portas, a cidade ficava 1.5-11). Antes, no entanto,
exposta ao escárnio e ao ataque inimigo.
Mas, diante das informações desastrosas
precisaria abordar o rei e
sobre Jerusalém e o seu povo, o copei- pedir sua permissão para
ro de Artaxerxes desejou mudar aquela ausentar-se. Recebendo
situação e, imediatamente, começou a anuência, teria de trocar
orar e a jejuar, dispondo-se a contribuir o conforto e a segurança
para mudar tão cruel realidade. do palácio pelos rigores e
perigos da viagem e
1.4. Neemias chega a Jerusalém
da estadia em uma
Neemias sabia esperar o momento
cidade arruinada.
certo para agir em conformidade com a
orientação divina. Uma vez que o mês

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hebraico de Quisleu corresponde a novembro e dezembro em
nosso calendário, e Nisã corresponde a março e abril, isso sig-
nifica dizer que se passaram quatro meses desde que o filho de
Hacalias recebeu as más notícias sobre a situação de Jerusalém
(Ne 1.1-3) até a sua ida para a cidade (Ne 2.1-6).
A Bíblia relata que Artaxerxes liberou Neemias para re-
construir Jerusalém; deu-lhe cartas que lhe garantiriam uma
viagem segura entre Susã e Jerusalém; e forneceu-lhe madeira
para reparar as vigas das portas da cidadela do templo, os mu-
ros da cidade e a casa em que ficaria alojado (Ne 2.6-8 - NVI).
Quando Neemias chegou a Jerusalém, disposto a recons-
truir os muros, enfrentou muitas adversidades e defrontou-se
com alguns opositores (Ne 2.10). Isto significa que, antes de
alcançarmos a vitória, precisamos definir estratégias.

2. DEFINIR ESTRATÉGIAS: REQUISITO


INDISPENSÁVEL À VITÓRIA
Neemias partiu para Jerusalém acompanhado por uma es-
colta de oficiais do exército, com cavaleiros designados pelo rei
Artaxerxes (Ne 2.9b). Depois de três dias na Cidade Santa, sem
que ainda ninguém soubesse o motivo da sua estada naquele
lugar, ele saiu sozinho à noite para avaliar o muro de Jerusalém
em ruínas (Ne 2.11-16). Ele desejava conhecer a real situação
da cidade, para planejar a sua reconstrução. E viu mais coisas
do que os habitantes da cidade estavam acostumados a enxer-
gar durante o dia. Neemias não olhou somente os problemas,
mas também o potencial do lugar.
Quando a caravana de Neemias chegou a Jerusalém, cer-
tamente, chamou a atenção das pessoas, especialmente da-
quelas que odiavam os judeus e que desejavam impedi-los de
fortificar a cidade.

2.1. Não se permita intimidar


diante dos opositores
Descendentes de outros A Bíblia destaca três opositores de
povos que, desde a Neemias: Sambalate, um horonita; To-
invasão babilônica, haviam bias, um amonita; e Gesém, um árabe.
ocupado Jerusalém e os Sambalate, seu principal inimigo, tinha
arredores, sabendo do um cargo oficial em Samaria (comandan-
projeto de reconstrução te do exército) (Ne 2.10,19). Isto o torna-
va mais perigoso.
da cidade, opuseram-se Tobias, por ser um amonita, era inimi-
(Ne 2.17-19). Neemias, go declarado de Israel. Ele dirigia o serviço
entretanto, sabia que Deus de inteligência das operações do exército,
era com ele (Ne 2.20). obtendo informações confidenciais com
seus amigos judeus, as quais eram passa-
das para Sambalate e Gesém (Ne 4.3,7).

42 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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2.2. Seja cauteloso com o inimigo
Neemias descreveu as diferentes ar- Jerusalém estava destruída,
mas que os inimigos usaram e como o Se- e ninguém se importava
nhor o capacitou a derrotá-los (Ne 4—7).
com a cidade ou com o
Eles começaram com zombarias. Escar-
neceram dos judeus e menosprezaram povo. Mas, no momento
seus recursos e seus planos. Além disso, em que Neemias começou
insinuaram que estes estavam rebelando- a reconstruí-la, seus
-se contra o rei. Tudo porque a reconstru- inimigos levantaram-se
ção de Jerusalém avançava. O propósito
contra ele. Diante das
de Neemias prosperava, mas seus inimi-
gos iravam-se contra a vitória iminente. palavras negativas dos seus
Neemias poderia lidar com a situação opositores, ele entregou
de diversas maneiras: ignorar a zomba- a situação nas mãos do
ria e seguir em frente; discutir com os Senhor, prosseguiu firme
seus inimigos e tentar convencê-los de
em seu propósito, e seu
que estavam enganados; recuar ante
a ameaça de ataque inimigo; ou, quem objetivo foi alcançado
sabe, esquecer a zombaria e a oposição (Ne 4.1-6).
e associar-se ao adversário, quando este
o convidou (Ne 6.2).
Mas Neemias sabia que Sambalate, Tobias e Gesém odiavam
os judeus e queriam matá-los para pôr fim àquela obra. Então,
preveniu seus compatriotas em relação ao intento dos adver-
sários, redobrou a vigilância, pondo guardas junto ao muro, e
animou-os a continuarem a obra (Ne 4.13).

3. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS PARA QUE


SE ALCANCE A VITÓRIA
Sambalate, Tobias e Gesém usaram
diversas táticas para intimidar Neemias, Quando Neemias percebeu
na intenção de fazê-lo parar, frustrando, que o povo estava
assim, seu projeto. Entre outras coisas, ficando assustado com as
zombaram, caluniaram e ameaçaram o constantes ameaças de
servo de Deus e todos os que com ele re- seus adversários, começou
paravam o muro. No entanto, Neemias
não permitiu que o temor infundido por
a agir: colocou guardas em
seus inimigos o dominasse. locais estratégicos sobre
os muros (Ne 4.9); armou
3.1. Não dê ouvido às calúnias famílias inteiras, sabendo
Antes de o muro ser reparado, os ini- que se uniriam e se
migos de Neemias já haviam insinuado encorajariam mutuamente
que ele queria reedificar Jerusalém para (Ne 4.13); por fim, exortou
rebelar-se contra o rei Artaxerxes (Ne o povo a não ter medo e a
2.19). E, quando viram a obra comple- buscar o socorro do Senhor
tada, tornaram a inventar calúnias (Ne
6.6,7). O filho de Hacalias fez o que lhe
(Ne 4.14).
cabia: desmentiu, pois sabia que a inten-

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ção de seus inimigos era fazê-lo parar, e entregou sua causa
nas mãos do Senhor, o justo Juiz (Ne 6.8,9).

3.2. Tenha cuidado com os falsos profetas


Neemias conhecia bem a Palavra e o Deus da Palavra, ti-
nha discernimento espiritual, por isso não foi enganado quan-
do seus inimigos, unidos a Semaías e a Noadias, tentaram
usar uma profecia para apanhá-lo desprevenido no templo.
Neemias, mais uma vez, não pecou contra o Senhor. Ele orou,
entregando seus inimigos nas mãos do Todo-poderoso (Ne
6.10-14).
Neemias, com indignação, rejeitou o conselho do sacerdote
por duas razões: primeiro, porque um homem como ele não de-
veria fugir. Neemias era o governador, um líder do povo. Ele tinha
responsabilidades para com o rei e, principalmente, para com o
Rei dos reis. Uma pessoa de sua posição não poderia fugir nem
esconder-se com medo. Segundo, Neemias recusou-se a ir ao
templo para salvar a sua vida porque a Lei o proibia de entrar no
Santo dos Santos sob pena de morte (Nm 18.7) (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.755).

3.3. Persevere nas adversidades


Nada deteve Neemias. Ele amava Deus e seu povo, de-
sejava a reconstrução de Jerusalém e lutou por isso, sem se
deixar abater pelas zombarias, calúnias, difamações, intrigas
ou falsas profecias. O valente reconstrutor orava, obedecia à
Lei divina e cria na promessa do Senhor. Ele não hipervalori-
zava as investidas dos seus inimigos e tinha convicção de que
o Senhor estava com ele (Ne 6.9).

3.4. Estabeleça prioridades


Neemias não deu atenção aos seus opositores, deixando
claro que reconstruir os muros de Jerusalém era seu principal
objetivo, sua prioridade. Ele não parou para atender aqueles
que só desejavam destruí-lo. Ele tinha uma missão a ser cum-
prida e prosseguiu determinado, sem perder o foco.

3.4.1. Tenha discernimento espiritual


Neemias tinha discernimento espiritual. Ele tinha a confir-
mação do Senhor para executar o seu projeto. Tal como Elias,
precisamos saber sobre quais bases temos construído nossos
planos e intentos.

3.4.2. Não tire os olhos da sua bênção


Neemias conseguiu concluir a reconstrução dos muros de
Jerusalém em 52 dias (Ne 6.15), porque manteve a sua visão

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focada em seu objetivo. Ele não perdeu tempo nem ânimo
rebatendo calúnias, zombarias, infâmias ou falsas profecias.

CONCLUSÃO
Artaxerxes concedeu a Neemias autoridade e os meios
para reconstruir os muros de Jerusalém. Mas Neemias atri-
buiu a Deus esta atitude generosa do rei: E o rei mas deu,
segundo a boa mão de Deus sobre mim (Ne 2.8b).
O Senhor estava com Neemias. Apesar disso, sua tarefa não
foi executada sem lutas. O filho de Hacalias concluiu seu proje-
to de edificar os muros de Jerusalém porque era um servo fiel
a Deus; ele obedecia à Sua Palavra, orava, jejuava e entregava
as suas lutas e os seus inimigos nas mãos do Todo-poderoso.
Se desejamos ser vitoriosos, devemos preparar-nos para
oposições. Precisamos ser perseverantes, ter determinação e fé,
além de ficar na dependência do Altíssimo em constante oração.
Que o Senhor o abençoe!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Em sua opinião, a que realidade nos remete o fato de Ha-
nani ter transmitido a Neemias, em um encontro trivial,
notícias tão desastrosas (Ne 1.1-3)?
R.: Nunca sabemos o que Deus tem reservado para nós, mesmo
em uma conversa informal. Portanto, é preciso ter o coração
aberto para a orientação providencial do Senhor, pois o ines-
perado pode acontecer de uma hora para outra; como acon-
teceu a Moisés, a Davi e a Pedro, por exemplo.

2. Neemias importou-se o suficiente com as necessidades de


seu povo, a ponto de abrir mão do que lhe era palpável.
Que outros personagens bíblicos agiram da mesma forma?
R.: Abraão se importou, e Deus enviou anjos para conduzirem Ló
para fora de Sodoma, salvando este e a sua família. Moisés
se importou, obedeceu a Deus e os hebreus foram libertos do
Egito. Davi se importou e conduziu Israel de volta ao Senhor.
Ester se importou e arriscou a vida para falar ao rei e salvar
sua nação do genocídio.

3. Neemias ensina-nos que precisamos valorizar os nossos


objetivos. Comente esta afirmativa:
R.: Se não valorizamos os nossos projetos e sonhos, não po-
demos esperar que outras pessoas o façam. Se os nossos
objetivos foram confirmados no Senhor, precisamos seguir
em frente, pois Ele nos fará alcançar a vitória.

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Lição 6

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Deus, Refúgio e Fortaleza
na Hora da Adversidade
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Tiago 5.7-11
7– Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavra-
dor espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência,
até que receba a chuva temporã e serôdia.
8 – Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a
vinda do Senhor está próxima.
9 – Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais
condenados. Eis que o juiz está à porta.
10 – Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas
que falaram em nome do Senhor.
11 – Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual
foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o
Senhor é muito misericordioso e piedoso.
Romanos 8.28
28 – E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem da-
queles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.
2 Coríntios 4.17,18
17 – Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um
peso eterno de glória mui excelente,
18 – não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não
veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem
são eternas.

46 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Tenho-vos dito isso, para O ESTUDO DIÁRIO
que em mim tenhais paz; 2ª feira – Salmo 9.1-9
no mundo tereis aflições, O Senhor será um alto refúgio
mas tende bom ânimo; 3ª feira – Salmo 27.1-5
eu venci o mundo. No dia da adversidade me esconderá

João 16.33 4ª feira – Salmo 37.7-19


Os retos nos dias de fome se fartarão
5ª feira – Salmo 46
Deus é o nosso refúgio e fortaleza
6ª feira – Salmo 91
O Senhor estará conosco na angústia
Sábado – Hebreus 13.1-6
O Senhor é o nosso ajudador

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
aceitar que adversidades fazem parte da vida de todo e
qualquer ser humano;
conscientizar-se de seus problemas e da necessidade de
buscar a Deus;
compreender quais as melhores estratégias para vencer
os obstáculos e as crises.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
No afã de livrar-nos do que nos impede de usufruir a paz e
a alegria, esquecemos que os momentos de provações encer-
ram importantes lições que nos fazem aproximar-nos de Deus,
crescer e amadurecer, tornando-nos aptos para o novo pata-
mar em que o Senhor deseja colocar-nos (Rm 5.3-5).
Negar a si mesmo e levar a sua cruz, até o fim, são as con-
dições que o Senhor Jesus impôs àqueles que desejam seguir
os Seus passos, porque a cruz foi o processo por meio do qual
a natureza divina e humana amalgamaram-se inseparavel-
mente em Cristo; e é o processo por meio do qual Ele faz com
que Sua vida flua dentro de nós, transformando-nos em novas
criaturas, à imagem e semelhança de nosso Criador. Dessa
forma, podemos abençoar aqueles que estão ao nosso redor
com o poder do infinito amor de Deus.
Professor, durante a lição, procure mostrar aos alunos que
o enfrentamento de dificuldades é um preceito bíblico — to-
dos temos de passar por ele —, e que a melhor atitude a ser
tomada diante dos problemas é enfrentá-los e vivenciá-los na
presença de Deus.
Boa aula!

Ensinos para uma vida abençoada 47

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COMENTÁRIO
Por meio das provações, Palavra introdutória
Deus nos leva rumo à Sua É bem verdade que todos os seres hu-
vontade; assim como, por manos, inclusive os cristãos, passam por
meio do vento, o barco tribulações, por adversidades e por aflições.
desliza, sob o controle de Há momentos em nossa vida em que a
Deus, até o porto seguro. escuridão é tão intensa que nossos olhos
não conseguem vislumbrar nada além
As dores são os degraus
da tribulação. Mas, o próprio Jesus nos
que nos conduzem para advertiu, de forma bem clara: no mundo
mais perto do Senhor. Elas tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu
formam uma trilha pela qual venci o mundo (Jo 16.33b).
poderemos chegar ao pleno O que nós não podemos esquecer é
conhecimento da que todas as coisas contribuem junta-
vontade do Altíssimo. mente para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados por
seu decreto (Rm 8.28).
A questão não é apenas sabermos
que, aqui, nessa terra, vamos atravessar lutas e tempestades,
mas, sim, termos discernimento e sabedoria para conseguir-
mos superá-las e vencê-las quando elas chegarem.

1. QUANDO A TRIBULAÇÃO VIER,


CONFIE EM DEUS
Se pararmos para pensar no nome de uma pessoa de nos-
so convívio que não enfrente problemas, provavelmente não
nos lembraremos de ninguém porque, em maior ou menor
intensidade, todos nós os encaramos.
Jesus conheceu de perto as pelejas desse mundo (Hb 4.15).
Ele foi perseguido, insultado, caluniado, maltratado, preso,
chicoteado, julgado e condenado à morte de cruz. Então, se
Ele, o Filho de Deus, enfrentou tantas provas, como nós não
as enfrentaremos?

1.1. Tenha paciência


O exercício da paciência faz-nos aprender a suportar a dor,
os infortúnios e os inconvenientes, sem queixas e com resig-
nação (Rm 5.3; 12.12; Tg 1.3).
Satanás fez um desafio a Deus, com o objetivo de levar Jó a
blasfemar, mas a paciência e a fé que ele tinha no Altíssimo de-
ram-lhe estrutura para suportar a adversidade (Jó 1.6-12; 19.25;
42.1-5). Jó era um ser humano de verdade. Ele relutou com suas
emoções e seus sentimentos, assim como nós o fazemos. No
entanto, com ele, aprendemos que não é errado perguntarmos
“por quê?” a Deus (Jó 3), mas esses questionamentos não devem
se tornar acusações contra o Senhor Todo-poderoso (Jó 1.22)
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.782).

48 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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1.2. Confie no Altíssimo
Habacuque tinha o hábito, único entre Deus quer que você
os profetas, de fazer perguntas ao Senhor.
A maioria dos profetas surgia entre o povo
aprenda a ser paciente
apregoando mensagens do tipo: Ouça a Pa- mediante o sofrimento,
lavra de Deus!. Mesmo que todos duvidas- pois, assim, passará a
sem da Palavra, o profeta acreditava nela; depender menos de si
mas ele sempre queria saber, assim como mesmo e mais dele e
nós, o que Ele estava fazendo e o porquê. da Sua graça. Resista,
Habacuque não era tão diferente de
tantas pessoas que, hoje, andam atormen-
tenha paciência e suporte
tadas pelo mundo que as rodeia. Elas tam- com perseverança as
bém pensam, às vezes: por onde andará dificuldades no poder
Deus? Por que Ele não faz algo a respeito do Senhor!
de todas as dores, sofrimentos, injustiças,
opressões, guerras e doenças que afligem
a humanidade? Se Ele está presente, por
que não se pronuncia? Se Ele tem poder, por que não o usa? Se
Ele é amor, por que não intervém?
Habacuque nos mostra que este tipo de pergunta já existia
desde o século 7 a.C.; e as respostas também. Se, por um
lado, Deus não pode explicar tudo de forma satisfatória — e
nem nós somos capazes de compreender tudo o que Ele nos
disse —, por outro, Ele nos garante, assim como garantiu a
Habacuque, que Seus caminhos são justos e virtuosos. Esta
verdade vale universalmente, como perceberam Paulo e ou-
tros autores do NT (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). No fim, a
resposta às nossas dúvidas é confiar no Altíssimo (RADMA-
CHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. 1374).

1.3. Tenha esperança


A nossa esperança consiste na graça de Deus e no livra-
mento que Ele nos oferece nas tribulações desta vida. Mesmo
que esteja sob a mais intensa tribulação, tenha esperança de
que chegará um dia em que os seus sofrimentos cessarão. Te-
nha esperança da vinda gloriosa do nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo para buscá-lo para o encontro com Ele nos ares,
quando todos o veremos face a face (1 Ts 4.17).

1.4. Acredite na misericórdia divina


Na Bíblia, encontramos vários homens e várias mulheres
de Deus que enfrentaram grandes adversidades. Contudo,
por acreditarem na misericórdia divina, obtiveram poderosas
vitórias. Destacamos, nesta seção, três exemplos. Vejamos:
Ana, mulher de Elcana, não desistiu da maternidade, por-
que cria no poder do Senhor para reverter aquela situação
(1 Sm 1;2);
a rainha Ester intercedeu pelo seu povo diante do rei As-
suero, porque confiava na intervenção divina (Et 4.16;
7.3,4);

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uma mulher que há 12 anos padecia com um fluxo de san-
gue cria que, se tão somente tocasse nas vestes do Mestre,
sararia (Mc 5.28). Ela o tocou, e logo se lhe secou a fonte
do seu sangue, e sentiu no seu corpo estar já curada da-
quele mal (Mc 5.29).

2. QUANDO A TRIBULAÇÃO VIER,


FAÇA A SUA PARTE
Muitas pessoas, diante das maiores dificuldades, preferem
esconder suas emoções. É preciso compreender que somos hu-
manos (Tg 5.17). Sentimos amor, alegria,
contentamento, mas também raiva, tris-
teza, medo, dor, ansiedade e frustração.
Assim como as tochas Para vivermos de forma saudável, é
queimam-se com mais fundamental sabermos vivenciar tanto
brilho quando balançadas as emoções positivas quanto as negati-
violentamente pelo vento, vas. O primeiro passo em direção à reso-
para frente e para trás, lução dos problemas é reconhecer nossas
emoções diante deles.
assim como o zimbro
desprende um aroma mais
2.1. Encare o problema
doce quando lançado nas
É praticamente impossível passar por
chamas, muitas vezes, as esta vida sem vivenciar tribulações. A
qualidades mais ricas do diferença, portanto, está na forma como
cristão aparecem sob o cada pessoa reage às intempéries. Não
vento norte do sofrimento reconhecer os próprios fracassos é um
(Theodore Cuyler). dos maiores erros que o ser humano
pode cometer. Quando não admitimos
nossas limitações e fragilidades, quando
não queremos nos desgastar, somos ten-
tados a transferir a responsabilidade pelas falhas cometidas
para outras pessoas (Gn 3.12,13).
Davi cometeu um adultério e um homicídio e, ao ser con-
frontado por seu pecado, admitiu seu erro. Ele poderia tentar
culpar outra pessoa, mas reconheceu sua fraqueza, e o Senhor
o perdoou (2 Sm 12.1-13); contudo, não o eximiu das conse-
quências de seus atos. Assim, o primeiro juízo sobreveio: a
criança, fruto daquela união adúltera, adoeceu e morreu (2
Sm 12.14-18).
Se, ao invés de fugir, encararmos o problema de frente,
a solução virá mais rapidamente. Não transfira suas culpas
para ninguém. Tente resolvê-las e assuma a responsabilidade
que lhe cabe.

2.2. Vivencie as emoções


Davi, um rei poderoso, até hoje o mais respeitado em toda
a história de Israel, não escondeu o que estava sentindo dian-
te da iminente morte de seu filho inocente. Ele ficou pros-

50 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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trado no chão e todos os anciãos viram-no triste, abatido e
sem comer (2 Sm 12.16,17). O homem segundo o coração
de Deus sabia vivenciar o dia mau. Esse foi o primeiro passo
para recuperar-se do duro golpe que sofrera.

2.3. Não deixe o pavor dominá-lo


Existe grande diferença entre medo e pavor. O medo tem
base racional, é uma defesa do psiquismo humano. É uma re-
ação normal de preservação, que visa proteger-nos de perigos
reais que ameacem nossa vida. Logo, o medo tem o seu lado
positivo, pois nos torna mais atentos e prudentes (Sl 119.120).
Já o pavor é um medo incontrolável, irracional, fóbico, que
deve ser reconhecido e tratado terapeuticamente, a fim de não
nos tornarmos reféns dele (Jó 30.15).
Os discípulos de Jesus foram tomados pelo pavor quando
enfrentaram uma tempestade no mar da Galileia (Mt 14.22;
24-27). O pânico pode afetar a percepção, produzir alucina-
ções, e consequentemente, não permitir que as pessoas lutem
e vençam as adversidades. A fé em Deus neutraliza o medo,
pois nos permite confiar na infalibilidade da Palavra e em todas
as Suas promessas de proteção, escape e vitória (Mt 14.31).

2.4. Faça um autoexame


Quando a tribulação chega, é importante refletir sobre al-
gumas questões: Por que estou atravessando esse deserto?
Por que isso está acontecendo comigo? Ao examinar a sua
vida, você poderá chegar a algumas conclusões que o levarão
a descobrir as razões da tribulação. Vejamos:

2.4.1. As leis da vida


Você pode entender que a adversidade, a tribulação que você
está enfrentando se encontra no campo das leis da vida, isto é,
coisas que acontecem a qualquer pessoa (Ec 9.2; Mt 5.45).

2.4.2. Falta de sabedoria


Ao fazer uma autoanálise, você pode- Quando você faz um
rá perceber que, talvez, o sofrimento pelo autoexame, certamente
qual está passando é consequência de sua encontrará respostas que
falta de sabedoria (Ec 7.12). Você pode ter podem acalmar o seu
agido ou falado precipitadamente e isto coração, podem trazer
está lhe causando aborrecimentos. Muitas tranquilidade e segurança
vezes fazemos o que não devemos na hora ao seu estado emocional.
errada, no lugar errado e com pessoas er- Se você julga que é o único
radas, o que resulta em tribulações. Você a sofrer, saiba que muitas
pode até, com isso, melhorar a sua percep- pessoas estão sofrendo
ção, a sua maneira de ver a vida, usar mais muito mais nesse
a sua inteligência, orar e pedir a Deus que
exato momento.
abra a sua mente e lhe dê sabedoria quan-
do for tomar outras decisões.

Ensinos para uma vida abençoada 51

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2.4.3. Negligência
Pode ser também que você esteja passando por alguma ad-
versidade por descuido ou negligência (Gl 6.7). Muitas pessoas
estão chorando, arrependidas, por nunca terem levado as coi-
sas a sério, principalmente as relacionadas ao Reino de Deus. É
necessário que tenhamos sabedoria e discernimento para evi-
tarmos aquilo que nos priva do cuidado do Senhor.

2.4.4. Situações permitidas por Deus


Toda adversidade e sofrimentos estão, inseparavelmente,
conectados à rebelião do primeiro casal no Éden. No entanto,
muitas vezes, concluímos que as adversidades e as lutas são
situações permitidas pelo Senhor em função de alguns fato-
res, vejamos:
pecado — Talvez você esteja atravessando lutas e tribula-
ções por estar vivendo no pecado (Jz 2.20-23);
esfriamento espiritual — Por intermédio de um autoexame,
você poderá descobrir que Deus permite a adversidade,
não porque você está em pecado, mas porque está frio, e
o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe
por filho (Hb 12.6);
ação maligna de outrem — Por exemplo: as vítimas de ba-
las perdidas;
aprimoramento da fé — Algumas vezes, as lutas têm por
objetivo aprimorar a nossa fé (2 Co 4.17).

2.5. Verifique as possibilidades e use o seu potencial


Pode ser que a adversidade seja tão violenta, tão grande,
tão impossível, que é preciso verificar até onde é possível an-
dar. Existe uma caminhada a ser percorrida até chegar ao
ponto mais alto do problema.
Eliseu orou para que Deus desse um filho à mulher suna-
mita; e esse filho, quando adolescente, morreu (2 Rs 4.8-37).
A adversidade daquela mulher era humanamente impossível
de ser resolvida, mas ela mediu as suas possibilidades, dentro
da impossibilidade, e agiu. Ela levou o garoto até o quarto,
trancou a porta e foi atrás do profeta, em cima de um jumento,
e andou cerca de cinquenta quilômetros até ao cume do mon-
te Carmelo, um dos pontos mais altos de Israel. A sunamita
verificou suas possibilidades, foi até o limite máximo de suas
forças, e o seu filho voltou à vida.

2.6. Prepare-se para suportar


Se você sente que não vai conseguir resolver o problema,
então, prepare-se para suportá-lo. Aceitar não é ficar prostra-

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do, mas é entender. Paulo escreveu aos
filipenses: Sei estar abatido e sei tam- Muitos pensam que o
bém ter abundância; em toda a maneira Cristianismo é um milagre
e em todas as coisas, estou instruído, para tornar a vida mais fácil,
tanto a ter fartura como a ter fome, tan-
sem sofrimento e sem dor.
to a ter abundância como a padecer ne-
O propósito do Cristianismo
cessidade (Fp 4.12). É necessário pre-
não é evitar a dificuldade,
parar-se e aceitar o momento, e Deus
mas produzir o caráter
nos fortalecerá.
adequado para enfrentá-la.
2.7. Não fique só Ele não nos oferece uma
Paulo fez uma analogia entre a Igreja saída para os fardos da
e o corpo humano (1 Co 12.12). Quando existência, mas nos fortalece
alguma parte do nosso corpo está de- para enfrentá-los
bilitada, todo o organismo sofre. Todos (James J. Christensen).
dependemos de todos; todos somos im-
portantes. Não devemos viver isolados,
principalmente na adversidade.
Problema, tribulação e luta não são sinônimos de pecado.
Não se deixe enganar! O apóstolo Paulo preocupava-se com
as igrejas que fundava. Ele disse: Quem enfraquece, que eu
também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não
me abrase (2 Co 11.29)? Deus quer que consolemos e ani-
memos outros que estão a sofrer, usando nossa experiência
adquirida nos momentos de crise e de dor.
2.8. Dê graças ao Senhor
Dar graças é reconhecer que Deus está no controle de to-
das as coisas. É reconhecer que apesar de enfrentarmos lutas
cotidianas, estamos vivos e prontos para vencer (1 Ts 5.18).
É certo que os problemas existem, mas estes não aconte-
cem todos ao mesmo tempo nem em todas as áreas.
Dê-Lhe graças pela salvação, por Jesus Cristo ter morrido
na cruz em seu lugar, por seu nome estar escrito no livro da
vida. Quando começamos a agradecer, lembramo-nos de que
as bênçãos são maiores que os sofrimentos e as adversidades.
Mesmo nas lutas e nas adversidades, louve ao Senhor.
Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja
honra e glória para todo o sempre. Amém (1 Tm 1.17)!

CONCLUSÃO
Apesar de toda dor e de todo sofrimento, o Senhor está no
controle da situação (1 Co 10.13.) Quando vier a tribulação,
confie em Deus: tenha paciência, fé e esperança, acreditando
sempre na misericórdia divina. Faça também a sua parte: en-
care o problema; vivencie as emoções; não se deixe dominar
pelo pavor; faça um autoexame; verifique as possibilidades;

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use o seu potencial; prepare-se para suportar as tribulações;
não fique só e dê graças ao Senhor.
Você poderá não resolver todos os seus problemas e nem
encontrar todas as respostas, mas, com certeza, conseguirá
amenizar o seu sofrimento e suportar as tribulações até que
a tempestade passe.
Deus prometeu que converterá em bem todos os sofrimen-
tos e perseguições daqueles que o amam e obedecem aos
Seus mandamentos. Porque o Cordeiro que está no meio do
trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das
águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima.
(Ap 7.17).
Que o Senhor o abençoe!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Em João 11.35, está escrito: Jesus chorou. De que forma
esse versículo se aplica à lição de hoje?
R.: Cristo vivenciava Suas emoções. Seu amigo Lázaro havia
morrido e estava sepultado havia quatro dias. Diante daque-
la situação, ao ver Maria, irmã de Lázaro, lançar-se aos Seus
pés e chorar, Jesus agitou-se no espírito e comoveu-se (Jo
11.33). O Senhor se compadecia do sofrimento alheio e ex-
pressava a Sua emoção.

2. Alguns problemas são consequências naturais da vida


(mortes espontâneas; desempregos motivados por inten-
sas crises econômicas, etc.). A partir de uma acurada au-
toanálise, cite exemplos de dificuldades causadas por nós
mesmos.
R.: Consumismo desenfreado; falta de amor, o que, muitas ve-
zes, impede o bom convívio social; delegação da educação
dos filhos a terceiros; falta de comprometimento nos estu-
dos ou nos postos de trabalho, etc.

3. Dentre as posturas que devemos adotar frente às tribu-


lações, qual você teria maior dificuldade de aplicar à sua
vida? Por quê?
R.: Professor, esteja atento às necessidades dos alunos. Apro-
veite o momento para estreitar o relacionamento interpes-
soal e para orar com a turma.

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Lição 7

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Um Inimigo Chamado
Desânimo
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Salmo 13.1-6
1– Até quando te esquecerás de mim, SENHOR? Para sempre? Até
quando esconderás de mim o teu rosto?
2– Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no meu
coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo?
3– Atenta em mim, ouve-me, ó SENHOR, meu Deus; alumia os meus
olhos para que eu não adormeça na morte;
4– para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus
adversários se não alegrem, vindo eu a vacilar.
5– Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação, meu coração se
alegrará.
6– Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem.
Salmo 42.5-8
5– Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença.
6– Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto,
lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, e des-
de o pequeno monte.
7– Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas
as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
8– Contudo, o SENHOR mandará de dia a sua misericórdia, e de noite
a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.

Ensinos para uma vida abençoada 55

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Dá ouvidos, SENHOR, à O ESTUDO DIÁRIO
minha oração e atende à 2ª feira – Salmo 142
voz das minhas súplicas. Tu és o meu refúgio
No dia da minha angústia, 3ª feira – Salmo 65
clamarei a ti, porquanto Tu visitas a terra e a refrescas
me respondes. 4ª feira – Salmo 25
Guarda a minha alma e livra-me
Salmo 86.6,7
5ª feira – Salmo 62
A ti, Senhor, pertence a misericórdia
6ª feira – Salmo 42
Por que estás abatida, ó minha alma?
Sábado – Mateus 6.19-34
Basta a cada dia o seu mal

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
saber que todos nós estamos sujeitos ao desânimo;
entender a fisiologia do desânimo e o seu impacto na exe-
cução das atividades cotidianas;
compreender os mecanismos de superação preparados
por Deus para vencermos o desânimo.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
A turbulência do dia a dia parece não nos permitir descan-
so. São tantas as perturbações cotidianas que, de repente,
deparamo-nos com o desânimo. Logo, nossa alma clama por
refrigério, por um período de paz e de descanso. E o único que
pode trazer alento real é o Senhor, por intermédio do Espírito
Santo e de Sua Palavra.
O desânimo é um problema real e recorrente em nossa so-
ciedade; e dele a comunidade cristã não está isenta.
Ao abordar o assunto, procure certificar-se de que o estudo
possa ser não apenas apreendido por seus alunos, mas, princi-
palmente, aplicado às suas dificuldades particulares.
Durante o planejamento da aula, será possível perceber
que existem várias passagens bíblicas que explicam tanto a
realidade do desânimo quanto as soluções para esse mal.
É possível que alguns alunos sintam-se à vontade para
compartilhar experiências pessoais relacionadas ao tema. Por-
tanto, reserve em seu plano de aula um período para testemu-
nhos, a fim de não comprometer o estudo da lição.
Boa aula!

56 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
O ânimo é o agente ativador do ser. Ele impulsiona a vida
e dá disposição para enfrentar e vencer as adversidades. Sa-
lomão afirmou: O ânimo sereno é a vida do corpo (Pv 14.30a
– ARA). Esta é, portanto, uma força extremamente importante
para a vida de qualquer pessoa.
Se não tivermos ânimo, perderemos o entusiasmo pela
vida e não teremos disposição para continuar a caminhada.
Nossas perspectivas de conquistas, de sonhos e de projetos se-
rão arruinadas.
Quem deseja ser cheio de ânimo, precisa exercitar a fé;
meditar na Palavra de Deus; encher a mente de bons pensa-
mentos (Fp 4.8) e ser cheio do Espírito Santo. O homem de fé
crê no amanhã, apesar das lutas, porque a sua esperança está
no Senhor (Lm 3.21).

1. ENCONTRANDO UM CAMINHO DE PAZ


NA ADVERSIDADE
Diante das adversidades, das lutas e das tribulações do dia
a dia, muitas vezes, é difícil manter a paz e o ânimo. Quando
perdemos esses dois componentes, ficamos atordoados em
meio às circunstâncias, não sabemos que decisão tomar e
acabamos sem saber para onde ir. E o que poderia ser en-
frentado como uma pequena chuva transforma-se em uma
tempestade sem proporções.

1.1. O peso das adversidades


A maneira como encaramos as adver-
sidades determinará o nosso grau de âni-
mo. Note o que Jesus disse: A candeia do Se te mostrares frouxo
corpo são os olhos; de sorte que, se os no dia da angústia, a tua
teus olhos forem bons, todo o teu corpo força será pequena (Pv
terá luz (Mt 6.22). Portanto, refletimos
24.10). Salomão quis
aquilo que captamos pelos órgãos dos
sentidos, principalmente por intermédio ressaltar, nesse texto, que
da visão e da audição (os dois sentidos se não tivermos coragem,
que mais interferem em nossos senti- discernimento e bom ânimo
mentos). Mas também refletimos em nos momentos difíceis,
nosso ser a maneira como encaramos a certamente, seremos
vida. É o que consideraremos no tópico
seguinte.
tragados pela batalha e não
conseguiremos
1.1.1. Uma visão distorcida da vida manter-nos em equilíbrio
Infelizmente, algumas pessoas nega- para atravessar a peleja.
tivas e pessimistas, com fortes tendên-

Ensinos para uma vida abençoada 57

MIOLO REVISTA LPD PROFESSOR 38.indd 57 23/01/2014 11:04:08


cias à vitimização, só conseguem enxergar desgraças, prejuí-
zos e miséria por todo lado.
O que não deve ser ignorada, nos momentos de tribulação,
é a fidelidade de Deus. Encare as adversidades como possibi-
lidades para que a graça de Cristo transborde em sua vida (2
Co 1.5). Verdadeiramente creia que:
o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela ma-
nhã (Sl 30.5b);
muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
todas (Sl 34.19);
as aflições deste tempo presente não são para comparar
com a glória que em nós há de ser revelada (Rm 8.18).

1.1.2. O complexo de inferioridade


Os espias apresentaram a Moisés um relato sobre a Terra
Prometida: Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, des-
cendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como ga-
fanhotos e assim também éramos aos seus olhos (Nm 13.33).
Aqueles homens estavam com a autoestima baixa e so-
friam com o complexo de inferioridade, então acreditaram não
serem absolutamente nada diante dos gigantes.
De acordo com o Dicionário Houaiss, complexo de inferiori-
dade é o sentimento de quem se sente inferior, sem dignida-
de. Já a Psicologia define essa atitude como desilusão, fracas-
so e derrota. O complexo de inferioridade afeta diretamente a
autoestima da pessoa.
Se o ser humano não fosse dotado de capacidade, Deus
não o teria posto para dominar a Terra (Gn 1.28). Nós somos
muito especiais para o Criador, tanto que Ele entregou Seu
Filho unigênito para morrer em nosso lugar, garantindo aos
que nele creem a vida eterna (Jo 3.16).

1.1.3. A influência do medo


O desanimado, geralmente, fica marcado pelo medo. Este
sentimento produz grande inquietação
ante a noção de um perigo real ou ima-
Disse o famoso escritor ginário.
irlandês do século 20, O medo produz tormento (1 Jo 4.18 -
ARA). De acordo com o Novo Dicionário
Bernard Shaw: A vida é
Aurélio, tormento quer dizer suplício, tor-
uma pedra de amolar, ela
tura, angústia, aflição, desgraça, miséria.
nos desgasta ou afina, Essa emoção negativa, portanto, produz
conforme o metal de que perda de equilíbrio emocional.
somos feitos. O choro constante, por exemplo, mui-
tas vezes revela uma profunda angústia,

58 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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que pode, sim, ser provocada pelo medo. Se permitirmos que
ele tome conta de nossa vida, nossos olhos verão os proble-
mas bem maiores do que de fato são e ficaremos paralisados
(ou retrocederemos).
Não façamos como os discípulos que foram tomados de pa-
vor quando passaram pela tempestade, mesmo estando Jesus
com eles no barco. Sejamos determinados. Nos momentos de
aflição, lembremo-nos das palavras de nosso Mestre, encora-
jando-nos: Não temas, crê somente (Mc 5.36).

1.2. A paz que excede todo o entendimento


No dicionário, encontramos algumas definições para a pa-
lavra paz, a saber: ausência de conflitos íntimos; tranquilidade
de alma; sossego. George Morrison definiu ter paz como a pos-
se dos recursos adequados para enfrentar todas as circunstân-
cias da vida.
Observe as palavras de Jesus: Tenho-vos dito isso, para que
em mim tenhais paz (Jo 16.33a). Em nós mesmos não temos
coisa alguma; mas, em Jesus Cristo, temos todos os recursos de
que precisamos para vencer o mundo e todos os seus infortú-
nios (Jo 14.27).
Para o cristão, a paz deve ser um estado de espírito inde-
pendente das circunstâncias. Não importa o que esteja acon-
tecendo conosco, o mundo pode até estar ruindo, mas a paz
de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os nossos
corações e os nossos sentimentos em Cristo Jesus (Fp 4.7).
O apóstolo Paulo escolheu um termo militar (guardará), indi-
cando que a mente está em um campo de batalha e precisa ser
protegida por um exército (a paz de Deus).
O objetivo de uma guarda desse tipo em
uma situação de guerra é evitar uma in- O termo hebraico para
vasão hostil ou impedir que os habitantes designar paz é shalom,
de uma cidade sitiada escapem. A paz de
que provém de shalam,
Deus opera da mesma forma: defende a
mente de influências externas que corrom-
inteireza, integridade;
pem e mantém-na concentrada na ver- harmonia; prosperidade.
dade do Altíssimo (RADMACHER; ALLEN; Deus fez uma aliança de
HOUSE, Central Gospel, 2010b, p.535). paz conosco por intermédio
de Jesus Cristo; e uma
2. DE ONDE VEM O das consequências de
DESÂNIMO? guardarmos os Seus
mandamentos é a paz,
O desânimo produz abatimento, faz-nos
que implica em descanso
perder a vontade de conquistar e de ven-
cer. O desanimado não consegue enxergar
tranquilidade, equilíbrio e
beleza em absolutamente nada, nem na segurança (Is 32.18; 57.2).
vida, e só vê o lado negativo das situações.

Ensinos para uma vida abençoada 59

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As tarefas a serem realizadas tornam-se um grande fardo, e to-
dos os dias parecem iguais, totalmente cinzentos.
Para sermos uma pessoa animada, devemos estar alertas
quanto aos ataques do desânimo. Vejamos algumas situações
que causam esse estado de espírito.

2.1. Palavras negativas


A comunicação negativa tem um poder avassalador. Uma
palavra má, perversa e pessimista pode levar-nos ao desânimo.
Elias, com a permissão de Deus, matou centenas de profetas
de Baal (um deus pagão). Seus feitos passaram a ser comentados
pelo povo e chegaram aos ouvidos do rei Acabe, que fez saber a
Jezabel (sua esposa) tudo quanto o profeta havia feito; mas, isso
não causou nela arrependimento algum, muito menos fez com
que ela deixasse de adorar a Baal e se voltasse para Deus. Acabe
meramente relatou os fatos que a envergonhariam. A resposta
dela a isso foi um decreto que sentenciava Elias à morte (1 Rs
19.1,2). Isto abalou profundamente o profeta.
Elias recebeu essa mensagem e, automaticamente, perdeu
o ânimo. Ele entendeu as intenções de Jezabel quando soube
de sua resposta e, abatido, percebeu que a vitória do Senhor no
monte Carmelo não necessariamente poria fim, de uma vez por
todas, ao paganismo crescente naquela localidade (1 Rs 19.3,4)
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b, p.587).
Portanto, não aceite palavras de derrota. Caso contrário,
você ficará paralisado, sem disposição para lutar por seus
objetivos. Se, por um lado, o desânimo pode nos levar a si-
tuações desastrosas, por outro, Deus deseja nos conduzir ao
fortalecimento (Ne 8.10c).

3. VIVA CHEIO DE ÂNIMO


O ânimo é um atributo da alma. No dicionário, seu signifi-
cado, entre outros, é: disposição resoluta e inalterável em face
de situações difíceis; coragem; força.
Quando Cristo andou sobre o mar, os discípulos temeram
(Mt 14.22-33). Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende
bom ânimo, sou eu; não temais (v. 27). A característica de
uma pessoa que tem ânimo é o movimento. Ela não fica pa-
rada, chorando, prostrada. Em vez disso, sai do seu lugar
de tristeza, de miséria e de sofrimento. O ânimo gera entu-
siasmo. A pessoa que tem entusiasmo vibra e faz as coisas
acontecerem.

3.1. Exercite sua fé


A fé é um elemento essencial à vida de todo cristão (Hb
10.38). O dicionário diz que fé significa firmeza na execução

60 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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de uma promessa ou de um compromis-
so; confiança. E as Sagradas Escrituras
O escritor Stephen
afirmam que a fé é o firme fundamento
das coisas que se esperam e a prova das Covey disse: as lentes
coisas que se não veem (Hb 11.1). Este determinam a forma pela
versículo não constitui propriamente uma qual interpretamos o
definição de fé, mas a descrição do que a mundo. As lentes por meio
fé pode fazer. Fundamento significa essên- das quais nós, cristãos,
cia ou realidade. A fé trata as coisas que temos de enxergar a nós
se esperam como realidade. Prova signi-
fica evidência ou convicção. A própria fé
mesmos, as pessoas,
prova que o que é invisível é real, como as situações, a vida
serão, por exemplo, as recompensas do são as da fé.
crente na volta de Cristo (2 Co 4.18) (RAD-
MACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel,
2010a, p.660).
Vivemos em um mundo de leões rugidores (1 Pe 5.8), e a
maneira mais segura de viver em um mundo de perigos espi-
rituais é intensificando nossa fé. A pessoa que tem fé em Deus
e em Jesus Cristo consegue prosseguir, tirando forças de onde
não existe.
3.2. Medite na Palavra de Deus
A Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que
qualquer espada de dois gumes (Hb 4.12). Quando lemos as Sa-
gradas Escrituras, o Senhor fala. Ele é o único autor que está
presente para conversar com os Seus leitores. Por meio da Bí-
blia, a pessoa recebe ânimo e força para enfrentar as adversi-
dades da vida.
Em 1 Pedro 1.23, o substantivo grego
traduzido por palavra é logos, que, inicial-
mente, referia-se a um conceito filosófi- A lembrança de Jeremias
co. Em 1 Pedro 1.25, o substantivo grego
utilizado é rhema, que se refere à palavra
a respeito da fidelidade
falada. A palavra falada é o Evangelho de Deus mudou as suas
pregado e anunciado (o termo rhema é emoções (Jr 3.21,22).
também utilizado em Romanos 10.17,18). Enquanto olhamos somente
A Palavra do Senhor é a mensagem para os nossos problemas,
do Evangelho sobre Jesus Cristo. Pedro, mais convencidos ficamos
em sua epístola, fez uma adaptação do
de nosso isolamento,
texto do Antigo Testamento — “a pala-
vra de nosso Deus” (Is 40.6-8) — para
desespero e nossa
seu contexto no Novo Testamento (RA- incapacidade de
DMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gos- solucioná-los. Entretanto,
pel, 2010a p. 692). quando olhamos para o
Senhor, somos capazes de
3.3. Encha sua mente de bons
pensamentos superar as adversidades, em
vez de sofrer com elas.
Se quisermos viver cheios de ânimo,
precisamos agir como Jeremias: trazer

Ensinos para uma vida abençoada 61

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à memória o que nos pode dar esperança (Lm 3.21 – ARA).
Então, encha a sua mente de bons pensamentos. Lembre-se
das promessas de Deus para a sua vida, analise as verdades
bíblicas e ore (Fp 4.8; Cl 3.2).
Pelo fato de estarmos vivos, estamos expostos às circuns-
tâncias naturais da existência (boas e ruins); mas devemos
evitar os pressentimentos, muitas vezes, infundados, as
ideias pessimistas e os pensamentos aprisionadores do pas-
sado. Lembre-se: O amor do Senhor Deus não se acaba, e a
sua bondade não tem fim (Jr 3.22 – NTLH).

3.3.1. A importância dos bons conselheiros


As pessoas com as quais nos relacionamos influenciam a
nossa maneira de enxergar o mundo, de enfrentar os proble-
mas e as batalhas da vida.
Paulo afirma que em momento algum viveu momentos
de calmaria, inclusive na Macedônia (2 Co 7.5). No entanto,
a chegada de Tito o consolou (2 Co 7.6). Tito era um querido
amigo do apóstolo e, sem dúvida, animou-o com palavras de
encorajamento.
Busque sempre o apoio das pessoas amigas, principalmen-
te, nos períodos de tempestade (Pv 27.9). Deus conhece a es-
trutura de cada indivíduo (Sl 139.1) e não permitirá adversida-
des maiores que as nossas forças (1 Co 10.13).

3.4. Seja cheio do Espírito


As adversidades, quando maiores do que nós, podem le-
var-nos ao desânimo. O apóstolo Paulo, certa vez, encontra-
va-se tão desanimado pelas terríveis lutas que até da vida
desesperou-se (2 Co 1.8). Ele foi humilhado, perseguido, pre-
so, difamado, injustiçado, mas não permitiu que os seus olhos
fossem desviados do alvo, Cristo Jesus (Fp 3.13,14).
Apesar de tantas adversidades, o apóstolo não desistia,
porque era cheio do Espírito Santo. Ele não enxergava mera-
mente as circunstâncias ou as adversidades; antes, via o que
estava mais à frente. Seu ânimo, sua coragem, sua fé e sua
visão o impulsionavam a seguir.
Seja cheio do Espírito Santo você também, e veja o mover
de Deus em sua vida. Manter essa postura só é possível me-
diante a fé (confiança em Deus e em Suas promessas).

CONCLUSÃO
Deus jamais permitirá que o justo seja abalado (Sl 125.1).
Se quisermos prosseguir cheios de ânimo em meio a este
mundo tão conturbado, cheio de violência e criminalidade,

62 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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precisamos confiar que o Senhor está cuidando de nós e sus-
tentando-nos com as Suas potentes mãos.
Quando expressamos nossa confiança em Deus, entregan-
do o nosso caminho ao Senhor, não permitimos que as dúvi-
das assolem a nossa mente, roubem a nossa paz e neutrali-
zem o nosso potencial.
Que possamos reafirmar as palavras de Davi: Deus é o que
me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho. A tua mão di-
reita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu [...] me
cingiste de força para a peleja; fizeste abater debaixo de mim
aqueles que contra mim se levantaram (Sl 18.32,35b,39).

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o
cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo Moi-
sés te ordenou (Js 1.7a). Em sua opinião, de que forma este
texto relaciona-se à lição de hoje?
R.: As instruções que o Senhor deu a Josué não remetem absolu-
tamente às questões militares O sucesso de Josué dependia
mais do seu estado espiritual e do seu nível de obediência
a Deus do que de qualquer estratégia militar. A comunhão
com o Senhor é, portanto, muito mais poderosa do que qual-
quer conhecimento de táticas de combate.

2. O Salmo 71 alterna-se entre a expressão desesperada do


salmista e a sua fé incontestável no Senhor. Em que versí-
culo fica explícito o desânimo que se abateu sobre o autor
desses versos?
R.: Versículo 20. Abismos da terra é uma metáfora para o gran-
de desânimo do salmista (Sl 40.2); ele se sente, de fato, no
fundo do poço.

3. A ação de graças que Paulo ofereceu a Deus pelos coríntios


parece estranha, considerando os muitos problemas que
a igreja vivenciava (1 Co 1.4). No entanto, o apóstolo não
elogiou os coríntios por suas boas obras, como fez com al-
gumas outras igrejas (Ef 1.15); em vez disso, ele louvou ao
Senhor que trabalhava neles. A atitude do apóstolo revela-
-nos que ele estava dominado pelo ânimo. Por quê?
R.: Quando nos concentramos nas falhas das pessoas, a espe-
rança logo desvanece, e o desânimo vem em seguida. Con-
tudo, quando nos concentramos no Senhor, até os momen-
tos mais sombrios podem ser cheios de louvor.

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Lição 8

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Os Propósitos de Deus
Para Você
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1 Reis 18.1,2,17-19,21,36,38,39
1- E sucedeu que, depois de muitos dias, a palavra do SENHOR veio
a Elias no terceiro ano, dizendo: Vai e mostra-te a Acabe, porque
darei chuva sobre a terra.
2- E foi Elias mostrar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria.
17 - E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o pertur-
bador de Israel?”
18 - Então, disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa
de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguis-
tes os baalins.
19 - Agora, pois, envia, ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo,
como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os
quatrocentos profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel.
21 - Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis
entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; e, se Baal,
segui-o (...).
36 - Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta
Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e
de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou
teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.
38 - Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e
as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39 - O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o
SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Os teus olhos viram o meu O ESTUDO DIÁRIO
corpo ainda informe, e 2ª feira – Salmo 25.6-14
no teu livro todas estas Deus lhes fará saber o seu concerto
coisas foram escritas, as 3ª feira – 1 Reis 16.25-33
quais iam sendo dia a dia Acabe fez o que era mal
formadas, quando nem 4ª feira – 1 Reis 17.1-16
ainda uma delas havia. Vai-te daqui, e esconde-te
5ª feira – 1 Reis 18.1-8
Salmo 139.16 Vai e mostra-te a Acabe
6ª feira – 1 Reis 18.21-29
Se o Senhor é Deus, segui-o
Sábado – 1 Reis 18.39.46
E a mão do Senhor estava sobre Elias

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer as circunstâncias que nos permitem afirmar que
Elias mantinha uma profunda comunhão com o Senhor;
compreender a relação existente entre o tempo de Deus
e o cumprimento de Seus desígnios;
avaliar algumas atitudes adotadas por Elias, as quais nos
servem de inspiração para alcançar os nossos objetivos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Sugerimos que a aula seja iniciada com a seguinte pergun-
ta: O que você está fazendo aqui na Terra? Qual o propósito
da sua vida e a razão de sua existência? Após terem sido feitas
as devidas colocações, diga aos alunos que o tema da lição de
hoje é exatamente este: como alcançar os objetivos que tra-
çamos para nós e aqueles que foram estabelecidos por Deus.
Nesta oportunidade, focalizaremos a era da terceira dinas-
tia no Reino do Norte; dando destaque aos atos do rei Acabe,
filho de Onri.
Para confrontar um homem tão perverso quanto Acabe, o Se-
nhor enviou alguém mais do que qualificado para a tarefa: Elias.
Frequentemente descrito como o maior e mais dramático
profeta do Antigo Testamento, Elias demonstrou, no monte
Carmelo, de uma forma inesquecível, o poder do Altíssimo
contra os 450 profetas de Baal.
Apesar dos repetidos esforços do Senhor no sentido de tra-
zer Acabe e a nação de volta à justiça, tal rei insistiu em pecar
e, portanto, veio sobre ele o terrível julgamento de Deus.
Boa aula!

Ensinos para uma vida abençoada 65

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
O Deus das Escrituras é um Deus de propósitos; todos os
detalhes da criação, mesmo os aparentemente insignificantes,
foram chamados à existência com um propósito específico.
O plano do Senhor para nós é muito maior do que nossa
realização pessoal e entrelaça-se com o propósito dele para a
vida de outras pessoas.
A partir dos posicionamentos adotados por Elias, analisa-
remos as atitudes que devemos tomar no sentido de alcançar
os objetivos que traçamos para nós e aqueles que foram esta-
belecidos por Deus.

1. O RELACIONAMENTO COM O SENHOR


Quando Deus criou o homem, Ele o fez um ser relacional e
com propósitos estabelecidos. De acordo com o Novo Dicioná-
rio Aurélio, o vocábulo relacional envolve relação ou relações
determinadas. E o termo relacionamento refere-se à capaci-
dade, em maior ou menor grau, de relacionar-se, conviver ou
comunicar-se com alguém e está condicionada por uma série
de atitudes recíprocas.
A fim de descobrirmos o propósito de Deus para a nossa
vida, precisamos estabelecer íntima e profunda comunhão
com Ele (Sl 25.14; Nm 12.7,8a). E esta é uma das muitas li-
ções que o profeta Elias nos deixou.

1.1. Quem foi Elias?


Depois de Moisés (Dt 18.15-19), no Antigo Testamento, ne-
nhum profeta houve como Elias. Seu nome significa o Senhor
é o meu Deus. Ele foi referenciado como o tisbita (1 Rs 17.1),
um adjetivo pátrio que remete a um nativo de Tisbé, cidade de
Naftali ou de Gileade.
Elias falava de Deus bravamente em meio a todo o vácuo
espiritual em que o Reino do Norte jazia nos dias de Aca-
be, Acazias e Jorão. Profeta por excelência, o seu ministério
e o seu posicionamento contra o baalismo local alcançou os
maiores círculos governamentais em Israel.
Na literatura cananeia, Baal é frequentemente associado à
deusa da fertilidade, Asera, cujos ídolos são mencionados inú-
meras vezes no AT (2 Rs 21.7). A adoração às divindades pagãs
envolviam automutilação, prostituição e sacrifício de crianças
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.584).

1.1.1. O reino de Acabe


Acabe, filho de Onri, era casado com Jezabel, uma princesa
fenícia, gentia, filha do rei Etbaal, da cidade de Sidom. Seu

66 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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casamento foi resultado de uma aliança para fortalecer as re-
lações entre Israel e a Fenícia.
Foi Jezabel quem levou os deuses fenícios para Israel, indu-
zindo Acabe e o povo israelita a adorá-los (1 Rs 21.25). Fortes
indícios apontam para o fato de que Jezabel teria sido uma
alta sacerdotisa da deusa Aserá, a principal divindade femini-
na que, conforme se acreditava na época, era esposa de Baal
(2 Rs 23.4).
A primeira avaliação de Acabe é a mesma que foi dada
ao seu pai (1 Rs 16.25,30). O ultrajante é que ele foi muito
além de simplesmente combinar uma série de crenças. Acabe
tornou-se um adorador de Baal na sua plenitude (1 Rs 16.31).
Além disso, ergueu um altar a Baal, um templo a Baal, bem
como um poste-ídolo (1 Rs 16.31-33 ̶ ARA). Com estas ações,
o filho de Onri firmou o estabelecimento do baalismo como
a religião oficial da nação de Israel (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.583).

1.2. O relacionamento de Elias com o Senhor


Elias disse a Acabe, certa vez: Vive o Senhor, Deus de Isra-
el, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem
chuva haverá, senão segundo a minha palavra (1 Rs 17.1).
Como a crença cananeia dizia que somente Baal governava
sobre o orvalho e sobre a chuva, o pronunciamento do profeta
foi um desafio imediato. Quem é verdadeiramente Deus, Baal
ou o Senhor? (Dt 28.12; 33.28) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
Central Gospel, 2010a, p.584).
Esse texto revela-nos o íntimo e profundo relacionamento
que o profeta mantinha com Deus. A ordem natural dos fatos
fica evidente nas palavras de Elias: primeiro, precisamos apro-
fundar-nos no relacionamento com o Altíssimo para, depois, re-
cebermos autoridade espiritual.
1.2.1. Elias obedecia ao Deus da Palavra
Os versículos iniciais de 1 Reis 17 revelam que Elias obede-
ceu à direção do Senhor, retirando-se para junto do ribeiro
de Querite (1 Rs 17.3-6). O profeta, ali, permaneceu enquanto
foi o propósito de Deus.
Quando o riacho secou, o Senhor ordenou que Elias par-
tisse e fosse para Sarepta. Novamente o profeta obedeceu e
dirigiu-se para a cidade de Sarepta, que ficava fora de Israel,
na costa mediterrânea, entre as cidades fenícias de Tiro e Si-
dom (1 Rs 17.7-10).

2. O TEMPO DE DEUS
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
o propósito debaixo do céu (Ec 3.1). Sim, sabemos que Deus
está no controle de todas as coisas. Contudo, difícil tarefa é
esperar por esse tempo determinado.

Ensinos para uma vida abençoada 67

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O texto bíblico faz-nos saber: E sucedeu que, depois de
muitos dias, a palavra do Senhor veio a Elias (1 Rs 18.1a).
Portanto, as perguntas que precisamos responder são: Onde
esperar? Por que temos de esperar? Vejamos:

2.1. Onde esperar o cumprimento da promessa?


Não esperamos onde queremos. Veja o que diz o texto de
1 Reis 17.3a: Vai-te daqui (...). Pode ser que o modo de espe-
rar a realização da promessa não seja o mesmo em que nos
encontramos. É possível que o lugar de espera não tenha ne-
cessariamente a ver com nossa posição geográfica. Quando
o Senhor disse a Elias vai-te daqui, Ele estava dizendo: sai
deste lugar!

2.2. Por que devemos esperar o cumprimento


da promessa?
Por que Deus daria a Elias uma men-
sagem a ser pregada e, depois, permiti-
Os salmos mais fervorosos ria que ele ficasse escondido? Não pare-
de Davi foram escritos ce, mas existe uma lógica, uma razão: o
lugar onde Deus nos oculta é um lugar
quando ele estava isolado.
de preparação e de provisão.
É quando você está sozinho Vira-te para o oriente, e esconde-te
que pode dirigir-se a si junto ao ribeiro de Querite, que está dian-
mesmo. No isolamento, te do Jordão (1 Rs 17.3b). Esconder-se
encontramos as condições significa retirar-se para um lugar secreto,
ideais para analisar nossa evitar a presença de outros, isolar-se.
Nos períodos de recolhimento pode-
vida, nossos procedimentos,
mos viver momentos de intensa comu-
nossas atitudes, o que nhão com o Senhor. Além disso, Deus
temos errado ou acertado também nos conduz ao isolamento para
e o que precisa ser que possamos voltar-nos para nós mes-
consertado. mos. Contudo, como veremos adiante,
o isolamento promovido por Deus é
temporário.

3. O PROPÓSITO DO SENHOR E SEUS


MÚLTIPLOS ENCADEAMENTOS
Vimos, até aqui, a profunda comunhão que Elias tinha com
o Senhor, sua obediência à Palavra de Deus e a necessidade
de aprendermos a esperar o tempo do Eterno.
Neste tópico, analisaremos o propósito de Deus na vida de
Elias, que teve início quando o profeta do Senhor afirmou que
não choveria mais em Israel. Durante três anos e meio, ces-
sou todo e qualquer tipo de chuva e de orvalho na terra gover-
nada pelo rei Acabe. Contudo, o tempo da escassez de chuva
terminara, e ambos precisariam encontrar-se novamente.

68 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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3.1. Rompendo o isolamento
É preciso manifestar-se, romper o iso- A essência da vida é
lamento, pois Deus tem como propósito entendermos o propósito
entrelaçar as vidas que se abençoarão
do Senhor e realizá-lo.
mutuamente por meio dos seus relacio-
namentos e objetivos. Somente Deus co- O apóstolo Paulo,
nhece o propósito para o qual nascemos, escrevendo para os
e é Ele quem deverá cumpri-lo em nós. cristãos da cidade de
Elias havia passado um tempo de es- Éfeso, enfatizou:
pera em um lugar isolado. Entretanto, Porque somos feitura sua,
passado aquele período, o Senhor o ti- criados em Cristo Jesus
rou daquela condição, pois tinha outro
propósito para a vida de Seu servo (1 Rs
para as boas obras, as
18.1,2a). quais Deus preparou para
Os planos de Deus para a vida de Elias que andássemos
estavam entrelaçados aos do rei Acabe, nelas (Ef 2.10).
que, por sua vez, estavam ligados aos
de Obadias (1 Rs 18.1-13) e, consequen-
temente, aos propósitos do Senhor para
Israel.
Deus faz com que o nosso
3.2. Elias apresenta-se a Acabe propósito se entrelace com
O Senhor disse a Elias: Vai e mostra-te a vida de outras pessoas.
a Acabe (1 Rs 18.1b), e o profeta, saindo Não existem projetos
do isolamento, obedeceu (1 Rs 18.2a).
individuais, isolados e
No confronto com os profetas de Baal,
Elias orou, e o fogo consumiu o holocaus- únicos. Os planos vão
to, demonstrando que só o Senhor era complementando-se, para
Deus em Israel. Em seguida, os profetas que a vontade soberana
de Baal foram presos e exterminados e absoluta de Deus se
pelo povo (1 Rs 18.40). manifeste na terra. Quando
você começa a cumprir o
4. A RECEITA PARA CUMPRIR seu propósito, Deus o usa
SEUS OBJETIVOS para que os objetivos de
Como vimos anteriormente, no tem-
outros também
po do rei Acabe, o culto idólatra a Baal sejam cumpridos.
tinha conseguido envolver quase toda a
nação de Israel. Quando Elias travou o
combate descrito em 1 Reis 18, ele estava lutando contra os
profetas desse deus, que eram protegidos por Acabe, rei de
Israel, e sua esposa, Jezabel. Esses profetas eram literalmen-
te sustentados pelo casal real.
Vejamos, a seguir, algumas atitudes adotadas por Elias
que nos servem de inspiração.

4.1. Fique atento


Aquele que atenta para os propósitos do Senhor consegue
contrariar as circunstâncias e transcender às leis dos homens.

Ensinos para uma vida abençoada 69

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Israel coxeava indeciso sobre quem se-
O confronto de Elias era ria o Deus verdadeiro, se Jeová ou Baal.
Então, Elias propôs o seguinte desafio
com Baal, o principal
aos profetas de Baal: Façamos dois alta-
deus dos cananeus,
res aqui, um para Baal e outro para Jeová.
chamado de Baal Semain,
Veremos qual é o Deus verdadeiro (1 Rs
que significa Senhor do 18.21-29).
céu. Ele seria um deus Elias compreendeu perfeitamente o pro-
do sol, responsável pósito divino para sua vida e contestou toda
pelo crescimento da lógica humana. Ele cavou uma espécie de
lavoura, pelo aumento valeta ao redor do altar e, surpreendente-
dos rebanhos e pela mente, mandou jogar quatro cântaros de
fecundidade. água sobre o holocausto e sobre a lenha (1
Rs 18.30-35).
Elias orou, clamando pela ação do Al-
tíssimo, e o Senhor respondeu com fogo. Acabou! O altar ficou
totalmente destruído (1 Rs 18.36-39).

4.2. Restaure o altar


O altar do Senhor no monte Carmelo estava em ruínas (1 Rs
18.30). O Carmelo fica ao Norte de Israel e é, na verdade, uma
série de montanhas que se estende junto ao litoral do mar Me-
diterrâneo por mais de 20Km. Com a estiagem prolongada que
estava acontecendo em todo o Israel, o local outrora verdejante
e com riachos estava totalmente seco.
O texto bíblico afirma que Elias restaurou o altar que es-
tava destruído, e, após realizar sacrifícios ao Senhor, clamou
para que caísse fogo dos céus, consumindo todo o holocaus-
to, fazendo com que o povo reconhecesse que só o Senhor é
Deus (1 Rs 18.31-39).

4.2.1. O significado do altar


O altar é o lugar da presença e do en-
A reconstrução do altar em contro com Deus, onde Ele se revela e fala
nome do Senhor foi um por intermédio de Seus profetas. O altar
memorial de que o Altíssimo não é apenas uma construção humana; é
não tinha abdicado da Sua onde nossa vida é colocada como um sa-
posição: Ele ainda era o crifício a Deus. No altar morremos para
Deus de toda a nação de nossas próprias convicções, nossas von-
Israel, incluindo o Reino do tades, nossos desejos e nossas expecta-
Norte, onde o sincretismo tivas. Morremos para viver novamente
pagão e a adoração a Baal para Deus.
prevaleciam (RADMACHER;
4.3. Tenha convicção
ALLEN; HOUSE, Central
Depois de haver matado os profetas
Gospel, 2010a, p.585).
de Baal (1 Rs 18.40), Elias pediu que seu
servo olhasse em direção ao mar para ve-

70 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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rificar se a chuva estava se aproximando, conforme havia dito
a Acabe (1 Rs 18.40-43). E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis
aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo
do mar (1 Rs 18.44a).
Quem conhece o propósito de Deus para sua vida e se
prontifica a assumir a direção que o Senhor dá tem convicção
fora do comum que o torna persistente, perseverante, cheio
de esperança e alguém que não desiste do propósito.

CONCLUSÃO
Deus tem propósitos para você. Um dos aspectos mais sur-
preendentes da nossa existência é descobrir que há um obje-
tivo pelo qual devemos viver. O fato de todo ser humano vir
à terra não é obra do acaso nem um acidente; viemos a este
mundo para cumprir um propósito. E é algo que se torna mais
importante ainda quando percebemos que Deus mesmo o ide-
alizou para nós.
A mão do Senhor nos cobre quando temos intimidade com
Ele, quando obedecemos a Sua Palavra, e quando aprendemos
a esperar o tempo dele. A direção de Deus está sobre a nos-
sa vida quando acreditamos no propósito que Ele nos revela,
quando temos a coragem e a audácia de profetizar aquilo que
Ele ainda fará.
Que Deus o abençoe!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. O Senhor mandou corvos para alimentar Elias (1 Rs 17.6).
A que verdade espiritual este texto nos remete?
R.: Quando estivermos no esconderijo de Deus, Ele nos forne-
cerá alimentação e provisão sobrenatural, a fim de cuidar
de nós. O tempo de espera é um tempo profético, para que
continuemos a caminhada rumo ao nosso propósito.
2. De acordo com a lição de hoje, em sua opinião, o que sig-
nifica restaurar o altar?
R.: Significa restabelecer a comunhão com Deus e com o Seu
povo, a Igreja. Significa restaurar aquilo em que um dia cre-
mos, mas que, por alguma razão, abandonamos. Portanto, a
restauração do altar é a restauração de nossa vida espiritual.
Quando o altar é restaurado, o Senhor Deus ocupa o Seu
devido lugar, com total prioridade em nossa vida.
3. O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios: Porque Deus não
é Deus de confusão, senão de paz (1 Co 14.33). Comente
este versículo, considerando os ensinamentos desta lição.
R.: Deus não nos deixa confusos. Se o Senhor ainda não disse
nada de forma que possamos compreender com a percep-
ção e com a inteligência humanas, é porque o Seu propósito
ainda não nos foi revelado.

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Lição 9

Aula dada em
DIA MÊS ANO A Natureza Carnal
e Seus Perigos
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Juízes 13.1-5,24
1- E os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do
Senhor, e o Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
2 - E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá;
e sua mulher era estéril e não tinha filhos.
3 - E o Anjo do SENHOR apareceu a esta mulher e disse-lhe: Eis que,
agora, és estéril e nunca tens concebido; porém conceberás e terás
um filho.
4 - Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho ou bebida forte, nem
comas coisa imunda.
5 - Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não
passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o
ventre e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.
24 - Depois, teve esta mulher um filho e chamou o seu nome Sansão; e o
menino cresceu, e o Senhor o abençoou.
Juízes 16.4,6,17
4- E, depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de
Soreque, cujo nome era Dalila.
6 - Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a
tua grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem
afligir.
17 - E descobriu-lhe todo o seu coração e disse-lhe: Nunca subiu nava-
lha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de
minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e
me enfraqueceria e seria como todos os mais homens.

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Foge, também, dos desejos O ESTUDO DIÁRIO
da mocidade; e segue a 2ª feira – Juízes 13.1-5
justiça, a fé, o amor e a Sansão será nazireu de Deus
paz com os que, com um 3ª feira – Números 6.1-21
coração puro, invocam O voto de nazireu
o Senhor. 4ª feira – Êxodo 34.11-16
Para que te não sejam por cilada
2 Timóteo 2.22
5ª feira – Josué 13.1-3
Muitíssima terra ficou para possuir
6ª feira – Juízes 16.25-30
Peço-te que te lembres de mim
Sábado – Hebreus 11.32,33
Sansão da fraqueza tirou força

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer o contexto sociopolítico que fizeram do filho de
Manoá o juiz-libertador de Israel;
entender que, apesar das incongruências humanas, a vida
e as realizações de Sansão estavam sob a proteção, orien-
tação e provisão divinas;
saber que a vida de Sansão, em suma, relata a vitória da
fé, a despeito da fraqueza humana.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Com base na vida de Sansão — que tipifica o cristão cheio
do Espírito Santo que negligencia seu compromisso com o
Senhor por causa de sua natureza carnal —, tentaremos res-
ponder às seguintes questões: uma pessoa cheia do Espírito
Santo, da unção e da autoridade de Deus, pode ser levada à
derrota? Como isso é possível?
A história do filho de Manoá, que foi escolhido por Deus para
ser juiz e libertador do povo de Israel do domínio filisteu, está
registrada no Livro dos Juízes 13—16. Portanto, a fim de ampliar
a compreensão do tema, sugerimos a leitura desses capítulos.
O objetivo desta lição é mostrar, à luz da Bíblia, que a ideia
de que uma pessoa cheia do Espírito Santo está totalmente
imune às artimanhas do inimigo é errônea; e este pensamento
equivocado tem levado muitos incautos a confiarem demais
em si mesmos e nos dons espirituais, esquecendo-se de con-
sagrar sua vida ao Senhor e de vigiar.
Que o Senhor nos permita rever nossas atitudes e escolhas
à luz de Sua Palavra.
Boa aula!

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Os israelitas, mesmo sabendo que serviam a um Deus todo-
-poderoso, que os libertara da escravidão egípcia e que lhes
havia concedido vitória sobre os povos cananeus, dando-lhes
as suas terras com todas as suas provisões, esqueceram-se da
Lei do Senhor e voltaram a praticar o que era mau aos Seus
olhos, adorando falsos deuses e entregando-se a outras práti-
cas pecaminosas. Então, o Altíssimo permitiu que eles fossem
dominados por diversos povos, dentre os quais os filisteus,
por 40 longos anos.
Contudo, como a misericórdia do Senhor é imensurável e
o Seu amor é eterno, Ele resolveu dar a Seu povo mais uma
oportunidade de obedecer-lhe e de servi-lo com voluntarieda-
de e integridade. Para isso, suscitou um juiz-libertador: San-
são (Jz 13—16).

1. UM JUIZ SEPARADO POR DEUS NO


VENTRE DE SUA MÃE
A história de Sansão começa com uma referência à apos-
tasia de Israel: E os filhos de Israel tornaram a fazer o que
parecia mal aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na
mão dos filisteus por quarenta anos (Jz 13.1).
Embora Sansão tenha sido criado por seus pais como um
nazireu (Jz 13), suas histórias mostram que o voto de fidelida-
de a Deus tinha pouca ou nenhuma importância para ele. No
entanto, apesar da infidelidade desse juiz de Israel, o Altíssi-
mo permaneceu fiel e encheu-o com o Seu Espírito, capaci-
tando-o, assim, a fazer grandes prodígios.
A Carta aos Hebreus traz uma visão mais positiva de San-
são do que o Livro dos Juízes. Indiscutivelmente, o filho de
Manoá demonstrou fé, a qual permitiu que Deus subjugasse
os filisteus por seu intermédio (Hb 11.32,33). Contudo, o Livro
dos Juízes revela, de forma bastante clara, algumas de suas
pouco admiráveis características. Vejamos a seguir.

1.1. Quem foi Sansão?


Sansão viveu no começo do século 11 a.C. Seu nome está
relacionado à palavra hebraica Shimshown, a qual significa
como o sol, embora a narrativa bíblica não faça qualquer co-
mentário a respeito disso. A escolha do nome pode ter sido
influenciada pelo fato de ter havido uma cidade chamada
Bete-Semes perto de Zorá, sua terra natal, ou talvez tives-
se relação com o deus-sol, Shamash (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.430).
Manoá, pai de Sansão, era da tribo de Dã, em cujo território
ficava Zorá (Jz 13.2; Js 19.40,41). A cidade de Zorá localizava-

74 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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-se no sopé das montanhas a oeste de Jerusalém, perto do
território filisteu, nas terras que separavam a planície filisteia
da área montanhosa de Judá.

1.2. Os filisteus
Os filisteus foram os primei-
ros habitantes da planície costei-
ra ao sudoeste de Canaã, no li-
toral leste do mar Mediterrâneo.
Eles dirigiram-se àquela região a
partir de Creta ou outras ilhas do
mar Mediterrâneo por volta de
1200 a.C.
Dentre as principais cidades
que os filisteus estabeleceram
nessa área estão Asquelom, Asdo-
de, Gaza, Ecrom e Gate (Js 13.3).
E sabemos, a partir de registros
bíblicos, que elas eram uma ame-
aça constante aos israelitas.
Nos anos iniciais da história
de Israel na Palestina, os filis-
teus exerciam controle sobre
grande parte da região costeira
e da região montanhosa inferior FONTE: VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p.132
de Judá. A ameaça filisteia con-
tra Israel chegou ao fim quando
Davi tornou-se o rei de Israel (1000 a.C.) (2 Sm 8.1; 1 Cr 18.1)
(VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p. 62).

1.3. Os termos do nazireado


O filho de Manoá teria a difícil missão de livrar os israeli-
tas das mãos de seus inimigos, e o Senhor queria que ele fos-
se um homem santo e separado desde o ventre materno. Por
isso a mãe de Sansão, que era estéril, durante a gravidez, não
poderia beber vinho nem comer qualquer alimento imundo
(de acordo com a Lei Mosaica). Sansão deveria ser um nazi-
reu desde sua concepção até o fim de sua vida (Jz 13.3-5,7).
O termo nazireu vem de uma palavra hebraica que signifi-
ca separar, consagrar. A regulamentação acerca desse voto é
encontrada em Números 6.1-21.
Qualquer homem ou mulher poderia fazer a promessa de
separação a Deus. O voto era voluntário (Nm 6.2), tinha dura-
ção limitada (Nm 6.5,8,13,20) e incluía mais três exigências:
abstinência de vinho, bebidas fermentadas e fruta da videira;
não cortar o cabelo e não ter contato com mortos (Nm 6.3-8).
O nazireu que ficasse impuro teria de passar por elaborados
rituais de limpeza (Nm 6.9-21).
O serviço nazireu de Sansão foi notável devido a três fato-
res. Vejamos:

Ensinos para uma vida abençoada 75

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ele não fez o voto voluntariamente. Este foi exigido antes
de seu nascimento (Jz 13.5,7), e sua mãe também deveria
cumprir um rigoroso ritual (Jz 13.4);
seu voto deveria ser para toda a vida, e não temporário (Jz
13.5,7);
ele quebrou cada uma das exigências: teve associação com
a morte (Jz 14.6-9; 15.15), muito provavelmente bebeu em
sua festa de casamento (Jz 14.10-20) e sua cabeça foi rapa-
da (Jz 16.17,19) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gos-
pel, 2010a, p.429).

1.4. O escolhido de Deus


O filho de Manoá era um escolhido do Criador. O Senhor o
abençoou e revestiu-o com o poder do Espírito Santo, dando-lhe
uma extraordinária força física e sabedo-
ria para julgar o Seu povo. Encontramos
Os feitos de Sansão no Livro dos Juízes alguns feitos específi-
dividem-se em duas partes cos, os quais demonstram a força e o he-
roísmo de Sansão:
(Jz 14.1—15.20 e 16.1-31), o abatimento de um leão com as pró-
cada uma atingindo seu auge prias mãos (Jz 14.5,6);
com a destruição em massa a matança de 30 filisteus (Jz 14.19);
dos filisteus. Na primeira a queima dos campos (Jz 15.4-6);
parte, o Espírito de Deus se outra matança de filisteus (Jz 15.7,8);
a fuga das cordas e a matança de mil
apossou dele por três vezes filisteus (Jz 15.14-17);
(Jz 14.1—15.20). É importante o incidente na porta da cidade de Gaza
notar que isso não acontece (Jz 16.3);
no capítulo 16, quando o rompimento das tiras de couro (Jz
Sansão agia não exatamente 16.9);
o escape das novas cordas (Jz 16.12);
em benefício do Senhor. a fuga das estacas (Jz 16.14);
a destruição do templo de Dagon (Jz
16.28-30).

2. UM LIBERTADOR CATIVO
A despeito de seus grandes feitos, o filho de Manoá dei-
xou-se levar pelos desejos de sua natureza, desprezando sua
comunhão com o Senhor, seu nazireado, e cometendo erros
fatais que o levaram ao fracasso espiritual e à morte física. Ve-
jamos, pois, que erros de Sansão devem ser evitados para que
não tenhamos um fim trágico.

2.1. O desprezo pela Lei de Deus


A decadência de Sansão começou quando ele passou a priori-
zar sua vontade pessoal, em detrimento de sua aliança com Deus.
Ele flertou perigosamente com o pecado, julgando que era algo
inofensivo; até que a presença do Altíssimo afastou-se dele e as
consequências de seus atos vieram à tona fazendo-o naufragar.

76 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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2.1.1. O casamento misto
Em vez de preparar-se espiritualmen- A história de Sansão tem
te para livrar os israelitas das mãos dos revelado que, por diversas
filisteus, Sansão, primeiro, resolveu ca-
vezes, esse homem
sar-se com uma filisteia, contrariando a
Lei de Deus, as tradições de seu povo e a escolhido pelo Senhor
vontade de seus pais (Jz 14.1-3). para livrar os israelitas da
O matrimônio com estrangeiros era opressão inimiga cedeu
proibido para os israelitas (Êx 34.16; Dt à sua vontade carnal,
7.3). Portanto, a exigência de Sansão por em vez de zelar por seu
tal esposa afrontava diretamente a tradi- compromisso com Deus.
ção, na qual os pais arranjavam o casa-
mento (Jz 14.2,3).
A proibição de Deus acerca do casa-
mento entre Seu povo e os demais não era uma questão de pre-
conceito. A influência das práticas religiosas imorais por aque-
les que não seguiam ao Senhor era sutil, persuasiva e contínua.
Uma união desse tipo consistia no caminho mais rápido para a
corrupção, a falsa religiosidade e o comportamento torpe (RAD-
MACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.194).

2.1.2. A quebra do voto


Sansão parecia não entender nem valorizar a unção do Se-
nhor como o segredo da sua força. Por ser nazireu, ele não
deveria tocar em cadáver, ingerir bebida alcoólica nem cortar
o cabelo. Mas ele tocou em um leão morto (Jz 14.4-9); muito
provavelmente ingeriu bebida alcoólica em seu casamento (Jz
14.10) — a palavra hebraica para banquete [mishteh], neste
versículo, está relacionada ao termo que significa bebida e alu-
de a uma grande boda com bebidas; e, como veremos adiante,
teve seu cabelo cortado quando Dalila o persuadiu a revelar o
segredo de sua força (Jz 16.18-19).
O filho de Manoá demonstrou que a
santificação não era importante para ele
e que a satisfação de seus apetites esta- Apesar da desobediência
va em primeiro lugar. de Sansão e de sua vida
negligente, Deus pretendia
2.2. O flerte com o pecado usá-lo para atender aos
Não bastasse quebrar o voto de nazi- Seus propósitos contra
reu, Sansão propôs um enigma para os
os filisteus (Jz 14.4), que
filisteus. E o final dessa história foi trá-
gico: ele perdeu a aposta, e sua esposa dominavam Seu povo
foi entregue ao homem que tinha sido o naquele tempo. Era o
seu padrinho de casamento (Jz 14.12-20 Senhor (e não outro)
– NTLH). Para vingar-se, o filho de Manoá que, no final das contas,
ateou fogo na seara dos filisteus, e estes,
deveria reinar sobre Israel.
com raiva, queimaram vivos seu sogro e
sua mulher (Jz 15.1-6).

Ensinos para uma vida abençoada 77

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Por fim, Sansão apaixonou-se por uma
mulher do vale de Soreque chamada Da-
Sansão demonstrou que é
lila, que, orientada pelos filisteus, seus
possível vivenciar os dons e maiores inimigos, descobriu o segredo de
o poder de Deus sem a Sua sua força, levando-o à derrocada final (Jz
bênção. O Senhor concede 16.4-19).
habilidades às pessoas, a
fim de que elas cumpram 3. A MEDIDA DA JUSTIÇA
Seus propósitos, mas isso DIVINA
não garante, de forma Para os filisteus, o filho de Manoá não
alguma, que elas buscarão passava de um herói fracassado. Afinal,
conhecê-lo ou seguir Seus por causa de uma mulher, ele não conse-
caminhos (RADMACHER; guiu cumprir a missão que lhe fora con-
ALLEN; HOUSE, Central fiada por Deus.
Os inimigos de Sansão poderiam tê-
Gospel, 2010a, p.430). -lo matado, mas preferiram reduzir sua
existência à desgraça e à miséria (Jz
16.21). Eles forçaram-no a fazer a moe-
dura. A tarefa de moer era executada tipicamente por mu-
lheres. Assim, tal serviço aumentou sua humilhação (RADMA-
CHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.434).
Mas ainda havia esperança! Sansão sabia que servia a um
Deus misericordioso, que se mantém fiel à Sua Palavra.

3.1. O cumprimento da vontade de Deus


Os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecerem
um grande sacrifício ao seu deus Dagom e para se alegra-
rem (Jz 16.23). E cerca de três mil pessoas vangloriavam-se
dizendo: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo,
e o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos
mortos (Jz 16.24).
Então, levaram o filho de Manoá até
lá, para ser alvo de escárnios (Jz 16.25).
Sansão demonstrou fé no Mas os filisteus não se haviam dado con-
clamor a Deus e acreditou ta de que, depois de algum tempo cativo
que Ele iria ajudá-lo. Esse em Gaza, seu cabelo começara a crescer
fato é coerente com o louvor novamente (Jz 16.21,22).
a seu nome em Hebreus Sansão pediu que seu moço o guiasse
até as colunas do templo e fez sua última
11.32, ainda que a súplica oração (Jz 16.26-30). Então, o Espírito do
do filho de Manoá tenha Senhor se apossou dele, tal como antes,
sido basicamente movida e, naquele dia, foram mais os mortos que
por um desejo de vingança matou na sua morte do que os que matara
contra os filisteus (Jz 16.28) na sua vida.
(RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, CONCLUSÃO
2010a, p.435). O filho de Manoá não deu valor ao
que era sagrado, infringiu o voto de na-

78 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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zireado, não obedeceu aos pais, desprezou as tradições de
seu povo e entregou seu coração a mulheres que não tinham
compromisso com Deus. Resultado: um dia, despertou e viu
que sua força havia se esvaído. Então, seus inimigos se asse-
nhorearam dele e ridicularizam-no publicamente.
Contudo, o Altíssimo ainda daria a Sansão uma última
chance de arrepender-se e de mudar esse quadro; e ele a
aproveitou, exterminando os filisteus e cumprindo seu pro-
pósito como libertador de Israel, embora não exatamente da
maneira como Deus planejara.
Pelo exemplo de Jesus, entendemos que mesmo quem está
na presença do Altíssimo e tem a unção do Espírito não está
totalmente livre de ser tentado pelo diabo (Mt 4.1). Sendo as-
sim, temos de vigiar e, de maneira alguma, podemos facilitar
ou brincar com a nossa natureza.
Que não precisemos enfrentar catástrofes pessoais para
voltarmo-nos para o Senhor!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Em sua opinião, um homem de Deus pode fracassar? Justi-
fique sua resposta.
R.: Sim. Satanás não deixará de apelar para a natureza huma-
na, a fim de levar-nos à rebelião contra Deus. Se o inimigo
conseguir fazer com que esse desejo veemente dite nossas
escolhas e nosso comportamento, perderemos a razão e fa-
remos tudo para satisfazer a nossa natureza. E mesmo que
amemos a Deus e sejamos cristãos fervorosos e cheios do
Espírito Santo, poderemos desobedecer ao Senhor e sofrer
graves consequências.

2. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração,


porque dele procedem as saídas da vida (Pv 4.23). De que
forma esse texto se aplica à vida de Sansão?
R.: Sansão viveu de acordo com sua própria vontade, entre-
gou-se aos desejos da carne e às paixões de sua mocidade,
abriu seu coração para a pessoa errada (Dalila) e foi total-
mente dominado por seus inimigos (Jz 16.4-19).

3. Muitos cristãos não têm valorizado a aliança que Deus fez


conosco, por intermédio do sangue de Jesus. Cite, pelo me-
nos, quatro princípios que sustentam esse pacto entre o
Criador e o ser humano:
R.: A obediência a Deus e à Sua Palavra; a santidade; a fideli-
dade e a comunhão.

Ensinos para uma vida abençoada 79

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Lição 10

Aula dada em
DIA MÊS ANO
O Preço da Soberba
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
2 Crônicas 26.3-8,16,21
3- Era Uzias da idade de dezesseis anos quando começou a reinar e cin-
quenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe
Jecolias, de Jerusalém.
4 - E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que
fizera Amazias, seu pai.
5 - Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões
de Deus; e, nos dias em que buscou o SENHOR, Deus o fez prosperar.
6 - Porque saiu, e guerreou contra os filisteus, e quebrou o muro de
Gate, e o muro de Jabné, e o muro de Asdode, e edificou cidades em
Asdode e entre os filisteus.
7 - E Deus o ajudou contra os filisteus, e contra os arábios que habita-
vam em Gur-Baal, e contra os meunitas.
8 - E os amonitas deram presentes a Uzias, e o seu renome foi espalhado
até à entrada do Egito, porque se fortificou altamente.
16 - Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se cor-
romper; e transgrediu contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou
no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso.
21 - Assim ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou,
por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da Casa do
SENHOR; e Jotão, seu filho, tinha a seu cargo a casa do rei, julgando
o povo da terra.

80 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
A soberba precede a ruína, O ESTUDO DIÁRIO
e a altivez do espírito 2ª feira – 2 Reis 15.1-7
precede a queda. Melhor Uzias fez o que era reto
é ser humilde de espírito 3ª feira – 2 Crônicas 26.9-15
com os mansos do que Porque foi maravilhosamente ajudado
repartir o despojo 4ª feira – Números 3.5-10
com os soberbos. O estranho que se chegar morrerá
5ª feira – Levítico 13.43-50
Provérbios 16.18,19 Sua habitação será fora do arraial
6ª feira – Provérbios 6.16-19
Estas seis coisas aborrece o Senhor
Sábado – Tiago 4.6-10
Humilhai-vos perante o Senhor

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer as principais características biográficas daquele
que se tornou um importante rei para a nação de Judá, em
uma época de recuperação e de crescimento nacional;
compreender quais características da bênção divina fo-
ram manifestas na vida de Uzias;
conhecer as consequências da soberba na vida de Uzias.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Alexander Pope, um dos maiores poetas britânicos, classifi-
cou o coração orgulhoso como o vício infalível dos tolos. Martin
Tupper, escritor inglês, comparou-o a um verme venenoso en-
rolado nos alicerces da alma. Tais definições remetem-nos ao
tema desta lição: os perigos da soberba.
Baseados no texto de 2 Crônicas 26.3-21, estudaremos a
história de Uzias, um dos maiores reis da nação de Judá, que
iniciou sua gestão fazendo o que era reto aos olhos do Senhor
(2 Cr 26.4), e que assim permaneceu durante muitos anos, a
ponto de sua fama voar até muito longe (2 Cr 26.15).
No entanto, devido ao pecado da soberba, Deus o feriu com
a lepra. Dessa forma, depois de 52 anos de reinado, foi sepul-
tado no cemitério dos reis em Jerusalém, mas não nos túmulos
dos reis, por causa da sua doença (2 Cr 26.16-23 – NTLH).
A fim de sanar eventuais dúvidas relacionadas à Geografia
bíblica, sugerimos que, para o dia da aula, seja providenciado
um mapa do Antigo Oriente Próximo — Crescente Fértil.
Deus o abençoe na condução do tema.
Boa aula!

Ensinos para uma vida abençoada 81

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
A história de Uzias é um exemplo de que devemos buscar a
Deus para sermos abençoados em tudo, e de que precisamos
cultivar essas bênçãos, mantendo-as de forma duradoura em
nossa vida.
Na lição de hoje, aprenderemos como se dá a bênção de
Deus; quais são as suas características; e o que pode ocorrer
quando a jogamos fora, desprezando o que o Ele nos tem ofe-
recido. Que o Senhor nos abençoe!

1. UZIAS, UMA BIOGRAFIA RESUMIDA


Uzias, também chamado de Azarias no texto bíblico (2 Rs
15.1,2; 2 Cr 26.1), foi um homem que experimentou, desde
a mais tenra infância, os bastidores do poder, as estratégias
de governo, os jogos de interesses, as políticas de Estado e a
diplomacia.
Filho do poderoso rei Amazias, o jovem sempre soube que,
em determinado momento, caberia a ele ocupar o cargo de
seu pai. E este dia chegou quando ele completou 16 anos.

1.1. Neto de Joás, filho de Amazias


Amazias não só procedeu como seu pai, Joás (2 Rs 14.1-3),
mas também morreu da mesma forma que ele, nas mãos de
um assassino (2 Rs 12.19-21; 14.18-20). Então, Uzias foi exal-
tado pelo povo e conduzido como governante até o palácio
real (2 Rs 14.21). E, assim, iniciou-se um dos mais bem-suce-
didos governos que aquele povo já havia experimentado.
O texto bíblico faz-nos saber que o fi-
lho do rei Amazias reinou por mais de cin-
quenta anos em Judá (2 Rs 15.1-5), sendo
As versões ARA, NVI, ACF bem-sucedido como guerreiro e também
e NTLH afirmam que Uzias como um administrador competente. Seu
reinou por 52 anos em nome tinha um significado que, natural-
Jerusalém; a versão ARC mente, trazia-lhe uma grande responsabi-
lidade: O Senhor é a minha força.
informa que foram 55
anos. Historiadores datam
1.2. Feitos e realizações
o reinado de Azarias entre
Azarias liderou Judá em uma época de
792a.C.—740a.C. — embora, recuperação e de crescimento nacional.
a partir de mais ou menos Durante o seu reinado, o Reino do Sul al-
752 a.C., ele tenha contraído cançou poder e prosperidade ímpares (RA-
lepra e partilhado o trono DMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel,
com seu filho Jotão 2010a, p.618). As realizações de Uzias
trouxeram-lhe grande fama, a ponto de seu
(2 Rs 15.1-5).
reinado ser comparado ao de Salomão, em
termos de ampliação territorial.

82 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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Uzias foi notavelmente bem-sucedi-
do, pois obteve vitórias sobre as nações
ao seu redor, contando com a ajuda do
Uzias é lembrado por suas
profeta Zacarias e de um exército fiel e políticas domésticas; suas
altamente treinado, que utilizava equipa- inovadoras medidas de
mento bélico considerado de ponta para prevenção militar (2 Cr
aquela época (2 Cr 26.9,11-15). 26.9,11-15); sua atenção
à política e à economia
2. AS CARACTERÍSTICAS DA nas fronteiras ao Sul e a
BÊNÇÃO DE DEUS Leste (2 Cr 26.2,7,8,10-16;
Podemos destacar alguns pontos em Jl 3.19; Am 1.11,12); e por
que há clara demonstração da bênção de ter resolvido a questão dos
Deus sobre a vida de Uzias (2 Cr 26.3-21). filisteus na fronteira a
Podemos, inclusive, classificar tais pontos Oeste, que tanto se
como sendo as características da bênção arrastara (2 Cr 26.6,7).
de Deus sobre Seus filhos hoje. Vejamos.

2.1. Promove vitórias


A bênção de Deus leva-nos a vencer nossos inimigos. Uzias
dominou os filisteus e edificou cidades dentro dos domínios
de seus inimigos derrotados (2 Cr 26.6,7).
Além disso, ele foi um construtor que se empenhou em
aperfeiçoar o seu reino e em proporcionar uma melhor quali-
dade de vida aos seus súditos. Para tanto, empreendeu diver-
sos projetos de construção por todo Judá, os quais se torna-
ram suas maiores reivindicações à fama (2 Cr 26.9,10).

2.2. Tem origem em Sua


ação direta
A característica que podemos
notar neste episódio é que a bên-
ção do Senhor tem origem em
Sua ação direta. O texto afirma
que Deus o ajudou; e este fato foi
fundamental para a vitória.
Uzias usufruiu da bênção de
Deus ao promover outra bata-
lha contra os arábios que habi-
tavam em Gur-Baal, e contra os
meunitas (2 Cr 26.7).
Gur-Baal era provavelmente
um lugar habitado pelos árabes.
Ficava a cerca de 13km a leste de
Berseba. Os meunitas eram uma
tribo do deserto que vivia princi-
palmente em Edom, ao Sul e Oes-
te do mar Morto (1 Cr 4.39-41)
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE,
Central Gospel, 2010a, p.707). FONTE: VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p.147

Ensinos para uma vida abençoada 83

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2.3. Traz fortalecimento
O padrão geográfico das campanhas militares de Uzias su-
gere que ele estava tentando ganhar acesso ao mar Mediter-
râneo e neutralizar a influência filistina (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.707).
Após guerrear e vencer os filisteus, os arábios e os meu-
nitas, vemos os amonitas dando presentes a Uzias, e o seu
renome foi espalhado até à entrada do Egito, porque se forti-
ficou altamente (2 Cr 26.8). Em outras palavras, Uzias obteve
o controle sobre as rotas das caravanas desde a Arábia até a
Filístia e o Egito.

2.3.1. Melhoria nas fortificações de Jerusalém


A segurança de uma cidade consistia justamente na so-
lidez de seus muros e na fortaleza de seus portões. O texto
bíblico faz-nos saber que, a fim de tornar mais fortes as mura-
lhas de Jerusalém, Uzias construiu torres no Portão da Esqui-
na, no Portão do Vale e no lugar onde a muralha faz esquina
(2 Cr 26.9 – NTLH); e seus habitantes experimentaram, com
isso, tranquilidade e segurança.
A Porta da Esquina ficava em uma extremidade do muro nor-
te de Jerusalém (25.23), e a Porta do Vale localizava-se no lado
ocidental da cidade próxima do monte do templo (Ne 2.13,15).

2.4. Concede prosperidade


A economia do reino de Uzias era próspera. Torres e poços
de água foram construídos em uma região árida, em pleno
deserto de Judá, para os rebanhos reais, que eram enormes
(2 Cr 26.10).
Os agricultores cultivavam as propriedades do rei na pla-
nície de Sefelá e na planície costeira, especialmente as terras
adquiridas com a conquista do Norte da Filístia. Havia lavra-
dores que cuidavam dos vinhedos reais na região montanho-
sa do Norte de Judá. Diz-se que, nos tempos de Uzias, Judá
tornou-se uma nação verde, tamanha era a extensão de suas
lavouras e de seus vinhedos.

2.5. Provê estratégias e auxílio


O resultado da prosperidade econômica do reino sob o co-
mando de Uzias refletiu-se em um numeroso exército que foi
ampliado, treinado e bem equipado (2 Cr 26.11-15a). Homens
capacitados são instrumentos valiosos à manutenção da or-
dem, pois garantem a supremacia e o bem-estar de uma nação.
No versículo 15, encontramos a expressão máquinas da in-
venção de engenheiros. Esta é uma das primeiras referências
às catapultas, que pareciam ser armas de defesa, já que seus
operadores ficavam nas torres e nos cantos.
Além desse exército, preparado e aparelhado, Uzias pos-
suía uma guarda pessoal, responsável por sua segurança e

84 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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do patrimônio real. Esses chefes dos pais, varões valentes,
faziam parte da elite das forças especiais de Judá; eles com-
punham uma verdadeira unidade de forças especiais do rei (2
Cr 26.12).

2.6. Produz notoriedade


Uzias tornou-se conhecido por todo o mundo de então. O
respeito que lhe era dirigido, tanto por aliados quanto por
inimigos, foi notável. Seus domínios se estenderam por uma
área geográfica bastante extensa (2 Cr 26.15).
Os avanços técnicos e militares foram reconhecidos e lou-
vados por governantes como Tiglate-Pileser III, rei assírio, que
lhe deu crédito por ter liderado uma coalizão de estados oci-
dentais na tentativa de deter o avanço assírio na área do Me-
diterrâneo oriental ocorrido em 743 a.C.

3. QUANDO A BÊNÇÃO DE DEUS É DESPREZADA


É possível que, uma vez abençoados e galardoados por
Deus, venhamos a jogar tudo fora? Será que alguém seria
capaz de desprezar as bênçãos do Senhor? E como tal coisa
acontece? Pode parecer inacreditável, mas a verdade é que
muitos, diariamente, jogam fora a bênção de Deus, tal qual
o fez Uzias. E, então, como se desperdiça a bênção de Deus?

3.1. Ao desejarmos ser o que Deus não planejou


Parte do erro de Uzias pode ter se originado da sua falta
de gratidão. Deus abençoara o rei, concedendo-lhe saúde e
sabedoria para governar (2 Cr 26.5,8,11-13); no entanto, os
autores dos livros de Reis e de Crônicas não relatam se ele
reconheceu de onde provinha seu sucesso.
Contudo, o maior erro de Uzias foi adentrar o templo para
queimar incenso no altar. Somente um sacerdote ungido pelo
Senhor podia realizar esta função. Por sua arrogância, Deus
imediatamente o feriu com lepra, com a qual conviveu até o
fim de seus dias (2 Cr 26.16-18).
A Lei de Moisés estipulava que apenas os sacerdotes po-
diam realizar os rituais de sacrifício (Nm 3.5-10). O acesso ao
interior do templo em Jerusalém era proibido para todos, exce-
to para certas ordens de sacerdotes levitas.
Diferentemente dos reis das nações vizinhas, o rei de Judá
não tinha permissão para entrar em seu próprio templo parti-
cular, porque ele não era um sacerdote, como a maioria dos
reis no antigo Oriente Próximo o era.
A crença comum no antigo Oriente Próximo era que a pes-
soa mais importante na comunidade, o rei, deveria também
ser aquele que representaria o povo diante de sua divindade.
Os líderes egípcios eram considerados deuses incorporados e
tinham responsabilidades religiosas em relação ao culto.

Ensinos para uma vida abençoada 85

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O filho de Amazias estava tentando agir
A palavra hebraica como esses outros reis ao queimar incen-
so no altar do templo (2 Cr 26.16-20) e, to-
traduzida por mando essa atitude, usurpava o papel do
indignando-se, em 2 sacerdote. O enfrentamento hostil entre
Crônicas 26.19, significa Uzias e os 81 sacerdotes (2 Cr 26.17,18)
furioso como uma parece revelar uma das muitas lutas pelo
tempestade. Assim agiu poder que aconteceram entre os reis e
os sacerdotes na política de Judá (RAD-
Uzias, quando pensou MACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel,
ter encontrado na função 2010a, p.618,707).
de sacerdote o grau de O fato de Uzias ter cobiçado o sacerdó-
perfeição que lhe faltava. cio não foi motivado pela ignorância, pois
ele conhecia a Lei Mosaica; tentar exercê-
-lo à força foi uma ousadia, pois ele sabia
o que acontecera com todos os outros que
tentaram reivindicar o que não era deles
Uzias deixou-se corromper por direito (Lv 10; Nm 12; 16).
pela soberba (olhar altivo),
que é a primeira das seis 3.2. Ao escolhermos a soberba e não
coisas que aborrecem o a humildade
Senhor (Pv 6.16-19; 2 Cr Não há dúvida de que Uzias foi um
26.16a). Este é o pecado rei ilustre, cujo nome era conhecido em
toda parte, mas o que o Senhor fez por
fundamental, pois conduz
ele deveria ter produzido humildade em
o indivíduo à prática de seu coração, não orgulho. O filho de Ama-
outros. Desde o mais remoto zias deveria ter dito humildemente como
período da Igreja primitiva, Davi: Quem sou eu, Senhor Jeová, e qual
a soberba foi vista como a é a minha casa, que me trouxeste até
mais perigosa ofensa aqui? (2 Sm 7.18). Em vez disso, ele esta-
a Deus (Tg 4.6). va convencido de que merecia ser sacer-
dote, além de rei (2 Cr 26.16-19).

4. AS CONSEQUÊNCIAS DA SOBERBA DE UZIAS


Tivesse o rei sinceramente se arrependido de seus peca-
dos, o Senhor o teria perdoado, mas Uzias manteve-se firme
e insistiu em seu propósito (2 Cr 26.19-21). Foi então que a
lepra lhe saiu à testa (2 Cr 26.19); e os sacerdotes sabiam
que os leprosos deveriam permanecer isolados no campo (Lv
13.45,46). Assim o expulsaram imediatamente do Templo (2
Cr 26.20 – NTLH).
Vale destacar que o homônimo de Azarias (Uzias) citado
em 1 Crônicas 26.17 pode ser o filho de Joanã (1 Cr 6.10) (RA-
DMACHER; ALLEN. HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.707).
Estando leproso, o rei não podia aparecer em público ou
até mesmo viver no palácio (Lv 13.45,46). Assim, ele foi colo-
cado em uma casa isolada, enquanto seu filho, Jotão, tinha a
seu cargo a casa do rei, julgando o povo da terra (2 Cr 26.21).

86 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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O clímax do juízo de Deus é mostrado no último versículo do
texto. Em geral, o corpo dos reis era depositado no sepulcro
real, como última homenagem, mas Uzias, em seu sepultamen-
to, não recebeu a honra de ser colocado junto aos outros reis
de Israel, pois era leproso (2 Cr 26.23 - NTLH).

CONCLUSÃO
Durante grande parte de sua vida, Uzias fez o que era reto
aos olhos do Senhor (2 Cr 26.4). Porém, depois que recebeu
de Deus grande prosperidade e poder, tornou-se orgulhoso e
corrupto, dando início à sua queda e ruína. Ao afastar-se do
Altíssimo, foi contaminado pela lepra e permaneceu doente
até a morte.
O filho de Amazias costuma ser mais lembrado por suas
atitudes arrogantes e pelo castigo que recebeu do que pelas
grandes reformas que empreendeu. Para que não venhamos a
nos encontrar soberbos diante de Deus, coloquemos em práti-
ca a rotina de humildade descrita pelo salmista: Senhor, o meu
coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não
me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito eleva-
das para mim. Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual
criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma
para comigo. Espere Israel no Senhor, desde agora e para
sempre (Sl 131.1-3).

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Em sua opinião, existe algum padrão de comportamento
assumido por Deus quando Ele deseja derramar Sua bên-
ção sobre uma pessoa?
R.: Não, Deus não se prende a padrões humanos e não se limi-
ta ao que pensamos a Seu respeito. Mas Ele possui um ca-
ráter próprio, e Seus atributos são a evidência disso. Então,
a bênção concedida por Deus é uma ação exclusiva de Sua
soberania (Is 46.10); uma marca de Seu caráter bondoso (Sl
33.5); uma reação às nossas atitudes (Gn 6.8,9); e um efeito
da obediência às Suas leis (Sl 1.2,3).

2. Uzias deixou-se corromper pela soberba. Corromper sig-


nifica apodrecer, decompor-se, adulterar-se. Algo interes-
sante é observar que o exaltar-se e o corromper-se partem
de um campo abstrato; porém, rapidamente passam para
a concretude. Comente esta afirmativa.
R.: Isso acontece porque o pecado é concebido no coração,
nos sentimentos, na vontade; e o resultado de tal concep-
ção abstrata é a transgressão. Em outras palavras, a cor-
rupção interior, que ninguém vê, passa para o campo da
realidade, que todos podem ver e conhecer.

Ensinos para uma vida abençoada 87

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Lição 11

Aula dada em
DIA MÊS ANO
A Aparente
Demora de Deus
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Josué 14.6,7,9-14
6 - Então, os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de
Jefoné, o quenezeu, lhe disse: (...).
7 - Da idade de quarenta anos era eu, quando Moisés, servo do SENHOR,
me enviou de Cades-Barneia a espiar a terra; e eu lhe trouxe resposta,
como sentia no meu coração.
9 - Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente a terra que
pisou o teu pé será tua e de teus filhos, em herança perpetuamente;
pois perseveraste em seguir o SENHOR, meu Deus.
10 - E, agora, eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; qua-
renta e cinco anos há agora, desde que o SENHOR falou esta palavra
a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, agora, eis que já hoje
sou da idade de oitenta e cinco anos.
11 - E, ainda hoje, estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou;
qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra,
e para sair, e para entrar.
12 - Agora, pois, dá-me este monte de que o SENHOR falou aquele dia;
pois, naquele dia, tu ouviste que os anaquins estão ali, grandes e for-
tes cidades há ali; porventura, o SENHOR será comigo, para os expe-
lir, como o Senhor disse.
13 - E Josué o abençoou e deu a Calebe, filho de Jefoné, Hebrom em herança.
14 - Portanto, Hebrom foi de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, em
herança até ao dia de hoje, porquanto perseverara em seguir o SE-
NHOR, Deus de Israel.

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Tudo tem o seu tempo O ESTUDO DIÁRIO
determinado, e há tempo 2ª feira – Números 14.1-8
para todo o propósito Terra que mana leite e mel
debaixo do céu: tempo de 3ª feira – Números 14.20-24
rasgar e tempo de coser; A sua semente a possuirá em herança
tempo de estar calado e 4ª feira – Salmo 28
tempo de falar. O Senhor é a minha força e o meu escudo
5ª feira – Salmo 1
Eclesiastes 3.1,7 Tudo quanto fizer prosperará
6ª feira – 1 Coríntios 2.12-16
O que é espiritual discerne bem tudo
Sábado – Josué 15.13-19
Tomou Otniel Acsa por mulher

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer a biografia resumida de Calebe, o espia aprova-
do por Deus, que tomou posse de sua herança aos 85 anos
de idade;
identificar as características da personalidade de Calebe
que nos inspiram a prosseguir em direção à vitória;
conhecer os princípios espirituais observados na vida des-
te filho de Jefoné, os quais nos permitem compreender que,
em meio à espera, Deus está conosco.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Na Bíblia, vemos a história de muitos homens e de muitas
mulheres que demonstraram fé e temor a Deus, e chamaram a
atenção dele, atraindo o Seu rico favor. Calebe foi um desses.
No Antigo Testamento, há algumas informações a respeito
desse perseverante homem.
A partir do que é exposto, especialmente em Números e em
Josué, é possível perceber que Calebe é um modelo de crente
a ser seguido por nós, cristãos.
A fim de melhor situar os alunos na cronologia bíblica, su-
gerimos que seja apresentado, no dia da aula, um quadro com
as informações descritas abaixo:
Cronologia em Josué
Ano 1446—1406 a.C. — 40 anos de peregrinação pelo deserto
Ano 1405 a.C. — Josué torna-se o sucessor de Moisés
Ano 1405 a.C. — Os israelitas atravessam o rio Jordão
rumo a Canaã
Ano 1405—1400 a.C. — Jericó e outras cidades são tomadas
Ano 1398 a.C. — A terra de Canaã é dividida entre as tribos

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Ano 1380 a.C. — Josué morre
Ano 1375—1075 a.C. — Juízes orientam Israel
Ano 1050 a.C. — Saul se torna rei de Israel
FONTE: RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel,
2010a, p.363.
Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nesta lição, destacaremos a postura de Calebe, um ho-
mem fiel ao Senhor e leal a Moisés que possuía um caráter e
uma personalidade marcantes.
Já se haviam passado 45 anos desde que Deus anunciara
que o filho de Jefoné tomaria posse da Terra Prometida (Js
14.7-10; Nm 13). No entanto, ele aguardou o momento certo
para reivindicar a promessa de Deus. O que fez a diferença em
sua vida foi a perseverança. Salomão afirmou que a perseve-
rança pode vencer qualquer dificuldade (Pv 25.15 – NTLH).

1. CALEBE, UMA BIOGRAFIA RESUMIDA


Este filho de Jefoné é descrito como o quenezeu (Js 14.14;
Nm 32.12). Os quenezeus formavam um grupo não israelita
que descendia de Esaú por intermédio de Quenaz (Gn 15.19;
36.11,15,42). Ao que tudo indica, alguns desse grupo associa-
ram-se a Judá em uma época anterior (Nm 13.6) (RADMACHER;
ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. 390).

Calebe significa coração ou


homem de faro, e, de fato, ele
foi um homem cujo coração
era temente ao Senhor, que ti-
nha uma percepção aguçada e
enxergava longe tanto as opor-
tunidades que Deus lhe dava
como as artimanhas do inimi-
go. Ele estava disposto a vencer
todas as barreiras e as batalhas
para conquistar a terra prometi-
da pelo Senhor ao Seu povo.

1.1. Um espia aguerrido


Calebe foi um dos 12 espias
enviados por Moisés a Canaã,
para examiná-la (Nm 13.6). Ele
e Josué foram os únicos a voltar
com boas notícias para Moisés
(Nm 14.6-8). Por causa disso,
FONTE: VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p.118 Deus prometeu que aqueles

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dois homens seriam os únicos daquela geração a entrarem na
Terra Prometida (Nm 13.1-30; 14.24).
De acordo com o texto de Josué 14.7, Calebe tinha 40 anos
quando foi enviado a Canaã como espia. Passaram-se 45 anos
desde então (Js 14.10). Considerando que [dos 85 anos de Cale-
be] 40 anos foram gastos no deserto (Êx 16.35), a conquista da
Terra Prometida durou cinco anos (RADMACHER; ALLEN; HOU-
SE, Central Gospel, 2010a, p. 391).

1.2. A herança de Calebe


Aos 85 anos, Calebe via-se forte como no dia em que Deus
lhe fizera a promessa (Js 14.7-11); ele continuava disposto
a lutar contra os gigantes, filhos de Anaque, que viviam em
Hebrom (Nm 13.22), porque continuava crendo que o Senhor
todo-poderoso era com ele. Por este motivo, ele foi a Josué, o
novo líder de Israel, pedir permissão para apossar-se da sua
herdade (Js 14.12). E Josué deu ao filho de Jefoné Hebrom em
herança (Js 14.13).
1.2.1. Hebrom
O antigo nome da cidade de Hebrom (Gn 23.2) — que sig-
nifica confederação — era Quiriate-Arba — que significa, li-
teralmente, Cidade de Quatro, pois, aparentemente, possuía
quatro municípios.
Arba foi o maior dos anaquins (gigantes que habitavam a
região montanhosa da Terra Prometida, conf. Js 14.15 – ARA) e
é mencionado apenas em Josué 14.15; 15.13 e 21.11.
A herança de Calebe foi mais tarde definida como sendo não
a cidade de Hebrom, mas o campo da cidade e as suas aldeias
(Js 21.11,12). O território de Calebe encontrava-se fora da circun-
ferência de mil cúbitos que pertencia aos sacerdotes de Hebrom
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p.644).
1.2.2. Debir
Em Josué 15.13-19 encontra-se a se- Na Bíblia, algumas vezes, as
gunda passagem acerca da herança de
pessoas são recompensadas
Calebe (Js 14.6-15). Ele tomou Debir,
outra cidade originalmente conquista- em vida pela fidelidade a
da por Josué (Js 10.38,39), mas que, evi- Deus, mas nem sempre (Hb
dentemente, voltara para as mãos dos 11.32-40). A bênção final do
cananeus. cristão virá na eternidade.
O nome anterior da cidade de Debir Aqueles que colocam sua
era Quiriate-Sefer, que significa Cidade
esperança nessa promessa
do Livro. O local era, possivelmente, um
centro administrativo onde se mantinham não perderão nada, não
os registros. Entretanto, na área arqueo- importa o quanto sofram
lógica moderna, Tell Beit Mirsim, não se nessa vida (RADMACHER;
achou nenhuma grande biblioteca nem ALLEN; HOUSE, Central
documentos. Todavia, os arqueólogos
Gospel, 2010a, p. 391).
descobriram uma cidade grandemente
fortificada, a qual fora destruída por volta

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de 1200 a.C. (RADMACHER; ALLEN; HOU-
SE, Central Gospel, 2010a, p.405).
E agora eis que o Senhor
me conservou em vida 2. CALEBE, UM HOMEM
(Js 14.10). Calebe aprendeu EXEMPLAR
a depender de Deus. Ele
Quando Moisés enviou 12 espias
sabia que estava vivo a Canaã (Nm 13), dez destes retorna-
porque o Senhor permitira ram com informações que revelavam
que ele chegasse até ali. a incredulidade, o medo e o desânimo
Depender também implica deles quanto à conquista da terra (Nm
confiar. Quem depende 13.25-29,31-33). Somente Josué e Cale-
inteiramente do Altíssimo, be acreditaram na possibilidade de Deus
dar-lhes posse daquele lugar, conforme
com certeza, confia nele.
prometera (Nm 13.30).
Calebe, em Josué 14.7, com outras pa-
lavras disse: Fui a Canaã com mais onze
pessoas; dez disseram que viram uma coisa totalmente diferen-
te da que eu e Josué vimos. Não tenho compromisso com o que
a maioria afirma. Falo o que percebo. Não vou mudar minha
opinião por causa dos outros.
Calebe ensina-nos a agir de forma autônoma. Aquele que
tem autonomia assume as responsabilidades pelo que diz e faz.
Vejamos a seguir alguns traços da personalidade deste homem
que nos inspira a prosseguir em direção à vitória.

2.1. Coragem
Calebe não se intimidava diante das adversidades, por isso
era considerado um homem corajoso. Apesar de seus muitos
anos, ele tinha a certeza de que conquistaria o que Deus lhe
prometera (Nm 14.24; Js 14.11). Em He-
brom, havia gigantes, as cidades eram
Coragem não significa fortificadas; mas o espia aguerrido não
ausência de medo; antes, teve medo das adversidades, pois tinha
convicção de que o Senhor era com ele.
consiste na habilidade de
confrontar o perigo, a dor,
2.2. Empatia
a incerteza e a intimidação
Apesar de não ter a mesma opinião que
de forma digna. O homem a maioria dos espias, Calebe aprendeu a
destemido enfrenta os respeitar as diferenças individuais. Este
desafios com confiança e fato fica evidente em Josué 14.8, quando
não se preocupa com o pior. o filho de Jefoné disse: Mas meus irmãos,
O medo pode existir, mas a que subiram comigo, fizeram derreter o
coragem o leva adiante. Com coração do povo; eu, porém, perseverei
em seguir o Senhor, meu Deus. Mesmo
bravura, é possível dominar e
diante da incredulidade de seus compa-
resistir aos temores. nheiros, Calebe não deixou de considerá-
-los como irmãos.

92 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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2.3. Prudência
Calebe era um homem forte, perseve- Esperar em Deus implica
rante e animado, mas não agia por impul-
so, pois confiava em Deus. Mesmo idoso,
muitos benefícios. Enquanto
ele tinha a convicção de que receberia a espera no Senhor, o justo
terra prometida pelo Senhor. O filho de trabalha em prol do Reino,
Jefoné conseguia visualizar a sua herança, cresce espiritualmente e
mas não tomou qualquer atitude precipi- é renovado dia após dia
tada. Ele agiu de forma sensata e aguar- por Deus, como lemos
dou o tempo certo para reivindicá-la, pois
no Livro de Isaías: Mas os
não desejava perder a sua bênção.
que esperam no Senhor
2.4. Tenacidade renovarão as suas forças
Calebe já havia lutado em muitas e subirão com asas como
guerras pela conquista da Terra Prome- águias; correrão e não se
tida. Outras tribos já tinham recebido cansarão; caminharão e não
sua parte (Js 13—14.1-5), mas ele e sua se fatigarão (Is 40.31).
família ainda continuavam sem sua por-
ção (Js 14.6-13). O filho de Jefoné dis-
cerniu o momento certo de reivindicar a
promessa divina, mas também se mostrou disposto a fazer a
sua parte, a lutar contra os anaquins, para tomar posse do
que Deus lhe prometera.

3. CALEBE, UM SERVO FIEL


Calebe, aos 85 anos, disse: E, ainda hoje, estou tão forte
como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força en-
tão era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair,
e para entrar (Js 14.11). Ele até poderia estar mais conservado
do que qualquer outro senhor da mesma idade. No entanto, o
segredo da força e da vitalidade dele e de outros heróis bíblicos
era o mesmo: o Senhor (Sl 28.7; Is 12.2). Vejamos a seguir os
princípios espirituais que Calebe nos transmite.

3.1. Calebe guardava a Palavra de Deus


Já se havia passado 45 anos desde que Deus revelara a
Moisés que Calebe e Josué herdariam, com a nova geração
de israelitas, a Terra Prometida. Mas o filho de Jefoné não
esqueceu o que Deus falara acerca dele. Isso revela que ele
guardava a Palavra de Deus em seu coração.

3.2. Calebe tinha discernimento espiritual


Além de guardar a Palavra de Deus em seu coração, Ca-
lebe era um homem que tinha discernimento espiritual. De
acordo com o Novo Dicionário Aurélio, discernimento signi-
fica sagacidade, perspicácia, faculdade de julgar as coisas
sensata e criteriosamente, distinguindo claramente suas ca-
racterísticas.

Ensinos para uma vida abençoada 93

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3.2.1. Calebe reconhecia a autoridade
As pessoas espirituais espiritual de Moisés
discernem todas as coisas Moisés morrera havia cinco anos, mas
Calebe continuava referindo-se ao gran-
que lhes acontecem
de líder de Israel como homem de Deus
(1 Co 2.14,15) no sentido (Js 14.6). Aqueles que têm discernimento
de esquadrinhar, examinar espiritual percebem quem é e quem não é
e investigar o valor e as autoridade espiritual sobre sua vida e não
implicações espirituais seguem falsos mestres ou falsos profetas.
(RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 3.2.2. Calebe não participou de
qualquer rebelião
2010b, p. 414).
Quando Corá, Datã e Abirão levanta-
ram-se contra Moisés (Nm 16), Calebe não
se aliou a eles, pois possuía discernimento
espiritual. Ele sabia que Moisés era um homem íntegro e um
líder levantado por Deus para guiá-los.

3.3. Calebe confiava nas promessas do Senhor


Agora veja! Faz quarenta e cinco anos que o Senhor Deus
disse essas coisas a Moisés. Isso foi no tempo em que o povo
de Israel atravessava o deserto; e o Senhor me tem conservado
com vida até hoje. Olhe para mim! Estou com oitenta e cinco
anos (Js 14.10).
Calebe confiava nas promessas de Deus; ele acreditava na
fidelidade e no poder do Senhor, que sempre cumpre o pro-
metido. O filho de Jefoné devia animar-se, pensando: Deus
não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que
se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e
não o confirmaria? (Nm 23.19).
3.4. Calebe proveu sustento para sua família
Calebe estava disposto a ir à guerra e a conquistar a terra
que o Senhor lhe prometera (Js 14.6-15). Ele recebeu Hebrom
por herança; expulsou daquela terra os três filhos de Anaque
(Sesai, Aimã, e Talmai); e desafiou os homens a lutarem por
Quiriate-Sefer; o vencedor poderia casar-se com sua filha,
Acsa (Js 15.14-17).
Otniel foi o vencedor e casou-se com Acsa. Posteriormen-
te, tornou-se juiz (Jz 3.7-11). Em Juízes 1.13-15, vemos que a
filha de Calebe pediu, como dote, fontes de água em acréscimo
à terra que lhe tinha sido dada (Js 15.18,19), visto que uma
propriedade sem fontes de água doce era praticamente inútil
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a. p.405).
O exemplo de fé deixado por Calebe foi mais precioso para
a sua família do que as terras que tomou para os seus des-
cendentes! Ele proveu para a geração seguinte não apenas o
sustento material, mas, acima de tudo, o espiritual.

94 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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CONCLUSÃO
Não importa a nossa idade para sonhar. Calebe experimen-
tou isto; aos 85 anos, ele sonhou e tomou posse de sua heran-
ça. Este israelita lutou para conquistar as suas terras e acabou
concretizando o que, talvez, muitos julgassem impossível.
Lute para concretizar os seus sonhos, apresentando-os dia-
riamente a Deus, crendo que Ele lhe concederá vida e saúde
para conquistar os seus ideais e ver cumpridas todas as promes-
sas que Ele lhe fez, pois fiel é o que prometeu e poderoso para
fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedi-
mos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera (Ef 3.20).
Faça como Calebe: tenha coragem, empatia, prudência,
paciência e tenacidade. É melhor esperar o tempo de Deus
para agir em conformidade com suas orientações e obter a
tão esperada vitória!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Calebe era ousado e determinado. Mesmo idoso, depois de
participar de várias batalhas pela conquista de Canaã, di-
rigiu-se a Josué para reivindicar a promessa de Deus para
a sua vida (Js 14.6-15). A que realidade espiritual este fato
no remete?
R.: Isso nos mostra que as promessas do Senhor jamais devem
ser esquecidas, que devemos perseverar em seguir ao Se-
nhor, em obedecer-lhe, pois Ele mesmo se encarregará de
fortalecer-nos e dar-nos estratégias para conquistarmos o
que Ele nos prometeu, para a glória do Seu nome. Também
nos leva a perceber que uma pessoa não deixa de ser vito-
riosa quando envelhece, mas, quando perde seus sonhos, a
sua visão.
2. Com Calebe, é possível aprender que a promessa de Deus
tem, pelo menos, duas dimensões: a geral e a pessoal. Co-
mente esta afirmativa.
R.: A dimensão geral diz respeito a um grupo, a uma família,
a uma nação. Deus fez promessas para todo o Israel (Êx
3.7,8), mas também fez promessas pessoais para Calebe
(Nm 14.24).
3. Um homem idoso conseguiu invadir Hebrom, expulsar
os gigantes e tomar a terra deles. Em sua opinião, qual
foi o segredo desse homem? Como ele pôde manter-se
forte, renovado, preparado para conquistar o que Deus
lhe prometera?
R.: Calebe manteve-se firme em crer em Deus e em obede-
cer-lhe. Este foi o grande segredo desse homem. O filho
de Jefoné não se deixou abater pelo tempo decorrido, pela
quantidade de lutas em que combatera ou de derrotas que
sofrera, ele creu em Deus, manteve sua fé nele, seguindo-o
fielmente.

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Lição 12

Profetize a Vida
Aula dada em
DIA MÊS ANO

TEXTO BÍBLICO BÁSICO


Ezequiel 37.1-10
1 - Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espí-
rito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos,
2 - e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre
a face do vale e estavam sequíssimos.
3 - E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse:
Senhor JEOVÁ, tu o sabes.
4 - Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos,
ouvi a palavra do SENHOR.
5 - Assim diz o Senhor JEOVÁ a estes ossos: Eis que farei entrar em vós
o espírito, e vivereis.
6 - E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós
estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que
eu sou o SENHOR.
7 - Então, profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto
eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se juntaram,
cada osso ao seu osso.
8 - E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e es-
tendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito.
9 - E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e
dize ao espírito: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vem dos quatro ventos, ó
espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
10 - E profetizei como ele me deu ordem; então, o espírito entrou neles, e
viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
Deus não é homem, para O ESTUDO DIÁRIO
que minta; nem filho 2ª feira – 2 Reis 24.1-14
de homem, para que se Ezequiel é levado para a Babilônia
arrependa; porventura, 3ª feira – Ezequiel 34
diria ele e não o faria? Profecia contra os pastores de Israel
Ou falaria e não o 4ª feira – Isaías 55.1-8
confirmaria? Os meus pensamentos não são os vossos
5ª feira – Romanos 11.33-36
Números 23.19 Quem compreendeu o intento do Senhor?
6ª feira – Habacuque 2.1-4
O justo, pela sua fé, viverá
Sábado – Apocalipse 3.1-6
Tens nome de que vives e estás morto

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
conhecer as principais características biográficas do pro-
feta que recebeu a difícil missão de proclamar a mensagem
de Deus aos exilados na Babilônia;
entender que nem sempre Deus nos leva a conhecer belos
lugares; algumas vezes, Ele conduz-nos aos desertos e vales
com o objetivo de revelar-nos os mistérios da Sua graça;
saber que o Senhor não deixa Suas obras inacabadas, mas
completa-as e aperfeiçoa-as totalmente.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Nesta lição, verificaremos a maneira como o profeta Eze-
quiel foi levado pelo Senhor ao vale de ossos secos e como,
nesse lugar tenebroso, ele foi usado com grande poder e auto-
ridade para repreender a morte e profetizar vida. Por meio de
alegorias, Deus transmitiu uma bela mensagem profética de
restauração para Israel.
Deus, muitas vezes, leva-nos ao vale de ossos secos para
nos mostrar a realidade de nossos problemas; para fazer-nos
refletir sobre a nossa situação espiritual; para ensinar-nos a
agir sob a Sua autoridade; para andarmos no limite estabe-
lecido por Ele e para ensinar-nos que as Suas obras não são
incompletas.
Sugerimos que seja apresentado aos alunos um esboço ge-
ral das principais partes do Livro de Ezequiel:
chamado e missão de Ezequiel (Ez 1.1—3.27);
revelações de julgamento contra Judá (Ez 4.1—24.27);
revelações contra as nações (Ez 25.1—32.32);
revelações de restauração (Ez 33.1—48.35).
Boa aula!

Ensinos para uma vida abençoada 97

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Ezequiel estava entre as dez mil pessoas de Judá que fo-
ram exiladas na Babilônia em 597 a.C. pelo exército de Nabu-
codonosor (2 Rs 24.14). Deus o chamou para ser profeta no
quinto ano do seu cativeiro (593 a.C.).
De 593 a 587 a.C., Ezequiel profetizou o julgamento de
Deus sobre Judá e o exílio vindouro da nação. Entretanto, após
a destruição de Jerusalém (587 a.C.), ele começou a anunciar
ao povo o plano de Deus de levá-lo de volta à sua terra natal.
Ezequiel tinha a difícil tarefa de proclamar a mensagem de
Deus aos exilados nas ruas tumultuadas e hostis da Babilônia.
Embora essas pessoas estivessem a milhares de quilômetros
de distância da Terra Prometida e do templo, Deus não as dei-
xaria sem informações. Ele enviou Seu profeta para advertir,
exortar e consolar o povo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Cen-
tral Gospel, 2010a, p.1209).

1. EZEQUIEL, UMA BIOGRAFIA RESUMIDA


O Livro de Ezequiel revela que o profeta era casado (Ez
24.15-18) e tinha uma residência (Ez 3.24; 8.1). No geral, ele
desfrutava de uma boa medida de liberdade no cativeiro. Os
babilônios não capturaram os judeus para torná-los escravos
em seu reino; em vez disso, desejavam dispersar a população
de Israel, principalmente os líderes e os membros da nobreza,
e estabelecer seus próprios cidadãos e outros estrangeiros na
terra dominada (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel,
2010a, p.1211).
A respeito de sua personalidade e habilidades, Ezequiel
parece ter sido bastante eloquente, inteligente, expressivo e
impactante. Ele era capaz de suportar grande oposição e con-
tinuar obedecendo às exigências que Deus lhe fazia.

1.1. Contexto histórico


Os judeus dos dias de Ezequiel sofriam com as consequên-
cias de um histórico de rebeldia contra Deus. Além disso, eles
haviam recebido notícias na Babilônia a respeito da queda e da
destruição de Jerusalém, que acontecera em 587 a.C. Portanto,
as circunstâncias imediatas que eles estavam vivenciado tra-
ziam pouca esperança de retorno à Cidade Santa; seus planos
se desvaneciam pelas descrições da devastação que ocorrera.
Como o castigo advindo do juízo de Deus parecia impossível
de ser revertido em bem, era muito mais fácil, para o povo,
afundar-se no pessimismo.
A queda de Jerusalém, em 587 a.C., é o contexto das reve-
lações de Ezequiel sobre a restauração de Israel (Ez 33—48).
Durante a fase posterior de seu ministério (587 a.C.), o profe-
ta preparou a nação espiritualmente para esperar sua restau-
ração e a reconstrução da cidade de Jerusalém.

98 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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1.2. Revelações do concerto
As revelações do concerto começa- O julgamento de Deus
ram com a imagem de Deus como o Bom sobreveio ao povo de Judá
Pastor que viria buscar e procurar Seu re-
porque este profanou Seu
banho (Ez 34).
santo nome por meio da
O povo de Deus estava espalhado
por causa dos pastores corruptos e infi-
idolatria. Porém, Deus agiria
éis de Israel (líderes políticos e religio- de forma a restaurar a
sos). E o profeta anunciou que o próprio santidade e a credibilidade
Deus viria ajuntar Suas ovelhas disper- do Seu santo nome.
sas. Ele as resgataria e traria para o Ezequiel anunciou que Deus
Seu bom pasto. O povo de Deus habita- deixaria Israel limpo de sua
ria em paz e segurança no Reino ideal impureza e lhe daria um
de Deus, repleto de bênçãos e prospe- novo coração e um novo
ridade (VARUGHESE, Central Gospel, espírito (Ez 36.22-32).
2006, p.225-230).

2. PROMESSAS DE RESTAURAÇÃO
Em Ezequiel 37.1-10, observamos que o Senhor falou ao
profeta por meio de figuras de linguagem, a fim de transmitir
a Israel uma mensagem profética de restauração.
O vale de ossos secos representa duas nações: Israel e Judá,
que, durante o exílio na Babilônia, haviam perdido a esperança
de regressar à sua terra.
Em meio à situação de tris-
teza, desesperança, sofrimen-
to e morte, o Senhor fez uma
grandiosa promessa de liber-
tação e de reavivamento espi-
ritual aos exilados.

2.1. Levado pelo Espírito


Em Ezequiel 37.1, o profeta
Ezequiel disse que o Senhor o
levara em espírito. Isto quer
dizer que ele estava na direção
de Deus.
O Senhor não o levou para
apreciar lugares aprazíveis,
mas levou-o a um lugar cujo
aspecto era de morte, a fim de
mostrar-lhe a situação espiritu-
al decaída do povo de Israel.
Aprendemos duas importan-
tes lições com este episódio:
Deus não trafega dentro da
nossa órbita (Is 55.8). Ele não
trabalha com base em nossa FONTE: VARUGHESE, Central Gospel, 2006, p.230.

Ensinos para uma vida abençoada 99

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lógica, em nosso raciocínio, nem se vale de cálculos aritméti-
cos para traçar os Seus desígnios. Nem sempre Ele nos leva a
conhecer belos lugares, mas, algumas vezes, Ele conduz-nos
aos desertos e vales com o objetivo de revelar-nos os mis-
térios de Sua graça, mostrar-nos o poder de Sua presença e
dar-nos grandes vitórias;
Deus não nos leva por caminhos de difícil acesso para ser-
mos tomados de assalto pelas dúvidas, pelas dificuldades
nem porque se alegra com os nossos sofrimentos. Ele tem
um propósito especial em nossa vida.

2.2. No meio do vale


Ezequiel foi levado para o meio de um vale cheio de ossos
(Ez 37.1). Em seguida, vemos que Deus fez com que o profeta
rodeasse esse mesmo vale (Ez 37.2). Quando Deus nos con-
duz a algum lugar tenebroso, Ele não esconde a realidade do
ambiente para o qual nos está levando e coloca-nos no meio
do vale porque, nessa localização, podemos ter uma visão
mais ampla de nossa realidade.

3. SOB A AUTORIDADE DE DEUS


Muitas vezes atravessamos situações que excedem o nos-
so entendimento. Há situações que estão fora do domínio do
homem, mas estão sob o controle de Deus. É inútil tentarmos
usar a lógica, a razão, a inteligência e a percepção humanas
para tentar compreender as profundezas da ciência de Deus
(Rm 11.33-36).
O Senhor é onisciente, onipresente e onipotente. Ele sabe
de todas as coisas, está em todos os lugares ao mesmo tem-
po, e nenhum problema para Ele é impos-
sível de ser solucionado.
Os ossos que estavam Deus fez uma pergunta a Ezequiel,
secos e espalhados não que se encontrava em um lugar de mor-
ofereciam possibilidade te: Será que os ossos neste vale podem
de voltar à existência. No reviver? Ezequiel respondeu: Senhor, tu
entanto, Deus mostrou o sabes (Ez 37.3).
a Ezequiel Seu poder de O profeta baseava sua fé completa-
produzir vida em meio mente no Deus vivo. Normalmente qual-
à morte e à destruição. quer pessoa diria não à pergunta que
Deus havia feito. No entanto, Ezequiel não
Essa visão daria a Israel
limitava a ação do Senhor; ele sabia que
esperança e confiança na
o Todo-poderoso poderia dar vida àqueles
sua restauração com o fim
ossos (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Cen-
do exílio e no ressurgimento tral Gospel, 2010a, p.1259).
de sua condição como O Senhor, então, disse ao profeta:
nação (VARUGHESE, Central Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes:
Gospel, 2006, p. 231). Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR
(Ez 37.4).

100 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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3.1. Falando em nome do Senhor
Todos os verbos em Ezequiel 37.5,6 estão flexionados na
primeira pessoa do futuro do presente: farei entrar; porei ner-
vos; farei crescer carne; estenderei pele e porei em vós o espí-
rito. Depois de falar estas palavras, Deus disse: E vocês sabe-
rão que eu sou o Senhor.
O profeta Ezequiel poderia ter falado aos ossos secos: o
Senhor deu-me autoridade para profetizar vida a vocês. Obe-
deçam à minha palavra porque estou debaixo da autoridade
de Deus. Mas, em nenhum momento, o profeta tomou para si
aquilo que só ao Eterno pertence: a honra, a glória, o poder, a
força, a soberania e a excelência.
Ezequiel ensina-nos, com este episódio, que não devemos
deixar-nos levar pela vaidade de achar que somos usados pelo
Senhor porque somos merecedores de Sua graça.
3.2. Andando no limite
Ezequiel disse: Então profetizei como se me deu ordem (Ez
37.7), ou seja, ele fez exatamente aquilo que Deus ordenara.
Aqui, descobrimos o segredo que conduziu o profeta à vitória:
andar no limite traçado pelo Altíssimo.
O Senhor ama a quem obedece à Sua Palavra. Ele traça
um limite diferente para cada um de nós. Portanto, devemos
entender Sua vontade para a nossa vida e procurar andar den-
tro desse limite. Devemos fazer exatamente aquilo que Ele nos
mandou e irmos aonde Ele nos enviar, mesmo que sejamos
odiados e menosprezados, por não concordarmos com as ideo-
logias de uma sociedade corrompida pelo pecado.

4. UNIDOS E ORGANIZADOS
Após Ezequiel profetizar vida sobre os ossos secos, acon-
teceu um grande milagre: e houve um ruído, enquanto eu
profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se junta-
ram, cada osso ao seu osso (Ez 37.7). O profeta apenas falou
sob a autoridade do Senhor, usando o Seu santo nome, e o
milagre aconteceu.
Os ossos secos espalhados no vale diante de Ezequiel simbo-
lizavam um povo arruinado; referiam-se a uma estrutura, a uma
ideia ou a um contexto de algo que estava separado, sem espe-
rança e sem um futuro — especificamente, toda a casa de Israel.
Instruído por Deus para profetizar, Ezequiel viu os ossos se jun-
tarem e levantarem-se como um exército (BÍBLIA DE ESTUDO
DESPERTAMENTO ESPIRITUAL, Central Gospel, 2012, p.1170).
Deus trabalha a nosso favor e faz grandes mudanças quando
nos dispomos a cumprir a missão para a qual fomos designados.

4.1. A obra de Deus é completa


Após os ossos terem-se unido uns aos outros e terem rece-
bido nervos, carne e pele, o profeta verificou que não havia
neles espírito (Ez 37.8). O milagre precisava ser completa-

Ensinos para uma vida abençoada 101

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do, pois, no vale, não havia mais ossos
secos, mas corpos sem vida — e aquela
O avivamento só deixa
era uma ilustração profética do renasci-
de ser uma esperança
mento de Israel.
distante quando os ventos Este versículo nos remete aos cris-
do Espírito de Deus tãos que, depois de terem recebido Je-
sopram sobre as almas sus como o seu único e suficiente salva-
enfraquecidas e sem dor, não atentam para a necessidade de
esperança (Hc 2.2,3). A progredirem espiritualmente (Hb 6.1).
colaboração profética e Precisamos, portanto, crer que o Senhor
a obediência de Ezequiel completa as obras que começou a fazer.
ao mandamento de Deus
deram início ao avivamento 5. SOPRANDO VIDA SOBRE
dos exilados (BÍBLIA DE
OS MORTOS
ESTUDO DESPERTAMENTO
ESPIRITUAL, Central Gospel, Deus revestiu o profeta Ezequiel de
2012, p.1170). autoridade para clamar pelo Espírito
de vida e pedir para Ele soprar sobre
os mortos (Ez 37.9). O Senhor, em ou-
tras palavras, disse: A palavra está com
você, meu servo! O Altíssimo fez uma grande obra por meio
de Ezequiel, mudando completamente o aspecto do ambiente
e transformando o vale de ossos secos em um poderoso exér-
cito (Ez 37.10).
Este versículo faz-nos refletir sobre os cristãos que se limi-
tam a profetizar para os vivos, esquecendo-se dos que estão
espiritualmente mortos; no entanto, Deus quer que profetize-
mos também para os que estão no vale.
Que vale de ossos secos o mundo parece ser para o homem
cujos olhos se abriram para a verdade dos fatos? Em verda-
de, ele é um grande cemitério repleto de homens, mulheres e
crianças mortos em delitos e pecados.
O Senhor nos envia ao vale escuro para
ressuscitar dentre os mortos essas criatu-
Os ossos no vale ras assoladas pela perdição. Essa é a nos-
(Ez 37.1,2) provavelmente sa missão. Portanto, precisamos ir e pro-
fetizar para elas. E, assim, um osso irá a
davam a impressão de
outro, e haverá um grande barulho, e um
uma terrível derrota grande exército se levantará para viver,
militar da qual não houve lutar e morrer pelo Deus vivo (BÍBLIA DE
sobreviventes, sequer, ESTUDO DESPERTAMENTO ESPIRITUAL,
para enterrar os mortos. Central Gospel, 2012, p.1171).
Entretanto, por intermédio
do profeta, o exército 5.1. Os “vivos-mortos”: uma
analogia neotestamentária
pôs-se de pé (Ez 37.10)
(RADMACHER; ALLEN; Muitos cristãos, quando se encon-
tram em um vale de ossos secos, aco-
HOUSE, Central Gospel, modam-se com a situação e acabam se
2010a, p.1259). tornando matéria orgânica estéril. Em
vez de fazerem com que os ossos secos

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recebam vida, estes crentes acabam se acostumando com o
aspecto de morte e seguem o mesmo exemplo da igreja de
Sardes: têm o nome de que vivem, mas permanecem mortos
em seus pecados (Ap 3.1), tornam-se crentes vivos-mortos.

CONCLUSÃO
Com Ezequiel aprendemos que o segredo para alcançarmos
a vitória e sermos cheios de felicidade consiste em obedecer-
mos à Palavra de Deus, reconhecermos os limites que Ele tra-
çou para nós e permanecermos no lugar onde Ele nos colocou.
Assim, se você tem permanecido dentro do limite estabe-
lecido pelo Altíssimo, prepare-se porque os ossos secos ha-
verão de transformar-se em um grande e poderoso exército.
Permaneça na direção de Deus, no lugar onde Ele o colo-
cou, faça aquilo que o Senhor lhe mandar, mantenha-se de-
baixo da autoridade dele, reconheça Sua soberania, e você
será grandemente usado por Ele.
Deus o Abençoe!

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. De acordo com a lição de hoje, o que conduziu Ezequiel à
vitória (Ez 37.7)?
R.: O que levou o profeta à vitória foi sua obediência à Palavra
de Deus; o fato de ele reconhecer os limites traçados pelo
Altíssimo e permanecer no lugar onde o Senhor o colocara.

2. Para que a nossa bênção seja completada, o dono da vida


precisa ocupar o centro de nosso coração, de nosso pensa-
mento e emoções. Comente esta afirmativa:
R.: Precisamos ser dirigidos pelo Senhor, deixar que Ele sopre
em nós o Seu Espírito Santo, dando-nos o fôlego de vida, a
alegria, a satisfação, a disposição de lutar e de vencer os
desafios. Deus deseja que profetizemos vida e sejamos um
instrumento vivo usado por Ele para abençoar a muitos.

3. Você já verificou que área em sua vida precisa receber


vida? Alguma vez você já pensou em mudar a sua situa-
ção? Compartilhe sua resposta com seus colegas de classe
e com o professor.
R.: Professor, aproveite a oportunidade para promover a inte-
ração da turma. No vale de ossos secos, o Senhor Soberano
diz: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis (Ez 37.5).
Assim, durante a história humana e o crescimento da Igreja,
há surtos e ondas de avivamento que levam os homens a
reconhecer que Deus está agindo no sentido de soprar uma
nova vida na Igreja, que precisa ser revigorada.

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Lição 13

Aula dada em
DIA MÊS ANO
Vitórias Alcançadas
na Cruz
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Colossenses 2.6-15
6- Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também an-
dai nele,
7- arraigados e edificados nele e confirmados na fé, assim como fostes
ensinados, crescendo em ação de graças.
8- Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo
os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;
9- porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.
10 - E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade;
11 - no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita
por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo.
12 - Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé
no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13 - E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da
vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas
as ofensas,
14 - havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a
qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós,
cravando-a na cruz.
15 - E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente
e deles triunfou em si mesmo.

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TEXTO ÁUREO
SUBSÍDIOS PARA
E sujeitou todas as coisas O ESTUDO DIÁRIO
a seus pés e, sobre todas 2ª feira – 2 Coríntios 4.1-18
as coisas, o constituiu Os sofrimentos são passageiros
como cabeça da igreja. 3ª feira – Romanos 8.28-39
Efésios 1.22 Somos mais do que vencedores
4ª feira – 2 Coríntios 5.11-21
Ele morreu para dar vida
5ª feira – 1 Tessalonicenses 4.13-18
O mesmo Senhor descerá do céu
6ª feira – João 14.1-7
Cristo nos preparou um lugar
Sábado – Apocalipse 21.1-7
A eternidade com o Pai

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
compreender que viver é entrar constantemente em ba-
talhas. Por isso, enfrentamos lutas nas áreas pessoal, fami-
liar, profissional e espiritual;
conhecer quatro vitórias incomuns proporcionadas aos fi-
lhos de Deus exclusivamente por intermédio de Cristo;
permanecer motivado para servir a Jesus, cada vez mais,
até que Ele volte.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Muitas pessoas buscam em Deus a solução para todos os seus
problemas; e até repetem o conhecido ditado: Não diga a Deus o
tamanho do seu problema, diga ao problema o tamanho do seu
Deus. Porém, ainda que tenham grande fé, muitos cristãos expe-
rimentam diversas derrotas na caminhada. O que fazer?
Quando estudamos o contexto de 1 Coríntios 15.57, toma-
mos conhecimento de quatro vitórias especiais conquistadas
por Jesus Cristo em nosso favor: sobre as limitações da maté-
ria; sobre a morte; sobre o inferno e sobre o pecado. Portanto,
o cristão maduro não entra em depressão quando encara os
reveses da vida, pois compreende que já foi abençoado com
vitórias incomuns. E este é o objeto de estudo desta lição.
Assim, incentive os alunos a deixarem de lamentar-se pelas
pequenas dificuldades da vida. Lembre-os de que, enquanto
estivermos vivendo neste mundo, sempre teremos do que nos
queixar. Contudo, quando adotarmos a perspectiva da eterni-
dade, perceberemos que recebemos recursos suficientes para
sermos mais do que vencedores em Cristo Jesus (Rm 8.37).
Boa aula!

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COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Apesar de as pessoas obterem êxito em várias áreas da
vida, isso não acontece, necessariamente, pela ação direta
de Deus, mas, sim, porque o Senhor dotou o homem de inteli-
gência, capacidade, talentos e aptidões (Ec 9.2). Entretanto,
existem quatro vitórias incomuns que não dependem de nível
intelectual, de etnia ou de nacionalidade, uma vez que elas
só podem ser alcançadas por intermédio de nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo.
Nesta lição, trataremos destas quatro conquistas sobrena-
turais proporcionadas aos filhos de Deus exclusivamente por
intermédio de Cristo, as quais podem ser extraídas do contex-
to de 1 Coríntios 15.57 — na verdade, o versículo 57 encerra
uma ideia iniciada no versículo 51.

1. A VITÓRIA SOBRE AS LIMITAÇÕES


DA MATÉRIA
A primeira das vitórias incomuns a serem analisadas en-
contra-se em 1 Coríntios 15.53: a vitória sobre as limitações
da matéria.
A natureza carnal é caracterizada, dentre outras coisas,
por sentimentos negativos que se manifestam, por exemplo,
na impaciência, na baixa autoestima, no descontrole emocio-
nal e no desânimo. Tal condição faz de nós seres limitados. E,
por ser assim, não conseguimos ver a grandiosidade do que
Deus tem reservado para Seus filhos (Ef 3.20,21).

1.1. Reconhecendo as limitações


É muito bom quando o homem percebe e aceita sua limita-
ção e a expõe diante de Deus. Neste caso, o Senhor opera na
vida de Seus filhos com maior liberdade (Hb 3.7,8).
O coração endurecido e soberbo arruína a vida de qualquer
pessoa (Pv 28.14), mas o coração humilde agrada o Senhor
(Tg 4.6b). Assim, precisamos reconhecer que todo homem,
por mais inteligente ou rico que seja, está limitado ao tempo,
ao espaço e às circunstâncias. Todos nós estamos sujeitos às
mesmas restrições naturais.

1.2. A brevidade do tempo


Algumas pessoas poderão até ter uma vida longa, mas, um
dia, morrerão. A vida na terra resume-se a um determinado
período de tempo. Quando o ser humano nasce, já existem cé-
lulas iniciando o processo degenerativo. Isso acontece porque
estamos limitados ao tempo. Então, não adianta correr contra
o relógio, pois ele é implacável (Sl 103.15,16).
A qualidade de vida de quem conseguiu completar cem
anos nem sempre é das melhores. Contudo, será maravilho-

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so se você conseguir chegar até lá. En-
tretanto, precisamos ter a consciência
Do texto de Lucas 24.36,
de que, mesmo vivendo muito, um dia
morreremos (Sl 90.9,10). inferimos que Jesus entrou
em uma casa que estava
1.3. O corpo glorificado com as janelas e a porta
Vimos que todo homem está limita- trancadas. Note na narrativa
do ao tempo, ao espaço e às circuns-
de João 20.19, a mesma de
tâncias. Mas as Escrituras declaram
que teremos o corpo glorificado igual
Lucas 24.36, que as pessoas
a Jesus quando ressuscitou (1 Jo 3.2). pensaram que Jesus era um
Portanto, esse corpo não estará mais fantasma. Isso aconteceu
limitado à matéria nem às leis da física. porque Ele apareceu em um
Dois discípulos estavam no caminho corpo glorificado, ou seja,
para Emaús quando, de repente, Jesus,
que não estava sujeito
ressurreto, apareceu e começou a con-
versar com eles (Lc 24.13-31). Ambos às leis da física.
os homens só o reconheceram ao sen-
tar-se com Ele para cear. Logo depois,
Cristo desapareceu de diante deles em
uma velocidade tão espantosa que não
puderam perceber. O Filho de Deus es-
Um dia, o corpo do
tava com o corpo glorificado. salvo por Cristo será
Além disso, em Lucas 24.51, está es- transformado em corpo
crito que Jesus foi elevado ao céu, que- glorificado; um dia o corpo
brando a lei da gravidade — a qual esta- mortal, que sofre e fica
belece que todos os corpos são atraídos
para a Terra. Em Sua ascensão, Jesus
doente, que é limitado, será
ocultou-se aos olhos dos discípulos semelhante ao de Jesus.
(At 1.9). Esta é a maior expectativa
do salvo.
2. A VITÓRIA SOBRE A MORTE
A segunda vitória incomum, a vitó-
ria sobre a morte, a qual não depende de capacidade ou de ri-
quezas e que só Jesus pode dar, está descrita em 1 Co 15.54c:
Tragada foi a morte na vitória. A principal limitação humana
é a morte, mas ela também será despojada de seu trono.
2.1. Jesus venceu a morte
Todos os homens são pecadores e, por isso, estão sujeitos
à morte física e espiritual (Rm 5.12). Enquanto a morte física
separa a alma do corpo, o qual retorna à terra, a morte espiri-
tual afasta o homem de Deus. E o pecado é o causador dessa
separação. Tanto a morte física quanto a morte espiritual cons-
tituem-se na grande tragédia da humanidade (Is 59.2; Lm 3.39).
A morte eterna, que é o estágio final da morte espiritual,
já pereceu antecipadamente para quem vive para Deus (Jo
5.24). Por isso, Jesus foi levantado na cruz e crucificado: para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna (João 3.15).

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2.2. A morte será aniquilada
Apesar de Jesus ter vencido a morte, ela continua operan-
do no mundo. Isso acontece porque a morte foi vencida, mas
ainda não foi totalmente aniquilada (1 Co 15.26).
Em Apocalipse 20.14, livro que contém as revelações so-
bre o fim dos tempos, João descreveu sua visão: a morte e
o inferno foram lançados no lago de fogo. A morte e o infer-
no referem-se não apenas à morte, mas também à existência
além-túmulo (Ap 1.18; 6.8).
Enquanto a humanidade infiel será julgada segundo as
suas obras, a morte e o inferno, inimigos finais do Senhor (1
Co 15.26), também serão destruídos, sendo lançados no lago
de fogo. A segunda morte é espiritual e eterna, a justa punição
daquele que é mau. A primeira morte é a física. Ambas estão
incluídas no significado geral da morte que se abateu sobre a
raça humana por causa do pecado de Adão e Eva (Gn 2.16,17;
3.1-19; Rm 5.12) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gos-
pel, 2010b, p. 796).

2.3. A morte aos seus pés


Sabemos que não escaparemos da morte física, a menos
que Cristo volte antes que ela ocorra (1 Ts 4.17). Felizmente,
há uma certeza para nós: a morte será perfeitamente aniqui-
lada (1 Co 15.26). Quando se dará isso? Na ressurreição dos
mortos em Cristo, por ocasião da volta do Senhor Jesus (1 Co
15.50-55; 1 Ts 4.16,17; Ap 1.5; Jo 11.1-45; 1 Co 15.13,14).

3. A VITÓRIA SOBRE O INFERNO


Até aqui, verificamos que já recebemos, por intermédio de
Jesus Cristo, duas vitórias extraordinárias: sobre as limita-
ções da matéria e sobre a morte.
O Todo-poderoso também triunfou
sobre o inferno: Onde está, ó inferno, a
Em Mateus 25.41, lemos
tua vitória? (1 Co 15.55b). Vejamos.
que o inferno foi preparado
para o diabo e seus anjos. 3.1. A realidade do inferno
Contudo, não apenas
Inferno é o lugar onde a ira de Deus
Satanás irá para esse lugar;
recai sobre a desobediência e o pecado.
o Salmo 9.17 diz que os No Evangelho de Mateus, constatamos
ímpios serão lançados no que Jesus falou mais sobre o inferno do
inferno e todas as nações que sobre o céu (Mt 5.22; 10.28; 11.23;
que se esquecem de Deus. 16.18; 18.9; 23.15; 25.30,41). Se Ele fa-
Quem não crê que Jesus é lou mais sobre o inferno do que sobre o
o salvador será lançado céu, foi porque quis alertar-nos.
no lago de fogo
(Ap 20.15; Jo 3.18,36). 3.2. Resultado do pecado
Nenhum ser humano tem o poder de
enviar alguém para o céu ou para o in-

108 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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ferno. Há duas listas na Bíblia que informam quem será lan-
çado em tal lugar.
A primeira lista encontra-se em Apocalipse 21.8; a segun-
da, em 1 Coríntios 6.9,10.
Em Apocalipse 21.8 são descritas as características dos que
não estão em Cristo por meio da fé — os incrédulos. Esses
descrentes estão destinados ao lago de fogo, que é a mor-
te eterna depois do juízo final de Deus (Ap 20.12-14). Todos
cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (v.15) serão
julgados de acordo com as suas obras (v.12) e serão provados
como merecedores da morte eterna (Rm 6.23). Em 1 Coríntios
6.9,10, Paulo trata praticamente do mesmo assunto (RADMA-
CHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b, p. 798)

3.3. Características do inferno


A alma é a parte do nosso ser responsável pelos sentimentos,
pela inteligência, pela vontade, pela percepção. As dores pro-
duzidas no corpo são sentidas pela alma. Quem for lançado no
inferno saberá que está lá, terá plena consciência de tudo (Mt
10.28). Vejamos alguns registros bíblicos a respeito do inferno:
é um lugar de pranto e ranger de
dentes, ou seja, de sofrimento inima-
ginável (Mt 25.30);
O inferno é um lugar de
é um lugar de tormento eterno, com
uma dor que nunca vai parar (Ap sofrimento em solidão,
20.10); porque é composto por
é um lugar de densas trevas (2 Pe densas trevas. Ninguém
2.17). Isso significa que quem for lan- verá o outro, o que é
çado lá ouvirá os gritos de desespero, uma coisa terrível para
mas não verá ninguém (Mt 13.41,42); o ser humano, pois não
é um lugar de sofrimento em solidão;
é um lugar terrível, pois foi preparado
fomos criados para
para o diabo e seus anjos (Mt 25.41); viver sós. Eternamente,
não devemos temer aqueles que ma- os condenados serão
tam o corpo, mas aquele que pode atormentados dia e noite.
lançar a alma e o corpo no inferno (Mt
10.28).

4. A VITÓRIA SOBRE O PECADO


A quarta e última vitória incomum é vista, percebida e sen-
tida hoje. Ela é a garantia de que suportaremos a limitação da
matéria, a morte e o inferno: o aguilhão da morte é o pecado
(1 Co 15.56a). Assim, a última vitória incomum é a vitória
sobre o pecado.

4.1. Todos somos pecadores


A desobediência à ordem de Deus no jardim do Éden re-
sultou na queda do homem (Gn 3). Ele, então, tornou-se um

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pecador, corrompendo a sua própria natureza (Gn 6.5; Rm
5.12,14,18,19; 1 Co 15.21,22; 1 Tm 6.5). Uma consequência
imediata da queda foi a separação entre o homem e Deus (Sl
5.4; Hc 1.13; Rm 8.7,8).
Deus é santo, portanto não pode tolerar o pecado. Neste
sentido, o pecado produziu um abismo entre o Deus santo e o
homem decaído. O apóstolo Paulo escreveu aos romanos: Por-
que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm
3.23). Estar destituído da glória de Deus é estar afastado dela.
Portanto, todos nós precisamos desespe-
radamente reconciliar-nos com o Senhor.
O pecado atua com uma
força muito poderosa. 4.2. Salvação só em Jesus
No entanto, pela infinita Um homem não pode perdoar a outro
homem visando à salvação. Então, não há
graça de Deus em Cristo,
nada que uma pessoa possa fazer para
o homem pode libertar-se perdoar os próprios pecados nem os peca-
de sua influência. Portanto, dos dos outros. Deus providenciou o único
é preciso crer no poder meio eficaz para a purificação total do ho-
salvador de Jesus. Essa fé mem (1 Jo 1.7; 3.5).
na obra do Filho do Homem Mas, o que Ele requer de nós? Vejamos:
proporciona ao pecador em primeiro lugar, arrependimento
(At 2.38);
a segurança de habitar em segundo lugar, confissão (Rm 10.
eternamente no céu com o 9,10);
Senhor (Hb 10.19,20). por fim, que abandonemos a prática
do pecado (Sl 32.1; Pv 28.13).
Devemos, então, crucificar sempre o
velho homem (Rm 6.6). Essa crucificação significa que a na-
tureza antiga, o homem não regenerado, morreu na cruz com
Jesus (1 Pe 2.24). Fomos ressuscitados com Ele (Rm 6.8) para
viver em novidade de vida (2 Co 5.17).

4.3. Fomos feitos para o céu


O conceito de céu está fora do alcance da nossa limitada
compreensão (1 Co 2.9). No céu, toda deficiência desapare-
cerá (Is 35.5,6). Lá, Deus viverá com o Seu povo e não have-
rá mais morte, lamento ou dor (Ap 21.3,4). Qualquer pessoa
pode herdar a vida eterna por intermédio de Jesus. O perdão
foi comprado por Cristo por um alto preço. Quando Ele veio
à terra, viveu de forma perfeita, morreu na cruz em nosso lu-
gar, levando sobre si nossos pecados, e ressuscitou (Rm 6.23;
1 Co 15.3,4).
Assim, só há uma maneira de obter a salvação e a vida
eterna que Jesus Cristo oferece. Devemos, individualmente,
confiar que a dívida paga por Cristo por meio da Sua morte na
cruz e da Sua ressurreição é o único meio de receber o perdão
dos nossos pecados, o restabelecimento de um relacionamen-
to com Deus e a vida eterna (Ef 2.8,9).

110 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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CONCLUSÃO
Paulo afirmou que a nossa cidade está nos céus, de onde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fp
3.20). Assim, a perspectiva de vida eterna capacita-nos a ter
esperança e fé em Deus para vencermos os problemas deste
mundo. Faz-nos entender que, na terra, todos somos peregri-
nos e forasteiros (1 Pe 2.11), pois o céu é o nosso verdadeiro
lar, onde Cristo está e de onde nós o esperamos ansiosamente
para nos unir definitivamente a Ele.
Todo cristão verdadeiro, cujo coração está firmado em Deus
e em Suas promessas, terá forças do alto para entrar na Ca-
naã celestial pelas portas e ver Jesus como Ele é (1 Jo 3.2; Ap
22.14). Contudo, aquele cujo coração ainda permanece acor-
rentado às riquezas e aos prazeres terrenos sucumbirá.
Portanto, aprofunde seu relacionamento com Deus. À medi-
da que crescemos em graça, desejamos viver para Ele ansiando
por Sua segunda vinda. Enquanto assistimos o Senhor prepa-
rando o cenário para os eventos do fim dos tempos, devemos
permanecer motivados a servi-lo, ainda mais, até que Ele volte
(Jo 14.1-3).

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Por que a morte continua operando no mundo?
R.: Isso acontece porque a morte foi vencida, mas ainda não
foi totalmente aniquilada (1 Co 15.26). Em Apocalipse 20.14,
livro que contém as revelações sobre o fim dos tempos, João
descreveu sua visão: a morte e o inferno foram lançados no
lago de fogo.

2. Em sua opinião, por que Cristo falou mais sobre o inferno


do que sobre o céu? Descreva algumas características do
inferno.
R.: Se Jesus falou mais sobre o inferno do que sobre o céu, foi por-
que quis alertar-nos. O inferno é um lugar de pranto e ranger
de dentes, ou seja, de sofrimento inimaginável. Apocalipse
20.10 diz ainda que é um lugar de tormento eterno, com uma
dor que nunca vai parar.

3. O que um homem pode fazer para ser salvo (Ef 2.8,9)?


R.: Um homem não pode perdoar a outro homem visando à sal-
vação. Então, não há nada que uma pessoa possa fazer para
perdoar os seus pecados. Deus providenciou o único meio
eficaz para a purificação total do ser humano: Jesus Cristo
(1 Jo 1.7; 3.5).

Ensinos para uma vida abençoada 111

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112 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 38

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