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índice

Capítulo 1 -
Definições e Características da Atividade 001
Introdução 002
Definições 003
Manipulação (RDC 33/2000) 003
Farmácia 003
Preparação Magistral (RDC 33/2000) 003
Preparação Oficinal (RDC 33/2000) 004
Preparação (RDC 33/2000) 004
Preparação Magistral Semi-acabada (RDC 33/2000) 004
Dispensação (RDC 33/2000) 004
Especialidade Farmacêutica (RDC 33/2000) 004
Droga (RDC 33/2000) 005
Matéria-prima (Portaria 344/98) 005
Medicamento (Portaria 344/98) 005
Entorpecente (Portaria 344/98) 005
Psicotrópico (Portaria 344/98) 005
Substância Proscrita (Portaria 344/98) 006
Precursores (Portaria 344/98) 006
Receita (Portaria 344/98) 006
Notificação de Receita (Portaria 344/98) 006
Livro de Receituário Geral (Portaria 344/98) 006
Livro de Registro Especifico (Portaria 344/98) 007
Licença de Funcionamento 007
Autorização Especial (Portaria 344/98) 007
Aditivação 007
Fracionamento (RDC 33/2000) 007
Bases Galênicas (RDC 33/2000) 008
Veículo / Excipiente 008
Cosmético (RDC 33/2000) 008
DCB (RDC 33/2000) 008
DCI (RDC 33/2000) 008
Controle da Qualidade (RDC 33/2000) 008
Desvio da Qualidade (RDC 33/2000) 009
Garantia da Qualidade (RDC 33/2000) 009
Lote ou Partida (RDC 33/2000) 009
Procedimento Operacional Padrão POP (RDC 33/2000) 009
BPMF (RDC 33/2000) 009
BPME (RDC 33/2000) 009
Calibração (RDC 33/2000) 010
Validação (RDC 33/2000) 010
Ordemde Manipulação (RDC 33/2000) 010
Número de Lote (RDC 33/2000) 010
Rastreamento (RDC 33/2000) 010
Quarentena (RDC 33/2000) 010
Qsp 011
qs 011
fsa 011
aa 011
Caracterização da Atividade Magistral 012
Beneficios proporcionados
pelo medicamento manipulado 014
Facilidade posológica 014
Possibilidade de escolha da forma farmacêutica 014
Possibilidade de resgate de medicamentos 014
Economia 014
Personalização da Terapêutica 014
União Multiprofissional em prol da saúde 015

Capítulo 2 -
Controle da Qualidade na Farmácia Magistral 016
Introdução 017
Qualidade da matéria-prima no setor magistral 019
Qualificação dos fornecedores 021
Controle da qualidade das matérias primas 022
Laboratório de Controle da qualidade 022
Instalações físicas 022
Equipamentos 022
Principais fontes bibliográficas de metodologia analitica 023
Recepção, Identificação e Amostragem
das matérias primas 024
Recepção das matérias primas 024
Identificação 024
Etiquetas 024
Amostragem 025
Características (identificação) das matérias primas 026
Caracterização organoléptica 027
Identificação físico-quimica 029
Obtenção do Teor dos fármacos 044
Conceitos de química analítica 044
Molaridade 044
Normalidade 045
Cálculo de equivalentes-grama 046
Padrões primários e Padrões secundários 047
Volumetria de neutralização 048
Preparo de fenolftaleina 048
Preparo de hidróxido de sódio 048
Aferição (ou padronização) de hidróxido de sódio 048
Doseamento de ácido glicótico 049
Doseamento de furosemida 049
Doseamento de alendronato de sódio 049
V o l u m e t r i a de Oxiredução 049
Preparação de ferroína 049
Preparação de sulfato cérico 049
Padronização de Sulfato Cérico 049
Preparação de difenilamina 050
Doseamento de acetato de vitamina E 050
Doseamento de nifedipina 050
Doseamento de hidroquinona 051
Preparação do iodato de Potássio 051
Amido 051
Doseamento de Captopril 051
Titulação Potenciométrica 051
Vantagens da titulação potenciométrica 052
Doseamento do cloridrato de ranitidina 052
Doseamento do Triac 052
Doseamento em meio não aquoso 052
Introdução 052
Natureza do solvente 053
Tipos de solventes 053
Preparo do cristal violeta 054
Preparo da naftolbezeína 054
Preparo da solução de ácido perclórico 0,1N em
ácido acético glacial 054
Padronização do ácido perclórico 0,1N 054
Preparação do acetato mercúrio 055
Doseamento do cloridrato de anfepramona 055
Doseamento do cloridrato de femproporex 055
Preparo de azul do Nilo Sl 055
Doseamento de Diazepam 055
A n i d r o v o l u m e t r i a + Potenciometria 055
Doseamento do Bromazepam 055
Doseamento do Aciclovir 056
Doseamento do Etiladrianol 056
Doseamento do diclofenaco sódico 056
E s p e c t r o f o t o m e t r i a na região do u l t r a v i o l e t a sensível . . . 056
Vantagens e Desvantagens da Espectrofotometria
na região do ultravioleta visível 057
Conceitos fundamentais em espectrofotometria 058
Lei de Lambert e Bier 059
Equipamentos utilizados em Espectrofotometria 060
Doseamento espectrofotométrico nas
regiões visíveis e ultravioleta 060
Controle da Qualidade de Produto Acabado no
Setor Magistral:
Formas Farmacêuticas Sólidas de Uso Oral 063
Métodos Físicos e Físico-químicos aplicáveis ao
controle da qualidade de Formas farmacêuticas sólidas . 065
Identificaçào 065
Cápsulas de Betametasona 065
Identificação de Carbamazepina (em cápsulas) 066
Identificação da Amitriptilina 066
Identificação da Digoxina 066
Variação de peso e Peso médio 067
Metodologia 067
Exemplos da importância do Peso Médio 069
Limites de variação e validação de processos 070
Uniformidade de doses unitárias 073
Parâmetros para uniformidade de teor no
caso de cápsulas, granulados, supositórios e óvulos 073
Formas Farmacêuticas de Maior Risco Terapêutico
e a Importância do Controle da Qualidade 074
Discutindo uniformidade de massa 076
Principais problemas que conduzem a não conformidades
em produto acabado de formas farmacêuticas sólidas:
Estudo de casos reais 078
Pesagem 078
Cálculo matemático dos componentes da fórmula 078
Unidades internacionais (Ul) 078
Homogeneização e Tamisação de Pós 079
Encapsulação 079
Outros Métodos Físicos Importantes 080
Dureza 080
Critérios de aceitação 080
Friabilidade 080
Critérios de aceitação 080
Desintegração 081
Equipamento de desintegração 081
Critérios de aceitação (Fbra IV) 081
Obtenção do Teor de Fármaco ativo em
Formas Farmacêuticas Sólidas 083
Volumetrias 083
Cápsulas de acetazolamida 083
Cápsulas de Difosfato de Cloroquina 083
Cápsulas de Fenitoína 083
Espectrometria no Ultravioleta 084
Doseamento de cápsulas de carbamazepina 084
Doseamento de cápsulas de amiodarona 084
Doseamento de digoxina 085
Doseamento de cápsulas de lovastatina 085
Doseamento de cápsulas de deflazacort 086

Capítulo 3 -
Principais Equipamentos 087
Balança Eletrônica 088
Operação 088
Pesagem Subtrativas 088
Comparando massas 089
Arredondamento interno da balança 089
Manutenção 089
Calibração 089
Checando a calibração 090
Executando a calibração 090
Aferição 090
Destiíador 091
Operação 091
Manutenção 091
Deionizador 092
Manutenção 092
pHmetro 093
Operação 093
Calibração do pHmetro ( Exemplo: Modelo Hl 8314) 093
Calibração do pHmetro ( Exemplo: Modelo Hl 9321) 094
Medida do potencial de oxi-redução 095
Manutenção 095
Observações 096
Placa encapsuladora 097
Componentes da placa 097
Operação 097
Manutenção e límpeza 097
Filtro purificador de água 098
Manutenção 098
Fluxo laminar horizontal 099
Descrição 099
Operação 100
Validação do fluxo laminar 100

Capitulo 4 -
Vidrarias e Porcelanas 101
Vidrarias e porcelanas de uso em laboratórios 102
Procedimento de limpeza 102
Procedimento de limpeza com utilização da estufa 102
Principais vidrarias utilizadas em laboratórios 103
Béquer 103
Frasco Erlenmeyer 103
Gral ou almofariz 104
Espátulas 104
Termômetros 104
Funis 105
Cálice 105
Provetas 105
Pipetas 106
Bastões ou Baguetas 106
Vidros relógio 106
Cápsula 107
Cadinhos 107
Balões 107
Buretas 108
Funil de decantação 108
Tubos de ensaio 108

Capitulo 5 -
Manipulação 109
Processos de Manipulação 110
Introdução 110
Questões a serem consideradas antes da
manipulação de uma prescrição 110
Processo de Manipulação - Laboratório de Sólidos -
Formas Farmacêuticas Sólidas de Interesse na
Farmácia Magistral: Pós, Granulados e Cápsulas 111
Introducão 111
Pós 112
Definição (USP - 23) 112
Vantagens 112
Desvantagens 113
Características 113
Classificação dos pós 113
Preparação 113
Redução do tamanho das particulas 113
Tamisação 114
Classificação dos tamises 114
Mistura (Homogeneização) 116
Misturas Eutéticas 116
Misturas Explosivas 118
Problemas especiais, Instabilidade e Incompatibilidades
de pós ou Misturas de pós 118
Pós eflorescentes 120
Substancias eflorescentes 120
Medidas Corretivas 121
Dicas para manipulação de pós 121
Formas farmacêuticas em Pó de uso oral de
interesse Magistral 122
Pós a granel ("Bulk powders") de uso interno 122
Exemplos de Formulações 123
Pós divididos (Papéis medicamentosos,
sachês e flaconetes) 124
Sugestões de excipientes para pós divididos 125
Exemplos de Formulações 125
Grânulos Efervescentes 126
Vantagens 126
Correção do paladar 126
Desvantagens 126
Procedimento de preparo de grânulos efervescentes .... 126
Exemplos de formulações 127
Envelopes com ascorbato de calcio efervescentes 127
Citrocarboanto 127
Pó Analgésico efervescente 128
Cápsulas 129
Definição (USP - 23; Ph Eur- 3rd) 129
Vantagens da Forma farmacêutica Cápsula 129
Desvantagens da forma farmacêutica cápsula 130
Composição do invólucro da cápsula 131
Conteúdo das cápsulas 131
Classificação (categoria de cápsulas) 132
Cápsulas duras (Púlvulas) 132
Cápsulas moles (softgel) 134
Cápsulas gastro-resistentes 135
Cápsula de liberação modificada 135
Revestimento entérico de cápsulas duras 135
Introdução 135
Situações em que se deve utilizar o revestimento
gastroresistente 136
Procedimento de revestimento entérico de cápsulas
gelationosas duras utilizando a máquina de
revestimento entérico 137
Procedimento de preparo do granulado
gastroresistente com o Eudragit L 100 ® 141
Alguns fármacos comercializados com
revestimento gastroresistente 142
Teste de Revestimento Entérico (USP 23/NF 18) 142
Cápsulas de Liberação Lenta (SIow release) 143
Introdução 143
Cápsulas de Liberação Prolongada 147
Definição 147
Vantagens da Formas Farmacêuticas de Liberação Prolongada. 147
Desvantagem 147
0 Mito da Liberação em 24h (Aspectos fisiológicos
envolvidos na absorção de fármacos) 148
Características ideais de um sistema de liberação prolongada . 148
Alguns fármacos que podem ser manipulados
em cápsulas de Liberação Lenta 148
Sistema de matriz hidrofílica para Liberação
Prolongada de Fármacos 149
Matrizes hidrofílicas em cápsulas 151
Alguns fármacos que podem ser manipulados em
cápsulas de Liberação Lenta 152
Procedimento para Manipulação de
Formulações em Cápsulas Duras 155
Pesagem 155
Materiais utilizados 156
Procedimento 156
Cálculo Manual para enchimento das Cápsulas 157
Cálculo do Tamanho da Cápsula 158
Método Volumétrico para enchimento das Cápsulas 160
Homogeneização / Tamização 161
Encapsulação de Pós 163
Encapsulação com máquina
encapsuladeira (para fórmulas individuais) 164
Encapsulação com Líquidos 165
Encapsulação de Massa semi-sólida 167
Encapsulação de cápsula com cápsula 169
Encapsulação de comprimidos 169
Limpeza e Polimento das Cápsulas 169
Incompatibilidades 170
Interação físico-química entre os ativos ou
entre os ativos e o excipiente 170
Interação físico-química entre os ativos e ou
excipientes com o invólucro de gelatina da cápsula 170
Aspectos físico-quimicos de interesse prático
no processo de preparação de Cápsulas 171
Cápsulas Amiláceas 171
Procedimento 171
Pastilhas, Gomas, Soluções e Suspensões Congeladas . 172
Definição 173
Tipos 173
Pastilhas duras 173
Pastilhas Soft (macias) 173
Pastilhas mastigáveis 173
Usos e aplicações 174
Uso tradicional 174
Excipientes para drogas de ação sistêmicas 174
Forma farmacêutica especialmente utilizada para paciente com
dificuldade de deglutição 174
Como excipientes de drogas que apresentam máximo benefício
quando em contato com o tecido local 174
Desvantagens 174
Pastilhas Duras e Pirulitos 175
Composição 175
Características 175
Preparação 175
Sugestões de Fórmulas Base 175
Cálculo da quantidade de sorbitol líquido a 70%
necessária para produzir uma determinada
quantidade de massa dura 178
Embalagem 179
Armazenamento e Conservação 179
Rotulagem 179
Controle da Qualidade 179
Estabilidade 180
Sugestões de Formulações 181
Relação de algumas formulações na forma de pirulitos
preparadas com base de Sorbitol 181
Pastilhas "macias" 182
Composição 182
Características 182
Desvantagens 183
Preparação 183
Sugestões de Bases 183
Incorporação de Ativos 184
Cátculo da Quantidade de base a ser utilizada em
uma formulação, levando em consideração o
peso dos ingredientes aditivados 185
Sugestões de Formulações 186
Sugestões de Formulações com Pastilhas macias 189
Incorporação dos Ativos 191
Embalagem 191
Armazenamento e Conservação 191
Rotulagem 191
Controle da Qualidade 191
Estabitidade 191
Sugestões de Formulações para Pastilhas 192

Pastilhas Mastigáveis 193


Composição 193
Características 193
Desvantagens 193
Preparação 193
Sugestões de Base 194
Aditivação 197
Embatagem 197
Armazenamento e Conservação 197
Rotulagem 197
Controle da Qualidade 198
Estabilidade 198
Sugestões de Formulações 198
Soluções e Suspensões Congeladas 201
Composição 201
Características e vantagens 201
Preparação 201
Sugestão de Base 201
Aditivação 202
Embalagem 202
Armazenamento e Conservação 203
Rotulagem 203
Controle da Qualidade 203
Estabilidade 203
Sugestões de Formulações 204
Goma de Mascar Medicamentosa 205
Vantagens 205
Algumas drogas que podem ser veiculadas na forma
de goma de mascar 205
Fórmula base 206
Embalagem 206
Armazenamento e Conservação 206
Rotulagem 206
Controle da Qualidade 206
Estabilidade 206

Considerações físico-quimicas sobre Pastilhas 207


Atenção Farmacêutica 207
Tabletes Moldados (Tabletes Triturados) 208
Definição 208
Vantagens 208
Desvantagens 208
Composição básica 208
Preparação 209
Calculo da porcentagem do tablete ocupado pelo ativo 209
Calculo da porcentagem do tablete ocupado pela base 209
Calculo do peso da base por tablete 209
Determinação do peso total do tablete 210
Calculo da quantidade de cada
ingrediente da formulação prescrita 210
Exemplo de calculo 210
Sugestões de base 211
Sugestão de base para tabletes moldados 211
Sugestão de base para tabletes moldados (com manitol) 212
Exemplo de formulações 213
Tabletes com estrogenios para terapia de reposição hormonal 213
Tabletes com progesterona micronizada 10Omg 213
Controle da Qualidade 213
Armazenamento e Rotulagem 214
Excipientes, adjuvantes Farmacotécnicos e Diluentes 215
Excipiente para Formas Farmacêuticas Sólidas 215
Lactose 215
Talco 216
Amido 216
Manitol 216
Celulose microcristalina 217
Croscarmelose Sódica (Ac-Di-Sol®) 217
Povidona 217
Crospovidona 217
Caulim 217
Aerosil (Adjuvante Farmacotécnico) 218
Estearato de Magnésio (Adjuvante Farmacotécnico) 218
CMC-Na - Carboximetilcelulose Sódica 218
Carbonato de cálcio 219
Lauril Sultato de sódio (Agente molhante) 219
Docusato sódico (Agente molhante) 219
Polisorbato 20, 60, 80 (Agente molhante) 220
Óleo vegetal hidrogenado (Òleo hidrogenado de
semente de algodão) Tipo I - Lubritab® 220
Bicarbonato de sódio 220
Acetoftalato de celulose (CAP) 220
Copolímero do Ácido Metacrilico
metacrilatode metila 1:1 (Eudragit ® L - 100) 221
Glicolato sódico de amido (Explotab ®) 221
Fosfato de Cálcio dibásico (CaHP042H20) 221
Óxido de magnésio (MgO) 222
Carbonato de Magnésio 222
Excipientes: conceito, influências e categorias 222
Categorias de excipientes 222
Excipientes que influenciam a biodispinibilidade
de fármaco em formas farmacêuticas sólidas 222
Sugestões de Excipientes Especiais para Cápsulas 223
Dilucap - Sugestão de excipiente padrão para cápsulas 223
Sugestão de Excipiente para Alprazolam 224
Sugestão de Excipiente para Meloxicam 224
Sugestão de Excipiente Especial para
Diclofenaco de Sódio e de Potássio 224
Sugestão de Excipiente para Pentoxifilina 224
Sugestão de Excipiente para Finasterida 224
Sugestão de Excipiente para Sertralina 224
Sugestão de Excipiente para Metildopa 225
Sugestão de Excipiente para Amlodipina Besilato 225
Sugestão de Excipiente para Enalapril 225
Sugestão de Excipiente para Inibidores da ECA
(exceto enalapril) 225
Sugestão de Excipiente para Venlafaxina 225
Sugestão de Excipiente para Dietilestilbestrol 226
Sugestão de Excipiente para Sais Alcaloidicos e
sais de Potássio 226
Sugestão de Excipiente para Lovastatina, Pravastatina
e Sinvastatina 226
Sugestão de Excipiente para Estrógenos Conjugados 226
Sugestão de Excipiente para Clorazepato de Potássio 226
Sugestão de Excipiente para Genfibrosila 226
Sugestão de Excipiente para Ctoridrato de Fluoxetina 227
Sugestão de Excipiente para Risperidona 227
Sugestão de Excipiente para Oxandrolona 227
Sugestão de Excipiente e Diluente para T3 e T4 227
Sugestão de Excipiente para Levoftoxacina 227
Sugestão de Excipiente para Tibolona 228
Sugestão de Excipiente para L-Camitina 228
Sugestão de Excipiente para cápsula (geral) 228
Sugestões de Excipientes Especiais para cápsulas 228
Excipientes que podem ser utüizados para
aumentar a estabilidade de Misturas Eutéticas 228
Efetivos 228
Menos efetivos 228
Relativamente inefetivos 228
Agentes Molhantes (surfactantes) utilizados em
cápsulas e comprimidos 229
Agentes Alcalinizantes 229
Agentes alcatinizantes mais empregados 229
Antioxidantes 230
Oxidação 230
Antioxidantes 230
Uso de Antioxidantes 231
Antioxidantes para Sistemas Aquosos 231
Antioxidantes para Sistemas Oleosos 232
Lubrificantes, Antiaderentes e Deslizantes 233
Diluições 233
Relação dos Fármacos que devem ser diluídos 233
Técnicas de Diluição 235
Diluições Especiais 237
Processo de Manipulação - Líquidos e Semi-sólidos .... 239
Noções Básicas de Farmacotécnica 239
Farmacotécnica (definição) 239
Bibliografia Básica 239
Composição de uma fórmula 240
Coadjuvantes técnicos 240
Agentes Acidificantes 240
Agentes Alcalinizantes 240
Adsorvente 240
Propelente (Aerosol) 240
Desincorporante de Ar 241
Conservante Anti-fúngico 241
Conservante Antimicrobiano 241
Antioxidante 241
Agente Tampão 241
Agente Quelante 241
Corantes 242
Agente Clarificante 242
Agente Emulsificante 242
Agente de Revestimento 242
Flavorizantes 242
Umectantes 242
Agente Levigante 243
Base para Pomada 243
Solvente 243
Agente de Consistência 243
Base para Supositórios 243
Surfactantes (agentes tensioativos) 243
Agentes suspensores 243
Agente edulcorante 244
Agente Antiaderente (lubrificante) 244
Agente Aglutinante 244
Agentes de Tonicidade (isotonizantes) 244
Veiculo 244
Agentes de Viscosidade 245
Diluentes de Cápsulas e Comprimidos 245
Agente ' Coating' 245
Excipiente para Compressão direta de comprimidos 245
Desintegrante de comprimidos 245
Agente Opacificante 246
Agente de polimento 246
Agentes de levigação 246
Antioxidantes 249
Antioxidantes para Sistemas Aquosos 249
Antioxidantes para Sistemas Oleosos 249
Sistemas Antioxidantes para algumas formulações 250
Agentes Quelantes 251
EDTA- Dissódico 251
Agentes Acidificantes, Alcalinizantes e Tampões 251
Agentes utilizados para ajustar o pH ou para tamponar 251
pH e Tampões 251
pH 251
Acerto do pH nas Formulações Magistrais 252
Tampões 252
Importância do ajuste do pH 254
Conservantes empregados em
Preparações Orais Líquidas 255
Principais Conservantes para produtos de Uso Externo .. 256
Corantes para Preparações de Uso Interno 257
Corantes naturais 257
Diluição de corantes 258
Solução base para Diluição de Corantes 258
Corantes e Pigmentos de Uso Externo 258
Conceito 258
Alguns corantes permitidos para uso externo 258
Pigmentos 259
Essências 259
Concentrações Tradicionais de Uso 259
Solventes mais utilizados em Farmacotécnica de
Preparações Orais 260
Água 260
Processos de Purificação da Água Potável 261
Álcool Etílico (etanol) 262
Glicerina 262
Propilenoglicol 263
Polietilenoglicol 400 (Carbowax 400®) 264
Éter Sulfúrico 265
Óleo Mineral (Vaselina líquida) 266
Óleos Vegetais 266
Dimetilsulfóxido (DMSO) 266
Acetona (2-propanona) 266
Manipulação de Formas Farmacêuticas
Liquidas e Semi-sólidas 267
Soluções (definição) 267
Soluções Orais 267
Características 267
Tipos de Soluções Orais 267
Vantagem das Soluções Orais 267
Desvantagens das soluções Orais 268
Considerações Físico-químicas sobre solubilidade 268
pH ótimo para solubilidade de fármacos 275
Dicas e técnicas para Solubilização de Fármacos 276
Procedimento Geral para o preparo de uma solução 277
Sugestões de Soluções Orais 278
Xaropes 279
Vantagens dos Xaropes 279
Desvantagens 279
Preparação 279
Aditivação de Princípios Ativos em Xaropes 280
Elixires 282
Vantagens dos Elixires 282
Desvantagens 282
Preparação de Elixires 282
Exemplo de Formulação de Elixir 283
Linctus 283
Misturas 284
Gotas Orais 284
Suspensões Orais 284
Vantagens das Suspensões Orais 284
Características de uma boa suspensão 285
Tamanho das partículas 285
Fluidez 286
Composição básica de uma suspensão 287
Fármaco sólido a ser disperso 287
Agente Suspensor 287
Agentes Floculantes 288
Agentes umectantes 288
Outros adjuvantes farmacotécnicos utilizados 288
Veiculos 288
Veículos utilizados em Suspensões 289
Sugestão de veículo suspensor oral - Suspendoral 290
Veículo Suspensor com Metilcelulose 1% 291
Veículo suspensor com Goma Xantana 291
Sugestão de Excipiente para Suspensão
Extemporânea de Antibióticos 292
Procedimento geral para o preparo de Suspensões 293
Descrição do Procedimento de preparo de
suspensões (método n°3) 293
Procedimento de preparo de suspensões utilizando o veículo
supensor pré-formulado (Suspendoral) 293
Sugestões de Suspensões 295
Suspensão de Carbamazepina 295
Suspensão de Nitrofurantoína 50mg/ 5ml 295
Suspensão de Tiabendazol 500mg/5ml 295
Suspensão de Omeprazol 20mg/5ml 296
Preparações Orais Oleosas (Soluções ou Suspensões) . 297
Vantagens das Preparações Orais Oleosas 297
Composição básica da Preparação Oral Oleosa 297
Formulação Base para preparações Orais Líquidas 297
Alguns fármacos que podem ser veiculados 298
Emulsões Orais 299
Vantagens das Emulsões Orais 299
Desvantagens 299
Características de uma emulsão 299
Composição básica de uma emulsão 300
Fase Aquosa 300
FaseOleosa 300
Agente emulsificante 300
Antioxidante 300
Conservantes 301
Flavorizantes e corantes 301
Agentes Emulsificantes 301
Escolha do agente emulsificante 302
Agentes emulsificantes de ocorrência natural 302
Emulsão de óleo mineral 302
Surfactantes 303
Surfactantes Aniônicos 303
Surfactantes Catiônicos 303
Surfactantes não-iônicos 303
Sólidos f i n a m e n t e divididos 304
Flavorizando uma Emulsão Oral 304
Preparo de Emulsões Orais 304
Métodos de preparo 304
Exemplos de Formulações 307
Emulsão com vitamina D (Calciferol) 307
Emulsão com óleo de Fígado de bacalhau 307
Suspensão oral preparada com agente tensioativo não-iônico.. 307
Aplicação de Flavorizantes e m Formas
Farmacêuticas Orais 309
Relação Química com os Quatro Paladares Primários . . . . 310
Sabores ácidos (azedos) 310
Sabores Salgados 310
Sabores amargos 310
Sabores adocicados (doces) 310
Critérios para Preparação de uma Forma
Farmacêutica Palatável 311
Metodologia de Flavorização 311
Técnicas de Flavorização 312
Combinação 312
Mascaramento 313
Física 313
Quimica 313
Fisiológica 313
Considerações importantes sobre os fatores que
afetam a percepção do sabor amargo 314
Interações entre sabores 314
Veiculo 315
Viscosidade 315
Temperatura 315
Irritantes químicos orais 315
Etanol 315
Modificadores do sabor 315
Status salivar 316
Idade 316
Flavorizantes 316
Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabores ... 316
Sugestões de flavorizantes por classes de drogas 317
Sugestões de flavorizantes para produtos veterinários ... 317
Monografias de alguns flavorizantes especiais e
corretivos de sabores 318
Óleode Anis 318
Óleo essencial de canela 318
Óleo essencial de cravo 318
Óleo essencial de menta 319
Óleo de eucalipto 319
Extrato fluido de alcaçuz 319
Glicirrizinato de amôneo (Magnasweet®) 319
Óleo de Limão 320
Òleo essencial de laranja 320
Salicilato de metila 320
Glutamato de monossódico 321
Mentol 321
Vanilina 321
Flavorizantes Especiais para Preparações Farmacêuticas
e Soluções para a correção de sabores em
Formas Farmacêuticas 322
Banana creme anidro(flavorizante composto banana/creme... 322
Chlorexidine (Flavorizante especial para preparações
contendo Clorexidina) 322
Chocolate anidro 322
Coffee anidro(Café) 323
Creme de Menthe anidro (Creme de menta-Flavorizane
composto para fármacos amargos) 323
Honey anidro (Mel) 323
Maple 323
Marshmallow 324
Raspberry anidro (Flavorizante de Framboesa anidro) 324
Óleo de tangerina 324
Peanut Butter anidro 325
Microrevestimento de Fármacos 326
Sugestões de Formulações 326
Edulcorantes (adoçantes) 328
Principais Edulcorantes empregados em
Formulações Líquidas 330
Fórmulas Edulcoradas e Flavorizadas 331
Xarope simples (1 litro) 331
Xarope de chocolate ou cacau (veiculo edulcorado)
- Remington 331
Xaropes flavorizados (480ml) 332
Xarope de acácia (1 OOOml) 332
Veículo para suspensões orais com fármacos amargos 333
Veiculo para suspensões orais com fármacos
extremamente amargos 333
Xarope de alcaçuz 334
Xarope de ácido cítrico ou xarope de limão (USP) 334
Solução edulcorante com frutose (1 OOml) 334
Xampus 336
Componentes básicos de um xampu 336
Água 336
Detergente (tensioativo) 336
Principais Tensoativos 336
Espessantes 336
Conservantes 338
Composição Aromática (essência) 338
Corretivo de pH 338
Agentes sequestrantes 338
Opacificantes 338
Aditivos 338
Aditivação de Princípios Ativos em
Xampus (xampus base) 339
Emulsões (Cremes e Loções Cremosas) 340
Aditivação de princípios ativos em emulsões 340
0/A - Óleo/Água 340
A/O - Água/Óleo 340
Componentes de Emulsões 340
Fase aquosa 340
Fase oleosa 340
Agentes Emulsificantes 340
Conservantes 341
Essências e/ou Corantes 341
Antioxidantes 341
EHL (equilíbrio hidrófilo-lipófilo) 341
Sequestrantes 341
Preparo de Emulsões (Procedimento Geral) 341
Cremes 342
Aditivação de Princípios Ativos em Cremes 342
Loções Cremosas 343
Aditivação de Loções Cremosas 343
Pomadas 344
Excipientes para Pomadas 344
Vaselina (petrolato Branco) 344
Lanolina 344
Polietilenoglicóis 345
Gel de petrolato-Polietileno Plastibase (Unigel®) 346
Incorporação de Ativos em pomadas 347
Material Utilizado 347
Procedimentos 347
Sugestões de Formulações 348
Sugestão de Orobase Pomada 348
Pastas 349
Classificação 349
Pastas preparadas com excipientes gordurosos 349
Pastas preparadas com excipientes hidrófilos 349
Manipulação de Pastas 349
Exemplos de Formulações 350
Pasta de Lassar 350
Pasta de Unna 350
Pasta de alumínio 351
Géis 352
Espessantes derivados da Celulose 352
Carboximetilcelulose sódica (CMC) 352
Hidroxietilcelulose (Natrosol®, Cellosize®) 352
Metilcelulose 352
Polímeros de carboxivinil e derivados (Carbopóis®, carbômeros)353
Carbopol934 353
Carbopol940 353
Carbopol2020 353
Carbopol ULTREZ® 353
Aditivação de Princípios ativos em gel 354
Material Utilizado 354
Procedimento 354
Sugestões de Formulações de Géis 355
Gel de Carboximetilcelulose sódica 355
Gel de carbopol® 940-2% 355
Gel Creme 356
Sugestões de Formulações 356
Sugestão de gel-creme base 356
Sugestão de gel-creme base não-iônico para formulações
com pH extremos (ácido glicólico) ou com carga de
eletrólitos incompatível com o Carbopol 356
Aditivação de Princípios Ativos em Gel-creme base 356
Linimentos 357
Sugestões de Formulações 357
Linimento de Óleo Calcáreo 357
Ceratos 358
Procedimento Geral 358
Ungüentos 359
Preparo 359
Preparações Otológicas (óticas) ou Auriculares 360
Características de preparações óticas 360
Procedimento para preparo de Soluções Otológicas 360
Procedimento para preparo de Suspensões Otológicas ... 360
Procedimento de preparo de Pomadas Otológicas 361
Procedimento de preparo de Pós Otológicos 361
Preparações Nasais (errinos) 362
Características farmacotécnicas de
uma preparação nasal 362
Procedimento de preparo de Soluções Nasais 362
Procedimento de preparo de Suspensões Nasais 363
Sugestão de veículo geral para Soluções Nasais 364
Procedimento 364
Preparações Oftálmicas 365
Características necessárias a uma Preparação Oftálmica 365
Isotonia 365
Isobatmia 365
Limpidez 365
Precisão de composição 365
Esterilidade 365
Aditivos usados em Preparações Oftálmicas
(adjuvantes farmacotécnicos) 366
Conservantes 366
Agentes molhantes, clarificantes e emulsionantes usados em
Preparações oftálmicas 366
Antioxidantes usados em Preparações Oftálmicas 367
Agentes doadores de viscosidade usados em
Preparações Oftámicas 367
Sugestões de Soluções Tampões para uso em Colírios .... 367
Procedimento geral para Formulações Oftálmicas 369
Procedimento para soluções Oftámicas 369
Suspensões Oftálmicas (para Princípios Ativos autoclaváveis).. 369
Pomadas Oftálmicas 370
Excipientes para Pomadas Oftálmicas 370
Preparo dos excipientes para Pomadas Oftálmicas 370
Processos de preparo de pomada Oftálmica 371
Sugestões de base para Pomadas Oftálmicas 371
Procedimento geral de aditivação de princípios
ativos em Pomadas Oftálmicas 371
Procedimento de trabalho em Capela com Fluxo Laminar 372
Equipamento 372
Acessórios 372
Sugestão de procedimento 372
Esterilização 374
Esterilização por calor úmido (autoclavação) 374
Esterilização por calor seco ( estufa) 374
Esterilização por Ultra filtração (Microfiltração) 375
Manipulação Magistral de Supositórios e Óvulos 376
Excipientes utilizados para manipulação de Supositórios 376
Manteiga de cacau 376
Novata® 376
Gelatina Glicerinada 377
Polietilenoglicóis (PEG) 377
Preparação de Supositórios (Procedimento geral) 378
Regularidade de Peso 379
Supositório Especial para Tratamento de
Hemorróidas: "Rectal Rocket" 379
Fórmula base para Rectal Rocket com ácidos graxos e parafina 380
Aditivação (Cálculo da quantidade de Ativo e de base) 381
Exemplos de formulações 382
Controle da qualidade 385
Embalagem 385
Armazenamento e rotulagem 386
Estabilidade 386
Atenção Farmacêutica (Orientação ao paciente) 386
Formulações Transdérmicas - Microemulsões 387
Estrutura da pele 387
Absorção Percutânea 390
Fatores que afetam a absorção dos fármacos 391
Fatores Biológicos (relacionados à pele) 391
Fatores relacionados ao fármaco 391
Fatores relacionados à forma farmacêutica, nomeadamente,
do veículo 392
Fatores físicos (extrinsecos) 392
Fatores relacionados ao paciente 392
Adequação de Preparações Cosméticas e Farmacêuticas
para aplicação na pele 392
Regiões da pele correlacionadas com a funcionalidade
de ativos de Aplicação Tópica 393
Vantagens e Desvantagens da
Administração Transdérmica 393
Vantagens 393
Desvantagens 394
Promotores da Penetração cutânea 394
Surfactantes 394
Solventes 395
Agentes queratolíticos 395
Agenes anfifílicos 395
Técnicas e métodos facilitadores da penetração 395
Outras substâncias 395
Microemulsão Transdérmica P.L.O.
(Pluronic ® Lecithin Organogel) "Gel transdérmico" 395
Vantagens do uso de Microemulsão
Lipossomal Fosfolipídica como veículo carreador 395
Composição básica 396
Exemplos de Formulações 399
Formulações Antiinflamatórias e analgésicas para
condições músculo-esqueléticas 399
Formulações transdérmicas para o tratamento de Neuropatias 401
Formulações transdérmicas de Uso em Dermatologia 402
Formulações transdérmicas Anti-eméticas para pacientes
submetidos à quimioterapia 403
Formulações transdérmicas para uso em Veterinária 404

Capítulo 6 -
Cálculos Matemáticos e m Farmácia Magistral 405
Sistemas Numéricos 406
Algarismos arábicos 406
Algarismos romanos 406
Aritmética 408
Frações 408
Frações decimais 408
Operações com frações 408
Porcentagem 409
Expressão de concentrações em porcentagem 409
Regra de Três (Razão e Proporção) 410
Exemplos 410
Diluição de Concentração 411
Exemplo 411
Densidade 412
Densidade Aparente e Volume Aparente 412
Sistemas de Medidas e Interconversões 413
Sistema métrico 413
Sistema métrico de pesos 413
Interconversões (mais comuns em farmácia magistral) 413
Sistema Métrico de volume 414
Sistema Apotecário 414
Medidas Caseiras 414
Calibração de gotas 415
Exemplo 415
Cálculo envolvendo produtos industrializados
(alteração da dosagem padrão) 416
Cálculos de concentrações percentuais em
Preparações Líquidas 417
Aligações 417
Aligações Alternadas 417
Cálculo de miliequivalentes (mEq) 419

Unidades de medidas - Ul, UTR 420


Exemplo 420
Ul - Unidade Internacional 420
UTR = Unidade de Turbidez 420
Exemplos 420
Quantidade suficiente para (qsp) 421
Exemplo: creme 421
Exemplo: cápsulas 421
Diluições 422
Matérias primas diluídas 422
Diluições pela Farmácia magistral 422
Diluições pelo Fabricante (fornecedor) 422
Importância da correção do Teor do Princípio Ativo
em fórmulas farmacêuticas 422
Fator de equivalència 422
Situações em que se emprega o Fator de Correção ou
Fator de Equivalência 423
Substâncias Comercializadas na Forma Diluída 423
"Sal" cujo produto farmacêutico de referência é dosificado
em relação à molécula base 423
"Sal" ou "Base" hidratada cujo produto de referência é dosificado
em relação à base ou sal anidro 424
Diluições realizadas na Farmácia 425
Compostos Minerais, Teor Elementar e Fator de Correçào 425
Fitoterápicos com Ativos padronizados 425
Cálculo de Isotonia (Colírios, errinos, etc) 426
Equivalentes de determinadas substâncias em
Cloreto de Sódio 426
Exemplo 428
Ajustes de Isotonicidade pelo Método de Equivalente
em Cloreto de Sódio 428
Cálculo 428
Cálculo do HLB (hydrophilic-lipohilic balance) ou
EHL (equilibrio hidrófilo-lipófilo) 435
Cálculo do HLB em formulações de emulsões 438
Calculando a proporção de uma mistura de surfactantes 438
Quantidade de emulsficante empregada 439

Capitulo 7 -
Biofarmacotécnica 440
Parâmetros Fisico-quimicos que influenciam
biodisponibilidade dos fármacos 441
Fatores que afetam a biodisponibilidade dos fármacos 442
Efeito do lubrificante na absorção de um fármaco 442
Fatores farmacêuticos envolvidos na
Biodisponibilidade de
fármacos na Forma sólida (Cápsulas e Comprimidos) .. 443
Desintegração 443
Dissolução 444
Natureza físico-química do fármaco e a sua
influência na absorção do mesmo 446
pKa e o Perfi de pH 446
Tamanho da particula 446
Polimorfísmo 446
Coeficiente de Partição 446
Interação com excipiente 446
pH de estabilidade 446
pKa 447
Estado de ionização da molécula 447
Considerações importantes relacionadas com o
pKa e a absorção de fármacos 448
Constantes de ionização são normalmente expressas
em termos de valores de pKa 448
Cálculo do grau de ionização para fármacos de caráter ácido.. 449
Cálcuto do grau de ionização para fármacos de caráter básico. 449
Efeito do pH sobre a ionização de eletrólitos 450
Estabilidade, pH e Absorção do fármaco 450
0 perfil pH versus estabilidade e um
gráfico da constante velocidade de reação
versus o pH da droga 450
Tamanhos das partículas e absorção do fármaco 451
Cristais polimórficos , solvatos e absorção de drogas 452
Exemplo: palmitato de cloranfenicol 452
Excipientes e a Absorção de fármaco 453

Capítulo 8 -
Incompatibilidades 454
Incompatibilidade Físico-química 455
Introdução 455
Incompatibilidades Físicas 455
Solução Incompleta 456
Precipitação 456
Separação de liquidos imiscíveis 457
Liquefação de ingredientes sólidos 457
Prescrição incorreta da forma farmacêutica 458
Incompatibilidades químicas 458
Formação de compostos muito pouco solúveis 458
Reações de oxidação 459
Fotólise ou Fotodegradação 461
Redução 462
Hidrólise 462
Complexação 464
Reações de esterificação e substituição 464
Outras interações químicas 465
Incompatibilidades químicas entre fármacos
e alguns excipientes 466
Exemplos de incompatibilidades química entre os fármacos
e excipientes ou coadjuvantes 466
Incompatibilidade e Estabilidade de vitaminas em
preparações magistrais 469
Sumário de incompatibilidades comuns e
correções recomendadas 472

Capítulo 9 -
Embalagens 473
Adequação de uso e incompatibilidades 474
Considerações e requisitos para adequação e
utilização racional de embalagens para
fins farmacêuticos 474
Materiais de embalagens 474
Vidro 474
Tipos de vidro 474
Metal 475
Plásticos 475
Materiais plásticos e suas características 476
Problemas com embalagens de plásticos 477
Formas farmacêuticas e embalagens sugeridas 478

Capitulo 10 -
Prazo de Validade 479
Discussão de critérios para determinação
do prazo de validade em preparações magistrais 480
Tipos de estabilidade aplicados a produtos farmacêuticos 481
Estabilidade química 481
Estabilidade física 481
Estabilidade microbiológica 481
Estabilidade terapêutica 481
Estabilidade toxicológica 481
Mecanismos mais comuns de degradação
química dos fármacos 482
Oxidação 482
Classes de drogas susceptíveis à oxidação 483
Hidrólise 483
Classes de drogas susceptíveis à Hidrólise 483
Dehidratação 484
Dehidratação por desolvação 484
Dehidratação por remoção de um próton e de
um grupo hidroxila 484
Fotólise ou fotodegradação 484
Racemização e epimerização 485
Polimerização 485
Reversão Polimórfica 485
Exemplos de drogas que podem exibir polimorfismo 486
Fatores a serem analisados para se estabelecer
o prazo de validade em formulações magistrais 486
Propriedades físicas e químicas dos ingredientes 486
Uso de conservantes e estabilizantes 486
Forma farmacêutica 486
Natureza da droga e suas características de
degradação cinética 487
Material de embalagem 487
Provável temperatura de armazenamento 487
Duração do tratamento 487
Dados científicos 487
Simüaridade com produtos de referência
(Produto manufaturado) 488
Fatores que afetam a estabilidade de
preparação farmacêutica 488
pH 488
Temperatura 488
Luz 488
Exposição à atmosfera (ao oxigênio) 488
Umidade 488
Cristalização 489
Vaporização 489
Adsorção 489
Orientação da U5P: Prazo de Validade para
preparações farmacêuticas Extemporâneas 490
Formulações sólidas e liquidas não-aquosas 490
Formulações contendo água 490
Para todas as outras formulações 490
Sugestão de uma politica de prazo de validade
para preparações magistrais 491

Capítulo 11 -
Armazenamento de matérias primas 493
Almoxarifado 494
Caracteristicas do local 494
Equipamentos 494
Recebimento de matérias primas, insumos e correlatos 495
Aspectos e integridade da embalagem 495
Comparar o pedido com a nota fiscal 495
Verificar se os produtos estão devidamente
etiquetados e identificados 495
Verificar se os produtos estão fisicamente de
acordo com a nota fiscal 495
Verificar se os laudos de análise 495
Observações 495
Requisitar ao controle da qualidade 495
Fracionamento 496
Definições 497
Temperaturas de armazenamento e conservação 497
Refrigerado 497
Temperatura ambiente 497
Temperatura ambiente controlada 497
Local fresco 497
Freezer 497
Embalagens (recipientes) 497
Recipiente fotoresistente 497
Recipiente bem fechado 497
Recipiente bem vedado 497
Recipiente hermeticamente fechado 497

Capítulo 12 -
Atenção Farmacêutica 498
Introdução 499
Conceito de atenção farmacêutica 499
Funções do farmacêutico na atenção farmacêutica 500
Níveis de atenção farmacêutica 500
Fatores de risco 500
Fatores de risco associados às caracteristicas
clinicas do paciente 500
Fatores de risco associados à doença do paciente 501
Fatores de risco associados ao tratamento
farmacoterapêutico do paciente 501
Atenção farmacêutica primária 501
Atenção farmacêutica secundária 501
Atenção farmacêutica terciária 501
Principais aspectos relacionados à
Atenção farmacêutica 502
Habilidade como pré-requisito 502
Comportamento inadequado do paciente 502
Idiossincrasia do paciente 502
Procedimentos para implantação
da atenção farmacêutica 503
Documentação 503
Plano terapêutico do seguimento farmacêutico 503
Ficha do paciente 503
Principais Componentes da ficha do paciente 503
Monitoramento 504
Dados laboratoriais 504
Evolução da doença 504
Monitoramento das doenças associadas 504
Processo de seleção do paciente 505
Seleção do paciente segundo sua enfermidade 505
Seleção do paciente segundo seus medicamentos 505
Aconselhamento ao paciente 506
Principais perguntas que os pacientes formulam
para farmacêuticos sobre sua medicação 506
Sugestões de informações aos pacientes 507
Antes de usar o seu medicamento 507
Orientações gerais (comum a todos os medicamentos)... 507
Medidas caseiras de volume 509
Orientações e esclarecimentos para Formas
Farmacêuticas Manipuladas 510
Cápsulas 510
Manuseio 510
Cor das cápsulas 510
Quantidade de cápsulas 510
Tamanho das cápsulas 510
Alterações nas cápsulas 510
Comprimidos 511
Manuseio 511
Quantidade 511
Supositórios 511
Óvulos 512
Suspensões 512
Xaropes 513
Pomadas, cremes e géis 513
Colírios 513
Pomada Oftalmológica 514
Soluções nasais (Gotas nasais) 515
Gotas auriculares 515
Bochechos e gargarejos (colutórios) 516
Creme, pomada e gel vaginal 516
Spray nasal 517
Gotas orais 517
Creme ou pomada de uso retal 518
Planos à médio prazo para a implantação da
Atenção farmacêutica 519
Barreiras para a prestação da atenção farmacêutica 519
Relativas aos recursos 519
Barreiras educacionais 519
Barreiras legais 519
Barreiras profissionais e administrativas 519

Capítulo 13 -
Documentação Sanitária 520
Escrituração de Livros de Receitas e Notificações 521
Registro Normativo 522
Livro de Receituário Geral 523
Livros de Registro Específico 523
Documentos hábeis para escrituração 523
Informações contidas nos livros 524
Mapas 524
Destino das vias do relatório BSPO 524
Relação mensal das Notificações de Receitas A - RMNRA 525
Guarda da documentação 525

Capítulo 14 -
Procedimentos Operacionais Padrão 526
Introdução 527
POP 01 - Emissão de POPs 528
POP 02 - Construção, Adaptação e Manutenção
das Instalações Físicas 533
POP 03 - Divisão das áreas internas 540
POP 04 - Sistema de Controle de Pragas Urbanas 547
POP 05 - Responsabilidades e Atribuições 552
POP 06 - Treinamento de Funcionários 558
POP 07 - Fluxograma Operacinal 564
POP 08 - Conduta de Manipuladores 579
POP 09 - Instalação e Operação de equipamentos
Laboratoriais 584
POP 10 - Verificação, limpeza e calibração
de instrumentos 587
POP 11 - Obtenção de Água Purificada 596
POP 12 - Controle ambiental nos laboratórios
e almoxarifados 612
POP 13 - Limpeza e Sanitização de Pisos, Paredes,
Ambientes, Equipamentos e Utensílios 618
POP 14 - Qualificação de Fornecedores, Compra de
Matéria-prima e materiais de embalagem 630
POP 15 - Recebimento de Matérias-primas e
Materiais de embalagem 636
POP 16 - Devolução de matérias-primas ou
materiais de embalagem 642
POP 17 - Armazenamento de matérias-primas e
Materiais de embalagem 645
POP 18 - Amostragem, análise, aprovação ou reprovação
de matérias-primas e materiais de embalagem 656
POP 19 - Controle de qualidade microbiológico
Mediante serviço terceirizado 665
POP 20 - Controle da Qualidade em processo e em
Produtos acabados 669
POP 21 - Embalagem, conservação e transporte de
Preparações magistrais 676
POP 22 - Preparação e armazenamento de bases
galênicas e soluções intermediárias 683
POP 23 - Emissão de ordem de manipulação de
Preparação magistral semi-acabada, bases galênicas,
Preparações oficinais, produtos de higiene
e Cosméticos 687
POP 24 - Manipulação no Laboratório de Sólidos 693
POP 25 - Manipulação no Laboratório de
Semi-sólidos e Líquidos 710
POP 26 - Prazo de Validade 722
POP 27 - Registros e Relatórios das Atividades
Controladas por exigência legal ou para
Manutenção da qualidade 727
POP 28 - Manipulação de Fármacos sob controle
Especial - Portaria 344 731
POP 29 - Manipulação de Preparações Oftálmicas 741
POP 30 - Sistema de Garantia da Qualidade e as
Auditorias Internas 762
índice - Anexos

Anexo 01
Relação dos principais Princípios Ativos
disponiveis na farmácia magistral 770
Agentes que afetam a calcificação 771
Aminoácidos e derivados 771
Anabólicos hormonais 772
Anorexigenos 773
Anorexigenos naturais (mucilagens) 773
Antiabortivos 773
Antiácidos 774
Antianêmicos 774
Antianginosos 774
Antiandrogênios 775
Antiarrítmicos 775
Anti-celulíticos 776
Anticoagulante /Anti-agregante plaquetário 777
Anticonvulsivantes 833
Antiespasmódicos 777
Antidepressivos 778
Antidiabéticos 781
Antidiarréicos 782
Antídotos 782
Antieméticos 783
Antienxaquecosos 783
Antiestrogênios 783
Antifribóticos 784
Antiflatulentos 784
Antifúngicos 784
Antiglaucomatosos 785
Antigotosos (hipourecemiantes) 785
Antihistamínicos 785
Antihipertensivos 786
Antiinflamatórios intestinal 787
Antiinflamatórios não esteroidais (AINES)
Analgésicos e Antipiréticos 787
Analgésicos Opióides 789
Anti-impotência 789
Antimicrobianos 789
Antineoplásicos 791
Antioxidantes 791
Antiparasitários (antihelmínticos e antiprotozoários) 792
Antiparkinsonianos 793
Antipsicóticos ou Neurolépticos 794
Antitireoidianos 794
Antireumáticos 795
Antitussígenos 795
Antiulcerosos 796
Antivaricosos 796
Antivirais 797
Antivitiligo/Antipsoríase (tratamento sistêmico) 797
Broncodilatadores 797
Cardiotônicos 798
Descongestionantes 798
Digestivos ácidos e enzimas digestivas 798
Diuréticos 799
Estimulantes da motilidade gastrintestinal
( Agentes Colinérgicos) 799
Estimulantes do apetite (orexigenos) 799
Expectorantes e mucolíticos 800
Fitohormônios e fitoestrógenos 800
Fitoterápicos (Extratos padronizados) 801
Glicorticóides 815
Hepatoprotetores, Coleréticos e Colagogos 815
Hipertensores 816
Hipocolesterêmicos 816
Hipnóticos 817
Hormônios sexuais femininos 818
Hormônios sexuais masculinos e precursores 819
Hormônios tireoidianos e derivados 819
Imunomoduladores 820
Laxantes 820
Lipotrópicos 821
Medicamentos para o tratamento
da incontinência urinária 822
Medicamentos para o tratamento da retenção Urinária .. 822
Minerais ( Dosagem elementar) 823
Mineralocorticóides 823
Mucilagens 824
Nootropicos, neurotônicos, neurotroficos,
estimulantes da memória e estimulantes do SNC,
Defatigantes 824
Progestogênios 825
Relaxantes musculares 826
Repositores de potássio 826
Sedativos ansiolíticos 827
Vasodilatadores 830
Vitaminas 831
Compostos Minerais:
teor elementar e fator de correção 832

Anexo 02
Matérias primas e Ponto de Fusão 834

Anexo 03
Ficha de Análise do Paciente 844
Definições e
Características
da Atividade

1
Capitulo 1 - Definições e Caracteristicas da Atividade

Untrodução
A farmácia magistral brasileira passou nos últimos anos por
profundas transformações, adequando-se à novos parâmetros de
qualidade, mais exigentes e à novas legislações, mais rigorosas.
Contudo, o setor cresceu muito e atualmente já existem cerca de
5.000 farmácias com manipulação no Brasil.
0 crescimento traz novos desafios decorrentes do aumento da
demanda por medicamentos manipulados, tais como, o aumento da
necessidade de atender a consumidores cada vez mais informados e
exigentes, o crescimento da competição comercial e a necessidade
de adequação à legislação.
0 principal desafio para a farmácia magistral, está na con-
quista da credibilidade que só será obtida através do crescimento
sustentado, pautado na obtenção da excelência em serviços e em
produtos e na capacitação técnica-gerencial. A implantação de sis-
temas de gestão da qualidade, treinamentos contínuos, a informati-
zação, o emprego de novas tecnologias, o cumprimento das legisla-
ções sanitárias, a política adequada de formação de preços e o mar-
keting são alguns dos caminhos recomendáveis.
É preponderante que o farmacêutico magistral conheça a "es-
sência" da sua atividade, devendo basear-se na busca de soluções
farmacotécnicas para uma terapêutica personalizada. Este foco é
importante para minimizar os atritos e os conflitos constantes entre
os produtos manipulados e os manufaturados.

2
Capítulo 1 - Definições e Caracteristicas da Atividade

2. Definições

Para uma melhor compreensão da atividade magistral é impor-


tante conhecer a definição da atividade e as terminologias aplica-
das. Estão transcritas a seguir, algumas definições de termos reali-
zadas por algumas legislações que regulamentam a atividade magis-
tral, tais como, a Resolução 33 (RDC 33/2000) e a Portaria 344/98
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

2.1. Manipulação (RDC 33/2000):

Conjunto de operações com a finalidade de elaborar prepa-


rações magistrais e oficinais e fracionar produtos industrializados
para uso humano.
A manipulação de medicamentos é o método tradicional de
preparo de medicamentos personalizados, visando o atendimento de
necessidades específicas e às vezes únicas do profissional prescritor
(médico, dentista ou veterinário) e do paciente.

2.2. Farmácia (RDC 33/2000):

É um estabelecimento de manipulação de fórmulas magis-


trais e oficinais; comércio de drogas, medicamentos, insumos far-
macêuticos e correlatos. Compreendendo a dispensação e o atendi-
mento privativo de unidade hospitalar ou.de qualquer outra equiva-
lente de assistência médica.
0 Webster Dictionary define farmácia como: A arte ou a
profissão de preparar e preservar fármacos e, de manipular e dis-
pensar medicamentos de acordo com a prescrição médica.

2.3. Preparação Magistral (RDC 33/2000) :

É aquela preparada na farmácia para ser dispensada aten-


dendo a uma prescrição médica que estabelece sua composição, sua
forma farmacêutica, sua posologia e seu modo de usar.

3
Capítulo 1 - Definições e Características da Atividade

2.4. Preparação Oficinal (RDC 33/2000):

É aquela preparada na farmácia cuja fórmula esteja escrita


nas Farmacopéias, Compêndios ou Formulários reconhecidos pelo
Ministério da Saúde.

2.5. Preparação (RDC 33/2000):


Procedimento farmacotécnico para obtenção do produto ma-
nipulado, compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a
manipulação, o fracionamento de substâncias ou de produtos indus-
trializados, a conservação e o transporte das preparações magistrais
e oficinais.

2.6.Preparação Magistral Semi-Acabada (RDC 33/2000):


É aquela preparada e mantida no laboratório da farmácia,
devidamente identificada, obedecendo a uma ordem de manipula-
ção de uma formulação estabelecida de uso freqüente e / o u com
complexidade farmacotécnica justificada, aguardando a prescrição
correspondente para acabamento e dispensação.

2.7. Dispensação (RDC 33/2000):

Ato de fornecer e orientar o consumidor de drogas, medica-


mentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou
não.

2.8. Especialidade farmacêutica (RDC 33/2000):

Produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na


Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

4
Capítulo 1 - Definições e Características da Atividade

2.9. Droga (RDC 33/2000):


Substância ou matéria-prima que tenha finalidade medica-
mentosa ou sanitária.

2.10. Matéria-Prima (ANVISA):


Substância ativa ou inativa que se emprega na fabricação dos
medicamentos e demais produtos abrangidos pelo Regulamento
Técnico de Boas Práticas de Manipulação da ANVISA (Agência Nacio-
nal de Vigilância Sanitária), tanto aquela que permanece inalterada,
quanto a passível de modificações.

2.11. Medicamento (Portaria 344/98):


Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado com
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnósti-
co.

2.12. Entorpecente (Portaria 344/98):


Substância que pode determinar dependência física ou psí-
quica e relacionada, como tal nas listas aprovadas pela Convenção
Única sobre Entorpecentes, reproduzidas nos anexos deste Regula-
mento Técnico ou seja, na Portaria 344/98.

2.13. Psicotrópico (Portaria 344/98):


Substância que pode determinar dependência física ou psí-
quica e relacionada, como t a l , nas listas aprovadas pela Convenção
sobre Substâncias Psicotrópicas, reproduzidas nos anexos deste Re-
gulamento Técnico ou seja, na Portaria 344/98.

5
Capitulo 1 - Definições e Características da Atividade

2.14. Substância Proscrita (Portaria 344/98):

Substância cujo uso está proscrito no Brasil.

2.15. Precursores (Portaria 344/98):


Substâncias utilizadas para a obtenção de entorpecentes ou
psicotrópicos e constantes das listas aprovadas pela Convenção Con-
tra o Tráfico llícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas,
reproduzidas nos anexos deste Regulamento Técnico.

2.16. Receita (Portaria 344/98):


Prescrição escrita de medicamento contendo orientação de
uso para o paciente, efetuada por profissional legalmente habilita-
do, quer seja de formulação magistral ou de produto industrializa-
do.

2.17. Notificação de Receita (Portaria 344/98):


Documento padronizado destinado à notificação da prescri-
ção de medicamentos: a) entorpecentes (cor amarela), b) psicotró-
picos (cor azul) e c) retinóides de uso sistêmico e imunossupressores
(cor branca). A Notificação concernente aos dois primeiros grupos (a
e b) deverá ser firmada por profissional devidamente inscrito no
Conselho Regional de Medicina, no Conselho Regional de Medicina
Veterinária ou no Conselho Regional de Odontologia; a concernente
ao terceiro grupo (c), exclusivamente por profissional devidamente
inscrito no Conselho Regional de Medicina.

2.18. Livro de Receituário Geral (Portaria 344/98):


Livro destinado ao registro de todas as preparações magis-
trais manipuladas em farmácias.

6
Capítulo 1 - Definições e Características da Atividade

2.19. Livro de Registro Específico (Portaria 344/98):


Livro destinado à anotação, em ordem cronológica, de esto-
ques, de entradas (por aquisição ou produção), de saídas (por ven-
da, processamento ou uso) e de perdas de medicamentos sujeitos ao
controle especial.

2.20. Licença de Funcionamento:


Permissão concedida pelo órgão de saúde competente dos
Estados, Municípios e do Distrito Federal para o funcionamento de
estabelecimento vinculado a empresa que desenvolva qualquer das
atividades enunciadas no artigo 2° deste Regulamento Técnico ou
seja, na Portaria 344/98.

2.21. Autorização Especial (Portaria 344/98):


Licença concedida pela Secretaria de Vigilância Sanitária do
Ministério da Saúde (SVS/MS) às empresas, instituições e órgãos para
o exercício de atividades de extração, produção, transformação,
fabricação, fracionamento, manipulação, embalagem, distribuição,
transporte, reembalagem, importação e exportação das substâncias
constantes das listas anexas a este Regulamento Técnico (Portaria
344) ou seja, sujeitas a controle especial, bem como os medicamen-
tos que as contenham.

2.22. Aditivação:
Adição de um ou mais produtos acabados ou substâncias a
um outro produto manipulado ou industrializado, para atender a
uma prescrição específica.

2.23. Fracionamento (RDC 33/2000):


Divisão de uma especialidade farmacêutica em doses que a-
tendam a prescrição médica.

7
Capitulo 1 - Definições e Características da Atividade

2.24. Bases galênicas (RDC 33/2000):


Preparações compostas de uma ou mais matérias-primas com
fórmulas definidas e destinadas a serem utilizadas como veículos ou
excipiente de preparações farmacêuticas.

2.25. Veículo / Excipiente:


Substância ou composto inerte (sem atividade farmacológica)
utilizada na diluição ou transporte do princípio ativo.

2.26. Cosmético (RDC 33/2000):


Produto para uso externo, destinado à proteção ou ao embe-
lezamento das diferentes partes do corpo.

2.27. DCB (RDC 33/2000):


Denominação Comum Brasileira do fármaco ou princípio far-
macologicamente ativo, aprovado pelo órgão federal responsável
pela vigilância sanitária.

2.28. DCI (RDC 33/2000):


Denominação Comum Internacional do fármaco ou princípio
ativo, aprovado pela Organização Mundial da Saúde.

2.29. Controle da Qualidade (RDC 33/2000):


Conjunto de operações (programação, coordenação e execu-
ção) com o objetivo de verificar a conformidade das preparações
com as especificações estabelecidas.

8
Capitulo 1 - Definições e Características da Atividade

2.30. Desvio da qualidade (RDC 33/2000):


Não atendimento aos parâmetros da qualidade estabelecidos
para um produto ou um processo.

2.31. Garantia da Qualidade (RDC 33/2000):


Esforço organizado e documentado dentro de uma empresa,
no sentido de assegurar as características do produto, de modo que
cada unidade do mesmo esteja de acordo com suas especificações.

2.32. Lote ou Partida (RDC 33/2000):


Quantidade definida de matéria-prima, material de embala-
gem ou produto, obtido em um único processo cuja característica
essencial é a homogeneidade.

2.33. Procedimento Operacional Padrão - POP (RDC


33/2000):
Descrição pormenorizada de técnicas e operações a serem
utilizadas na farmácia visando proteger e garantir a preservação da
qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipu-
ladores.

2.34. BPMF (RDC 33/2000):


Boas Práticas de Manipulação em Farmácias

2.35. BPME (RDC 33/2000):


Boas Práticas de Manipulação de Produtos Estéreis.

9
Capitulo 1 - Definições e Caracteristicas da Atividade

2.36. Calibração (RDC 33/2000):


Conjunto de operações que estabelece, sob condições espe-
cificadas, a relação entre valores indicados por um instrumento ou
sistema de medição, ou valores representados por uma medida ma-
terializada ou um material de referência e os valores corresponden-
tes das grandezas estabelecidas por padrões.

2.37. Validação (RDC 33/2000):


Ato documentado que atesta que determinado procedimen-
to, processo, material, atividade ou sistema estejam realmente
conduzindo aos resultados esperados.

2.38. Ordem de Manipulação (RDC 33/2000):


Documento destinado a acompanhar todas as etapas da ma-
nipulação de uma preparação magistral ou oficinal.

2.39. Número de lote (RDC 33/2000):


Designação de números e/ou letras que permitam identificar
o lote e, caso seja necessário, localizar e revisar todas as operações
praticadas durante todas as etapas da manipulação.

2.40. Rastreamento (RDC 33/2000):


É o conjunto de informações que permite o acompanhamento
e revisão de todo o processo da preparação manipulada.

2.41. Quarentena (RDC 33/2000):


Retenção temporária de insumos, preparações básicas ou

10
Pesagem da matéria-prima para a diluição: A pesagem da matéria-
prima para a diluição deve ser realizada com dupla checagem,
efetuada pelo manipulador e pelo farmacêutico, com o devido
registro na ficha de manipulação (v.eja modelo a seguir). Esta ficha
deverá ser devidamente arquivada (período idêntico ao da ordem de
manipulação). A balança deve estar devidamente calibrada com
registro atualizado.

Exemplo de uma Ficha de Diluição:

Fármaco Diluição 1:100 (1%) Fator de Correção: 10


Nome do fármaco 1g Lote n° Fornecedor
Corante alimentício ... 0,1 a 0,5g Lote n° Fomecedor
Diluente utilizado 98,5g Lote n° Fornecedor
Lote: n°/diluído
Fornecedor:
Fabricação:
Peso final após diluição: 100g
Assinatura do responsável pela diluição:
Assinatura do farmacêutico responsável:
Data da diluição:
Validade da diluiçào: 3 meses

M
Capítulo 1 - Definições e Características da Atividade

3. Caracterização da Atividade Magistral


Para caracterizarmos a atividade magistral precisamos estabe-
lecer uma diferenciação entre o processo artesanal de manipulação
de medicamentos e a manufatura (indústria).

0 termo manipulação pode ser definido como a preparação, a


mistura, a transformação, a embalagem ou a rotulagem de um fár-
maco ou produto em função de uma prescrição ou de uma iniciativa
baseada no relacionamento prescritor/paciente/farmacêutico no
curso da prática profissional ou com o propósito de pesquisa, en-
sino ou análise físico-química.

Já o processo industrial ou manufatura, caracteriza-se pela


produção, preparação, conversão ou processamento de um fármaco
ou produto, incluindo qualquer embalagem, reembalagem de subs-
tâncias ou rotulagem em seu recipiente, a promoção e o marke-
ting. Também inclui a preparação e promoção de produtos comer-
cialmente disponiveis para revenda por farmácias, por profissionais
ou outras pessoas. A tabela a seguir descreve os aspectos diferenci-
ais básicos entre o medicamento manipulado e o manufaturado

12
Capitulo 1 - Definições e Características da Atividade

Tabela 1: Diferenças básicas entre medicamentos manufaturados


(industrializados) e medicamentos manipulados

Medicamento Manufaturado Medicamento Manipulado

(industrializado)

Formulação padronizada para Formulação personalizada para


atender as necessidades gerais atender as necessidades específi-
de uma provável população de cas de um paciente.
pacientes

0 prescritor precisa adequar o 0 prescritor pode adequar a


paciente à apresentação comer- formulação (dose, quantidade ou
cial disponível. forma farmacêutica) a cada pa-
ciente.

A comercialização em larga esca- Permite a prescrição de formas


la, inviabiliza economicamente e farmacêuticas diferenciadas das
às vezes tecnicamente por ques- disponíveis comercialmente, bem
tões de estabilidade, a possibiLi- como, o emprego de dosagem
dade da produção de diversas específica para um determinado
formas farmacêuticas em várias paciente.
dosagens.

É importante ressaltar que o farmacêutico magistral também é


um solucionador de problemas ou dificuldades terapêuticas, através
do preparo de medicamentos específicos e diferenciados.

13
Capitulo 1 - Definições e Caracteristicas da Atividade

3 . 1 . Benefícios proporcionados pelo medicamento ma-


nipulado

3.1.1. Facilidade posológica:


Possibilidade de ajuste de doses ou concentrações do fárma-
co na forma farmacêutica.

3.1.2. Possibilidade de escolha da forma farmacêutica:

Permite que o prescritor opte pela forma farmacêutica que


mais se adeque à via de administração escolhida ou às condições do
paciente (Exemplos: forma líquida; forma sólida: cápsula, pó, table-
te sublingual, supositórios, enemas, pastilhas; formas semi-sólidas:
pomada, creme, gel; transdérmicos; formas farmacêuticas sem co-
rantes, sugar-free, sem lactose, sem conservantes, etc).

3.1.3. Possibilidade de resgate de medicamentos:

Através da manipulação podemos resgatar medicamentos que


foram descontinuados pelos laboratórios, por não serem interessan-
te economicamente, ou que sofreram alteração na dose ou forma
farmacêutica.

3.1.4. Economia:

De modo geral o produto manipulado pode apresentar um


custo menor do medicamento por eliminação de intermediações no
processo de comercialização.

3.1.5. Personalização da Terapêutica:

A prescrição magistral utiliza somente a nomenclatura ge-


14
Capítulo 1 - Definiçõese Caracteristicas da Atividade

nérica. 0 receituário é único e diferenciado. Há um aumento da


adesão ao tratamento decorrente da personalização da terapêutica.

3.1.6. União Multiprofissional em prol da Saúde (A Triade da


Saúde):

A base da farmácia magistral está no relacionamento do


Farmacêutico / Médico / Paciente.

A Tríade da Saúde

PACIENTE

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s
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FARMACÊUTICO MÉDICO

FotoOI

15
Controle da
Qualidade na
Farmácia
Magistral
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Introdução
A Farmácia Magistral representa hoje um nicho de mercado
para o para o profissional farmacêutico. Possibilita ao farmacêutico
a ascensão social e econômica com completa realização profissio-
nal, encontrando na farmácia a possibilidade de exercer com ampli-
tude todas as atividades inerentes ao verdadeiro profissional do
medicamento.
Contudo, apesar das inúmeras vantagens que o medicamento
manipulado oferece em relação ao industrializado que vão desde a
facilidade posológica até a econômica, são inúmeros os obstáculos
que dificultam o crescimento do setor. 0 maior destes obstáculos é
a falta de credibilidade do produto manipulado pela suposta ausên-
cia de um controle da qualidade rigido das matérias-primas e produ-
tos acabados, ausência de controle do processo de produção e sua
reprodutibilidade. Qualidade é a patavra de ordem e deve ser ine-
rente a qualquer produto ou prestação de serviço na atualidade e,
para a farmácia magistral fundamental para sua sobrevivência.
Dentro deste contexto de busca pela Qualidade, é importan-
te citar a participação destacada da ANFARMAG (Associação Nacio-
nal dos Farmacêuticos Magistrais) na elaboração da Resolução 33,
de maio de 2000 que trata sobre Boas Práticas de Manipulação e da
lei sancionada pelo presidente Bill Clinton em 1998 instituindo a
farmácia magistral nos Estados Unidos que culminou com a publica-
ção dentro da United States Pharmacopoeia na 24a edição (USP24)
em 2000 do Pharmacy Compounding e o conseqüente reconhecimen-
to deste setor nos Estados Unidos da América. Estes dados indicam o
caminho da qualidade para a consolidação do setor magistral.
Nos últimos anos o setor magistral apresentou um vertiginoso
crescimento, assumindo uma importância cada vez maior dentro do
mercado de medicamentos e, conseqüentemente contribuindo para
a saúde pública brasileira. Como era de se esperar, a qualidade do
produto manipulado tem sido objeto de inúmeras discussões e deba-
tes, sendo o tema mais freqüente nos últimos dois anos, principal-
mente em função da RDC 33. Aqui é importante lembrar que o cer-
ne básico desta legislação é a busca por um processo de qualidade
conduzido através das Boas Práticas de Manipulação Farmacêutica
(BPMF), onde o controle da qualidade é ferramenta indispensável

17
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

para sua verificação, para atingir um produto com qualidade farma-


copéica e que possa ser manipulado quantas vezes for necessário,
com os mesmos parâmetros de qualidade.
Analisando tecnicamente a RDC 33 podemos dizer que é uma
legislação exigente que se mostra como um grande desafio para o
setor magistral e para os órgãos de vigilância sanitária. Contudo, se
lembrarmos que o medicamento é uma ferramenta para a saúde
física e mental e que esta reflete na vida humana, esta grande res-
ponsabilidade transforma-se no privilégio de discutir os pontos fra-
cos, de demonstrar competência e segurança, de ganhar credibili-
dade e de mostrar à sociedade a importância crescente do produto
manipulado na promoção da saúde.

18
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Qualidade da matéria prima no setor magistral


Nos últimos anos, o setor magistral concentrou seus esforços
na qualidade da matéria prima farmacêutica. Hoje podemos afirmar
que o número de não conformidades para matéria prima é extre-
mamente pequeno o que reflete a preocupação do setor farmacêu-
tico, impulsionado por novas legislações e pelo remodelamento do
órgão de vigilância sanitária, agora denominado ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Contudo, não devemos deixar de
nos preocupar, pois nos últimos anos cresceu o número de importa-
dores e distribuidores de matéria- prima, o que pode significar uma
maior possibilidade de problemas. Desta forma, é importante lem-
brar o item 4.4.1 da RDC 33 que discorre sobre a aquisição de mate-
riais, cujo sub-item 4.4.1.2.1 nos fala sobre a qualificação do forne-
cedor, tornando obrigatória a comprovação de regularidade perante
a autoridade sanitária, o compromisso com a qualidade da matéria
prima através do certificado de análise e etc. Conhecer os nossos
fomecedores é etapa indispensável na consolidação do setor magis-
tral e o primeiro passo para evitar erros.
Ainda discutindo sobre as matérias primas, as perspectivas
são ainda melhores. Até o presente momento o controle da qualida-
de foi realizado por laboratórios que terceirizam a realização de
análises físico-químicas e microbiológicas. Com a implantação da
RDC 33 no item 4.6.2, sub-item 4.6.2.7 torna-se obrigatória a
realização de testes básicos como pH, o ponto de fusão e etc.
Para destacar a importância deste trabalho, vamos conside-
rar o enalapril: potente inibidor da enzima de conversão de angio-
tensina, utilizado no controle da pressão arterial.
Segundo a Farmacopéia Européia deve ser acondicionado em
recipientes bem fechados ao abrigo da luz e, um dos parâmentros
de identificação é o pH que deve estar entre 2,4 e 2,9. Ao obser-
varmos a seguir a reação química de degradação do enalapril pela
água, percebemos a importância do armazenamento sob condições
de temperatura e umidade controladas, tanto na distribuidora quan-
to na farmácia bem, como a importância de uma análise simples de
pH. 0 enalapril ao ser degradado pela água, converte-se em enapri-
lato que não tem uma absorção adequada no trato gastrointestinal,
com conseqüente alteração na biodisponibilidade e na atividade
antihipertensiva. Esta degradação pode ser observada pelo pH que
deve estar entre 2,4 e 2,9 para o enalapril como citado acima. A
faixa de pH do enaprilato deverá ser menor que 2,4 pois apresenta
19
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

características mais ácidas. Podemos assim observar que o item


4.6.2.7 da RDC 33 juntamente com a terceirização é uma importan-
te ferramenta para separar os bons dos maus fornecedores, ou seja,
QuaUficar o Fornecedor segundo a RDC 33.

ll(
.o
H H
°-f H CH3 *\.H „CH 3
H + Klanol
2° |f ' ^ T
^ H N. ...COOH
K^ H N . XOOH v ^

Knaljipril
Cr» Eaaprilato

Com u (U-wruduvão o p l l s*l:i llHllol (|ue 2,4

Assim, temos a convicção que o laboratório de controle da


qualidade é uma ferramenta indispensável para o crescimento e a
solidificação do setor magistral e, que é perfeitamente possível a
implantação do controle da qualidade dentro das farmácias magis-
trais. Desta forma, o objetivo é colocar de forma simplificada e ob-
jetiva, os conceitos de química analítica e de controle da qualidade,
aplicando-os em fármacos de grande importância terapêutica e eco-
nômica dentro da farmácia magistral. A seguir discutiremos itens
importantes ao Controle da Qualidade para a Farmácia Magistral.

20
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

1. Qualificação dos fornecedores


Ao adquirirmos uma matéria-prima de um fornecedor e
transformarmos a mesma em medicamento, assumiremos toda a
responsabilidade da qualidade do produto perante o consumidor.
Assim sendo, podemos vir a responder judicialmente, caso o medi-
camento não cumpra as especificações contidas no rótulo. A escolha
de um fomecedor idôneo, criterioso e competente trará tranqüili-
dade e segurança na relação de negócios. É importante conhecer
pessoalmente o fornecedor, suas instalações, as condições em que
são armazenadas as matérias-primas (tipo de embalagem, tempera-
tura, luminosidade, umidade, identificação e ordenação), limpeza,
como é feito o fracionamento (vestimenta e higiene dos funcioná-
rios, instrumentos de medida utilizados, embalagens utilizadas),
rapidez e pontualidade na entrega, condições de pagamento e pre-
ços, etc.
Devemos solicitar ao fomecedor o certificado de análise das
matérias-primas, não só com os resultados das análises mas também
com as especificações, a data de fabricação, a validade, as condi-
ções de conservação e armazenagem ideais, o número do lote e o
país de procedência. A relação entre a farmácia e o fomecedor de-
ve ser de parceria, visando a completa satisfação do cliente. Os
fomecedores que não atendam às especificações devem ser excluí-
dos.

21
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

2. Controle da Qualidade das Matérias-primas

2.1. Laboratório de Controle da Qualidade

2.1.1. Instalação fisica


Área física ideal: mínimo de 10 m2
Localização: preferencialmente próximo ao almoxarifado e ao labo-
ratórios de produção, porém deve ser isolado e independente das
outras instalações.
Piso: cerâmica ou piso vinílico de fácil limpeza.
Paredes: azulejo ou parede com revestimento liso e pintura a óleo.
Iluminação: natural e artificial adequada, porém com a possibilida-
de de uma área escura (para leituras cromatográficas).
Ventilação: a área deve ser ventilada com capela de exaustão.
Refrigeração: deve conter ar condicionado, mantendo a temperatu-
ra ambiente em torno de 20°C (necessário para o funcionamento e
conservação ideal dos equipamentos analíticos).
Bancadas: alvenaria ou madeira formicada com revestimento prote-
tor, impedindo a quebra de vidrarias.
Instalações elétricas: tomadas de 110 V e 220 V.
Instalações hidráulicas: as bancadas devem possuir torneiras.
Outras benfeitorias: gás, vácuo

2.1.2. Equipamentos
A instalação e os equipamentos de um laboratório de contro-
le da qualidade com recursos básicos, podem ser obtidos a custos
razoáveis. Todavia, o investimento retorna sob a forma de economi-
a, com a maior eficiência nos processos de produção, na avaliação
do desempenho dos funcionários, na segurança, no controte do de-
sempenho da empresa, na conscientização sobre a importância da
qualidade, na credibilidade e na conquista de uma posição estável
no mercado.
Os equipamentos necessários para o funcionamento de um
laboratório de controle da qualidade na farmácia de manipulação,
devem ser proporcionais à amplitude das análises que se pretende
realizar e à disponibilidade financeira para adquiri-los. Considera-
22
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

mos como ideal:


• pHmetro
• aparelho para determinação do ponto de fusão
• viscosímetro
• espectrofotômetro (visível e ultravioleta):faixa 190 a 750 nm
• estufa
• balança analítica de precisão
• mufla
• banho-maria
• centrífuga (com pelo menos 3.000 rpm)
• microscópio
• refratômetro
• dessecador
• bico de Bunsen
• tamizes para classificação de pós: 100, 150, 200 mesh
• densímetros (alcoômetros e picnômetros)
• vidrarias (provetas, buretas, condensadores, balões, Erlen-
meyers, cápsulas de porcelana, tubos de ensaio, funis de se-
paração, pipetas graduadas e volumétricas, tubos de Nessler,
balões volumétricos, termômetros, pesa-filtros, frascos para
reagentes, etc.)
• refrigerador
• cromatoplacas
• lâmpada UV
• cuba cromatográfica (para cromatografia de camada delga-
da)
• balança com dessecador para determinação de umidade

2.1.3. Principais fontes bibliográficas de metodologia analí-


tica
• Index Merck
• USP - National Formulary
• BP - British Pharmacopoeia
• Martindale
• Farmacopéia Brasileira
• Análise Farmacêutica (Andrejus Korolkovas)
• CTFA Standarts Methods - Cosmetic, Toiletry and Fragance
Association

23
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

• Manual de Soluções, Reagentes e Solventes (Morita)


• Livros de Farmacognosia
• Livros de Química Analitica
• Handbook of Pharmaceutical Excipients
• Farmacopéia Européia

2.2. Recepção, Identificação e Amostragem das maté-


rias-primas

2.2.1. Recepção das matérias-primas


Quando a matéria-prima chegar ao almoxarifado sua embala-
gem deve ser examinada visualmente, observada sua integridade,
sua conformidade com o declarado na nota fiscal; a confirmação de
peso ou votume (ainda na presença da transportadora) a necessida-
de de conservação especial e a validade.

2.2.2. Identificação
Todas as matérias-primas recém-chegadas devem ser conser-
vadas em uma área isolada considerada "quarentena", até que o
laboratório de controle da qualidade tenha determinado ou não a
sua aceitabilidade.
A área de quarentena deve ter acesso restrito de maneira a
evitar a utilização inadvertida da matéria-prima não analisada.
As matérias-primas que necessitam condições especiais de
conservação serão retidas até que as análises indiquem sua confor-
midade.
Conforme o controle da qualidade aprove ou rejeite o lote
de matéria-prima, identificá-la com etiqueta de aprovação ou re-
provação.

2.2.3. Etiquetas
As etiquetas de identificação devem seguir os seguintes pa-
drões de cores:
• Quarentena: amarela
• Aprovado: Verde
• Reprovado: Vermelho
24
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Podem ser preenchidas com os seguintes dados:

A. Quarentena
Nome da matéria-prima
Número do lote
Data do recebimento
Data da fabricação
Data da validade
Nome do fornecedor
Quantidade
Nome da transportadora
Aguardando aprovação

B. Aprovado: etiqueta de aprovação


• Nome da matéria-prima
• Número do lote
• Data do recebimento
• Data da validade
• Nome do fornecedor
• Quantidade
• Analista responsável
• Aprovado

C. Reprovado: etiqueta de reprovação


• Nome da matéria-prima
• Número do lote
• Data do recebimento
• Data da validade
• Nome do fornecedor
• Analista responsável
• Reprovado

2 . 2 . 3 . Amostragem
A amostragem deverá ser feita por uma pessoa qualificada,
sob a supervisão do controle da qualidade.
Devem ser recolhidas amostras representativas de cada em-
balagem de cada lote, caso venha mais de uma embalagem de um
mesmo lote.
25
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Utiliza-se <n + 1 (número de embalagens das quais devem


ser recolhidas amostras). Caso a matéria-prima pertença a lotes
diferentes, cada lote deve ser amostrado.
A amostragem deverá ser tomada em local limpo e apropria-
do para que não haja possibilidade de contaminação cruzada.
Deverá ser tomada uma porção do fundo, uma do meio e
uma da parte superior das embalagens com pipeta, sonda, colher ou
utensilio apropriado.
A quantidade de amostra a tomar deverá ser determinada
previamente, de acordo com a metodologia analítica a ser empre-
gada, separando um pouco mais para a amostrateca 1 .

2.3. Características (identificação) das matérias-primas


Testes qualitativos ou quantitativos simples nas matérias-
primas podem ser de grande valia para detectar alterações, adulte-
rações ou erros grosseiros dos fornecedores na separação da maté-
ria-prima podendo ser efetuados na própria farmácia.
Deve-se preparar uma ficha constando os métodos analíticos
que serão empregados 2.
Para fins de identificação, costuma-se levar-se em conta os
critérios subjetivos.
Critérios analíticos empregados para determinação da quali-
dade dos medicamentos:
Propriedades organolépticas: aspecto geral, cor, odor e sabor.
Normas e ensaios de identidade: solubilidade, ponto de fusão, es-
pectrofotometria no ultravioleta e infravermelho, cromatografia,
reações de coloração, reações de precipitação, etc.
Normas e provas de pureza: métodos quantitativos como: perda
por dessecação, grau de umidade, cromatografia líquida e gasosa,
espectrometria de massa (para estimar a concentração de uma im-
pureza tóxica), ensaios de metais tóxicos, provas de esterilidade e
pirogenicidade.
Normas e ensaios de atividade: métodos quantitativos como: es-
pectrofotometria, titulação, gravimetria e outros baseados em rea-
ções elétricas, térmicas e biológicas.

1
Amostrateca: local para arquivamento de amostras de matéria-prima ou produtos acabados pertencentes
a cada lote analisado. As amostras analisadas aprovadas podem ser eventualmente utilizadas como parà-
metros comparativos com futuros lotes a serem analisados.
' Ficha de especificação de matérias-primas (veja na pá^ina 662).
26
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

2 . 3 . 1 . Caracterização organoléptica
São consideradas características organolépticas aquelas que
utilizam os cinco sentidos como instrumentos de análise. É impor-
tante na identificação inicial da matéria-prima que chega à farmá-
cia, sendo portanto, um método inicial de custo zero. As caracterís-
ticas organolépticas guardam relação com a integridade e a quali-
dade da matéria-prima, mas não podem ser utilizadas com fins ana-
líticos, pois são consideradas subjetivas.

Tabela 2 - Características organolépticas X Sentido

Características organolépticas Sentido


Aparência Tato, visão
Cor Visão
Odor Olfato
Sabor paladar

A - Substâncias sólidas (pó)


Aparência: amostrar uma alíquota homogênea e espalhar sobre um
papel branco. Fazer comparação visual e táctil com um padrão (a-
mostrateca), confrontando a observação com as especificações do
fornecedor e com a da bibliografia analítica adotada.
Cor: a observação da cor da amostra deve ser realizada em local
bem iluminado (luz branca) contra um fundo branco e em confronto
com padrão da amostrateca e a descrição da metodologia analítica
adotada. Descrições mais comuns: branco, quase branco, levemente
amarelado, etc...
Odor: deve ser observado em confronto com padrão da amostrateca
e bibliografia adotada. Devemos tomar precaução com substâncias
voláteis, tóxicas e irritantes (por exemplo: capsaicina, ácido clorí-
drico, ácido sulfúrico, hidróxido de amônio, e t c ) . É um parâmetro
organoléptico apenas descritivo e não deve ser considerado como
padrão de pureza, exceto para aqueles casos nos quais um odor par-
ticular é sinal de alteração (como odor de ranço em materiais gra-
xos e odor característico de hidrólise na dietilpropiona). Geralmen-
te classificado como: odor característico ou inodoro.
Sabor: não é determinado para sólidos (risco de intoxicação para o
analista).

27
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

B - Substâncias líquidas
Aparência: homogeneizar a amostra e transferir uma alíquota para
um tubo de ensaio e observar contra um fundo branco. Deve-se con-
siderar a presença ou não de resíduos, o grau de turvação e a sepa-
ração de fases.
Cor: a cor será determinada usando amostras-padrão, fazendo uma
identificação visual ou por método colorimétrico. A técnica será
realizada preferencialmente em tubos de comparação de cor rigoro-
samente iguais, sob condições que assegurem que a solução de refe-
rência colorimétrica e a substância testada sejam tratadas similar-
mente em todos os aspectos. A comparação de cores é melhor se
realizada em camadas de iguais profundidades e, sendo observadas
transversalmente contra um fundo branco, sendo particularmente
importante que as soluções sejam comparadas na mesma tempera-
tura, preferencialmente aos 25°C.
Odor: deve-se tomar precaução com líquidos voláteis tóxicos e irri-
tantes. Geralmente classificado como: odor característico ou inodo-
ro, confrontando com amostra padrão recente. No caso de óleos ou
materiais graxos, esteja atento ao odor característico de ranço.
Sabor: não é determinado para líquidos.

C - Essências e aromas
Aparência: deve-se considerar a presença ou não de resíduos e tur-
vação. Isto é possível através da observação na embalagem original
do produto, senão através de frascos transparentes.
Cor: segue-se o mesmo método descrito para líquidos.
Odor: o odor das essências será identificado utilizando-se uma fita
de papel de f i l t r o na qual mergulha-se o produto. Espera-se secar
levemente, para logo em seguida cheirá-la, comparando com seu
aroma padrão. É importante não se realizar a análise de várias es-
sências ao mesmo tempo devido à possibilidade de mistura de odo-
res, dificultando uma perfeita identificação.
Sabor: pode-se proceder à preparação de uma solução açucarada
(xarope), adicionando a mesma quantidade de aroma para a amos-
tra e para o padrão. Deve-se experimentar a amostra, enxaguar a
boca com água e logo a seguir experimentar o padrão.

D - Corantes
Aparência: fazer comparação visual com um padrão pré-
determinado, em papel branco, seguindo as especificações do for-
necedor.

28
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Cor: prepara-se uma solução de porcentagem variada, porém baixa


(translúcida), idêntica ao padrão. Em seguida analisar de acordo ao
método descrito na cor dos líquidos.
Odor: inodoro ou característico, segundo a especifícação do forne-
cedor.
Sabor: não é determinado para corantes.

2 . 3 . 2 . Identificação físico-química
0 teste de identificação é um meio de se determinar a iden-
tidade de uma substância, não fornecendo obrigatoriamente dados
sobre a sua pureza. Quando se dispõe de equipamentos, a identifi-
cação feita por espectroscopia no infravermelho pode ser uma me-
todologia de escolha.

A - Solubilidade
As indicações sobre solubilidade referem-se a determinações
feitas a 25°C. Pode-se verificar a solubilidade em solventes com a
água, álcool etílico, metanol, glicerol, clorofórmio, acetona, éter,
soluções ácidas diluidas, soluções alcalinas diluídas, óleo mineral,
óleo vegetal, acetato de etila, propilenoglicol e outros solventes
que vão interessar à manipulação específica.

Tabela 3: Classificação farmacopéica da solubilidade

Termo descritivo Quantidade de solvente


Muito solúvel Menos de uma parte *
Facilmente solúvel De 1 a 30 partes
Solúvel De 10 a 30partes
Ligeiramente solúvel De30a 100 partes
Pouco solúvel De 100 a 1.000 partes
Muito pouco solúvel De 1.000 a 10.000 partes
Insolúvel Maisde 10.000 partes

Nota: ' A expressão "partes" refere-se à dissolução de 1 $ de um sótido ou 1 mL de um liqui-


do no número de mililitros do solvente estabelecido no número de partes.

29
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

B - Determinação do pH
0 pHmetro é um aparelho indispensável na farmácia com
manipulação, sendo importante tanto no controle da qualidade da
matéria-prima como no produto acabado. A medição do pH é muito
importante, pois várias matérias-primas podem ter seu pH alterado
em função de impurezas ou instabilidades (hidrólise, por exemplo).
Esta instabilidade pode ocorrer devido ao tempo de estocagem e/ou
condições inadequadas de transporte e armazenamento.
Altas temperaturas predispõem à instabilidade. Algumas ma-
térias-primas podem ser caracterizadas através da medição do pH
de uma solução da amostra à determinada concentração.

Descrição
Passo 1: Retirar o béquer contendo solução de KCl 3 M no qual está
mergulhado o eletrodo quando o medidor não está em uso;
Passo 2: Lavar o eletrodo com jatos de água destilada e enxugá-lo
com papel de f i l t r o ;
Passo 3: Imergir o eletrodo em solução-tampão de referência, veri-
ficando-se a temperatura em que se vai operar;
Passo 4: Ajustar o valor de pH 7, mediante o botão de calibração;
Passo 5: Lavar o eletrodo com várias porções de um segundo tampão
de referência, imergindo-o neste, verificar o valor do pH registrado,
aferir o pHmetro com valor de pH 4 do segundo tampão;
Passo 6: Após a aferição, lavar o eletrodo com água destilada e com
várias porções da solução da amostra;
Passo 7: Para a diluição das amostras, deve-se usar água destilada
isenta de dióxido de carbono (água destilada fervida recentemen-
te);
Passo 8: Proceder à determinação da leitura do pH da solução da
amostra, a primeira determinação fornece o valor variável, havendo
necessidade de proceder novas leituras (ideal: 3 leituras);
Passo 9: Lavar novamente o eletrodo com água destilada, conser-
vando-o a seguir em solução de cloreto de potássio.

30
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

B.1. Sugestão de Soluções-tampão

Tampão pH 7
Fosfato monopotássico 0,2 M 50,0 mL
Hidróxido de sódio 0,2 M 29,1 mL
Água destilada qsp 200,0 mL

Tampão pH 4
Biftalato de potássio 0,2 M 50,0 mL
Ácido clorídrico 0,2 M 0,1 mL
Água destilada qsp 200,0 mL

C - Densidade
A densidade é uma propriedade física cujo valor é calculado
através do peso (em gramas) e do volume (em mililitros) de uma
dada substância pura (líquida ou sólida) ou mistura.
Exemplo: a água a 25°C tem densidade igual a 1,000; isto
significa que 1 grama de água nessa temperatura ocupa o volume de
1 mL. Adicionando-se sal na água, a densidade será alterada para
mais. Já na mistura água-álcool etílico, a densidade será menor que
1,000.
Portanto, nas misturas a densidade das substâncias adiciona-
das interferirá na densidade final, permitindo determinar possíveis
adulterações através da medição da densidade.
A densidade é útil para avaliar a pureza de certas substân-
cias, como por exemplo: álcool, óleos vegetais e minerais.
Para a determinação da densidade (densidade específica) em
líquidos e densidade aparente em pó utilizam-se densímetros de
vidro, picnômetros, provetas e balanças analíticas.

C. 1. Determinação da densidade aparente f d ^ l para pós


Para a determinação da densidade de pós (densidade aparen-
te) uti(iza-se a proveta. A densidade aparente é útil tanto na identi-
ficação da amostra como também para viabilizar o método de en-
chimento volumétrico de cápsulas, densidade aparente de pós e a
relação de peso por unidade de volume, incluindo os espaços vazios
que normalmente existem entre as partículas.
31
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

A determinação da densidade aparente requer apenas uma


proveta em uma balança.

d(ap) = P/V
d(ap) = densidade aparente
P = peso em gramas
v = volume em mililitros

C.2. Determinação da densidade relativa (método do picnômetro)


para liquidos
Passo 1: Utilizar um picnômetro limpo e seco que tenha sido previ-
amente calibrado. A calibração consiste na determinação da massa
do picnômetro vazio e da massa do seu conteúdo com água, recen-
temente destilada e fervida, medida a 20°C.
Passo 2: Colocar a amostra no picnômetro a 20°C, remover o excesso
da substância, se necessário, e pesar. Obter o peso da amostra (em
gramas) através da diferença da massa do picnômetro cheio e vazio.
Passo 3: A divisão entre a massa da amostra líquida e a massa da
água, ambas a 20°C é a densidade relativa.

, nn0r> massa da amostra líquida


d(rel)ZU U = —
massa da água

C.3. Determinaçào da densidade especifica


É calculada a partir de sua densidade relativa

D(esp)20°C = 0,99703 x d ( r e l ) + 0,0012

Nota: normalmente as monoçrafias fornecem dados de densidade espeáfica.

D - Densitometria
É a utilização de aerômetros ou densímetros para determina-
ção da densidade. Observar a temperatura que será efetuada a me-
dição da densidade, caso seja necessário faça a correção da leitura.

32
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Descrição
Verta a amostra liquida numa proveta, coloque a proveta em
posição vertical, introduza um termômetro no líquido fixando-o so-
bre o bordo da proveta. Quando a coluna termométrica ficar esta-
cionária, mergulhe no líquido o densímetro previamente molhado no
líquido em ensaio e enxugado cuidadosamente. 0 densímetro deve-
rá flutuar livremente na proveta, sem aderir às paredes e o líquido
não deverá atingir os bordos da proveta. Quando o densímetro dei-
xar de oscilar faça a leitura.

E - Alcoometria
Quando se introduz o alcoômetro centesimal (alcoômetro de
Gay Lussac) em uma mistura de água e álcool, à temperatura de
15°C, a leitura indica em centésimos e em volume o teor em álcool
absoluto na mistura hidroalcoólica.
A graduação Gay Lussac determina o número de volume de
álcool etílico contido em 100 volumes de uma mistura feita exclusi-
vamente de álcool etílico e água, determinado a 15°C.

Exemplo: 1 litro de álcool etílico a 96° GL encerra a 15°C, 960 mL de


álcool etílico absoluto.
Para se determinar a quantidade de álcool etílico por cento
em volume, em determinada temperatura, por meio da porcenta-
gem em peso, devemos levar em conta a densidade da mistura e a
do álcool puro e empregar a seguinte fórmula:

pXD

X = quantidade de álcool em volume (mL)


p = porcentagem em peso
D = densidade da mistura hidroetanólica (a uma dada temperatura)
d = densidade do álcool puro (a uma dada temperatura)

Exemplo:
Quer se saber o volume em mL de álcool etílico absoluto necessário
para preparar uma mistura hidroalcoólica a 70% em peso de etanol
(álcool 70% p/v).
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Devemos considerar a temperatura de 25°C.


Densidade do álcool absoluto a 25°C = 0,78506*
Densidade da mistura a 25°C = 0,86340*

x_ 70,0,86340 ^X__769K=>X = 11%


0,78506

Serão necessários 770 mL de álcool absoluto + 230 mL de água.

E se partíssemos do álcool a 96° GL, quanto teríamos que utilizar


desta mistura a 25°C?

Álcool a 96° GL = 960 mL de etanol em 1 litro da mistura


Álcool a 70% = contém 770 mL de etanol em 1 litro da mistura.

Portanto:
770x1000
v= -» 802 m L d o alcool a 96° GL(+agua qsp 1000 mL).
960
* valores obtidos na tabela alcoométrica na página 35

34
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Tabela 4 - Tabela alcoométrica

C 2 H 5 OH 30
(%p/p) D = 1°° D= 1 5 ° D= 2 °° D = 25 ° D = °
4" 4° 4" 4 4"
40 0,91238 0,93882 0,93518 0,93148 0,92770
41 0,94042 0,93682 0,93314 0,92040 0,92580
42 0,93842 0,93478 0,93107 0,92729 0,92311
43 0,93639 0,93271 0,92897 0,92516 0,92128
44 0,93433 0,93062 0,92685 0,92301 0,91910
45 0,93226 0,92852 0,92172 0,92085 0,91692
46 0,93017 0,92640 0,92172 0,92085 0,91692
47 0,92806 0,92126 0,92041 0,91649 0,91250
48 0,92593 0,92211 0,91823 0,91429 0,91028
49 0,92379 0,91995 0,91604 0,91208 0,90805
50 0,92162 0,91776 0,91384 0,90985 0,90580
51 0,91913 0,91555 0,91160 0,90760 0,90353
52 0,91723 0,91333 0,90936 0,90334 0,90125
53 0,91502 0,91110 0,90711 0,90307 0,89896
54 0,91279 0,90885 0,90485 0,90079 0,89667
55 0,91055 0,90659 0,90258 0,89850 0,89137
56 0,90831 0,90433 0,90031 0,89621 0,89206
57 0,90607 0,90207 0,89803 0,89392 0,88975
58 0,90381 0,89980 0,89574 0,89162 0,88744
59 0,90154 0,89752 0,89344 0,88931 0,88312
60 0,89927 0,89523 0,89113 0,88699 0,88278
61 0,89698 0,89293 0,88882 0,88466 0,88044
62 0,89468 0,89062 0,88650 0,88233 0,87809
63 0,89237 0,88830 0,88417 0,87998 0,87574
64 0,89006 0,88597 0,88183 0,87763 0,87337
65 0,88774 0,88364 0,87948 0,87527 0,87100
66 0,88541 0,88130 0,87713 0,87291 0,86863
67 0,88308 0,87895 0,87477 0,87054 0,86625
68 0,88074 0,87660 0,87241 0,86817 0,86387
69 0,87839 0,87424 0,87004 0,86479 0,61480
70 0,87602 0,87187 0,86766 0,86340 0,85908
71 0,87365 0,86949 0,86527 0,86100 0,85667
72 0,87127 0,86710 0,86287 0,85859 0,85426
73 0,86888 0,86470 0,86047 0,85618 0,85184

35
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Continuação Tabeia 4

C 2 H 5 OH
(%P/P)
D=10° D = 15 ° D = 20
° D=25° D=30°
4 4" 4" 4" 4"
74 0,86648 0,86229 0,85806 0,85376 0,81941
75 0,86408 0,85988 0,85564 0,85134 0,84698
76 0,86168 0,85747 0,85322 0,84891 0,84455
77 0,85927 0,85505 0,85079 0,84647 0,84211
78 0,85685 0,85262 0,84835 0,84403 0,83966
79 0,85442 0,85018 0,84590 0,84158 0,83720
80 0,98197 0,84772 0,81311 0,83911 0,83473
81 0,81930 0,84525 0,84096 0,83664 0,83224
82 0,84702 0,84277 0,84348 0,83415 0,82974
83 0,81153 0,84028 0,83599 0,83161 0,82724
84 0,81203 0,83777 0,83318 0,82913 0,82473
85 0,83951 0,83525 0,83035 0,82660 0,82220
86 0,83697 0,83721 0,82810 0,82103 0,84965
87 0,83441 0,83014 0,82583 0,82143 0,81708
88 0,83181 0,82754 0,82323 0,81888 0,81418
89 0,81919 0.82492 0,82062 0,81626 0,81186
90 0,82634 0,82227 0,81797 0,81362 0,80922
91 0,82386 0,81939 0,81529 0,81094 0,80655
92 0,82114 0,81668 0,81257 0,80823 0,80834
93 0,81839 0,81413 0,80983 0,80349 0,80111
94 0,81561 0,81134 0,80705 0,80272 0,79835
95 0,81278 0,80352 0,80424 0,79991 0,79555
96 0,80991 0,80566 0,80138 0,79706 0,79271
97 0,80698 0,80274 0,79846 0,79415 0,78981
98 0,80399 0,79975 0,79347 0,79117 0,78634
99 0,80094 0,79670 0,79213 0,78814 0,78382
100 0,79784 0,79360 0,78934 0,78506 0,78075

36
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

F - Viscosidade
A viscosidade dos líquidos pode ser determinada pela medida
do tempo de escoamento dos mesmos, sob determinadas condições.
Em igualdade de condições os líquidos mais viscosos escoam-se mais
lentamente. A viscosidade de uma substância é função de sua estru-
tura molecular. É muito importante a temperatura do teste, pois
esta interfere diretamente na viscosidade.
Cada líquido pode ser caracterizado por um determinado
coeficiente de viscosidade.
• Unidade de coeficiente de viscosidade: poise.
• Coeficiente de viscosidade da água a 20°C: 1 centipoise
(1 centipoise = 0,01 poise).

Tabela 5: Viscosidade em centipoise de alguns liquidos a 25°C.

Substância Viscosidade em centipoise


(cp)
Éter etílico 0,22 cp
Acetona 0,32 cp
Clorofórmio 0,54 cp
Agua 0,89 cp
Glicerina 954x10 4 cp

Há processos absolutos e relativos para a medida da viscosi-


dade. A viscosidade absoluta é medida por viscosímetros como o de
Brookfield®, através da velocidade de rotação de eixos metálicos
imersos no líquido.
A determinação da viscosidade relativa é de mais fácil exe-
cução (tempo de escoamento relacionando-o a outro líquido de vis-
cosidade conhecida, geralmente a água).

Viscosidade relativa de líquido (n)


r\ = k. t. d
t = tempo de escoamento da amostra
d = densidade da amostra
k = constante a uma dada temperatura

37
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Cálculo de k
k= x d(água), a uma dada temperatura.
t(água)

Tabela 6: Viscosidade da água em diversas temperaturas

°c T,(cP)
15 1,140
16 1,110
17 1,082
18 1,055
19 1,029
20 1,004
21 0,980
22 0,957
23 0,936
24 0,915
25 0,895

Nota: A viscosidade reiativa pode ser medida no copo de Ford", assegurando o enchimento
total do mesmo tanto para água como para a amostra na mesma temperatura.
Observaqão: a viscosidade da matéria-prima pode interferir na viscosidade do produto finat.

G - Determinação do índice de refração


0 índice de refração é uma constante física, freqüentemente
usada na determinação da identidade e da pureza de fármacos e
produtos alimentícios. Pode ser usado para determinar quantitati-
vamente a pureza das soluções ou as proporções que certos líquidos
são misturados: por exemplo, a porcentagem de açúcar no xarope e
a porcentagem de álcool na água. 0 índice de refração é uma ca-
racterística de muitas substâncias tais como gorduras, óleos graxos,
ceras, açúcares, solventes orgânicos e óleos essenciais.
A determinação do índice de refração é realizada no refra-
tômetro tipo Abbé"'' e pelo refratômetro manual.

38
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Tabela 7: índice de Refração

Substância Indice
Água destilada 1,3330
Acetona 1,3589
Clorofórmio 1,4476
Etanol(18°C) 1,3624
Eugenol 1,5400- 1,5420
Fitonadiona (25° C) 1,5230- 1,5252
Glicerina 1,4729
Salicilato de metila 1,5350- 1,5380
Trietanolamina (40°C) 1,4537- 1,4585

Descrição
Passo 1: Verificar a temperatura do liquido padrão (água destilada).
Passo 2: Colocar água destilada entre os prismas e aferir em 1,3330
pois o índice de refração da água a 20°C é 1,3330.
Passo 3: Determinar o erro inicial mediante deslocamento da crema-
Iheira até obter campo constituído de metades iguais, mas desi-
gualmente iluminadas, isto é, uma clara e outra escura.
Passo 4: lluminar o prisma com luz solar ou elétrica de modo a ter
campo bem claro. Colocar duas a três gotas do líquido problema na
face do prisma mantido horizontalmente e determinar o índice de
refração.

Correção: o aparelho está calibrado para 20°C. O erro é de aproxi-


madamente 0,4% para cada 5 graus de temperatura (a ser subtraido
se a temperatura for inferior a 20°C; somando se a temperatura for
superior a 20°C).

H - Determinação da umidade na matéria prima


Quando a porcentagem de umidade na matéria-prima sólida
não for especificada na monografia é permitido um máximo de 1%,
exceto para certos produtos químicos eflorescentes cujos limites de
tolerância são maiores.
A determinação da umidade pode ser realizada em balança
com dessecador infravermelho.
O teor maior de umidade acima do especificado, demonstra
deterioração ou má conservação das matérias-primas.

39
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

I - Teste da peneira (granulometria)


Certas matérias-primas como o talco, o dióxido de titânio, o
óxido de zinco e os fitoterápicos são utiüzados na forma de pó e
necessitam ser homogêneos. A presença de partículas maiores que o
especificado irão interferir na aparência e na performance do pro-
duto, bem como, ocasionar diferenças no enchimento das cápsulas
(ex.: fitoterápicos). Para realização deste teste, empregam-se tami-
ses de malhas definidas.

J - Classificação dos pós


Pó grosso: aquele cujas partículas em sua totalidade, passam pelo
tamis com abertura de 2mm (tamis n° 10) e, no máximo 40% pelo
tamis com abertura nominal de malhas de 0,355mm (tamis n° 44).
Pó moderadamente grosso: aqueles cujas partículas passam em sua
totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 0,71 Omm,
(tamis n° 22) e, no máximo 40% pelo tamis com abertura nominal de
malha de 0,250mm (tamis n° 60).
Pó semi-fino: aquele cujas partículas passam em sua totalidade pelo
tamis de abertura nominal de malha de 0,355mm (tamis n° 44) e no
máximo 40% pelo tamis com abertura nominal de malha de 0,180mm
(tamis n° 85).
Pó fino: aquele cujas partículas passam em sua totalidade pelo ta-
mis com abertura nominal de malha de 0,180mm (tamis n° 85).
Pó finíssimo: aquele cujas partículas passam em sua totalidade pelo
tamis com abertura nominal de malha de 0,125mm (tamis n° 120).

Descrição: Para pós grossos, moderadamente grossos e semi-finos


Passo 1: Utilizar amostras de 25 a 100 gramas de pó.
Passo 2: Colocar a amostra sobre o tamis de malha selecionada.
Passo 3: Agitar o tamis em movimentos horizontais rotativos e verti-
cais, sobre um recipiente para coleta (durante cerca de 20 minu-
tos).
Passo 4: Pesar cuidadosamente o pó recolhido e a fração remanes-
cente sobre o tamis.

Obs.: Para pós finos e muito finos, proceder como descrito acima,
porém utilizando amostras de 25 gramas.

40
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

L - Determinação de resíduo pela incineração (cinzas) - drogas


vegetais
A determinação de cinzas totais destina-se a estabelecer a
quantidade de substância residual não-volátil no processo de incine-
ração especificado. As cinzas totais, incluem as derivadas de tecido
vegetal (cinzas fisiológicas) e de materiais estranhos, como areia e
terra (cinzas não-fisiológicas).

Descrição
Exemplo de procedimento geral normalmente empregado:
Passo 1: Calcinar previamente cadinho de porcelana em mufla a
450°C por 30 minutos.
Passo 2: Resfriar no dessecador.
Passo 3: Tarar o cadinho (P1).
Passo 4: Pesar exatamente 3 g da droga (P2).
Passo 5: Distribuir o material uniformemente no cadinho.
Passo 6: Colocar o cadinho inclinado sobre um suporte e iniciar a
combustão com chama pequena do bordo superior ao fundo do cadi-
nho, aumentando o aquecimento gradativamente.
Passo 7: Após completa combustão (ausência de fumaça), calcinar
em mufla a 450°C por duas horas (eliminação t o t a l do carvão).
Passo 8: Resfriar o cadinho em dessecador e pesar (P3).
Nota: caso o carvõo não tenha sido eliminado, resfriar o cadinho, adicionar ao residuo 2 mL
de água destilada ou soluqão saturada de nitrato de amônio (oxidante). evaporar em banho-
maria até secura, calcinar em mufla a 450°C até peso constante.

Cáiculos

Exemplo
P1 = cadinho = 45,0000 gramas
P2 = cadinho + droga = 48,0000 gramas
P3 = cadinho + cinzas = 45,3000 gramas
P1 - P2 = droga (total de amostra) = 3,0000 gramas
P1 - P3 = cinzas = 0,3000 gramas

Cálculo percentual
3,0000 gramas da droga 0,3000 gramas de cinzas
100 gramas da droga X
X = 10%decinzas

Nota: o procedimento para determinação de cinzas pode variar conforme a droga a ser anati-
sada, devendo ser consultada a monografia farmacopéica especifica.
41
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

M - Pesquisa de matéria orgânica estranha (drogas vegetais)


Amostras de 25g a 500g da droga bem misturada, distenda-a
em camada delgada, separe a matéria orgânica estranha à mão o
mais completamente possível, pese-a calcule a sua porcentagem na
droga examinada.

N - Microscopia
0 exame microscópico, em numerosos casos, é ú t i l na análise
de produtos farmacêuticos. Com uso do microscópico caracteriza-
mos e diferenciamos fármacos de origem vegetal, animal ou mesmo
sintéticos. Com o recurso químico (algumas gotas de iodo deci-
normal), podemos saber se a amostra é pura ou adulterada com
substâncias amiláceas. Podemos observar adulterações comuns co-
mo glucomanan com gelatina, clhorella com spirullina, vitamina C
revestida com vitamina C injetável e etc.

0 - Ponto de fusão
0 ponto de fusõo de uma substância ou fármaco é definido
como a temperatura onde ocorre a passagem do estado sólido ao
estado líquido por influência do calor. É regida por duas leis que
são:
• 1a Lei: toda substância quimicamente pura entra em fusão a
uma temperatura determinada.
• 2a Lei: durante a fusão a temperatura permanece constante.
Na prática, utilizamos o intervalo de fusão que é o intervalo
de temperatura onde ocorre a fusão do fármaco, isto porque os fá-
macos não apresentam um grau de pureza absoluto de 100%. Desta
forma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece uma vari-
ação de +/-4°C da temperatura indicada para fusão, j á a United
States Pharmacopea (USP24) indica que o ponto de fusão deve ser
expresso como a média entre a temperatura inicial (quando há for-
mação de pequenas goticulas) e a final (completa formação de go-
tas límpidas e transparentes) de fusão. Este critério também é ado-
tado pela Farmacopéia Brasileira.
A adição de um segundo componente a um composto puro,
resultando em uma mistura, produz em geral um ponto de fusão
inferior ao composto puro. 0 grau de redução do ponto de fusão,
também está relacionado com o ponto de fusão propriamente dito.
Os compostos com ponto de fusão baixo são mais influenciados que
42
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

os compostos com ponto de fusão alto após a adição de um segundo


componente (isto é, os compostos com baixo ponto de fusão sofrem
redução mais acentuada no ponto de fusão do que aqueles cujo pon-
to de fusão é alto).
Sem dúvida nenhuma, o ponto de fusão é uma ferramenta
importante para identificação de um fármaco bem como seu grau
de pureza. Contudo, para alguns fármacos surge um outro conceito:
o comportamento de fusão que é observado para aqueles fármacos
que quando são aquecidos, sofrem decomposição. Assim, o ponto de
fusão observado não é verdadeiro mas, sim uma temperatura onde
existe uma mistura do fármaco íntegro e produtos de degradação.
Um exemplo importante é o pantoprazol que se decompõe em torno
de 190°C.

Tabela 8: Ponto de Fusão de alguns fármacos

Fármaco Ponto de Fusão (UC)


Ácido mefenâmico 230 - 231 (efervescente)
AlprazolaiV 228,0 228,5 (ponto de fusão misto.
Não deve desviar mais que 2°C)
Carnitina (L) (DL) DL:195-197c/dec/D:210-212 com de-
comp. L: 197-198 c/decomposição
Cloridrato de amilorida Anidro: 293 - 295
Dehidratado: 285 - 288 c/decomp.
Cloridrato de dietilpropiona 168 com decomposiçâo
Cloridrato de fluoxetina 158,4 - 158,9
Cloridrato de Hidroxizina 200 com decomposição
Finasterida Cerca de 257
Hidroclorotiazida 273 275
Maleato de Enalapril 143 a 145
Nimodipina* 125
Pantoprazol sódico Decompõe acima de 130 (190)
Pentoxifilina 103 a 107
Prednisolona Decompõe a 240 - 241
Sulfassalazina Decompõe em 240 - 245

Nota: ' Fármacos que apresentam o fenòmeno de polimorfismo: Prednisolona, ácido mefenâ-
mico, fosfato sódico de dexametasona, nimodipina, alprazolan, etc.
Veja na seção Anexo tabela com outros fármacos e seus respectivos pontos de fusão.

43
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3. Obtenção do teor dos fármacos

3.1 Conceitos em Química Analítica

Utiliza-se com freqüência, a palavra "concentração" como


um termo geral que se refere a uma quantidade da substância num
volume definido de solução. Segundo as regras IUPAC (International
Union of Pure and Applied Chemistry), na análise titrimétrica quan-
titativa, usam-se soluções-padrões nas quais a unidade básica da
quantidade empregada é o mol. Entretanto, em análise farmacêuti-
ca, a concentração da maioria das soluções-padrões é dada em
normalidade. Discutiremos esses termos detalhadamente a seguir.

3 . 1 . 1 . Molaridade
Segundo a IUPAC, mol "é a quantidade de substância que
contém tantas unidades elementares quantos são os átomos em
0,012 kg de carbono 12. A unidade elementar deve ser especificada
e pode ser um átomo, uma molécula, um íon, um radical, um elé-
tron ou outra partícula ou grupo especificado destas partículas".
Por isso, algumas soluções-padrões são expressas em concen-
trações molares ou molaridade (M). Estas soluções são definidas em
termos do número de moles do soluto dissolvidos em 1 litro da solu-
ção, assim, em qualquer solução:

, , , ., . __ moles do soluto
Molandadc(M) = -volumeda soluçãoem litros

Como o conceito de "mol" se refere a uma quantidade de


substância com referência à massa especificada de carbono 12, é
possível expressar a massa molecular relativa (que a base do mol)
de qualquer substância, pelas somas das massas atômicas relativas
dos seus elementos constitutivos. Por exemplo: ácido sulfúrico
(H2S04):

44
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Tabela 9: Elemento X Massa Atômica relativa

Elemento Massa atômica relativa


Hidrogênio 1,0079X2 = 2,0158
Enxofre 32,06 X 1 = 32,06
Oxigênio 15,9994X4 = 63,9986
Massa molecular relativa 98,0744

Daí, uma solução molar de ácido sulfúrico conterá 98,074 g


de ácido sulfúrico em 1 litro de solução ou 49,037 gramas em 500
ml_ da solução.

Exemplo 1: Preparo de 500 mL de ácido sulfúrico 0,25 M.


Dados sobre o ácido sulfúrico P.A.:
Peso molecular: 98,0 / Densidade: 1,84 / Pureza: 96,0%

Resolução:
Solução 1M: 98,Og de H2S04 em I.OOOmL
Para uma solução 0,25M teremos: 98 / 4 = 24,5g de H2S04
A concentração do ácido sulfúrico é:
96,Og de H2S04 em 100g de solução
12,25 x = 1276g de solução
Usando densidade: d=m/v ou v=m/d teremos v=12,76g/1,84 = 6,9mL
Tomar 6,9mL de H2S04 a 96% e diluir para 500mL com água destila-
da.

3.1.2. Normalidade:
Embora as concentrações molares sejam as oficialmente a-
ceitas, nas análises farmacêuticas é comum utilizar conceitos que se
chamam "pesos equivalentes" e "normalidade". Nas reações de
neutralização, o conceito de peso equivalente (ou equivalente-
bgrama) é relativamente direto, mas nas titulações de oxirredução
exige-se o conhecimento do que se conhece como "número de oxi-
dação" das substâncias envolvidas na reação.
A IUPAC define como equivalente-grama "a quantidade da
substância que em determinada reação, combina-se com a quanti-
dade de hidrogênio (ou liberta ou substitui essa quantidade) que se
combina com 3 gramas de carbono 12 no metano (CH4)".
Daí, segue que uma solução normal é uma solução que tem
um equivalente da espécie por litro, de acordo com uma reação
45
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

particular. A vantagem maior do sistema de equivalentes é de que


os cálculos na análise titrimétrica são muito simples, pois no ponto
finat, o número de equivalentes da substância titulada é igual ao
número de equivalentes da solução-padrão empregada. Podemos
escrever:

Normatidade = número de equivalentes-grama


um litro da solução

3.1.3. Cálculo dos equivalentes-grama

A. Para ácidos e bases: divide-se o peso molecular pela quantidade


de prótons (ou hidroxilas) ionizáveis presentes. Se o ácido é mono-
prótico, o equivalente-grama corresponde ao mol; se for um ácido
diprótico ou triprótico, o equivalente-grama corresponde, respecti-
vamente, à metade ou à terça parte do mol.

B. Para reações de oxirredução: corresponde ao peso molecular di-


vidido pela quantidade de elétrons disponíveis para participar da
reação.

C. Para formação de complexos e reações de precipitação: é o peso


molecular dividido pela carga do cátion ou ânion que participa da
reação.

Exemplo 1: Preparo de 500 ml_ de ácido sulfúrico 0,25 N.


Dados sobre o ácido sulfúrico P.A.:
Peso molecular: 98,0 Densidade: 1,84 Pureza: 96,0%
Resolução: Para uma solução 1N de H2S04 temos
Equivalente-grama = 98,0/2 = 49g, portanto 49g de H2S04 e diluir
para LOOOmL. Assim, para 0,25N, teremos:
49/4 = 12,5g/2 = 6,125g de H2S04
A concentração do ácido sulfúrico é
96,Og de H2S04 em 100g de solução
6,125 de H2S04 x = 6,4g de solução
Usando densidade v=m/d v=6,4/1,84 = 3,5 mL
Tomar 3,5mL de H2S04 a 96% e diluir para 500mL.

46
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.1.4. Padrões primários e padrões secundários


Na titrimetria alguns reagentes são adotados em concentra-
ções definidas como soluções de referência. Essas substâncias são
conhecidas como padrões primários e padrões secundários.
Um padrõo primário é um composto com pureza suficiente
para permitir a preparação de uma solução padrão, mediante a pe-
sagem direta da quantidade da substância, seguida pela diluição até
um volume definido da solução. A solução que se obtém é uma solu-
ção padrão primária.
Um padrão primário deve atender às seguintes condições:
• Deve ser fácil de obter, de purificar, de secar (preferivel-
mente a 110-120°C) e de preservar em estado puro.
• A substância deve permanecer inalterada ao ar, durante a
pesagem; não deve ser higroscópica, não pode oxidar-se ao
ar e nem ser afetada pelo dióxido de carbono. Durante a es-
tocagem, a composição do padrão deve permanecer invariá-
vel.
• 0 total de impurezas não deve exceder, em geral, de0,01 a
0,02%.
• 0 padrão deve ter uma massa molecular relativa elevada, a
fim de que os erros de pesagem possam ser desprezíveis.
• A substância deve ser facilmente solúvel nas condições em
que será empregada.
• A reação com a solução padrão deve ser estequiométrica e
praticamente instantânea. 0 erro de titulação deve ser des-
prezível ou fácil de determinar exatamente por método ex-
perimental.
• Na prática, é difícil obter um padrão primário ideal. Em mui-
tas técnicas farmacopéicas de aferição de soluções, os mé-
todos preconizam a utilização de uma quantidade de padrão
primário que reaja com cerca de 20 ml_ da solução a ser pa-
dronizada (aproximadamente 80% da capacidade total de
uma bureta de 25 mL).

Algumas das substâncias empregadas mais comumente como


padrões primários estão descritas a seguir:
• reações ácido base: carbonato de sódio (Na2CC>3), tetrabora-
to dc sódio (Na,B,0,). biftalato de potássio ou hidrogenofta-
lato de potássio (KHC8H404), ácido benzóico (C6H5COOH).
• reações de formacão de compiexos: nitrato de prata (Ag-

47
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

N0 3 ), cloreto de sódio (NaCl) e alguns outros sais utilizados


em reações específicas.
• reações de precipitação: nitrato de prata, cloreto de sódio,
cloreto de potássio e brometo de potássio.
• reações de oxirredução: dicromato de potássio (K2Cr207),
bromato de potássio (KBr0 3 ), iodato de potássio (KI0 3 ), oxa-
lato de sódio (Na 2 C 2 0 4 ), trióxido de arsênio (As203)

Um padrão secundário é uma substância que pode ser usada


nas padronizações cujo teor de substância ativa foi determinado
pela comparação contra um padrão primário. Segue daí que uma
solução padrão secundária é uma solução na qual 0 soluto dissolvido
não foi determinado pela pesagem do composto dissolvido, mas pela
reação de um volume da solução contra um volume conhecido de
uma solução padrão primária.

3.2. Volumetria de neutralização

3.2.1. Preparo de fenolftaleina Sl:


Dissolva 100 mg de fenolftaleína em álcool etílico suficiente
para obter 100 mL de solução.

3 . 2 . 2 . Preparo de hidróxido d e sódio 0,1 N:


Pese cerca de 4 gramas de hidróxido de sódio R e dissolva
cuidadosamente em cerca de 100 mL de água isenta de dióxido de
carbono, resfriando sob água corrente se necessário. Complete o
voiume a 1000 mL com água isenta de dióxido de carbono.

3 . 2 . 3 . Aferição (padronização) d e hidróxido d e sódio 0 , 1 N:


Pese exatamente cerca de 400 mg de biftalato de potássio
padrão primário, previamente triturado e dessecado a 100-105°C por
duas horas. Dissolva em cerca de 50 mL de água e titule com a solu-
ção de hidróxido de sódio 0,1 N, utilizando fenolftaleína Sl como
indicador. Cada mL de hidróxido de sódio 0,1 N corresponde a 20,42
mg biftalato de potássio. Calcuie 0 fator de correção através da
fórmula:

massa de padrão pnmário


correçao = :
fator de análise X volume gasto na titulaçâo
48
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.2.4. Doseamento de ácido glicólico:


Pese exatamente cerca de 2 mL de ácido glicólico, dilua com
cerca de 50 mL de água e titule com hidróxido de sódio 1 N SV, uti-
lizando fenolftaleína Sl como indicador. Cada mL de hidróxido de
sódio 1 N corresponde a 76,05 mg de C2H4O3.

3.2.5. Doseamento de furosemida:


Dissolva cerca de 250 mg de furosemida em 20 mL de dime-
tilformamida R. Titule com hidróxido de sódio 0,1 N SV, utilizando
0,2 mL de azul de bromotimol Sl como indicador. Faça uma prova
em branco. Cada mL de hidróxido de sódio 0,1 N SV corresponde a
33,07 mg de dzHnClNjO^S.

3.2.6. Doseamento de alendronato de sódio:


Pese exatamente cerca de 600 mg da amostra, adicione cer-
ca de 100 mL de água e deixe sob agitação mecânica por 10 minu-
tos. Adicione 3 a 5 gotas de fenolftaleína Sl e titule com hidróxido
de sódio 0,1 N SV até viragem do incolor para rosa. Cada mL de hi-
dróxido de sódio 0,1 N corresponde a 32,51 mg de
C4H12NNa07P2.3H20.

3 . 3 . Volumetria de oxiredução

3 . 3 . 1 . Preparação de ferroina Sl (ortofenantrolina ferrosa


Sl):
Dissolva 1,48 g de cristais límpidos de sulfato ferroso R em
100 mL de água. Dissolva 150 mg de ortofenantrolina em 10 mL da
solução de sulfato ferroso. A solução de sulfato ferroso deve ser
preparada imediatamente antes da solubilização da ortofenantroli-
na. Guarde em recipientes bem fechados.

3.3.2. Preparação de sulfato cérico 0,1 N:


Dissolvem-se 34 g de sulfato cérico em 500 mL de água con-
tendo 28 mL de ácido sulfúrico concentrado, por aquecimento. Após
resfriamento, dilui-se com água e completa-se o volume a 1000 mL.

3.3.3. Padronização de sulfato cérico 0,1 N:


Dissotva cerca de 130 mg de oxalato de sódio, previamente
dessecado a 110°C até peso constante e dissolva em 50 mL de água.
Adicione 7 mL de ácido sulfúrico R e aqueça a 70°C. Titule lenta-

49
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

mente com a solução de sulfato cérico, sob agitação constante, até


que se produza coloração amarela persistente por 15 segundos. A
temperatura ao final da titulação não deve ser inferior a 60°C. Cada
mL de sulfato cérico 0,1 N corresponde a 6,7 mg de oxalato de só-
dio. Calcule o fator de correção através da fórmula:

massa de padrão primário


correçao =
fator de análise X volume gasto na titulação

3.3.4. Preparação de difenilamina Sl:


Dissolva 1,0 g de difenilamina R em 100 mL de ácido sulfúri-
co. A solução deve ser incolor.

3.3.5. Doseamento de acetato de vitamina E:


Pese exatamente cerca de 250 mg da amostra, transfira para
balão de fundo redondo de 150 mL, acoplado a um condensador de
refluxo, com auxilio de várias porções de álcool absoluto, totalizan-
do 25 mL. Adicione 20 mL de ácido sulfúrico 5 N em álcool e ferva
sob refluxo, ao abrigo da luz, por 3 horas. Resfrie, transfira para um
balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com álcool abso-
luto. Transfira 25,0 mL dessa solução hidrolisada para um frasco
erlenmeyer de 250 mL, adicione 20 mL de ácido sulfúrico a 12% v/v
em álcool absoluto, 20 mL de água e duas gotas de difenilamina Sl.
Titule com sulfato cérico 0,01 N SV, agitando continuamente, até o
aparecimento de coloração azul estável por pelo menos 10 segun-
dos. Faça um branco para as correções necessárias. Cada mL de
sulfato cérico 0,01 N SV, corresponde a 2,364 mg de C31H5203.

3.3.6. Doseamento de nifedipina:


Dissolva exatamente cerca de 0,1300g em uma mistura de 25
mL de álcool t-butílico e 25 mL de ácido perclórico R. Titule com
sulfato cérico amoniacal 0,1 M utilizando 0,1 mL de ortofenantrolina
ferrosa Sl como indicador até que a coloração rósea desapareça.
Titule vagarosamente ao se aproximar o ponto final da titulação.
Faça uma prova em branco. Cada mL de sulfato cérico amoniacal
0,1, M corresponde a 17,32 mg de C17H18N206.

50
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.3.7. Doseamento de hidroquinona:


Dissolva cerca de 250 mg de hidroquinona, exatamente pesa-
dos, em uma mistura de 100 mL de água e 10 mL de ácido sulfúrico
0,1 N, adicione 3 gotas de difenilamina Sl e titule com sulfato cérico
0,1 N SV até se obter uma coVoração vermelho-violeta. Faça uma
prova em branco para as correções necessárias. Cada mL de sulfato
cérico 0,1 N, corresponde a 5,506 mg de C6H602.

3.3.8. Preparação do lodato de potássio 0,1 N:


Dissolva 3,567g de iodato de potássio, previamente desseca-
do a 110°C a peso constante, em água para se obter 1000 mL.

3.3.9. AmidoSI:
Triture 1 g de amido R em 10 mL de água fria e despeje len-
tamente, sob agitação constante, em 200 mL de água fervente. Fer-
va a mistura até obter um fluido translúcido e pouco denso (fervura
mais prolongada que a necessária torna a solução menos sensível).
Deixe sedimentar e use somente o liquido sobrenadante límpido.
Prepare solução nova no dia do uso.

3.3.10. Doseamento de captopril:


Dissolver cerca de 300 mg de captopril, exatamente pesados,
em 100 mL de água, em frasco com rolha esmerilhada. Adicionar 10
mL de ácido sulfúrico 3,6 N, 1 g de iodeto de potássio e 2 mL de
amido Sl. Titular com iodato de potássio 0,1 N, até viragem para
azul, persistente por pelo menos 30 segundos. Faça uma prova em
branco. Cada mL de iodato de potássio 0,1 N eqüivale a 21,73 mg de
captopril.

3.4. Titulação Potenciométrica


Em 1906, Sõrensem apresentou o método potenciométrico
(eletrodo hidrogênio-platina) e definiu o conceito de pH. A idéia do
eletrodo de vidro foi desenvolvida na década de 20.
Os métodos titrimétricos caracterizam-se pelo fato de nas
imediações do ponto de equivalência, ter lugar a modificações brus-
cas de concentrações dos íons que estão sendo determinados, seja
devido à formação de compostos pouco ionízados (água, precipita-
dos ou complexos) ou ainda devido a reações de oxiredução. A de-
51
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

terminação potenciométrica do ponto final é baseada no uso de


eletrodos indicadores capazes de acusar as variações de concentra-
ção no curso das titulações. 0 ponto final é acusado pela variação
brusca do potencial do eletrodo indicador sendo que a escolha do
mesmo está condicionada à natureza da reação.
A potenciometria é um método eletrométrico que consiste
na determinação do potencial elétrico entre dois eletrodos, o indi-
cador e o de referência, os quais se encontram mergulhados na so-
lução. Nas titulações potenciométricas é suficiente determinar a
mudança de potencial em relação à quantidade de solução titulante
que foi acrescentada.

3 . 4 . 1 . Vantagens da t i t u l a ç ã o p o t e n c i o m é t r i c a
• a grande sensibilidade do método permite a sua aplicação a
soluções muito diluídas, desde que a exatidão do potenciô-
metro utilizado seja de + 1 mV;
• soluções turvas ou coradas podem ser tituladas sem proble-
mas de visualização do ponto de equivalência;
• diminuição de interferências, pois não se utiliza indicador;
• é possível titular mistura de componentes muitas vezes, fa-
zendo determinações sucessivas dos mesmos.

3 . 4 . 2 . Doseamento de cloridrato d e r a n i t i d i n a :
Dissolva exatamente cerca de 280 mg de cloridrato de raniti-
dina em água. Titule com hidróxido de sódio 0,1 N. Determine o
ponto de equivalência potenciometricamente. Cada mL de hidróxido
de sódio 0,1 N, corresponde a 35,09 mg de C13H23CIN4O3S.

3.4.3. Doseamento d e t r i a c :
Dissolva exatamente 0,6g de triac em etanol. Titule com hi-
dróxido de potássio alcoólico 0,1 N, determinando o ponto de equi-
valência potenciometricamente. Cada mL de hidróxido de potássio
aicoólico 0,1N corresponde a 62,194 mg de C14H9I3O4.

3.5. Doseamento em meio não aquoso(anidrovolumetria)

3.5.1. Introdução:
Substâncias que são bases muito fracas ou ácidos muito fra-
cos para um ponto de equivalência nítido em solução aquosa, po-

52
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

dem ser tituladas, muitas vezes, em solventes não aquosos. No caso


de bases, a titulação em meio aquoso só é possível quando sua basi-
cidade corresponde a pelo menos um pkB = 6 (dissociação 10"6). Po-
rém, se a base é mais fraca, haverá uma hidrólise do sal formado
impedindo a titulação. No entanto, fármacos com estas característi-
cas podem ser doseados em meio não aquoso, sendo o ácido acético
glacial o solvente mais utilizado na metodologia em meio não aquo-
so.

3 . 5 . 2 . Natureza do solvente:
0 solvente desempenha um papel muito importante na de-
terminação do caráter ácido-básico de uma substância, uma vez que
provê o meio necessário para que ressalte um ou outro caráter. As-
sim, a intensidade com que o soluto reage com o solvente está na
estreita dependência da força dos dois.

3 . 5 . 3 . Tipos de solventes

A.Apróticos: têm baixa constante dielétrica e são quimicamente


inertes.
Exemplos: acetona, acetonitrila, benzeno, clorobenzeno, clorofór-
mio, dicloroetileno, tetracloreto de carbono, hidrocarbonetos alifá-
ticos, 2-butanona, dioxano, isopropilcetona.

B. Protofílicos: têm alta constante dielétrica são de caráter básico e


reagem com ácidos para formar prótons solvatados, têm efeito nive-
lador sobre os ácidos.
Exemplos: amônia, anilina hidrazina, hidroxilamina, piridina, n-
butilamida, trietilamina, dimetilformamida, morfolina, etilenodia-
mina.

C. Protogênicos: têm alta constante dielétrica e são substâncias


ácidas; exercem efeito nivelador sobre as bases.
Exemplos: ácido sulfúrico, ácido fluorídrico, ácido acético glacial,
ácido propiônico, ácido fórmico, ácido clorídrico, anidrido acético,
cloreto de sulfonila.

D. Anfipróticos: apresentam alta constante dielétrica e têm propri-


edades protofilicas e protogênicas.
Exemplos: água, ácido acético glacial e álcoois (metanol, etanol e
propanol).
53
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.5.4. Preparo do cristal violeta Sl:


DissolvalOO mg de cristal violeta R em 100 mL de ácido acé-
tico glacial

3.5.5. Preparo de naftolbenzeina Sl:


Dissolva 250 mg de r-naftolbenzeína em 100 mL de ácido a-
cético glacial.

3.5.6. Preparo da solução de ácido perclórico 0,1 N em áci-


do acético glacial:
Transferir, quantitativamente, 8,5 mL de ácido perclórico R
para balão volumétrico de 1000 mL e adicionar sob agitação, 200 a
300 mL de ácido acético glacial. Juntar 20 mL de anidrido acético.
Completar o volume com ácido acético glacial. Transferir para fras-
co escuro e deixar em repouso por 24 horas para completar a rea-
ção.

Exemplo: preparo de 500 mL de ácido perclórico 0,1 N


Dados sobre o ácido perclórico P.A.:
Peso molecular: 100,5
Densidade: 1,67
Pureza: 70%

3.5.7. Padronização do ácido perclórico 0,1 N:


Pesar exatamente cerca de 200 mg de biftalato de potássio,
previamente dessecado a 110°C por duas horas, dissolver em 50 mL
de ácido acético glacial. Resfriar se necessário. Titular com a solu-
ção de ácido perclórico, utilizando cristal violeta acético Sl como
indicador. Faça uma prova em branco para as correções necessárias
(pode ocorrer uma reação entre o titulante e a umidade atmosférica
e com o indicador). Cada mL de ácido acético glacial corresponde a
20,42 mg de biftalato de potássio. Calcule o fator de correção atra-
vés da fórmula:

_ , massa dc padrão primário


Fatordc correçao=
fatordcanáliscX(voIumcgastonatitulação-voIumegastocombranco)

54
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.5.8. Preparação do acetato mercúrico SR:


Dissolva 6,0 g de acetato mercúrico R em quantidade sufici-
ente de ácido acético glacial para obter 100 mL de solução. Acondi-
cionar em frascos herméticos protegidos da luz solar direta.

3.5.9. Doseamento do cloridrato de anfepramona:


Dissolva 0,400 g, exatamente pesados, em 50 mL de ácido
acético glacial, adicione 15 mL de acetato mercúrico SR e titule
com ácido perclórico 0,1 N SV, utilizando 1-naftolbenzeína Sl como
indicador. Cada mL de ácido perclórico 0,1 N, corresponde a 24,18
mg de C13H19N03.HCl.

3.5.10. Doseamento do cloridrato de femproporex:


Pese exatamente cerca de 400 mg da amostra, dissolva em
50 mL de ácido acético glacial, adicione 5 mL de acetato mercúrico
SR, uma gota de cristal violeta Sl e titule com ácido perclórico 0,1 N
SV. Cada mL de ácido perclórico 0,1 N, corresponde a 22,47 mg de
C12H16N2.HCl.

3 . 5 . 1 1 . Preparo de azul do Nilo Sl:


Dissolva 100 mg de azul do Nilo em ácido acético glacial sufi-
ciente para obter 100 mL de solução.

3.5.12. Doseamento do diazepam:


Dissolva exatamente cerca de 0,500 g de diazepam em 50 mL
de anidrido acético R. Titule com ácido perclórico 0,1 N utilizando
azul do Nilo Sl como indicador até que se obtenha uma coloração
verde-amarelada. Cada mL de ácido perclórico 0,1 N, corresponde a
28,47 mg de C16H13CIN20.

3.6. Anidrovolumetria + Potenciometria


No processo de anidrovolumetria o ponto final é determinado po-
tenciometricamente. Dessa forma constitui-se uma poderosa ferra-
menta para análise de fármacos e medicamentos.
3 . 6 . 1 . Doseamento de bromazepam:
Dissolva 250 mg de bromazepam em 20 mL de ácido acético
anidro R. Junte 50 mL de anidrido acético R. Titule com ácido per-
clórico 0,1 N determinando o ponto final potenciometricamente.
Cada mL de ácido perclórico 0,1 N corresponde a 31,62 mg de
C14H10BrN3O.

55
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.6.2. Doseamento de aciclovir:


Dissolva 0,150 g em 60 mL de ácido acético glacial. Titule
com ácido perclórico 0,1 N SV, determinando o ponto final poten-
ciometricamente. Faça uma prova em branco. Cada mL de ácido
perclórico 0,1 N SV corresponde a 22,52 de CsHnNsCh.

3.6.3. Doseamento de etiladrianol:


Dissolva 0,150 g da amostra, exatamente pesados, em uma
mistura de 20 mL de ácido acético glacial e 50 mL de anidrido acé-
tico. Titule com ácido perclórico 0,1 N SV, determinando o ponto
final potenciometricamente. Cada mL de ácido perclórico 0,1 N SV
corresponde a 21,77 g de C10H16ClNO2.

3.6.4. Doseamento de diclofenaco sódico:


Dissolva 0,250g em 30 mL de ácido acético glacial. Titule
com ácido perclórico 0,1 N SV, determinando o ponto final poten-
ciometricamente. Cada mL de ácido perclórico 0,1 N SV corresponde
a 31,81 mg de C14H10Cl2NNaO2.

3.7. Espectrofotometria na região do ultravioleta-


visível (UV-Vis)
Espectrofotometria ou espectroscopia de absorção molecular
é um dos métodos mais utilizados no mundo em laboratórios quími-
cos e clínicos. Em análise farmacêutica é amplamente usado para
identificação (análise qualitativa) e doseamento (análise quantitati-
va) de fármacos e medicamentos.
Todos os métodos espectrofotométricos são baseados na in-
teração de uma substância química com energia radiante. Os tipos
de energia radiante de maior aplicação são ultravioleta (190 a 380
nm), visível (380 a 780 nm) e infra-vermelho próximo (2.500 a
16.000 nm ou 600 a 4.000 cm"1). Na maioria dos casos, o efeito des-
ta interação é a absorção de energia pela substância (fármaco) que
está sendo analisada.

56
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3 . 7 . 1 . Vantagens e Desvantagens da Espectrofotometria na


Região do Ultravioleta-Visível
A principal vantagem da espectrofotometria na análise de
fármacos é a sensibilidade. Como por exemplo, nos métodos volu-
métricos a concentração ideal do fármaco a ser analisado deve estar
em torno de 0,1 mg/mL ou superior. Por outro lado, nos métodos
espectrofotométricos facilmente trabalhamos em concentrações da
ordem de 0,01mg/mL (10mg/mL) e alguns até mesmo 0,001 mg/mL
(1mg/mL) o que siginifica uma sensibilidade 10 a 100 vezes superi-
or. É importante citar que concentrações desta ordem sào seme-
Ihantes àquelas encontradas para fármacos nos fluidos orgânicos,
(sangue e urina) o que permite que este método de análise possa
ser utilizado inclusive em ensaios de biodisponibilidade.
Outra grande vantagem é a conveniência e uma segurança
razoável do método. Se conduzidas de forma correta e cautelosa, as
análises são facilmente executadas, rápidas, de baixo custo e segu-
ras, e se tornam ainda mais eficientes quando utilizamos equipa-
mentos automatizados que podem realizar mais de uma análise de
uma só vez.
Por outro lado algumas desvantagens devem ser menciona-
das. A primeira e com certeza a mais importante é a falta de espe-
cificidade. Esta metodologia analítica é baseada na quantidade de
energia absorvida por uma substância em um comprimento de onda
específico. Assim, torna-se muito difícil em análise farmacêutica
distinguir entre dois ou mais fármacos ou mesmo impurezas, tais
como produtos de degradação ou intermediários sintéticos, que pos-
sam estar interagindo com a mesma energia radiante.
Também devemos mencionar que o simples fato de uma
substância apresentar uma absorção na região do ultra-violeta ou
visível, não significa que possamos utilizar este método para quanti-
ficar um fármaco, seja enquanto matéria prima ou como produto
acabado. O que queremos dizer em síntese, é que algumas substân-
cias não seguem a lei de Lambert-Beer e consequentemente, não
podemos determinar a concentração de uma determinada solução.
São causas deste efeito: dispersão da luz, fluorescência, reflexões
múltiplas e soluções concentradas (acima de 0,01 M).
Por último, uma desvantagem da espectrofotometria é o uso
de padrões de referência. Infelizmente no Brasil, nem sempre dis-
pomos de substâncias de referência. Mas mesmo a nível intemacio-
nal há uma dependência dos padrões produzidos pela United States
Pharmacopeia (USP). A título de esclarecimento, a Organização
57
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Mundial de Saude (OMS), em 1992, dispunha de aproximadamente


147 substâncias químicas de referência.

3.7.2. Conceitos Fundamentais em Espectrofotometria

A. Energia radiante: é aquela cuja propagação e transporte se efe-


tua como um movimento ondulatório sem transferência da matéria.
Geralmente o termo é usado para definir a radiação eletromagnéti-
ca.
Em espectrofotometria utilizam-se certas grandezas, assim
definidas:

A.1. absorbância (A) ou absorvância (qrafia adotada na F.Bras.lV):


antigamente era chamada densidade ótica e extinção; é o logaritmo
do inverso da transmitância.

A = log-

A.2. transmitância (T): significa a relação entre o fluxo de radiação


transmitido pela substância-problema e o fluxo de radiação inciden-
te. Na prática, utiliza-se esse valor expresso em porcentagem.

A.3. absortividade (a): refere-se ao quociente da divisão da absor-


vância (A) pelo produto da concentração da substância (c) e a es-
pessura atravessada (b).
A
a == —
bc
onde b expresso em centímetros e c expresso em gramas/litro

A.4. absortividade molar (&'): anteriormente chamada índice de ab-


sorvância molar e coeficiente de extinção molar, significa o quoci-
ente da divisão da absorvância (A) pelo produto da concentração da
substância (c) e a espessura atravessada (b). É também o produto da
absortividade (a) pelo peso molecular da substância.
A
8~-- —
bc
b, expresso em centímetros e c, expresso em moles/litro

58
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.7.3. Lei de Lambert e Beer


De forma direta e simplificada, podemos dizer que os princí-
pios de Lambert (1729) nos informam que a absorbância (A) é linear
e diretamente proporcional ao caminho percorrido pela energia ra-
diante (A = ab), ou seja, à espessura da cubeta (b) utilizada no ex-
perimento (normalmente 1cm). Por outro lado, os princípios de Beer
(1852) determina que a absorbância (A) é diretamente proporcional
à concentração da substância (fármaco) em solução (A = C).
Assim, quando combinamos os dois princípios temos a Lei de
Lambert-Beer onde a absorbância (A) é diretamente proporcional ao
caminho percorrido (b) e à concentração da substância em solução,
desta forma temos:
A = a . b .C
a = constante de proporcionalidade;
b = espessura da cubeta em cm
C = concentração da substância em solução.

Curva de Calibração
Atenolol
(Metanol -X = 272nm- Analista Responsável: Ricardo -11/10/2000)

o 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0 20 40 60 83 100 120 140 160 180 200
Concenlração (iig/mL)

59
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

3.7.4. Equipamentos Utilizados em Espectrofotometria


A figura a seguir representa de forma simplificada os compo-
nentes de um espectrofotômetro. Os principais componentes são:
fonte de energia que é constituída de uma lâmpada de deutério
(190-370 nm) e uma lâmpada de tungstênio (350-750 nm); o mono-
cromador que individualiza o espectro de energia, sendo o de mais
alta energia no comprimento de onda mais alto; o compartimento
onde se coloca a amostra (ou as amostras); o detector que é conti-
tuído de um fotomultiplicador que registra a energia sob a forma de
um sinal elétrico; o amplificador que amplifica o sinal para uma
voltagem suficientemente maior para ser registrada e o registrador
que traduz o sinal elétrico a um parâmetro matemático compreensí-
vel.
No mercado temos dois tipos de equipamentos: a) o mono-
feixe que avalia primeiro a cubeta contendo a amostra e posterio-
mente a cubeta contendo o padrão ou vice-versa; b) o duplo feixe,
constituído de dois sistemas de espelhos que permitem a avaliação
concomitante de amostra e padrão.

Esquema simplificado dos componentes de um espectrofotômetro

TST?

y-+£Y1 í-HMj- ^D
i o \ 11:
r A
MONOCKOMADOR
,
AMOSTKA DETECTOR AMPI.IFICADOR REGISTRADOR

3.7.5. Doseamento espectrofotométrico nas regiões visivel


e ultravioleta
Korolkovas menciona que a espectrofotometria nas zonas vi-
sível e ultravioleta é usada, principalmente, para identificação de
compostos químicos orgânicos, exemplificando que esse método é
também amplamente utilizado para doseamento de fármacos como
por exemplo, na USP XX (1980), dos 900 fármacos inscritos, 151 são
assim doseados por esta metodologia.
Este doseamento, como citatado acima, fundamenta-se no
fato de a absortividade de um composto químico ser constante, de-
pendente da intensidade da radiação incidente, do comprimento
60
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

interior da cubeta e da concentração da solução, podendo-se então


determinar espectrofotometricamente a concentração. Por outro
lado, a absortividade depende dos seguintes fatores: estrutura mo-
lecular, solvente, temperatura e comprimento da radiação.

Doseamento na região ultravioleta:


Na prática, o fundamento deste método consiste em compa-
rar a absorvância produzida pela solução da amostra com a absor-
vância de uma solução da substância padrão de referência, no com-
primento de onda de absorção máxima (geralmente mais de 235 nm)
e depois, o mais rapidamente possível, nas mesmas condições expe-
rimentais, a do fármaco analisado, de acordo com a fórmula abaixo.
Quando se devem usar comprimentos de onda no intervalo de 190 a
210 nm, devem ser tomadas precauções especiais, tais como: usar
cubetas que sejam transparentes nesta região, purgá-las com nitro-
gênio e empregar solventes próprios para espectrofotometria.

Ca = conc. amostra (pg/mL)


Cp = conc. padrão (ng/mL)

A - Doseamento de acetato de dexametasona:


Dissolva exatamente cerca de 100 mg da amostra de acetato de
dexametasona em álcool R e dilua a 100,0 mL com o mesmo solven-
t e . Dilua 2,0 mL dessa solução a 100,0 mL com álcool R. Concomi-
tantemente, prepare uma solução-padrão de forma semelhante uti-
lizando acetato de dexametasona SQR. Meça as absorvâncias da so-
lução-amostra e da solução-padrão em torno de 233,5 nm. Calcule o
teor de C24H31F06 na amostra pesada.
Calcule o teor em C24H31F06 tomando 357 como valor de absorvância
específica.

B - Doseamento de hidroclorotiazida:
Dissolva 50 mg da amostra de hidroclorotiazida e m 10 mL de hidró-
xido de sódio 0,1 N e dilua a 100,0 mL com água. Dilua 2,0 mL dessa
solução a 100,0 mL com hidróxido de sódio 0,01 N. Prepare conco-
mitantemente, uma solução-padrão utilizando hidroclorotiazida
SQR, de forma semelhante. Meça as absorvâncias da solução-
amostra e da solução-padrão em torno de 273 nm. Calcule o teor de
C7H8CIN304S2.
61
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

C - Doseamento de carbamazepina:
Dissolva 0,1000 g em metanol R e dilua a 100,0 mL com o mesmo
solvente, dilua 5,0 mL dessa solução a 50,0 mL com metanol R. Di-
lua 5,0 mL da última solução a 50,0 mL com metanol R. Meça a ab-
sorvância em 285 nm. Calcule o conteúdo de C 15 H 12 N 2 0, consideran-
do a absorvância específica igual a 490.

Doseamento na região do visível:


0 método é o mesmo que o descrito para a região do ultravi-
oleta, com as modificações que forem necessárias. Os comprimen-
tos de ondas observados não devem diferir em mais de 5 nm dos
especificados na monografia.

62
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

4. Controle da Qualidade de Produto Acabado no


Setor Magistral: Formas Farmacêuticas Sólidas de
Uso Oral
Sabendo que podemos partir de uma matéria prima com grau
farmacêutico adequado, vamos avaliar a produção do produto mani-
pulado sendo que, reiteramos que trataremos da Forma Farmacêuti-
ca Cápsulas.
0 processo magistral, como qualquer processo farmacotéc-
nico, é realizado em várias etapas: solicitação da matéria prima e
excipientes, pesagem, mistura e homogeneização, encapsulação e
rotulagem. Neste caminho, muitos erros podem ocorrer, sendo que
a função do profissional farmacêutico e de toda equipe técnica da
farmácia de manipulação é minimizar ao máximo, a possibilidade de
erro. 0 primeiro passo para isto é definir o que é erro: segundo o
dicionário Aurélio, erro pode ser definido como "desvio do bom ca-
minho". Mas, o que é erro farmacêutico? Qual o desvio do caminho
é aceito para um produto farmacêutico?
Para responder a estas perguntas, vamos discutir brevemente
alguns pontos importantes: quando preparamos um medicamento, a
quantidade de fármaco contida na preparação farmacêutica pode
variar em geral de 90% a 110% do valor rotulado (VR), ou seja, o
erro farmacêutico pode ser quantificado e é da ordem de 10%. Ou-
tro parâmetro importante, diz respeito à uniformidade de conteúdo,
ou seja, a variação da quantidade de fármaco em cada unidade da-
quela preparação farmacèutica. Por exemplo, suponhamos nova-
mente o enalapril que produzimos 60 cápsulas: qual a variação per-
mitida na primeira cápsula, na décima cápsula, na vígésima, etc.
Segundo as farmacopéias esta variação pode ser de 85% a 115% do
valor rotulado, ou seja, novamente o erro farmacêutico existe e é
da ordem de 15% no máximo. Um erro da ordem de 15% é relativa-
mente grande para alguns setores. Podemos imaginar, por exemplo,
uma bateria de celular com uma variação de 15%? Simplesmente
não falaríamos no celular. Ou um cabo de computador com variação
de 15%? Não haveria conexão. Mas para medicamento isto é aceitá-
vel, pois entre outros pontos, estamos trabalhando para um meio
biológico vivo. Assim, podemos observar que é possível tratar as
possibilidades de erro, evitá-las e mesmo corrigi-las e, desta forma
produzirmos um medicamento com qualidade adequada.
Neste momento, chegamos a uma pergunta crucial: o que fa-
63
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

zer e como fazer a qualidade na farmácia de manipulação? A respos-


ta é simples: Boas Práticas de Manipulação Farmacêutica. Este é o
grande desafio, pois através da BPMF, podemos criar parâmetros
para execução do processo magistral, prever e corrigir erros, medir
farmacopéicamente o nosso erro e consequentemente, fornecer um
medicamento seguro que venha contribuir com o paciente.
Para explicar a importância do termo BPMF, vamos utilizar
como exemplo, o processo de manipulação de cápsulas de enalapril:
Passo 1: solicitar a matéria prima ao setor de armazenamento: ape-
sar de ser pouco freqüente, a troca de matérias primas, bem como
sua rotulagem inadequada é um dos fatores que conduzem a não
conformidades em produtos magistrais;
Passo 2: pesar o enalapril e os excipientes necessários para manipu-
lação de um determinado número de cápsulas: pesagem inadequa-
da, falta de calibração de balanças, falta de atenção, má fé do pro-
fissional, e t c . . . são responsáveis por uma parcela considerável de
não conformidades, refletindo diretamente no menor teor de fár-
maco ou mesmo excesso de fármaco na formulação. A pesagem as-
sume maior importância quanto menor for a dose do fármaco, ou
seja, pesar amoxicilina para preparar cápsulas de 500 mg é em ter-
mos farmacotécnicos, completamente diferente de pesar digoxina
125 mg ou 0,125 mg. Outro importante ponto é a pesagem de uma
quantidade superior do fármaco como medida de segurança, por
exemplo, 5% acima é um procedimento inadequado que reflete in-
segurança técnica e causa maior custo operacional, além de poder
gerar dosagens superiores às especificadas;
Passo 3: misturar, homogeneizar e encapsular: aqui reside a maior
possibilidade de erro. Quando misturamos dois sólidos distintos es-
tamos fazendo uma solução sólido-sólido. Se não misturarmos ade-
quadamente, não teremos uma solução sólida homogênea e, após
encapsular, teremos um problema grave nas mãos: a falta de uni-
formidade de conteúdo. Ou seja, apesar de termos 15% de possibili-
dade de errar, podemos estar errando mais ainda. Este fato torna-se
primordial para fármacos de baixa dosagem (abaixo de 50 mg por
unidade) e mais ainda nos fármacos de baixa dosagem e baixo índice
terapêutico, onde a dose terapêutica é próxima da dose tóxica. São
exemplos, digoxina e clonidina, dentre outros.

Para que possamos ter um processo magistral adequado é fun-


damental a aplicação do Controle da Qualidade. Como demonstrado
acima, esta ferramenta foi e é indispensável para termos uma ma-

64
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

téria prima adequada. Agora, é importante aplicá-la cada vez mais


para consolidarmos a qualidade do produto manipulado e, assim,
brevemente teremos o conhecimento necessário para implantar a
Validação do Processo Magistral.

4 . 1 . Métodos Físicos e Físico-químicos Aplicáveis ao


Controle da Qualidade de Formas Farmacêuticas Sóli-
das

Alguns testes físicos e físico-quimicos são específicos de for-


mas farmacêuticas, outros aplicam-se a vários tipos de materiais,
como por exemplo: produtos alimenticios, produtos quimicos, com-
bustíveis, lubrificantes e etc. Merecem destaque para medicamen-
tos, os seguintes:
• variação de peso e peso médio
• umidade ou perda por dessecação
• uniformidade de doses unitárias
• variação ou uniformidade de peso
• uniformidade de conteúdo
• friabilidade
• desintegração
• dissolução

4.2. Identificação
0 fármaco deve ser identificado por métodos físico-químicos
ou quimicos, sendo que as metodologias principais são reações quí-
micas em tubo de ensaio as reações colorimétricas, cromatografia
em camada delgada e as espectrofotometrias no ultravioleta ou
infravermelho além da cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE ou HPLC). Abaixo estão alguns exemplos.

4 . 2 . 1 . Cápsulas de Betametasona:
Para uma quantidade do pó que contenha aproximadamente
5 mg do fármaco adicione uma gota de formaldeido/ácido sulfúrico.
Produz uma coloração alaranjada. Aqueça em banho-maria por um
minuto; a cor muda para marrom. Este teste também se aplica no
creme de valerato de betametasona. Citado no livro " Basic Tests
65
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

for Pharmaceutical Dosage Forms" da Organização Mundial da Saúde


(OMS):

4.2.2. Identificação de carbamazepina (em cápsulas):


0 pó retirado das cápsulas apresenta uma intensa fluores-
cência azul sob luz ultravioleta (365nm). A seguir o espectro na re-
gião do ultra-violeta da carbamazepina.

4.2.3. Identificação de amitriptilina:


Teste de cloretos: Responde ao testes de identificação de
cloretos à solução exame, acidificada com ácido nítrico, adicione
nitrato de prata SR, forma-se um precipitado caseinoso branco, in-
solúvel em excesso de ácido nítrico, mas solúvel em excesso de hi-
dróxido de amônio 6 N.

4.2.4. Identificação da digoxina:


Suspenda cerca de 0,5 mg em 0,2 mL de álcool (60% v/v). A-
dicione 0,1 mL de ácido dinitrobenzóico SR e 0,1 mL de hidróxido de
sódio SR: desenvolve-se coloração violeta.

66
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

4.3. Variação de peso e peso médio

Este teste tem por objetivo verificar se as unidades de um


mesmo lote apresentam uniformidade de peso e aplica-se a formas
farmacêuticas sólidas, como por exemplo: cápsulas, comprimidos,
drágeas, granulados, pós e etc.

4.3.1. Metodologia:
Pese individualmente 20 unidades, retiradas ao acaso, do
mesmo lote e determine a massa média. Não mais do que 2 das 20
unidades poderão diferir da massa média encontrada em percenta-
gem superior à tabela a seguir indicada e nenhum caso poderá a
diferença exceder o dobro dessa porcentagem, acima ou abaixo.

No caso de cápsulas proceda do seguinte modo:

Cápsulas - Pese uma cápsula cheia. Sem perder quaisquer fragmen-


tos do invólucro, lave a cápsula e extraia o seu conteúdo tão com-
plemente quanto possível. No caso de cápsulas de invólucro mole,
lave este com éter R ou com outro solvente apropriado e deixe-o
exposto ao ar livre até desaparecimento do cheiro do solvente. Pese
o invólucro e calcule a massa do conteúdo por diferença. Repita a
operação em mais 19 cápsulas.

Procedimento suqerido para o setor maqistral - pese 20 cápsulas


vazias e faça a média dividindo o somatório do peso das 20 cápsulas
por 20 para encontrar o peso médio das cápsulas vazias (PMCV).
Proceda o encapsulamento e posteriormente pese as cápsulas cheias
uma a uma, subtraia de cada uma o PMCV, encontrando para cada
cápsula o conteúdo em pó. Faça o peso médio através do somatório
de todos os pesos, dividido por 20.

67
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Tabela 9: Parâmetros de Peso Médio

FORMAS LIMITE DE
PESO MÉDIO
FARMACÊUTICAS VARIAÇÃO
Comprimidos comuns,
Comprimidos sub-linguais, Até 80,0mg ± 10,0%
Comprimidos efervescentes, Entre 80,0 a 250,Omg ±7,5%
Comprimidos vaginais e acima de 250,0 mg ±5,0%
Pastilhas

Até 25,0mg ± 15,0%


Comprimidos revestidos Entre25,0e 150,0mg ±10,0%
Entre 150,0e 300,0 mg ±7,5%
Acima de 300,0 mg
± 5,0 %

Cápsulas duras e moles Até 300,0 mg ± 10,0%


Acima de 300,0 mg ± 7,5 %

Supositórios e óvulos Todos os pesos ± 5,0 %

Cremes, pomadas, pós e Até 60,0 g


± 10,0%
granulados Entre60,0ge 150,0 g ± 5,0 %

Pós estéreis e liofilizados Abaixo de 40,0 g ± 15,0%


Acima de 40,0 g ± 10,0%

68
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

4.3.2. Exemplos da importância do peso médio

Tabela 10: Cápsulas de Digoxina 0,25 mg - Peso Médio

Cápsula + Pó (mg) Pó (mg)


273,90 211,90
275,50 213,50
277,10 215,10
277,50 215,50
281,80 2.19,80
282,90 220,90
284,10 222,10
285,80 223,80
296,30 234,30
300,60 238,60
302.00 240,00
305,80 243,80
312,50 250,50
314,40 252,40
315,90 253,90
316,50 254,50
325,90 263,90
333,60 271,60
336,70 274,70
339,20 277,20
Peso Médio 239,90
Cápsula Vazia (média) 62,00

Ao observar os dados acima, podemos concluir que o peso


mínimo que uma cápsula pode apresentar é 215,91 mg, ou seja,
239,90 mg menos 23,99 que é 10% do peso médio. Podemos notar
que temos 04 cápsulas (211,90; 213,50; 215,10 e 215,50) abaixo do
peso mínimo. Por outro lado, o peso máximo que uma cápsula pode
apresentar é 263,89 mg ou seja 239,90 somado a 23,99 que é 10% do
peso médio. Novamente podemos observar que temos 03 cápsulas
acima do peso máximo (271,60; 274,70 e 277,20). Como a especifi-
cação é "não mais do que 2 das 20 unidades, poderão diferir da
massa média encontrada em percentagem superior a 10%" este
medicamento apresenta uma não conformidade para peso médio.

69
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Contudo, se tomarmos 06 (seis) dados, observamos que este


mesmo produto pode apresentar conformidade. Assim, este exemplo
reflete a importância de realizarmos o ensaio de peso médio, se-
gundo as monografias farmacopéicas.

Tabela 1 1 : Cápsulas de Digoxina 0,25mg - Peso Médio

Cápsula + Pó (mg) Pó (mg)


300,60 238,60
302,00 240,00
305,80 243,80
312,50 250,50
314,40 252,40
315,90 253,90
Peso Médio 246,53
Cápsula Vazia 62,00

Assim, como podemos concluir utilizando o exemplo acima, o


simples uso do peso médio, não conduz a um retrato real do proces-
so de manipulação magistral. Desta forma, é preciso aprofundar em
algumas ferramentas estatísticas, tais como Desvio Padrão e Coefi-
ciente de Variação. Antes contudo, faremos uma breve discussão
sobre alguns conceitos estatísticos.

4.4. Limites de variação e Validação de Processos


No exempio anterior, estudamos o Peso Médio ou Média a-
ritmética que de uma forma geral pode ser definida, como o t o t a l
das observações dividido pelo número de observações. Contudo,
apesar de ser a mais usada, pode resultar em falseamento do resul-
tado final.

— y X 1 + X 2 + X 3 + ... + Xn
X= ±±
n

Para evitarmos t a l falseamento é importante conhecer e a-


plicar os conceitos de Desvio Padrão e Coeficiente de Variacão. Se-
gundo LEITE, a intenção ao se medir o desvio é buscar uma quanti-
dade que meça a amplitude de variação em torno da média, de um
70
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

conjunto de medidas. Considerando os dois conjuntos de medidas


mencionadas pelo mesmo autor como exemplo 1:

4, 5, 6, 7, 8
l- 4, 6, 8, 10

A média de cada conjunto é igual a 6. Contudo, a amplitude


dos valores do segundo conjunto é o dobro da amplitude do primei-
ro. Nesse caso, pode-se concluir que o segundo conjunto de medidas
varia duas vezes mais que o primeiro. Outros exemplos são os dados
abaixo discutidos no "Remington: The Science and Practice of
Pharmacy" Vol 1, pg 97 que poderemos adotar como peso médio de
duas formulações:

Formulação 1

201 204 200


203 202 207
209 206 207
Peso Médio = 204,33

Formulação 2

151 154 150


153 202 257
259 256 257
PesoMédio = 204,33

Assim, o peso médio sozinho tem pouco valor. Devemos por-


tanto medir a variação e a extensão dos desvios em relação à mé-
dia, trabalhamos então com o Desvio Padrão.

V w - 1
Se observarmos os mesmos dados citados no exemplo 1 e aplicarmos
o conceito de Desvio Padrão observaremos que o primeiro conjunto
varia s, = 1,58 enquanto s2 = 3,16. A Formuíação 1 varia Si = 3,08
enquanto a Formulação 2 s2 = 52,65.

71
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Outro conceito importante em estatística é o Coeficiente de


variaçõo (CV), também chamado de estimativa do Desvio Padrão
Relativo. Este indicador é muito utilizado para expressar a relação
percentual da estimativa do desvio padrão com a média dos valores
obtidos (LEITE):

C. V. = 4x100%
X
Podemos exemplificar com os dados abaixo:

Tabela 12 - Cápsulas de Digoxina 0,25 mg - Análise Estatística

273,90 211,90
275,50 213,50
277,10 215,10
277,50 215,50
281,80 219,80
282,90 220,90
284,10 222,10
285,80 223,80
273,90 211,90 296,30 234,30
275,50 213,50 300,60 238,60
277,10 215,10 302,00 240,00
277,50 215,50 305,80 243,80
281,80 219,80 312,50 250,50
282,90 220,90 314,40 252,40
273,90 211,90 315,90 253,90 315,90 253,90
275,50 213,50 316,50 254,50 316,50 254,50
277,10 215,10 325,90 263,90 325,90 263,90
333,60 271,60 333,60 271,60 333,60 271,60
336,70 274,70 336,70 274,70 336,70 274,70
339,20 277,20 339,20 277,20 339,20 277,20
Média 244,00 Média 241,04 Média 239,90
D. Pad. 33,47 D. Pad. 27,02 D. Pad. 21,69
C. Var. 13,72% C. Var. 11,21% C. Var. 9,04%
Cáp. Vaz. 62,00 Cáp. Vaz. 62,00 Cáp. Vaz. 62,00

O conceito de Coeficiente de Variação (CV) é de grande im-


portância, pois podemos utilizá-lo como fator de definição da varia-
bilidade do processo produtivo.
72
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

4.5. Uniformidade de Doses Unitárias

0 teste avalia a homogeneidade de distribuição do fármaco


nas unidades de um determinado lote. A uniformidade de doses uni-
tárias pode ser aferida através de dois métodos: variação de peso e
uniformidade de conteúdo.
0 método de variação de peso deve ser aplicado às seguintes
formas farmacêuticas: comprimidos sem revestimento, cápsulas e
pós estéreis e, deve ser realizado quando o teor de substâncias ati-
vas no medicamento for igual ou superior a 50 mg por unidade ou
compreender mais de 50% do peso da dose unitária da forma farma-
cêutica, segundo a Farmacopéia Brasileira IV e a USP 24.
A uniformidade de conteúdo é exigida para comprimidos ou
cápsulas cujo teor de substância ativa é inferior a 50 mg por unida-
de, quando compreender menos de 50% do peso da unidade e para
todos os comprimidos revestidos. Este método é aplicável a formas
farmacêuticas cujo fármaco apresenta toxicidade elevada ou baixa
margem terapêutica, quando não são permissíveis grandes variações
na dose administrada.

4.5.1. Parâmetros para uniformidade de teor no caso de cápsu-


las, granulados, supositórios e óvulos:
A menos que outros critérios estejam especificados na mono-
grafia cada valor unitário deve estar entre 85,0 a 115% do valor ro-
tulado (VR) e o coeficiente de variação (CV) deve ser menor ou igual
a 6%. Se uma unidade estiver fora da faixa 85,0 a 115% VR mas não
ultrapassar 75,0 a 125% VR ou se o desvio for maior que 6% ou se
ambas situações ocorrerem, testar 20 unidades adicionais. Os requi-
sitos estarão cumpridos se não mais que uma das 30 unidades esti-
ver fora da faixa de 85,0 a 115,0% VR e nenhuma ultrapassar 75,0 a
125% VR e o coeficiente de variação das 30 unidades não ultrapassar
7,8%.

73
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

5. Formas Farmacêuticas de Maior Risco Terapêuti-


co e a Importância do Controle da Qualidade
0 sucesso terapêutico do tratamento das doenças humanas,
depende em parte da escolha do medicamento apropriado, para
levar à reversão ou à atenuação dos processos fisiopatológicos. A
escolha do medicamento deve levar em consideração as caracterís-
ticas fisiopatológicas, a idade, o sexo e a raça do paciente, além de
selecionar a dose e a freqüência de administração que irão manter
concentrações adequadas, obtenção dos efeitos desejados nos me-
diadores da ação farmacológica.
A importância deste aspecto da terapia para qualquer medi-
camento depende da relação entre suas concentrações terapêuticas
e tóxicas, denominada, algumas vezes, de índice terapêutico. Os
medicamentos com índice terapêutico amplo, apresentam uma faixa
extensa de concentração que leva ao sucesso terapêutico: as con-
centrações potencialmente tóxicas excedem nitidamente as que são
terapêuticas, a amoxicilina é um exemplo. Alguns fármacos apre-
sentam índice terapêutico estreitoo e, para alguns, a diferença
entre as concentrações terapêuticas e tóxicas é muito pequena.
Nestes fármacos, a validação de processos e a uniformidade de
conteúdo torna-se uma ferramenta indispensável para a segurança
do produto final. Na tabela a seguir mostramos alguns fármacos
com baixo índice terapêutico.

74
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Tabela 13: Fármacos com baixo índice t e r a p ê u t i c o

Fármaco Concentração Concentração


Terapêutica tóxica
Ácido salicílico 150 a 300mg/mL > 200 mg/mL
Amantadina 300 ng/mL > 1 mg/mL
Amiodarona 1.0 a 2.5 mg/mL > 3.5 mg/mL
Amitripitilina 60 a 220 ng/mL > 1 mg/mL
Carbamazepina 6.5 +/- 3.0mg/mL > 9 mg/mL
Clonidina 0.2 a 2 ng/mL 1 ng/mL
Cloroquina 15a30 ng/mL 0.25 mg/mL
Clorpromazina 30 a 350 ng/mL 750 a 1000ng/mL
Crianças 40-80 ng/mL
Desipramina 40 a 160 ng/mL > 1 mg/mL
Difenidramina > 25ng/mL > 60 ng/mL
Digitoxina > 10ng/mL 29, 39, 48 ng/mL
Digoxina > 0.8ng/mL 1.7, 2.5, 3.3
ng/mL
Fenitoína > 10 mg/mL > 20 mg/mL
Fenobarbital 10 a 25 mg/mL > 30 mg/mL
Fentanil 1 a 3 ng/mL > 0.7 ng/mL
Furosemida 25 mg/mL
Imipramina 100 a 300 ng/mL > 1 mg/mL
Indometacina 0.3 a 3 mg/mL > 5 mg/mL
Lítio 0.5-1.25 mEq/L > 1.5 mEq/L
Mexiletina 05 a 2.0 mg/mL > 2.0 mg/mL
Paracetamol 10 a 20 mg/mL > 300 mg/mL
Piridostigmina 50 a 100 ng/mL > 100 ng/mL
Primidona 8 a 12 mg/mL > 12 mg/mL
70 a 80 mg/mL
Procainamida 3 a 14 mg/mL > 14 mg/mL
Quinidina 2 a 6 mg/mL 6, 9, 14 mg/mL
Quinina > 0.2 mg/mL > 2 mg/mL
Teofilina 5 a 15 mg/mL 20 mg/mL
Tocainamida 3 a 9 mg/mL > 10 mg/mL

75
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

5.1. Discutindo Uniformidade de Massa

Tabela 14: Cápsulas de Cloridrato de Amitripitilina 20 mg -


Uniformidade de Conteúdo

72,60 34,81 35,45


85,70 47,91 48,79
106,80 69,01 70,28
109,20 71,41 72,73
111,10 73,31 74,66
112,70 74,91 76,29
113,00 75,21 76,60
114,50 76,71 78,12
72,60 34,81 35,05 118,40 80,61 82,10
85,70 47,91 48,24 121,80 84,01 85,56
106,80 69,01 69.48 126,40 88,61 90,24
109,20 71,41 71,90 127,10 89,31 90,96
111,10 73,31 73,81 129,80 92,01 93,71
112,70 74,91 75,42 129,80 92,01 93,71
72,60 34,81 36,23 143,50 105,71 106,43 143,50 105,71 107,66
85,70 47,91 49,87 144,20 106,41Í107,14 144,20 106,41 108,37
106,80 69,01 71,83 146,90 109,1T 109,86 146,90 109,11 111,12
151,40 113,61 118,25 151,40 113,61 114,39 151,40 113,61 115,70
151,90 114,11 118,77 151,90 114,11 114,89 151,90 114,11 116,21
165,00 ;127,21!132,40 165,00 127,21 128,08 165,00 127,21 129,55
Média 84,44 87,89 Média 87,29 87,89 Média 86,30 87,89
D. Pad. 38,98 40,57 D. Pad. 29,27 29,47 D. Pad. 22,68 23,09
C. Var. 46,16 46,16 C. Var. 33,54 33,54 C. Var. 26,28 26,28
Cáp. 37,79 Cáp. 37,79 Cáp. 37,79
Vaz. Vaz. Vaz.
Teor 87,89 Teor 87,89 Teor 87,89

76
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

5 . 1 . 1 . Conclusões sobre cápsulas de cloridrato de amitripti-


lina
Muitas vezes a determinação simples da média (peso médio)
conduz a uma resposta positiva de aparente conformidade das a-
mostras analisadas, como é o caso dos exemplos da tabela anerior.
Todavia, quando se faz um tratamento estatístico maior com a de-
terminação do desvio padrão e do coeficiente de variação observa-
se uma grande amplitude de variação em relação ao valor da média.
Esta grande variação resulta em uma não conformidade em relação
a uniformidade de conteúdo, provavelmente decorrente de uma
mistura não adequada dos pós. A mistura dos pós é um fator crítico
que influencia diretamente na uniformidade de conteúdo. Observe a
tabela anterior (Tabela 14).

77
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

6. Principais problemas que conduzem a não con-


formidades em produto acabado de formas farma-
cêuticas sólidas: Estudo de casos reais
Por se tratar de tarefa primordial e vital no universo de ati-
vidade da farmácia de manipulação, os processos de manipulação
devem ser efetuados por mão-de-obra especializada e acompanha-
dos de perto pelo farmacêutico responsável.

6.1. Pesagem
Antes de iniciar a pesagem o manipulador deve conferir to-
dos os itens referentes à receita e ao rótulo, matérias-primas (espe-
cificação, prazo de validade, fator de correção, quantidade, incom-
patibilidades, etc). Procede a pesagem individual de cada compo-
nente, envia a fórmula pesada para o tamizador que homogeneiza e
envia ao encapsulador que executa o encapsulamento.
Assim, durante este processo alguns fatores devem ser ob-
servados cuidadosamente, a saber:

6 . 1 . 1 . Cálculo matemático dos componentes da fórmula:


1 grama (g) = 1.000 miligramas (mg)
1 miligrama (mg) = 1.000 microgramas (mcg)
Imicrograma (mcg) = 1.000 nanogramas (ng)

6.1.2. Unidades Internacionais (Ul)

Exemplos

Uma fórmula que contenha 60,0 mg de piridoxina por cápsula e te-


mos que manipular 120 cápsulas
Piridoxina = 60 mg x 120caps = 7.200 mg ou 7,2 g

Uma fórmula que contenha 100 mcg de vitamina B12 por cápsula e
temos que manipular 120 cápsulas
Vitamina B12= 100 mg x 120 caps = 12000 mcg ou 12 mg ou 0,0120 g

78
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Por este motivo a vitamina B12 é diluída 1:100 de forma geométri-


ca. Assim, refazendo os cálculos temos:

1mg de vitamina B12 100mg de diluído


12 mg de vitamina B12 X = 1200 mg ou 1,2 g do diluído

Uma fórmula que contenha 25.000 Ul de vitamina A por cápsula e


temos que manipular 12 cápsulas
500.000 Ul 1g
25.0000 Ul - x = 0,05g

Então temos 0,05g x120cápsulas = 6,0g de vitamina A

6.2. Homogeneização e Tamisação dos Pós


0 método mais utilizado é agitar os componentes da fórmula
em um saquinho 10 vezes, passar para um tamiz de malha adequa-
da (40 ou 50), misturar o pó obtido no gral com pistilo (10 movimen-
tos no sentido horário e 10 no sentido anti-horário), transferir no-
vamente para o saquinho agitando outras 10 vezes ou mais. Analise
visualmente a homogeneização do pó, caso não esteja homogêneo
repita o processo.

6.3. Encapsulação
Os métodos de enchimento de cápsulas são muitas vezes im-
precisos, pois geralmente se baseiam na capacidade em termos de
peso. O parâmetro peso varia conforme a densidade do pó está dire-
tamente ligado ao volume ocupado pelo mesmo. O Método Volumé-
trico de enchimento de cápsulas é muito mais preciso, já que as
cápsulas têm capacidade constante em termos de volume.

79
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

7. Outros Métodos Físicos Importantes

7.1. Dureza
Este teste é aplicável a comprimidos não revestidos e nú-
cleos, permite avaliar a resistência a quebras, susceptíveis durante
os processos de acondicionamento, embalagem, transporte e arma-
zenamento. Uma dureza adequada, também é necessária aos com-
primidos que destinam-se ao revestimento ou drageamento. 0 teste
é realizado com 10 comprimidos, onde cada unidade é submetida a
uma força diametral, e o valor é expresso em Kg/cm 2 = Kgf = 10 N.
0 resultado final é a média dos valores obtidos.

7.1.1. Critérios de aceitação:


São considerados macios, comprimidos com dureza de 4 a 6
Kg/cm2. São considerados duros, comprimidos com dureza de 7 a 12
Kg/cm2. A Farmacopéia Brasileira IV considera como mínimo aceitá-
vel: 3 Kg/cm2 (= 30 N, quando utiliza-se aparelho com mola espiral)
ou 4,5 Kg/cm2 (= 45 N, quando utiliza-se aparelho com bomba de ar
comprimido).

7.2. Friabilidade
O teste é aplicado a comprimidos não revestidos e núcleos,
permite avaliar a resistência dos mesmos aos diversos movimentos e
atritos que ocorrem durante a produção e acondicionamento. Utili-
zam-se, geralmente, de 10 a 20 comprimidos que são submetidos a
um movimento rotatório, a uma velocidade de 20 rpm durante 5
minutos, o que eqüivale a 100 rotações. O resultado é expresso em
porcentagem de perda, através da pesagem dos comprimidos antes
e após a realização do teste, tendo-se o cuidado de eliminar o pó
friável, desprendido que esteja na superfície dos mesmos com o
auxílio de um pequeno pincel.

7.2.1.Critérios de aceitação:
Usualmente, considera-se ideal até 1%. A Farmacopéia Brasi-
leira IV considera aceitável até 1,5% ou o indicado na monografia.
80
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

7.3. Desintegração
0 teste aplica-se a um grande número de formas farmacêuti-
cas: comprimidos revestidos e não revestidos, drágeas, cápsulas
duras e moles, supositórios, óvulos, etc. 0 teste de desintegração,
entretanto, não aplica-se à formas farmacêuticas como pastilhas,
comprimidos mastigáveis ou de liberação controlada ou prolongada.
Permite verificar se uma forma farmacêutica desintegrar-se-á num
determinado tempo e num líquido apropriados. A desintegração
serve como indicativo, a grosso modo, de que ocorrerá a liberação
dos princípios ativos/fármacos no organismo. As condições do teste
e até mesmo o aparelho a ser utilizado variam de acordo com a
forma farmacêutica a ser ensaiada. A desintegração do produto
deve ser completa, de modo a obter uma massa mole, desintegrável
ao toque.

7 . 3 . 1 . Equipamento de desintegração:
0 aparelho utilizado possui basicamente as mesmas especifi-
cações nas Farmacopéias Americana (USP XXIV), Britânica (BP 1988)
e Brasileira (FBras IV). Consiste de um cesto redondo de polietileno,
cujo fundo é uma tela em aço inox, contendo 6 orifícios distribuídos
homogeneamente formando compartimentos independentes, em
cada um dos quais coloca-se a unidade a ser testada. Esta é a parte
móvel do aparelho que é submetida a um movimento vertical (as-
cendente-descendente), e mergulhada a cada vez no meio de desin-
tegração. Há ainda 6 (seis) discos em acrílico com dimensões e for-
mas apropriadas que são utilizados na maioria dos testes; em alguns
casos omite-se o uso dos mesmos.

7 . 3 . 2 . Critérios d e aceitação (FBRA IV):

A. Comprimidos náo revestidos e cápsulas: 0 teste é realizado com


6 (seis) unidades, utilizando-se água destilada a 37°C ± 1, durante
30 minutos (comprimidos), 45 minutos (cápsulas) ou o tempo indi-
cado na monografia. No caso das cápsulas, o teste é realizado sem
os discos.
B. Drágeas ou comprimidos revestidos ou cápsulas gastro-
resistentes: As 6 (seis) unidades são deixadas em contato com a á-
gua destilada, à temperatura ambiente, durante 5 minutos, sem os
discos. Em seguida são submetidas com ácido clorídrico 0,1 M a
37°C ± 1, durante 60 minutos, omitindo-se a colocação dos discos.
81
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Nenhuma unidade deve apresentar-se desintegrada, rachada ou a-


molecida. Colocam-se os discos e continua-se o teste por mais 45
minutos ou o tempo estipulado na monografia, utilizando-se como
líquido de desintegração uma solução tampão de fosfato pH 6,8 ou
pH 7,5 (quando o revestimento for à base de goma laca), mantido a
37°C±1.

82
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

8. Obtenção do teor de fármaco ativo em formas


farmacêuticas sólidas

8 . 1 . Volumetrias

8 . 1 . 1 . Cápsulas de acetazolamida:
Pese e homogeneize o conteúdo de 20 cápsulas. Misture uma
quantidade de pó, exatamente pesada, correspondente a cerca de
0,4000g de acetazolamida junte 90 ml_ de dimetilformamida (DMF) e
titule com solução etanólica de hidróxido de sódio 0,1 M. Determine
o ponto de equivalência por potenciometria, 1mL de solução etanó-
lica de hidróxido de sódio 0,1M; corresponde a 22,22 mg de
C4H6N403S2.

8.1.2. Cápsulas de difosfato de cloroquina:


Pese e homogeneize o conteúdo de 20 cápsulas. Misture uma
quantidade de pó, exatamente pesada, correspondente a cerca de
0,5000g de fosfato de cloroquina em 20 mL de hidróxido de sódio 1
M e extraia 4 vezes com clorofórmio R de cada vez. Misture os ex-
tratos clorofórmicos e evapore até ao volume de 10 mL. Junte 40
mL de ácido acético anidro R e titule com ácido perclórico 0,1M.
Determine o ponto de equivalência por potenciometria; 1 mL de
ácido perclórico 0,1M corresponde, a 25,79 mg de
C18H26CIN3.2H3P04.

8.1.3. Cápsulas de Fenitoina:


Pese e homogeneize o conteúdo de 20 cápsulas. Misture uma
quantidade de pó, exatamente pesada, correspondente a cerca de
0,2500g de fenitoína sódica e agite com 40 mL de hidróxido de sódio
0,01 M, durante 10 min, complete 50 mL com hidróxido de sódio
0,01M e agite por mais 5 min. Filtre, acidifique 25 mL do líquido
com 10 mL de ácido clorídrico 0,1M e extraia três vezes, usando
sucessivamente, 50, 40 e 25 mL de éter R. Misture os extratos eté-
ros, lave com 10 mL de água, evapore à secura e seque o resíduo a
105°C. Dissolva em 30 mL de metanol R. Titule com hidróxido de
sódio 0,1M. Trace a curva potenciométrica. Depois de atingido o
primeiro ponto de inflexão, interrompa a adição do hidróxido de
sódio 0,1M, junte 5 mL de solução de nitrato de prata em piridina R,
misture e continue a titulação. Determine o volume de hidróxido de

83
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

sódio 0,1M gasto entre os dois pontos de inflexão; 1 mL de hidróxido


desódio 0,1M, corresponde a 27,43 de dsHnNzNaOz.

8.2. Espectrometria no Ultra-violeta

8.2.1. Doseamento de cápsulas de carbamazepina:


Pese e homogeneize finamente não menos que 20 cápsulas.
Ferva uma quantidade do pó correspondente a 60 mg de carbama-
zepina com 25 mL de etanol a 96% por alguns minutos, homogeneize
a solução ainda quente em frasco fechado por 10 minutos e filtre
através de vidro sinterizado, lavando o frasco e o filtro com etanol a
96% e adicionando etanol a 96% em quantidade suficiente para obter
100 mL da solução. Dilua 5 mL dessa solução a 250 mL com etanol a
96% e meça a absorvância da solução resultante no máximo em tor-
no de 285 nm. Calcule o teor de Ci5H12N20, considerando 490 como
a absorvância específica no máximo de 285 nm.

8.2.2. Doseamento de cápsulas de amiodarona:


Pese e homogeneize finamente não menos que 20 cápsulas.
Pese o equivalente a 100 mg de cloridrato de amiodarona, dissolva
em metanol R e dilua a 100,0 mL com o mesmo solvente. Filtre.
Dilua 1,0 mL do filtrado a 100,0 mL com metanol R. Determine a
absorvância dessa solução a 240 nm, utilizando metanol R como
branco. Determine o teor de cloridrato de amiodarona através da
curva de calibração y = 0,0547 x + 0,0018 (R2 = 0,9998). Calcule o
teor.

84
Capitulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Curva de Calibração
Cloridrato de Amiodarona SQR
A= 240 tm Solvente: Metanol - Aualista: Olegário 30/ÍIA000

1.6
1,1 J>
1.2 ^ "
_--^^ ♦ Absorv
^s'^ Linear (Absorv)
t 0.8
^^^
< 0.6 ~S"^
0.4 ^ * ^
Jtr y = 0.0547X • 0.0018
0.2
*T R' = 0.9998

0 2,5 5 7,5 10 12.5 15 173 20 225 25 27.5


Conccnlraçio (iig/mL)

8.2.3. Doseamento de digoxina:


Dissolva 40,0 mg em álcool R, aquecendo se necessário, e di-
lua a 50,0 ml_ com o mesmo solvente. Dilua 5,0 mL dessa solução a
100,0 mL com álcool R. Prepare uma solução-padrão da mesma ma-
neira, utilizando 40,0 mg de padrão de digoxina. A 5,0 mL de cada
solução adicione 3,0 mL de picrato sódico alcalino SR, deixe em
repouso por 30 minutos ao abrigo da luz e meça a absorvância de
cada solução no máximo de 495 nm, utilizando como branco uma
mistura de 5,0 mL de álcool R e 3,0 mL de picrato sódico alcalino
preparado concomitantemente. Calcule o conteúdo de C4iH64014 a
partir das absorvâncias medidas e das concentrações das soluções.

A.Picrato sódico alcalino:


Ácido pícrico SR (10 g/L) 20 mL
Hidróxido de sódio SR (50 g/L) 10 mL
Água destilada qsp 100 mL

8.2.4. Doseamento de cápsulas de lovastatina:


Pese exatamente cerca de 100 mg da amostra, dissolva em
acetonitrila R e dilua a 100,0 mL com o mesmo solvente. Dilua 1,0
mL dessa solução a 100,0 mL com acetonitrila R. Meça a absorvância
dessa solução a 245 nm, utilizando acetonitrila R como branco. Cal-
cule a quantidade de C24H3605 na tomada de ensaio através da curva
de calibração y = 0,0496 x + 0,051 (R2 = 0,9991). Calcule o teor da
amostra.
85
Capítulo 2 - Controle da Qualidade da Farmácia Magistral

Curva de calibração
Lovastatina SQR
Acetonitrila - X: 235 nm

3 , y = 0,0496x + 0,051
2.5
\ 2
~ R 2 = 0,9991 ^ "*
? 1.5

1 ' 0.5-
Q
1) 10 20 30 40 50 60
Concenlraçáo (fig/mL)

8.2.5. Doseamento de cápsulas de deflazacort:


Pese e homogeneize finamente não menos que 20 cápsulas.
Pese e dissolva o equivalente a 100 mg de deflazacort, suspenda em
metanol, filtre e complete o volume para 100,0 mL com o mesmo
solvente. Dilua 1 mL dessa sotução a 100 mL com metanol. Meça a
absorvância dessa solução no comprimento de onda máximo de 241-
242 nm, utilizando metanol como branco. Considere a absortividade
do padrão 352,5 (1 cm, 1%).

86
Principais
Equipamentos
Capitulo 3 - Principais Equipamentos

1. Balança Eletrônica (exemplo: Série BG®- GEHAKA):

1.1. Operação:
Uma vez preparada a balança, e o cabo da rede conectado à
tomada, a balança indicará que está ligada, acendendo um ponto
decimal do segundo dígito no seu display.
Para ligá-la basta acionar a chave on/off, que se encontra
em seu painel frontal. Quando esta chave é acionada, o display exe-
cutará o teste do display, mostrando cada um dos dígitos e indican-
do desta forma se estão funcionando corretamente e indicará leitu-
ra zero no display.
Uma vez que a balança entrou em funcionamento normal,
aguarde no mínimo 25 minutos para que o equipamento atinja a sua
temperatura de trabalho (warm up).
Evite desligar o cabo da força da rede, pois desta forma não
haverá necessidade de aguardar o tempo de aquecimento toda vez
que for operar a balança. Quando a balança está desügada, com o
ponto decimal aceso, permanece na condição stand by, ou seja, não
haverá a necessidade de se aguardar o período de warm-up.

1.2. Pesagens Subtrativas:


Em certos casos não importa a massa total de um produto, mas
desejamos que este perca um determinado peso. Para conseguir isto
basta:
Colocar o produto sobre o prato.
Tarar (* ) a balança.
A balança está indicando peso zero, retirando parte do produto,
a balança irá indicar quanto peso está sendo perdido.

Nota ( * ) Tarar significa fazer com que o display indique zero antes de colocar o objeto a ser
pesado, sobre o prato. Desta forma, o peso do recipiente em que está a amostra será descon-
tado, e a balança somente irá indicar o peso do material, desde que a soma destes não exce-
da a máxima carga da balança.
Coloque sobre o prato o recipiente vazio, a balança indicará seu peso. Acione a tecla
"Tara", a balança passará a indicar zero no display. Despeje o produto no recipiente, e a
balança indicará somente o peso do produto.

88
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

1.3. Comparando Massas:

Existe ainda a possibilidade de desejarmos conhecer qual a di-


ferença de peso entre um padrão e a produção por exemplo. Para
isso, siga os procedimentos abaixo:
Passo 1: Coloque o peso padrão de referência sobre o prato.
Passo 2: Tare a balança.
Passo 3: Remova o peso padrão.
Passo 4: Coloque o peso a se determinar o desvio sobre o prato.
Observe a leitura, ela será positiva ou negativa indicando a dife-
rença entre o peso do produto e a referência.

1.4. Arrredondamento Interno da Balança:

A linha BG, mede uma casa a mais do que indica o display, isto
para que possa ser feito o arredondamento com segurança. Este
arredondamento segue a seguinte forma:
Leitura maior ou igual à cinco vai um.
Leitura menor que cinco mantêm o valor.

1.5. Manutenção:
Para proceder à limpeza, basta desligar a balança, remover o
prato e retirar o plástico de proteção.
Não use qualquer tipo de solvente, o recomendado é álcool
70% e uma flanela.
0 prato, de inox, pode ser lavado com detergente, desde
que o mesmo seja removido da balança.

1.6. Calibração:
A precisão de leitura da balança, depende diretamente de
sua calibração para leituras corretas.
A calibração deve ser checada periodicamente.
Para balanças com uso contínuo, é recomendado a recalibra-
ção uma vez por mês.

89
Capitulo 3 - Principais Equipamentos

1.6.1. Checando a Calibração:


Passo 1: Ligue a batança acionando a tecla On/Off.
Passo 2: Pressione a tecla Tara para zerar o display.
Passo 3: Coloque o peso padrào sobre o prato.
Passo 4: Observe se o peso indicado é o mesmo do peso padrão, com
uma tolerância de +/- 1.
Se a leitura for correta, a balança está calibrada. Se for diferen-
te, proceda como descrito abaixo.

1.6.2. Executando a Calibração:


Passo 1: Remova qualquer objeto do prato.
Passo 2: Tare a balança.
Passo 3: Segure a tecla Tara por 5 segundos.
Passo 4: Aparecerá no display a indicação CAL. A balança sai de fá-
brica com a função auto-calibração ativada, se por ventura não en-
trar esta função, consulte no manual da balança o tópico progra-
mando a balança.
Passo 5: Solte a tecla Tara.
Passo 6: 0 display indicará rapidamente zero, mostrando que testou
a existência de alguma massa sobre o prato. Se houver algum objeto
no prato, a balança retornará com a mensagem no display Erro 1.
Aguarde alguns segundos que a balança voltará a indicar o zero no-
vamente.
Passo 7: Em seguida aparecerá no display o valor do Peso Padrão
necessário para sua calibração, coloque-o sobre o prato.
Passo 8: Retire o peso padrão do prato e tare a balança.
A balança está calibrada. 0 erro admissível na caiibração é de
+/-1.
Nota: A catibração da balança deve ser re$istrada em formulário próprio cujo modelo se
encontra na pàgina 594.

1.7. Aferição:
Anuatmente a balança deverá ser aferida pelos órgãos com-
petentes. No momento da aferição deverá ser afixada etiqueta
constando a data e o responsável pela aferição (INMETRO).

90
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

2. Destilador:

2.1. Operação:
Abrir a torneira de alimentação, inicialmente com fluxo de
água maior para um enchimento mais rápido.
Quando o nível da água cobrir a resistência, o automático
será acionado ligando o aparelho.
A lâmpada piloto indicará que o nível ideal foi atingido e a
resistência está ligada.
Diminuir o fluxo de água na alimentação e aguardar a fervu-
ra.
Quando a água entrar em ebulição inicia-se o processo de
destilação.
Regule o fluxo de alimentação o suficiente para esfriar a
água destilada até a temperatura ambiente.
Desprezar os primeiros 500 ml.
Não fechar totalmente o recipiente coletor e também não
permitir que a ponta da mangueira fique submersa.
Atingindo o volume necessário de água destilada, fechar a
torneira. 0 aparelho continuará funcionando por aproximadamente
mais dois minutos quando o automático desligará.

2.2. Manutenção:
Periodicamente deverá ser feita a limpeza e a remoção das
crostas depositadas em forma de pó branco na resistência.
A periodicidade deverá variar de acordo com a qualidade da
água de entrada (águas de poço ou muito duras poderão formar
crostas em prazos menores).
Havendo a formação muito grande de crostas ou ataques ao
reservatório é aconselhável a instalação de filtros especiais.
Verificar periodicamente as conexões elétricas e a bóia, evi-
tando eventuais travamentos e queima do equipamento.

Nota: As manutenções do destilador devem ser registradas em ficha própria segundo modelo
na páçina 605.

91
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

3. Deionizador:

3.1. Manutenção:

A troca da coluna do deionizador deverá ser feita sempre que a


lâmpada vermelha piscar ou ficar acesa continuamente, o que signi-
fica que a resina está próxima da saturação. Quando isso acontecer,
proceder da seguinte forma:
Fechar a torneira de alimentação e desligar o aparelho da rede
elétrica.
Erguer a coluna acima do nível e deixar escorrer em local ade-
quado.
Remover toda água que ficou no reservatório, possivelmente
contaminada.
Coloque a coluna regenerada na mesma posição da anterior,
volte a engatar a mangueira de alimentação na coluna, regule o
fluxo de entrada e tire o ar da nova coluna.
Ao encher a nova coluna, deve-se girar o parafuso de plástico
no sentido anti-horário para dar saída ao ar interno da coluna.
A ficha de manutenção do aparelho deve ficar afixada neste, e
sempre que for feita a troca da coluna, o responsável deve anotar a
data e assinar. Veja modelo de ficha de registro na página 609.

92
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

4. pHmetro:

4.1. Operação:
Para efetuar uma medição de pH é suficiente submergir a ponta
do eletrodo (4cm) e a sonda de temperatura na amostra a ser me-
dida.
Ligue o instrumento pressionando a tecla on/off.
0 medidor entra automaticamente no módulo de medicão de
pH.
Espere um ou dois minutos para a estabilização do eletrodo.
0 valor do pH medido é lido no display principal e a temperatura
medida é lida no display secundário.

4.2. Calibração do pHmetro (exemplo: modelo Hl 8314 )

Passo 1: Retirar o eletrodo do recipiente contendo solução de KCL


3M.
Passo 2: Rinsar (lavar) o eletrodo com água destilada.
Passo 3: Enxugar o eletrodo (papel macio e poroso, como por exem-
plo, papel higiênico de boa qualidade).
Passo 4: Rinse o eletrodo com a solução tampão pH 7,01.
Passo 5: Mergulhe o eletrodo em um recipiente contendo o tampão
de referência de pH 7,01, junto com o sensor de temperatura. Ho-
mogeneize vagarosamente e espere dois minutos para o equilíbrio
térmico.
Nota: o eletrodo deve estar submerso 4cm na solução. 0 sensor de temperatura deve ser
colocado próximo ao eletrodo de pH.
Passo 6: Aperte o botão 0C para mostrar a temperatura do tampão.
Passo 7: Ajuste o botão "pH" para a leitura do valor de pH.
Passo 8: Ajuste com a chave de fenda no parafuso STD até que o
visor mostre o valor de pH desejado.
Passo 9: Lavar o eletrodo e enxugar.
Passo 10: Rinse e mergulhe o eletrodo no tampão referência 4,01
(segundo ponto de calibração) e homogeneize vagarosamente.
Passo 11: Espere dois minutos e ajuste no parafuso SLOPE até que o
visor mostre o valor de pH desejado.
Passo 12: A calibração do pHmetro está completa. Lave o eletrodo
com água destilada e seque com papel absorvente;
93
Capitulo 3 - Principais Equipamentos

Passo 13: Imergir o eletrodo na solução problema.


Passo 14: Anotar a medida após estabilização.
Passo 15: Lavar o eletrodo e enxugar.
Passo 16: Colocar o eletrodo na solução de KCl.

Nota: 0 pHmetro deve ser calibrado semanalmente. 0 registro de calibração deve feito em
ficha própria seçundo o modelo na página 595.

4.3. Calibração do pHmetro (exemplo: modelo Hl 9321®)


Passo 1: A calibração do pHmetro deve ser realizada semanalmente.
Passo 2: Proceder da seguinte forma:
Passo 3: Certifique-se que o medidor está no módulo de pH.
Passo 4: Remova a tampa de proteção do eletrodo contendo solução
de KCl e rinse-o com água, enxugando-o a seguir.
Passo 5: Coloque pequenas quantidades de soluções tampão dentro
de béqueres limpos.
Passo 6: Rinse e mergulhe o eletrodo na solução de referência tam-
pão pH 7,01 e agite um pouco.
Passo 7: Pressione a tecla CAL . Os indicadores CAL e BUF acende-
rão. 0 display secundário apresentará o valor 4,01.
Passo 8: Pressione duas vezes a tecla C. 0 display secundário muda-
rá para 7,01.
Passo 9: Quando o eletrodo for inserido na solução tampão, o medi-
dor avisará ao operador se a leitura não estiver estável. Se as leitu-
ras flutuarem, o display piscará NOT READY. Só quando a leitura
estiver estável, as mensagens READY e COM piscarão.
Passo 10: Pressione a tecla CFM para confirmar a calibração. Se a
leitura não estiver próxima ao valor da solução tampão selecionada,
os avisos WRONG BUF e WRONG I piscarão alternadamente. Se a
leitura estiver próxima ao valor da memória, o medidor gravará a
leitura (e ajustará o desvio). 0 valor da solução tampão é então
apresentado no display principal enquanto o display secundário a-
presentará o valor de 4,01.
Passo 11: Rinse o eletrodo com água destilada e enxugue-o.
Passo 12: Rinse e mergulhe o eletrodo com a segunda solução tam-
pão de referência (pH 4,01), agite-a um pouco e aguarde.
Passo 13: Quando as mensagens READY e COM piscarem no display,
a leitura estará estável e a calibração pode ser confirmada.
Passo 14: Pressione a tecla CFM. Se a leitura não estiver próxima ao
valor da solução tampão selecionada, as mensagens WRONG BUF 2 e

94
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

WRONG / piscarão alternadamente. Se a leitura próxima ao valor da


solução tampão selecionada, a curva e o desvio estarão calibrados.
Passo 15: Os valores serão gravados na memória e o medidor retor-
nará ao módulo de operação.
Passo 16: 0 medidor automaticamente pulará o valor da solução
tampão que foi usada para a primeira calibração, para evitar uma
calibração errônea.
Passo 17: Lave o eletrodo com água destilada, seque com papel ab-
sorvente.
Passo 18: Faça a leitura da solução problema ou deixe o eletrodo
imerso em uma solução de KCl 3M.

Obs: 0 procedimento de calibração deve ser registrado em ficha própria, conforme modelo
na pásina 595.

4.4. Medida do Potencial de Oxiredução (realizada do


pHmetro):

Para se obter o módulo mV (ORP ou ISE), ligue o instrumento


(tecla on) e pressione a tecla range.
Para medir o mV de uma solução, simplesmente insira a ponta
do eletrodo (especifico para este tipo de medição) na amostra a ser
testada; aguarde alguns minutos para que a leitura se estabilize.
Se a leitura estiver fora da faixa, o display apresentará "---".

4.5. Manutenção:
Se houver a formação de bolhas de ar dentro do bulbo de pH,
basta agitar o eletrodo para baixo como se opera um termômetro
clinico.
Sempre que os eletrodos, do tipo reabastecível forem usa-
dos, o nível de preenchimento do eletrólito precisa ser checado e
completado com solução apropriada.
Sempre que se usar os eletrodos, do tipo reabastecível, a
luva que cobre o furo de preenchimento deve ser baixada antes da
execução das medições e depois recolocado na posição original.
Se a capa de proteção ficar sem eletrólito ou se o eletrodo
não for usado por muito tempo, ele deve ser reativado ficando mer-
gulhado várias horas em um béquer com solução de KCl 3M.
95
Capitulo 3 - Principais Equipamentos

Não utilizar água destilada já que a baixa concentração de


íons aumenta o tempo de reação do eletrodo.

Nota: As calibrações e a manutenção do pH devem ser registradas em ficha própria, conforme


modelo encontrado na página 595.

4.6. Observações:
É recomendável que o eletrodo seja completamente rinsado
para um melhor condicionamento. Para este processo, deve-se utili-
zar uma quantidade farta da amostra a ser medida. A leitura do pH
é feita em função da temperatura.
Para obter uma maior precisão da medição do pH, a
temperatura deve ser levada em consideração. Um perfeito
equilíbrio entre o eletrodo de pH e a amostra é alcançado em
aproximadamente 15 minutos.
Para se usar o acessório para compensação automática de
temperatura do medidor, insira a sonda de temperatura na amostra,
o mais próximo possível do eletrodo e aguarde por um ou dois minu-
tos.
Se a temperatura da amostra a ser testada for conhecida, sua
compensação poderá ser feita manualmente. Para isto, a sonda de
temperatura deverá ser desconectada do instrumento. 0 display
apresentará a temperatura padrão de 25°C ou a última temperatura
gravada e o ponto " c " estará piscando. Observe a temperatura da
amostra utilizando um termômetro de vidro convencional. A tempe-
ratura pode agora ser ajustada com as teclas de flecha up e down.
Se forem efetuadas sucessivas medições em diferentes amostras,
é recomendável que o eletrodo e a sonda de temperatura sejam
totalmente limpos com água destilada e secos com um papel fino,
entre cada medição.

96
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

5. Placa Encapsuladora:

5.1. Componentes da Placa:


01 suporte.
01 tabuleiro perfurado.
02 palhetas de sustentação
1 socador para tamanhos específicos de cápsulas
1 espátula flexível de plástico.

5.2. Operação:
Passo 1: Separar o suporte.
Passo 2: Encaixar o tabuleiro perfurado sobre o suporte.
Passo 3: Colocar as palhetas entre as duas partes, de modo que as
duas palhetas fiquem nos extremos em pé, formando uma abertura
de +/- 2cm entre as partes.
Passo 4: Acondicionar as cápsulas no tablóide perfurado conforme
procedimento de encapsulação.

5.3. Manutenção e Limpeza:


A placa deve ser previamente limpa e sanitizada com álcool a
70% antes de cada procedimento de encapsulação, certificando-se
que a mesma se encontre completamente seca.
A placa deve ser lavada diariamente no final do expediente com
detergente neutro, usando a escovinha para limpeza dos furos no
tabuleiro.
Semanatmente as placas devem ser desmontadas, retirando suas
partes de metal e imersas em solução de hipoclorito por 24 horas.

97
Capitulo 3 - Principais Equipamentos

6. Filtro Purificador de Água:

6.1. Manutenção:
A limpeza do elemento cerâmico deve ser feita sempre que
for constatada uma acentuada queda na vazão do aparelho. Proce-
der da seguinte forma:
Passo 1: Desatarrachar a vela da tampa do filtro.
Passo 2: Coloque a vela sob água corrente e esfregue sua superfície
com uma lixa d'água 80 até obter a cor clara original.
Passo 3: Rosqueie novamente à tampa e coloque em funcionamento,
não esquecendo de desprezar os primeiros segundos (+/- 3 litros).
Passo 4: Nunca efetuar a limpeza utilizando sal, açúcar ou esponjas
de aço, ou pela inversão do fluxo.
Passo 5: A durabilidade do carvão ativado existente no interior do
elemento filtrante de ação tripla é de quatro a oito meses, em fun-
ção da quantidade de cloro existente na água e do coeficiente de
utilização do aparelho. 0 responsável pela troca do carvão deve
anotar a data na ficha de manutenção, assinando-a.
Passo 6: A eventual presença de trinca superficial não compromete
o funcionamento do elemento filtrante.
Passo 7: A ficha de manutenção do aparelho, segundo modelo na
página 603, deve ficar afixada no mesmo e o responsável pela lim-
peza deve anotar a data e assinar.

98
Capitulo 3 - Principais Equipamentos

7. Fluxo Laminar Horizontal:

7.1. Descrição:
A preparação de produtos estéreis, requer estrita aderência
à técnicas assépticas.
A adoção de técnicas assépticas no preparo de produtos es-
téreis é uma maneira de prevenir a contaminação por microorga-
nismos. A contaminação pode ocorrer pelo meio ambiente ou atra-
vés da pessoa responsável pela preparação.
A melhor maneira de reduzir os riscos de contaminação no
ambiente de preparo, é o controle da área de preparo de tal manei-
ra a produzir uma "área limpa de trabalho" (Clean area).
0 Fluxo Laminar é efetivo em promover uma área limpa para
trabalho (área estéril). Entretanto, o uso de técnicas inadequadas
ou falta total de técnica pode por a perder os benefícios produzidos
pelo equipamento de Fluxo laminar.
0 Fluxo laminar fornece um fluxo contínuo de ar filtrado . 0
ar é filtrado através de um filtro de alta eficiência (HEPA - high-
efficiency particulate air filter) que remove 99.97% de todas as par-
tículas maiores que 0,3 um de tamanho. Essencialmente este filtro
está apto a remover todos microorganismos e partículas contami-
nantes. 0 fluxo de ar possui velocidade suficiente para manter a
área de trabalho livre de contaminação.
Boa técnica asséptica é essencial para maximizar os benefí-
cios do fluxo laminar. E importante lembrar que os benefícios do
fluxo laminar podem facilmente ser neutralizados, aumentando-se o
risco de contaminação. Espirros, tosses, correntes de ar, abertura
de porta, movimentos bruscos com as mãos ou corpo, conversas na
direção do fluxo podem neutralizar seus benefícios. 0 manipulador
deve manter condutas de boas práticas de manipulação e higiene,
efetuando anteriormente ao trabalho no fluxo, a assepsia correta
das mãos e antebraços com solução de povidine e periodicamente já
em trabalho realiza a assepsia das luvas, friccionando as mãos cal-
çadas com um pouco de álcool a 70% com clorexidina. Lembre-se
que as luvas dão uma falsa sensação de segurança, seu uso irracio-
nal permitindo que entre em contato com uma superfície não estéril
é suficiente para contaminá-la. Portanto, periodicamente e sempre
que necessário faça a antissepsia das tuvas com a solução de álcool
a 70% com clorexidina.

99
Capítulo 3 - Principais Equipamentos

7.2. Operação:
O Fluxo Laminar deve ser ligado 30 minutos antes de se inici-
ar a manipulação. Suas paredes devem ser previamente sanitizadas
com solução antisséptica (álcool a 70% com clorexidina) e a lâmpada
esterilizante UV deve também ser ligada 30 minutos antes da mani-
pulação e desligada no início desta.

7.3. Validação do Fluxo Laminar:

A validação do fluxo laminar deve ser feita anualmente pelo


farmacêutico do Controle de Qualidade e peto técnico do fabricante
do equipamento.
Fica como responsável pela avaliação microbiológica, o far-
macêutico do Controle da Qualidade.
0 processo ocorre da seguinte forma:
Passo 1: São colocadas duas placas de Petri, durante a noite com
fluxo laminar desligado, uma placa deverá conter meio de cultura
para fungos e outra com meio de cultura para bactérias.
Passo 2: São colocadas mais duas placas com o fluxo ligado, duran-
te meia hora, após a limpeza habitual.
Passo 3: As placas são enviadas para o laboratório conveniado e os
resultados ficam registrados na ficha de manutenção do equipamen-
to.
Para avaliaçào dos filtros e pré-filtros, o técnico do fabrican-
te deve ser requisitado anualmente ou quando houver necessidade,
quando então devem ser realizados todos os testes, inclusive o de
contagem de partículas. Os resultados devem ficar registrados na
ficha de manutenção da unidade, conforme modelo na página 759.

100
Vidrarias e
Porcelanas
Capítuto 4 - Vidrarias e Porcelanas

1 . Vidrarias e Porcelanas de Uso em Laboratório


Deve-se certificar que as vidrarias e artigos de porcelana
(Exemplo: gral) do laboratório estejam rigorosamente limpos e se-
cos para o adequado procedimento de manipulação das fórmulas.

1.1. Procedimento de Limpeza:


Procedimento a ser realizado durante o expediente (sem uso de
estufa):
Passo 1: Enxaguar com água corrente.
Passo 2: Usar escova de limpeza de vidrarias com detergente neu-
tro.
Passo 3: Enxaguar novamente com água corrente.
Passo 4: Aplicar com papel absorvente umedecido em álcool.

1.2. Procedimento de Limpeza com a utilização da Es-


tufa:
Passo 1: Enxaguar com água corrente.
Passo 2: Usar escova de limpeza de vidrarias com detergente neu-
tro.
Passo 3: Enxaguar novamente com água corrente.
Passo 4: Enxaguar com água destilada.
Passo 5: Escorrer o excesso de água.
Passo 6: Secar em estufa a 50 a 60°C.

102
Capitulo 4 - Vidrarias e Porcelanas

2. Principais Vidrarias utilizadas em Laboratórios

2.1. Béquer:
É um recipiente cilíndrico de vidro que pode ser
aquecido ou de plástico que não pode ser
aquecido. Destina-se à coleta de líquidos não
voláteis, dissoluções, aquecimento de líquidos
(somente o de vidro) e decantaçào de suspensões.
Sua medição volumétrica não é precisa, não
servindo como instrumento de medida.
0 béquer pode ser utilizado somente para
dissoluções de substâncias facilmente sotúveis a
frio ou que se dissolvam a quente e não exijam atrito do bastão
para sua diluição, pois suas paredes são frágeis e quebram facilmen-
te.

2.2. Frasco Erlenmeyer:


Recipiente de vidro de forma cônica, apresentando boa
base de sustentação em relação ao seu tamanho,
podendo ser aquecido.
Destina-se a recolher líquidos, efetuar dissoluções,
destilações, aquecimento a refluxo, titrimetria, etc.
Em farmácia o seu uso restringe ao laboratório de
controle da qualidade.

103
Capitulo 4 - Vidrarias e Porcelanas

2.3. Gral ou Almofariz:

Aparelho de porcelana refratária (pode ser aquecido)


vidro, ágata ou mesmo metal, acompanhado de um
ou pistilo com cabo e extremidade
arredondada. É a versão científica do pilão.
É utilizado para pulverizar sólidos, para
triturações, para micronizações de pós com
liquidos viscosos, para misturas e etc.

2.4. Espátulas:

São objetos com extremidades em forma de lâmina (arre-


dondada) ou de colher, confeccionados em osso, metal ou material
plástico e destinadas a misturar, comprimir, remover, dividir sólidos
ou pastas, bem como para transportar sólidos nos processos de pe-
sagem.
0 trabalho com espátulas, subentende-se a utilização de uma
pedra de granito devidamente polida ou de uma placa de vidro de 6
mm de espessura e bordas lapidadas. Existem também espátulas
tipo "pão-duro" ideal para a retirada de produtos (cremes, géis,
etc) do gral ou outro recipiente de preparo.

2.5. Termômetros:

São instrumentos utilizados para medidas de temperatura.


Os termômetros utilizados em nosso país são graduados na
escala centígrada ou Celsius.

104
Capitulo 4 - Vidrarias e Porcetanas

2.6. Funis:
Os funis utilizados em laboratório são geralmente de
vidro ou plástico inerte, de colo curto ou longo,
biselado na sua extremidade inferior.
Os funis servem para facilitar, a introdução de
líquidos em recipientes de colo estreito, como buretas,
balões volumétricos, porém, de modo geral são empre-
gados em filtrações.

2.7. Cálice:

Recipiente de vidro de forma cônica, provido de base, sendo


geralmente graduado.
Usa-se para medir volumes liquidos sem precisão, não po-
dendo ser aquecidos.
Diluições de substâncias sólidas em líquidos deve ser realiza-
da com auxílio de um bastão de vidro ou plástico, tomando-se cui-
dado de evitar o atrito do mesmo com as laterais frágeis do cálice.
0 pó a ser dissolvido (solubilizado) deve ser anteriormente acondi-
cionado no fundo do cálice e em seguida aos poucos com o auxilio
do bastão o solvente deve ser adicionado, limitando os movimentos
de atrito do bastão com o cálice ao fundo do mesmo, onde a estru-
tura do cálice é mais reforçada.

2.8. Provetas:
São recipientes cilíndricos de forma alongada, providos de
base, constituídos de vidro ou plástico. Geralmente são
graduadas. As provetas graduadas servem para tomadas de
volumes de líquidos, quando não se deseja maior precisão.

105
Capítulo 4 - Vidrarias e Porcelanas

2.9. Pípetas:
São tubos de vidro, que apresentam a porção mediana dilatada e um
estreitamento numa das extremidades. Podem ser graduadas ou
volumétricas.
As pipetas graduadas apresentam a dilatação na porção
mediana cilíndrica, são graduadas em ml e frações decimais.
As pipetas volumétricas não graduadas, apresentam na
porção mediana, uma dilatação esférica ou ovalada e, no
colo superior um traço de aferição correspondente ao
limite do volume indicado na mesma.
v Para usá-las, extrai-se, por sucção, com a boca ou
preferivelmente com o auxílio de uma pêra de borracha, o
líquido de um recipiente, de tal forma que o nível do mesmo
ultrapasse o traço de aferição. Tampa-se o orifício superior
com o dedo indicador e deixa-se escoar o excesso, até que a
base do menisco coincida com o traço de aferição. Essa
observação é feita mantendo-se a pipeta na posição vertical e
fazendo com que o traço de aferição esteja no mesmo plano,
que passa pelo olho do observador, para evitar o erro de
paralaxe. Ao transferir o liquido da pipeta para um
recipiente, deve-se fazê-lo lentamente, encostando a ponta da pi-
peta nas paredes do mesmo, não soprando para eliminar a gota re-
sidual.

2.10. Bastões ou Baguetas:

Podem ser de plástico ou de vidro. São usados para agitar lí-


quidos. Também são empregados para facilitar a transferência de
líquidos para recipientes, funis ou filtros colocados em funis.

2.11. Vidros Relógio:

São pequenos discos côncavos de vidro, destinados a reações


com quantidades mínimas de reativos, sendo úteis também na pesa-
gem de pequenas porções de substâncias.

106
Capitulo 4 - Vidrarias e Porcelanas

2.12. Cápsula:
Recipiente com a forma de calota esférica, de metal ou por-
celana.
Pode ser aquecida diretamente e é usada para se dissolver
sólidos em líquidos, concretar soluções por evaporação de solvente.
É utilizada predominantemente no laboratório de controle da quali-
dade.

2.12. Cadinhos:
Recipientes de forma de vaso, às vezes providos de tampa e
feitos de porcelana, prata, platina, ferro, grafite ou quartzo.
Resistem a elevadas temperaturas, porém, os cadinhos que
podem sofrer ruptura devem ser aquecidos inicialmente com chama
fraca.
É nos cadinhos que se realiza operações chamadas calcina-
ções, fusões, etc. É utilizado predominantemente no laboratório de
controle da qualidade.

2.13. Balões:

IHSão recipientes de vidro, esféricos, providos de


■ ■ ■

colo. Devem ser aquecidos sobre tela metálica


amiantada.
Os balões podem ser de fundo esférico
\ (redondo) ou de fundo chato. Servem para
f recolher líquidos, efetuar-se dissoluções,
destilações, aquecimento e refluxo, etc. Para
aquecimento, dá-se preferência aos balões de fundo
redondo. Os balões para destilação fracionada possuem colo longo,
no qual há uma tubulatura lateral.
Há balões de fundo chato que possuem colo estreito e longo,
onde há um traço de aferição, sendo providas de tampa de vidro
esmerilhada. Estes balões chamam-se balões volumétricos e se des-
tinam à obtenção de soluções de concentração conhecida, princi-
palmente as usadas em titrimetria. 0 volume indicado no balão cor-
responde ao volume interno limitado pelo traço de aferição (para
uma dada temperatura). Não devem ser aquecidos.
107
Capitulo 4 - Vidrarias e Porcelanas

2.14. Buretas:
São tubos de cristal ou de vidro especial, graduadas em ml e
frações, possuindo, na extremidade inferior um estreitamento
provido de torneira esmerilhada ou um intermediário de
borracha, contendo no seu interior uma esfera de vidro, e,
ligado a um pequeno tubo de vidro com extremidade afilada.
w São usadas em titrimetria, suspensas em suportes por meio de
4N) Pinças.

2.15. Funil de Decantação:


Também chamado funil de separação, é um aparelho de vi-
dro de forma aproximadamente esférica ou de pera, possuindo, na
parte superior, uma abertura com tampa de vidro esmerilhada e, na
parte inferior, um prolongamento em forma de tubo, onde há uma
torneira.
É usado para se decantar mistura de líquidos que não se dis-
solvem, é utilizado também para se introduzir aos poucos ou gotejar
lentamente, um líquido em um recipiente.

2.16. Tubos de Ensaio:


São tubos de vidro fechados em uma das ex-
tremidades, destinados à coleta, dissolução,
ensaios e, mesmo, preparações relacionadas
com massas reduzidas de substâncias.

108
5
Manipulação
Capítulo 5 - Manipulação

1. Processos de Manipulação

1.1. Introdução
Por se tratar de tarefa primordial e vital no universo de ati-
vidade da farmácia de manipulação, os processos de manipulação
devem ser efetuados por mão-de-obra especializada e acompanha-
dos de perto pelo farmacêutico responsável.
Além disso, o farmacêutico deverá analisar criticamente a
receita a ser aviada, para isso, é essencial seguir alguns critérios
técnicos, alguns destes relacionaremos a seguir.

1.1.1. Questões a serem consideradas antes da manipulação


de uma prescrição

A. Racionalidade da prescrição: ingredientes, intenção de uso, dose


e modo de administração
B. Propriedades físico-químicas, medicinais e usos farmacêuticos
das substâncias prescritas
C. Absorção e Via de administração adequadas: preparação do pro-
duto manipulado de acordo com o propósito da prescrição
D. Excipiente adequado: risco de alergia, irritação, toxicidade ou
resposta organoléptica indesejável do paciente.
E. pH ideal para maior estabilidade ou adequação ao uso
F. Ingredientes da formulação: identidade e pureza asseguradas.
G. Preparo da prescrição: treinamento adequado do manipulador
(cálculos matemáticos, controle de qualidade: peso médio, pH, ob-
servação visual)
H. Equipamentos e ingredientes disponíveis e em quantidade sufici-
ente.
I. Referências bibiiográficas: uso, preparação, estabilidade, admi-
nistração e embalagem do produto
J. Vaiidade: projeção razoável e racional da validade do produto.
K. Quantidade dispensada equivalente ao prazo de validade do pro-
duto.
L. Correto armazenamento do produto por parte do paciente.

110
Capítulo 5 - Manipulação

2. Processos de Manipulação
- Laboratório de Sólidos
Formas Farmacêuticas Sólidas de Interesse
na Farmácia Magistral: Pós, Granulados e Cápsulas

Introdução
As formas farmacêuticas sólidas representam, de modo ge-
ral, a maior porção das preparações aviadas na farmácia magistral,
de modo destacado a forma de cápsulas.
A seguir, estão algumas vantagens oferecidas pela forma só-
lida sobre a liquida que explicam o motivo desta preferência:
• As drogas e produtos químicos são mais estáveis na forma só-
lida.
• As drogas sólidas (e secas) podem ser dispensadas na forma
compactada de comprimidos, cápsulas, pós divididos, dentre
outros, podendo ser embalados, transportados, administra-
dos e armazenados mais facilmente que as formas líquidas.
• Paladares desagradáveis são mais evidenciados quando as
substâncias estão na forma de solução do que na forma sóli-
da. Sabores desagradáveis podem ser anulados totalmente
pela inclusão da droga sólida em cápsulas ou em comprimi-
dos revestidos.
• Doses precisas são mais facilmente obtidas com formas for-
necidas em doses individuais e unitárias, tais como, compri-
midos, cápsulas e pós divididos.
• Modificação da liberação das drogas (liberação lenta, contro-
lada, retardada, etc) podem ser obtidas muito mais facil-
mente em formas sólidas do que em preparações líquidas.
Todavia, a absorção de uma droga veiculada na forma sólida de-
pende de fatores diversos, tais como: a desintegração da forma só-
lida com a liberação de partículas contendo a droga e excipiente, a
posterior dissolução da droga, sendo esta influenciada por fatores
físicos e químicos diversos e por último, a absorção propriamente
dita ou permeação da droga através da membrana celular. Sabemos
que características como o tamanho das partículas sólidas, solubili-
dade da droga, propriedades do excipiente e adjuvantes influenciam
na velocidade de dissolução das drogas e portanto na sua biodispo-
nibilidade. Além de ter como objetivo a obtenção de uma forma

111
Capítulo 5 - Manipulação

farmacêutica elegante e uniforme, o farmacêutico se depara com


um desafio farmacotécnico maior na farmacotécnica de formas sóli-
das, o de garantir a absorção dos fármacos veiculados.

1. Pós

1.2. Definição (USP-23)


Pós são misturas intimas e secas de fármacos e ou outras
substâncias finamente divididas que podem ser para uso interno
(Pós Orais) ou para uso externo (Pós Tópicos).
Os pós são constituídos de finas partículas que variam de
0,1 (.i a 10.000a, embora os tamanhos das partículas em preparações
farmacêuticas variem na faixa de 0,1 a 10u.

1.3. Vantagens

• Permite a prescrição precisa, requerida individualmente pelo


paciente em cada dose. Os pós são normalmente mais estáveis que
as preparações líquidas, devido a reações químicas de degradação
entre as drogas associadas e entre as drogas e as condições atmos-
féricas, ocorrem mais lentamente em pós do que em líquidos.
• 0 tamanho reduzido das partículas na forma de pós, permite
uma dissolução mais rápida nos fluidos orgânicos (meio aquoso gás-
trico e entérico) do que o obtido em formas sólidas compactadas,
como comprimidos, portanto, possuem maior biodisponibilidade.
• Menor incidência de irritação gástrica quando comparada à
formas sólidas compactadas, resultado da sua rápida dissolução.
• Maior facilidade de deglutição, podendo ser ingeridos em
maior quantidade, especialmente quando misturados com alimentos
e bebidas. Pós podem ser administrados em sondas gástricas, em
pacientes hospitalizados.
• Pós tópicos possuem efeito secativo por aumento da superfí-
cie de absorção

112
Capitulo 5 - Manipulação

1.4. Desvantagens

• Drogas veiculadas nesta forma podem deteriorar quando ex-


postas a condições atmosféricas (partículas finamente divididas,
portanto há grande área de superfície exposta a atmosfera).
• Drogas com sabores desagradáveis, normalmente, não têm
suas características convenientemente mascaradas quando dispen-
sadas na forma de pó.
• Pós divididos demandam mais tempo para o seu preparo.

1.5. Características

• Particulas reduzidas facilitam a preparação de um pó mais


homogêneo e aumentam a capacidade adsortiva (ex.: antiácidos,
antidiarréicos e pós tópicos).
• Homogeneidade.
• Tenuidade homogênea das partículas.

1.6. Classificação dos pós

Pós simples: resultam da divisão de uma única droga.


Pós compostos: obtidos da mistura de dois ou mais pós simples.

1.7. Preparação

1.7.1. Redução do tamanho das partículas (cominuição):

Na farmácia com manipulação, normalmente o farmacêutico


reduz o tamanho das partículas das substâncias químicas utilizando
o gral com o pistilo por trituração. A trituração maior se obtém com
gral de superfície áspera (gral de porcelana) do que com o de super-
fície lisa (gral de vidro).
A leviqação é o processo empregado para a redução de partí-
culas, comumente em preparações semi-sólidas e líquidas. A leviga-
ção é um processo de redução do tamanho de partículas sólidas pela
trituração em um gral ou espatulação em uma placa com uma pe-
quena quantidade de líquido no qual o sólido não é solúvel.
113
Capítulo 5 - Manipulação

A pulverizoção por intervenção (recristalização) é emprega-


da para substâncias que não permitem a trituração direta, como é o
caso de algumas substâncias que se apresentam em estruturas cris-
talinas duras que não podem ser trituradas facilmente. Este proces-
so consiste em dissolver primeiramente o sólido em um mínimo de
solvente volátil adequado (composto interveniente), tais como o
álcool ou a acetona. Mistura-se então (triturando), o sólido com o
solvente até que este úttimo evapore (ex.: trituração da cânfora por
intermédio do álcool e do peróxido de benzoíla por intermédio da
acetona). 0 solvente pode também ser vaporizado diretamente na
superfície do gral durante o processo.

1.8.Tamisação
A tamisação é uma operação que tem por finalidade obter
pós cujas partículas tenham um determinado tamanho médio (mes-
ma tenuidade). É necessário que o produto que esteja sendo pulve-
rizado, seja tamisado por um tamis cuja abertura de malha corres-
ponda à tenuidade do pó a obter, voltando para o gral as partículas
maiores retidas.

1.8.1.Classificação dos Tamises:


0 tamis é o instrumento utilizado para fazer a tamisação. Ele
é constituído por um aro de diâmetro variável, apresentando uma
das extremidades fechada com uma tela aplicada de modo a ficar
bem esticada. Esta tela é a parte fundamental do tamis, pois é ela
que em função da abertura das respectivas malhas, permite a sepa-
ração das partículas submetidas à tamisação em função dos diâme-
tros das partículas. As telas utilizadas na fabricação de tamises são
de natureza variada: ferro galvanizado, latão, aço inoxidável (mais
empregada para fins farmacêuticos), seda ou fibras sintéticas.
A tabela 14 apresenta uma correlação entre aberturas dife-
rentes de malhas de tamises e a granulometria obtida bem com o
seu emprego em diversas formas farmacêuticas relacionadas.

114
Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 14 - Classificação dos tamises e tenuidade obtida dos pós

Tamis N° Abertura Descrição Emprego


(USP) - Mesh (mm)
Sais granulados efervescentes e
2 9,52 Muito grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
8 2,38 Muito grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
10 2 Muito grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
20 0,84 Grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
30 0,59 Grosso para pós de comprimidos
Moderada- Sais granulados efervescentes e
40 0,42 mente grosso para pós de comprimidos
Moderada- Pós efervescentes, pós dividi-
50 0,297 mente grosso dos, pós para encapsulação
Sais granulados efervescentes,
60 0,250 Fino para pós de comprimidos e para
encapsulação
Sais granulados efervescentes,
80 0,177 Muito fino para pós de comprimidos e para
encapsulação
Sais granulados efervescentes,
120 0,125 Muito fino para pós de comprimidos e para
encapsulação
Pós divididos para polvilhar,
200 0,074 Micronizados adsorventes, inalantes, corti-
cóides, antibióticos.
Pós divididos para polvilhar,
325 0,044 Micronizados adsorventes, inalantes, corti-
cóides, antibióticos.

Fonte: Dispensing of Medication, 1984.


Hota: A caracterização da tenuidade de um pó pode ser feita com a ajuda de um ou dois
tamises. Quando o pó é caracterizado por um tamis, o tamis correspondente deve deixar
passor pelo menos 97% deste pó;
Quando o pó é caracterizado por dois tamises, o número imediatamente maior corresponde
ao tamis que deixa passar pelo menos 95% deste pò e o menor corresponde ao tamis que
deixa passar no máximo 40%.

115
Capitulo 5 - Manipulação

1.9. Mistura (Homogeneização)


Antes de misturar duas ou mais substâncias é recomendável a
redução isolada do tamanho das partículas de cada pó. 0 trabalho
de mistura e homogeneização de pós é realizado após a pesagem e a
redução do tamanho das partículas.
Para quantidades reduzidas, tais como em preparações ma-
gistrais, a mistura é realizada por espatulação, trituração e penei-
ração (tamisação).
• Espatulação: é o método pelo qual pequenas quantidades de
pós são misturadas com a utilizaçáo de uma espátula farma-
cêutíca em uma placa para pomadas.
• Trituração: a trituração é utilizada tanto para a cominuição
(redução do tamanho das partículas) como também para a
mistura dos pós.
• Peneiração (tamisação): os pós também podem ser mistura-
dos passando-os por um tamis, o que resulta em um produto
leve e "fofo" facilitando a mistura.
Para quantidades maiores a mistura é realizada em misturadores
de pós, tal como o misturador em forma de V .

1.9.1. Misturas Eutéticas


Mistura eutética é definida como aquela que resulta da mis-
tura de componentes sólidos cuja proporção Ihe confira o ponto de
fusão inferior ao de qualquer dos componentes isolados, ou seja,
trata-se da mistura de sólidos que se liquefaz ou se torna pastosa
em temperatura ambiente.

Tabela 15: Algumas substâncias que quando misturadas formam


misturas eutéticas

Acetanilida Lidocaína
Ácido acetilsalicílico Mentol
Acido salicilico p-naftol
Antipirina Resorcina
Cânfora Salicilatos
Fenacetina Salol
Fenol Timol
Cloral hidratado Benzocaina
Prilocaína aminopirina
116
Capítulo 5 - Manipulação

• Medida corretiva: A mistura eutética pode ser evitada, in-


terpondo entre os pós incompatíveis um pó absorvente.

• Relação de pós absorventes (substâncias que podem evitar a


formaçâo de misturas eutéticas)
• Carbonato de magnésio leve*
• Óxido de magnésio leve*
• Caulim
• Fosfato de cálcio
• Fosfato tricálcico
• Amido
• Talco
• Lactose
• Sílica gel (Aerosil®)

' Nota: Normalmente, o absorvente mais eficaz na prevenqâo de misturas eutéticas é aquele
que possui elevado ponto de fusão e grande superfície específica, como o óxido de zinco que
apresenta elevado ponto de fusão (2800°C) e o carbonato de maçnésio (decompõe-se a
350°C).

Esquema gráfico de uma mistura eutética

P.F. A
Mistura Líquida B RF.
Ponlo de
Ponto de
deA+B Fusào
Fusâo

u Crístais da substãncia
Pura A+ Mislura Llqulda ^ ^ - v ^ ^ E / ^
^ Crisiais da substanoia
Pura B* Mislura Líquida
Temperatura
Eutética
I Substântía Sóiida
deA+E

A B
Compo iição
Eutót ca
Composlção (Fração Molar)

117
Capitulo 5 - Manipulação

1.9.2. Misturas explosivas

Podem ocorrer quando um agente oxidante forte é triturado


(ex.: trituração em um gral) com um agente redutor forte.

Tabela 16: Alguns agentes oxidantes e redutores fortes que po-


dem formar misturas explosivas:

Agentes oxidantes fortes Agentes redutores fortes


Ácido clórico Substâncias orgânicas em geral
Acido hipocloroso Bissulfitos
Ácido nítrico Glicerina
Acido nitroso Fósforo
Bromo Taninos
Clorato de potássio Ácido tânico
Cromatos Oleos essenciais
Dicromato de potássio Carvão
Hipocloritos Alcool
lodo Tiossulfatos
Nitrato de potássio Enxofre
Nitrato de prata Açúcares
Nitratos Brometos
Nitritos lodetos
Oxido de prata Sulfuretos
Perboratos Açúcar (sacarose)
Permanganato de potássio Hipofosfitos
Peróxidos Enxofre
Sais de prata Sulfitos
Trinitrofenol Acido sulfuroso

1.9.3.Problemas especiais, estabilidade e incompatibilidade


de pós ou mistura de pós
A.Pós Hisroscópicos e Deliqüescentes: Como regra geral, substâncias
químicas na forma de pós apresentam maior afinidade para água do
que aquelas não pulverizadas.

118
Capítulo 5 - Manipulação

B. Substâncias higroscópicas: são aquelas que absorvem umidade do


ar.
C. Substâncias deliquescentes: são substâncias higroscópicas que
absorvem a umidade do ar se liquefazendo parcialmente ou total-
mente.

Tabela 17: Relação de algumas substâncias higroscópicas e deli-


qüescentes

Acetato de potássio Fosfato de clindamicina


Brometo de amôneo Fenobarbital sódico
Brometo de cálcio Citrato de potássio
Carbômeros (Carbopóis®) Carboximetilcelulose (CMC)
Citrato de ferro amoniacal Cloreto de sódio
Cloral hidratado Sais de colina
Cloreto de alumínio Amoxacilina
Cloreto de amôneo Pilocarpina
Cloreto de benzalcônio Cloreto de benzetônio
Cloreto de cálcio Brometo de sódio
Cromoglicato dissódico Cianocobalamina (vit. B12)
Dexpantenol Cloridrato de dietilpropiona
(cloridrato de anfepramona)
Fenitoína sódica Cloridrato de Pilocarpina
Fosfato sódico de betameta- Subnitrato de bismuto*
sona
Heparina sódica Cloridrato de oxitetraciclina
Hioscinamina HBr Nitrato de sódio
lodeto de amôneo Acetato de potássio
Pantotenato de cálcio* Carbachol
Pepsina Cloreto de magnésio
Sulfato de Efedrina lodeto de sódio

Medidas corretivas
• A higroscopia e a deliquescência podem ser atenuadas com o
controle da umidade relativa do ar, através do uso de desu-
midificadores e ar condicionado. A umidade relativa na faixa
de 30 a 45% é a melhor para manipulação de pós.
• A granulação de pós reduz a superfície de exposição ao ar.
• Quando se trabalha com pós deliquescentes ou higroscópicos
119
Capítulo 5 - Manipulação

é aconselhável mantê-los vedados com papel alumínio ou


filme plástico durante o processo de manipulação, evitando-
se assim a exposição à atmosfera úmida.
A adição de substâncías absorventes (ex. óxido de magnésio
leve, dióxido de silicio coloidal) pode reduzir a tendência a
higroscopia de pós.

1.10. Pós e f l o r e s c e n t e s

1.10.1. Substâncias eflorescentes:


São substâncias cristalinas ou hidratadas que ao serem pulve-
rizadas liberam água de cristalização ou de hidratação. Esta água
pode ser liberada durante a manipulação ou com a exposição a um
ambiente de alta umidade. A água libertada do pó pode torná-lo
pastoso ou chegar a liquefazê-lo. A eflorescência é aumentada tam-
bém com a pulverização, pelo aumento da superfície de evaporação
da água de cristalização.

Representação diagramática da estrutura


cristalina do cloreto de aluminio hexahidratado

120
Capítulo 5 - Manipulação

1.10.2. Medidas corretivas:


A eflorescência pode ser atenuada, substituindo o sal hidra-
tado pelo sal anidro ou na impossibilidade da substituição através da
exsicação.

Tabela 18: Relação de algumas substâncias eflorescentes

Acetato de sódio
Acido cítrico
Alúmen
Borato de sódio
Bromidrato de escopolamina
Bromidrato de quinino
Cafeina
Carbonato de sódio (decahidratado)
Ciclofosfamida
Cloridrato de quinino
Codeína
Fosfato de codeina
Fosfato de sódio
Lactato de cálcio
Sulfato de atropina
Sulfato de cobre
Sulfato de codeína
Sulfato de quinino
Sulfato ferroso

1.11. Dicas para manipulação de pós

A mistura de pós com características similares de tamanho


de partículas e densidade aparente, pode ser realizada em um saco
plástico, utilizando uma espátula ou um rolo que irá reduzir a quan-
tidade de pó em suspensão na área de manipulação.
Na área de manipulação de pós os manipuladores devem uti-
lizar máscara com filtro para pós.
Pós muito leves e "fofos" podem ser compactados para faci-
litar a mistura, com a adição de um pouco de álcool ou óleo mine-
ral.
Para aumentar a lubrificação e as características de escoa-
121
Capítulo 5 - Manipulação

mento e fluxo dos pós, pode se utilizar o estearato de magnésio em


concentrações menores ou iguais a 1%.
0 lauril sulfato de sódio em concentrações de até 1% ou o
docusato sódico em torno de 0,5% podem ser utilizados para neutra-
lizar forças eletrostáticas em pós difíceis de manipular.
A incorporação de pequenas quantidades de líquidos em um
pó pode ser realizada, triturando-se o líquido com igual quantidade
de pó. 0 pó remanescente pode ser adicionado aos poucos em várias
porções com trituração. Pode se incorporar um absorvente (ex. dió-
xido de silício) para se produzir um pó seco.
Para se incorporar tinturas e extratos fluidos deve-se em
primeiro lugar reduzir o volume do liquido por evaporação em ba-
nho-maria até obter uma consistência xaroposa. Em seguida adicio-
na-se o excipiente inerte (ex. lactose) até a obtenção de um pó
seco (veja parágrafo anterior).

1.12.Formas farmacêuticas em Pó de Uso Oral de Inte-


resse Magistral

1.12.1. Pós a granel ("Bulk powders") de uso interno


São aqueles dispensados em frascos ou potes de "boca larga"
e destinados a serem administrados por colheres de medição.

A. Desvantagem
Devido a inexatidão do processo de medida, somente devem
ser dispensadas nesta forma, fármacos não-potentes (de fraca ativi-
dade farmacológica).

B. Vantagens
Podem ser diluídos em uma quantidade de água ou outro lí-
quido, facilitando a deglutição.

C. Fármacos de uso interno normalmente veiculados


Antiácidos
Laxantes

122
Capítulo 5 - Manipulação

D. Procedimento de preparo
Em pós a granel de uso interno a substância ativa é dispen-
sada em concentração peso do ativo I volume a ser in$erido ou ad-
ministrado (ex. x mg do ativo/colher de chá).
Passso 1: preparar o produto conforme a prescrição
meça o volume do pó a ser tomado com o utensílio de medida apro-
priado que será utilizado na administração do pó (ex.colher de chá)
Passso 2: pese o volume do pó medido
Passso 3: calcule o peso do(s) ingrediente(s) ativo(s) no volume a ser
administrado, a partir da concentração ou percentual do(s) ingredi-
ente(s) ativo(s) no peso total do pó e do peso do volume a ser admi-
nistrado
Passso 4: siga o método geral descrito anteriormente para mistura
de pós
Passso 5: embale e rotule

Exemplos de formulações

A. Pó para rehidratação oral (quantidade para ser diluída em 1 L de


água)
Dextrose anidra 25 g
Cloreto de sódio 2,5 g
Citrato de potássio .... 4,5 g

B. Pó laxativo
Sulfato de sódio anidro 20 g
Fosfato de sódio anidro 40 g
Bicarbonato de sódio 60 g

C. Pó antiácido
Carbonato de cálcio 32 g
Carbonato de magnésio.... 32 g
Carbonato de sódio 26 g
Caulim (leve) 10 g
Capítulo 5 - Manipulação

1.12.2. Pós divididos (papéis medicamentosos, sachês e fla-


conetes)
São formas farmacêuticas em pó que se destinam a adminis-
tração em doses individuais para se administrar de uma só vez.

A. Vantagens
Permite o acondicionamento de volumes de pós ativos, de-
masiados grandes, para serem veiculados na forma de cápsulas ou
comprimidos.
Os papéis medicamentosos permitem a administração de pe-
quenos volumes de pó susceptíveis de se administrarem em cápsulas
ou em comprimidos, especialmente, em pediatria, dada a dificulda-
de da criança deglutir aquelas formas farmacêuticas sólidas e duras.

B. Desvantagens
A aparência dos papéis é vulgar e desvaloriza o produto. De-
ve-se escolher preferencialmente envelopes impermeabilizados
(plastificados e aluminizados) ou flaconetes plásticos.
Substâncias higroscópicas ou deliquescentes estão mais ex-
postas à umidade, devendo-se optar pelo uso de papéis encerados
ou envelopes impermeabilizados.

C. Procedimento de preparo
Para se preparar doses individuais de pós na forma de pa-
péis, envelopes ou sachês deve-se colocar uma quantidade específi-
ca de pó em cada embalagem individualmente.
0 método mais preciso para o preparo desta forma farma-
cêutica é a pesagem individual da quantidade de pó a ser acondi-
cionada em cada dose unitária. É recomendável que se prepare uma
quantidade excedente de pó (em torno de 5%) para compensar pos-
síveis perdas durante o processo de preparação. Se a prescrição
contiver substância sujeita a controle especial, a perda durante o
processo de preparação deve ser mínima para não haver necessida-
de de compensação.
Passo 1: Calcular a quantidade a ser pesada de cada componente da
formulação, levando-se em conta a perda durante o processo de
preparação.
Passo 2: Pesar precisamente os componentes da formulação con-
forme o número de papéis, envelopes ou flaconetes solicitados pela
prescrição.
Passo 3: Completar com qs de excipiente flavorizado e edulcorado
124
Capitulo 5 - Manipulação

para 2,5g, 5§, 10g ou mais conforme a prescrição (vejasusestoesabaixo).


Passo 4: Preparar os pós conforme o procedimento geral de pós,
diluindo geometricamente os ativos no excipiente.
Passo 5: Pesar a quantidade unitária a ser acondicionada em cada
papel, envelope ou sachê, um a um, até completar o número de
unidades solicitadas.
Passo 6: Acondicione os envelopes em uma caixa.
Passo 7: Rotule.

Sugestões de excipientes para pós divididos

A. Excipiente edulcorado e flavorizado com lactose


Aspartame 0,5%
Acesulfame de K 0,5%
Aroma pó (hidrossolúvel).... 0,3%
Lactose* qsp 2,5 - 5 - 10g
'Para pacientes com intoleráncia à lactose ou em caso de incompatibilidade quimica com o
ativo, a lactose pode ser substituida pelo leite de soja sem açúcar.

B. Excipiente edulcorado e flavorizado com agente suspensor


Ativo(s) Xg
Celulose microcristalina e CMC - Na* .. 1,5 g (Avicel RC 591)
Ácido cítrico 0,5 g
Aspartame 0,1 g
Aroma pó 0,3 g
Lactose** qsp 10 g
'Utilize preferencialmente a celulose microchstalina de dissoluqão instantônea, comerciali-
zada com o nome de Avicel RC 591®.
" A lactose pode ser substituida por outro excipiente (ex. leite de soja sem açúcar) em caso
de incompatibilidade quimica com o ativo, pacientes diabéticos ou com intolerância ó lacto-
se.

Exemplo de formulação

Pó dividido com escopolamina


Escopolamina HBr 5 mg
Lactose 2,495 mg
Mande papéis.

125
Capítulo 5 - Manipulação

2. Grânulos Efervescentes
Os sais efervescentes são usualmente misturas eflorescidas
de ácido cítrico / ou ácido tartárico (ácidos) com bifosfato sódico e
ou bicarbonato de sódio (bases) e outros ingredientes medicinais.
Estes sais também podem ser preparados a partir de sais não-
eflorescidos de ácido cítrico e ácido tartárico. Em presença de á-
gua, o ácido reage com a base e libera dióxido de carbono, produ-
zindo efervescência. Os sais e gânulos efervescentes podem ser pre-
parados na forma de misturas de pós a granel ou pós divididos.

2.1.Vantagens
2.1.1.Correção do paladar:
A solução carbonatada e a liberação de C02 mascaram sabo-
res salinos e amargos. Os grânulos apresentam vantagem sobre os
pós, pelo controle da velocidade da efervescência. 0 pó dissolve
mais rápido (maior superfície) do que os grânulos que se hidratam e
dissolvem lentamente.

2.2. Desvantagens
Baixa estabilidade, devido a alta reatividade (efervescência).
Dificuldade na manipulação (dificuldade de manter os ingre-
dientes secos durante o preparo e o armazenamento).

2.3. Procedimento de preparo de grânulos efervescen-


tes
Passo 1: Calcule a quantidade de cada ingrediente.
Passo 2: Pese precisamente cada componente.
Passo 3: Misture bem os pós.
Passo 4: Aqueça a mistura em uma estufa a 75° a 105°C, até a for-
mação de uma pasta (a liberação da água de cristalização ou hidra-
tação, forma uma massa úmida).
Passo 5: Passe a massa por um tamis n°10 e seque em um desseca-
dor.
126
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 6: Quebre os grânulos, embale e rotule.


Nota: os pós efervescentes podem ser preparados através da trituraçôo e mistura simples dos
pós em um grat ou passando o granulado preparado por um tamis malha 50 ou 60.

2.4. Exemplos de formulações

2.4.1. Envelopes com ascorbato de cálcio efervescente


(10 envelopes)
Ascorbato de cálcio 97,4 g
(1 g de cálcio em cada 9,74 g de ascorbato de cálcio)
Ácido cítrico anidro fino 19,2 g
Bicarbonato de sódio 18,8 g
Flavorizante pó qs

Procedimento:
Passo 1: Triturar todos os pós juntos até a obtenção de pó uniforme.
Passo 2: Pese cada dose separadamente (1 décimo do peso total) e
embalar cada dose em um envelope. Cada envelope terá o equiva-
lente a 1g de cálcio elementar.
Passo 3: Sele bem o envelope, não permitindo o acúmulo de ar no
seu interior.
Passo 4: Armazene em local seco.
Estabilidade aproximada: 2 meses

2.4.2. Citrocarbonato
(10 envelopes)
Lactato de cálcio 7,95 g
Cloreto de sódio, USP 4,2 g
Sulfato de magnésio anidro 3,72 g
Fosfato de sódio dibásico anidro .. 5,1 g
Ácido cítrico monohidratado 64,4 g
Bicarbonato de sódio 56,6 g

Procedimento:
Passo 1: Pese e misture uniformemente os seis pós.
Passo 2: Distribua o pó em bandeja tipo refratária.
Passo 3: Inicie o aquecimento em um forno de microondas por 1 a
1,5 minutos.
Passo 4: Na temperatura de aproximadamente 75°C, o ácido cítrico
127
Capitulo 5 - Manipulação

irá perder a água e formar uma massa. Agite e revire o pó para a-


quecimento.
Passo 5: Continue o aquecimento até observar um vapor fumegante
e formar uma massa contínua.
Passo 6: Transferir para um papel alumínio e reduzir em pequenos
grânulos.
Passo 7: Assim que os srânulos esfriarem, embalar.
Estabilidade aproximada: 3 meses.

2.4.3. Pó analgésico efervescente


Salicilato de sódio 15 g
Ácido cítrico monohidratado 34 g
Bicarbonato de sódio 30 g
Lactato de cálcio 10 g
Sulfato de magnésio anidro 10 g

Procedimento de preparo :idem ao da fórmula anterior.


Estabilidade aproximada: 3 meses.

128
Capitulo 5 - Manipulação

3. Cápsulas

3.1. Definição - USP- 23; Ph Eur-3rd

Cápsulas são formas farmacêuticas sólidas, com invólucro du-


ro ou mole, de diversos formatos e tamanhos, normalmente conten-
do uma dose unitária de ingrediente ativo. Os invólucros são nor-
malmente formados de gelatina; entretanto, eles também podem
ser constituídos de amido (hóstias) ou outras substâncias adequadas
(Exemplo: A cápsula vegetal é constituída por um derivado da celu-
lose, a HPMC*). As cápsulas são destinadas à administração oral.
' HPMC: hidroxipropilmetilcelulose

3.2. Vantagens da forma farmacêutica cápsula

• Fácil deglutição.
• Fácil de ser identificável (cor ou impressão serigrafada).
• Farmacêuticamente elegante.
• Mascaram de forma eficaz as características organolépticas
desagradáveis (sabores e ou odores desagradáveis) de fárma-
cos veiculados, uma vez que o invólucro da cápsula impede o
contato sensorial direto com o(s) ativo(s) veiculado(s).
• Fácil formulação.
• Fabricação a seco.
• Número de adjuvantes reduzidos.
• Risco reduzido de contaminação cruzada.
• Para crianças, podem ser abertas e o conteúdo dispersado
facilmente na alimentação.
• Limitado potencial de incompatibilidades.
• Menos equipamentos para a fabricação.
• Configurações únicas de cor e forma que realçam a identifi-
cação do produto.
• Menos exigências de validação.
• Menos etapas de produção.
• Boa estabilidade.
• Versatilidade para o preparo de fórmulas e doses individuali-
zadas (fórmulas magistrais).
• Apresentam boas características de biodisponibilidade (ge-
ralmente o invólucro se dissolve rapidamente no estômago,
em torno de 10 a 20 minutos, liberando seu conteúdo).
129
Capitulo 5 - Manipulação

• Permite, mais facilmente que outras formas farmacêuticas, a


elaboração de sistemas de liberação modificada (liberação
prolongada e revestimento gastroresistente).
• Protegem o fármaco de agentes externos (pós, ar, luz, etc).
Esta proteção não existe em relação à umidade.
• Boa resistência física que pode ser aumentada com o uso de
blister.
• Boa aceitação pelos pacientes.
Embora os comprimidos representem cerca de 75% das for-
mas farmacêuticas sólidas comercializadas, somente 38% dos con-
sumidores os preferem em relação às cápsulas. Em contraposição,
as cápsulas moles que representam somente 2% do mercado, são
preferidas por 44% dos consumidores. As cápsulas duras representam
cerca de 23% do mercado de formas sólidas e 19% dos consumidores
as tem como opção de escolha. (King, 1984).
Entre 1970 e 1975 as cápsulas apresentaram taxas de cresci-
mento de vendas que variaram de 8 a 21% nos quatro maiores mer-
cados europeus. Esta é uma tendência que permanece. As cápsulas
duras de gelatina, cada vez mais têm sido escolhidas para novos
medicamentos na forma de dosagem oral sólida. Em 1982, somente
17,5% dos produtos recém licenciados eram apresentados como
cápsulas duras de gelatina; em 1996, este número já havia chegado
aos 34% (Fonte: Scrip,1999).

3.3. Desvantagens da forma farmacêutica cápsula

• Maior custo de produção.


• Não é fracionável (não pode ser partida).
• Dificuldade de se conseguir uniformidade de peso em cápsu-
las duras.
• Se aderem mais facilmente à parede do esôfago, podendo
levar a irritação deste, principalmente se o ativo for irritan-
te. Devem ser ingeridas com bastante água e com o paciente
sentado.
• Necessidade de garantir condições determinadas de tempe-
ratura e umidade, para manipulação e conservação, devido à
sensibilidade a estes fatores.
• Limitações de uso: dificuldade de serem utilizadas por de-
terminados pacientes com dificuldades de deglutição (crian-
ças e idosos).

130
Capítulo 5 - Manipulação

• Incompatíveis com substâncias higroscópicas, deliquescen-


tes, eflorescentes que formem misturas eutéticas, exceto se
estas substâncias forem previamente diluídas em excipientes
adequados ou então forem revestidas.
• Não são adequadas para drogas que são muito solúveis, como
sais (Exemplo: cloreto de potássio, brometo de potássio, clo-
reto de amôneo). Nestas situações, os fluidos digestivos pe-
netram rapidamente na cápsula, dissolvendo o sal e criando
uma solução altamente concentrada que pode causar náusea
e vômito quando entrar em contato com a mucosa gástrica.

3.4. Composição do invólucro da cápsula

Gelatina ou outras substâncias* (ex.: amido, hidroxipropilme-


tilcelulose);
• Agentes surfactantes
• Opacificantes (ex.: dióxido de titânio)
• Conservantes
• Antioxidantes
• Edulcorantes
• Corantes e flavorizantes certificados
0 invólucro da cápsula pode trazer impresso a marca do fa-
bricante.
As cápsulas constituídas a partir de matéria-prima de origem
vegetal satisfazem hábitos vegetarianos e peculiaridades.

3.5. Conteúdo das cápsulas


Pode ser: Sólido, líquido (não-aquoso) ou pastoso.
• Ingrediente(s) ativo(s)
• Solventes
• Diluentes
• Lubrificantes
• Agentes desintegrantes
0 conteúdo não deve causar a deterioração do invólucro da
cápsula (ex.: água). Todavia, o invólucro ao ser atacado pelos flui-
dos digestivos deve liberar o conteúdo encapsulado.

131
Capitulo 5 - Manipulação

3.6. Classificação (categorias de cápsulas)

• Cápsulas duras
• Cápsulas moles ("softgel")
• Cápsulas gastroresistentes (de liberação entérica)
• Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada)

3 . 6 . 1 . Cápsulas duras (púlvulas):


As cápsulas duras têm forma cilíndrica, arredondada nos ex-
tremos e são formadas por duas partes abertas numa extremidade,
com diâmetros ligeiramente diferentes, devendo os seus extremos
abertos encaixarem um ao outro.
A cápsula gelatinosa dura consiste em duas partes:
a. Corpo: porção longa e estreita (contém o ativo e o excipiente).
b. Tampa: porção curta e mais larga.

Esquema de
sistema de
fechamento de cápsulas

Fonte: Pharmaceutical Practke,1998.


Fechada

Esquema de cápsula (Tampa, corpo) Tampa


As cápsulas duras são comercializadas em diversos
tamanhos, designados arbitrariamente por alga-
rismos. Quanto maior o algarismo designativo,
menor a capacidade da cápsula.
Corpo

Fonte: Pharmaceutical Practice, 1998.


Pós XJ
132
Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 18: Tamanhos de cápsulas disponíveis para uso humano

Número Capacidade em volume (mL)


5 0,12a0,13
4 0,20 a 0,21
3 0,27 a 0,30
2 0,37
1 0,48 a 0,50
0 0,67 a 0,68
W~ 0,85
00 0,92 a 0,95
000 1,36 a 1,37

A. Especificações de qualidade para cápsulas gelatinosas duras


Conteúdo de umidade (dessecação a 105o): 10 a 16%
Dimensões: devem estar de acordo com a sua forma e tamanho.
Soiubilidade: devem se manter no mínimo 15 minutos sem se dissol-
ver na água a 25°C. Devem se dissolver em 15 minutos quando em
contato com uma solução de ácido clorídrico 0,5%p/v, a 36-38°C.
Resistência à fratura: as cápsulas não devem quebrar ou rachar fa-
cilmente
Odor: não devem apresentar odor estranho quando armazenado em
um frasco hermeticamente fechado durante 24h a 30-40°C.
Defeitos do invólucro: deve se observar a forma, a superfície, a es-
pessura da parede, a cor e a impressão (quando aplicável).
B.Critérios para armazenamento, conservação e manipulação de
cápsulas duras: A gelatina pode absorver até 10 vezes seu peso em
água. Portanto, as cápsulas gelatinosas duras quando armazenadas
em ambientes de alta umidade, absorvem a umidade amolecendo e
se deformando. Em ambiente muito seco, as cápsulas ficam quebra-
diças.

C. Condições recomendadas para armazenamento e manipulação:


Umidade relativa do ar*: entre 30 a 45% (máx. 50%)
Temperatura: entre 20 a 25°C.
'Para manipulação de substâncias higroscópicas e detiquescentes è importante que a umidade
retativa ambientat não seja maior que 40%.

133
Capitulo 5 - Manipulação

3.6.2. Cápsulas moles ("softgel"):


A cápsula mole é constituída de uma única parte, estando o
conteúdo hermeticamente selado em seu interior. Estão disponiveis
em diversos formatos e tamanhos. Assim como as cápsulas duras são
constituídas normalmente por gelatina e a sua maior flexibilidade
está relacionada à presença de glicerina e ou sorbitol, que atuam
como plastificantes. 0 invólucro das cápsulas gelatinosas moles é
mais espesso do que o das cápsulas gelatinosas duras.
As cápsulas moles se destinam preferencialmente a acondi-
cionar líquidos, podem apresentar variadas formas e tamanhos e
conter substâncias medicamentosas em quantidades variáveis, des-
de 0,2 até 5g.

A. Vantagens em relação às cápsulas duras


• Fácil deglutição.
• Maior preferência pelos pacientes.
•Maior biodisponibilidade (princípio ativo líquido ou solubili-
zado em veículo líquido).
• Ideal para incorporação de fármacos suceptíveis à hidrólise
ou oxidação. 0 sistema selado proporciona proteção frente ao ar e
outros agentes externos.
• Possibilita a incorporação de fármacos empregados em altas
doses e com baixa capacidade de compressão.
• Precisão no encapsulamento (±1 a 3%).

B. Desyantagens
• Preparação complexa (não podem ser produzidas na farmácia
magitral).
• Inadequada para incorporar substâncias líquidas com teor de
água maior que 5%, substâncias hidrossolúveis de baixo peso
molecular e compostos orgânicos voláteis.

134
Capítulo 5 - Manipulação

3.6.3. Cápsulas Gastro-resistentes BP-99:


São cápsulas de liberação modificada destinadas a resistir ao
fluido gástrico e liberar seus ingredientes ativos no fluido intestinal.
Elas são preparadas, provendo cápsulas duras ou moles com um in-
vólucro gastro-resistente (cápsulas entéricas) ou pelo preenchimen-
to das cápsulas com grânulos ou partículas cobertas com um reves-
timento gastro-resistente.

3.6.4.Cápsulas de Liberação Modificada BP-99:


São cápsulas duras ou cápsulas moles nas quais o conteúdo, o
invólucro ou ambos, contêm excipientes especiais ou são preparados
por processo especial, destinado a modificar a velocidade ou o local
no qual o(s) ingrediente(s) ativo(s) são liberados.

3.7. Revestimento Entérico de Cápsulas Duras

3.7.1. Introdução
As cápsulas gastroresistentes são obtidas revestindo as cáp-
sulas duras com um filme gastroresistente ou preenchendo as cápsu-
las com granulados ou partículas já recobertas de um revestimento
gastroresistente. Estas cápsulas devem resistir, sem alteração, à
ação do suco gástrico. Entretanto, devem desagregar-se rapidamen-
te no suco intestinal, e por isso se diz que são gastroresistentes ou
enterossolúveis.
Para formação do filme gastroresistente são empregados po-
límeros gastroresistentes que apresentam grupos funcionais com
natureza aniônica que em pH ácido do estômago os tornam insolú-
veis (ex.: acetoftalato de celulose, copolímero do ácido metacríli-
co/metacrilato de metila). Com a mudança do pH para valores su-
periores a 5,5 estes grupos ficam ionizados e tornam-se solúveis no
meio, promovendo a liberação imediata dos fármacos. Para melhor
compreensão do comportamento da solubilidade do revestimento
nas diferentes regiões do aparelho digestivo, a tabela 19 apresenta
os diferentes pHs encontrados no trato gastro-intestinal.

135
Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 19: Variação pH no aparelho digestivo

Local PH
Estômago 1,0 a 3,5
Duodeno 5,0 a 6,0
Jejuno 6,3 a 7,3
lleo +/-8,0
Cólon 8,3 a 8,4
Reto 6,8 a 7,2

3.7.2. Situações em que se deve utilizar o revestimento


gastroresistente:
Para proteger fármacos instáveis em meio ácido da ação dos
fluidos gástricos (exemplo: alguns antibióticos como a eritromicina
base, enzimas, pantoprazol e etc).
Quando o fármaco é irritante para a mucosa gástrica (exem-
plo: antiinflamatórios como naproxeno, fenilbutazona, oxifenilbuta-
zona, cloreto de potássio, indometacina, diclofenaco, etc).
Quando o fármaco produz náuseas ou vômitos se liberado no
estômago (exemplo: ácido nicotínico).
Quando for importante que o princípio ativo não sofra dilui-
ções antes de atingir o intestino (exemplo: mesalazina, sulfassalazi-
na).
Quando o fármaco só deverá produzir o seu efeito máximo no
duodeno ou jejuno (exemplo: pancreatina).
Quando se deseja fazer com que as substâncias ativas este-
jam disponíveis após um período de tempo (Liberação retardada,
ex.: fluoreto de sódio, quinidina, efedrina, etc).

136
Capitulo 5 - Manipulação

3.7.3. Procedimento de revestimento entérico de cápsulas


gelatinosas duras utilizando a máquina de revestimento en-
térico

A. Objetivo:
Revestimento externo
de cápsulas
gelatinosas duras, com
filme gastroresistente
em formulações
contendo fármacos
específicos, cuja
estabilidade, bio-
disponibilidade e
eficácia dependem da
liberação exclusiva em
meio entérico.

Foto: Máquina de Revestimento Entérico

B. Materiais:
Máquina de revestimento entérico.
Frasco spray com propelente.
Secador com fluxo de ar quente para secagem do revesti-
mento.
Solução de revestimento entérico com acetoftalato de celu-
lose (recém-preparada) ou a solução de revestimento com Eudragit
L-100.
Cápsulas gelatinosas duras contendo o(s) fármaco(s) + exci-
piente(s).
Óculos de segurança para o manipulador.
Máscara com filtro para proteção do manipulador.
Luvas.

C. Precauções:
A inalação constante da solução de revestimento é potenci-
almente perigosa à saúde do manipulador, portanto, é de suma im-
portância a utilização de máscara protetora com filtro e que o pro-
cedimento seja realizado em local ventilado ou preferencialmente
em capela com exaustão para gases.
137
Capítulo 5 - Manipulação

D. Procedimento:

Cálculo da quantidade da solução de revestimento a ser utüizada:


A quantidade de revestimento a ser utilizada deve ser calcu-
lada em relação ao peso do lote de cápsulas vazias utilizadas no
encapsulamento da fórmula que se deseja realizar o revestimento
entérico, todavia é necessário deixar claro que o revestimento será
realizado nas cápsulas "cheias". A quantidade de revestimento utili-
zado no processo deve ser em torno de 15% do peso das cápsulas
vazias, correspondente a quantidade e ao tamanho das cápsulas
utilizadas na encapsulação da formulação. Com objetivo de esclare-
cer melhor a efetuação deste cálculo, exemplificaremos a seguir:
Utilizando cápsulas n°1 brancas, cujo peso médio é de
76,2mg/cápsula, qual a quantidade em massa da solução de reves-
timento deverá ser utilizada para revestir 500 cápsulas, contendo
um fármaco e seu excipiente cujo peso médio é de 380 mg? Como
poderá ser evidenciado no processo a quantidade da solução de re-
vestimento a ser empregada nas cápsulas "cheias"?

Cálcuios:
Peso total das cápsulas vazias=> 76,2mg (peso médio da cáp-
sula vazia) x 500 (quantidade de cápsulas a serem revestidas) =
38.100 mg ou 38,1g.
Quantidade em peso de revestimento a ser empregado: 15%
do peso das cápsulas vazias, portanto no exemplo: 15% de 38,1 g =>
5,715 g (quantidade de revestimento necessário para o processo de
revestimento). Para sabermos o peso do revestimento nas cápsulas
cheias, devemos realizar os seguintes cálculos:

Peso Total das cápsulas cheias


380 mg (peso médio da cápsula cheia) X 500 (n° de cápsulas)
= 190000 m g o u 190g

O peso final das cápsulas cheias, com a quantidade correta


de revestimento após o processo de spray e secagem é dada pela
soma da quantidade necessária de revestimento calculado e o peso
total das cápsulas cheias, portanto: 5,715 (quantidade de revesti-
mento calculado necessário ao processo) + 190 g (peso total das
cápsulas cheias) = 195,715 g (peso final tecnicamente correto das
cápsulas com o revestimento).
138
Capítulo 5 - Manipulação

Passo 1: Acondicione as cápsulas a serem revestidas no tambor ou


no copo da máquina de revestimento, ligue a máquina e faça os
ajustes necessários para prevenir que as cápsulas se esvaiam do
tambor durante o processo ou com a secagem pelo fluxo de ar
quente do secador. 0 ajuste do ângulo ideal do tambor para o pro-
cesso, pode ser realizado através das "borboletas" rosqueadas em
parafusos situados nas laterais da máquina. No processo de giro, as
cápsulas contidas no tambor não devem escapar do mesmo. Portan-
to, teste a direção do fluxo de ar do secador no interior do tambor
com a máquina ligada. 0 fluxo de ar quente pode ser inclinado para
as laterais do tambor se a corrente de ar for muito forte e as cápsu-
las estiverem "voando" para fora do tambor. Para cápsulas de ta-
manho maior, o processo deve ser realizado com um menor número
de cápsulas de cada vez.

Passo 2: Encha o reservatório do frasco de spray, utilizando a solu-


ção de revestimento recém-preparada (é aconselhável a adição nes-
ta solução de revestimento de uma solução contendo um corante,
como por exemplo, o azul de metileno, na proporção de 1 a 3 gotas
da solução com corante para cada 100 ml da solução de revestimen-
to, este procedimento permitirá a evidenciação da aderência da
solução de revestimento nas cápsulas).

Passo 3: Ligue a máquina e jateie a solução de revestimento dire-


tamente no copo contendo as cápsulas por 10 segundos. Imediata-
mente em seguida, também por 10 segundos, direcione para o inte-
rior do copo o fluxo de ar morno (não quente) com o uso do secador
em baixa velocidade.
"Nunca jateie as cápsulas com a solução de revestimento se o
tambor da máquina não estiver girando, pois esta conduta fará com
que as cápsulas colem-se uma as outras, não formando um filme
íntegro capaz de garantir o revestimento entérico". Caso ocorra
aderência entre as cápsulas, elas devem ser separadas rapidamente,
antes que a solução de revestimento seque, deixando-as no copo e
continuando o processo. Se no final do processo algumas cápsulas
permanecerem aderidas uma às outras, estas cápsulas deverão ser
descartadas. Uma eventual perda deve ser levada em consideração
no processo, portanto deve-se revestir uma quantidade maior de
cápsulas do que a solicitada na prescrição, com o intuito de com-
pensar esta perda. Sugerimos 5% a mais.

139
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 4: Uma vez realizado o passo 3 por várias vezes, remova as


cápsulas e as deixe sobre um papel toalha estendido sobre uma
bancada, para secagem ao ar por 5 a 10 minutos. Antes de jatear a
solução de revestimento novamente (passo 4), pese, anotando o
valor e certificando a quantidade de revestimento da cápsula com o
valor calculado. 0 jateamento deve ser realizado até a proximidade
do peso calculado das cápsulas cheias com o revestimento.

Solução para Revestimento Entérico com acetoftalato de celulose


(p/ 100mL) para utilização na máquina de revestimento

Acetoftalato de celulose (CAP) 7,5 g


Hidróxido de amônio NF 27% 2,63 mL
Propilenoglicol 3,0 mL
Álcool etílico 70% 95,5 ml

Procedimento de preparo:
Passo 1: No agitador, adicione o CAP ao álcool seguido pelo hidróxi-
do de amônio. (A dissolução do CAP depende do pH básico).
Passo 2: Deixe agitar por 1 hora ou até dissolver.
Passo 3: Então, acrescente o propilenoglicol

Validade desta solução: 1 ano, conservada em frasco de vidro âmbar


e hermeticamente fechado.

Solução para Revestimento Entérico


para utilização na máquina de revestimento

Eudragit®L-100 7g
Polietilenoglicol 400 4,0 mL
Solução Acetona/álcool absoluto (1:1) qsp 100 mL

Procedimento de preparo:
Passo 1: Dissolva o Eudragit L-100 em cerca de 90 mL da solução de
Álcool/Acetona (1:1) em um béquer de vidro coberto.
Passo 2: Adicione o PEG 400 e complete o volume para 100 mL com
a solução com álcool/acetona (1:1).
Passo 3: Validade estimada desta solução: 6 meses, conservada em
frasco de vidro.
140
Capitulo 5 - Manipulação

3.7.4. Procedimento de preparo de granulado gastroresis-


tente com o Eudragit L - 100®
Uma alternativa farmacotécnica mais moderna e consistente
é revestir o fármaco incluso em um granulado, com substâncias es-
táveis em meio ácido que se dissolvem no meio neutro ou ligeira-
mente alcalino, encontrado no duodeno e nos intestinos. A granula-
ção do fármaco com o copolímero do ácido metacrílico/metacrilato
de metila (Eudragit L 100®) mostra-se eficiente e seguro para o re-
vestimento gastroresistente. 0 revestimento é insolúvel em ácidos
diluidos e fluídos gástricos e solúvel em tampões e fluídos digestivos
acima do pH 6,0; portanto, assegura tanto a não liberação do fár-
maco em meio gástrico, como a liberação deste em meio entérico,
em conformidade com o desejo terapêutico.

A. Soluçào de Eudragit L-100® para granulacão gastro-resistente


Eudragit L 100 20,0%
PEG400 5,0%
ou Propilenoglicol 10,0%
Água destilada 3,0%
Álcool isopropílico qsp 100,0mL
Preparo:
Passo 1: 0 Eudragit L 100® deverá ser dissolvido no álcool isopropí-
lico
Passo 2: Adicionar o restante dos componentes
Passo 3: A solução poderá ser guardada em estoque, acondicionada
em frasco de vidro âmbar herméticamente fechado.

B. Preparo do granulado gastro-resistente


Fármaco xg (quantidade a ser revestida)
Solução de Eudragit L - 100® .. 50% do peso total da substância

Passo 1: Umectar o fármaco ou o fármaco + excipiente, tamisados e


pesados, com a solução de Eudragit L100®, até formar massa úmi-
da.
Passo 2: Granular em tamis com abertura de malha de 1,4mm a
2mm, forçando sua passagem com o uso de uma espátula e reco-
Ihendo o granulado em superfície forrada com papel impermeável
(ex.: papel manteiga). Colocar para secar em temperatura ambiente
ou em estufa aberta a 40°C.
141
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 3: Determinar o Fator de correção para granulado:


Fc = peso do granulado
peso da susbstância
Passo 4: Encapsular e envasar

3.7.5. Alguns fármacos comercializados com revestimento


gastro-resistente:
Mesalazina, Sulfassalazina, Pantoprazol, Pancreatina, Diclo-
fenaco, Naproxeno, ácido acetilsalicílico (comercializado também
na forma convencial), bisacodil, digitoxina, indometacina, lanzopra-
zol, tripsina, bromelaína, omeprazol, etc.

3.7.6. Teste de Revestimento Entérico (USP23/NF18)

A. Fiuido gástrico simulado (pH 1,2) 37°C - 1 a 2h


Cloreto de sódio 2.0g
Pepsina 3.2g
HC137% 7.0ml
Água destilada qsp 1000ml
Não deve haver sinal de desintegraçâo após o periodo de 1 hora

B. Fluido intestinal simutado (pH 7,5) 37°C


Fosfato monobásico de potássio 6,8g
NaOH0,2N 190,0ml
Pancreatina 10,0g
Água destilada qsp 10OOml
Deve se desintegrar no prazo prescrito pela monografia farmacopéica.

Nota: Para granulados e pellets é necessário realizar o teste de dissolução.

142
Capitulo 5 - Manipulação

3.8. Cápsulas de liberação lenta {Slow release)

3.8.1. Introduçao
Algumas formas farmacêuticas sólidas, como cápsulas e com-
primidos de liberação convencional são elaboradas para liberar o
fármaco no organismo de modo a ocorrer absorção rápida e compte-
ta. Nesses sistemas, busca-se manter determinada concentração do
fármaco no sangue, prescrevendo-se doses unitárias constantes ao
paciente durante o período de 24 horas. No entanto, pode ser ob-
servada a ocorrência de picos e vales no perfil de biodisponibilidade
do medicamento que devem estar situados dentro de uma faixa a-
ceitável, (janela terapêutica - acima da concentração mínima eficaz
e abaixo da concentração mínima tóxica) para que não haja com-
prometimento da eficácia clínica do tratamento. Este perfil, deter-
mina a posologia do esquema terapêutico (Ansel, Popovich, Alen,
2000; Helman, 1981; Lieberman, Lachman, 1982; Lieberman, Lach-
man, Schwartz, 1990; Ritschel, 1982; Veiga, 1988).
Contudo, outras formulações vêm sendo estudadas, na tenta-
tiva de modular a liberação do fármaco, para que ocorra de modo
lento e gradual propiciando ação terapêutica de longa duração (An-
sel, Popovich, Alen, 2000; Helman, 1981; Lieberman, Lachman,
1982; Lieberman, Lachman, Schwartz, 1990; Lordi, 1986; Prista,
Alves, Morgado, 1995; Ranade, 1991; Ritschel, 1982; Veiga, 1988).
Nos sistemas de liberação controlada, a taxa de fármaco li-
berada iguala-se a quantidade de fármaco eliminado, mantendo
desta forma, a concentração plasmática dentro da janela terapêuti-
ca (Uhrich et al., 1999). Tais preparações podem ser desenvolvidas
para administração por diversas vias (cutânea, intravascular, intra-
muscular, linfática, ocular, nasal, dentre outras). Entretanto, a ad-
ministração pela via oral, continua sendo uma das mais desejáveis
(Khan, 1995; Veiga, 1988).
De acordo com a United States Pharmacopeia 24 ed. (2000),
o termo liberação controlada é sinônimo de liberação sustentada,
liberação prolongada ou ação prolongada. Tais termos são empre-
gados para descrever formulações que não liberam o fármaco pron-
tamente após administração, como os denominados medicamentos
de liberação convencional e, que apresentam redução na freqüência
de doses administradas. Formas de liberação controlada são ainda
definidas, como aquelas nas quais há redução de pelo menos duas

143
Capítulo 5 - Manipulação

vezes na freqüência de dosagem, com aumento na aquiescência do


paciente ao esquema terapêutico que possui eficácia melhorada,
quando comparado aos sistemas convencionais. Por outro lado, de-
signa-se como formas de Uberação retardada, aquelas que liberam o
fármaco em tempo diferente do sistema convencional e em local
bem determínado, sendo depois, a liberação praticamente imedia-
t a , o que acontece com as formas de liberação entérica (Costa, Lo-
bo, 1999; United States Pharmacopeia 24 e d . , 2000).
Ambos os sistemas, liberação controlada e liberação retar-
dada são definidos pelo termo liberação modificada que possui sen-
tido mais amplo: são sistemas cuja característica de liberação do
fármaco, em relação ao tempo e/ou local são determinados de a-
cordo com objetivos ou conveniências não oferecidas por sistemas
convencionais de cedência do fármaco; como soluções, pomadas e
demais formas de pronta dissolução (United States Pharmacopeia 24
e d . , 2000).

144
Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 20: Terminologia mais r e c e n t e m e n t e empregada na área


de tecnologia de liberação modificada de fármacos

TIPO DE LIBERAÇÃO DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS


Controlada (liberação Sistema no qual a liberaçâo do fármaco United States
prolongada, ação prolon- ocorre lentamente e em quantidade Pharmacopeia 24
gada, liberação lenta, constante por unidade de tempo, quan- ed., 2000; Costa,
liberação sustentada) do comparado com sistema convencio- Lobo, 1999
nal.

A quantidade de fármaco liberada por


unidade de tempo é uma porcentagem Costa, Lobo, 1999
De ordem um fixa do total que permanece no sistema.

United States
harmacopeia 24
A liberação do fármaco ocorre em peri- ed., 2000; Costa,
Retardada odo de tempo bem definido após admi- Lobo, 1999;
nistração do medicamento. Ranade, 1991

A cedência do fármaco é programada Costa, Lobo, 1999


Programada por sistema eletrônico.

Neste sistema, há liberação seqüencial


de 2 doses completas do fármaco. Inici-
almente é liberada uma dose equivalen-
te à convencional, contida na parte
externa. Posteriormente, é libertada a
Ação repetida dose incorporada no núcleo. Esta man-
Veiga, 1988
terá o nivel plasmático efetivo. Idêntico
à tomada de doses consecutivas de um
medicamento convencional.

Sistema onde a liberação do fármaco é


determinada de acordo com objetivos United States
ou conveniências não oferecidas pelos Pharmacopeia 24
Modificada ed., 2000; Rana-
sistemas de pronta liberação. Abrange
todos os sistemas diferentes dos con- de, 1991.
vencionais.

Fonte: Tese de mestrado de Janaina Cecília Oliveira Villanova/Universidade de São Paulo:


USP2001

145
Capítulo 5 - Manipuiação

Advertência: Em relação à manipulaçào de formas farmacêuticas


magistrais de liberação prolongada, deve ser mencionada a dificul-
dade tecnológica de predizer o exato perfil de liberação do fármaco
necessário para obter resultados consistentes lote a lote. Além dis-
so, a determinação consistente e confiável dos níveis sanguíneos do
fármaco e a duração da sua ação só podem ser comprovados através
de estudos de bioequivalência. Portanto, a manipulação magistral
de fórmulas de liberação controlada ou sustentada deve ser evitada,
bem como, a de fármacos de baixo indice terapêutico dispensados
nestas formas. As formas de liberação modificada passíveis de se-
rem manipuladas, pelas farmácias magistrais, com segurança são as
cápsulas com revestimento entérico (liberação retardada) e as de
liberação lenta ou slow release (conceito mais amplo e menos res-
t r i t o do que liberação controlada ou sustentada), estas últimas,
obtidas com a utilização de excipientes formadores de matrizes co-
loidais.
Nota: Vários destes termos criados para desiçnar formas farmacêuticas de tiberação modifi-
cada foram introduzidos pelas empresas farmacêuticas, visando refletir um design especial
produzido para uma forma de liberacão protonçada ou utilizando-os como termos de marke-
ííng.

146
Capitulo 5 - Manipulação

3.9. Cápsulas de liberação prolongada

3.9.1. Definição:
As cápsulas, assim como os comprimidos, podem ser formu-
ladas para liberar o(s) principio(s) ativo(s) de maneira lenta e pro-
longada para que seja(m) absorvido(s) pelo trato gastrintestinal.

3.9.2. Vantagens das formas farmacêuticas de liberação


prolongada:
Previne os efeitos adversos de algumas drogas, decorrentes
de altas concentrações plasmáticas após a sua absorção em formas
de liberação convencional (ex.: pentoxifilina, antihistamínicos, anti-
inflamatórios e e t c ) .
Simplifica a posologia reduzindo a frequência de ingestão do
medicamento (ex.: antihipertensivos: metoprolol, pindolol, propa-
nolol, diltiazem, nifedipina, verapamil, clonidina; hipocolesterêmi-
cos: benzafibrato e fenofibrato; analgésicos: codeína, morfina; etc).
Permite a manutenção do nível plasmático do fármaco du-
rante o periodo noturno (ex.: antitussígenos, descongestionantes,
secretolíticos e broncodilatadores).
A formulação de liberação prolongada, compete com fárma-
cos que apresentam efeitos no organismo por períodos prolongados
(ex. antidepressivos, antiepilépticos, etc).

3.9.3. Desvantagens:
Em pacientes que sofreram efeitos adversos do fármaco
veiculado na forma de liberação prolongada, torna-se mais difícil a
remoção do fármaco do aparelho digestivo do que nos produtos de
rápida liberação.
Dificuldade de deglutição, decorrente da frequente utiliza-
ção de altas doses do fármaco (> 500 mg), portanto, a forma farma-
cêutica pode ser de maior tamanho.
Normalmente, as formas de liberação prolongada contêm
duas ou mais vezes a dose da forma convencional, portanto, no caso
de falha do sistema de liberação controlada, aumenta-se o risco de
sobredose e de toxicidade iatrogênica é maior.

147
Capítulo 5 - Manipulação

3.9.4. 0 Mito da Liberação em 24h (Aspectos fisiológicos envol-


vidos na absorção de fármacos):

A. Fisiologia do sistema digestivo:


• Estõmago: esvaziamento em 2 a 6 horas, responsável por até
10% da absorção.
• Intestino delgado: esvaziamento em 3 a 5 horas, responsável
por até 90% da absorção.
• Intestino grosso: esvaziamento em 3 a 10 horas, responsável
por até 10% da absorção.
• Tempo total para o esvaziamento do sistema digestivo: 8 a
21 horas. Média: 14 a 15 horas.
Portanto, um mecanismo de liberação prolongada por um pe-
ríodo maior que 14 a 15 horas é improvável.

3.9.5. Características ideais de um sistema de liberação


prolongada
• Alta resistência na liberação do fármaco.
• Facilidade de se formular.
• Econômico.
• Compatibilidade com fármacos hidrossolúveis e lipossolúveis.

3.9.6. Alguns fármacos que podem ser manipulados em cáp-


sulas de liberação lenta
• Progesterona
• Codeína
• Morfina
• Propranolol
• Anfepramona HCl
• Diclofenaco
• Diltiazem HCl
• Teofilina
• Nifedipina

148
Capitulo 5 - Manipulação

3.9.7. Sistema de matriz hidrofílica para liberação prolon-


gada de fármacos:
0 sistema de matriz hidrofílica, utilizando polímeros, atende
às características necessárias para a preparação de cápsulas de libe-
ração lenta na farmácia magistral.
Um sistema de liberação controlada pela formação de matriz
hidrofílica é um sistema dinâmico que envolve as seguintes etapas:
• Molhagem do polímero.
• Hidratação do polímero.
• Dissolução do polímero.

Ao mesmo tempo, outros excipientes solúveis ou drogas irão


também molhar, dissolver e difundir fora da matriz, enquanto os
materiais insolúveis irão ser segurados na matriz até que o comple-
xo polímero/excipiente/complexo de fármacos sofra erosão ou se
dissolva.
Para formar com sucesso um sistema de matriz hidrofílica, pri-
meiro é preciso selecionar o polímero que irá molhar e hidratar,
para formar uma camada gelatinosa rápida o bastante para proteger
o interior da cápsula ou comprimido, da desintegração e da dissolu-
ção durante a fase inicial de molhagem e hidratação. Se o polímero
se hidratar muito lentamente o fluido gástrico pode penetrar no
interior do comprimido ou da cápsula e permitir a difusão prematu-
ra do fármaco. Um outro resultado da velocidade inadequada de
hidratação do polímero, pode ser a dissolução prematura do excipi-
ente na matriz, causando a desintegração precoce da forma farma-
cêutica.
A capacidade de hidrataçâo rápida do polímero é fundamental
na formulação de formas farmacêuticas de liberação prolongada,
principalmente, quando a formulação contém fármacos e excipien-
tes hidrossolúveis.
De maneira simplificada, podemos resumir que para o polímero
produzir efeito prolongado na forma farmacêutica, sua hidratação
deve ser mais rápida do que a dissolução do fármaco e ou excipien-
te, portanto, a escolha do polímero deve se basear neste critério.

149
Capítulo 5 - Manipulação

A. Fatores que afetam a hidratação dos polímeros

A.1. Tamanho da partícula: o tamanho das partículas sólidas podem


afetar a velocidade de liberaçâo do fármaco. É recomendado que as
partículas do fármaco mais as do excipiente sejam relativamente
finas e com tamanhos similares.

A.2. Viscosidade da solução do polímero: polímeros de alta viscosi-


dade produzem camadas de gel mais viscosas, fazendo com que a
difusão do fármaco seja mais lenta. Por outro lado, polímeros de
baixa viscosidade liberam o fármaco mais rapidamente.

A.3. Solubilidade do fármaco: As matrizes hidrofílicas são utilizadas


na formulação tanto de fármacos muito solúveis como de fármacos
insolúveis. Entretanto, em formulações contendo fármacos e ou
excipientes muito solúveis requerem que o polimero se hidrate ex-
tremamente rápido, antes da solubilização do fármaco ou excipien-
te.

A.4. Concentração do polímero: aumentando-se a concentração do


polímero do sistema matriz, aumenta-se a viscosidade do gel for-
mado. Portanto, um aumento da concentração do polímero irá ge-
ralmente produzir um decréscimo da difusão e liberação do fárma-
co. Por este motivo, polímeros que se hidratam lentamente devem
ser utilizados em altas concentrações para produzir efeito prolonga-
do na formulação.

A.5. Interações polimero, fármaco e excipiente: excipientes ou fár-


macos hidrossolúveis em uma matriz hidrofílica podem afetar a vis-
cosidade do gel formado. Substâncias solúveis competem com o po-
límero e com a água disponível, o que pode afetar a viscosidade do
gel. Quando sais fortemente iônicos são veiculados em matriz hidro-
fílica, eles podem competir tão fortemente com o polímero pela
água que este último terá pouca chance de se hidratar (ex.: cloreto
de potássio).
pH: na faixa de pH normal do TGI (Trato Gastrointestinal) não afeta
significativamente a viscosidade do gel da matriz hidrofílica.

150
Capítulo 5 - Manipulação

3.9.8. Matrizes hidrofílicas em cápsulas:


Uma liberação lenta do fármaco pode ser obtida em cápsulas,
com o uso de polimeros formadores de matriz hidrofílica.
Quando a cápsula de gelatina é ingerida, a gelatina que a
constitui permite a penetração da água, causando sua hidratação e
dissolução em alguns minutos. 0 uso de polimero formador de ma-
triz coloidal no excipiente encapsulado, afetará assim como, nos
comprimidos a dissolução da cápsula, promovendo uma liberação
controlada.
A concentração de polimero utilizada afetará a velocidade de
liberação do fármaco, todavia o tamanho da cápsula utilizada pare-
ce não ter significante efeito na liberação.

A. Sistema de polímero eficiente para formacão de matriz coloidal


em cápsulas

A.1. HPMC - Hidroxipropilmetilcelulose: polimero derivado da celu-


iose com alta capacidade de molhagem e alta velocidade de hidra-
tação.

Tabela 21: Especificações de HPMC e concentrações usuais para


cápsulas de liberação lenta

HPMC Concentração usual do polimero


(Especificações comerciais volume da cápsula
para formaçao de matrizes
hidrofílicas)
C o r r e s p o n d ê n c i a e m peso a o v o l u m e d e 4 0 %
Methocel® E4M - Premium 40% Cãpsula n° 1 = iOOmg HPMC * Ativos * Lactose ou Amido
Cãpsula n° 0 = 140mg HPMC • Ativos ♦ Lactose ou Amido
(4000 mPas) Cápsula n° 00 = 200mg HPMC * Ativos • Lactose ou
Amido
Cápsula n° 000 = 280mg HPMC * Ativos * Lactose ou
Amido

Methocel® K100 30%


(100.000 mPas)
Methocel ê marca reçistrada da Dow Chemical Company

É recomendado que no preparo de cápsulas de liberação len-


ta, a mistura do pó contendo o ativo, excipiente e polímero seja
tamisada para obtenção de um pó muito fino (tamis 80 mesh).

151
Capítulo 5 - Manipulação

3.9.9. Alguns fármacos que podem ser manipulados em cáp-


sulas de liberação lenta
Progesterona
Codeína
Morfina
Propanolol
Anfepramona HCl
Diclofenaco de sódio
Diltiazen HCt
Teofilina
Nifedipina
T3,T4
Não manipular em cápsulas menores que a número 1.

A. Exemplo de Formulação
Progesterona em Cápsulas de Liberação Lenta
Progesterona 100mg
HPMC 140mg
Lactose qsp 1 cápsula
Nota: Encapsular em cápsulas número 0.

152
Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 22: Algumas Formulações Comercializadas com Liberação


Modificada

Referênàas:
International Drug Directory 1990-1991
Physicians' Desk Reference 50th edition 1996
Red List: Drus Directory of German Pharmaceutical Industry
Abreviações: C= cápsula, T=comprimido (do ingíès tabtet), E=revestimento entérico, XR=
liberaçõo prolongada (do ing/ês extended release)

Droga/companhia Forma Propriedades


farmacêutica
Acetaminofem/ Mc Neil C XR
Acetazolamida/ Lederle c XR
Ácido acetilsalicílico/ Bayer, Smith- C,T E, XR
kline Beecham
Allopurinol/ Siegfried T XR
Ambroxol/ Mack C XR
Amfepramona/ Marion Merrell Dow T XR
Amitriptilina/ Bayer, Wyeth C T XR
Benzafibrato/ Boehringer Mannheim T XR
Biperideno/ Lundbeck T XR
Bisacodil/ Ciba, Thomae, Wellcome T E
Buflomedil/ Abbot T XR
Carbamazepina/ Sanofi, Geigy T XR
Carbidopa/ Du Pont T XR
Cetoprofeno/ Rhone-Poulenc, Wyeth C, T XR
Clonidina/ Boehringer Ingelheim C XR
Codeína/ Zyma T XR
Dextropropoxifeno/ Goedecke C XR
Diclofenaco/ Ciba, Sanofi, Siegfried C,T E, XR
Digitoxina/ Beiersdorf, Lilly T E
Diltiazem/ Lederle, Marion-Merrel- C,T XR
Dow
Etilefrina (etiladrianol)/ Boehringer C,T XR
Ingelheim
Felodipina/ Astra, Hoescht T XR
Fenilpropanolamina/ Smithkline Bee- C XR
cham, Procter & Gamble

153
Capítulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 22
Droga/companhia Forma Propriedades
farmacêutica
Fenofibrato/ Fournier C XR
Flufenazina/ Squibb T XR
Furosemida/ Hoechst C XR
Ibuprofeno/ Wander. Klinge C,T XR
Indometacina/ Merck C,T E, XR
Isossorbida dinitrato/ Boehringer C,T XR
Mannh., Wyeth
Isossorbida mononitrato/ Synthela- C,T XR
bo, Boehringer Mannh.
Isoxsuprina/ Duphar C XR
Lanzoprazot/ Takeda c E
Levotiroxina (T4)/ Henning T XR
Lítio/ Astra, Smithkline Beecham T E, XR
Mesalazina/ Procter & Gamble, T E, XR
Smithkline Beecham
Metformina/ Boehringer Mannheim T XR
Metilprednisolona/ Hoechst T XR
Metoclopramida/ Kali-Chemie C XR
Metoprolol/ Astra, Ciba T XR
Morfina/ Rhone-Poulenc CT XR
Naproxeno/ Roche, Syntex C,T E
Nifedipina/ Bayer C XR
Nitrofurantoina/ Procter & Gamble c XR*
Omeprazol/ Astra c E
Orfenadrina/ 3M Media T XR
Pancreatina/ Mc Neil, Nordmark C,T E
Pantoprazol/ Byk Gulden T E
Pentoxifilina/ Promonta Lundbeck, T XR
Hoechst-Roussel
Pindolol/ Sandoz T XR
Cloreto de Potássio/ Abbott T XR
Propranolol/ Wyeth C XR
Quinidina/ Astra, Boehringer Man- T XR
nh.
Salbutamol/ Glaxo CT XR
Sulfassalazina/ Pharmacia T E

154
Capitulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 21
Droga/companhia Forma Propriedades
farmacêutica
Teofilina/ Byk Gulden, Hoechst, CT XR
Key, Knoll, 3 M Medica
Tioridazina/ Sandoz T XR
Trifluoperazina/ Smithkline C XR
Beecham
Tripsina/ Mucos, Novo T E
Ácido valpróico/ Abbott, Geigy C,T E
Verapamil/ Knoll, Searle C,T XR
Vincamina/ Parke-Davis C XR

3.10. Procedimento para Manipulação de Formulações


em Cápsulas duras:

3.10.1. Pesagem
As receitas devem ser ordenadas de acordo com o horário de
entrega prometido ao cliente.
0 manipulador seleciona a ordem de pesagem dos compo-
nentes das receitas a serem manipuladas. Confere se ficha de pro-
dução está de acordo com a receita e o rótulo, separa os potes dos
componentes a serem utilizados (as matérias-primas deverão ser
armazenadas em frascos de vidro âmbar, etiquetado com todas as
especificações: nome, fator de equivalência, fomecedor, n° de lote,
prazo de validade e colocados em ordem alfabética nas prateleiras).
Procede-se a pesagem individual de cada componente (os
potes com matérias-primas após terem sido utilizados deverão per-
manecer fechados (pois podem ocorrer alterações nos sais) e colo-
cados novamente em ordem nas prateleiras).
0 manipulador anota em formulário próprio os dados refe-
rentes à fórmula manipulada: o número da requisição, o nome do
cliente, o horário da pesagem, o número de fórmulas pesadas da
receita, assina o rótulo de controle de processo e envia a formula-
ção pesada para Homogeneização/Tamisação.
0 manipulador efetua a trituração, diluição e tamisação da
fórmula, anota dados em formulário próprio e envia a mesma para
a encapsulação.

155
Capítulo 5 - Manipulação

0 encapsulador realiza o acondicionamento do pó nas cápsu-


las, anota dados da receita, assina rótulo de processo, anota tama-
nho e cor da cápsula no rótulo de controle de processo, envia para a
conferência o pote com a fórmula encapsulada sem lacrá-lo.

3.10.2. Materiais utilizados:


Balança semi-analítica
Espátulas (aço inox ou plástico)
Papel manteiga
Saco plástico
Calculadora
Papel higiênico
Proveta graduada

3.10.3. Procedimento:
Passo 1: Processo em que o manipulador deverá pesar os sais, espe-
cificados na receita (ficha de pesagem), observando as respectivas
quantidades.
Passo 2: A pesagem deverá ser precisa e muito cuidadosa.
Passo 3: Ao iniciar a pesagem, o manipulador deverá tarar a balança
com papel manteiga sobre o prato.
Passo 4: 0 manipulador deverá pesar os sais um a um (sempre ta-
rando a balança após cada sal), em papel manteiga sobre a balança
de precisão, utilizando-se de uma espátula. Para pesagem de pellets
deve utilizar sempre espátula de plástico ou de chifre, não utilizar
espátulas de aço inox.
Passo 5: Após o término da pesagem da fórmula, inclusive o excipi-
ente, os sais serão colocados em um saco plástico e encaminhados
para o processo de trituração, diluição e tamisação da formulação.
Passo 6: A ordem de manipulação deve conter orientação quanto ao
tamanho e cor das cápsulas a serem utilizadas, bem como a indica-
ção da necessidade de revestimento entérico, se for necessário.

156
Capitulo 5 - Manipulação

3.10.4. Cálculo Manual para enchimento das Cápsulas


Para pesar uma fórmula, mediante a receita (sem a ordem
de manipulação), o manipulador terá que calcular a quantidade de
cada sal manualmente. Para isso, terá que considerar a dosagem do
sal e multiplicar pelo número de cápsulas que serão manipuladas.
Deverá observar e considerar a diluição e ou fator de correção do
sal que está sendo calculado e em que unidade de medida ele se
encontra.

Exemplo:
Piridoxina 60,0 mg
Cistina 200,0 mg
VitaminaB12 100,0 mcg
Biotina 0,2 mg
VitaminaA 25.000 Ul
100cápsulas.

Cálculo:

- Piridoxina = 60 mg x 100 caps. = 6,0g


- Cistina = 200 mg x 100 caps. = 20,Og
- Vitamina B12 = 100 mcg x 100 caps. = 10.000 mcg = 10mg

Considerando-se que a vitamina B12 é diluída 1:100, faz-se


então uma regra de três:

1mg 100 mg
10 mg x
x = 1.000 mg = 1,0g
Pesa-se então 1,0g da Vit. B12 diluída 1:100.

- Biotina = 0,2 mg x 100 caps = 20 mg


Considerando-se que a Biotina é diluída 1:10, faz-se outra regra de
três.
1mg 10 mg
10 mg x
x = 200 mg = 0,2g
Pesa-se 0,2g de Biotina diluída 1:10.

157
Capítulo 5 - Manipulação

- Vitamina A = 25.000 Ul
Converte-se a unidade internacional em miligrama, considerando-se
que 500.000 Ul de vitamina A correspondem a 1g da vitamina A ace-
tato pó, faz-se então a seguinte regra de três:
500.000UI 1g
25.000 Ul x
x = 0,05g
0,05gx 100caps = 5,0g.
Pesa-se então 5g da vitamina A acetato pó.

3.10.5. Cálculo do Tamanho da Cápsula


É necessário completar com excipiente o volume do pó a
encapsular, caso este seja inferior a 90% da capacidade da cápsula.
Considera-se sempre o peso e a densidade aparente dos pós
da formulação.

Tabela 23: Capacidades médias das cápsulas gelatinosas duras

Tamanho da cápsula volume em ml Capacidade média em mg


0,6g/ml - 1,2g/ml
000 1,37 822- 1644 mg (750mg)
00 0,95 570- 1140mg(500mg)
0 0,68 408 - 816 mg (400mg)
1 0,5 300 - 600 mg (350 mg)
2 0,37 222 - 444 mg (250mg)
3 0,30 180- 360 mg (200mg)
4 0,21 126-252mg(150mg)
Existem diferencas de capacidade em peso relacionadas com a reologia do pò, tenuidade,
densidade, etc. Exemplo: uma cápsula n° 0, pode conter cerca de 300 mg de cáscara sagrada
pó ou 825 mg de cloreto de sódio.
( ) : capacidade média para substâncias com densidade aparente próxima da lactose.

Para fórmulas compostas e para matérias-primas com baixa


ou alta densidade deveremos utilizar o método volumétrico (com
proveta).

Exemplo 1
Cimetidina 200 mg
Inositol 100 mg
Alcachofra ext. seco 50 mg
Peso total: 350 mg

158
Capítulo 5 - Manipulação

Verifica-se um total de 350 mg de pó por cápsula, pela tabe-


la corresponde à cápsula n° 1, não sendo necessário acrescentar
excipiente por cápsula, exceto se a mistura demonstrar sinais de
higroscopia.

Exemplo 2 . Cápsulas dobradas:


Fórmulas que apresentam sais cujo peso total ultrapassa os
750 mg deverão ser feitas em 2 cápsulas que conterão Vi dose em
cada uma (Capacidade média da cápsula: veja tabela 23)

Hidróxido de alumínio 300 mg


Hidróxido de magnésio 300 mg
Simeticone 100 mg (simeticone 50% x2)
Metoclopramida 20 mg
Peso total: 820 mg
Dividindo o peso de 820 mg por 2, encontraremos 410 mg que
corresponde à cápsula n° 0, portanto, deveremos fazer 2 cápsulas
ao invés de 1 sem o acréscimo de excipiente, os sais desta formula-
ção apresentam densidade aparente baixa.
As fórmulas poderão apresentar também outras variações,
como cápsulas triplicadas e quadruplicadas que seguem o mesmo
procedimento anterior.

Exemplo 3
Famotidina 25 mg
Cisaprida 8 mg
60 caps
Peso total: 33 mg

A menor cápsula disponível na farmácia é a cápsula n° 3 cuja capa-


cidade média é de 200 mg.
200 mg - 33mg = 167 mg (quantidade de excipiente a ser completa-
da por cada cápsula).

Para 60 cápsulas: 167 mg x 60 caps = 10020mg = 10,02g de excipi-


ente.
Para esta formulação deverá pesar 10,02 g de excipiente.

159
Capitulo 5 - Manipulação

3.10.6. Método Volumétrico para Enchimento das Cápsuias


A cápsula é uma das formas farmacêuticas orais mais difundidas
em manipulação. No entanto, a prática envolvendo cápsulas é mui-
tas vezes imprecisa, pois os métodos geralmente utilizados para o
enchimento, se baseiam na capacidade em termos de peso. Este
parâmetro (peso) varia muito conforme a densidade do pó a ser en-
capsulado, o que pode gerar alguns inconvenientes no cálculo de
excipiente e tamanho da cápsula a ser empregada. 0 "Método Vo-
lumétrico" de enchimento de cápsulas é muito mais preciso, já que
as cápsulas têm a capacidade constante em termos de volume.

A. Como utilizar o método volumétrico


Pesar todos os componentes, lembrando das conversões (di-
luição, fator de correção e fator de equivalência) e do número de
cápsulas (quantidade prescrita na receita).
Medir o volume em proveta (10 - 1000 ml).
Bater a proveta com cuidado na bancada (revestida com bor-
racha) para o assentamento do pó e leitura correta do volume.
Uma vez obtido o volume, utilizar o gráfico (nomograma),
selecionando o número da cápsula (tamanho) que se adeque ao vo-
lume do pó, bem como a adição de mais excipiente para completar
o enchimento da cápsula.

Exemplo:
volume = 25 ml para 30 cápsulas.
Veja o ponto " x " no gráfico. Segundo o gráfico, a cápsula a ser usa-
da é de número superior a 0, portanto 00. Para 30 cápsulas de nú-
mero 00. Qual o volume ocupado ?
Veja ponto Y no gráfico = 29 ml.
Sendo assim, o volume de excipiente será 29 - 25 = 4ml.

160
Capítulo 5 - Manipulação

Tabela de preenchimento das cápsulas duras

Número de cápsulas duras

5 10 15 20 25

000

"E5
1/1
o.
<(C
u
0)
TJ
o
l_
<D
£
z
10 15 20 25 30 35 40 45 50

Volume de pó

3.10.7. Homogeneização/ Tamisação


0 trabalho de homogeneização e tamisação da fórmula é
realizado após a pesagem da fórmula e antes da encapsulação da
mesma.(
É o processo em que os sais são misturados em gral de porce-
lana com o pistilo e tamisados, para uma homogeneização comple-
ta.

A. Material utilizado:
Tamis: malha de aço inox de 50 a 100 Mesh.
Suporte para tamiz.
Gral de porcelana.
Pistilo.
Espátula de plástico tipo "tigre®" .
Papel manteiga.

161
Capítulo 5 - Manipulação

B. Procedimento:
Passo 1: Agitar o saquinho plástico, com os componentes da formu-
lação previamente pesados, 10 vezes ou mais, enchendo-o
previamente com ar (não soprar).
Passo 2: Verter o pó para um gral, triturando-o com o pistilo.
Passo 3: Transferir completamente o conteúdo para o tamis de ma-
Iha de aço inox (de 50 a 100 Mesh) adaptado ao seu suporte previa-
mente guarnecido com papel manteiga limpo.
Passo 4: Efetuar a tamisação do "pó" com uma espátula (limpa,
sanitizada e seca), pressionando ligeiramente o pó contra o tamis
em movimentos de "vai e vem", até o esgotamento do pó sobre o
tamis. Substâncias naturais (fitoterápicos) poderão deixar alguns
resíduos, como fragmentos de galhos e folhas que não passando pelo
tamis serão desprezados.
Nota: Os sais na forma de microgrânulos (peltets) não podem passar peto tamis e pelo proces-
so de trituração no gral, pois estes processos comprometeriam a integridade dos mesmos,
bem como a eficàcia terapêutica posterior do fármaco.
Passo 5: Transferir o pó depositado sobre o papel manteiga contido
no suporte, para o gral de porcelana limpo, sanitizado (com álcool a
70%) e seco.
Passo 6: Misturar o "pó" no gral com pistilo: 10 movimentos no sen-
tido horário e 10 no sentido anti-horário.
Passo 7: Revolva o pó no interior e laterais do pistilo e do gral com a
espátula de plástico e repita a operação anterior.
Passo 8: Transfira o pó do gral para o saquinho de plástico, enchen-
do-o com ar (não soprar), agitando-o por 10 vezes ou mais.
Passo 9: Analise visualmente a homogeneização do pó, caso esteja
homogêneo passe para o passo seguinte, caso seja constatado sinais
de heterogeneidade (não misturou direito) repita a operação.
Passo 10: Anexar o saquinho com o pó da formulação à ficha de pro-
dução e ou receita e enviá-los para a encapsulação.
Passo 11: Após a homogeneização de cada fórmula, os materiais
utilizados (gral, tamiz, pistilo, espátula) deverão ser limpos e sani-
tizados e o papel manteiga descartado e substituído por outro.
Passo 12: O homogeneizador deverá registrar seu trabalho na ficha
de produção, rubricando-a .
Nota: Os sais em microgrânulos ou pellets (omeprazol, lanzoprazot, itraconazot e outros) não
passarõo pelo processo normal de homogeneização e tamização.
Normaimente estes sais são pesados cápsula por cápsula peto manipuiador ou em tabuleiro
especialmente catibrado.
O homogeneizador, deve estar ciente das Boas Prática de Manipulaçâo estando devidamente
paramentado e catcando tuvas que após cada formutação deverão passar por assepsia com
álcoot a 70% ou outra solução sanitizante sob fricçâo.

162
Capítulo 5 - Manipulação

3.10.8. Encapsulação de Pós


A encapsulação é o processo onde as matérias-primas pesa-
das e homogeneizadas são acondicionadas em cápsulas adequadas.

A. Material utilizado
Placas encapsuladeiras (000, 00, 0, 1, 2, 3, 4 ,5) ou máquina
encapsuladeira com respectivos discos.
Espátula plástica (patheta).
Socadores.
Papel manteiga.

B. Encapsulação com placas


As placas encapsuladeiras são constituídas por:
• 1 base
• 1 tampo para 180 ou 360 cápsulas em seus diversos tama-
nhos.
• 3 hastes.

C. Procedimento
Passo 1: Selecionar a ptaca encapsutadeira correspondente ao tama-
nho de cápsuta necessário.
Passo 2: Montar a placa. Deverá ser cotocada uma haste de cada
lado da base e o tampo em cima. A terceira haste (a menor) é utiti-
zada para delimitar a área das cápsulas que serão utilizadas na en-
capsulação. Colocar uma fotha de papel manteiga sobre a bancada e
sobre esta folha, a placa encapsuladeira. 0 encapsulador deverá
observar na ficha de produção a cápsula que será utilizada (tama-
nho, cor, etc) conforme a orientação por escrito do maniputador e
montar a placa adequada.
Passo 3: Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cáp-
sulas fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na
fórmula, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a
ser utilizada.
Passo 4: Remover manualmente a tampa da cápsula (parte menor da
cápsula). Adicionar o pó, (fórmuta) previamente pesado e homoge-
neizado, vertendo-a gradualmente sobre a placa com as cápsutas
vazias abertas.
Passo 5: Espalhar cuidadosamente, com a ajuda da espátuta, o pó
sobre a placa até que o conteúdo esteja uniformemente distribuido
entre as cápsutas, bata a placa sobre a bancada de maneira ritmada
para que os pós se acomodem facilmente, se necessário, use o so-
163
Capitulo 5 - Manipulação

cador para os pós que excedam minimamente a capacidade da cáp-


sula, empregando força equitativa para todas as cápsulas e em se-
guida distribua de maneira uniforme entre as cápsulas o restante do
pó.
Passo 6: Após o enchimento, deverão ser abaixadas as hastes e reco-
locadas as tampas (parte superior) das cápsulas.
Passo 7: Em seguida o encapsulador deverá travar as cápsulas com
as mãos, tomando cuidado com a pressão, pois se esta for excessiva
poderá amassar o fundo das mesmas.
Passo 8: Após travadas as cápsulas deverão ser retiradas da placa,
limpas e acondicionadas na embalagem. Os potes de plástico (emba-
lagem) para acondiciona-las serão escolhidos em função da quanti-
dade e do tamanho das mesmas.
Passo 9: A embalagem deve ser rotulada.
Passo 10: Registrar a encapsulação em formulário do setor, rubricar
a ficha de produção e o rótulo de controle de processo.
Passo 11: Enviar a fórmula para a conferência.
Nota: 0 encapsulador deverá seguir as Boas Práticas de Manipulacão e estar devidamente
paramentado, catçando luvas e periodicamente fazer a assepsia das mãos.

3.10.10. Encapsulação com máquina encapsuladeira (para


fórmulas individuais)
A utilização de máquina encapsuladeira reduz o tempo de
encapsulação em até 60%.

A. A máquina de encapsular é composta por:


• discos para a colocação das cápsulas (cada tamanho de
cápsula possui seu disco correspondente).
• aro de alumínio para enchimento do disco.
• encaixe do disco para enchimento e abertura das cápsulas
por sucção.
• "porco espinho" onde são lacradas as cápsulas (foi popu-
larmente chamado assim, por se parecer como tal). Ele é
um disco do mesmo tamanho dos de cápsulas, tendo no lu-
gar dos orifícios, hastes de alumínio.
Nota: Á máquina encapsuladeira para formas individuais não possui funil de distribuição de
cápsulas e nem caneletas, pois na maioria das vezes, o número de cápsulas a ser manipulado
é menor que a capacidade total do disco. Portanto, quase sempre trabalha-se com o disco
incompleto, sendo necessário para isso o preenchimento manual. A vantagem da utilização
desta máquina está no fato da mesma realizar a abertura e o fechamento automático das
cápsulas, otimizando assim o processo de encapsulação.

164
Capitulo 5 - Manipulação

B. Procedimento:
Passo 1: Ao receber a fórmula homogeneizada, o encapsulador de-
verá verificar qual o tamanho da cápsula selecionado e o disco a-
propriado. Pode-se agilizar o processo, trabalhando-se com poucos
tamanhos de cápsulas.
Passo 2: As cápsulas vazias são colocadas em disco correspondente.
De acordo com o número de cápsulas da fórmula será preenchido o
disco (cada carreira do disco tem capacidade para 5 cápsulas, por-
tanto para encapsularmos 60 cápsulas devemos preencher 12 carrei-
ras).
Passo 3: Após o enchimento do disco com as cápsulas vazias, ligar a
sucçáo para a separação das cápsulas, ficando na parte inferior do
disco os corpos das mesmas para preenchimento com o pó e na par-
te superior suas tampas.
Passo 4: Colocar o aro de alumínio guia e distribuir o pó normalmen-
te com o auxílio da palheta. 0 disco pode ser batido para a melhor
acomodação dos pós, podemos ainda utilizar o socador.
Passo 5: Após a distribuição total do pó, rejuntar as duas partes do
disco e lacrar as cápsulas no "porco espinho".
Passo 6: As cápsulas são então embaladas e enviadas para conferên-
cia, após prévio registro e rubrica do encapsulador no rótulo de con-
trole de processo.

3.10.11. Encapsulação com liquidos


Drogas líquidas, soluções ou dispersões de fármacos podem
ser encapsuladas em cápsulas duras, desde que o invólucro gelatino-
so da cápsula não seja solúvel no líquido.

A. Líquidos que podem ser encapsulados em cápsulas duras:


• Soluções alcoólicas
• Óleos fixos (ex.: óleo de amêndoas, óleo de amendoim)
• Óleos voláteis

B. Material utilizado:
Placa encapsuladeira.
Pipeta, micropipeta ou gotejador calibrado.

165
Capitulo 5 - Manipulação

C. Procedimento:
Passo 1: Selecionar a placa encapsuladeira correspondente ao tama-
nho de cápsula necessário.
Passo 2: Montar a placa. Deverá ser colocado uma haste de cada
lado da base e o tampo em cima. A terceira haste (a menor) é utili-
zada para delimitar a área das cápsulas que serão utilizadas na en-
capsulação. Colocar uma folha de papel manteiga sobre a bancada e
sobre esta folha a placa encapsuladeira. 0 encapsulador deverá ob-
servar na ficha de produção a cápsula que será utilizada, (tamanho,
cor, etc) conforme a orientação por escrito do manipulador e mon-
tar a placa adequada.
Passo 3: Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cáp-
sulas fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na
fórmula, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a
ser utilizada.
Passo 4: Remover manualmente a tampa da cápsula (parte menor
da cápsula).
Passo 5: Medir em uma pipeta, micropipeta ou gotejador calibrado,
a quantidade do líquido contendo a droga diluída por dose a ser en-
capsulada (a diluição deve ser realizada em um volume compatível
com a capacidade da cápsula). Encher um a um, os corpos das cáp-
sulas com o líquido medido na pipeta.
Passo 6: 0 vazamento do líquido pode ser minimizado, pelo sela-
mento da tampa ao corpo da cápsula. Isto pode ser realizado umi-
decendo a superfície interna da tampa, antes de reacoplá-la ao cor-
po da cápsula, com um cotonete umidecido com uma solução hidro-
alcoólica.
Passo 7: Após selar e travar, as cápsulas deverão ser retiradas da
placa, limpas e acondicionadas na embalagem. Os potes de plástico
(embalagem) para acondicionar as cápsulas serão escolhidos em
função da quantidade e do tamanho das cápsulas. A embalagem
deve ser rotulada.
Passo 8: Registrar a encapsulação em formulário do setor, rubricar a
ficha de produção e o rótulo de controle de processo.
Passo 9: Enviar a fórmula para a conferência.

166
Capítulo 5 - Manipulação

D, Exemplo de cápsulas duras com preenchimento liquido:


Progesterona 100 mg em cápsulas com óleo de amendoim

Para se manipular 100 cápsulas contendo 100 mg de progesterona,


faça a diluição a seguir:
Progesterona micronizada 10 g
Óleo de amendoim qsp 30 ml_

D.1. Procedimento:
Passo 1: Calcule a quantidade de cada ingrediente requerido pela
prescrição.
Passo 2: Pese precisamente a progesterona.
Passo 3: Misture a progesterona em cerca de 20 mL de óleo de a-
mendoim, em pequenas porções.
Passo 4: Adicione o óleo de amendoim até completar 30 mL e mistu-
rebem.
Passo 5: Preencha o tabuleiro com 100 cápsulas gelatinosas duras
N°1 .
Passo 6: Utilizando uma micropipeta, adicione 300 mcL (0,3mL) da
diluição oleosa de progesterona em cada uma das 100 cápsulas.
Passo 7: Selar e lacrar cada cápsula.
Passo 8: Remova as cápsulas preenchidas do tabuleiro.
Passo 9: Embale e rotule.

3.10.12. Encapsulação de massa semi-sólida:


Este método pode ser empregado para aumentar a biodispo-
nibilidade de drogas que são pouco solúveis e exibem problemas de
biodisponibilidade.

Procedimento:
Passo 1: A droga é adicionada à base fundida (ex. base de polietile-
noglicol-PEG).
Passo 2: A mistura é aquecida e agitada até que o pó (a droga) é
também fundido, dissolvido ou completamente misturado na base
PEG.
Passo 3: Deixa-se esfriar um pouco, mantendo a temperatura acima
do ponto de fusão do PEG.
Passo 4: Com o auxílio de uma pipeta ou seringa, verter o volume
com a quantidade desejada (conforme a dose calculada) individual-
mente em cada cápsula.
167
Capítulo 5 - Manipulação

A. Exemplos de alguns excipientes que podem ser utilizados como


matrizes semi-sólidas para cápsulas:
• Óleos vegetais hidrogenados: óleo de algodão hidrogenado
(Lubritab®), óleo de rícino hidrogenado, etc.
• Gorduras vegetais: cera de carnaúba, manteiga de cacau.
• Gorduras de origem animal: cera de abelha, lanolina.
• Hidrocarbonetos: parafina.
• Álcoois graxos: álcool cetílico, álcool láurico, álcool estearí-
lico,
• Ácidos graxos: ácido esteárico, palmítico, mirístico e lauríli-
co
• Polietilenoglicóis: PEG 1500, PEG 4000, etc.

B. Exemplo de cápsulas com preenchimento semi-sólido:

Cápsulas com estrogênios: (composição para 100 cápsulas)


Estriol 200 mg
Estrona 25 mg
Estradiol 25 mg
Polietilenoglicol 1500 .... 20 g
Potietilenogticol 4000 .... 20 g
cada cápsula deverá conter: 2mg de estriol / 0,25mg de estrona e
0,25mg de estradiol.

Procedimento:
Passo 1: Calcule a quantidade requerida na prescrição de cada in-
grediente.
Passo 2: Pese prescisamente cada componente.
Passo 3: Utilizando dituição geométrica, misture os pós.
Passo 4: Utilizando baixo calor em torno de 65°C, em uma placa de
aquecimento, funda os polietilenoglicóis.
Passo 5: Aos poucos acrescente os pós, misturando-os completamen-
te na massa fundida. Preencha o tabuleiro de com 100 cápsula N°1,
removendo suas tampas.
Passo 6: O volume total obtido da massa fundida + os pós deve ser
divido por 100, este será o volume a ser preenchido individualmente
em cada cápsula.
Passo 7: Acrescente o volume requerido em cada cápsula. Permita
que a mistura endureça e então recoloque a tampa sobre as cápsu-
las.
168
Capítulo 5 - Manipulação

Passo 8: Verifique o peso de cerca de 10 cápsulas para constatar a


uniformidade e precisão. Embale e rotule.

3.10.13. Encapsulação de cápsula com cápsula:


Este método pode ser empregado nas seguintes situações:
• Quando um ingrediente precisa ser separado do restante da
formulação (ex.: associação de fármaco na forma de pellets
com outros fármacos na forma de pó).
Neste caso, se preenche uma cápsula menor com o fármaco que
necessita ser segregado e em uma cápsula maior os ingredientes
remanescentes da formulação. Acondicionando a cápsula menor
dentro da maior.
• Por razões estéticas
Para impedir a visualização da cápsula submetida a processos de
revestimento, ou cápsulas que contenham produtos que tenham
manchando seu invólucro ou ainda, cápsulas que causem uma apa-
rência estética indesejável (ex.: revestimento entérico).
• Para vedar melhor cápsulas que tenham sido preenchidas
com líquidos.

3.10.14. Encapsulação de comprimidos:


Pequenos comprimidos podem ser encapsulados. Isto pode
ser necessário quando algum ingrediente da formulação só esteja
disponível comercialmente na forma de um produto industrializado.
Neste caso, o pó deve ser acondicionado antes do comprimido e o
comprimido não deve ficar visível no interior da cápsula.

3.10.15. Limpeza e polimento das cápsulas:


As cápsulas podem apresentar pequenas quantidades da for-
mulação aderida às paredes externas. Este pó aderido pode conferir
à cápsula, sabor e aparência desagradáveis, devendo ser removido
antes de embalar ou dispensar o medicamento.

A. Método de limpeza das cápsulas:


Esfregando as cápsulas com uma gaze ou pano limpo, poden-
do acondiciona-las no pano disposto como um saco e sacudindo-as.
Acondicionar as cápsulas em um recipiente contendo bicar-
bonato de sódio, açúcar ou sal e então, rolar suavemente as cápsu-
169
Capitulo 5 - Manipulação

las no recipiente. 0 conteúdo é passado por um tamis que permitirá


a passagem do pó utilizado na limpeza e reterá as cápsulas na ma-
Iha.
Os métodos de limpeza são efetivos somente se as cápsulas
estiverem secas e o pó estiver apenas aderindo superficialmente ao
seu invólucro. Caso as cápsulas estejam umedecidas e manchadas a
limpeza não será efetiva.

3 . 1 1 . Incompatibilidades

Dois tipos principais de incompatibilidades podem ser obser-


vadas na preparação de cápsulas:

3 . 1 1 . 1 . Interação físico-química entre os ativos ou entre os


ativos e o excipiente
Exemplos: Deliquescência* e Misturas Eutéticas**.

3.11.2. Interação físico-química entre os ativos e ou excipi-


entes com o invólucro de gelatina da cápsula
Substâncias higroscópicas podem absorver a água residual do
invólucro gelatinoso da cápsula que contém cerca de 10 a 15% de
umidade, podendo ainda absorver até 10 vezes seu peso em água.
'A utilização de pós absorvedores tais como, o óxido de zinco e o carbonato de magnésio
reduzem a tendência de absorqão de águas de pós higroscópicos e sujeitos a deliquescència.
"A formação de misturas eutêticas podem ser prevenidas pela mistura prévia e separada de
cada componente com um pó inerte de aito ponto de fusão (ex. carbonato de masnésio,
óxido de masnésio) e só então misturar os componentes entre si.

170
Capitulo 5 - Manipulação

3.12. Aspectos físico-químicos de interesse prático no


processo de preparação de cápsulas:

A adição de Lauril sulfato de sódio, em concentrações até 1%


na mistura dos pós é útil na neutralização de forças eletrostáticas
que podem dificultar o processo de manipulação.
0 estearato de magnésio é utilizado como lubrificante na
preparação de cápsulas, aumentando o grau de escoamento do pó,
facilitando assim o processo de encapsulação. 0 estearato de mag-
nésio é hidrofóbico, portanto pode afetar a biodisponibilidade dos
fármacos, sendo recomendável utilizá-lo em baixas concentrações,
até n.
0 Lauril sulfato de sódio pode ser incorporado no excipiente
de drogas pouco solúveis para aumentar a biodisponibilidade de
drogas contidas nas cápsulas, normalmente em concentrações de
1%.

3.14. Cápsulas Amiláceas


As cápsulas amiláceas são geralmente indicadas para pessoas
que possuem problemas digestivos e não podem ingerir produtos de
origem animal. Atualmente este tipo de cápsula está em desuso,
podendo ser substituída por cápsulas vegetais (estas apresentam
forma idêntica às cápsulas gelatinosas duras) disponíveis no merca-
do.

3.14.1. Procedimento:
Passo 1: Encapsular a fórmula nas cápsulas gelatinosas duras, con-
forme prescrição.
Passo 2: Abrir as cápsulas amiláceas sobre o balcão e transferir o pó
da cápsula gelatinosa para a cápsula amilácea uma a uma.
Passo 3: Molhe a tampa das cápsulas amiláceas em algodão previa-
mente umedecido em água e coloque sobre a outra parte da cápsula
com leve pressão.
Passo 4: Descartar as cápsulas gelatinosas vazias.
Passo 5: Embalar as cápsulas amiláceas em potes plásticos opacos.

Nota: 0 processo de encapsulaçõo para cápsulas vegeíaís (substitutas das amiláceas) é idênti-
co ao das cápsulas selatinosas duras.

171
Capítulo 5 - Manipulação

Pastilhas, Gomas, Soluções e Suspensões Congela-


das
A forma de pastilhas medicamentosas tem sido utilizada,
tradicionalmente, para administração de drogas de efeito local.
Dentre elas, podem-se incluir anestésicos tópicos e demulcentes no
tratamento do alívio da garganta irritada pela tosse e, como excipi-
ente (veículo) de agentes antibacterianos para o tratamento de a-
fecções orofaríngeas.
Pastilhas e gomas com diversos excipientes edulcorados e fla-
vorizados à base de açúcares, gelatina, chocolates dentre outros,
têm sido utilizados como excipientes para administração sistêmica
de fármacos. A pastilha medicamentosa dissolve lentamente na bo-
ca, liberando o fármaco para absorção através da mucosa oral e
sublingual evitando em parte, a primeira passagem hepática. Toda-
via, a porção do ativo dissolvido na saliva é ingerida e portanto,
absorvida no trato gastrointestinal. Estas formas farmacêuticas são
especialmente indicadas para pacientes com dificuldade de degluti-
ção de formas farmacêuticas sólidas. Também alguns pacientes pe-
diátricos e geriátricos com bloqueio gastrointestinal podem ser be-
neficiados. 0 fato de dissolverem lentamente na boca torna-as, as
formas de escolha para a administração de substâncias que apresen-
tam máximo benefício quando permanecem em contato prolongado
com o tecido local, como por exemplo, antifúngicos utilizados para
o tratamento da candidíase oral (nistatina) e o fluoreto de sódio, na
prevenção da cárie dental. Devido a aparência e sabor agradável,
estas formas farmacêuticas aumentam a compliance (adesão) dos
pacientes pediátricos ao tratamento.

Atenção: Estas formas farmacêuticas devem ser mantidas longe


do alcance das crianças. A aparência e o sabor agradável, seme-
Ihante à "doces", aumentam o risco de acidentes devido a inges-
tão inadvertida do medicamento por crianças.

Vitaminas, minerais, anestésicos, antiinflamatórios, analgé-


sicos, antifúngicos (nistatina), agentes hipnóticos (hidrato de clo-
ral), corticosteróides, demulcentes, princípios ativos adstringentes,
antibacterianos de ação local, descongestinantes, antitussígenos,
antihistamínicos, princípios ativos utilizados no tratamento para a
cessação do tabagismo, compostos aromáticos e outras combinações

172
Capitulo 5 - Manipulação

de drogas são substâncias que podem ser veiculadas nestas formas


farmacêuticas.

4. Pastilhas

4.1. Definição:
São formas farmacêuticas sólidas que se destinam a dissolver
ou desintegrar lentamente na boca. Podem conter um ou mais ati-
vos de ação local (cavidade oral) ou sistêmica, veiculado(s) em ba-
se, geralmente, flavorizada e edulcorada, moldada ou comprimida.

4.2. Tipos:

4.2.1. Pastilhas duras:


Misturas de sacarose e outros açúcares e/ou carboidratos em
estado amorfo.

4.2.2. Pastilhas soft:


Podem ser preparadas à base de PEG (polietilenoglicol), cho-
colate, pasta de amendoim, óleo vegetal hidrogenado ou base de
açúcar-goma arábica.

4.2.3. Pastilhas mastigáveis (balas gomas, gomas mastigá-


veis ou "jujubas"):
Preparadas à base de gelatina glicerinada.

173
Capítulo 5 - Manipulação

4.3. Usos e Aplicações:

4 . 3 . 1 . Uso tradicional:
Excipiente para drogas de ação local na cavidade oral (anes-
tésicos, agentes antibacterianos e demulcentes).

4 . 3 . 2 . Excipiente para drogas de ação sistêmica:


Estas formas se dissolvem lentamente na boca. A droga é li-
berada para a absorção sublingual e bucal, a droga que é deglutida
pode ser absorvida pelo trato gastrointestinal.

4 . 3 . 3 . Forma farmacêutica especialmente utilizada para


pacientes com dificuldade de deglutição:
Pacientes pediátricos, geriátricos ou com bloqueio gastroin-
testinal.

4.3.4. Como excipientes de drogas que apresentam máximo


benefício quando em contato com o tecido local (Exemplos:
Antifúngicos e Fluoreto de sódio).
Para aumentar a adesão do paciente ao tratamento, especi-
almente pacientes pediátricos, devido ao sabor agradável.

4.4. Desvantagens:

Risco maior de acidentes por ingestão inadvertida pelas cri-


anças, decorrente da aparência e sabor parecidos com doces e ba-
las. Por este motivo, devem ser mantidos longe do alcance das cri-
anças.
Formas como pirulitos e picolés não são precisas na dosifica-
ção, pois, muitas vezes, podem não ser consumidas completamente
pelo paciente. Portanto, somente drogas não potentes que não ne-
cessitem de uma posologia precisa e que tenham ação predominan-
temente local devem ser veiculadas nesta forma.

174
Capitulo 5 - Manipulação

4.5. Pastilhas duras e Pirulitos:

4.5.1. Composição:
Misturas de açúcar (sacarose) e outros carboidratos (sorbitol)
em condições amorfas ou cristalinas.

4.5.2. Características:
• Teor de umidade: 0,5 a 1,5%.
• Desintegração lenta e uniforme: 5 a 10 minutos (pastilhas).
• Peso: variável. Pastilhas (1 a 4,5g) e Pirulitos (7 a 8g).
• Sabor agradável, capaz de mascarar o ativo veiculado.
• Requer alta temperatura para o preparo (analisar as caracteris-
ticas físico-químicas e a termolabilidade do fármaco a ser incor-
porado).
• Excipientes à base de sorbitol e açúcar apresentam propriedades
demulcentes.
• Parte do ativo liberado pode ser absorvido pela mucosa bucal,
escapando do metabolismo da primeira passagem que ocorre
quando a forma farmacêutica é deglutida e absorvida pelo TGI.

4.5.3. Preparação:
A. Material utilizado:
• Béquer
• Bastão de vidro
• Balança de precisão
• Placa com aquecimento
• Termômetro (para leitura acima de 150°C)
• Molde
• Óleo vegetal para untar o molde

4.5.4. Sugestões de Fórmulas Base


A. Fórmula base com acúcar para pastilhas duras e pirulitos (200g)
Açúcar de confeiteiro 42g
Xarope de milho (Karo®) 16mL
Água destilada 24ml_
Aroma 1 a 2 m L (pode variar)
Corante (sol. Alcoólica) qsp (opcional)

175
Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento: (veja gráfico a seguir)


Passo 1: Dissolver o açúcar (refinado) em água destitada no béquer
e verter o xarope de milho.
Passo 2: Aquecer, até levantar fervura, em uma placa de aqueci-
mento. Deixar que a temperatura alcance 150 a 154°C, utilizando
um termômetro para monitora-la (deixar ferver por 2 minutos)
Passo 3: Remover do aquecimento assim que a temperatura atingir
150 a 154°C. Não agitar a mistura até que a mesma esfrie até 125°C.
Passo 4: Quando a temperatura atingir 125°C, adicionar os princípios
ativos (pré-dissolvidos em q.s.p. de água ou álcool ou dispersados
em q.s.p. de glicerina), o corante e o aroma. Agitar, uniformemen-
te, com bastão de vidro.
Passo 5: Verter para o molde previamente lubrificado com óleo ve-
getal. Para pirulitos, inserir a haste antes da massa esfriar. Levar à
geladeira, deixando esfriar.
Passo 6: Embalar e rotular.

Embalagem: bem vedada (por exemplo, zip-lock®, sachês, filme


plástico).
Armazenamento e conservação: sob refrigeração.

Base de Açúcar

150° - Descontinue
o aquecimento
125° C- Adicione os ingredientes ativos.
(É necessârio adicionar nesta temperatura
ou a base irá solidificar, antes de ser toda
vertida para o molde).

30 Minutos
Tempo (Aproximado)

Figura 1: Gráfico que demonstra a importância da descontinuação


do aquecimento ao atingir 150°C, nas massas de pastilhas duras
preparadas com sacarose.
Fonte: PCCA ■ Primary traininç

176
Capitulo 5 - Manipulação

B. Fórmula base com sorbitol para pastilhas duras e pirulitos (Base


suçar free) - fórmula para 250g

Ingredientes Quantidade Função


Sorbitol 70% 255 mL Veículo e edulcorante
Bitartarato de 625 mg Acidulante
potássio
(cremor de tártaro)
Sacarina 375 mg Edulcorante
Flavorizante 2,5 ml_ Flavorizante
Corante q.s. Corante
Goma guar 2,5 g Agente suspensor e de
consistência (opcional)

Procedimento:
Passo 1: Adicionar o sorbitol 70% em um béquer de 600mL.
Passo 2: Aquecer a 150°C. Caso a droga não seja termolábil (estável
a 155°C ou mais) ela poderá ser solubilizada nesta fase. Dissolver,
também nesta fase, o cremor de tártaro e a sacarina, previamente
triturados em um gral.
Passo 3: Quando a solução alcançar a temperatura de 150°C, des-
continuar o aquecimento. Remover o béquer da placa de aqueci-
mento (deixar esfriar).
Passo 4: Quando a temperatura alcançar 90°C, adicionar os ativos
previamente diluídos em q.s. de álcool ou água ou disperso previa-
mente. Adicionar a solução de corante (utilizar somente solução
alcoólica de corante). Manter a temperatura a 90°C e adicionar as
soluções, lentamente em pequenas quantidades de aproximadamen-
te 5mL por minuto. Misturar uniformemente com bastão até a cor
ficar uniforme.
Passo 5: Quando a temperatura atingir 80°C, adicionar e dispersar a
goma guar.
Passo 6: Quando a temperatura atingir 70°C, adicionar e dispersar o
flavorizante.
Passo 7: Quando a temperatura alcançar 65°C, verter para o molde,
previamente lubrificado com óleo vegetal. Deixar solidificar em
temperatura ambiente.

177
Capitulo 5 - Manipulação

Base de Sorbitol

150° C - Descontinue o aquecimento


90° C - Aditivação de Fármacos solúveis
em álcool ( 0 álcool ebule a 78° C)
70° C - Aditivação de fármacos dispersos
por um agente molhante
65° C - Solidificação da base

30 Minutos
Tempo (Aproximado)

Figura 2: Importância da temperatura no preparo de pastilhas


duras com sorbitol.
Fonte: PCCA- Phmary rainning

Substâncias veiculadas nesta forma:


• princípios ativos hidrossolúveis ou suspendíveis, que se man-
tenham estáveis nesta forma.
• Princípios ativos termoestáveis.

Incorporação dos ativos:


Antes de incorporar os ativos é necessário calibrar o molde,
verificar o peso médio de cada pastilha ou pirulito para em seguida,
correlacionar a dose do ativo com o peso da pastilha ou pirulito.
Observar a temperatura de adição dos ativos.

4.5.5. Cálculo da quantidade de sorbitol líquido a 70%, ne-


cessária para produzir uma determinada quantidade de
massa dura (determinada experimentalmente):

200mL da solução de sorbitol 70% = 192g de massa dura

Exemplo:
Fármaco 500mg
Sacarina sódica 300mg
Flavorizante 2mL
Vanilina 0,5g
Total de aditivos: 3,3g
178
Capitulo 5 - Manipulação

Para preparar 200g de massa dura aditivada (massa dura + ingredi-


entes): 200g - 3,3g = 196,7s (quantidade de base necessária em g)

Para calcular a quantidade da solução sorbitol 70% em ml_, faça a


seguinte regra de três:
200mL da solução de sorbitol 70% 192g de massa dura
XmL 196,7g

X = 204,9mL ou 205mL da sotução de sorbitol 70% serão necessárias


para produzir 200g de massa dura aditivada.

Nota: para reatização destes cálcuios, desconsiderar o volume de álcool possivetmente utiii-
zado na dituição de algum ingrediente, pois o mesmo se evapora completamente durante o
preparo.
Importante: Quando se utilizar a base de sorbitol pronta, disponível no mer-
cado com o nome Sorbitol amorfo, a mesma deve ser fundida somente a 90°C
para incorporação dos ativos e adjuvantes. A quantidade da base de sorbitol
amorfo a ser utilizada deve ser calculada pela subtração da quantidade dos
aditivos empregados, após prévia calibração do molde.

4.5.6. Embalagem:
Bem vedada (zip-bag, sachês, filme plástico ou caixa molde
para pastilhas). Pirulitos: papel alumínio, sachês, pote plástico
"cristal" com furo na tampa.

4.5.7. Armazenamento e conservação:


Podem ser armazenados em temperatura ambiente ou no re-
frigerador, dependendo do fármaco incorporado e do excipiente
empregado. Proteger da umidade e do calor excessivo. Para prepa-
rações à base de sacarose é recomendada para maior estabilidade,
a conservação sob refrigeração.

4.5.8. Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças."

4.5.9.Controle da qualidade:
• Peso e uniformidade
• Aparência
• Dureza
• Odor
179
Capítulo 5 - Manipulação

• Teor e ponto de fusão


4.5.10. Estabilidade:
Pastilhas e pirulitos duros, apesar de possuírem baixo teor de
água são higroscópicos, absorvendo a umidade ambiental.
A estabilidade depende da natureza do ativo. De modo geral,
pode ser definida entre 2 e 3 meses.

Figura 3: molde contendo pirulitos.


Foto: IJPC - International Journal of Pharmaceutical Compounding

Figura 4: caixa molde para pastilhas.


Foto: PCCA - Products Catalog

Figura 5: preenchimento do molde de


pirulito.
Foto: IJPC - International Journal of
Pharmaceutical Compounding

180
Capitulo 5 - Manipulação

4.5.11. Sugestões de Formulações:

A. Pirulitos anestésicos com cloridrato de tetracaina:


Tetracaína HCl 20mg
Base para pirulito de açúcar q.s.p. 1 unidade.
Indicação: anestésico local para pré-procedimento cirúrgico ou para
diagnóstico.
Pirulitos com cloridrato de tetracaína são formas altamente eficien-
tes para anestesiar a mucosa oral ou uma porção da cavidade oral
do paciente. Para anestesiar a laringe, traquéia e esôfago, a dose
oral não deve exceder a 20mg.

B. Pirulitos para cessação do hábito de fumar com nicotina 1mg:


Salicilato de nicotina 1,939mg
(equivalente a 1mg de nicotina)
Base para pirulito com sorbitol q.s.p. 1 unidade
Indicação: para cessação do hábito de fumar.
Também utilizado na concentração de 2mg.

C. Pastilhas de sorbitol com fluoreto de sódio:


Fluoreto de sódio 2,21 mg
Base de sorbitol para pastilha q.s.p.. 1 unidade
Indicação: suplementação de flúor para crianças entre 3 a 9 anos.
Posologia: chupar uma pastilha ao dia.

5.3.12. Relação de algumas formulações na forma de piruli-


tos preparados com bases de sorbitol:
• Paracetamol 160mg / pirulito
• Paracetamol 240mg/ pirulito
• Paracetamol 360mg/ pirulito
• Anfotericina B 500mg e 750mg / pirulito
• Benzocaína 2% pirulito
• Benzocaína 2%/Ácido Ascórbico 0,5g /pirulito
• Maleato de clorfeniramina 2mg/Pseudoefedrina HCl
15mg/pirulito
• Cimetidina 250mg e 500mg/ pirulito
• Clotrimazol 1%/Lidocaína HCl 0,5% pirulito
• Dextrometorfano 20mg/Mentol 15mg/ Ácido Ascórbico
500mg / pirulito

181
Capitulo 5 - Manipulação

Dietilpropiona HCl 25mg/pirulito


Difenidramina HCl 25mg/ Lidocaína HCl 2%/Hidrocortisona
1%
Ibuprofeno 50mg e 100mg/pirulito
Mentol 0,2%
Nistatina 500.000 Ul/ Lidocaína HCl 0,5% / pirulito
Pectina 19mg/pirulito: base sorbitol (demulcente).
Cloridrato de Pilocarpina 5mg/pirulito
Piroxicam 20mg/pirulito
Prednisona 5mg/pirulito
Tetracaína HCl 0,5%
Xilitol 2g/pirulito
Gluconato de zinco 5mg/vitamina C 100mg /pirulito
Gluconato de zinco 5mg/ vitamina C 100mg/ Equinacea 30mg
/pirulito

4.6. Pastilhas "macias":

4.6.1. Composição:
Podem ser preparados com bases graxas (chocolate, pasta de
amendoim, manteiga de cacau, óleo vegetal hidrogenado), polieti-
lenoglicol ou base de goma arábica-açúcar.

4 . 6 . 2 . Caracteristicas:
Podem ser facilmente preparadas e aplicadas para uma am-
pla variedade de fármacos.
Podem ser coloridas e flavorizadas.
Podem dissolver lentamente na boca ou serem chupadas, de-
pendendo do efeito desejado.
As bases de PEG e as bases graxas são anidras (ideal para in-
corporar drogas hidrolisáveis).
Combinações de PEG com diferentes PM, para obter varia-
ções no tempo de dissolução da pastilha na boca.
As bases fundem normalmente em baixas temperaturas (<
60°C).
Peso variável: 1 a 4g (pastilhas) e pirulitos (7 a 8g).

182
Capitulo 5 - Manipulação

4.6.3. Desvantagens:
A base de PEG tem sabor menos doce que a base de sorbitol
ou açúcar.
Os pirulitos obtidos com base PEG não são farmacêuticamen-
te elegantes como os outros.
São sensíveis a altas temperaturas, devendo ser conservados
em local fresco ou sob refrigeração.

4.6.4. Preparação:

Material utilizado:
• Béquer
• Bastão de vidro.
• Balança de precisão.
• Placa com aquecimento.
• Termômetro.
• Molde.

4.6.5. Sugestões de Bases:

A. Fórmula base eduicorada e flavorizada com mistura de PEG de


diferentes PM para pastilhas e piruiitos "macios"

Ingredientes % Função
PEG 400 8,86 Veículo
PEG 4000 24,87 Veículo
PEG 6000 64,21 Veículo
Sacarina sódica 0,06 Edulcorante
Aspartame 0,5 Edulcorante
Acido cítrico 0,5 a 1,0 Acidulante
Flavorizante 1,0 Flavorizante
Solucão aicoólica de corante q.s.p. Corante

Procedimento:
Passo 1: Pesar, com máxima exatidão, cada ingrediente da formuia-
ção.
Passo 2: Misturar a sacarina, o aspartame e o ácido cítrico, trituran-
do em gral.
183
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 3: Adicionar o PEG 400 e levigar até obtenção de massa uni-


forme.
Passo 4: Fundir o PEG 4000 e o PEG 6000 em uma placa de aqueci-
mento ou banho-maria na temperatura aproximada de 60°C.
Passo 5: Adicionar os pós levigados em PEG 400 no Passo 4 para
fundir e em seguida adiocionar o flavorizante, misturar bem.
Passo 6: Remover do aquecimento verter para o molde e resfriar.
Passo 7: Determinar o peso médio de cada pastilha ou pirulito.

B. Fórmuia base edulcorada com PEG 1500 para pastiíhas e pirulitos


"macios"

Ingredientes % Função
PEG 1500 95,44 Veículo
Sacarina sódica 0,06 Edulcorante
Aspartame 0,5 Edulcorante
Flavorizante 1,0 Flavorizante
Ácido cítrico 0,5 a 1,0 Acidulante
Solução alcoólica de corante q.s.p. Corante
Goma arábica (acácia) 1,5 Agente suspensor
Sílica gel 1,0 Agente suspensor

Procedimento:
Passo 1: Pese, precisamente, os ingredientes da preparação.
Passo 2: Reduzir as substâncias cristalinas (sacrina, ácido cítrico e o
aspartame) a pó.
Passo 3: Fundir o PEG 1500 entre 50 a 55°C, sob agitação.
Passo 4: Triturar todos os pós e adicionar sobre a base fundida, agi-
tando até dispersão completa.
Passo 5: Verter a massa fundida para o molde.
Passo 6: Determinar o peso médio de cada pastilha ou pirulito.

4 . 6 . 6 . Incorporação dos ativos:


Antes de incorporar os ativos é necessário calibrar o molde e
verificar o peso médio de cada pastilha ou pirulito para em seguida
correlacionar a dose do ativo com o peso da pastilha ou pirulito.
Fundir a base em torno de 55°C, dispersando os ativos e ver-
tendo, posteriormente, para o molde.
Nota: Bases ideais para principios ativos hidrolisáveis.

184
Capitulo 5 - Manipulação

4.6.7. Cálculo da quantidade de base a ser utilizada em


uma formulação, levando em consideração, o peso de in-
gredientes aditivados :

Massa da base deslocada pelos ativos =


peso total dos ingredientes a serem aditivados x 70%*
'ílator universal de deslocamento)

Exemplo:

Seja a seguinte formulação: Pirulitos de 500mg de paracetamol em


base PEG (fórmula para 40 pirulitos com peso médio de
6,45g/pirulito):

Quantidade de base ■ 6,45g (peso médio) x 40 (n°unidades) = 258g


Quantidade de ativo a ser aditivado = 500mg x 40 = 20g
Peso da base deslocada pelo ativo = 20g x 70% = 14g

Quantidade de base a ser utilizada = 258g - 14g = 244g

Embalagem:
Bem vedada (zip-bag, sachês, filme plástico) ou caixa-molde
para pastilhas.

Armazenamento e conservação:
Podem ser armazenados em local fresco (8 a 15°C) ou no re-
frigerador, dependendo do fármaco incorporado e do excipiente
empregado.
Proteger da umidade e do calor excessivo.

Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do alcance
decrianças."

Controle da qualidade:
• Peso e uniformidade
• Aparência
• Odor
• Dureza

185
Capítulo 5 - Manipulação

• Teor e ponto de fusão


Estabilidade:
Estas formas farmacêuticas não contêm água, portanto, são
mais estáveis.
A estabilidade depende da natureza do ativo, de modo geral
6 meses se armazenado em condições adequadas.

Figura 6: pastilhas "macias" preparadas com base PEG.


Foto: IJPC - Internacional Journal of Pharmaceutical Compoun-
ding

4 . 6 . 8 . Sugestões de Formulações:

A. Pastiihas para estomatites


Tetraciclina HCl 125mg
Nistatina pó 11,25mg
Difenidramina HCl 12,5mg
Hidrocortisona 2mg
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha.
Mande 12 pastilhas.
Indicação: aftas e estomatites.
Posologia: 1 pastilha ao dia, ou a critério do médico ou dentista.
Nota: Esta formutaçõo se dissolve tentamente na cavidade oral distribuindo, eficientemente,
as drosas incorporadas.

186
Capitulo 5 - Manipulação

B. Pastilhas para xerostomia com Cloridrato de Pilocarpina


Cloridrato de pilocarpina 2mg
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha.
Mande pastilhas.
Indicação: xerostomia e xeroftalmia associada à terapia com radia-
ção na região da cabeça e pescoço.
Posologia: 1 pastilha até 4x ao dia.

C. Pastilhas analgésicas com Sulfato de Morfina


Sulfato de morfina 10mg
Base PEG composta edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha
Mande 24 pastilhas.
Indicação: controle da dor moderada à severa.
Posologia: administrar via bucal conforme orientação médica.
Estabilidade aproximada: 1 ano.

D. Pastilhas com Anfotericina B


Amfotericina B 10Omg
Base PEG 1500 composta edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha
Mande pastilhas.
Indicação: candidíase oral.
Modo de usar: chupar uma pastilha 2x ao dia.

E. Pastilhas com Xilitol


Xilitol 1g
Base de mistura de PEGs edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha.
Mande pastilhas.
Indicação: prevenção da otite média em crianças.
Posologia: chupar 5 a 10 pastilhas / dia.

F. Pastilha com Testosterona


Testosterona (base) 10mg
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha
Mande pastilhas.
Indicação: androgenioterapia.
Posologia: chupar uma pastilha ao dia.

187
Capítulo 5 - Manipulação

G. Pirulitos com Eletròlitos


Cloreto de sódio 0,0405g
Cloreto de potássio 0,0026g
Lactato de cálcio 5H 2 0 0,0054g
Sulfato de magnésio anidro 0,0018g
Bicarbonato de sódio 0,0175g
Fosfato de sódio dibásico 0,0055g
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pirulito.
Mande pirulitos.
Indicação: substituto da saliva, rehidratação.
Posologia: a critério médico.
Estabilidade aproximada: 180dias.

H. Piruiitos com Clotrimazol


Clotrimazol 10mg
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pirulito.
Mande pirulitos.
Indicação: candidíase oral.
Posologia: a critério médico.
Estabilidade aproximada: 90 dias.

I. Piruhtos com L-Glutamina para tratamento de Aftas


L-Glutamina 250mg
Base PEG 1500 flavorizada e edulcorada q.s.p. 1 pirulito.
Mande pirulitos
Indicação: aftas e estomatites.
Posologia: a critério médico.

188
Capítulo 5 - Manipulação

4.6.9. Sugestões de formulações com Pastilhas Macias

Á. Pastilhas "macias" de Chocolate

Chocolate base

Ingredientes Quantidade
Chocolate em barra concentrado (boa qualidade) 80 a 60g
Oleo vegetal hidrogenado* 20 a 40g
'Pode ser utilizado o Lubritab' (óleo de aisodão hidrosenado).

Procedimento:
Passo 1: Pesar, precisamente, cada ingrediente.
Passo 2: Adicionar o chocolate e o óleo vegetal hidrogenado em um
béquer e aquecer agitando, até a mistura ficar totalmente liquida.
Passo 3: Remover do aquecimento e guardar sob refrigeração até a
utilizaçào.
Estabilidade aproximada: 60 dias.

Chocolate base para pastilhas com agente suspensor

Ingredientes % Função
Goma arábica 1,60 agente suspensor
Sílica gel (aerosil®) 1,0 agente suspensor
Sacarina sódica 0,4 edulcorante
Aspartame 1,0 edulcorante
Flavorizante de chocolate 0,5 flavorizante
Oleo de menta 0,2 flavorizante
Chocolate base 95,5 excipiente
(fórmula acima)

Procedimento:
Passo 1: Pesar e medir, precisamente, cada ingrediente.
Passo 2: Triturar a goma arábica, sílica gel, sacarina e o aspartame.
Passo 3: Fundir o chocolate base anteriormente preparado, em uma
placa de aquecimento.
Passo 4: Lentamente, adicionar os pós do passo 2 e misturar na base
fundida, dispersando-os.
Passo 5: Verter para o molde e deixar esfriar.

189
Capítulo 5 - Manipulação

Passo 6: Determinar o peso médio para calibrar o molde.


B. Pastilhas "macias" de amendoim
Base de amendoim

Ingredientes Quantidade
Pasta de amendoim ("dura") 60g
Oleo vegetal hidrogenado (Lubritab )* 40g
'Lubritab': óleo hidroçenado de alsodão.

Procedimento:
Passo 1: Adquirir a marca de pasta de amendoim mais dura que en-
contrar.
Passo 2: Adicionar a pasta de amendoim e o óleo hidrogenado em
um béquer e aquecer agitando até a mistura estar completamente
fundida.
Passo 3: Remover do aquecimento e refrigerar até solidificar.
Estabilidade aproximada: 90 dias.

Base para pastilhas "macias" de amendoim (100g)


Ingredientes Quantidade Função
Base de amendoim 96g Excipiente
Aspartame 1g Edulcorante
Sílica gel micronizada 0,96g Agente suspensor
Goma arabica 1,6B Agente suspensor
Flavorizante (amendoim) 40 gotas Flavorizante
Flavorizante*(lipossolúvel) 16 gotas Flavorizante
'Flavorizante complementar ao flavorizante de amendoim.

Procedimento:
Passo 1: Colocar uma barra magnética para agitação em um béquer.
Passo 2: Quebrar, manualmente, a base de amendoim em pequenos
pedaços, colocando-os no béquer.
Passo 3: Fundir a base a 50°C (na placa agitadora magnética), sob
agitação.
Passo 4: Triturar os pós (ativo, aspartame, goma arábica, sílica gel
micronizada em gral) tamisando aos poucos, sobre a base fundida
sob agitação.
Passo 5: Desligar o aquecimento e adicionar os flavorizantes.
Passo 6: Verter a massa ainda fluida para o molde
Passo 7: Refrigerar até solidificação e então remover as pastilhas do
molde. Estabilidade aproximada: 60 dias.
190
Capítulo 5 - Manipulação

4.6.10. Incorporação dos ativos:


Antes de incorporar os ativos é preciso calibrar o molde e ve-
rificar o peso médio de cada pastilha, para em seguida, correlacio-
nara dose do ativo com o peso da pastilha ou pirulito. Fundir a base
em banho-maria em temperatura até 55°C, dispersando os ativos e
vertendo, posteriormente, para o molde.
Os cálculos para determinar a quantidade de base deslocada
pela adição de ativo(s), podem ser realizados conforme demonstra-
do anteriormente para pastilhas preparadas com PEG.

4.6.11. Embalagem:
Bem vedada (papel alumínio, sachês, filme plástico) ou cai-
xa-molde para pastilhas.

4.6.12. Armazenamento e conservação:


Podem ser armazenados em local fresco (8 a 15°C) ou no re-
frigerador, dependendo do ativo incorporado e do excipiente em-
pregado.
Proteger da umidade e do calor excessivo.

4.6.13. Rotulagem:
Rótulo de advertència: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças".

4.6.14. Controle da qualidade:


• Peso e uniformidade
• Aparência
• Odor
• Dureza
• Ponto de fusào
• Teor

4.6.15. Estabilidade:
Estas formas farmacêuticas não contêm água sendo portanto,
mais estáveis.
Depende da natureza do ativo. De modo geral, 6 meses se
armazenado em condições adequadas.

191
Capítulo 5 - Manipulação

Figura 7: Pastilhas "macias" de chocolate.


Foto: IJPC - Intemational Journal of Pharmaceutical Compounding

4.6.16. Sugestões de Formulações para Pastilhas:

A. Pastühas de chocolate com Progesterona


Progesterona micronizada 10Omg
Base de chocolate edulcorada com agentes suspensores q.s.p. 1
pastilha.
Mande 24 pastilhas.
lndicação:terapia de reposição hormonal.
Posologia: a critério médico.
Estabilidade aproximada: 2 meses.

B. Pastilhas com Triancinolona


Triancinolona micronizada 5mg
Base de chocolate edulcorada com agentes suspensores q.s.p. 1
pastilha
Mande 24 pastilhas.
Indicação: corticoterapia.
Posologia: a critério médico
Estabilidade aproximada: 2 meses.

192
Capitulo 5 - Manipulação

4.7. Pastilhas mastigáveis

4.7.1 Composição:
São formas farmacêuticas preparadas com gelatina e glicerina,
sendo utilizadas para administração de medicações para absorção
gastrintestinal e de uso sistêmico.

4.7.2.Caracteristicas:
São muito flavorizadas (mascara, eficientemente, o sabor de
fármacos amargos).
Sabor levemente ácido (usualmente, contém ácido cítrico).
Preparo fácil.
São preparadas em baixas temperaturas (no máximo 100 °C), em
banho-maria.
São menos irritantes para a mucosa oral do que outras bases.
Apresentam uma consistência macia e agradável ao mastigar.

4.7.3. Desvantagens:
Não é um sistema anidro, pois contém água; é uma forma farma-
cêutica não recomendada para incorporação de fármacos hidrolisá-
veis.

4.7.4. Preparação:

A. Material utiiizado:
• Béquer
• Bastão de vidro
• Balança de precisão
• Banho-maria
• Termômetro
• Molde

193
Capítulo 5 - Manipulação

4.7.5. Sugestões de Base

A. Goma-gel base

Ingredientes Quantidade Função

Gelatina farmacêutica 43,4g Excipiente


Glicerina 155mL Plastificante
Agua destilada 21,6mL Solvente

Procedimento:
Passo 1: Pesar e medir, exatamente, cada componente.
Passo 2: Aquecer a glicerina em banho-maria, com água fervente,
por 5 minutos.
Passo 3: Adicionar a água destilada e continuar aquecendo por mais
5 minutos, agitando.
Passo 4: Lentamente, adicionar a gelatina aos poucos por um perí-
odo de 3 minutos, evitando a formação de grumos.
Passo 5: Continuar o aquecimento por, somente, 45 minutos.
Passo 6: Remover do aquecimento e resfriar.
Passo 7: Embalar e rotular.

Embalagem: bem vedada.

Armazenamento: sob refrigeração.

Figura 8: goma-gel base.


Foto: IJPC - International Jour-
nal of Pharmaceutical Compoun-
ding

194
Capítulo 5 - Manipulação

B. Base para pastilhas mastigáveis (jujubas)


Ingredientes % Função
Goma-gel base 90,6 excipiente
(preparada anteriormente)
Bentonita ou sílica gel 1,7 a1,0 agente suspensor
Goma arábica 1,7 agente suspensor
Aspartame 1,9 edulcorante
Acido cítrico monoidratado 2,4 acidulante
Flavorizante 1,7 flavorizante
Corante q.s.p. corante

Procedimento:
Passo 1: Pesar, exatamente, cada ingrediente da formulação.
Passo 2: Misturar a bentonita (ou sílica gel), aspartame, goma arábi-
ca, o ácido cítrico e os ativos.
Passo 3: Aquecer a goma-gel base em banho-maria até liquefazer.
Passo 4: Adicionar os pós da mistura (passo 2) na goma-base fundi-
da, dispersando-os.
Passo 5: Adicionar o corante e o aroma, misturando bem.
Passo 6: Verter para o molde untado e deixar esfriar.
Passo 7: Embalar e rotular.

C. Fórmula base para pirulitos de gelatina (100g)


Ingredientes Quantidade
*Ativo(s) q.s.p. (concentração prescrita)
"Alcool q.s.p. (se necessário, para diluir o ativo)
**Agua q.s.p. (se necessário, para diluir o ativo)
'"Propüenoglicol q.s.p. (se necessário, para dispersar o ativo)
Sacarina sódica 0,1g
Aspartame 1§
Goma arábica 3,5g
Goma xantana 3,5g
Flavorizante 1 mL
Goma gel base q.s.p. 100g
■ Fármacos muito potentes devem ser dituidos para permilir uma medida exata da mesma.
' Fármacos susceptiveis ó hidrólise não devem ser veiculados em base de getatina.
"Tanto o álcool quanto a á$ua podem ser utilizados como veiculos para solubilizar o(s) ati-
vo(s) antes da incorporaçào do(s) mesmo(s). A quantidade de água e álcool utilizada deve ser
o minimo para solubilizar o ativo, não devendo ultrapassar a 10% do peso total da base.
"'0 propilenoslicot pode ser utilizado como açente molhante e veiculo para fármacos em
suspensão (fàrmacos que não são solúveis em ógua e/ou álcool).

195
Capítulo 5 - Manipulação

Procedimento:
Passo 1: Com auxílio de um banho-maria, fundir a goma gel base em
um béquer de 400ml_. A base também pode ser liquefeita utilizando-
se microondas, aquecendo durante 20 segundos, aumentando o
tempo, se necessário, até a liquefação da base.
Passo 2: Transferir o ativo para um gral de vidro com pistilo (caso o
ativo seja adicionado na forma de pó e não solubilizado em álcool
ou água. Caso o ativo seja solúvel, ele deverá ser incorporado no
passo 4). Adicionar o aspartame, a sacarina, a goma arábica e a
goma xantana. Triturar os pós até distribuição uniforme dos mes-
mos.
Passo 3: Levigar os pós com propilenoglicol até formar uma massa
espessa e uniforme.
Passo 4: Adicionar e dissolver o ingrediente ativo em uma quantida-
de mínima de água destilada ou álcool. Adicionar o corante nesta
solução.
Passo 5: Adicionar e dispersar a solução do passo 4 na base fundida
de gelatina. A temperatura não deve exceder a 100°C. 0 corante
dissolvido na solução serve como indicador para assegurar a comple-
ta dispersão do fármaco. Agitar a solução até o corante estar com-
pleto e uniformemente dispersado.
Passo 6: Adicionar os pós levigados (no passo 3) sobre a base de ge-
latina fundida (no passo 1) sob contínua agitação.
Passo 7: Uma vez que a mistura do passo 6 esteja distribuída de
forma homogênea, adicionar o aspartame diluído e os flavorizantes,
agitando bem.
Passo 8: Verter a mistura morna e fundida nos moldes, previamente,
untados com óleo vegetal insaturado. Caso a temperatura da mistu-
ra abaixe muito, pode haver dificuldades na execução deste proce-
dimento. Uma vez que isto ocorra, reaquecer a mistura no banho-
maria até fluidificar novamente. (0 reaquecimento nem sempre
funciona. 0 melhor é trabalhar rapidamente, antes da massa esfri-
ar).
Passo 9: Adicionar as hastes do pirulito à mistura fundida na forma.
Passo 10: Permitir que os pirulitos esfriem e permaneçam pelo mí-
nimo de 3 horas no molde, antes de removè-los.

196
Capitulo 5 - Manipulação

4.7.6. Aditivação:

Quantidade de base = (peso médio da pastilha ou pirulito x número


de unidades prescritas) - quantidade de ativo a ser aditivado.*
• A quantidade de base utilizada deve ser subtraida da quantidade equivalente de ativos que
será incorporada. Os edulcorantes, ageníes molhantes e outros adjuvantes deverão ser com-
putados como parte da base.

Quantidade de ativo a ser aditivado = quantidade de ativo por uni-


dade x número de unidades prescritas

Exemplo:
0 peso médio de uma pastilha preparada com a base foi de
1,5g. Sabendo-se que a prescrição solicitou 30 pastilhas contendo
cada uma 50mg de determinado ativo, calcular a quantidade de
ativo, bem como a quantidade de base a serem utilizados na prepa-
ração.

Cálculos:

Quantidade de ativo: 25mg x 30 unidades = 750mg (0,75g).

Quantidade de base: (1,5g x 30) - 0,75g = 44,25g

4.7.7. Embalagem:
Bem vedada (zip-lock®, sachês, filme plástico) ou caixa-
molde para pastilhas. Para evitar aderência, as pastilhas podem ser
roladas sobre açúcar de confeiteiro e embaladas em potes bem ve-
dados.

4.7.8. Armazenamento e conservação:


Em temperatura ambiente ou sob refrigeração, de acordo
com a natureza dos ativos adicionados.

4.7.9. Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças."
197
Capítulo 5 - Manipulação

4 . 7 . 1 0 . Controle da qualidade:
• Peso e uniformidade
• Aparência
• Odor
• Dureza
• Teor

4 . 7 . 1 1 . Estabilidade:
Por conter água, apresentam menor estabilidade.
A estabilidade depende da natureza do ativo, de modo geral
entre 2 a 3meses.

4 . 7 . 1 2 . Sugestões de Formulações:

A. Goma mastigável com Nitrofurantoina


Nitrof urantoina 25mg
Excipiente flavorizado *qsp 1 goma
Mande gomas mastigáveis.
Indicação: infecção urinária.
Posologia: a critério médico.

B. Goma mastigável com Coenzima Q10


Coenzima Q10 10 a 300mg
Excipiente flavorizado* qsp 1 goma
Mande gomas mastigáveis.
Ação: antioxidante, cardiotônica, hipotensora, imunoestimulante,
controle da glicemia em pacientes diabéticos.
Posologia: 10 a 300 mg/dia.

C. Goma mastigável com Ácido Lipóico


Ácido lipóico 200mg
Excipiente flavorizado* qsp 1 goma
Mande gomas mastigáveis.
Ação: antioxidante, aumenta o metabolismo do açúcar.
Indicações: coadjuvante no tratamento da diabetes tipo 1 e tipo 2.
Reduz as complicações destas patologias, tais como degeneração
macular, catarata e neuropatia.
Posologia: 1 goma ao dia.

198
Capítulo 5 - Manipulação

D. Goma mastigável com Xilitol


Xilitot 1g
Excipiente flavorizado* qsp 1 goma
Indicação: profilaxia da otite média em crianças.
Posologia: 8 a 10 gomas ao dia.

E. Goma mastigável com Fluoreto de Sódio


Fluoreto de sódio 2,21 mg
Excipiente flavorizado* qsp 1 goma.
Mande gomas.
Indicação: suplementação de flúor para crianças entre 3 a 9 anos.
Posologia: mastigar 1 goma 1x ao dia.

F. Goma mastigável com Lorazepam


Lorazepam 1 mg
Excipiente flavorizado qsp 1 goma
Mande gomas
Indicações: ansiedade, insônia, pré-anestesia, epilepsia, antieméti-
co (em náuseas e vômito induzidos por antineoplásicos).
Posologia: a critério médico.

G. Goma mastigável com Etinil Estradiol


Etinil estradiol 0,2mg
Excipiente flavorizado qsp 1 goma
Mande gomas
Indicações: tratamento da sintomatologia do climatério, terapia de
reposição hormonal.
Posologia: a critério médico, a dose precisa ser individualizada de
acordo com a tolerância e a resposta terapêutica do paciente.
'Utilizar como excipiente a base para pastithas mastigáveis mencionada anteriormente.

H. Pirulito de gelatina com Nistatina e Lidocaína


Nistatina 500.000 Ul
Lidocaína HCl 0,5%
Base de gelatina para pirulitos qsp 1 pirulito
Mande pirulitos.
Indicação: candidíase oral.
Modo de usar: chupar de 2 a 3 pirulitos ao dia, durante 5 a 7 dias.

199
Capitulo 5 - Manipulação

I. Pirulito de gelatina com Clotrimazol


Clotrimazol 1%
Base de gelatina para pirulitos qsp 1 pirulito.
Mande pirulitos
Indicação: candidíase oral.
Modo de usar: chupar de 2 a 3 pirulitos ao dia, durante 5 a 7dias.

J. Piruiito de gelatina com Sulfato de Morfina


Sulfato de morfina 0,1%
Base de gelatina para pirulitos qsp 1 pirulito
Indicação: controle da dor no câncer em pacientes com dificuldade
de deglutição decorrente da radioterapia.
Posologia: chupar 1 pirulito de 6/6h, se necessário.

200
Capítulo 5 - Manipulação

4.8. Soluções e Suspensões Congeladas


(Picolés Medicamentosos)

4.8.1.Composição:
Soluções e suspensões congeladas (picolés) podem eventu-
almente e em situações específicas constituírem uma forma farma-
cêutica para veicular fármacos com sabor desagradável. São nor-
malmente constituídas por água, edulcorantes e flavorizantes. A
solução ou suspensão preparada é então congelada.

4.8.2.Características e vantagens:
É uma forma interessante para administração de fármacos
que apresentam melhor eficácia quando permanecem por maior
período de tempo na mucosa oral, como por exemplo, antimicóticos
e anestésicos.
A sensação de frio proporcionada pelo picolé, pode reduzir
a percepção do sabor desagradável proveniente de alguns medica-
mentos.

4.8.3. Preparação:

Material Utilizado:
• Cálices ou proveta
• Balança de precisão
• Gral de vidro e pistilo
• Molde para picolés
• Freezer ou congelador
• Bastão de vidro

4.8.4. Sugestão de Base

Ingredientes Concentração Função


Ativo Xmg ativo
Sorbitol 70% 6% edulcorante
Xarope simples 17% edulcorante
(xarope de framboesa)
Aspartame 0,1% edulcorante
Flavorizante 1,7% f lavorizante
Água destilada q.s.p. 100ml_ veículo e diluente
201
Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento:
Nota: Uma vez que as formas de picolé variam de tamanho, faz-se necessário calibrá-las,
ajustando o volume empre$ado para encher cada forma à dosagem dos ativos.

Passo 1: Medir e pesar, precisamente, os ingredientes da formula-


ção.
Passo 2: Triturar o ativo em gral de vidro (caso este seja insolúvel
em água), levigando-o com o sorbitol 70%.
Passo 3: Adicionar o xarope simples e o flavorizante no passo 2.
Passo 4: Dissolver, separadamente em um cálice, o aspartame e o
ativo (caso este seja solúvel em água) em cerca da metade da água.
Passo 5: Misturar 3 e 4, agitando bem. Rinsar o gral com o restante
da água destilada, transferindo também para o cálice. Completar o
volume final.
Passo 6: Com auxílio de um cálice menor ou de uma seringa, encher
os moldes com volumes equitativos da mistura preparada.
Passo 7: Levar a forma para o congelador ou freezer.
Passo 8: Após 2 horas, inserir o palito em cada picolé e retorna-los
ao congelador, para que os mesmos se congelem completamente.
Passo 9: Remover cada picolé da forma e embalar em plástico tipo
zip-lock®. Rotular e acondiciona-los em caixa de isopor no momento
da entrega ao paciente. Rotular também a caixa de isopor, indican-
do a composição de cada picolé e o número de unidades.

4.8.5. Aditivação:
Os ativos podem ser dispersados no sorbitol 70% ou no xarope
(caso não sejam hidrossolúveis) ou ainda, solubilizados na água (ca-
so sejam solúveis em água).

Cálculo da quantidade de ativo =


dose por unidade x número de unidades

4.8.6. Embalagem:
• Saquinhos tipo zip-lock® (embalagens unitárias).
• Caixa de isopor.

202
Capítulo 5 - Manipulação

Figura 9: formas de dispensação de picolés.


Foto: IJPC-lnternational Journal of Pharmaceutical Compounding

4.8.7.Armazenamento e conservação:
No congelador ou freezer: -25°C a -10°C.

4.8.8. Rotulagem:
Rótulos de advertências: "Manter este medicamento longe
do alcance de crianças" e "Manter o produto no congelador ou free-
zer".

4.8.9.Controle da qualidade:
• Peso e uniformidade
• Aparência
• Odor
• Dureza (o picolé deve estar congelado)

4.8.10.Estabilidade:
Depende da natureza do ativo, de modo geral 2 meses.

203
Capítulo 5 - Manipulação

4 . 8 . 1 1 . Sugestões de Formulações:

A.Picolé com Nistatina


Nistatina 250.000 Ul
Veículo qsp 1 picolé.
Mande picolés.
Flavorizantes recomendados: banana, framboesa.
Indicação: candidiase oral (vulgarmente conhecida como sapinho).
Modo de usar: chupar 1 picolé de 8/8horas.

B.Picolé com Nistatina e Cloridrato de Tetracaína


Nistatina 250.000 Ul
Cloridrato de Tetracaína 0,025%
Veículo qsp 1 picolé
Mande picolés
Indicação: candidíase oral
Ação: antimicótica e anestésica.
Modo de usar: chupar um picolé de 8/8horas.

204
Capítulo 5 - Manipulação

4.9. Goma de mascar medicamentosa

A goma de mascar é preparada a partir de exsudações resi-


nosas de algumas árvores da família das apocináceas, tais como, o
chide, o tamarack ou outras árvores selecionadas. Historicamente,
a goma de mascar tem sido utilizada no mundo inteiro, constituindo
um hábito bastante peculiar nos países ocidentais.

4.9.1. Vantagens:
A goma de mascar pode constituir-se como um sistema de
cedência de fármaco apropriado para ativos que apresentam índice
de metabolismo de primeira passagem significante {clearence ele-
vado).
As bases para gomas de mascar são encontradas facilmente
no mercado, já flavorizadas e edulcoradas.
Flavorizantes, edulcorantes e outros corretivos do sabor
também podem ser adicionados.
A liberação da droga é mais lenta, portanto, o tempo de con-
tato da droga com a mucosa oral é maior do que as pastilhas, juju-
bas e comprimidos sublinguais.
Podem ser úteis no tratamento de pacientes que têm dificul-
dade de deglutição de comprimidos e cápsulas.

4.9.2. Algumas drogas que podem ser veiculadas na forma


de goma de mascar:
• Fluoreto de sódio.
• Xilitol.
• Acetato de chlorexidina.
• Bicarbonato de sódio.
• Miconazol.
• Nistatina.
• Salicilamida.

205
Capitulo 5 - Manipulação

4 . 9 . 3 . Fórmula base:

Fármaco q.s.p.
Goma de mascar base q.s.p 1 goma.

Procedimento:
Passo 1: Remover a embalagem das gomas de mascar adquiridas no
mercado comercial.
Passo 2: Cortar a goma de mascar em pequenos pedaços.
Passo 3: Aquecer em banho-maria ou no microondas (por cerca de
10 a 15 segundos) até amolecer. Aquecer até uma temperatura a-
proximada de 38 a 55°C.
Passo 4: Adicionar o fármaco e misturar bem.
Passo 5: Remover do aquecimento e moldar a massa no formato de
um cilindro alongado.
Passo 6: Quando estiver suficientemente frio, cortar em pequenos
pedaços e embalar.
Passo 7: Embalar, até amolecer, em papel manteiga.

4.9.4. Embalagem:
As gomas de mascar devem ser embaladas em papel mantei-
ga e acondicionadas em caixas de cartolina ou potes plásticos.

4.9.5. Armazenamento e conservação:


Em temperatura ambiente ou sob refrigeração, dependendo
da natureza dos ativos adicionados.

4 . 9 . 6 . Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças."

4.9.7. Controle da qualidade:


• Aparência
• Odor
• Dureza

4.9.8.Estabilidade:
Estabilidade depende da natureza do ativo, de modo geral
entre 2 a 3 meses.

206
Capítulo 5 - Manipulação

4.10. Considerações físico-químicas sobre Pastilhas

São capazes de aumentar o tempo de permanência do fár-


maco na cavidade oral, quando comparados a outras formas farma-
cêuticas.
Alguns conservantes podem alterar o sabor da preparação,
principalmente, o metilparabeno que confere aroma floral à prepa-
ração.
0 ajuste de pH pode ser necessário para maior estabilidade
do ativo veiculado. De modo geral, o pH nas formas farmacêuticas
pastilhas duras e gomas (formas que contêm água) é ajustado para
permanecer entre 5,0 e 6,0.
Para ajustar o pH deve-se empregar acidulantes (Exemplos:
ácido cítrico, ácido fumárico, ácido tartárico) e/ou alcalinizantes
(Exemplos: carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio, trissilicato de
magnésio).

4.11. Atenção Farmacêutica

Estes medicamentos devem ser mantidos longe do alcance


das crianças.
0 paciente deve ser orientado, corretamente, sobre o real
propósito das pastilhas duras e pirulitos: a promoção de uma libera-
ção lenta e contínua do fármaco na cavidade oral. Portanto, devem
ser chupados e não mastigados.

207
Capítulo 5 - Manipulação

5. Tabletes Moldados (tabletes triturados)

5.1. Definição:
Os tabletes moldados são obtidos pela pressão manual de
uma massa úmida dos excipientes e ativos, contra um molde que
posteriormente é seco completamente. São preparados, geralmen-
te, pela mistura do(s) ativo(s) com lactose, dextrose, sacarose, ma-
nitol, frutose ou outros diluentes apropriados que servem como ba-
se. Combinações de açúcares também podem ser utilizadas. Dife-
rentemente dos comprimidos que são comercializados em diversos
tamanhos e formatos, os tabletes moldados têm forma de disco e
peso varíável (geralmente de 0,06 a 2g).

5.2.Vantagens:
• Desintegração instantânea.
• Fácil preparação e dispensação.
• Permite ao prescritor variar a dosagem durante o tratamen-
to.

5 . 3 . Desvantagens:
• Fragilidade (alta friabilidade).
• Restrição de doses (devido ao pequeno tamanho é uma for-
ma farmacêutica indicada para veicular ativos utilizados em
baixas doses).

5 . 4 . Composição básica:
• Fármaco (princípio ativo).
• Diluentes: lactose (mais utilizada), sacarose, dextrose, mani-
tol (promove sensação agradável de frescor e sabor), fruto-
se, combinações de açúcares, dentre outros.
• Aglutinantes: amido, polivinilpirrolidona (PVP), goma arábi-
ca, gelatina, dentre outros; diluídos em álcool, água ou mis-
turas hidroalcoólicas.
• Fiavorizantes.
• Corantes.
• Conservantes.
• Edulcorantes, se necessário.

208
Capitulo 5 - Manipulação

5.5. Preparação:
Cálculo da quantidade requerida de base por tablete e do fa-
tor de deslocamento do ativo.
Caso o ativo empregado, pese mais que alguns poucos mili-
gramas, o seu fator de densidade (fator de deslocamento) precisa
serdeterminado conforme recomendação abaixo:

5.5.1. Cálculo da porcetagem do tablete ocupado pelo ativo


Passo 1: Umedecer uma porção do fármaco com uma solução de
etanol 50%.
Passo 2: Preencher algumas cavidades do molde.
Passo 3: Secar os tabletes.
Passo 4: Determinar o peso médio dos tabletes preparados com o
ativo puro.
Passo 5: Dividir a quantidade prescrita do fármaco pelo peso médio
dos tabletes obtidos somente com os ativos (sem os diluentes) e
multiplicar por 100. 0 resultado obtido deste cálculo será a porcen-
tagem que o ativo irá ocupar no tablete.

Resumindo:
% do tablete ocupado pelo ativo = peso ativo prescrito x 100
peso médio do tabiete obtido com o ativo puro

5.5.2.Cálculo da porcentagem do tablete ocupado pela base

% do tablete ocupado pela base = 100% - % do tablete ocupado pelo ativo.

5.5.3.Cálculo do peso da base por tablete


Passo 1: Umedecer a base, na ausência do(s) ativo(s), com a solução
diluente (Exemplo: etanol 50%).
Passo 2: Preencher 20 cavidades do molde.
Passo 3: Secar os tabletes.
Passo 4: Determinar o peso médio dos tabletes preparados com a
base, sem o ativo.
Passo 5: Para calcular o peso da base por tablete, deve-se multipli-
car a porcentagem do tablete ocupada pela base, pelo peso médio
dos tabletes preparados com a base sem o ativo.

209
Capitulo 5 - Manipulação

Resumindo:

Peso da base por tablete = % do tablete ocupado pela base x peso médio dos tabletes sem ativo

5.5.4. Determinação do peso total do tablete


Conhecendo-se o que cada tablete irá conter de ativo juntamente
com a base, pode-se determinar o peso total de cada tablete.

Peso total do tablete = peso do ativo prescrito + peso da base por tablete

5.5.6. Cálculo da quantidade de cada ingrediente da formu-


lação prescrita:

Peso total de ativo = dose unitária do ativo x número de unidades prescritas

Peso total de base = peso da base por tablete x número de unidades prescritas

5.6. Exemplo de Cálculo:


Uma prescrição solicitou 30 tabletes.
Cada tablete contém 10mg de ativo.
0 peso do tablete contendo só o ativo é 90mg.
0 peso médio do tablete contendo só a base é de 70mg.
Determinar a quantidade de base requerida para cada table-
te.
Determinar a quantidade de ativo necessária para a prepara-
ção.
Determinar o peso total do tablete.

Solução:

% do tablete ocupado pelo ativo: 10mg x 100 = 11,1%


90mg

% do tablete ocupado pela base = 100% - 11,1% = 88,9%


Peso da base por tablete = 88,9% x 70 mg = 62,23mg
Peso total do tablete = 10 mg + 62,23 mg = 72,23mg
Peso total de ativo = 10 mg x 30 unidades = 300mg
Peso total de base necessária para preparação = 62,23mg x 30 uni-
dades = 1866,9mg

210
Capítulo 5 - Manipulação

5.7. Sugestão de Base

5.7.1. Sugestão de base para Tabletes Moldados


Lactose 60%
Amido 29,8%
Frutose .« 10%
Benzoato de sódio 0,2%
Flavorizante q.s.p.

Material utilizado:
• Gral e pistilo
• Molde para tabletes (tableteiro)
• Espátula.
• Balança de precisão.
• Tamis para obtenção de pó fino ou muito fino.
• Papel manteiga.
• Estufa.
• Solução alcoólica de PVP K30 a 8%.
• Solução aquosa de gelatina 0,25%.

s% ■MaMl Pi^*^^

Figura 10: forma para o preparo de tabletes triturados.


Foto: PCCA - Products Catalog

Procedimento:
Passo 1: Pesar todos os componentes da formulação (após devidos
cálculos demonstrados anteriormente).
Passo 2: Tamisar os pós no tamis de malha acima de 50.
Passo 3: Transferir os pós tamisados para o gral, triturando e homo-
geneizando bem (ver o método de diluição geométrica).
Passo 4: Acrescentar q.s.p. da solução de PVP-K30 e um mínimo da
solução de gelatina para obter uma massa com "liga".
Passo 5: Espatular a massa sobre o tableteiro (parte perfurada) a-

211
Capítulo 5 - Manipulação

poiando sobre uma superfície lisa e impermeável (placa de vidro, ou


verso liso da placa com pinos), pressionando a massa para o comple-
to enchimento dos furos.
Passo 6: Colocar na estufa a 50°C até secar.
Passo 7: Retirar do tableteiro com auxílio da placa com hastes.
Passo 8: Embalar e rotular.

5.7.2. Sugestão de base para Tabletes Moldados (com mani-


tol)
Manitol 9%
Açúcar de confeiteiro 50%
Açúcar refinado 27%
Sacarina sódica 3%
Goma xantana 1%
Lactose monohidratada 10%
*Para formação da massa se utiliza a solução alcoólica a seguir:

Solução alcoólica para aglutinação


Álcool95% 75%
Água destilada 25%
Ravorizante (3 a 10 gts /10ml_ da solução)

Procedimento:
ídem ao da fórmula anterior, utilizando a solução alcoólica sugerida
acima para formação da massa.

212
Capitulo 5 - Manipulação

5.8. Exemplos de formulações:

5.8.1.Tabletes com Estrogênios para Terapia de Reposição Hor-


monal (TRH)
Estriol 2mg
Estrona 0,25mg
Estradiol 0,25mg
Excipiente q.s.p 1 tablete
Mande tabletes.
Indicação: sintomatologia do climatério, terapia de reposição hor-
monal feminina.
Posologia: 1 tablete via sublingual ou bucal 1x ao dia.

5.8.2. Tabletes com Progesterona Micronizada 100mg


Progesterona 10Omg
Excipiente q.s.p 1 tablete
Mande tabletes
Indicação: tratamento da sintomatologia do climatério, TRH, manu-
tenção da gravidez.
Posologia: a critério médico.

5.9.Controle da Qualidade:
• Aparência
• Peso
• Variação de peso
Desintegração - realizado em um béquer contendo 1 litro de
água com agitador em velocidade moderada (15 a 30 minutos).

213
Capítulo 5 - Manipulação

5.10. Armazenamento e rotulagem:


Temperatura ambiente. Rotular o modo próprio de adminis-
tração: sublingual, bucal e mastigável.

214
Capitulo 5 - Manipulação

6. Excipientes, Adjuvantes Farmacotécnicos e Di-


luentes

6.1. Excipiente para Formas Farmacêuticas Sólidas:


A escolha do excipiente adequado para determinada fórmu-
la, deve se basear nas características das substâncias contidas na
fórmula, bem como, na possibilidade de interação destas substân-
cias com o excipiente. 0 farmacêutico deve escolher sempre o exci-
piente que não sofra qualquer tipo de interação. Devido à existência
de diversos excipientes, constatou-se que princípios ativos idênti-
cos, quando manipulados com excipientes diferentes, têm velocida-
des de dissolução variáveis, dependendo dos excipientes utilizados
ou da concentração destes. Em certos casos, vários estudos demons-
traram que diferentes formulações de cápsulas e comprimidos, oca-
sionaram diferenças na biodisponibilidade que podem impedir o
efeito farmacológico. Devido a essas diferenças, é necessário estu-
dar e estabelecer um critério sobre a utilização de excipientes.

6.1.1. Lactose:
Dissacarídeo obtido do leite, a lactose pode ocorrer em três
formas: alfa-monohidratada, alfa-anidra e beta-anidra. A lactose
alfa-monohidratada é a mais amplamente utilizada.
É um pó branco ou quase branco, ou de partículas cristalinas
branco-cremosas, inodoro e de gosto adocicado. Absorve odores.
É usado como diluente (excipiente) na farmácia, em concen-
traçòes de 65 a 85%.
É contra-indicada para pessoas com intolerância à lactose
(deficiência da enzima lactase), podendo gerar dores abdominais,
diarréia e flatulência nestes pacientes.
Incompatibilidades: Reage com compostos contendo grupo amino
primário, (ex.: anfetaminas e aminoácidos) resultando em produtos
de cor amarronzada, devido à condensação do tipo Maillard. Tam-
bém reage e produz escurecimento na presença de compostos con-
tendo arsênico e trinitrato de glicerila. A lactose é incompatível
com aminoácidos e anfetaminas (mazindol, anfepramona, fempro-
porex, aminofilina, fluoxetina, sertralina, imipramina, amitriptilina,
clomipramina, nortriptilina, hidroxitriptofano e compostos relacio-
nados).

215
Capítulo 5 - Manipulação

6.1.2. Talco:
0 talco é um silicato de magnésio hidratado nativo, podendo
conter uma pequena proporção de silicato de alumínio.
É um pó cristalino muito fino, branco ou branco acinzentado,
untuoso, adere facilmente à pele e é macio ao toque.
Necessita ser de ótima qualidade, pois é vulnerável a conta-
minação microbiológica. Deve ser armazenado em recipiente bem
fechado, apesar de ser um produto estável.
Na indústria farmacêutica ou em farmácias magistrais é usa-
do como excipiente para cápsulas ou comprimidos, devido ao seu
efeito secante e lubrificante, em concentrações de 5 a 30%.
Incompatibilidades: Incompatível com quaternários de amônio.

6.1.3. Amido:
Pó fino, branco, sem sabor que deve ser estocado em lugar
apropriado para evitar a absorção de umidade. Utilizado na indús-
tria farmacêutica e em farmácias magistrais como diluente (excipi-
ente) para ajuste de volume ou como agente desintegrante.
Não há concentração limite para uso deste excipiente.
Incompatibilidades: Não há descrição na bibliografia de interações
de fármacos com o amido.

6.1.4. Manitol:
É um álcool hexanidril relacionado a manose e é isomérico
com o sorbitol.
Granuloso ou pó cristalino, possui boa fluidez, é branco e i-
nodoro. Possui a metade do poder adoçante da sucrose e é tão doce
quanto a glucose.
Nâo é recomendado para crianças abaixo de 12 anos de ida-
de.
É usado como excipiente a uma concentração entre 10 a 90%.
É indicado, especialmente, quando se quer encapsular drogas sensí-
veis à umidade, pois é um pó não higroscópico. Recomenda-se usá-
lo associado ao estearato de magnésio (1 a 2%).
Incompatibilidades: Complexa-se com alguns metais, como o ferro,
o alumínio e o cobre. Recomenda-se não utilizá-lo em formulações
que contenham sais com estes metais.

216
Capítulo 5 - Manipulação

6.1.5. Celulose microcristalina:


É comercializada principalmente com o nome de Avicel®. A
celulose microcristalina é amplamente utilizada em produtos farma-
cêuticos como diluente de comprimidos (20 a 90%) e cápsulas (20 a
90%). É utilizada como agente adsorvente (20 a 90%), agente antia-
derente ou lubrificante (5 a 20%) e desintegrante em comprimidos
(5 a 15%).
Incompatibilidades: A celulose microcristalina é um agente estável,
porém higroscópica. É incompatível com agentes oxidantes fortes.

6.1.6. Croscarmelose Sódica (Ac-Di-Sol ®):


É um polímero cross-linked de carboximetilcelulose sódica.
A croscarmelose sódica é empregada em formulações farma-
cêuticas como desintegrante para cápsulas (10 a 25%) e comprimi-
dos (0,5 a 5,0%)
Incompatibilidades: sorbitol (redução da eficácia desintegrante).

6.1.7. Povidona:
É um polímero sintético empregado como diluente de com-
primidos, agente aglutinante e de revestimento em concentrações
de 0,5 a 5%.

6.1.8. Crospovidona:
É um derivado cross-linked da povidona.
É um desintegrante para comprimidos preparados por com-
pressão direta. É empregada em concentrações de 2 a 5%.

6.1.9. Caulim:
Pó branco a acinzentado, untuoso, com sabor argiloso. O
caulim ocorre naturalmente no reino mineral, correspondendo quí-
micamente ao silicato de alumínio nativo hidratado.
O caulim é utilizado como diluente (excipiente) em cápsulas
ecomprimidos.
Mesmo a despeito do baixo preço, o caulim deve ser utilizado
com restrições. Caso o mesmo não seja esterilizado pode haver con-
taminação por agentes patogênicos, como Baciüus anthracis, Clos-
tridium tetani (bactéria causadora do tétano) e outros.
Incompatibilidades: O caulim apresenta propriedades de absorção
em concentrações a partir de 7,5%. Esta propriedade pode influen-
ciar a absorção de outras drogas administradas via oral. Já foi rela-
tado que o caulim afeta a absorção das seguintes drogas: amoxacili-
217
Capítulo 5 - Manipulação

na, ampicilina, cimetidina, lincomicina, fenitoína (difenilhidantoi-


na), clindamicina, tetraciclina, warfarina. Portanto, não deve ser
utilizado como excipiente destas drogas.

6.1.10. Aerosil® (Adjuvante Farmacotécnico):


Químicamente conhecido como sílica coloidal ou dióxido de
silício coloidal, é um produto submicroscópico, branco, sem odor ou
sabor. Devido à sua higroscopia, deve ser armazenado em recipien-
tes muito bem fechados.
0 aerosil é utilizado como dessecante e anti-aderente para
pós higroscópicos na concentração de 0,1 a 1,0%.
Incompatibilidades: É incompatível com preparações contendo dieti-
lestilbestrol.

6 . 1 . 1 1 . Estearato de Magnésio (Adjuvante Farmacotécnico):


Consiste principalmente de uma mistura de estearato de
magnésio e palmitato de magnésio.
É granuloso, untuoso e fino, de cor branca, inodoro ou com
leve odor de ácido esteárico e gosto característico. São grânulos de
baixa densidade que aderem facilmente à pele.
Age como lubrificante e antiaderente nas formulações de ex-
cipiente, nas concentrações entre 0,25 a 2,0%.
Devido à sua natureza hidrofóbica, o estearato de magnésio
pode retardar a dissolução de drogas na forma sólida, por isso, deve
usá-lo na menor concentração possível.
Incompatibilidades: É incompatível com substâncias ácidas, alcali-
nas e sais de ferro; evitar associá-lo com materiais fortemente oxi-
dantes. Usar com precaução em drogas incompatíveis com álcalis.

6.1.12. CMC-Na - Carboximetilcelulose Sódica:


O CMC é um pó ou material granuloso, higroscópico, branco
ou levemente amarelado, inodoro e com leve sabor de papel. Pode
ser utilizado como excipiente na manipulação de pós, aumentando o
tempo de desintegração de cápsulas e comprimidos, consequente-
mente retardando um pouco a absorção do fármaco.
Incompatibilidade: Incompatível com goma xantana, ácidos fortes,
sais de ferro e outros metais, como o alumínio, o mercúrio e o zin-
co.

218
Capítulo 5 - Manipulação

6.1.13. Carbonato de cálcio:


Pó branco ou cristalino, inodoro e sem sabor. 0 Carbonato de
cálcio é empregado como excipiente farmacêutico para cápsulas e
comprimidos.
0 Carbonato de cálcio deve ser estocado em recipiente fe-
chado e protegido da umidade.
Incompatibilidades: 0 carbonato de cálcio é incompatível com áci-
dos e sais de amônio (ex. cloreto de amônio).

6.1.14. Lauril Sulfato de Sódio (agente molhante):


0 lauril sulfato de sódio é um pó cristalino branco, creme ou
amarelo pálido, de sabor amargo e odor de substâncias gordurosas.
É um agente surfactante, utilizado como agente lubrificante
e molhante de cápsulas e comprimidos em concentrações entre 1 a
2%. Sua utilização em formulações que contenham drogas lipossolú-
veis é útil, pois facilita a dissolução destas drogas.
Incompatibilidades: 0 lauril sulfato de sódio é incompatível com
alguns sais alcaloídicos (atropina, beladona, hiosciamina, escopola-
mina, quina, quinina, sulfato de quinidina, ipeca, codeina, ioimbi-
na, vinca, vincamina, reserpina, ergotamina, ergometrina, ergono-
vina, dihidroergotamina, dihidroergocristina, metisergida, pilocar-
pina, efedra ou mahuang, efedrina, pseudoefedrina, colchicina,
cafeína, teofilina), sais de chumbo e sais de potássio (ex: cloreto de
potássio, aspartato de potássio, orotato de potássio, potássio quela-
to, etc). 0 Lauril Sulfato de Sódio é um tensioativo aniônico, por-
tanto, tem carga negativa e pode interagir com fármacos com car-
gas positivas.

6.1.15. Docusato sódico (Agente Molhante):


Também conhecido como dioctil sulfosuccinato de sódio. É
um surfactantante aniônico, utilizado na terapêutica como laxante
amolecedor das fezes e na farmacotécnica como agente molhante,
com o objetivo de otimizar a dissolução de fármacos.
0 docusato sódio é branco ou quase branco, possui sabor
amargo e odor caracteristico do octanol. É higroscópico e encontra-
do na forma peletizada e de flocos.
Como agente molhante e desintegrante de formas farmacêu-
ticas sólidas é utilizado usualmente na concentração de 0,5%.
Incompatibilidades: É incompatível com eletrólitos.

219
Capitulo 5 - Manipulação

6.1.16. Polisorbatos 20, 60, 80 (Agente Molhante):


Os produtos comerciais mais comuns à base de polisorbatos
são os tweens. Os polisorbatos são surfactantes não iônicos empre-
gados como tensioativos, agentes emulsificantes, agentes solubili-
zantes e agentes molhantes. Podem ser empregados como agente
solubilizante para uma variedade de substâncias, incluindo óleos e
vitaminas lipossolúveis.
Como agente solubilizante é utilizado na faixa de concentra-
ções entre 1 a 10% e como agente molhante na faixa de 0,1 a 3%.
Incompatibilidades: Parabenos, fenóis, taninos e derivados do alca-
trão.

6.1.17. Óleo vegetal hidrogenado (óleo hidrogenado de se-


mente de algodão) tipo I - Lubritab ®:
Diluente para cápsulas e comprimidos, agente lubrificante
(cápsulas e comprimidos) e agente aglutinante.
Aplicação:
• Diluente (excipiente): até 100%
• Lubrificante: 1 a 6% p/p.
Pode ser utilizado como agente formador de matriz lipofílica
para formulações de liberação controlada.
Incompatibilidades: incompatível com agentes oxidantes fortes.

6 . 1 . 1 8 . Bicarbonato de sódio:
Agente alcalinizante (tampão): 10 a 40%, agente terapêutico
e efervescente (25 a 50%)
Incompatibilidades: ácidos, sais ácidos, sais alcalóidicos, salicilatos,
ácido bórico, alúmen e sais de bismuto.

6 . 1 . 1 9 . Acetoftalato de celulose (CAP):


Agente de revestimento entérico.
Solúvel em pH maior que 6,0.
Concentrações usuais para revestimento entérico: 3 a 9% do
peso do núcleo (peso da massa a ser revestida)
Para a formação de filme flexível e hidroresistente é neces-
sário a adição de plastificantes, em concentracões varíaveis de 1 a
20%.
Solubilidade em sistemas de solventes (para solução de re-
vestimento): Acetona, Acetona-Etanol (1:1) e Acetona-Água (97:3).
Plastificantes compatíveis: glicerina, propilenoglicol e dibu-
tilftalato.
220
Capítulo 5 - Manipulação

Incompatibilidades: sulfato ferroso, cloreto férrico, nitrato de pra-


ta, citrato de sódio, sulfato de alumínio, cloreto de cálcio, cloreto
de mercúrio, nitrato de bário, acetato básico de chumbo e agentes
oxidantes fortes. Potencialmente incompatível com fármacos ou
excipientes que apresentam grupos funcionais ou natureza básica.

6.1.20. Copolímero do ácido metacrílico/metacrilato de me-


tila 1:1 (Eudragit® L-100):
Utilizado como formador de filme gastroresistente e enteros-
solúvel.
Insotúvel em ácidos diluídos e fluidos gástricos, solúvel em
soluções tamponadas e fluidos entéricos acima do pH 6,0.
Concentração usual para filmes gastroresistentes : 3 a 9% do
peso do núcleo (peso da massa a ser revestida).
É necessário a adição de plastificante para melhorar a flexi-
bilidade do filme.
Solubilidade em sistemas solventes (para solução de revesti-
mento): Acetona-Etanol (1:1), álcool isopropílico, acetona e etanol
e também, em misturas com até 40% de água.
Plastificantes compatíveis: polietilenoglicol (ex: PEG 400),
triacetina e dibutilftalato.
Incompatibilidades: estearato de magnésio, podem ocorrer intera-
ções em substâncias com grupos funcionais de natureza básica.

6.1.21. Glicolato sódico de amido (Explotab®):


Desintegrante para cápsulas e comprimidos, empregado
normalmente em concentrações variadas (2 a 8%).
Incompatibilidades: ácido ascórbico.

6.1.22. Fosfato de cálcio dibásico (CaHP0 4 2 H 2 0):


Diluente de comprimidos e cápsulas (necessita uso concomi-
tante de lubrificante e desintegrante)
Compressão direta e agente alcalizante
Incompatibilidades: derivados da tetraciclina, indometacina, ativos
sensíveis a pH igual ou superior a 7,3.

221
Capitulo 5 - Manipulação

6.1.23. Óxido de magnésio (MgO):


Diluente de comprimidos e cápsulas, antiácido e laxante os-
mótico. Ponto de fusão alto: 2800°C - diluente para misturas eutéti-
cas.
Incompatibilidades: drogas alcalino-lábeis, ibuprofeno, antihistamí-
nicos, antibióticos e salicilatos.

6.1.24. Carbonato de magnésio:


Diluente de comprimidos e cápsulas ( <_45%), antiácido e ad-
sorvente de umidade (0,5 a 1,0%). Ponto de fusão alto.
Incompatibilidades: ácidos (dissolve-os com liberação de C02)

6.2. Excipientes: Conceito, Influências e Categorias

Anteriormente, conceituava-se excipiente como simples ad-


juvante, nada mais que uma substância química e farmacológica-
mente inerte. Atualmente a escolha do excipiente adequado tornou-
se fator preponderante na obtenção do efeito terapêutico, interfe-
rindo na liberação e na estabilidade do fármaco.
De acordo com a função, podemos classificar os excipientes
como, diluentes: aqueles que fomecem peso, consistência e volu-
mes adequados à forma farmacêutica; e adjuvantes: aqueles que
auxiliam o fármaco a cumprir o seu papel (estabilidade, velocidade
de desintegração e dissolução).

6 . 2 . 1 . Categorias de excipientes
A. Excipientes que influenciam na estabilidade: antioxidantes, que-
lantes, conservantes e tampões, modificadores do pH.
B. Excipientes que influenciam na absorção do fármaco: desinte-
grantes, plastificantes, modificadores da liberação, promotores da
penetração, molhantes, formadores de filme, agentes bioadesivos e
encapsuíantes.

6 . 2 . 2 . Excipientes que influenciam a biodisponibilidade do


fármaco em formas farmacêuticas sólidas:
A. Diluentes: a solubilidade do diluente influencia a velocidade de
liberação do fármaco.
B. Desintegrantes: facilitam a desagregação, aumentam a área su-
perficial e promove a dissolução do fármaco. Depende da concen-

222
Capítulo 5 - Manipulação

tração.
C. Tensioativos: aumentam a molhabilidade do fármaco, aumentam
a velocidade de dissolução, aumentam o contato do fármaco com
fluídos gastrintestinais.
D. Lubrificantes: retardam a molhabilidade e a absorção de fárma-
cos. Sua concentração influencia a biodisponibilidade.

6.3. Sugestões de Excipientes Especiais para Cápsulas:

6 . 3 . 1 . Dilucap: Sugestão de Excipiente padrão para cápsulas


Estearato de Magnésio 0,5%
Aerosil 1,0%
Lauril Sulfato de Sódio (LSS) 1,0 a 2,0%
Talco Farmacêutico 3%
Amido de Milho (AMISOL) qsp 100,0%

Este excipiente deve ser utilizado para formulações em ge-


ral, exceto as que contiverem as seguintes substâncias:
Pentoxifilina: usar como excipiente HPMC (30 a 40% do volume total
da cápsula).
DietilestiLbestrol: usar como veículo a lactose com 0,5% de LSS e
0,5% de estearato de magnésio. Não usar aerosil.
Anfepramona/dietilpropiona: usar talco ou caulim farmacêutico,
com 1% de estearato de magnésio e 1% de aerosil.
Sais aicaloidicos e plantas com alcalóides (atropina, beladona, hios-
cinamina, escopolamina, homatropina, quina, quinino, sulfato de
quinidina, ipeca, codeína, ioimbina, vinca, vincamina, reserpina.
ergotamina, dihidroergocristina, metisergida, pilocarpina, efedra ou
mahuang, efedrina, pseudoefedrina, colchicina, cafeína, teofilina,
sais de potássio, cioreto de potássio, aspartato de potássio, potás-
sio quelato): para estes fármacos usar lactose + aerosil 1% + estera-
to de magnésio 1%.
Formulações de iiberação lenta: usar HPMC a 40% do volume total
da cápsula.
Formulações muito higroscópicas que demonstrem sinais de deli-
quescência: usar manitol 80% + talco 18% + aerosil 1% + estearato de
magnésio 0,5% + LSS 0,5 a 1,0%.

Nota: O aerosil pode ser adicionado à parte, ao Dilucap caso seja necessário.
O manipulador deve ter amplo conhecimento sobre excipientes, para a escolha daquele que
melhor se adeque à formuiação.
223
Capítulo 5 - Manipulação

6.3.2. Sugestão de Excipiente para Alprazolam


Celulose Microcristalina 20%
Amido 15%
Docusato de Sódio 0,5%
Aerosil 0,3%
Benzoato de Sódio 2%
Estearato de magnésio 0,25%
Lactoseqsp 61,95%

6.3.3. Sugestão de Excipiente para Meloxicam


Citrato de sódio dihidratado 1,0%
Celulose Microcristalina 20%
Estearato de magnésio 0,5%
Dióxido de silício (Aerosil) 0,2%
Lactoseqsp 100%

6.3.4. Sugestão de Excipiente Especial para Diclofenaco de


Sódio e de Potássio
Estearato de magnésio 1,0%
Aerosil 0,5%
Talco farmacêutico 3%
Amido (Amisol) 18,5%
Fosfato tricálcico qsp 100%
Realizar revestimento entérico.

6.3.5. Sugestão de Excipiente para Pentoxifilina


Hidroxipropümetilcelulose 40% (do peso total do volume
ocupado na cápsula do fármaco mais o excipiente).

6.3.6. Sugestão de Excipiente para Finasterida


Docusato sódico 0,5%
Hidroxipropümetilcelulose (HPMC) 15,0%
Talco farmacêutico 30,0%
Amido de milho (Amisol®) qsp 100,0%

6.3.7. Sugestão de Excipiente para Sertralina


Lauril sulfato de sódio 1,5%
Aerosil 1%
Amido 30%
Celulose microcristalina qsp 100

224
Capitulo 5 - Manipulação

6.3.8. Sugestão de Excipiente para Metildopa (Fc3 = 1,18)


Bissulfito de sódio 0,1%
Ácido cítrico 1,0%
EDTA-Na2 0,1%
Aerosil 1,0%
Explotab ® (glicolato sódico de amido) 1,5%
Alfa-metildopa Sesquihidratada qsp 100%

6.3.9. Sugestão de Excipiente para Amlodipina Besilato


Fosfato de cálcio dibásico 40%
Glicolato sódico de amido 2,0%
Amido 30%
Estearato de magnésio 1%
Celulose microcristalina qsp 100g

6.3.10. Sugestão de Excipiente para Enalapril


Estearato de magnésio 1%
Dióxido de silício coloidal (Aerosil ®) 1%
Lactose qsp 200mg

6.3.11. Sugestão de Excipiente para Inibidores da ECA, ex-


ceto Enalapril
Bissulfito de sódio 0,1%
Fosfato de cálcio 30%
Manitol 30%
Estearato de magnésio 1%
Amidoqsp 100%

6.3.12. Sugestão de Excipiente Venlafaxina


Celulose microcristalina 20%
Explomido (Glicolato sódico de amido) 3%
Estearato de magnésio 1%
Lactose 100%

Fc = Fator de correcão da diluição e do ativo


Capítulo 5 - Manipulação

6.3.13. Sugestão de Excipiente Dietilestilbestrol


Lauril sulfato de sódio 0,5%
Estearato de magnésio 0,5%
Lactoseqsp 100%

6.3.14. Sugestão de Excipiente para Sais Alcalóidicos e Sais


de Potássio
Aerosil 1%
Estearato de magnésio 1%
Lactoseqsp 100%

6.3.15. Sugestão de Excipiente para Lovastatina, Pravasta-


tina e Sinvastatina
Butil hidroxi anisol 0,02%
Manitol 30%
Estearato de magnésio 1%
Dilucap qsp 100%

6.3.16. Sugestão de Excipiente para Estrógenos Conjugados


Fosfato de cálcio tribásico 40%
Sulfato de cálcio 2 H20 10%
Estearato de magnésio 1%
HPMC 20%
Lauril sulfato de sódio 1%
Lactoseqsp 100%

6.3.17. Sugestão de excipiente para o Clorazepato de Po-


tássio
Aerosil 1%
Estearato de magnésio 1%
Óxido de magnésio 10%
HPMC 40%
Talcoqsp 100%

6.3.18. Sugestão de Excipiente para Genfibrozila


Tratar com polisorbato 80 (tween®80) 1%.

226
Capítulo 5 - Manipulação

6.3.19. Sugestão de Excipiente para Cloridrato de Fluoxeti-


na
Celulose microcristalina 20%
Estearato de magnésio 0,5%
Talco 3%
Simeticone pó 2%
Amidoqsp 100%

6.3.20. Sugestão de Excipiente para Risperidona


Lauril sulfato de sódio 1%
Aerosil 1%
HPMC 30%
Estearato de magnésio 0,5%
Celutose microcristalina 15%
Amido 20%
Lactoseqsp 100%

6.3.21. Sugestão de Excipiente para Oxandrolona


HPMC 40%
Dilucapqsp 100%

6.3.22. Sugestão de Excipiente e Diluente para T3 e T4


Celulose microcristalina 3,6%
CMC 3,6%
Talco 3,6%
Ácido cítrico 2%
Estearato de magnésio 0,7%
Amido de milho 12,6%
Fosfato de cálcio dibásico qsp 100%

6.3.23. Sugestão de Excipiente para Levofloxacina


HPMC 30%
Celulose microcristalina 20%
Estearato de magnésio 0,5%
Tween80 2%
Talcoqsp 100%

227
Capítulo 5 - Manipulação

6.3.24. Sugestão de Excipiente para Tibolona


Amido 10%
Estearato de magnésio 0,5%
Palmitato de ascorbila 0,2%
Lactoseqsp 100%

6.3.25. Sugestão de Excipiente para L-Carnitina


L-Carnitina 250mg
Óxido de Magnésio 100mg
Aerosil 5mg
Estearato de Magnésio 5mg
Avicel PH 101 qsp 500mg

6.3.26. Sugestão de Excipiente para cápsula (geral)


Amido de milho 96 partes
Talco farmacêutico 3 partes
Estearato de magnésio 1 parte

6.4. Excipientes que podem ser utilizados para aumen-


tar a estabilidade de misturas eutéticas

6.4.1. Efetivos:
Carbonato de magnésio, caolim e óxido de magnésio leve.

6.4.2. Menos efetivos:


Óxido de magnésio pesado, fosfato de cálcio tribásico e sílica
gel.

6.4.3. Relativamente inefetivos:


Talco, lactosee amido

228
Capitulo 5 - Manipulação

6.5. Agentes Molhantes (Surfactantes) utilizados em


cápsulas e comprimidos:

São adjuvantes farmacotécnicos, empregados em formula-


ções farmacêuticas sólidas, com objetivo de facilitar o contato com
os fluidos gastrointestinais, facilitando a molhagem neste meio a-
quoso e conseqüentemente, favorecendo a dissolução e otimizando
a absorção. Sua adição no excipiente de fármacos pouco solúveis e
hidrofóbicos é importante para a biodisponibilidade destes.
São empregados em formas sólidas, tensioativos aniônicos e
não-iônicos:
Tensioativos aniônicos: lauril sulfato de sódio, dioctilsulfo-
succinato de sódio (docusato sódico).
Tensioativos não-iônicos: polisorbato 80, 20, 60; lecitina de
soja.
0 agente molhante não deve interagir com o fármaco. Tensi-
oativos aniônicos podem ser incompatíveis com fármacos catiônicos,
devendo-se optar nestes casos pelo tensioativo não-iônico.

6.6. Agentes Alcalinizantes:

São utilizados em formas farmacêuticas sólidas de uso oral


com o objetivo de:
• Evitar a hidrólise ácida no estômago
• Reduzir os efeitos gastroirritantes do fármaco
• Aumentar a biodisponibilidade do fármaco, otimizando sua
dissolução.

6.6.1. Agentes alcalinizantes mais empregados:


• Fosfatos alcalinos
• Carbonato de cálcio
• Citrato de sódio
• Bicarbonato de sódio
• Glicinato de alumínio

229
Capítulo 5 - Manipulação

6.7. Antioxidantes

6.7.1. Oxidação:
Processo que leva à decomposição de uma matéria-prima,
com perda de sua função. A luz, o ar, o calor, os contaminantes do
meio (catalisadores ->metais pesados) e o pH do meio são os inici-
antes deste tipo de reação. 0 mecanismo de oxidação inicia-se com
a formação do que chamamos radicais livres.

6.7.2 Antioxidantes:
São substâncias que preservam a formulação de qualquer
processo oxidativo. São capazes de inibir a deterioração oxidativa
(destruição por ação do oxigênio) de produtos fármaco-cosméticos,
com conseqüente desenvolvimento de ranço oxidativo em óleos e
gorduras ou inativação de medicamentos.

A. Antioxidantes que atuam interrompendo as cadeias de radicais


livres formadas (antioxidantes verdadeiros):
• BHA
• BHT
• Alfa-tocoferol (vit.E)
• Propil galato

B. Atuam sofrendo oxidacão (agentes redutores):


• Metabissulfito de sódio
• Bissulfito de sódio
• Ácido ascórbico (vit.C)
• Palmitato de ascorbila

C. Antioxidantes que atuam por mecanismos preventivos (antioxi-


dantes sinerojstas):
• Ácido cítrico
• Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA)
• Cisteína
• Glutation
• Metionina

230
Capítulo 5 - Manipulação

6.7.3. Uso adequado de antioxidantes:

A. Antioxidantes para Sistemas Aquosos:


• Ácido ascórbico
• Metabissulfito de sódio
• Tiossulfato de sódio
• Cloridrato de cisteína

B, Antioxidantes para Sistemas Oleosos:


• BHT
• BHA
• Alfa-tocoferol
• Ascorbil palmitato
• Propilgalato

6.7.4. Antioxidantes para Sistemas Aquosos:

A. Ácido Ascórbico: Pó cristalino branco ou ligeiramente amarelado,


inodoro. Escurece gradualmente quando exposto à luz. Razoavel-
mente estável no estado seco, mas oxida em solução.
Solubilidade: 1g/3ml de água, 1g/30ml de álcool.
Concentração antioxidante efetiva: 0,05 a 3,0%

B. Bissulfito de Sódio (NaHS03): Pó ou cristais brancos ou branco-


amarelados. Com odor característico de dióxido sulfúrico, sabor
desagradável, instável no ar, perdendo S02 e gradualmente oxidan-
do para sulfato.
Solubilidade: 1g/4ml de água, 1g/70ml de álcool
Concentrações efetivas: 0,1%

C. Metabissulfito de sódio (Na gSgOgl: Pó branco ou cristais incolores


com um odor sulfuroso, sabor ácído e salino. Oxida lentamente a
sulfato quando exposto ao ar e à umidade.
Concentrações efetivas: 0,02 a 1,0%

Nota: Os sutfitos são conhecidos por causar alerçia.

231
Capitulo 5 - Manipulação

D. Tiossulfato de sódio (Na?S?0j.5HzQ): Pó cristalino ou cristais inco-


lores grandes. E eflorescente no ar seco em temperaturas acima de
33°C e levemente deliquescente em ar úmido. Soluções aquosas são
neutras ou levemente alcalinas.
Solubilidade: 1g/0,5ml de água, insolúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,05%

6.7.5. Antioxidantes para Sistemas Oleosos:

A. Ascorbil Palmitato: Pó branco ou branco-amarelado com odor


característico.
Solubilidade: Muito levemente solúvel em água e em óleos
vegetais; solúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,01 a 0,2%

B. Butilhidroxianisol (BHA): Cera sólida branca ou branca-


amarelada, com fraco odor.
Solubilidade: Insolúvel em água, facilmente solúvel em álco-
ol e propilenoglicol.
Concentrações efetivas: 0,005 a 0,01%

C. Butilhidroxitoiueno (BHT): Sólido cristalino branco com um fraco


odor.
Solubilidade: Insolúvel em água e em propilenoglicol, facil-
mente solúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,03 a 0,1%

D. Propilqalato: Pó cristalino branco, com odor muito leve.


Solubilidade: Levemente solúvel em água e levemente solú-
vel em álcool.
Concentração efetiva: 0,005 a 0,15%.

E. Aifa-tocoferol (VIT.E): Óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo-


esverdeado. Praticamente inodoro, instável à luz e ao ar.
Solubilidade: Insolúvel em água, solúvel em álcool, miscível
com acetona e óleos vegetais.
Concentração efetiva: 0,05 a 2%

232
Capítulo 5 - Manipulação

6.8. Lubrificantes, Antiaderentes e Deslizantes


Promovem o escoamento de pós e granulados por redução da
fricção das partículas.
• Estearato de magnésio.
• Estearato de cálcio.
• Ácido esteárico.
• Talco (5%).
• Amidodemüho (5 a 10%)
• Sílica coloidal (Aerosil®).

6.9. Diluições

Alguns fármacos são muito potentes e são utilizados em pe-


quenas doses. Para maior segurança na pesagem destes fármacos
deve-se dilui-los de tal forma que a dosagem seja de fácil pesagem
e os riscos de sobredose sejam minimizados em caso de algum equí-
voco neste procedimento.

6.9.1. Relação dos Fármacos que devem ser diluídos

Tabela 24: Relação dos Fármacos que devem ser diluídos

IFÁRMACO DILUIÇÃO DILUENTES


(sugestões - opções)
Ácido Fólico 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Alprazolam 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Bendroflumetiazida 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Betametazona 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Biotina 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Biperideno 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Bromazepam 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Bumetamida 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Buspirona 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Cetotifeno 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Clonazepam 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Clonidina 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Cloxazolam 1:10 Lactose, Talco ou Amido

233
Capitulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 24

FARMACO DILUIÇAO DILUENTES


(sugestões - opções)
Cobamamida 1:10 Talco, Amido ou Manitol
(coenzima B12)
Dextrotiroxina 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Diazepam 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Dietilestilbestrol 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Digitoxina 1:100 Talco
Digoxina 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Dihidroergocristina 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Ergotamina tartarato 1:100 Talco ou Amido
Estanozolol 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Estriol 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Etinil estradiol 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Finasterida 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Fludrocortisona 1:100 Lactose ou Talco
Flufenazina 1:10 Talco ou Amido
Hidrocortisona 1:10 Lactose, Talco ou Amido
loimbina 1:10 Lactose, Talco ou Amido
L-deprenil 1:10 Talco ou Amido
Loperamida 1:10 Talco ou Amido
Loratadina 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Lorazepam 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Mazindol 1:100 Talco ou Amido
Meloxicam 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Metil brometo de homa- 1:10 Lactose, Talco ou Amido
tropina
Metilprednisolona 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Metotrexato 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Norestiterona 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Oxandrolona 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Prednisolona 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Reserpina 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Salbutamol 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Simeticone 1:2 (50%) Hidróxido de aluminio +
Carbonato magnésio
T3 1:1000 Lactose, Talco ou Amido

234
Capitulo 5 - Manipulação

Continuaçõo Tabela 24

FARMACO DILUIÇAO DILUENTES


(sugestões - opções)
T4 1:1000 Lactose, Talco ou Amido
Tizanidina 1:10 Lactose, Talco ou Amido
Triac 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Trifluoperazina 1:10 Talco ou Amido
Vit. B12 1:100 Lactose, Talco ou Amido
Vitamina K 1:100 Lactose, Talco ou Amido

Obs: Não constam nesta lista, matérías-primas diluídas "de fábrica" que no entanto, necessi-
tam de fatores de correçõo (ex: Betacaroteno 10%).

6.9.2. Técnicas de Diluição

Materiat Utilizado
Tamis
Gral(2)
Pistilo (2)
Papel manteiga
Saco plástico
Espátula de plástico
Frasco âmbar (para armazenamento de matéria-prima).

A. Diluicão Geométrica (1:100 OU 1%)

1g do fármaco + 99 g de diluente (excipiente)


Pesar 1g do fármaco, colocando-o em um gral de porcelana.
Pesar entre 0,1 a 0,5% de corante alimentício sólido ou vita-
mina B2, em relação ao peso total da diluição, adicionando-o ao
fármaco no gral.
Tritura-se o corante (com algumas gotas de água), misturan-
do-o posteriormente também ao fármaco a ser diluído.
Adicionar 1g do diluente no gral, misturá-lo bem com o fár-
maco e o corante.
Adicionar 2g do diluente no gral; misturar bem, observando a
homogeneização pelo corante.
Adicionar 4g do diluente no gral misturando bem e assim su-
cessivamente, 8g - 16g - 32g até completar as 100g da diluição.

235
Capitulo 5 - Manipulação

Efetuar a tamisação do "pó" com pistilo, pressionando o pó


contra o tamis em movimentos circulares e de "vai e vem" até o
esgotamento do pó sobre o tamis.
Transferir o pó depositado no suporte para um novo gral lim-
po e sanitizado.
Misturar o pó no gral com pistilo, revolvendo o pó no fundo e
laterais do gral, bem como no pistilo com a espátula de plástico.
Transferir o pó do gral para um saco plástico inerte, enchen-
do-o com ar (não soprar), agitando-o bem.
Analisar visualmente a homogeneização do pó, caso não te-
nha pontos brancos, a diluição estará completa, caso contrário vol-
tar ao passo 8 repetindo as operações seguintes.
Embalar e armazenar o produto em frasco de vidro âmbar
(adequado para armazenamento de matérias-primas, protegido do
calor, devidamente identificado com a especificação da diluição
realizada, bem como o fator de correção a ser aplicado).

B. Diluicão Geométrica (1:10 OU 10%)


Segue o mesmo procedimento anterior, com a diferença que
neste caso, considera-se 1g do fdrmaco + 9 g do diluente, descon-
tando-se a quantidade de corante utilizado do diluente.

C. DiLuicão Geométrica (1:500)


Segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a
diferença que neste caso, considera-se 1% do fármaco + 499% d
diluente, descontando-se a quantidade de corante utilizado do dilu-
ente.

E. Diluição Geométrica (1:1000)


Segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a
diferença que neste caso, considera-se 7g do fármaco + 999% do
diluente, descontando-se a quantidade de corante utilizado do diLu-
ente.

236
Capítulo 5 - Manipulação

6.9.3. Diluições Especiais

A, Diluição de Substância na Forma Oleosa

Óleo de Simeticone

1. Simeticone 100% DC*A Medical 1.000 G


(não hidrossolúvel)
2. Hidróxido de Alumínio 500 G
3. Carbonato de Magnésio 500 G
4. Aerosil q.s.

Procedimento
Passo 1: Misturar o Hidróxido de Alumínio e o Carbonato de Magné-
sio em um gral.
Passo 2: Adicionar o óleo de simeticone aos poucos, mexendo sem-
pre.
Passo 3: Passar por um tamis a mistura, acrescentando o Aerosil na
passagem.

N0TA: Os simetkones utilizados para formulações liquidas são simeticones 30% (DCX Medical
Emulsion, DCC 7-9245 Emulsion). Ambos são hidrossotúveis.

B. Diluição da Anfepramona HCl (Dietilpropiona)


-Tratamento Especial Fc = 1.13
A anfepramona HCl é uma substância de natureza muito hi-
groscópica, necessitando de um tratamento prévio à sua pesagem e
encapsulação, prevenindo assim futuros problemas com umidade
nas cápsulas. Portanto, devemos realizar a seguinte diluição:

ANFEPRAMONA HCl 100g


D.L. ACIDO TARTARICO 3g
AEROSIL 10g

Procedimento:
Passo 1: Pesar o DL-Ácido tartárico em um pedaço de papel mantei-
ga e verter para um gral de porcelana. Triturá-lo muito bem e re-
servar;
Passo 2: Tarar um saco plástico na balança, pesar o aerosil e logo
em seguida o cloridrato de anfepramona.
237
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 3: Retirar o saco plástico da balança, encher de ar (não so-


prar), fechar e homogeneizar bem.
Passo 4: Transferir aos poucos esta mistura do saco plástico (aerosil
+ anfepramona) no gral de porcelana, onde está o DL ácido tartárico
e misturar muito bem com o pistilo.
Passo 5: Depois que todo o "pó" estiver no gral de porcelana e bem
misturado, efetuar a tamisação do "pó" com pistilo, pressionando o
pó contra o tamis em movimentos circulares e de "vai e vem" até o
esgotamento do pó sobre o tamis.
Passo 6: Transferir o pó depositado no suporte para o gral de porce-
lana.
Passo 7: Misturar o pó no gral com pistilo, revolvendo o pó aderido
no fundo e nas laterais do gral e no pistilo com a espátula de plásti-
co.
Passo 8: Transferir o pó do gral para o mesmo saco plástico (previa-
mente tarado), onde estava o aerosil e anfepramona para a pesa-
gem final.
Passo 9: Cada tratamento especial (diluição) feito com a anfepra-
mona HQ, deve seguir o relatório de diluição da anfepramona HCl,
conforme modelo em anexo.
Passo 10: Embalar a anfepramona diluída em frasco de vidro âmbar,
protegido do calor, devidamente identificado com indicação do fa-
tor de correção 1,13. A anfepramona diluída pode também ser ar-
mazenada em saco plástico escuro.

MODELO DO RELATÓRIO DE DILUIÇÃO DA ANFEPRAMONA HCI:


Anfepramona HCl g
D.L. Ácido Tartárico g
Aerosil g
Fornecedor:
Lote:
Validade:
Fabricação:
Peso final:
Assinatura do responsável pela diluição:
Assinatura do farmacêutico responsável:
Data:..../ /

238
Capitulo 5 - Manipulação

Processo de Manipulação - Líquidos e Semi-Sólidos


Neste laboratório são manipuladas as seguintes formas far-
macêuticas: Líquidas (soluções, xaropes, elixires, suspensões, emul-
sões, tinturas e extratos fluidos), Pastosas (pomadas, cremes, pas-
tas, ceratos, Unimentos, unguentos, loções e gêis), Sólidas (suposi-
tórios e óvulos).

7. Noções Básicas de Farmacotécnica

7.1. Farmacotécnica (Definição)


É a parte da ciência farmacêutica que trata da preparação
de medicamentos, ou seja, da transformação de drogas (matérias-
primas) em medicamentos; estuda o preparo, a purificação, as in-
compatibilidades físicas e químicas e a escolha da forma farmacêu-
tica (xarope, solução, suspensão, cápsula, etc) mais adequada à
finalidade pretendida.

7.2. Bibliografia Básica


• Farmacopéias: Brasileira, Européia, Americana e Britânica.
• Tecnologia Farmacêutica 3 volumes (Prista).
• Martindale.
• Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetologia (Pris-
ta).
• Noções de Farmácia Galênica (A. Le Hir)
• Incompatibilidades Medicamentosas (Virgilio Lucas).
• Formulário Médico Farmacêutico (Virgílio Lucas).
• Farmacotécnica (Helou).
• Merck Index.
• The Art, & Science and Technology of Pharmaceutical Com-
pounding (Loyd Allen Jr.)

239
Capítulo 5 - Manipulação

7.3. Composição de uma Fórmula

Princípio(s) ativo(s): responsável pela ação farmacológica.


Coadjuvantes técnicos ou adjuvantes farmacotécnicos: substâncias
em geral inertes, cuja função é estabilizar a fórmula em nível quí-
mico, físico ou microbiológico.
Veículo (líquido) ou excipiente (sólido ou semi-sólido): parte da
fórmula na qual são misturados os princípios ativos.

7.4. Coadjuvantes Técnicos

7.4.1. Agentes Acidificantes:


Usados em preparações líquidas para acidificar o meio com o
objetivo de fornecer estabilidade ao produto.
Ex.: ácido acético, ácido cítrico, ácido fumárico, ácido clorídrico,
etc.

7.4.2. Agentes Alcalinizantes:


Usados em preparações líquidas para alcalinizar o meio com
o objetivo de fornecer estabilidade ao produto.
Ex.: hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, solução de amônia,
dietanolamina, monoetanolamina, borato de sódio (bórax), trietano-
lamina, carbonato de amônio, etc.

7.4.3. Adsorvente:
Agente capaz de adsorver outras moléculas em sua superfície
por ação química ou física.
Ex.: carvão ativado e celulose pó.

7.4.4. Propelente (Aerosol):


Agente responsável pelo desenvolvimento de pressão em um
frasco aerosol, permitindo a expelição do produto quando a válvula
é acionada.
Ex.: dióxido de carbono (C02), diclorodifluorometano, diclorotetra-
fluoroetano e tricloromonofluorometano.

240
Capítulo 5 - Manipulação

7.4.5. Desincorporante de Ar:


Agente empregado para desincorporar ar em um recipiente
fechado ou formulação com o objetivo de aumentar a estabilidade
do produto.
Ex.: Nitrogênio (N2).

7.4.6. Conservantes Anti-Fúngicos:


São usados em preparações líquidas e semi-sólidas (cremes,
pomadas, etc) para prevenir o crescimento fúngico. A efetividade
dos parabenos é normalmente aumentada quando eles são utilizados
em combinação.
Ex.: ácido benzóico, butilparabeno, etilparabeno, metilparabeno
(nipagin), propilparabeno (nipazol) e propionato de sódio.

7.4.7. Conservante Antimicrobiano:


São usados em preparações líquidas e semi-sólidas para a
prevenção de microorganismos (bactérias).
Ex.: cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio, álcool benzílico,
clorobutanol, fenol, nitrato fenilmercúrico, timerosol, etc.

7.4.8. Antioxidante:
Agente que inibe a oxidação, sendo utilizados para prevenir
a deterioração de preparações por processos oxidativos.
Ex.: ácido ascórbico, ascorbil palmitato, BHA (butil hidroxianisol),
BHT (butil hidroxitolueno), propitgalato, ascorbato de sódio, bissul-
fito de sódio e metabissulfito de sódio.

7.4.9. Agente Tampão:


Usado para fornecer à formulação, resistência contra mu-
danças de pH em casos de diluição ou adição de substância de cará-
ter ácido ou básico.
Ex.: citrato de sódio anidro e dihidratado, metafosfato de potássio,
fosfato de potássio, acetato de sódio monobásico, tampão citrato,
tampão borato, tampão fosfato.

7.4.10. Agente Quelante (Sequestrante):


Substância que forma complexo estável (quelato) com me-
tais. Os agentes quelantes são utilizados em algumas preparações
líquidas como estabilizantes para complexar metais pesados, os
quais podem promover instabilidade em formulações.
Ex.: EDTA dissódico, EDTA tetrassódico e ácido edético.
241
Capítulo 5 - Manipulação

7.4.11. Corantes:
Usados para dar cor às preparações farmacèuticas líquidas e
sólidas. Deve-se consultar a lista de corantes permitidos, bem co-
mo, a adequação de corantes alimentícios ou não. Sabe-se que al-
guns corantes alimentícios permitidos como o amarelo de tartrazina
e o vermelho, podem causar manifestações alérgicas e sintomas de
intolerância gastrointestinal em pacientes sensíveis, isto acontece
principalmente com a ingestão de cápsulas coloridas com algum
destes corantes, neste caso, usar cápsulas incolores ou brancas.

7.4.12. Agente Clarificante:


Usado como auxiliar na filtragem devido a suas propriedades
adsorventes.
Ex.: bentonita.

7.4.13. Agente Emulsificante:


Usado para promover ou manter a dispersão finamente sub-
dividida em partículas de um líquido em um veículo no qual ele é
imiscível. 0 produto final pode ser uma emulsão líquida ou emulsão
semi-sólida (ex.: creme).
Ex.: acácia, álcool cetílico, monoestearato de glicerila, monooleato
de sorbitan, etc.

7 . 4 . 1 4 . Agente de Revestimento:
Usado com o objetivo de formar uma fina camada com o
propósito de revestir a substância ou a formulação para adequar a
sua administração.
Ex.: gelatina e acetoftalato de celulose.

7.4.15. Flavorízantes:
Usados para fomecer sabor agradável e, também odor para
as preparações farmacêuticas.
Ex.: vanilina, mentol, óleo de laranja, óleo de canela, óleo de anis,
óleo de menta, cacau e etc.

7 . 4 . 1 6 . Umectantes:
Usados para prevenir o ressecamento de preparações, princi-
palmente, pomadas e cremes, através de sua propriedade de reter
água.
Ex.: glicerina, propilenoglicol e sorbitol.

242
Capitulo 5 - Manipulação

7.4.17. Agente Levigante:


Um líquido usado como agente facilitador na redução das
partículas de uma droga em pó com trituração concomitante com
pistilo em um gral. Ex.: glicerina e óleo mineral.

7.4.18. Base para Pomada:


Excipiente semi-sólido no qual princípios ativos podem ser
incorporados no preparo de pomadas farmacêuticas.
Ex.: lanolina, pomada hidrofílica, pomada de polietinoglicol (PEG),
vaselina e unigel.

7.4.19. Solvente:
Agente usado para dissolver outra substância farmacêutica
ou droga na preparação de uma solução. 0 solvente pode ser aquoso
ou não-aquoso como óleos. Co-solventes, tal como água e álcool
(hidroalcoólico) e água e glicerina, podem ser utilizados quando
necessário. Os solventes precisam ser estéreis quando utilizados em
preparações estéreis (ex.: colírios).

7.4.20. Agente de Consistência:


Usados para aumentar a consistência e a dureza de prepara-
ções farmacêuticas, como cremes e pomadas.
Ex.: álcool cetílico, parafina, álcool estearílico, cera branca e ama-
rela e ésteres cetilicos.

7.4.21. Base para Supositórios:


Usado como um excipiente para incorporação de substâncias
medicamentosas na preparação de supositórios.
Ex.: manteiga de cacau e polietilenoglicol (mistura).

7.4.22. Surfactantes (Agentes Tensioativos):


Substâncias que reduzem a tensão superficial. Podem ser u-
sadas como agentes molhantes, detergentes e emulsificantes.
Ex.: cloreto de benzalcônio, polisorbato 80 (Tween 80), lauril sulfa-
to de sódio e etc.

7.4.23. Agentes Suspensores:


Agente doador de viscosidade, utilizado para reduzir a velo-
cidade de sedimentação de partículas (drogas) dispersadas em um
veículo no qual elas não são solúveis. As suspensões podem ser for-
muladas para uso oral, oftálmico, tópico, parenteral ou outras vias
243
Capítulo 5 - Manipulação

de administração.
Ex.: ágar, bentonita, carbômero (carbopol), carboximeticelulose
sódica (CMC-Na), hidroxietilcelulose (natrosol), hidroxipropil celulo-
se, hidroxipropil metilcelulose, caolim, metilcelulose, goma adra-
ganta, veegum, etc.

7.4.24. Agente Edulcorante:


Usado para adoçar (edulcorar) uma preparação farmacêuti-
ca.
Ex.: aspartame, acesulfame, dextrose (glicose), glicerina, manitol,
sorbitol, sacarina sódica, ciclamato sódico, açúcar.

7.4.25. Agente Antiaderente (Lubrificante):


Agentes que previnem a aderência do produto nas punções
da máquina de comprimir durante a produção. Promove um desli-
zamento fácil da fórmula, otimizando o processo.
Ex.: Estearato de magnésio e lauril sulfato de sódio.

7.4.26. Agente Aglutinante:


Substâncias utilizadas para produzir adesão de partículas de
pó no processo de granulação.
Ex.: acácia, ácido algínico, carboximetilcelulose, etilcelulose, gela-
tina, solução de glicose, metilcelulose, povidona e amido pré-
gelatinizado.

7.4.27. Agentes de Tonicidade (Isotonizantes):


Usados para formar uma solução com características osmóti-
cas semelhantes aos fluidos fisiológicos. Formulações de uso oftál-
mico, parenteral (injetável) e fluidos de irrigação são exemplos de
preparações farmacêuticas nas quais a tonicidade deve ser conside-
rada.
Ex.: cloreto de sódio (NaCl) e dextrose.

7.4.28. Veículo:
É um agente transportador para uma substância farmacêuti-
ca. É utilizado em uma variedade de formulações líquidas para uso
oral, parenteral ou tópico.
Ex.: Veiculos flavorizantes/edulcorantes: xarope de cereja, xarope
de cacau, xarope simples e xarope de laranja; Veículos oleaginosos:
óleo de milho, óleo mineral, óleo de amendoim e óleo de gergelim;
Veiculos estéreis: solução fisiológica estéril (NaCl 0,9%) e água bi-
244
Capitulo 5 - Manipulação

destilada para injeções.

7.4.29. Agente de Viscosidade:


Usado para mudar a consistência de uma preparação, forne-
cendo maior resistência ao escoamento. Utilizados em suspensões
para deter a sedimentação, em soluções oftálmicas para aumentar o
tempo de contato da droga com o local de ação (ex.: metilceluose),
para tornar mais consistentes cremes, xampus, etc.
Ex.: ácido atgínico, bentonita, carbômero (carbopol), CMC-Na, me-
tilcelulose, povidona, alginato de sódio e goma adraganta.

7.4.30. Diluentes de Cápsulas e Comprimidos (Excipiente):


Substâncias "inertes" utilizadas como agente de enchimento
para criar um volume desejado, apresentando propriedades de fluxo
e compressão, características necessárias no processo de prepara-
ção de comprimidos e cápsulas.
Éx.: fosfato de cálcio dibásico, caolim, lactose, manitol, celulose
microcristalina, celulose pulverizada, carbonato de cálcio, sorbitol,
amido.

7.4.31. Agente "Coating":


Usado para revestir o comprimido com o propósito de prote-
gê-lo contra a decomposição pelo oxigênio atmosférico ou umidade,
para liberação controlada da droga, para mascarar sabor ou odor
desagradável da droga ou finalidades estéticas (aparência do com-
primido). 0 revestimento pode ser de vários tipos, incluindo o re-
vestimento com açúcar, o film coating, revestimento entérico.
Ex.: Revestimento com açúcar: glicose líquida e açúcar; Film coa-
r/ng: hidroxietilcetulose, hidroxipropilcelutose, hidroxipropit metil-
celulose, metilcelulose (metocei) e etilcelulose (etocel); Revesti-
mento entérico: acetoftalato de celulose, shellac e copolímero de
ácido metacrílico/metacrilato de metila (Eudragit® L 100).

7.4.32. Excipiente para Compressão Direta de Comprimidos:


Utilizados para compressão direta em formutações de com-
primidos.
Ex.: Fosfato de cálcio dibásico (Ditab®).

7.4.33. Desintegrante de Comprimidos:


Utilizado em forma sótida para promover a ruptura da massa
sólida que contêm no seu interior particulas menores as quais são
245
Capitulo 5 - Manipulação

rapidamente dispersadas ou dissolvidas.


Ex.: ácido algínico, celulose microcristalina (Avicel®), alginato sódi-
co, amido, glicolato sódico de amido e carboximetilcelulose cálcica.

7.4.34. Agente Opacificante:


Usado para tornar o revestimento de comprimidos opacos.
Pode ser utilizado sozinho ou em combinação com um corante.
Ex.: dióxido de titânio.

7.4.35. Agente de Polimento:


Usado para tornar atrativo (dar brilho) os comprimidos reves-
tidos.
Ex.: cera de carnaúba e cera branca.

7.4.36. Agentes de Levigação

A. Levigação
É o processo de redução do tamanho de partículas sólidas por
trituração em um gral ou espatulação, utilizando uma pequena
quantidade de um líquido ou de uma base fundida na qual o sólido
não é solúvel.

246
Capitulo 5 - Manipulação

Tabela 25. Agentes de Levigação

Agente Densidade Miscibilidade Usos


levigante
Oleo mineral 0,88 miscível em óleos bases oleo-
(vaselina fixos (exceto óleo de sas
líquida) rícino) base de ab-
imiscível com água, sorção
álcool, glicerina, emulsões
propilenoglicol, PEG água/óleo
400 e óleo de rícino
Glicerina 1,26 miscível com água, emulsões
álcool, propilenogli- bases
col e PEG 400 óleo /água
imiscível com óleo bases solú-
mineral e óleos fixos veis em água
e ictiol
Propilenogli- 1,04 miscível com água, emulsões
col álcool, glicerina e base
PEG 400 óleo/água
imiscível com óleo bases solú-
mineral e óleos fixos veis
em água
PEG 400 1,13 miscível em água, emulsões
álcool, glicerina e base
propilenoglicol óleo/água
imiscível com óleo bases
mineral e óleos fixos solúveis
em água

247
Capítulo 5 - Manipulação

Continuaqão Tabeia 25

Agente Densidade Miscibilidade Usos


levigante
Oleo de 0,92 miscivel com óleo o óleo de al-
algodão mineral e outros ó- godão ou al-
leos fixos incluindo o gum outro
óleo de rícino óleo vegetal
imiscível com água, pode ser usa-
álcool, glicerina, do como subs-
propilenoglicol e PEG tituto para o
400 óleo mineral
quando um
óleo vegetal é
preferido ou
quando o só-
lido pode ser
incorporado
mais facil-
mente nestes
óleos.
Óleo de ríci- 0,96 miscível com áicool e ictiol ou bál-
no outros óleos fixos. samo do Peru,
Imiscível com água, mesmos usos
glicerina, propileno- descritos para
glicol, PEG 400 e óleo o óleo de al-
mineral godão.
Polisorbato 1,06 a 1,09 miscível com água, Coaltar
80 álcool, glicerina, Circunstâncias
(Tween 80) propilenoglicol, PEG em que um
400, óleo mineral e surfactante é
óleos fixos. desejado,
pode ser
incompatível
com algumas
emulsões á-
gua / óleo
Capitulo 5 - Manipulação

7.5. Antioxidantes

7.5.1. Antioxidantes para Sistemas Aquosos:

A. Ácido Ascórbico: Pó cristalino branco ou ligeiramente amarela-


do. Inodoro. Escurece gradualmente quando exposto à luz. Razoa-
velmente estável no estado seco, mas oxida em solução.
Solubilidade: 1g/3ml de água, 1g/30ml de álcool.
Concentração antioxidante efetiva: 0,05 a 3,0%

B. Bissulfito de Sódio (NaHS03): Pó ou cristais brancos ou branco


amarelados. Com odor característico de dióxido sulfúrico. Sabor
desagradável. Instável no ar, perdendo S02 e gradualmente oxidan-
do para sulfato.
Solubilidade: 1g/4ml de água, 1g/70ml de álcool
Concentrações efetivas: 0,1%

C. Metabissulfito de sódio (Na?S?05): Pó branco ou cristais incolores


com um odor sulfuroso. Sabor ácido e salino. Oxida lentamente a
sulfato quando exposto ao ar e à umidade.
Concentrações efetivas: 0,02 a 1,0%
Nota: Os sulfitos sõo conhecidos por causar alergia.

D. Tiossulfato de Sódio (NayS^Oj.SHgO): Pó cristalino ou cristais inco-


lores grandes. É eflorescente no ar seco em temperaturas acima de
33°C e levemente deliquescente em ar úmido. Soluções aquosas são
neutras ou levemente alcalinas.
Solubilidade: 1g/0,5ml de água, insolúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,05%

7.5.2. Antioxidantes para Sistemas Oleosos:

A. Ascorbil Palmitato: Pó branco ou branco-amarelado com odor


característico.
Solubilidade: Muito levemente solúvel em água e em óleos vegetais;
solúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,01 a 0,2%

249
Capitulo 5 - Manipulação

B. Butilhidroxianisol (BHA): Cera sólida branca ou branca amarela-


da. Com fraco odor.
Solubilidade: Insolúvel em água; facilmente solúvel em álcool e pro-
pilenoglicol.
Concentrações efetivas: 0,005 a 0,01%

C. Butilhidroxitolueno(BHT): Sólido cristalino branco com um fraco


odor.
Solubilidade: Insolúvel em água e em propilenoglicol e facilmente
solúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,03 a 0,1%

D. Propil Galato: Pó cristalino branco, com odor muito leve.


Solubilidade: Levemente solúvel em água; levemente solúvel em
álcool.
Concentração efetiva: 0,005 a 0,15%.
E. Alfa-Tocoferol (VIT.E): Óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo
esverdeado. Praticamente inodoro. Instável à luz e ao ar.
Solubilidade: Insolúvel em água, solúvel em álcool, miscivel com
acetona e óleos vegetais.
Concentração efetiva: 0,05 a 2%

7.5.3. Sistemas Antioxidantes para algumas formulações

Hidroquinona BHT/ metabissulfito de sódio (10% da


quantidade de hidroquinona) ou bissul-
fito de sódio
EDTA/metabissulfito de sódio ou bissul-
fito de sódio
Hidroquinona vitamina C + EDTA Na2
associada ao
Ácido Glicólico
Acido Retinóico BHT
Nitrato de miconazol BHA
Cetoconazol creme EDTA/metabissulfito de sódio
Sulfadiazina de prata BHT
Resorcina Metabissulfito de sódio ou bissulfito de
sódio
Oleos fixos BHT ou BHA

250
Capitulo 5 - Manipulação

7.6. Agentes Quelantes

7.6.1. EDTA-Disssódico:
• Pó cristalino, branco.
• Solubilidade: Solúvel em água.
• Concentracão efetiva: 0,1%

7.7. Agentes Acidificantes, Alcalinizantes e Tampões:

7.7.1. Agentes utilizados para ajustar pH ou para tamponar


• Ácido acético glacial
• Ácido bórico
• Ácido citrico
• Ácido clorídrico
• Ácido clorídrico diluído
• Ácido láctico
• Acetato de sódio
• Bicarbonato de sódio
• Carbonato de sódio
• Citrato de sódio e potássio
• Hidróxido de sódio e potássio
• Fosfato sódico dibásico
• Fosfato de potássio
• Fosfato monobásico de sódio
• Trietanolamina

7.8. pH e Tampões

7.8.1. pH
Entende-se por pH a concentração de ions hidrogênio (H*) e-
xistentes num meio. Dependendo da quantidade de hidrogênio em
relação a hidroxila (OH) têm-se um produto ácido, básico ou neu-
tro.

A. Ácido: Prevalece no meio o íon hidrogênio (H*) pH ácido, valores


inferior a 7. Ex.: gel com ácido glicólico.

251
Capitulo 5 - Manipulação

B. Básico: Prevalece no meio o íon hidroxila (OH ) pH básico, valores


superiores a 7. Ex.: Alisante de cabelo.

C. Neutro: As quantidades de íons hidroxila e hidrogênio são iguais,


pH neutro, valores iguais a 7.

7.8.2. Acerto do pH nas Formulações Magistrais


É necessário na prática diária em farmácia magistral, acertar
o pH de formulações o que significa elevar, abaixar ou neutralizar o
pH de um produto de acordo com as necessidades da formulação.
Para abaixar o pH do meio deve-se proceder a neutralização
de parte da hidroxila até o valor desejado, para isto, utiliza-se áci-
do.
Para aumentar o pH do meio deve-se proceder à neutraliza-
ção de parte do "hidrogênio" até o valor desejado, para isto, utili-
za-se uma base.

Tabela 26: pH em várias regiões do Corpo Humano

Tornozelos 5.9 Axilas 6.5


Pés 7.2 Tronco 4.7
Coxas 6.1 Pregas mamas 6.0
Seios 6.2 Perna e tornozelo 4.5
Cabelo 4.1 Pregas interdigitais 7.0
Rosto 7.0 Saco conjuntival 7.3 a 8.0
Vagina 3.5 a 4.5 Mãos 4.5
Costas 4.8 Nádegas 6.4

7.8.3. Tampões
Muitas vezes existe a necessidade de manter o pH de uma
formulação em valores inalteráveis durante o período de armaze-
namento, não apenas satisfazendo um simples ajuste do mesmo a
um valor desejado. Nestes casos, usa-se acrescentar uma solução
tampào que tem um valor de pH definido e que consiste numa mis-
tura de um ácido fraco com o seu sal.
Os valores de pH do tampão são alterados, a medida em que
variam as quantidades de ácido e base na solução.
A quantidade adicionada numa preparação farmacêutica,
252
Capitulo 5 - Manipulação

pode ir de 1% até o uso do tampão puro.


Quando o tampão a ser acrescentado tiver um valor de pH
muito distante do valor em que se encontra a preparação farmacêu-
tica, o melhor a fazer é acertar o pH e depois acrescentar o tam-
pão. Se o valor do pH da preparação estiver próximo ao do tampão
que será acrescido, basta acrescentar quantidade suficiente do tam-
pão.

Tabela 27: Tampão Citrato

PH Acido cítrico Citrato de sódio


monohidratado g/l dihidratado g/i
2,5 64,4 7,8
3,0 57,4 17,6
4,0 40,6 41,2
4,5 30,8 54,9
5,0 19,6 70,6
6,0 4,2 92,1
6,5 1,8 95,6

Tabela 28: Tampão Fosfato

PH Fosfato de Sódio Fosfato ácido de sódio


Dibásico g/1 g/l
Na2HP04 NaH2P04
4,5 0,9 45,5
5,0 2,2 44,8
5,5 4,4 43,7
6,0 17,8 36,8
6,5 37,4 26,7
7,0 57,8 7,4
8,0 83,7 2,8
8,5 87,2 0,9

253
Capítulo 5 - Manipulação

7.8.4. Importância do ajuste de pH


Influência na dissolução de substância medicamentosa na
concentração pretendida.
Importante na manutenção da estabilidade, tanto química
como farmacodinâmica de preparações farmacêuticas.
Redução e prevenção do desencadeamento de fenômenos ir-
ritativos provocados por certos fármacos (preparações tópicas)
Garantia da obtenção de um efeito terapêutico adequado.

254
Capítulo 5 - Manipulação

8. Conservantes empregados em Preparações Orais Lí-


quidas
Tabela 29: Conservantes em Preparações Orais Líquidas
Conservante Concentração Espetro PH Solubilidade Incompati-
usual antimicro- estabi- bilidade
biano lidade
Álcool etílico 15 a20% Bactérias e Acido Miscível com Agentes
fungos água, não iônicos,
acetona e gomas,
glicerina cloretos e
permanga-
nato
Acido ben- 0,1 a0,2% Bactérias 2,0 a Agua, etanol Caolim,
zóico e seus Gram positi- 5,0 proteínas,
sais (benzoa- vas, bolores glicerina,
to de sódio) e leveduras tensoativos
não iònicos
(Tween 80),
compostos
quaterná-
rios e geta-
tina
Ácido sórbico 0,05 a0,2% Bolores e 2,5 a Agua, Tensoativos
leveduras 6,0 etanol, não iônicos
propileno- (Tween80)
glicol,
glicerina,
óleos
Sorbato de 0,1 a 0,2% Fungos e 2,5 a Agua, eta- Tensioati-
Potássio bactérias 6,0 nol, propile- vos não
noglicol iônicos
Metilparabe- 0,015 a 0,2% Bactérias 3,0 a Etanot, Tensioati-
no (Nipa- Gram positi- 9,5 propileno- vos não
gin®) vas, bolores glicol, gli- iônicos
e leveduras cerina, (tween 80),
água tépida metilcelu-
lose, geta-
tina e pro-
teínas, sais
de ferro e
álcatis.
Propilpara- 0,01 a0,2% Idem ao Idem Idem ao Idem ao
beno (Nipa- metil para- ao metilpara- metilpara-
zol®) beno metil beno beno
para-
bono
Fo/ite: Adaptado de Castro e Handbook of Pharmaceutical Excipients

255
Capitulo 5 - Manipulação

8 . 1 . Prinicipais Conservantes para Produtos de Uso Ex-


terno

Tabela 30: Conservantes para produtos de uso externo

Denominação Denomi- Espectro de pHde Incompati- Concen-


quimica nação ação estabili- bilidades tração
comercial dade Usual
Ácido sórbico Acido Fungos, leve- 2,5 a 6,0 Tween 80 0,05 a
sórbico duras, pouca 0,2%
atividade
microbiana
2-bromo-2- Bronopol Gram +, 5a7 Cisteina, 0,01 a
nitropropano- Gram - (mais tioglicola- 0,1%
1,3 diol ativo) to, tiosul-
Fungos fato e
(menos ativo) metabissul-
fito
Bisguanida Clorexidi- Gram+, 5 a8 Tensioati- 0,01%
catiônica na Gram- vos aniôni-
Pseudomonas cos, algina-
(menos ativo) tos de
Fungos (me- sódio, pode
nos ativo) ser parci-
almente
inativado
por lecitina
e tween 80
Imidazolidinil Germall Gram+ 3 a 9.0 Avobenzo- 0,03 a
uréia 115 Gram- na 0,5%
Metilparabeno Nipagin Fungos e 3 a 9,5 Gelatina, 0,02 a
Leveduras proteína, 0,3%
metilcelu-
lose,
Tween 80
Propilparabeno Nipazol Fungos e 3 a 9,5 Gelatina, 0,01 a
leveduras proteina, 0,6%
metilcelu-
lose,
Tween 80

256
Capitulo 5 - Manipulação

9. Corantes para Preparações de uso Interno


Os corantes a serem adicionados em produtos farmacêuticos
de uso sistêmico devem ser atóxicos e inativos farmacologicamente.
Eles não devem ser empregados para mascarar produtos de baixa
qualidade. Só deve ser utilizado corantes certificados para adminis-
tração em alimentos, drogas e cosméticos (FD&C - Food, Drug and
Cosmetics administration).

Tabela 31: Estabilidade de corantes certificados FD&C para vários


fatores os quais podem influenciar suas colorações em prepara-
ções farmacêuticas:

Corantes FD&C Acido Alcali Luz Agentes Agentes Valor


(hidrossolúveis) redutores oxidantes pH*
FDC azul #1 moderada Moderada Boa Boa Pobre 4.9 a
(azul brilhante) 5,6
FOC azul #3 Boa Moderada Pobre Moderada Pobre 8,5
(indigo carmim)
FDC verde #3 Boa Pobre Boa Boa Pobre 4,2a
5,8
FDC vermelho #3 Pobre Boa Razoável Moderada Razoável 7.7
(eritrosina)
FDC vermelho #4 Pobre Boa Razoável Moderada Razoável 6,4
(Ponceau SX)
FDC amarelo # 5 " Boa Boa Boa Pobre Razoável 6,8
(tartrazina)
FDC amarelo ;;6 Boa Boa Boa Pobre Razoável 6,6
FDC vermelho #40 Boa Boa Boa Pobre Moderada 7,3

'valor de pH de uma solução a 1% do corante.


" 0 amarelo de tartrazina está retacionado com manifestações do tipo alérgicas em pessoas
sensiveis (incluindo pacientes com bronquite asmática). Apresenta reacão cruzada em paci-
entes sensíveis ao ácido acetilsalicílico.
Fonte: KINC R. E.

9.1. Corantes naturais:


Amarelo: curcuma e vitamina B2.
Vermelho: carmim, colchonilha.
Verde: clorofila.
Alaranjado: betacaroteno.

257
Capítulo 5 - Manipulação

9 . 2 . Diluição de Corantes

9 . 2 . 1 . Solução Base para Diluição de Corantes


Corante 0,1 a 10% (concentração variável)
Propilenoglicol 3,0%
Metilparabeno 0,15%
Propilparabeno 0,05%
Álcool etílico 10,0%
Água desmineralizada qsp 100,0 ml
A quantidade de corante utilizada em uma formulação oral pode
variar de 0,0005 a 0,005% de corante.
Nota: Os corantes, se necessário, podem ser diiuídos exclusivamente em álcool.

9.3. Corantes e Pigmentos de uso externo

9.3.1. Conceito:
São substâncias que desenvolvem seu poder tintorial dissol-
vidas no meio em que são utilizadas.

9 . 3 . 2 . Alguns Corantes Permitidos para Uso Externo

Tabela 32: Corantes para uso Externo

Color Index Cor Campo de Aplicação*


10006 Verde 4
11920 Laranja 1
75470 Vermelho 1
13015 Amarelo 1
15510 Laranja 2
15800 Vermelho 3
42051 Azul 1
42080 Azul 4
42520 Violeta 4
61565 Verde 1
72260 Verde 3

* Campo de aplicacão
1 - corantes permitidos para todos os tipos de pele
2 - corantes permitidos para todos os tipos de produtos "exceto"
258
Capitulo 5 - Manipulação

àqueles que são aplicados na área dos olhos


3 - Corantes permitidos exclusivamente em produtos que não en-
tram em contato com mucosas.
4 - corantes permitidos em produtos que tenham breve tempo de
contato com a pele e o cabelo

9.3.3. Pigmentos:
São substâncias insolúveis que desenvolvem seu poder tinto-
rial quando dispersas no meio em que são utilizadas.

Nota: "Antes de utilizar um corante em uma formulaçõo, observar a lista permitida de co-
rontes e sua aplicação (para uso externo ou uso interno)."

10. Essências

10.1. Concentrações Tradicionais de Uso


Antiperspirante 0,5 a 1%
Sabonete comum 1,0 a 1,5%
Sabonete transparente 1,5 a 3,0%
Sabonete líquido 1,0 a 1,5%
Talco 0,5 a 1,0%
Espuma de banho 1,0 a 3,0%
Creme de barbear 1%
Baton 0,5a 1%
Shampoo 0,2 a 0,5%
Cremes 0,2 a 0,5%
Loções 0,2 a 0,5%
Condicionadores 0,2 a 0,5%
Bronzeadores 0,2 a 0,5%

259
Capítulo 5 - Manipulação

11. Solventes mais utilizados em Farmacotécnica


de Preparações Orais
0 conhecimento dos principais solventes utilizados na farma-
cotécnica é importante, pois sua utilização na pré-solubilização dos
princípios ativos é fundamental para garantir a homogeneização e a
aparência final da formulação.

1 1 . 1 . Água
A água é o solvente mais utilizado na farmacotécnica, fazen-
do parte da composição de várias preparações. A água deve satisfa-
zer as exigências legais em relação às suas caracteristicas físicas,
químicas e microbiológicas (Portaria 36 - Ministério da Saúde).
A água potável é utilizada como matéria-prima para obten-
ção de água purificada. A água potável deverá apresentar as seguin-
tes especificações conforme a Portaria 36 do Ministério da Saúde.

Tabela 33: Parâmetros para Água Potável


(conforme Portaria 36 do Ministério da Saúde)
Parâmetro Portaria 36 Ministério da Saúde
Sabor / odor Não objetável
Cor aparente (mg Pt/L e UH) 5
Turbidez (UT) 1
Cloretos (mg C17L) 250
Nitratos (mg N/L) 10
Ferro solúvel (mg Fe/L) 0,3
Manganês (mg Mn/L) 0,1
Sólidos dissoluídos (mg/L) 1000
Dureza (mg CaC03/L) 500
Sulfatos (mg S04 "7L) 400
Cloro residual (mg Cl2/L) >0,2
Coliformes Totais (UFC/100mL) Ausência
Coliformes Fecais (UFC/100mL) Ausência
Bactérias heterotróficas < a 100UFC/ml

A água purificada é obtida por diferentes processos, tais co-


mo, a destilação, a deionização (troca iônica) ou a osmose reversa.
Pode ser empregada na preparação de formas farmacêuticas não
estéreis, para preparações estéreis deve ser empregada a água puri-
ficada estéril.
260
Capítulo 5 - Manipulação

11.1.1. Processos de Purificação da Água Potável


(para emprego em Preparações Farmacêuticas)

A. Água Destüada: é a água que passou por um processo de destila-


ção, envolvendo mudanças do estado físico da água; do estado lí-
quido para vapor e após deste, a condensação para o estado líquido
novamente. 0 equipamento utilizado é o destilador. 0 método é
eficiente na remoção de contaminantes biológicos (microorganis-
mos), porém não há remoção de íons sólidos dissolvidos.

B. Água Deionizada: água obtida através de resinas iônicas, são reti-


rados os íons, mas não é eliminada a matéria orgânica. Quando
comparada à qualidade microbiológica entre a água deionizada e a
destilada, verifica-se que a água destilada possui uma qualidade
melhor. Sabe-se que a água deionizada se contamina facilmente
após o seu preparo, não devendo ser armazenada. 0 equipamento
utitizado para obtenção da água deionizada é o deionizador, com-
posto por resinas catiônicas e aniônicas. Os deionizadores que em-
pregam as resinas catiônicas e aniônicas em cartuchos separados
podem ser regenerados. Neste caso, as resinas catiônicas podem ser
regeneradas com ácido clorídrico ou sulfúrico (2 a 4%). As resinas
aniônicas são regeneradas com a solucão de hidróxido de sódio de 2
a 10%.
A eficiência do processo é avaliada pela capacidade de reti-
rar ions da água, envidenciada através da medida da condutividade.
Nota: A ásua purificada (destilada, deionizada ou purificada por osmose-reversa) para fins
farmacêuticos, deve apresentar contasem de microorsanismos aeróbicos totais < 100
UFC/mL A condutividade recomendada para uma cjgua purificada è que seja < 1,3 nS/cm a
25°C.

C. Água purificada por osmose reversa: água de alta pureza química


e microbiológica. A água é pressionada para passar por uma mem-
brana semi-permeável 0 processo remove com eficiência, material
particulado, microorganismos, materiais orgânicos, material inorgâ-
nico dissolvido e material insolúvel.

D. Água purificada estéril: é a água purificada esterilizada, confor-


me sua aplicação deve atender a determinadas especificações far-
macopeicas: água purificada estéril, água estéril para injeção, água
estéril para inalação e água estéril para irrigação.

261
Capítulo 5 - Manipulação

11.2. Álcool Etílico (etanol)

Segundo solvente mais utilizado, diminui a possibilidade de


hidrólise, tem conservação indefinida e pode ser misturado com
água. É usado em soluções hidroalcoólicas extrativas de princípios
ativos (de 45 a 90%), em soluções anti-sépticas (ex.: álcool iodado)
e em soluções desinfetantes (70%). Constitui um bom solvente para
essências, alcalóides e glicosídeos, sendo porém, fraco para gomas
e proteínas. Soluções tópicas de etanol são usadas como facilitado-
ras da penetração cutânea.

uso CONCENTRAÇAO USUAL %


Preservativo antimicrobiano > 10
Desinfetante 60 a 90
Solvente extrativo em produtos galê- Até 85
nicos
Solvente em preparações líquidas de variável
uso oral
Solvente em soluções injetáveis variável
Solvente em produtos tópicos 60 a 90
Sotvente em film coating variável

Incompatibilidades:
Em condições ácidas, soluções etanólicas podem reagir vio-
lentamente com substâncias oxidantes.
Misturas com álcalis (bases) podem escurecer, devido a rea-
ções com quantidades residuais de aldeidos.
Substâncias orgânicas e gomas podem precípitar.

1 1 . 3 . Glicerina

A glicerina é utilizada em uma grande variedade de formula-


ções farmacêuticas, incluindo as preparações de uso oral, ótico (au-
ricular), oftálmico, tópico e parenteral. É também utilizada em
cosméticos.
Em formulações tópicas e cosméticas, a glicerina é utilizada
por suas propriedades umectantes e emolientes. Em formulações
parenterais (injetáveis) é principalmente utilizada como solvente.
Em formulações de uso oral a glicerina é utilizada como agente e-
262
Capítulo 5 - Manipulação

dulcorante, antimicrobiano e doador de viscosidade.

uso CONCENTRAÇAO USUAL %


Conservante (antimicrobiano) >20
Emoliente Até máx. 30
Umectante Até máx. 30
Formulações oftálmicas 0,5 a 3,0
Solvente para preparações Até máx. 50
parenterais
Agente edulcorante em preparações Até max. 20
orais

Incompatibilidades:
A glicerina pode explodir se misturada com agentes oxidan-
tes fortes, tais como, o trióxido de cromo, clorato de potássio ou
permanganato de potássio.
Pode ocorrer escurecimento na presença de luz, contato com
óxido de zinco ou nitrato básico de bismuto.
Contaminantes de ferro na glicerina são responsáveis pelo
escurecimento de misturas contendo fenóis, salicilatos e taninos.

11.4. Propilenoglicol

0 propilenoglicol tem sido amplamente utilizado como sol-


vente, extrator e conservante em uma grande variedade de formu-
lações farmacêuticas de uso parenteral ou não-parenteral. Ele é
melhor solvente que a glicerina e dissolvem uma variedade de subs-
tâncias, tais como, corticóides, fenóis, derivados de sulfa, barbitu-
ratos, vitamina A e D, a maioria dos alcalóides e vários anestésicos
locais. É utilizado como doador de viscosidade e para aumentar o
tempo de permanência da droga na superfície cutânea.
Apresenta ação antisséptica similar ao etanol, porém um
pouco menos efetiva. O propilenoglicol é também utilizado em cos-
méticos como umectante, como veiculo de emulsificantes e flavori-
zantes.

263
Capitulo 5 - Manipulação

uso FORMA CONCENTRAÇAO


FARMACEUTICA USUAL %
Umectante tópica = 15
Conservante soluções, semi-sólidos 15 a 30
Solvente ou co- aerosol 10 a 30
solvente soluções orais 10 a 25
parenterais 10 a 60
tópicos 5 a 80

Incompatibilidades:
O propilenoglicol é incompatível com reagentes oxidantes,
tais como o permanganato de potássio.

11.5. Polietilenoglicol 400 (CARBOWAX 400)®:


Os polietilenoglicóis são amplamente utilizados em uma vari-
edade de formulações farmacêuticas, incluindo: parenterais, tópi-
cas, oftálmicas, orais e retais. Os polietilenoglicóis são estáveis, de
característica hidrofílica e essencialmente náo irritantes à pele.
Embora eles não penetrem rapidamente na pele, os polietilenogli-
cóis são solúveis em água e, como tais, são removidos facilmente da
pele com lavagem.
Em soluções aquosas pode ser usado como agente suspensor
ou para ajustar a viscosidade e a consistência de suspensões. Quan-
do utilizado em conjunto com outros emulsificantes, pode atuar
como estabilizantes de emulsões.
Os polietilenoglicóis podem ser usados para aumentar a solu-
bilidade ou a dissolução em água de substâncias pouco solúveis.
Incompatibilidades:
Pode ser incompatível com alguns corantes.
A atividade antibacteriana de certos antibióticos, particu-
larmente a penicilina e a bacitracina é reduzida em bases com poli-
etilenoglicóis.
A eficácia conservante dos parabenos pode ser reduzida a-
través de ligações com polietilenoglicóis.
Descolorações de ditranol (antralina) e sulfonamidas podem
ocorrer e o sorbitol pode precipitar de misturas.

264
Capitulo 5 - Manipulação

11.6. Éter Sulfúrico

0 éter sulfúrico é um líquido limpido, incolor, de cheiro ca-


racterístico, inflamável, muito volátil, produzindo na pele conside-
rável resfriamento. É solúvel com o álcool, óleos e essências; dissol-
vegorduras, resinas, enxofre, etc.
É utilizado em soluções extrativas de drogas vegetais e ani-
mais.
[ncompatibilidades:
Ácido sulfúrico: formação lenta de ácido sulfovínico ou sulfa-
tode óxido de etila, com novas propriedades.
Ácido crômico, permanganatos solúveis: forte oxidação po-
dendo resultar em mistura explosiva.
Sais em geral: os sais em geral são insolúveis no éter.
Água e líquidos aquosos: não se misturam com o éter senão
em minima proporção.
Oxidantes em geral: as substâncias oxidantes em geral rea-
gem com o éter sulfúrico, transformando-o em peróxidos de etila e
de hidrogênio, embora o façam lentamente.
Giicerina: não miscível (incompatibilidade física).
Albumina e gelatina: são insolúveis no éter (incompatibilida-
defísica).
Álcalis e carbonatos alcalinos: insolúveis neste veículo.

11.7. Óleo Mineral (Vaselina Liquida):

0 óleo mineral é utilizado principalmente como excipiente


em formulações tópicas, onde exerce ação emoliente. É utilizado
também como solvente.

uso CONCENTRAÇÃO USUAL %


Pomadas oftálmicas 3,0 a 60,0
Preparações óticas 0,5 a 3,0
Emulsões tópicas 1,0 a 32,0
Loções tópicas 1,0 a 20,0
Pomadas tópicas 0,1 a95,0

265
Capitulo 5 - Manipulação

Incompatibilidades:
Incompatível com agentes oxidantes fortes.

11.8. Óleos Vegetais:

Têm grande aplicação em preparações injetáveis oleosas, co-


lírios oleosos (ex.: colírio com miconazol, progesterona em óleo de
amendoim) e como solventes.

11.9. Dimetilsulfóxido (DMSO):


0 DMSO passa rapidamente pelo estrato córneo da pele, de-
vido a esta propriedade, tem sido utilizado em preparações comer-
ciais como otimizador de penetração cutânea. É empregado com
esta finalidade em uma variedade de produtos contendo água, co-
rantes, barbituratos, antifúngicos (griseofulvina, ftuconazol, etc),
fenilbutazona, minoxidil, ácido salicílico, anestésicos locais, antibi-
óticos, quaternários de amônio, etc.

11.10. Acetona (2-propanona):

É utilizado com solvente e adjuvante farmacêutico. A aceto-


na é miscível com água, álcool, clorofórmio, éter, a maioria das
substàncias voláteis e óleos fixos. A acetona é utilizada como sol-
vente na farmacotécnica (exemplo: micronização do peróxido de
benzoíla) e desengordurante em soluções nas concentrações de 2 a
50%. A Acetona é inflamável. A inalação excessiva pode causar cefa-
léia, irritação brônquica e outros sintomas, tais como, a narcose. 0
uso tópico pode produzir ressecamento da pele.

266
Capítulo 5 - Manipulação

Manipulação de Formas Farmacêuticas Üquidas e


Semi-sólidas

12. Soluções (definição):

Soluções são preparações líquidas que contêm uma ou mais


"substâncias quimicas dissolvidas", ou seja, molecularmente disper-
sada em um solvente adequado ou em uma mistura miscível de sol-
ventes. USP 23

12.1. Soluções Orais


São soluções para a administração oral.

12.1.1. Características:
Podem conter um ou mais ingredientes ativos dissolvidos em
água ou em um sistema água-cosolvente.
Podem conter adjuvantes farmacotécnicos, para prover mai-
or estabilidade (ex.: antioxidante, tampões, agentes sequestrantes
e conservantes), palatabilidade (ex.: edulcorante e aromatizantes)
e viscosidade.

12.1.2. Tipos de soluções orais:


• Xaropes
• Elixires
• Linctus
• Misturas (soluções orais + suspensões)
• Gotas orais

12.1.3. Vantagens das soluções orais:


Os princípios ativos veiculados nesta forma são mais rapida-
mente absorvidos pelo trato gastrointestinal do que os mesmos
quando veiculados em cápsulas ou comprimidos.
São de mais fácil deglutição que é uma condição importante
para pacientes pediátricos ou geriátricos ou ainda, para aqueles
com condições crônicas, tais como, a doença de Parkinson, que difi-
culta a deglutição de formas farmacêuticas sólidas.
Homogeneidade na dosificação, independente da agitação
267
Capitulo 5 - Manipulação

quando comparada à forma de suspensão.


Possibilidade de adição de co-solventes para princípios ativos
pouco solúveis no veículo principal.

12.1.4. Desvantagens das soluções orais:


Para o paciente, as formas farmacêuticas líquidas são mais
difíceis de transportar do que as formas sólidas.
Apresentam menor estabilidade físico-química e microbioló-
gica, do que as formas sólidas (ex.: são mais vulneráveis a reações
de hidrólise).
A solubilização realça o sabor dos fármacos, portanto, para
princípios ativos com sabor desagradável, esta forma farmacêutica
pode ser inadequada.
0 paciente, muitas vezes, não tem acesso a acurados siste-
mas de medida de volume uniforme, ou seja, o volume administrado
de uma dose pode variar em relação à outra e em relação ao reco-
mendado. 0 sistema de medida caseira não é preciso, as colheres
de um mesmo tipo podem possuir diferentes tamanhos.

12.1.5. Considerações físico-químicas sobre solubilidade


Para se obter uma solução farmacêutica, o fármaco deve so-
lubilizar-se completamente no veículo escolhido; para que isto ocor-
ra o fármaco deve ter comportamento semelhante ao do solvente.
Deve-se pesquisar antes do preparo de uma solução, as característi-
cas físico-químicas dos fármacos e veículos a serem utilizados, veri-
ficando a solubilidade, a possibilidade de alterações com o decorrer
do tempo, a necessidade de adjuvante, a necessidade de aqueci-
mento (muitas vezes temos que aquecer o solvente para acelerar ou
possibilitar a solubilização do soluto), a faixa de pH de maior solubi-
lidade, o conhecimento do pKa* da droga e das suas características
ácido-base (ex.: se é um ácido fraco ou base fraca).
pka: é o pH no qual as formas ionizadas e não ionizadas de
uma substância estão em proporção igual.
0 estado de ionização da molécula é um fator determinante
para a solubilização da mesma, uma vez que quanto maior for a
fração molar da droga ionizada, maior será sua solubilidade em á-
gua.
A relação das formas ionizadas e não ionizadas dependem do
pH do meio e do pka do composto.
0 grau de ionização de uma droga em uma solução pode ser
268
Capitulo 5 - Manipulação

alculado à partir da Equação de Henderson-Hasselbach, caso o va-


or do pKa da droga e o pH do meio forem conhecidos.

Equação de Henderson-Hasselbach

pka = pH + log Çj
Cu

Onde:
Cj = concentração de espécies ionizadas
Cu= concentração de espécies não ionizadas

As tabelas a seguir relacionam o efeito do pH e do pka na so-


lubilidade de drogas de caráter ácido fraco e drogas de caráter
básico fraco:

Tabela 33: Efeito do pH e pKa na solubilidade em água de drogas


de caráter ácido fraco

pH -pKa Fração molar de droga Solubilidade em água


ionizada
<-2.0 <0.01 Insolúvel
-1 0.09 Insolúvel
0 0.5 Solúvel, em baixas
concentrações
1 0.91 Solúvel, exceto em altas
concentracões
>2.0 >0.99 Solúvel

Tabela 34: Efeito do pH e pKa na solubilidade em água de drogas


de caráter base fraca

pH -pKa Fração molar de droga Solubilidade em água


ionizada
< -2.0 > 0.99 Solúvel
-1 0.91 Solúvel
0 0.5 Solúvel, exceto em altas
concentracões
1 0.09 Soluvel, em baixas
concentrações
>2 <0.01 Insolúvel
269
Capitulo 5 - Manipulação

Tabela 35: Tabela de pka's de algumas drogas

Droga pKa
Ácido Ascórbico (vitamina C) 4,2 / 11,6
Ácido Fumárico 3,0 ( 1 o ) / 4 , 4 (2o)
Ácido Gticólico 3,8
Ácido Glutâmico 4,3
Acido Láctico 3,9
Acido Mandélico 3,8 / 3,4
Ácido Nicotinico 4,8
Ácido Salicílico 3,0 / 13,4 (fenol)
Acetanilida 0,5
Acetazolamida 8,8 / 7,2
Acido acético 4,8
Ácido acetilsalicílico 3,5
Acido benzóico 4,2
Acido cítrico 3,1(1°) / 4 , 8 (2o) / 6,4(3°)
Ácido dehidrocólico 5,0
Ácido Nalidíxico 6,0 (amina) / 1,0
Ácido Paraminobenzóico (PABA) 2,4 (amina) / 4,9
Ácido Pirúvico 2,5
Ácido tartárico 3,0(1°), 4,3 (2°)
Ácido tioglicólico 3,6
Alopurinol 9,4
Amantadina 10,8
Amfotericina-B 5,7 (carboxüa) / 10,0 (amina)
Amilorida 8,7
Aminofilina 5,0
Amitriptilina 9,4
Amônia 9,3
Amoxacilina 2,4 (carboxila) / 7,4 (amina)
/ 9,6 (fenol)
Ampicilina 2,7 / 7,3 (amina)
Antipirina 2,2/1,4
Atropina 9,7
Bendroflumetiazida 8,5
Benzocaína 2,8
Bromazepam 11,0/ 2,9
Cafeína 14,0 / 0,6 (amina)
270
Capitulo 5 - Manipulação

Continuoção Tabela 35
I Droga pKa
Carbachol 4,8
Cefalexina 3,6 / 5,25
Clindamicina A5
Clofibrato 3,0 (ácido)
Clonazepam 10,5 / 1,5
Clonidina 8^
Cloral Hidratado 1^0
Clordiazepóxido 4J
Clorfeniramina %2
Cloroquina 8,1 / 9,9
Clorpromamida 5^0
Clorpromazina ?^2
Clortaiidona 9A
Codeína TA
Colchicina
Cromoglicato sódico
LZ
2^0
Dapsona
1,3/2,5
Desipramina 10^
Dextrometorfano 8^3
Dextrose 12J
Diazepam 3^
Diazóxido 8^5
Difenidramina 9^0
Dihidroergocristina 6^9
Dipiridamol M
Doxepina 8.0
Doxiciclina 3 , 4 / 7 , 7 / 9,3
Efedrina M
Epinefrina 8,7 (fenol) / 9,9 (amina)
Ergometrina 7^3
Ergotamina
6,3/7,3
Eritromicina
M
Escopolamina
A6
Estolato de Eritromicina 6^9
Estriol 10^4
Fenacetina 2^2
Fenformina 11,8 / 3,1
271
Capítulo 5 - Manipulação

Continuaçào Tabela 35
Droga pKa
Fenilbutazona 4,4
Fenilefrina 9,8 (amina) / 8,8 (fenol)
Fenilpropanolamina 9,4
Fenitoína 8,3
Fenobarbital 7,5
Fenol 9,9
Fenolftaleína 9,7
Fentermina 10,1
Fentolamina 7,7
o
Flufenazina 8,1 ( 1 ) / 9 , 9 (2°)
Flunitrazepam 1,8
Fluorouracil 8,0
Furosemida 4,7/3,9
Gentamicina 8,2
Glibenclamida 6,5
Glicina 2,4 / 9,8(amina)
Guanetidina 11,9
Haloperidol 8,3
Hexaclorofeno 5,7
Hidantoina 9,1
Hidralazina 0,5 (anel N) / 6,9 (hidrazina)
Hidroclorotiazida 7 , 0 / 9,2
Hidrocortisona 5,1
Hidroxizine 1,8 / 2,1 / 7,1
Hioscinamina 9,3
Homatropina 9,7
Ibuprofeno 5,2
Idoxuridina 8,3
Imipramina 9,5
Indometacina 4,5
Isoniazida 10,8 (piridina)/ 11,2 (hidrazi-
da)
Isoxsuprina 9,8 / 8,0
Leucovorin (ácido Folínico) 3,1 / 4,8 / 10,4 (fenol)
Levodopa 2,3 (carboxila) / 8,7 (amina)
/ 9,7 (1°fenol) / 13,4
(2°fenol)

272
Capítulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 35
Droga pKa
Levomepromazina 9,2
Levotiroxina (T4) 2,2 (COOH) / 6,7 (OH) / 10,1
Lidocaína 7,9
Liotironina (T3) 8,4 (fenot)
L-metionina 2,3/9,2
Lorazepam 11,5 / 1,3
Medazepam 6,2 / 4,4
Meperidina 8,7
Mercaptopurina 7,8
Metildopa 2,2 / 10,6 (amina) / 9,2
(Tfenol) / 12,0 (2°fenol)
Metilparabeno 8,4
Metilprednisolona 21- fosfato 2,6 / 6,0
Metoprolol 9,7
Metotrexato 4,8/5,5
Metronidazol 2,6
Miconazol 6,9
Minociclina 2,8 / 5 , 0 / 7 , 8 / 9,5
Morfina 8,0 / 9,6 (fenol)
Nafazolina 3,9 / 10,1
Naproxeno 4,2
Nicotinamida 0,5 / 3,4
Nitrazepam 1 0 , 8 / 3,2
Nitrofurantoína 7,2
Nitrofurazona 10,0
Nortriptilina 9,7
Orfenadrina 8,4
Oxazepam 1,8/ 11,1
Oxifenilbutazona 4,5 / 10,0(fenol)
Oxitetraciclina 3,3 / 7,3 / 9 , 1
Papaverina 5,9
Penicilamina 1,8 (carboxil) / 7,9 (amino) /
10,5 (tiol)
Penicilina G 2,8
Penicilina V 2,7
Pindolol 8,8
Piperazina 5,7

273
Capítulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 35
Droga pKa
Piridoxina 2,7 / 5,0 (amina) / 9,0 (fe-
nol)
Pirimetamina 7,2
Polimixina B 8,9
Prazosina 6,5
Prilocaína 7,9
Procaína 9,0
Procainamida 9,2
Propilparabeno 8,4
Propiltiouracil 7,8
Propranolol 9,5
Quinacrina 8 , 0 / 10,2
Quinidina 4,2/8,3
Quinino 4,2 / 8,8
Reserpina 6,6
Resorcinol 6,2
Riboflavina 1,7/ 10,2
Sacarina 1,6
Salicilamida 8,1
Sotalol 9,8 (amina), 8,3 (sulfonami-
da)
Sulfacetamida 5 , 4 / 1,8
Sulfadiazina 6,5 / 2,0
Sulfaguanidina 2,8 / 12,1
Sulfametoxazol 5,6
Sulfassalazina 0,6 (amina) / 2,4 (carboxil) /
9,7(sulfonamida) /
11,8(fenol)
Teofilina 8,8 / 0,7(amina) / 3,5
Tetracaína 8,5
Tetraciclina 3,3 / 7 , 7 / 9,5
Tiamina 4,8 / 9,0
Tioridazina 9,5
Tolbutamida 5,3
Tranilcipromina 8,2
Triamtereno 6,2
Trifluoperazina 4,1 / 8,4

274
Capítulo 5 - Manipulação

íonünuaqâo Tabela 35
Droga pKa
Trimetoprim 7,2
Trometamina 8,1
Uréia 0,2
Warfarina 5,1
Xipamida 4,8 (fenol) / 10,0 (sulfonami-
da)

12.1.6. pH ótimo para solubilidade de fármacos


Seja os seguintes exemplos:

A. Ácido Fólico: caráter ácido, pKa = 6,8


Em meio ácido, por exemplo pH 4,0: pH pKa = 420 - 6,8 = -2,8
(insolúvel)
Em meio básico, por exemplo pH 8,5: pH - pKa = 8,5 - 6,8 = + 1,7
(solúvel)

1.1. Xarope com Ácido Fólico (mg/ml)


Ácido fólico 10Omg
NaOH0,1NqspH8a9
ou
Bicarbonato de sódio 1g
Água destilada 65ml
Sorbitol 70% 35ml
Estabilidade: 30 dias (temperatura ambiente)

B. Furosemida: caráter ácido, pKa = 3,9


Em meio ácido, por exemplo pH 4,0: pH ■ pKa = 4,0 - 3,9 ■■
0,1(pouco solúvel)
Em meio básico, por exemplo pH 8,5: pH - pKa = 8,5 - 3,9 = + 4,6
(solúvel)

275
Capítulo 5 - Manipulação

B.1. Solução de Furosemida 10mg/ml


Furosemida 1,0g
Etanol 10%v/v
Glicerina 10% v/v
NaOH 20% pH 8 a 9 , 5
EDTA-Na2 0,1% p/v
Sulfito de sódio 0,1% p/v
Metilparabeno 0,005% p/v
Propilparabeno 0,002% p/v
Sorbitol70% qsp 100mL
Estabilidade: 6 meses (temperatura ambiente)

12.1.7. Dicas e Técnicas para Solubilização de Fármacos


O uso do agitador magnético, do agitador de hélice e do ba-
nho de ultra-som pode economizar tempo na solubilização. A agita-
ção aumenta a velocidade de dissolução.
Partículas pequenas de uma mesma substância dissolvem
mais rapidamente do que as partículas maiores, portanto, triture e
micronize a substância com líquido viscoso (ex.: propilenoglicol,
glicerina, PEG 400) miscível com o veículo final, esse processo é
denominado levigação.
Quanto mais solúvel for a substância, mais rápida será a sua
dissolução.
Os sais (princípios ativos) devem ser dissolvidos em uma pe-
quena quantidade de um solvente (ex.: água) antes de serem adi-
cionados a um veículo viscoso (ex.: xarope).
Quando trabalha-se com um líquido viscoso, a velocidade de
dissolução é diminuída. Um aumento da temperatura geralmente
induz a um aumento na solubilidade e na velocidade de dissolução
de uma substância. A solubilidade de uma substância não-
eletrolítica pode ser aumentada ou diminuída pela adição de um
eletrólito.
Bases alcaloídicas (alcalóide) ou bases nitrogenadas de alto
peso molecular são geralmente pouco solúveis, exceto se o pH do
meio é diminuído, aumentando sua solubilidade (conversão para
sal).
A solubilidade de substâncias ácidas pouco solúveiVé aumen-
tada se o pH do meio é aumentado (conversão para um sal). Hidro-
colóides devem ser hidratados lentamente, antes da dissolução.

276
Capítulo 5 - Manipulação

Quando se prepara um elixir ou uma solução hidroalcoólica é


aconselhável dissolver os constituintes solúveis no álcool, antes de
misturá-lo ao restante do veículo e os constituintes hidrossolúveis
devem ser previamente solubilizados na água.
A adição de PEG 400 a uma substância pouco solúvel, pode
aumentar sua solubilidade em água. 0 PEG 400 apresenta caráter
anfifílico, favorecendo a solubilização, em meio aquoso, de subs-
tâncias lipossolúveis.
0 talco farmacêutico pode ser usado para remover o excesso
ou gotículas de óleos flavorizantes de soluções. Deve-se adicionar
de 1 a 2 g de talco para cada 100 ml de solução e em seguida filtrar.

12.1.8. Procedimento Geral para o Preparo de uma Solução

Material utilizado:
• Cálice
• Bastão
• Papel manteiga
• Balança de precisão

Procedimento:
Passo 1: Calcular a quantidade de princípio(s) ativo(s) (soluto).
Passo 2: Pesar ou medir o(s) princípio(s) ativo(s).
Passo 3: Escolher o solvente ou o sistema de solventes para solubili-
zar o(s) princípio(s) ativo(s). Para conhecer a solubilidade do fár-
maco, deve-se consultar literaturas especializadas tais como, far-
macopéias e certificados de análise enviados pelo fornecedor.
Passo 4: Identificar a possibilidade de interação fármaco-fármaco e
fármaco-solvente.
Passo 5: Verificar a necessidade de adjuvantes, tais como, antioxi-
dantes, tampão, corretivos de sabor, co-solventes (ex. glicerina,
PEG 400, álcool), etc.
Passo 6: Verificar a ordem de adição de cada ativo da fórmula.
Passo 7: Determinar uma técnica para a manipulação: necessidade
de aquecimento e qual temperatura; qual e em que proporção cons-
tará cada componente do veículo, bem como a ordem de adição de
cada componente.
Passo 8: Se possível filtrar, observando se não houve retenção no
filtro, do princípio ativo ou dos componentes do veículo. Embalar e
rotular.
277
Capítulo 5 - Manipulação

12.1.9. Sugestões de Soluções Orais

A. Solucão Oral de Captopril (mg/ml)


Captopril 100mg
Ascobato de sódio 0,5g
EDTA-Na2 0,1g
Tampão citrato qs pH 4,0
Xarope simples qsp 100ml
Estabilidade aproximada: 56 dias.

B. Solução de Ranitidina (75mg/5ml)


Ranitidina HCl 1,68g
Fosfato sódico dibásico anidro 0,14g
Sacarina sódica 0,25g
Benzoato de sódio 0,2g
Flavorizante de cereja concentrado .. 2ml
Flavorizante creme demethe 0,5ml
Água destilada 25ml
Sorbitol 70% qsp 100ml
Estabilidade: 6 meses ( 2 a 25°C)

278
Capítulo 5 - Manipulação

12.2. Xaropes
São formas farmacêuticas preparadas à base de açúcar e á-
gua, onde o açúcar está próximo à saturação, formando uma solu-
ção hipertônica. A proximidade da saturação, evita a precipitação
do açúcar utilizado.

12.2.1.Vantagens dos Xaropes:


Boa conservação: por serem hipertônicos, desidratam os mi-
croorganismos que sofrem plasmólise.
São apropriados para fármacos hidrossolúveis.
Possibilitam a correção de sabor da formulação (efeito edul-
corante).

12.2.2. Desvantagem:
0 xarope oficinal (à base de sacarose) e as formulações ma-
gistrais preparadas com o mèsmo, são contra-indicadas para pacien-
tes diabéticos (para estes pacientes deve ser utilizado o xarope die-
tético).

12.2.3. Preparação:

A. Xarope Simples (1 litro)


Sacarose (açúcar refinado) 850g
Meti Iparabeno 1, 5g
Propilparabeno 0,5g
Água destilada qsp 1000 ml

Procedimento:
Passo 1: Pesar precisamente os ingredientes sólidos, sem no entanto
misturá-los.
Passo 2: Dissolver os parabenos em qs de álcool.
Passo 3: Adicionar água destilada ao açúcar, adicionar e os conser-
vantes pré-solubilizados e completar o volume com água destilada.
Passo 4: Misturar todos componentes e aquecer até a dissolução,
completando ao volume final.
Nota: Não levantar fervura, pois, poderá haver formação de açúcar invertido.
Embalagem: frasco de vidro âmbar, bem fechado.
Armazenamento: temperatura ambiente (15 a 30°C).
Estabilidade: 1 ano.

279
Capitulo 5 - Manipulação

B. Sugestão de Xarope Dietético (Sugar Free)


CMC-Na 2,0%
Metilparabeno 0,15%
Sacarina 0,1%
Ciclamato sódico 0,05%
Água destilada qsp 100ml

Procedimento:
Passo 1: Dissolver o metilparabeno em um pouco da água quente.
Passo 2: Adicionar, aos poucos, o CMC na água dissolvendo-o .
Passo 3: Adicionar o restante e agitar até a dissolução.
Embatagem: frasco de vidro âmbar, bem fechado.
Armazenamento: temperatura ambiente.
Estabilidade: 3 meses.

12.2.4. Aditivação de Princípios Ativos em Xaropes


Nas farmácias magistrais é rotina um xarope simples estoca-
do, aditivando-o de acordo com a prescrição médica.

A. Material utilizado:
• Cálice
• Papel manteiga
• Espátula
• Bastão
• Balança de precisão

B. Procedimento:
Passo 1: Pesar ou medir o(s) ativo(s), diluindo-o(s) em solvente ade-
quado compatível ou, se possível no próprio xarope simples. Se o
ativo não for facilmente solúvel é necessário micronizá-lo antes com
propilenoglicol ou outro solvente (ex.: PEG 400), em um gral com
auxílio de um pistilo, facilitando assim sua dissolução ou otimizando
sua suspensão.
Passo 2: Adicionar o ativo em pequena quantidade do xarope sim-
ples, homogeneizar com o auxílio do bastão de vidro.
Passo 3: Completar aos poucos, sob agitação constante. Antes do
volume final da formulação, adeque o pH compatível com a maior
estabilidade do princípio ativo e adicione aroma.
Passo 4: Completar o volume final.
Passo 5: Embalar e rotular.
280
Capítulo 5 - Manipulação

C. Considerações técnicas sobre aditivação de xaropes

C.1. Aditivação de Tinturas e Extratos Fluidos: Acrescentar a quan-


tidade de tintura ou extrato fluido prescrito e em seguida a quanti-
dade suficiente de xarope. Os xaropes contendo fitoterápicos for-
mam precipitados, porque os extratos fluidos e tinturas contêm ál-
cool com substâncias resinosas e oleosas dissolvidas, causando pre-
cipitação dos mesmos quando misturados ao xarope (veículo aquo-
so). 0 precipitado pode ser retirado por filtração quando não tiver
interesse medicinal.
C.2. Aditivacão de ativos sólidos (pós) hidrossolúveis: para os ativos
solúveis em água, basta dissolvê-los em qs de água e acrescentar
qsp de xarope ou então, dissolvê-lo no próprio xarope. Ex.: xarope
com Hidroxizine, Salbutamol, Piridoxina, Sulfato de Zinco.
C.3. Associação de ativos: nestes casos, após verificar a compatibi-
lidade dos ativos a serem acrescentados, deve-se também verificar
as propriedades físico-químicas de cada fármaco individualmente, a
melhor faixa de pH de estabilidade para cada fármaco (onde se ob-
tém a faixa de pH que atenderá a todos os componentes da fórmu-
la). Verificar também, a necessidade de adicionar adjuvantes far-
macotécnicos para aumento da estabilidade e a melhor forma de
solubilizar cada ativo adicionando, se necessário, co-solventes.

281
Capitulo 5 - Manipulação

12.3. Elixires
São formas farmacêuticas de uso oral que contêm álcool e
açúcar. Os elixires são claros, adocicados e aromatizados.
Veículo adequado para fármacos insolúveis em água, mas so-
lúveis em misturas hidroalcoólicas. 0 elixir é menos doce e viscoso
do que os xaropes e menos efetivo no mascaramento do sabor do
fármaco. Podem conter diferentes sistemas solventes e co-
solventes, como por exemplo, a glicerina, o propilenoglicol e o poli-
etilenoglicol 400. A graduação alcoólica varia entre 15 a 50°GL.

1 2 . 3 . 1 . Vantagem dos Elixires:


Permite a dissolução tanto de princípios ativos hidrossolúveis
como também, daqueles solúveis em álcool.

12.3.2. Desvantagem:
Devido ao seu teor alcólico, não são indicados para crianças
e adultos que devem evitar o uso de álcool.

12.3.3. Preparação de e l i x i r e s :

Material utilizado:
• Cálice
• Espátula
• Bastão
• Papel manteiga
• Balança de precisão.

Procedimento:
Passo 1: Pesar, separadamente, os princípios ativos hidrossolúveis e
álcool solúveis. Dissolver, separadamente, os componentes hidrosso-
lúveis na água ou no xarope simples e os componentes álcool solú-
veis no álcool, já na quantidade que será empregada na formulação
(geralmente substâncias na forma de sal são mais solúveis em água
e substâncias ácido ou base livres são mais solúveis em álcool).
Passo 2: Adicione a fase aquosa sobre a alcoólica e misture.
Passo 3: Se a formulação ficar turva, adicionar talco farmacêutico
(1g/100ml) e filtrar.
Passo 4: Embalar em frasco de vidro âmbar e rotular.

282
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 5: Armazenar em temperatura ambiente ou no refrigerador,


deacordo com as caracteristicas das drogas ativas.

Hota: Sistemas co-solventes podem ser utilizados nõo só para solubilizar a droga ativa, mas
tombém, os adjuvantes farmacotêcnicos. Adoçantes artificiais podem ser necessários para
edulcoror a formulação (ex:. sacarina, ciclamato de sódio e aspartame).

12.3.4. Exemplo de Formulação de Elixir:

Fenobarbital 0,4g
Óleo de laranja 0,025 ml
Propilenoglicol 10,0 ml
Álcool 20,0 ml
Sorbitol 70% 60,0 ml
Corante qs
Água destilada qsp 100,0 ml

12.5. Linctus

São líquidos viscosos para administração oral no tratamento


de tosses. Eles devem ser bebidos e deglutidos lentamente, com
adição ou não de água e geralmente, contêm uma alta concentração
de sacarose, outros açúcares ou um adequado álcool polihidrico ou
álcoois.

283
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 5: Armazenar em temperatura ambiente ou no refrigerador,


deacordo com as características das drogas ativas.

HoU: Sistemas co-sotventes podem ser utitizados nõo só para solubilizar a drosa ativa, mas
tombém, os adjuvantes farmacotécnicos. Adoçantes artificiais podem ser necessários para
edukorar a formulação (ex:. sacarina, cictamato de sódio e aspartame).

12.3.4. Exemplo de Formulação de Elixir:

Fenobarbital 0,4g
Óleo de laranja 0,025 ml
Propilenoglicol 10,0 ml
Álcool 20,0 ml
Sorbitot 70% 60,0 ml
Corante qs
Água destilada qsp 100,0 ml

12.5. Linctus
São líquidos viscosos para administração oral no tratamento
de tosses. Eles devem ser bebidos e deglutidos lentamente, com
adição ou não de água e geralmente, contêm uma alta concentração
de sacarose, outros açúcares ou um adequado álcool polihidrico ou
álcoois.

283
Capitulo 5 - Manipulação

13. Misturas
Termo freqüentemente aplicado para soluções e suspensões
farmacêuticas orais.

14. Gotas Orais


São soluções ou suspensões orais, destinadas a administração
em pequenos volumes, utilizando um adequado utensílio de medida
(ex.: conta-gotas e frasco gotejador).

15. Suspensões Orais


São formas farmacêuticas compostas por duas fases: líquida
(contínua) e sólida (interna, descontínua e dispersa). As partículas
sólidas são insolúveis na fase líquida, mas, através de agitação po-
dem ser facilmente suspensas. A fase interna (sólida) não atravessa
o papel de filtro, por este motivo, as suspensões não devem ser fil-
tradas. As suspensões são utilizadas para formulações de uso oral
(suspensão oral), uso tópico na pele e em mucosas e uso parenteral.
Algumas suspensões orais já vêm prontas para o uso, ou seja,
já estão devidamente dispersas num veiculo líquido com ou sem
estabilizantes e outros aditivos farmacêuticos. Outras preparações
estão disponíveis para uso na forma de pó seco, destinado a ser mis-
turado com veículos líquidos. Este tipo de produto geralmente é
uma mistura de pós que contém fármacos, agentes suspensores e de
dispersão; essa mistura, ao ser diluída e agitada com uma quantida-
de especificada do veículo (geralmente água purificada), forma uma
suspensão apropriada à administração, chamada suspensão extem-
porânea. Esta forma em pó é ideal para veicular fármacos instáveis
em meio líquido (ex.: antibiótico betalactâmicos).

15.1. Vantagens das Suspensões Orais:


Forma farmacêutica ideal para veicular princípios ativos in-
solúveis em veículos, normalmente utilizada em formulações líqui-
das.
284
Capítulo 5 - Manipulação

Forma farmacêutica ideal para dispersar formas farmacêuti-


cassólidas, (ex.: comprimidos) devidamente pulverizados, na forma
líquida para pessoas com dificuldade de deglutição.
Òpção de forma farmacêutica para veicular fármacos de sa-
bor desagradável, pois a forma de suspensão realça menos o pala-
dar dos mesmos, quando comparada à forma de solução. Esta forma
farmacêutica pode ser flavorizada e edulcorada, adaptando-se às
preferências de paladar do paciente.
Em suspensões, o fármaco se encontra finamente dividido,
portanto, sua dissolução ocorre rapidamente nos fluidos do TGI (tra-
to gastrointestinal). A velocidade de absorção de uma droga veicu-
lada na forma de suspensão é geralmente mais rápida, quando com-
parada a forma sólida oral e mais lenta, quando comparada à forma
de solução. A velocidade de absorção de uma droga em uma suspen-
são depende da viscosidade (produtos mais viscosos liberam mais
lentamente a droga).
Apresenta maior estabilidade quando comparada às soluções.
Por estar dispersa e não solubilizada, a droga está mais protegida da
rápida degradação ocasionada pela presença de água.
Drogas instáveis quando em contato com o veículo, podem
ser preparadas na forma de suspensão extemporânea (forma de pó
para reconstituição caseira).
Drogas que se degradam em soluções aquosas podem ser sus-
pendidas em fase não aquosa, por exemplo, em óleos.

15.3. Características de uma Boa Suspensão:


15.3.1. Tamanho das partículas
Devem ser reduzidas (micronizadas) a um tamanho que resul-
te em homogeneidade, geralmente entre 0,5 a 3 microns de diâme-
tro. 0 tamanho reduzido das partículas sólidas é uma característica
muito importante, pois evita que as mesmas se sedimentem facil-
mente, facilitando também sua redispersão e prevenindo ainda, a
formação de cristais. 0 tamanho das partículas dispersas deve per-
manecer constante por longo periodos de repouso.
Uma boa suspensão deve sedimentar lentamente e voltar a
dispersar-se facilmente com a agitação suave do recipiente.

285
Capítulo 5 - Manipulação

15.3.2. Fluidez
Quanto mais viscosas, mais estáveis serão as suspensões . Po-
rém, o excesso de viscosidade compromete o aspecto e a retirada
do medicamento do frasco. A suspensão deve escoar com rapidez e
uniformidade do recipiente. Uma boa suspensão deve apresentar
estabilidade química, física e microbiológica.
A Lei de Stoke fornece informações sobre quais parâmetros
influenciam na sedimentação de partículas em uma suspensão, in-
formações estas úteis, na farmacotécnica para controlar e retardar
a velocidade de sedimentação .

V = 2 r2 (p< - p.) g
9n
Onde:
v = velocidade de sedimentação
g = aceleração da gravidade
ps = densidade das partículas sólidas
pi = densidade da fase líquida
r = raio das partículas
il = viscosidade da fase líquida

As conseqüências básicas desta equação são que a velocidade


de sedimentação das partículas suspendidas em um veículo, de uma
dada densidade, será maior para partículas maiores do que para
partículas menores. Além disso, quanto maior for a densidade das
partículas, maior será a velocidade de sedimentação. Aumentando-
se a viscosidade do meio, dentro de certos limites, para que a sus-
pensão permaneça fluida e escoável, se reduz a velocidade de se-
dimentação das partículas sólidas da droga. Portanto, o decréscimo
da sedimentação das partículas sólidas em uma suspensão, pode ser
obtido pela redução do tamanho das partículas a serem dispersadas
e pelo aumento da densidade e da viscosidade da fase contínua (lí-
quida).

286
Capitulo 5 - Manipulação

15.4. Composição Básica de uma Suspensão

15.4.1. Fármaco sólido a ser disperso:


Devem ser micronizados em um gral com auxílio de um pisti-
lo, por levigação, com o veículo viscoso ou com agentes de leviga-
ção (ex.: glicerina, propilenoglicol e veículo com o agente suspen-
sor).

15.4.2. Agente Suspensor:


É usado para aumentar a viscosidade e retardar a sedimenta-
ção.

Tabela 37: Agentes Suspensores


Agente suspensor Concentração pH aplicável
usual
Alginato sódico 1,0 a 5,0% 4,0a10,0
Bentonita 0,5 a 5,0% 3,0 a 10,0 dispersões
melhores em pH neutro
Carbômero 0,5 a 1,0% 5,0a 11,0
(Carbopol®)
Celulose microcristalina 0,5 a 2,0% 3,5 a 11
CMC-Na
CMC-Na 0,5 a 2,0% 2,0 a 10,0
Dióxido de silício coloidal 2,0 a 10,0% Até10,7
(Aerosil®)
Goma adraganta 0,5 a 2,0% 1,9 a 8,5
Goma arábica 5,0 a 10,0%
(goma acácia)
Goma Xantana 0,3 a 0,5% 3a 12
Hidroxietilcelulose 0,1 a2,0% 2,0 a 12,0
(Natrosol®)
Hidroxipropilmetilcelulose 0,3 a 2,0% 3,0a 11,0
(HPMC)
Metilcelulose 0,5 a 5,0% 3,0a11,0
Pectina 1,0 a 3,0% 2,0 a 9,0
Povidona Até 5,0% Não é afetado pelo pH,
exceto por pH extrema-
mente cáustico
Silicato de Alumíno e 0,5 a 2,5% 3,5 a 11,0
Magnésio
(Veegun®)
Adaptado: Lieberman e Handbook of Pharmaceutical Excipients

287
Capítulo 5 - Manipulação

15.4.3. Agentes floculantes


São utilizados com o objetivo de evitar a formação de agre-
gados ou flocos. Esses agentes são divididos em surfactantes, polí-
meros hidrofílicos, argilas e eletrólitos.
Alguns agentes floculantes:
• Lauril sulfato de sódio (0,5 a 1,0%)
• Docusato sódico (0,01 a 1,0%)
• Polisorbato 80 (tween®80) - (0,1 a 3%)
• Monooleato de sorbitano (span 80) - (0,1 a 3,0%)
• Polietilenoglicol 400 - (até 10%)
• Colóides hidrofóbicos (ex. goma xantana, Veegun®, CMC,
etc)
• Argilas (ex.bentonita)
• Cloreto de sódio (até 1%)
• Fosfato diácido de potássio.
A floculação é um processo no qual as partículas se agrupam
formando aglomerados frouxos. A defloculação é o oposto, ou seja,
a quebra dos aglomerados em particulas individuais.

Tabela 38: Propriedades de Suspensões Floculadas e Defloculadas

Propriedades Floculadas Defloculadas


Velocidade de sedimentação Rápida Lenta
Sobrenadante Límpido Turvo
Sedimento Volumoso Compacto
Redispersabilidade Fácil Difícil

15.4.6. Agentes umectantes


São acrescidos nas formulações de suspensões, com o objeti-
vo de auxiliar a dispersão da droga. São eles: surfactantes, gliceri-
na, propilenoglicol, polietilenoglicol 400, sorbitol, álcool, dentre
outros.

15.4.7. Outros adjuvantes farmacotécnicos utilizados


Edulcorantes, flavorizantes, corantes, corretores de pH,
tampões e conservantes.

1 5 . 4 . 8 . Veículos
Podem ser edulcorados e conter agentes suspensores.

288
Capítulo 5 - Manipulação

15.5. Veiculos utilizados em Suspensões

Tabela 40: Veiculos utilizados em Suspensões

Veiculos Concentrações Usuais


Glicerina 2 a 20%
Polietileno 400 2 a 30%
Propilenoglicol 10 a 25%
Sorbitol 70% 5 a 100%
Suspendoral* (veículo suspensor) 20 a 100%
Xarope de cacau 50 a 100%
Xarope simples 50 a 100%
Xaropes aromatizados (cereja, 50 a 100%
framboesa, limão,etc)
Fonte: Adaptado pelo autor e Handbook of Pharmaceutical Excipients

'Suspendoral: nome dado pelo autor a um veiculo suspensor base que poderá ser pré-
formulado na farmácia. Veja a fórmula e o seu preparo a segu/r.

289
Capítulo 5 - Manipulação

15.5.1. Sugestão de Veículo Suspensor Oral - Suspendoral*

Ingredientes Conc.% Função na


farmacotécnica
Ácido Benzóico 0,05 Conservante
Ácido cítrico 1,5 Tampão
Agua destilada 3 Solvente
Agua destilada 15 Veículo, solvente
Álcool etílico a 96°GL 0,3 Co-solvente
Alginato de sódio 0,034 Agente suspensor
Aspartame 0,5 Edulcorante
BHA (butilhidroxianisol) 0,05 Antioxidante
Bissulfito de sódio 0,15 Antioxidante
Citrato de sódio 1,5 Tampão
CMC 0,3 Agente suspensor
Dióxido de silício coloidal 0,15 Agente suspensor
EDTA-Na2 0,1 Sequestrante
Glicerina 20 Veículo doador de
viscosidade
Metilparabeno 0,1 Conservante
PEG 400 2 Veículo doador de
viscosidade
Propilenoglicol 10 Veículo doador de
viscosidade
Propilparabeno 0,035 Conservante
Sorbitol 70% 20 Veículo doador de
viscosidade
Xarope simples qsp 100,0 Veículo, edulcorante

Procedimento:
Equipamento requerido: moinho coloidal (de preferência) ou
agitador com hélices e balança de precisão.

Passo 1 - Pesagem e medidas: Todos os componentes da formulação


devem ser previamente pesados, medidos e solubilizados antes de
iniciar o processo de preparo. O moinho coloidal deverá ser previa-
mente limpo, sanitizado e montado com a saída para produtos de
uso interno.
Passo 2 - Preparo do gel de CMC: Aquecer a água destilada (os 15%)
290
Capitulo 5 - Manipulação

a aproximadamente 40°C para preparar o gel de CMC. Verter a água


no moinho coloidal e acrescentar o CMC. Esgotar o gel e limpar o
funil do moinho com uma espátula tipo "pão-duro".
Passo 3 - Adição do sorbitol e outros componentes: Depois de prepa-
rar o gel de CMC, incorporar no moinho coloidal, nesta ordem, os
seguintes componentes: sorbitol, glicerina, propilenoglicol, PEG 400
e o xarope simples.
Passo 4 - Adição de alginato de sódio e outros: Incorporar à mistura
anterior (no moinho) o alginato de sódio, o aerosil, o BHA, o bissul-
fito de sódio, o EDTA e o aspartame (previamente pesados num saco
plástico). Insuflar na mistura nitrogênio, para a desincorporação do
ar na formulação .
Passo 5 - Adição dos conservantes: Dissolver o metilparabeno, o
propilparabeno e o ácido benzóico no álcool e incorporá-los ao bulk
no moinho coloidal.
Passo 6 - Adição dos agentes tampões: Dissolver o ácido cítrico e o
citrato de sódio na água destilada, usando o agitador magnético,
incorporar à mistura no moinho coloidal.
Passo 7 -Volume final: Depois de passar todo o produto no moinho
coloidal medir o volume usando um balde graduado, rinsar o
moinho com xarope simples.
Passo 8 Acerto do pH: pH = 4 a 5
Embalagem: galão previamente limpo e sanitizado.
Armazenamento: em local fresco.
Validade: 1 ano.

1 5 . 5 . 2 . Veículo Suspensor c o m Metilcelulose 1 %


Gel de metilcelulose 2% (1500cp) 50ml
Glicerina 3ml
Benzoato de sódio ou sorbato de potássio 200mg
Xarope simples flavorizado qsp 100ml

1 5 . 5 . 3 . Veículo Suspensor com Goma X a n t a n a


Goma xantana 500mg
Sacarina sódica 100mg
Aspartame 200mg
Propilenoglicol 5ml
Xarope simples flavorizado qsp 100ml
Estabilidade: em pH de 3 a 12 e na presença de enzimas, sais, áci-
dos e bases.

291
Capítulo 5 - Manipulação

15.5.4. Sugestão de Excipiente para Suspensão Extemporâ-


nea de Antibióticos
Fármaco X g (princípio ativo)
Aroma pó (hidrossolúvel) 0,5 g (flavorizante)
Benzoato de sódio 0,15 g (conservante)
Aspartame 0,3g (edulcorante)
Celulose microcristalina CMC Na * 1,5g (Avicel RC 591)
Açúcar refinado 40g (edulcorante)
'Avkel 591 é marca registrada da FMC.

Os componentes desta formulação estão presentes em quan-


tidade suficiente para formar uma suspensão em um volume total
de 100 ml (o líquido para a formação deve ser água purificada, a ser
adicionada pelo cliente).

Procedimento
Homogeneizar, misturando intimamente os pós em um gral.
Passar em seguida por um tamis de malha 50 a 60. Acondicionar a
mistura dos pós em um frasco de vidro âmbar, com um marco indi-
cativo para completar o volume de 100 ml.

292
Capítulo 5 - Manipulação

15.6. Procedimento geral para o preparo de Suspen-


sões

Esquematicamente, temos os seguintes métodos para o pre-


paro de suspensões:

01 Sólido + líquido
02 Sólido + suspensor + líquido
03 Sólido + molhante + líquido + suspensor ***
04 Sólido + molhante + suspenso + líquido
05 Solido -> floculante + suspensor + líquido
' " Procedimento de preparo mais comum.

15.6.1. Descrição do Procedimento de Preparo de Suspen-


sões (método n°3):
Passo 1: Dispersar o agente suspensor em quantidade suficiente de
água.
Passo 2: Tamisar os ativos sólidos insolúveis.
Passo 3: Micronizar o(s) fármaco(s) sólido com um agente molhante
(ex.: glicerina) e um pouco de água, em um gral com auxílio de um
pistilo, este processo é denominado de levigação.
Passo4: Adicionar 1 em 3, aos poucos, agitando levemente.
Passo 5: Transferir para um cálice e conferir o volume.
Passo 6: Adicionar o flavorizante, o conservante (se necessário), o
edulcorante e o corante.
Passo 7: Embalar e rotular.

15.6.2. Procedimento de preparo de suspensões utilizando


oveiculo suspensor pré-formulado (Suspendoral):
0 suspendoral é um veículo base pré-formulado, edulcorado
e tamponado; com sistemas conservantes, antioxidantes, agentes
suspensores e molhantes, ideais para manipulação de suspensões
estáveis. Este veículo tem estabilidade na faixa de pH compreendi-
doentre4,0 a 11,5.
A manipulação de suspensões com este veículo torna-se ágil
e simples, sendo necessário apenas a adição do agente flavorizante
(aroma) indicado pela prescrição e que mais se adeque à formula-
ção.
293
Capitulo 5 - Manipulação

Este veículo suspensor pode ser utilizado na concentração


entre a 20 a 100%, em combinação com xarope simples.
0 pH do Suspendoral está tamponado no pH compreendido
entre 4,0 a 5,0. O suspendoral contém açúcar, portanto é contra-
indicado para diabéticos.

Material utilizado:
• Cálice
• Bastão
• Espátula e espátula tipo "pão duro"
• Gral
• Pistilo
• Papel manteiga
• Balança de precisão

Procedimento:
Passo 1: Pesar a quantidade de ativos indicados na prescrição.
Passo 2: Tamisar e triturar os pós (ativos) em um gral com auxílio de
um pistilo.
Passo 3: Micronizar (levigar), molhando o pó com quantidade sufici-
ente de Suspendoral.
Passo 4: Adicione mais Suspendoral, cerca da metade do requerido
na formulação e misture bem. O Suspendoral pode ser utilizado na
porcentagem entre 20 e 100% da formulação, sendo o usual cerca de
30%.
Passo 5: Transfira o conteúdo do gral para um cálice com auxílio de
uma espátula tipo "pão duro".
Passo 6: Adicione o restante do Suspendoral, misturando bem com o
bastão.
Passo 7: Dilua o aroma em um pouco de xarope simples ou em quan-
tidade suficiente de solvente adequado (ex.: álcool).
Passo 8: Complete o volume com Suspendoral ou xarope simples.
Passo 9: Checar o pH final da formulação, ajustá-lo adequando-o à
formulação, caso seja necessário.
Passo 10: Embalar em frasco de vidro âmbar e rotular.

294
Capitulo 5 - Manipulação

15.7. Sugestões de Suspensões

15.7.1. Suspensão de Carbamazepina


Carbamazepina 100mg/5ml
Glicerina 5% v / v
Propilenoglicol 5% v/v
Sorbitol 70% 10%v/v
Sacarina sódica 0,05% p/v
Metilparabeno 0,1% p/v
Solução metilcelulose 1 % 50% v/v
Aroma qs
Xarope simples qsp 100ml
Estabilidade aproximada: 90 dias

15.7.2. Suspensão de Nitrofurantoina 50mg/5ml


Nitrof urantoína 600mg
Aspartame 600mg
Suspendoral 18ml
Aroma tutti-frutti 2ml
Xarope simples qsp 60ml
Estabilidade aproximada: 60 dias

15.7.3. Suspensão de Tiabendazol 500mg/5ml


Tiabendazol 10g
Ácido sórbico 0,2g
Simeticone USP 1 ml
Metilcelulose 2% 50ml
Polisorbato 20 ou 60 1ml
Flavorizante de fambroesa 3ml
Flavorizante creme dementhe ... 0,5ml
Glicerina qs
Xarope simples qsp 100ml
Estabilidade aproximada: 6 meses

295
Capítulo 5 - Manipulação

15.7.4. Suspensão de Omeprazol 20mg/5ml


Omeprazol 400 mg
Glicerina qs
Bicarbonato de sódio 16,8 §
Sílica gel micronizada 3g
Steviosídeo 0,3g
Acesulfame de potássio 0,5 g
Flavorizante chocolate 3mL
Creme dementhe 1 mL
Nipagim 0,15g
Metabissulfito de sódio 0,1 g
EDTANa2 0,1g
Xarope simples 40mL
Água destilada preservada qsp 100mL
Estabilidade aproximada: 14 dias sob refrigeração

Procedimento de Preparo para Suspensão de Omeprazol


Passo 1: Triture em um gral os pellets com qs de álcool, deixe em
repouso por 5 minutos. A seguir triture os pellets reduzindo-os a um
pó fino até completa evaporação do álcool. Misture a sílica gel, o
steviosídeo (pode ser substituído por 0,5g de aspartame), o bicarbo-
nato de sódio, o acesulfame de potássio, o metabissulfito de sódio e
o EDTA Na2. Triture e misture bem.
Passo 2: Levigue a mistura dos pós com a glicerina para formar uma
pasta.
Passo 3: Adicione um pouco do xarope simples na pasta até que haja
uma quantidade suficiente para ser vertida (escoada)
Passo 4: Adicione os flavorizantes misturando ao passo 3 e verter
para o recipiente de dispensação.
Passo 5: Rinse o grat 2 a 3 vezes com o resto do xarope simples
transferindo para recipiente de dispensação após cada rinsagem.
Passo 6: Ajuste o pH entre 9,0 a 9,5 com uma solução de NaOH a
40%.
Passo 7: Depois de terminado o preparo deixe a suspensão em re-
pouso com a tampa do frasco aberta para permitir a liberação do
gás C02 desprendido.
Passo 8: Adicione quantidade suficiente da água destilada e comple-
te para o volume final de 100mL.

296
Capítulo 5 - Manipulação

16. Preparações Orais Oleosas (Soiuções ou Suspensões)

São preparações farmacêuticas para administração oral (uso


sistêmico) em que o(s) princípio(s) ativo(s) se encontra(m) dissolvi-
do(s) ou suspenso(s) em um óleo fixo flavorizado.

16.1.Vantagens das Preparações Orais Oleosas

Estabilidade: 0 veículo oleoso previne a degradação de dro-


gas susceptíveis a processo de degradação por hidrólise (veículo
anidro).
Possibilidade de solubilização de drogas lipossolúveis e de
suspensão de drogas hidrossolúveis.
Permite a flavorizacão tomando-se mais palatável.

16.2. Composição básica d e u m a Preparação Oral O l e o -


sa
Princípio(s) ativo(s).
Óleo fixo (veículo): ex.: óleo de amêndoas doces.
Antioxidante: ex. BHA, BHT.
Agente suspensor (em caso de suspensão): ex. sílica gel mi-
cronizada (2 a 6%), estearato de magnésio (2%).
Ravorizante (lipossolúvel): ex.: óleo essencial de canela, ó-
leo essencial de laranja, óleo essencial de menta.

16.3. Formulação Base p a r a Preparações Orais Oleosas

A. BHT (butil hidroxi totueno) 100 mg


Sacarina 100 mg
Óleo essencial de tangerina ou laranja.. 3 mL ou Óleo essencial de
canela 0,5 mL
Óleo de amêndoas doces qsp 100 mL
Nota: Para o preparo de suspensões, deve-se utilizar um agente suspensor compatível (ex.:
sílka gel micronizada ou o estearato de magnésio)

Preparo:
Passo 1: Aquecer o óleo fixo, misturar a sacarina e o BHT, previa-
mente triturados, com agitação. A sacarina não irá dissolver com-
pletamente.
297
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 2: Adicione o flavorizante.


Passo 3: Adicione a sílica gel micronizada (aerosil®) na etapa 2 e
então misture bem. 0 óleo fixo irá ficar mais viscoso, caso seja ne-
cessário, ajuste a concentração do agente suspensor.

Nota:
Esta base poderá ser preparada antes para ser utilizada corno base oleosa para suspensão.
0 óteo de fí$ado de bacalhau é um óleo fixo e pode ser utilizado em preparacões para uso
veterinário.

16.4. Alguns fármacos que podem ser veiculados


Ácido acetilsalicílico
Alendronato de sódio
Amlodipina
Atorvastatina
Bupropiona
Carbenecilina
Ciclofosfamida
Cloramucil
Fluvoxamina
Fosinopril
Glimepirida
Isradipina
Paroxetina
Piroxican
Quinapril HCl
Sinvastina
Warfarina

Ref.: Stability table Reference PCCA

298
Capitulo 5 - Manipulação

17. Emulsões Orais

Emulsões Orais são normalmente dispersões do tipo çV


leo/água estabilizadas por um agente emulsionante, onde uma ou
ambas as fases podem conter sólidos dissolvidos. Podem conter um
ou mais princípios ativos. Os ativos sólidos podem também estar
suspensos nas emulsões orais. Em emulsões do tipo o/a, a fase oleo-
sa (fase interna, dispersa, descontínua) está dispersa como gotículas
em uma solução aquosa (fase externa ou contínua).

17.1. Vantagens das Emulsões Orais:

As emulsões permitem a administração de fármacos líquidos


oleosos e de fármacos lipofílicos dissolvidos em óleo.
As emulsões orais não possuem, convenientemente, a fase
externa aquosa, por isto mascaram de maneira efetiva o sabor pou-
co agradável de alguns fármacos, tais como, vitaminas lipossolúveis,
óleo de rícino, óleo mineral e o óleo de fígado de bacalhau. A fase
externa aquosa (miscivel com água) apresenta maior palatabilidade
e portanto, maior aceitação pelo paciente. Podem ser flavorizadas.
A suspensão de fármacos insolúveis em um veículo emulsio-
nado, permite obter formas de ação sustentada (suspensão-
emulsão), programando a liberação e a absorção dos mesmos.

17.2. Desvantagens:

Emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis, cujas


fases tendem a separar-se com o decorrer do tempo.

17.3. Características de uma boa Emulsão:

Peguenas potículas: normalmente o tamanho das gotículas


dispersas está compreendido entre 0,1 e 10u , embora algumas po-
dem ser tão pequenas quanto 0,01 u ou tão grandes quanto 100JJ.. O
tamanho das gotículas dispersas é influenciado por fatores mecâni-
cos (método e equipamento utilizado para a mistura e cisilhamento
das duas fases), pela técnica e pelos agentes emulsificantes.

299
Capítulo 5 - Manipulação

Lenta aqreqação (coalescência) das gotículas dispersas, lenta


cremaqem (formação de nata) caracterizada pela aglomeração das
gotículas dispersas na superfície (líquido disperso mais leve que o
dispersante da preparação) ou lenta sedimentação no fundo (líquido
dispersado mais pesado que o dispersante).
Se houver coalescência, ocorre uma ruptura completa e irre-
versível da emulsão com a separação completa das fases.
Se houver apenas cremaqem ou sedimentação, a homoge-
neidade pode ser facilmente restabelecida por simples agitação.
A velocidade de cremagem e sedimentação seguem a Lei de
Stokes, citada e explicada no ítem Suspensões.
Facilidade de redispersão com agitação.

17.4. Composição básica de uma Emulsão

17.4.1. Fase aquosa:


A água utilizada no preparo de emulsões deve ser deioniza-
da, pois a presença de íons, como por exemplo, íons de cálcio e do
magnésio desestabilizam a emulsão.
Nesta fase devem ser solubilizados todos os ingredientes hi-
drosolúveis da formulação.

17.4.2. Fase oleosa:


Constituida por óleos (óleo fixo, mineral, volátil ou óleo-
resina) ou ceras, nos quais serão acrescentados e solubilizados os
ingredientes liposolúveis.

17.4.3. Agente emulsificante:


0 agente emulsificante dá estabilidade à emulsão, reduzindo
a tensão superficial entre o óleo e a água e retardando a separação
das fases.

17.4.5. Antioxidantes:
Previnem os processos de degradação por oxidação dos óleos
e gorduras. Eles devem ser, preferencialmente, solúveis na fase
oleosa (ex.: BHT, BHA, Palmitato de Ascorbila, Vitamina E), entre-
tanto, pode-se utilizar antioxidantes na fase aquosa (ex.: Acido As-
córbico, Metabissulfito de Sódio e Bissulfito de Sódio).

300
Capitulo 5 - Manipulação

17.4.6. Conservantes:
Os conservantes previnem o crescimento de fungos e bacté-
rias na preparação. Preferencialmente, devem ser adicionados na
fase aquosa, uma vez que esta é mais susceptível à contaminação
microbiana. Outvos corrvpooentes da emulsão, além da áe,ua, podem
favorecer o crescimento de microorganismos, tais como, agentes
emulsificantes naturais (ex.: goma arábica, goma adraganta, etc),
óleos como o de amendoim (podem conter espécies de Aspergillus)
e parafinas líquidas (podem conter espécies de Peniciíiium). É bom
lembrar que alguns agentes emulsionantes podem diminuir ou até
mesmo, neutralizar o efeito de determinados conservantes
(ex.:tween 80 e parabenos). Contaminantes podem ser introduzidos
em uma emulsão pelos ingredientes, equipamentos (não adequada-
mente sanificados) ou recipientes (não devidamente sanificado ou
vedado).

17.4.7. Flavorizantes e Corantes:


Emulsões Orais normalmente contêm agentes flavorizantes e
raramente são utilizados corantes. Deve se utilizar somente coran-
tes permitidos para uso sistêmico. Em emulsões orais os flavorizan-
tes e corantes devem ser hidrossolúveis, a fase externa é aquosa.

17.5. Agentes Emulsificantes

Os agentes emulsificantes auxiliam na produção de uma dis-


persão estável, pela redução da tensão interfacial e consequente
manutenção da separação das gotículas dispersas, através da forma-
ção de uma barreira interfacial. Agentes emulsificantes eficientes
são agentes tensioativos.
Os agentes emulsificantes (tensioativos) têm grupamento po-
lar (hidrofílico) que é orientado em direção a água e grupamento
apolar (lipofílico) que está direcionado ao óleo.
0 tipo de emulsão é determinado pela solubilidade do agente
emulsificante:
Se o agente emulsificante é mais solúvel em áqua (hidrofíU-
co), então a água será a fase contínua, consequentemente se forma-
rá uma emulsão do tipo o/a .
Se o agente emulsificante é mais solúvel em óleo (Upofili-
co), então o óleo será a fase contínua, consequentemente se forma-
rá uma emulsão do tipo a/o.
301
Capítulo 5 - Manipulação

Se uma substância é adicionada na formulação de uma emul-


são e altera a solubilidade do agente emulsificante, o equilíbrio
pode ser alterado e a emulsão poderá mudar de tipo. A esta altera-
ção denominamos inversão de fase.

1 7 . 5 . 1 . Escolha do Agente Emulsificante:


A escolha do agente emulsificante é determinada pelos in-
gredientes ativos e pela utilização do produto. Agentes emulsifican-
tes para preparações de uso interno não devem ser tóxicos ou irri-
tantes. Normalmente para emulsões orais são utilizados polissacarí-
deos naturais (ex. goma arábica, goma adraganta, goma karaya,
gelatina, lecitina) e surfactantes não-iônicos.
É importante levarmos em consideração que os emulsifican-
tes podem influenciar no sabor da preparação. Polisorbatos têm o
sabor desagradável, portanto, podem tornar a preparação menos
palatável.

17.5.2. Agentes emulsificantes de ocorrência natural:


A.Polissacarídeos: goma arábica (melhor emulsificante para emul-
sões orais o/a), goma adraganta (aumenta a viscosidade da emul-
são, prevenindo a cremagem) e outros como o amido, a pectina e a
carragena são utilizados para estabilizar a emulsão.
B. Polissacarídeos semi-sintéticos: carboximetilcelulose e metilcelu-
lose de baixo grau de viscosidade formam emulsões o/a.
C. Substâncias contendo esteróis: atuam como agentes emulsifican-
tes a/o (ex.: cera de abelha, lanolina e álcoois de lanolina).

302
Capítulo 5 - Manipulação

17.6. Surfactantes:

Contêm regiões hidrofílicas e lipofílicas na molécula.

17.6.1. Surfactantes Aniônicos:


São sais orgânicos que em água, possuem ação tensioativa
aniônica. São amplamente empregados em emutsões para uso ex-
terno como emulsificante o/a. São incompatíveis com alguns cátions
inorgânicos e com um amplo número de cátions orgânicos, como a
cetrimida. Eles precisam estar na forma ionizada para serem efeti-
vos; as emulsões preparadas com tensioativos aniônicos são geral-
mente estáveis em pH atcalino.
Exemplos: Estearato de Sódio (o/a), Oleato de Cálcio (a/o), Trieta-
nolamina (o/a), Lauril Sulfato de Sódio (o/a).

17.6.2. Surfactantes Catiônicos:


São normalmente quaternários de amônio, têm um cátion
tensioativo. São utilizados na preparação de emulsões o/a para uso
externo e precisam estar ionizados para serem efetivos. As emul-
sões formadas por surfactantes catiônicos são geralmente estáveis
em pH ácido. Os surfactantes catiônicos apresentam também ação
antimicrobiana.
Exemplos: Cetrimida, cloreto de Benzalcôneo.

17.6.3. Surfactantes não-iônicos:


São substâncias sintéticas e representam o mais numeroso
grupo entre os surfactantes. São empregados para preparação tanto
de emulsões o/a como de emulsões a/o para uso externo e interno.
Os surfactantes não-iônicos são compatíveis com substâncias aniôni-
cas e catiônicas são muito resistentes a mudanças de pH. 0 tipo de
emulsão formada depende do equilibrio entre os grupos hidrofílicos
e lipofílicos, o HLB {hydrophitic-tipophitic balance).
Exemplos: Glicóis, Ésteres de Glicerol, Polisorbatos (tweens®), És-
teres de Sorbitano, Éteres e Ésteres de PEG, Álcoois Graxos Superio-
res e Álcoois Polivinilicos.

303
Capitulo 5 - Manipulação

17.7. Sólidos finamente divididos:

Sólidos finamente divididos podem ser adsorvidos na interfa-


ce óleo-água, formando um filme que previne a coalescência das
gotículas dispersadas. Se as partículas são preferencialmente mo-
Ihadas por óleo, uma emulsão a/o é formada. De maneira oposta, se
as partículas são preferencialmente molhadas pela água, uma emul-
são o/a é formada. Eles formam emulsões com boa estabilidade e
menos susceptíveis a contaminação microbiana.
Exemplos: Bentonita, Silicato de Alumínio e Magnésio (Veegun®),
Aluminio Coloidal, Hidróxido de Magnésio.

1 7 . 8 . Flavorizando uma Emulsão Oral

A escolha dos agentes corretivos do sabor (edulcorantes e


aromatizantes) deve incidir sobre aqueles hidrossolúveis, pois a efi-
ciência destes é maior se estiverem concentrados na fase externa
da emulsão; uma vez que só deste modo poderão disfarçar o gosto
da droga que se pretende corrigir. Emulsões orais edulcoradas des-
tinadas a serem administradas em colheres são chamadas looques
(do inglês looks ou loochs).

17.9. Preparo de Emulsões Orais


As Emulsões Orais são normalmente emulsões primárias do
tipo óleo/água. Utiliza-se com freqüência no preparo destas formu-
lações as gomas ou surfactantes não-iônicos como agentes emulsifi-
cantes. De modo geral não é necessário o emprego do calor para o
preparo da Emulsão Oral.

1 7 . 9 . 1 . Métodos de preparo
Os métodos mais empregados são o da "goma seca" e o da
"goma úmida". Estes métodos se aplicam, adequadamente, para a
produção de preparações extemporâneas em pequena escala na
farmácia magistral, utilizando simplesmente o gral, o pistilo ou mis-
turadores elétricos como equipamentos.
A proporção dos ingredientes para o preparo de emulsões

304
Capitulo 5 - Manipulação

primárias pelo método das gomas, deve seguir proporções definidas,


conforme a tabela a seguir:

Tabela 4 1 : Proporção dos ingredientes para o preparo de emul-


sões pelo Método das Gomas

Tipo de Óleo Exemplos Oleo Agua goma


Fixo Óleo de amêndoas, 4 2 1
óleo de amendoim,
óleo de rícino, óleo de
fígado de bacalhau,
etc.
Mineral Parafina líquida, 3 2 1
(hidrocarbonetos) óleo mineral, etc.
Volátil Oleo essencial de ca- 2 2 1
(óleos essenciais) nela, óleo essencial de
menta, etc.
Oleo resina Óleo de copaíba 1 2 1
Oleo de linhaça Oleo de linhaça 2 2 1
Adaptado: Winfield e K/ng.

A. Método da Goma Seca ou Método Continental (adição da fase


externa à fase interna contendo o agente emulsivo)

Material utilizado:
• Balança de precisão
• Papel manteiga
• Cálice ou proveta
• Gral de porcelana e pistilo

Preparo:
Passo 1: Meça precisamente o óleo em um recipiente limpo e seco.
Passo 2: Verta completamente o óleo medido para um gral de por-
celana limpo e seco.
Passo 3: Pese a goma (normalmente se utiliza a goma arábica).
Passo 4: Meça a água em um recipiente limpo e sanitizado.
Passo 5: Adicione a goma ao óleo e misture aos poucos até a com-
pleta dispersão.
Passo 6: Imediatamente, adicione toda a água e agite de modo vigo-
roso e continuo até a mistura ficar espessa e a emulsão primária se
305
Capitulo 5 - Manipulação

formar.
Passo 7: Continue triturando por 2 a 3 minutos para produzir uma
emulsão estável e contínua.
Passo 8: Gradualmente a emulsão primária pode ser diluída com
pequenos volumes do veículo e adicionada de outros ingredientes,
assegurando a completa mistura entre as adições de maneira a
completar o volume final da preparação.

B. Método da Goma Úmida ou Método inqlês (adição da fase interna


à fase externa contendo o agente emulsivo)
Este método difere do anterior porque se emprega a mucila-
gem de goma (a goma diluída previamente na água), em vez da go-
ma seca. Para obter uma emulsão primária por este método, utili-
zam-se as proporções de água, óleo e goma citadas na tabela ante-
rior.

Material utilizado:
• Balança de precisão
• Papel manteiga
• Cálice ou proveta
• Gral de porcela e pistilo

Preparo:
Passo 1: Pesar precisamente a goma.
Passo 2: Meça a água.
Passo 3: Verta a goma para o gral e aos poucos adicione a água,
triturando a goma até formar uma mucilagem.
Passo 4: Meça o óleo.
Passo 5: Verta o óleo sobre a mucilagem aos poucos, triturando até
obter uma emulsão primária espessa.
Passo 6: Para estabilizar a emulsão, continue misturando durante
alguns minutos.

306
Capítulo 5 - Manipulação

17.10. Exemplos de Formulações:

17.10.1. Emulsão com Vitamina D (Calciferol)

Emulsão com Vitamina D Proporção


(Calciferol)
Calciferol diluído em óleo 1,5mL 4 óleo
Oleo de amendoim 8,5mL (1,5+8,5=10)
Agua 5mL 2 Agua
Goma arábica 2,5g 1 Goma

17.10.2. Emulsão com Óleo de Fígado de Bacalhau

Emulsão com Oleo de Fígado Proporção


de Bacalhau
Òleo de Fígado de Bacalhau 30mL 4 Oleo
Agua 15mL 2 Agua
Goma Arábica 7,5g 1 Goma

17.10.3. Suspensão Oral preparada com Agente Tensioativo


não-iônico

A. Método geral de preparo: Misture a fase oleosa com o emulsifi-


cante não-iônico e em seguida aos poucos, adicione a água agitando
de maneira vigorosa e contínua, até a completa homogeneização.

B. Exemplo 1:
Emuisão Purgativa com Óleo de Ricino (o/a)
Óleo de rícino 50 g
Polisorbato 20 3g
Água destilada qsp 100

307
Capitulo 5 - Manipulação

C. Exemplo 2:
Emulsão de Óieo Mineral
Oleo mineral 60ml
Polisorbato 60 6g
Água destilada 30ml
Xarope de chocolate 24ml
Estabilidade aproximada: 30 dias

308
Capitulo 5 - Manipulação

18. Aplicação de Flavorizantes em Formas Farma-


cêuticas Orais
Flavorizar, edulcorar e colorir uma preparação farmacêutica
para administração oral é fator preponderante à adesão terapêutica
pelo paciente, especialmente o pediátrico. Portanto, o farmacêuti-
co tem como desafio, desenvolver técnicas e recursos para realizar
a combinação harmônica dos aditivos, flavorizantes (aromas), edul-
corantes e corantes.
A percepção de um determinado sabor envotve os receptores
dos paladares, proteínas localizadas na superfície das células das
papilas gustativas que reconhecem certas estruturas químicas e ini-
ciando a emissão de sinais para que o cérebro os traduza e reconhe-
ça como doce, amargo, salgado ou azedo (ácido). Possuimos cerca
de 10.000 papilas gustativas, sendo que nas crianças elas estão em
número maior. Isto explica o porquê das crianças serem mais sensí-
veis a sabores desagradáveis. Para isto, torna-se importante a com-
preensão dos aspectos psicofisiológicos envolvidos na percepção dos
sabores.
Os receptores para os paladares primários: doce, amarso, sal-
§ado e azedo (ácido), estão distribuídos e agrupados em regiões
diferentes da superfície da língua. 0 paladar doce é detectado,
principalmente, na ponta da língua, enquanto que o amargo é mais
evidenciado na região posterior, o salgado nas laterais anteriores e
o azedo nas laterais medianas (veja a figura a seguir):

Percepção regional dos


paladares primários na língua
humana.

Leçenda:
Bitter:amargo
Sour: azedo fácido)
Satty: salsado
Sweet: doce.

Fonte: Roy, 1997.

309
Capítulo 5 - Manipulação

A sensação final de um sabor, extrapola a percepção dos palada-


res primários e suas combinações. Outros sentidos, tais como, o
olfato, a visão, o tato, a audição e até mesmo os aspectos subjeti-
vos como os fatores psicológicos influenciam no reconhecimento do
sabor.

18.1. Relação Química com os Quatro Paladares Primá-


rios

Existe uma relação estreita entre a estrutura química de uma


substância e o sabor. A solubilidade, o grau de ionização e o tipo de
íons produzidos na saliva influenciam de maneira decisiva na sensa-
ção interpretada pelo cérebro (Remington, 2000).

1 8 . 1 . 1 . Sabores Ácidos (azedo):


São proporcionais à concentração de íons H* e a solubilidade
lipídica da substância. Característicos de ácidos, taninos, fenóis e
lactonas.

18.1.2. Sabores salgados:


Estão associados com compostos inorgânicos ou de baixo pe-
so molecular. Correlacionados também, com a presença simultânea
de ânions e cátions.
Exemplos: Cloreto de Sódio, Brometo de Potássio, Cloreto de Amô-
neo e Salicilato de Sódio.

18.1.3. Sabores Amargos:


Compostos polihidroxilados de alto peso molecular(>300 dal-
tons). As bases livres, os alcalóides, as amidas e as anfetaminas pos-
suem sabor amargo; bem como substâncias polihalogenadas, tiocar-
bamidas e compostos tioalifáticos.
Exemplo: Cafeína, Cloridrato de Difenidramina, Sulfato de Quinino,
Cloridrato de Prometazina e Codeína.

18.1.4. Sabores adocicados (doces):


Estão freqüentemente associados a compostos polihidroxila-
dos de baixo peso molecular, tais como, a sacarose, o sorbitol e o
manitol; mas vários outros grupos podem dar um sabor intensamen-
te doce à composição. Compostos alifáticos polihalogenados, alfa-
aminoácidos, imidas, tais como, (sacarina), sulfamatos (ciclamatos)
310
Capitulo 5 - Manipulação

e combinações de aminoácidos (aspartame) são muito doces. As


relaçòes estrutura-atividade são imprevisíveis, de fato estes com-
postos amplamente utilizados como edulcorantes, foram descober-
tos ao acaso.

18.2. Critérios para Preparação de Forma Farmacêutica


Palatável

A seleção de um flavorizante apropriado para o paciente en-


volverá aspectos como:
• a imediata identidade do sabor.
• o desenvolvimento rápido da completa sensação de sabor.
• a sensação bucal aceitável.
• uma curta sensação "aftertaste".
• a não existência de sensações desagradáveis.

18.3. Metodologia de flavorização

Cada problema de flavorização é único e requer uma sotução


específica. A flavorização de uma preparação farmacêutica é com-
plexa, pois a percepção do paladar agradável ou desagradável de-
pende de preferências individuais.
0 sabor doce é geralmente considerado desejável, enquanto
que o amargo é usualmente (mas não sempre) indesejável. A prefe-
rência por determinado sabor pode também estar relacionada com
a idade da pessoa. Crianças, geralmente, preferem sabores doces e
não respondem bem ao amargo. Elas gostam de sabores, tais como
frutais, melado, frutas vermelhas (exemplo: morango, framboesa e
cereja) e baunilha. Os adultos por outro lado, aceitam razoavelmen-
te determinados níveis de amargo em medicamentos, mas normal-
mente preferem sabores relacionados com o cítrico, o chocolate, o
café, o alcaçuz e o maple. É importante ressaltar que alguns paci-
entes associam o sabor amargo com a potência e a efetividade do
medicamento.
0 sabor agradável também pode ser uma questão individual,
como por exemplo, alguns pacientes adoram o sabor de chocolate,
enquanto outros podem até mesmo detestá-lo.
Apesar da existência de inúmeros estudos sobre a flavoriza-

311
Capitulo 5 - Manipulação

ção de preparações farmacêuticas, a seleção dos flavorizantes con-


tinua se baseando em critérios empíricos, utilizando muitas vezes a
estratégia da tentativa e o erro.

18.4. Técnicas de flavorização

18.4.1.Combinação:
Para selecionar um flavorizante adequado ou um "blend" de
flavorizantes, não é necessário utilizar somente os tradicionalmente
empregados.
A seleção do flavorizante para uma preparação deve ser feita
de acordo com a preferência do paciente.
A cor, o odor, a viscosidade e os efeitos locais na mucosa o-
ral também influenciam na aceitabilidade de uma preparação far-
macêutica pelo paciente.
É necessário checar com o paciente uma possível sensibilida-
de alérgica a um flavorizante.
Selecionar um conservante sem sabor, parabenos podem
transferir para a formulação um aroma floral indesejável (metilpa-
rabeno) ou uma sensaçâo de dormência na língua (propilparabeno).
Utilizar, de maneira adequada e racional os edulcorantes.
Utilizar ácidos, tais como, o ácido tartárico (0,1 a 0,3%), o
ácido cítrico (0,3 a 2%), o ácido málico (<420 ppm) ou o ácido fumá-
rico (<3600 ppm) para realçar o sabor de frutas.
Drogas de paladar ácido podem ser melhor flavorizadas com
flavorizantes cítricos ou de frutas, associando um edulcorante.
Formulações antiácidas líquidas são frequentemente associa-
das com o sabor de menta, portanto, este flavorizante é uma boa
escolha para este tipo de formulação. 0 paladar deste tipo de for-
mulação pode ser otimizado pela adição de edulcorante.
Sabores amargos podem ser corrigidos pela adição de flavori-
zantes salgados, doces ou ácidos.
A adição de Cloreto de Sódio em pequenas concentrações,
pode melhorar a palatabilidade de algumas preparações.
Compostos como a Vanilina (0,01 a 0,02%) e o Monoglutama-
to Sódico (contra-indicado para crianças) podem ser utilizados na
combinação.

312
Capitulo 5 - Manipulação

18.4.2. Mascaramento:
Utilização de um flavorizante cuja intensidade é mais forte e
prolongada do que o sabor objetável.
Exemplo: Salicilato de Metila, Alcaçuz e Oleoresinas.
Nota: Preparações para tratamento por periodos prolongados, requerem a utiiização de
flavorizantes suaves, menos prováveis de causar a fadiga do sabor.

18.4.3. Física:
Trocar ou ajustar o veículo se o mesmo for inadequado.
Liquidos viscosos podem ser utilizados para reduzir o contato
da droga com as papilas gustativas.
Exemplo: Xaropes com mucilagens.
Mucilagens e xaropes podem tornar alguns sabores menos ob-
jetáveis.
Óleos podem ser emulsificados (ex.: Emulsão de Óleo de Fí-
gado de Bacalhau).
0 fármaco solubilizado tem o seu sabor realçado. Um paladar
desagradável de um fármaco pode ser reduzido com a utilização de
um veículo no qual ele seja insolúvel, pela precipitação do fármaco
na solução, pela alteração do pH da mesma e a preparação subse-
quente de uma suspensão.
A preparação pode ser armazenada na geladeira. 0 frio e o
calor reduzem a sensibilidade das papilas gustativas.
0 paciente pode ser instruido para ingerir a medicação com
bebidas efervescentes. 0 Dióxido de Carbono anestesia as papilas
gustativas ou então o uso de pós efervescentes.

18.4.4. Química:
Absorção da droga em um substrato ou a formação de um
complexo da droga com resinas de troca iônica ou com agentes
complexantes.
Exemplo: revestimento da droga.

18.4.5. Fisiológica:
Usar, se necessário, agentes dessensibilizantes do paladar,
como por exemplo, o mentol (0,003 a 0,02%), o óleo essencial de
menta, o óleo essencial de anis (anetol), o fenolato de sódio, a cap-
saicina, temperos e evidenciadores dos flavorizantes (acidulantes).

313
Capitulo 5 - Manipulação

18.5. Considerações importantes sobre os fatores que


afetam a percepção do sabor amargo
A correção do sabor amargo é especialmente problemática; o
número de compostos que promovem o sabor amargo excede aos
compostos que evideciam o sabor doce (Bartoshuck e Beauchamp,
1994) e a relação entre estrutura-atividade é na maior parte, pouco
compreendida (Shallenberger and Acree, 1971).
São vários os fatores que afetam a percepção do amargo.
Uma melhor compreensão destes é de grande importância para um
trabalho efetivo no mascaramento deste sabor indesejável. Dentre
os fatores que afetam a percepção do amargo podemos citar:

1 8 . 5 . 1 . Interações entre sabores:


Uma comum ocorrência na psicofisiologia do paladar é o masca-
ramento da intensidade da percepção do sabor, em misturas con-
tendo dois ou mais componentes. A evidenciação do sabor é tam-
bém ocasionalmente observada, embora menos comum e normal-
mente observada em associações com baixas concentrações dos
componentes (Pfaffman et. al., 1971). Como exemplo, podemos
citar a supressão da magnitude do amargo, diretamente relacionada
com a intensidade do doce (uma maior concentração do edulcoran-
te). 0 salgado também tem sido relatado como fator de mascara-
mento do amargo; Pangbom (1960) relatou que concentrações limi-
ares de Cloreto de Sódio diminuem o amargo em preparações con-
tendo Cafeína. A evidenciação do sabor doce através de concentra-
ções limiares de Cloreto de Sódio tem sido atribuída ao sabor doce
que o NaCl possue em baixas concentrações, mas isto é especulati-
vo. Lawless and Stevens (1984) afirmam que a natureza da supres-
são se dá através de mecanismos diversos, tais como, mudanças no
fluxo salivar, efeitos inibitórios neurais, interações químicas ou re-
crutamento de canais gustatórios para carrear sinais competitivos.
Acidulantes em concentrações baixas, também têm sido relatados
como redutores do amargo; Pangborn (1960) relatou que níveis limi-
ares de Ácido Cítrico diminuem o amargo da Cafeína. Embora possa
parecer um contrasenso, sabemos que sabores intensamente amar-
gos podem ser melhorados com a adição de uma outra susbstância
menos amarga. Compostos moderadamente amargos atuam como
agonistas parciais, ocupando o receptor, induzindo a uma resposta
de amargo menos intensa e prevenindo que o composto mais amargo
acesse o receptor.
314
Capítulo 5 - Manipulação

18.5.2. Veículo:
A percepção do sabor não depende apenas do composto pre-
sente na formulação, depende também das propriedades físicas e
químicas do veícuío. Mackey (1985) relatou que o amargo da Cafeí-
na e do Quinino foi reduzido quando os compostos foram dispersos
em Óleo de Amendoim, em vez de água. A natureza hidrofóbica do
solvente pode ter alterado a velocidade de distribuição, reduzindo a
concentração salivar ou então a viscosidade do óleo pode ter influ-
enciado na resposta perceptiva.

18.5.3. Viscosidade:
0 aumento da viscosidade do veículo diminui a percepção do
sabor amargo.

18.5.4. Temperatura:
A percepção do amargo pode ser diminuída com o aumento
ou com a redução da temperatura da preparação.

18.5.5. Irritantes químicos orais:


A adição de agentes químicos irritantes orais tem sido pro-
posta como agentes de mascaramento da percepção. Lawless et al.
(1985) observaram que a percepção do amargo de uma solução de
Quinino foi, moderadamente, suprimida com a utilização prévia de
um rinse com solução de Capsaicina. A Capsaicina tem sido utilizada
em soluções dessensibilizantes do paladar em rinses em concentra-
ções de 100ppm.

18.5.6. Etanol:
0 Etanol devido a sua propriedade solubilizante, potencializa
o sabor amargo.

18.5.7. Modificadores do sabor:


Alguns compostos modificam o paladar, aparentemente, de-
vido à interação com receptores celulares do paladar (Kurihara,
1971). Ex.: Extrato de Gymnema Sylvestre e Dodecil sulfato de Só-
dio.

18.5.8. Status salivar:


Para uma substância ter acesso à célula receptora do pala-
dar, ela precisa estar solubilizada em um meio aquoso, no organis-

315
Capítulo 5 - Manipulação

mo, este meio é provido pela saliva. As relações entre a saliva e a


percepção do sabor têm sido estudadas. Sabe-se que sabores primá-
rios ácidos são efetivos na estimulação do fluxo salivar. Estas evi-
dências sugerem que os efeitos de diluição da saliva, devido ao au-
mento do seu fluxo, podem reduzir a percepção do amargo. Algumas
substâncias amargas também podem aumentar o fluxo salivar, em-
bora fracamente quando comparadas com substâncias ácidas.

18.5.9. Idade:
A sensibilidade para o paladar diminui com o envelhecimento
(Murphy, 1986).

18.6. Flavorizantes
Substância que confere ou intensifica o sabor e o aroma dos
alimentos (Decreto n°55.871 25/03/1965)

1 8 . 6 . 1 . Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabo-


res primários:
Doce: baunilha, vanilina, tutti-frutti, uva, morango, framboesa,
amora e hortelã-pimenta.
Ácido/azedo: cítrico, limão, laranja, cereja, framboesa, xaropes
mucilaginosos (goma arábica).
Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xa-
rope de maple, xarope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa,
butterscotch, xarope de cereja e xarope de chocolate.
Amargo: anis, café, chocolate, chocolate-menta, menta, limão,
laranja, pêssego, cereja, framboesa, lima, xarope de ácido cítrico,
xarope de cacau, xarope de alcaçuz e cravo.
Salino + amargo: xarope de canela, xarope de laranja e xarope de
ácido cítrico.
Oleoso: menta, anis, canela, hortelã (ex.: correção do sabor de
preparações com óleo mineral).
Metálico: morango, framboesa, cereja e uva.
Insipido: associar edulcorante e flavorizante, xarope de limão ou
xarope simples com tintura ou essência de limão.

316
Capitulo 5 - Manipulação

18.6.2. Sugestões de Flavorizantes por Classes de Drogas


Antibióticos: cereja, abacaxi, laranja, framboesa, banana + abaca-
xi, banana + baunilha, côco + creme, morango + baunilha, limão-
creme, cereja + creme, tutti-frutti-canela e maple.
Antihistaminicos: cereja, canela, creme, uva, mel, pêssego + laran-
ja, framboesa, baunilha, cacau.
Barbituratos: banana + abacaxi, banana + baunilha, canela + men-
ta, groselha + morango, pêssego + laranja, lima e laranja.
Descongestionantes e expectorantes: anis, cereja, côco + creme,
creme + menta + morango, groselha + pêssego, morango, limão,
laranja, laranja + limão, abacaxi, laranja + pêssego, morango,
framboesa e tangerina.
Eletrólitos: cereja, uva, framboesa e lima + limão.

Fonte: adaptado de Thompson

0 corante a ser utilizado em uma formulação deve ser sele-


cionado harmonicamente com o flavorizante (exemplo: verde para
menta, vermelho para cereja, etc.)

18.6.3. Sugestões de Flavorizantes para Produtos Veteriná-


rios
Pássaros: uva, laranja e tutti-frutti.
Gatos: carne, galinha, fígado, amendoim, peixe e queijo.
Cães: carne, queijo, galinha, fígado, marshmallow, amendoim,
framboesa e morango.
Equinos: maçã, cereja, cravo, caramelo e alfafa.
Bovinos: anis, maple, cravo, alfafa e anis-alcaçuz.
Cabras: maçã e caramelo.
Frangos: milho, melancia e leite.
Furões: peixe e frutal.
Iguanas: kiwi e melancia.
Coelhos: banana-creme e alface.
Porquinho-da-india: laranja e tutti-frutti.
Primatas: banana, chocolate e framboesa.
Répteis (exceto cobras): banana-creme e limão-creme.
Adaptado: IJPC - Internationat Journal of Pharmaceutical Compoundins July/August 1997.

317
Capitulo 5 - Manipulação

18.7. Monografias de alguns flavorizantes especiais e


corretivos de sabores

1 8 . 7 . 1 . Óleo deanis:
Óleo volátil destilado, obtido da Pimpineüa anisum, Linné
(Fam. UmbelUferae).
Composição: anetol (80 a 90%), metil chavicol (isômero do
anetol) e acetona anísica.
Descrição: óleo amarelado ou incolor com odor e sabor ca-
racterístico do anis.
Solubilidade: solúvel em 3 volumes de álcool a 90%.
Uso e aplicação: agente flavorizante (mascara o amargo),
flavorizante ideal para preparações oleosas, carminativo (0,1%).

18.7.2. Óleo essencial de canela:


Óleo volátil destilado, obtido da Cinnamonum cassia (Nees)
Nees ex Blume (Fam Lauraceae).
Composição: 80% de aldeídos totais (principal cinamaldeído).
Solubilidade: solúvel em igual volume de álcooi.
Descrição: óleo amarelado com odor e sabor característicos
de canela,
Uso e aplicação: agente flavorizante com bons resultados em
preparações oleosas, salinas e amargas, agente carminativo (0,05 a
0,2%).

18.7.3. Óleo essencial de cravo:


Óleo essencial destilado, obtido dos botões floridos da Euge-
nia caryophyllus (Fam. Myrtaceae).
Composição: 85 a 90% v/v de eugenol.
Descrição: óleo incolor ou amarelo pálido, com odor e sabor
característicos do cravo-da-índia.
Soiubilidade: miscível em álcool.
Uso e apiicação: agente flavorizante (1 a 3%) em preparações
odontológicas.

318
Capitulo 5 - Manipulação

18.7.4. Óleo essencial de menta:


Óleo volátil destilado, obtido da Mentha piperita.
Composição: mentol (na forma rotatória levógira), acetato
de mentila (éster do mentol) entre outros componentes voláteis.
Descrição: liquido incolor ou levemente amarelado.
Solubilidade: solúvel em álcool.
Usos e aplicações: agente flavorizante, anestésico, carmina-
tivo, antiséptico. Utilizado como flavorizante de antiácidos, pasti-
Ihas e gomas mastigáveis. 0 óleo essencial de menta apresenta um
efeito dessensibilizante do paladar, útil no mascaramento do sabor
amargo.

18.7.5. Óleo de Eucalipto:


Óleo volátil destilado, obtido de folhas frescas do Eucalyptus
çlobulus e outras espécies (Fam. Myrtaceae).
Composição: eucaliptol ou cineol (não menos que 70%) e ou-
tros compostos, incluindo o d-a-pineno, globulol, pinocarveol, pino-
carvona e vários aldeídos.
Descrição: liquido incolor ou amarelo pálido com uma carac-
terística aromática, odor camforáceo, sabor picante, pungente e
refrescante.
Soiubüidade: solúvel em 5 volumes de álcool 70%.
Uso e aplicação: agente flavorizante e expectorante.

18.7.6. Extrato fluido de Alcaçuz:


Extrato fluido preparado a partir de rizomas e raízes da
Glycyrrhiza glabra, Linné (Fam. Leguminosae)
Composição: 5 a 7% de glicirrizina ou Ácido Glicirrízico, o
qual é 50 vezes mais doce que o açúcar.
Uso e aplicação: no preparo do xarope de alcaçuz, flavori-
zante doce e muito eficiente no mascaramento de sabores amargos
(ex.: Quinino).

18.7.7. Glicirrizinato de amôneo (Magnasweet®)


Descrição: pó higroscópico ou forma pré-solubilizada em gli-
cerina ou propüenoglicol.
Aplicação e uso: é um evidenciador e potencializador do sa-
bor doce. Tem sido utilizado em sistemas adoçantes artificiais, xa-
319
Capítulo 5 - Manipulação

ropes (para gripe e para resfriado, antissépticos orais e antibióti-


cos), pastilhas mastigáveis (ex.: antiácidos) e vitaminas. Apresenta
efeito sinérgico com adoçantes naturais. Agente de mascaramento
para o after-taste amargo, o tempo de permanência do seu sabor é
maior. Deve ser utilizado em associação com edulcorantes.
Concentração usual: 0,1 a 0,5%.

18.7.8. Óieode Limão


Óleo volátil, obtido da expressão da pele fresca do fruto do
Citrus limon (Linné) Burmann filius (Fam. Rutaceae).
Composição: aldeído citral (4%), d-limoneno (cerca 90%) den-
tre outros componentes voláteis e não-voláteis.
Descrição: líquido amarelo, levemente amarelo ou amarelo
esverdeado, com odor e sabor característicos da pele do limão.
Solubilidade: miscível em álcool.
Aplicação e uso: agente flavorizante.

18.7.9. Óleo essencial de laranja


Óleo volátil, obtido por expressão da pele fresca do fruto do
Citrus sinensis (Linné) Osbeck (Fam. Rutaceae).
Composição: d-limoneno (90%) e 5 a 10% de outros constitu-
intes voláteis.
Descrição: líquido intensamente alaranjado, com odor e sa-
bor característicos da casca da laranja.
Solubilidade: miscível em álcool anidro.
Aplicação e uso: agente flavorizante em elixires e outras
preparações.

18.7.10. Salicilato de metila


Óleo obtido sinteticamente ou das folhas da Gaultheria pro-
cumbens (Ericaceae) e da casca da Betula lenta (Betulaceae).
Descrição: líquido incolor ou levemente amarelado com odor
aromático e sabor doce aromático.
Solubilidade: solúvel em álcool, em óleos e levemente solú-
vel em água.
Aplicação e uso: analgésico local, agente flavorizante (em pe-
quenas concentrações). A ingestão aceitável é de 500mcg/kg/dia.
Utilizado em pastilha e na flavorização de óleos (ex.: óleo de fígado
de bacalhau).
320
Capítulo 5 - Manipulação

18.7.11. Glutamato monossódico


Obtido da fermentação do açúcar de beterraba ou pela hi-
drólise de proteinas vegetais.
Descrição: pó cristalino branco e eflorescente.
Solubilidade: muito solúvel em água e levemente solúvel em
álcool.
Usos e aplicações: realça os aromas naturais. Muito eficiente
na redução do sabor metálico de preparações contendo ferro, po-
rém não pode ser utilizado em pediatria. A dose diária de ingestão
máxima recomendada é 120mg para adultos ou crianças maiores de
12 anos.

18.7.12. Mentol
Descrição: Pó branco cristalino ou cristais, com um forte o-
dor e sabor característicos. 0 mentol é uma mistura racêmica.
Solubilidade: muito solúvel em etanol, muito pouco solúvel
em glicerina e praticamente insolúvel em água.
Usos e aplicações: agente flavorizante, evidenciador do odor e
terapêutico. 0 mentol atua como dessensibilizante do paladar, em-
pregado muitas vezes para o mascaramento do sabor amargo de
determinadas substâncias.
Concentrações usuais:
• Suspensões orais: 0,003%
• Xaropes: 0,005 a 0,015%
• Comprimidos e pastilhas: 0,2 a 0,4%
• Pasta dental: 0,4%
• Enxaguatórios bucais: 0,1 a 2,0%
• Spray oral: 0,3%

18.7.13. Vanilina:
Obtida da baunilha.
Descrição: cristais finos brancos ou ligeiramente amarelados.
Solubüidade: 1g dissolve em 100 mL de água, cerca de 20 mL
de glicerina, facilmente solúvel em álcool.
Incompatibilidade: combina com a glicerina formando um
composto quase insolúvel em álcool. É decomposta por álcalis e é
oxidada lentamente pelo ar.
Aplicações e usos: como flavorizante de fundo para mascarar
sabores desagradáveis.
Concentração usual: 0,01 a 0,02% p/v.

321
Capitulo 5 - Manipulação

18.8. Flavorizantes Especiais para Preparações Farma-


cêuticas: Soluções para a correção de sabores em For-
mas Farmacêuticas

18.8.1. Banana creme anidro


(flavorizante composto banana/creme):
Composicão: acetato de amila, álcool amílico, formato de
butila, acetato de butila, vanilina, propionato de amila, corante
certificado FDC amarelo # 5 e propilenoglicol.
Características: flavorizante anidro; hidromiscível; pH em so-
lução aquosa 1% : 6,71, sol.2% : 6,62 e sol. 3% 6,53 a 6,82.
Empregos: indicado para preparações anidras, tais como,
pastilhas à base de polietilenoglicóis e também para formulações
aquosas. Flavorizante especialmente interessante para corrigir o
sabor da nistatina, alguns antibióticos e barbitúricos.

18.8.2. Chlorexidine
(flavorizante especial para preparações contendo clorexidina):
Composição: propilenoglicol, álcool, mentol, eugenol, óleo
essencial de hortelã, óleo essencial de Mentha Piperita, salicilato de
metila, polisorbato 20, corante artificial certificado FDC azul # 1.
Caracteristicas: flavorizante hidrosolúvel.
Empregos: flavorizante ideal para mascarar o sabor adstrin-
gente da clorexidina. Pode ser utilizado nas formulações de enxa-
guatórios bucais e géis dentais contendo este ativo.

18.8.3. Chocolate anidro:


Composicão: extrato de cacau, etil vanilina, valinina, ligni-
na, cinamato de amila, acetato de fenil butila, isovalerato de buti-
la, cinamato de isobutila, acetato de fenil amila, cinamato de fenil-
propila, furfural, álcool furfuril, linalol, propenilguaetol, isovaleral-
deído, diacetil, dimetilpiranina, óleo de orégano, dimetilsulfito,
propilenoglicol e álcool benzílico.
Características: flavorizante anidro lipossolúvel.
Emprego: flavorizante concentrado e compatível bases ani-
dras tais como base de chocolate, base de polietilenoglicol para
pastilhas medicamentosas.

322
Capitulo 5 - Manipulação

18.8.4. Coffee anidro (Café):


Composição: propilenoglicol, extratos de café, formato de
etila, metilciclopentenolona, diacetil, fenilacetato de amila metil-
mercaptano.
Características: flavorizante anidro lipossolúvel e hidromiscí-
vel; pH em solução aquosa 1%: 6,71, solução aquosa 2%: 6,62, solu-
ção aquosa 3%: 6,62 a 7,2.
Emprego: flavorizante preferencial de adultos e com aplica-
ção no mascaramento de preparações contendo fármacos de sabor
amargo. Pode ser incorporado em preparações anidras e aquosas.

18.8.5. Creme de Menthe anidro


(Creme de Menta: flavorizante composto para fármacos amargos):
Composição: propilenoglicol, álcool etílico, óleos essenciais
de Mentha piperita e limão, corante artificial certificado FDC azul #
1 e amarelo # 5.
Caracteristicas: flavorizante anidro lipo e hidrossolúvel; pH
em solução aquosa 1%: 6,82, solução aquosa 2%: 6,73, solução aquo-
sa 3%: 6,64.
Empregos: flavorizante preferencial para mascaramento do
sabor amargo de preparações farmacêuticas, apresenta boa perfor-
mance na flavorização de preparações com antibióticos betalactâ-
micos. Pode ser utilizado em preparações anidras e aquosas.

18.8.6. Honey anidro (Mel):


Composição: álcool, propilenoglicol, mel, aldeídos e cetonas.
Caracteristicas: flavorizante anidro lipo e hidrossolúvel; pH
em solução aquosa 1%: 6,71, sol. 2%: 6,80, sol. 3%: 6,62.
Empregos: flavorizante preferencial para preparações com
antibióticos. Empregado em preparações anidras, tais como, solu-
ções oleosas de uso oral e também em preparações aquosasb como,
suspensões e xaropes.

18.8.7. Maple:
Composição: propilenoglicol, água, feno-grego, café, bauni-
Iha, farinha de São João, açúcar de maple e glicerina.
Características: flavorizante hidratado; hidrossolúvel; pH em
solução aquosa 3%: 6,73.
323
Capitulo 5 - Maniputação

Empregos: flavorizante preferencial para adultos e para mas-


caramento de sabores salgados. Pode ser utilizado em preparações
aquosas como xaropes, elixires e suspensões orais de uso humano e
também veterinário (gado).

18.8.8. Marshmallow:
Composição: água, propilenoglicol, vanilina, benzodihidropi-
rona, heliotropina, oxihidrato de etila, óleo de limão, óleo de laran-
ja e óleo de noz-moscada.
Características: flavorizante hidratado; hidrossolúvel; pH so-
lução aquosa 3%: 4,38.
Empregos: sabor atrativo para crianças e adultos. Flavorizan-
te de fundo (ideal para combinação com outros flavorizantes) com
ótimos resultados no mascaramento de preparações contendo fár-
macos amargos. Pode ser empregado em preparações líquidas, sóli-
das ou semi-sólidas de uso oral que contenham água.

18.8.9. Raspberry anidro


(Flavorizante de Framboesa anidro):
Composição: acetato de etila, butirato de etila e outros és-
teres, alfa-ionona e outras cetonas, vanilina e outros aldeídos, mal-
tol, óleo de laranja e outros óleos cítricos, propilenoglicol, suco de
framboesa negra, corante certificado FDC Vermelho #40 e Azul #1.
Características: flavorizante anidro lipo e hidrossolúvel; pH
em solução aquosa 1%: 6,29, solução aquosa 2%: 5,86 e solução a-
quosa 3%: 5,34.
Empregos: flavorizante ideal para mascarar sabores excessi-
vamente doces, salinos e metálicos. Flavorizante de escolha em
preparações contendo antibióticos, antihistamínicos, descongestio-
nantes, expectorantes e eletrólitos. Pode ser utilizado em prepara-
ções anidras e aquosas de uso humano e também de uso veterinário
(cães e primatas).

18.8.10. Óleo de Tangerina:


Composição: tangerina natural e óleos essenciais de laranja.
Caracteristicas: flavorizante anidro solúvel em álcool e ó-
leos. Miscível em preparações aquosas com utilização de polisorbato
20. pH em solução aquosa 1%: 6,87, solução aquosa 2%: 6,68 e solu-
324
Capitulo 5 - Manipulação

çãoaquosa 3%: 6,28 (utilizando polisorbato 20 para dispersão 1:1).


Empregos: ideal para flavorização de preparações oleosas de
uso oral e preparações aquosas com fármacos de sabor amargo,
principalmente em preparações contendo expectorantes e descon-
gestionantes. Pode ser utilizado em preparaçòes anidras e aquosas
(com uso de tensioativo).

18.8.11. Peanut Butter anidro


(Flavorizante com sabor de pasta de amendoim):
Composicão: propilenoglicol, álcool benzílico, metilpirazina,
acetil pirazina, benzaldeído, metilciclopentenolona e decalactona.
Caracteristicas: flavorizante anidro lipossolúvel e hidromiscí-
vel; pH em solução aquosa 1%: 6,99, solução aquosa 2%: 6,71, solu-
ção 3%: 6,46.
Empregos: Flavorizante para uso humano, principalmente em
preparações anidras, tais como, preparações oleosas de uso oral,
pastilhas a base de gorduras vegetais hidrogenadas, pasta de amen-
doim e em preparações de uso veterinário (contituindo um sabor
preferencial de gatos e cachorros). Pode ser utilizado em prepara-
ções anidras e aquosas.

325
Capítulo 5 - Manipulação

18,9. Microrevestimento de fármacos - Alternativa para


mascaramento
0 microrevestimento de fármacos com polímeros representa
uma alternativa para o mascaramento do sabor de fármacos com
paladar desagradável.

1 8 . 9 . 1 . Sugestões de Formulações

A. Solução para Microrevestimento com acetoftalato de celulose:


Fármaco 10 g
Monoestearato de glicerila 5g
Solução Acetoftalato de celulose 15% .. 100 ml_

B. Solução de Acetoftalato de celulose 15% p/v:


Acetoftalato de ceiulose 15 g
Acetona qsp 100 ml_

Procedimento:
Passo 1: Adicione o MEG à solução de acetoftalato de celulose.
Aqueça a 50°C (placa aquecedora ou BM), agitando até a obtenção
de uma soluçào límpida.
Passo 2: Adicione o fármaco tamisado ao passo 1.
Passo 3: Agite vigorosamente, em uma capela com exaustão por 1 a
2 horas a 50°C, para deixar que a reação se complete.
Passo 4: Espalhe o passo 3 em uma placa para espatulação, utilizan-
do uma espátula de borracha.
Passo 5: Deixe o passo 4 secar sob a capela. Uma crosta irá se for-
mar na placa. Deixe secar até que desapareça todo o odor de ace-
tona.
Passo 6: Raspe a crosta, triture o pó em um gral e deixe secar.
Passo 7: Determine um fator de correção.

C. Solução para Microresvestimento com Eudragit L-100:


Fármaco 10 g
Eudragit L-100 3g
Óleo vegetal hidrogenado* 2g
Acetona 200 mL
"Lubritab®

326
Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento de preparo:
Passo 1: Em um gral triture o óleo vegetal hidrogenado.
Passo 2: Em um béquer, disperse o passo 1 em acetona. Tamise den-
trodo mesmo Eudragit L-100 para dispersá-lo bem.
Passo 3: Tamise também, dentro do béquer o fármaco. Agite vigoro-
samente para assegurar uma mistura uniforme. Se houver formação
degrumos, agite vigorosamente até completa dispersão.
Passo 4: Mantenha agitando até a completa evaporação da acetona.
Para obter um melhor revestimento do fármaco, cubra o béquer
com um vidro relógio para permitir mais tempo para a reação com-
pletar.
Nota: Observe a preparaçõo de tempo em tempo. Levará cerca de 5 a 6 horas para a acetona
evaporar. Se a acetona evaporar antes deste tempo, adicione um pouco mais de acetona,
para estender a reação em 5 a 6 horas. Uma crosta dura irá se formar no béquer (complexo
comofármaco).
Passo 5: Raspe a crosta dura do béquer e coloque em um prato para
aevaporação.
Passo 6: Coloque o passo 5 em uma estufa na temperatura de 50°C
para secar. Neste passo, a acetona residual irá se evaporar. Cheque
o peso do prato de evaporação. Quando o pó estiver completamente
seco, não haverá mais mudanças no peso. Este passo levará várias
horas.
Passo 7: Retire o passo 6 da estufa e triture a crosta até formar um
pó fino.

Nota:
| Proteger o produto da tuz.
2. )5g do produto revestido equivale a cerca de 10 g do fàrmaco puro.
3. Este pó revestido poderá ser suspendido (suspensõo). Porém, a estabilidade da suspensão
serà somente por 2 semanas, pois, o microrevestimento pode ser quebrado e então o sabor
desagradàvel do fármaco poderá ficar evidente novamente.

Estabilidade do pó revestido: cerca de 180 dias.

327
Capítulo 5 - Manipulação

19. Edulcorantes (adoçantes)

Existe um adágio antigo que diz: "Uma colher de açúcar ajuda


o remédio descer melhor". Isto nos faz lembrar que o sabor doce,
tem sido utilizado para mascarar o amargo já há muito tempo.
Por ser mais desejável, o sabor doce é utilizado para cobrir ou
balancear o amargo. Na verdade, o doce e o amargo podem intera-
gir de várias maneiras. Através do efeito de mascaramento, no qual
o sabor doce é utilizado para cobrir, balancear ou sobrepor ao sabor
amargo. Ou então, como alguns adoçantes atuam, inibindo a per-
cepção de algumas substâncias amargas.
Estudos experimentais demonstram uma relação entre os re^
ceptores para paladar doce e os receptores para paladar amargo. É
bem conhecido que em uma mistura contendo uma susbstância doce
e outra amarga, a percepção de ambos paladares (doce e amargo) é
reduzida. Não há um consenso se esta supressão ocorre nas papilas
gustativas (Lawless, 1982) ou no cérebro (Kroeze and Bartoshuk,
1985). Parece haver uma reatividade cruzada entre os receptores
para amargo e doce.
Um aspecto muito curioso da percepção de um adoçante, é o
fenômeno do perfil temporal - o tempo para o início da percepção
do sabor e a duração da percepção deste (Carr et al., 1993). A saca-
rose, considerada ideal, tem o início e a duração da percepção do
seu sabor, razoavelmente rápido. Adoçantes como o acesulfame e a
sacarina têm um início da percepção mais rápido do que a sacarose,
com uma curta duração da sensação. Já a glicirrizina, tem a per-
cepção do seu sabor doce inicial muito lenta e permanecendo por
um período prolongado (veja figura a seguir). Isto indica que os di-
ferentes edulcorantes podem atuar por diferentes mecanismos. Em-
bora o sabor amargo não tenha sido tão bem estudado sobre este
aspecto, sabe-se que qualitativamente o amargo tem seu início de
percepção lenta e seu tempo de permanência da percepção maior.
Podemos concluir que em virtude deste fator de percepção tempo-
ral, os edulcorantes com perfil de permanência mais longo são me-
Ihores para mascarar o amargo. A sacarina e acesulfame apresentam
curta duração, por isto são menos utilizados do que o aspartame.

328
Capitulo 5 - Manipulação

10 O
■o -o
<D O .

■8 a - 9
<" } ; ">

£oi

Representaçáo esquemática de perfil temporai da percepção do sabor

Um grande número de agentes é utilizado como edulcorante,


incluindo a sacarose, a glicose, o xarope de milho, o sorbitol, o ma-
nitol e outros açúcares. Normalmente, estes açúcares são emprega-
dos em grandes concentrações, influenciando na viscosidade do veí-
culo e podendo retardar a velocidade de dissolução de algumas dro-
gas. Edulcorantes não-calóricos (ex.: sacarina e aspartame) também
podem ser empregados, com a vantagem de apresentar poder
adoçante muito maior do que os açúcares.
Algumas misturas de diferentes edulcorantes (ex.: aspartame
+ acesulfame) produz sinergia e um alto nível de dulçor na mistura,
maior do que seria previsível com o uso isolado dos edulcorantes
(Roy, 1997). Outras misturas (ex.: sacarina + acesulfame) são estri-
tamente aditivas e provavelmente competem por receptores co-
muns (Caret. al., 1993).

329
Capitulo 5 - Manipulação

19.1. Principais Edulcorantes empregados em


Formulações Orais Líquidas
Tabela 4 2 : Principais Edulcorantes para Formulações Orais
Líquidas

Edulcorante Concen- Solubi- Poder pH incompatibilidades


tração lidade adoçante* estabilidade e
usual comentários
Sacarose Até 85% Agua, Metais pesados po-
álcool dem conduzir a
incompatibilidades
com ativos (ex.vit.C)
Sorbitol 20 a 70% Agua 0,5 a 0,7 X ions metálicos di e
trivalentes em condi-
ções extremamente
ácidas ou alcalinas
Manitol 7% Agua 0,7 X Forma complexos
com alguns metais
(Fe, Al, Cu)
Soluções conc. > 20%
podem se precipitar
com NaCl, KCi e com
contato com plástico
Sacarina 0,04 a Agua 300 X >2,0 Altas temperaturas
sódica 0,6% (1:1,2) (>125°C)
Esteviosidio 0,1 a0,5% Muito 300 X
solúvel
em
água
Aspartame" 0,1 a0,5% Agua 180 X 2,0 a 5.0 Altas temperaturas
(1:100)
Ciclamato Até0,17% Agua 30 X
sódio (1:5)
Acesulfame 0,3 a Agua 180 a 200 X (pH ácido) boa estabilidade ao
de K"* 0,5% (1:3,7) máx. 3,0 a calor
3,5 Sinergismo edulco-
rante com ciclamato
sódico e aspartame.
Frutose 45 a 99,5% Agua 1.17X máx. 3,0 a Àcidos e bases for-
(1:0,3) 4,0 tes, na forma aldei-
dica reage com
aminas, aminoácidos,
péptides e proteínas
(coloração marrom)
Estabilidade ao calor
até 70-C.
Propriedade eviden-
ciadora do sabor.
Limitaçào de dose
para diabéticos até o
lü.ix. de 2 5 / d i a .

330
Capitulo 5 - Manipulação

Tabela 42: Principais Edulcorantes para Formulações Orais


Liquidas
Fonte: adaptado Thompson e Handbook of Pharmaceuticat excipients
'Poder adocante comparado à sacarose.
" 0 aspartame è uma combinação de dois aminoácidos, o Ácido L-aspártico e a L-fenilalanina
em sua forma de metil éster. Devido ao fato de conter a fenilalanina, o aspartame não deve
ser utilizada por fenilcetonúricos linabilidade de metabolizar a fenilalanina).
"* 0 acesulfame de K é sintetizado a partir do éster Terci-butil do Ácido Acetoacético e o
Isocianato Fluorosulfonil. Apresenta efeito edulcorante sinérgico com Aspartame e o Cicla-
moto Sódico.

19.2. Fórmulas Edulcoradas e Flavorizadas

19.2.1. Xarope Simples (1 litro)


Sacarose (açúcar refinado) 850g
Benzoato de sódio 2g
Água destilada qsp 1000 ml
Nota: Nâo levantar fervura, pois poderá haver formação de açúcar invertido.

Procedimento:
Pesar precisamente os ingredientes sólidos misturando-os.
Adicionar água destilada ao açúcar e o conservante, completar o
volume com água destilada.
Misturar todos componentes e aquecer até a dissolução, completan-
do ao volume final.
Embalagem: frasco de vidro âmbar, bem fechados.
Armazenamento: temperatura ambiente (15 a 30°C).
Estabilidade: 1 ano.

19.2.2. Xarope de Chocolate ou Cacau


(veículo edulcorado) - Remington
Chocolate em pó 18,0% (flavorizante)
Açúcar refinado 60,0% (edulcorante)
GÍicose liquida * 18,0% (edulcorante)
Glicerina 5,0%(diluente e edulcorante)
Cloreto de sódio 0,2% (adjuvante)
Benzoato de sódio 0,1% (conservante)
Vanilina 0,02% (flavorizante)
Água destilada qsp 100 ml (veículo)
• Xarope de milho (utilizar o produto comercial Karo')
331
Capítulo 5 - Manipulação

Procedimento de preparo:
Passo 1: Pesar e medir separadamente os componentes da formula-
ção.
Passo 2: Dissolver o Cloreto de Sódio e o Benzoato de Sódio em 32,5
ml_ de água aquecida a 85°C).
Passo 3: Quando a água do ítem anterior atingir 85°C, desligar, a-
crescentar o açúcar mais a glicose líquida e a glicerina. Ligar o a-
quecimento novamente e homogeneizar utilizando um misturador
de hélice, acrescentando aos poucos o chocolate em pó. Desligar o
aquecimento, deixando a temperatura baixar para 40°C e então,
adicionar a vanilina solubilizada em qs de álcool.
Passo 4: Aguardar 12 horas e insuflar nitrogênio no xarope e no fras-
co.
Embalagem: vidro âmbar
Conservação: em local fresco, em vidros previamente purgados com
nitrogênio.
Estabilidade: 1 ano.

19.2.3. Xaropes flavorizados (480 mL)


Flavorizante concentrado* 15 mL
Ácido Cítrico 0,1%
Xarope simples qsp 480 mL
* Cereja, moran%o, uva, framboesa ou laranja.

19.2.4. Xarope de Acácia (1000 mL)


Goma arábica (acácia) 100g
Benzoato de Sódio 2g
Extrato de Baunilha puro 5 mL
ou flavorizante de Marshmallow 30 mL
Sacarose 800 g
Água purificada qsp 1000 mL

Preparo:
Passo 1: Misture a Goma Arábica, o Benzoato de Sódio e a Sacarose.
Passo 2: Adicione 425 mL de água purificada (ex.: água destilada) e
misture bem.
Passo 3: Aqueça a mistura em banho-maria até completa dissolução.
Passo 4: Quando esfriar, remova a espuma formada acima do xaro-
pe.
Passo 5: Adicione o flavorizante, misturando-o bem.
Passo 6: Complete o volume com a água.
332
Capítulo 5 - Manipulação

Embalagem: vidro âmbar.


Conservação: Temperatura ambiente protegido do calor excessivo.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

19.2.5. Veículo para Suspensões Orais com Fármacos Amar-


gos
Fármaco amargo Xg
Esteviosídeo 0,1%
Sacarina sódica 0,05%
Goma xantana 0,2%
Benzoato de sódio 0,2%
Glicerina qs para levigar
Xarope de chocolate ou
Xarope simples flavorizado * qsp 100 ml_
'Fiavorizantes: chocolate, framboesa, creme de menta, tutti-frutti • 1mL/30mL.
'Óleo essencial de menta - 2 $otas/30 mL.

Preparo:
Passo 1: Triture o ativo em um gral com o pistilo, misture a goma
xantana, o benzoato de sódio (caso o xarope base não contenha
conservante), a sacarina sódica e o esteviosídeo.
Passo 2: Adicione qs de glicerina e triture até formação de pasta
homogênea e sem grumos.
Passo 3: Incorpore o flavorizante escolhido à pasta. Adicione o óleo
essencial de menta.
Passo 4: Adicione quantidade suficiente de xarope de chocolate ou
do xarope simples até completar o volume desejado.

19.2.6. Veículo para Suspensões Orais para Fármacos Ex-


tremamente Amargos
Fármaco extremamente amargo xg
Esteviosideo 0,8 %
Sacarina sódica 0,1%
Acesulfame de potássio 0,5%
Goma xantana 0,5%
Benzoato de sódio 0,5%
*Aspartame 1,0%
Glicerina qs para levigar

333
Capítulo 5 - Manipulação

Flavorizantes: Chocolate 5%, Creme de menta 2,5%, Tangerina 2%,


MarshmaUow 2%: total de 11,5%.
Óleo essencial de menta 1 a 2 gotas/30 ml_.
Xarope de chocolate ou xarope simples qsp 100 ml_
"Opcional (depende da situaçâo)

Preparo:
Passo 1: Triture o ingrediente ativo em um gral com o pistilo, mis-
ture a Goma Xantana, o Benzoato de Sódio, a Sacarina Sódica e o
Esteviosídeo (e o aspartame).
Passo 2: Adicione qs de glicerina e triture até formação de pasta
homogênea e sem grumos.
Passo 3: Incorpore o flavorizante escolhido à pasta. Adicione o óleo
essencial de menta.
Passo 4: Adicione quantidade suficiente de xarope de chocolate ou
do xarope simples até completar o volume desejado.

19.2.7. Xarope de Alcaçuz


Óleo essencial de funcho 0,05 ml_
Óleo de anis 0,5 ml_
Extrato fluido de alcaçuz 250 mL
Xarope simples qsp 1000 mL
Veículo bom para fármacos amargos.
Incompatível com ácido (causa precipitação da glicirrizina e perda
da ação flavorizante)

19.2.8. Xarope de Ácido Cítrico ou Xarope de Limão (USP)


Ácido cítrico (hidratado) 10g
Tintura de limão 10 mL
Água destilada 10 mL
Xarope simples qsp 1000 mL
Veiculo bom para fármacos amargos ou salgados.
Não é adequado para componentes alcalinos.

19.2.9. Solução Edulcorante com Frutose (100mL)


Sacarina sódica 2g
Ciclamato sódico 10g
Frutose 60g
Água destilada +/- 51 ml
334
Capítulo 5 - Manipulação

Procedimento de preparo:
Passo 1: Dissolver os pós na água aquecida a 60/65° C.
Passo 2: Ajustar o volume final.
Passo 3: A solução deverá ficar límpida e transparente.
Passo 4: Aguardar 12h em respouso..
Passo 5: Filtrar em malha para xarope.

335
Capitulo 5 - Manipulação

20. Xampus
São produtos destinados primariamente à limpeza dos cabe-
los e do couro cabeludo, porém podem ser acrescidos de princípios
ativos com ação terapêutica.

20.1. Componentes Básicos de um Xampu:

20.1.1. Água:
Responsável pela diluição dos tensioativos ("agentes espu-
mantes" responsáveis pela remoção das sujidades). E a matéria-
prima de maior concentração na formulação, devendo possuir boa
qualidade microbiológica e quimica, ser purificada e recém deioni-
zada.

20.1.2. Detergente (tensioativo):


Substância que por possuir em sua estrutura molecular gru-
pos hidrofílicos (que ligam à água) e lipofílicos (liga à gordura, su-
jeiras dos cabelos), tem a capacidade de alterar a força de ligação
entre a sujeira e o cabelo, removendo-a .

20.1.3. Principais Tensioativos:


A. Aniônicos: em contato com água adquirem uma carga negativa.
B. Catiônicos: em contato com a água adquirem carga positiva.
C. Anfóteros: dependendo do pH do meio, adquirem carga positiva
ou negativa, pH ácido (+) ou pH básico (-)
D. Não iônicos: Não formam carga ao entrar em contato com a água.

2 0 . 1 . 4 . Espessantes:
São adicionados para aumentar a viscosidade do xampu,
permitindo que ao ser despejado do frasco possa ser aparado pelas
mãos, não escorrendo por entre os dedos.
Exemplo: Cloreto de Sódio (melhor espessante, aumenta a viscosi-
dade do xampu até um valor máximo, a partir do qual qualquer
quantidade a mais adicionada, leva a uma diminuição da viscosida-
de, sem possibilidade de correção), hidroxietilcelulose (Natrosol),
Carbopol 2020, PEG 6000, PEG DOE 120, Glutamate.

336
Capitulo 5 - Manipulação

Tabela 43: Tensioativos usados e m xampus

Nome quimico Nome Propriedades


Comercial
Base Perolada Dehykont PK 771 Tensioativo com propriedade nacarante para
xampus perolados
Coco betaína Betaion CAB Tensioativo anfótero, estabilizador de espu-
ma, agente condicionante; associado a aniô-
nicos aumenta a viscosidade dos xampus.
Cocoamido propil Dehyton KB, Tensioativo anfótero, estabilizador de espu-
betaína Betaion CAPB ma, agente condicionante; associado a aniô-
nicos aumenta a viscosidade dos xampus
Cocoanfocarboxi- Betaion AC 50 Tensioativo anfotérico, estabilizador de
glicinato Dehyton G espuma, agente condicionante; associado a
aniônicos aumenta a viscosidade dos xampus.
É o menos irritante dos 3 anfóteros e tem pior
efeito sobre a viscosídade.
Decil poliglicosideo Plantarem 2000 Tensioativos não-iônicos, poder espumante
muito bom, baixa reserva de viscosidade,
baixo poder irritante
Dietanolamida de Comperlan KD e Tensoativo não-iônico, espessante, sobreen-
ácidos graxos de KDB gordurante, estabilizador de espuma, ótimo
coco espumante e doador de viscosidade.
Lauril éter sulfato Texapon 70. Tensioativo aniônico, ótimo poder espuman-
de sódio Laurion N, Ge- te, boa detergência, média irritabilidade aos
napol LRO-B olhos, baixa agressividade aos cabelos e boa
reserva de viscosidade
Lauril éter sulfato Fongrapol LES, Tensioativo aniõnico, bom poder espumante,
de sódio/lauril Texapon SBN. boa detergência, baixa irritabilidade aos
éter sulfosuccinato olhos, ótima solubilidade em água, baixa
de sódio agressividade aos cabelos e boa reserva de
viscosidade
Lauril éter sulfato Texapon TB, Tensioativo aniônico, ótimo podei espuman-
de trietanolamina te, ótima detergência, reguiar irritabilidade
aos olhos, ótima solubiiidade em água, baixa
agressividade aos cabelos e baixa reserva de
viscosidade.
Lauril poliglicosi- Plantarem 1200 Tensioativo não-iônico, poder espumante
deo muito bom, boa reserva de viscosidade quan-
do associado a tensoativos aniônicos e baixo
poder irritante aos olhos.
Lauril sulfato de Texapon A 400 B, Tensioativo aniônico, ótimo poder espuman-
amônio Frongrapol LSA te, ótima detergência, regular irritabilidade
aos olhos, boa solubitidade em água, agressi-
vidade aos cabelos regular e ótima reserva de
viscosidade
Laurii sulfato de Texapon AM, Tensioativo aniônico, ótimo poder espuman-
amônio/Lauril éter Empicol CJ. te, ótima detergência, regular irritabilidade
sulfato de amônio aos olhos, boa solubilidade em água, agressi-
vidade aos cabelos regular e reserva de visco-
sidade boa.
Capítulo 5 - Manipulação

20.1.5. Conservantes:
São indicados conservantes de amplo espectro e solúveis em
água.

20.1.6. Composição Aromática (essência):


A essência destinada ao xampu deve ser própria para este ti-
po de produto e a concentração utilizada deve estar entre 0,2 e
0,5%. Deve deixar um cheiro refrescante e suave no ambiente e nos
cabelos.

20.1.7. Corretivo de pH:


O pH ideal para um xampu está na faixa de 5,5 a 6,5. Ex: A-
cidular com solução de ácido cítrico.

2 0 . 1 . 8 . Agentes Sequestrantes:
Formam complexos com íons metálicos. Exercem efeito si-
nérgico com os agentes conservantes, além de prevenir a descolora-
ção do produto. Ex.: EDTA - Na2

20.1.9. Opacificante:
Confere aos xampus efeito perolado.

20.1.10. Aditivos:
A. Cosmiátricos: silicones, hidrolisados de proteínas, trigo, querati-
na, colágeno.
B. Fitoterápicos: extrato glicólico de jaborandi, hamamellis, camo-
mila, algas, etc.
C. Ativos terapêuticos: anticaspa, seborréia, antiqueda, anti-
psoríase, pediculicida, etc.
D. Filtros solares: solúveis em água.
E. Condicionantes: poliquaternários.

NOTA: Um xampu, para ser bem aceito pelo consumidor, deve formar espuma abundante e
consistente, Limpar, ter viscosidade adequada, ter perfume e cor agradáveí.

338
Capitulo 5 - Manipulação

20.2. Aditivação de Princípios Ativos em Xampus


(xampus bases):

Material utilizado:
• Cálice (volume adequado à formulação)
• Bastão
• Balança
• Papel manteiga

Preparo:
Passo 1: Pesquisar a solubilidade(s) ou a miscibilidade(s) do(s) prin-
cipio(s) ativo(s).
Passo 2: Pré-solubilizar ou micronizar o PA com o mínimo de solven-
te que afete o menos possível a viscosidade do xampu, como a á-
gua, o propilenoglicol, a glicerina, o próprio xampu e a dietanola-
mina (princípios ativos lipossolúveis) em um cálice com o auxílio de
um bastão (solubilização) ou em um gral (levigação).
Passo 3: Verter uma pequena quantidade do xampu base sobre o
Princípio Ativo homogeneizando-o completamente, em seguida adi-
cionar o restante do xampu base para completar o volume final.
Passo 4: Embalar e rotular.

339
Capitulo 5 - Manipulação

2 1 . Emulsões (Cremes e Loções Cremosas)


veja também pág: 299.

Mistura de dois líquidos imiscíveis, na qual um deles está dis-


perso no outro, em forma de goticulas líquidas.

21.1. Aditivação de Princípios Ativos em Emulsões

21.1.1. 0/A - Óleo / Água:


Fase interna óleo e externa água. Sensação menos oleosa,
refrescância e absorção rápida. A água é a fase externa e está em
contato com a pele.

2 1 . 1 . 2 . A/O - Água / Óleo:


Fase externa óleo e interna água. Sensação mais oleosa. 0
óleo é a fase externa em contato com a pele.

Nota: Para saber se a emutsõo é 01A ou AIO, acrescentar óguo e corante. Se homogeneizar
com a coloracão da cor da preparação, a fórmula é aquosa; se nõo, é óleosa. As emutsões são
formas farmacêuticas liquidas ou pastosas, de aspecto leitoso ou cremoso, resultantes da
dispersão de um líquido no seio de outro, no qual é imiscível à custa de um agente emulsifi-
cante.

21.2. Componentes de Emulsões

21.2.1. Fase aquosa:


Água deionizada, pois o cálcio e o magnésio desestabilizam
a emulsão. Depois são acrescentados os componentes solúveis, os
conservantes, os edulcorantes e os aromatizantes.

21.2.2. Faseoleosa:
Óleos ou ceras nos quais são acrescentados os componentes
solúveis, as essências, os conservantes e os antioxidantes.

21.2.3. Agente emulsificante:


Dá estabilidade à emulsão, reduzindo a tensão superficial
entre o óíeo e a água e retardando a separação das fases.

340
Capitulo 5 - Manipulação

21.2.4 Conservantes:
Os conservantes protegem o produto contra fungos e bacté-
rias. De preferência devem ser adicionados na fase aquosa, uma vez
que esta é mais susceptível a contaminação. É bom lembrar que
alguns agentes emulsionantes podem diminuir ou até mesmo neutra-
lizar o efeito de determinados conservantes (ex.: tween 80 e para-
benos).

21.2.5 Essências e ou corantes:

21.2.6 Antioxidantes:
Previnem processos auto-oxidativos de óleos e gorduras (ex.:
metabissulfito de sódio e BHT)

21.2.7 EHL (equilíbrio hidrófilo-lipófilo):


É o equilíbrio entre as fases aquosa e oleosa.

21.2.8. Sequestrantes:
Substâncias que complexam íons metálicos, inativando-os em
sua estrutura, impedindo deste modo sua ação danosa sobre os ou-
tros componentes da formulação. Age em sinergismo com os conser-
vantes.

21.3. Preparo de Emulsões (Procedimento Geral)


passo 1: Aquecer todos os componentes óleo solúveis à cerca de 70
a 75°C.
Passo 2: Aquecer todos os componentes hidrossolúveis, à cerca de
70 a 75°C.
Passo 3: Adicionar uma fase à outra, lentamente, agitando (a fase
com maior quantidade sobre a de menor quantidade).
Passo 4: Adicionar corantes, essências, hormônios, vitaminas, bioa-
tivos, (matéria prima de natureza orgânica em geral) quando esfriar
a cerca de 30°C.

341
Capitulo 5 - Manipulação

22.Cremes
2 2 . 1 . Aditivação de Principios Ativos e m C r e m e s

Material utilizado:
• Papel manteiga
• Placa de vidro ou gral
• Espátula ou pistilo
• Balança de precisão

Procedimento:
Passo 1: Pesar o(s) princípio ativo(s), pré-solubilizados ou microni-
zados (Levigar) com solvente adequado (ex.: propilenoglicol) e
compatível com a emulsão.
Passo 2: Pesar o creme, descontando-se o peso do(s) Princípio(s)
Ativos(s); adicioná-lo aos poucos ao princípio ativo micronizado ou
solubilizado, espatulando na placa ou homogeneizando com o pistilo
no gral.
Passo 3: Embalar em pote ou bisnaga e rotular.

342
Capítulo 5 - Manipulação

23.Loções C r e m o s a s

23.1. Aditivação de Loções Cremosas

Material utilizado:
• Cálice
• Bastão
• Papel manteiga
• Balança de precisão

Procedimento:
Passo 1: Pesar ou medir o(s) Princípios (s) Ativos(s), pré-solubiliza-
dos ou micronizados (Levigar) com solvente adequado e compatível
com a emulsão, em cálice de volume adequado à formulação com
auxilio do bastão.
Passo 2: Adicionar a loção cremosa, aos poucos e misturando sem-
pre, sobre os principios ativos solubilizados ou micronizados no calí-
ce até o volume solicitado.
Passo 3: Homogeneizar bem com o bastão.
Passo 4: Embalar e rotular.

343
Capitulo 5 - Manipulação

24. Pomadas
São preparações farmacêuticas semi-sólidas de consistência
mole e, destinadas ao uso externo (para aplicação na pele e muco-
sas). As pomadas devem ser plásticas para que modifique sua forma
com pequenos esforços mecânicos (fricção, extensão), adaptando-se
às superfícies da pele ou às paredes das cavidades (mucosas). A
farmácia magistral pode preparar a Pomada Base que será armaze-
nada para, posteriormente, os ativos serem incorporados, conforme
a prescrição.

2 4 . 1 . Excipientes para Pomadas

2 4 . 1 . 1 . Vaselina (Petrolato Branco)


A vaselina é constituída por uma mistura de hidrocarbonetos
da série parafínica e oleofínica. A vaselina é untuosa e destituída de
cheiro ou sabor. Funde-se entre 38 a 60°C.
Concentração usual: até 100%.
Incompatibilidades: A vaselina é um excipiente inerte com poucas
incompatibilidades, exceção se faz com o bálsamo do peru que for-
ma 2 camadas quando adicionado à vaselina.

2 4 . 1 . 2 . Lanolina:
A lanolina, o segundo componente de uma pomada simples é
extraída da lã de carneiro. Quando adicionada em pomadas, facilita
a penetração cutânea. A lanolina mais utilizada é a lanolina anidra
que contêm 1% de umidade. A lanolina possui propriedades emul-
gentes A/O, incorporando apreciável quantidade de água (cerca de
2 vezes o seu peso). Os inconvenientes do uso de lanolina estão na
sua cor, no cheiro desagradável, persistente e difícil de mascarar,
além da possibilidade de provocar alergias e ser pouco manejável,
dada sua elevada viscosidade.
A alergia atribuída ao uso de lanolina, pode ser causada pela
presença de álcoois graxos livres. Entretanto, a hipersensibilidade é
relativamente incomum, estimada em torno de 5 por milhão.
A lanolina é miscível com vaselina, sempre é recomendada
quando se deseja incorporar produtos hidrófilos em vaselina ou na
preparação de pomada não oclusiva.

344
Capítulo 5 - Manipulação

Na pomada simples, a lanolina é empregada na concentração


de 30%.
Incompatibilidades: A lanolina pode conter alguns pró-oxidantes que
podem afetar a estabilidade de determinados fármacos.
É interessante a adição do BHT (antioxidante) na concentra-
ção de 0,02% na pomada de lanovaselina.

A. Pomada de Lanovaselina
Lanolina 30%
BHT 0,02%
Vaselina sólida qsp 100%

Procedimento:
Passo 1: Pesar os componentes.
Passo 2: Solubilizar o BHT em qs de vaselina líquida.
Passo 3: Misturar os componentes, num gral com um pistilo ou em
uma placa de vidro com uma espátula.

24.1.3. Polietilenoglicóis:
Polietilenoglicóis são substâncias que apresentam caracterís-
ticas tipicamente hidrófilas. São excelentes emulsivos de óleo em
água, pois apresentam atividade sobre a tensão superficial.
As bases dermatológicas preparadas com os polietilenoglicóis
têm em regra, pH 6 a 7, fato que advoga o valor de sua tolerabili-
dade local.
A pomada PEG pode causar ardência, principalmente quando
aplicada em mucosas. Reações de hipersensibilidade a polietileno-
giicóis já foram relatadas. É contra-indicado o uso de pomadas a
base de polietilenoglicóis em pacientes com queimaduras extensas,
pois os mesmos são hiperosmóticos.
Incompatibilidades: Mostram-se incompatíveis com numerosas subs-
tâncias que freqüentemente reagem com eles pelas funções alcoóli-
cas primárias (penicilinas, bacitracina e cloranfenicol são destruídas
pelo PEG). O ácido salicílico, o fenol, o resorcinol, os barbitúricos e
os taninos são incompatíveis com os PEG.

345
Capítulo 5 - Manipulação

A. Pomada PEG4:
PEG 400 (carbowax 400) 33,33%
PEG 4000 (carbowax 4000) 33,33%
Propilenoglicol 33,33%

Procedimento: Passo 1: Dissolver os componentes em banho-maria


ou em placa com aquecimento.

24.1.4.Gel de Petrolato-Polietileno Plastibase (Unigel®)


É uma base para pomadas e géis oleosos translúcidos, na
qual deseja-se incorporar princípios ativos lipossolúveis e hidrosso-
lúveis.
Não possui o odor e o aspecto indesejável das pomadas feitas
à base de lanovaselina.
Possui facilidade de incorporação (viabilizando a adição de
princípios ativos, tanto na forma sólida como na forma líquida).
Pode ser utilizado como único excipiente da fórmula ou co-
mo aditivo em pomadas oleosas (lanovaselina, por exemplo).
O gel de petrolato proporcionará à pomada maior brilho e
melhor espalhamento, minimizando o odor original e proporcionan-
do menor probabilidade de irritação cutânea.
Em testes realizados de irritação ocular e dérmica, o gel de
petrolato provou não ser irritante, sendo ideal para aplicação em
produtos infantis, em produtos para peles sensíveis e em pomadas
oftálmicas.

A. Relação de aiguns Principios Ativos que podem ser incorporados


no Gei de Petrolato-polietileno:
• Alantoína
• Bacitracina
• Cetoconazol
• Cloranfenicol
• Econazol
• Heparina
• Nistatina
• Nitratos
• Nitrofurazona
• Óxido de zinco
• Sulfato de Gentamicina
4
PEG - polictilenolenoglicóis
346
Capitulo 5 - Manipulação

• Sulfato de Neomicina
• Tetraciclina
• Triancinolona

24.2. Incorporação de Ativos em pomadas:

24.2.1. Material Utilizado:


• Balança
• Papel manteiga
• Espátula ou pistilo
• Placa de vidro ou gral

24.2.2. Procedimento:
Passo 1: Selecionar a pomada base que melhor se adeque ao princí-
pio ativo e à função terapêutica desejada (a pomada hidrofóbica
tem efeito oclusivo e a pomada hidrofílica proporciona maior pene-
tração cutânea do princípio ativo).
Passo 2: Quando a incorporação for apenas de ativos na forma de
pó, estes podem ser suspendidos num líquido (Exemplo: vaselina
líquida, PEG 400 e propilenoglicol). Nesse caso os ativos são micro-
nizados em gral com o pistilo, para que suas partícutas não encon-
trem dificuldade de dispersão, em seguida são dispersados no líqui-
do de escolha e por último acrescidos à pomada (o peso dos ativos e
do líquido adjuvante devem ser descontados na pomada base).
Passo 3: A incorporação de ativos líquidos e pastosos na pomada
base, pode ser feita acrescentando-os diretamente sobre quantida-
de suficiente da pomada e em seguida misturando-os com espátula
na placa ou com o pistilo no gral.
Passo 4: Pode também ser necessário misturar ativos líquidos e em
pós numa mesma formulação de pomada. Neste caso, se os líquidos
forem suficientes para dispersar os pós, basta triturá-los e dispersá-
los nos líquidos acrescentando no final o qs. de pomada base. Se a
quantidade de líquidos não for suficiente para a dispersão, então
acrescenta-se a estes qs de um líquido inerte para completar a dis-
persão e por fim qs de pomada.
Passo 5: Embalar as pomadas, preferencialmente, em bisnagas plás-
ticas ou de alumínio.
Passo 6: Rotular.

347
Capitulo 5 - Manipulação

24.3. Sugestões de Formulações


0 gel de petrolato-polietileno é também utilizado para o
preparo de orobases, conforme as sugestões de fórmulas a seguir.

2 4 . 3 . 1 . Sugestão de Orobase Pomada

Fase aquosa 60%


UNIGEL® 40%
Nota: Principios ativos de acordo com a indicaçào médica; se forem solúveis misturá-tos na
fase aquosa para depois adicionar o Uniget®; caso sejam sotúveis ou misciveis em óteo, mis-
turà-tos nà Uniget® pora depois adicionar a fase aquosa.

Fase Aquosa
Pectina 10%
CMC 0,5%
Gelatina 0,5%
Metilparabeno 0,15%
Água destilada qsp 100%

Procedimento:
Aqueça a água à fervura, dissolva o metilparabeno, pulverize o CMC
sobre a solução, misturando e conservando o aquecimento, misture
a gelatina e por último adicione a pectina aos poucos, deixe esfriar.
Conserve em geladeira.

348
Capítulo 5 - Manipulação

25. Pastas
São preparações farmacêuticas que contêm uma proporção
de pó igual ou superior a 20%. Em geral são menos gordurosas que as
pomadas.

2 5 . 1 . Classificação

2 5 . 1 . 1 . Pastas preparadas com excipientes gordurosos:


Vaselina sólida, vaselina líquida, lanolina, ceras, silicones,
etc.

25.1.2. Pastas preparadas com excipientes hidrófilos:


Géis de pectina (orobase), de gelatina-glicerinada (bota de
UNNA).

25.2. Manipulação de Pastas


Material utilizado
• Gral ou placa de vidro
• Pistilo
• Espátula
• Papel manteiga
• Balança
• Bequer

Procedimento Geral
Passo 1: Pesar os componentes da formulação.
Passo 2: Os pós utilizados na preparação das pastas devem ser fina-
mente tamizados, pois é difícil a homogeneização de partículas
grosseiras.
Passo 3: Realizar a levigação dos pós com líquidos como vaselina
líquida ou óleos, em seguida incorporá-los no excipiente por espatu-
lação ou então fundir o excipiente e incorporar os pós em um gral,
misturando vigorosamente, evitando a formação de grumos.
Passo 4: As pastas fundidas devem ser vertidas na embalagem final
antes de solidificar, pois após solidificadas fica bastante difícil seu
envasamento.
Passo 5: Rotular.
349
Capitulo 5 - Manipulação

25.3. Exemplos de Formulações

25.3.1. Pastadágua:
Óxido de Zinco 25,Og
Talco 25, Og
Glicerina 25, Og
Água de Cal 25,Og

Procedimento:
Passo 1: Pesar os componentes da formulação
Passo 2: Tamisar em malha fina o Óxido de Zinco e o Talco
Passo 3: Verter o Óxido de Zinco e o Talco Tamisados para um gral,
misturando-os com um pistilo.
Passo 4: Adicionar a Glicerina (agente de levigação), aos poucos e
misturar micronizando os pós.
Passo 5: Adicionar a água de cal, aos poucos, misturando bem.
Passo 6: Embalar e rotular.

2 5 . 3 . 2 . Pasta de Lassar
Óxido de zinco 25%
Amido 25%
Vaselina sólida 50%

Procedimento:
Passo 1: Pesar os componentes da formulação.
Passo 2: Tamisar o Óxido de Zinco e o Amido.
Passo 3: Misturar, em um gral, o Óxido de Zinco com o Amido e tri-
turar a mistura com uma pequena parte da Vaselina que se funde.
Passo 4: Incorporar o restante da Vaselina.
Passo 5: Embalar e rotular.

25.3.3.Pasta de Unna
Óxido de zinco 15%
Gelatina 15%
Glicerina 35%
Metilparabeno 0,1%
Água destilada 34,9%

350
Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento:
Passo 1: Pesar os componentes da formulação.
Passo 2: Tamisar o Óxido de Zinco.
Passo 3: Misturar a Gelatina e o Nipagin na água fria, adicionar a
Glicerina e aquecer em banho-maria, até dissolução.
Passo 4: Se necessário, completa-se o peso com água.
Passo 5: Verta (3) para um gral e adicione o Óxido de Zinco, mistu-
rando-o vigorosamente com um pistilo.
Passo 6: Embalar antes de esfriar.
Passo 7: Rotular.

25.3.4. Pasta de Alumínio


Alumínio pó 10%
Parafina líquida 5%
Vaselina sólida 85%

Procedimento:
Passo 1: Pesar os componentes da formulação.
Passo 2: Micronizar o alumínio em pó com a parafina líquida.
Passo 3: Incorporar a vaselina, aos poucos, misturando até ficar ho-
mogêneo.

351
Capítulo 5 - Manipulação

26. Géis
Consistem na dispersão de um sólido (resina, polímero e de-
rivados de celulose) num líquido (água ou álcool/água) formando um
excipiente transparente ou translúcido. Os géis são veículos desti-
nados às peles oleosas e acnéicas.

26.1. Espessantes derivados da Celulose

26.1.1. Carboximetilcelulose sódica (CMC):


Polímero aniônico, quase nunca usado para obtenção de gel
para veiculação de ativos dermatológicos. É mais freqüentemente
usado para obtenção de gel oral e agente suspensor em produtos
para uso interno.
Incompatibilidades: 0 gel de CMC é incompatível com ativos forte-
mente ácidos, com sais solúveis de ferro e alguns outros metais, tais
como o alumínio e o zinco. É também incompatível com goma xan-
tana. A precipitação pode ocorrer em pH < 2 e quando misturado
com álcool (etanol). A CMC forma complexos coacervados com gela-
tina e pectina. Forma complexos com colágeno e é capaz de preci-
pitar proteínas.

26.1.2. Hidroxietilcelulose (Natrosol®, Cellosize®):


Este é o gel à base de celulose, de maior interesse para a ve-
iculação de ativos em dermatologia. Possui caráter não iônico, solú-
vel em água fria ou quente. Tolera bem pH ácido, sendo indicado
para a incorporação de ativos que levam a um abaixamento do pH
final da formulação, como, por exemplo, o Ácido Glicólico. pHs ex-
tremos, embora bem tolerados, podem causar alterações na viscosi-
dade. Estabilidade entre 2,0 - 12,0.

2 6 . 1 . 3 . Metilcelulose:
0 gel com metilcelulose é preparado para formulações tópi-
cas (1-5%) e oftálmicas (0,5-2,0%).
IncompatibiUdades: 0 gel de metilcelulose é incompatível com clo-
ridrato de aminacrina, clorocresol, cloreto de mercúrio, fenol, re-
sorcinol, ácido tânico, nitrato de prata, cloreto de cetilpiridíneo,
ácido parahidroxibenzóico, ácido paraminobenzóico, metilparabeno,
propilparabeno e butilparabeno. Sais de ácidos minerais e, particu-

352
Capitulo 5 - Manipulação

larmente de ácidos polibásicos, fenóis e taninos coagulam soluções


de metilcelulose. Pode ocorrer complexação da metilcelulose com
compostos tensioativos, tais como, a tetracaína e o sulfato de
dibutolina. Em altas concentrações de eletrólitos, a metilcelulose
pode estar completamente precipitada ou continuar gel.

26.1.4. Polímeros de Carboxivinil e Derivados


(Carbopois®, Carbômeros):
As resinas de carbopol são os agentes gelificantes mais co-
mumente utilizados. Existem vários tipos de resinas de carbopol,
sendo importante a escolha correta para alcançar o atributo dese-
jado.
Incompatibilidades: Os carbopóis são incompatíveis com resorcinol,
fenol, polímeros catiônicos, ácidos fortes e altas concentrações de
eletrólitos. Traços de ferro e outros metais de transição podem ca-
taliticamente degradar as dispersões de carbopol.

26.1.5. Carbopol934:
Fraca tolerância iônica, produz géis turvos, porém oferece
boa estabilidade e viscosidade alta em emulsões e suspensões (uso
oral). Produz géis de alta viscosidade.

26.1.6. Carbopol940:
É o preferido por produzir géis cristalinos, brilhantes aquosos
ou hidroalcoólicos. É o de maior efeito espessante, dentre as resinas
de carbopol. Possui fraca tolerância a eletrólitos. Somente pode ser
empregado em preparações tópicas.

26.1.7. Carbopol 2020:


Resina de fácil dispersão, indicada para espessar xampus.
Pode ser utilizada para obtenção de gel base.

26.1.8. Carbopol ULTREZ®:


Polímero de fácil dispersão. Empregado no prepro de formu-
lações tópicas (ex.: gel)
Nota: A resina de carbopol, quando dispersa em água, umecta e forma uma dispersóo aquosa
(resina/ásua) com vator de pH na faixa de 2,8 a 3,2. Neste estado pré-dissolvido a motécula
de carbopol está extremamente enrolada e sua capacidade espessante é timitada. Para obter
o espessamento é necessário a neutralizaçõo com bases inorsânicas, como o hidróxido de
sódio ou aminas de baixo peso motecular (ex.: trietanolamina).
Ao acrescentar thetanotamina ou hidróxido de sódio, o polimero (carbopol) "estica", devido
a neutralização dos $rupos carboxitas presentes no polimero. (continua....)
353
Capitulo 5 - Manipulação

0 máximo de viscosidade e transparência no çet de carbopol ê conseguido com o pH 7, mais


aceitável viscosidade e transparência começa no pH 4,5 a 5 e se estende ao pH 11.
Quantidade de base a ser acrescentada em um gel de carbopol:
• Trietanolamina: a mesma quantidade do carbopol
• Hidróxido de sódio: a terça parte da quantidade de carbopol adicionada.

26.2. Aditivação de Princípios Ativos em Gel

26.2.1. Material utilizado:


• Gral ou placa de vidro
• Pistilo
• Espátula
• Papel manteiga
• Balança de precisão

2 6 . 1 . 2 . Procedimento:
Passo 1: Pesar ou medir os princípios ativos da fórmula.
Passo 2: Se o ativo for sólido, pré-solubilizá-lo ou micronizá-lo com
um adjuvante líquido adequado.
Passo 3: Pesar o gel base adequado à formulação, levando-se em
conta as características físico-químicas dos ativos e possíveis incom-
patibilidades com o gel, descontando-se o peso dos ativos e possí-
veis adjuvantes.
Passo 4: Incorporar o princípio ativo líquido no gel ou o gel no prin-
cípio ativo solubilizado ou micronizado, aos pouco homogeneizando.
Passo 5: Embalar
Passo 6: Rotular.

354
Capitulo 5 - Manipulação

26.3. Sugestões de Formulações de Géis

2 6 . 3 . 1 . Gel d e C a r b o x i m e t i l c e l u l o s e sódica
Carboximetilcelulose sódica 5,0%
Metilparabeno 0,15%
Glicerina 10%
Água destilada qsp 100g

26.3.2. Gel de Carbopol ® 940 - 2%


Carbopol®940 2,0%
EDTA-Na2 0,10%
NaOH sol. 10% qs
Dipropilenoglicol 3,0%
Metilparabeno 0,1%
Imidazolidiniluréia 0,3%
Água desmineralizada qsp 100g

355
Capítulo 5 - Manipulação

27. Gel creme

São emulsões com alta porcentagem de água e baixa porcen-


tagem de óleo. São constituídas por um estabilizador coloidal hidró-
filo e agente de consistência.

27.1. Sugestões de Formulações

27.1.1. Sugestão de Gel-creme Base


NET-FS (microemulsão de silicone) 2,0%
Gel base de carbopol qsp 100,0%
Preparo: Incorporar homogeneizando o NET-FS no gel base de car-
bopol.

27.1.2. Sugestão de gel-creme Base não-iônico para formulações


com pH extremos (ácido glicólico) ou com carga de eletrólitos
incompativeis com o Carbopol
NETFS 2%
Gel de hidroxietilcelulose (Natrosol) qsp 100%
Preparo: Incorporar o NET-FS no gel base de natrosol.

27.2. Aditivação de Princípios Ativos em Gel-Creme Ba-


se
Deve-se seguir as mesmas orientações descritas para géis.

356
Capítulo 5 - Manipulação

28. L i n i m e n t o s

São preparações líquidas ou semi-sólidas cujos princípios ati-


vos são dissolvidos em óleo ou outro veículo. Podem também ser
emulsionadas ou suspensas para aplicação na pele.

2 8 . 1 . Sugestões de Formulações

28.1.1. Linimento de Óleo Calcáreo


Água de cal 50 ml
Óleo de linhaça 50 ml
Preparo: Meça 50ml de água de cal límpida e em um cálice e mistu-
re 50ml de óleo de linhaça, sob forte agitação.

357
Capítulo 5 - Manipulação

29. Ceratos

São preparações que contêm grande quantidade de ceras a-


nimais ou vegetais (superior a 20%), óleo e porventura, também
água.

29.1. Procedimento geral:


Passo 1: Pesar os componentes da formulação.
Passo 2: Fundir as ceras no óleo, em banho-maria, mexendo bem a
mistura para evitar a formação de grumos.
Passo 3: Deixar esfriar, quando estiver quase arrefecido, juntar á-
gua ou ativos solubilizados em água, pouco a pouco, agitando sem-
pre.
Passo 4: Embalar antes de solidificar.
Passo 5: Rotular.

358
Capitulo 5 - Manipulação

30. Ungüentos
Os ungüentos são um tipo de pomada que contém substân-
cias resinosas

30.1. Preparo:
Idem ao de pomadas

359
Capitulo 5 - Manipulação

3 1 . Preparações Otológicas (óticas) ou Auriculares

Preparações óticas podem ser líquidas, pastosas (pomadas) e


em pó.
Tanto as soluções quanto as suspensões óticas são formas lí-
quidas, destinadas à instilação no canal auditivo.
Pomadas óticas são preparações semi-sólidas que são aplica-
das no exterior do ouvido.

31.1. Características de preparações óticas

• produtos semi-estéreis
• veículo viscoso, para aderir às paredes do canal auditivo
(como a glicerina, o propilenoglicol, óleos e até mesmo a
água).
• pH de 5 a 7,8.

31.2. Procedimento para preparo de Soluções Otológi-


cas:

Passo 1: Pese ou meça precisamente cada ingrediente da formula-


ção.
Passo 2: Dissolva os ingredientes em cerca de 3A da quantidade de
veículo e misture bem.
Passo 3: Adicione o veiculo em qsp para o volume final e misture
bem.
Passo 4: Tome uma amostra da solução, determine o pH, a transpa-
rência e outros fatores de controle da qualidade.
Passo 5: Embale e rotule.

31.3. Procedimento para preparo de Suspensões Otoló-


gicas:

Passo 1: Pesar ou medir precisamente cada um dos ingredientes.


Passo 2: Dissolver ou misturar os ingredientes em cerca de 3A da
quantidade de veículo e misturar bem.
Passo 3: Adicione o veículo qsp para o volume final e misture bem.
360
Capitulo 5 - Manipulação

Passo 4: Tome uma amostra da suspensão, determine o pH e outros


fatores de controle da qualidade.
Passo 5: Embale em frasco adequado.
Passo 6: Rotule.

31.4. Procedimento de preparo de Pomadas Otológicas:

Passo 1: Pese ou meça precisamente cada ingrediente da formula-


ção.
Passo 2: Misture os ingredientes com o veículo (conforme procedi-
mento para preparo de pomadas).
Passo 3: Tome uma amostra da pomada e determine os fatores de
controle da qualidade.
Passo 4: Embale e rotule.

31.5. Procedimento para preparo de Pós Otológicos:


Passo 1: Pese ou meça precisamente cada um dos ingredientes.
Passo 2: Misture geometricamente (ver procedimento de diluição
geométrica), iniciando com os pós presentes em menor quantidade.
Passo 3: Tome uma amostra do pó e determine os fatores de contro-
le da qualidade.
Passo 4: Embale e rotule.

361
Capitulo 5 - Manipulação

32. Preparações Nasais (errinos)

São formas farmacêuticas de uso nasal, com ação local ou


sistêmica.
As soluções nasais são soluções preparadas para administra-
ção nasal na forma de gotas ou sprays.
As suspensões nasais são preparações líquidas contendo prin-
cipios ativos insolúveis para administração nasal.
Géis nasais e Pomadas nasais são preparações semi-sólidas
para aplicação nasal que podem ser destinadas para uso sistêmico
ou local.

32.1. Características farmacotécnicas de uma Prepara-


ção Nasal:
A preparação nasal deve possuir um pH situado entre 5,5 a 7,5
podendo variar dentro do limite de 4 a 8.
Ter uma tonicidade que não interfira com a motilidade dos
cílios (isotonia).
Não modificar a viscosidade normal do muco nasal.
Ter uma certa capacidade tampão (em preparações nasais é
utilizado normalmente o Tampão Fosfato).
Ser compatível com a atividade dos cílios e com os constitu-
intes iônicos da secreção nasal.
Ser compatíveí com os medicamentos que devem ser dissol-
vidos nele.
Possuir uma estabilidade que se mantenha por largo tempo.
Conter antimicrobianos em quantidade suficiente para inibir
o crescimento de bactérias que nele sejam introduzidas pelo conta-
gotas utilizado para aplicação do medicamento ao paciente (nor-
malmente o conservante de escolha para preparações nasais é o
Clorobutanol a 0,5% ou o Cloreto de Benzalcônio 0,01%).
Ser estéril (Característica Ideal, porém não obrigatória).

32.2. Procedimento de preparo de Soluções Nasais

Passo 1: Pesar ou medir precisamente cada um dos ingredientes.


Passo 2: Dissolver os ingredientes incluindo o conservante em cerca
de VA da quantidade de água estéril para injeção ou solução tampão
fosfato ou veículo geral para soluções nasais e misture bem.

362
Capítulo 5 - Manipulação

Passo 3: Se possível isotonize com NaCl a solução (veja cálculos para


isotonização).
Passo 4: Adicione qsp de água estéril para injeção, para o volume
final e misture bem.
Passo 5: Tome uma amostra da solução e determine o pH, a transpa-
rência e outros fatores de controle da qualidade.
Passo 6: Filtre a solução em um filtro millipore 0,2u em um frasco
estéril.
Passo 7: Embale e rotule.
Se um grande número de soluções forem preparadas, sele-
cionar aleatoriamente uma amostra para ser checada a esterilidade
e demais caracteristicas.

Nota: Ern situações em que se prepara maior quantidade de uma [ormulação poderà ser
utilizado o autoclave como mêtodo de esterilização, se os princípios ativos forem termoestá-
veis.

32.3. Procedimento de preparo de Suspensões Nasais

Passo 1: Pesar ou medir precisamente cada ingrediente da formula-


ção.
Passo 2: Dissolver/misturar os ingredientes, incluindo o conservante
em cerca de VA de água estéril para injeção ou solução tampão fos-
fato ou veiculo geral para soluções nasais e misture bem.
Passo 3: Se necessário isotonize com NaCl a solução (veja cálculos
para isotonização).
Passo 4: Adicione o veículo qsp, o volume final e misture bem.
Passo 5: Tome uma amostra da suspensão e determine o pH e outros
fatores de controle da qualidade.
Passo 6: Embale em recipiente adequado para autoclavaçào.
Passo 7: Autoclave, esfrie e rotule ("agite antes de usar").

363
Capitulo 5 - Manipulação

32.4. Sugestão de veículo geral para Soluções Nasais


Fosfato monossódico dihidratado.... 0,65%
Fosfato dissódico heptahidratado.... 0,54%
NaCl 0,45%
Cloreto de benzalcônio 0,01%
Água destilada 100%

3 2 . 4 . 1 . Procedimento:
Passo 1: Pesar ou medir precisamente cada um dos ingredientes.
Passo 2: Dissolver os componentes na água destilada e filtrar em
papel de filtro.
Passo 3: Embalar em frascos de vidro (30 ml) limpos e sanitizados.
Passo 4: Autoclavar.
Passo 5: Rotular provisoriamente.
Utilizar esta solução para aditivação dos princípios ativos em
recipientes de preparo limpos e sanitizados, conforme o procedi-
mento de preparo descrito anteriormente.

Nota: Esta solucão pode ser preparada para uso em suspensões nasais adicionando metilcelu-
lose (Methocet ® A - Dow Quimica) a 0,5% com açente suspensor.

364
Capitulo 5 - Manipulação

33. Preparações Oftálmicas

São formas farmacêuticas, em geral líquidas ou pastosas,


destinadas ao tratamento dos olhos e das pálpebras.

33.1. Caracterísitcas necessárias a uma Preparação Of-


tálmica:

33.1.1. Isotonia:
A isotonia é um dos requisitos que as soluções de uso oftál-
mico deverão obedecer, pois assim, tomam-se menos irritantes.

33.1.2. Isobatmia:
pH igual ao da lágrima, entre 7,2 e 7,4. Colírios com pH a-
baixo de 5,8 e acima de 11,4 causam irritação em 99% dos pacien-
tes. Para corrigir o pH pode-se utilizar soluções-tampão.

33.1.3. Limpidez:
As soluções oftálmicas devem ser límpidas (não se aplica a
suspensões) e não devem conter partículas visíveis a olho nu, para
tanto devem ser convenientemente filtradas.

33.1.4. Precisão de composição:


Os componentes de uma formulação oftálmica devem ser
precisamente pesados ou medidos, tendo em vista que Soluções
Oftálmicas são prescritas em quantidades diminutas.

33.1.5. Esterilidade:
As Soluções Oftálmicas devem ser estéreis. A esterilidade
pode ser obtida por filtração em membrana millipore de 0,45 a 0,2
H, por calor seco ou por autoclavação de acordo com as caracterís-
ticas dos Princípios Ativos.

365
Capitulo 5 - Manipulação

33.2. Aditivos usados em Preparações Oftálmicas (Ad-


juvantes Farmacotécnicos):

33.2.1. Conservantes:

Tabela 44: Conservantes utilizac os em Produtos Oftálmicos


CONSERVANTE CONCENTRAÇAO INCOMPATIBILIDADES
USUAL
Cloreto de 1:10.000 a 0,01% compostos aniônicos
Benzalcônio nitratos
Clorobutanol 0,5% é inativado em meio alcalino
é decomposto pelo calor (não auto-
clavável)
nitrato de prata
sais sódicos de sulfamidas
Clorexidina 0,02 a 0,05% nitrato de prata
cloranfenicol
alginato sódio
CMC
sulfamidas sódicas
penicilina
ions cloreto, fosfato e sulfato.
Metilparabeno 0,18% tween 80
(assoc. Propil- pH> 8
parabeno)
Propilparabe- 0,02% tween 80
nol pH > 8
(assoc. Metil-
parabeno)

33.2.2. Agentes Molhantes, Clarificantes e Emulsionantes


usados em Preparações Oftálmicas:

AGENTE CONC. USUAL


Polisorbato 20 (tween 20) 1%
Polisorbato 80 (tween 80) 1%

366
Capítulo 5 - Manipulação

33.2.3. Antioxidantes usados em Preparações Oftálmicas:

ANTIOXIDANTE/ CONC.
SEQUESTRANTE USUAL
EDTA - Na 2 0,1%
Bissulfito de sódio 0,1%
Metabissulfito de sódio 0,1%

33.2.3.Agentes doadores de Viscosidade usados em Prepa-


rações Oftálmicas:

AGENTE CONC.
USUAL
Hidroxietilcelulose 0,8%
Hidroxipropil metilcelulose 0,5 A 2,5%
(Hipromelose)
Metilcelulose 0,5 a 2,0%
Álcool polivinílico 1,4%
Polivinilpirrolidona (PVP) 1,7%

33.2.4. Sugestões de Soluções Tampões para uso em Colí-


rios

A. Sugestão de Solução Tampão Fosfato para uso em Colirios:


Fosfato monossódico anidro 0,40g
Fosfato dissódico anidro 0,47g
Cloreto de sódio 0,48g
Cloreto de benzalcônio 0,01 g
Água estéril para injeção qsp 100 ml
Este tampão tem pH de 6,8 e está isotonizado é indicado pa-
ra preparação de certos colirios, como: Atropina, Efedrina, Homa-
tropina, Penicilina, Pilocarpina e Escopolamina.

367
Capítulo 5 - Manipulação

B. Sugestão de Solução (A) de Ácido Bórico para Colírios:


Ácido bórico 1,9g
Cloreto de benzalcônio 0,01%
Água estéril para injeção qsp 100ml
Esta solução t e m um pH de cerca de 5 e está indicada para a
preparação de colírios com os seguintes fármacos: Procaína, Tetra-
caina e Sulfato de Zinco.

C. Sugestão de Solução (B) de Ácido Bórico para Colírios:


Ácido bórico 1,9g
Sulfito de sódio, anidro 0,1g
Nitrato de fenilmercúrio 1:50.000
Água estéril para injeção qsp 100ml
Esta solução, igualmente com pH vizinho a 5, contém um re-
dutor destinado a retardar a oxidação dos fármacos nela manipula-
dos, sendo indicada para os seguintes fármacos: Epinefrina (adrena-
lina), Fenilefrina e Fisostigmina

D. Sugestão de Tampão Borato (pH 7,2 a 7,4):


Ácido bórico 1,05%
Bórax 0,286%
Nipagin 0,05%
Nipazol 0,01%
Água estéril para injeção qsp 100,0%

Procedimento:
Passo 1: Pesar precisamente os componentes da formulação.
Passo 2: Dissolva, a quente, em um bécker com 50% do volume de
água estéril, o Nipagin e o Nipazol.
Passo 3: Acrescente o Ácido Bórico e o Bórax, agitando até completa
dissolução.
Passo 4: Acerte o volume com água estéril fria, corrija o pH para
faixa de 7,2 a 7,4, se necessário.
Passo 5: Filtre.
Passo 6: Embale em frasco de vidro de 100 m l .
Passo 7: Autoclave a 121°C, 15 psi por 30 minutos.
Passo 8: Conservar em geladeira.

368
Capitulo 5 - Manipulação

33.3. Procedimento Geral para Formulações Oftálmicas

Os produtos oftálmicos devem ser manipulados no fluxo la-


minar devidamente validado, utilizando técnicas de manipulação
asséptica (veja procedimento de trabalho em Capela com Fluxo La-
minar).

33.3.1. Procedimento para Soluções Oftálmicas:

Passo 1: Pese ou meça precisamente cada ingrediente, faça sempre


a fórmula dobrada, para posteriormente checar os parâmetros da
qualidade em uma amostra, sem correr o risco de contaminar o me-
dicamento que irá ser entregue ao cliente.
Passo 2: Dissolver os ingredientes em cerca de 3A da quantidade a
ser utilizada do veículo (água estéril ou solução tampão) e misture
bem.
Passo 3: Adicione o veículo qsp, o volume final e misture bem.
Passo 4: Tome uma amostra da solução e determine o pH, a limpi-
dez e os outros fatores de controle da qualidade.
Passo 5: Filtre a solução em filtro millipore 0,2(.i dentro do recipi-
ente estéril que irá conter o colírio.
Passo 6: Embale e rotule.
Passo 7: Se um grande número de soluções forem preparadas sele-
cionar aleatoriamente uma amostra e checar sua esterilidade.

33.3.2. Suspensões Oftálmicas (para Principios Ativos auto-


claváveis):

Passo 1: Pese ou meça precisamete cada ingrediente da formulação,


faça a formulação dobrada para possibilitar análise posterior pelo
Controle da Qualidade.
Passo 2: Dissolva ou misture os ingrediente no veiculo estéril (com
ou sem agente suspensor como metilcelulose 0,5% ou agente mo-
Ihante como tween 80 máx.1%) e misture bem.
Passo 3: Adicione o veículo qsp o volume final e misture bem.
Passo 4: Tome uma amostra da suspensão e determine o pH e outros
fatores de controle de qualidade.
Passo 5: Embale em recipiente (frasco de vidro conta-gotas p/ colí-

369
Capítulo 5 - Manipulação

rios) adequado para autoclavação.


Passo 6: Autoclave a 121°C a 15psi por 20 a 30 minutos.
Passo 7: Esfrie e rotule.
Se um grande número de suspensões forem preparadas, sele-
cione aleatoriamente uma amostra para ensaios e checagem da es-
terilidade.

Nota: Para PA termolábeis (não autoctaváveis) ao invés da autoclavação em um vidro relóçio,


os componentes sólidos podem ser previamente misturados com álcool e este evaporado no
ambiente de fluxo laminar, podendo a suspensão ser embalada em frasco conta-gotas esteri-
lizado de plástico.

33.4. Pomadas Oftálmicas

São preparações farmacêuticas semi-sólidas que se destinam


a aplicações nas conjuntivas e devem ser estéreis.
São preparadas assépticamente, no ambiente do fluxo lami-
nar, com excipientes não aquosos, de baixo ponto de fusão ou de
fácil difusão, previamente esterilizados.
As substâncias incorporadas no excipiente devem ser fina-
mente divididas (tamizadas e micronizadas com algum agente levi-
gante ou solução fisiológica), de modo a assegurar uma perfeita
homogeneidade do produto, que não poderá irritar a conjuntiva ou
a córnea ocular.

33.4.1. Excipientes para Pomadas Oftálmicas:


• Vaselina
• Parafina liquida com vaselina
• Lanolina com parafina líquida e vaselina.

33.4.2. Preparo dos excipientes para Pomadas Oftálmicas:


• Misturar os ingredientes
• Fundir
• Filtrar
• Esterilizar a 150°C, durante 1 hora
• Embalar em recipiente de vidro âmbar estéril de 100g
• Tampar e lacrar

Nota: 0 recipiente com a pomada oftálmica base deve ser aberto somente no ambiente do
fluxo laminar, após prévia desinfecqão do frasco e da tampa com álcool a 70% e clorexidina.

370
Capitulo 5 - Manipulação

33.4.3. Processos de preparo de Pomada oftálmica:


A preparação de Pomadas Oftálmicas pode ser conduzida por
dois processos fundamentais:
• Se o fármaco é hidrossolúvel, deve dissolver-se em água es-
téril, incorporando-se a solução no excipiente fundido e a-
gitando até solidificação. 0 volume de água empregado de-
ve ser o menor possível;
• Se o fármaco é insolúvel ou dificilmente solúvel em água é
aconselhável porfirizá-lo, recorrendo a uma pequena quan-
tidade de excipiente, naturalmente liquido (ex.: vaselina
líquida) ou fundido no momento do emprego.

33.4.4. Sugestões de base para Pomadas Oftálmicas

A. Sugestão de Pomada Oftálmica Base (Fórmula 1):


Lanolina purificada *(Corona® PNL) 10g
Vaselina puríssima 80g
Vaselina líquida puríssima 10g

B. Sugestão de Pomada Oftálmica Base (Fórmula 2):


Oculentum simplex - Farmacopéia Dinamarquesa
Vaselina puríssima 65,5g
Álcool cetilico 0,4g
Lanolina purificada (Corona® PNL)... 4,6g
Vaselina iíquida puríssima 30g
Nota: esta formulação tem a vantagem de poder incorporar maior quantidade de áçua do que
aanterior (+/- 30%).

33.4.5. Procedimento geral de aditivação de princípios ati-


vos em pomadas oftálmicas:
Passo 1: Pese ou meça precisamente cada ingrediente da formula-
ção, faça a formulação em quantidade dobrada, para posterior a-
mostragem no o controle da qualidade.
Passo 2: Esterilize cada ingrediente por um método adequado.
Passo 3: Solubilize ou micronize anteriormente os princípios ativos
em veículo adequado.
Passo 4: Misture os componentes dissolvidos ou micronizados com a
pomada base estéril.
Passo 5: Tome uma amostra da pomada e determine os fatores de
371
Capítulo 5 - Manipulação

controle de qualidade (pH, consistência, homogenidade, esterilida-


de, etc).
Passo 6: Embale e rotule.
Se um grande número de pomadas forem preparadas, sele-
cione aleatoriamente uma amostra para ser ensaiada e checada a
sua esterilidade.

33.5. Procedimento de trabalho em Capela com Fluxo


Laminar:

O propósito deste procedimento é estabelecer diretrizes pa-


ra o trabalho na bancada de fluxo laminar.

3 3 . 5 . 1 . Equipamento:
• Fluxo laminar horizontal

3 3 . 5 . 2 . Acessórios:
• gases esterilizadas
• solução sanitizante (Álcool isopropílico 70%, Álcool 70% com
clorexidina 0,5%)
• materiais para manipulação.

33.5.3. Sugestão de Procedimento:


Antes de iniciar o trabalho, o manipulador deve verificar se a
área de trabalho está limpa, devendo o mesmo realizar a assepsia
da área, apropriadamente com álcool isopropílico a 70% (não use a
solução de álcool isopropílico na grade do filtro absoluto).
0 manipulador deve estar devidamente paramentado (gorro,
máscara, óculos protetores, jaleco de mangas comprimidas e luvas
descartáveis estéreis).
0 fluxo laminar deve ser ligado de 30 a 60 minutos antes de
iniciar o trabalho.
Não use spray de soluções desinfetantes no filtro ou na grade
do filtro.
Se algum derramamento ocorrer na área de trabalho, assegu-
re que o mesmo será imediatamente absorvido, lavado com água
estéril e sanitizado com gaze umedecida em solução desinfetante.
Planeje o trabalho para um determinado período (Ex.: 2x ao
372
Capítulo 5 - Manipulação

dia, pela manhã e à tarde) para minimizar movimentos na área de


fluxo laminar.
Remova todos os materiais a serem utilizados das embala-
gens ou caixas, antes de entrar na sala limpa.
Limpe a superficie de cada material (ampolas, vidros, etc)
que será colocado na bancada do fluxo, com gaze umedecida em
desinfetante adequado (como o álcool isopropílico a 70%).
Remova imediatamente da bancada do fluxo laminar, após o
uso, todos os acessórios, tais como seringas, vidrarias, etc.
Coloque na bancada do fluxo laminar somente os materiais
que serão utilizados na preparação. Não use a bancada para estocar
materiais.
Organize todos os materiais de modo a aumentar a eficiência
do trabalho e manter a integridade dos locais críticos de acordo
com o fluxo do ar evitando o bloqueio ou desvio do mesmo.
0 manipulador deve trabalhar a pelo menos 15cm da banca-
da do fluxo laminar.
Tome cuidado, não toque em locais críticos ou em materiais
não estéreis com as luvas durante o trabalho, pois poderão conta-
minar-se.
Periodicamente, use álcool a 70% nas luvas e friccione as
mãos.
Imediatamente antes de abrir frascos, ampolas ou outros ma-
teriais, limpe e desinfete o pescoço das ampolas ou frascos com
uma gase estéril umedecida com a solução de álcool 70%.
Desinfetar as borrachas de frasco/ampola com gaze umede-
cida em álcool a 70%, antes de perfurá-la com a agulha.
Filtre todas as soluções removidas de ampolas de vidro para
remover possíveis particulas de vidro.
Durante a adição de ativos na solução, agitar levemente o
frasco de preparo com a finalidade de minimizar a ocorrência de
incompatibilidades.
Durante a preparação observe se não há formação de preci-
pitado, turvação ou desprendimento de gás.
Use como filtro esterilizante o filtro millipore 0,22|i em reci-
pientes estéreis.
Após a maniputação, observe o produto final, visualmente
para verificar a evidência de incompatibilidades e partículas estra-
nhas.
Tampe e sele o produto.
Remova da bancada do fluxo todos os materiais utilizados na
373
Capítulo 5 - Manipulação

manipulacão, limpe e sanitize a bancada com desinfetante adequa-


do.
Nota: É recomendóvel a alternància sazonal dos agentes sanificantes, com o objetivo de
prevenir possiveis resistèncias de microorganismos.

33.6. Esterilização
A esterilização é o processo de eliminação ou destruição de
microorganismos em um objeto ou em uma preparação.
Produtos parenterais (injetáveis) e oftálmicos requerem es-
terilidade.

3 3 . 6 . 1 . Esterilização por Calor úmido (autoclavação):


A esterilização por calor úmido envolve o uso de autoclave
que produz um ambiente de vapor saturado, típicamente a 121°C a
15psi. Isto pode variar conforme a maneira como o autoclave for
usado.
Após o alcance da correta temperatura e pressão, o processo
de esterilização deve continuar por pelo menos 20 minutos, neste
ponto a pressão e a temperatura devem ser abaixadas para retornar
às condições ambientais.

33.6.2. Esterilização por Calor Seco (estufa)


A esterilização por calor seco envolve o uso de estufa em al-
tas temperaturas operada nas seguintes condições:

Temperatura Tempo
160°C 120 a 180minutos
170°C 90 a 120minutos
180°C 45 a 60 minutos

Os itens para serem esterilizados por calor seco podem ser


colocados em uma bandeja de aço inoxidável e cobertos por uma
folha de papel laminado. Esta embalagem protege o transporte do
item esterilizado ao local de trabalho evitando a re-contaminação.

374
Capitulo 5 - Manipulação

33.6.3. Esterilização por Ultra Filtração (microfiltração):


A filtração envolve a remoção de partículas de um líquido,
retidas por uma matriz com poros microscópicos capazes de reter os
microorganismos.
Este processo irá remover, mas não destruir os microorga-
nismos.
Este método é o mais recomendado para uso na farmácia
magistral, pois não há alteração térmica do fármaco e o mesmo,
elimina os pirogênios.
Normalmente é utilizado o filtro millipore 0,22|i .

375
Capítulo 5 - Manipulação

34. Marripulação Magistral de Supositórios e Óvulos

Sâo formas farmacêuticas de consistência firme, de forma


cônica ou ogival, destinadas a aplicação retal, vaginal ou uretral.
São obtidas por solidificação ou compressão, em moldes, de
massa adequada, encerrando substâncias medicamentosas.

34.1.Excipientes utilizados para manipulação de Supo-


sitórios

34.1.1. Manteiga de Cacau:


São poucos os excipientes que possuem características físicas
iguais ou melhores que as da Manteiga de cacau.
0 produto é bem tolerado pela mucosa retal e é sólido à
temperatura ambiente. Funde-se entre 29 e 34°C, sendo fluido a
temperatura do corpo humano. 0 seu ponto de solidificação pode
situar-se entre 22 e 26°C. Em regra, o tempo necessário para solidi-
ficação é de 6 minutos.
Não é recomendada em regiões de clima muito quente, uma
vez que é bastante baixo seu ponto de fusão.
Quando aquecida à temperatura superior a seu ponto de fu-
são sofre transformação alotrópica dos glicerídeos constituintes,
com diminuição substancial do ponto de solidificação e do ponto de
fusão da massa que solidificou.
A presença de formas metastáveis, resultante do superaque-
cimento altera profundamente as suas características, não só nos
pontos de solidificação-fusão, como também no tempo necessário
para que a massa solidifique.

34.1.2. Novata®:
A Novata é um produto da Henkel, constituído por misturas
de mono/di e triglicerídeos de ácidos graxos saturados de origem
animal (C12aC18).
As vantagens da sua utilização são a rapidez de produção dos
supositórios e óvulos e a obtenção de produtos com uma melhor
apresentação.
A Novata é fundida isoladamente sem a necessidade de adi-
ção de outros componentes, acrescentando-se somente o(s) ati-
vo(s).

376
Capitulo 5 - Manipulação

34.1.3. Gelatina Glicerinada:


Mistura de gelatina, glicerina e água. Esta mistura destina-se
apenas a produção de óvulos para ativos hidrossolúveis e não suposi-
tórios para uso retal e uretral.

Sugestão de formulação: Óvulo (gelatina/glicerina)


Gelatina pó 20g
Água 10g
Glicerina 70g

34.1.4. Polietilenoglicóis (PEG):


São polímeros de óxido de etileno, com cadeias alcoólicas
primárias. Não são tóxicos e possuem a desvantagem de apresentar
maior probabilidade de incompatibilidades com fármacos, quando
comparados aos outros excipientes.
As fórmulas de supositórios ou óvulos que utüizam estes ex-
cipientes consistem em mistura de polietilenoglicóis com PM dife-
rentes, em proporções que obtenham um produto final com ponto
de fusâo por volta de 37°C.

Sugestão - Massa para Supositórios e Óvulos com PEG:


PEG 1500 70%
PEG4000 10%
PEG400 20%
Preparo: Fundir os componentes. Adicionar os princípios ativos no
excipiente fundido ou em parte do PEG 400 micronizando- os.

377
Capitulo 5 - Manipulação

34.2.Preparação de Supostitórios (Procedimento Geral)


Os supositórios podem ser preparados por dois métodos: por
compressão a frio (nào usado em farmácia magistral) e por fusão.
0 método mais usado, rápido e fácil é por fusão, onde o
princípio medicamentoso é misturado ou dissolvido no excipiente
fundido, vertendo a massa líquida em moldes adequados.
0 primeiro passo no preparo de um supositório é o cálculo da
quantidade de ativo e excipiente que será utilizado.
Feito os cálculos, o passo seguinte é a fusão do excipiente
que deve ser feita à temperatura mais baixa possível, a fim de evi-
tar alterações por decomposição e o aparecimento de formas me-
tastáveis, difíceis de solidificar.
Ao aviar uma receita de supositórios devem ser tomadas
quantidades superiores às prescritas, para prevenir inevitáveis per-
das de massa, por aderência ao recipiente utilizado para fusão (à
espátula), além da quantidade em excesso sobre o molde, posteri-
ormente removida. Até 4 supositórios: aumenta 1 unidade. Acima
de 5 supositórios: aumentam 2 unidades.
Adição de pós insolúveis ao excipiente: é conveniente incor-
porar os pós em partes do excipiente fundido, misturando depois o
restante do excipiente fundido.
A lubrificação do molde sempre se faz necessária, podendo
usar glicerina ou vaselina líquida.
A massa deve ser vertida no molde quando se der início à so-
lidificação (formação de uma película sobre a massa liquefeita).
Após resfriamento, abrir os moldes e retirar os supositórios,
exceto quando o molde for a própria embalagem, neste caso basta
selar.
Envolver cada supositório (aqueles que não foram preparados
em moldes/embalagem) em papel alumínio, acondicioná-los em
recipiente fechado e rotular ("conservar em geladeira").

378
Capitulo 5 - Manipulação

34.3. Regularidade de peso:


Pesar 20 unidades, fazer a média e em seguida considerar o
desvio de 5% para mais ou para menos em relação ao valor da mé-
dia.
Pesar cada unidade dos supositórios ou óvulos e anotar o pe-
so.
Requisito: não mais que 10% das unidades ensaiadas pode a-
fastar da média ± o desvio de 5%.

34.4. Supositório Especial para T r a t a m e n t o d e H e m o r -


róidas: "Rectal R o c k e t "

0 formato diferenciado do supositório Rectal Rocket, "fogue-


te", assegura que o mesmo permaneça em contato direto com as
hemorróidas, tanto intemas quanto externas, liberando o ativo.
Este formato, garante uma maior eficiência no tratamento das he-
morróidas externas e mistas, quando comparado com o supositório
convencional, pois, enquanto neste último o ativo é liberado somen-
te no interior do lúmen retal, o supositório em formato de foguete
permite o contato e a liberação do ativo, tanto no interior do lúmen
retal, como também na hemorróida externa.

Figura 12: molde com supositórios Rectal Rocket.


Foto: PCCA - Products Catalog

379
Capitulo 5 - Manipulação

3 4 . 4 . 1 . Fórmula base para Rectal Rocket com ácidos graxos


e parafina:
Novata® 90 a 95%
Parafina sólida 5 a 10%
Sílica gel micronizada**q.s.p. (se necessário 1%)

Procedimento:
Passo 1: Em uma placa de aquecimento fundir os ingredientes, res-
friar e estocar.
Passo 2: Não permita que a temperatura exceda a 55°C. Não utilize
microondas.
Nota: 'Sílica gel micronizada: ê utilizada como açente suspensor para ativos insoiúveis na
base, na concentraçõo usuai de 1%.

Material necessário:
• Béquer
• Bastão de vidro
• Molde
• Placa de aquecimento ou banho-maria
• Faca
• Balança de precisão
• Papel manteiga
• Papel laminado

Procedimento de preparo:
Passo 1: Catibrar, previamente, o molde de supositório, caso não
tenha sido utilizado, anteriormente, com a base utilizada. Verificar
se o molde encontra-se limpo e seco antes do uso. Lubrificar antes
de utilizar o molde.
Passo 2: Calcular a quantidade necessária de cada ingrediente, adi-
cionando-se cerca de 10% extra, para compensar perdas e permitir o
preenchimento do molde com excesso. Pesar ou medir, precisamen-
te, cada ingrediente.
Passo 3: Ligar e ajustar o aquecimento do banho-maria. Adicionar a
base preparada anteriormente (fórmula base de ácidos graxos e
parafina) em um béquer, aquecendo aos poucos até a fusão da base.
Deve ser evitado o superaquecimento, pois o mesmo altera as pro-
priedades de fusão do supositório (não aquecer acima de 55°C).
Passo 4: Adicionar os ativos. Misturar bem com bastão de vidro. Os
ingredientes sólidos (ativos) devem ser misturados diretamente na

380
Capitulo 5 - Manipulação

base ou, previamente levigados, antes da incorporação. 0 agitador


magnético também pode ser utilizado para realizar a mistura.
Passo 5: Deixar esfriar um pouco. Verter a mistura ainda fluida para
o molde montado com as placas formadoras de sulcos, preenchendo
o mesmo, com excesso da massa para prevenir a retração durante a
solidificação.
Passo 6: Deixar resfriar na temperatura ambiente por 15 a 30 minu-
tos e refrigerar por mais 30 minutos.
Passo 7: Com uma espátula, retirar o excesso de massa sobre o mol-
de. Remover, cuidadosamente, os supositórios. Embalar, um a um,
em papel laminado ou sachês de alumínio. Acondicionar os supositó-
rios embalados em um pote de vidro ou plástico.
Passo 8: Rotular e validar.

34.4.2. Aditivação (Cálculo da quantidade de Ativo e de Ba-


se):

A droga ativa deve ser reduzida a partículas de tamanho uni-


forme assegurando assim, uma perfeita distribuição na base. A me-
Ihor fonte de ingredientes para a manipulação de supositórios é o
fármaco em pó. Em geral, o máximo de ingredientes que podem ser
incorporados deve corresponder a aproximadamente 30% do peso do
supositório.

Quantidade de base deslocada por supositório =


dose unitária x 0,7(fator de deslocamento universal ou outro específico)

Quantidade de base por supositório =


peso médio do supositório sem ativo (branco) - quantidade de base deslocada por supositório.

Quantidade total da base =


(quantidade de base por supositório x número de supositórios) x 10% (excesso)

Cálculo da quantidade de ativo =


(dose unitária x número de unidades) x 10% (excesso)

381
Capítulo 5 - Manipulação

Exemplo:
Calcular a quantidade de base para supositório necessária
para a manipulação de 6 supositórios de Ibuprofeno 800mg. Calcu-
lar, também, a quantidade de ativo necessária levando em conta a
perda durante o procedimento de preparo. 0 peso médio dos suposi-
tórios preparados somente com a base é de 6g.

Quantidade de base deslocada pelo ativo para supositório = 0,81 g


(ibuprofeno)x70% = 0,56
Quantidade de base por supositório = 6g - 0,56g = 5,44g
Quantidade total de base necessária = 5,44 x 6 = 32,64 x 10% =
25,90g
Quantidade total de ativo necessário = 0,8g x 6 = 4,8g x 10% = 5,28g

34.4.3. Exemplos de formulações:

A. Supositórios Rocket Analoésicos (composição por supositório)


Benzocaina 130mg
Bálsamo do Peru 65mg
Óleo de rícino 65mg
Monooleato de sorbitano* 65mg
Mentol 9mg
Sulf. Monoid. Hidroxiquinolina** 16mg
Óxido de zinco 196mg
Base para supositório*** q.s.p.1 supositório rocket
Mande 6 supositórios.
Indicação: hemorróidas extemas e mistas.
Ação: anestésico, protetor, adstringente e antipruriginoso.
Modo de usar: inserir via intraretal 1 supositório à noite ao deitar,
deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e
desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Nota:
'Span® 80
"Viofórmio
"" Base de ácidos groxos e parafina.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

382
Capítuio 5 - Manipulação

B. Supositório Rocket com Hidrocortisona e Tetracaina


Hidrocortisona micronizada 25mg
Cloridrato de tetracaína 10mg
Subcarbonato de bismuto 10Omg
Cloridrato de Fenilefrina 10mg
Bálsamo do Peru 65mg
Óleo de rícino 65mg
Polisorbato 80* 65mg
Base para supositório** q.s.p.1 supositório rocket
Mande 6 supositórios.
Indicação: hemorróidas externas e mistas.
Ação: antipruriginoso, anestésico, protetor e vasoconstritor.
Modo de usar: inserir via intraretal 1 supositório à noite ao deitar,
deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas removendo e
desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

C.Supositório Rocket com Ibuprofeno/lndometacina


Ibuprofeno 800mg
Indometacina 50mg
Sílica gel micronizada 35mg
Lecitina de soja granular 600mg
Base para supositório*q.s.p. 1 supositório rocket.
Mande 6 supositórios.
Ação: antiinflamatório
Modo de usar: a critério médico.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

D. Supositório Rocket com Aloe Vera e Vitamina E


Aloe vera pó (freeze dried) 200:1 ...200mg
Alantoína 50mg
Silica gel micronizada 30mg
Vitamina E acetato (1UI/mg) 100mg
Óxido de zinco .' 195mg
Mentol cristal 9mg
Base para supositório* q.s.p. 1 supositório rocket.
Mande 6 supositórios.
Indicação: hemorróidas externas e mistas.
Ação: protetor e cicatrizante.
Modo de usar: inserir, via intraretal, 1 supositório à noite ao deitar,
383
Capitulo 5 - Maniputação

deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e


desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

E. Supositório Rocket com Lidocaína 2% e Hidrocortisona 1%


Hidrocortisona micronizada 1%
Lidocaína base 2%
Sílica gel micronizada 20mg
Base para supositório* q.s.p. 1 supositório rocket
Mande 6 supositórios
Indicação: hemorróidas externas e mistas.
Ação: antipruriginoso, anestésico.
Modo de usar: inserir, via intraretal, 1 supositório à noite ao deitar,
deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e
desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Estabilidade: 6 meses.

F. Supositório Rocket com Cetoprofeno/Lidocaína


Cetoprofeno 10Omg
Lidocaína base 2%
Silíca gel micronizada 37mg
Lecitina de soja granular 600mg
Palmitato de isopropila 0,33mL
Base para supositório q.s.p. 1 supositório rocket
Mande 6 supositórios
Indicação: hemorróidas extemas e mistas.
Ação: antiinflamatório, anestésico e antipruriginoso.
Modo de usar: inserir via intraretal 1 supositório à noite ao deitar,
deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e
desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

384
Capítulo 5 - Manipulação

G. Supositório Rocket com Acetato de Hidrocortisona 2%, Lidocaína


1% e Sucratfato 15,6%
Acetato de hidrocortisona 2%
Lidocaína base 1%
Sucralfato 15,6%
Base para supositório q.s.p. 1 supositório rocket
Mande 6 supositórios
Indicação: hemorróidas internas e mistas.
Ação: antipruriginoso, protetor e anestésico.
Modo de usar: inserir via intraretal 1 supositório à noite ao deitar,
deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas removendo e
desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

H. Supositório Rocket Lidocaína 2% e Hidrocortisona 1%


Hidrocortisona 1%
Lidocaína base 2%
Silica gel micronizada 20mg
Base para supositório q.s.p 1 supositório rocket.
Mande 6 supositórios.
Indicação: hemorróidas intemas e mistas.
Ação: antipruriginoso e anestésico.
Modo de usar: inserir, via intraretal, 1 supositório à noite ao deitar,
deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e
desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket
permanece externa ao ânus.
Estabilidade aproximada: 6 meses.

34.4.4. Controle da qualidade:


Aparência: amolecimento, ressecamento, excessiva dureza e
rachaduras são sinais de instabitidade.
Peso.
Ponto de fusão: o supositório deve fundir a 37°C (para checar
o ponto de fusão o supositório pode ser colocado em um béquer e
este em banho-maria que deve ser aquecido a 37°C).

34.4.5. Embalagem:
Os supositórios deverão ser embalados individualmente em
papel laminado ou sachês aluminizados e acondicionados adequa-
damente, em potes ou caixas de cartolina.
385
Capitulo 5 - Manipulação

34.4.6. Armazenamento e rotulagem:


Os supositórios devem ser protegidos do calor, podendo ser
armazenados sob refrigeração, mas não congelados.

34.4.7. Estabilidade:
Os supositórios Rocket são preparados com base anidra e
hidrofóbica, sendo, portanto, uma forma estável, desde que prote-
gida do calor e da umidade. 0 prazo de validade recomendado é
geralmente, 6 meses. Para supositórios preparados a partir de pro-
dutos industrializados recomenda-se 25% do tempo remanescente da
validade do produto ou 6 meses, o que for menor. Para fármacos
reconhecidamente suscetíveis a processos de degradação química, o
prazo de validade recomendado não deverá ser maior que 2 a 3 me-
ses.

34.4.8. Atenção Farmacêutica (orientação ao paciente):


Este supositório foi desenhado de modo que uma parte sua
permaneça inserido no reto, para tratar as hemorróidas internas,
enquanto que a parte larga (final) do supositório permaneça externa
para tratar as hemorróidas externas. 0 supositório deve ser usado
quando o paciente tiver disponibilidade de permanecer deitado (de
lado ou de bruços) por pelo menos 4 a 6 horas, de preferência à
noite ao deitar. 0 supositório deve estar na temperatura ambiente
quando colocado no reto e deve ser umedecido com água morna,
poucos segundos antes da sua aplicação. As figuras a seguir ilustram
a forma de aplicação adequada do Rectal Rocket, demonstrando o
contato do mesmo com as hemorróidas internas e externas.
Retornar ao médico caso continue um sangramento excessivo,
proveniente da hemorróida.

386
Capítulo 5 - Manipulação

35. Formulações Transdérmicas


Embora antigos pesquisadores preconizassem que a pele fos-
se totalmente impermeável, sabe-se hoje que algumas susbstâncias
superam, facilmente, a resistência da epiderme. A maioria destas
substâncias permeia de forma lenta e contínua através da pele.
Dentre os produtos que podem ser administrados pela pele,
podemos caracterizar os de uso dermatológico que modificam a fun-
ção da pele; os cosméticos que apresentam função de limpeza e
beleza; e os transdérmicos que se destinam a tratar afecções sistê-
micas, em alguns órgãos distantes.
A pele é considerada o maior órgão do organismo. Constitui-
se como um complexo tecido com capacidade metabólica, imunoló-
gica e sensorial. Entretanto, a maioria dos pesquisadores concorda
que a pele possui a função primária de proteção, incluindo a manu-
tenção de fluidos biológicos e do balanço eletrolítico em ambientes
secos e hostis. Previne a perda de água transepidérmica, bem como
protege o organismo da invasão microbiana, física e química, além
dos danos causados pela radiação ultravioleta. A despeito deste tipo
de proteção, os estudiosos têm conhecimento, há pelo menos dois
séculos, da capacidade de certos compostos em atravessarem as
camadas da peie e atingirem os vasos sangüíneos e a circulação ge-
ral. Novas formas farmacêuticas têm sido desenvolvidas com o obje-
tivo de liberar o fármaco via transcutânea, (através da pele) como
uma alternativa às vias tradicionais de administração de fármacos,
tais como, a oral, a intravascular, a intramuscular, a subcutânea e a
sublingual. Formas farmacêuticas transcutâneas apresentam uma
série de vantagens e desvantagens, teóricas e práticas, em relação
às formas convencionais.

35.1. Estrutura da Pele


Para compreendermos melhor como os fármacos atravessam
a pele, faz-se necessário um conhecimento básico da sua estrutura.
A pele é composta, basicamente pela epiderme, pela derme e por
uma camada inferior de tecido subdérmico. As células da epiderme
permitem um processo contínuo de renovação e migram do estrato
germinativo para o estrato córneo.
A epiderme e a derme são separadas por uma membrana ba-
sal, onde a derme permanece contínua aos tecidos subcutâneos e
387
Capitulo 5 - Manipulação

adiposos. A epiderme é composta por 5 camadas de diferentes tipos


de células. Iniciando-se da parte exterior: stratum corneum, stra-
tum lucidum, stratum granulosum, stratum spinosum e stratum
basaíe. Na camada dérmica, existe um número variável de folículos
pilosos e glândulas sebáceas, juntamente com glândulas sudoríparas
apócrinas e écrinas, nutrido com uma rica rede vascular. A camada
córnea representa a maior e a primeira barreira que o fármaco pre-
cisa atravessar. A resistência ao transporte através da camada cór-
nea depende das propriedades e do arranjo alternado de camadas
hidrofílicas e hidrofóbicas, bem como da sua espessura, variando de
espécie para espécie e entre as regiões do corpo no mesmo indiví-
duo. Variáveis adicionais são as regiões de concentração de folículos
pilosos e glândulas sudoríparas que constituem as vias altemativas
para difusão de fármacos.
Experimentalmente, grandes diferenças de permeação têm
sido evidenciadas de acordo com as regiões da pele. A seguir, en-
contram-se relacionadas diferentes regiões do corpo em ordem de-
crescente de permeabilidade cutânea:

Folículos pilosos

genitais > áreas da cabeça > tronco > membros

388
Capítulo 5 - Manipulação

Epiderme

Derme

Rede
Capilar
Camada
Subcutãnea

Stralum granulosum ——

Epiderme
Stratum spinosum

Stralum germtnalium—
Junção C
Eplderme-Derme

Estrutura da pele

389
Capítulo 5 - Manipulação

35.2. Absorção Transcutânea


A teoria geralmente aceita é que a absorção transcutânea
ocorre principalmente, através do cimento intercelular e não atra-
vés da parede celular. Os fatores que controlam a absorção de fár-
macos através da pele, estão relacionados aos princípios clássicos
de difusão através de membranas semi-permeáveis, envolvendo ca-
da componente da pele. 0 fluxo de substâncias através do stratum
corneum é diretamente proporcional ao gradiente de concentração
e portanto, pode ser considerado como difusão passiva. Compostos
altamente lipofílicos e com baixo peso molecular demonstram gran-
de velocidade de fluxo através do stratum corneum. Além disto,
quanto maior a área da superfície exposta, maior será o fluxo do
fármaco. A espessura aumentada da epiderme reduz a velocidade
do fluxo transdérmico do ativo. Para compostos utilizados exclusi-
vamente no tratamento de condições específicas da pele, a difusão
passiva na epiderme superficial pode ser suficiente. Todavia, para o
fármaco ser disponibilizado na circulação geral precisa não só di-
fundir-se através da matriz lipídica do stratum corneum mas tam-
bém, atravessar o ambiente aquoso que permanece abaixo da ca-
mada epidérmica e a derme. Substâncias altamente lipofílicas se
difundem rapidamente através da matriz lipídica do stratum cor-
neum. Contudo, difundem-se lentamente quando alcançam as ca-
madas aquosas da epiderme. 0 oposto também é verdadeiro para
substâncias hidrofílicas polares: a primeira barreira é de fato a ca-
mada lipídica externa do stratum corneum. Portanto, o fármaco
precisa apresentar afinidade tanto por ambientes lipídicos como por
ambientes aquosos para que a absorção seja efetiva. Esta afinidade
está relacionada, dentre outros fatores, ao coeficiente de partição
óleo-água que pode ser entendido como a solubilidade relativa de
uma substância em óleo versus sua solubilidade em água, isto é, a
capacidade que a substância possui de distribuir-se em diferentes
fases. Portanto, a polaridade do fármaco precisa ser considerada.
Para o desenvolvimento de uma forma farmacêutica trans-
dérmica adequada, o profissional farmacêutíco necessita ter o co-
nhecimento de alguns conceitos importantes, além das propriedades
físico-químicas do fármaco, tais como, a solubilidade e o coeficien-
te de partição. Alguns fatores relacionados à preparação farmacêu-
tica podem influenciar na efetividade do transporte transcutâneo,
incluindo, a estabilidade e a volatilidade do fármaco, o uso de sol-
390
Capítulo 5 - Manipulação

vente carreador ou veículo adequado, o emprego de promotores ou


facilitadores da penetração cutânea ou a utilização de determina-
dos artifícios (como a iontoforese) que podem otimizar a permeabi-
lidade cutânea. 0 fármaco deve permanecer na pele sem evaporar-
se ou inativar-se através de degradação química. Facilitadores da
penetração incluem uma série de compostos que são adicionados
aos veículos na tentativa de alterar o ambiente molecular da epi-
derme, mais freqüentemente a parede lipídica do stratum corneum
facilitando assim, a absorção do fármaco.

35.3. Fatores que afetam a absorção dos fármacos:

35.3.1.Fatores biológicos (relacionados à pele):


• Espessura da epiderme
• Idade
• Irrigação sangüínea
• Metabolismo
• Hidratação
• Região da pele*
Nota: '0 local de aplicação pode alterar a efetividade do fármaco. Sabe-se que a vetocidade
de absorção da hidrocortisona é maior nas áreas da cabeça, pescoco, axilas e regiõo escrotal
e, menor, na planta dos pés. Embora nem todas as droças possuam o mesmo %rau de absor-
ção, a retativa velocidade de absorção nas várias regiões da pele é similar e està corretacio-
nada com a espessura e o conteúdo lipídico do stratum corneum.

35.3.2. Fatores relacionados ao fármaco:


• Peso molecular (>PM < absorção - até 800 daltons)
• Coeficiente de partição
• Solubilidade
• Estado de dissociação
• Afinidade por ambientes lipídicos e aquosos
• Gradiente de concentração: permite a difusão passiva
• Área da superfície de aplicação (>área de superfície > quan-
tidade absorvida)

391
Capítulo 5 - Manipulação

35.3.3.Fatores relacionados à forma farmacêutica, nomea-


damente do veiculo:
• Propriedades de penetração
• Oclusividade
• Presença de surfactantes
• Liberação do ativo
• Atividade termodinâmica
• pH
• Facilitadores da penetração cutânea

35.3.4. Fatores físicos (extrínsecos):


• Temperatura
• Clima

3 5 . 3 . 5 . Fatores relacionados ao paciente:


• Trauma mecânico da pele
• Patologias da pele
• Traumas químicos

3 5 . 4 . Adequação d e Preparações Cosméticas e F a r m a -


cêuticas para aplicação na p e l e :

Quando um produto ou outro tipo de tratamento é aplicado


na superfície da pele, espera-se que algum resultado específico seja
alcançado. Dependendo do objetivo e do mecanismo de ação do
fármaco, será necessário que o ingrediente ativo alcance o sítio alvo
na pele, ou seja, uma camada específica da pele (ação tópica) ou a
corrente sanguínea (ação sistêmica). Em alguns casos, o benefício
produzido dependerá do produto como um todo e não só do ingredi-
ente ativo.
Preparações que se destinam a atuar na superfície da pele
funcionam melhor se a absorção for mínima, como por exemplo,
agentes de limpeza (tensioativos), agentes protetores (repelentes
de insetos, filtros solares) e veículos, como o petrolato que utiliza a
oclusão para aumentar a retenção da umidade pela camada córnea.

392
Capitulo 5 - Manipulação

35.4.1. Regiões da pele correlacionadas com a funcionali-


dade de Ativos de Aplicação Tópica:

Sítios Alvo Exemplos


Superfície da pele Sabões, sabonetes, filtros solares,
repelentes de insetos e petrolato.
Camada córnea Hidratantes e queratolíticos.
Glândulas sudoríparas Antiperspirantes (sais de alumínio).
Células vivas da pele Esteróides, anestésicos locais e retinói-
des.
Células basais da Agentes citotóxicos (metotrexato).
Epiderme
Corrente sangüínea Patches e géis tansdérmicos (nitrogliceri-
na, analgésicos opióides e outros fárma-
cos de ação sistêmica).
Tecidos musculares lo- AINES.
cais

35.5. Vantagens e Desvantagens da Administração


Transdérmica:

35.5.1. Vantagens:
Via alternativa ao trato gastrintestinal: menor irritação e to-
xicidade sistêmica, evita a ação do pH ácido do estômago sobre
fármacos sensíveis nestas condições. Evita também, possíveis inte-
rações do fármaco com alimentos e com a flora intestinal.
Evita o efeito de primeira passagem hepática.
Permite o controle da absorção de determinada quantidade
de fármaco.
Possibilidade de aplicação em diferentes locais do corpo (de-
ve-se evitar a aplicação em locais com irritação e ou com lesões).
Aumenta a adesão do paciente ao tratamento: resultado da
fácil administração e da diminuição da toxicidade sistêmica.

393
Capitulo 5 - Manipulação

35.5.2. Desvantagens:
Possibilidade de irritação localizada ou reações alérgicas cu-
tâneas.
Lag time: tempo requerido para a difusão através da pele
(relativa demora no início da ação do fármaco).
Limitações nas dosagens do fármaco.

35.6. Promotores da Penetração Transcutânea:


A disponibilidade efetiva do fármaco a partir de um sistema
transdérmico depende freqüentemente, da habilidade do farmacêu-
tico em empregar na formulação, um promotor da permeação que
seja adequado para o fármaco em questão. Os facilitadores da pe-
netração cutânea são grupos de substâncias que aumentam o fluxo
de uma substância, através do stratum corneum.
0 mecanismo de ação do facilitador da penetração transcu-
tânea provavelmente, não está relacionado com o veículo ou à ati-
vidade química no veículo. Ele atua, presumidamente, rompendo a
organização da parede celular. A própria água, que aumenta o fluxo
de substâncias através do stratum corneum, pode ser considerada
uma facilitadora da penetração cutânea.
A seguir relacionamos algumas substâncias facilitadoras da
penetração cutânea.

35.6.1 .Surfactantes:
Há mais de 30 anos foi demonstrado que os sabões poderiam
aumentar o fluxo da água através da epiderme humana isolada. 0
grau de irritação da pele foi diretamente proporcional à extensão
da penetração. Esta foi a primeira evidência de que a ruptura da
função de barreira cutânea está diretamente relacionada, ao grau
de interação química e física entre o agente facilitador da penetra-
ção e a pele. Recentemente, foi demonstrado que os surfactantes
reduzem, de modo marcante, a capacidade do tecido subcutâneo
em reter água ligada à membrana. De modo geral, todos os tipos de
surfactante aumentam o fluxo através da pele sendo que os
surfactantes catiônicos são mais irritantes do que os aniônicos e
estes, mais que os não-iônicos. Alguns exemplos de tensioativos
facilitadores da penetração cutânea: lauril sulfato de sódio, tweens,
dentre outros.

394
Capítulo 5 - Manipulação

35.6.2. Solventes:
Dimetilsulfóxido (DMSO), dimetilacetamida, polietilenoglicol
100 - 400, etanol, propilenoglicol, miristato de isopropila, palmitato
de isopropila, acetona, ácido oléico, água, dentre outros.

35.6.3. Agentes queratolíticos:


Ácido salicílico, uréia, dentre outros.

35.6.4. Agentes anfifilicos:


Lipossomas.

35.6.5.Técnicas e métodos facilitadores da penetração:


lontoforese, termoforese, dentre outros.

35.6.6. Outras substâncias:


Mentol, limoneno, lecitina, fosfatidilcolina, dentre outras.

35.7. Microemulsão Transdérmica P.L.O.


(Pluronic®Lecithin Organogel) - "Gel Transdérmico"

0 Pluronic" Lecithin Organogel (P.L.O.) é uma microemulsão


lipossomal fosfolipídica, empregada para a administração de fárma-
cos pela via transdérmica. E um excipiente de alta permeabilidade
cutânea, com capacidade de carrear fármaco(s) incorporado(s), tais
como, anti-inflamatórios, analgésicos, anti-eméticos e demais fár-
macos empregados em situações onde se deseja uma maior permea-
bilidade cutânea e um alcance sistêmico do fármaco.

3 5 . 7 . 1 . Vantagens do uso de Microemulsão Lipossomal Fos-


folipídica como veiculo carreador:
Os fosfolipídeos são compostos efetivos para serem incorpo-
rados em sistemas de liberação de fármacos; sob condições adequa-
das, formam lipossomas espontâneamente.
São constituintes naturais da membrana celular apresentan-
do biocompatibilidade e baixa alergenicidade.
São biodegradáveis, têm baixa toxicidade e são quase não
imunogênicos.
395
Capítulo 5 - Manipulação

Os lipossomas são compostos anfifílicos podendo portanto,


incorporar substâncias ativas de natureza lipofílica e hidrofílica.
Vesículas lipossomais unilamelares grandes podem ser prepa-
rados por um processo rápido de extrusão, com o uso de seringas.
Tais vesículas são capazes de transportar água e uma grande
variedade de susbtâncias para dentro da epiderme (a água é um
facilitador da penetração cutânea).

3 5 . 7 . 2 . Composição básica:
0 gel de P.L.O. é composto por uma fase oleosa e uma fase a-
quosa.

A. Fase Oleosa:
Palmitato de isopropila/lecitina, abreviada por L.I.P.S. (leci-
thin/isopropyl palmitate solution).
Lecitina: fosfolipídeo; capaz de atravessar a camada córnea da pe-
le.
Palmitato de isopropila: solvente e promotor da penetração cutâ-
nea.
Ácido sórbico: conservante.
Solventes orgânicos ou agentes molhantes (áicool etílico, propileno-
glicol, dentre outros) podem ser incorporados nesta fase, em con-
centrações de no máximo 10%. Fármacos lipossolúveis devem ser
incorporados nesta fase (por exemplo, o cetoprofeno).

B.Fase aquosa:
A fase aquosa é constituída pelo gel aquoso de Polaxamer 407
(Pluronic*F127).
Polaxamer 407: surfactante
Sorbato de potássio: conservante.
Água destilada.
Fármacos hidrossolúveis são incorporados nesta fase (por exemplo, a
escopolamina).

C. Preparação do gel P.L.O. :


Inicialmente é necessário preparar a fase oleosa e a fase a-
quosa, somente depois é feita a incorporação do(s) ativos(s) na fase
em que o mesmo for solúvel. Posteriormente, ambas deverão ser
misturadas por extrusão, com auxílio de seringas.

396
Capitulo 5 - Manipulação

C.1. Primeira Etapa: preparo da fase oleosa

Solução de lecitina/palmitato de isopropila (L.I.P.S.)*


Palmitato de isopropila 50g (cerca de 58,5mL)
Lecitina de soja granular 50g
Ácido sórbico, pó 0,2g

Nota:' Comercializado com o nome de Microemulsão fosfotipidica (fase oleosa) pela LED
(Laboratóho de Evolução Dermatolósica). Conservar em temperatura ambiente.

C.2. Segunda etapa: preparo da fase aquosa

Gel Pluronic'' 20%. 30% e 40% (fase aquosa)


(Formulações para 100mL)

Ingredientes 20% 30% 40%


Pluronic©F127 20g 30g 40g
Sorbato de potássio 0,2g 0,2g 0,2g
Agua destilada q.s.p. 100mL 100mL 100mL

" Comercializado com o nome de Microemulsão fosfolipidica (fase aquosa) pelo LED (Labora-
tório de Evolucão Dermatológica). Conservar sob refrigeração, em temperatura ambiente o
produto selifica.

C.3. Terceira etapa: preparo do Gel P.L.O. com a aditivação de


fármacos

Fórmula Geral (100g)


LIPS (fase oleosa) 20 a 22%
Agente molhante até o máximo de 10%
Ativo até o máximo 20%
Gel Pluronic" q.s.p (fase aquosa). 100g

Procedimento:
Passo 1: Pesar, precisamente, cada componente separadamente.
Passo 2: Levigar se necessário, o ativo com o agente molhante em
um gral.
Passo 3: Incorporar o ativo na fase oleosa (LIPS) ou na fase aquosa
(gel), de acordo com sua solubilidade.
Passo 4: Acondicionar a fase aquosa em uma seringa tipo luer-lock e
397
Capítulo 5 - Manipulação

a fase oleosa em outra seringa, conectando as duas seringas com um


adaptador.
Passo 5: Misturar com auxílio dos êmbolos das seringas as duas fases
em movimentos para a direita e para a esquerda, alternando a pres-
são sobre os dois êmbolos, até obtençaõ de uma mistura uniforme
(extrusão).
Passo 6: Transferir o gel preparado para seringa de aplicação (para
fármacos que precisam ser exatamente dosados) ou para tubos.

Jm

-MP

Figura 2:
Preparo da microemulsão

.4 transdérmica utilizando
seringas.

Fonte: Apotha$ram, PCCA monthly pubtication.

Estabilidade: de acordo com a natureza do fármaco incorporado.


Embalagem: seringa dosadora com tampa (para fármacos que neces-
sitam ser precisamente dosificados) ou em bisnagas.
Conservação: temperatura ambiente.

398
Capitulo 5 - Manipulação

35.8. Exemplos de Formulações:

35.8.1.Formulações Antiinflamatórias e Analgésicas para


condições músculo-esqueléticas:

A. Formulação transdérmica Anti-inflamatória:


Cetoprofeno 10%
Propilenogticol 3,0mL
L.I.P.S 6,0ml
Gel Pluronic 20% q.s.p. 30mL
Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos, ligados
à condições músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-
se).
Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, nâo refrigerar".

B. Gel transdérmico com Piroxicam:


Piroxicam 1%
Propilenoglicol 1mL
L.I.P.S 2,2mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 10 mL
Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados
a condições músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-
se).
Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

C. Gel transdérmico Analgésico e Antiinflamatório para dor aguda:


Cetoprof eno 10%
Ciclobenzaprina HCl 1%
Lidocaína base 5%
L.I.P.S 22%
Gel Pluronic 20% q.s.p. 30g
Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados
à condicões músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-
se).
Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".
399
Capítulo 5 - Manipulação

D. Gel transdérmico Antiinfiamatório contendo Ibuprofeno, Piroxi-


cam e Ciclobenzaprina:
Ibuprofeno 20g
Piroxicam 1g
Propilenoglicol 10mL
Ciclobenzaprina HCl 1g
L.I.P.S 22mL
Gel Pluronic q.s.p. 100mL
Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados
a condicões músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-
se).
Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

E. Gel transdérmico com Diclofenaco, Ciclobenzaprina e MSM:


Diclofenaco sódico 3%
Ciclobenzaprina HCl 0,5%
MSM (metilsulfonilmetano) 10%
Propilenoglicol 10mL
L.I.P.S 22mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 100mL
Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados
a condicões músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-
se).
Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

400
Capítulo 5 - Manipulação

35.8.2. Formulações transdérmicas para o Tratamento de


Neuropatias:

A. Gel transdérmico com Amitriptilina, Cetoprofeno e Carbamazepi-


na:
Cetoprofeno 2g
Amitriptilina HCl 2g
Carbamazepina 2g
Propilenoglicol 10mL
L.I.P.S 22mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 100g
Indicação: neuropatias pós-herpéticas e neuropatias crônicas.
Modo de usar: aplicar 1mL 3 a 4x ao dia nas neuropatias pós-
herpéticas na região dolorida. Nas neuropatias crônicas aplicar 1mL
3 a 4x ao d i a no l o c a l da o r i g e m da d o r . Formulação dispensada em se-
ringa dosadora. "Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".
Amitriptilina: Mecanismo de ação não conhecido, potencializa a produçâo de endorfina e aumento
da serotonina (bloqueia a recaptação do receptor). Carbamazepina: Analgésico coadjuvante e inibe
os estímulos descendentes.

B.Gel transdérmico com Cetoprofeno e Carbamazepina:


Cetoprofeno 2g
Carbamazepina 2g
Propilenoglicol 10mL
L.I.P.S 22mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 100mL
Indicação: neuropatias pós-herpéticas e neuropatias crônicas.
Modo de usar: aplicar ImL 3 a 4x ao dia nas neuropatias pós-
herpéticas na região dolorida. Nas neuropatias crônicas, aplicar
1mL 3 a 4x ao dia no local da origem da dor. Formuiação dispensada em
seringa dosadora. "Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

C. Gel transdérmico para o Tratamento da Neuropatia Diabética:


Nifedipina 2,4g
Propilenoglicol 6mL
L.I.P.S 13,2mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 60mL
Indicação: neuropatia diabética.
Modo de usar: aplicar 1mL 3x ao dia na região dolorida.Formuiação
dispensada em seringa dosadora."Conservar em temperatura ambiente, não
refrigerar".

401
Capítulo 5 - Manipulação

35.8.3. Formulações Transdérmicas de Uso em Dermatolo-


gia:

A. Gel transdérmico para o Tratamento da Psoríase Ungueal:


Cetoprofeno 2,5%
Ciclosporina 1%
Clobetasol (micronizado) 0,1%
LI.P.S 22mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 100mL
Mande 30mL
Indicação: psoríase ungueal.
Modo de usar: aplicar 0,5mL na lesão 2x dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

B. Gel transdérmico para Tratamento da Psoríase Ungueal:


Cetoprofeno 2,5%
Ciclosporina 1%
Fenilefrina HCl 0,01%
L.I.P.S 22mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 100mL
Indicação: psoriase ungueal.
Modo de usar: aplicar 0,5mL na lesão 2x dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

C. Gel transdérmico para Tratamento de Úlceras de Perna:


Metronidazol 4g
Hidrocortisona micronizada 5g
Sulfato de zinco 7H20 2g
Dietilenoglicol etil éter 6mL
Água destilada 1 mL
L.I.P.S 11mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 50mL
Creme com Sulfadiazina de prata q.s.p. 100mL
Indicação: úlceras de perna.
Modo de usar: aplicar 1mL 2-3x ao dia na lesão.
Formulação dispensada em seringa dosadora. "Conservar em tempe-
ratura ambiente, não refrigerar".

402
Capítulo 5 - Manipulação

D. Gel transdérmico para o Tratamento do Pé Diabético:


Nifedipina 2,5%
Dietilenoglicol étil éter 6mL
LI.P.S 13,2mL
Gel Pluronic 20% q.s.p. 60mL
Indicação: lesões cutâneas dos pés do diabético.
Modo de usar: aplicar 1mL somente ao redor da lesão, 2x ao dia.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

35.8.4. Formulações Transdérmicas Anti-eméticas para pa-


cientes submetidos à quimioterapia:

A. Gel anti-emético para pacientes em quimioterapia


Lorazepam 60mg
Difenidramina HCl 750mg
Haloperidol 120mg
L.I.P.S 14mL
Água destilada 1 mL
Dietilenoglicol etil éter 5mL
Gel Pluronic 20% q.s.p 60mL
Modo de usar: 0,5 a 1mL aplicados 3x ao dia ou quando necessário,
nos pulsos e atrás das orelhas.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

B. Gel transdérmico com Cloridrato de Prometazina 50mg/mL:


Prometazina HCl 1,5g
LI.P.S 6,6mL
Gel Pluronic 20% q.s.p 30mL
Modo de usar: 0,5 a 1mL aplicados 3x ao dia ou quando necessário,
nos pulsos e atrás das orelhas.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

403
Capitulo 5 - Manipulação

C. Gel transdérmico com Escopolamina para Náuseas de Viajantes:


Escopolamina HBr 0,25mg/mL
L.I.P.S 1,2mL
Gel Pluronic 20% q.s.p 5mL (tamponado em pH 5,0)
Indicação: náuseas decorrentes de viagens.
Modo de usar: aplicar 0,1 mL 4 horas antes da viagem. Reaplicar, se
necessário, 6 horas após aplicação inicial.
Formulação dispensada em seringa dosadora.
"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

35.8.5. Formulações Transdérmicas para uso em Veteriná-


ria:

A. Gel transdérmico com Cloridrato de Buspirona 1,25mg/0,2mL de


uso veterinário para Distúrbios de Comportamento em Gatos:
Cloridrato de buspirona 0,045g
Dietilenoglicol etil éter 0,7mL
L.I.P.S 1,6mL
Gel Pluronic 20% q.s.p 7,2mL
Indicação: problemas de comportamento em gatos (ansiedade, a-
gressividade).
Modo de usar: aplicar 0,1 mL na parte interior de cada orelha (total
0,2mL) 1 a 2x ao dia.

B. Gel transdérmico com Cloridrato de Amitriptilina 5mg/0,1mL e


10mg/0,1mL para uso veterinário:
Amitriptilina HCl 0,15g e 0,30g
Água destilada 0,15mL e 0,3mL
L.I.P.S 0,66mL
Gel Pluronic 20% e 30% q.s.p. 3,0mL
Indicação: problemas de comportamento em gatos e cachorros (an-
siedade, agressividade e Síndrome do abandono).
Modo de usar: a critério do veterinário

404
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

Cálculos
Matemáticos em
Farmácia Magistral

405
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

1. Sistemas Numéricos

1.1. Algarismos Arábicos:


0 sistema arábico é o mais usado para expressar valores em
cálculos.
Este sistema contém 10 dígitos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
Estes dígitos expressam valores, quando usados sozinhos ou
em combinações.
É um sistema posicional em essência, o valor de qualquer
numeral é afetado pela posição que ele ocupa no número.
Cada dígito em um número tem um lugar de certo valor, co-
meçando a partir de uma vírgula chamada decimal.
Números à esquerda da vírgula decimal indicam valores mai-
ores que 1, (ex.: 1,2).
Os dígitos à direita da vírgula decimal indicam valores meno-
res que 1, mas maiores que 0. (Ex.: 0,5 ou 0,3).
Em um número como 245,679
• 5 está no local da unidade, expressando 5 x 1 .
• 4 está no lugar da dezena indicando 4 x 1 0 .
• 2 está no local da centena, expressando 2 x 100.
• 6 à direita da vírgula, está no lugar dos décimos que expres-
sa um valor de 6 x 1/10 .
• 7 expressa 7 x 1/100.
• 9expressa 9 x 1/1000.

1.2. Algarismos Romanos:


0 sistema de algarismos romanos usa letras para representar
números. Os algarismos romanos são usados esporadicamente na
escrita. Por exemplo em farmácia, algarismos romanos são utiliza-
dos para indicar dosagens de drogas que são escritas em unidades
farmacêuticas.

1 =1 II = 2
III = 3 IV = 4
V= 5 VI = 6
VII = 7 VIII = 8
IX = 9 X = 10
L = 50 C = 100
D = 500 M = 1000

406
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

Estas letras são combinadas de maneira específica para indi-


car a magnitude do valor. Existem algumas regras gerais:

1a - Quando um algarismo de menor valor segue um de maior valor,


some ambos os valores, faça o mesmo quando os algarismos de
mesmo valor são repetidos.
Ex.
XI = 10 + 1 = 11
LX = 50 + 10 = 60
LXXX = 50 + 10 + 1 0 + 10 = 80

2a - Quando um algarismo de menor valor precede um de maior va-


lor, o valor do primeiro é subtraído do valor do segundo. Os algaris-
mos V, L e D nunca são usados como número subtraidor.
Ex.
IV = 5 - 1 = 4
XL=50- 10 = 40
XLV = 50- 10 + 5 = 45

3a - Algarismos nunca são repetidos mais do que três vezes em se-


quência.
Ex.
XXX = 30
XL = 40 (enãoXXXX)

407
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

2. Aritmética

2 . 1 . Frações

2 . 1 . 1 . Frações Decimais:
A fração decimal é uma fração com denominador 10 ou qual-
quer outro múltiplo de 10.
A vírgula decimal é o ponto de referência usado para deter-
minar o valor do lugar de um dígito em um número.
Dígitos à esquerda da vírgula decimal indicam valores de 1 ou
maiores, enquanto que dígitos à direita da vírgula decimal indicam
valores menores que 1.
Um número decimal que possui um valor menor que 1 é uma
fração própria ou um decimal puro. Um número decimal maior que
1 será uma fração mista.

A. Decimais puros: (ex.: 0,83; 0,9; 0,5).

B. Fracões mistas (ex.: 1,9; 7,38; 2,252).

2.1.2. Operações com Frações


A soma de zeros à direita da fração decimal não muda o va-
lor da fração.
Ex.: 0,2 = 0,20 = 0,200
Para somar ou subtrair números contendo decimais, alinhe a
vírgula de cada número, uma diretamente sobre a outra e some ou
subtraia normalmente.
Ex.:
0,62
0,103
0,01 +
0,733

408
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

2.2. Porcentagem
É muito utilizado para expressar concentrações em formula-
ções farmacêuticas.
Por cento significa "partes por 100" e tem o símbolo %.
Exemplo: 3% significa 3 partes em 100 partes totais.
Por cento é um número relativo. Quando porcentagem é usa-
da, dois valores estão envolvidos.

2.2.1. Expressão de concentrações em porcentagem:


A. Porcentagem peso por volume, % p/v: número de gramas de um
constituinte (soluto) em 100ml de uma preparação líquida (solução).
B. Porcentagem peso por peso. %p/p: número de gramas de um
constituinte em 100g de uma preparação.
C. Porcentagem volume por volume. %v/v: número de mililitros (ml)
de um constituinte em 100 ml de uma preparação.
D. Miligrama por cento. mg%: número de miligramas de um constitu-
inte em 100g ou 100ml de uma preparação.

Exemplo 1:
Se 4g de ácido salicilico são dissolvidos em quantidade sufi-
ciente para preparar 250 ml de solução, qual a concentraçào em
termos de porcentagem p/v da solução?

Pelo método de proporção:


4& = Xg
250ml WOrnl

Resolvendo X, nós temos:


X= (100x4) +250= 1.6s

Resposta: 1.6 g em 100 ml é 1.6%p/v.

409
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Exemplo 2:
Para se preparar 30g de um creme com colágeno a 5% p/p, qual a
quantidade de colágeno a ser pesada?

Pelo método de proporção:


5g = xg
100g 30g

Resolvendo X, nós temos:


x = (30x5) ^100
x = 1,5g

Resposta: deve-se pesar 1,5g de colágeno


e qsp de creme para 30g.

2.3. Regra de Três (Razão e Proporção)


Quando se é confrontado com o problema de comparar duas
ou mais quantidades, o procedimento de razão e proporção (conhe-
cido como "regra de três") é um bom método para se utilizar e re-
solver o problema. Razão considera os tamanhos relativos de dois
números. É encontrada dividindo-se um número com o qual ele está
sendo comparado.
Utilizando-se razão e proporção, as duas razões sendo com-
paradas devem ser escritas na mesma ordem e devem estar nas
mesmas unidades.

2 . 3 . 1 . Exemplo:
Se em uma solução de hipossulfito de sódio, tenho 20g em
100ml, quantos gramas de hipossulfito eu precisaria para preparar
20ml de uma solução na mesma concentração?

20g = Xg
lOOml 20ml

100X = 20x20
100X = 400
X = 400
100
X = 4g em 20ml

410
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

3. Diluição de Concentração
Para calcular a concentração de uma solução preparada a-
través da diluição de uma outra solução de concentração conhecida,
uma proporção pode ser empregada como a seguinte:

Qi x Ci = Qz x C2
Onde:
Q, = quantidade conhecida
Ci = concentração conhecida
Q2 = quantidade final a ser obtida após a diluição
C2 = concentração final após a diluição

3.1. Exemplo:

Se 5 ml de uma solução aquosa de furosemida 20% p/v for di-


luída para 10 ml, qual será a concentração final de furosemida?
Q, = 5ml
C, = 20%
Ch = 10ml
C2 = X ?
Então:
5 (ml) x 20 (%p/v) = 10 (ml) x X (%p/v)
X= 5x20/10= 10%p/v.
Resposta: 10% p/v

411
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

4. Densidade

0 farmacêutico freqüentemente, usa quantidades de medi-


das como densidade ou gravidade específica quando se relaciona
peso (massa) e volume.
A densidade é derivada da combinação de massa e volume.
É definida como massa por unidade de volume de uma subs-
tância em temperatura e pressão fixas.
No sistema métrico internacional é expresso como (g/ml).
Fórmula para o cálculo da densidade:

d = densidade
m = massa
v = volume

Exemplo: 100 ml da solução de lugol pesam 120g em mesmas condi-


ções de temperatura e pressão, calcule a densidade.

d = 120 (sl = 1,2s/ml


100 (ml)

Resposta: 1,2g/ml

4 . 1 . Densidade Aparente e Volume Aparente

A densidade aparente corresponde ao volume ocupado pelo


sólido, sem a exclusão das porosidades (espaços entre os grânulos
sólidos).
Sua determinação é necessária para determinação da capa-
cidade volumétrica para formas farmacêuticas em cápsulas e em
comprimidos.
A medição do volume aparente é feita com auxílio de uma
proveta graduada. Esta determinação é importante no processo de
encapsulação e repartição volumétrica dos grãos (comprimidos).

Cálculo da densidade aparente (Dap):

Dap = Massa (g)


Volume (ml)
412
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

5. Sistemas de Medidas e Interconversões

5.1. Sistema Métrico


5.1.1. Sistema Métrico de Pesos:
0.001 kilograma (Kg) 1 grama (g)
0,01 hectograma (hg) 1 grama (g)
0,1 decagrama (dkg) 1 grama (g)
10 decigramas (dg) 1 grama (g)
100 centigramas (cg) 1 grama (g)
1000 miligramas (mg) 1 grama (g)
1.000.000 microgramas (mcg) ou (ng) 1 grama (g)
1.000.000.000 nanogramas (ng) 1 grama (g)

5.1.2. Interconversões (mais comuns em farmácia magis-


tral):
g => mg = multiplique por 1.000
ex.: 0,1gx 1.000= 100 mg

mg => mcg = multiplique por 1.000.


ex.: 1mgx 1.000 = 1.000 mcg
0,25mgx 1000 = 250 mcg

g => mcg = multiplique por 1.000.000


ex.: 1 g x 1.000.000 = 1.000.000 mcg

mcg => mg = divida por 1.000


ex.: 250 mcg - 1.000 = 0,25 mg

mg => g = divida por 1.000


ex.: 100 m g - 1.000 = 0,1g

mcg => g = divida por 1.000.000


ex.: 500 mcg x 1.000.000 = 0,0005g

Siga o mesmo raciocínio para outras conversões, observando


a tabela acima de equivalência. 0 aprendizado das interconversões
é de importância capital a todos os farmacêuticos, manipuladores e
técnicos de laboratório da farmácia.

413
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

5.2. Sistema Métrico de Volume:

0.001 kilolitro (kl_) 1 Utro (L)


0.01 hectolitro (hL) 1 litro (L)
0.1 decalitro (dkL) 1 litro (L)
10decilitros (dL) 1 litro (L)
100centilitros (cL) 1 litro (L)
1000 mililitros (mL) 1 Utro (L)
1.000.000 microlitros (mcL) ou (uL) 1 Utro (L)
1.000.000.000 nanolitros (nL) 1 Utro (L)
Notas: 1ml = Jcrrv

5.3. Sistema Apotecário (normalmente não utilizado no Bra-


sil):

1 fluidounce 30 ml
1 onça 30 g
1 Ubra 454g
1 grão 64.8 mg
1 galão 3.785ml

5.4. Medidas Caseiras

1 colher das de café 2ml


1 colher das de chá 5ml
1 colher das de sobremesa 10 ml
1 colher das de sopa 15 ml
1 cálice 30 ml
1 copo 150 ml

414
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

6. Calibração de gotas
Uma gota é calibrada através da contagem do número de
gotas requeridas para transferência de 2ml da formulação ou subs-
tância que se deseja calibrar, do recipiente original (frasco conta
gotas, conta-gotas, etc) para uma proveta graduada de 5ml; em
seguida, divida por 2 e estabeleça a relação do número de go-
tas/ml.

6.1. Exemplo:

Se para um determinado líquido eu tenho 40 gotas em 2ml, quantas


gotas eu terei em 0,15ml deste liquido?

40 gotas/ 2 ml = x gotas/ 0,15 ml

x = 3 gotas.

Resposta: 0,15 ml contém 3 gotas.

415
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

7. Cálculo envolvendo Produtos Industrializados


(Alteração da Dosagem Padrão)
Seja a seguinte prescrição:
Glicazida 60mg
Excipiente qsp 1 cápsula.
Mande 30 cápsulas.

A matéria-prima acima não está disponível na forma de sal


para manipulação, sendo necessário a utilização do produto indus-
trializado chamado Diamicron® que se encontra disponível nas a-
presentações de 80mg com 20 ou 60 comprimidos. Qual o número de
comprimidos de Diamicron® são necessários para o aviamento da
formulação acima?

Resposta: 60mg de glicazida x 30 cps = 1800 mg glicazida * 80mg


(diamicron)
= 22,5 comprimidos de diamicron
Resposta: Deverão ser utilizados 22,5 comprimidos de diamicron e
quantidade suficiente de excipiente necessário para completar 30
cápsulas.

416
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

8. Cálculos de Concentrações Percentuais em Pre-


parações Líquidas:

8.1. Aligações:
Qual a porcentagem de álcool na formulação abaixo ?

Espírito de clorofórmio 50,0ml (90% álcool)


Elixir aromático 150,Oml (21% álcool)
Elixir de Terpeno hidratado 300,Oml (45% álcool)
Tome 5 ml para tosse.

Solução:

Passo 1 :
50+ 150+ 300 = 500 ml

Passo 2:
50x90 = 4500
150x21 = 3150
300 x 45 = 13500 +
=> 21150
Passo 3:
21150-500 = 42,3%

Resposta: 42,3%

8.2. AligaçÕes Alternadas:


Um médico prescreveu uma suspensão oftálmica para conter
100 mg de Acetato de Cortisona em 8 ml de solução salina normal.
0 farmacêutico tem preparada uma suspensão de 2,5% de Acetato
de Cortisona em solução salina normal. Quantos ml desta solução
preparada e quantos ml de solução salina devem ser utilizados no
preparo desta receita?

417
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Solução:

Se 100 mg estão contidos em 8ml, então a concentração em per-


centual é calcuíada da seguinte maneira:
QJSÍ = X
8 ml WOrnl

X= 1,25%

(-)
2,5% 1,25 partes de 2,5% suspensão

1,25%

0% 1,25 partes de salina normal


(-)

Resposta: Então, a suspensão de acetato de cortisona desejada pode


ser obtida através da mistura de partes iguais (1.25 parte ou 4ml de
cada) da suspensão a 2,5% e solução salina normal.

418
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

9 - Cálculo de Miliequivalentes (mEq):


Para calcularmos a quantidade exata a ser pesada devemos
fazer as conversões de acordo com a fórmula.

mEq = (Peso Molecular / valência) / 1.000

9.1. Exemplo: Qual é o miliequivalente do Citrato de potássio ?

PM do Citrato de potássio (C6H5K307.H20) = 324


Eqg = 324 / 3 (valência) = 108
mEq = 108 /1000 = 0,108 g = 108 mg

20mEq de Citrato de potássio corresponde a que quantidade de Ci-


trato de potássio ?
20 x 108 mg = 2160 mg

419
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

10. Unidades de Medidas - Ul, UTR


0s produtos prescritos nestas unidades terão suas conversões
efetuadas utilizando-se uma regra de três simples.

10.1. Exemplo:
Formulação com 5.000 UTR de Thiomucase. Sabendo-se que
350.000 UTR's equivalem a 1 grama, devemos calcular

350.000UTR = 5.000UTR
1g X

onde X=

5000 x 1 -s- 350.000 = 0.014g

Devemos pesar então 0,014g ou 14 mg de Thiomucase


Os cálculos em Ul's seguem o mesmo princípio.

1 0 . 1 . 1 . Ul - Unidade Internacional
Atividade específica de uma droga contida numa quantidade
determinada de um padrão (medida de atividade ou potência da
substância).

10.1.2. UTR = Unidade de Turbidez

10.2. Exemplos:
Vitamina A oleosa (palmitato) 1.000.000 Ul/g
Acetato de vitamina A pó 500.000 Ul/g
Vitamina D2 pó 40.000.000 Ul/g
Vitamina D3 40.000.000 Ul/g
Vitamina E oleosa 1.000 Ul/g
Vitamina E pó 50% 0,5 Ul/mg
Thiomucase 350 UTR/mg
Heparina 100 Ul/g
Hialuronidase 2.000 UTR/20mg

420
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

11. Quantidade Suficiente para (qsp):


É bastante comum o médico ao final da formulação indicar a
quantidade de veículo suficiente para determinada quantidade. De-
vemos então somar a quantidade total dos demais itens e subtrair
do total solicitado.

11.1. Exemplo: Creme


Uréia 5g
Óleo de amêndoas 10g
Creme base qsp 50g.
Utilizaremos de veículo: 50 - (5 + 10) = 35g
Resposta: 35g de creme

11.2. Exemplo: Cápsulas


Cáscara sagrada 100 mg
Espirulina 200 mg
Excipiente qsp 500 mg
Devemos utilizar de excipiente por cápsula: 500 - (100 + 200) = 200
Resposta: 200mg de excipiente.

421
Capítulo 6 - Cáiculos Matemáticos em Farmácia Magistral

12. Diluições

12.1. Matérias primas diluídas:


Dentro dos laboratórios trabalhamos com diversas matérias-
primas diluidas.

1 2 . 1 . 1 . Diluições pela Farmácia Magistral:


É realizada para facilitar a pesagem conforme exemplo: T3 -
diluição 1:1000, devemos multiplicar a dosagem prescrita na receita
por1000.

12.1.2. Diluições pelo Fabricante (fornecedor):


Conforme exemplos abaixo:
Selênio quelato 0,2% - devemos multiplicar por 500.
PCA-Na 50% - devemos multiplicar por 2.

12.2. Importância da Correção do Teor do Princípio A-


tivo em fórmulas farmacêuticas:
É desnecessário dizer que a não correção ou correção indevi-
da do teor de um princípio ativo em uma forma farmacêutica, im-
plicará em uma dosificação errada e conseqüentemente, uma não
conformidade passível de sanções legais.
Todavia, em que situações deveremos fazer a correção, seja
do sal para molécula base ou de uma molécula base hidratada para
a forma anidra?
Sabemos que não há uma regra fixa que estabeleça a neces-
sidade ou não de correção, ora se faz e ora não se faz. O certo é
que devemos sempre basear-nos no produto farmacêutico de refe-
rência (produto inovador) que foi primeiramente patenteado e com
o qual se fez todos os ensaios farmacológicos.
Está relacionado com o ajuste de teor, compensação da hi-
dratação ou de uma diluição de uma substância.

1 2 . 2 . 1 . Fator de Equivalência:
Permite intercambiar uma substância na sua forma "salina",
"éster" ou "hidratada" com a sua "molécula base" ou "anidra", em
relação a qual a forma farmacêutica de referência estaria dosifica-
da.

422
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

12.2.2. Situações em que se emprega o Fator de Correção


ou Fator de Equivalência:
Substância comercializada em sua forma diluída
Substância salina (sal) cujo produto farmacêutico de refe-
rência que a contém é dosificado em relação à sua molécula base.
Substância comercializada na forma de sal ou base hidratada
cujo produto de referência é dosificado em relação à base ou sal
anidro.
Substância que por razões farmacotécnicas e de segurança
são diluídas na farmácia.
Sais minerais ou minerais aminoácidos quelatos em prescri-
ções que se deseja o teor elementar.
Correção do teor, quando o doseamento indicar valores me-
nores do que o mínimo especificado na monografia farmacopeica.

12.2.3. Substâncias Comercializadas na Forma Diluída:


Originalmente comercializadas na forma diluída. As diluições
são fornecidas no rótulo pelo fabricante ou revendedor. 0 cálculo
do fator de correcão (Fator de Correção = Fc) deve ser feito para
100%.

Exemplos:
Betacaroteno 10% - Fc= 10
Omeprazol pellets 8,5% - Fc = 11,8
Vitamina E 50% - Fc= 2

12.2.4. "Sal" cujo produto farmacêutico de referência é


dosificado em relação à molécula base:
A necessidade ou não de adoção do fator de equivalência é
determinada pelo produto de referência (produto inovador).
Bibliografia para pesquisa: Farmacopéias, USP-DI, Compêndio
Médico, DEF, Bulas, PDR.

Cálculo do Fator de Equivalência ( FEq)

FEq= PM (Peso Molecu(ar) do "sal"


PM (Peso Molecular) da base

423
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
A. Exemplos:

A.1. Estolato de Eritromicina


FEq = 1056.41 (sal) - FEq= 1,44
733,94 (base)

A.2. Acetato de Hidrocortisona


FEq = 404. 51 (sal) - FEq= 1,12
362,47 (base)

A.3. Sulfato de Salbutamol


Sulfato de salbutamol - Fórmula molecular: (Ci3 H2i N03)2 H2S04
Peso molecular: 576,7

Salbutamol Base - Fórmula molecular: Ci3 H2i N03

Cálculo:
FEq= 576,7 = 2,41/2 FEq = 1,205
293,3 O sulfato de salbutamol contem 2
moléculas de salbutamol base,
portanto é necessário dividir por 2.

12.2.4. "Sal" ou "Base" Hidratada cujo produto de referên-


cia é dosificado em relação à Base ou Sal Anidro:
A necessidade ou não de correção em relação a água de hi-
dratação de uma substância farmacêutica é determinada em com-
paração com produto de referência (produto inovador)
Bibliografia para pesquisa: Farmacopéias, USP-DI, Compêndio
Médico, DEF, Bulas, PDR

Cálculo do Fator de Equivalência (FEq)


FEq = PM Sal ou base hidratada
PM Sal ou base anidra

424
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
A. Exemplos
A.1. Amoxacilina trihidratada
FEq = 419. 46 (mol. hidratada) FEq = 1,15
365.41 (mol. anidra)

A.2. Lisinopril dihidratado


FEq = 441, 52 (mol. hidratada) FEq = 1,09
405.42 (mol. anidra)

12.2.5. Diluições Realizadas na Farmácia


Realizadas por motivos farmacotécnicos (facilitar a pesagem
ou medida) ou de segurança (dose terapêutica próxima à dose tóxi-
ca).

A. Exemplo:
T3, T4, Digoxina, Vitamina B12, etc...
A correção do teor deve ser feita de acordo com a diluição realizada

B.Exemplo:
T3 1:1000-Fc=1000
Triac 1:100- Fc= 100
Diazepam 1:10- Fc= 10

12.2.6. Compostos Minerais, Teor Elementar e Fator de


Correção
Devemos adotar o Fator de Correção, somente quando a
prescrição solicitar o teor elementar.
Para minerais aminoácidos quelatos o teor elementar pode
variar de lote para lote, sendo necessário observar a concentração
descrita no rótulo. Prescrições com minerais aminoácidos quelatos
normalmente solicitam os minerais em suas concentrações elemen-
tares (necessário a correção)

12.2.7. Fitoterápicos com Ativos Padronizados


Quando a prescrição solicitar o fitoterápico, não corrigir
A. Exemplo: Ginkgo Biloba extrato seco 24% e Citrin Extract, Kawa
kawa, etc... Quanto a prescrição expressar em relação ao princípio
ativo do fitoterápico - deve-se corrigir.
B. Exemplo: Kavapironas xmg (kawa kawa 30% de kavapironas)

425
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

13. Cálculo de Isotonía (Colírios, Errínos, etc):

13.1. Equivalentes de determinadas substâncias em


Cloreto de Sódio:
E = PM NaCl x / da substância
/ do NaCl PM da substância
/ = fator de dissociação (n° de íons formados com a dissociação
da substância)

0 método de equivalentes em Cloreto de sódio é o mais fre-


qüentemente utilizado no cálculo da quantidade de Cloreto de sódio
necessária para preparar soluções isotônicas.
0 equivalente em cloreto de sódio de uma substância, é a
quantidade (em gramas) de cloreto de sódio que é osmoticamente
equivalente a 1g da substância.
Para se calcular (E) é necessário conhecer o PM e o / da
substância da qual se deseja a solução isotônica.

426
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

Tabela 4 4 : Número de ions, Fator de Dissociação (;') e Peso Mole-


cular de algumas Substâncias

Substâncias n° I PM
ions
Àcido bórico 1 1.0 61.8
Atropina sulfato, H20 3 2.6 695
Cloreto de benzalcônio 2 1.8 360
Cloreto de sódio 2 1.8 58
Clorobutanol 1 1.0 177
Cromoglicato de sódio 2 1.8 512
Dextrose anidra 1 1.0 180
Dextrose,H20 1 1.0 198
Efedrina cloridrato 2 1.8 333
Efedrina sulfato 3 2.6 429
Epinefrina bitartarato 2 1.8 328
Escopolamina HBr.3H20 2 1.8 438
Fenilefrina cloridrato 2 1.8 204
Fosfato de sódio dibásico anidro 3 2.6 142
Fosfato de sódio dibásico.7H20 3 2.6 268
Fosfato de sódio monobásico anidro 2 1.8 120
Fosfato de sódio monobásico.H20 2 1.8 138
Homatropina HBr 2 1.8 356
Manitol 1 1.0 182
Nitrato de Prata 2 1.8 170
Oximetazolina cloridrato 2 1.8 297
Oxitetraciclina 2 1.8 497
Pilocarpina nitrato 2 1.8 271
Procaína cloridrato 2 1.8 273
Sulfato de Zinco.7H20 2 1.8 288
Tetracaína cloridrato 2 1.8 301

427
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
13.1.1. Exemplo:
Calcular o equivalente em cloreto de sódio de uma solução a
1% de pilocarpina nitrato.

Pilocarpina nitrato:

PM = 271
i = 1.8
E = PM de NaCl x i do nitrato de pilocarpina
i do NaCl PM do nitrato de pilocarpina
E = 58,5 x 1,8
1.8 271
E = 105.3 =0,22 E = 0,22
487.8
Resposta: 1g de nitrato de pilocarpina equivale a 0.22 de NaCl

13.2. Ajustes de Isotonicidade pelo Método de Equiva-


lente em Cloreto de Sódio:
13.2.1. Cálculo:
Seja a seguinte formulação:
Sulfato de efedrina 1,0%
Solução isotônica qsp 50ml

Qual a quantidade de NaCl necessária para isotonização do meio?


Passo 1: Cálculo da quantidade de NaCl para transformar o volume
descrito em sol. isotônica: 0.009 x 50 ml = 0,45g
Passo 2: Equivalente em NaCl do sulfato de efedrina na quantidade
prescrita: 0,5g (sulfato de efedrina) x 0,23 (Eq NaCl do sulfato de
efedrina) = 0,115g
Passo 3: A quantidade em gramas de cloreto de sódio necessária
para fazer a solução isotônica é: |0,45 - 0,115 = 0,335 g de NaCl|

428
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

Tabela 4 5 : Equivalentes de Cloreto de Sódio

Acetato de potássio 0.59


Acetato de sódio anidro 0.77
Acetato de sódio trihidratado 0.46
Acetazolamida sódica 0.23
Ácido aminocapróico 0.26
Ácido ascórbico (vit. C) 0.18
Ácido bórico 0.50
Ácido cítrico 0.18
Acido glucurônico 0.20
Acido láctico 0.41
Acido L-glutâmico 0.25
Acido nicotínico 0.25
Ácido tânico 0.03
Ácido tartárico 0.25
Acriflavina 0.10
Adrenalina (epinefrina) 0.18
Àlcool benzílico 0.17
Álcool D-pantotenílico 0.18
Álcool etílico 0.65
Álcool etílico anidro 0,70
Álcool polivinílico 0.02
Aminofilina 0.17
Antipirina 0.17
Ascorbato de sódio 0.32
Atropina sulfato 0.13
Bacitracina 0.05
Barbital sódico 0.30
Benzoato de sódio 0.65
Bicarbonato de sódio 0.65
Bicloreto de mercúrico 0.13
Bissulfato de quinina 0.09
Borato de sódio 0.42
Brometo de cetiltrimetilamônio 0.09
Brometo de sódio 0.58
Bromidrato de hiosciamina 0.19
Bromidrato de hioscina 0.12
Bromidrato de homatropina 0.17
Cafeína 0.08
429
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Cânfora 0.21
Carbacol (carbachol) 0.36
Carbonato de amônio 0.70
Carbonato dissódico, anidro 0.70
Carbonato dissódico, mono-hidratado 0.60
Carbonato dissódico, decahidratado 0.25
Cefalotina sódica 0.17
Ciclofosfamida 0.10
Citrato de sódio (trissódico) 0.31
Cloramina-T 0.23
Cloranfenicol 0.10
Clorato de potássio 0.49
Cloreto de amônio 1.16
Cloreto de benzalcônio 0.16
Cloreto de benzetônio 0.05
Cloreto de betanecol 0.39
Cloreto de cálcio anidro 0.68
Cloreto de cálcio, dihidratado 0.51
Cloreto de cálcio, hexahidratado 0.35
Cloreto de potássio 0.76
Cloreto de sódio 1.0
Cloreto de zinco 0.61
Cloridrato de amantadina 0.31
Cloridrato de amitriptilina 0.18
Cloridrato de ciclopentolato 0.20
Cloridrato de clordiazepóxido 0.22
Cloridrato de clorpromazina 0.10
Cloridrato de difenidramina 0.28
Cloridrato de efedrina 0.30
Cloridrato de epinefrina (adrenalina) 0.29
Cloridrato de estreptomicina 0.17
Cloridrato de estricnina 0.18
Cloridrato de fenilefrina 0.32
Cloridrato de fenilpropanolamina 0.38
Cloridrato de hidralazina 0.37
Cloridrato de hidroxizina 0.25
Cloridrato de imipramina 0.20
Cloridrato de lidocaína (xilocaína) 0.22
Cloridrato de lincomicina 0.16

430
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Cloridrato de nafazolina 0.27
Cloridrato de oximetazolina 0.22
Cloridrato de oxitetraciclina 0.13 (0.14)
Cloridrato de papaverina 0.10
Cloridrato de pilocarpina 0.24
Cloridrato de piridoxina (vit.Bó) 0.37(0.36)
Cloridrato de procaína (novocaína) 0.21
Cloridrato de prometazina 0.18
Cloridrato de quinina 0.14
Cloridrato de tetracaína (neotutocaína) 0.18
Cloridrato de tetraciclina 0.25
Cloridrato de tioridazina 0.05
Clorobutanol 0.24
Cromogticato de sódio 0.11
Dextrose anidra 0.18
Dextrose monohidratada 0.16
Dicloridrato de quinina 0.23
Dicloridrato de trifluoperazina 0.18
Dietanolamina 0.31
Dimetilsulfóxido (DMSO) 0.42
Dipirona (metamizol) 0.19
EDTA-dissódico 0.23
Epinefrina (adrenalina) 0.26
Estreptomicina-cloreto de cálcio, complexo 0.20
Etilenodiamina, hidratada 0.44
Fenilbutazona sódica 0.18
Fenobarbital sódico 0.24
Fenol 0.35
Fluoresceína sódica 0.31
Folato de sódio 0.12
Fosfato de adenosina 0.41
Fosfato de amônio,dibásico 0.55
Fosfato de codeína 0.14
Fosfato de hidroxicloroquina 0.18
Fosfato dipotássico 0.46
Fosfato dissódico (dibásico),dihidratado 0.42
Fosfato dissódico (dibásico), heptahidratado 0.29
Fosfato dissódico (dibásico), exsicado 0.53
Fosfato monopotássico (ácido, monobásico) 0.44

431
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Fosfato monossódico (bifosfato ácido) anidro 0.46
Fosfato monossódico (bifosfato ácido), di-hidratado 0.36
Fosfato monossódico 0.40
(bifosfato ácido), mono-hidratado
D-Frutose 0.18
Glicerina 0.35
Gluconato de cálcio 0.16
Gluconato ferroso 0.15
Gluconato de quinidina 0.12
Heparina sódica 0.08 (0.07)
Hexametileno-tetramina (metenamina, urotropina) 0.23
Hialuronidase 0.01
Hipofosfito de sódio 0.61
lodeto de potássio 0.34
lodeto de sódio 0.39
Isoniazida (Hidrazida) 0.25
Idoxuridina (IDU) 0.09
Lactato de amônio 0.33
Lactato de cálcio, anidro 0.37
Lactato de cálcio, penta-hidratado 0.23
Lactato ferroso 0.21
Lactato de sódio 0.55
Lactose 0.07
Lauril sulfato de sódio 0.08
Levulinato de cálcio 0.27
Levulose 0.18
Maleato de bronfeniramina 0.09
Maleato de clorofeniramina 0.15 (0.17)
Maleato de dexclorofeniramina 0.15
Maleato de ergonovina (ergometrina) 0.12
Manitoi 0.17
N-Metilglucamina 0.20
Mentol 0.21
Merbromino 0.14
Mesilato de fentolamina 0.17
Metabissulfito de sódio 0.67
Metilbrometo de atropina 0.15
Metilbrometo de homatropina 0.19
Metilnitrato de atropina 0.18

432
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Metilnitrato de escopolamina 0.16
Metionina 0.25
Monocloridrato de histidina 0.29
Nicotinamida 0.26
Nafazolina cloridrato 0.27
Nitrato de estricnina 0.12
Nitrato de pilocarpina 0.23
Nitrato de potássio 0.56
Nitrato de prata 0.33
Nitrato de sódio 0.68
Nitrito de sódio 0.84
Oxacilina sódica 0.17
Oximetazolina cloridrato 0.12
Oxitetraciclina cloridrato 0.20
Pantotenato de cálcio 0.18
Penicilina-G potássica 0.18
Penicilina-G sódica 0.18
Permanganato de potássio 0.39
Polietilenoglicot 300 0.12
Polietilenoglicol 400 0.08
Polietilenoglicol 1.500 0.06
Polietilenoglicol 1540 0.02
Polietilenoglicol 4000 0.02
Polisorbato (tween) 80 0.02
Polivinilpirrolidona (povidona, PVP) 0.01
Prata proteínica (protargol) 0.08
Propilenoglicol 0.45
Procaína cloridrato 0.21
Propilenoglicol 0.45
Resorcinol 0.28
Riboflavina-5-fosfato de sódio 0.08
Sacarose 0.08
Salicilato de sódio 0.36
Sorbitol, hemi-hidratado 0.16
Sulfacetamida sódica 0.23
Sulfadiazina sódica 0.24
Sulfanilamida 0.20
Sulfapiridina sódica 0.23
Sulfato de alumínio e potássio 0.18

433
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Sulfato de amônio 0.55
Sulfato de atropina 0.13
Sulfato de cloroquina 0.09
Sulfato de clorotetraciclina 0.13
Sulfato cúprico, anidro 0.27
Sulfato cúprico, penta-hidratado 0.18
Sulfato de efedrina 0.23
Sulfato de hiosciamina 0.14(0.15)
Sulfato de magnésio 0.17
Sulfato de neomicina 0.11 (0.12)
Sulfato de polimixina B 0.09
Sulfato de potássio 0.44
Sulfato de quinidina 0.10
Sulfato de sódio anidro 0.58
Sulfato de sódio decahidratado 0.26
Sulfato de zinco dessecado 0.23
Sulfato de zinco heptahidratado 0.15
Sulfito monossódico ou Bissulfito de sódio 0.61
Tartarato ácido de epinefrina (adrenalina) 0.18
Tartarato de fenilefrina 0.19
Tartarato de sódio 0.33
Teofilina 0.10
Tiossulfato de sódio 0.31
Trietanolamina 0.21
Tetracaína cloridrato 0.18
Tetraciclina cloridrato 0.12
Timolol maleato 0.14
Tobramicina 0.07
Tropicamida 0.11
Uréia 0.59
Varfarina sódica 0.17
Vitelinato (proteinato) de prata fraco (argirol) 0.17
Nota: Atgumas substôncias são incompativeis com o NaCl, portanto, o mesmo não pode ser
utilizado como agente isotonizante. Em situações como esta pode-se utilizar a solução Isotô-
nia de de Dextrose a 5,51% ou de Manitol a 5,07%

434
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

14. Cálculo do HLB (hydrophilic-lipophilic balance)


ou EHL (equilíbrio hidrófilo-lipófilo)
0 balanço hidrófilo-lipófilo de um emulsificante ou H.L.B. é
um sistema de classificação. Neste sistema são dados aos emulsifi-
cantes, designações numéricas normalmente entre 1 e 20, depen-
dendo da força das porções hidrofílica e lipofílica da molécula. Se o
valor do HLB é baixo, o número de grupos hidrofílicos no surfactante
é pequeno, o que significa que ele é mais lipofílico (lipossolúvel) do
que hidrofílico (hidrossolúvel). Em contrapartida, se o valor do HLB
é alto, significa que há um grande número de grupos hidrofílicos na
molécula, portanto o surfactante é mais hidrofílico (hidrossolúvel)
do que lipossolúvel.

Tabela 46: Valores aproximados de HLB de alguns emulsificantes


Nome químico Nome comercial HLB
Goma arábica (acácia) Goma arábica 8,0
Sesquioleato de sorbitano Arlacel 83 3,7
Lauril éter de polioxietileno Bryj 30 9,7
Monoestearato de glicerila Monoestearato de glicerila 3,8
Metilcelulose Methocel15 cps 10,5
Monoestearato de polioxietileno Myrj 45 11,1
Monoestearato de polioxietileno Myrj 49 15,0
Estearato polioxil 40 Myrj 52 16,9
Monoleato de polioxietileno PEG 400 monoleato 11,4
Monolaurato de polioxietileno PEG 400 monolaurato 13,1
Monoestearato de polioxietileno PEG 400 monoestearato 11,6
Gelatina Gelatina 9,8
Oleato de potássio Oleato de potássio 20,0
Lauril sulfato de sódio Lauril sulfato de sódio 40,0
Oleato de sódio Oleato de sódio 18,0
Monolaurato de sorbitano Span 20 8,6
Monopalmitato de sorbitano Span 40 6,7
Monoestearato de sorbitano Span 60 4,7
Triestearato de sorbitano Span 65 2,1
Monoleato de sorbitano Span 80 4,3
Trioleato de sorbitano Span 85 13,2
Goma adraganta Goma adraganta 13,2
Trietanolamina (oleato) Trietanolamina (oleato) 12,0
Monolaurato de sorbitano Tween 20 16,7
polioxietileno (polisorbato 20)
435
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Nome químico Nome comercial HLB
Monolaurato de sorbitano Tween 21 13,3
polioxietileno (polisorbato 21)
Monopalmitato de sorbitano Tween 40 15,6
polioxietileno (polisorbato 40)
Monoestearato de sorbitano Tween 60 14,9
Polioxietileno (polisorbato 60)
Monoestearato de sorbitano Tween 61 9,6
Polioxietileno (polisorbato 61)
Triestearato de sorbitano Tween 65 10,5
Polioxietileno (polisorbato 65)
Monoleato de sorbitano Tween 80 15,0
Polioxietileno (polisorbato 80)
Monoleato de sorbitano Tween 81 10,0
Polioxietileno (polisorbato 81)
Trioleato de sorbitano Tween 85 11,0
Polioxietileno (polisorbato 85)
Monolaurato de dietilenoglicol N/A 6,1
Diestearato de dietilenoglicol N/A 1,5
Polaxamer Pluronic F-68 17,0
Monoestearato de propilenogli- Lauroglicol 3,4
col
Dioleato de sacarose N/A 7,1
Fonte:ALLEN, L. V. Jr., 1998.

Tabela 47: Faixa de HLB versus atividade dos surfactantes

Faixa de Surfactantes
HLB
Baixo 1 a3 Agentes anti-espumates
3 aó Agentes emulsificantes a/o
7a9 Agentes molhantes
8 a 18 Agentes emulsificantes o / a
13a 16 Detergentes
Alto 16a 18 Agentes solubilizantes

Fonte: ALLEN, L. V. Jr., 1998

436
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

Tabela 48: Valores de HLB requeridos por algumas substâncias


lipidicas utilizadas e m emulsões

Substância lipídica HLB requerido HLB requerido


para emulsões a/o para emulsões o/a
Ácido esteárico 6 15
Ácido láurico 15 a 16
Àcido oléico 17
Álcool cetílico 15
Álcool estearílico 14
Alcool laurílico 14
Cera de abelha 4 9 a 12
Cera de camaúba 12
Lanolina anidra 8 10a 12
Metilsilicone 11
Oleo de algodão 5 6a10
Oleo de oliva 6 14
Oleo de rícino 6 14
Oleo mineral 5 11 a 12
Oleos vegetais 7a 12
Parafina (cera) 4 10a 11
Parafina (líquida) 4 10,5
Querosene 14
Tetracloreto de 16
carbono
Fonte: ALLEN.L. V. Jr, 1998

437
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

14.1. Cálculo do HLB em Formulações de Emulsões

Tabela 49: Calculando o HLB requerido para um Emulsificante em


uma Formulação de Emulsão:

Formulação A B AxB
(% da fase (HLB reque- HLB
oleosa) rido para a
substância parcial
lipidica)
Petrolato 25 g 56 (25 g / 45 g) x 8 = 4,5
Alcool cetílico 20 g 44 (20 g / 45 g) x 15 = 6,7
Emulsificante 2 g (+) soma dos
parciais
Conservante 0,2 g
Agua deionizada qsp 100 g HLB aproxi- 11,2
mado para o
emulsificante

14.2. Calculando a proporção de uma Mistura de Sur-


factantes para Emulsificar a Formulação acima:
Numa mistura de dois surfactantes para obter o HLB requeri-
do na formulação, a porcentagem de cada um pode ser calculada
pela seguinte formulação:

%(a) = 100 (X - HLBb) / (HLBa - HLBb)

%(b) = 100 - %(a)

Onde:

X = HLB requerido para emulsificar a formulação.


a = surfactante (a)
b = surfactante (b)

Aplicando esta fórmula para a formulação acima é possível


por exemplo, determinar a proporção de uma mistura de surfactan-
tes, sendo aqui representado o surfactante (a) o tween 80 e o sur-
factante (b) o span 80.
HLB do tween 80 = 15,0 (veja tabela)
HLBdospan80 = 4,3
438
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral

Então:

%(tween 80) = 100 (11,2 - 4,3) I (15,0 - 4,3) = 64%

%(Span 80) = 100 - 64 = 36%

Resposta:
A mistura de surfactantes para emulsificar a formulação a-
cima deve ser constituída de 64% de tween 80 e 36% de span 80.
Para esta formulação utilizaremos 1,28 de tween 80 e 0,72g de span
80.

14.3. Quantidade de Emulsificante empregada


É evidente que além de escolher o emulsificante ou uma mis-
tura de emulsificantes compátiveis e suas devidas proporções com o
HLB requerido pela fase oleosa, também há o interesse em determi-
nar-se a quantidade do emulsificante escolhido. Um total insuficien-
te para recobrir completamente as gotículas da fase interna, preju-
dica a estabilidade da emulsão, enquanto que um excesso pode no
máximo, ocasionar a formação indesejável de espuma. Na prática,
em regra, utilizam-se de 2 a 5g % de emulsificante em relação à
formulação na sua massa total.

439
Biofarmacotécnica

440
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica

Parâmetros Físico-Químicos que influenciam na bi-


odisponibilidade dos fármacos
A resposta biológica a um fármaco é resultado de sua interação com
os receptores celulares ou sistemas enzimáticos importantes. A
magnitude da res- Solução
Comprimido

posta relaciona-se
com a concentra-
ção em seu local
de ação. Essa con-
centração depende
da dose adminis-
trada, da quanti-
dade absorvida, da
distribuição no
local, da velocida-
de e da quantidade
de eliminação do Cápsula Comprimido Revestido
organismo.
A constituição físi-
ca e química da Dissolução
substância farma- do Revestimemo
Dissoluçao
cêutica particu- da Cápsula

larmente a solubi-
lidade lipídica, o
grau de ionização,
tamanho molecu-
lar, o excipiente
ou o veículo em-
pregado para ad-
ministração deste Administração oral, liberação da droga,
fármaco, determina em gran- sítio de absorção
Fonte: Color Atlas of Pharmacology
de parte a sua capacidade de
levar a cabo sua atividade
biológica. A área que abrange
os estudos destes assuntos é
chamada de biofarmacotécni-
ca.

441
Capitulo 7 - Biofarmacotécnica

1. Fatores que Afetam a Biodisponibilidade dos


Fármacos:
Forma farmacêutica (ex.: solução, suspensão, supositório,
cápsula, comprimido, etc).
Natureza do Excipiente.
Propriedades físico-químicas da molécula do fármaco.

1.1. Efeito do lubrificante na absorção de um fármaco.

100

Dl

Concentrações
<
o diferentes de
o
QC Estearato de
a
< magnésio no
Q excipiente e sua
O
o influência na
absorção de um
< fármaco

I Fonte:
Applied Biopharmaceutics
and Pharmacokinetics

4 6 8 10 12 14
Time (hours)

442
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica

2. Fatores Farmacêuticos envolvidos na Biodisponibili-


dade de Fármacos na Forma sólida (Cápsulas e Com-
primidos):
Desintegração da forma farmacêutica e liberação de partícu-
las da droga ativa.
Dissolução do fármaco.
Absorção ou permeação do fármaco através da membrana
celular.

FÁRMACO [ 1
.: ■ IIMÇÀO DISSOIXI/AO NA ABSORÇAO
• «*^ SOLUÇÃO
*- ^- !!
• • •
l!
W
* w w
PART1CU1 \s
» ) l \ í IPlHNTfc t KARMÁCO

Fonte: Applied Biopharmaceutics and Pharmacokinetics

2.1. Desintegração:
Foi estabelecido há
alguns anos que o produto
farmacêutico sólido teria que
se desintegrar em pequenas
partículas (contendo o/s
i ?m
principio/s ativo/s e o
excipiente) para que o (s)
ativo (s) fosse(m) absorvidos.
A desintegração é mo-
nitorada pelo teste oficial
farmacopéico de desintegra-
ção. FOTO: APARELHO PARA TESTE DE DESINTEGRAÇÃO

443
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica
2.2. Dissolução:
É o processo no qual o fármaco ou a droga ativa é dissolvida
em um solvente. Em sistemas biológicos, a dissolução da droga em
um meio aquoso é condicão imoortante oara a sua absorcão sistêmi-
ca.

Fonte: Applied Biopharmaceutics


and Pharmacokinetics

0 teste de dissolução in vitro é utilizado para medir a velo-


cidade e a extensão da dissolução de uma substância em um meio
aquoso simulatório gástrico ou entérico a 37°C, na presença do ex-
cipiente contido no produto farmacêutico.
Noyes, Whitney e outros pesquisadores estudaram a veloci-
dade de dissolução de drogas sólidas e estabeleceram a seguinte
equação:

Equação de Noyes-Whitney:
dç = DAK {Cs- C)
dt h

Onde:
dc/dt = velocidade de dissolução do fármaco
D = constante de difusão
A = área de superfície da partícula
K = coeficiente de partição óleo/água
Cs = concentração da droga na camada de saturação
C = concentração da droga no solvente
h = espessura da camada de saturação

444
Capitulo 7 - Biofarmacotécnica

Foto: Aparelho para teste de dissolução

445
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica

2.3. N a t u r e z a físico-química do F á r m a c o e a sua i n f l u -


ência na absorção do m e s m o :
0 perfil físico-químico de uma droga ou fármaco é uma con-
sideração muito importante no desenvolvimento de um produto far-
macêutico. Por exemplo, uma droga pouco solúvel em água terá
dificuldade de dissolução em meio aquoso (característica do meio
gástrico e entérico), portanto, baixa velocidade de dissolução e até
mesmo uma pobre absorção, ou seja, uma baixa biodisponibilidade.
A adição de um agente molhante (Ex.: lauril sulfato de sódio, docu-
sato sódico) aumenta a biodisponibilidade desta droga.

2.3.1. pKa e o perfil de pH:


Necessário para a ótima estabilidade e solubilidade do pro-
duto final.

2.3.2. Tamanho da partícula:


Pode afetar a solubilidade da droga e portanto a velocidade
de dissolução do produto.

2.3.3. Polimorfismo:
A habilidade de uma substância existir em várias formas cris-
talinas pode mudar a solubilidade do fármaco. Além disto, a estabi-
lidade de cada forma cristalina é importante devido a possibilidade
dos cristais polimórficos converterem-se de uma forma para outra.

2.3.4. Coeficiente de Partição:


Pode dar alguma indicação da afinidade relativa da droga pa-
ra óleo e água. Uma droga que tem alta afinidade para óleo pode
ter baixa liberação e dissolução em uma formulação.

2.3.5. Interação com Excipientes:


A incompatibilidade do excipiente com o fármaco e algumas
vezes a presença de elementos traços podem afetar a estabilidade
do produto.

2.3.6. pH de estabilidade:
A estabilidade das soluções é freqüentemente afetada pelo
pH do veiculo. Além disso, devido ao fato do pH do estômago e do
intestino serem diferentes, o conhecimento do perfil de estabilida-
de ajuda a evitar e a prevenir a degradação do produto durante o
armazenamento e após a administraçâo.
446
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica

2.3.7. pKa:
E o pH no qual as formas ionizadas e não ionizadas de uma
substância estão em proporção igual.

2 . 3 . 8 . Estado de ionização da molécula:


É um fator determinante de absorção já que isolada a fração
não ionizada do fármaco é que é absorvida.
A relação das formas ionizadas e não ionizadas depende do
pH do meio e do pKa do composto.

447
Capitulo 7 - Biofarmacotécnica

3. Considerações importantes relacionadas com o


pKa e a Absorção de Fármacos:
Os ácidos muito fracos cujo pKa seja superior a 7,5 se acham
essencialmente sob a forma não ionizada, seja qual for o valor do
pH gastrintestinal; a absorção, portanto é independente do pH.
Para os ácidos fracos de pKa entre 2,5 e 7,5 a proporção da
forma não dissociada varia consideravelmente com o pH; o nível de
absorção evolui em função do pH.
Para os ácidos mais fortes de pKa inferior a 2,5 a difusão
depende teoricamente do pH, mas a fração não ionizada é tão fraca
que a absorção é sempre limitada;
Para as bases a absorção é independente do pH quando seu
pKa é inferior a 5; trata-se de bases muito fracas;
0 intervalo crítico para o qual a absorção das bases depende
que o pH se situe para pKa compreendidos entre 5 e 11; com pH
baixo estas moléculas se apresentam quase que exclusivamente sob
a forma ionizada e sua absorção é muito limitada e é mais elevada
no meio alcalino.

3.1. Constantes de ionização são normalmente expres-


sas em termos de valores de pKa.
0 grau de ionização de uma droga em uma solução, pode ser
calculado a partir da Equação de Henderson-Hasselbalch se o valor
de pKa da droga e o pH do meio forem conhecidos. Estes cálculos
são utilizados usualmente na determinação do grau de ionização de
drogas em várias partes do trato gastrintestinal, no plasma e na
própria forma farmacêutica (solução).

Equação de Henderson-Hasselbalch

pKa = pH + log Cj
Cu
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica

3 . 1 . 1 . Cálculo do Grau de lonização para Fármacos de Cará-


ter Ácido:
A proporção da concentração das espécies não ionizadas {Cu)
em relação às espécies ionizadas ( Q " CU:C":

log Çy = pKa - pH
C,
=> Cu.-C, = antilog (pka - pH)

Exempio: 0 valor de pKa do ácido acetilsalicílico (ácido fraco), é em


torno de 3,5 e se o pH gástrico é 2.0, então:

logÇu_ = pKa-pH = 3.5-2.0 = 1.5


Ci

Então a proporção entre a concentração do ácido acetilsalicílico não


ionizado (Cu) para o ácido acetilsalicilico ionizado é dado por:
Cu:Ci =antilog 1.5 = [31.62:11

3.1.2. Cálculo do Grau de lonização para Fármacos de Ca-


ráter Básico:
Para drogas de caráter básico se calcula a razão entre as
espécies ionizadas para as espécies não ionizadas (Ci:Cu), o inverso
das drogas de caráter ácido.

Exemplo: pKa da aminopiridina (droga de caráter básico) é 5.0, e no


estômago a proporção entre as espécies ionizadas e não ionizadas
da droga é calculada por:

logÇj = pKa-pH = 5.0-2.0 = 3.0


Cu
então
Ci:Cu = antilog 3.0 = ÍTcPTTI

449
Capitulo 7 - Biofarmacotécnica

3.1.3. Efeito do pH sobre a lonização de eletrólitos

Tabela 50: Efeito do pH sobre a lonização eletrólitos


Efeito do pH sobre a ionização de eletrólitos fracos*
% não-ionizada
pka - pH Se for acido fraco Se for base fraca
-3.0 0.100 99.9
- 2.0 0.990 99.0
- 1.0 9.09 90.9
-0.7 16.6 83.4
-0.5 24.0 76.0
-0.2 38.7 61.3
0 50.0 50.0
+0.2 61.3 38.7
+0.5 76.0 24.0
+0.7 83.4 16.6
+ 1.0 90.9 9.09
+2.0 99.0 0.99
+3.0 99.9 0.100
Fonte: Am.J. Pharm.. 1965.

3.2. Estabilidade, pH e Absorção do Fármaco:

3 . 2 . 1 . O perfil pH versus estabilidade é um gráfico da cons-


tante de velocidade de reação versus o pH da droga.
Se a decomposição de uma droga ocorre por catálise ácida ou
básica, algumas predições para a degradação da droga no trato gas-
trointestinal ou na forma farmacêutica podem ser feitas. Por exem-
plo, a eritromicina base tem um perfil de estabilidade pH depen-
dente. Em um meio ácido tal como no estômago, sua decomposição
ocorre rapidamente, em meio neutro ou alcalino a droga é relati-
vamente estável. Conseqüentemente, comprimidos de eritromicina
base com revestimento entérico, são protegidos contra a degrada-
ção ácida no estômago. Todavia, existem outros sais de eritromicina
tais como estolato de eritromicina e estearato de eritromicina que
se apresentam estáveis no pH ácido encontrado no estômago.

450
Capitulo 7 - Biofarmacotécnica

3.3. Tamanho das partículas e absorção do fármaco:

0 tamanho da partícula é importante para drogas que têm


baixa solubilidade em água. Várias drogas hidrofóbicas são muito
ativas via parenteral, mas não são muito efetivas quando adminis-
tradas via oral, devido à sua pobre absorção. A griseofulvina, nitro-
furantoína e vários esteróides são drogas de baixa solubilidade. A
redução do tamanho das partículas pode aumentar a quantidade de
droga absorvida. Partículas reduzidas da droga resultam em um au-
mento da área de superfície total das partículas, aumentando a pe-
netração de água entre elas e a velocidade de dissolução da droga.
Com drogas pouco solúveis, um desintegrante pode ser adicionado
na formulação para assegurar uma rápida desintegração do compri-
mido e liberação das partículas. A adição de agentes tensioativos
como o lauril sulfato de sódio e o docusato sódico também é
aconselhável para formas farmacêuticas contendo drogas de baixa
solubilidade, pois aumentam a molhagem, bem como a solubilidade
das mesmas.
Em pequena escala, como na farmácia de manipulação, o
famacêutico normalmente reduz o tamanho das substâncias quími-
cas utilizando o gral ou almofariz.
0 processo denominado ievigação é empregado comumente
para redução do tamanho das partículas, em especial na preparação
de pomadas e cremes em pequena escala. Isso é feito também para
evitar que se sinta aspereza na preparação, devido à presença de
fármaco sólido. No processo utiliza-se gral ou placas para pomadas,
formando-se uma pasta do material sólido e uma pequena quantida-
de de líquido (agente de levigação) no qual o material sólido é inso-
lúvel. A pasta é então triturada, ocasionando a redução do tamanho
das partículas. A seguir, a pasta levigada pode ser adicionada à base
de pomada, tomando a mistura uniforme e lisa. É comum utilizar
óleo mineral ou glicerina como agentes de levigação.

451
Capitulo 7 - Biofarmacotécnica

3.4. Cristais Polimórficos, Solvatos e Absorção de Dro-


gas:

Polimorfismo refere-se ao arranjo de uma droga em várias


formas cristalinas ou polimorfos. Os Polimorfos têm a mesma estru-
tura química, mas diferentes propriedades físicas, tais como, a so-
lubilidade, a densidade, a dureza e características de compressão.
Alguns cristais polimórficos podem ter menor solubilidade em água
do que as formas amorfas, promovendo a absorção incompleta do
produto.

3.4.1. Exemplo: Palmitato de Cloranfenicol

Comparação do nivel séríco obtido com suspensòes de palmitato


de cloranfenicol contendo vários tipos de polimorfos
Fante: Applied Biopharmaceutics and Pharmacokinetics

Algumas drogas interagem com o solvente durante a prepa-


ração formando um cristal chamado solvato.
Exemplo: Cafeína hidratada e Teofilina hidratada (a escolha
da forma anidra destas substâncias impediria a formação dos solva-
tos).
452
Capítulo 7 - Biofarmacotécnica

3.5. Excipientes e a Absorção de Fármacos:

Um excipiente ou adjuvante farmacotécnico, aparentemente


inerte, pode afetar a absorção do fármaco em uma forma farmacêu-
tica.
Alguns excipientes podem aumentar a solubilidade da droga
e portanto aumentar a velocidade de absorção da mesma.
Alguns excipientes podem aumentar o tempo de retenção da
droga no trato gastrintestinal aumentando a quantidade da droga a
ser absorvida.
Alguns excipientes podem atuar como carreadores para au-
mentar a difusão da droga através da parede intestinal.
Alguns excipientes podem retardar a dissolução da droga e
conseqüentemente a redução da absorção.
Exemplo: Quantidades excessivas de estearato de magnésio (lubrifi-
cante hidrofóbico) em uma formulação pode retardar a dissolução
da droga e tornar lenta a sua absorção.

453
Incompatibilidades

454
Capítulo 8 - Incompatibilidades

1. Incompatibilidades Físico-químicas

1.1. Introdução
No meio farmacêutico, "incompatibilidade medicamentosa" é
considerado um assunto complexo que assusta e amedronta, por isso
muitas vezes é ignorado e pouco estudado no âmbito geral pelos
profissionais. Sobretudo, na farmácia magistral onde se trabalha
com inúmeras substâncias e se manipula com maior freqüência as-
sociações das mesmas em uma formulação.
Para Voigt, incompatibilidades compreendem os efeitos recí-
procos entre dois ou mais componentes de uma preparação farma-
cêutica, com propriedades antagônicas entre si que frustram ou
colocam em dúvida a finalidade para qual foi concebido o medica-
mento.
As incompatibilidades podem prejudicar a atividade ou impe-
dir a dosificação exata do medicamento, influindo no aspecto da
formulação tornando-a inaceitável, até mesmo do ponto de vista
estético.
Quando se pensa em incompatibilidades em farmácia deve-se
pensar no sentido amplo da formulação. As incompatibilidades po-
dem desenvolver-se entre as substâncias ativas, entre as substâncias
coadjuvantes (excipientes) da formulação, entre as substâncias ati-
vas e as coadjuvantes ou entre uma ou outra e o material da emba-
lagem ou impurezas.
Segundo a sua origem e manifestação as incompatibilidades
medicamentosas podem ser classificadas em:
• I n c o m p a t i b i l i d a d e s físicas (incompatibilidades farmacêuticas)
• Incompatibilidades químicas;
• Incompatibilidades terapêuticas (farmacoiógicas)
Devido à extensão do assunto vamos nos ater aqui a incom-
patibilidades quimicas e físicas de importância e possível interesse
aos farmacêuticos magistrais.

455
Capítulo 8 - Incompatibilidades

1.2. Incompatibilidades Físicas:


Formulações com incompatibilidades físicas se caracterizam
pela não-uniformidade, por serem desagradáveis ao paladar e pelo
risco potencial de dosificações não uniformes.
As incompatibilidades físicas ou farmacêuticas podem ser
classificadas nos seguintes tipos:
• Solução Incompleta
• Precipitação
• Separação de líquidos imiscíveis
• Liquefação de ingrediente sólido
• Prescrição incorreta da forma farmacêutica

1.2.1. Solução Incompleta:


Ocorre quando duas ou mais substâncias são combinadas e a
mistura não resulta em um produto homogêneo, devido a imiscibili-
dade ou insoiubilidade.
Algumas vezes é prescrito o solvente, o veículo errado ou em
quantidade insuficiente.

A. Exemplos:
Silicones são imiscíveis em água
Gomas são insolúveis em álcool
Resinas são insolúveis em água

B. Estratégias para correção:


Aquecimento.
Filtração (somente é permitido se o material não dissolvido
for dispensável)
Trocar o veículo.
Aumentar o solvente ou veículo.
Adicionar um solvente.

1.2.2. Precipitação:
Ocorre geralmente, quando uma substância precipita de uma
solução quando outro solvente no qual ela é insolúvel é adicionado a
esta solução.

A. Exemplos:
Resinas são freqüentemente precipitadas em soluções alcoó-
licas quando se adiciona água.
Substância mucilaginosas e albuminosas em soluções aquosas
456
Capítulo 8 - Incompatibilidades
se precipitam quando se adiciona álcool
Soluções coloidais freqüentemente se precipitam com a adi-
ção de eletrólitos.
Substâncias de soluções saturadas podem precipitar com a
adição de outra substância.

1.2.3. Separação de liquidos imiscíveis:


Óleos dissolvidos em álcool se separam com a adição de á-
gua. Soluções alcoólicas de compostos orgânicos podem ter separa-
ção de fases se altas concentrações de sais inorgânicos são adicio-
nadas.

1.2.4. Liquefação de Ingredientes Sólidos:


Algumas vezes misturas de sólidos se liquefazem através da
formação de misturas eutéticas ou liberação da água de hidratação.

A. Exemplo:
Sulfato de sódio (10 H20) 90,0g
Bicarbonato de sódio 30,Og
Cloreto de potássio 15,0g

Nesta formulação a liquefação ocorre devido a água de cris-


talização do sulfato de sódio. Esta incompatibilidade poderia ser
evitada utilizando-se quantidade equivalente de sulfato de sódio na
forma anidra.
Algumas substâncias que contêm água de cristalização: alú-
mem, sulfato de atropina, cafeína, cloreto de cálcio, lactato de
cálcio, ácido cítrico, codeína, fosfato de codeína, sulfato de cobre,
sulfato ferroso, bromidrato de escopolamina, acetato de sódio, car-
bonato de sódio, sulfato de sódio, sulfato de zinco e hidrato de ter-
pina.
Problema similar pode ocorrer em substâncias que absorvem
a umidade do ar, durante a mistura ou armazenagem em área úmi-
da. Exemplos: sais de amônio (acetato, brometo, cloreto, iodeto,
sulfato), brometo de cálcio, cloreto de cálcio, cloreto de cobalto,
sulfato de efedrina, bromidrato de hiosciamina, sulfato de hioscia-
mina, citrato de ferro e amônio, carbonato de lítio, pepsina, feno-
barbital sódico, pilocarpina, acetato de potássio, citrato de potás-
sio, brometo de sódio, iodeto de sódio, hidróxido de sódio, cloreto
de magnésio, cloridróxido de alumínio, etc.
Substâncias eutéticas podem também produzir liquefação
através da redução do ponto de fusão quando combinadas intima-
457
Capítulo 8 - Incompatibilidades

mente.
Exemplo: ácido acetilsalicílico, betanaftol, cânfora, hidrato de clo-
ral, mentol, fenol, fenilsalicilato e timol.

1.2.5. Prescrição incorreta da forma farmacêutica:


Ocorre quando o prescritor prescreve uma forma farmacêuti-
ca incorreta para uma preparação mais eficiente.
A. Exemplo:
Problema organoléptico.
Substância insolúvel no excipiente e no solvente.

1.3. Incompatibilidades Químicas


As incompatibilidades químicas caracterizam-se pela trans-
formação parcial ou total das substâncias associadas, formando
compostos secundários, com novas propriedades químicas e conse-
qüentemente, novas propriedades farmacodinâmicas. Das classes de
incompatibilidades esta é a que merece maior atenção, não só por
ser a mais freqüente, como também pelos grandes prejuízos que
pode acarretar à reputação do médico, ao farmacêutico que prepa-
ra o medicamento e acima de tudo, às condições do paciente.
A associação de substâncias químicamente incompatíveis
podem causar acidentes (ex. explosões, vapores tóxicos), formar
produtos tóxicos, inativação total ou perda parcial da atividade
farmacológica.

1.3.1. Formação de compostos muito pouco solúveis

A. Precipitação de ácidos e bases fracas, pouco solúveis, devido a


alteracão do valor do pH: As precipitações condicionadas pelo pH se
originam principalmente pela adição de sais de reação ácida ou bá-
sica, à soluções medicamentosas. Para predizer e compreender as
reações de incompatibilidades é necessário o conhecimento das
condições de pH compatíveis com os componentes da formulação.

B. Precipitação devido à adicão do mesmo íon já presente na formu-


lação: em preparações que se apresentam como solução saturada ou
quase saturada, pode produzir precipitação pela adição de sais que
contenham um íon comum da formulação que diminui a solubilidade
do sal.
Ex.: manipulação de soluções que contenham cloridratos e que de-
458
Capítulo 8 - Incompatibilidades

vam ser isotonizadas com cloreto de sódio.

C. Precipitação devido à formação de sais muito pouco solúveis:


reação iônica entre os componentes de uma formulação provocando
a formação de um sal insolúvel ou pouco solúvel, que, por diminui-
ção da solubilidade do produto resultante ocorre uma precipitação
ou uma turbidez. Freqüentemente a aparição de um precipitado é
devido a uma reação química.

D. Exemplos:
Formação de sais alcaloídicos muito pouco solúveis: os alca-
lóides são normalmente utilizados na forma de cloridratos ou nitra-
tos. A adição de íons de halogênio (ex. íons de iodo ou bromo) leva
à precipitação, pois há formação de compostos correspondentes
dificilmente solúveis (Ex.: iodohidratos e bromidratos alcaloídicos).
Salicilatos, acetatos, benzoatos, tanatos (taninos) e citratos
também levam a formação de sais alcaloídicos dificilmente solúveis.
Formação de sais, muito pouco solúveis de bases sintéticas
nitrogenadas, especialmente misturas de amônio quaternário: Ex.:
cloreto de benzalcônio e cloreto de cetilpiridíneo com nitratos, sali-
cilatos e iodetos formando precipitados. Os sais de benzalcônio são
incompatíveis com a fluoresceína sódica utilizada no preparo de
colírios para diagnóstico, com os sais de benzilpenicilina e com o
lauril sulfato de sódio.
Formação de compostos muito pouco solúveis, com tensioati-
vos aniônicos do tipo lauril sulfato de sódio: o lauril sulfato de sódio
t a l como outros tensioativos aniônicos, é incompatível e forma pre-
cipitados insolúveis com substâncias catiônicas, como o cloridrato
de efedrina, o fosfato de codeína, o cloridrato de procaína, o clori-
drato de tetracaína e com íons cálcio, bário e íons de metais pesa-
dos.

1.3.2. Reações d e oxidação


Químicamente a oxidação envolve a perda de elétrons de um
átomo ou de uma molécula. Cada elétron perdido é aceito por al-
gum outro átomo ou molécula, de t a l modo a promover a redução
do átomo ou molécula recipiente. Em compostos inorgânicos a oxi-
dação é acompanhada por um aumento da valência de um elemento
- por exemplo o íon ferroso ( Fe*2) em íon férrico (Fe* 3 ). Em compos-
tos orgânicos o processo oxidação frequente envolve a perda de
hidrogênio (dehidrogenação). A deterioração de drogas por oxidação
requer a presença de oxigênio e procede sob determinadas condi-

459
Capitulo 8 - Incompatibilidades
ções. 0 oxigênio existe não só sob a forma de oxigênio molecular
0 2 , mas também como um diradical 0 - 0 . Esta espécie de radical
possui 2 elétrons desemparelhados, os quais podem iniciar reações
em cadeia, resultando a quebra das moléculas da droga, particu-
larmente se a reação ocorre na presença de catalisadores, como a
luz, o calor e alguns íons de metais e peróxidos.
A oxidação é o processo onde um átomo aumenta o número
de ligaçoes dele com o oxigênio, diminui o número de ligações com
hidrogênio e perde elétrons.
A Autoxidação é uma reação espontânea que acontece sob
condições ambientais de exposição ao oxigênio atmosférico. Com-
postos fenólicos tais como aminas simpaticomiméticas são rapida-
mente oxidadas em pH neutro ou alcalino. Esta reação ocorre muito
mais lentamente em pH menor que 4,0. Para o controle deste pro-
cesso de degradação são normalmente empregados agentes antio-
xidantes e sequestrantes.

A. Classes de drogas susceptiveis à oxidação:


• Substâncias Fenólicas: morfina, fenilefrina, catecolaminas
(ex. adrenalina, noradrenalina), hidroquinona, resorcinol,
paracetamol e salbutamol.
• Aminas aromáticas.
• Compostos polinsaturados: óleos, gorduras, vitaminas lipos-
solúveis (ex. vitamina A, E), Ácido Retinóico e isotretinoína.
• Fenotiazínicos (tioéteres): clorpromazina, prometazina, tri-
fluoperazina, tioridazina e flufenazina.
• Substâncias esteroidais: corticosteróides.
• Estatinas: lovastatina, pravastatina, sinvastatina, etc.
• Antidepressivos tricíclicos: imipramina, amitriptilina, etc.
• Outras substâncias: Vitamina C, anfotericina B, nitrofuranto-
ína, tetraciclina, furosemida, ergotamina, sulfacetamida e
captopril.

B. Fatores que afetam a velocidade de oxidação:


• Presença de oxigênio
• Luz
• ' Presença de íons de metais pesados
• Temperatura
. PH
• presença de outras substâncias que podem atuar como agen-
tes oxidantes

460
Capítulo 8 - Incompatibilidades

C. Estratégias possíveis para protecão frente a oxidacão:

C.I.Proteção do produto ou fármaco (matéria-prima) contra a ação


do oxigênio:
• utilizaçào de gás inerte de nitrogênio.
• limitação do efeito do oxigênio atmosférico pela utilização
de embalagens menores e completamente cheias sem espaço
para o ar.

C.2. Proteção contra luz: utilização de embalagens foto-resistentes,


como por exemplo, frascos de vidro âmbar.
C.3. Utilizacão de agentes sequestrantes na formulação: utilização
de quelantes de metais pesados (catalisadores de reações de oxida-
ção), como os sais de EDTA.

C.4. Adicão de antioxidantes: BHT, BHA, acetato de tocoferol (vit.


E), palmitato de ascorbila e propil galato para sistemas oleosos.
Àcido ascórbico (vit.C), bissulfito de sódio, metabissulfito de
sódio, tiossulfato de sódio e cloridrato de cisteína para sistemas
aquosos.

C.5. Controie da temperatura de armazenamento


ueralmente a velocidade do processo oxidativo é mais rápida
em temperaturas elevadas e pode ser retardada se determinado
produto sensível for estocado sob refrigeração.

C.6. Controle do pH da formulaçào


A oxidação é freqüentemente favorecida pelo pH alcalino.
Deve-se tomar cuidado ao adicionar alguma substância em
uma formulação que contenha algum componente sujeito à oxida-
ção, devendo-se monitorar o pH no final da manipulação da fórmula
e efetuar ajustes no pH se necessário.
Adicione na formulação substâncias que são facilmente oxi-
dadas separadamente daquelas que são facilmente reduzidas
A cianocobalamina tem compatibilidade limitada com o áci-
do ascórbico (24 horas), a tiamina e a niacinamida.
0 Ácido fólico é incompatível com agentes oxidantes, agen-
tes redutores e ions metálicos.

1.3.3. Fotólise ou Fotodegradação


É a catálise pela luz de reações de degradação, como a
oxidação ou hidrólise. Uma variedade de mecanismos de
decomposição pode ocorrer da absorcão da energia de radiação
461
Capitulo 8 - Incompatibilidades
pode ocorrer da absorção da energia de radiação luminosa. A capta-
ção de luz por uma molécula produz sua ativação, a partir da qual a
molécula ativada pode emitir energia de frequência diferente da
recebida (fenômeno denominado "fluorescência" ou "fosforescên-
cia" ) ou também, pode provocar a decomposição das moléculas
(fotólise). As reações de fotodegradação dependem tanto da inten-
sidade, como do comprimento de onda da luz. Quanto maior a in-
tensidade e comprimento de onda da luz, maior será a velocidade e
o grau de fotodegradação, portanto, a luz UV é mais deletéria que a
luz visível (os raios solares são mais deletérios do que a luz fluores-
cente). Um grande número de fármacos é sensivel à luz, permitindo
a degradação fotolítica, tais como: a amfotericina B, a furosemida,
a vitamina A, a nifedipina, a hidrocortisona, a prednisolona e o áci-
do fólico, dentre vários outros.

1.3.4. Redução
Uma espécie química (átomo ou molécula) é reduzida quan-
do ganha elétrons. As reações de redução têm importância relati-
vamente menor, como fenômenos originadores de incompatibilida-
des.

A. Exemplo: Formação de prata e mercúrio elementar a partir dos


sais correspondentes em presença de agentes redutores inorgânicos.
Conhecem-se as transformações de medicamentos sensíveis à redu-
ção com ácido ascórbico, tióis, fenóis e outros.

1.3.5. Hidrólise
A hidrólise é um processo de solvólise no qual a molécula
(droga) interage com moléculas de água decompondo a molécula.

0 '

^OC—CH3
II
HjO

0
ÁCiDO ACETILSALICÍLICO

oT
OH
+ CH3COOH
v
^OH ÁCIDO ACÉTICO
ÁCIDO SALIClLlf;o

462
Capítulo 8 - Incompatibilidades
A. Exemplo: 0 ácido acetilsalicílico combina-se com uma molécula
de água e se hidrolisa em uma molécula de ácido salicílico e uma
molécula de ácido acético.
0 processo de hidrólise é provavelmente a causa mais impor-
tante de decomposição de fármacos, devido ao grande número de
substâncias de uso medicinal que são ésteres ou que contenham
outros grupamentos, tais como amidas substituídas, lactonas e a-
néis lactâmicos, os quais são susceptíveis ao processo hidrolítico.

B. Classes de fármacos susceptíveis à hidrólise


• Ésteres: ex. ácido acetilsalicílico, procaína, benzocaína e a-
tropina.
• Ésteres cíclicos ou lactonas: ex. warfarina, nistatina, digoxi-
na, digitoxina, pilocarpina e ácido ascórbico.
• Tioésteres: ex. espironolactona.
• Amidas: ex. nicotinamida, paracetamol e procainamida.
• Imidas: ex. fenitoína, barbitúricos e riboflavina.
• Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos): ex. penicilinas e ce-
falosporinas.
• Carbamatos (uretanos): ex. carbachol, neostigmina e carbi-
mazol.
• Acetal: digoxina e aldosterona.
• Tioacetal: lincomicina e clindamicina.
• Ésteres sulfato: heparina.
• Ésteres fosfato: fosfato sódico de hidrocortisona e triclofos
sódico.
• Iminas (azometina ou base de Schiff): diazepam e pralidoxi-
ma.

C. Fatores que afetam a velocidade de hidrólise


• Presença de água no veículo, no excipiente ou na própria
matéria-prima.
• pH
• Presença de ácidos e bases (citratos, acetatos, fosfatos) que
são freqüentemente usados como tampões.
• Concentração da droga.
• Temperatura.
• Presença de outros componentes que podem catalizar a hi-
drólise. Ex. dextrose.

463
Capítulo 8 - Incompatibilidades
D. Estratégias para manipulação de drogas sujeitas à hidrólise
Controle da exposição de drogas sólidas à umidade, com o
uso de recipientes hermeticamente fechados e de dessecantes.
Controle do pH de formulações aquosas. Checar o pH de to-
das soluções de fármacos que serão combinadas, bem como, do
produto final adequando-os ao pH ideal se preciso for.
Checar referências apropriadas para possíveis efeitos negati-
vos de ácidos e bases em geral sobre os fármacos. Se estes fatores
puderem acelerar o processo de hidrólise, evite a adição de com-
postos, como tampões.
Considerar a concentração da droga como um fator impor-
tante. Ex.: Ampicilina sódica.
Temperatura de armazenamento: a velocidade de hidrólise é
maior em temperaturas elevadas e pode ser retardada através do
armazenamento de produtos sensíveis sob refrigeração.

1.3.6. Complexação
Moléculas de um composto ativo podem interagir reversivel-
mente com excipientes para formar complexos, os quais apresentam
propriedades fisico-químicas diferentes do composto de origem.
A tetraciclina é um exemplo clássico de droga que é inativa-
da por complexação. Esta reação ocorre com íons multivalentes,
tais como de cálcio, magnésio, ferro e alumínio. A tetraciclina não
deve ser misturada com outras substâncias que contenham alguns
destes íons multivalentes.
Interação excipiente-excipiente.
Parabenos podem ser inativados em complexos com deriva-
dos de polietilenoglicol.
Povidona pode formar complexos com outros excipientes (ex.
corantes aniônicos ou catiônicos) ou com determinados fármacos,
como por exemplo cloridrato de clorpromazina e cloranfenicol.
Amido forma complexos com drogas ácidas e alguns outros
coadjuvantes, como ácido benzóico e ácido salicílico.

1.3.7. Reações de esterificação e substituição


Devido a pequena velocidade desta reação, os produtos da
incompatibilidade só são detectáveis analiticamente, em geral após
certo tempo de armazenamento.
Formação de acetato de prednisolona a partir de prednisolo-
na base na presença do ácido acetilsalicílico. Produção de um glico-
sídeo de procaína (sem atividade anestésica) em soluções de clori-
drato de procaína que contenham glicose.
464
Capítulo 8 - Incompatibilidades

Os bissulfitos, amplamente utilizados como antioxidantes,


dão lugar a reações de substituição de menor valor. Originam-se
produtos finais sulfonados de escassa atividade fisiológica.
Ex.: A adrenalina reage com os ions sulfito originados a partir do
bissulfito, perdendo grande parte da sua atividade farmacológica.

1 . 3 . 8 . Outras Interações Químicas

A. Liberação de dióxido de carbono (CQ2): Oriundas das reações


devido à mistura de bicarbonatos ou carbonatos com ácidos ou subs-
tâncias fortemente ácidas, podendo até causar explosões.

B. Composições com ácido acetilsalicílico associado à feniíefrina: 0


ácido acético formado pela hidrólise do ácido acetil salicílico pode
interagir com a fenilefrina formando um composto acetilado; tran-
sacetilação também pode ocorrer entre o ácido acetilsalicílico e o
paracetamol.
C. Reação de Maillard: Uma incompatibilidade comum que pode ser
exarcebada após o aquecimento a altas temperaturas de formas
sólidas é a Reação de Maillard, reação entre grupos aldeídicos da
glicose (ou outros açúcares reduzidos) e aminas primárias (ex. ami-
noácidos, amfetaminas) formando produtos amarronzados.

Reação de Maillard

R - NH2 + 0 = C -c - R -»
DCfUVADO M AMINAS CRIMÁKIAS I
OH ALDOSK

R - N = C —C—R' + H 2 0->
I
OH GLliCOSILAMINA

R — N - C - C — R* KBTOSAMINA
II
0

465
Capitulo 8 - Incompatibilidades

1.4. Incompatibilidades quimicas entre fármacos e al-


guns excipientes
A estabilidade química de um fármaco pode ser reduzida,
caso o mesmo seja incorporado em um excipiente inadequado ou
que contenham coadjuvantes farmacotécnicos incompatíveis.

1.4.1.Exemplos de incompatibilidades químicas entre fár-


macos e excipiente ou coadjuvantes:

A. 0 propilenoglicoi e polietilenoglicóis podem catalizar a degrada-


ção do peróxido de benzoíla, levando a formação de ácido benzóico
e dióxido de carbono.

B. A adição de coaltar (aicalino) a um creme com valerato de beta-


metasona, cataiisa a conversão do 17-valerato de betametasona
para o menos efetivo, 21-valerato de betametasona.

C. Traços de íons férricos catalisam a oxidação da hidrocortisona.

D. A lactose reage com compostos contendo grupo amino primário


(ex. anfetaminas e aminoácidos), resultando em produtos de cor
amarronzada, devido à condensação do tipo Maillard. Também rea-
ge e produz escurecimento na presença de compostos contendo ar-
sênico e trinitrato de glicerila. Reage com a isoniazida formando
uma coloração amarelada. A lactose é incompatível com aminoáci-
dos, anfetaminas (ex. anfepramona, femproporex, mazindol), ami-
nofilina, fluoxetina, sertralina, imipramina, amitriptilina, clomi-
pramina, nortriptilina, hidroxitriptofano e compostos reiacionados.

E. 0 tatco é incompativei com quaternários de amônio.

F. 0 manitoi compiexa-se com alguns metais, como ferro, alumínio


e cobre. Recomenda-se não utilizá-lo em formulações que conte-
nham sais com estes metais.

G. 0 cauiim apresenta propriedades de absorção em concentrações


a partir de 7,5%. Esta propriedade pode influenciar a absorção de
outras drogas administradas via orai. Já foi relatado que o caulim
afeta a absorção das seguintes drogas: amoxacilina, ampicilina, ci-
metidina, lincomicina, fenitoína, clindamicina, tetraciclina e warfa-
rina.
466
Capítulo 8 - Incompatibilidades
H. 0 dióxido de silício coloidal (Aerosil®) é incompativel com prepa-
rações contendo dietilestilbestrol. É incompatível com substâncias
ácidas, alcalinas e sais de ferro; evitar associá-lo com materiais for-
temente oxidantes. Usar com precaução em drogas incompatíveis
com álcalis.

I. A Carboximetilcelulose sódica (CMC-Na) é incompatível com goma


xantana, ácidos fortes, sais de ferro e outros metais, como o alumí-
nio, o mercúrio e o zinco.

J. 0 carbonato de cálcio é incompatível com ácidos e sais de amônio


(ex. cloreto de amônio).

H. 0 lauril sulfato de sódio é incompatível com alguns sais alcaloídi-


cos, sais de chumbo e sais de potássio.

K. Álcool etílico (etanol): em condições ácidas, soluções etanólicas


podem reagir violentamente com substâncias oxidantes; misturas
com álcalis podem escurecer devido a reações com quantidades
residuais de aldeídos; substâncias orgânicas e gomas podem precipi-
tar.

L. Glicerina: a glicerina pode explodir se misturada com agentes


oxidantes fortes, tais como trióxido de cromo, clorato de potássio
ou permanganato de potássio; pode ocorrer escurecimento na pre-
sença de luz em contato com óxido de zinco ou nitrato básico de
bismuto; contaminantes de ferro na glicerina são responsáveis pelo
escurecimento de misturas contendo fenóis, salicilatos e taninos.

M. Propiíenoglicol: é incompatível com reagentes oxidantes, como o


permanganato de potássio.

N. Pohetilenogiicóis (carbowaxes): podem ser incompativeis com


alguns corantes; a atividade antibacteriana de certos antibióticos,
particularmente, a penicilina e a bacitracina é reduzida em bases
com polietilenoglicóis; a eficácia conservante dos parabenos pode
ser reduzida através de ligações dos mesmos com os polietilenogli-
cóis; descolorações do ditranol e sulfonamidas podem ocorrer e o
sorbitol pode precipitar de misturas. 0 ácido salicílico, fenol, resor-
cinol, barbitúricos, taninos também são incompatíveis com os PEG.
0. Óleo mineral é incompatível com agentes oxidantes fortes.

467
Capitulo 8 - Incompatibilidades
P. A vaselina é um excipiente inerte com poucas incompatibilida-
des, exceção se faz com o bálsamo do peru que forma duas camadas
quando adicionado à vaselina (incompatibilidade física).

Q. A lanolina pode conter alguns pró-oxidantes, os quais poderiam


afetar a estabilidade de determinados fármacos. É interessante a
adição do BHT na concentração de 0,02% na pomada de lanovaselina
para prevenir o processo oxidativo.

R. Géis com metilcelulose são incompatíveis com cloridrato de ami-


nacrina, clorocresol, cloreto de mercúrio, fenol, resorcinol, ácido
tânico, nitrato de prata, cloreto de cetilpiridíneo, metilparabeno,
propilparabeno, butilparabeno. Sais de ácidos minerais e particu-
larmente fenóis e taninos, coagulam soluções de metilcelulose. Po-
de ocorrer complexação da metilcelulose com tetracaína.

S. Polímeros de carboxivinil e derivados (Carbopóis®): são incompa-


tíveis com resorcinol, fenol, polímeros catiônicos, ácidos fortes e
altas concentrações de eletrólitos. Traços de ferro e outros metais
de transição podem cataliticamente degradar as dispersões de car-
bopol.

T. Ciorobutanol (conservante): é inativado em meio alcalino, de-


composto pelo calor e incompatível com nitrato de prata e sais só-
dicos de sulfamidas.

U. Cioreto de benzalcônio: é incompatível com compostos aniônicos


e nitratos.

V. Parabenos: são incompatíveis com polisorbato 80 e pH > 8.

X. Ciorexidina: é incompatível com nitrato de prata, cloranfenicol,


alginato sódio, CMC, sulfamidas sódicas, penicilinas, íons cloreto,
fosfato e sulfato.

Podemos concluir que este assunto por sua complexidade e


importância, merece atenção e estudos mais aprofundados por par-
te dos farmacêuticos magistrais comprometidos com a qualidade e o
aperfeiçoamento profissional.

468
Capitulo 8 - Incompatibilidades

2. Incompatibilidades e Estabilidade de Vitaminas


em Preparações Magistrais
As vitaminas nos alimentos estão em contato com antioxi-
dantes naturais que as estabilizam, tais como os bioflavonóides e
outras vitaminas também presentes. Já as vitaminas sintéticas, sem
esta proteção, demonstram-se muito instáveis quando incorporadas
em preparações farmacêuticas, destacadamente nas formas líqui-
das, como soluções e suspensões. A degradação das vitaminas é ace-
lerada pela presença de oxigênio, luz, pelo aumento da temperatu-
ra, pela presença de água e metais catalizadores de reações de oxi-
dação e redução (como por exemplo o ferro e cobre). Um outro fa-
tor relevante que pode afetar a estabilidade de algumas vitaminas é
a possibilidade de interação química entre algumas vitaminas quan-
do associadas entre si, levando à degradação das mesmas. Devido ao
fato das vitaminas apresentarem desejáveis efeitos farmacológicos
sinérgicos entre si, a prescrição de polivitamínicos é comum na te-
rapêutica. Portanto, o farmacêutico encontra aqui um problema
farmacotécnico na conciliação entre os diferentes perfis de estabi-
lidade, apresentados pelas diversas vitaminas e a conveniência te-
rapêutica de associá-las em uma mesma forma farmacêutica, além
da vulnerável condição de estabilidade quando vista de modo isola-
do.
Para a elaboração de uma formulação vitamínica estável é
importante que o farmacêutico faça um estudo pré-formulação,
levando em consideração as características físico-químicas das vi-
taminas, como o pH de maior estabilidade, a termolabilidade e as
interações químicas possíveis entre as vitaminas e entre elas e os
veículos ou adjuvantes farmacotécnicos. Após este estudo deve se
fazer seleção criteriosa do veiculo, reduzindo ao máximo o teor de
água da formulação (substituindo em parte por líquidos newtonia-
nos, por exemplo: a glicerina, o propilenoglicol e o PEG 400), esco-
Ihendo o sistema conservante, antioxidante e sequestrante adequa-
dos. Para a formulação de vitaminas fácilmente oxidáveis, pode ser
necessário trabalhar com atmosfera de gás inerte (exemplo N2) que
pode ser borbulhado na preparação com o objetivo de retirar o 02
incorporado no processo de manipulação ou nos componentes da
mesma. Após o preparo, a formulação deve ser envasada em emba-
lagem que a proteja contra a atmosfera e a luz, lembrando que
muitas embalagens plásticas são permeáveis ao oxigênio e a vapo-
res, permitindo a entrada de oxigênio e evaporação de parte do
veículo. Portanto, para formulações magistrais, o frasco de vidro
469
Capítulo 8 - Incompatibilidades
âmbar seria uma das embalagens de escolha para preparações vita-
mínicas. Deve-se ressaltar também a escolha de embalagem cuja
capacidade volumétrica esteja próxima do volume da formulação,
de maneira que haja o menor espaço possível entre o produto e
tampa da embalagem, diminuindo o chamado "head space". Se pos-
sível, purgar o frasco com gás inerte (N2) reduz o nível de oxigênio
presente dentro da embalagem. A manipulação de formas farma-
cêuticas contendo vitaminas é crítica, devendo o farmacêutico estar
atento aos fatores que afetam sua estabilidade.

Incompatibilidades e Estabilidade de Vitaminas

Vitaminas Faixa de pH Termolabilidade Sensibilidade Incompatibilidades


de maior ao 02 e à luz
estabilidade
Vitamina A NR' Sensivel a Muito oxidável Metais traços (ferro, cobre).
temperaturas (o retinol é PVC
maiores que menos estável
40 *C e ao con- que os éste-
gelamento res).
Inativada
pelos raios
UV.
Vitamina D2 NR Sensivel a Oxidável Metais traços
Ergocalciferol temperaturas
maiores que
100 C
Vitamina D3 NR Sensivel ao calor Sensivel ao Metais traços
Colecalciferol a temperaturas oxigênío, luz e
acima de 40'C umidade
Vitamina E Meio ácido Sensível a Oxidável
temperaturas (sobretudo em
elevadas meio básico).
Sensível aos
raios UV. Os
ésteres são
muito estáveis
Vitamina K1 Meio ácido Estável ao calor Sensível ao Alcalis, sais alcalinos e
Fitonadiona oxigênio e á carbonatos alcalinos. Subs-
(natural) luz tàncias redutoras em geral.
Vitamina K3 Meio ácido Estável ao calor. Sensível ao Atcalis, sais alcalinos.
Menadiona oxigênio e á Substàncias redutoras.
(sintética) luz
Vitamina C 3,5 a 4,5 Termolábil Muito oxidável Ferro, cobre (cataiisam o
(ác. Ascórbico) (trabalhar em ácido ascórbico promovendo
atmosfera sua oxidação). Vitamina B12
inerte) e (o ác. Ascórbico degrada a
sensivel à luz vit. B12 por redução) Açúcar,
lactose e outras substàncias
orgânicas (redução lenta).
Sais metálicos em geral (sais
de ferro e cobre).
Álcalis e sais alcalinos.

NR - não realizado
470
Capítulo 8 - Incompatibilidades
Continuação

Vitaminas Faixa de pH Termolabilidade Sensibilidade Incompatibilidades


de maior ao 02 e à tuz
estabilidade
Estável em Pouco oxidá- Alcalis e sais alcali-
Biotina meio ácido e vel nos.lnstável em meio alcali-
neutro no
Vitamina B1 Estável em Termolábil Sensivel a luz. Álcalis, sais e carbonatos
Tiamina pH mais alcalinos.
(cloridrato) ácido Meio básico. Sais de iodo.
Sais de Ferro, cobre e outros
mctais.
Vitamina B2 pH entre Pouco termolá- Muito sensível Alcalis e sais alcalinos. Meio
Riboflavina 4,0 a 5,0 bil à luz, sobre- básico.
tudo em meio Metais pesados e seus sais.
básico. Substâncias redutoras (redu-
Pouco oxidá- ção lenta da vitamina)
vel. Vitamina C.

Vitamina B3 Muito está- Alcalis e carbonatos alcalinos


Niacina vel
Vitamina B5 6,0 a 7,0 Em solução Instável em pH ácido (< 5,0)
alcalina é des- e com pH básico.
truidoa 100°C
Vitamina B6 Muito está- Sensivel à luz. Decomposição catalisada por
Cloridrato de vel (o piridoxal é metais.
Piridoxina mais estável
do que outras
formas)
Vitamina B12 4,5 a 5,0 Termoestável Sensivel á luz Goma arábica (qdo. em
Cianocobala- quando não em soluçôes solução aquosa).
mina associada diluidas. Ácido ascórbico (forte redu-
( 1 2 0 C - 1 hora). ção, anulando a ação dos
Quando associa- dois componentes). Sais
da a vit. B1 ferrosos.
nesta faixa de Sais de metais pesados.
temperatura a Glicose.
perda de ativi- Aromas aldeídicos.
dade pode Vanilina. Vitamina B1 (na
chegar a 60%. temperatura de autoclava-
ção)
Acido fólico 5,0 a 9,8 Termolábil Sensível à luz. Substâncias redutoras.
(principalmente Riboflavina, tiamina (qdo. o
em meio ácido) ác. Fólico estiver solubiliza-
do).

471
Capitulo 8 - Incompatibilidades

3. Sumário de Incompatibilidades Comuns e


Correções recomendadas:

QUIMICA
TIPOS TERAPEUTICA FISICA

11
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I

1
5 s
E
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> • usar maica dtfet e n i o 1 t s


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Legenda
A • mudanças lentas na aparència e na formação de gás pode ser devido ao crescimento de microorganismos
B - Risco de explosão
C - Consulte o médiço, a significância terapêutica da droga ou sç é necessãrio mudança na dose
& • procedimento preferivel
(?> - procedimento aceitável
n • procedimento não aplicável
• FS.A - procedimento que não requer aprovação do médico
F.S.A (" Fiat secundum artem")

472
9
Embalagens

473
Capítulo 9 - Embalagens

1. Adequação de Uso e Incompatibilidades


A função primária da embalagem é proteger o produto das
condições ambientais com o propósito de aumentar sua conserva-
ção.
Em farmácia, o farmacêutico precisa conhecer a função, design e
uso de cada tipo de embalagem.

1 . 1 . Considerações e requisitos para adequação e utilização


racional de embalagens para fins farmacêuticos

■ Ser limpa
■ não interagir fisicamente e ou quimicamente com a preparação;
■ preservar a concentração, qualidade e pureza da preparação.

Nota: Ceralmente a embalasem para fins farmacêutkos deve ser foto-resistente (protesendo
o conteúdo da luz) e hermeticamente fechadas (protesendo o conteúdo de contaminações
externas de líquidos, sólidos e vapores, evitando a perda, eflorescência, deliqüescéncia ou
evaporação).

2. Materiais de Embalagem:

2.1. Vidro:
0 vidro possui qualidades protetoras superiores, estando
disponível em vários tamanhos e formatos. É quimicamente inerte,
impermeável, forte e rígido. É aprovado pelo FDA e não deteriora
com o tempo. 0 vidro é comumente utilizado como material de em-
balagem de produtos farmacêuticos, todavia está sendo rapidamen-
te substituido por plásticos.

2 . 1 . 1 . Tipos de Vidro:
A. Tipo I: Neutro e altamente resistente. Vidro de silicato de boro. É
quimicamente inerte e é usado para ácido, álcalis e todos os tipos
de solventes. É amplamente usado para produtos parenterais e de-
mais produtos estéreis.
B. Tipo II: vidro sódico-cálcico com tratamento de desalcalinização
para remoção dos álcalis de sua superfície. É um vidro quimicamen-
te resistente, sendo amplamente utilizado em produtos parenterais
e outros produtos estéreis.
474
Capitulo 9 - Embalagens
C. Tipo III: vidro sódico-cálcico de alcalinidade limitada. É um vidro
não tratado de boa resistência química. Ocasionalmente utilizado
em produtos parenterais.
D. NPi vidro sódico-cálcico para uso em produtos de utilização oral
ou tópica (uso geral), não é utilizado para envasar produtos de uso
parenteral.

2.2. Metal
São geralmente forte, opaca, impermeável a líquidos, umi-
dade, vapores, gases, odores e bactérias, bem como são resistentes
a altas e baixas temperaturas. A desvantagem das embalagens de
metal deve-se ao fato de requererem algum tipo de revestimento
para minimizar a reatividade com os fármacos.
Determinadas formulações contendo fármacos reconheci-
damente óxido. A bisnaga de metal revestida no seu interior com
material plastificante é a embalagem de escolha para formulações
contendo princípios ativos reconhecidamente vulneraveis à oxidação
(exemplo: creme ou gel com hidroquinona, creme ou gel com ácido
retinóico, creme com cetoconazol).

2.3. Plásticos

Os plásticos têm se transformado no material de embala-


gem farmacêutica mais popular. É um material forte, leve, razoa-
velmente inerte, quimicamente resistente e pode ser feito de vários
polímeros para aplicações específicas. Os plásticos comuns mais
utilizados são o polietileno (baixa densidade, alta densidade), poli-
estireno, polipropileno, cloreto de polivinila (PVC) e polietileno te-
reftalato (PET). Os plásticos são uma mistura de compostos homólo-
gos com uma variação de pesos moleculares. Os plásticos contêm
também outras substâncias tais como resíduos do processo de poli-
merização, plasticizantes, estabilizantes, antioxidantes, pigmentos
e lubrificantes.

475
Capítulo 9 - Embalagens

2.3.1. Materiais Plásticos e suas caracteristicas:

Caracte- Polietile- Polietile- Polipropi- Poliesti- PVC PET


risticas no de no de leno reno
alta den- baixa
sidade densida-
de
Transpa- Enevoado enevoado Transparen- Transpa- transpa- Trans-
rência Transpa- translúcido te rente rente parente
rente
Absorção Baixa Baixa Baixa Moderada- Baixa Baixa
de água alta
Permeabi- Baixa muito muito baixa Alta Baixa Baixa
lidade ao baixa
vapor
d'água
Permeabi- Alta moderada- moderada- Alta Baixa Baixa
lidade ao alta alta
oxigénio
Permeabi- Alta moderada- moderada- Alta Baixa Baixa
lidade ao alta atta
C02
Resistência muito boa muito boa muito boa Boa Muito Muito
a ácidos boa boa
Resistência Boa boa muito boa Pobre Muito Muito
ao Álcool boa boa
Resistência Boa boa muito boa Boa Boa Boa
a álcalis
Resistência Pobre moderada Moderada Moderada Boa Boa
ao óleo
mineral
Resistência Boa boa Boa Pobre mode- Boa
a solventes rada
Resistência Pobre moderada Boa Moderada mode- Mode-
ao calor rada- rada
pobre
Resistência Excelente excelente pobre- Pobre Muito Muito
ao frio moderada pobre Boa
Resistência Excelente excelente Excelente Excelente exce- Exce
a alta lente lente
umidade
Resistência Excelente boa moderada- Pobre-boa Mode- Mode-
ao impacto boa rada- rada-
exce- exce-
lente lente
Neutrali- Destacada excelente boa- Muito pobre Muito
dade excelente pobre boa
(ser inerte)

476
Capítulo 9 - Embalagens

2 . 3 . 2 . Problemas c o m embalagens de Plástico


Geralmente os problemas mais comuns com embalagens
plásticas são a permeabilidade, a lixiviação, a sorção, a reatividade
com os componentes do produto envasado e a alteração das propri-
edades do plástico.

A. Permeabilidade: trata-se da transmissão de gases, vapores ou


líquidos através da embalagem plástica. Pode favorecer a hidrólise
e oxidação do produto envasado.

B. Lixiviação: é quando um ingrediente da embalagem migra para o


produto envasado. Isto é relativamente comum em embalagens de
PVC que contenham plasticizantes t a l como o dietilhexilftalato
(DEHP). 0 DHEP pode migrar da embalagem para a solução do pro-
duto.

C. Sorção: resulta na perda de uma droga (principio ativo) de uma


forma farmacêutica por adsorção (fixação da substância na superfí-
cie do plástico) ou por absorção pelo plástico da embalagem.

Nota: Uma das maiores desvantagens do plástico é o fato de permitir a oxidação de fármacos
sensiveis.

477
Capítulo 9 - Embalagens

3. Formas Farmacêuticas e Embalagens sugeridas

Forma Farmacêutica Embalagem sugerida


Comprimidos/Cápsulas Frascos pequenos de bo-
ca larga, de vidro ou
plástico de rosca ou pres-
são.
Líquidos Recipientes ovais. Para
líquidos viscosos o frasco
a ser utilizado deve ser
de boca larga. Líquidos
orais flavorizados podem
perder o flavorizante
através da volatização e
permeação através da
embalagem plástica,
deve-se optar neste caso
pelo vidro.
Pós (a granel) frascos de boca larga,
geralmente de plástico.
Pó dividido papéis, saches individu-
ais, saquinhos de plásti-
co.
Preparações oftálmicas liquidas frasco gotejador de plás-
(colírios) tico, seringas (eventual-
mente)
Pomada ou gel oftálmico tubos de metais, seringas
(eventualmente)
Preparações óticas frasco gotejador
(preparações Líquidas para uso (vidro/plástico)
otológico)
Soluções nasais frasco gotejador
(vidro/plástico),
frasco spray (plástico)
Pomadas/cremes pote, tubo, seringa.
Supositórios cartelas plásticas (mol-
de), sachês de plástico
ou alumínio.

478
Prazo de
Validade

479
Capítulo 10 - Prazo de Validade

1. Discussão de Critérios para Determinação do


Prazo de Validade em Preparações Magistrais
Pelo fato das preparações magistrais serem produzidas para a
administração imediata ou após curto período de armazenagem,
seus prazos de validade podem ser estabelecidos, utilizando-se cri-
térios diferentes daqueles aplicados para determinar a validade do
produto farmacêutico manufaturado (industrializado) - USP 24. Em-
bora para o produto manipulado subentenda-se que o mesmo será
utilizado logo após o aviamento da prescrição e somente durante o
tempo de tratamento, ele precisa se manter estável durante todo
este tempo.
A dificuldade de se estabelecer prazo de validade para prepa-
rações farmacêuticas magistrais reside em alguns aspectos específi-
cos inerentes à produção artesanal e unitária na farmácia com ma-
nipulação, tais como: diversidade de formulações, associações de
ativos, formulações específicas e personalizadas (preparação única
sem similar) para atender a necessidade de um paciente, diversos
excipientes e veículos utilizados, equipamentos e tecnologia farma-
cêutica aplicáveis a uma produção unitária de medicamentos e fato-
res econômicos que por si só justificaria a não realização de com-
plexos estudos de estabilidade necessários para determinação do
prazo de validade de medicamentos. Todavia, existem meios racio-
nais e científicos, embora não exatos, de se presumir de maneira
aproximada a validade de uma preparação farmacêutica magistral.
Podemos citar alguns critérios e meios para se presumir de
uma maneira cientificamente aceitável, o prazo de validade em
formulações magistrais: o conhecimento das características quími-
cas e físicas do(s) princípio(s) ativo(s) da formulação e do veículo ou
excipiente, a forma farmacêutica empregada, os fatores que influ-
enciam a velocidade de degradação química das drogas, a compati-
bilidade entre ativos e destes com o veículo ou excipiente, compa-
tibüidade da formulação com o material de embalagem, condições
de armazenamento proposta, a realização de estudos de estabili-
dade para as formulações magistrais com maior frequência de pres-
crições e portanto consagradas, pesquisa e acervo de bibliográfico
com estudos de estabilidade realizados em preparações magistrais.
Para a melhor compreensão, faz-se necessário definir alguns
termos relacionados:
• Prazo de validade: é a data após a qual a preparação farmacêu-
tica manipulada não deverá ser usada, é determinada a partir da

480
Capítulo 10 - Prazo de Validade
data da preparação do produto (USP-XXIV).
• Estabilidade: é a extensão de tempo na qual o produto mantém,
dentro de limites especificados, através do período de armaze-
namento e uso, as mesmas propriedades que possuía no momento
da sua fabricação (USP-XXIV).
Tipicamente, estes termos indicam o período para o qual um mí-
nimo de 90% em relação ao valor de teor da droga (princípio ativo),
que permanece intacto e disponível para cumprir sua ação terapêu-
tica.
A estabilidade e compatibilidade são elementos críticos na
precisa e apropriada administração de medicamentos ao paciente.

1.1. Tipos de Estabilidade aplicados a produtos farma-


cêuticos:

1.1.1. Estabiiidade química:


Cada ingrediente ativo contido na preparação, mantém sua
integridade e potência rotulada, dentro de limites especificados.

1.1.2. Estabilidade física:


As propriedades físicas originais, incluindo aparência, pala-
tabilidade, uniformidade, suspendabilidade (aplicável a suspensões)
são mantidas.

1.1.3. Estabilidade microbiológica:


A estabilidade microbiológica ou resistência ao crescimento
microbiano é mantida de acordo com os requerimentos especifica-
dos e aplicação do produto. Os agentes antimicrobianos que estão
presentes mantêm sua efetividade dentro de limites especificados.

1.1.4. Estabilidade Terapêutica:


0 efeito terapêutico (farmacodinâmica) permanece inaltera-
do.

1.1.5. Estabilidade toxicológica:


Não ocorre nenhum aumento significante da toxicidade.

481
Capítulo 10 - Prazo de Validade

2. Mecanismos mais comuns de degradação química


dos fármacos:
Existem vários mecanismos de degradação das moléculas dos
fármacos, todavia os processos de instabilidade mais cotmuns são por
oxidação, hidrólise, redução, fotólise ou fotodegradação e racemi-
zação e epimerização.
Embora muitos processos de degradação química de fárma-
cos possam ser observados através de mudanças de cor, formação
de precipitados e evolução de gases, a maioria das incompatibilida-
des químicas resultantes de interações que promovem alterações ou
rearranjos moleculares não são visivelmente observáveis.
A degradação química de fármacos pode ocorrer por diferen-
tes mecanismos:

2.1. Oxidação:
Quimicamente a oxidação envolve a perda de elétrons de um
átomo ou de uma molécula. Cada elétron perdido é aceito por al-
gum outro átomo ou molécula, de tal modo a promover a redução
do átomo ou molécula recipiente. Em compostos inorgânicos a oxi-
dação é acompanhada por um aumento da valência de um elemento
- por exemplo o íon ferroso ( Fe*2) em íon férrico (Fe*3). Em compos-
tos orgânicos o processo oxidação frequente envolve a perda de
hidrogênio (dehidrogenação). A deterioração de drogas por oxidação
requer a presença de oxigênio e procede sob determinadas condi-
ções. 0 oxigênio existe não só sobre a forma de oxigênio molecular
0 2 , mas também na como um diradical 0 - 0 . Esta espécie de radi-
cal possui 2 elétrons desemparelhados, os quais podem iniciar rea-
ções em cadeia resultando a quebra das moléculas de droga, parti-
cularmente se a reação ocorre na presença de catalisadores tais
como a luz, calor, alguns íons de metais e peróxidos.
A oxidação é o processo onde um átomo aumenta o número
de ligações dele com o oxigênio, decréscimo do número de ligações
com hidrogênio e perda de elétrons.
A Autoxidação é uma reação espontânea que acontece sob
condições ambientais de exposição ao oxigênio atmosférico. Com-
postos fenólicos tais como aminas simpaticomiméticas são rapida-
mente oxidadas em pH neutro ou alcalino. Esta reação ocorre muito
mais lentamente em pH menor que 4,0. Para o controle deste pro-

482
Capítulo 10 - Prazo de Validade
cesso de degradação são normalmente empregados agentes antio-
xidantes e sequestrantes.

2.1.1. Classes de drogas susceptíveis à oxidação


A. Substâncias Fenólicas: morfina, fenilefrina, catecolaminas (ex.
adrenalina, noradrenalina), hidroquinona, resorcinol, paracetamol,
salbutamol.
B. Aminas aromáticas.
C. Compostos poiinsaturados: óleos, gorduras, vitaminas lipossolú-
veis (ex. vitamina A, E), ác. Retinóico, isotretinoína.
D. Fenotiazínicos (tioéteres): clorpromazina, prometazina, trifluo-
perazina, tioridazina, flufenazina.
E. Substâncias esteroidais: corticosteróides.
F. Estatinas: lovastatina, pravastatina, sinvastatina, etc.
G. Antidepressivos tricíclicos: imipramina, amitriptilina, etc.
H. Outras substâncias: Vitamina C, anfotericina B, nitrofurantoína,
tetraciclina, furosemida, ergotamina, sulfacetamida, captopril.

2.2. Hidrólise
A hidrólise é um processo de solvólise no qual a molécula de
uma substância interage com moléculas de água degradando-a. A
hidrólise geralmente envolve o ataque pela água das ligações lábeis
de moléculas da droga dissolvidas, resultando em mudanças molecu-
lares.
0 processo hidrolítico é provavelmente a causa mais impor-
tante e frequente de degradação de fármacos, devido ao grande
número de fármacos com grupamentos funcionais susceptíveis à
hidrólise, tais como os ésteres e amidas.

2 . 2 . 1 . Classes de drogas susceptíveis à hidrólise

A. Ésteres: ex. ácido acetilsalicílico, procaína, benzocaína, atropi-


na.^
B. Ésteres ciclicos ou lactonas: ex. warfarina, nistatina, digoxina,
digitoxina, pilocarpina, ácido ascórbico.
C. Tioésteres: ex. espironolactona.
D. Amidas: ex. nicotinamida, paracetamol, procainamida.
E. Imidas: ex. fenitoína, barbitúricos, riboflavina.
F. Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos): ex. penicilinas, cefalos-
ponnas.
483
Capítulo 10 - Prazo de Validade
G. Carbamatos (uretanos): ex. carbachol, neostigmina, carbimazol.
H. Acetal: digoxina, aldosterona.
I. Tioacetal: lincomicina, clindamicina.
J. Ésteres sulfato: heparina.
K. Ésteres fosfato: fosfato sódico de hidrocortisona, triclofos sódico.
L. Iminas (azometina ou base de Schiff): diazepam, pralidoxima.

2.3. Dehidratação:
Assim como a umidade (presença de água) favorece a degra-
dação de várias moléculas de fármacos, promovendo a instabilidade
destas ou da forma farmacêutica que as contêm, a remoção da água
de uma molécula da droga ou do produto pode ser considerado um
processo de degradação.

2 . 3 . 1 . Dehidratação por desolvação


É a perda da umidade da forma farmacêutica ou da água de
cristalização da molécula.
Exemplos: perda de água em cremes, pomadas, suspensões,
desolvação da teofilina monohidratada e da ampicilina trihidratada.

2.3.2. Dehidratação por remoção de um próton e de um


grupo hidroxila.
Exemplos: tetraciclina, prostaglandinas.

2.4. Fotólise ou Fotodegradação:


É a catálise pela luz de reações de degradação tais como a
oxidação ou hidrólise. Uma variedade de mecanismos de decompo-
sição pode ocorrer da absorção da energia de radiação luminosa. A
captação de luz por uma molécula produz sua ativação, a partir da
qual a molécula ativada pode emitir energia de frequência diferente
da recebida (fenômeno denominado "fluorescência" ou "fosfores-
cência") ou também pode provocar a decomposição das moléculas
(fotólise). As reações de fotodegradação dependem tanto da inten-
sidade como do comprimento de onda da luz. Quanto maior a inten-
sidade e o comprimento de onda da luz, maior será a velocidade e o
grau de fotodegradação, portanto a luz UV é mais deietéria que a
luz visível (os raios solares são mais deletérios do que a luz fluores-

484
Capítulo 10 - Prazo de Validade
cente) Um grande número de fármacos são sensíveis à luz permitin-
do a degradação fotolítica, tais como: a amfotericina B, a furosemi-
da, vitamina A, nifedipina, hidrocortisona, prednisolona, ácido fóli-
co dentre vários outros.

2.5. Racemização e Epimerização:


Pode ocorrer com drogas que são opticamente ativas, pela
existência de um carbono quiral central na molécula. Se um isômero
é mais farmacologicamente ativo que o outro, este processo pode
resultar em perda da atividade terapêutica. Isto ocorre por exemplo
com a epinefrina, cujo l-isômero é cerca de 15 vezes mais ativo do
que o d-isômero.
Se a molécula da droga possui somente um centro quiral, o
processo de racemização direciona para a formação de uma mistura
50:50 dos dois isômeros. Caso exista mais de um centro quiral na
molécula, um isômero pode ser favorecido mais do que o outro.
Epímeros são compostos que possuem a mesma configuração
em todos os carbonos, exceto em um carbono. A tetraciclina em
solução epimeriza em epitetraciclina a qual possui pouca ou nenhu-
ma atividade antibacteriana; a pilocarpina pode epimerizar em iso-
pilocarpina. Esta epimerização também pode resultar em perda da
atividade farmacológica. As reações de racemização e epimerização
são influenciadas pelo pH e catalizadas por ácidos e bases, condi-
ções ótimas de pH são necessárias para maior estabilidade.

2.6. Polimerização:
A polimerização é um processo no qual duas ou mais molécu-
las de um fármaco se unem, formando um complexo. Este processo
ocorre durante o armazenamento de soluções aquosas concentradas
de aminopenicilinas, como por exemplo: ampicilina sódica e amoxa-
cilina.

2.6.1. Reversão Polimórfica:


Algumas drogas apresentam a propriedade de existirem em
mais de uma forma cristalina, chamada polimorfos. Os polimorfos
têm a mesma estrutura química, mas diferentes propriedades físi-
cas, tais como a solubilidade, densidade, dureza, ponto de fusão,
485
Capítulo 10 - Prazo de Validade
etc. Quando uma forma polimórfica muda para outra reversivel-
mente, ela é chamada de enantiotrópica. Se a transição de uma
forma para outra ocorre de maneira irreversível, dizemos ser uma
transição monotrópica.
No preparo de produtos farmacêuticos estáveis, o polimor-
fismo representa um indesejável e importante fator no crescimento
cristalino em preparações farmacêuticas, "caking" de suspensões
(suspensões que não podem ser facilmente ressuspendidas), cremes
e pomadas. Portanto, o polimorfismo pode ser um fator de instabili-
dade em preparações farmacêuticas.

2.6.2. Exemplos de drogas que podem exibir polimorfismo:


• Cloranfenicol;
• Ampicilina;
• Metilprednisolona;
• Hidrocortisona;
• Sulfonamidas (ex. sulfametoxazol);
• Barbituratos.

3. Fatores a serem analisados para se estabelecer


o Prazo de Validade em Formulações Magistrais

3.1. Propriedades físicas e químicas dos ingredientes

3.2. Uso de conservantes e estabilizantes (aumentam o


prazo de validade)
3.3. Forma farmacêutica:
Formas farmacêuticas sólidas ou líquidas que não contenham
água na sua composição, normalmente apresentam uma estabilida-
de bem maior quando comparadas com formas farmacêuticas que
contenham água. Portanto pós, comprimidos, cápsulas, tabletes e
outras formas sólidas ou líquidas que não contenham água (ex. veí-
culo oleoso) são mais estáveis e portanto poderão apresentar um
prazo de validade maior quando comparadas com as formas farma-
cêuticas que contêm água como por exemplo xaropes, suspensões
aquosas, soluções aquosas, emulsões, etc.

486
Capitulo 10 - Prazo de Validade

3.4. Natureza da droga e suas caracteristicas de degra-


dação cinética

3.5. Material de Embalagem:

A embalagem para produtos farmacêuticos deve proteger a


preparação da umidade, da luz e da atmosfera (oxigênio).

3.6. Provável temperatura de armazenamento

3.7. Duração do tratamento:

0 prazo de validade deve ser suficiente para abranger o pe-


ríodo do tratamento para o qual a fórmulação foi prescrita.

3.8. Dados científicos:

Laboratoriais (estudos de estabilidade) ou de alguma refe-


rência bibliográfica.

3.9. Similaridade com produtos de referência (produto


manufaturado)

487
Capitulo 10 - Prazo de Validade

4 . Fatores que afetam a estabilidade de prepara-


ções farmacêuticas:

4 . 1 . pH:
É um dos fatores de maior importância na determinação da
estabilidade de um produto farmacêutico. A degradação de várias
drogas, principalmente por hidrólise está relacionada diretamente
às concentrações de íons hidroxila e íons hidrogênio. De modo geral
as reações de hidrólise são favorecidas pelo pH de neutro a alcalino,
portanto, de modo geral um ajuste do pH para a faixa ácida (por
exemplo: entre 5 e 6) aumenta a estabilidade da preparação. 0 co-
nhecimento do pH de máxima estabilidade é importante na farma-
cotécnica de preparações líquidas. Sempre que possível nestas pre-
parações deveremos ajustar o pH para o de máxima estabilidade,
todavia nem sempre é possível realizar este ajuste devido a proble-
mas de solubilidade, a atividade terapêutica ou a requisitos da via
de administração não compatíveis com o pH ótimo.

4.2. Temperatura:
A temperatura pode afetar a estabilidade de uma droga, a-
través do aumento da velocidade de reação específica e a velocida-
de de degradação da droga. De modo gerat, a velocidade da reação
de degradação de uma droga duplica ou triplica para cada 10°C de
aumento da temperatura.

4.3. Luz:
Pode prover a energia necessária para uma reação de degra-
dação (fotólise). Os efeitos da luz podem ser minimizados acondi-
cionando-se o produto em embalagens fotoresistentes (ex. vidro ou
plástico PET âmbar, plástico escuro, embalagem de alumínio, etc).

4.4. Exposição à atmosfera (ao oxigênio):


0 oxigênio pode induzir à degradação por oxidação.

4.5. Umidade:
Favorece as reações de hidrólise e degradação da droga ou
do produto farmacêutico. Sua ação pode ser minimizada pelo con-
488
Capítulo 10 - Prazo de Validade
trole da umidade relativa no ambiente de manipulação e da utiliza-
ção de dessecantes na embalagem de formulações sólidas . Em for-
mulações líquidas, os efeitos deletérios da água podem ser reduzi-
dos, substituindo-a total ou parcialmente por veículos não aquosos
compatíveis.

4.6. Cristalização:
A cristalização de partículas em suspensão pode resultar em
uma diferente distribuição de partículas com tamanhos diferentes
entre si. Isto ocorre devido a flutuações de temperatura. 0 aumento
da temperatura resulta em um aumento da solubilidade (normal-
mente as partículas menores dissolvem-se mais rapidamente) e o
decréscimo da temperatura resulta em recristalização da droga em
solução.

4.7. Vaporização:
É a perda de solvente em altas temperaturas. Com a perda
do solvente ou veículo, há um aumento proporcional resultante da
concentração do soluto. Esta perda poderá ocasionar uma sobredo-
sagem quando na administração do medicamento. Com a perda do
solvente, também pode ocorrer a precipitação da droga que estava
dissolvida. A vaporização do sotvente de uma formulação também
pode ocorrer pela utilização de uma embalagem inadequada que
permite sua evaporação.

4.8. Adsorção:
A adsorção da droga ou excipiente é relativamente comum e
pode levar a perda da droga disponível e necessária para exercer o
efeito terapêutico. A droga pode ser adsorvida por filtros, embala-
gens, seringas e outros materiais que a contenha. Esta situação tem
especial importância para drogas utilizadas em baixas concentra-
ções, pois qualquer alteração na sua concentração na forma farma-
cêutica por adsorção, alterará de maneira significativa sua potência
terapêutica.

489
Capítulo 10 - Prazo de Validade

5. Orientações da USP: Prazo de validade pa-


ra Preparações Farmacêuticas Extemporâ-
neas

0s prazos de validade, recomendados pela USP-XXIV, para


preparações magistrais embaladas em recipientes hermeticamente
fechados e protegidos da luz, na temperatura ambiente controlada
são:

5.1. Formulações sólidas e Líquidas não-aquosas:


Se a fonte de ingrediente é um produto manufaturado (in-
dustrializado), o prazo de validade não deve exceder a 25% do tem-
po remanescente para a data de expiração do produto original, ou 6
meses, o que for mais precoce.
Se a fonte de ingrediente é uma substância farmacopéica, o
prazo de validade não deverá exceder a 6 meses.

5.2. Formulações contendo água:


Preparações obtidas a partir de ingredientes na forma sóli-
da, o prazo de validade não deverá ultrapassar 14 dias quando esto-
cado em temperaturas baixas.

5.3. Para todas as outras formulações:

Próximo de 30 dias ou a duração da terapia. Se houver su-


porte científico válido informando apropriadamente a estabilidade
da formulação em específico, o prazo de validade proposto acima
poderá ser excedido.

490
Capítulo 10 - Prazo de Validade

6. Sugestão de uma política de Prazo de Validade


para Preparações Magistrais
Levando em consideração as caractéristicas físico-químicas
das drogas, da forma farmacêutica e consequente susceptilidade aos
principais processos de degradação química, sugerimos a seguir um
critério de prazo de validade para formulações magistrais. Embora
empírico, o critério adotado é baseado nas recomendações da Far-
macopéia Americana na sua 24"Edição e projeta de maneira geral
porém racional e fundamentada cientificamente, um presumível
período de tempo em que uma forma magistral apresentaria uma
estabilidade adequada. Todavia, recomendamos que se faça estudos
de estabilidade para as formulações consagradas pela prescrição
frequente e que façam parte de estoques estratégicos.
As sugestões de prazo validade recomendadas abaixo, leva em
consideração que a preparação magistral seja corretamente
manipulada, acondicionada em recipientes adequados e
compatíveis, armazenados em condições recomendadas.

491
Capitulo 10 - Prazo de Validade

Tabela 5 1 : Forma Farmacêutica e Prazo de Validade


Caracteristica da forma farmacêutica Prazo de validade presumi-
do (a partir da data de ma-
nipulação)
Formulações sólidas, semi-sólidas e líquidas não 6 meses
contendo água.
Formulações sólidas, semi-sólidas e liquidas , não 3 meses
contendo água, com droças reconhecidamente
susceptíveis a processos de desradacão auimica*
Formulações sólidas, semi-sólidas ou líquidas, 25% do tempo remanescente
não contendo água, preparadas a partir do pro- para a expiração da validade
duto manufaturado (industrializado) do produto original, ou 6
meses, o que for menor.
Foimulações semi-sólidas e liquidas, contendo 14 dias (refrigerado)
água, sem adição de estabilizantes e conservan-
tes
Formulações semi-sólidas e liquidas, contendo 3 meses
água, com adição de estabilizantes e conservan-
tes
Formulações semi-sólidas e líquidas, contendo 2 meses
água com drogas reconhecidamente susceptíveis
a processos de desradacão auímica e com adicão
de estabilizantes e conservantes
Formulações semi-sólidas e liquidas contendo 2 meses
bioativos (derivados de proteínas animais e vege-
tais, aminoácidos, etc)
Formulações líquidas contendo antibióticos e 14 dias (refrigerado)
antimicrobianos, solubilizados ou dispersos na
forma de suspensão.
Formulações contendo antibióticos e antimicrobi- 3 meses (validade antes da
anos na forma de pó para a dispersão extemporâ- dispersão caseira com água)
nea caseira 7 a 14 dias (após a dispersão
com água e conservada a
partir de então, sob refrige-
ração)
Bases galênicas semi-sólidas e liquidas com adi- 6 meses
ção de conservantes e estabilizantes e sem a
adição de ativos
Formulações com estudo de estabilidade realiza- Adotar o prazo de validade
do ou publicado, referência bibliográfica" referendado
"Drogas reconhecidamente susceptíveis a processos de degradação quimica: consultar neste
artiso os fármacos citados nos processos de degradação química, na tabela de fármacos
susceptiveis ó degradação e em referências bibliogràficas especificas.
"Referências bibtiográficas com estudos de estabitidade em preparacões magistrais: Trissel's
Stabitility of Compounded Formulations, AHFS Drug Information, International Journal of
Pharmaceutical Compounding, Pediatric Drug Formulations, American Journat of Heatth-
System Pharmacy, Lippincotfs Hospital Pharmacy. The Pharmaceutical Codex.
Nota: Situações especificas que não se enquadram nas citadas, o farmacèutico poderá deter-
minar o prazo de validade. levando em conta os fatores criticos que influenciam a estabili-
dade, procurando estabetecer o menor prazo de validade possível limitando-se à duração da
terapia.

492
Armazenamento
de Matérias
Primas

493
Capítulo 11 - Armazenamento de Matérias primas

1. Almoxarifado
É a área destinada ao armazenamento das matérias-primas,
embalagens e materiais diversos, deve ser suficientemente espaçoso
para que os itens a serem armazenados sejam colocados ordenada-
mente, com limpeza, protegidos da umidade e da incidência direta
de luz, em temperatura controlada adequada, sobre prateleiras ou
"pallets".

2. Características do local
• Piso e paredes de material liso, impermeável e de fácil limpeza;
• Ventilação adequada de forma a impedir a entrada de insetos e
outros animais (uso de telas nas janelas e protetores na porta);
• lluminação e instalações elétricas adequadas;
• Temperatura condizente com as condições necessárias ao
armazenamento das matérias-primas e embalagens (termômetro
de máxima e mínima);
• A umidade deve ser controlada por higrômetro;
• A temperatura e umidade devem ser controladas e registradas
em ficha própria conforme modelo em anexo.
• Áreas segregadas para recebimento, expedição, quarentena,
produtos reprovados e produtos aprovados (com identificação es-
pecífica).

3. Equipamentos
• Balança de precisão 0,1g;
• Seladora;
• Termohigrômetro;
• Geladeira (com termômetro de máximo e mínimo);
• EPP (equipamento de proteção ao produto): gorro, máscara e
luvas;
• Extintor de incêndio;
• Prateleiras impermeáveis e resistentes à corrosão;
• Armário resistente com chave (para armazenamento de entorpe-
centes e psicotrópicos);
• Vidrarias e espátulas adequadas para o fracionamento das maté-
rias-primas.
• Desumidificador;
• Ar condicionado;
• Sacos plásticos e etiquetas de identificação.

494
Capítulo 11 - Armazenamento de Matérias primas

4. Recebimento de Matérias primas, Insumos e Cor-


relatos
Ao recepcionar as matérias-primas, insumos ou correlatos, o
responsável deverá selecionar a cópia do pedido de compra corres-
pondente e verificar:

4.1. Aspecto e integridade da embalagem, se não está violada,


com vazamentos ou outras avarias;

4.2. Comparar o pedido com a nota fiscal, verificando se as quan-


tidades, preços e produtos estão corretos, ou seja se os nomes indi-
cados no pedido são os mesmos da nota fiscal;

4.3. Verificar se os produtos estão devidamente etiquetados e


identificados com número de lote, prazo de validade.

4.4. Verificar se os produtos estão fisicamente de acordo com a


nota fiscal (nome / quantidade / volume do produto).

4.5. Verificar se os laudos de análise acompanham corretamente a


nota fiscal.

4.6. Observações:
Ocorrendo qualquer irregularidade com o item (4.1) acima,
não receber os produtos e comunicar o ocorrido ao setor de com-
pras.
Ocorrendo qualquer irregularidade:
-Os produtos deverão ser separados,
-Registrar o problema ocorrido,
-Informar o setor de compras para devolução ou regularização junto
ao fornecedor,
-Todas as irregularidades encontradas deverão ser anotadas no verso
do pedido de compra e 2a via da nota fiscal. Sendo datadas e assi-
nadas.

4.7. Requisitar ao departamento de controle da qualidade que


faça amostragem para análise, separando o restante do produto e
identificando com a etiqueta amarela de "quarentena".

495
Capítulo 1 1 - Armazenamento de Matérias primas

5. Fracionamento
Após a liberação dos produtos pelo controle de qualidade,
para algumas matérias-primas é interessante fazer o fracionamento,
de acordo com a quantidade comprada, subdividir em volumes ide-
ais de transferência para os laboratórios e/ou filiais, agilizando as-
sim o processo de reabastecimento dos laboratórios da matriz e ou
filiais.
No cadastro informatizado de cada produto especificar as
quantidades ou volumes ideais de fracionamento e os tipos de em-
balagens indicadas em conformidade com as recomendações do con-
trole de qualidade (ex. frasco de vidro âmbar, saco plástico escuro,
etc).
Para fracionar os produtos, devemos utilizar balança de pre-
cisão ou granatária. Os funcionários deverão estar devidamente pa-
ramentados (jaleco, gorro, máscara e luvas).
Após o fracionamento dos produtos deverão ser devidamente
etiquetados com as seguintes informações:
• Nome da matéria-prima
• Fornecedor
• Lote
• Data de fabricação
• Prazo de validade
• Quantidade
• Responsável pela embalagem
• Data do fracionamento
• Diluição ou Fator de correção se necessários

A partir deste momento, os produtos estarão prontos para a


devida armazenagem.
Caso a matéria-prima fracionada seja encaminhada do almo-
xarifado para outro laboratório ela deverá passar primeiramente
pelo laboratório de Controle da qualidade para nova identificação
(rápida)

496
Capítulo 11 - Armazenamento de Matérias primas

6. Definições
6.1.Temperaturas de armazenamento e conservação:

6.1.1. Refrigerado:
Mantido na geladeira em temperatura não excedente a 8°C.
Normalmente variando termostaticamente entre 2 e 8°C

6.1.2. Temperatura ambiente:


Temperatura prevalente na área de trabalho. Normalmente
variando entre 15°C e 30°C.

6.1.3. Temperatura ambiente controlada:


Temperatura ambiente controlada termostaticamente entre
15°Ce30°C.

6.1.4. Local fresco:


Ambiente com temperatura compreendida entre 8"C e 15°C.

6.1.5. Freezer:
A temperatura deve estar compreendida entre 25° e - 10°C.

6.2. Embalagens (recipientes):

6.2.1. Recipiente fotoresistente:


Protege o conteúdo dos efeitos da luz.

6.2.2. Recipiente bem fechado:


Protege o conteúdo da contaminação por sólidos estranhos
(ex. poeiras) e previne a perda do conteúdo quando em situações de
manipulação, armazenamento e transporte.

6.2.3. Recipiente bem vedado:


Protege o conteúdo contra contaminação por líquidos, sóli-
dos ou vapores estranhos. Previne a perda da droga por eflorescên-
cia, deliquescência ou evaporação, protegendo-o em situações de
manipulação, armazenamento e transporte.

6.2.4. Recipiente hermeticamente fechado:


Impermeável ao ar ou a outros gases, em situações de manu-
seio, armazenamento e transporte.

497
13
Documentação
Sanitária
Capitulo 13 - Documentação Sanitária

1. Escrituração de Livros Receitas e Notifica-


ções
Toda a manipulação efetuada na farmácia deverá ser regis-
trada em livros oficiais, ou arquivadas eletronicamente em software
próprio, conforme o determinado pelas portarias vigentes.
As fórmulas gravadas no computador deverão ser listadas
uma vez ao dia e, em seguida arquivadas. Ao final do mês deve-se
encademar todas as listagens e identificar o mês correspondente.
As substâncias sob regime especial (controladas) deverão,
além do Livro de Receituário Geral, serem lançadas nos livros espe-
cíficos de substâncias sob controle especial.
Os livros de Registro Geral e de Substâncias sob controle es-
pecial deverão ser autenticados junto a Autoridade sanitária, de-
vendo ser comprovado:
• Que o estabelecimento está devidamente licenciado.
• Que houve recolhimento da taxa correspondente.
• Termos de abertura (1 a página) e encerramento (última página)
que deverão conter:
• Razão social;
• Denominação comercial;
• Endereço completo do estabelecimento;
• Finalidade a que se destina o livro de registro;
• Quantidade de folhas que o livro contém;
• Número do Cadastro Geral dos Contribuintes (CGC).
A Autoridade Sanitária deverá assinar com identificação da
assinatura o Termo de Abertura e rubricar todas as páginas dos li-
vros.
0 Termo de Encerramento só pode ser preenchido após o uso
ou finalização do livro, da mesma maneira que o Termo de Abertu-
ra.

521
Capitulo 13 - Documentação Sanitária

2. Registro Informatizado
0 formulário contínuo deve seguir a ordem numérica conse-
cutiva, reiniciando a numeração a cada ano.
A Autoridade Sanitária deve analisar o conteúdo e efetuar
teste no local ou não, e deferir ou não, a solicitação.
Para a autenticação prévia dos livros de registros de entor-
pecentes, psicotrópicos e/ou outras substâncias sujeitas a controle
especial em formulários contínuos quando o número de folhas for
igual ou inferior a 100 (cem), providenciar o encaminhamento à
Autoridade Sanitária local, para a devida abertura e rubrica (auten-
ticação), recolhendo a taxa correspondente ao número de folhas.
0 formulário contínuo, depois de preenchido com a movi-
mentação, deve ser encaminhado ao Órgão competente de Vigilân-
cia Sanitária para devido encerramento do mesmo.
Em caso de danificação de folhas do formulário já autentica-
das, as mesmas devem ficar arquivadas para a conferência e visto
da Autoridade Sanitária competente.
Para a autenticação posterior dos livros de registros com
número de folhas superior a 100 (cem), preenchidas com a movi-
mentação do estoque de entorpecentes, psicotrópicos e/ou outras
substâncias sujeitas a controle especial, providenciar a encaderna-
ção mensalmente e o encaminhamento à Autoridade Sanitária, com
respectivo recolhimento de taxa. A Autoridade Sanitária efetuará a
abertura, autenticação (rubrica) e encerramento do mesmo.

522
Capítulo 13 - Documentação Sanitária

3. Livro de Receituário Geral


É o livro que se destina ao registro de todas as receitas avia-
das na farmácia.
Ao receber a receita médica, numerará a mesma através de
carimbo. 0 registro no livro obedecerá a ordem sequencial de rece-
bimento da receita.
0 registro de conter os seguintes dados:
• N° de ordem da receita;
• Data do aviamento;
• Nome e endereço do paciente;
• Nome do médico e número do CRM;
• Descrição da formulação contendo todos os componentes e
concentrações;
• Nome do manipulador;
• Visto do Farmacêutico Responsável Técnico;
• Data da dispensação.

4. Livros de Registro Específico


São os livros destinados ao registro da movimentação de es-
toque de substâncias e medicamentos entorpecentes, psicotrópicos
e outros de controle especial que fazem parte da Portaria n°
344/98-SVS/MS. Serão necessários os seguintes livros de registros
específicos:
Livro para as substâncias constantes das listas " A 1 " e "A2"
(entorpecentes) e dos medicamentos que as contenham.
Livro para as substâncias constantes das listas "A3", " B 1 " e
"B2" (psicotrópicas) e dos medicamentos que as contenham.
Livro para as substâncias constantes das listas " C 1 " (outras
substâncias sujeitas a controle especial) "C2" (retinóicos), "C4"
(anti-retrovirais), "C5" (anabolizantes) e dos medicamentos que as
contenham.

4.1.Documentos hábeis para escrituração:


• Nota fiscal ou Nota Fiscal Fatura
• Receitas, Notificações de Receitas "A", " B " e Especial.

523
Capitulo 13 - Documentação Sanitária

• Perdas: justificativa da perda (vencidos, quebra, extravio, Bole-


tim de ocorrência policial, perda no processo e Termo de Inutili-
zação expedido pelo Órgão competente de Vigilância Sanitária).

4.2. Informações contidas nos livros

• Data: dia, mês e ano;


• Histórico: tipo de movimento;
Entradas = N° da Nota Fiscal e nome do fornecedor
Saídas = número da receita no Livro receituário geral
Perdas = motivo da perda
• Movimento: quantidades das entradas, saídas ou perdas;
• Estoque: Posição do estoque após a movimentação;
• Assinatura do responsável técnico.
• Obs: cada substância deverá ser lançada em uma página especí-
fica.

4.3. Mapas
Deverão ser apresentados os Balanços Trimestral e Anual de
Substâncias Psicoativas e outras sujeitas a controle especial:
Os balanços trimestrais devem ser realizados conforme mo-
delo BSPO - Balanço de Substâncias Psicoativas e outras Sujeitas a
Controle Especial e devem ser entregues no Órgão competente da
Vigilância Sanitária em 3 (três) vias até os dias 15 (quinze) dos me-
ses de janeiro, abril, julho e outubro.
Os balanços anuais devem ser entregues até o dia 31 (trinta
e um) de janeiro de cada ano.

4.4. Destino das vias do relatório BSPO:

1 a via: a empresa ou estabelecimento deve remeter à Secre-


taria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde juntamente com
o disquete para o endereço: ANVISA - Avenida W 3 Norte, Quadra
515 Bloco B Térreo, Edifício Omega. CEP 70.770-502 - Brasília - DF
2 o via: retida pela Autoridade Sanitária Estadual;
3o via: retida na empresa como comprovante da entrega.

524
Capítulo 13 - Documentação Sanitária

4.5. Relação Mensal das Notificações de Receitas "A" -


RMNRA (ANEXO XXIV constante da Portaria n°344/98-
SVS/MS)
As farmácias e drogarias devem apresentar à autoridade Sa-
nitária local ou Estadual ou Distrito Federal, as notificações de re-
ceitas "A" acompanhadas de 2 (duas) vias da Relaçâo Mensal das
Notificações de Receitas "A" (RMNRA).
A Autoridade Sanitária carimbará as vias da Relação Mensal
das NRA, retendo a 1°via. A 2a via ficará no estabelecimento como
comprovante de entrega. A devolução das Notificações de Receitas
se dará no prazo de 30 (trinta) dias com a apresentação da 2avia.

5. Guarda da Documentação
A documentação deve ser mantida na farmácia, estabele-
cendo-se os seguintes prazos e critérios:
• Ordem de manipulação (ficha de manipulação): até 2 meses a-
pós a expiração do prazo de validade dado ao medicamento.
• Notificações e receitas: em ordem cronológica por 2 anos.
• Notas fiscais de substâncias com regime especial: 2 anos.
• Livros: 2 anos.
• Mapas e Balanços: 2 anos.

525
Procedimentos
Operacionais
Padrão

526
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Introdução
Neste capítulo, descrevemos alguns Procedimentos Opera-
cionais Padrão, utilizados em farmácias de manipulação; procurando
alcançar maior proximidade com a realidade cotidiana dessas em-
presas, usamos as rotinas e os procedimentos de uma farmácia já
instalada e em funcionamento. Alguns pontos tiveram que ser adap-
tados para melhor entendimento do leitor, outros deverão ser modi-
ficados ou alterados de acordo com a necessidade específica de sua
utilização.
Nosso objetivo aqui é traçar as diretrizes básicas dos Proce-
dimentos Operacionais Padrão, indicando um dos caminhos a ser
adotado rumo ao aprimoramento do trabalho magistral.

527
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Emissão de POPs
Procedimento Operacional Padrão 01

528
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 01 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Emissão de POPs

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas para a emissão de Procedimen-
tos Operacionais Padrão (POPs) de todos os setores da farmácia de
manipulação.

2. Responsabilidades
Diretor Técnico (Farmacêutico Responsável)
Diretor Administrativo

3. Departamentos Envolvidos
Administrativo
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais -
ANFARMAG - Boas práticas de maniputação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Não se aplica.

529
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento

6.1. Definição:
Procedimento operacional padrão (POP) é a descrição por-
menorizada de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia,
visando proteger e garantir a preservação da qualidade das prepara-
ções manipuladas e a segurança dos trabalhadores.

6.2. Objetivo:
Este item deve citar a finalidade do POP que está sendo ela-
borado.

6.3. Responsabilidade:
Este item designa os funcionários envolvidos na elaboração e
execução do POP.

6.4. Departamentos Envolvidos:


Este item descreve os departamentos e os funcionários en-
volvidos com o POP.

6.5. Documentos de Referência:


Este item cita todos os documentos necessários para a
elaboração do POP:
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em
08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações
magistrais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição -
1997
Farmacopéia e outras iiteraturas de interesse farmacotécni-
co
POPs de interesse

6.6. Material necessário:


Este item relaciona os materiais envolvidos na execução do
POP, tais como:
Equipamentos
Vidrarias e utensílios
Planilhas e Fichas técnicas
Literaturas

6.7. Procedimento:
Este item descreve o procedimento para a execução da

530
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

tarefa determinada.

6.8. Observação:
Este ítem cita alguma particularidade referente ao respec-
tivo procedimento.

6.9. Regras Gerais:


Este documento não pode ser rasurado.
Para a utilização do mesmo, os funcionários são treinados e
este treinamento é registrado.
Para efetuar qualquer alteração no POP original, deverá ser
emitido um pedido mediante o "FORMULÁRIO PARA EMISSÂO E AL-
TERAÇÃO DE POPs" preenchendo os espaços referentes às alterações
solicitadas.
Este Formulário é anexado a uma cópia do POP original ca-
rimbado - CÓPIA PARA VERIFICAÇÃO DE ALTERAÇÃO e encaminhado
ao Diretor Técnico ou Diretor Administrativo, conforme o Departa-
mento em questão, para avaliação da alteração.
Se a alteração for aprovada, mediante a assinatura do Dire-
tor Técnico ou Administrativo, é emitido um novo POP, com nova
data de emissão.
0 POP alterado é encaminhado aos departamentos envolvi-
dos e o POP de emissão será recolhido e arquivado por um ano no
Departamento Administrativo.
Mesmo que não haja alteração no POP original, o mesmo
tem a data de emissão atualizada anualmente.
No cabeçalho do POP consta:
nome da empresa
título
data de emissão
emissão anterior (caso não haja: NOVO)
revisor e data da revisão
aprovação e data de aprovação
número de páginas (exemplo: se forem 3 páginas; a
página 01 será 01/03, a página 02 será 02/03 e a página 03, 03/03).

531
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Formulário para emissão e alteração de POPs

Departamento:
Objetivo: ( ) novo ( ) aiteração Solicitado
por:
Data:
Número do POP: Autorizado
Titulo do POP: por:
Data:

Alteração:
De: Para:

Emitido em: Aprovado


em:
Assinatura do Responsável:

532
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Construção, Adaptação e
Manutenção
das Instalações Físicas

Procedimento Operacional Padrão 02

533
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 02 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Construção, adaptação e manutenção das instalações


fisicas

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas na adaptação e manu-
tenção das instalações físicas da farmácia.

2. Responsabilidades
Diretor Administrativo
Diretor Técnico

3. Departamentos envolvidos
Administrativo
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 Atualizada em 08/01/2001
Portaria N° 1884/94 - Normas para projetos físicos de estabeleci-
mentos assistenciais de saúde - SVS/MS N° 674 De 31/12/97 (atuali-
zação)
Memorial Técnico Descritivo da Farmácia
Manual de Recomendações para Aviamentos de Formulações Magis-
trais - ANFARMAG - 1 a edição, 1997.

534
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Não se aplica.

6. Procedimento
No projeto de adaptação do prédio para montagem da far-
mácia de manipulação são observados os seguintes aspectos:
0 Prédio possui um tamanho mínimo adequado que permita
acomodar todas as áreas exigidas pela legislação e, também, facili-
ta a execução das atividades, permitindo trabalho com alto padrão
de qualidade.

6 . 1 . Áreas necessárias:
Setor de atendimento a clientes (Departamento Comercial)
Sanitários
Vestiário
Refeitório
Sala de administração (Departamento Administrati-
vo/Compras)
Área de Paramentação
Laboratório de manipulação de sólidos
Laboratório de manipulação de semi-sólidos e líquidos, com
separação de manipulação de produtos de uso interno e externo
Laboratório de Controle da Qualidade de matérias-primas, ma-
teriais de embalagens e produtos acabados
Área de lavagem e sanitização de materiais (Departamento de
Limpeza e Sanitização)
Departamento de Suprimentos (Almoxarifado)

0 projeto deve permitir a aplicação de um fluxograma ope-


racional técnico que ordena corretamente todas as atividades da
farmácia.
As paredes, pisos e forros devem ser de material liso e im-
permeável, para que permita a limpeza e sanitização fácil de sua
superfície.
Devem existir pontos de eletricidade de 110 e 220 V perfei-
tamente identificados e em quantidade suficiente, permitindo a
instalação adequada dos diversos equipamentos. São usadas toma-
das para plug de três pinos.
A iluminação e a ventilação deverão ser suficientes para
permitir a operação adequada e o conforto dos manipuladores.
A água de abastecimento da farmácia, deve ser tratada e

535
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

submetida a sistema de purificação, consistindo de filtração mecâ-


nica, desmineralização e/ou destilação.
Os sanitários devem possuir ralos de drenagem sifonados com
tampa, de modo a permitir a limpeza e sanitização das instalações.
As janelas e basculantes devem estar protegidos com tela t i -
po mosqueteiro para evitar a entrada de insetos e roedores.
Todas as áreas internas da farmácia devem estar em bom es-
tado de conservação, não apresentando rachaduras, pinturas man-
chadas, pisos e revestimentos rachados ou soltos, goteiras, infiltra-
ções de água, fiação elétrica exposta, etc. Surgindo qualquer destes
problemas, os mesmos são imediatamente reparados.

7. Memorial Técnico Descritivo

Memorial Técnico Descritivo para adequação de área fisica


de uma Farmácia de Manipulação, (inserir razão social, número de
Inscrição Estadual, número do CNPJ, endereço e nome de proprietá-
rios).

7 . 1 . Objetivo e Atividade do Estabelecimento


A (razão social da farmácia) tem por objetivo e atividade o
aviamento de receituário médico de medicamentos magistrais, ofi-
cinais, cosméticos e dispensação de alopáticos, fitoterápicos e cor-
relatos.

7.2. Relação dos Equipamentos, Vidrarias e outros materiais ne-


cessários nos laboratórios:

7 . 2 . 1 . Laboratório de Sólidos:
Balança Semi-analítica de Precisão: carga máxima 400 g
Redibilidade: em torno de 0,001 g
Estufa de secagem e esterilização com temômetro
Termohigrômetro
Placas encapsuladoras em PVC: tamanho variando da cápsula 4 a
000
Tamises de aço inox e base de inox
Grals de vidro e porcelana
Provetas de vidro graduadas
Espátulas de aço inox e polipropileno para pesagem

536
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Desumidificador de ar
Capela para exaustão de pó para balança
Capela para exaustão de pó para tamisação / trituração / encap-
sulação
Exaustor central para pó
Ar condicionado
Papeleira para toalha descartável
Lixeira com pedal
Seladora para plástico

7.2.2 - Laboratório de Semi-Sólidos e Liquidos:


Balança eletrônica de precisão: carga máxima 4.000g
Medidor de pH, temperatura e condutividade.

Deionizador de água
Destilador de água
Barrilete para armazenamento de água destilada
Filtro de água com carvão
Termohigrômetro
Agitador magnético com aquecimento
Agitador mecânico
Banho Maria
Fogão com duas bocas
Geladeira com termômetro de máxima e mínima
Termômetro de mercúrio
V i d r a r i a s d i v e r s a s (cálices, beckers, provetas, pipetas, bastões de vidro)
Tela de arame e amianto
Medidores em polipropileno (tipo proveta, becker)
Funil em vidro e polipropileno
Grals de porcelana, vidro e polipropileno
Panelas em aço inox
Exaustor centrat para pó
Ar condicionado
Papeleira para toalha descartável
Lixeira com pedal

7.2.3. Sala de Controle da Qualidade:


Balança Analítica de precisão:
Carga máxima 21 Og / Redibilidade: ± 0,0001 g
Capeia para exaustão de gases voláteis
Aparelho para determinação de ponto de fusão
Tubo capilar

537
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Bico de Bunsen
Picnômetro
Alcoômetro de Gay Lussac
Copo de Ford
Timer
Vidrarias diversas (tubos de ensaio, pipetas, provetas, erlenme-
yer, béqueres, cálices, funil, vidro relógio)
Pipetador especial (três vias)
Lava olhos de emergência
Papeleira para toalhas descartáveis
Lixeira com pedal

7.3. Sistemas de Ventilação adotados:


A sala de manipulação de Semi-Sólidos e Líquidos e a sala de
manipulação de Sólidos devem ter ar-condicionado e exaustor com
filtro de ar com fluxo positivo.
As demais dependências podem ter ventilação natural atra-
vés de janelas e basculantes.

7.4. Características Físicas do Imóvel

7.4.1. Localização:

7.4.2. Adequação:

A. Acesso ao interior do imóvel


Citar aqui como é o acesso ao interior do imóvel

B. Demolição e construção
Descrever como foi feito o projeto de construção ou reforma.

C. Revestimento interno
As paredes e tetos podem ser revestidos com argamassa de
cimento e areia, com pintura látex acrílico lavável e o teto com
pintura látex PVA, exceto as paredes do estoque, hall, banheiro e
vestiários que devem ser de azulejos até o teto.
As paredes das salas de manipulação devem ser azulejadas e
os tetos dos Laboratórios, banheiro, vestiário, copa podem ser de
pintura esmalte sintético semibrüho.

538
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7.4.3. Instalações hidráulicas, elétricas, sanitárias e telefônicas:


Devem ser executadas conforme normas das concessionárias
locais.

7.4.4. Esquadrias Externas:


As janelas e basculantes podem ser de ferro e vidro. As salas
de manipulação devem ter ar condicionado e as janelas devem ser
vedadas com vidro temperado. Os basculantes do banheiro, admi-
nistração, almoxarifado, laboratórios e refeitório devem possuir tela
tipo mosquiteiro.

7.4.5. Pisos:
As salas de manipulação, controle da qualidade, administra-
ção, hall devem possuir piso de uso intenso, em mantas com 3,5 mm
de espessura, com solda termoplástica nas emendas, possibilitando
a perfeita sanitização das áreas.

7.4.6. Relação das áreas úteis:


Descrever a área total das seguintes áreas:
Loja
Sala de manipulação de sólidos
Sala de manipulação de líquidos
Hall interno e paramentação
Laboratório de Controle de qualidade
Administração
Vestiário
Banheiro
Estoque
Refeitório
Varanda e DML
Circulação

539
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Divisão das Áreas Internas


Procedimento Operacional Padrão 03

540
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 03 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Divisão das Areas Internas

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas na divisão das áreas in-
ternas da farmácia.

2. Responsabilidades
Diretor Técnico
Diretor Administrativo

3. Departamentos envolvidos
Administrativo
Técnico

4.Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Portaria N° 1884/94 - Normas para projetos físicos de estabeleci-
mentos assistenciais de saúde - SVS/MS N° 674 De 31/12/97 (repu-
blicação)
Memorial Técnico Descritivo da farmácia
Manual de Recomendações para Aviamento de Formulações Magis-
trais - Boas Práticas de Manipulação - ANFARMAG - 1 a edição - 1997

541
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Não se aplica.

6. Procedimento
A farmácia de manipulação pode apresentar as seguintes di-
visões internas:

6.1. Setor de Atendimento aos Clientes:


É recomendável que a área de atendimento seja ampla o
suficiente para proporcionar conforto aos clientes. É recomendável
que tenha uma área agregada para o aconselhamento farmacêutico.

6.2. Sanitários:
Devem ser separados, entre masculino e feminino em núme-
ro suficiente para atender a todos os funcionários.

6.3. Vestiários:
Local apropriado para que os funcionários troquem de rou-
pa e sapatos, evitando assim introduzir contaminações nas áreas de
manipulação e para que também guardem os seus pertences em
armário com chave.

6.4. Refeitório:
Local apropriado para realização de lanches pelos funcioná-
rios, uma vez que é proibido fazer qualquer tipo de refeição nos
laboratórios.
Este local deve ser provido de pia, mesa e bancos/cadeiras.

6.5. Sala da Administração:


Local reservado a guarda de documentos, livros de notifica-
ção, registro de funcionários, fax, computador e impressora.
Aqui devem ser efetuadas as transações administrativas da
farmácia, bem como, compra de matérias primas, equipamentos
e/ou insumos; tratar assuntos referentes a contratação e demissão
de funcionários; enfim todos os assuntos de caráter administrativo-
financeiro da farmácia.

6.6. Departamento de Suprimentos:


0 Departamento de Suprimentos deve permite a estoca-
gem separada dos diferentes tipos de matérias-primas:
Alergênicas (AL),
Corrosivas (C),

542
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Forte odor (FO),


Fotossensíveis (FS), etc.
Higroscópicos (Hl),
Inflamáveis (F) ou facilmente inflamável (F+),
Irritante (Xi),
Termolábeis (TL)
Controladas pela Portaria 344 (P) (em armário fechado com cha-
ves)*,
As embalagens devem ser guardadas separadamente e devida-
mente identificadas.
* As chaves do armário de controlados devem ficar de posse do
farmacêutico responsável.

6.7. Área de quarentena:


0 Departamento de Suprimentos deve apresentar uma área
de quarentena (etiqueta amarela) para estocar matérias-primas e
materiais de embalagens durante todo o tempo da análise.
Deve existir também, uma área segregada para guarda de
matérias primas, materiais de embalagem e fórmulas manipuladas
não conforme (etiqueta amarela ou laranjaj; reprovados (etiqueta
vermelha) internamente ou devolvidos por clientes, aguardando
destruição ou reprocessamento.

6.8. Área de expedição dos produtos manipulados:


Armário para armazenagem dos produtos manipulados, a-
guardando a retirada pelos clientes. Este armário deverá ficar loca-
lizado no Setor de Atendimento aos clientes.
Os produtos manipulados cujos fármacos são controlados
pela Portaria 344 podem ser guardados neste mesmo armário, po-
rém em compartimento especial com chave e sob responsabilidade
do farmacêutico.

6.9. Laboratório para manipulação de produtos de uso externo


(Laboratório de Semi-sólidos e Líquidos):
Deve estar adequadamente equipado para atender todo o
tipo de manipulação de produtos de uso externo e fisicamente sepa-
rado e identificado (em bancadas diferentes) do laboratório de ma-
nipulação dos produtos de uso interno.
Equipamentos necessários:
Balança de precisão semi-analítica
Agitador elétrico com variador de velocidade
Banho-maria

543
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Fogão a gás ou chapa de aquecimento
Termômetros
pHmetro digital
Vidrarias e porcelanas
Termohigrômetro
Placa com agitador magnético e aquecimento
Sistema de purificação de água
Filtro
Destilador
Deionizador ou Osmose Reversa

6.10. Laboratório para manipulação de produtos de uso interno


(Laboratório de Sólidos e Laboratório de Semi-Sólidos e Liquidos)
Deve estar adequadamente equipado para atender todo o
tipo de manipulação de produtos de uso interno.
Deve possuir controle de temperatura e umidade ambiente.
Os resultados deverão ser registrados em ficha apropriada.
Equipamentos necessários:
Balança de precisão semi-analítica
Estufa de secagem
Encapsulador manual
Tamis
Grals e pistilos de porcelana e vidro
Vidrarias
Desumidificador
Termohigrômetro.

6.11. Laboratório de Controle da Qualidade de matérias-primas,


embalagens, controle em processo e produtos acabados:
Equipamentos necessários:
Balança analítica: precisão de 0,0001 g
pHmetro digital
Copo de Ford com diferentes tamanhos de orifícios (para medida
da viscosidade)
Aparelho para determinar o ponto de fusão
Picnômetro
Picnômetro metálico (para determinação da densidade de líqui-
dos viscosos. Ex.: xampus)
Béqueres
Erlenmyers
Tubos de ensaio
Tubos Capilares (sem heparina) para determinação do ponto de
544
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
fusão
Dessecador
Provetas
Termômetros
Chuveiro lava-olhos
Balões
Buretas

É recomendável que o laboratório possua farmacopéias e ou-


tras literaturas para consulta das monografias das matérias-primas.
Farmacopéia Brasileira
British Pharmacopoeia
The Merck Index
Farmacopeia Portuguesa
Monografias Farmacêuticas - Colegio Oficial de Farmacêuticos De
La Provincia de Alicante
MARTINDALE - The Complete Drug Reference, 32th Edition. Lon-
don: Pharmaceutical Press, 1999
USP-NF - United States Phamacopoea - National Formulary
Mosby's GenRx - Eleventh edition - 2001-10-04
Physicians' Desk Reference - 55 edition - 2001
MORITA, Tokio, ASSUMPÇÃO, Rosely M. V. - Manual de Soluções,
reagentes e solventes - 1972 - Editora Edgard Blücher Ltda - 1 1 a
reimpressão - 2001

6.11. Departamento de limpeza e sanitização de materiais utili-


zados nas diferentes áreas da farmácia:
O local deve ser provido de tanque, prateleiras para arma-
zenamento de material de limpeza, vassouras, rodos, panos de chão
e diversas soluções para limpeza e sanitização.
As embalagens e complementos devem ser lavadas e desin-
fectadas nos laboratórios de uso e, guardadas em local separado,
devidamente identificado.

6.13. Chuveiro Lava-olhos:


Para utilização em caso de contato com substâncias agressi-
vas.
Pode ser instalado ou ficar guardado no Laboratório de Con-
trole da Qualidade.
A solução utilizada poderá ser o soro fisiológico.

545
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.14. Extintor de incêndio:


Deve estar em local de fácil acesso. A carga é inspecionada
a cada 12 meses. Os funcionários devem ser treinados para usar o
extintor caso necessário.

6.15. Quadro de avisos:


Devem ser afixados em local visível ao público e à disposi-
ção das autoridades sanitárias, os seguintes documentos:
Nome do estabelecimento, endereço, telefone e registro de CRF
Licença de funcionamento junto à Vigilância Sanitária Estadual
Autorização especial de aviamento de substâncias da Portaria 344
Termo de Responsabilidade
Certificado de vistoria do CRF
Taxas da Prefeitura
Alvará de funcionamento municipal
Deve ser afixada, ao lado do caixa, uma placa orientativa para os
clientes conforme exigência legal e um aviso dando prioridade de
atendimento à idosos, gestantes e deficientes físicos.

546
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Sistema de Controle
de Pragas Urbanas

Procedimento Operacional Padrão 04

547
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 04 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Sistema de Controle de Pragas Urbanas

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas para efetuar o controle
de pragas urbanas que possam atingir a farmácia (aves, insetos,
roedores e aracnídeos).
É aconselhável a contratação dos serviços de firma especiali-
zada em controle de pragas urbanas.

2. Responsabilidades
Diretor Técnico
Diretor Administrativo
Todos os funcionários

3. Departamentos envolvidos
Laboratórios
Departamento de Suprimentos
Setor de atendimento ao cliente
Sanitários/Vestiário
Refeitório
Sala de Administração
Áreas de imediações da farmácia

548
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Literatura técnica dos ativos sanitizantes da Firma Prestadora de
Serviço de desratização e desinsetização.

5. Material Necessário
Tela metálica ou plástica
Inseticidas aprovados pela autoridade sanitária
Iscas raticidas aprovadas pela autoridade sanitária
Literatura técnica dos ativos utilizados na desinsetização e desrati-
zação
6. Procedimento
Entende-se por CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS o sistema
de controle de diferentes espécies de pragas onde se combinam,
racional e harmonicamente, um conjunto de táticas e procedimen-
tos técnicos: inspeção, monitoramento, educação em saúde e ambi-
ental, boas práticas de saneamento, boas práticas de fabricação e
serviços, boas práticas de armazenamento, manejo adequado de
resíduos (lixo), manutenção das instalações físicas, prediais e equi-
pamentos, controles alternativos (físicos, mecânicos e biológicos),
controle químico realizado de forma racional, planejado, seletivo e
justificado objetivando diminuir a exposição de forma a evitar pre-
juízos econômicos, impactos ambientais indesejáveis e danos à saú-
de individual ou coletiva.

6.1. Inspeção / Diagnóstico:


O diagnóstico de situação se caracteriza pela inspeção minu-
ciosa do ambiente alvo com o objetivo de obter completo conheci-
mento do problema para que, a partir das informações levantadas,
se estabeleça o planejamento e estratégia de controle. Elementos
importantes:
Identificação do ambiente atvo
Identificação das espécies de pragas e sua distribuição no ambi-
ente
Identificação da extensão do problema
Identificação das áreas críticas, semi-críticas e não-críticas
Identificação das dificuldades de operacionalização das interven-
ções de controle

549
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
6.2. Controle não químico:
Este componente objetiva a modificação de condições
ambientais que contribuem para uma existência de uma
determinada praga no ambiente através de uma estratégia que
envolve os seguintes elementos básicos:
Controle mecânico: através de "barreiras de exclusão", armadi-
Ihas, aspiração, etc
Controle fisico: táticas que envolvem fatores como luz,
temperatura, nível de gases, etc
Boas práticas de saneamento
Manejo adequado do lixo
Manutenção de instalações físicas, prediais e equipamentos

6.3. Controle químico


A operacionalização do tratamento de ambientes, com de-
fensivos químicos, deve ser realizada de forma racional, planejada,
seletiva e justificada objetivando diminuir a exposição, de forma a
evitar prejuízos econômicos, impactos ambientais indesejáveis e
danos à saúde. Elementos básicos:
Seleção adequada do ingrediente ativo
Seleção adequada da formulação
Seleção adequada das tecnologias de aplicação

0 controle químico é apenas, um dos componentes do progra-


ma de controle e realizado nos casos de comprovada necessidade
técnica.

Grupos químicos disponiveis para controle de pragas urbanas


Autorizados pelo Ministério da Saúde
Tipos de Pra gas Grupo químico
Insetos Organofosforados
Aracnídeos Carbamatos
Chilópodas Piretróides sintéticos
Amidinohidrazina
Fenilpirazol
Roedores Anti-coagulantes
Warfarínicos derivados da hidroxicumarina

6.4. Educação em saúde e ambiental (controle cultural):


Implica na aplicação de conhecimentos sobre os temas abor-
dados pelo programa proporcionando aos clientes e pessoas envolvi-
550
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

das no processo novas idéias, informações e experiências.

6.4.1. Monitoramento:
É um processo contínuo e dinâmico de acompanhamento e
avaliação do programa de controle que permite mensurar a exce-
lência dos meios utilizados na estratégia de controle e oferece os
subsídios para o aperfeiçoamento e redimensionamento dos Proce-
dimentos Técnicos e Administrativos integrantes do Projeto.
Todos os funcionários estão orientados para comunicar ao
farmacêutico responsável ou ao Diretor Administrativo qualquer
sinal que indique a presença de insetos e roedores nas instalações
da farmácia.
Normalmente estes sinais são fezes, materiais roídos, par-
tes de insetos, chegando até a constatação visual do próprio animal.
Constatada a presença das pragas, contactar com a empresa
conveniada especializada em desinsetização, descupinização e des-
ratização, para analisar o problema e propor as medidas cabíveis.
A empresa contratada apresenta literatura técnica dos ati-
vos a utilizados nos trabalhos. Estes ativos estão aprovados pelas
autoridades sanitárias.
0 farmacêutico responsável de posse das informações forne-
cidas pela empresa prestadora de serviços, informa a todos os fun-
cionários, destacadamente ao pessoal do Departamento de Limpeza
e Sanitização para não remover iscas ou outros materiais deposita-
dos nos locais tratados.
Preferencialmente executar os serviços no final de semana,
de modo a permitir maior ação dos produtos.
Repetir periodicamente a aplicação conforme orientação da
empresa especializada.
Efetuar o controle de aves eliminando ninhos e fechando
eventuais aberturas nos telhados e forros.
Relatar as operações efetuadas.

551
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Responsabilidades e
Atribuições

Procedimento Operacional Padrão 05

552
Capitulo 14- Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 05 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

Título: Responsabilidades e Atribuições

1. Objetivo
Definir o organograma, as responsabilidades e atribuições na
farmácia. As atribuições e responsabilidades individuais devem estar
formalmente descritas e perfeitamente compreendidas pelos envol-
vidos que devem possuir autoridade suficiente para desempenhá-
las.

2. Responsabilidades
Diretor Técnico
Diretor Administrativo

3. Departamentos envolvidos
Todos os Departamentos da farmácia.

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001

5. Material Necessário
Não se aplica.

553
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento
Todos os funcionários, independente de sua atividade têm
suas responsabilidades e atribuições descritas e compreendidas.

6.1. Diretor Técnico (Farmacêutico Responsável)

Responsabilidades:

Conhecer, interpretar, cumprir e estabelecer condições para


cumprimento da legislação em vigor
Especificar, selecionar, inspecionar, armazenar, criteriosamente,
as matérias-primas e materiais de embalagem
Estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição
Avaliar a prescrição quanto à concentração e compatibüidade fí-
sico-química dos componentes, dose e via de administração
Assegurar condições adequadas de manipulação, conservação,
transporte, dispensação e avaliação final, da preparação magistral
e/ou oficinal
Atender aos requisitos técnicos da manipulação das preparações
magistrais e/ou oficinais
Manter em arquivo, informatizado ou não, de toda a documenta-
ção correspondente à preparação
Determinar o prazo de validade para cada produto manipulado,
Assegurar que os rótulos apresentem, de maneira clara e precisa,
todas as informações exigidas na legislação em vigor
Participar de estudos para o desenvolvimento de novas prepara-
ções,
Desenvolver estudos de farmacovigilância
Informar à autoridade sanitária a ocorrência de reações adversas
e/ou interações medicamentosas, não previstas
Organizar e operacionalizar as áreas e atividades da farmácia
Participaf, promover e registrar as atividades de treinamento o-
peracional e de educação continuada, garantindo a atualização dos
seus colaboradores, bem como de todos os profissionais envolvidos
na manipulação
Manter atualizada a escrituração, podendo ser informatizada
Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimen-
tos relativos aos aspectos operacionais da manipulação de produtos
magistrais e oficinais
Supervisionar e promover auto-inspeção
Guardar as substâncias sujeitas a controte especial e medicamen-
tos que as contenham de acordo com a legislação em vigor

554
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Prestar assistência farmacêutica necessária aos pacientes, obje-


tivando o uso racional e seguro dos medicamentos.

6.2. Diretor Administrativo:

Responsabilidades:

Prever e prover os recursos financeiros, humanos e materiais ne-


cessários ao funcionamento do estabelecimento
Estar comprometido com as atividades das Boas Práticas de Ma-
nipulação, melhoria contínua e garantia da qualidade
Assegurar condições para o cumprimento das atribuições gerais
de todos os envolvidos, visando prioritariamente a qualidade, eficá-
cia e segurança do produto manipulado
Favorecer e incentivar programas de educação continuada para
todos os envolvidos nas atividades realizadas na farmácia
Gerenciar aspectos técnico-administrativos das atividades de
manipulação
Zelar pelo cumprimento das diretrizes de qualidade definidas pe-
la farmácia
Assegurar a atualização dos conhecimentos técnicos-científicos
relacionados com a manipulação e sua aplicação
Garantir a qualidade dos procedimentos de manipulação
Qualificar fabricantes/fornecedores e assegurar que a entrega
dos produtos seja acompanhada de certificado de análise emitido
pelo fabricante/fornecedor
Compras de materiais produtivos e não produtivos: matérias-
primas, embalagens e complementos, insumos farmacêuticos, mate-
riais de escritório, materiais de limpeza e materiais de informática
Cotação de preços e condições de pagamento e frete
Pesquisa de novos fornecedores
Transmitir informações quanto a qualquer contratempo com os
materiais produtivos ou não produtivos
Participação no processo de qualificação de novos fomecedores.
0 farmacêutico pode opinar sobre compras e a contrata-
ção/demissão de funcionários.
Na área técnica é de responsabilidade exclusiva da Diretoria
Técnica a contratação/demissão de funcionários.

555
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.3. Almoxarife:

Responsabilidades:
Receber as matérias-primas, embalagens e acessórios
Conferir e estocar as matérias-primas e embalagens
Entregar os materiais requisitados
Controlar os estoques mínimos através de arquivo informatizado
Solicitar os pedidos de compras ao setor de compras através de
formulário próprio
Aplicar os procedimentos da qualidade no almoxarifado

6.4. Analista do Controle de Qualidade:

Responsabilidades:
Amostrar as matérias-primas, bases galênicas e excipientes
Análisar e aprovar as matérias-primas, embalagens, bases galêni-
cas, excipientes e produtos acabados para revenda no balcão.
Confeccionar laudos de análise
Enviar amostras para análise físico-química ou microbiológica no
laboratório de Controle da Qualidade conveniado.
Enviar e acompanhar o controle microbiológico terceirizado
(quando for o caso).

6.5. Recepcionista:

Responsabilidades:
Atender o cliente no balcão.
Atender o cliente pelo telefone.
Executar o orçamento em sistema informatizado.
Marcar o horário de entrega da fórmula baseado na Planilha de
Marcação de Fórmulas
Executar a confecção do rótulo, ordem de manipulação e requisi-
ção do cliente
Entregar as requisições ao cliente informando o horário de entre-
ga e preço da receita
Encaminhar a receita ao farmacêutico com os devidos rótulos e
ordem de manipulação, informando o horário de entrega da(s)
fórmula(s)
Conferir o produto antes da entrega ao cliente
Quando necessário solicitar a presença do farmacêutico.

556
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.6. Manipulador (Técnico):

Responsabilidades:
Conferir os dados da receita com a ordem de maniputação emiti-
da pela recepcionista
Manipular as fórmulas
Estocar e controlar os estoque de bases galênicas e excipientes
nos Laboratórios
Manter a higiene do laboratório e da qualidade dos produtos ma-
nipulados

6.7. Funcionário para limpeza e sanitização das áreas internas e


externas da farmácia:

Responsabilidade:
Higiene e sanitização de todas as áreas da farmácia (internas e
externas)
Recolhimento e disposição do lixo
Controlar o estoque do material de limpeza e solicitando a com-
pra quando necessário.

6.8. Visitador médico/Propagandista:

Responsabilidade:
Divulgar a farmácia junto aos profissionais médicos, odontologis-
tas e veterinários.
Levar aos especialistas as literaturas informativas da farmácia,
artigos técnicos; trazerem sugestões, reclamações ou dúvidas destes
profissionais.

557
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Treinamento de
Funcionários

Procedimento Operacional Padrão 06

558
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 06 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Treinamento de Funcionários

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas no Treinamento de Funcio-
nários envolvidos em todas as atividades da farmácia.

2. Responsabilidades
Farmacêutico Responsável
Todos os funcionários

3. Departamentos envolvidos
Técnico
Administrativo

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
POPs referentes aos treinamentos

5. Material Necessário
Quadro branco, flip chart ou data show
Local para treinamento com mesas e assentos
Manual de Boas Práticas
POPs referentes ao assunto do treinamento

559
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento
Todos os funcionários, independente de sua função, antes de
iniciarem suas atividades deve ser adequadamente treinados para
garantir um alto nível de qualidade nos procedimentos da farmácia.
0 treinamento deve ser aplicado por área de atividade do
pessoal envolvido, a saber:

6.1. Recepcionista:

Seu treinamento abrange:


Necessidade de cuidar da higiene pessoal e aparência: cabelos e
unhas bem cuidados, uso de maquiagem adequada (sem exageros).
Necessidade de utilização do uniforme da farmácia sempre limpo
e passado e o crachá de identificação
Necessidade de cuidar das instalações, mantendo a loja, prate-
leiras e produtos sempre limpos e organizados
Formas e maneiras de lidar com o cliente em todas as situações
possíveis
Leitura correta da receita
Execução do cálculo de preços para o orçamento e impressão de
rótulos e etiquetas
Execução da requisição do cliente informando preço e horário de
entrega
Gerenciar a quantidade de manipulações do dia de acordo com a
planilha de marcação de fórmulas, para fornecer prazos de entrega
corretos para o cliente
Mecanismos de checagem para impedir erros no encaminhamento
da receita
Atendimento na entrega do medicamento ou cosmético, com ori-
entações sobre o uso correto dos mesmos, conservação adequada,
prazo de validade, retorno ao médico, etc.
Estímulo para relatar erros não intencionais cometidos em qual-
quer etapa da manipulação ou propor correções.

6.2. Manipuladores:

Seu treinamento abrange:


Necessidade de cuidar da higiene pessoal e aparência: cabelos e
unhas bem cuidados, não utilizar maquiagem e acessórios
Necessidade de utilização do uniforme da farmácia e todos os
EPIs e EPPs (equipamentos de proteção individual/produtos) sempre

560
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

limpo e crachá de identificação


Necessidade de cuidar da higiene das instalações, para evitar
contaminação cruzada e microbiana
Forma correta de manipular os diferentes tipos de veículos, exci-
pientes e princípios ativos.
Escolha dos equipamentos e utensílios adequados a cada tipo de
manipulação, levando em conta tanto os aspectos qualitativos,
quanto os quantitativos
Executar a checagem das informações vindas do setor de atendi-
mento ao cliente
Visão administrativa mínima, para que não falte insumos (bases,
ativos, embalagens, rótulos, etc)
Estímulo para relatar erros não intencionais cometidos em qual-
quer etapa da manipulação ou propor correções

6.3. Pessoal do Departamento de Limpeza e Sanitização:

Seu treinamento abrange:


Necessidade de cuidar da higiene pessoal e aparência: cabelos e
unhas cuidadas.
Necessidade de utilização do uniforme da farmácia sempre limpo
e passado e crachá de identificação
Importância de executar bem suas funções para o conjunto do
programa de qualidade da farmácia
Para conhecer as diversas soluções e produtos utilizados na lim-
peza e sanitização das dependências da farmácia
Estímulo para relatar erros não intencionais cometidos em qual-
quer etapa da manipulação ou propor correções.

6 . 4 . Visitador médico (Farmacêutico responsável):

Seu treinamento abrange:


Necessidade de cuidar da higiene pessoal, aparência e vestuário
A política de relacionamento profissional, farmácia x médico
A política de qualidade da farmácia para pacientes e médicos
Conhecimento satisfatório dos ativos e veículos utilizados na
farmácia
Relatar problemas ocorridos entre o profissional, o visitador, o
paciente e a farmácia
Estímulo para relatar erros nâo intencionais cometidos em qual-
quer etapa da manipulação ou propor correções.

561
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.5. Almoxarife:

Seu treinamento abrange:


Necessidade de cuidar da higiene pessoal e aparència: cabelos e
unhas bem cuidadas não utilizar maquiagem nem acessórios
Necessidade de utilização do uniforme da farmácia e todos os
EPIs e EPPs (equipamentos de proteção individual/produtos) sempre
limpo e com crachás de identificação.
Manter todos os produtos devidamente identificados.
0 fracionamento das matérias-primas deverá ser f e i t o nos Labo-
ratórios.
0 fracionamento de embalgens deverá ser feito no almoxarifado.
Relatar qualquer anormalidade notada na hora da recepção dos
insumos.
Importância de praticar o FIFO ("First in, First o u t " - o primeiro
que entra é o primeiro que sai) estabelecido nas normas de recebi-
mento de insumos.
Observar nomes de produtos homônimos.
Manter o almoxarifado sempre limpo e organizado.
Utilizar as etiquetas de identificação: quarentena, aprovado, re-
provado, não conforme.
Elaborar listas de compras de acordo com o estoque mínimo em
arquivo informatizado e encaminhar para a cotação e compras.
Observar as condições das embalagens, caso necessário trocar, a
fim de preservar melhor o produto.
Observar a classificação das matérias-primas e colocá-las nos de-
vidos lugares identificados.
Estímulo para relatar erros não intencionais cometidos em qual-
quer etapa da manipulação ou propor correções.

6.6. Farmacêutico:

Seu treinamento abrange:


Sobre mecanismos de auditar constantemente todas as atividades
executadas por pessoas de outras áreas.
Desenvolver espírito de liderança e espirito inovador para promo-
ver as mudanças necessárias para melhoria da qualidade na farmá-
cia.

562
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.7. Proprietários:

Seu treinamento abrange:


Sobre a necessidade de desenvolver um espírito empreendedor
para envolver todos os funcionários da farmácia no objetivo de al-
cançar a qualidade máxima dos serviços prestados aos clientes e aos
profissionais.
Todo o treinamento fornecido aos funcionários deve ser registra-
do e mantido em arquivo.
0 treinamento é continuado, obedecendo a um cronograma de
treinamentos auditando a necessidade de periodicidade dos mes-
mos.

Cronograma Anual de Treinamento e Reciclagem


Departamentos Datas
Técnico
Comercial
Suprimentos
Limpeza e Sanitização
Reciclagem
Técnico
Comercial
Suprimentos
Limpeza e Sanitização

Todo treinamento e reciclagem são elaborados e ministrados


pelo farmacêutico responsável. Ele pode ser expositivo e também
prático, quando for o caso.

563
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Fluxograma Operacional

Procedimento Operacional Padrão 07

564
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 07 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Fluxograma Operacional

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para o bom atendimento ao
cliente no balcão da farmácia e pelo telefone; recebimento, cálculo
e confecção da requisição e do(s) rótulo(s) até o encaminhamento
para o farmacêutico. Define também normas para entrega do produ-
to ao cliente.

2. Responsabilidades
Atendente do balcão (Recepcionista)
Diretor administrativo
Farmacêutico Responsável

3. Departamento envolvido
Administrativo
Comercial

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição 1997
Resolução 347/2001 - CFF

565
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Sistema de software para farmácia de manipulação com toda a es-
trutura de movimentação da farmácia, inclusive cálcuto
Rótulos diversos e Tarjas
Formulários contínuos
Talão de requisição
Ordem de Manipulação
Formulário De Auto Medicação Responsável
Sacolas plásticas

6. Procedimento
Exemplificaremos aqui a rotina de funcionamento de uma
farmácia de manipulação, o que como exemplo direto pode ser a-
daptado a cada caso específico.

Fluxograma Operacional

Reoetta (uieme) " ^ V V W

Encomenda
(Aprovacao ck> Orçamento)

Dtsttador
(Dfffttaç&odo Rótuloe
Ordem d * Mantpulacao)

Laboratórto Farmacautlco
Solldos (Conferêncta Prévtn da Recetta)

Looorotórto
PesaBem Uqutdos e Seml-sólldos

H c ^ o ^ ^ o n ^ o

BIOPÉUI>ÇBB conferéncia - CQ RMpelo

CUmta

A figura apresenta uma proposta de fluxograma operacional ade-


quado à farmácia magistral.

566
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.1. Descrição do Fluxograma

6.1.1. Recebimento da Receita


0 cliente/paciente, virá até a empresa trazendo o receituá-
rio médico, onde constará a fórmula a ser manipulada, será atendi-
do por uma recepcionista e será orientado pela mesma para aguar-
dar na sala de recepção enquanto será efetuado o orçamento. A
recepcionista deverá checar se a prescrição está sem rasuras na
data, dosagem ou substâncias.

6.1.2. Orçamento / Cálculo do preço


Será efetuado o cálculo do preço da fórmula pelo digitador e
repassado à recepcionista e desta ao cliente para a sua aprovação.

6.1.3. Encomenda da fórmula


Uma vez que o cliente/paciente concorde com o orçamento e
autorize o aviamento da receita, a recepcionista deverá solicitar ao
cliente um sinal pagamento antecipado, deverá então preencher a
requisição em duas vias, onde consta:
Nome do cliente
Nome do médico
Data da encomenda
Nome da recepcionista atendente
Data e horário para a retirada
Número de fórmulas por receita
Valor do sinal ou pagamento total a ser efetuado no caixa.
Valor total das fórmulas.
Feito isto a primeira via da requisição será entregue ao paci-
ente o qual deverá ser orientado para se dirigir ao caixa para efetu-
ar o pagamento do sinal ou do vator total da fórmula. A segunda via
da requisição deverá ser afixada à receita a qual deverá ser enca-
minhada à digitação.
As requisições cujos orçamentos não forem aprovados deverão
ficar retidas na farmácia e enviadas à digitação para que sejam ex-
cluídas do arquivo de dados.

6.1.4. Confecção de Rótulos e Registro das Manipulações


Será providenciado pelo digitador o rótulo que constará as
seguintes informações:
Nome do cliente/paciente.
Número da requisição.
Composição (fórmula) discriminada do produto.

567
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Modo de usar.
Informação se o produto é de uso interno ou uso externo.
Nome do médico.
Data de fabricação.
Data de validade (conforme o Procedimento para Determinação
do Prazo de Validade).
Advertências e orientações especiais se necessário.
=> A receita digitada deverá ficar gravada eletronicamente no
software para a impressõo do livro de registro de receituário çeral,
devidamente autorizado e liberado pela SVS (Serviço de Vigilância
Sanitária) competente, devendo ficar gravado o nome do paciente,
fórmula discriminada do produto, nome do médico.
Feito isto, a receita deverá ser encaminhada para o visto do
farmacêutico responsável.

6.1.5.Conferência Prévia e Autorização para Manipulação (visto


do farmacêutico)
Neste momento o farmacêutico analisa a prescrição, obser-
vando se a mesma encontra-se dentro dos parâmetros normais (do-
sagem, interação farmacológica, interação farmacotécnica, confor-
midade com a legislação sanitária, e t c ) , caso haja alguma objeção
para o aviamento da receita, o farmacêutico deverá entrar em con-
tato com o profissional prescritor relatando a situação e sugerindo
as mudanças, sempre com humildade e embasamento científico.
Para a liberação da receita para o aviamento o farmacêutico deverá
carimbar visto na prescrição e rubricá-la.
Em situações em que for solicitada mudança na prescrição
com autorização do prescritor, o farmacêutico deverá carimbar na
receita o texto para alteração da receita (carimbo especialmente
confeccionado para uso nestas situações).

Sugestão de texto para alteração da receita

(cidade) / /
Conforme contato com o (a) Dr(a)
Foi solicitado a substituição do ítem
da formulação contida nesta receita,
por
Sendo por este motivo a fórmula alterada legalmente, conforme a
orientação do médico prescritor.
Farmacêutico responsável:
FARMÁCIA DE MANiPULAÇÃO LTDA.
568
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.1.6. Manipulação de Fórmulas


Após a conferência da receita pelo farmacêutico, confecção
dos rótulos e registros, a receita segue para os laboratórios para a
manipulação das fórmulas propriamente dita. Os laboratórios para
os quais as fórmulas serão enviadas podem ser dois:
Laboratório de sólidos (cápsulas, pós, comprimidos, envelopes
e pastilhas sublinguais).
Laboratório de líquidos e semi-sólidos (soluções, suspensões,
emulsões, pastas, pomadas e florais)
Laboratório de Estéreis colírios e pomadas oftálmicas (área
limpa com fluxo laminar)
Antes do envio ao laboratório as receitas devem ser separa-
das de acordo com as formas farmacêuticas que ela contêm, para
que seja enviada ao laboratório correto.
Em caso de receitas que contenham fórmulas de formas far-
macêuticas diferentes (por exemplo cápsula e creme) deverá ser
efetuada uma cópia, para um laboratório vai a original e para o ou-
tro vai a cópia.

6.1.7. Conferência das Formulações - Controle da Qualidade do


Produto Final
Após a manipulação todas as fórmulas deverão ser inspecio-
nadas segundo os seguintes critérios:

Produtos líquidos e semi-sólidos:


- peso ou volume final
- aparência: cor, odor, textura, homogeneidade.
- viscosidade
-pH
- estabilidade (soluções, suspensões e emulsões)
- conferência da receita em relação à requisição
- conferência do rótulo em relação à receita, observando o correto
nome do paciente, fórmula, uso (externo ou interno), nome do
prescritor, data, validade, modo de usar, assinatura do manipulador
no rótulo de controle de processo.
- conferência da limpeza e da adequação das embalagens.
- observar se o produto é com ou sem essência ou flavorizante, con-
forme a solicitação do prescritor.
- pesquisar impurezas no produto, presença de contaminantes, si-
nais de instabilidade ou de falta de homogeneidade na formulação,
refutando o produto que encontrar nestas condições.
- verificar a vedação do frasco, limpeza da borda do frasco ou pote.

569
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

- verificar a necessidade de rótulos de advertência especiais ou de


precauções de uso como "Agite antes de usar", "Conserve em gela-
deira", "Uso Veterinário", etc.
- verificar rótulo de validade, assinatura do manipulador no rótulo
de controle de processo.
- conferir alguma anotação específica na receita (cor do creme,
aroma, essência, etc) se está em conformidade com a solicitação da
receita.
- registrar em formulário apropriado as receitas conferidas (data,
quantidade de fórmulas, número da requisição, nome do cliente e
horário).
As fórmulas devidamente conferidas e registradas deverão
ser enviadas às prateleiras à disposição do cliente.
Formulações que necessitam conservação sob refrigeração
deverão ser mantidas em refrigerador (uso exclusivo para t a l fim),
até que o cliente procure-as.

Produtos sólidos:
-conferir requisição em relação à receita.
-conferir rótulo em relação à receita: nome do cliente, fórmula, uso
externo/interno, etc.
-conferir quantidade de cápsulas, envelopes, etc.
-conferir aparência e integridade das cápsulas (impurezas, amole-
cimento, quebra, pintas e manchas).
-conferir fechamento das cápsulas.
-conferir número (tamanho) das cápsulas em relação à quantidade
de medicamento.
-conferir rótulos indicativos de fracionamento, o número de cápsu-
las (quando for o caso).
-conferir rótulos de portarias especiais.
-reter receita carbonada ou azul, enviando-as no final do dia para o
setor de digitação.
-avaliar por amostragem um número demonstrativo de fórmulas por
dia de encapsuladores diferentes, escolhidas aleatoriamente, o peso
médio das cápsulas (avaliação de homogeneidade de enchimento),
enviar as fórmulas para o laboratório de controle de qualidade para
a realização do teste, os resultados deverão ser arquivados em pas-
ta própria.
-colar rótulos de portarias e advertências no pote.
-conferir cor das cápsulas (branca, transparente, cores diferentes)
observar solicitação especial de cápsulas brancas.

570
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

-adicionar algodão, cápsulas ou sachês de sílica gel (potes maiores


adicionar cápsulas de silica), fechar o pote, dar o visto na etiqueta
e selar com plástico.
-conferir assinaturas do manipulador e encapsulador e dar rubrica
na etiqueta de processo.
-registrar em caderno apropriado a receita aviada (número da requi-
sição, número de fórmulas, nome do cliente, data e horário).
-As fórmulas prontas e conferidas deverão ser encaminhadas para as
prateleiras da loja para ficarem à disposição do cliente pelo menos
30 minutos antes do horário agendado para a entrega da mesma.

6.1.8. Entrega da Fórmula ao cliente


As fórmulas serão entregues pelas recepcionistas aos clien-
tes, devidamente embaladas, após prévia conferência, mediante a
apresentação pelo mesmo da requisição, certificando-se do paga-
mento da mesma.
A recepcionista deve verificar com atenção a requisição e a
receita que está sendo entregue.
Antes da entrega devemos esclarecer o cliente sobre:
Modo de usar
Motivo do fracionamento de cápsulas, caso venha a ocorrer.
Observações importantes para a conservação e armazenamento
do medicamento (exemplo: guardar em local fresco e seco, manu-
sear o medicamento sempre com as mãos limpas e "bem secas",
fechar bem a embalagem após o uso, deixar longe do alcance de
crianças, usar a pazinha para cremes, uso de aplicadores vaginal,
não ingerir a cápsula ou sache contendo dessecante, etc).
Após ter cumprido as etapas acima, embalar o medicamento de-
vidamente.

6.2. Rotinas Alternativas

6 . 2 . 1 . Procedimento para encomendas sem a prescrição médica


Os produtos oficinais ou cosméticos podem ser vendidos dire-
tamente ao consumidor. Entretanto é necessário o supervisionamen-
to e a autorização direta do farmacêutico. A intervenção do farma-
cêutico e sua autorização ou não do pedido, é amparada por especi-
ficações legais definidas pelos órgãos fiscalizadores competentes,
além de não ferir a conduta ética da profissão.
0 cliente é informado sobre todas as especialidades de seu
caso e, aprovado o contrato (compra e venda), o pedido é anotado

571
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
em Formulário específico: Formulário de Auto Medicação Responsá-
vel e é encaminhado seguindo as rotinas normais.
Na Resolução 357, do Conselho Federal de Farmácia, na Se-
ção VI - Dos medicamentos não prescritos - Artigos 55, 56, 57 e 58 -
estão descritos todos os procedimentos legais cabíveis ao farmacêu-
tico responsável sobre a automedicação responsável.

6.2.2. Procedimento para encomendas por telefone


A recepcionista ou o atendente ao telefone pede ao cliente
para se identificar, anotando no Formulário de Auto Medicação Res-
ponsável.
Perguntar ao cliente se o mesmo possui receita. Em caso de
repetição, indagar se tal fato foi solicitado pelo médico e, repetir
somente a receita que contiver orientação de uso continuado.
Se alguma das respostas às perguntas acima for negativa o
prosseguimento do orçamento só pode ser realizado após autoriza-
ção do farmacêutico. Perguntar ao cliente da possibilidade do mes-
mo enviar a receita via fax para o orçamento e posterior encomen-
da.
Não sendo possível o envio pelo fax, solicitar ao cliente tra-
zer a receita à farmácia no ato da entrega, para conferência.
Depois de acertado o procedimento, calcular e informar ao
cliente o valor. Se aprovado, emitir a requisição, encaminhar o
Formulário de Auto Medicação Responsável para a confecção do
rótulo e da ordem de manipulação. Havendo alguma dúvida em re-
lação à transcrição da receita, o farmacêutico deve contactar com o
cliente via telefone para os esclarecimentos devidos. Caso não haja
dúvida a receita deve seguir os mesmos passos das demais.

6.3. Rotinas Corretivas

6.3.1. Procedimento para Fórmula não retirada


É sugerido o prazo máximo de 15 dias a contar da data de
encomenda para retirar o medicamento, tal procedimento deverá
ser comunicado ao mesmo, no ato da encomenda do medicamento.
Uma semana após o prazo de retirada do medicamento, o ge-
rente administrativo (ou outro empregado designado) deverá entrar
em contato com o cliente para estimular a retirada.
Após ter cumprido os procedimentos acima sem êxito, a re-
quisição deverá ser cancelada e o medicamento entregue ao labora-

572
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

tório para análise e verificação de possível reaproveitamento. Caso


não seja possível o reaproveitamento, o medicamento deverá ser
descartado em lixo próprio para coleta seletiva.

6.4. Rotinas Preventivas

6 . 4 . 1 . Prevenção de Entregas Equivocadas de Fórmulas


Esta situação ocorre quando o balconista inadvertidamente
entrega o medicamento de uma determinada pessoa para uma outra
e, esta distraidamente o leva para casa, utilizando-o erroneamente.
A entrega equivocada de uma fórmula ao cliente é uma situ-
ação de alto risco para saúde do mesmo e prejudicial à imagem da
empresa, devendo ser evitada a todo custo, adotando todas as me-
didas preventivas possíveis.

6.4.2. Correção (medidas corretivas):


Quando o problema for detectado o farmacêutico responsável
e o gerente devem ser informados imediatamente.
0 farmacêutico deve atender o cliente tranqüilizando-o e
tomar as ações corretivas para o problema, providenciando imedia-
tamente a troca do medicamento e verificar se a fórmula correta
também não foi entregue equivocadamente a outro cliente. Deve
ser feito o rastreamento através do número do pedido.
0 farmacêutico deve solicitar ao gerente da loja a entrega a
domicüio da formulação correta, juntamente com um pedido formal
de desculpas.

6.4.3. Identificação das causas do problema:


Falta de atenção do balconista no ato de entrega do medica-
mento, não havendo a conferência devida da fórmula com o pedido
solicitado pelo cliente. Ou então, o balconista que inicialmente a-
tende o cliente e recebe deste a requisição delega a outro colega a
entrega do medicamento e este comete o erro.
0 cliente inadvertidamente pega no balcão a fórmula de ou-
tro que está sendo atendido simultaneamente e leva para casa a
formulação do mesmo.
0 medicamento após embalado é entregue equivocadamente
ao cliente errado.

573
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.4.5. Ações Preventivas:


0 balconista que atender inicialmente o cliente e deste re-
ceber a 2 a via do pedido da fórmula (em poder do cliente) e ele
próprio efetuar a entrega do medicamento.
0 balconista deverá atentamente conferir o medicamento
com a receita e este com o pedido do cliente, certificando-se da
numeração párea entre o pedido efetuado pelo cliente e a cópia
afixada no medicamento, deve-se conferir também o nome comple-
to do cliente estando atento aos homônimos (nomes iguais).
No ato da entrega o balconista deve confirmar com o cliente
se a fórmula é mesmo dele, lendo na frente do mesmo o nome des-
crito na receita , o nome do médico e apresentando visualmente a
receita para o cliente.
Após a conferência embalar os medicamentos com a receita
e entregá-los imediatamente nas mãos do cliente não deixando a
embalagem exposta em cima do balcão. Caso o cliente ainda per-
maneça na farmácia e inadvertidamente deixe o medicamento no
balcão alertá-lo do perigo de troca do medicamento, solicitando ao
mesmo que mantenha seu medicamento j u n t o de si.
Em caso de entrega em domicílio, o entregador deve solicitar
ao cliente que confira a fórmula no ato da entrega à sua frente,
certificando-se juntamente com o mesmo se a fórmula é a correta.
0 entregador a domicílio deve estar ciente do correto endereço do
cliente; em caso do cliente não se encontrar em casa solicitar a um
responsável da família que confira a formulação e que confirme o
nome do cliente constante na formulação. Jamais deixar o medica-
mento com vizinhos ou crianças.
Lembrar sempre que o ato de entrega é de grande responsa-
bilidade e que a saúde e a satisfação do cliente também está nas
mãos de quem entrega o medicamento

574
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
7. Sugestões de Planilhas de Marcação de Fórmulas

7.1. Laboratório de Sólidos

PLANILHA DE MARCAÇAO DE FORMULAS


LABORATÓRIO DE SÓLIDOS
Data (De Segunda a Sexta-feira):
Horário de entreeas das fórmulas
9:00 11:00 12:00 13:00 15:00 17:00 18:00

Em caso de Urgência consultar o Laboratório.


Antibióticos e analgésicos: prazo para entrega máximo 2 horas

PLANILHA DE MARCAÇAO DE FORMULAS


LABORATÓRIO DE SÓLIDOS
Data (Sábado):
Horário de entregas das fórmuias
9:00 10:00 11:00 12:00

Em caso de Urgência consultar o Laboratório.


Antibióticos e analgésicos: prazo para entrega máximo 2 horas

575
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7.2. Laboratório de Semi-sólidos e Líquidos

PLANILHA DE MARCAÇAO DE FORMULAS


LABORATÓRIO DE SEMI-SÓLIDOS E LÍQUIDOS
Data (De Segunda a Sexta-feira):
Horário de entregas das fórmulas
9:00 11:00 12:00 13:00 15:00 17:00 18:00

Em caso de Urgência consultar o Laboratório.


Antibióticos e analgésicos: prazo para entrega máximo 2 horas

PLANILHA DE MARCAÇAO DE FORMULAS


LABORATÓRIO DE SEMI-SÓLIDOS E LÍQUIDOS
Data (Sábado):
Horário de entregas das fórmulas
Horário de entregas das fórmulas
9:00 10:00 11:00 12:00

Em caso de Urgência consultar o Laboratório.


Antibióticos e analgésicos: prazo para entrega máximo 2 horas

576
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7.3. Laboratório de Estéreis

PLANILHA DE MARCAÇÃO DE FÒRMULAS


LABORATÓRIO DE ESTÉREIS
Data (De Segunda a Sexta-feira):
Horário de entregas das fórmulas
9:00 11:00 12:00 13:00 15:00 17:00 18:00

Em caso de Urgência consultar o Laboratório.


Antibióticos e analgésicos: prazo para entrega máximo 2 horas

PLANILHA DE MARCAÇAO DE FORMULAS


LABORATÓRIO DE ESTÉREIS
Data (Sábado):
Horário de entregas das fórmulas
Horário de entregas das fórmulas
9:00 10:00 11:00 12:00

Em caso de Urgência consultar o Laboratório.


Antibióticos e analgésicos: prazo para entrega máximo 2 horas

577
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

FORMULARIO DE
AUTO MEDICAÇÃO RESPONSÁVEL
Pedido Efetuado:

Balcão Telefone Fax

Data da encomenda Req. N°:


Data da entrega Horário:

Recepcionista
Nome do cliente Telefone

Endereço

Nome do Médico
Descrição - Fórmula 1 Descrição - Fórmula 2

Valor Valor
Visto do Farmacêutico

578
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Conduta de manipuladores:
Higiene pessoal, conduta, higienização
das mãos, uso correto dos
Equipamentos de Proteção Individual

Procedimento Operacional Padrão 08

579
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operação Padrão

POP N° 08 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Conduta de manipuladores:


Higiene pessoal, conduta, higienização das mãos, uso corre-
to dos equipamentos de proteção individual

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas na manutenção da higiene
pessoal dos manipuladores, conduta, higienização das mãos e des-
crever os procedimentos de paramentação (troca de roupa e uso de
equipamentos de proteção individual - EPIs e equipamentos de pro-
teção ao produto - EPPs).

2. Responsabilidade
Diretor Técnico (Farmacêutico Responsável)
Todos os funcionários

3. Departamentos envolvidos
Departamento de Limpeza e Sanitização
Departamento Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendaçòes para aviamento de formulações magis-
trais ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
580
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Jalecos descartáveis ou não
Touca descartável
Luva de látex descartável
Máscara descartável
Protetor descartável para calçados (Pró-pé)
Calçados para uso interno nas dependências da farmácia
Óculos de proteção
Sabonete líquido bactericida
Gel sanitizante alcoólico para mãos ou álcool etílico a 70 %

6. Procedimento

6 . 1 . Higiene pessoal e saúde:


A admissão dos funcionários é precedida de exames médicos,
sendo obrigatória a realização de avaliações médicas periódicas dos
funcionários, diretamente envolvidos na manipulação.
Em caso de suspeita ou confirmação de enfermidade ou lesão
exposta, o funcionário é afastado temporária ou definitivamente de
suas atividades, obedecendo à recomendação médica específica e a
legislação em vigor (Resolução 33).
Todos os funcionários são orientados quanto às práticas de
higiene pessoal.
Na área de manipulação não é permitido o uso de cosméti-
cos, jóias e acessórios.
Os manipuladores do sexo masculino devem retirar a barba e
o bigode.
Todos os funcionários são instruídos e incentivados a reportar
aos seus superiores quaisquer condições de risco relativas ao produ-
to, ambiente, equipamento ou pessoal.
Todos os funcionários, independente de sua função devem
estar adequadamente uniformizados para executar suas funções,
assegurando a sua proteção individual e a do produto contra conta-
minação e os uniformes devem ser trocados sempre que necessário
para garantir a higiene apropriada.
Os procedimentos de higiene pessoal e a utüização de roupas
protetoras devem ser exigidos a todas as pessoas para entrarem na
área de manipulação, sejam elas funcionários, visitantes, adminis-
tradores ou autoridades.
Qualquer acidente de trabalho deve ser comunicado imedia-
tamente ao farmacêutico responsável para que sejam tomadas as

581
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

devidas providências.
Dentro do estabelecimento deve ter uma caixa com materi-
ais de primeiros socorros, localizada na Área de Paramentação.
Quando um funcionário apresentar alguma tesão ou doença
que possa afetar a qualidade e segurança dos produtos manipulados,
ele deve ser afastado de suas atividades e encaminhado para um
profissional médico. 0 atestado médico deve ser arquivado na pasta
do funcionário no Departamento Administrativo.

6.2. Conduta
Não é permitido manter conversações, fumar, comer, beber,
mascar chicletes, pentear cabelos, manter plantas, alimentos, be-
bidas, fumos, medicamentos e objetos pessoais nos laboratórios.
0 lanche é feito na copa em horário pré-determinado pela
Administração.
Os manipuladores devem manter uma atitude tranqüila e
concentrada na tarefa, evitando movimentos bruscos e interrupções
para atender ao telefone. Se necessitar usar o sanitário o funciona-
rio deve terminar antes a tarefa.
Deve ser proibido manter brincadeiras e apelidos dentro da
farmácia.
Todos os funcionários devem manter sigilo sobre os produtos
manipulados para os clientes.
Tanto na manipulação quanto na dispensação os funcionários
deve ser atenciosos e gentis com os clientes e colegas.

6.3. Higienização das mãos


Ao adentrar na Área de Paramentação e antes de executar
qualquer tarefa, o manipulador deve enxaguar as mãos com água
corrente (já previamente filtrada), fechar a torneira e aplicar, em
seguida, o sabonete líquido bactericida. Esfregar as duas mãos entre
os dedos, palma, dorso e pulso, certificando-se de que estejam bem
ensaboados. Abrir a torneira e enxaguar as mãos e pulso, retirando
todo o excesso de sabonete. Enxaguar a torneira e fechá-la. Retirar
o excesso de água das mãos e secá-las com papel toalha. Acionar a
lixeira com o pé e descartar o papel.
Finalizar a limpeza colocando nas mãos o gel de álcool etíli-
co a 70 % ou solução de álcool etílico a 70 %.

582
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.4. Uso correto dos equipamentos de proteção individual


A colocação dos uniformes, bem como a higiene das mãos e
antebraços, antes do início das manipulações deve ser realizada em
locais específicos.
Os manipuladores devem efetuar a troca de roupa no vestuá-
rio onde guardam os seus pertences em armário com chave.
A colocação de jalecos, gorro, máscara e pró-pé deve ser fei-
ta na Área de Paramentação assim como a sanitização de mãos e
antebraços. Nesta Área existe um armário específico para guarda
dos EPIs. Após a paramentação não se deve tocar as partes do corpo
para coçar, tossir, manipular nariz, ouvido, etc.
As luvas devem ser colocadas somente no momento da mani-
pulação.
Se o manipulador necessitar deixar o laboratório para ir para
uma área interna da farmácia, deve retirar as luvas, máscara e pró-
pés, deixando-os no interior do mesmo. Colocar os EPIs novamente
ao voltar ao laboratório, após lavar e sanitizar as mãos.
Se houver necessidade do manipulador sair da farmácia ele
deve retirar os sapatos e o jaleco e também efetuar a troca de
roupa no vestiário.
Os equipamentos de proteção individual obrigatórios para os
funcionários que trabalham nos laboratórios são jaleco, gorro,
máscara, pró-pé e luvas. A máscara e as luvas só são obrigatórias
quando se for lidar diretamente com a matéria-prima ou produto.
Ao trabalhar com solventes voláteis, reagentes tóxicos ou
que liberam gases, utilizar a capela para exaustão de gases locali-
zada no Laboratório de Controle da Qualidade e utilizar a máscara e
óculos de proteção contra vapores.

583
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Instalação e Operação de
Equipamentos Laboratoriais

Procedimento Operacional Padrão 09

584
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operação Padrão

POP N° 09 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO:
Instalação e Operação de Equipamentos Laboratoriais

LObjetivo
Definir normas a serem aplicadas na instalação e operação
de equipamentos laboratoriais na farmácia.

2.Responsabilidades
Farmacêutico Responsável
Manipulador
Analista

3. Departamento envolvido
Técnico - Laboratórios

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
Manuais dos Equipamentos

585
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Equipamentos
Manuais de instrução e operação

6. Procedimento
A instalação de equipamentos laboratoriais deve obedecer a
critérios que tornam o uso funcional e objetivo.
0 primeiro critério diz respeito ao cumprimento das necessi-
dades de compra dos equipamentos para a farmácia, uma vez que é
muito fácil postergar a compra pelos mais variados motivos, sendo o
mais comum o financeiro.
0 segundo critério diz respeito à necessidade de espaço físi-
co adequado para instalação dos equipamentos.
0 terceiro critério diz respeito à facilidade de uso, devem os
mesmos ficar o mais próximo possíveis do local de utilização, evi-
tando deslocamentos desnecessários entre setores da farmácia.
0 quarto critério diz respeito às utilidades necessárias para o
funcionamento correto de cada equipamento:
Rede hidráulica
Pontos de Eletricidade 110 e 220 V
Ventilação e desumidificação do ar na manipulação de pós
lluminação e temperatura adequadas

Devem existir instruções escritas orientando o uso de cada equi-


pamento laboratorial, preferencialmente, afixadas j u n t o ao apare-
Iho, protegidas por papel auto-adesivo ou em pastas apropriadas.

586
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Verificação, Limpeza e
Calibração de Instrumentos

Procedimento Operacional Padrão 10

587
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operação Padrão

POPN0 10 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULQ: Verificação, Limpeza e Calibração de Instrumentos

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para a verificação e a cali-
bração dos instrumentos utilizados nos laboratórios.

2. Responsabilidades
Farmacêutico responsável
Analista
Manipulador

3. Departamento envolvido
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
Manuais dos Equipamentos

5. Material Necessário
Solução tampão pH = 4,01 (conservada sob refrigeração)
Solução tampão pH = 7,01 (conservada sob refrigeração)
588
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Termômetro de máxima e mínima
Termômetro de 0 a 200° C
Peso padrão compatível com a balança
Vidraria com certificado de calibração

6. Procedimertto
A verificação e a calibração de cada equipamento deve ser
realizada com periodicidade adequada e definida para cada equi-
pamento ou sempre que necessário pelo Farmacêutico Responsável,
antes do início das atividades, utilizando-se padrões fornecidos pela
Rede Brasileira de Calibração.
A limpeza dos equipamentos deve ser feita com o mesmo
desligado, removendo o prato, no caso da balança ou demais aces-
sórios e utilizando flanela ou perfex® embebida em álcool a 70%, ou
solução sanitizante compatível.

6.1. Calibração de Balanças Semi-analítica da Linha BG (Gehaka®)


A calibração é feita trimestralmente de acordo com a plani-
Iha de Calibração de Equipamentos e Vidrarias elaborada pelo Con-
trole da Qualidade.
Pode-se proceder da seguinte maneira:
Remover qualquer objeto do prato
Tarar a balança
Colocar o peso padrão no prato da balança e observar se o peso
indicado é o mesmo do padrão
Se a leitura for correta, a balança está calibrada; se for diferen-
te, coloque uma chave de fenda no parafuso que se encontra no
painel traseiro ou na lateral (depende do modelo)
Girar a chave no sentido anti-horário se o peso lido for maior do
que o peso padrão e no sentido horário se o peso medido for menor
que o peso padrão
Depois de cada ajuste, a balança é tarada. Para tal, retire o peso
padrão do prato, acione a barra de tara da balança e coloque nova-
mente o peso. Se o peso indicado for correto, a balança está pronta
para o uso.

6.2. Calibração de Balanças Analíticas da Linha AG (Gehaka®)


A calibração é feita trimestralmente de acordo com a plani-
Iha de Calibração de Equipamentos e Vidrarias elaborada pelo Con-
trole da Qualidade.
Pode-se proceder da seguinte maneira:
Remover qualquer objeto do prato

589
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Tarar a balança
Colocar o peso padrão no prato da balança e observar se o peso
indicado é o mesmo do padrão
Se a leitura for correta, a balança está calibrada; se for diferen-
te, coloque uma chave de fenda no parafuso que se encontra no
painel traseiro ou na lateral (depende do modelo)
Girar a chave no sentido anti-horário se o peso lido for maior do
que o peso padrão e no sentido horário se o peso medido for menor
que o peso padrão
Depois de cada ajuste, tarar a balança. Para tal, retire o peso
padrão do prato, acione a barra de tara da balança e coloque nova-
mente o peso. Se o peso indicado for correto, a balança está pronta
para o uso.

Observações:
Anualmente ou quando necessário, solicitar a assistência
técnica dos órgãos competentes reconhecidos pela ABNT para lim-
peza, regulagem e calibração.
Afixar o selo de manutenção e aferição periódica na balança.
0 registro de calibração é feito na Ficha de Controle de Cali-
bração na qual o farmacêutico registra a data da callibração, o peso
encontrado e a situação da calibração (aprovado, não-conforme,
reprovado) datando e assinando.
Todas as calibrações são registradas em formulário próprio.

A. Limpeza e Controle de temperatura no Refrigerador


0 degelo deve ser realizado uma vez por mês, dependendo da
espessura do gelo em que se encontra o congelador. A limpeza é
realizada pelo funcionário de serviços gerais, devidamente treinado
pelo farmacêutico responsável.
Ao se fazer o degelo, os produtos que estiverem na geladeira, são
transferidos para um isopor até que termine todo o processo de de-
gelo e limpeza.
A limpeza é feita com um pano úmido em solução de detergente
neutro e depois passando novamente um pano úmido em água para
retirar a solução anterior.
0 controle de temperatura é feito através de termômetro de má-
xima e mínima localizado no interior da geladeira na posição verti-
cal.
Um funcionário deve ser designado para verificar diariamente,
pela manhã e à tarde a temperatura no refrigerador. A temperatura
deve variar entre 2 °C a 8 °C. Esta variação é de acordo com as es-

590
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

tações do ano.
Afixado ao refrigerador esta a Ficha de Controle de Temperatura,
(conforme modelo na página 594) na qual o farmacêutico registra as
temperaturas lidas datando e assinando.
Leitura: A leitura deverá ser funcionário devidamente treinado.
1o) Temperatura do momento: indicada pela coluna de mercúrio
(coluna prateada) em ambos os lados.
2o) Temperatura mínima: a que está indicada ao nível inferior do
filete azul na coluna esquerda.
3o) Temperatura máxima: a que está indicada ao nível inferior do
filete azul na coluna da direita.
4o) Após fazer a leitura, baixe os filetes azuis apertando o botão
central, estes ficam situados sobre o menisco do mercúrio.

B. Calibração de p H m e t r o
Operação (funcionamento):
Para efetuar uma medição de pH é suficiente submergir a ponta
do eletrodo (4 cm) e a sonda de temperatura na amostra a ser me-
dida.
Ligue o instrumento pressionando a tecla on/off.
0 medidor entra automaticamente no módulo de medição de pH.
Espere um ou dois minutos para a estabilização do eletrodo.
0 valor do pH medido é lido no display principal e a temperatura
medida é lida no display secundário.

Calibração do p H m e t r o :
A calibração deverá ser feita por funcionário treinado que procede-
rá da seguinte forma:
Retire o eletrodo do recipiente contendo soluçào de KCl 3 M.
Rinse o eletrodo com água recém destilada.
Enxugue o eletrodo com papel absorvente macio.
Rinse o eletrodo com a solução tampão pH 7,01.
Mergulhe o eletrodo em um recipiente contendo a solução tam-
pão de referência de pH 7 , 0 1 , j u n t o com o sensor de temperatura.
Homogeneize vagarosamente e espere dois minutos para o equilíbrio
térmico.
Aperte o botão °C para mostrar a temperatura da solução tam-
pão.
Ajuste o botão pH para a leitura do valor de pH.
Ajuste com uma chave de fenda no parafuso STD até que o visor
mostre o valor de pH desejado.
Lave o eletrodo e enxugue.

591
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Rinse o eletrodo no tampão referência 4,01 (segundo ponto de


calibração) e homogeneize vagarosamente.
Espere dois minutos e ajuste no parafuso SLOPE até que o visor
mostre o valor de pH desejado.
A calibração do pHmetro está completa. Lave o eletrodo com á-
gua destilada e seque com papel absorvente.
Colocar o eletrodo na solução de KCt.
Observação:
0 eletrodo deve estar submerso 4 cm na solução. 0 sensor de
temperatura é colocado próximo ao eletrodo de pH.
Guardar as soluções tampão no refrigerador.
Retirar uma hora antes de efetuar a medicão, para estabilizar
com a temperatura ambiente.
A. 0 pHmetro deve ser calibrado semanalmente.
B. 0 registro de calibração é feito na Ficha de Controle de Calibra-
ção (conforme modelo na página 595), na qual o farmacêutico re-
gistra os pHs lidos datando e assinando.

C. Provetas e cálices:
A calibração deve ser feita por empresas autorizadas
Calibrar a graduação volumétrica por pesagem com água a 25 °C em
balança de precisão.
Utilizar a vidraria com certificado de calibração.
Registrar todas as operações de verificação e calibração em formu-
lário próprio.
*Alguns fornecedores comercializam vidrarias calibradas.

D. Limpeza e Controle de temperatura da Estufa


A limpeza da estufa deve ser feita uma vez por semana, sempre em
horário de menor fluxo de manipulação de receitas.
Processo de limpeza:
1. Desligue a tomada de energia.
2. Retire todos os objetos que se encontram na estufa.
3. Aguarde até que atinja a temperatura ambiente através da leitu-
ra feita no termômetro instalado dentro da estufa.
4. Retire as grades.
5. Passe um pano úmido e limpo em solução simples de água e de-
tergente, e depois passar o pano úmido em água para retirada da
solução anterior.
6. Voltar com as grades limpas para o lugar.
0 controle da temperatura deve ser monitorado pelos envol-
vidos no setor, manipulador, serviços gerais e farmacêuticos, res-

592
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

peitando as caracteristicas de cada componente que está dentro da


estufa e das instruções do fabricante. A temperatura máxima da
estufa é de 200 ° C.
Para se efetuar a esterilização de vidrarias ou matérias pri-
mas passíveis de t a l técnica, obedecer aos seguintes critérios:
1°) Colocar o material a ser esterilizado na estufa e ligá-la. Observar
o termômetro instalado no teto da estufa com a escala extemamen-
te. Assim que atingir a temperatura adequada marcar o horário e
registrar no mapa conforme modelo na página 595.
2°) Temperatura para esterilização (sem abrir a estufa):
170°C durante uma hora ou 160°C durante duas horas

E. Aparelho de Ponto de Fusão


A qualidade é um requisito indispensável em todas as fases
do processo de fabricação de medicamentos, assim sendo, o contro-
le da produção é o melhor método para manter a qualidade deseja-
da, desde a matéria prima até o produto acabado, e para garantir
ao consumidor a alta qualidade dos medicamentos que recebe.
A determinação de constantes físicas, como o ponto de
fusão, auxilia na determinação da pureza e identidade de uma subs-
tância orgânica.

Determinação do ponto de fusão pelo aparelho PF 1000: Método do


bloco metálico aquecido: consiste de um bloco metálico de elevada
condutividade térmica, resistente às substâncias sob análise e de
superfície plana e polida, como bronze, platina, alumínio e simila-
res. O bloco é uniformemente aquecido e possui dimensões adequa-
das para acomodar o termômetro calibrado.
Cada amostra previamente seca é colocada em um tubo
capilar de borosilicato com diâmetro interno de 0,10 a 0,18 m m ,
sendo uma das extremidades previamente fechada por aquecimen-
to. Formar uma coluna no fundo do capilar que tenha aproximada-
mente entre 2,5 a 3,5 mm de altura e compactá-la, batendo suave-
mente o tubo de vidro sobre uma superfície sólida. O PF 1000 é a-
quecido para que atinja uma temperatura de 30°C abaixo do ponto
de fusão previsto. Cada capilar é introduzido no bloco de aqueci-
mento para que haja tempo suficiente para aquecê-lo, e a velocida-
de de aquecimento é regulada para 1°C a 2°C por minuto. A tempe-
ratura é aumentada até que haja a fusão da substância. Neste caso,
a determinação da faixa de fusão é realizada visualmente por meio
de uma lente de aumento para a observação do capilar.
A temperatura na qual a substância começa a fluidificar-se

593
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
ou formar gotículas na parede do capilar é definida como início da
fusão, e a temperatura na qual a amostra toma-se completamente
líquida, que é evidenciada pelo desaparecimento da fase sólida, é
definida como o final da fusão (Farmacopéia Brasileira IV). 0 ponto
de fusão é definido como a temperatura em que sob uma mesma
pressão atmosférica, há equilíbrio entre os estados sólido e líquido
da mesma substância.
0 ponto de fusão de uma substância pura não deve ter vari-
ação maior que 0,5°C (SHRINER, 1966). No entanto a variação não
deve ser maior que 1°C (SCHNEIDER)
A presença de impurezas na amostra pode produzir um a-
largamento na faixa de fusão e também baixar o ponto de fusão.

Ficha de Registro de Calibração


Marca do Equipamento:
Modelo Setor
Data da Peso Situação da Visto
Calibracão Encontrado calibracão farmacêutico

CONTROLE DE TEMPERATURA DO REFRIGERADOR


Tempera-
Temperatura do Temperatura
tura
Data da momento mínima ° C
máxima Visto
aferição (mercúrio em (filete azul à
(filete azul
ambos os lados) esquerda
à direita)
M
T
M
T
Legenda: /v \ = manhã T = tarc e

594
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

FICHA DE REGISTRO DE CALIBRACAO DO PHMETRO


Marca: Modelo
Setor
Data 1 a leitura 2a leitura Situaçào Visto
pH PH

FICHA DE REGISTRO DE ESTERILIZAÇAO EM ESTUFA


Marca: Modelo
Setor:
Temperatura: 170°C durante 1 hora / 160°C durante 2 loras
Data Temperatura Horário inicial da Horário final da Visto
esterilizacão esterilizacão

595
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Obtenção de
Água Purificada

Procedimento Operacional Padrão 11

596
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operacional Padrão

POPN 0 11 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Obtenção de Agua purificada com padrão de qualida-


de aceitável para a manipulação de produtos não-estéreis

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas para obtenção de água
purificada com padrão de qualidade aceitável para a manipulação
farmacêutica de produtos não estéreis.
Este POP envolve todo o processo de obtenção de água, des-
de o abastecimento, armazenamento, filtração, deionização, desti-
lação, limpeza, sanitização dos equipamentos e registros das ativi-
dades envolvidas. A água utilizada na farmácia deve ser clorada e
fluoretada. A concentração de ions deve ser assim determinada:

IONS PPM
Flúor (fluoreto de sódio) 0,6 mínimo
0,9 máximo
Cloro livre 0,5 mínimo
2,5 máximo

A obtenção de água purificada na farmácia para uso em pro-


dutos não estéreis deve ser feita por deionização (desmineralização)
ou destilação, porém algumas medidas anteriores e posteriores ao
processo de purificação em si são tomadas para assegurar a qualida-
de da água.
597
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Manipulador
Funcionário de Serviços Gerais

3. Departamentos envolvidos
Departamento Técnico
Departamento de Limpeza e Sanitização

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
Manuais dos Equipamentos

5. Material Necessário
Filtro externo: pré-filtro - Filtro ACQUAPURE®; MODELO PRE 25,
vazão nominal de 3200 L/hora; f i l t r o de carvão ativado.
Filtro interno: Filtro industrial com cinco velas cerâmica - 5 micra
Pré-filtro de carvão ativado acoplado ao deionizador
Deionizador de água
Coluna permutadora de íons reserva
Destilador de água tipo Pilsen
Recipiente de PVC para armazenamento da água destilada
Solução sanitizante de hipoclorito de sódio 200 ppm
Solução sanitizante de peróxido de hidrogênio 5 %
Solução sanitizante de formaldeído
Lixan° 100 ou 120
Mangueiras

6. Procedimento
Abaixo relacionado estão todas as etapas de captação e trata-
mento da água para manipulação de produtos não estéreis.

6 . 1 . Considerações gerais:
Para a garantia da qualidade da água destilada é realizada a
análise físico-química e microbiológica imediatamente após o início
do funcionamento.
Através dos dados microbiológicos e físico-químicos durante
um ano, são verificadas as mudanças sazonais e a influência destas
na qualidade da água.
A análise físico-química e microbiológica deve ser feita no

598
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
mínimo trimestralmente, pelo Laboratório de Controle da Qualidade
conveniado e a condutividade da água deionizada e destilada é re-
comendávet que se faça mensalmente, no Laboratório de Controle
da Qualidade da Farmácia.
0 farmacêutico elabora um relatório descriminando todas as
condições da água conforme relatório em anexo.
A produção diária de água destilada é programada de forma
que o seu armazenamento não ultrapasse vinte e quatro horas.

RELATORIO DE VERIFICAÇAO DA QUALIDADE DA AGUA


Data Agua Agua deionizada Agua destilada Visto
potável (barrilete)

6.2. Filtro externo de carvão ativado:


No cavalete de entrada de água
do serviço de abastecimento local
está instalado um filtro de carvão
ativado.

Caracteristicas do filtro:
Toda água oriunda do sistema
*x
de abastecimento é filtrada antes
de entrar na caixa d'água. Revisar m
I

v
periodicamente (semanalmente) o 9g
elemento filtrante. Fazer a limpeza
por retrolavagem ou trocar o car-
vão, conforme instruções do fabri-
cante.
Promover a troca do carvão ati-
vado do filtro externo sempre que
necessário (aproximadamente de 5
em 5 anos).

599
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Operação e iimpeza:
Para efetuar a retrolavagem (regeneração) fechar o registro de
abastecimento. Desta forma, a água flui pelo filtro no sentido opos-
to por uns 15 minutos. Utilizar uma mangueira para a descarga des-
ta água.
Decorrido esse tempo, faz-se a inversão dos registros.
Registrar em relatório a operação executada

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA DO


ELEMENTO FILTRANTE EXTERNO
Marca do Equipamento:
Modelo: Setor:
Data Visto do Responsável

6.3. Manutenção e limpeza das Caixas dágua


No caso de armazenar a água em caixa d'água, manter a mesma
sempre fechada para evitar a entrada de aves e outros animais.
A farmácia pode dispor de 3 caixas d'água:
Uma de amianto de 1000 L (CAIXA I) - caixa principal
Uma de fibra de 300 L (CAIXA II) - caixa reserva
Uma de fibra de 300 L (CAIXA III) - reservatório de água de res-
friamento do destilador. É bombeada para a Caixa principal.
As limpezas das caixas d'água devem ser feitas semestralmente
por profissional contratado. Para a limpeza é utilizada água e uma
escova. Não utilizar nenhum tipo de produto químico. O registro da
limpeza é anotado na Ficha de Manutenção, que fica arquivada em
pasta apropriada.

Operação de limpeza e sanitização:


Esvaziar a caixa d'água deixando apenas um palmo de água. Es-
fregar a caixa d'água com escova e água residual.
Fechar as torneiras e abrir somente a torneira mais próxima da
caixa d'água. Deixar essa torneira aberta até esvaziar a caixa.
Encher novamente a caixa com dois palmos de água. Colocar um
litro de solução de hipoclorito de sódio (aproximadamente 2% de
600
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
cloro livre) e esfregar toda a caixa com escova.
Enxaguar bem a caixa e esvaziar abrindo todas as torneiras de
saida desta caixa d'água.
Encher a caixa novamente.
Observação: esta quantidade de hipoclorito de sódio é calculada
para 1.000 L de água (2 ppm), portanto nas demais caixas são usa-
das quantidade proporcional ao volume de água que cada caixa
comporta. Caixa de 300 L utilizar 300 mL de hipoclorito de sódio.

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA DA CAIXA D'AGUA N° I - 1000 L


Departamento de Limpeza e Sanitização
Data Limpeza Qtd de Hipoclorito de Na Visto
Realizada por

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA DA CAIXA D'AGUA N° II - 300 L


Departamento de Limpeza e Sanitização
Data Limpeza Qtd de Hipoclorito Visto
Realizada por deNa

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA DA CAIXA D'AGUA N° III - 300 L


Departamento de Limpeza e Sanitização
Data Limpeza Qtd de Hipoclorito Visto
realizada por de Na

601
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.4. Manutenção e limpeza do Fittro i n t e r n o com veias de cerâ-


mica:
No Laboratório de Semi-sólidos e líquidos recomenda-se um f i l -
tro com velas de 5 micra que fornece água para o abastecimento do
deionizador e destilador. Após este filtro e, somente para o deioni-
zador, existe um filtro de carvão ativado.

1 -1 TUBO o 1/2 " OU 3/4" X 3000


5^
^fc
2-2REGISTRO<!>1/2"ou3/4" — -6
5- -^T
3 - 4 JOELHO $ 1/2" ou 3/4" \
/
4 - 2 NIPLE $ 1/2" ou 3/4" ou
1
2 ADAPTADORES 1/2" ou 3/4"

« — -— , >
5 - 2 TAMPÃO ô 1/2" ou 3/4" Çp
2 f\8
6 - 1 TORNEIRAP/JARDIM1/2"

ENTRADA
\J\J

C^\y
V-
DRENO
\ J = ) SAÍC

OBS: PARA 0 FILTRO DE 9 VELAS


AS CONEXÕES SÂO DE 3/4 ou 1".

Características do filtro cerâmico:


Vazão de 300 litros de água filtrada por hora (diminuindo a medi-
da que as velas vão se impregnando com a sujeira da água).
Vida útil média: 8 a 10 meses.
Elemento filtrante: 5 velas de material cerâmico microporoso ou
ainda revestido com nitrato de prata. A cerâmica microporosa da
vela retém as impurezas em suspensão contidas na água. A prata
esteritizante destrói as bactérias, garantindo a máxima pureza bac-
teriológica da água.

Limpeza do fittro purificador de água:


Revisar periodicamente o elemento filtrante, limpando ou
trocando, conforme instruções do fabricante.
A limpeza do elemento cerâmico é feita sempre que for
constatada uma queda na vazão do aparelho.
0 responsável pela limpeza é o funcionário do Departamento

602
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

de Limpeza e Sanitização, supervisionado pelo farmacêutico.


Proceder da seguinte forma:
Sempre que se processar a limpeza das velas é necessário
despressurizar o f i l t r o :
Fechar o registro de entrada de água;
Abrir a o registro de dreno;
Abrir a torneira da câmara de água filtrada;
Retirar o conjunto de velas sujas;
Lavar os o'rings de vedaçào e a parte interna do f i l t r o ;
Aguardar a secagem das velas e posterior limpeza e lavagem
com jato de água. Periodicamente recomenda-se uma leve lixada
nas velas com lixa d'água n° 100 ou 120.
Após a limpeza e para restabelecer o funcionamento do f i l t r o é
necessário:
Posicionar adequadamente os o'rings de vedação;
Colocar o conjunto de velas limpas;
Fechar a câmara do f i l t r o ;
Manter aberto a torneira de dreno e da câmara de água filtrada;
Abrir o registro de alimentação até o completo enchimento das
câmaras;
Abrir o registro de alimentação até o completo enchimento das
câmaras;
Após sair todo o ar interior das câmaras fechar o registro e a tor-
neira.
Caso ocorra algum vazamento na tampa do f i l t r o , verificar o po-
sicionamento do anel de vedação e o aperto do mesmo.
A ficha de manutenção do aparelho fica guardada em pasta a-
propriada e o responsável pela limpeza data e assina.

Observações:
Não utilizar sal, açúcar ou esponjas de aço, ou pela inversão
do fluxo; A eventual presença de trinca superficial não compromete
o funcionamento do elemento filtrante.

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA DO ELEMENTO FILTRANTE


INTERNO
Marca do Equipamento:
Setor: Laboratório de Semi-Sólidos e Líquidos
Data Visto do Responsável

603
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
6.5. Operação, Manutenção e Limpeza do Destilador
0 destilador tipo pilsen permite a passagem da água atra-
vés de um caminho levando à evaporação em caldeira de cobre es-
tanhada, percorrendo defletores e finalmente condensando-se, pro-
duzindo água destilada, cristalina.

Considerações gerais:
0 destilador deve ser instalado segundo as recomendações
do fabricante, com pré-filtros que garantem a remoção de partícu-
las e prolonguem a vida útil do equipamento.
A produção diária de água destilada deve ser programada de
forma que o seu armazenamento não ultrapasse vinte e quatro ho-
ras.

6.5.1. Operação:
Abrir a torneira de alimentação, inicialmente com o fluxo de á-
gua maior para um enchimento mais rápido.
Quando o nível de água cobrir a resistência, o automático será
acionado ligando o aparelho.
A lâmpada piloto indicará que o nível foi atingido e a resistência
está ligada.
Diminuir o fluxo de água na alimentação e aguardar a fervura.
Quando a água entrar em ebulição inicia-se o processo de desti-
lação.
Regule o fluxo de alimentação o suficiente para esfriar a água
destilada até a temperatura ambiente.
Desprezar os primeiros 500 mL.
Não fechar totalmente o recipiente coletor e também não permi-
tir que a ponta da mangueira fique submersa.
Atingindo o volume necessário de água destilada, fechar a tornei-
ra. 0 aparelho continuará funcionando por aproximadamente mais
dois minutos quando o automático desligará.

6.5.2. Manutenção:
A manutenção é feita semestralmente, pelo funcionário do
Departamento de Limpeza e Sanitização e supervisionado pelo far-
macêutico, da seguinte forma:
Passar uma esponja de aço nas resistências para remover as in-
crustações e corrosões, que dependendo do tipo de água usada, com
o passar do tempo acumulam-se, modificando o consumo de energia
e rendimento do aparelho. Quando necessário, solicitar um novo
conjunto de resistência.

604
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Para melhorar a visibilidade na cúpula de vidro, passar uma es-


ponja de aço em suas paredes, pois com o tempo as impurezas pre-
sentes na água a ser destilada, acumulam-se, deixando-a opaca e
manchada.
Revisar todas as conexões, para evitar oxidações, que causam
mau contato ou curto circuito.
Verificar sempre se a bóia que aciona o sistema automático de
desligamento por falta de água não está trancado por acúmulo de
impurezas.
Deve se ter muito cuidado para não afetar o revestimento inter-
no da cuba, ao ser feito a troca de resistências ou remoções de in-
crustações.
Quando ocorrer algum arranhão deve-se fazer o conserto com
solda de estanho. 0 destilador está instalado segundo as recomen-
dações do fabricante, com pré-filtros que garantem a remoção de
partículas e prolonguem a vida útil do equipamento.
A ficha de manutenção do aparelho está afixada neste e sempre
que for realizada a manutenção, o responsável data e assina.

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA DO DESTILADOR


Marca do Equipamento:
Modelo: Setor:
Data Visto do Responsável

6.6. Manutenção e Limpeza dos Depósitos de Água Destilada:


0 recipiente de armazenamento é um barrilete de PVC graduado
externamente, com cantos arredondados e torneira desmontável,
que facilitam a higienização.
0 reservatório de água destilada é lavado semanalmente com
uma esponja e água. Não utilizar nenhum produto de limpeza (de-
tergentes, porexemplo).
Enxaguar interna e externamente com água potável.
Após a limpeza, proceder a sanitização com uma solução de hi-
poclorito de sódio a 0,5%.
Rinsar e enxaguar com água destilada.
A torneira deve ser desmontada mensalmente para limpeza e hi-

605
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

gienização.
A mangueira de transferência da água destilada do destilador pa-
ra o reservatório deve ser reta e ser higienizada ou substituída sem-
pre que necessário.
Afixado no depósito de água, deve encontrar-se a ficha de manu-
tenção, na qual o responsável pela limpeza e sanitização registra a
data e assina.

Funções
Nivel constante e
conjunto de bóias
para proteção do
equipamento na falta
de água
Cúpula de vidro
temperado
Caldeiia d e _ ^
cobre
estanhada

Cúpula de aço inox Salda de água de


retrigeração.

Resistência blindada em 230V.


Cõd 460120 paramod 522
Entrada Cód 460130 para mod 525
de águ

Saida de água
destilada.

606
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA E DESINFECÇAO


DO DEPÓSITO DE ÁGUA DESTILADA
Marca do Equipamento:
Capacidade: Setor:
Data Visto do Responsável

6.7. Manutenção e limpeza do Filtro de carvão


A água passa por 3 processos de filtragem:

Filtragem física: Filtro de celulose com densidade graduada de 5


micras, retém as impurezas sólidas em suspensão tais como resíduos
dos canos, argila, limo, ferrugem, areia, etc
Fiitragem química bacteriológica: Carvão ativado com sais de prata
que absorve os agentes químicos como o cloro, sulfato, pesticidas e
materiais orgânicos voláteis; eliminação acentuada dos germes e
bactérias, reduzindo o gosto e odor do cloro.
Filtragem física: filtro de celulose com densidade graduada de 2
micras retendo a menor das impurezas.

Após estes estágios a água volta ao seu estado natural, ou


seja, sem cheiro, gosto ou cor e é encaminhada ao deionizador.

Tríplice Filtração

Carvõo
comsals
deprata
%.. e celulose

• ^ y ^ Celulose

607
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

A durabilidade do carvão ativado, existente no interior do


elemento filtrante de ação tripla, é de quatro a oito meses, em fun-
ção da quantidade de cloro existente na água e do coeficiente de
utilização do aparelho. 0 responsável pela troca do carvão anota a
data na ficha de manutenção, assinando-a.

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA E DESINFECÇAO


DO FILTRO DE CARVÃO ATIVADO INTERNO
Marca do Equipamento:
Modelo: Vazão:
Capacidade: Setor:
Data Visto do Responsável

6.8. Operação, manutenção e limpeza do Deionizador


0 deionizador obtém água desmineralizada,
portanto anula a presença de cátions e ânions em
geral, ácido silício, ácidos húmicos, carbonatos,
cloretos, anidrido de carbono, nitratos e sulfatos.
Apresenta um cartucho de leito misto.

Operação:
0
A troca da coluna do deionizador é feita sem-
pre que a lâmpada vermelha piscar ou ficar acesa
continuamente, o que significa que a resina está
próxima da saturação.
Quando isso acontecer, proceder da seguinte
forma:
Fechar a torneira de alimentação e desligar o
aparelho da rede elétrica.
Erguer a coluna acima do nível e deixar escor-
rer em local adequado.
Remover toda água que ficou no reservatório, possivelmente con-
taminada.

608
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Coloque a coluna regenerada na mesma posição da anterior, vot-


te a engatar a mangueira de alimentação na coluna, regule o fluxo
de entrada e tire o ar da nova coluna.
Ao encher a nova coluna, deve-se girar o parafuso de plástico no
sentido anti-horário para dar saída ao ar interno da coluna.
A ficha de manutenção do aparelho é afixada neste, e sempre
que for feita a troca da coluna, o responsável coloca a data e assi-
na.

FICHA DE REGISTRO DE TROCA DE COLUNA DO DEIONIZADOR


Marca do Equipamento:
Modelo: Setor:
Data Visto do Responsável

Promover a troca das resinas permutadoras de íons assim que o


resistivimetro indicar a necessidade de regeneração.
Estocar em recipiente de PVC com tampa. Evitar a exposição di-
reta à luz solar para evitar o desenvolvimento de algas. Descartar
qualquer sobra de água desmineralizada ou destilada do dia anteri-
or.
Sanitizar semanalmente o depósito de água destilada. Desminera-
lizar ou destilar somente a quantidade suficiente de água para o uso
do dia.
Registrar em relatório a operação executada (Regis-
tros/Relatórios das atividades controladas por exigência legal ou
manutenção de um nível mínimo aceitável de qualidade).
Ocorrendo um nível de contaminação bacteriana elevada, pro-
mover a sanitização no deionizador com solução de formaldeído a
2% (não passar no carvão ativado, pois o mesmo absorve o formol e
vai liberando lentamente na água) ou com uma solução de peróxido
de hidrogênio a 5% (p/p)

609
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.9. Avaliação da Qualidade da Água


A avaliação da qualidade da água utilizada na farmácia é feita de
acordo com o ítem 6.1 ficando como responsável, o farmacêutico.
São coletadas amostras das torneiras dos seguintes pontos:
Saída da torneira do laboratório de semi-sólidos e líquidos (água
potável)
Saída do destilador (barrilete)
Saída do deionizador
As amostras para análise microbiológica são coletadas em frasco
estéril conforme orientação abaixo.
Os resultados são registrados na Ficha de Avaliação da Qualidade
da Água, onde consta a data de envio e chegada da amostra, o visto
do responsável pelo envio e recebimento da amostra, a situação
microbiológica e físico-química: aprovada ou reprovada. Existe uma
ficha para cada equipamento: destilador, deionizador, filtro, etc.
Estas fichas são arquivadas no Laboratório de Controle da Qualidade
bem como os respectivos laudos de análise.

6.9.1. Técnica de Coleta de Água (para análise microbiológica)


Remover a tampa do frasco (esterilizado na própria farmácia ou
enviado pelo laboratório conveniado) juntamente com o papel de
alumínio protetor com todos os cuidados de assepsia, utilizando
álcool 70% nas mãos em abundância, tomando cuidado para evitar a
contaminação da amostra pelos dedos ou outro material;
Encher 3Á do volume do frasco;
Fechar o frasco imediatamente após a coleta, fixando a tampa
com fita larga adesiva transparente, por exemplo;
Identificar a amostra no frasco e preencher corretamente a Ficha
de Registro; Os frascos para coleta de amostras de água são esterili-
zados: em estufa fechada a 170°C durante uma hora ou a 160°C du-
rante duas horas.

Observações:
Tempo entre a coleta e a análise da amostra (sua chegada ao
laboratório) é o menor possível. Quando o tempo decorrido entre a
coleta e o inicio da análise no laboratório ultrapassar o período de
uma hora, a amostra é acondicionada em caixa térmica (isopor ou
similar) e refrigeradas em gelo. 0 gelo destinado a refrigeração é
acondicionado em embalagem íntegra, de maneira que evite o con-
tato direto entre a amostra e o gelo. A coleta de amostras para aná-
lise bacteriológica sempre antecede a coleta para qualquer outro

610
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

tipo de análise, a fim de evitar o risco de contaminação.

A. Coleta de amostras de água em sistemas de distribuicão (tornei-


ras):
Limpar toda a área externa da saída de água com álcool 70%;
Abrir a torneira de modo que o fluxo seja pequeno e não haja res-
pingos, deixando a água escoar aproximadamente três minutos.

Observações: A torneira não deve ter aerados ou filtros, nem


apresentar vazamentos. Quando a finalidade do exame é a avaliação
da qualidade da água da rede, é importante verificar se o ponto de
coleta recebe água diretamente da rede de distribuição e não de
caixas, reservatórios ou cisternas.

FICHA DE REGISTRO DE AVALIAÇAO DA QUALIDADE DA AGUA


Local de co eta da amostra:
Data envio Data Visto do Situação Situação
chegada Responsável da Análise da Análise
Envio Chegada microbio- físico-
lógica química

611
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Controle Ambiental
nos Laboratórios
e Almoxarifado

Procedimento Operacional Padrão 12

612
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operacional Padrão

POPN° 12 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Controle Ambiental nos Laboratórios e Almoxarifado

1. Objetivo
Definir normas para o controle de temperatura e umidade
nos laboratórios e almoxarifado compatíveis para o armazenamento
de matérias primas e embalagens, assegurando também o bem-estar
dos funcionários.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Funcionários

3. Departamentos envolvidos
Técnico
Suprimentos

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG Boas práticas de manipulação 1 a edição - 1997
Manuais dos Equipamentos

613
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Termohigrômetro
Desumidificador
Ar condicionado
Exaustores

6. Procedimento

6 . 1 . Desumidificador:
A utilização do desumidificador tem como objetivo a retirada
do excesso de umidade através de um sistema que retira fisicamen-
te o excesso de água presente no ar, mantendo a umidade relativa
no ambiente em porcentagens ideais (30 a 45%).
Um ambiente úmido é reconhecido pela condensação sobre os
vidros, atmosfera fria e não confortável. Se nada por feito para
combater o excesso de umidade pode surgir mofo, bolor, odores,
oxidação, ácaros e principalmente umidade nos pós e cápsulas,
compromentendo a manipulação.
A limpeza do reservatório de água é diária.

6.2. Termohigrômetro:
Instrumento que permite a leitura de temperatura e umidade de
um ambiente.
0 Laboratório de Sólidos e também o Departamento de Supri-
mentos devem possuir um termohigrômetro para controle da tempe-
ratura e umidade do ar.
No Laboratório de Sólidos é colocado um desumidificador com-
pativel com a área da sala.
0 manipulador verifica diariamente a temperatura e umidade
registrada no termohigrômetro e registra na Ficha de Controle de
Temperatura e Umidade dos ambientes indicados, datando e assi-
nando.

FICHA DE CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE


Setor:
Data Temperatura Temperatura Umidade Visto do
mínima ° C máxima ° C relativa Responsável
do ar %

614
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7. Informações complementares sobre ventilação/exaustão em


laboratórios
A renovação do ar consiste na renovação sistemática forçada
de todo o ambiente. Por insuflamento e/ou exaustão, troca-se o
volume de ar total do ambiente, tantas vezes por hora quantas fo-
rem necessárias.
Para uma renovação eficiente, deve-se garantir que o ar cru-
ze todo o ambiente, evitando ilhas de estagnação ou turbulência,
sempre respeitando a lei natural de que o ar aquecido sobe, portan-
to, o resultado será melhor se o insuflamento se der em níveis pró-
ximos ao piso, enquanto a exaustão, junto ao teto. 0 que determina
a capacidade de captura de um exaustor é a sua curva característi-
ca, dada pela vazão e pressão estática.
Nos processos de manipulação de pós ou líquidos voláteis, a
exaustão não representa 100% da solução. Deve-se ater aos proce-
dimentos, pois quando se trabalha em ritmo acelerado ou em locais
inadequados, a larga dispersão dos contaminantes reduz o efeito da
exaustão.
Quando houver exaustão em pequenos ambientes, deve-se
cuidar para que haja entradas (ou saídas) de ar, só assim o ar pode-
rá ser retirado, pois haverá reposição.
Filtros que retêm contaminantes são limpos ou substituidos
periodicamente, à medida que forem saturando, e de acordo com as
especificações do fabricante. Filtros devem reter contaminantes em
alojamentos que não permitam seu retorno ao foco gerador (parte
externa da farmácia).
Em ambientes condicionados, qualquer renovação de ar
(quer por insuflamento, quer por exaustão) os descondiciona. Entre-
tanto, a renovação é imprescindível. Em laboratórios onde o contro-
le da temperatura se faz necessário simultaneamente à exaustão,
quer por capela ou sistemas localizados, haverá renovação e conse-
qüente descondicionamento, exigindo, portanto, maior carga térmi-
ca do equipamento. Nestes casos, recomenda-se utilizar vazões mí-
nimas necessárias nos exaustores, evitando alto consumo dos equi-
pamentos de ar condicionado.

7 . 1 . Ar condicionado:

Limpeza e manutencão do fiítro de ar:


Para manter o ar do ambiente sempre limpo é necessário a
cada 15 dias ou com maior freqüência (dependendo do ambiente),
realizar a limpeza do filtro de ar.

615
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Para retirar o f i l t r o , segure a saliência arredondada e puxe-a


para a direita até retirar o filtro completamente.
Depois de retirado, lave-o com água e sabão neutro, seque-o
e encaixe-o novamente na grade frontal.

Limpeza da grade frontal:


É feita com um pano macio e
seco.
Se isso não for suficiente, utilize um
pano úmido e sabão neutro.
Nunca jogue água diretamente na
grade nem use produtos químicos.
Registrar na Ficha de Controle de
Limpeza do Ar Condiconado, datar e
assinar.

Limpeza interna:
Uma vez por ano, a aparelho é submetido a uma limpeza inter-
na, face ao acúmulo de pó e resíduos no evaporador e no condensa-
dor. Estas condições prejudicam a eficiência do produto podendo
causar danos ao aparelho. Contratar uma firma especializada nesta
tarefa.
Registrar na Ficha de Controle de Limpeza do Ar Condicionado,
datar e assinar.

7.2. Exaustor:

Manutenção e limpeza:
É aconselhável deixar o exaustor
em funcionamento durante uns 15 minutos
depois de terminada a manipulaçâo, para
completa evacuação do ar viciado. A

£
limpeza deve ser feita semanalmente.
Limpar todos os depósitos de sujidades
acumulados no exaustor e em outras
superfícies.
No mínino, todos os componentes
devem ser limpos de 2 em 2 meses.
Para fazer a limpeza proceder do seguinte modo:
Desligá-lo da rede elétrica
Retirar a bandeja de recolha de pó, deslizando-a sobre as suas
guias;

616
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Retirar a tampa exteríor presssionando os botões laterais;


Saída a tampa, pode retirar a turbina;
Para limpar a voluta, passar um pano umidecido com álcool a 70%
ou detergente neutro;
0 filtro retém as partículas de pó suspensas no ar extraido, por
conseguinte, está sujeito a obstruções de vez em quando. Depois de
extraída a tampa exterior, separar o f i l t r o , desapertando as porcas
que tem dentro;
Lavá-lo com água e detergente neutro, deixando dissolver o pó
acumulado;
Enxaguar, abundantemente, com água e deixá-lo secar antes de
montar de novo na tampa.
Registrar na Ficha de Controle de Limpeza do filtro do exaustor,
datar e assinar.

FICHA DE CONTROLE DE LIMPEZA DO AR CONDICIONADO


Setor:
Data Visto do Responsável

FICHA DE CONTROLE DE LIMPEZA DO FILTRO DO EXAUSTOR


Setor:
Data Visto do Responsável

617
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Limpeza e sanitização de pisos,


paredes, ambientes,
equipamentos e utensílios

Procedimento Operacional Padrão 13

618
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Mampulação


Procedimento de Operacional Padrão

POPN0 13 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

Título: Limpeza e sanitização de pisos, paredes, ambientes,


equipamentos e utensilios

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para limpeza e sanitização
de pisos, paredes, ambiente, equipamentos e utensílios de manipu-
lação.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Manipulador
Funcionário do Departamento de Limpeza e Sanitização

3. Departamentos envolvidos
Departamento de Limpeza e Sanitização
Departamento Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

619
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Detergente neutro com tensoativo aniônico (fabricado na própria
farmácia ou industrializado)
Desinfetantes domiciliares com diferentes tipos de agentes bac-
tericidas para fazer o rodízio
Solução sanitizante de álcool a 70% para equipamentos, utensílios
e bancadas
Solução sanitizante para ar ambiental em recipiente spray
Gel sanitizante de álcool a 70% para as mãos
Solução sanitizante com hipoclorito de sódio a 200 ppm de cloro
ativo
Solução sanitizante com hipoclorito de sódio a 400 ppm de cloro
ativo
Estufa elétrica de secagem e esterilização
Equipamentos de proteção individual (botas de borracha, luvas,
máscaras, óculos de proteção)
Cesto de lixo provido de tampa, pedal e saco plástico.

6. Procedimento

6 . 1 . Depósito de Material de Limpeza:


O depósito de material de limpeza, localizado ao lado do
tanque deve possuir:
Baldes
Rodos
Vassouras
Panos de chão
Esponjas
Escovas
Diversas soluções para limpeza e sanitização.

Tais materiais poderão ser assim identificados:

Area Cor
Manipulação, Controle da qualidade, Verde
Área de paramentação e Almoxarifado
Demais áreas da farmácia Vermelho

O fluxo da limpeza deverá ser das áreas de manipulação


para as áreas de dispensação.

620
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CRONOGRAMA DE LIMPEZA DAS INSTALAÇÕES DA FARMÁCIA


Responsável:
Horário
Loja
Loja
Areas externas
Areas externas
Areas externas
Refeitório, Sanitário e Vestiário
Limpeza dos panos da farmácia, organização dos ma-
tériais de limpeza e solicitação dos mesmos através de
formulário para para o setor de compras
Lavagem dos materiaís nos Laboratórios de Sólidos e
Semi-Sólidos e Líquidos
Horário de almoço do funcionário
Administracão
Almoxarifado
Executação das tarefas descritas na tabela abaixo TA-
REFAS (Semanais, Quinzenais, Mensais, Semestrais e
Anuais). Alternar tais tarefas durante a semana.
Area de paramentação
Laboratório de Controle da Qualidade
Lanche
Laboratório de Solidos
Laboratório de Semi-Sólidos e Líquidos

Observação: toda limpeza do Laboratório de Sólidos deve ser em


horário diferente da manipulação, a fim de evitar possível excesso
de umidade no ambiente.

621
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Tarefas Diárias
Limpar os pisos de todos as Limpar pisos e louças dos sanitá-
áreas intemas da farmácia rios
com a solução n° 1 (Ver solu-
ções de limpeza)
Limpar o Refeitório e Vestiário Limpar áreas externas da loja
(calçada), entrada lateral e fun-
dos)
Limpar e sanitizar com álcool Retirar o lixo
a 70 % bancadas, divisórias e
prateleiras
Limpar exautores das capetas Limpeza e sanitização do reser-
do Laboratório de Sólidos vatório do desumidificador. Usar
solução n° 6.2.4
Limpar todos os ambientes Limpar as prateleiras da Loja
com solução n° 6.2.8 (recepcionista)
Ordem de limpeza:
1o) Limpar o piso com pano úmido embebido na solução n° 6.2.1
2o) Enxaguar o piso com um pano úmido
3o) Usar desinfetante de uso doméstico (rodízio semanal)

Tarefas Semanais
Lavar os sanitários Lavar a calçada, fundos e entra-
da lateral, escada principal de
acesso à farmácia com solução
n° 6.2.7
Limpar a estufa Limpar e sanitizar o depósito de
água destilada
Limpar armários e prateleiras Lavar as lixeiras e sanitizar com
onde guardam matérias primas a solução n° 6.2.6
e materiais de embalagem de
todos os Departamentos com
álcool a 70%
Limpeza dos exautores dos
Laboratórios
Sanitizar os pisos dos labora- Limpar e sanitizar janelas, por-
tórios com a solução n° 6.2.7 tas, rodapés e interruptores com
solução n° 6.2.2

622
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Tarefas Quinzenais
Limpar as luminárias, inter- Limpar o fogão
ruptores e tomadas
Limpar internamente os arma- Limpeza das grades e do filtro
rios onde guardam vidrarias dos aparelhos de ar condiciona-
do

Tarefas Mensais
Degelar e limpar a geladeira Limpar paredes internas e tetos
Limpar filtro interno com 5 Limpeza e sanitização interna
velas dos exaustores

Tarefas Semestrais
Limpar a caixa de gordura Limpar o destilador
Limpar as caixas d'água e for- Desmontar e limpar grades com
ro da loja (contratar pessoal telas protetoras contra entrada
especializado) de insetos

Tarefas Anuais
Pintura e reparos Limpeza interna dos aparelhos
de ar condicionado por pessoal
autorizado

Observações:
0 manipulador deve manter o seu ambiente de trabalho lim-
po e organizado. As vidrarias e demais utensílios são limpos pelo
próprio manipulador, assim como sua sanitização, secagem e guar-
da. As bancadas, após cada manipulação são limpas pelo próprio
manipulador. Quando necessário, solicitar a presença do funcioná-
rio de serviços gerais paara a limpeza.

6.2. Soluções de Limpeza:


0 preparo da solução de álcool etílico a 70° GL segue a regra
da "Redução do Grau Alcoólico", conferindo a diluição com o alco-
ômetro:

X = Graduacão desejada x Volume desejado


Graduação disponível

X = quantidade de álcool de graduação disponível a ser completada

623
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

com água destilada até o volume desejado para obtenção da gradu-


ação desejada.
As soluções de limpeza deve ser preparadas nos respectivos
baldes da seguinte forma:

6 . 2 . 1 . Solução de limpeza geral de pisos e sanitários:

PRODUTO CONCENTRAÇÃO
Água sanitária (Hipoclorito de sódio - HCIO - 0,5%
com aproximadamente 2% de cloro livre)
Detergente aniônico 1 %
Água potável qsp 100 ml_
Validade: preparar, utilizar e descartar o restante.

Exemplo: para cada 2 litros de solução usar:


Água sanitária 10 ml_
Detergente 20 mL
Água potável 1970 mL

O funcionário da limpeza e serviços gerais usa luvas de bor-


racha para a preparação das soluções e execução da limpeza.
O depósito de material de limpeza tem prateleiras e armá-
rios que permitem a segregação de utensílios de cada setor.
As vassouras, rodos e panos devidamente limpos são pendurados
em suportes apropriados.

6.2.2. Solução detergente para lavagem de utensilios, equipa-


mentos, paredes e pisos

FASE PRODUTO CONCENTRAÇAO


1 Agua deionizada Qsp100%
1 Álcool etílico a 96° GL 10%
1 Phenonip (fenoxietanol e parabenos) 0,5%
1 Lauril éter sulfato de sódio (Texapon 30%
HBN)
1 Mistura de isotiazolinonas (Kathon 0,04%
CG)
Embalagem: garrafa plástica.
Validade: 1 ano.
Preparação: Misturar na ordem indicada na fórmula os componen-
tes, homogeneizando cada um antes de adicionar o seguinte.

624
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.2.3. Sabonete bactericida para lavagem das mãos

FASE PRODUTO CONCENTRAÇÃO


1 Água deionizada Qsp 100%
1 EDTA Na2 0,2%
1 Ácido cítrico anidro 0,06 %
1 Lauril éter sulfato de sódio (Texapon 30%
HBN)
1 Cocoamidopropil betaína (Dehyton KB) 5%
1 Decil poliglicose (Plantarem 2000) 4%
2 Dietanolamida de ácido graxo de coco 4%
(Comperlam KD)
2 Irgasan DP 300 0,'5%
Embalagem: saboneteira com válvula tipo pump
Validade: 1 ano

Preparação:
Misturar na ordem indicada na fórmula os componentes, homoge-
neizando cada um antes de adicionar o seguinte.
Misturar, em separado, na ordem indicada os componentes da fa-
se 2, homogeneizando cada um antes de adicionar o seguinte. A-
quecer sob agitação até completa solubilização dos sólidos (aproxi-
madamente 50°C).
Analisar o pH e corrigir, caso necessário, na faixa de 6,0 a 7,0.

6.2.4. Solução sanitizante de álcool a 70 % para utensilios, equi-


pamentos e calçados

FASE PRODUTO CONCENTRAÇAO


1 Agua deionizada Qsp 100%
1 Alcool etílico neutro 70%
1 Propilenoglicol 5%
Embalagem plástica spray
Validade: 1 ano

Preparação: Misturar na ordem indicada na fórmula os componen-


tes, homogeneizando cada um antes de adicionar o seguinte.

625
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.2.5. Álcool gel sanitizante para mãos

FASE PRODUTO CONCENTRAÇAO


1 Agua deionizada Qsp100%
1 Polímero carboxivinílico 0,5%
(Carbopol 940)
2 Álcool etílico 70%
2 Propilenoglicol 5%
2 Aminometil propanol (AMP 95) 0,2%
Embalagem: saboneteira com válvula tipo pump
Validade 1 ano

Preparação:
Misturar na ordem indicada os componentes da fase 1, homoge-
neizando cada um antes de adicionar o seguinte.
Misturar, em separado, na ordem indicada os componentes da fa-
se 2, homogeneizando cada um antes de adicionar o seguinte.
Adicionar sobre a mistura da fase 1. Homogeneizar por 2 minutos.
Analisar o pH e corrigir, caso necessário, na faixa de 6,0 a 7,0.

6.2.6. Solução sanitizante de hipoclorito de sódio 200 ppm

FASE PRODUTO CONCENTRAÇAO


1 Agua deionizada Qsp100%
1 Hipoclorito de sódio 12 % de cloro 0,17%
ativo
Embalagem: vidro âmbar
Validade: 30 dias sob refrigeração
Preparação: Misturar na ordem indicada na fórmula os componen-
tes, homogeneizando cada um antes de adicionar o seguinte.

6.2.7. Solução sanitizante de hipoclorito de sódio 4 0 0 ppm

FASE PRODUTO CONCENTRAÇAO


1 Agua deionizada Qsp 100%
1 Hipoclorito de sódio 12 % de cloro 0,34 %
ativo
Embalagem: vidro âmbar
Validade: 30 dias sob refrigeração
Preparação: Misturar na ordem indicada na fórmula os componen-
tes, homogeneizando cada um antes de adicionar o seguinte.
626
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.2.8. Solução sanitizante para uso ambiental

FASE PRODUTO CONCENTRAÇAO


1 Álcool etílico Qsp 100%
1 Propilenoglicol 50%
1 Cloreto de benzalcônio 50 % 0,4%
(Sunquart BC 50)
Embalagem plástica spray
Validade: 1 ano

Preparação:
Misturar na ordem indicada na fórmula os componentes, homoge-
neizando cada um antes de adicionar o seguinte.
Estocar as soluções em recipientes plásticos adequados, identifi-
cando com o nome da solução, a finalidade de uso, a data de fabri-
cação, o número do lote e o prazo de validade.
Guardar as embalagens em local abriga do calor e luz excessivos.

6.3. Laboratórios:
Na Área de Paramentação, colocar um borrifador com solução de
álcool a 70% (solução n° 6.2.4), um dispensador com Álcool Gel
Sanitizante para mãos (n° 6.2.5) e uma saboneteira com sabonete n°
6.2.3. Borrifar álcool na sola dos sapatos e esfregar com papel ab-
sorvente, antes de entrar nos laboratórios.
Proceder a limpeza e sanitização das bancadas após o término
de cada manipulação com solução de álcool a 70%.
No final do expediente diário, proceder a limpeza e sanitização
de todos os pisos, pias, divisórias e bancadas. A varredura dos pisos
dos laboratórios é feita com um pano úmido e após a varredura usar
desinfetante de uso doméstico, fazendo rodízio dos mesmos.
Usar solução de hipoclorito de sódio a 0,5% somente nos pisos.
Nas bancadas, pias e prateleiras usar solução de álcool a 70%.
A limpeza das prateleiras é feita diariamente e a dos armários
dos laboratórios semanalmente.
O lixo de cada laboratório é depositado em recipiente especial
com tampa e é esvaziado e limpo fora do local de manipulação.
Esvaziar os cestos de lixo sempre que necessário e no final do expe-
diente.
No final do expediente, após desligar o exaustor e o ar condicio-
nado, sanitizar o ar ambiente com Solução sanitizante para uso am-
biental (n° 6.2.8) borrifando o mesmo com o produto. Deixar agir
até o dia seguinte. Limpar o local, antes de iniciar os trabalhos.
627
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
6.4. Utensílios e equipamentos:
Todas vidrarias, utensílios de porcelana, plásticos e inox são
limpos com detergente neutro, enxaguados com água limpa e poste-
riormente sanitizados com solução de álcool a 70%.
Os utensílios resistentes ao calor são esterilizados em estufa elétri-
ca a 170°C por um período de 1 hora ou a 160°C durante 2 horas.
Quando se deseja somente a secagem da vidraria, 60 ° C durante
30 minutos são suficientes.
Equipamentos são limpos e sanitizados e protegidos por sacos plásti-
cos, enquanto não estão sendo usados.
Anotar as informações na Ficha de controle de limpeza e saniti-
zação.

6.5. Embalagens:
Todos os componentes de embalagem (frascos, potes, espátulas
plásticas, tampas, batoques, bisnagas plásticas ou metálicas, vidros,
pvc, antes de sua utilização são lavados e enxaguados com água
corrente e sanitizados com álcool a 70% com exceção dos vidros,
que após a lavagem, são esterilizados em estufa elétrica à 170°C por
1 hora.
Após o procedimento acima, armazenar as embalagens em sacos
plásticos de polietileno transparente, selar e etiquetar : "LIMPO E
SANITIZADO".
As embalagens que serão utilizadas diariamente são armazena-
das em armário fechado e substituídas quando necessário.

6.6. Instalações (Loja, Almoxarifado, Banheiros, Vestiário, Copa e


Administração):
No início do expediente proceder a limpeza e sanitização de to-
dos os pisos e das instalações sanitárias da farmácia.
A varredura dos pisos dos laboratórios é feita com um pano úmi-
do e embebido na solução n° 6.2.1, depois enxaguar com um pano
úmido e após usar desinfetante de uso doméstico, fazendo rodízio
dos mesmos.
No final do expediente sanitizar o ar ambiente com Solução sani-
tizante para uso ambiental (n° 6.2.8) borrifando o mesmo com o
produto. Deixar agir até o dia seguinte.
Semanalmente vedar os ralos e sanitizar os pisos com solução
de hipoclorito de sódio 200 ppm de cloro ativo (n° 6.2.6).
Proceder a limpeza semanal de janelas, portas e rodapés.
As prateleiras da loja são limpas diariamente e do almoxarifado
sempre que necessário (pelo menos quinsenalmente).

628
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Proceder a limpeza mensal de todas as paredes internas e tetos.

6.7. Pessoal:
Lavar as mãos todas as vezes que for necessário, principatmente
após a utilização dos sanitários, com sabonete bactericida.
Após a secagem das mãos, utilizar álcool gel bactericida para
sanitizar as mãos ou toda vez que for necessário, principalmente
antes de iniciar a manipulação. Vide POP - Conduta de Manipulado-
res e Funcionários: Higiene Pessoal, Conduta, Higienização das
mãos, uso correto dos equipamentos de proteção individual e ao
produto.

629
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Qualificação de Fornecedores,
Compra de Matéria Prima e
Materiais de Embalagem

Procedimento Operacional Padrão 14

630
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operacional Padrão

POPN0 14 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Qualificação de Fornecedores, Compra de Matéria


Prima e Materiais de Embalagem

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas na qualificação de
fornecedores, compra de matérias primas e materiais de
embalagem para uso na farmácia de manipulação. Estabelecer
diretrizes e documentações apropriadas para a aquisição de
matérias primas utilizadas na manipulação magistral, visando
assegurar que todos os medicamentos manipulados possuam
qualidade apropriada.
2. Responsabilidades
Diretor Administrativo
Diretor Técnico

3. Departamentos envolvidos
Administrativo
Suprimentos
Compras

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
USP-24
631
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Cadastro de fornecedores
Lista de matérias primas aprovadas por fornecedor
üsta de embalagens aprovadas por fomecedor
Catálogos de Distribuidores e Fornecedores
Pedido de Compra
Planilha de Orçamentos

6. Procedimento
Ao adquirirmos uma matéria prima de um fomecedor e trans-
formamos a mesma em medicamento, estamos assumindo toda a
responsabilidade da qualidade do produto perante o consumidor e o
prescritor.
Segundo a vigésima quarta edição da USP, onde trata de Ma-
nipulação Farmacêutica estabelece; "o farmacêutico é responsável
pela manipulação de preparações com potência, qualidade e pureza
aceitáveis, bem como embalagem e rotulagem apropriadas, de a-
cordo com as boas práticas de manipulação farmacêutica, padrões
oficiais, informações e dados cientificos relevantes". A qualidade da
preparação magistral depende do uso de matérias primas de quali-
dade.
Para a manipulação magistral, deve-se preferir substâncias
com grau farmacopéico (farmacopéias oficialmente reconhecidas).
Podendo também ser utilizadas substâncias de maior grau de pure-
za, como os reagentes analíticos certificados com grau da American
Chemical Society ou Food Chemicals Codex. Para quaisquer substân-
cias utilizadas na manipulação que não tenham sido adquiridas de
fabricantes validados, o farmacêutico deve estabelecer, por meios
razoáveis, sua pureza e segurança, o que pode incluir análise do
lote, reputação do fabricante ou confiança da fonte.
Se for utilizado um medicamento industrializado como fonte
de principios ativos na preparação de uma prescrição magistral,
somente serão aceitos medicamentos provenientes de recipientes
identificados com número de controle do lote e prazo de validade.
Se for utilizado um medicamento industrializado, todos os compo-
nentes da forma farmacêutica são considerados, no que se refere ao
seu uso pretendido e seu efeito potencial sobre sua eficácia global
(potência, qualidade, pureza, estabilidade, compatibilidade) da
preparação magistral.
0 farmacêutico tem como primeira escolha as matérias pri-
mas grau USP/NF. Se essas substâncias não estiverem disponiveis, o
farmacêutico utiliza a sua capacidade profissional para discriminar

632
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
as matérias primas de acordo com o grau descendente de pureza,
como descrito a seguir:
USP/NF - Matérias primas que apresentam a pureza padrão, con-
forme a tolerância indicada pela USP/NF para contaminantes noci-
vos à saúde.
Reagentes ACS - Matérias primas de elevada pureza de acordo
com as especificações mínimas indicadas pela Reagent Chemicals
Comittee of the American Chemical Society.
Quimicamente pura, CP - Mais refinada, mas ainda de qualidade
desconhecida.
Grau Comercial ou Técnico - Qualidade indeterminada.
Os graus referidos como o reagente analítico (PA),
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), grau
espectroscópico (SG) e padrão primário (OS) são graus de elevada
pureza que são utilizadas primariamente em química analítica e
Para manter uma qualidade consistente em preparações ma-
gistrais é importante utilizar matérias primas de qualidade, obtidas
de fomecedores idôneos. A consistência na qualidade também au-
menta quando se utiliza sempre o mesmo fornecedor. Quando se
utilizam diferentes fornecedores, as variações nas características
físico-químicas das matérias primas como, por exemplo, o tamanho
da particula, podem alterar a resposta esperada para a preparação
farmacêutica. Também é importante selecionar um segundo forne-
cedor, caso problemas inesperados ocorram com o fomecedor prin-
cipal.
A escolha de um fomecedor idôneo, criteríoso e competente
trará tranqüilidade e segurança na relação de negócios. A relação
entre a farmácia e o fomecedor é de cumplicidade, visando a com-
pleta satisfação do cliente. Os fomecedores que não atendam os
anseios da farmácia são eliminados.
A especificação técnica de todos os materiais a serem utiliza-
dos na manipulação garante que a aquisição atenda corretamente
aos padrões de qualidade estabelecidos.
Os materiais devem ser adquiridos de fabricantes fomecedo-
res qualificados quanto aos critérios de qualidade.

6.1. Qualificação de Fornecedores


A qualificação deve ser feita abrangendo, no mínimo, os se-
guintes critérios:
Comprovação de regularidade perante a autoridade sanitá-
ria através do envio de cópia do Alvará Sanitário atualizado, ficando
o mesmo arquivado no Departamento Administrativo;

633
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Compromisso formal do exato atendimento às especifica-


ções estabelecidas pelo farmacêutico;
Compromisso formal de apresentação dos certificados de
análises de cada lote fornecido comprovando as especificações es-
tabelecidas e acordadas;
Apresentação de literaturas técnicas quando solicitadas;
Envio de amostras quando solicitadas;
Informações de terceiros;
Através de visitas às instalações quando se observa a parte
física, área de estocagem, laboratórios, área de fracionamento,
procedimentos escritos de operação, etc.

6.2. Efetivação da compra


0 funcionário encarregado de efetuar as compras, baseado
no pedido do almoxarifado, envia ao fomecedor pré-qualificado, o
pedido de orçamento com o prazo de entrega e a quantidade míni-
ma para compra, por escrito, detalhando cada item de matéria pri-
ma ou material de embalagem utilizado na farmácia, com as devi-
das observações. Utilizar o fax ou correio eletrônico. 0 funcionário
encarregado deve comparar as condições de, no mínimo, dois forne-
cedores. No caso da compra de embalagens pela primeira vez, soli-
citar amostras para a avaliação da resistência e da qualidade do
material. Descrever detalhadamente a matéria prima por seu nome
químico, nome comercial, concentração desejada e forma de apre-
sentação, quando houver mais de uma concentração ou forma de
apresentação.
Solicitar que a matéria prima seja identificada por seu no-
me químico ou comercial, nome do fabricante, número de lote e
prazo de validade.
Solicitar a forma de acondicionamento mais adequada para
cada insumo, notadamente os produtos sensíveis à luz, umidade e
temperatura.
Solicitar sempre o envio do laudo analítico para cada maté-
ria prima adquirida. Solicitar a transportadora que será encarregada
do transporte e as condições do frete. Após análise e aprovação do
orçamento pelo Diretor Administrativo, efetuar a compra.

634
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

PLANILHA DE ORÇAMENTOS
Razão Social:
Endereco:
Tel/fax:
CNPJ: | Inscrição Estadual:
Descrição Fornecedor Fornecedor Fornecedor
Especificação
Preço Embala- Val. Preço Emba- Val Preço Emba- Val.
Kg/g gem Kg/g lagem Kg/g lagem

FICHA DE PEDIDO DE COMPRA DE MATERIA PRIMA


E MATERIAIS DE EMBALAGEM NUMERO: 000
Data:
Faturamento/ Cobrança:
Razão Social:
Endereço:
Tel/fax:
CNPJ: Insc.Est.
Fornecedor:
Telefone Fax
Vendedor
Local de entrega:
CODIGO QTDE UNID. DESCRIÇAO/ PREÇO PREÇO
ESPECIFICAÇÀO UNITÁRIO TOTÁL

Total de itens Sub-total


Prazo de entrega Frete

Condições de pagamento Outras despesas

Comprador Total

635
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Recebimento de
Matérias-primas e
Materiais de Embalagem

Procedimento Operacional Padrão 15

636
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operacional Padrão

POP N° 15 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

Título: Recebimento de Matérias-primas e materiais de emba-


lagem

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas no recebimento de matérias-
primas e materiais de embalagem pela farmácia.

2. Responsabilidades
Manipulador
Farmacêutico Responsável
Diretor Administrativo

3. Departamentos envolvidos
Suprimentos
Administrativo
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Ficha de Pedido de Cotação/Compra de matéria-prima e materiais
637
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

de embalagem
Laudo analítico do fomecedor
Ficha de recebimento de matéria-prima/materiais de embalagem
Notas fiscais
Etiquetas de situação dos materiais
Carimbo "Peso conferido" para substâncias da Portaria 344
Prateleiras devidamente identificadas
Armário com chave para guarda de substâncias sujeitas a controle
especial
Geladeira com prateleira ou gaveta reservada para produtos em
"quarentena"

6. Procedimento
0 recebimento dos materiais é realizado pelo farmacêutico e de
acordo com os procedimentos estabelecidos.

6 . 1 . Recepção das matérias-primas e materiais de embalagem:


Todos os materiais são recebidos pela porta dos fundos da far-
mácia (sempre que possível pela planta física do estabelecimento) e
entregue no almoxarifado.
Todos os materiais são submetidos à inspeção de recebimento,
para verificar a integridade da embalagem, a correspondência entre
o pedido de cotação/compra, a nota fiscal, confirmação de peso ou
volume (ainda na presença do funcionário da transportadora), ne-
cessidade de conservação especial e os rótulos, efetuando-se o re-
gistro dos dados na ficha de estoque ou por sistema informatizado.

6.2. Identificação:
As matérias-primas deverão estar adequadamente identificadas
e os rótulos contêm, pelo menos, as seguintes informações:
denominação (DCB ou DCI)
número do lote atribuído peto fabricante / fornecedor
data de fabricação e prazo de validade
condições de armazenamento e advertência, se necessário
identificação completa do fabricante/fomecedor

Qualquer divergência ou qualquer outro problema que possa


afetar a qualidade da matéria prima, é analisada pelo farmacêutico
para orientar quanto às providências a serem adotadas.
Quando houver não conformidade já na inspeção visual, os
materiais ficam retidos na área de produtos não conforme no Depar-
tamento de Suprimentos até que toda a documentação e contatos

638
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

com o fornecedor sejam feitos e tomadas as providências necessá-


rias.
Se uma única remessa de material contiver lotes distintos,
cada lote é levado em consideração, separadamente para inspeção
e liberação.
Cada lote da matéria prima é acompanhada do respectivo
Certificado de Análise, emitido pelo fabricante/fornecedor, e per-
manece arquivado, no mínimo, durante 6 meses após o término do
prazo de validade do produto com ela manipulado.
Os Certificados de Análise tem informações claras e conclusi-
vas, datados, assinados, identificando o nome do fabrican-
te/fomecedor e seu responsável técnico e estão à disposição da
autoridade sanitária no ato da inspeção.
Anotar na Ficha de Recebimento de Matéria-prima e materi-
ais de embalagem todos os dados requeridos. Esta ficha fica arqui-
vada no Laboratório de Controle da Qualidade.
Encaminhar a matéria-prima ou material de embalagem para
a área de quarentena, enquanto aguarda análise e aprovação. Esto-
car conforme orientações do fornecedor e dados da farmácia.
Todos os materiais recém-chegados são conservados em uma
área isolada no Departamento de Suprimentos considerada "QUA-
RENTENA" até que o laboratório de Controle da Qualidade determi-
ne a situação do produto.
A área de quarentena tem acesso restrito de maneira a evi-
tar a utilização inadvertida da matéria-prima não analisada.
Reservar uma prateleira ou gaveta para este f i m no refrige-
rador.
Conforme o controle da qualidade aprove ou rejeite o lote
da matéria-prima ou embalagem, identificá-la com etiqueta especi-
ficas de aprovação ou reprovação.

639
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

SITUAÇÃO COR DADOS DA ETIQUETA


Nome da matéria-prima
AMARELA Número do lote
Data do recebimento
Data de fabricação
Prazo de validade
Quarentena
Nome do fomecedor
Quantidade de cada emba-
lagem
Nome da transportadora
"AGUARDANDO APROVAÇÃO"
Nome da matéria-prima
VERDE Número do lote
Data do recebimento
Data de fabricação
Prazo de validade
Aprovado Nome do fornecedor
Quantidade de cada emba-
lagem
Analista
"APROVADO"
Nome da matéria-prima
VERMELHO Número do lote
Data do recebimento
Data de fabricação
Prazo de validade
Reprovado Nome do fomecedor
Quantidade de cada emba-
lagem
Analista
"REPROVADO"

Os materiais reprovados na inspeção de recebimento são se-


gregados no Departamento de Suprimentos, em área identificada
com as seguintes etiquetas: "NÃO-CONFORME" ou "REPROVADO" no
menor espaço de tempo.
No caso de produtos controlados pela Portaria 344, as notas fis-
cais contem um carimbo da Autoridade Sanitária do local de origem,
significando que a mesma foi vistoriada. Contêm ainda, após o nome
da substância, entre parênteses; a letra indicativa da lista a que se
refere.
640
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

As substâncias sujeitas a controle especial são guardadas em


armário resistente, fechado à chave, numa prateleira reservada à
quarentena até aprovação pelo Laboratório de Controle da Qualida-
de.
Estas substâncias são pesadas durante a primeira inspeção de
recebimento para averiguar a veracidade das informações da nota
fiscal. Após a pesagem, o farmacêutico carimba na etiqueta do pro-
duto "Peso conferido".
Em caso de produtos não conforme ou reprovados ver POP N° 16
- Devolução de matérias primas ou materiais de embalagem repro-
vados.

Ficha de Controle de Recebimento de


Matéria-prima e materiais de embalagem
Ident. Prazo
País de NF Data de N°de
Espec. Distrib. Qtde de
origem n°: receb. lote
validade

641
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Devolução de Matérias primas ou


Materiais de Embalagem
Reprovados

Procedimento Operacional Padrão 16

642
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento de Operacional Padrão

POPN0 16 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

Titulo: Devolução de matérias primas ou materiais de embala-


gem reprovados

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para efetuar a devolução de maté-
rias-primas ou materiais de embalagem não conforme ou reprovados
pela farmácia.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Diretor Administrativo

3. Departamentos envolvidos
Técnico
Suprimentos
Compras

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

643
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Pedido de compras
Formulário de laudo analítico
Nota fiscal de devolução

6. Procedimento
Ocorrendo reprovação da matéria-prima ou material de em-
balagem, comunicar o ocorrido ao fornecedor, no prazo máximo de
três dias. Comunicar também à Vigilância Sanitária local.
Emitir laudo de análise com a reprovação (modelo em ane-
xo), discriminando o (s) motivo (s) da devolução.
Contactar o fomecedor para acertar os detalhes da devolu-
ção e após o contato, emitir nota fiscal de devolução.
Deixar o material reprovado na área de REPROVADO (Cor
vermelha), separado e identificado com a etiqueta Reprovado apro-
priada.

LAUDO DE ANÁLISE DE MATÉRIA PRIMA


OU MATERIAL DE EMBALAGEM
Matéria-prima: Código:

Material de embalagem: Código:

Fornecedor: Nota fiscal:

Quantidade: Volumes:
Ensaios Especificações Resultados

Analista
Farmacêutico Responsável
Resultado:
Data:
Observações
Os ensaios variam de acordo com cada matéria prima, deve-se se-
guir a literatura adequada.
644
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Armazenamento de
Matérias primas e
Materiais de embalagem

Procedimento Operacional Padrão 17

645
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POPN0 17 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Armazenamento de matérias primas e materiais de


embalagem no Departamento de suprimentos e nos laborató-
rios

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para o armazenamento ade-
quado de matérias-primas e materiais de embalagem.

2. Responsabilidades
Almoxarife
Farmacêutico Responsável

3. Departamento envolvido
Departamento de Suprimentos

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Armário com chave
Estantes ou prateleiras

646
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Pallets
Refrigerador
Frascos de vidro âmbar
Frascos de polietileno preto
Sacos de poleitileno de vários tamanhos
Sachets de sílica gel dessecante
Ficha de segurança para manuseio de matérias-primas perigosas
Etiquetas: APROVADO, NÃO-CONFORME, REPROVADO

6. Procedimento
Todas as matérias primas devem ser armazenadas sob con-
dições apropriadas e de forma ordenada de modo a preservar a i-
dentidade e integridade das mesmas. As matérias-primas devem
estar dispostas em ordem alfabética, salvo em condições especiais
em que por motivos de segurança (matérias-primas com nomes ho-
mônimos) e de conservação (exemplo: matéria-prima com forte o-
dor, etc) seja necessário usar outra disposição.
As matérias-primas e os materiais de embalagem devem ser
estocados em locais identificados, de modo a facilitar a sua locali-
zação para uso, sem risco de trocas. Os produtos devem ser dividi-
dos, com o objetivo de armazenamento, em sólidos e líquidos, es-
tando separados para evitar contaminação cruzada entre os mes-
mos.
Não deve-se armazenar as matérias-primas em embalagens
de papelão, pois as mesmas facilitam a proliferação e o abrigo de
baratas.
Nunca estocar matérias-primas ou materiais de embalagem
diretamente no chão ou encostados na parede. Deve-se utilizar pal-
lets de plástico ou madeira impermeabilizada a uma altura de 30
centímetros do chão.
Deve-se aplicar o FIFO (first-in, first out; o primeiro que
entra é o primeiro que sai), consumindo sempre primeiro, o lote
mais antigo da matéria-prima ou material de embalagem, antes de
consumir o mais novo.
Observar as datas de validade dos produtos, estando os de
menor validade à frente dos de maior validade. Verificar se os pro-
dutos comprados recentemente não possuem validade inferior aos
produtos mais antigos. Quando isto ocorrer, informar ao responsável
pelo Setor de compras.
As matérias-primas sob regime especial de controle são
armazenadas em armários fechados com chave e tendo como res-

647
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

ponsável o farmacêutico. Estão em ordem alfabética, com rótulos


bem definidos e a data de validade indicada. As matérias-primas
diluídas devem apresentar rótulo com a düuição (Ex.: 1:10,1:100,
1:1000). Existe ordem de validade entre os itens estocados, onde a
matéria-prima mais antiga deve ficar à frente da mais nova, evitan-
do a degradação do princípio ativo e instabilidade do mesmo.
Os equipamentos de laboratório (vidrarias e aparelhos) de-
vem ser limpos, embalados com papel alumínio e guardados em seus
devidos compartimentos de estoque.
As embalagens devem ser fracionadas em quantidades me-
nores, reembaladas com plástico e armazenadas em local adequado.
são separadas por tamanho, capacidade e tipo, protegidas da umi-
dade e poeira e devidamente identificadas com código interno. Os
complementos das embalagens (batoques, espátulas, tampas, con-
ta-gotas, etc) são mantidos próximos de seus respectivos modelos,
devidamente identificados. As embalagens de alumínio não são ar-
mazenadas em pilhas, pois o peso poderá danificar as mesmas.
Nos laboratórios as embalagens devem ser lavadas, secas,
esterilizadas em estufa (vidros) e sanitizadas com álcool a 70%. Ar-
mazenar em armário fechado para que permaneçam limpas e,
quando utilizadas verificar as condições de uma a uma e se for o
caso limpá-las e esterilizá-las novamente.
Os materiais de limpeza devem ser armazenados no depósi-
to de materiais de limpeza, conforme POP - Limpeza e sanitização
de pisos, paredes, ambiente, equipamentos e utensílios
Os rótulos das matérias-primas apresentam as seguintes
informações:
denominação do produto (DCB ou DCI) e código de referência in-
terna
identificação do fabricante/fornecedor
número do lote do fabricante/fornecedor
teor e/ou potência, sempre que possível
prazo de validade e/ou data de reanálise
condições de armazenamento e advertência, quando necessário
situação interna da matéria-prima: quarentena, aprovado, não-
conforme, reprovado

Observação: os rótulos devem ser confeccionados seguindo um pa-


drão especial para os produtos estocados no Almoxarifado e outro
específico para os produtos estocados nos Laboratórios.
Para as matérias-primas que exigem condições especiais de
temperatura (termolábeis), devem existir registros e controle que

648
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

comprovem o atendimento a estas exigências. A temperatura do


refrigerador deve variar entre +2°C a +8°C, observando-se possíveis
restrições, como evitar o congelamento.
Os produtos corrosivos, inflamáveis e explosivos são arma-
zenados no Laboratório de Controle da Qualidade, longe de fon-
tes de calor e de materiais que provoquem faíscas.

CLASSIFICAÇAO DAS MATER AS-PRIMAS


Classificação Cuidados especiais Substâncias
do Insumo
ALERGENICAS Manusear com prote- Bacitracina
(AL) ção adequada (EPI ou Benzocaína
EPP) Capsaicina
Cor amarela Evitar contato com a Cloranfenicol
pele e mucosa Clorpromazina
Requerem cuidados Coaltar
especiais e cautela no Derivados imidazóli-
manuseio, pois podem cos
causar dermatites Difenciprona
atópicas, tosse, espir- Dinitroclorobenzeno
ros, lacrimejamento, Estreptomicina
etc. Etilenodiamina
Observar recomenda- Formaldeído
ções do fabricante Hidroquinona
lctiol
Imidazoliluréia
Irgasan DP 300
Lanolina
Mentol
Neomicina
Nicotinato de metila
Nistatina
Nitrofurasona
PABA
Parabenos
Penicilina
Prometazina
Tetraciclina
Tintura de iodo
Tirotricina

649
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CLASSIFICAÇAO DAS MATER AS-PRIMAS


Classificação Cuidados especiais Substâncias
do Insumo
CORROSIVAS Manusear com prote- Àcido acético glacial
(C) ção adequada (EPI ou Ácido clorídrico
ÉPP) Ácido fênico
Cor verde Não utilizar utensílios Ácido fosfórico
de metal no manuseio Ácido glicólico
Usar capela com e- Ácido nítrico fume-
xaustão para gases gante
para que não haja Ácido oxálico
inalação de vapores Ácido pirúvico
Manter em local a- Ácido sulfúrico
propriado Ácido tricloroacético
Evitar contato com a Hidróxido de amônio
pele, mucosa e rou- Hidróxido de potássio
pas Hidróxido de sódio
Observar recomenda- Peróxido de hidrogê-
ções do fornecedor nio (oxidante)
FORTE ODOR Manusear com prote- Cânfora
* ção (EPI ou EPP) ade- Fitoterápicos em ge-
Cor violeta quada ral
Lavar imediatamente lodofórmio
após o uso os utensí- Lactato de mentila
lios e vidrarias utili- Mentol
zadas no manuseio Nicotinato de metila
Armazenar em local Opoterápicos em ge-
separado e em recipi- ral
entes bem vedados
Observar recomenda-
cões do fabricante

650
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CLASSIFICAÇÃO DAS MATÈR AS-PRIMAS


Classificação Cuidados especiais Substâncias
do Insumo
FOTOSSENSIVEL Manusear com prote- Ácido azeláico
(FS) ção (EPI ou EPP) ade- Ácido kójico
quado Ácido retinóico
Cor vermelho Utilizar gás inerte Antipollon HT
Nitrogênio Arbutin
Embalar em recipien- Avobenzona
tes menores, comple- Benzofenona 3
tamente cheios e sem Benzofenona 4
espaço vazio que pos- Cetoconazol
sa conter ar Derivados de prata
Usar embalagens opa- Hidroquinona
cas, foto-resistente lodo
(vidro ou pet âmbar, Melawhite
potes plásticos de Nifedipina
polietileno preto, Nitrofurazona
saco de polietileno Piritionato de zinco
preto ou embalagens Resorcina
de alumínio revesti- Sulfeto de selênio
das internamente VC- PMg
com duas camadas de Vitamina C
verniz)
Manter os FS mais
sensíveis sob refrige-
ração
Observar recomenda-
ções do fabricante
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CLASSIFICAÇÀO DAS MATÉR AS-PRIMAS


Classificação Cuidados especiais Substâncias
do Insumo
HIGROSCOPI- Manusear com prote- "Acicío cítrico
CAS (Hl) ção (EPI ou EPP) ade- Ácido tricloroacético
quado Aloína
Cor azul São armazenadas em Amido
embalagens bem ve- Aminoácidos
dadas sem acúmulo Anfepramona
de ar no seu interior. Beta-caroteno
Se necessário, usar Betaína
gás nitrogênio após Brometo de sódio
cada abertura da em- Carbopol
balagem Cloreto de alumínio
Usar dessecantes Cloreto de benzalcô-
Manter os mais sensí- nio
veis sob refrigeração Cloreto de magnésio
Observar as recomen- Cloridróxido de alu-
dações do fabricante mínio
CMC
Extratos secos
Fitoterápicos
Gelatina
Glicose (dextrose)
Gomas
lodeto de sódio
Minerais
Minerais quelados
Pilocarpina
Ranitidina
Sulfato de gentamici-
na
Sulfato de neomicina

652
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Classificação Cuidados especiais Substâncias


do Insumo
INFLAMAVEIS Manusear com prote- Acetato de butila
(F)OU ção adequada (EPI ou Acetato de etila
FACILMENTE EPP) Acetona
INFLAMÁVEIS São mantidos em lo- Álcool etílico
(F+) cal especial, em área Álcool isopropílico
segura e bem identi- Álcool metílico
Cor laranja ficada, longe de fon- Benzeno
tes de calor, pois a- Clorofôrmio
brem fogo facilmente Éter etílico
Observar recomenda- Xilol
ções do fabricante
IRRITANTES (XI) Manusear com prote- Capsaicina
ção (EPI ou EPP) ade-
Cor cinza quado
Causa irritação, sen-
sação "picante", dor,
inflamação, lesões de
natureza inflamató-
ria, localizada princi-
palmente na pele e
mucosas (olhos e vias
aéreas superiores)
Não inalar os vapores
Evitar contato com a
pele e os olhos
Observar recomenda-
ções do fabricante

653
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉR AS-PRIMAS


Classificação Cuidados especiais Substâncias
do Insumo
TERMOLABEIS Armazenar em gela- Ácido glicólico
(TL) deira Ácido retinóico
Bioativos
Cor rosa Citrus aurantium
Coenzima B12
D-pantenol
Enzimas
Eritrulose
Essências/Fragâncias
Fosfatidilcolina
Fosfatidilserina
Lactobacillus
Lovastatina
Peróxido de hidrogê-
nio
Pravastatina
Sinvastatina
Vitamina A palmitato
Vitamina E e F oleosa

7. Padronização de Rótulos

7 . 1 . Rótulos para os produtos estocados no almoxarifado:


Conservar o produto na embalagem original, preferencialmente
em sacos plásticos pretos ou aluminizados. Quando houver necessi-
dade de colocar o produto em potes, utilizar um tamanho compatí-
vel com a quantidade, para que não haja espaço vazio. Colocar o
rótulo e contra-rótulos conforme o critério abaixo:
Rótulo: conforme modelo, exemplo 1 e 2.
Recebe informações especiais quanto à Classificação do Insumo.
Preservar com papel contact trocar apenas quando danificado e
ilegível.
Contra-rótulo: contendo todas as informações de cada lote. Toda
vez que o pote receber um lote novo, trocar o contra-rótulo.
Exemplo 1:
* TL: Termolábel

654
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7.2. Rótulos para os produtos estocados nos Laboratórios:


Rótulo: conforme modelo. Recebe informações especiais quanto ao
uso de excipientes e utilização. É preservado com papel contact e
trocar apenas quando danificado e ilegível.
Contra-rótulo: contendo todas as informações de cada lote. Toda
vez que o pote receber um lote novo é trocado o contra-rótulo.

Exemplo 2: rótulos para produtos estocados no laboratório

Sinvastatina
Hipocolesterêmico

Excipiente
especial

Exemplo 3: Exemplo de contra rótulo (para produtos estocados no


almoxarifado e no laboratório)

CONTROL E DE VALIDADE
ENTRADA LOTE VALIDADE FORNECEDOR

655
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Amostragem, Análise,
Aprovação ou Reprovação
de Matérias-primas
e Materiais de Embalagem

Procedimento Operacional Padrão 18

656
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POPN° 18 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

Título: Amostragem, análise, aprovação ou reprovação de


matérias primas e materiais de embalagem

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas na execução da amostragem, aná-
lise, aprovação ou reprovação de matérias-primas e materiais de
embalagem na farmácia.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Manipulador

3. Departamentos envolvidos
Suprimentos
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Frascos para amostragem
Espátulas para amostragem
Carimbo para identificação dos frascos e embalagens abertas (Amos-
657
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
trado).
Ficha individual de análise de matéria-prima (Marcha Analítica)
Ficha individual de análise de material de embalagem
Métodos analíticos gerais para matérias-primas ou materiais de em-
balagem
Monografias individuais

6. Procedimento
Os aspectos relativos à qualidade das matérias primas, mate-
riais de embalagem e fórmulas manipuladas, bem como a conserva-
ção e armazenamento das preparações, são devidamente avaliados.
As especificações e as respectivas referências Farmacopéicas
(Brasileira, Européia, Portuguesa, Americana e outras reconhecidas
oficialmente e USP), Merck Index, Martindale ou outras fontes de
consultas, oficialmente reconhecidas, devem estar disponiveis no
Laboratório de Controle da Qualidade.
As matérias primas são inspecionadas no recebimento para
verificar a integridade física da embalagem e as informações dos
rótulos.
Os diferentes lotes de matérias primas são acompanhados
dos respectivos Certificados de Análise emitidos pelo fabrican-
te/fornecedor.
Os certificados de análises emitidos têm informações claras e
conclusivas, com todas as especificações acordadas com o farma-
cêutico, datados, assinados e com identificação do responsável téc-
nico com o respectivo número de inscrição no seu Conselho Profis-
sional correspondente.
Os Certificados de Análise são avaliados para verificar o a-
tendimento aos parâmetros oficialmente aceitos.
As matérias primas são analisadas, no seu recebimento, efe-
tuando-se, no mínimo, os testes abaixo, respeitando-se as suas ca-
racterísticas físicas, mantendo-se os resultados por escrito em certi-
ficados de Análise:
Caracteres organolépticos
Solubilidade
pH
Peso
Volume
Ponto de fusão
Densidade
Avaliação do certificado de análise do fabricante/fornecedor.

658
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Na reanálise das matérias primas são analisados todos os itens


que comprovem sua especificação e que garantam o seu teor, pure-
za e integridade.

6 . 1 . Amostragem

Amostragem: Ato ou processo de seleção de amostra para ser anali-


sada como representante de um todo.
Amostragem simples: Aquela em que a probabilidade de escolha de
um membro da população para participar da amostra é igual para
todos os membros em todas as escolhas.

6 . 1 . 1 . Procedimentos para amostragem de matérias-primas


A amostragem é feita pelo farmacêutico. São recolhidas a-
mostras representativas de cada embalagem de cada lote, caso ve-
nha mais de uma embalagem de um mesmo lote.

Aplica-se a seguinte fórmula:

/"n + 1 (raiz quadrada de n, mais uma embalagem)

onde n é o número total de embalagens de matéria-prima

Para n=3, abrir todas as embalagens de matéria-prima.


Caso a matéria-prima pertença a lotes diferentes, amostrar cada

A amostragem é feita no Laboratório de Controle da Quali-


dade ou no próprio almoxarifado quando se tratar de grandes emba-
lagens.
Todos os cuidados são tomados para que não haja possibili-
dade de contaminação cruzada.
É feita uma porção do fundo, meio e parte superior das em-
balagens com pipeta, colher, espátula ou outro utensílio apropria-
do. "
A quantidade de amostra a tomar é determinada previamen-
te de acordo com a metodologia analítica a ser empregada separan-
do um pouco mais para a amostrateca.
0 farmacêutico observa na Monografia (Marcha analítica)
de cada fármaco os testes que serão realizados e com este dado
retira uma quantidade compatível do mesmo.
A amostrateca é um local no Laboratório de Controle da Qua-
659
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

lidade para arquivamento de amostras de matéria prima ou produ-


tos acabados pertencentes a cada lote analisado. As amostras anali-
sadas aprovadas podem ser eventualmente utilizadas como parâme-
tros comparativos com futuros lotes a serem analisados
Quando uma amostra for enviada para o Laboratório de
Controle da Qualidade conveniado é conveniente guardar uma a-
mostra para servir de contra-prova na amostrateca.
Amostras para controle microbiológico são coletadas em
frascos e material de coleta estéril e enviadas ao Laboratório con-
veniado.

6.1.2. Procedimentos para amostragem de materiais de embala-


gem
0 farmacêutico procede a amostragem de materiais de em-
balagem aplicando também a fórmula:

7"n + 1 (raiz quadrada de n, mais uma embalagem)

onde n é o número t o t a l de embalagens de materiais de embalagem

Para n = 3, abrir todas as embalagens.

Usar o MILITARY STANDARD 105 D - TABELA I DOUBLE NOR-


MAL para encontrar a quantidade de amostras a ser retirada de cada
embalagem aberta. Usar Nível S2 para análise dimensional e Nível II
para inspeção visual.
Analisar o material de embalagem conforme os ensaios de-
terminados na ficha individual de especificações de material de em-
balagem. Dentre estes ensaios devem constar:
Análises visuais
Dimensional externo (mm)
Dimensional interno (mm)
Peso unitário e peso médio (g)
Capacidade útil e total em frascos, potes, vidros, pets, conta-
gotas, bisnagas (mL)
Defeitos principais (falhas, borrões, manchas, rebarbas, desco-
lamentos)

660
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.2. Análise

Analisar a matéria-prima conforme os ensaios determinados na


Ficha de especificações de matéria-prima (Marcha analítica).
Dentre os ensaios devem constar, no mínimo:

6.2.1. Caracteristicas (identificação) das matérias-primas:


Testes qualitativos ou quantitativos simples nas matérias pri-
mas podem ser de grande valia para detectar alterações, adultera-
ções ou erros grosseiros dos fornecedores na separação da matéria-
prima, podendo ser efetuados na própria farmácia.
Preparar uma ficha constando os métodos analíticos que se-
rão emprepados.
Caracteres organolépticos: aspecto geral, cor, odor, sabor
Solubilidade
Ponto de fusão
Reações de precipitação
Reações de coloração
Determinação da umidade através de teste como perda por des-
secação
Densidade
pH
Peso
Viscosidade
Determinação do teor (sempre que a farmácia tiver condição de
realizá-lo)

Outros ensaios que podem ser realizados pelo Laboratório de


Controle da Qualidade ou enviar a amostra para o Laboratório con-
veniado:
índice de refração

Microbiologia

Após a aprovação das matérias primas e dos materiais de emba-


lagem anotar os valores obtidos na ficha de análise e identificar
com a etiqueta de APROVADO.
Estocar adequadamente no almoxarifado
No caso de reprovação dos materiais, anotar os valores obtidos
na Ficha de Análise e identificar com a etiqueta de REPROVADO.
Estocar na área de quarentena

661
31
õ'
3"
Ol
Q.
ESPECIFICAÇÃO DE MATÉRIA PRIMA 0)
>
3
CODIGO: IMATERIAPRIMA LOTE:
gj.
SINONIMIA: DATA DE FABRICAÇAO: \A
CATEGORIA FARMACOLOGICA DATA DE VALIOADE: fl>
FATOR DE CORREÇAO: PAIS DE ORIGEM Q.
<D

METODO ANALISE ESPECIFICAÇAO FORNECEDORES CLASSE


DESCRIÇÃO (PROPRIEDADES ORGANOLEPTICAS)
SOLUBILIDADE n>> ^.
PONTO DE FUSAO
PH
5» E.
TEOR ■o °
CONTROLE MICROBIOLOGICO -I -»
CONSERVAÇÃO
3 t
0» -n

CLASSE DOS A B C
FORNECEDORES FABRICANTE ESTRANGEIRO FABRICANTE NACIONAL REVENDEDOR IMPORTAOOR

INDEX MERCK FARMACOP. BRAS. USP MARTINDALE BRITISH PHARMACOPEIA OUTRAS

IRESPONSAVEL: IVISTO: |OATA:

I
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

FICHA DE ESPECIFICAÇAO DE MATERIAL DE EMBALAGEM

Material de Embalagem Código


Ensaio n° Data
Ensaios Especificações
Aparência

1 - Máxima
2 - Ideal
o 3 - Mínima
u
Dimensional

1 - Altura (mm)
externo

2 - Largura (mm)
3 - Comprimento
(mm)
o 1 - Unitário (g)
<L> 2 - Médio (g)
Q.
Volu-

1 - Útil (mL)
me

2 - Total (mL)
resistência

1 - Vedação
Testes de

2 - Rosqueamen-
to
3 - Gravação
1 - Rebarbas
i/>
2 - Amassados
o
'53 3- Falhas no silk
•*- screen
<D
Q
1 Diâmetro mm
Bocal do

/Tampa
Frasco

Observações
Analista
Farmacêutico
Situação

663
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

TABELA DE AMOSTRAGEM DO Ml LITARY STANDARD 105 D


TABELA 1 PARA DOU BLE NORMAL
Tamanho do lote Nível Nível II AQL AQL 2,5 AQL
S2 0,25 6,5
2a8 Todos Todos 0a1 0a1 0a1
9a15 Todos 2 0a1 03 1 03 1
16 a 25 Todos 3 0a 1 03 1 0a1
1 32
26 a 50 2 5 0a 1 031 0 32
1 32
51 a 9 0 2 8 0a1 0a2 033
1 32 334
91 a 1 5 0 2 13 0 a 1 0s2 1 34
1 32 435
151 a 2 8 0 3 20 0a1 032 235
1 32 637
281 a 500 3 32 03 1 033 337
334 839
501 a 1200 3 50 0a1 235 5a9
6a 7 12a13
1201 a 3200 5 80 032 337 7a11
1 32 839 18 a 19
3201 a 10000 5 125 032 539 11 a 16
1 32 1 2 3 1 3 26 a 27
10001 a 35000 5 200 0s3 7 a 11 11 a 16
334 1 8 3 1 9 26 a 27
35001 a 150000 8 315 1 34 11 3 16 11 3 16
435 26 3 27 26 3 27
150001 3 5000000 8 500 235 11 3 16 11 a 16
637 26 3 27 26 a 27
500001 a n 8 800 337 11 3 16 11 a 16
839 26 3 27 26 3 27

664
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Controle de Qualidade
Microbiológico
mediante serviço terceirizado

Procedimento Operacional Padrão 19

665
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POPN0 19 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

Título: Controle de Qualidade microbiológico, mediante servi-


ço terceirizado

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para efetuar o controle de quali-
dade microbiológico na farmácia, mediante terceirização.

2. Responsabilidades
Farmacêutico Responsável

3. Departamentos envolvidos
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
Contrato de prestação de serviços com o Laboratório de Controle da
Qualidade

5. Material Necessário
Vidros para amostragem esterilizados
Laudos analíticos

666
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
6. Procedimento
A farmácia de manipulação pode manter com uma empresa
capacitada qualitativa e quantitativamente um contrato para pres-
tar serviços de controle da qualidade microbiológico nos seguintes
produtos farmacêuticos: matéria-prima, produto acabado, água,
cápsulas vazias, embalagens, bases galênicas e pós.
A referida empresa apresenta Alvará Sanitário, devidamen-
te atualizado, e envia cópia para a farmácia.

6.1. Água:
0 controle microbiológico na farmácia é realizado segundo
o POP - Obtenção de água purificada com padrão de qualidade acei-
tável para a manipulação de produtos não-estéreis.
A análise microbioíógica inclui a seguinte pesquisa:
Contagem total de microorganismos aeróbios mesófilos viáveis
(bactérias e fungos)
Pesquisa de coliformes totais e fecais (f. coli)
Pesquisa de Pseudomonas aerusinosa

6.2. Bases utilizadas na farmácia:


A análise microbiológica é iniciada com emulsões, géis e pós. Es-
tão isentos da análise preparações oleosas, preparações alcoólicas
com conteúdo de álcool ou glicol superior a 20%.
0 envio das amostras será feito trimestralmente, executando:
Contagem total de microorganismos viáveis
Contagem de coliformes totais, coliformes fecais (E.coli)
Fungos totais (bolores e leveduras)
Ausência de microorganismos patogênicos.

6.3. Controle microbiológico de produtos acabados:


Iniciar pelos mais criticos, como os que contêm altas concentra-
ções de extratos vegetais, ativos biológicos, vitaminas, aminoácidos
e proteínas hidrolisadas, que favorecem o crescimento de microor-
ganismos.
0 envio das amostras será feito trimestralmente, executando:
Contagem total de microorganismos viáveis
Contagem de coliformes totais, coliformes fecais (E.coli)
Fungos totais (bolores e leveduras)
Ensaio de eficácia de conservantes antimicrobianos
Ausência de microorganismos patogênicos.

667
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.4. Padrões microbiológicos estabelecidos:

Contagem Global Máxima Aceitável 100 UFC por g ou


ml_
Microorganismos patogênicos Ausentes
Bolores e leveduras Ausentes
Deve-se guardar os laudos analíticos para efeito de fiscalização

668
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Controle da Qualidade
em Processo e
em Produtos Acabados

Procedimento Operacional Padrão 20

669
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 20 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Controle da Qualidade em Processo e em Produtos


Acabados

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para efetuar o controle da
qualidade de produtos acabados na farmácia.

2. Responsabilidades
Farmacêutico Responsável

3. Departamentos envolvidos
Técnico
Suprimentos

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
Farmacopéia Brasileira - Volume IV

5. Material Necessário
Balança semi-analítica
pHmetro
Picnômetro metálico
670
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Copo de Ford com diferentes orificios


Aparelho para determinação do ponto de fusão
Proveta graduada de 250 mL
Tubo capilar
Termômetro de mercúrio
Alcoômetro de Gay Lussac
Densímetro

6. Procedimento

Especificar a análise a ser efetuada de acordo com o tipo de


produto em exame:

6 . 1 . Caracteres organolépticos:
Todos os produtos.
Observar a aparência, cor, odor e sabor.

6.2. pH
Todos os produtos, exceto os totalmente oleosos.
Medir diretamente no produto ou preparar soluções ou sus-
pensão aquosa em concentrações variando de 1 a 10%.

6.3. Densidade
Todos os produtos, exceto moldados e pós.
Medir no picnômetro metálico em temperatura ambiente.

6.4. Densidade aparente


Produtos em pó.
Medir na proveta graduada.
Usar a seguinte fórmula:

D=M
V

onde
D = densidade aparente
M = massa
V = volume

671
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
6.5. Viscosidade
Todos os produtos, exceto moldados e pós. Medir no Copo de
Ford n° 4 (conforme especificações do fabricante). 0 Copo de Ford
apresenta os orifícios que podem ser trocados de acordo com a vis-
cosidade do produto.
Produtos fluídos são medidos diretamente, porém produtos
viscosos têm que ser diluídos em proporções de 10 a 50% de água
para 90 a 50% de produto.

6.6. Controle microbiológico


Terceirizado, anotar os resultados na Ficha de Especifica-
ção de Produto Acabado

FICHA DE ESPECIFICAÇÃO DE PRODUTO ACABADO



Produto: Lote
Procedência: Laboratório
Data:
Quantidade da amostra: Amostrado por:
Ensaios Especificações
Caracteres organolépticos
Aparência
Cor
Odor
Sabor
Densidade a 25 ° C
PH
Direto
Solução a % em água
Grau alcoólico (° GL)
Viscosidade Copo de Ford n°
Direto
Solução a % em água
Testes microbiológicos
Analista
Farmacêutico
Data
Situação

672
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

FICHA DE ESPECIFICAÇÃO DE PRODUTO ACABADO


FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS

Produto: Lote
Procedência:
Data:
Dosagem Tamanho da cápsula
Cor da cápsula Peso da cápsula vazia
Manipulador Peso do produto
Amostrado por: Lote/ N° Requisição
Especificações
Peso médio Resultados
das formas
farmacêuti-
cas
1 Peso total:
2 Peso médio:
3 Resultado:
4
5 Padrão: VIDE TABELA
6
7 Limite superior:
8 Limite inferior:
9
10 Qtd acima do limite superior:
11 Qtd abaixo do limite inferior:
12 Qtd fora total:
13
14 Situação:
15
16 Analista:
17 Farmacêutico:
18 Data:
19
[20
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
7. Determinação de peso em formas farmacêuticas, segundo a
Farmacopéia Brasileira IV

Variação de peso em formas farmacêuticas


Formas farmacêuticas Peso médio ou valor Limites de
nominal declarado variação
Comprimidos sublin- Até 80 mg +/-10%
guais e pastilhas Entre 80 e 250 mg +/- 7,5 %
Acima de 250 mg +/- 5 %
Cápsulas duras e mo- Até 25 mg +/- 15%
les Entre 25 mg e 150 mg + /- 10%
Entre 150 e 300 mg +/-7,5%
Acima de 300 mg +/- 5 %
Supositórios e óvulos Para todos os pesos + /- 5 %
Cremes, pomadas, pós Até 60 g +/- 10%
e granulados EntreóOge 150 g +/- 5 %

7.1. Cápsulas duras


Pesar individualmente 20 cápsulas e determinar o peso mé-
dio.
Pode-se tolerar variação dos pesos individuais em relação
ao peso médio, conforme indicado na tabela.
Se uma ou mais cápsulas estiverem fora dos limites indica-
dos, pesar individualmente 20 unidades, remover o conteúdo de
cada uma e pesar novamente. Determinar o peso médio do conteú-
do pela diferença dos valores individuais obtidos entre a cápsula
cheia e a vazia. Pode-se tolerar, no máximo, duas unidades fora dos
limites especificados na tabela, em relação ao peso médio, porém
nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens
indicadas.
Se mais que duas, porém não mais que seis, cápsulas, esti-
verem com variação entre uma e duas vezes o índice da tabela, em
relação ao peso médio determinar o peso do conteúdo em mais 40
unidades e calcular o peso médio das 60. Determinar as diferenças,
em relação ao novo peso médio. Pode-se tolerar, no máximo, 6 uni-
dades em 60 cápsulas cuja diferença exceda os limites da tabela,
em relação ao peso médio, porém nenhuma cuja diferença exceda o
dobro dos mesmos.

7.2. Cápsulas moles:


Proceder como nas cápsulas duras, utilizando a seguinte
674
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
técnica para remoção do conteúdo:
Cortar as cápsulas previamente pesadas e lavá-las com auxílio de
éter etílico ou outro solvente adequado. Deixar em repouso à tem-
peratura ambiente até completa evaporação do solvente e
Seguir os conceitos de variação de peso estabelecidos para cáp-
sulas duras.

7.3. Supositórios e óvulos:


Pesar individualmente 20 supositórios ou óvulos e determinar
o peso médio.
Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites
especificações na tabeía, em relação ao peso médio, porém nenhum
pode estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas.

7.4. Pós, granulados, cremes e pomadas:


Pesar individualmente 10 embalagens. Remover o conteúdo e
lavar os respectivos recipientes utilizando solvente adequado; se-
car, esfriar à temperatura ambiente e pesar novamente. A diferen-
ça entre as duas pesagens representa o peso do conteúdo.
Determinar o peso médio do conteúdo, o qual não deverá ser
inferior ao valor nominal declarado. Os pesos individuais podem
divergir do mesmo, de acordo com a porcentagem indicada na tabe-
la.
Caso não seja cumprida essa exigência, determinar o peso
individual do conteúdo de 20 embalagens adicionais. 0 peso médio
das 30 embalagens não é inferior ao valor nominal declarado e os
pesos individuais podem divergir de acordo com a porcentagem in-
dicada na tabela, sendo que somente uma embalagem em 30 pode
divergir dos limites de variação indicados na tabela.

675
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Embalagem, Conservação e
Transporte de
Preparações Magistrais

Procedimento Operacional Padrão 21

676
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 21 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Embalagem, conservação e transporte de prepara-


ções magistrais

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas para conservação e transporte
de preparações magistrais.

2. Responsabilidades
Recepcionista
Manipulador
Farmacêutico Responsável

3. Departamentos Envolvidos
Laboratório
Departamento Comercial

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Caixa de isopor
Sacos de gelo
677
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento
As embalagens são limpas e sanitizadas conforme POP -
Armazenamento de matérias primas e materiais de embalagem no
Departamento de Suprimento e nos Laboratórios.
As diferentes formas farmacêuticas são acondicionadas em
recipientes especiais, cada um atendendo a uma exigência especial
para melhor conservação do produto.

TIPOS DE EMBALAGENS PARA DIFERENTES


FORMAS FARMACÊUTICAS
FORMA TIPO DE EMBALAGEM E COMPLEMENTOS
FARMACÊUTICA
Comprimidos Frasco pequeno de boca larga, em vidro, plásti-
Subliguais co ou pet, com rosca ou pressão. (para dispen-
Cápsulas sação)
Comprimidos Saco ptástico escuro ou pote de polietileno escu-
ro (para armazenamento e transporte)
Usar sachet de sílica gel como dessecante
Liquidos Recipientes ovais, com boca larga, de vidro,
plástico ou pet dependendo da utilização utili-
zar como complemento: conta-gotas, Oral pack,
Frasco gotejador, ou outro mecanismo apropria-
do.
Pós (a granel) Recipientes ovais, boca larga geralmente de
plástico de polietileno fosco.
Pó f racionado Sachet indivídual em saco de polietileno fosco,
envelopes aluminizados.
Preparações líquidas Frasco gotejador (vidro, PET ou plástico)
para uso otológico
Soluções nasais Frasco gotejador em vidro, PET ou plástico,
frasco spray em plástico
Pomadas, cremes e Pote de plástico ou vidro, bisnaga de plástico ou
géis alumínio ou rosca.
Loções e Embalagem plástica transparente ou leitosa,
condicionadores tipo flip top.
Shampoos e sabone- Embalagens plásticas ou PET, transparentes ou
tes líquidos leitosa tipo flip top
Supositórios e óvulos Cartela plástica (molde), papel aluminio, enve-
lope aluminizado.
Pastilhas, balas, tro- Embrulhados em filme plástico e acondicionados
ciscos ou pirulitos em caixa de isopor, papel alumínio, molde em-
balagens

678
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.2. Rótulos:
Toda preparação deve ser rotulada conforme os critérios a se-
guir:

6 . 2 . 1 . Preparação Magistral
Nome do médico
Nome do paciente
Número de registro da formulação (registro eletrônico - Livro de
Receituário)
Data da manipulação
Prazo de validade
Componentes da formulação (DCB ou DCI) com respectivas quan-
tidades
Número de unidades, peso ou volume contido
Posologia
Identificação da farmácia (CNPJ, endereço, nome do farmacêuti-
co responsável com o n° de registro no CRF)
Uso interno ou externo

6.2.2. Preparação Oficinal


Data da manipulação
Prazo de validade
Componentes da formulação (DCB ou DCI) com respectivas quan-
tidades
Número de unidades, peso ou volume contido
Posologia
Identificação da farmácia (CNPJ, endereço, nome do farmacêuti-
co responsável com o n° de registro no CRF)
Uso interno ou externo

Algumas preparações exigem ou são recomendáveis a utiliza-


ção de rótulos ou etiquetas com advertências complementares, tais
como:

A. "Este medicamento foi manipulado seguindo rigorosos critérios


técnicos, a partir de uma receita individualizacja. Utüize-a conforme
orientação médica. Mantenha-a longe do alcance das crianças."

B. Cloroquina, difosfato -"Devido ao risco de retinopatia o uso deste


medicamento é acompanhado pelo seu médico"

679
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

C. Flutamida para mulheres: "Não use este medicamento sem con-


sultar seu médico, caso esteja grávida. Ele pode causar problemas
aofeto."

D. Agite antes de usar

E. Manter em Geladeira

F. Uso veterinário

G. Siga corretamente o modo de usar. Não desaparecendo os sinto-


mas ou ocorrendo reações adversas, informe seu médico.

H. Mantenha este produto fora do alcance das crianças.

I. Proteja da luz, calor e umidade.

K. Por razão técnica foram feitas cáps. ao invés de cáps.


Portanto tomar cáps. ao invés de cáps.

6.2.3. Preparações magistrais sujeitas a controle especial


As preparações magistrais contendo substâncias sujeitas a
controle especial possuem rótulos com informações específicas,
conforme previsto em legislação sanitária vigente.

LISTA COR DA TARJA TEXTO


C1 Vermelha "Venda sob prescrição médica".
C5 Só pode ser vendido com retenção da
receita
B1 e Preta "Venda sob prescrição médica".
0 abuso deste medicamento pode
causar dependência.

680
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

PORTARIA 344 - LISTAS C1 E C5

TARJA VERMELHA: "Venda sob prescrição médica. Só pode ser ven-


dido com retenção da receita"
C1 - Psicoativos
AMITRIPTILINA
BIPERIDENO*
BUPROPIONA
BUSPIRONA
C5 (ANABOLIZANTES)
CARBAMAZEPINA*
CLOMIPRAMINA
CLORPROMAZINA
CLOSTEBOL
CODEÍNA, FOSFATO
DESIPRAMINA
FENITOÍNA (DIFENILHIDANTOÍNA)*
FENOBARBITAL*
FENTOLAMINA
FLUFENAZINA
FLUOXETINA
HALOPERIDOL
HIDRATO DE CLORAL
IMIPRAMINA
LEVODOPA*
LEVOPROMAZINA
LÍTIO, CARBONATO
MAPROTILINA
METILTESTOSTERONA
NANDROLONA
NORTRIPTILINA
PAROXETINA
PRIMIDONA*
PROPIONATO DE TESTOSTERONA
SELEGELINA (L-DEPRENIL)
SERTRALINA
SULPIRIDA
TRANILCIPROMINA
TRAZODONA
TRIFLUOPERAZINA
VENLAFAXINA

681
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
PORTARIA 344 - LISTAS B1 E B2
PSICOTRÓPICOS E PSICOTRÓPICOS ANOREXÍGENOS

TARJA PRETA: "Venda sob prescrição médica' 0 abuso deste me-


dicamento pode causar dependência.

ALPRAZOLAM
DIAZEPAM
ANFEPRAMONA*,Dietilpropiona,
FENPROPOREX*
BROMAZEPAM
FLUNITRAZEPAM
CLOBAZAM
LORAZEPAM
CLONAZEPAM
MAZINDOL*
CLORAZEPATO DE POTÁSSIO
MEDAZEPAM
CLORDIAZEPÓXIDO
OXAZEPAM
CLOXAZOLAM
NITRAZEPAM
DIAZEPAM
NAO PODEM SER ASSOCIADOS A OUTRAS SUBSTANCIAS

NAO USAR TARJA VERMELHA


ACIDO RETINOICO
ERGOTAMINA, TARTARATO
L-EFEDRINA
LOPERAMIDA
PSEUDOEFEDRINA

Para medicamentos a base de "ATENÇÃO: Não use este medica-


substâncias constantes na lista mento sem consultar o seu médico,
C2 (retinóicas de uso tópico) caso esteja grávida. Ele pode cau-
sar problemas ao feto."
PROIBIDO USAR NA GESTAÇAO

Para medicamentos a base de "ATENÇAO":


substâncias constantes na lista Este medicamento pode causar
B1 - Anfepramona HIPERTENSÃOPULMONAR."
682
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Preparação e Armazenamento
de Bases Galênicas
e Soluções Intermediárias

Procedimento Operacional Padrão 22

683
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 22 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Preparação e armazenamento de bases galênicas e


soluções intermediárias

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas na preparação e armazena-
mento de bases galênicas e soluções intermediárias a serem utiliza-
das na manipulação de fórmulas magistrais e oficinais.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Manipulador

3. Departamento envolvido
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Agitador mecanico com diferentes hélices
Balança eletrônica

684
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Balança semi-analítica
Panelas em aço inox de diferentes capacidades
Béquer de vidro/ plástico de 10 a 4.000 ml_
Cálices e provetas
Bacia plástica para pesagem
pHmetro digital
Tamis de diversos meshes
Termômetro
Picnômetro de alumínio
Copo de Ford com diferentes tamanho de orifícios
Cronômetro
Banho maria
Ultrassom
Fogão industrial
Pás e "pão duro"
Placa de aquecimento com agitador magnético

6. Procedimento
Limpar e sanitizar todos os equipamentos a serem utiliza-
dos na preparação das bases galênicas e soluções intermediárias.
Emitir ordem de produção para cada base galênica ou solu-
ção intermediária.
Manipular a preparação seguindo corretamente todas as
instruções contidas na ordem de produção.
Analisar o(s) valor(es) analítico(s) especificado(s).
Efetuar as correções que se fizerem necessárias na fórmula.
Registrar na ordem de produção as correções efetuadas.
Após sua aprovação, embalar as bases ou soluções interme-
diárias em potes plásticos limpos e sanitizados com solução de álco-
ol a 70%, revestidos intemamente com dois sacos plásticos de polie-
tileno, também limpos e sanitizados. Amarrar a boca dos sacos com
fitilho plástico. Identificar com nome do produto, código interno,
número do lote, prazo de validade. Após a análise e aprovação pelo
Controle da Qualidade, colocar etiqueta de aprovado.
Ao término da fabricação, lavar e sanitizar imediatamente
os equipamentos utilizados.
Guardar uma amostra de cada lote ao abrigo da luz e calor
excessivo no Laboratório de Controle da Qualidade (na amostrateca
de bases galênicas e soluções intermediárias) para servir de padrão
para comparação com os lotes futuros. O período é de 4 meses após
a data de vencimento do produto.
Consumir sempre o lote mais antigo da base ou solução in-

685
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

termediária. Não utilizar, ao mesmo tempo, dois lotes diferentes do


mesmo produto. Se necessário, descartar restos do lote anterior
para evitar problemas de contaminação cruzada.

686
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Emissão de Ordem de Manipulação


de Preparação Magistral
Semi-acabada, Bases Galênicas
(soluções intermediárias),
Preparações Oficinais,
Produtos de Higiene e Cosméticos

Procedimento Operacional Padrão 23

687
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 23 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Emissão de ordem de manipulação de preparação


magistral semi-acabada, bases galênicas (soluções interme-
diárias), preparações oficinais, Produtos de higiene e cosmé-
ticos

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas na emissão eletrônica de
ordem de manipulação para Preparação Magistral Semi-acabada,
Bases Galênicas, Preparações oficinais, Produtos de higiene e Cos-
méticos.
Definir também, normas a serem aplicadas na emissão ele-
trônica de ordem de embalagem para produtos acabados destinados
à venda livre no Departamento Comercial.

1.1. Algumas definições importantes:


Ordem de manipulacão: documento destinado a acompanhar todas
as etapas de manipulação de uma preparação magistral ou oficinal.
Preparação Magistral Semi-Acabada: é aquela preparada e mantida
no laboratório da farmácia, devidamente identificada, obedecendo
uma ordem de manipulação de uma formulação estabelecida, de
uso frequente e/ou com complexidade farmacotécnica justificada,
aguardando a prescrição correspondente para acabamento e
dispensação (RDC-33).
Bases Galênicas (soluções intermediárias): preparações compostas
de uma ou mais matérias primas, com fórmula definida, destinadas
688
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

a ser utilizadas como veículo/excipiente de preparações farmacêu-


ticas.
Preparação oficinai: é aquela preparada na farmácia, cuja fórmula
esteja inscrita nas Farmacopéias, Compêndios ou Formulários reco-
nhecidos pelo Ministério da Saúde. (RDC-33)
Cosmético: produto para uso externo, destinado à proteção ou ao
embelezamento das diferentes partes do corpo.
Produtos de higiene: produtos para uso externo, antissépticos ou
não, destinados ao asseio ou à desinfecção corporal, compreenden-
do os sabonetes, xampus, dentifrícios, enxaguatórios bucais, anti-
perspirantes, desodorantes, produtos para barbear e após o barbe-
ar, estípticos e outros.

2. Responsabilidades
Farmacêutico

3. Departamentos envolvidos
Departamento Comercial
Departamento Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Fórmula padrão de diversos tipos de produtos
Ordem de Embalagem de Produto Acabado
Embalagens de diversos tamanhos, formas e materiais
Sacos plásticos de polietileno de diversos tamanhos
Vidro âmbar ou PET âmbar de diversos tamanhos
Seringa de 50 mL
Espátula "Pão d u r o "
Etiquetas e rótulos

6. Procedimento
O cadastro das matérias primas é feito de uma maneira ri-
gorosa, utilizando o nome da matéria prima (DCB), sinônimos, no-
mes comerciais, Fatores de conversão, fatores de correção, código
interno, etc. Este cadastro é feito pelo farmacêutico responsável no
software da farmácia.
Todos os produtos manipulados ou embalados na farmácia

689
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
são acompanhados de uma fórmula padrão ou uma ordem de emba-
lagem.
As quantidades são pré-estabelecidas e calculadas em
percentual. Para melhor reprodutividade do processo produtivo, os
tamanhos de lotes são padronizados em função dos equipamentos,
utilizando-se preferencialmente a capacidade máxima do equipa-
mento ou no mínimo 50 % da capacidade total.
As fórmulas padrão de manipulação e as ordens de embala-
gem contém as seguintes informações, conforme modelos a seguir:
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

PRODUÇAQ FQRMULA PADRAQ DE PRODUTQ


Data
Fórmula N° de Lote
Quantidade
Semi-Acabado
Quantidade Prazo de Validade:
Embalagem
Composição
Nome da matéria prima I (DCI) Quant.

Lote: Val:
Forn:
Nome da matéria prima II (DCI) Quant.

Lote: Val:
Forn:

Procedimento

Pesagem: Manipulador Data


Conferência pH final

691
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

ORDEM DE EMBALAGEM
Produto
Código do produto:
Qtd requisitada Qtd. Produzida Qtd apurada
(unidades) (unidades) (unidades)

Data da embalagem Embalado por:


Prazo de Validade do produto envasado:
Equipamentos requeridos:

Item Fase Código N° de Lote Nome dos com- Quantidade


dos compo- ponentes do (unidades)
nentes material de em-
balagem

Situação | Responsável | Data

692
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manipulação no
Laboratório de Sólidos

Procedimento Operacional Padrão 24

693
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 24 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Manipulação no laboratório de sólidos

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas em produtos manipula-
dos no Laboratório de Sólidos.
Estes produtos compreendem: cápsulas gelatinosas duras,
cápsulas vegetais, cápsulas gelatinosas moles (softgel), pós, sachets
e comprimidos sublinguais.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Manipulador

3. Departamento envolvido
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

694
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Material Necessário
Sistema de exaustão geral
Capela para manipulação com exaustão
Capela para pesagem com exaustão
Ar condicionado
Desumidificador
Estufa elétrica de secagem
Balança semi-analítica com precisão de 0,001 g
Encapsulador manual
Tamis 40, 50 e 60
Provetas graduadas de 250 mL
Tableteiro para comprimidos sublingual
Gral de porcelana de diversos tamanhos
Armário com chave para guarda de fármacos sob controle especial
Cápsulas gelatinosas de diversos tamanhos e cores
CápsuláS vegetais de diversos tamanhos e cores
Embalagens plásticas de diferentes tamanhos com lacre
Sachet ou cápsula plástica de sílica gel absorvente
Cápsula de carvão ativado
Algodão hidrófilo para proteção das cápsulas
Saquinho de polietileno de diversos tamanhos para selagem
Papel higiênico
Calculadora
Espátulas de diversos tamanhos
Papel manteiga
Rótulos diversos

6. Procedimento
O manipulador mantém-se adequadamente paramentado.
Ligar a balança 30 minutos antes do início da pesagem para
aquecimento interno.
Ligar o exaustor geral antes de iniciar a pesagem dos pós.
Verificar a limpeza e sanitização das bancadas.

6 . 1 . Pesagem:
É precisa e muito cuidadosa. Ela pode ser executada pelo
farmacêutico ou por um manipulador treinado para esta tarefa.
O pesador seleciona a ordem de manipulação j u n t o com a
receita e / o u Formulário de Auto Medicação Responsável a ser mani-
pulada por ordem de prazo de entrega prometido ao cliente.
O pesador confere se a ordem de manipulação está de a-
cordo com a receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsá-

695
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

vel, rótulo e requisição.


0 pesador separa os potes das matérias-primas e excipien-
tes a serem utílizados (as matérias-primas são armazenadas em
frascos de vidro âmbar, PET ou potes de polietileno preto, etique-
tado com todas especificações: nome, fator de correção, diluição,
fornecedor, número de lote, prazo de validade, etc e colocadas em
ordem alfabética na prateleira, exceto os antibióticos, hormônios,
aminoácidos, minerais quelados e fitoterápicos que possuem prate-
leiras separadas).
Na ordem de manipulação, já está calculada a quantidade
exata de cada componente a ser pesado e o excipiente a ser utiliza-
do. 0 pesador confere estes dados e também o tamanho e a cor da
cápsula. Caso o preenchimento da ordem de manipulação seja feito
manualmente, o pesador deve utilizar uma calculadora para a efe-
tuação dos cálculos, conferindo os cálculos.
0 pesador procede a pesagem individual de cada compo-
nente. Os potes com matérias-primas e excipientes após terem sido
utilizados permanecem fechados e posteriormente são colocados
novamente em ordem nas prateleiras.
Após calcular a quantidade de cada matéria-prima e excipi-
ente, o pesador coloca o papel manteiga sobre o prato da balança
semi-analítica e " t a r a " (zera) a balança. Em seguida pesa as maté-
rias-primas e o excipiente, retira o papel manteiga com as mesmas
de cima da balança e coloca os pós dentro de um saco plástico de
boca larga.
0 pesador confere na ordem de manipulação os lotes das
matérias-primas e do excipiente e assina. 0 excipiente utilizado
pode variar de fármaco para fármaco. Cada frasco de matéria-prima
contém a especificação do excipiente a ser empregado. Terminada
a pesagem das matérias-primas e excipientes, o pesador confere o
tamanho da cápsula indicada na ordem de manipulação. 0 cálculo é
feito considerando o peso e/ou a densidade dos pós da formulação.
Quando se tratar de medicamentos controlados pela Porta-
ria 344, o pesador carimba a receita com o carimbo "Atenção esta
receita não pode ser repetida".
Observar no caso de medicamentos controlados pela Porta-
ria 344:
Notificação de Receita (receita azul): não é necessário carimbar
a notificação.
Receituáho branco comum: é carimbado, pois seguirá com o
cliente.
Receituário Controle Especial: receita carbonada. Carimbar a có-

696
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

pia que seguirá com o cliente. A receita original fica retida na far-
mácia e, portanto não necessita ser carimbada.

Após a pesagem de todas as matérias primas e excipientes


e acondicionamento num saco plástico, o pesador registra, com
caneta de retroprojetor a quantidade de cápsulas e o tamanho da
cápsula a ser utilizada.
No caso de ajuste de posologia, especificar quantas cápsu-
las correspondem a uma dose. Colocar juntamente com a receita a
orientação ao cliente do ajuste de posologia (Atenção Prezado cli-
ente: "Por razão técnica foram feitas cáps. ao invés de
cáps. Portanto tomar cáps ao invés de cáps.)"
Quando se tratar de fórmulas que necessitem revestimento
gastro-resistente, o pesador procede da seguinte maneira:
Quando o fármaco j á está previamente revestido: proceder
a pesagem normal, registrando no saco plástico com caneta de re-
troprojetor que a fórmula não pode ser tamisada nem triturada no
gral. Usar excipiente também revestido, quando for necessário para
garantir a homogeneidade na granulometria da matéria prima e ex-
cipiente.
Quando o fármaco necessita ser revestido: pesar a fórmula
(matérias-primas e excipiente), informar o tamanho da cápsula que
será utilizada e proceder o revestimento.
Quando se tratar de pellets, o pesador utiliza espátula de
plástico, não utilizar espátula de inox. Geralmente coloca-se a ma-
téria-prima sobre o papel manteiga, tara a balança (zera) e proce-
de-se a pesagem por subtração, retirando quantidade de fármaco
para uma cápsula. Tarar a balança após cada pesagem.
Fórmulas que apresentam composição cujo peso t o t a l ul-
trapassa a capacidade das capsulas, o pesador faz a fórmula utili-
zando duas cápsulas, que conterá meia dose em cada uma e envia
j u n t o com a fórmula o aviso ao paciente. As fórmulas poderão apre-
sentar também outras variações como cápsulas triplicadas, quadri-
plicadas, que seguem a mesma instrução descrita acima.
0 pesador envia a formulação pesada e identificada para a
ser homogeneizada e tamisada. Este passo pode ser executado por
ele mesmo ou por outro manipulador.

697
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Farmácia
Pesador Manipulador
Cápsula Conferente Balcão
Tam Cor N.°

Data / /

Observações Gerais para Pesagem:


Acrescentar 5% de sobre carga dos copos para compensar
perdas durante o processo em todas as formulações, exceto nas
controladas pela portaria 344.
Cápsulas para via sublingual: usar manitol como excipiente
A pesagem sempre deve começar do fármaco com menor
dosagem para o de maior dosagem.

6.2. Homogeneização, Tamisação e Encapsulação

6.2.1. Homogeneização / Tamisação (cominuição)


0 trabalho de homogeneização e tamisação da fórmula é
realizado após a pesagem da fórmula e antes da encapsulação da
mesma. É o processo em que os sais são misturados em gral de por-
celana com o pistilo e tamisados, para uma homogeneização com-
pleta.

A. Rotina de Trabalho
A.1. Objetivos: Tenuidade do pó: homogeneidade do tamanho de
partículas permitindo uma mistura homogênea.
1. 0 homogeneizador seleciona a ordem de manipulação junto com
a receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsável a ser ma-
nipulada por ordem de prazo de entrega prometido ao cliente.
2. 0 homogeneizador confere se a ordem de manipulação está de
acordo com a receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsá-
vel, rótulo e requisição.
3. 0 homogeneizador antes de iniciar a trituração, verifica se existe
alguma anotação em relação à matéria prima contida no saco plás-
tico e caso não haja, ele verifica se são pellets. Após a verificação,
o homogeneizador verte o pó contido no saquinho em um gral de
porcelana, tritura os pós com o pistilo: 10 movimentos no sentido

698
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

horário e 10 movimentos no sentido anti-horário. Após a trituração


ele coloca o pó novamente no saco plástico e continua o processo.
4. 0 gral de porcelana, o pistilo e a espátula são lavados após cada
trituração e sanitizados com papel absorvente embebido em álcool
a 70%.
5. 0 homogeneizador verifica a granulometria do pó, agita o saco
plástico com os componentes da formulação previamente triturados
10 vezes, enchendo-o com ar (não soprar).
6. Transferir completamente o conteúdo do saquinho para o tamis
de malha adequada (40, 50 ou 60) adaptado ao seu suporte previa-
mente guarnecido com papel manteiga.
7. Efetuar a tamisação da fórmula com pistilo de porcelana ou espá-
tula de PVC, pressionando o pó contra o tamis em movimentos
circulares e de "vai e v e m " até o esgotamento do pó sobre o tamis.
8. Substâncias naturais (fitoterápicos) poderão deixar resíduos, co-
mo fragmentos de galhos e folhas, que não passando pelo tamis, são
desprezados.
9. Os sais na forma de microgrânulos (pellets de omeprazol,
lanzoprazol e itraconazol) ou que recebem revestimento gastro-
resistente não podem passar pelo tamis e pelo processo de tritura-
ção no gral, pois estes processos comprometeriam a integridade dos
mesmos, bem como a eficácia terapêutica posterior do fármaco.
10. Transferir o pó depositado sobre o papel manteiga contido no
suporte para o gral de porcelana.
11. Homogeneizar o " p ó " no gral com pistilo: 10 movimentos no
sentido horário e 10 no sentido anti-horário.
12. Revolver o pó no interior e laterais do pistilo e do gral com a
espátula de PVC ou do tipo "pão duro" e misturar o pó novamente
no gral com pistilo: 10 movimentos no sentido horário e 10 no senti-
do anti-horário.
13. Transferir o pó do gral para o saquinho de plástico, enchendo-o
com ar (não soprar), agitando-o por mais 10 vezes.
14. O homogeneizador analisa visualmente o pó, caso esteja homo-
gêneo ele passa para a etapa seguinte, caso seja constatado sinais
de heterogeneidade ele repete o processo de tamisa-
ção/homogeneização.
15. Anexar o saquinho com o pó da formulação com a ordem de ma-
nipulação, a receita ou o Formulário de Auto Medicação Responsável
e enviá-los para a encapsulação.
16. 0 homogeneizador registra na ordem de manipulação, no carim-
bo da receita ou no Formulário de Auto Medicação Responsável o
seu nome.

699
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

17. Após a homogeneização de cada fórmula, os materiais utilizados


(gral, tamis, pistilo, espátula) são limpos e sanitizados e o papel
manteiga descartado e substituído por outro.
18. 0 homogeneizador transfere a receita ou o Formulário de Auto
Medicação Responsável, a ordem de manipulação e os rótulos para a
encapsulação.

6.2.2. Encapsulação

A. Rotina de Trabalho
1. 0 encapsulador seleciona a ordem de manipulação junto com a
receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsável a ser mani-
pulada por ordem de prazo de entrega prometido ao cliente.
2. 0 encapsulador confere se a ordem de manipulação está de acor-
do com a receita e/ou Formulário de Auto Medícação Responsável,
rótulo e requisição.
3. 0 encapsulador seleciona a placa encapsuladeira correspondente
ao tamanho da cápsula descrito no saco plástico pelo pesador.
4. 0 encapsulador seleciona a cor da cápsula obedecendo os seguin-
tes critérios adotados pela farmácia.

Exemplo: Cápsulas Brancas


Anfepramona
Bromopride
Cetirizine
Cimetidina
Ciproeptadina
Clorfeniramina
Dexclorfeniramina
Difenidramina
Domperidona
Famotidina
Hidróxido de Aluminio
Hidróxido de Magnésio
Hidroxizine
Itraconazol
Lanzoprazol
Loratadine
Messalazina
Omeprazol
Pancreatina
Pantoprazol
Prometazina
Ranitidina
Simeticone
Subnitrato e Subcitrato de Bismuto

700
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Fórmulas que necessitam ser dobradas. Se a fórmula já tiver sido
manipulada é utilizada a cor anterior da cápsula.
Quando uma receita tiver mais de uma fórmula cujo tamanho das
cápsulas é o mesmo, usar preferencialmente cores de cápsulas dife-
rentes.
Cápsulas transparentes: carvão ativado, fitoterápicos, opoterápi-
cos, fórmulas que sujam muito as cápsulas. Perguntar ao farmacêu-
tico caso haja dúvida, pois alguns fármacos são fotossensíveis.
Cápsulas vegetais: quando solicitado.

Exemplos de sugestões para padronização de cores de cápsulas

Fármaco/Dosagem Tamanho da Cor


cápsula
Alendronato de sódio 10 mg 4 Branca/branca
Alendronato de sódio 70 mg 3 Azul/branca
Antimicrobianos Variável Verde/branca
Captopril Variável Vinho/vinho ou
vinho/branca
Ciprofloxacina 500 mg 0 dobrada Branca
Enalapril Variável Vinho/vinho ou
vinho/branca
Fluconazol 2 Cinza/azul
Ginkgo biloba 80 mg 2 Azui/branca
Hormônios tireoidianos Variável Branca
Isoflavona 15 mg 4 Verde/branca
Isoflavona 40 mg 3 Verde/verde
Lansoprazol 30 mg 1 Branca/branca
Lisinopril Variável Rosa/branca
Nimesulide 100 mg 2 Azul/branca
Norfloxacina 400 mg 0 Verde/branca
Omeprazol 10 mg 3 Branca/branca
Omeprazol 20 mg 3 Branca/branca
Vitaminas Variável Verde/branca ou
verde/verde
Qualquer alteração é analisada pelo farmacêutico.

B. Montagem da placa e encapsuiacão:


1. Colocar uma haste de cada lado entre a base e o tampo;
2. Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cápsulas
fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na requisi-

701
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

ção, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a ser


utilizada;
3. Remover manualmente a tampa da cápsula (parte menor da
cápsula);
4. 0 pó, fórmula previamente pesada, triturada e homogeneizada, é
vertido gradualmente sobre a placa com as cápsulas vazias abertas;
5. Espalhar cuidadosamente com a ajuda da espátula, o pó sobre a
ptaca até que o conteúdo esteja uniformemente distribuído entre as
cápsulas. Bater a placa sobre a bancada de maneira ritmada para
que os pós se acomodem facilmente, se necessário use o socador
para acomodar os pós que excedam minimamente a capacidade da
cápsula. Empregar força eqüitativa em todas as cápsulas e em se-
guida distribuir de maneira uniforme entre as cápsulas o restante do
pó. 0 preenchimento da cápsula vai de 90 a 100%.
6. Após o enchimento, abaixar as hastes e recolocar as tampas (par-
te superior) das cápsulas;
7. Travar as cápsulas com os polegares, tomando cuidado com a
pressão, pois se esta for em excesso pode amassar o fundo das
mesmas;
8. Retirar as cápsulas da placa, limpar em papel macio, flanela ou
"perfex"® limpo e acondicioná-las na embalagem. Colocar algodão
sobre as cápsulas a fim de diminuir o espaço ocupado pelo oxigênio.
Os potes de plástico são escolhidos em função da quantidade e do
tamanho das cápsulas. Quando uma receita tiver mais de uma fór-
mula, usar preferencialmente potes diferentes.
8. Quando as cápsulas ficarem muito sujas, borrifá-las com pequena
quantidade de álcool a 96°GL e secar com papel absorvente.
9. Rotular a embalagem. Observar os rótulos de dobra. Quando tiver
fármacos controlados pela Portaria 344 usar as tarjas conforme cri-
térios descritos no POP - Embalagem, Conservação e Transporte de
Preparações Magistrais.
10. Quando houver fórmulas que receberam revestimento gastro-
resistente, o encapsulador procede a encapsulação normalmente da
fórmula.
Verificar se o pesador conferiu o tamanho da cápsula adequada após
o revestimento. Pode haver divergências após o revestimento do pó,
pois há um aumento no tamanho dos grânulos e estes ocuparão mais
espaço.
11. Quando se tratar de cápsulas gelatinosas moles ou cápsulas do
estoque estratégico o encapsulador conta as mesmas e as acondi-
cionam na embalagem. Colocar algodão somente sobre as cápsulas
gelatinosas duras.

702
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
12. 0 encapsulador anota na Ficha de Registro de Manipulação com
letra legível, à caneta, os seguintes dados referentes à fórmula ma-
nipulada: data, número da requisição, nome do cliente, horário de
entrega, número de fórmulas e manipulador.
13. 0 encapsulador registra no carimbo da receita médica no campo
"Cápsula" o tamanho (T), cor (C) e número (N) da cápsula utilizada
na ordem da prescrição. Anota também o seu nome no campo apro-
priado.
14. 0 encapsulador cotoca no fundo do pote o rótulo redondo con-
tendo a sua rubrica, o tamanho e a cor da cápsula.
/-^Farmácia"^.

Pesagem Manipulador \

I Tam. Cor Qtd.

Conferente

15. 0 encapsulador registra na ordem de maniputação o seu nome.


16. 0 encapsulador envia a fórmula para a conferência.
17. A placa é sanitizada com álcool a 70%. A bancada é limpa e sani-
tizada com álcool a 70%. 0 papet absorvente, perfex ou flaneta uti-
lizada na limpeza das cápsulas são lavados.
18. Montagem da placa encapsutadeira de Omeprazol. Usada somen-
te para omeprazol a 10% (FC = 10). Tamanho da cápsuta 3:
19. Partes da ptaca: base, paletas, placa inferior perfurada que se
encaixa na base, placa superior perfurada (observar a posição de
encaixe dos 3 pinos inferiores) que se encaixa na placa inferior.
20. Montagem da placa: encaixar a base, a placa inferior perfurada
e a paleta.
21. Colocar o número de cápsulas desejadas. Destampá-las e encai-
xar sobre elas a placa superior perfurada.
22. Omeprazol de 10 mg: manter a divisória fechando os orificios.
Encher totalmente os orificios com os pellets. Abrir a divisória per-
mitindo que os petlets entrem nas cápsutas. Retirar a placa superior
perfurada, tampar as cápsulas e lacrar.
23. Omeprazot de 20 mg: manter a divisória fechando os orificios.
Encher totalmente os orifícios com os pellets. Abrir a divisória per-
mitindo que os pellets entrem nas cápsulas. Fechar a divisória no-
vamente, encher os orifícios com os pellets e abrir a divisória. Reti-

703
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

rar a placa superior perfurada, tampar e travar as cápsulas.


Observação: não utilizar material de aço inox, apenas material de
plástico ou chifre.

6.2.3. Conferência

A. Rotina de Trabalho
1. 0 manipulador seleciona a ordem de manipulação j u n t o com a
receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsável a ser mani-
pulada por ordem de prazo de entrega prometido ao cliente.
2. 0 manipulador verifica se a ordem de manipulação está de acor-
do com a receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsável,
rótulo e requisição.
3. 0 manipulador observa se a cápsula utilizada é a mesma indicada
no rótulo de fundo do pote (cor, tamanho, quantidade, dobra).
Qualquer mudança é comunicada ao farmacêutico responsável.
4. 0 manipulador conta as cápsulas/softgel manualmente
(paramentado com luvas) ou utilizando contador.
5. 0 manipulador observa se o preenchimento das cápsulas está uni-
forme colocando as cápsulas contra a luz.
6. 0 manipulador verifica se há deformações (amassados) nas ex-
tremidades das cápsulas. Se apresentarem deformação, o manipula-
dor devolve ao encapsulador e este abre as cápsulas e passa todo o
conteúdo para outra e depois tampa e trava manualmente. Se a
quantidade de cápsulas amassadas for muito grande, a fórmula é
encapsulada novamente.
7. 0 manipulador observa a limpeza das cápsulas. Caso necessário,
ele limpá-as num papel macio, fíanela ou perfex.
8. Após a contagem e limpeza, as cápsulas são reembaladas nos po-
tes, verificando se os mesmos se encontram limpos.
9. Colocar algodão e sachet de sílica-gel (dessecante) sobre as cáp-
sulas.
Potes contendo cápsulas de anfepramona, de pill food recebem
um sachet extra de carvão ativado (para absorver odor).
Quando se tratar de cápsulas oleosas não é necessário algodão
nem sachet de sílica-gel.
Observação: encaixar o sachet na tampa.

704
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

10. 0 manipulador observa se o rótulo está conforme a receita e o


Formulário de Auto Medicação Responsável verificando os seguintes
itens:
Nome do paciente
Uso interno
Número da requisição
Descrição da fórmula
Quantidade de cápsulas
Nome do médico e Data da Formulação
Data de validade

B. Sugestões de Prazo de Validade de algumas Formas Farmacêuti-


cas Sólidas

TIPOS DE FORMULAÇOES VALIDADE


Cápsulas Com Aminoácidos E Derivados 3 meses
Ácido Acetil Salicílico, Warfarina, Digoxina, Espirono-
lactona, Nicotinamida, Penicilinas, Cefalosporinas,
Clindamicina, Diazepam, Teofilina, Ampicilina, Nife-
dipina, Hidrocortisona, Prednisolona, Ácido Fólico,
Cetoconazol, Metilprednisolona, Sulfametoxazol,
Barbituratos, Vitaminas E, D, K, Paracetamol, Clor- 3 meses
promazina, Prometazina, Trifluoperazina, Lovastati-
na, Sinvastatina, Pravastatina, Imipramina,
Amitriptilina, Nortriptilina, Vitamina C,
Nitrofurantoína, Tetraciclina, Furosemida,
Ergotamina, Sulfacetamida, Captopril e demais
vitaminas hidrossolúveis
Cápsulas com Dietilpropiona (Anfepramona) 3 meses
Cápsulas em geral e comprimidos sublinguais 6 meses
Sachês e outros pós 4 meses
Cápsulas à partir de produtos industrializados 25% do tem-
po remanes-
cente para a
expiração
da validade
do produto
original ou
6 meses, o
que for me-
nor

705
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
AMINOACIDOS E DERIVADOS

5-hidroxitriptofano
ácido aspártico
ácido glutâmico
Asparagina
Gaba
glicina
Glutamina
l-alanina
l-arginina hcl
l-carnitina
l-carnitina
l-cisteína hcl
l-cistina
l-citrulina
l-fenilalanina
l-histidina
l-isoleucina
l-leucina
l-lisina hcl
l-metionina
l-metionina
l-ornitina
l-prolina
l-serina
l-taurina
l-tirosina
l-treonina
l-triptofano
l-valina

706
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

VITAMINAS

ácido fólico
ácido nicotínico (niacina)
ascorbato de cálcio (vit. C)
ascorbato de magnésio (vit. C)
ascorbato de sódio (vit. C)
Betacaroteno
biotina (vitamina H)
nicotinamida (vit. B3)
pantotenato de cálcio (vit. B5)
piridoxal fosfato (coenzima B6)
vitamina A
vitamina B1 (tiamina)
vitamina B12 (cianocobalamina)
vitamina B15 (ácido pangâmico)
vitamina B2 (riboflavina)
vitamina B6 (piridoxina)
vitamina C (ácido ascórbico)
vitamina D2 (calciferol)
vitamina D3 (colecalciferol)
vitamina E (alfatocoferol)
vitamina K1 (fitomenadiona)
vitamina K3

1. Quando se tratar de medicamentos controlados pela Portaria 344


o manipulador observa se o pote contêm a tarja correspondente.
2. 0 manipulador anexa em todos os potes os rótulos corresponden-
tes
3. 0 manipulador separa e guarda as notificações de receita (azul)
e/ou a receita original (branca carbonada) e envia a cópia devida-
mente carimbada e rubricada para o paciente.
4. 0 manipulador rubrica o carimbo da receita no campo "manipu-
lador" e também o rótulo de fundo do pote.
5. Quando a receita médica e/ou o Formulário de Auto Medicação
Responsável tiver fórmulas que estão sendo manipuladas no Labora-
tório de Semi-Sólidos e Líquidos o manipulador envia a fórmula e
receita/Formulário de Auto Medicação Responsável para este Labo-
ratório.
6. 0 manipulador ao observar rótulos errados encaminha o pote as-
sinando o erro para o setor de rótulos.
707
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7. Estando tudo aprovado, o manipulador coloca a fórmula no saco


plástico e sela.
8. 0 manipulador anexa a receita e/ou Formulário de Auto Medica-
ção Responsável a(s) fórmula(s) e envolve tudo com um elástico.
9. 0 manipulador registra a fórmula na Ficha de Registro de
Conferência e coloca a fórmula numa caixa plástica para ser
encaminhada às prateleiras do Departamento Comercial.

FICHA DE REGISTRO DE MANIPULAÇÃO


Data
Nome do Paciente Req. N° Horário de Visto
entrega

ORDEM DE MANIPULAÇAO PARA DILUIÇAO


Fármaco
Escala
Diluição geométrica Quantidade Lote
Fármaco a ser diluído

Excipiente
Total da Diluiçáo (teórico)
Totat da Diluição (real)
Pesado por:
Homogeneizado/Tamisado por:
Data:
Validade do produto diluído
Visto do farmacêutico

708
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

ORDEM DE MANIPULAÇÃO - ESTOQUE ESTRATÉGICO

ORDEM DE MANIPULAÇAO ESTOQUE


ESTRATÉGICO DE CÁPSULAS
Fármaco
Dosagem
N° de cápsulas Tamanho da cápsula
N° de placas Cor da cápsula
Total de cápsu as Lote final
Fármaco Dosagem Fc/Diluição Quant. Lote
Excipiente

Pesado por:
Homogeneizado por:
Encapsulado por:
Data
Validade

709
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manipulação no Laboratório
de Semi-sólidos e Líquidos

Procedimento Operacional Padrão 25

710
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 25 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO:
Manipulação no laboratório de semi-sólidos e líquidos

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas na manipulação de fórmulas no
Laboratório de Semi-Sólidos e Líquidos, definindo os produtos de uso
interno e uso externo.

2. Responsabilidades
Manipulador
Farmacêutico

3. Departamentos envolvidos
Técnico
Comercial

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

711
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
5. Material Necessário
Balança eletrônica digital
Agitador eletrônico digital com diferentes tipos de hélice
Agitador magnético com placa aquecedora
"peixinhos" imantados
Vidrarias diversas
Tableteiro para pastilhas, trociscos, jujubas
Formas descartáveis para supositórios e óvulos
Destilador
Deionizador
Fogão ou placa de aquecimento
Barrilete para depósito de água destilada
Banho de ultrassom
Recipientes de aço inox de diversos tamanhos
Geladeira
Suporte para filtração
Termômetro
Recipientes plásticos
Tela de amianto
Papel de filtro
Gral de vidro, porcelana e poliuretano
Vidro de relógio
Tamis
Espátula, "Pão duro"
Embalagens de várias formas, tamanhos e cores

6. Procedimento

6.1. Considerações Gerais:


0 manipulador mantém-se adequadamente paramentado.
Ligar a balança 30 minutos antes do início da pesagem para aqueci-
mento interno.
Ligar o exaustor geral antes de iniciar a pesagem dos pós.
Verificar a limpeza e sanitização das bancadas.
Manipular segundo as Boas Práticas de Manipulação ou se-
guindo as técnicas recomendadas no formulário "Fórmula Padrão de
Produto" que acompanha a ordem de manipulação.
0 Laboratório será utilizado para manipulação de fórmulas
de uso interno e uso externo. As bancadas, vidrarias e utensílios
plásticos são identificados. As vidrarias e utensílios plásticos rece-
bem uma marca de esmalte no fundo dos mesmos com a inicial " I " ,

712
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

de uso interno. As vidrarias e utensílios plásticos que não recebem


identificaçào são utilizadas para uso externo.
Nas bancadas existe uma placa indicativa "Uso Interno" e
"Uso externo".
Os equipamentos são comuns a todos os tipos de manipula-
ção e são perfeitamente limpos e sanitizados com solução de álcool
a 70 % após cada utilização.
0 Laboratório de Semi-Sólidos e Líquidos terá como maté-
ria-prima diversos tipos de Bases Galênicas, matérias-primas para
incorporação nestas Bases e diversas soluções e preparações inter-
mediárias, prontas para a manipulação, conforme orientação na
ordem de manipulação ou na Fórmula Padrão de Produto.
Pesar os pós sobre saco plástico, bacia plástica ou papel
manteiga, cortado em formato quadrado com tesoura, sem deixar
rebarbas, dobrado antes da pesagem.
Iniciar a pesagem com o princípio ativo, seguindo-se os veí-
culos e adjuvantes.
À medida que forem sendo pesados ou medidos os princí-
pios ativos, transferir para um gral ou béquer e registrar na ordem
de manipulação.
Após o término de uma manipulação retirar da área todo o
material utilizado, guardar nos devidos lugares, limpar as vidrarias,
utensílios e equipamentos e sanitizá-los com álcool a 70 %, antes de
iniciar outra manipulação.

6.2. Critérios gerais para incorporação de princípios ativos em


diversas formas farmacêuticas (uso interno/ uso externo):

6 . 2 . 1 . Ativos hidrossolúveis:
Dispersar em qs de água em temperatura ambiente ou a-
quecida. Incorporar na base. Homogeneizar. Medir o pH e corrigir
caso se faça necessário.

6.2.2. Ativos lipossolúveis:


Dispersar em qs de um componente oleoso adequado à frio
ou aquecido. Incorporar na base. Homogeneizar. Medir o pH e corri-
gir caso se faça necessário.

6.2.3. Ativos insolúveis hidrodispersíveis:


Reduzir o tamanho das partículas por levigação em propile-
noglicol ou com PEG 400, suspender em qs de água fria ou aquecida.

713
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Incorporar na base. Homogeneizar. Medir o pH e corrigir caso se


faça necessário.

6.2.4. Ativos insolúveis lipodispersíveis:


Levigar em qs de um componente oleoso adequado a frio ou
aquecido. Incorporar na base. Homogeneizar.

6.3. Critérios para manipulação de Líquidos:


A medida de volume é feita em cálice, pipeta ou proveta
graduada limpa e seca.
A homogeneização dos líquidos é efetuada com o auxílio de
um bastão de vidro.
Quando se tratar de uma Solução, esta deve apresentar-se
límpida. Para tanto, filtrá-la em papel de f i l t r o ou algodão.
Para a preparação de soluções de mais de um soluto, a dis-
solução inicia pelo menos denso até o mais denso.
Suspensões não são filtradas. Na embalagem final adicionar
o rótulo "Agite bem antes de usar".
Em caso de uso de adjuvantes tais como corantes e ou fla-
vorizantes, os mesmos são adicionados na fase final da formulação,
tendo-se o cuidado de combinar a cor com o flavorizante.
Exemplo:
morango = vermelho
laranja = amarelo
menta = verde

6.4. Critérios para a manipulação de Géis:


As bases formadoras de géis (Carboximetilcelulose, Natro-
sol®, Carbopol e Pemulem, hidroxipropilmetilcelulose) são umecta-
das em gral de porcelana, com glicerina ou propilenoglicol, mistu-
rando com um pistilo.
A água a ser incorporada na formulação é aquecida a tem-
peratura máxima de 80 ° C.
Os conservantes nipagin e nipazol são dissolvidos em parte
da água aquecida ou em propilenoglicol, dipropilenoglicol ou butile-
noglicol e adicionados no gel.
Quando o gel for constituído por Carbopol, neutralizá-lo
com trietanolamina ou solução de hidróxido de sódio a 50% até ad-
quirir a consistência desejada. Verificar o pH e fazer os ajustes ne-
cessários.
Deixar estabilizar durante 24 horas em recipiente limpo,

714
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

seco e fechado hermeticamente, sob refrigeração ou em temperatu-


ra ambiente.
0 fracionamento é efetuado utilizando-se espátulas limpas
e secas.

6.5. Critérios para manipulação de Emulsões:


A fusão da fase oleosa é feita de diversas maneiras:
em béquer de vidro ou gral de porcelana aquecidos sobre tela de
amianto, na temperatura máxima de 70°C (retirar imediatamente
após a fusão)
em recipiente de aço inox diretamente no fogão
em becker de vidro em banho maria
em becker de vidro no agitador magnético com placa aquecedora
A fase aquosa é aquecida utilizando uma das maneiras acima ci-
tadas, tomando o cuidado para que a temperatura esteja de 5 a
10°C acima da temperatura da fase oleosa.
Em formulações onde haja adição de amônia, a mesma é adicio-
nada na fase aquosa, quando tiver sido retirada do fogo, para evitar
problemas de intoxicação.
Conferir a temperatura das duas fases com um termômetro.
Verter a fase aquosa sobre a oleosa, homogeneizando rapidamen-
te com um bastão (manualmente), agitador magnético ou agitador
mecânico.
Homogeneizar até que a temperatura atinja 35°C aproximada-
mente.
Deixar estabilizar durante 24 horas em recipiente limpo, seco e
fechado hermeticamente, sob refrigeração ou em temperatura am-
biente.
0 fracionamento é efetuado utilizando-se espátulas limpas e se-
cas.
Adicionar corantes, essências, hormônios, vitaminas, bioativos
quando a emulsão atingir cerca de 30°C.

6.6. Critérios para o preparo de soluções:


Calcular a quantidade de soluto.
Pesar/medir o soluto.
Escolher o solvente ou sistema de solventes para solubilizar o(s)
princípio ativo (s).
Verificar a possibilidade de interação fármaco-fármaco e fárma-
co-solvente.

715
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Verificar a necessidade de adjuvantes.
Ordem de adiçào de cada ativo.
Necessidade de aquecimento, temperatura, a quantidade e qual
o veículo mais apropriado.
Fíltração.
Embalar e rotular.
Determinar a validade seguindo os critérios intemos.
Observar as características do princípio ativo: termossensível, fo-
tossensível

6.7. Critérios para o preparo de Xampus


Componentes básicos:
Agua
Tensoativo
Espessante
Conservante
Essência
Corretivo do pH
Agentes sequestrantes
Opacificantes
Aditivos cosméticos ou cosmecêuticos
Fitoterápicos
Aditivos medicamentosos
Filtros solares
Condicionantes

Aditivação de princípios ativos em xampus


Verificar a solubilidade
Pré-solubilizar ou micronizar o principio ativo com o mínimo de
solvente: água, propilenoglicol, glicerina, o próprio xampu, dietano-
lamina.
Usar um cálice ou gral.
Verter pequena quantidade do xampu sobre o princípio ativo e
após, acrescentar o restante.

6.8. Procedimento para aditivação de princípios ativos em cre-


mes/loções e condicionadores:
Pesar o princípio ativo, pré solubilizá-lo ou micronizá-lo (leviga-
ção) com solvente adequado compatível com a emulsão.
Pesar o creme, descontando-se o peso do princípio ativo e do sol-
vente utilizado.
Adicionar o creme aos poucos utilizando um gral de porcelana ou

716
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

de vidro.
Embalagem: pote ou bisnaga
Loções (leites) e Condicionadores
Pesar/medir o fármaco, pré solubilizá-lo ou micronizá-lo com
solvente adequado compatível com a emulsão em um cálice de vo-
lume adequado à formulação com auxílio de um bastão.
Adicionar a loção, aos poucos sobre os fármacos até atingir o vo-
lume solicitado.
Embalar e rotular.

6.9. Procedimento para aditivação de princípios ativos em filtros


solares:
Pesar/medir o fármaco, pré solubilizá-lo ou micronizá-lo com
solvente adequado compatível com a emulsão em um cálice de vo-
lume adequado à formulação com auxílio de um bastão.
Dissolver o filtro químico sólido no líquido. Usar a placa aquece-
dora para a solubilização.
Filtros químicos: lipossolúveis ou hidrossolúveis - solubilizá-los
adequadamente, alguns filtros hidrosslúveis devem ser neutralizados
com Trietanolamia
Filtros físicos: insolúveis. Os mais utilizados são óxido de zinco e
dióxido de titânio micronizado. Preparar uma dispersão em veiculo
adequado utilizando o agitador mecânico. Caso não estejam pré-
dispersos, proceder a levigação antes de incorporá-los à prepara-
ção.

6.10. Aditivação de princípios ativos em xaropes:

6 . 1 0 . 1 . Aditivação de tinturas e extratos fluidos:


tintura + qsp xarope (primeiro medir a tintura e em seguida in-
corporar o xarope)
quando formar precipitado de substâncias resinosas e oleosas es-
te deve ser retirado por filtrações quando não houver interesse me-
dicinal.

6.10.2. Aditivação de principios ativos hidrossolúveis:


dissolver em qs de água ou no próprio xarope

6.10.3. Associação de ativos:


Verificar a compatibilidade dos ativos
Verificar também as propriedades físico-químicas de cada princí-

717
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

pio ativo individualmente e qual a melhor faixa de pH de estabilida-


de fármaco
Verificar a faixa de pH que atenda se possível ao pH de maior es-
tabilidade de todos os componentes da fórmula
Verificar a necessidade de coadjuvantes
Analisar a melhor forma de solubilizar cada ativo.

6 . 1 1 . Procedimento para preparação de elixir


Pesar separadamente os princípios ativos hidrossolúveis e álcool
solúveis e solubilizá-los.
Adicionar a fase aquosa sobre a alcoólica.

6.12. Procedimento geral para preparação de suspensões:


Dispersar o agente suspensor em qs de água.
Tamisar e triturar o princípio ativo em um gral.
Micronizar e molhar o princípio ativo com qs de agente molhante
e qs de água.
Adicionar a solução suspensora sobre o princípio ativo no gral,
aos poucos, homogeneizando bem.
Transferir para um cálice e verificar o volume.
Adicionar flavorizante, conservante (se necessário), edulcorante,
corante.
Embalar e rotular.

6.13. Orientações para a Conferência

A. Rotina de Trabalho
1. 0 manipulador seleciona a ordem de manipulação j u n t o com a
receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsável a ser mani-
pulado por ordem de prazo de entrega prometido ao cliente.
2. 0 manipulador verifica se a ordem de manipulação está de acor-
do com a receita e/ou Formulário de Auto Medicação Responsável,
rótulo e requisição. Ele rubrica a ordem de manipulação
3. 0 manipulador observa se a quantidade de produto é a mesma
indicada no rótulo de fundo do pote (cor, quantidade, essência,
aroma, conservante). Qualquer mudança é comunicada ao farma-
cêutico responsável.
4. 0 manipulador observa a limpeza dos frascos e do rótulo. Caso
necessário, ele os limpa com papel macio, flanela ou perfex.
5. 0 manipulador verifica a necessidade de acrescentar acessórios à

718
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

embalagem.
6. 0 manipulador observa se o rótulo está conforme a recei-
ta/Formulário de Auto Medicação Responsável verificando os seguin-
tes ítens:
Nome do paciente
Uso interno ou externo
Número da requisição
Descrição da fórmula
Quantidade
Nome do médico
Data
Data de validade (POP - Prazo de Validade em Preparações
Magistrais).

719
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

B. Prazo de Validade de Formulações Semi-sólidas e Líquidas


1. Quando se tratar de medicamentos controlados pela Portaria 344
o manipulador observa se o pote contêm a tarja correspondente.
2. 0 manipulador anexa em todos os potes os rótulos corresponden-
tes.
3. 0 manipulador separa e guarda as notificações de receita (azul)
e/ou a receita original (branca carbonada) e envia a cópia devida-
mente carimbada e rubricada para o paciente.
4. 0 manipulador carimba a receita/Formulário de Auto Medicação
Responsável e registra os dados nos campos apropriados.

Farmácia
Manipulador:
Embalagem: Quantidade:
Essência: Aroma:
Cor Conservante Conferente Entrega

Data:

Agite bem antes de usar


Fab Val.
JAN JAN
Manter em refrigerador FEV FEV
MAR MAR
ABR ABR
MAI MAI
JUN JUN
JUL JUL
AGO AGO
SET SET
OUT OUT
NOV NOV
DEZ DEZ

5. Quando a receita médica e/ou o Formulário de Auto Medicação


Responsável tiver fórmulas que estão sendo manipuladas no Labora-
720
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

tório de Sólidos o manipulador envia a fórmula para este Laborató-


rio.
6. 0 manipulador ao observar rótulos errados encaminha o pote as-
sinando o erro para o setor de rótulos.
7. Estando tudo aprovado, o manipulador coloca a fórmula no saco
plástico e sela.
8. 0 manipulador anexa a receita e / o u Formulário de Auto Medica-
ção Responsável à(s) fórmula(s) e envolve tudo com um elástico.
9. 0 manipulador registra a fórmula na Ficha de Registro de
Conferência e coloca a fórmula numa caixa plástica para ser
encaminhada às prateleiras do Departamento Comercial.

FICHA DE REGISTRO DE MANIPULAÇÃO


Data
Nome do Paciente Req. N° Horário de Visto
entrega

721
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Prazo de validade

Procedimento Operacional Padrão 26

722
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 26 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Prazo de validade em preparações magistrais

1. Objetivo
Definir as normas a serem aplicadas para a determinação do prazo
de validade em todo produto manipulado.

2. Responsabilidades
Farmacêutico responsável

3. Departamento envolvido
Técnico

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
FARMACOPÉIA AMERICANA, na sua 24a edição

5. Material Necessário
Não se aplica.

723
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento
6 . 1 . Prazo de Validade

CARACTERISTICA DA FORMA PRAZO DE VALIDADE (a partir da


FARMACÊUTICA data de manipulação)
Formulacões: Tempo em meses:
Sólidas, s e m i - s ó l i d a s e l í q u i -
6 meses
das não c o n t e n d o água
Sólidas, semi-sólidas e l i q u i -
das, não c o n t e n d o água, com
drogas r e c o n h e c i d a m e n t e sus- 3 meses
c e p t i v e i s a processos de d e -
gradação q u í m i c a *
25% do t e m p o r e m a n e s c e n t e
Sólidas, s e m i - s ó l i d a s ou l í q u i -
para a e x p i r a ç ã o o da v a l i -
das, não c o n t e n d o água, p r e -
dade do p r o d u t o o r i g i n a l ,
paradas a p a r t i r do p r o d u t o ou 6 meses, o que for me-
industrializado nor
Líquidas e s e m i - s ó l i d a s , con-
t e n d o água, sem adição de 14 dias (refrigerado)
e s t a b i l i z a n t e s e conservantes
Semi-sólidas e l í q u i d a s , con-
t e n d o água, com a d i ç ã o de 3 meses
estabilizantes e conservantes
Semi-sólidas e l í q u i d a s , c o n -
t e n d o água e c o n t e n d o drogas
r e c o n h e c i d a m e n t e susceptíveis
a processos de degradação 2 meses
quimica, com adição de
estabilizantes e conservantes
Semi-sólidas e l í q u i d a s c o n -
t e n d o b i o a t i v o s ( d e r i v a d o s de
2 meses
p r o t e í n a s animais e v e g e t a i s ,
aminoácidos, etc)
Líquidas c o n t e n d o a n t i b i ó t i c o s
e antimicrobianos solubiliza-
14 dias (refrigerado)
dos ou dispersos na f o r m a de
suspensão
3 meses ( v a l i d a d e antes da
Formulações c o n t e n d o a n t i b i ó - dispersão caseira com água)
ticos e antimicrobianos na 7 a 14 dias (após a d i s p e r -
f o r m a de pó para a dispersão são com água e c o n s e r v a d a ,
extemporânea caseira a p a r t i r de e n t ã o , sob re-
frigeração)
Bases galênicas s e m i - s ó l i d a s e
líquidas com a d i ç ã o de conser-
6 a 12 meses
vantes e e s t a b i l i z a n t e s e sem
a adição de a t i v o s
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6.2. Drogas reconhecidamente susceptiveis a processos de de-


gradação quimica:
Estabilidade química: cada ingrediente ativo contido na preparação
mantém sua integridade e potência rotulada, dentro de limites es-
pecificados.

6.3. Mecanismos mais comuns de degradação quimica dos fárma-


cos:

MECANISMOS DROGAS
Substâncias fenólicas: morfina, fenilefrina, cateco-
laminas, hidroquinona, resorcinol, paracetamol,
salbutamol
Aminas aromáticas
Compostos poliinsaturados: óleos, gorduras, vitami-
nas lipossolúveis, ácido retinóico
Fenotiazínicos (tioéteres): clorpromazina, prometa-
Oxidação zina, trifluoperazina, tioridazina, flufenazina
Substâncias esteroidais: corticosteróides
Estatinas: lovastatina, sinvastatina, pravastatina
Antideoressivos tricíclicos: imipramina, amitriptili-
na, etc
Outras substâncias: vitamina C, anfotericina B, ni-
trofurantoína, tetraciclina, furosemida, ergotamina,
sulfacetamida, captopril
Esteres: ácido acetil salicílico, procaína, benzocaí-
na, atropina
Esteres ciclicos ou lactonas: warfarina, nistatina,
digoxina, digitoxina, pilocarpina, ácido ascórbico
Tioésteres: espironolactona
Amidas: nicotinamida, paracetamol, procainamida
Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos): penicilinas,
cefalosporinas
Hidrólise
Carbamatos (uretanos): carbachol, neostigmina,
carbimazol
Acetal: digoxina, aldosterona
Tioacetal: lincomicina, clindamicina
Esteres sulfato: heparina
Esteres fosfato: fosfato sódico de hidrocortisona,
triclofos sódico
Iminas: diazepam, pralidoxima

725
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

MECANISMOS DROGAS
Teofilina monohidratada, Ampicilina trihidratada
Dehidratação Tetraciclina, prostaglandinas
Fotólise ou Anfotericina B, furosemida, vitamina A, nifedipina,
Fotodegrada- hidrocortisona, prednisolona, ácido fólido, cetoconazol,
piritionato de zinco, sulfeto de selênio e outros
cão
Racemização e Tetraciclina, pilocarpina
epimerização
Polimerizacão Ampicilina sódica e amoxacilina
Reversão poli- Cloranfenicol, ampicilina, metilprednisolona, hidrocor-
tisona, sulfametoxazol, barbituratos
mórfica

726
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Registros e Relatórios das


Atividades Controladas
por Exigência Legal
ou Manutenção da Qualidade

Procedimento Operacional Padrão 27

727
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 27 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITUL0: Registros e Relatórios das atividades controladas


por exigência legal ou manutenção da qualidade

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas na elaboração de Registros e
Relatórios das atividades que são registradas e/ou relatadas por
exigência legal ou manutenção de um nível mínimo aceitável de
qualidade na farmácia.

2. Responsabilidades
Farmacêutico Responsável
Administração

3. Áreas envolvidas/Distribuição de cópias


Todas as áreas
Todos os funcionários

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Formulários de registro de cada procedimento
Registro de Procedimento Padrão
728
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento
Os procedimentos rotineiros da farmácia são registrados
e/ou relatados em formulários ou relatórios para que possam ser
reproduzidos em períodos de tempos pré-determinados.
Procedimentos que são registrados:
Desinsetização e desratização;
Exames médicos admissional e periódicos;
Treinamento de funcionários,
Registro de condições ambientais (grau de umidade e temperatu-
ra)
Controle de temperatura do refrigerador;
Disposição de produto vencido;
Disposição de matérias-primas e embalagens não conformes;
Limpeza e sanitização das caixas d'água
Anátise físico-química e microbiológica da água utilizada na
farmácia;
Limpeza e sanitização (filtro de carvão externo, f i l t r o de carvão
interno, filtro de carvão interno, do deionizador, do destilador,
do depósito de água destilada);
Regeneração de resinas e troca de elementos filtrantes;
Calibração de balanças e outros equipamentos;
Ordem de manipulação;
Ordem de produção;
Limpeza e sanitização de pisos, paredes, ambiente, equipamen-
tos e utensílios;
Reclamação de cliente ou profissional prescritor.
Auditoria.

Alguns procedimentos possuem Relatórios específicos. Este é a-


nexado ao Registro de Procedimento Padrão e arquivado no Labora-
tório de Controle da Qualidade.

729
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

DATA:
REGISTRO DE PROCEDIMENTO PADRÃO

Departamento
Procedimento Operacional Padrão
Auditoria
Calibração de equipamentos Tipo:
Controle ambiental
Desinsetização/Desratização
Destruição de matéria-prima ou produto manipulado vencido
Devolução de produto manipulado
Falhas na manipulação
Falhas na limpeza e sanitização
Falhas no atendimento ao cliente
Falhas na visitação médica
Limpeza
Manipulação
Regeneração de resinas
Sanitização química
Treinamento de funcionários
Filtração de água
Rea izado em
Válido até
Executado por
Aprovado por
Observações
Este registro é aplicável para os seguintes procedimentos:
Auditoria
Calibração de equipamentos: tipos
Controle ambiental
Desinsetização/Desratização
Destruição de matéria-prima ou produto manipulado vencido
Devolução de produto manipulado
Falhas na manipulação, Faihas na limpeza e sanitização, Falhas no
atendimento ao cliente e Falhas na visitação médica
Limpeza e Sanitização química
Manipulação
Regeneração de resinas
Treinamento de funcionários
Filtração de água
730
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manipulação de Fármacos
sob Controle Especial
- Portaria 344

Procedimento Operacional Padrão 28

731
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 28 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITUL0:
Manipulação de fármacos sob controle especial - Portaria 344

1. Objetivo
Definir normas orientativas quanto aos procedimentos legais e
técnicos, que visem garantir o cumprimento da legislação na mani-
pulação e dispensação dos medicamentos sob regime de controle
especial - Portaria 344/98 -SVS/MS.

2. Responsabilidades
Farmacêutico

3. Departamento envolvido
Técnico
Suprímentos

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997
Portaria 344/98 - Normas para prescrição /vendas de psicofármacos
de19demaiode1998
Portaria N° 6/99 de 28 de janeiro de 1999 - Aprova a Instrução Nor-
mativa da Portaria SVS/MS n° 344 de 12 de maio de 1998 que institu-
732
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

iu o Regulamento Técnico das substâncias e medicamentos sujeitos


a controle especial
Resolução RDC N° 98/00 de 20/11/2000 - Atualização da Portaria
344/98
Resolução N° 22/01 de 15 de fevereiro de 2001 - Atualiza a Resolu-
ção RDC 98/00

5. Material Necessário
Não se aplica.

6. Procedimento
A Farmácia manipula substâncias pertencentes à lista A2, B1,
B2, C1, C2, C 5 e D 1 .

LISTA SUBSTÂNCIAS
B1 Psicotrópicas
B2 Psicotrópicas anorexigenas
C1 Outras substâncias sujeitas a controle especial
C2 Substâncias retinóicas para uso tópico
C5 Anabolizantes
D1 Precursoras de Entorpecentes e/ou psicotrópicos

Os procedimentos envolvem várias etapas:


Qualificação de Fornecedores, compra de matérias primas
Recebimento de matérias primas
Devolução de matérias primas
Armazenamento de matérias primas no Departamento de Supri-
mentos e nos Laboratórios
Atendimento ao cliente no balcão - recebimento, cálculo, requi-
sição/rótulos, ecaminhamento para manipulação e entrega ao
cliente
Embalagem, conservação e transporte de preparações magistrais
Recebimento da prescrição/rótulo para avaliação farmacêutica,
manipulação, conferência e dispensação.

7. Normas Gerais para a Portaria SVS/MS 344/98


A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
(SVS-MS) editou em 19 de maio de 1998, a portaria 344/98, que es-
tabelece o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos
sujeitos a controle especial e revoga mais de 30 outras portarias.

733
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

No dia 29 de janeiro de 1999, a SVS-MS editou a Portaria N°


6 visando aprovar a instrução normativa, de caráter geral e especí-
fico para estabelecer documentos, formulários e procedimentos na
aplicação do Regulamento técnico aprovado pela Portaria SVS/MS N°
344/98.
A portaria 344/98 atualiza as listas de substâncias controla-
das, agrupando-as por categorias farmacológicas, designadas por
uma combinação alfa-numérica:

Lista Categorias Tipo Validade da Quantidade


Farmacológi- de receita receita após máxima por
cas prescrita receita
A2 Entorpecentes Receita de 30 dias Quantidade
Codeí- Controle válida somen- para 30 dias
na Especial em 2 te no estado de trata-
vias emitente mento
B1 eB2 Psicotrópicos Notificação 30 dias Quantidade
azul + receita válida so- para 60 dias
branca mente no de trata-
estado emi- mento
tente
C1 Psicoativos Receita Con- 30 dias Quantidade
trole Especial válida em para 60 dias
(2vias) ; pode todo territó- de trata-
conter até 3 rio brasileiro mento
psicoativos
C2 Retinóides Receita sim- Válida em Quantidade
(uso tópico) ples todo o terri- para 60 dias
tório brasilei- de trata-
ro mento
C5 Anabolizantes Receita con- 30 dias Quantidade
trole especial válida em para 60 dias
(2 vias); pode todo territó- de trata-
conter até 3 rio brasileiro mento
anabolizantes
D1 Precursores Receita sim- - -
ples

7 . 1 . Proibições da portaria 344/98


Ficam proibidas a prescrição e o aviamento de fórmulas,
contendo associação medicamentosa de substâncias anorexígenas
entre si, com ansioliticos, diuréticos, hormônios ou extratos hormo-
nais, laxantes e com qualquer sustância de ação medicamentosa
(Art. 47 - Portaria 344/98).

734
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Ficam proibidas a prescrição e o aviamento de fórmulas,


contendo associação medicamentosa de substâncias ansiolíticas com
substâncias simpatolíticas ou parassimpatolíticas (Art. 48 - Portaria
344/98).
Fica proibida a manipulação da substância isotretinoína na
preparação de medicamentos de uso tópico (Parágrafo único - Art.
30 - Portaria 3344/98).
Fica proibida a manipulação em farmácias das substâncias
retinóicas (C2) - isotretiinoína - na preparação de medicamentos de
uso sistêmico e de medicamentos à base de substâncias imunossu-
pressoras (C3) - Talidomida (Art. 29 - Portaria 344/98).
A manipulação dos demais retinóides (ácido retinóico, t r e t i -
onína) para uso tópico, só poderá ser realizada em farmácias que
sejam certificadas em Boas Práticas de Manipulação e Controle (Art.
30 - Portaria 344/98).
É proibido a dispensação e o comércio das substâncias ou
medicamentos desta portaria por sistema de reembolso postal, bem
como ofertá-los por outros meios de comunicação, mesmo com re-
ceita médica (Art.l 34).
É proibido distribuir amostras grátis dos medicamentos ou
substâncias constantes das listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e
B2 (psicotrópicos), C2 (retinóides de uso sistêmico), C3 (imunossu-
pressores) e C5 (anabolizantes) (Art. 126).
É proibido a comercialização e manipulação, de todos os me-
dicamentos que contenham a substância Loperamida, nas formas
farmacêuticas líquidas ou em xarope para uso pediátrico (Lista C1,
adendo 4).
A propaganda de formulações com substâncias desta portari-
a, somente será permitida se acompanhada de embasamento técni-
co-científico, apoiado em literatura oficialmente reconhecida (Art.
90, parágrafo 2). 0 insumo químico ou substância Clorofórmio
está proibido para o uso em medicamentos (lista D2, adendo 2).
Fica vedada a prescrição de medicamentos à base de subs-
tâncias anti-retrovirais por médico veterinário ou cirurgiões dentis-
tas (parágrafo único, Art. 54).

7.2. Autorização Especial


Para extrair, produzir, fabricar, beneficiar, manipular,
importar, exportar, transformar, embalar ou reembalar as
substâncias constantes da portaria 344/98, é obrigatório obter uma
autorização especial, concedida pela SVS-MS, através de petição
documentada (Art. 2).

735
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

7.3. Notificações
A notificação de receita é o documento que acompanha a
receita médica e autoriza o aviamento e a dispensação de medica-
mentos à base de substâncias entorpecentes, psicotrópicas, retinói-
des para uso sistêmico e imunossupressores (Art. 35).
Cada lista de substâncias, corresponde a um tipo de
notificação segundo anexos abaixo.
A Notificação não substitui a receita.
Cabe à Autoridade Sanitária fornecer ao profissional (ou
instituição devidamente cadastrados) a numeração para a confecção
dos talonários de notificação.
A farmácia somente poderá aviar quando todos os itens da
receita e da respectiva notificação de receita estiverem dividamen-
te preenchidos sem emenda ou rasura.
As notificações deverão conter (Art. 36):
A sigla da unidade da federação (impresso)
A identificação numérica, fomecida pela Autoridade Sanitária
Local (impressa)
Identificação do emitente, que constará o nome do profissional,
Inscrição no conselho regional com sigla da unidade federativa
(ou instituição), endereço e telefone (impresso)
Identificação do usuário
Nome do medicamento ou substância prescritos, sob forma de
Denominação Comum Brasileira - DCB, dosagem ou concentração,
forma farmacêutica, quantidade e posologia
Símbolos indicativos no caso de retinóides
Data da emissão
Assinatura do prescritor
Identificação do comprador
Identificação do fornecedor
Identificação da gráfica
Identificação do registro - farmácia

A notificação de receita será retida pela farmácia e a recei-


ta devolvida ao paciente devidamente carimbada, como comprovan-
te do aviamento ou da dispensação.
A notificação de receita é personalizada e intransferível,
devendo conter somente uma substância ou medicamento.
Os talonários de notificação podem ter seu fornecimento
suspenso caso haja comprovação de uso indevido pelo profissional.
Nos casos de roubo, f u r t o ou extravio de parte ou todo o
talonário, o responsável é obrigado a informar a Autoridade Sanitá-

736
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

ria local, mediante boletim de ocorrência.


Em caso de emergência, poderá ser aviada a receita sujeita
a notificação, prescrevendo-se em papel não oficial, contendo obri-
gatoriamente o diagnóstico ou o CID, a justificativa do caráterf e-
mergencial do atendimento, data, CRM e assinatura devidamente
identificada. 0 estabelecimento responsável pelo aviamento deverá
anotar a identificação do comprador na receita e apresentá-la à
Autoridade Sanitária local, no prazo máximo de 72 horas.
Nos estabelecimentos hospitalares, clínicas médicas e clíni-
cas veterinárias poderão dispensar medicamentos relacionados nes-
ta portaria, a pacientes internados ou em regime semi-internato,
mediante receita privativa do estabelecimento, subscrita pôr profis-
sional em exercício no mesmo (Art. 51).

7.4. Notificação de Receita B - Azul


Refere-se às substâncias das listas B2 e B2 (psicotrópicos e
psicotrópicos anorexígenos).
0 talonário não será oferecido gratuitamente pela Autori-
dade Sanitária, que deverá conceder a numeração dos mesmos, me-
diante requisição padronizaqda preenchida e assinada pelo profis-
sional.
A notificação de receita B é válida somente na unidade fe-
derativa que concedeu a numeração, por um prazo de 30 dias a par-
tir da emissão.
A notificação de receita B poderá ter no máximo de 5 am-
polas, ou a quantidade correspondente a no máximo 60 dias de tra-
tamento para as outras formas farmacêuticas. Outras quantidades
deverão estar justificadas pelo prescritor contendo o CID ou diag-
nóstico e posologia, entregues ao paciente para adquirir o medica-
mento em farmácia e drogaria.

7.5. Receita de Controle Especial


Refere-se aos psicoativos e outras substâncias da lista C 1 ,
C3 e os adendos das listas A2 e B1. Deve ser prescrita em formulário
padronizado, em duas vias, com a via original sendo retida na far-
mácia e a 2 a via devolvida ao paciente com o carimbo comprovando
o atendimento. As receitas de controle especial deverão apresemtar
os dizeres: " 1 a via - Retenção da Farmácia" e "2 a via - Orientação
do c l i e n t e " .
É válida em todo território nacional por 30 dias a contar da
sua emissão. Cada prescrição poderá conter no máximo 3 (três) me-
dicamentos ou substâncias constantes da lista C1, ficando a quanti-

737
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

dade limitada a 5 ampolas ou a quantidade correspondente a 60 dias


de tratamento para as demais formas farmacêuticas. Outras quanti-
dades deverão estar justificadas pelo prescritor contendo o CID ou o
diagnóstico e posologia e encaminhadas à Vigilância Sanitária para
obtenção de visto prévio.
As receitas de controle especial só poderão ser aviadas
quando devidamente preenchidos os campos descritos abaixo:
Identificação do emitente, que constará o nome do profissional,
inscrição no conselho regional com sigla da unidade federativa
(ou instituição), endereço e telefone (impresso)
Identificação do usuário
Nome do medicamento ou substância prescritos, sob forma de
Denominação Comum Brasileira -DCB, dosagem ou concentração,
forma farmacêutica, quantidade e posologia
Data da emissão
Assinatura do prescritor
Identificação do comprador
Identificação do fornecedor
Identificação da gráfica

7.6. Embalagens e Rótulos


As substâncias de controle especial são comercializadas em
embalagens invioláveis e lacradas.
Os frascos das formulações magistrais contendo substâncias
A1.A2 e A3 deverão ter uma etiqueta preta com os dizeres "Veda
sob prescrição médica. Pode causar dependência física ou psiquica".
Os frascos contendo substâncias das listas B1 e B2 deverão
ter uma etiqueta preta com os dizeres "Venda sob prescrição médi-
ca. 0 abuso deste medicamento pode causar dependência".
No caso de medicamentos contendo a substância Anfepra-
mona, deverão constar em destaque os dizeres "Atenção: Este me-
dicamento pode causar hipertensão pulmonar".
As formulações contendo substâncias das listas C1 (retinói-
des de uso sistêmico), C2, C3 e C4, deverão ter uma etiqueta ver-
melha com os dizeres: "Venda sob prescrição médica. Só pode ser
vendido com retenção de receita".
As formulações magistrais contendo substâncias das listas
C2 (retinóides de uso tópico), deverão ter, em destaque, os dizeres:
"Venda sob prescrição médica. Atenção: Não use este medicamento
sem consultar o seu médico, caso esteja grávida. Ele pode causar
problemas ao f e t o . "
Os medicamentos contendo substâncias das listas C2 de uso

738
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

sistêmico deverão ter uma etiqueta vermelha com os dizeres: "Ven-


da sob prescrição médica. Atenção: Risco para mulheres grávidas,
causa graves defeitos na face, nas orelhas, no coração e no sistema
nervoso do f e t o " .

7.7. Observações
As receitas e suas respectivas notificações, deverão ser
preenchidas de forma legível, sendo a quantidade expressa em alga-
rismo arábico e por extenso. Isso oferece segurança ao prescritor,
evitando alteração da quantidade prescrita.
Dentistas e médicos veterinários só poderão prescrever me-
dicamentos de uso odontológico ou veterinário, respectivamente.
Formulações contendo codeína e ou dextropropoxifeno (lis-
ta A2) associadas a um ou mais outros componentes, em que a
quantidade de entorpecentes não exceda 100 mg por unidade poso-
lógica, e que a concentração não ultrapasse a 2,5 % nas preparações
de formas indivisíveis, ficam sujeitas a prescrição de receita de con-
trole especial, em duas vias.
Os medicamentos que contenham Fenobarbital ficam sujei-
tos a prescrição da Receita de Controle Especial, em duas vias e os
dizeres de rotulagem deverão seguir os da etiqueta vermelha das
substâncias das listas C1 (lista B1, adendo).
A Lista F relaciona fármacos de uso proscrito no Brasil (fen-
fluramina, dexfenfluramina, estricnina, lidano).
A quantidade dos medicamentos com ação antiparkinsonia-
na e anticonvulsivante pode ser prescrita para até 6 meses de tra-
tamento.

7.8. Normas Gerais


A farmácia deverá escriturar e manter no estabelecimento
para efeito de fiscalização e controle, livros de escrituração - Livro
de Registro Especifico.
Deve ser mantido um livro para registro de substâncias e
medicamentos entorpecentes (listas A1 e A2), um livro para registro
de substâncias e medicamentos psicotrópicos (listas A3, B1, B2), um
livro para as substâncias e medicamentos sujeitos a controle especi-
al (listas C1, C2, C4 e C5) e um livro para a substância e/ou medi-
camento da lista C3 (imunossupressores).
Os livros, balanços e demais documentos comprovantes de
movimentação de estoque, deverão ser arquivados no estabeleci-
mento pelo prazo de dois anos, findo o qual poderão ser destruídos.

739
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Os livros de registro específicos destinam-se a anotação,


em ordem cronológica, de estoque, entradas (por aquisição ou pro-
dução), saídas (por vendas, processamento, beneficiamento, uso) e
perdas.
0 balanço de substâncias psicoativas e outras substâncias a
controle especial - BSPO - será preenchido com a movimentação do
estoque das substâncias constantes nas listas A1 eA2 (entorpecen-
tes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C1 (outras subst. Sujeitas a contro-
le especial), C2 (retinóides), C3 (imunossupressores), C4 (anti-
retrovirais), C5 (anabolizantes) e D1 (precursores), deste Regula-
mento Técnico e de suas atualizações, em três vias, e remetido à
autoridade sanitária pelo farmacêutico responsável, trimestralmen-
te até o dia 15 dos meses de abril, julho, outubro e janeiro e anu-
almente até o dia 31 de janeiro do ano seguinte.

Sugestões de Carimbos utilizados

Farmácia de Manipulação
Identifícação do Comprador
Nome
Endereço
Tel.:
Identidade
Recepcionista
Loja
Data

Farmácia Manipulação Ltda


CNPJ
Endereço:

RECEITA N
QTD DISPENSADA
DISPENSADA POR VISTO FARM0

DATA / / / /

740
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manipulação de
Preparações Oftálmicas

Procedimento Operacional Padrão 29

741
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 29 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO: Manipulação de Preparações Oftálmicas

1. Objetivo
Definir os procedimentos de manipulação de formas farmacêuticas
de uso oftalmológico atendendo os requisitos estabelecidos no Regu-
lamento Técnico de Boas Práticas de Manipulação de Produtos Esté-
reis (BPME).

2. Responsabilidades
Diretor técnico (farmacêutico)
Farmacêutico responsável

3. Departamentos envolvidos
Departamento técnico.

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 19/04/2000 Atualizada em
08/01/2001.
ASHP technical buüetin on quality assurance for pharmacy prepared
steril products. Am. J. Hosp. Pharm. N. 50, p. 2386-2398, 1993.
Principles of Sterile Product Preparation - American Society of
Health-System Pharmacists (ASHP), 2002.
Pharmaceutical Dosage Forms and Drug Delivery, 1995.

742
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

5. Definições
Área limpa: área com controle ambiental em termos de contamina-
ção microbiana e por partículas, projetada e utilizada de forma a
reduzir a introdução , a geração e a retenção de contaminantes em
seu interior.
Colírio: soluções ou suspensòes estéreis, aquosas ou oleosas, con-
tendo uma ou várias substâncias destinadas à instilação ocular.
Pomadas oftálmicas: preparaçòes farmacêuticas semi-sólidas que se
destinam à aplicações nas conjuntivas e devem ser estéreis.
Procedimento asséptico: operação realizada com a finalidade de
preparar injetáveis e colírios com garantia de esterilidade.
Embalagem primária: recipiente destinado ao acondicionamento
/envase do injetável ou colírio, de vidro ou de plástico, que aten-
dam os requisitos farmacopéicos, que mantêm contato direto com a
preparação manipulada.
Sessão de manipuiação: tempo decorrido para uma ou mais manipu-
lacões de injetáveis e colírios, sob as mesmas condiçoes de traba-
Iho, por um mesmo manipulador, sem qualquer interrupção do pro-
cesso.
Produto estéril: medicamento estéril para aplicação parenteral ou
ocular, contido em recipiente apropriado.
Isotonia: toda solução que tiver uma concentração igual à concen-
tração do soro sanguíneo humano (ex. cloreto de sódio 0,9%, glicose
5% ou manitol 5,07% em água). A isotonia é um dos requisitos a que
as soluções de oftálmico sempre que possível deverão obedecer,
pois assim tornam-se menos irritantes.
Isobatmia: pH igual ao da lágrima, entre 7,2 e 7,4. Colírios com pH
abaixo de 5,8 e acima de 11,4 causam irritação em 99% dos pacien-
tes.
Limpidez(nâo se aplica às suspensões): as soluções oftálmicas de-
vem ser límpidas e não devem conter partículas visíveis a olho nú,
pelo que devem ser convenientemente filtradas.
Esterilidade: as preparações oftálmicas devem ser estéreis. A esteri-
lidade pode ser obtida por ultrafiltração em membrana millipore®
de 0,2 - 0,22 \x, por calor seco (caso a droga não seja termolábil) ou
por calor úmido (autoclavação), de acordo com as características
dos princípios ativos.

6. Treinamento
0 Farmacêutico responsável pela manipulação das prepara-
ções oftálmicas, bem como o funcionário responsável pela limpeza e

743
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

manutenção, devem receber treinamento regular em disciplina re-


levante, incluindo questões de higiene e saúde, boas práticas e mi-
crobiologia. 0 treinamento deve ser registrado em formulário pró-
prio conforme modelo em anexo.
Visitantes e pessoas não treinadas não devem ter acesso às
áreas de manipulação.
0 conceito de Garantia da Qualidade e todas as medidas ca-
pazes de melhorar a compreensão e a sua implementação, devem
ser amplamente discutidas durante as sessões de treinamento.

7. Saúde, Higiene e Conduta


A admissão do funcionário para o trabalho neste setor deve
ser precedida de exame médico, sendo obrigatório a realização de
avaliações médicas periódicas do funcionário envolvido na manipu-
lação, atendendo ao Programa de Controle médico de Saúde Ocupa-
cional - PCMSO.
Em caso de suspeita ou confirmação de enfermidade ou lesão expos-
ta, o funcionário deve ser afastado temporária ou definitivamente
de suas atividades, obedecendo legislação específica.
0 funcionário deve ser orientado quanto às práticas de higie-
ne pessoal.
Na área de manipulação não é permitido o uso de cosméti-
cos, jóias e acessórios.
É expressamente proibido conversar, fumar, comer, beber,
mascar, manter plantas, alimentos, bebidas, fumo, medicamentos e
objetos pessoais na área de manipulação.
0 funcionário deve ser instruído e incentivado a reportar aos
seus superiores imediatos (diretor técnico) quaisquer condições de
risco relativas ao produto, ambiente, equipamento ou pessoaí.
Os procedimentos de higiene pessoal e a utilização de paramentos,
devem ser exigidos ao funcionário e qualquer pessoa que entre na
área de manipulação.
A colocação de paramentos: gorro, máscara, jaleco e pró-pes
esterilizados e descartáveis, bem como a higiene das mãos e ante-
braços com soluções sanificantes, devem ser obrigatórias e realiza-
das em local específico (na ante-câmara).
0 acesso de pessoas às áreas de preparação deve ser restrito
ao manipulador (farmacêutico) diretamente envolvido.
0 manipulador de produtos estéreis deve ter um alto nível de
higiene, particularmente devem ser instruídos a lavar corretamente
as mãos e antebraços, com escovações das unhas, utilizando uma

744
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

solução degermante com PVP-I .


Na área de pesagem, manipulação e envase é proibido o uso
de cosméticos, jóias e acessórios pessoais, a fim de evitar contami-
nações.
Caso haja evidenciação de condição inadequada de higiene e
vestuário, que possa prejudicar a qualidade das preparações esté-
reis, a pessoa envolvida deverá ser afastada de sua atividade até
que t a l condição seja corrigida através de novo treinamento.

8. Vestuário
0 manipulador envolvido na preparação das formulações of-
tálmicas deve estar adequadamente uniformizado para assegurar a
proteção da preparação contra a contaminação, devendo se utilizar
jaleco, gorro, pró-pés e luvas, todos esterilizados, sendo que os
mesmos deverão ser descartados a cada sessão de manipulação para
garantia e a higiene apropriada.
A colocação dos uniformes e pró-pés (excetuando as luvas),
bem como a higiene preparatória (lavagem e antissepsia das mãos e
antebraços) para entrada na área limpa devem ser realizadas na
ante-câmera destinada para vestiário, evitando a contaminação
microbiana e por partículas.
Os uniforme e pró-pés utilizados nas áreas limpas devem co-
brir completamente o corpo, constituindo barreira à liberação de
partículas provenientes da respiração, tosse, espirro, suor, pele e
cabelo.
0 tecido dos uniformes utilizados nas áreas limpas não deve
liberar partículas ou fibras e deve proteger quanto à liberação de
partículas naturais do corpo.
As luvas deverão ser calçadas no ambiente do fluxo laminar,
devendo ser estéreis e substituídas bem como os uniformes a cada
sessão de manipulação.

9. Infra-estrutura física
A farmácia para manipulação de preparações estéreis deve
ser localizada, projetada, construída ou adaptada segundo padrões
técnicos, contando com uma infraestrutura adequada às operações
desenvolvidas, para assegurar a qualidade das preparações.
A área da farmácia destinada ao preparo das formulações of-
tálmicas será subdividida em salas anexas intercomunicantes, con-
forme a descrição a seguir:

745
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
9.1. Antecâmara ou vestiário de barreira:
Sala que antecede a entrada à sala de preparação. Esta
sala contará com uma pia provida de saboneteiras para o acondicio-
namento das soluções degermantes. Deve conter também armário
ou prateleira para o armazenamento dos vestuários e luvas esterili-
zados. Neste ambiente o manipulador deverá efetuar a troca do
vestuário. As superfícies da antecâmara serão revestidas com mate-
rial liso e impermeável resistente aos agentes sanificantes, bem
como os cantos serão arredondados. A antecãmara deverá ser sani-
ficada adequadamente, utilizando para a sanificação da pia e ban-
cadas, álcool isopropílico a 70%, alternando com o álcool a 70% com
clorhexidina 0,5% e o piso deverá ser sanificado com solução de hi-
poclorito de sódio.

9.2. Sala de Preparação:


A sala de preparação se comunica através de um "pass-
thru" (gabinete) com sistema de portas com fechamento duplo,
com as salas de lavagem e esterilização e com a sala de esteriliza-
ção final. Esta sala é provida de um sistema insuflador de ar para
promoção de uma pressão positiva. Este sistema é provido de um
sistema filtrante de alta eficiência para a retenção de micropartícu-
las, denominado Filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air), capaz
de reduzir a contagem de partículas ambiental a um máximo de
10.000 partículas do tamanho de 0,5 micra/ pé cúbico, garantindo a
esta sala a obtenção do grau C - classe 10.000. Esta sala contará
com uma área reservada à pesagem e manipulação, provida de uma
bancada de material liso e de fácil limpeza e sanificação e despro-
vida de portas corrediças. As superfícies e piso da sala serão reves-
tidas com material liso e impermeáveis, resistente aos materiais
sanificantes, possuindo cantos arrendodados. A sala deverá ser e-
quipada com o Aparelho de Fluxo Laminar Horizontal, provido com
um pré-filtro e um filtro principal HEPA de alta eficiência capaz de
promover através do fluxo de ar constante uma pressão positiva
maior que a externa na sala de preparação. No ambiente da capela
do fluxo laminar se obtém uma contagem de partículas de no má-
ximo 100 particulas do tamanho de 0,5 micra/pé cúbico, asseguran-
do a este ambiente a obtenção do grau A - classe 100. Neste ambi-
ente será realizado a aditivação, solubilização ou dipersão dos com-
ponentes da formulação nos veículos, bem como o envase da formu-
lação no recipiente de dispensação previamente esterilizados e
também a amostragem para testes microbiológicos de esterilidade e
controle físico-químico. O teto deverá ser rebaixado e vedado para

746
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

evitar contaminação proveniente de espaço acima dos mesmos. As


tubulações elétricas serão embutidas na parede. A entrada a esta
sala será feita de forma exclusiva através da antecâmara (vestiário
de barreira) o qual possui uma pressão inferior ao da sala de prepa-
ro decorrente do funcionamento do insuflador de ar presente nesta
última. A sanitização desta sala será realizada nas bancadas e pa-
redes (icluindo as paredes e bancada do fluxo laminar) com solução
de álcool isopropílico 70%, alternando periodicamente com álcool
etílico 70% com clorhexidina 0,5% e o piso com solução de hipoclori-
t o de sódio. Na sanificação do aparelho de fluxo laminar deve-se
evitar o contato da solução com o f i l t r o absoluto. Esta área será
monitorada semanalmente com a exposição de placas contendo
meio de cultura para a detecção de microorganismos. Este monito-
ramento deve ser registrado em formulário próprio conforme mode-
lo em ANEXO. Esta sala não conterá pia ou ralo.

9.3. Sala de Lavagem e Esterilização:


Está sala se destinará à lavagem e esterilização dos recipi-
entes vazios, estando contígua porém fisicamente separada da sala
de preparo, se comunicando com a mesma através de um "pass-
thru", ou seja, de uma passagem de porta dupla para a entrada de
materiais em condições de segurança. Está sala contará com banca-
da com pia de ínox, provida com água quente e fria e equipada com
autoclave (esterilização por calor úmido), estufa (esterilização a
seco). As paredes , bancadas e pisos serão revestidos com materiais
lisos e impermeáveis resistentes aos agentes sanificantes, bem co-
mo os cantos serão arredondados.

9.4. Sala de Esterilização Final:


Está sala se destinará à esterilização final de preparações
não termolábeis através do calor seco ou úmido, estando contígua
porém separada fisicamente da sala de preparo, comunicando com a
mesma através de um pass thru, permitindo a transferência das
preparações da sala de preparo diretamente para a sala de esterili-
zação final. Está sala contará com uma bancada e será equipada
com autoclave (para esterilização por calor úmido) e estufa (para
esterilização por calor seco). Soluções de colírios contendo substân-
cias termolábeis serão esterilizadas por ultrafittração em membrana
millipore 0,2 micra no momento de preparo no ambiente do fluxo
laminar. As paredes, bancadas e pisos serão revestidos com materi-
ais lisos e impermeáveis, resistentes aos agentes sanificantes, bem
como os cantos serâo arredondados.

747
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

9.5. Sala de Controle, Revisão, Embalagem (cartonagem), Rotula-


gem:
Está área será contígua, porém separada fisicamente com a
sala de esterilização final, se comunicando com a mesma através de
uma porta. Ela será bem iluminada para permitir a inspeção visual
dos frascos contendo as formulações . A sala contará com uma ban-
cada, sendo que todos os materiais inclusive parede e pisos serão
revestidos com materiais lisos e impermeáveis, resistentes aos a-
gentes sanificantes, bem como os cantos serão arredondados. Nesta
sala também será realizado o acondicionamento dos frascos conten-
do a formulação em caixas de cartolina e a posterior colagem do
rótulo e quarentena.

9.6. Sala de Armazenamento de Matéria-Prima e Embalagens:


Sala destinada ao armazenamento de matérias-primas e
embalagens exclusivas para a preparação de formulações oftálmi-
cas. Esta sala está contígua as demais salas porém separadas fisi-
camente. Ela contará com prateleira contendo caixas plásticas com
tampa para o acondicionamento com segurança de todos os materi-
ais. Estando está caixa devidamente identificado, contendo infor-
mações específicas sobre o material acondicionado tais como nome
(DCB ou DCI), lote, validade e aprovação pelo controle de qualidade
. As paredes, bancadas e pisos serão revestidos com materiais lisos e
impermeáveis, resistentes aos agentes sanificantes, bem como os
cantos serão arredondados. Antes de toda sessão de manipulação os
materiais deverão ser separados, enviados para a sala de lavagem e
esterilização e só então após procedimentos de esterilização ou sa-
nificação serão passados pelo "pass-thru" para a sala de preparo.

10. Equipamentos, mobiliários e utensilios


Os equipamentos utilizados na sala de preparo serão insta-
lados de forma a permitir sua fácil limpeza e sanificação.
Os equipamentos e utensílios empregados na manipulação
serâo de fácil limpeza e sanificação.
Os equipamentos e utensílios utilizados na manipulação de-
vem ser escolhidos de forma que possam ser efetivamente esterili-
zados por vapor, aquecimento a seco ou outro método.
Os produtos utilizados na limpeza e desinfecção não devem
contaminar os equipamentos com substâncias tóxicas, químicas,

748
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

voláteis e corrosivas. Utilizar somente os recomendados no proce-


dimento.
Antes e após o término de cada sessão de manipulação os
equipamentos devem ser limpos , sanificados e identificados quanto
à sua condição, efetuando registro deste procedimento, conforme
modelo em ANEXO.
Todos os utensílios (vidrarias) utilizados no processo de
manipulação deverão ser previamente embalados e esterilizados.
Antes do início de cada sessáo de manipulação os equipamentos e
utensílios deverão ser inspecionados quanto á sua condição de lim-
peza.
0 equipamento de fluxo laminar e o insuflador de ar da sala
de preparo devem ser ligados com 1 hora de antecedência à sessão
de manipulação.
É recomendável que o sistema de filtração de ar não seja
desligado ao término da sessão, a menos que, após sua parada seja
providenciada a limpeza e desinfecção do gabinete.
Todos os equipamentos, incluindo os de esterilização (estu-
fas, autoclaves), filtros, o sistema de filtração de ar, devem ser
submetidos a manutenções periódicas, validação e monitoramento e
registros conforme modelo em ANEXO. Autoclaves e estufas devem
ser avaliadas e validadas utilizando sistema de registro de tempera-
turas máximas alcançadas (fitas com registro térmico) e ampolas
para determinação da eficiência da esterilização (Ampolas contendo
Bacilus termophilus). Recomenenda-se a troca periódica mensal do
pré-filtro do aparelho de fluxo laminar e anual ou conforme a re-
comendação da assistência técnica do filtro absoluto HEPA, devendo
ser realizados registros específicos.

1 1 . Materiais

1 1 . 1 . Aquisição, recebimento e armazenamento:


A especificação técnica de todos os materiais a serem utili-
zados na manipulação das preparações oftálmicas, deve garantir
que a aquisição atenda corretamente aos padrões de qualidade
estabelecidos.
Os materiais devem ser adquiridos preferencialmente de
fabricantes/fornecedores qualificados quantos aos critérios de qua-
lidade.
0 recebimento dos materiais deve ser realizado por pessoa
treinada e de acordo com os procedimentos estabelecidos pela
farmácia.
749
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
mácia.
Todos os materiais devem ser submetidos à inspeção de
recebimento, para verificar a integridade da embaLagem, a corres-
pondência entre o pedido e a nota de entrega e os rótulos do mate-
rial recebido, efetuando-se o registro dos dados na ficha de esto-
que.
As matérias-primas devem estar adequadamente indentifi-
cadas e os rótulos devem conter, pelo menos as seguintes informa-
ções: denominação (DCB ou DCI); número do lote; data de fabrica-
ção e o prazo de validade; condições de armazenamento e adver-
tência (se necessário), identificação completa do fornecedor.
Cada lote de matéria-prima deve ser acompanhado com
respectivo certificado de análise, o qual deverá ser arquivado pelo
mínimo de 6 meses.
As matérias-primas adquiridas devem ser analisadas para
verificação do cumprimento das especificações estabelecidas nos
compêndios oficiais incluindo a determinação da biocarga (controle
microbiológico).
Todos os materiais devem ser armazenados sob condições
apropriadas e de forma ordenada de modo a preservar a identidade
e integridade dos mesmos.

11.2. Água para Preparações Estéreis


A água utilizada para o enxague dos frascos e para o prepa-
ro das formulações oftálmicas obedecerá às características farma-
copéicas de "água para injeção".

11.2.1. Água para injeção:


Está água é purificada por destilação ou por osmose reversa
e atenda os mesmos padrões para a presença de sólidos totais de
não mais que 1mg/100mL A água para injeção não contém agentes
antimicrobianos adicionados e precisa ser livre de pirogênio.
A farmácia utilizará a água para injeção estéril adquirida
de fabricantes idôneos no mercado em embalagens de 250mL ou
500ml_, com respectivos certificados de qualidade realizado no lo-
te. A embalagem será previamente sanificada e lavada com água
estéril e acondicionada no ambiente do fluxo laminar e será aberto
somente na sessão de manipulação para o preparo das formulações.
Após o término de cada sessão de manipulação a embalagem aberta
com o restante do conteúdo de água será descartada, sendo que na
outra sessão será utilizada uma nova embalagem. A utilização da
água para injeção manufaturada é justificada peLo pequeno volume

750
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

que será necessário para a manipulação.


Os certificados de análise da água para injeção devem
constar realização de testes físico-químicos, microbiológicos e para
endotoxinas bacterianas. Os certificados deverão ser mantidos ar-
quivados e registrados e disponíveis para supervisão pelas autorida-
des sanitárias.

12. Descrição das atividades (processo de manipulação)

Os produtos oftálmicos devem ser manipulados na área lim-


pa, no ambiente do fluxo laminar devidamente validado, utilizando
técnicas de manipulação asséptica.

1 2 . 1 . Preparação de soluções oftálmicas


Pese ou meça precisamente cada ingrediente, faça sempre
a fórmula em quantidade dobrada para posteriormente checar os
parâmetros de qualidade em uma amostra sem correr o risco de
contaminar o medicamento que será entregue ao paciente.
Solubilizar os ingredientes em cerca de VA da quantidade a
ser utilizada do veículo (água estéril ou solução tampão estéril) e
misture bem.
Adicione o veículo em quantidade suficiente para o volume
final e misture bem.
Filtre a solução em membrana millipore® 0,2(j dentro do
recipiente estéril que irá conter o colírio e também no meio de cu-
tura para a validação de esterilidade.
Tome uma amostra da solução e determine o pH e outros
testes microbiológicos de esterilidade em meios de cultura soja-
caseína e soja tripticase que são utilizados e vendidos na forma de
Kit para teste final para a validação da esterilidade.
Rotule provisoriamente e envie para sala de esterilização
final ou para a sala de revisão para inspeção, embalagem e rotula-
gem final.

12.2. Pomadas oftálmicas


As pomadas oftálmicas são preparações farmacêuticas se-
mi-sólidas que se destinam à aplicação nas conjuntivas, dendo ser
estéreis.
Devem ser preparadas preparadas assepticamente, no am-
biente do fluxo laminar, com excipientes não aquosos e de baixo

751
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
ponto de fusão, previamente esterilizados.
As substãncias incorporadas no excipiente devem ser fina-
mente dividas (tamizadas e micronizadas com agente levigante ou
solução fisiológica estéreis), de modo a assegurar uma perfeita ho-
mogeneidade do produto que não poderá irritar ou ferir a córnea.

12.2.1. Excipientes para pomadas oftálmicas


Vaselina sólida
Parafina líquida com vaselina
Lanolina com parafina liquida e vaselina

12.2.2. Procedimento de preparo do excipiente para pomada


oftálmica
Misturar os ingredientes
Fundir
Filtrar
Esterilizar a 150°C, durante 1 hora.
Embalar em recipiente de vidro âmbar estéril de 100g.
Tampar e lacrar.
0 recipiente com a pomada oftálmica base deve ser aberto so-
mente no ambiente do fluxo laminar após prévia desinfecção do
frasco e da tampa com solução sanificante de álcool isopropílico
70%.

12.2.3. Procedimento de aditivação na pomada oftálmica base


Pese ou meça acuradamente cada ingrediente da formula-
ção, faça a formulação em quantidade dobrada para posterior amos-
tragem para o controle da qualidade.
Esterilize previamente cada componente por um método
adequado de acordo com suas características individuais.
Solubilize ou levigue anteriormente os ativos em veículo
estéril adequado (ex.: água para injecão, solucão fisiológica esté-
ril).
Incorpore misturando os componentes, previamente dissolvidos ou
levigados, na pomada base estéril.
Tome uma amostra da pomada e determine os parâmetros
de qualidade (consitênncia, homogenidade, validação da esterilida-
de)
Identifique provisoriamente.
Envie para esterilização final ou para revisão, embalagem e
rotulagem final.

752
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
12.3. Procedimento de trabalho na área limpa
Deve ser realizado e verificado os procedimentos de lim-
peza e desinfecção das áreas, instalações, equipamentos (inclusive
a bancada e as paredes do fluxo laminar) e materiais empregado na
preparação dos produtos oftálmicos. A desinfecção deve ser realiza-
da com solução antisséptica de álcool isopropílico 70%. Deve se evi-
tar o contato da solução sanificante com a grade do filtro absoluto.
Este procedimento deve ser realizado antes e depois de cada sessão
de manipulação.
Devem ser registrados os procedimentos das operações de
limpeza e desinfecção dos equipamentos empregados na manipula-
ção.
Todas as embalagens de matérias-primas e recipientes de-
vem ser limpos e sanificados, antes da entrada na área de manipu-
lação. Utilize a solução antisséptica de álcool isopropílico 70%.
Deve ser efetuada uma ordem de manipulação constando o
registro do número do lote de cada ingrediente da preparação, indi-
cando inclusive os nomes dos fornecedores.
As sessões de manipulação serão planejadas para duas ses-
sões diárias, uma pela manhã e outra à tarde, visando a diminuição
dos movimentos na área de manipulação.
0 fluxo laminar deve ser ligado com 1 hora de antecedência
antes de cada sessão de manipulação.
0 manipulador deve estar devidamente paramentado con-
forme os procedimentos para uniformização, anteriormente explici-
tado.
Todas as embalagens primárias estéreis devem ser trans-
portadas de modo a garantir a manutenção da sua esterilidade até o
momento do envase.
Remova todos os materiais a serem utilizadas das embala-
gens secundárias, como caixas, sacos plásticos , etc, antes de entrar
para a sala de manipulação..
Se algum derramento ocorrer no gabinete do fluxo, assegu-
re que o mesmo seja removido com gaze estéril umedecida com
solução para desinfecção.
Remova imediatamente da bancada do fluxo laminar, após
o uso, todos os materiais empregados tais como seringas, vidrarias,
etc. Este procedimento evita a obstrução do fluxo de ar e garante a
eficiência de funcionamento adequado do equipamento.
Coloque no gabinete do fluxo laminar somente os materiais
que serão utilizados na preparação. Não utilize o gabinete para a
estocagem de materiais.
753
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão
Organize e disponha os materiais que serão utilizados de
modo a aumentar a efeiciência de trabalho e manter a integridade
dos locais críticos para todos os materiais de acordo com o fluxo do
ar evitando o bloqueio do mesmo.
0 manipulador deve trabalhar a pelo menos 15 cm da ban-
cada do fluxo laminar.
Durante a manipulação o manipulador deve tomar o cuida-
do de não tocar em locais críticos ou em materiais não estéreis com
as luvas, evitando assim a contaminação das mesmas.
Periodicamente e sempre que necessário o manipulador
deve friccionar um pouco da solução desinfetante nas luvas.
Imediatamente antes de abrir frascos e frascos/ampolas, friccione a
tampa das mesmas com a solução desinfetante de álcool isopropílico
70%, antes da perfuração das mesmas.
Filtre todas as soluções removidas de ampolas de vidro para
remoção de possíveis partículas de vidro, utilize a membrana mílli-
pore.
Durante a aditivação deve-se agitar levemente o frasco de
preparo para dissolução dos ingredientes e com a finalidade de mi-
nimizar e visualizar a ocorrência de incompatibilidades.
0 manipulador deve estar atento à observação de possíveis
sinais de incompatibilidades tais como a formação de precipitados,
turvação ou desprendimento de gás. No caso de incompatibilidades
suspenda a manipulação e revise a farmacotécnica da manipulação
para uma outra sessão de manipulação.
Após a preparação filtre a formulação em membrana milli-
pore 0,2u, acondicionando no recipiente estéril.
Tampe, sele, identifique o produto. Envie para esteriliza-
ção final e revisão.
Remova após cada sessão de manipulação todos os materi-
ais utilizados na manipulação, limpando e desinfetando convenien-
temente as paredes e bancadas do fluxo laminar.

12.4. Procedimentos de esterilização


A esterilização é o processo de eliminação ou destruição de
microorganismos de um objeto ou de uma preparação.

12.4.1. Esterilização por calor úmido (autoclavação):


A esterilização por calor úmido envolve o uso de autoclave,
o qual produz um ambiente de valor saturado adequado para esteri-
lização, tipicamente a 121°C a 15 psi, podendo variar conforme a
maneira que o autoclave será utilizado.

754
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Após o alcance da correta temperatura e pressão, o proces-


so de esterilização deve continuar por pelo menos 20 minutos, neste
ponto a pressão e temperatura devem ser abaixadas para retornar
às condições ambientais.
Os materiais a serem esterilizados devem ser embalados em
sacos luminizados do tipo zip-loc ou em papel atumínio, devendo a
embalagem ser retirada somente na sala de manipulação no ambi-
ente do fluxo, evitando a recontaminação.

12.4.2. Esterilização por calor seco (estufa):


A esterilização por calor seco envolve o uso de estufa em
altas temperaturas operadas nas seguintes condições:

Temperatura Tempo
160°C 120 a 180minutos
170°C 90 a 120minutos
180°C 45 a 60 minutos

Os materias a serem esterilizado por calor seco podem ge-


ralmente ser colocados sobre uma bandeja de aço inoxidável e co-
bertos com folha de papel alumínio ou então embalados individual-
mente em papel alumínio. A embalagem deve proteger para o
transporte do ítem esterilizado ao local de trabalho protegendo-o
da recontaminação.

12.4.3. Esterilização por filtração (ultrafiltração ou microfiltra-


ção):
A filtração envolve a remoção de particulas de um líquido,
retidas por uma matriz (membranas) com poros microscópicos capa-
zes de reter microorganismos.
Este processo remove os microorganismos da preparação.
Este método é o mais recomendado para preparações cujo
os ativos são sensíveis a altas temperaturas.
A membrana filtrante utilizada é com abertura de 0,2 -
0,22u.
A solução a ser filtrada deve ser aspirada previamente por
uma seringa, em seguida adapta-se o f i l t r o millipore e só então
pressione o êmbolo de maneira a fazer com que o líquido aspirado
passe pela membrana filtrante para o recipiente esterilizado de
envase.

755
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

13. Garantia da qualidade:

As matérias-primas e outros ingredientes devem atender a


todos os requisitos de qualidade citados no ítem 11 (Materiais).
Os procedimentos de limpeza, higiene e sanitização devem
ser monitorados para verificar os cumprimentos dos requisitos esta-
belecidos.
Deverá haver inspeção de 100% das amostras manipuladas,
verificando a integridade física da embalagem, verificando a ausên-
cia de partículas, precipitações e separações de fases.
Realizar o teste de esterilizadade coletando amostra repre-
sentativa de cada sessão de manipulação (raiz de n +1), conforme o
descrito no procedimento de manipulação.
Realizar Teste de endotoxinas quando aplicável, utilizando
kit para detecção de pirogênio com o teste Limulus lisato.
As amostras analisadas de cada sessâo devem ser armaze-
nadas pelo menos 1 ano após o término do prazo de validade.
A formulação só deverá ser liberada após inspeção e
controle das mesmas.

14. Validação:

Todos os processos envolvendo equipamentos e procedi-


mentos deverão ser validados de modo a assegurar a esterilizadade
das preparações. Os documentos resultantes das validações deverão
ser arquivados por 2 anos.

15. Prazo de validade:

Todas as formulações manipuladas deverão constar no seu


rótulo o prazo de validade de acordo com as características de es-
tabilidade das preparações e recomendações estabelecidas pela
farmacopéia americana USP24 para preparações manipuladas.

1 5 . 1 . Recomendações de prazo de validade USP24:

1 5 . 1 . 1 . Formulações sólidas e liquidas não aquosas:


Se a fonte do ingrediente ativo for um produto manufatu-
rado (industrializado), o prazo de validade não deve exceder a 25%
do tempo remanescente para a data de expiração do produto origi-

756
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

nal, ou 6 meses, o que for menor menor. Se a fonte do ingrediente


é uma substância farmacopéica, o prazo de validade não deverá
exceder a 6 meses.

15.1.2. Formulações contendo água:


Formulações preparadas a partir de ingredientes sólidos, o
prazo de validade não deverá ultrapassar 14 dias quando estocado
sob refrigeração.
0 prazo de validade proposto se refere ao periodo de arma-
zenamento do produto anterior a abertura pelo paciente da emba-
lagem, a partir do qual o mesmo deverá ser consumido no menor
prazo possível.

16. Atendimento à não-conformidades:

Toda não conformidade deve ser registrada em formulário


próprio, analisada e tomada as medidas corretivas cabíveis.

17. Documentação:

Toda documentação e registros gerados na preparação de


produtos estérei devem ser arquivadas por um período de 2 anos.

18. Auto -inspeções:

Deve ser realizado semanalmente um check-list para a


verificação do cumprimento das Boas Práticas de Manipulação de
Produtos Estéreis, utilizando o questionário da RDC 33 (em anexo),
devendo os mesmos ser registrados e arquivados.

757
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

19. Anexos

1 9 . 1 . Ficha de Registro de T r e i n a m e n t o

FICHA DE REGISTRO DE TREINAMENTO


Atividade:
Data: Carga Horária Total:
Realizado por:
Participante Assinatura

19.2. Ficha de Registro do M o n i t o r a m e n t o da Área Limpa

FICHA DE REGISTRO DO MONITORAMENTO DA ÁREA


LIMPA
Meio para Cultura de Mi- Meio para
DATA croorganismos Cultura de Fun-
gos Totais
( ) POSITIVO ( ) POSITIVO
( ) NEGATIVO ( ) NEGATIVO
Responsável:

19.3. Ficha de Registro de Limpeza e Desinfecção para Salas e


Equipamentos

FICHA DE REGISTRO DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO


PARA SALAS E EQUIPAMENTOS
Sala ou equipamento:
Responsável:
Data: Assinatura:

758
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

19.4. Ficha de Validação de Equipamentos


FICHA DE VALIDAÇÃO PARA EQUIPAMENTOS
Nome do Equipamento:
Realizado por Data Condição
( )APROVADO
( ) NÃO APROVADO
( )APROVADO
( )NÃOAPROVADO

19.5. Ficha de Registro de Avaiiação dos Filtros do Fluxo Laminar


REGISTRO DE AVALIAÇAO DOS FILTROS DO FLUXO LAMINAR
Equipamento marca:
Modelo:
Série:
Setor:
Dat< Responsável Avaliação dos Avaliação Contagem
filtros dos de partí-
Pré-filtros culas
Troca Troca
Sim Não Sim Não

19.6. Ficha de Registro de Avaliação Microbiológica do Fluxo La-


minar
REGISTRO DE AVALIAÇAO MICROBIOLOGICA DO
FLUXO LAMINAR
Equipamento marca:
Modelo:
Série:
Setor:
Data Responsável Resultado da Microbiologia
Fluxo desligado Fluxo ligado

759
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

19.7. Ficha para Check List para Manipulação de Produtos Esté-


reis e Colírios
CHECK LIST PARA MANIPULAÇAO DE
PRODUTOS ESTÉREIS E COLÍRIOS
8.1. INF A farmácia manipula preparações estéreis? SIM NAO
8.2. INF Quais ? ( ) injetáveis de pequeno volume ( ) colírios
8.3. 1 0 Setor está limpo?
8.4 -1 Dispõe de meios e equipamentos adequados para a lim-
peza prévia dos materiais e recipientes?
8.5. -1 Existem procedimentos escritos para a higienização dos
materiais e recipientes?
8.6. -J Os procedimentos são adequados para a assepsia e manu-
tem;áo da qualidade dos materiais e recipientes?
8.7. -1 Existe local separado e adequado para a lavagem, esteri-
lização e despirogenização de ampolas, frascos e frascos-
ampolas?
8.7.1. NF Qual a classificação para esta área?
8.7.2. ■i Existem registros dos controles do sistema de filtração de
ar?
8.8. 1 As estufas de secagem de esterilização funcionam
perfeitamente?
8.8.1. * Possuem registradores de temperatura e tempo?
8.8.2. ^ Existem registros?
8.9 •) 0 material esterilizado e despirogenizado é identificado,
transportado e armazenado de modo seguro após
esterilizaçáo?
8.10. ^l 0 processo de esterilização e despirogenização está
validado?
8.10.1 ■i Existem registros?
8.11 NF São utilizados indicadores biológicos para monitorar a
esterilização?
8.11.1 * Existem registros?
8.12 ^l A transferência dos materiais e recipientes para a área de
manipula;áo e envase se realiza em condições de segu-
rança, atendendo as especificações deste regulamento?
8.13. •J Existe passagem especial e única para a transferéncia de
materiais e recipientes da sala de lava-
gem/esterilização/despirogenização para a sala de
manipulação?
8.14. i Existe vestiário constituido de antecâmara com barreira
para entrada na área de manipulação e envase?
8.14.1 «1 A área destinada ao vestiário possui dois ambientes com
câmaras fechadas?
8.14.2 >l As portas de acesso ao vestiário possuem dispositivos de
segurança?
8.14.3 ^l 0 vestiário é ventilado com ar filtrado?
8.14.4 NF Equipamentos existentes:
A - ( ) pia e torneira com comando que dispense o conta-
to das mãos?
B - ( ) dispensadores de degermantes ou anti-sépticos
C - ( ) Toalhas descartáveis
D - ( ) Secador a ar
E - ( ) Armários para uniformes limpos/esterilizador
F - ( ) Cestos para o despejo de roupas usadas
G - ( ) outro. Especificar:

760
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CHECK LIST PARA MANIPULAÇAO DE


PRODUTOS ESTÉREIS E COLÍRIOS
SIM NAO
8.15. M A pressão de ar na antecâmara é inferior a da área de
manipulação e envase e superior a das demais áreas?
8.17 NF Quais os produtos utilizados para a degermação das mãos?
8.18. \ Existe alternância no uso de degermantes de modo a
prevenir resistência bacteriana?
8.19 \ Existe procedimento escrito para a paramentação e higi-
enização das mãos ?
8.20 NF Qual a classificação da área de manipulação e envase?
8.21. N A área possui pressão positiva de ar?
8.27 M Existe equipamento para a fütração do ar?
8.22.1 1 0 ar injetado nesta área é filtrado por filtros HEPA ?
8.22.2 N Verifica-se com freqüência o estado dos filtros de ar da
área?
8.22.3 M Existem registros ?
8.23 1 A área possui fluxo laminar ?
8.23.1 M Verifica-se com freqüência o estado dos filtros do fluxo
laminar ?
8.23.2 M Existem registros?
8.24 N A área de manipulação e envase é adequada para a reali-
zação racional e ordenada das operações ?
8.25 INF Qual o número de funcionários que trabalham na área de
manipulação e envase?
8.25.1 M 0 acesso à área é restrito ?
8.26. M 0 uniforme utilizado é restrito a esta área ?
8.27 1 Os manipuladores estão devidamente uniformizados ?
8.27.1 NF Qual a freqüência da troca de uniformes ?
8.27.2 N 0 tecido do uniforme previne liberação de fibras ou
partículas ?
8.28 N Os manipuladores calçam sapatos especiais ?
8.29 N As luvas estéreis são isentas de lubrificantes ?
8.30 M São feitos controles microbiológicos do ar e das superfí-
cies?
8.30.1 R Existem registros ?
8.31 1 Existe filtração dos produtos através de filtros esterili-
zantes?
8.32 1 E realizado teste para verificar a integridade da mem-
brana filtrante ante de iniciar a filtração?
8.33 1 Existe equipamento de fluxo de ar laminar sobre o local
de envase?
8.33.1 1 0 sistema de purificação do ar pelo fluxo laminar está
validado?
8.33.2 N Existe registro ?
8.35 R Existem procedimentos escritos para a limpeza da árca?
8.35.1 R Existem registros ?
8.36 1 E respeitada a proibição da existência de ralos na área de
manipulação e envase ?
8.37 * Os recipientes finais que contenham preparações estéreis
são inspecionados individualmente ?
8.37.1 í E feito teste para verificar se os mesmos estão bem fe-
chados ?
761
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

CHECK LIST PARA MANIPULAÇAO DE


PRODUTOS ESTÉREIS E COLÍRIOS
SIM NAO
8.38 N Existe área para inspeção, quarentena, rotulagem e
embalagem das preparações ?
8.39 <\ Existe condições adequadas de iluminação e contraste
para inspeção das preparações ?
8.40 N Os responsáveis pela inspeção fazem exames oftalmoló-
gicos regulares ?
8.40.1 R Existem registros ?

762
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

0 sistema de Garantia da
Qualidade e as
Auditorias internas

Procedimento Operacional Padrão 30

763
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

Manual de Boas Práticas de Manipulação


Procedimento Operacional Padrão

POP N° 30 Página

Emissor: Emitido em: Substitui


POP: n°
Revisor: Revisado
em:

Aprovação: Aprovado
em:

TITULO:
0 sistema de garantia da qualidade e as Auditorias internas

1. Objetivo
Definir normas a serem aplicadas para realização de auditorias
internas periódicas na farmácia.

2. Responsabilidades
Farmacêutico
Diretor Administrativo

3. Departamentos envolvidos
Todos os Departamentos da Farmácia

4. Documentos de Referência
Resolução ANVISA/RDC 33 - 19/04/2000 - Atualizada em 08/01/2001
Manual de Recomendações para aviamento de formulações magis-
trais - ANFARMAG Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997

5. Material Necessário
Relatório de Auditoria Interna

764
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

6. Procedimento

6 . 1 . Definições:
Garantia da Qualidade: esforço organizado e documentado dentro
de uma empresa no sentido de assegurar as características do pro-
duto, de modo que cada unidade do mesmo esteja de acordo com
suas especificações.
Desvio da Quaiidade: não atendimento dos parâmetros de qualidade
estabelecidos para um processo ou produto.
Documentação normativa: procedimentos escritos que definem a
especialidade das operações para permitir o rastreamento dos pro-
dutos manipulados nos casos de desvios da qualidade

6.2. Garantia da Qualidade


A Garantia da Qualidade tem como objetivo assegurar que
os produtos e serviços estejam dentro dos padrões de qualidade
exigidos.
0 Sistema de Garantia da Qualidade para a manipulação de
fórmulas deve assegurar que:
as operações de manipulação sejam claramente especificadas por
escrito e que as exigências de Boas Práticas de Manipulação se-
j a m cumpridas;
os controles necessários para avaliar as matérias primas sejam
realizados de acordo com os procedimentos escritos e devida-
mente registrados;
sejam elaborados procedimentos escritos para a Umpeza da área
de manipulação, materiais e equipamentos;
os equipamentos sejam calibrados, com documentação compro-
batória;
a preparação seja corretamente manipulada, segundo procedi-
mentos apropriados;
a preparação seja manipulada e conservada de forma que a qua-
lidade da mesma seja mantida;
sejam realizadas auditorias internas de modo a assegurar um pro-
cesso de melhoria contínua;
exista um programa de treinamento inicial e contínuo;
exista a proibição de uso de cosméticos, jóias e acessórios para o
pessoal com atividades na manipulação;
exista um sistema controlado, podendo ser informatizado ou ma-
nual, para arquivamento, por período estabelecido, dos docu-
mentos exigidos para substâncias e medicamentos sujeitos a con-
trole especial (receituário geral, registros específicos, receitas,

765
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

notificações de receitas, balanços e notas fiscais). No caso espe-


cífico da farmácia este controle é manual, feito em livro;
sejam estabelecidos prazos de validade, assim como as instru-
ções de uso e armazenamento das fórmulas manipuladas.

0 estabelecimento deve possuir Manual de Boas Práticas de Ma-


nipulação apresentando as diretrizes empregadas pela empresa para
o gerenciamento da qualidade.

6.3. Auto-inspeções
A auto-inspeção é o recurso apropriado para a constatação
e avaliação do cumprimento das Boas Práticas de Manipulação.
As auto-inspeções são realizadas periodicamente na farmá-
cia, para verificar o cumprimentos das Boas Práticas de Manipulação
e suas conclusões devidamente documentadas e arquivadas. A peri-
odicidade é determinada pelo farmacêutico e pode ser modificada,
quando este constatar que está aparecendo falhas em um ou mais
processos em qualquer departamento.

CALENDARIO DE AUDITORIAS INTERNAS - ANO


1 a Auditoria interna
Objetivo: verificar as condições gerais de
DataX trabalho em todos os setores e atendimento
aos procedimentos operacionais padrão
propostos.
2o Auditoria interna
Data X + 3 meses Objetivo: verificar se as ações corretivas
foram cumpridas e sugerir novas correções
Data X + 3 meses 3o Auditoria interna
Data X + 3 meses 4o Auditoria interna
Data X + 3 meses 5o Auditoria interna

Observação: este calendário pode ser modificado caso o farmacêu-


tico verifique a necessidade de auditorias ou para propor ações
corretivas imediatas.
Com base nas conclusões das auto-inspeções são estabeleci-
das as ações corretivas necessárias para o aprimoramentó da quali-
dade dos produtos manipulados.
Os auditores internos são pessoas de difererites áreas da
farmácia. Selecionar principalmente de departamentps diferentes
para fazer a auditoria. Os auditores necessitam estár cientes de
todos os Procedimentos Operacionais Padrão e comprometidos com
766
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

as Boas Práticas de Manipulação.


Os auditores executam a auditoria seguindo um roteiro se-
gundo modelo em anexo. Após a auditoria os participantes se reu-
nem para discutir as medidas de correção e sugerir medidas preven-
tivas.

RELATÒRIO DE AUDITORIA INTERNA PARA VERIFICAÇÃO DO


CUMPRIMENTO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
Organização e pessoal Sim Não
É excluído da atividade o funcionário que manifesta
lesões ou enfermidades que podem afetar a qualidade
ou segurança dos produtos?
Há um Setor de Controle da Qualidade autônomo
com responsabilidades e autoridades definidas?
0 Setor de Controle da Qualidade tem autoridade e
responsabilidade de aprovar ou rejeitar todos os ma-
teriais, rótulos, bases galênicas, produtos em proces-
so de manipulação ou acabados?
0 Setor de Controle da Qualidade tem responsabili-
dade e autoridade para revisar todos os procedimen-
tos escritos?
Há um Manual de Boas Práticas de Manipulação?
Todos os Departamentos e Setores realizam treina-
mento formal?
E documentado?
Há auditorias internas formais?
Existem funcionários adequados para realizar, su-
pervisionar e controlar todas as atividades da farmá-
cia?
Há uma política documentada de higiene e limpeza?

767
Capítulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

RELATORIO DE AUDITORIA INTERNA PARA VERIFICAÇAO DO


CUMPRIMENTO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
Prédios e Equipamentos: SIM NAO
Há espaço adequado no prédio para que se dispo-
nha ordenadamente equipamentos, materiais e pro-
dutos de forma organizada?
Há instalações sanitárias adequadas, áreas para
comer e fumar separadas da área de manipulação?
0 prédio está mantido adequadamente?
0 equipamento de manipulação foi projetado,
construído e disposto de maneira a facilitar o seu
uso, limpeza e manutenção?
0 equipamento é mantido e controlado de maneira
adequada durante o uso e quando guardado?

RELATORIO DE AUDITORIA INTERNA PARA VERIFICAÇAO DO


CUMPRIMENTO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
Controles de material, produto e processo: SIM NAO
Os produtos estao dentro do prazo de validade?
Os materiais recebidos são identificados e controla-
dos adequadamente?
Os rótulos são identificados, examinados, controla-
dos e compatibilizados entre si?
Os materiais são aprovados pelo setor de qualidade
antes de sua liberacão?
Há registros individuais por equipamento para as
principais rotinas de limpeza, sanitização, uso e ma-
nutencão?
As instruções de manipulação na ordem de manipu-
lação são seguidas e os passos principais são docu-
mentados quando realizados?
Os materiais e produtos rejeitados são controlados
e postos sob quarentena para evitar o seu uso?

768
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

RELATORIO DE AUDITORIA INTERNA PARA VERIFICAÇAO DO


CUMPRIMENTO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
Armazenagem e distribuição: SIM NAO
As substâncias sujeitas a controle especial estão
guardadas em armário resistente ou sala própria,.
Fechados à chave ou com outro dispositivo que ofe-
reça segurança?
Há um sistema seguro de liberação de produto e
bens acabados e as remessas de bens acabados são
feitas no sistema FIFO (first in - first out, o primeiro
que entra é o primeiro que sai)?
0 depósito apresenta condições ambientais apro-
priadas para armazenagem e quarentena de produ-
tos até sua liberação pelo setor de qualidade?
Há um sistema escrito em funcionamento que possa
imediatamente determinar a distribuição de cada
lote de produto caso a farmácia tenha que solicitar
sua devolucão?

RELATORIO DE AUDITORIA INTERNA PARA VERIFICAÇAO DO


CUMPRIMENTO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
Controles laboratoriais: SIM NAO
A farmácia dispõe de espaço e equipamentos de
laboratório adequados?
Um número suficiente de amostras representativas
de produtos acabados é identificada, armazenada e
retida?
Os registros de manipulação e controle de partida
são feitos para cada partida, datados e assinados
pelo funcionário que os confrontou com o padrão
para garantir que estão corretos?

769
Capitulo 14 - Procedimentos Operacionais Padrão

RELATORIO DE AUDITORIA INTERNA PARA VERIFICAÇAO DO


CUMPRIMENTO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
Registros e Relatórios: SIM NAO
São mantidos registros de todas as atividades de
produção e apoio, inclusive reclamações de consumi-
dores?
A manipulação de substâncias sujeitas a controle
especial é realizada exclusivamente mediante pres-
cricão?
A dispensação das preparações magistrais de medi-
camentos é feita somente sob prescrição de acordo
com a legislação vigente?
É respeitada a proibição de aviar receitas em código
(siglas, números)?
E respeitada a proibição de manter estoques de
preparações a base de substâncias sujeitas a controle
especial, penicilínicos/cefalosporínicos/antibióticos
em geral, hormônios e citostáticos?
E respeitada a proibição de exposição das prepara-
ções magistrais de medicamentos ao público, com o
objetivo de promoção, publicidade e propaganda?

Após a execução da auditoria interna, um relatório com os


ítens encontrados em desacordo com as normas é efetuado e enca-
minhado aos responsáveis com poder de decisão dentro da empresa.
As medidas corretivas são de ordem pessoal (treinamento
ou substituição do funcionário), material (adaptação do prédio),
legal (descumprimento de alguma portaria).
0 farmacêutico tem a responsabilidade de viabilizar as so-
luções corretivas para atingir a conformidade.
Estabelecer um prazo para a correção de cada item não-
conforme com as Boas Práticas de Manipulação. Este prazo é rigora-
samente seguido.
Uma nova auditoria será efetuada para avaliar o cumpri-
mento das medidas corretivas. Caso não tenham sido cumpridas
relatar novamente e reiniciar o processo.

770
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

1. Agentes que Afetam a Calcificação:


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Alendronato sódico 10 mg 10 mg 70mg dose
semanal
Etidronato dissódico 200 a 400 mg 200 a 400 mg
Fluoreto de Sódio 25 a 60 mg 25 a 60 mg Cápsulas com
revestimento
entérico
Ipriflavona de Sódio 200 a 300 mg 600 mg
Isoflavonas 20 a 40 mg 40 mg
Risedronato sódico 5mg 5mg

2. Aminoácidos e Derivados
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
5-Hidroxitriptofano 50 a 100 mg 150 a 300 mg
Acido Aspártico 100 a 300 mg 500 a 1500 mg
Acido glutâmico 150 a 300 mg 500 a 1000 mg
Asparagina 100 a 300 mg 500 a 1500 mg
Aspartato de arginina 100 a 250mg 500 a 1500mg
DL-Camitina 100 a 300 mg 500 a 3000 mg
D-L-Metionina 100 a 300 mg 500 a 3000 mg
Glicina 20 a 200 mg 500 a 1300 mg
Glutamina 20 a 100 mg 500 a 700 mg
L-Alanina 100 a 300 mg 500 a 3000 mg
L-Arginina cloridrato 100 a 400 mg 500 a 1000 mg
L-Carnitina 100 a 500 mg 500 a 3000 mg
L-Cisteína cloridrato 100 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Cistina 100 a 300 mg 500 a 1500 mg
L-Citrulina 100 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Fenilalanina 100 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Histidina 100 a 150mg 500 a 1200mg
L-lsoleucina 100 a 300 mg 500 a 3000 mg
L-Leucina 100 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Lisina cloridrato 100 a 300 mg 500 a 10.000 mg

771
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Aminoácidos e Derivados
Continuação

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
L-Metionina 100 a 300 mg 500 a 3000 mg
L-Ornitina cloridrato 100a300mg 500 a 1000 mg
L-Prolina 100 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Serina 100 a 300 mg 500a1500mg
L-Taurina 75 a 300 mg 150 a 7000 mg disponível na
forma comp.
sublingual
L-Tirosina 50 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Treonina 100 a 300 mg 500 a 1000 mg
L-Triptofano 100 a 300 mg 500 a 2000 mg
L-Valina 100 a 300 mg 500 a 1000 mg

3. Anabólicos hormonais:

Principio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Androstenediona 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Oxandrolona 1 a 2,5 mg 5 a 10 mg

4. Anabólicos não hormonais (orexígenos):


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Budisina 5 a 50 mg 10 a 150 mg Caps ou susp.
oral
Ciproheptadina 2 a 4 mg 4 a 20 mg Caps ou susp.
oral
Cobamamida 0,5 - 5 mg 1 a 10 mg Caps ou susp.
(Coenzima B12) Oral
DL - Carnitina 50 a 100 mg 100 a 300 mg Caps ou susp.
oral
Zinco quelato (zn) 15 a 50 mg 15a 50 mg Caps ,susp.
Oral ou balas
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

5. Anorexígenos:
(Portaria 344/98 - Notif. Receita B + Receita Branca. Max. p/ 2
meses de tratamento
Dose
Principio Ativo Posológica Dose diária Observações
Anfepramona 20 a 70 mg 40 a 140 mg
(Dietilpropiona)

Femproporex 10 a 30 mg 10 a 60 mg

Mazindol 0,5 a 2 mg 1 a 3 mg

6. Anorexígenos Naturais (Mucilagens)


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Agar-A gar 500 a 1000mg 1000mga 5000mg
CMC 500 A1000mg 1000mg a 5000mg
Glucomannam 500 a 1000mg 1000mga 2000mg

7. Antiabortivos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Alilestrenol 5mg 5mg
Isoxsuprina 10 a 20 mg 30 a 80 mg

Progesterona 25 a 100 mg 25 a 200 mg Supositório,


óvulo

773
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magist

8. Antiácidos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Bicarbonato de sódio 500 a 1000 mg 3000 a 5000mg
Carbonato de cálcio 200 a 500 mg 400 a 1000 mg
Hidróxido de alumínio 100 a 250 mg 500 a 1000 mg
Hidróxido de magnésio 250 a 500 mg 500 a 1500 mg
Oxido de Magnésio 100 a 250 mg 250 a 500 mg
Trissilicato de magnésio 100 a 500 mg 200 a 2000 mg

9. Antianêmicos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Acido fólico 1 a 5 mg 5 a 20 mg
Ácido folínico 0,4 a 15 mg 0,4 a 25 mg
Cianocobalamina 25 a 50 mcg 100 a 300 mcg
(Vit.B12)
Ferro quelato (Fe 18 a 30 mg 18 a 60 mg
elementar)
Fumarato Ferroso 100 a 200 mg 200 a 600 mg
Sulfato Ferroso 100 a 200 mg 200 a 600 mg

10. Antianginosos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Amlodipina 2,5 a 5 mg 5 a 10mg
Atenolol 50 a 100 mg 50 a 200 mg
Carvedilol 12,5 a 25 12,5 a 50mg
mg
Diltiazem 30 a 120mg 60 a 240 mg

Felodipina 10mg 20mg

Isossorbida dinitrato 2,5 a 10mg 40 a 240 mg


Isossorbida mononitrato 5 a 20mg 10 a 120 mg
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Metoprolol 50 a 100mg 100 mg

Nadolol 40 mg 40 a 80mg
Nifedipina 10 a 30 mg 30 a 90mg

Nimodipina 30 mg 60 a 90 mg*
Nitrendipina 5 a20mg 10a40mg
Propranolol 20 a 80 mg 40 a 320 mg

Verapamil 40 a 120 mg 240 a 360 mg

1 1 . Antiandrogênios:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ciproterona acetato 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Finasterida 1 a 5 mg 1 a 5mg
Flutamida 250 mg 750 mg

12. Antiarrítmicos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Amiodarona 100 - 200 400 a 800 mg
mg
Digitoxina 0,05 a 0,3 0,05 a 0,3 mg Disp. tb na
mg forma de sol.
Oral pediat.
Digoxina 0,05 a 0,5 0,05 a 0,5 mg Disp. tb na
mg forma de sol.
Oral pediát.

775
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Diltiazem 30 a 120 mg 60 a 240 mg

Propafenona 150 a 300 450 a 600 mg


mg
Propranolol 10 a 30 mg 30 a 120 mg

Quinidina sulfato 100 a 300 400 a 1200 mg


mg
Sotalot 80 a 160 mg 160 a 320 mg
Verapamil 40 a 120 mg 120 a 360 mg

13. Anti-celulíticos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Asiaticosídeo 10a20mg 20 a 60mg
(madecassol)
Castanha da índia 100 a 500mg 200 a 1500mg
Centella Asiática 250 a 400mg 500 a 1600mg
Escina 10 a 20mg 20 a. 60mg
Thiomucase 50 a 150 50 a 150 UTR
UTR

776
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

14. Anticoagulante / Anti-agregante Plaquetário:

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Ácido acetil salicílico 50 a 325 mg 80 a 300 mg
Dipiridamol 75 a 100 mg 300 a 400 mg
Pentoxifilina (Agente 400 mg 800 - 1200 mg
Hemorreológico)

Ticlodipina 250 mg 500 mg


Warfarina 1 a 10 mg 2 a 10 mg

15. Antiespasmódicos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Atropina 0,025 a 1,2 mg 1,2 a4,8 mg Disp. tb na
forma de sol.
Oral e colírio
Beladona pó 10 a 15 mg 15 a 60 mg
Brometo de 10a 15 mg 45 a 60 mg
propantelina
Metilbrometo de 2,5 a 5 mg 5 a 20 mg
homatropina
N butil brometo 10 a 20 mg 40 a 80 mg
Hioscina
Papaverina cloridrato 30 a 60 mg 100 a 300 mg

777
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

16. Antidepressivos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Amitriptilina 3 a 25 mg 10 a 150mg
Cloridrato

Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p / 2
Meses de
Tratamento.
Bupropiona 100 a 150 mg 150 a 300 mg Port..344-
(Agente Receita de
Anti tabagismo) Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Clomipramina 10 a 50mg 30 a 150mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Desipramina 25 a 100mg 25 a 150mg Port..344-
Cloridrato Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.

778
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Doxepina 25 a 50 mg 25 a 100mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Fluoxetina cloridrato 10 a 30 mg 10 a 80 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Imipramina cloridrato 10 a 25 mg 10 a 150 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Jarsin extract 300 a 450 mg 900 mg
(Erva São João)
Maprotilina 25 a 75mg 25 a 150mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Mirtazapina 15mg 45mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.

779
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Nortriptilina 10 a 25 mg 20 a 100 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Paroxetina 10 a 20 mg 20 a 50 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Sertralina 25 a 100 mg 50 a 200 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Tranilcipromina 5 a 10 mg 10 a 30 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.
Trazodona 50 mg 150 a 200 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.

780
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Venlafaxina 37,5 a 75 mg 75 a 225 mg Port..344-
Receita de
Cont.
especial em
duas vias .
Max. p/ 2
Meses de
Tratamento.

17. Antidiabéticos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Clorpropamida 250 mg 250 a 750 mg
Cromo picolinato 200 mcg 400 a 600 mcg
(Cr elementar)
Cromo quelato 200 mcg 400 a 600 mcg
(Cr elementar)
Fenformina 25 a 100 mg 50 a 200 mg
Glibenclamida 2,5 a 5 mg 2,5 a 20 mg
Gimnema silvestre 200 mg 400 mg Fitoterápico
ext. seco
Metformina 500 a 850 mg 1,0a2,5g

781
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

18. Antidiarréicos
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Bismuto subsalicilato 120 a 262,5 mg até 4,2 g
Carbonato de cálcio 500 a 1000mg 1 a3g
Carvão ativado 450 a 520 mg até4,16 g
Caulim 1,5 a 2,96 g S/N suspensao asso
pectina /15ml
Colestiramina 4,0g 4a16g disponivel na
forma de
sachês
Hidróxido de alumínio 100 a 300 mg 500 a 1000
mg
Loperamida 2 a 4 mg até 16 mg
Pectina 0,07 a 0,135 g S/N suspensao
associada c/
caulim/15ml

19. Antídotos:
Principio Ativo Dose Observações
Posológica
Acetilcisteína 70 a 140 m g / k g 4 h / Intoxicação por
17 doses Paracetamol
Àcido Folínico 5 a 25 mg Intoxicação por
metotrexato,
pirimetamina e
trimetropina
Carvão Ativado 25 a 100g/ suspenso Intoxicação não
em água/ dose única específica

DMSA( ác. Dimercapto 200 mg / 8h semanas altemadas


succínico)
D-Penicilamina 0,5 a 1 , 5 g / d i a / Intoxicação por
1 a 2 meses metais pesados
Vitamina K3 2,5 a 10 mg/ repetido Hipotrombinemia
(Fitonadiona) após12 a 48h. por anticoagulantes,
por salicilatos e
antibacterianos
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

20. Antieméticos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Bromoprida 5 a 10 mg 20 a 30 mg
Buclisina 5 a 50 mg 50 a 150 mg
Clorpromazina 10 a 25 mg 60 a 150 mg Port..344-Receita
de Cont. especial
em duas vias .
Max. p/ 6 Meses de
Tratamento.
Disp. tb em via
retal 50 a
100mg/6-6hs
Difenidramina 25 a 50 mg 50 a 200 mg
Domperidona 10 a 40 mg 30 a 160mg
Metoclopramida 5 a 10 mg 20 a 30 mg
Ondansetrona 4 a 8mg 12 a 64mg Disp. Tb na forma
de supositórios.
Prometazina 10 a 50 mg 40 a 150 mg Disp. tb. na forma
de supositórios

2 1 . Antienxaquecosos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ergotamina 0,5 a 3 mg 0,5 a 3 mg cápsula,
(tartarato) supositório
Migrafew (feverfew) 125 a 250 mg 250 mg Tanacetum
parthenium -
fitoterápico
Mucato de 30 a 65 mg 60 a 130 mg Cápsula
isomepteno
Pizotifeno 0,5 a 1,5 mg 1,5 mg Cápsula
Sumatriptano 50-100mg 100-300mg Disp. na forma de
comp. Sublíngual

22. Antiestrogênios:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Clomifeno 50 mg 50 a 100 mg
Tamoxifeno 10 a 20 mg 20 a 40 mg Antiestrogênio e
antineoplásico

783
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

23. Antifibróticos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
POTABA (Para 0,5a 1 g 12g Comprimidos
aminobenzoato de K)
Vilamina II 400 Ul 400 a 800UI softgel (cápsula)

24. Antiflatulentos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Simeticone 40 a 100 mg 100 a 400 mg
(dimeticone)
Zedoária 100 a 400 mg 400 a 1000 mg Fitoterápico
(Curcuma zedoária)
Carvão ativado 50 a 500 mg 200 a 4000 mg
Badiana 100 a 200 mg 200 a 400 mg Fitoterápico
(Hlicium verum)

25. Antifúngicos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Cetoconazol 200 mg 200 a 400 mg cápsula ou
suspensão oral
Fluconazol 50 a 200 mg 100 a 400 mg cápsula ou
suspensão oral
Griseofulvina 250 a 500 mg 500 a 1000 mg cápsula ou
suspensão oral
Itraconazol 100 a 200 mg 100 a 400 mg Cápsula
Nistatina 100.000 a 1.500.000UI cápsula ou
500.000UI suspensão oral
Terbinafina 125 a 250 mg 250 mg
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

26. Antiglaucomatosos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Acetazolamida 125 a250mg 250 a 1000 mg cápsula e
suspensão oral
Disp. Tb na
forma de
liberação lenta

27. Antigotosos (Hipourecemiantes)


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Allopurinol 100 a 300 mg 100 a 600 mg cápsula ou
suspensão oral
Disp. tb na
forma de Ub.
Lenta
Benzobromarona 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Colchicina 0,5 a 1mg 0,5 a 2mg
Indometacina 25 a 50 mg 100 a 200 mg

28. Antihistamínicos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Cetirizina 5 a 10 mg 10 mg
Cetotifeno 0,5 a 1mg 1 a2mg
Difenidramina 25 a 50 mg 75 a 200 mg
Hidroxizina 10 a 25 mg 10 a 100 mg
Loratadina 5 a 10 mg 10mg
Prometazina 5 a 25 mg 15 a 50 mg
* Todos os itens estão disponíveis na forma de cápsulas e suspensões
orais

785
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

29. Antihipertensivos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Amlodipina 2,5 a 10 mg 2,5 a 10 mg Cápsula ou
suspensão oral
Atenolol 25 a 50 mg 25 a 100 mg Cápsula
Bumetamida 0,5 a 2,0 mg 0,5 a 6mg Cápsula
Captopril 12,5 a 50 mg 25a150mg Cápsula ou
suspensão oral
Carvedilol 6,25 a 50 mg 6,25 a 50 mg Cápsula ou susp.
Oral
Clonidina 0,10 a 0,20 0,2 a 0,6 mg Disp. tb na forma
mg de liberação
lenta
Clortalidona 25 a 50 mg 25 a 100 mg Cápsula
Diltiazem 30 a 60mg 60 a 240 mg Disp. tb na forma
de lib. Lenta
Doxazosina I a 8 mg 1 a 16 mg
Felodipina 5 a 10mg 5 a10mg Disp. Tb na
forma de lib.
Lenta
Furosemida 40 a 60 mg 40 a 120 mg Cápsula ou
solução oral
Guaneditina 10-12,5-25mg 10 a 50 mg Cápsula, Colirio
5% para
tratamento
glaucoma
Hidroclorotiazida 20 a 50 mg 50 a 100 mg
Indapamida 2,5mg 2,5 a 5mg
Lisinopril 2,5 a 10 mg 2,5 a 10 mg
Losartan 25 a 50mg 25 a 100 mg
Maleato de 5 a 20 mg 10 a 40 mg cápsula ou
Enalapril suspensão oral
Metildopa 250 a 500 mg 500 a 2000 mg Disp. tb na
forma de lib.
Lenta
Metoprolol 50 a 100 mg 50 a 300 mg Disp. tb na forma
de liberação
lenta
Minoxidil 5 a 10 mg 5 a 40 mg caps ou
suspensão oral
Nadolol 40 a 80 mg 40 a 320 mg
Nifedipina 10 a 30 mg 30 a 90 mg Disp. tb na forma
de liberação
lenta
Nimodipina 30 mg 90 mg
Nitrendipina 5 a 20mg 10 a 40 mg

786
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Pindolol 5 a 10 mg 10a60mg
Propranolol 40 a 80 mg 40 a 160 mg Disp. tb na
forma de
liberação lenta
Ramipril 1,25 a 5 mg 2,5 a 10 mg
Verapamil 40 a 120 mg 120 a 360 mg Disp. tb na forma
de liberação
lenta

30. Antiinflamatórios Intestinais:


Princípio Ativo Dose Dose diáría Observações
Posológica
Mesalazina (5-ASA) 400 mg 1.200 a 2.400 mg (cápsulas com
revest.
entérico,
supositórios ou
enema)
Sulfassalazina 500 mg 1.000 a 2.000 mg cápsulas com
revest.
entérico,
supositórios)

3 1 . Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINES),


Analgésicos e Antipiréticos
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Aceclofenaco 100 mg 200 mg
Acetaminofen 500 a 1000 mg 2000 a 4000 mg Disp. tb na
(Paracetamol) forma de lib.
Lenta, cápsulas
e suspensão
oral.
Acido acetil 500 mg 2000 a 4000 mg Disp. tb com
salicílico revest.
entérico.
Ácido mefenàmico 250 a 500 mg 1000 a 1500 mg
Beta Ciclodextrina 95,6 a 191,2 (equivalente a
Piroxicam mg 10 e 20 mg de
oiroxicam)

787
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Cetoprofeno 50 a 100 mg 100 a 150 m g Disp. tb na
forma de
liberação lenta(
Codeína 30 mg 120 a 180 m g Port..344.
Receita de
Cont. especial
em duas vias .
Max. p/2 meses
de Tratamento.
Diacereína 50 - 100mg 5 0 - 100mg
Diclofenaco 50 a 100 mg 150 mg Disp. tb com
revestimento
potássico
entérico.
Diclofenaco 50 a 50 mg 150mg Disp. tb com
revestimento
sódico entérico.
Diflusinal 250 a 500 mg 500 a 1500 mg
Dipirona 300 a 500 mg 1500 a 3000 mg
Fenilbutazona 100 a 200 mg 400 a 600 mg
Fentiazaco 100 a 200 mg 300 a 600 mg
Ibuprofeno 300 a 600 mg 1200 mg
Indometacina 20 a 25 mg 100 a 200 mg Disp. tb com
revestimento
entérico.
Kctorolac 5 a 10 mg 20 a 40 mg
Meloxicam 7,5 a 15 mg 7,5 a 15 mg
Naproxeno base 250 a 500 mg 500 a 1000 mg Disp. tb com
revestimento
entérico.
Naproxeno sódico 275 a 550 mg 550 a 1100mg Disp. tb com
revestimento
entérico.
Nimesulida 50 a 200 mg 100 a 400 mg
Oxifenilbutazona 100 a 200 mg 300 a 600 mg
Piroxicam 10a20mg 20 mg
Salicilato de 325 a 650 mg 1950 a 3900 mg
sódio
Sulindac 200 mg 400 mg
Tenoxicam 20 mg 20 mg
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

32. Analgésicos Opióides


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Morfina (cloridrato) 10 a 30 mg 60 a 180 mg *
* Portaria 344 Notif. Receita A + receita branca ( Max. p/30 dias de
tratamento). Disponível também na forma de liberação lenta
Propoxifeno 50 a 75 mg 300 mg *
(cloridrato)=Dextroprop
oxifeno
* Port..344-Receita de Cont. especial em duas vias . Max. p/ 2 Meses
de Tratamento. Disponível também na na forma de liberação lenta

33. Anti-impotência
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Fentolamina 40mg 40mg Comp.
Sublingual -
bloqueador
alfa
adrenérgico
loimbina 5 a 10mg 15 a 30 mg bloqueador
alfa
adrenérgico

34. Antimicrobianos:
Princípío Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ácido nalidixico 500 mg 2000 a 4000 mg
Amoxacilina 500 mg 1500 mg cápsula ou
susp. Oral
extemporânea
Amoxacilina / Acido 250mg a 500mg 1500mg cápsula ou
Clavulânico susp. Oral
extemporânea
Ampicilina 500 mg 4000 mg cápsula ou
susp. Oral
Azitromicina 200 a 500 mg 200 a 500 mg

789
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Cefaclor 250 a 500 mg 750 a 1500 mg cápsula ou
susp. Oral
extemporânea
Cefalexina 250 a 500 mg 2000 a 4000 mg cápsula ou
susp. Oral
extemporânea
Ciprofloxacina 250 a 500 mg 500 a 1500 mg
Claritromicina 250 a 500 mg 500 a 1000 mg
Clindamicina 150 a 300 mg 600 a 1200 mg
Clofazimina 50 - 100mg 100 a 200mg
Cloranfenicol 250 a 500 mg 4000 mg cápsula ou
susp. Oral
Dapsona (DDS) 50 a 100 mg 50 a 100 mg cápsula ou
susp. Oral
Dicloxacilina 125 a 500 mg 500 a 1000 mg cápsula ou
susp. oral
Doxiciclina 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Eritromicina 250 a 500 mg 1000 mg cápsula ou
susp. oral
Isoniazida 100 a 300 mg 300 mg
Mandelamina 500 mg 4000 mg
(metenamina)
Minociclina 100 mg 200 mg
Neomicina 500 mg 4000 mg ação somente
local no TGI
Nitrofurantoina 50 a 100 mg 200 a 400 mg cápsula ou
susp. oral
Norfloxacina 400 mg 800 a 1200 mg
Oxacilina 500 mg 2000 a 6000 mg
Oxitetraciclina 125 a 500 mg 1000 a 2000 mg cápsula ou
suspensão
Perfloxacina 400mg 800mg
Roxitromicina 50 a 150 mg 300 mg
Sulfadiazina 500 mg 2000 a 4000 mg
Sulfametoxazol 400 a 800 mg 1600 mg
Tetraciclina 250 a 500 mg 1000 a 2000 mg cápsula ou
susp. oral
Trimetoprima 80 a 160 mg 320 mg cápsula ou
susp. oral
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

35. Antineoplásicos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ciclofosfamida 50 mg 50 a 200 mg
Dietilestilbestrol 1 a 100 mg 1 a 100 mg
Metotrexato 2,5 a 10 mg
Tamoxifeno 10 a 20 mg 20 a 40 mg

■■'

36. Antioxidantes:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Acido lipóico 60 a 100mg 120a200mg Cáps,
comprimidos
sublinguais
Betacaroteno 15 a 30mg 30 a 60mg
Coenzima Q.10 10 a 100mg 10 a 300mg Cáps,
comprimidos
sublinguais
Fosfato Piridoxal 2 a 10mg 10mg
Glutationa 10 a 20mg 20 a 100mg Cáps,
comprimidos
sublinguais
Licopeno 2,5 a 5 mg 5 a 10mg
Picnogenol 20mg 20 a 40mg
Superoxido Dismutase SOD 2,5 a 5,0mg 10mg Cáps
comprimidos
sublinguais

791
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

37. Antiparasitários:
(antihelmínticos e antiprotozoários):

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Albendazol 200 a 400 mg 200 a 400 mg cápsula ou
susp. oral
Cloroquina (fosfato) 250 a 500 mg 500 a 1500 mg Caps. ou
comprimido
Furazolidona 100 a 200 mg 400 mg cápsula ou
susp. oral
Hidroxicloroquina 400 mg 400 a 800 mg
Levamizol 50 a 150 mg 80 a 150 mg cápsula ou
susp. oral
Mebendazol 100 a 200 mg 100 a 1200 mg cápsula ou
susp. oral
Metimazol (tiamazol) 5 a 30 mg 15 a 60 mg
Metronidazol 500 mg 1500 a 2000 mg cápsula ou
susp. oral
Piperazina 100 a 600 mg 1,2g suspensão oral
Pirimetamina 25 a 200 mg 25 a 200 mg
Praziquantel 500mg 500 a4200mg
Quinino 100 a 600 mg 200 a 1950 mg
Secnidazol 500 mg 1000 a 2000 mg cápsula ou
suspensão
Tiabendazol 50 a 500 mg 1500 a 3,000 mg cápsula ou
susp. oral
Tinidazol 500 mg 1000 a 2000 mg

792
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

38. Antiparkinsonianos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Amantadina 100 mg 100 a 200 mg Port 344-
Receita de
cont. especial
em 2 vias
(Max. p/2
meses de
tratamento)
Benserazida 25 a 50 mg 25 a 50 mg Assoc à
Levedopa
Biperideno 1 a 2 mg 2 a 4 mg Disp. tb na
forma de lib.
prolongada
Port 344-
Receita de
cont. especial
em 2 vias
(Max. p/2
meses de
tratamento)
Difenidramina 10 a 30 mg 10 a 30 mg cápsula ou
(controle do tremor) xarope
L-deprenyl 5 a 10 mg 5 a 10 mg Port 344-
(selegilina) Receita de
cont. especial
em 2 vias
(Max.p/2
meses de
tratamento)
Levodopa 100 a 500 mg Variável Port 344-
Receita de
cont. especial
em 2 vias
( Max. p/2
meses de
tratamento)

793
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

39. Antipsicóticos ou Neurolépticos:


(Port. 344. Receita de controle especial em 2 vias - max. p/meses
de tratamento)

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Clorpromazina 10 a 50 mg 25 a 100 mg Caps.xpe.,sup
osit.
Flufenazina 1 a 5 mg 2,5 a 10 mg Caps., elixir
ou gotas.Disp.
tb na forma de
lib. lenta
Haloperidol 0,5 a 5 mg 1,5 a 15 mg Cápsuta,
solução oral
Levomepromazina 25 a 100 mg 25 a 100 mg Cápsula,
solução oral
Risperidona 1 a 4 mg 2 a 8 mg
Sulpiride 50 a 150 mg 800 a 1200 mg
Trifluoperazina 2 a 5 mg 5 a 20 mg Cápsula ou
xarope

40. Antitireoidianos:

Principio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Perclorato de 200mg 400 a 600mg
potássio
Propiltiouracil 40 a 100 mg 200 a 600 mg

794
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

4 1 . Antireumáticos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Difosfato de 200 a 250 mg 250 a 400 mg
cloroquina
D-penicilamina 125 a 250 mg 125 a 250 mg
Leflunomide 20 a 100mg 20 a 100mg Port. 344.
Receita de
controle
especial em 2
vias (máxima
para 2 meses
de
tratamento)
Sulfassalazina 250 a 500 mg 500 a 1000 mg Caps., comp.
e susp. Oral
Sulfato de 200 mg 400 mg
hidroxicloroquina

42. Antitussígenos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Codeína 10 a 20 mg 40 a 120 mg Caps ou xpe
Port 344-
Receita de
cont. especial
em 2 vias
(Max. p/2
meses de
tratamento)
Dextrometorfano 10 a 20 a 30 mg 60 a 120 mg
Difenidramina 10 a 25 mg 60 a 150 mg cápsula,
xarope.

795
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

43. Antiulcerosos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Cimetidina 150 a 400 mg 800 a 1200 mg cápsula, susp.
oral.
Espinheira Santa 100 a400 mg 300 a 800 mg cápsula, tintura.
Famotidina 20 a 40 mg 20 a 40 mg cápsula,
comprimido
Lanzoprazol 15 a 30 mg 15 a 30 mg Cápsula
gastrorresistent
e, suspensão
oral tamponada
L-Glutamina 400 mg 800 a 1600 mg
Omeprazol 10 a 40 mg 20 a 60 mg Cápsula
gastroresistente
, suspensão orai
tamponada
Pantoprazol 40 mg 40 m g cápsula
gastroresistente
Ranitidina 1 50 a 300 mg 150 a 300 m g cápsula, comp
Subcitrato de 120 a 240 mg 120 a 480 mg
Bismuto
Subsalicilato de 262 a 524 mg 2096 m g cápsula, susp.
Bismuto orai.
Sucralfato 500 a 1000 mg 2 g a 4g Comp., cáps,
susp.

44. Antivaricosos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Asiaticoside 30 mg 60 mg
Castanha da India 100 a 150 mg 300 a 500 mg Fitoterápico
ext. seco
Cumarina 15 mg 30 mg
(Benzopirona)
Diosmina 150 a 450 mg 300 a 900 mg bioflavonóide
Escina 20 mg 60 mg
Hamamellis ext. 50 a 100 mg 300 mg fitoterápico
seco
Hesperidina 50mg 100 mg biofiavonóide
Quercetina 200 mg 600 mg bioflavonóide
Rutina 100 mg 300 mg bioflavonóide

796
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

45. Antivirais:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Aciclovir 200 mg 1000a2000mg Cápsula, susp.
oral
Amantadina 100 a 200 mg 200mg Caps., susp.
Oral *
* Port 344- Receita de cont. especial em 2 vias ( Max. p/2 meses de
tratamento

46. Antivitiligo / Antipsoríase (Tratamento


Sistêmico)
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Metoxsalem 10 a 20 mg 10a20mg
Trisolarem 5 a 10 mg 5 a 10 mg

47. Broncodilatadores:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Aminofüina 100 a 300 mg 300 a 600 mg Cápsula, susp.
oral
Efedrina 15 a 50 mg 45 a 200 mg

Salbutamol 2 a 4 mg 6 a 16 mg

Teofilina 100 a 300 mg 300 a 600 mg cápsula, xpe,


sol. Oral.

797
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

48. Cardiotônicos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Crataegus 150 a 225 mg 300 a 450 mg fitoterápico
oxyacantha ext. seco
Digitoxina 0,05 a0,1 mg 0,05 a 0,3 mg Disp. tb na
forma de sol.
Oral pediát.
Digoxina 0.05 a0,25 mg 0,05 a 0,25 mg Disp. tb na
forma de sol.
Oral pediát.

49. Descongestionantes:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Fenilefrina 5 a 10mg 10 a 30mg

50. Digestivos Ácidos e Enzimas Digestivas:


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Alfatripsina 3 a 20 mg 9 a 80 mg Caps
gastroresistente
Amilase 100 a 150 mg 200 a 300 mg
Bromelina 20 a 40 mg 40 a 160 mg
Cloridrato de 60 a 200 mg 200 a 500 mg
betaína
Enzimas digestivas 50 a 150 mg 100 a 1000 mg
Lactase 600 a 9000 Ul 600 a 9000UI
Lipase 5 a 25 mg 300 a 900 mg
Pancreatina 100 a 300 mg 300 a 2000 mg Caps
gastroresistente
Papaina 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Pepsina 50 a 100 mg 100 a 1000 mg
Protease 100 mg 200 a 300 mg
Quimotripsina 3 a 20 mg 12 a 80 mg
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

5 1 . Diuréticos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Amilorida 5 a 10 mg 5 a 20 mg
Bendrofluometiazida 2,5 a 5 mg 5 a 20 mg
Bumetanida 0,5 a 1 mg 1 a 2 mg
Clortalidona 25 a 50 mg 25 a 100 mg
Espironolactona 10a 100 mg 25 a 200 mg cápsula, susp.
Oral
Furosemida 20 a 40 mg 80 a 120 mg cápsula, sol.
oral
Hidroclorotiazida 10 a 50 mg 50 a 100 mg
Indapamida 2,5 a 5mg 2,5 a 5mg

52. Estimulantes da Motilidade Gastrintestinal


(Agentes Colinérgicos)

Principio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Betanecol, cloreto 10 a 50 mg 30 a 200mg

53. Estimulantes do Apetite (Orexígenos)


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Buclisina 10 a 50 mg 20 a 150mg
Ciproheptadina 1 a 4 mg 12 mg
DL-Carnitina 100 a 250 mg 200 a 500 mg
L-Lisina 100 a 200 mg 200 a 1000 mg

799
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

54. Expectorantes e Mucolíticos:


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ambroxol 7,5 a 15 mg 22, 5 a 45 mg cápsula, xarope
Carbocisteina 500 mg 1500 mg cápsula, xarope
Cloreto de amôneo 300 mg 900 a 2000 mg cápsula, xarope
Eter gliceril 200 a 400 mg 600 a 2400 mg cápsula, xarope
guaiacol
lodeto de potássio 200 mg 500 mg cápsula, xarope
N-Acetilcisteína 100 a 600 mg 300 a 1800 mg cápsula, xarope

55. Fitohormônios e Fitoestrógenos:


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Agnus Castus 200 400mg
- Vitex agnus castus
Black Cohosh 12,5 12,5 a 50mg
- Cimifuga racemosa
Dong Quai 250mg 500mg
- Angélica sinensis
Isoflavonas 40mg 40mg
Yam Mexicano 100 a 500mg 100 a 500mg
- Dioscorea villosa
Õleo de linhaça 1§ 1,0 a 5,0 g Caps oleosas

800
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

56. Fitoterápicos (Extratos Padronizados)


Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária Usos
científico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Alcachofra Cynara Cinarina:2 - Folhas 250 mg 2- Colerético
(extrato seco) scolymus 5% 3x/dia (Kirchhoff,
Ácido 1994)
clorogênico: Agente
15% adjuvante
hipercolestere
mia
( Kirchhoff,
1994)
Hepatoprotetor
(Khadzai, 1971;
Maros, 1968)
Astragalus Astra$atus Isoflavonas: Raiz 250-500 mg Adaptógeno
(extrato seco) membrana- 0,4% 4x/dia (Chang, 1986)
ceous Imunomodulad
or (Geng, 1986)
Aumenta a
oxigenação dos
tecidos (Griga,
1977)
Suporte para
quimioterapia
e
radiação(Zhao,
1990)
Mirtilo Vaccinium Antocianinas: semente 80 mg 2x ao dia Antioxidante
(extrato seco) myrtillus 25% (utilizado em
desordens da
visão)
(Morazonni,
1996)
Desordens
vasculares
(varizes,
feblites)
(Bottechia,
1977)
Black cohosh Cimifuga Glicosídeos Raiz/rizo 20 - 40 mg 2x Açao
(extrato seco) racemosa triterpênicos: ma dia fitoestrogênica
Nutt. 2,5% (sintomatologi
(equivalente do climatério e
a 1mg de 27- TPM)
deoxiacteína Depressão leve
/ 40 mg) Doença
reumática.
(Lieberman,
1998; Shibata,
1980; jarry,
1985; Newall,
1996)

801
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Princfpio Parte Dosagem diária Usos
cientifico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Fucus Fucus Algina: 20- Talo ou 200 - 500 mg Protetor da
(extrato seco vesiculosus 25% planta 2-3x/dia mucosa
5:1) inteira gástrica,
Tratamento do
Refluxo
gastroesofágico
, hérnia de
hiato, gastrite
(Rombi M. y
Llecomte a ,
1992);
Diurético,
hipocotesterem
iante (Medcalf
D. y Larsen b.,
1977)
Boldo Peumus Mfnimo de folhas 60 - 200 mg Colerético
(pó) boldus alcalóides 3x/dia (Borgia, 1981)
totais: Colagogo
0,25 - 0,7% (Salati, 1984)
Benefícios na
perda de
apetite,
dificuladades
de digestão,
constipação e
flatulêncfa
(Borgia,1985)
Boswellia Boswellia Mfnimo de Goma- 200-400 mg Antinflamatório
(ext.seco) serrata ácido resina 3x/dia (Ammon,1996)
boswélico: Artrite
65% reumatóide
Colite
ulcerativa
(Altern Med
Rev, 1998)
Cáscara Rhamnus Mínimo de 8% Casca 200 - 320 Laxativo
sagrada purshiana de mg/SN até 3x antraquinônico
(pó) heterosideos ao dia (Petticrew,
antracênicos 1997)
dos quais, no
minimo 60%
consistem de
cascarosídeos
, calcutados
em
cascarosideo
A
Cáscara Rhomnus Derivados Casca 100 mg/SN Laxativo
sagrada purshiana hidroxiantrac até 3x /dia antraquinònico
(extrato seco) ênicos: 25 - (Petticrew,
39% 19971

802
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterãpico Nome Principio Parte Dosagem Usos
cientifico ativo usada diária usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Cat's Claw Uncaria Alcalóides Raiz 250 - 1000 mg Antibacteriano,
Unha-de-Gato tomentosa oxindol (casca) 3x/dia antifúngico,
(extrato seco) pentacíclico antiviral
(Aquino, 1989;
i 1,356 Senatore,1989),
Alcalóide antiinflamatório
oxindol Aquino, 1991),
tetracíclico: antioxidante
< 0,06% (Aquino, 1990),
imunoestimulant
e (Wagner,
1985)
Camomila Mathcaria Apigenina: Flores 400- Carminativo,
(extrato seco) recutita 1,2%; 1600mg/dia antiespasmódico
Matricaria Complexo de sedativo leve,
chamomitla óleos ansiolitico
essenciais: (Newall, 1996)
0,5 - 0,6%
Chaste Berry Vitex açnus Agnusideos: semente 400 mg/dia Acne (Amann,
Agnus castus castus 0,5%; 1975), lactaçâo
(extrato seco) Aucubina: insuficiente,
0,6% hiperprolactine
mia (Milewicz,
1993, 1993;
Sliutz, 1993),
ação
mimetizadora
da
progesterona,
menopausa
(Newaü, 1996),
insuficiência do
corpo lúteo e
outras
irregularidades
menstruais
(Amann, 1979)
Citrus Citrus Sinefrina: Exocarpo 200 - 600 mg Promove a
aurantium aurantium 3%-6%; e /dia perda de peso,
"laranja mesocarp o gasto calórico,
amarga odo o aumento do
(extrato seco) fruto nivel
energético,
aumento da
lipólise (Fontana
et al, 2000);
(Galitzky J,
1995)
Dente de Taraxacum Taraxisterol: raiz 250 -500 mg CoLerético,
Leão officinale 20% 3x/dia Orexigeno,
(extrato seco) Anti-dispéptico
(Newall, 1996)

803
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Principio Parte Dosagem diária Usos
científico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Dente de Taraxacum Folha 250-500mg Diurético
Leão officinale
(extrato seco)
Garra-do- Harpasophy Harpagosi- Tubér- 100 - 200 Anti-
Diabo turn deo: 5% culo mg/dia inflamatório
"Devi'1's procumbens (glicosídeo (Erdos, 1978;
Claw" iridóide) Lanhers, 1992)
(ext. seco) utilizado na
osteoartrite,
gota e outras
condições
inflamatórias
(Grahame
1981; Lanhers,
1992)
Dong Quai Angetica Ligustilideos: Raiz 200 mg 2x/dia Anemia
(extrato seco) sinensis 0,8-1,1% (Zhu, 1987)
Hipertensão
(Zhu, 1987)
Fitoestrógeno
(Lin, 1979),
TPM
Menopausa,
Menstruação
irregular (Xu,
1981; Hirata,
1977)
Energético,
principalmente
em mulheres
(Zhu, 1987)
Equinácea Echinacea Equinacosíde raiz 500 mg 3x/dia Artrite,
(extrato seco) an$ustifotia os:4% 250 mg 4x/dia Agente
antiviral
(Orinda, 1973)
Imunoestimula
nte em
resfriados e
infecções
respiratórias
superiores
(Brinkebom,
1999; Bauer,
1996; Luettig,
1989)
Equinácea Echinacea Esteres Flores e a 500 mg 3x/dia Agente
(extrato seco) purpurea sesquiterpêni planta 250 mg 4x/dia antiviral,
cos:4% inteira Aumenta a
imunidade não
específica.
Artrite
(Tubaro, 1987)

804
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária Usos
científico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Feverfew Tanacetum Partenolideo: folha 100 - 250 Prevenção da
"Migrafew" parthenium 0,2% mg/dia enxaqueca
Extrato seco (prevenção (Johnson,
enxaqueca) 1985).
350 mg 3x/ dia Anti-
(antiinflama- inflamatório e
tório) artrite
reumatóide
(Patrick, 1989)
Ginkgo biloba Ginkgo Glicosideos folhas 40 - 80 mg Doença de
Extrato seco biloba flavônicos:24 3x/dia Alzheimer,
-27%; demência
Ginkgolídeos (Ernst, 1999;
totais LeBars ,1997;
(triterpenos): Itil, 1998;
6% Oken, 1998)
Asma (Braquet,
1987).
Ciaudicacão
intermitente
(Peters, 1998;
Ernst, 1996).
Degeneração
Macular
(Lebuisson,
1986).
Aumento da
memória
(Allain, 1993;
Kleijnen,
1992).
Disfunção
sexual (Cohen,
1998).
Ginseng Eleuthero- Eleuterosideos Raiz 100- 200 mg Adaptógeno
Siberiano coccus B e E: 0,8% 2x / dia (Brekhman,
Extrato seco senticosus 1965;
Brekhman,
1969);
Aumento da
performance e
da adaptação
ao stress em
atletas
(decréscimo da
fadiga);
suporte imune
(Hikino, 1986)
Princípios Ativos de Uso Intemo disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Principio Parte Dosagem diãria Usos
cientifico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Ginseng Panox Ginsenosídeos: raiz 100 - 600 Tònico adrenal
coreano ginseng mínimo de 5% mg/dia (Hiai, 1979);
Extrato seco Aumentoda
performance
fisica e mental,
adaptação ao
stress;
imunomodula-
dora, suporte
adjuvante para
quimioterapia
e radiação
(Chong, 1988;
Kim, 1990)
Hidrastis Hydrastis Alcalóides Raiz, 250 mg/ Tonificante da
"Goldenseal" canadensis totais: 10% rizoma 2 a 4x/dia membrana
Extrato seco ou Berberina: mucosa (usado
2,5% e em inflamações
hidrastina de das membrans
1,5-5% mucosas);
tratamento da
gastrite;
antimicrobiano
(antibacteriano
e antifúngico);
tratamento da
bronquite,
cistite e
diarréia
infecciosa
(Bradley, 1992)
Centella Centella Asiaticosídeo: folha 50 250 mg Aumento da
asiática asiática 10-30%; Total 2-3x/dia memória
"Gotu Kola" de (Newall, 1996);
Extrato seco triterpenos: Psoriase
2-4% (Natarajan,
1973);
Suporte/
modulação da
síntese do
tecido
conectivo
(Newall, 1996);
Insuficiência
venosa
(Cesarone,
1994)
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária Usos
científico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Grape seed Vitis sp. Protoantocia- Semente 25 - 100 mg Antioxidante,
Extrato seco nidinas: 1-3x/dia tratamento de
40 a 80% ou alergias, asma,
Polifenóis:95% melhora a
circulação,
antiplaquetário
, reduz a
fragilidade
capilar,
antiinflama-
tório,
insuficiência
arterial e
venosa
(claudicação
intermitente e
varizes)
(maffei Facino,
1997; Frankel,
1993; Jonadet,
1983)
Green Tea Camellia Polifonoi', Folhas 250 -500 Atividade
Chá Verde sinensis totais: 50- mg/dia anticarcinogêni
Extrato seco 97% ca (Snow,
1995);
Antioxidante;
suporte na
prevenção do
câncer e de
doenças
cardiovascula-
res (Yokozawa,
1997; stoner,
1995);
Hipocolesterem
iante (Yang,
1997);
Inibidor da
agregação
plaquetária
(Sagesake-
Mitane, 1990)

807
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Principio Parte Dosagem diária Usos
cientifico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Guaraná Paullinia Cafefna: 3,25 Sementes 0,5-1,5g Adaptógeno
Pó cupana a5% (kakuT. Et.
al.,1975;
Wagner H. et
al., 1994)
Tônico e
estimulante
das funções
cognitivas
(Galduroz J. y
Carlini E.,
1994)
Tratamento
adujuvante da
obesidade
(Geissler C y
Horton T.,
1996)antidiarré
ico (Marx F. y
Maia J., 1990);
Inibição da
agregação
plaquetária
(Bydolwiski S.,
1988)
Gugul Commiphora Guggulstero- Resina 500 mg 3x/dia Hipocolestere-
Extrato seco mukut nas:5% miante (singh,
1994;
Nityanand,
1989; Agarwal,
1986)
Gimnema Cymnema Acidos Folhas 250 - 500 mg Diabetes,
Extrato seco syivestre Gimnêmicos: 1-3x/dia efeito
25% hipoglicemian-
te (Baskarran,
1990)
Crataegus Crataegus Vitexina: no Flores, 250 mg 1-3x/dia Angina,
Extrato seco oxyacantha mínimo 2%; folhas, hipotensão,
Procianidina: sementes hipertensão,
20% doença
vascuiar
periférica,
taquicardia,
cardiotônico,
insuficiência
cardíaca
congestiva
(Schussler,
1995;
Weihmayr,
1996)

808
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farrr.acia Magistral

Continuaçao
Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária ' Usos
científico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Castanha da Aesculus Saponinas Semente 300 mg 1-2x/dia Veias
índia hippocas- (aescina): varicosas,
Extrato seco tanum 20 - 22% hemorróidas,
outras
insuficièncias
venosas,
trombose
venosa
profunda,
edema baixo
da
extremidade
(Pitter, 1998;
Simini, 1996)
Cavalinha Equisetum Silica: 10% Shoots 300 mg 3x/di\ Diurético
Extrato seco arvense (Tiktinskii,
1983)
Suplemento
nutricional
para o
fortalecimento
do tecido
conectivo e na
osteoporose
(Harmon, 1992)
Isoflavonas lsoflavonas:40% Obtida da 40 mg/dia Prevenção de
Nutracêutico soja câncer
(Messina,
1994);
Suporte para
quimioterapia
( Lei, 1999);
Redução da
perda de massa
óssea
(Schreiber,
1999)
Hipercolesterol
emia (Crouse,
1999; Devi,
1972)
Sintomas da
menopausa
(Duncan, 1999)
Kava kava Piper Total de Raiz, Ansiedade: Ansiedade,
Extrato seco methysticum kavalactonas: rizoma 100-250 mg telaxante
30% 1 - 3x/dia S/N músculo
Sedaçào: esquelético,
250 a 500 mg episódios pós-
ao deitar isquêmicos
(Singh, 1992;
Davies, 1992)

809
Prindpios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária Usos
cientifico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Alcaçuz Glycyrrhiza Acido Raiz 250-500 mg Insuficiència
"Licorice" glabra glicirrizinico: 3x/dia adrenal
Extrato seco 20% (Davis,1991)
Expectorante e
antitussígeno
(Bradley,
1992);
Ulceração
Gastro-
Intestinal
(dehpour,
1994;
Balakrishnan,
1978).
Efedra Ephedra Alcalóides Stem 100 mg Boncodilatador
MaHuang sinica totais: 8% 1 - 3x/dia na asma
Extrato seco (calculado (Redman,
como 1998)
efedrina) Descongestio-
nante nas
alergias,
sinusite e febre
do feno
(Langwinski,
1972);
Ação
termogènica e
adjuvante no
emagrecimento
(Betz, 1997)
Cardo mariano Silybum Silimarina: Semente 80 -200 mg Antioxidante,
Milk Thistle marianum 80% 1-3x/dia específico p/
Seed células
Extrato seco hepáticas,
doenças
hepãticas:
hepatite
aguda/crônica,
colagogo,
jaundice
(Carrescia,
1980; Flora,
1998;
Kropacova,
1998)

810
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Principio Parte Dosagem diária Usos
cientifico ativo .usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Urtiga Urtka Silica: 1 -2% Folha, (raiz) 250 mg (raiz) Hiperpla-
Extrato seco dioica raiz 1-3x/dia sia prostática
(folha) benigna
300- 1200 mg (Krezski, 1993;
2 - 4x/dia Wagner, 1989).
(folhas) Rinite
alérgica
(Mittman,
19$0);
Aumento da
excreçào do
ácido úrico
(Bradley, 1992)
Licopeno 100% Pigmento 5 mg Aterosclerose
(nutracêutico) carotenói 1-3x/dia (Agarwal,
de obtido 1998)
do Prevenção do
tomate e câncer e em
cenoura especial o de
próstata
(Giovannucci,
1999)
Degeneração
macular senil
(Mares-
Perlman, 1995)
Luteina 100% Pigmento 2 - 6mg Catarata
(nutracêutico) carote- /dia (Lyle,1999)
nóide Degeneração
macular
(Hammond,
1997)
Marapuama Ptychope- Casca, 125-250 mg Aumento da
Muirapuama talum raiz 2x/dia performance
oiacoides atlética
(Auterhoff,
1971)
Aumento da
vitalidade
sexual em
homens
(Werbach,
1994)
Maracujá Passiflora isovitexina: Planta Ansiedade: Sedativo
Passiflora spp 3,5-4,0% inteira 100mg2-3x/dia (Wolfman,
"Passion Insônia: 200 mg 1994; speroni,
flower" a noite 1988)
(extrato seco)

811
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistrai

Continuação
Fitoterápico Nome Principio Parte Dosagem diária Usos
cientifico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Pigeum Pygeum Total de Casca 50-100mg Sintomas
africanum fitoesteróis: 2x/dia associados com
12-13% a hiperplasia
Prunus prostática
africana benigna (Breza,
1998;Mathe,
1995)
Quercetina Pigmento 300 -500 mg Alergias
Nutracêutico bioflavonóide 1-3x/dia (Bronner, 1985)
Aterosclerose
(Negre-Salvare,
1992)
Catarata
(Beyer-Mears,
1979)
Úlcera péptica
(Alarcon, 1994)
Vitis vinifera Vitis Protoantocia- Semente 25-100mg Antioxidante,
"Grape seed" vinifera nidina:40 - 80% 1-3x/dia tratamento de
(extrato seco) alergias, asma,
Polifenóis: 95% aumenta a
circulação;
antiplaquetário,
aumento da
fragilidade
capilar,
antiinflamatório,
insuficiência
arterial e
venosa
(claudicação
intermitente,
veias varicosas)
■ (maffei Facino,
1997; Frankel,
1993; Jonadet,
I983)
Saw Palmeto Serenoa Ácidos graxos semente 160mg2x/dia Hipertrofia
(extrato seco) repens totaise prostática
esteróis: 80 - benigna
90% (plosker, 1996;
Strauch, 1994;
Braeckman,
1994)

812
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária Usos
cientifico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Sene Cassia (foliolos) Foliolos (folíolos) Laxativo
(pó) angustifolia Mínimo de frutos 600 -1200 mg/ antraquinônico
2,5% de a noite (Newall, 1996)
Cassia heterosideos
senna hidroxiantra- (frutos)
cênicos, 375-750 mg
calculados
em senosideo
B.
(frutos)
mínimo de 4%
de derivados
hidroxiantra-
cênicos,
calculados
em senosídeo
A
Sene Cassia Senosideos Folíolos 75-150mg/ a Laxativo
(extrato seco) angustifolia totais: 20% noite antraquinônico
(Newall, 1996)
Ginseng Eleuthero- Eleuterosídeos Raiz 100- 200 mg Adaptógeno
siberiano coccus totais: 0,8% 2x/dia (Brekhaman,
(extrato seco) senticosus 1969)
Beneficio na
performance
atlética;
adaptação ao
stress
(diminuição da
fadiga);
suporte à
função imune
(Hikino, 1986)
Erva de São Hypericum Hipericina:0, Sumidade 300 mg Depressão
João perforatum 3 0,5% s floridas 3x/dia moderada e
St. John's leve,
Wort melancolia,
(extrato seco) ansiedade
(Cott, 1998);
Atividadade
antiviral em
doses
aumentadas
(Miller, 1998);
Antibacteriano
e antiinflama-
tório tópico
(Newall, 1996);

813
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Fitoterápico Nome Princípio Parte Dosagem diária Usos
científico ativo usada usual p/ terapêuticos
concen- concentração
tração de ativo citada
padronizada
Uva-ursi Arctos- Arbutin:10 - Folhas 100-200 Infecções do
(extrato seco) tophylos 25% mg/dia trato urinário e
(extrato seco) uva-ursi prevenção da
litíase renal
(Bradley, 1992)
Uva-ursi Arctosphylos No minimo folhas 1,5-3,0g/dia Infecções do
(pó) uva-ursi 6 - 8% de trato urinário e
derivados prevenção da
hidroquinôni- litiase renal
COS (Bradley, 1992)
Valeriana Valeriana Acido raiz 200 mg Sedativo e
(ext.seco) officinalis valerènico: 1-4x dia hipnótico
0,8-U dose sedativa: (Balderer,
200-400 mg à 1985);
noite TPM,
menopausa;
síndrome de
cansaço motor e
espasmos
musculares
(Houghton,
1988)
Yam mexicano Dioscorea Diosgenina:10% Tubérculo 250 mg Contém
(raiz) villosa 1-3x/dia precursores
(extrato seco) esteroidais,
todavia a
conversão para
progesterona
no organismo é
pequena
(Weiss, 1988)
Salgueiro Salix atba Mínimo de Casca 500 mg até Antipirético;
Willow bark salicilina: 3x/dia antiinflama-
(Extrato seco) 7-9% tório (Bradley,
1992)
Tribulus Tribulus Saponinas Planta 250 - 500 mg Propriedades
terrestris terrestris esteroidais: inteira 3x/dia esteroidais
(extrato seco) 20% (aumento da
performance
atlética e da
vitalidade
sexual)
(Seth, 1974)

814
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

57. Glicocorticóides(Antiinflamatórios esteroidais):


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Beclometasona 0,5 a 4 mg 0,5 a 8mg Spray nasal ou
sol para
nebulização
Betametasona 0,5 a 2 mg 0,6 a 7,2 mg Cápsula ou susp.
Oral
Budesonida 6 a 9mg 6 a 9 mg Sol. Tópica
nasal 50mcg a
200mcg. Solução
para
nebulização
2mg/ml
Cortisona acetato 5 a 25 mg 100 a 300 mg Cápsula ou susp.
oral
Deflazacort 6 a 30 mg 6 a 90 mg cápsula ou susp.
oral
Dexametasona 0,5 a 9 m g 0,5 a 9 mg cápsula ou susp.
Oral
Hidrocortisona 5 a 100 mg 5 a 240 mg cápsula ou susp.
acetato oral
Metilprednisolona 2 a 32 mg 4 a 48 mg cápsula ou susp.
oral
Prednisolona 2,5 a 20 mg 5 a 60 mg Cápsuta
Prednisona 5 a 20 mg 5 a 60mg cápsula ou susp.
oral
Triancinolona 1 a 16 mg 4 a 48 mg Cápsula ou susp.
Oral ou spray
nasal

58. Hepatoprotetores, Coleréticos e Colagogos:


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ácido dehidrocólico 100 a 250 mg 500 a 1000 mg
Alcachofra ext. seco 100 a 350 mg 500 a 1000 mg
Bile pó 100 a 200 mg 200 a 500 mg
Boldo ext. seco 50 a 200 mg 200 a 500 mg
Colina bitartarato 50 a 100 mg 300 a 1000 mg
Glutation 50 a 100 mg 100 a 600 mg
Inositol 50 a 300 mg 500 a 3000 mg
Metionina 200 a 500 mg 400 a 3000 mg
Sais biliares 60 a 200 mg 120 a 4 0 0 mg
Silimarina (Slybun 35 a 150 mg 150 a 400 mg Fitoterápicos
marianum)

815
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

59. Hipertensores:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Etil adrianol 1 a 5 mg 2 a 15 mg
Rudrocortisona 50 a 100 mcg 50 a 200 mcg Mineralocorticoide

60. Hipocolesterêmicos:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ácido nicotínico 100 a 200 mg 2g
Bezafibrato 200 mg 400 a 600 mg
Ciprofibrato 100mg 100mg
Colestiramina 4g 4 a 12g sachês
(envelopes)
Genfibrozila 300 a 600 mg 1200 mg Cápsulas.compri
midos
Lovastatina 10a20mg 10 a 20 mg softgel (cápsula)
Oleo de Peixe 500 a 1000 mg 3000 mg
(Omega-3 EPA - DHA)
Pravastatina 10a20mg 10a20mg
Sinvastatina 5 a 10 mg 5 a 10 mg

816
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magist

6 1 . Hipnóticos:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Flunitrazepam 1 a 2 mg 1 a 2 mg Notific. receita
B + receita
branca comum
(Max. p/ 2
meses de
tratamento)
Hidrato de Cloral 500 a 1.000 mg 500 a 1.000 mg Portaria 344 -
Receita de cont.
especial em 2
vias (Max. p/2
meses de
tratamento)
Disponível em
sol. Oral
Lorazepam 1 a4mg 2 a 6mg Notific. Receita
B + receita
branca comum
(Max. p/ 2
meses de
tratamento)
Mcdazepam 5 a10mg 15 a 30mg Notific, receita
B + receita
branca comum
(Max. p/ 2
meses de
tratamento)
Midazolam 7,5 a 15mg 7,5 a 15mg Notif. Receita B
+ receita branca
comum (máx. p/
2 meses de
tratamento)
Nitrazepam 1,25 a 10 mg 1,25 a 10 mg Notific. receita
B + receita
branca comum
(Max. p/ 2
meses de
tratamento)
Oxazepam 5 a10mg 10 a 30mg Notific. receita
B + receita
branca comum
(Max. p/ 2
meses de
tratamento)

817
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

62. Hormônios Sexuais Femininos:


Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Acetato de 2,5 a 10 mg 5 a 10 mg
Medroxiprogestero-
na
Benzoato de 1 a 5 mg 1 a 5 mg
Estradiol
Beta estradiol 1 a 2 mg 1 a 2 mg Cápsulas e
creme tópico
0,06%
Estriol 0,25 a 8 mg 0,25 a 8 mg cápsulas e
creme tópico
0,01 a0,1%
Estrógenos 0,3 a 2,5 mg 0,3 a 1,25 mg
conjugados
Etinil Estradiol 0,01 a 0,05 mg 0,05
a 0,150 mg
Estrona 100 a 500mcg 100 a 500mcg Sintomas da
menopausa
Estrona 1,4 a 2,8mg 1,4 a 2,8mg Terapia
reposição
hormonal
Progesterona 25 a 100 mg 25 a 100 mg Cápsulas,
gotas
(dissolvida em
óleo de
amendoim),
supositório,
óvulo
Valerato de 1 a 2 mg 1 a 2mg
Estradiol

818
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magist

63. Hormônios Sexuais Masculinos e Precursores:


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Androstenediona 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Metiltestosterona 5 a 25 mg 5 a 50 mg Portaria 344
Receita de cont.
especial em 2
vias (Max. p/2
meses de
tratamento)
Propionato de 10 a 20 mg 10 a 20 mg Portaria 344 -
testosterona Receita de cont.
especial em 2
vias (Max. p/2
meses de
tratamento)
Testículo em pó 50 a 300 mg 50 a 600 mg

64. Hormônios Tireoidianos e Derivados:


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Levotiroxina 15 a 100 m c g 100 a 400 mcg Tiroxina
(T4)
Liotironina (T3 ) 5 a 25 mcg 50 a 100 mcg Triiodotironina
Tiratricol 100 a 700 mcg 350 a 1000 mcg triac
( TA3 -Triacana)
Tireóide pó 1 5 a 60 mg 30 a 250 mg

819
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magist

65. Imunomodulares:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Azatioprina 50 mg 50 a 100 mg cápsula, susp.
oral
Cat's claw 250 mg 500 a 1000 mg fitoterápico
(Uncaria
tomentosa)
Ciclosporina 25 a 100 mg 5 a 15mg/kg/dia Caps., colírio
2% ou pomada
oftálmica 2%
Equinacea 500mg 500 a 3000mg Fitoterápico
(Echinacea
Angustifolia)
Levamisol 50 mg 150mg/dia 3
dias na semana
cada 2 semanas

66. Laxantes:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Aloína 5 a 15 mg 20 a 60 mg
Bisacodil 5 a 10 mg 5 a 20 mg
Cáscara sagrada 50 a 300 mg 200 a 600 mg Fitoterápico
(Rhamnus Purshiana)
CMC 500 mg 1 a2g
(carboximetilcelulose)
Dantron 25 a 50 mg 100 a 150mg
Dioctilsulfosuccinato 30 a 60 mg 30 a 240 mg Docusato
de sódio

Fosfato de sódio 4a8g 4a8g


Fucus vesiculosus 200 a 600 200 a 1000 mg Fitoterápico
mg
Glicerina 0,5 a 2 g 0,5 a 2 g Supositórios ou
sol. Oral
Jalapa ext. seco 100 mg 400 mg Fitoterápico
(exogonium purga)
Lactulose 7a20g 7a20g xarope
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Òleo de rícino 15a60ml 15a60ml óleo de
Ricinus
communis
Oleo mineral 15a25ml 15a25ml sachês
Psyllium 0,5 a 10g 0,5 a 10g sachês
Ruibarbo 50 a 100 mg 100 a 1000 mg Fitoterápico
Sene 50 a 400 mg 100 a 1000 mg
Sulfato de sódio 15a30g 15 a 30g
Tamarindus ext seco 10 a 500 mg 20 a 2000 mg usoem
associação c/
outros
laxantes

67. Lipotrópicos:
Principio A t i v o Dose Dose diária Observações
Posológica
Colina 50 a 100mg 300 a 1000mg
Inositol 500mg 1000a2000mg
L-carnitina 100 a 500mg 500 a 3000mg Xarope
Lipocaico 50 a 150mg 100 a 300mg
Metionina 500mg 3000mg
Silimarina 70 a 140mg 210 a 420mg
Tiratricol (TA3) 700mcg 1400mcg Triac

821
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

68. Medicações para o Tratamento da Incontinência


Urinária:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Brometo de 15mg 15 a60mg cápsula,
propantelina xarope
Imipramina 10 a 50 mg 10 a 50 mg Cápsula uu
xarope.
Port.344 -
receita de
cont. especial
em 2 vias.
Max. p/2
meses de
tratamento
Oxibutinina 5 mg 10 a 15 mg cápsula,
xarope

69. Medicações para o Tratamento da Retenção


Urinária:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Cloreto de Betanecol 10 mg 30 a 40 mg

822
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistrai

70. Minerais (Dosagem Elementar):


Minerais Dosagem diária recomendada
Boro ( B ) 1 a 3 mg
Cálcio ( Ca ) 1 a 1,5 g
Cobre ( Cu ) 0,5 a 3 mg
Cromo (Cr ) 100 a 200 mcg
Ferro ( Fe ) 10 a 30 mg
Fósforo ( P ) 800 a 1200 mg
Magnésio ( Mg ) 200 a 350 mg
Manganês ( Mn ) 10 a 20 mg
Molibdênio ( Mo ) 75 a 250 mcg
Potássio ( K ) 50 a 100 mg
Selênio ( Se ) 50 a 200 mcg
Vanádio ( V ) 10 a 100 mcg
Zinco ( Zn ) 15 a 50 mg
lodo ( 1 ) 150 a 200 mcg
Cobalto ( Co ) 5 a 10 mcg
Silício ( Si ) 2 a 5mg
Germânio sesquióxido ( Ge ) 50 a 150 mg

7 1 . Mineralocorticóides:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Fludrocortisona 50 a 100 mcg 50 a 200 mcg cápsula, gotas

823
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

72. Mucilagens:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Agar-Agar 500 mg 1.000 a 5.000 mg
Carboximetilcelulose 500 mg 1.000 a 5.000 mg
(CMC)
Fucus vesiculosus 200 a 600 mg 600 a 1.000 mg
Glucomanan 500 mg 1.000 a 2.000 mg
Goma Guar 100 a 500 mg 1.000 a 15.000
mg
Psyllium 500 mg 5.000 mg a
15.000 mg

73. Nootrópicos, Neurotônicos, Neurotróficos,


Estimulantes da Memória e Estimulantes do SNC,
Defatigantes:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ac. Aspártico 100 a I50mg 200 a 300 mg
Ac. Glutâmico 50 a 150 mg 100 a 300 mg
Asparagina 100 a I50mg 200 a 300 mg
Aspartato de Arginina 250 mg 100 a 300 mg
Cafeína 50 a 150 mg 100 a 300 mg
Cafeína (citrato) 20 a 150mg 400 a 2000 mg Dose
pediátrica:
Apnéia
neonatal e
infantil pós-
cirurgia e 2,5
a 10mg/kg/dia
Catuaba pó 200 a 400 mg 7.0 a 100 mg Fitoterápico
Coenzima Q10 10 a 50 mg 200 a 1200 mg
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

continuação
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
DMAE 100 a 500 mg 25 a 100 mg Port.344 -
(dimetilaminoetanol) Receita de
cont. especial
em 2 vias.
Max. p/ 2
meses de
tratamento
Efedrina 25 a 50 mg 100 a 400 mg Port. 344 -
Receita
comum
Fitina 50 a 200 mg
Fosfatidilserina 50 a 100 mg 100 a 200 mg
Fosforilserina 100 a 200 mg 200 a 400 mg
GABA (ác. gama 100 a 500 mg 500 a 2000 mg
aminobutírico)
Ginkgo biloba ext. 40 a 80 mg 80 a 160 mg Fitoterápico
seco concentrado
Ginseng coreano 100 a 500 mg 200 a 1000 mg Fitorerápico
(Panax Ginseng)
Guaraná(Paulinea 200 a 500 mg 200 a 1000 mg Fitoterápico
Cupana)
loimbina cloridrato 5 a 10 mg 10 a 30 mg
L-Glutamina 50 a 150 mg 100 a 300 mg
Piracetam 400 a 800 mg 1200 a 3000 mg
Vimpocetina 5 a 10 mg 10 a 20 mg

74. Progestogênios:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Acetato de 2,5 a 10 mg 5 a 10 mg
Med roxi progesterona
Alilestrenol 5 mg 5 mg
Noretisterona 0,35 mg 0,35 mg
Progesterona 25 a 100 mg 25 a 100 mg Cápsulas,
micronizada supositório,
óvulo.

825
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

75. Relaxantes Musculares:

Princípio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Carisoprodol 100 a 350 m§ 1400 mg
Orfenadrina (citrato) 35 a 100 mg 150 a 200
mg
Ciclobenzaprina 5 a 40 mg 20 a 40 mg
Tiocolchicósido 4mg 4 a 12mg
Tizanidina 2 a 4mg 6 a12mg

76. Repositores de Potássio:


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Aspartato de Potássio 100 a 500 mg 200 a 2000 mg
Cloreto de potássio 50 a 500 mg 100 a 2500 mg
Orotato de Potássio 50 a 100 mg 100 a 500 mg
Potássio quelato (K) 50 a 100mg 50 a 100mg

826
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

77. Sedativos Ansiolíticos:


Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Alprazolam 0,25 a 2 mg 0,5 a 6 mg Port. 344 -
Notific.
Receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Bromazepam 3 a 6 mg 3 a 18 mg Port. 344 -
Notific.
Receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Buspirona 5 a 10 mg 5 a 30 mg Port. 344 -
Receita de
cont. especial
em 2 vias.
Max. p/2
meses de
tratamento.
Clobazam 5 a 20 mg 10 a 30 mg Cáps ou
suposit.
Port.344 -
Notific. de
receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Clonazepam 0,5 a 2,5 mg 0,5 a 2,5 mg Port. 344 -
Notific.
Receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento

827
Princípios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Clorazepato 7,5 a 15mg 15a22,5mg Port. 344 -
dipotássico Notific.
Receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Clordiazepóxido 5 a 25 mg 10 a 100 mg Port. 344 -
Notific.
Receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Cloxazolam 1 a4mg 3 a 12 mg Port. 344 -
Notific.
Receita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Diazepam 2 a 20 mg 2 a 30 mg Caps. ou
suposit.
Port.344 -
Notific. de
recita B +
receita branca
comum. Max.
p/2 meses de
tratamento
Hidrato de Cloral 250 a 325 mg 750 a 975 mg Solução Oral
Pediátrica
Port.344-
Receita de
controle
especial em 2
vias. Max. p/
2 meses de
tratamento.

828
Principios Ativos de Uso Interno disponíveis na Farmácia Magistral

Continuação
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Lorazepam 1 a 4 mg 2 a 6 mg Caps. ou
suposit.
Port 344 -
Notific. de
receita B +
receita branca
comum . Max.
p/ 2 meses de
tratamento
Medazepam 5 a 10 mg 15 a 30 mg Port 344 -
Notific. de
receita B +
receita branca
comum . Max.
p/ 2 meses de
tratamento
Oxazepam 5 a 10 mg 10 a 30 mg Port 344 -
Notific. de
receita B +
receita branca
comum . Max.
p/ 2 meses de
tratamento
Principios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

78. Vasodilatadores:
Princípio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Aciclo nicolínico 30 mg 60 mg
Buflomedil 150 a 300 mg 300 a 600mg
Cinarizina 12,5 a 75 mg 75 a 225 mg
Diidroergocristina 1,5 a 3 mg 4,5 a 9 mg
Flunarizina 10 mg 20 mg
Ginkgo bitoba ext. 40 a 80 mg 120 a 160 mg
seco
Nimodipina 10 a 60 mg 90 mg
Papaverina 150 mg 300 mg
Pentoxifilina 400 mg 800 a 1200 mg Liberação
lenta

Vincamina 10 a 30 mg 40mg

830
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

79. Vitaminas:
Principio Ativo Dose Dose diária Observações
Posológica
Ácido fólico 0,2 a 4 mg 0,4 a 20 mg
Acido nicotínico 15 a 250 mg 25 a 300 mg
(Niacina)
Ascorbato de cálcio 100 a 1.000 mg 500 a 3.000 mg
(Vit.C)
Ascorbato de 100 a 1.000 mg 500 a 3.000 mg
magnésio (Vit.C)
Ascorbato de sódio 100 a 1.000 mg 500 a 3.000 mg (a forma de
(Vit.C) ascorbato
proporciona
melhor
tolerância
gastrointes-
tinal)
Betacaroteno 15a30mg 15 a 50 mg
Biotina (Vitamina H) 0,025 a 0,5 mg 0,025 a 5 mg
Nicotinamida (Vit.B3) 25 a 300 mg 25 a 300 mg
PABA (Ac. 25 a 150 mg 25 a 300 mg
Paraminobenzóico)
Pantotenato de cálcio 10a50mg 10 a 100 mg
(Vit.B5)
Piridoxal fosfato 3 a 20 mg
(Coenzima B6)
Vitamina A 5.000 a 50.000 3 a 20 mg
Ul
Vitamina B1 (Tiamina) 2 a 100 mg 5 a 300 mg
Vitamina B12 25 a 100 mcg 50 a 300 mcg
(Cianocobalamina)
Vitamina B15 30 a 50 mg 150 a 300 mg
(Ácido pangâmico)
Vitamina B2 1 a 10 mg 4 a 30 mg
(Riboflavina)
Vitamina B6 10 a 300 mg 10 a 600 mg
(Piridoxina)
Vitamina C 100 a 1.000 mg 500 a 3.000 mg
(ácido ascórbico)
Vitamina D2 400 a 5.000UI 800 a 50.000 Ul
(calciferol)
Vitamina D3 400 a 5.000 Ul 800 a 50.000 Ul
(colecalciferol)

831
Princípios Ativos de Uso Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação

Principio Ativo Dose Dose diária Observações


Posológica
Vitamina E 10 a 400 Ul 100 a 400 Ul
(Alfatocoferol)
Vitamina K1 0,5 a 5 mg 0,5 a 20 mg
(Fitomenadiona)
Vitamina P 50 a 300 mg 50 a 300 mg Bioftavonóides
(Complexo C) cítricos

80. Compostos Minerais: Teor Elementar e Fator de


Correção
Composto Mineral Teor Elementar Fator de
Correção
Aspartato de Magnésio 6,7% (67mgMg/g) 14,93
Boro complexo 2,5% (25mg Bo/g) 40
Cálcio aa quelato (quelato) 18%(180mgCa/g) 5,6
Cálcio chelazome (quelato) 14% (140mgCa/g) 7,1
Cálcio Citrimal (quelato) 20% (200mg Ca/g) 5,0
Cálcio Taste Free (quelato) 13% (130mgCa/g) 7,7
Carbonato de cálcio 40% (400mg Ca/g) 2,5
Carbonato de Magnésio 40% (400mg Mg/g) 2,5
Citrato de cálcio 24% (240mg Ca/g) 4.17
Citrato de Magnésio 16,16% (161,6mgMg/g) 6,02
Cobre chelazone quelato 2,5% (25mg Cu/g) 40,0
Cobre lisina (quelato) 3% (30mg Cu/g) 33,3
Cobre sulfato 25,45% (254,5mg Cu/g) 3,93
Cobre tirosina (quelato) 3% (30mg Cu/g) 33,3
Cromo chelavite (quelato) 2,5%(25mgCr/g) 40,0
Cromo picolinato 12,43% (124,3 mgCr/g)
Ferro quelato (Ferrochel) 20% (200mg Fe/g) 5.0
Ferro Taste Free (quelato) 19% (190mg Fe/g) 5,3
Fósforo complexo (quelato) 18%(180mgP/g) 5,5
Fumarato Ferroso 32,9% (329 mg Fe/g) 3,0
Gluconato de cálcio 8,9% (89mg Ca/g) 11,24
Gluconato de Magnésio 5,9% (59 mgMg/g) 16,95
Gluconato de manganês 12,34% (123,4mgMn/g) 8,1
Gluconato de Zinco 14,35% (143,5mgZn/g) 6,97

832
Principios Ativos de U:;o Interno disponiveis na Farmácia Magistral

Continuação:
Composto Mineral Teor Elementar Fator de
Correção
lodo quelato 0,15%(1,5mgí/g) 666.7
Lactato de cálcio 18,37% (183,7mgCa/g) 5,44
Magnésio Aspartato quelato 10% (100mgMg/g) 10,0
Magnésio Buffered (quelato) 18% (180mgMg/g) 5,5
Magnésio chelazone (quelato) 10% (100mgMg/g) 10,0
Magnésio Taste Free (quelato) 8% (80mg Mg/g) 12,5
Manganês Arginina (quelato) 10%(100mgMn/g) 10,0
Manganês Chelazone (quelato) 16% (160mgMn/g) 6,3
Molibdênio Metalosato (quelato) 2,5%(25mgMo/g) 40,0
Oxido de Magnésio 60,13% (601,3mgMg/g) 1,66
Oxido de Zinco 80,34% (803,4mg Zn/g) 1,24
Potássio complexo (quelato) 18% (180mgK/g) 5,5
Selênio Complexo (quelato) 0,2% (2mg Se/g) 500,0
Selenito de sódio 45,65% (456,5mg Se/g) 2,19
Sulfato de Zinco 22,7% (227mg Zn/g) 4,4
Sulfato Ferroso 20,1% (201mgFe/g) 4,97
Vanádio quelato 0,1%(1mgSe/g) 1000
Zinco aa Taste Free (quelato) 10% (100mgZn/g) 10,0
Zinco Arginina (quelato) 10%(100mgZn/g) 10,0
Zinco Chelazone (quelato) 20% (200mg Zn/g) 5,0
Zinco Histidina (quelato) 10% (100mgZn/g) 10,0

81. Anticonvulsivantes:

Principio Ativo Dose Dose diária Obs.


Posológica
Acetazolamida 125-250 mg 375-1000 mg
Carbamazepina 100 - 200 mg 200-1200mg
Clonazepam 0,25 - 1mg 1,5-3mg
Difenilhidantoína(fenitoína) 45-90mg 50-600mg
Fenobarbital 10-100mg 50-300mg
Primidona 125-250 mg 750-1500 mg

833
Matérias Primas e Ponto de Fusão

PONTO DE FUSÃO E/OU REFERÊNCIA


MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃO(°C) BIBLIOGRÁFICA
The Merck Index,
Ácido tartárico 168- 170 (-) /168-170(+) 9235, 9237
Acetazolamida 258-259 (efervescente) The Merck Index. 50
Aciclovir Cerca de 256,5 - 257 TheMerck Index, 148
Ácido acetilsalicílico Cerca de 143 Clarke's, 361
Ácido ascórbico Cercade 190 Clarkes, 360
Acido aspártico 270 - 271 The Merck Index, 875
Ácido bórico Cerca de 171 The Merck Index, 1364
Ácido cítrico Cerca de 153 The Merck Index, 2387
Ácido dehidrocólico 231 e 242 POP(USP23, 457)
Cristais:Cerca de 80
Ácido glicólico comercializado sol. 70% The Merck Index, 4508
160 - 214c/decomp. -
Ácido glutâmico Base/HCl The Merck Index, 4477
Acido mefenâmico 230 - 231 (efervescente) The Merck Index, 5842
Ácido retinóico 180- 182 The Merck Index, 8333
Ácido salicílico 157- 159 The Merck Index, 8484
Alantoína Cerca de 238 The Merck Index, 255
262 - 265 / ou 264 - 270
Alendronato de sódio pelo método Kofler POP
Alopurinol Cerca de 350 The Merck Index, 287
<\nidro: 293 - 295 /
Dehidratado: 285 - 288
Amilorida cloridrato c/dec. The Merck Index, 426
Amiodarona 156 - Cristais de acetona:
cloridrato 159+/-2 The Merck Index, 504
Amitriptilina 195 - 199 Clarke's
Amodiaquina 208 Clarke's
Asiaticosídeo 230 - 233 The Merck Index, 869
Atenolol 146 - 148 The Merck Index, 892
Azitromicina 113- 115 TheMerck Index, 157
Benfluorex cloridrato 161 - 162 The Merck Index, 1066
Benziodarona Cerca de 167 The Merck Index, 1113
Benzocaína 8 8 - 9 0 TheMerck Index, 1116
Betacaroteno 183 TheMerck Index, 1902
Betametasona 17-val. 183 - 184 The Merck Index, 1226
Biotina (vitamina H) 232 - 233 The merck Index, 1272

835
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSÃO E/OU REFERENCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃO (°C) BIBLIOGRÁFICA
Cerca de 275 c/decomp./
Biperideno cloridrato também em 238 TheMerck Index, 1274
Quando rapidamente
Borato de sódio aquecido em 75 The Merck Index, 8733
Bromazepam 237 - 238 The Merck Index
Bromazepam Cerca de 247 Clarke's
Bumetamida 230 - 231 TheMerck Index, 1508
Cafeina anidra 234 - 239 Clarkés, 421
Captopril 103 - 104 TheMerck Index, 1817
Carbachol 200 - 204 c/decomposição Clarke's, 427
Carbamazepina 190- 193 The Merck Index, 1826
Carbocisteína 204 - 207 Forma L TheMerck Index, 1850
Carbonato de cálcio 825 TheMerck Index, 1697
Carbonato de
potássio 891 Fhe Merck Index, 778
DL:195-197c/dec/D:210-
Carnitina (L) (DL) 212c/dec/L:197-198c/dec TheMerck Index, 1898
Cetoconazol 146 The Merck Index, 5313
Cetoprofeno 94 FheMerck Index, 5316
Cetotifeno fumarato 192 fhe Merck Index, 5319
Cianocobalamina The Merck Index,
(vit.B12) 210 - 220 10152
Cimetidina 141 - 143 fhe Merck Index, 2337
Cisaprida 109 / Cercade135
Cisteína (L)
cloridrato 175 - 178 c/decomposição The Merck Index, 2850
Cistina 260 - 261 c/decomposição The Merck Index, 2851
217- 220c/dec / cristais
Claritromicina de etanol: 222 - 225 The Merck Index, 2400
Clindamicina
cloridrato 141 - 143 TheMerck Index, 2414
Clobazam 166- 168 The Merck Index, 2417
Clobazam Cerca 192-183 USPDI
Clomifeno citrato 116.5- 118 The Merck Index, 2446
Clomipramina
cloridrato 189- 190 The Merck Index, 404
Clonazepam 236,5 a 238,5 The Merck Index, 404
Clonidina cloridrato 305 The Merck Index, 2450

836
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSÃO E/OU REFERÊNCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃO (°C) BIBLIOGRÁFICA
Cloranfenicol 149- 153 Clarkes, 443
Liquefaz: 50 - 58 / Ferve:
Cloral hidratado 98 Clarke's, 441
Clordiazepóxido Base: 240 Clarke's, 446
Clordiazepóxido Funde a 216 F.Europeia, 598
Cloreto de cálcio 772 TheMerck Index, 1699
Cloreto de potássio 773 fhe Merck Index, 7783
Cloreto de sódio 248 fhe Merck Index, 8741
Cloreto mercúrio 277 The Merck Index, 5926
Clorfeniramida
maleato 130- 135 The Merck Index, 2232
Cloridrato acetil L-
carnitina 187 c/decomposição íhe Merck Index, 85
Cloridrato de
clordiazepóxido 212-218 c/decomposição Clarke's, 446
Cloroquina difosfato 193 - 195 ou 210-215 Clarke's, 452
Clorpropamida 127- 129 The Merck Index, 2239
Cloxazolam 202 - 204 c/decomposição The Merck Index, 2481
Coenzima Q10 Cerca de 48 The Merck Index, 9974
Colchicina 157 Clarkes, 492
Cromoglicato de
sódio 241 - 242 c/decomposição Clarkes, 970
Dapsona 175 - 176 The Merck Index, 478
Deflazacort 255 - 256 TheMerck Index, 2916
Dexametasona 262 - 264 The Merck Index, 498
Dexametasona
acetato 225 c/decomposição Clarke's
Diazepam 131 - 135 Clarkes, 526
Dicicloverina 169- 174 Clarke's, 535
Diclofenaco de sódio 283 - 285 Clarke's, 533
Dietiestilbestrol 169 - 172 The Merck Index, 528
Dietilpropiona
cloridrato 168 c/decomposição TheMerck Index, 3175
Difenidramina The Merck Index,
cloridrato 166- 170 3367
Digoxina 240 c/decomposição Clarke's, 542
Dimeticone Líquido
283 c/dec/Monohidratado:
Diosmina 275 a 277 c/decomp. The Merck Index, 3350

837
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSÃO E/OU REFERENCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃO (°C) BIBLIOGRÁFICA
Dipirona sódica 172 Clarkes, 563
Domperidona 242,5 The Merck Index, 3476
Doxepina cloridrato 184 - 186 e 188 - 189 f h e Merck Index, 3492
Econazol base 86,8 The Merck Index, 3550
Efedrina cloridrato Formadl: 187-188 The Merck Index, 3645
Enalapril maleato 143 - 144,5 TheMerck Index, 602
Ergotamina tartarato 203 c/decomposição Merck, 3703
Estradiol (17-beta) 174,5 - 174,6 The Merck Index, 536
Famotidina 163- 164 The Merck Index, 3972
Felodipina 145 The Merck Index, 3991
Femproporex cloridrato 146 The Merck Index, 678
Fenitoína base 295 Clarke's, 867
Fentiazac 161 - 162 The Merck Index, 4045
Finasterida Cerca de 257 The Merck Index, 691
Fluconazol 1 3 8 - 140 The Merck Index, 698
Fludrocortisona acetato 233 - 234 The Merck Index, 4166
Flufenazina cloridrato 235 - 237 Dicloridrato The Merck Index, 4226
Flunitrazepan 166 - 167 TheMerck Index, 4181
Fluoxetina cloridrato 158,4-158,9 The Merck Index, 709
111,5- 112,5 Cristais
Flutamida de benzeno The Merck Index, 4242
Fosfato de cálcio
tribásico 1670 The Merck Index, 1741
Fumarato ferroso Não se funde em 280 The Merck Index, 4094
Furazolidona 256 - 257 The Merck Index, 4320
Furosemida 206 The Merck Index, 730
Genfibrozila >1 - 6 3 'he Merck Index, 4394
169- 1 7 0 / T a m b é m :
Glibencamida 1 7 2 - 1 7 4 (Aumuller) The Merck Index, 4486
Glutamina (L) Decompõe em 185 - 186 The Merck Index, 4479
Glutationa (L) 195 The Merck Index, 4483
Griseofulvina 220 The Merck Index, 4571
Guaifenesina 78,5 - 79 The Merck Index, 4582
Haloperidol 148 - 149,4 The Merck Index, 4629
Hidroclorotiazida 273 - 275 TheMerck Index, 818
217 - 220 Alguns
Hidrocortisona c/decomposição The Merck Index. 4828
Hidrocortisona acetato 223 c/decomposição The Merck Index, 4828

838
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSÃO E/OU REFERÊNCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃOfC) BIBLIOGRÁFICA
Hidroquinona 170- 171 The Merck Index, 825
Hidroxicloroquina Forma usual: 240 / Outra The Merck Index,
sulfato forma: 198 4863
The Merck Index,
Hidroxizine cloridrato Dihidrocloridrato: 193 4897
Monocloridrato: íhe Merck Index,
Histidina cloridrato decompóe-se ern 251 252 4758
The Merck Index,
Histidina cloridrato Forma monohidratada: 80 4758
The Merck Index,
Histidina cloridrato Anidra: 140 4758
The Merck Index,
h i j l M l i i ■|',| 75-77 4925
The Merck Index,
Imipramina cloridrato 174- 175 4955
Cristais cerca de 155 e The Merck Index,
Indometacina outra forma cerca de 162 4998
680 volatiza em T° mais The Merck Index,
lodeto de potássio alta 7809
The Merck Index,
loimbina cloridrato Decompões em 302 10236
The Merck Index,
Isoconazol nitrato 182- 183 5176
The Merck Index,
Isoleucina (L) Decompõe em 284 5196
The Merck Index,
Isomepteno mucato 152 5202
The Merck Index,
Leucina (L) Decompõe em 293 - 295 5475
The Merck Index,
Levodopa 276 - 278 c/decomposição 5490
Levomepromazina Decompõe em torno de The Merck Index,
maleato 190 6066
The Merck Index,
Lidocaína cloridrato Monohidratado: 77 - 78 5505
The Merck Index,
Lidocaína cloridrato Anidra: 127-129 5505
European
Lidocaína cloridrato Wonohidratado: 74 - 79 Pharmacopeia
The Merck Index,
Loperamida cloridrato 222 - 223 5601

839
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSAO
REFERÊNCIA
AAATÉRIA-PRIMA E/OU
BIBLIOGRÁFICA
DECOMPOSIÇÃO (°C)
Loratadina 134- 136 í h e Merck Index, 5608
Lorazepam 166-168 f h e Merck Index, 5609
Losartam potássio 183,5- 184,5 Fhe Merck Index, 954
Lovastatina 174,5 The Merck Index, 5616
Maprotilina cloridrato 230 - 232 The Merck Index, 5792
Mazindol 215-217 The Merck Index, 5801
Mebendazol 288,5 The Merck Index, 5807
Medazepam 95-97 The Merck Index, 5829
Med roxi p roges terona
acetato 207 - 209 The Merck Index, 5838
Meloxicam 254 c/decomposição The Merck Index, 5869
Mentol 41 - 4 3 The Merck Index, 5882
Metformina cloridrato Prismas de água: 232 The Merck Index, 6001
Cristais de propanol:
Metformina cloridrato 218 - 220 The Merck Index, 6001
Metilprednisolona 228 - 237 TheMerck Index, 6189
Monohidratado: 185 -
Metotrexato 204 c/decomposição The Merck Index, 6065
Metoxaleno 48 TheMerck Index, 6068
Metronidazol 158- 160 TheMerck Index, 6242
Forma( + ): 135,3
Miconazol nitrato Forma ( - ): 135 The Merck Index, 6266
248 - Decompõe em
Minoxidil 259 - 261 The Merck Index, 6290
Nadolol 124 - 136 The Merck Index, 6431
Naproxeno 1 5 2 - 154 The Merck Index, 6504
Nicotinamida 1 2 8 - 131 The Merck Index, 6574
Nifedipina 171 - 175 Clarke's, 811
Nimesulide 143 - 144,5 The Merck Index, 6640
Nimodipina 125 The Merck Index, 6643
Nitrazepam 224 - 226 The Merck Index, 6667
Nitrofurazona 236 - 240 The Merck Index, 6697
Norfloxacina 220 - 221 The Merck Index, 6793
Nortriptilina cloridrato 213 -215 The Merck Index, 6812
Omeprazol pellets Não faz para Pellets The Merck Index, 6977
Oxandrolona 125 The Merck Index
Oxandrolona 135 USP23
Oxandrolona 235 - 238 The Merck Index, 7054

840
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSÃO E/OU REFERÊNCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃOfC) BIBLIOGRÁFICA
The Merck Index,
Oxazepam 205 - 206 7059
The Merck Index,
Oxibutinina cloridrato 1 2 9 - 130 7089
The Merck Index,
Pantenol(D) Líquido 2988
The Merck Index,
Pantoprazol sódico Decompõe acima de 130 7146
f h e Merck Index,
Papaverina cloridrato 220 - 225 7151
Paracetamol 169- 170,5 The Merck Index, 45
The Merck Index,
Paroxetina cloridrato 118 7175
The Merck Index,
Pentoxifilina 105 7278
The Merck Index,
Pilocarpina cloridrato 204 - 205 7578
173,5- 174 The Merck Index,
Pilocarpina nitrato c/decomposição 7578
The Merck Index,
Piracetam 151,5- 152,5 7641
The Merck Index,
Piroxicam 198 - 200 7661
The Merck Index,
Prednisolona Decompõe a 240 - 241 7901
The Merck Index,
Prednisolona acetato Decompõe a 237 - 239 7901
Prednisona Decompõe a 233 - 235 The Merc Index, 7904
The Merck Index,
Propiltiouracil 219-221 8054
The Merck Index,
Propranolol cloridrato 163- 164 8025
Toma-se anidra em 95 - The Merck Index,
Quercetina 97 8216
Quando anidra The Merck Index,
Quercetina decompõe-se em 314 8216
Ranitidina cloridrato 130 Clarke's, 956
The Merck Index,
Riboflavina (vit. B2) Decompõe em 278 - 282 8367

841
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuação
PONTO DE FUSÃO E/OU REFERENCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃO(°C) BIBLIOGRÁFICA
Toma-se anidra após 12 hrs The Merck Index,
Rutina em 110 e lOmmHg 8456
The Merck Index,
Rutina Anidra browns em 125 8456
Toma-se plástica em 195 - The Merck Index,
Rutina 197 8456
Decompõe em 214 - 215 The Merck Index,
Rutina (efervescência) 8456
The Merck Index,
Sertralina cloridrato 243 - 245 8612
The Merck Index,
Sulfadiazina base 252 - 256 9072
The Merck Index,
Sulfadoxina 190 - 194 9074
The Merck Index,
Sulfametoxazol 167 9086
The Merck Index,
Sulfassalazina Decompõe em 240 - 245 9112
Sulfato de zinco The Merck Index,
heptahidratado 100 10193
The Merck Index,
Sulpiride 178- 180 9163
The Merck Index,
Tamoxifeno citrato 140 - 142 9216
The Merck Index,
Tenoxicam 209 - 213 c/decomposição 9293
Testosterona The Merck Index,
propionato 118-122 9322
The MerckIndex,
Tetracaína ctoridrato 147- 150 9330
Tetraciclina Decompõe em 214 - 215 The Merck Index,
cloridrato (efervescência) 9337
The Merck Index,
Tiabendazol 304 - 305 9426
Tiamina cloridrato The Merck Index,
(vit. B1) Decompõe em 248 9430
The Merck Index,
Ticlopidina cloridrato 190 9569
The Merck Index,
Timol 515 9540
The Merck Index,
Tinidazol 127- 128 9588

842
Matérias Primas e Ponto de Fusão

Continuaçâo
PONTO DE FUSAO E/OU REFERENCIA
MATÉRIA-PRIMA
DECOMPOSIÇÃO f C) BIBLIOGRÁFICA
The Merck Index,
Tirosina (L) Decompõe em 342 - 344 9970
The Merck Index,
Tolbutamida 128,5- 129,5 9646
The Merck Index,
Tolnaftato 110,5-111,5 9556
The Merck Index,
Trazodona cloridrato 223 9712
Triancinolona The Merck Index,
acetonido 292 - 294 9728
The Merck Index,
Triancinolona base 269 - 271 9727
Trifluoperazina The Merck Index,
cloridrato Diclorohidratado: 242 - 243 9811
The Merck Index,
Trimetropim 199 - 203 9840

843
Ficha de Análise do Paciente

Ficha de Análise do Paciente

FICHA DE ASSISTENCIA FARAAACEUTICA


PERFIL DO PACIENTE
Nome:
Endereço: N°
Cidade: Telefone: ( )
DataNasc: / / Sexo: ( ) F ( )M
Alergias conhecidas aos Condições de Saúde
medicamentos
( ) Ácido acetil salicilico ( ) Angina ( ) Pressão Alta
( ) Cefalosporinas ( ) Anemia ( ) Problemas
(Cefalexina, cefaclor) Cardiacos
( ) Codeína ( ) Artrite/Artrose ( ) Problemas
Renais
( ) Penicilinas (Amoxacilina, ( ) Asma ( ) Problemas
Benzetacil, Ampicilina) Hepáticos
( ) Medicamentos a ( ) Aleitamento ( ) Gravidez
base de sulfa
( ) Tetraciclinas ( ) Câncer ( ) Ülceras
( ) Corantes, essências, ( ) Diabetes ( ) Intolerância
aromas Lactose
( ) Outros: (
) Epilepsia ( ) Parkinson
(
) Glaucoma ( ) Outros:
(
) Dificuldade de
deglutição de
medicamento
na forma sólida
( ) Fenilcetonúria
Nome dos medicamentos que está Nome dos mec licamentos de venda
tomando atualmente e que nã o foram ' livre que está 1omando atualmente:
manipulados nesta farmácia:

Comentários do Farmacêutico

Data: Ass.do Farmacêutico:


845
POP
31
Encarte
Especial

Critérios para Manipulação e


Dispensação de Substâncias de
Baixo índice Terapêutico

Procedimento Operacional Padrão 31


Sumário Página

Objetivo 03

Documentos de Referência 03

Aplicação e Responsabilidade 04

Termos utilizados 04

Fluxograma 07

Descrição do Fluxograma 10

Anexos 21

2
1 - OBJETIVO
Garantir a segurança e definir critérios técnicos para a manipulação
de fármacos de baixo índice terapêutico.
Garantir as Boas Práticas de Manipulação de Substâncias de Baixo
índice Terapêutico - BPMSBIT.

2 - DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Portaria 169/2003 - Ministério de Estado da Justiça
Portaria SVS/MS 344/98
RDC 33/2000 ANVISA, atualizada em 08/01 /2001
RDC 354 ANVISA, 18/12/2003

BRODY, T. M.; et al. Farmacologia Humana da Molecular à Clínica.


2aEdição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
Farmacopéia Brasileira. 4aEdição. Editora Atheneu, 1996.
FERREIRA, A. Guia Prático da Farmácia Magistral. 2a Edição. Juiz de
Fora: Editado pelo autor, 2002.
GOODMAN a GILMAN. The Pharmacological Basis of Therapeutics.
Ninth Edition. United States of America: Mc Graw Hill, 1996.
MYCEK, M.J.; HARVEY, R. a; CHAMPE, P. C. Pharmacology. 2nd Edi-
tion. New Jersey: Lippincott-Raven, 1997.
PRISTA, L. N. et al. Tecnologia Farmacêutica. 5aEdiçào. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.
RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M. Farmacologia. 4a Edição.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
Remington. The Science and Practice of Pharmacy. 20tn Edition.
Philadelphia: Lippincott Williams a Wilkins, 2000.
SMITH, C.M.; REYNARD, A. M. Farmacología, 1 a Edicion. Buenos
Aires: Editorial Médica Panamericana,1993.
STOKLOSA,M.J.; ANSEL, H.C. Pharmaceutical Calculations. 11 t n Edi-
tion. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2001.
USP 26-NF21. Washington: The United States Pharmacopeial Con-
vention, 2003.
USP-DI - Drug Information for the Health Care Professional. 23rd Edi-
tion. USA: Thomson-MICROMEDEX, 2003.
ZANINI, a C ; OGA, S. et al. Guiamed - Guia de Medicamentos. Edi-
ção 97/98. São Roque: Ipex Editora, 1997.

3
3 - APLICAÇÃO E RESPONSABILIDADE
Este procedimento aplica-se à área administrativa, à área técnica,
à área comercial e a seus respectivos departamentos e setores.

ATIVIDADES RESPONSABILIDADES
Aquisição das matérias primas Encarregado de compras
Recebimento das matérias primas Funcionário do setor de es-
toque
Amostragem, segregação e identifi- Funcionário do Setor de Con-
cação trole de Qualidade
Armazenamento da matéria prima Farmacêutico
pura ou diluída
Diluição Pesador do Laboratório de
Sólidos e Farmacêutico
Analise do correto preenchimento da Funcionário do setor de a-
receita médica especial e do Termo tendimento
de Consentimento Informado
Entrega da fórmula e orientações ao Farmacêutico
paciente/cliente

4 - TERMOS UTILIZADOS

4.1. índice Terapêutico:


É a margem de segurança entre a dose terapêutica e a dose tóxica,
estabelecendo a relação entre os benefícios e os riscos da adminis-
tração de determinada dose de um fármaco. 0 Indice Terapêutico é
uma forma simples de efetuar a avaliação quantitativa dos benefi-
cios e os riscos relativos de um fármaco. É calculado pela divisào da
dose tóxica média pela dose terapêutica média.

I.T. = D.T.50 / D.E. 50


I.T. = indice terapêutico
D.T50 = dose tóxica média
D.E.50 = dose eficaz ou dose terapêutica média

Portanto, o índice terapêutico é utitizado para a medida da segu-


rança de um fármaco, uma vez que valores altos indicam ampta
margem entre a dose eficaz ou terapêutica e a dose tóxica.
Quanto maior for o índice terapêutico, menor será a possibitidade
da toxicidade ser alcançada na dose terapêutica.

■ • ;
4.2. Substâncias de baixo índice terapêutico:
São aquelas que apresentam estreita margem de segurança, onde a
dose terapêutica é próxima da dose tóxica. Quando o indice tera-
pêutico é igual ou menor que 2,0 o fármaco tem um potencial tóxi-
co grande; sua utilização nos pacientes é difícil, pois envolve risco
de toxicidade, mesmo em doses terapêuticas e, se empregado aci-
ma destas têm seu risco aumentado.

4.3. BPMSBIT (Boas Práticas de Manipulação de Substância de Baixo


índice Terapêutico): conjunto de medidas que visam assegurar que
os produtos magistrais sejam manipulados com padrão de qualidade
apropriado para o uso pretendido e requerido na prescrição.

4.4. Perfil de dissolução:


Representação gráfica ou numérica de vários pontos resultantes da
quantificação do fármaco ou componente de interesse, em períodos
determinados, associado a desintegração dos elementos constituin-
tes de um medicamento ou produto, em um meio definido e sob
condições específicas.
Perfil de dissolução é determinado pelo teste realizado in vitro no
aparelho de dissolução que mede a extensão e a velocidade que um
fármaco é liberado e se dissolve a partir de sua forma farmacêutica
em um meio simulatório gástrico e ou entérico.

4.5. Assistência Farmacêutica:


Conjunto de ações e serviços que visam assegurar a assistência te-
rapêutica integral, a promoção, proteção e recuperação da saúde,
nos estabelecimentos públicos e privados que desempenham ativi-
dades farmacêuticas.

4.6. Requisito Sanitário Imprescindivel:


É aquele que pode influenciar em grau crítico na qualidade, segu-
rança e eficácia das preparações magistrais ou oficinais e na segu-
rança dos trabalhadores e sua interação com os produtos e proces-
sos durante a manipulação.

4.7. Substâncias de baixo índice terapêutico, baixa dosagem e alta


potência (BBA):
Substâncias de índice terapêutico estreito, utilizadas normalmente
em baixas dosagens, onde a dose posológica usual é menor que
50mg e portanto, a uniformidade do conteúdo em formas farmacêu-

5
ticas em doses unitárias é imprescindível e crítica. Enquadram nesta
categoria a clonidina, a digoxina, minoxidil, varfarina e a prazosina.

4.8. Substâncias de baixo índice terapêutico, alta dosagem e baixa


potência (BAB):
Substâncias de baixo índice terapêutico normalmente empregadas
em doses iguais ou maiores que 50mg, portanto em doses maiores.
Enquadram nesta categoria o ácido valpróico (valproato de sódio),
aminofilina, carbamazepina, sais de lítio, ciclosporina, clindamici-
na, clozapina, disopiramida, fenitoína, oxcarbazepina, primidona,
procainamida, quinidina, teofilina, verapamil.

6
5 - FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES

5.1. Aquisição, Recebimento, Amostragem, Armazenagem e Dilui-


ção:

Aquisiçâo da materia prima

I
Recebimento

Comunicado Interno
ao selor de comoras

Identificação:
rátulo especial

Identif icação e Armaze-


namento em local
próprio sob guarda do
farmacèulíco

OHuiçào sob
acompanhamento do
farmacêutico

Identificação o Armaze-
iwnenlo em local
próprio sob çuarda do
farmacèutico
5.2. Análise Crítica: Venda e Entrega

c Chegada do cliente
na farmácia
3
1
Aprcsentaçào do
receituário médico e ^
do Termo de Consen-
timento Informado

N
^ r AnáUse dos \ .
documentos \ Explica os motivos ao
do cliente -. cliente e finaliza o
^X,^ pelo aten- ^ r processo
\- dente sZ.

0 atendente realiza o
cátculo do pedido

Receitas com
substância nâo ^ <^ Cliente aprovou Encerra o processo
controladas pela x. o orçamento ? y ^
Portaria 344/98

S
T
Receitas com
substâncias contro-
ladas pela portaria
344/98


LKilização dos
carimbos de quanli-
dade dispensada e
ídentificação do
comprador

*
Marcaçâo de hora e
w data de entrega da
fórmula

Entrega copia da
requisição ao cliente
para retirada da enco-
mcnda da toja

Anexa cópia da requisição


à receita médica ou ao
pedido avulso e envia ao
setor de rótulo, finati-
zando o processo
6.3. Avaliação Técnica da Prescrição e Manipulação:

Solicita as devidas
alterações/correçôes
ao setor responsável

0 farmacêutico
idenliflca com rotulo
especial e envia à
manipulaçáo

Pesagem com dupla


checagem e supervisão
do farmacèutico

Solicita as devidas
a l te rações/ cor reções
ao setor responsável

Envia ao setor de atendi-


mento para entrega ao
cliente na farmácia
6 - DESCRIÇÃO DOS FLUXOGRAMAS

6.1. Substâncias de Baixo índice Terapêutico, Baixa Dosagem e Alta


Potência:

6.1.1. Aquisição, Recebimento, Armazenagem e Diluição:

Aquisição: estas matérias primas deverão ser adquiridas de fornece-


dores qualificados (ver POP 14 na página 630) e, em conformidade
com as especificações estabelecidas em farmacopéias e ou compên-
dios oficiais.

Recebimento: tais matérias primas deverão receber identificação


especial (vide modelo de rótulo nos anexos deste procedimento) no
momento do seu recebimento (ver POP 15 na página 636).

Armazenamento da matéria prima pura: a matéria prima deverá ser


identificada e armazenada em local de acesso restrito com chave
sob a guarda do farmacêutico e em condições ambientais ideais pa-
ra garantir sua integridade (veja também POP 17 na página 645).

Armazenamento da matéria-prima diluida: Recomenda-se realizar a


análise com determinação do teor do fármaco na diluição, certifi-
cando-se e comprovando a correta diluição. Para isto deverão ser
colhidas amostras de diferentes partes da diluição, para comprovar
a uniformidade da mesma (ex. parte superior, meio e parte inferior
do pote com coletor especial). A diluição deverá ser armazenada em
potes de vidro âmbar devidamente identificado (veja modelo nos
anexos deste procedimento), descrevendo o nome da substância, a
grandeza da diluição, o fator de correção, a data da realização da
diluição, a data de validade da diluição (no máximo 3 meses), o lote
da matéria-prima e do excipiente utilizado na diluição e os nomes
dos funcionários responsáveis pela diluição.

Diluição: As condições ambientais ideais: temperatura ambiente


controlada (15 a 25 C) e umidade relativa inferior a 60%.
A diluição deve ser realizada pela metodologia de diluição geomé-
trica, utilizando excipientes (para preparações sólidas) ou veículos
(para preparações líquidas) inertes e compatíveis.

10
Pesagem da matéria-prima para a düuição: A pesagem da matéria-
prima para a diluição deve ser realizada com dupla checagem, efe-
tuada pelo manipulador e pelo farmacêutico, com o devido registro
na ficha de manipulação (veja modelo a seguir). Esta ficha deverá
ser devidamente arquivada (período idêntico ao da ordem de mani-
pulação). A balança deve estar devidamente calibrada com registro
atualizado.

Exemplo de uma Ficha de Diluição:

Fármaco Diluição 1:100 (1%) Fator de Correção: 10


Nome do fármaco 1g Lote n° Fornecedor
Corante alimentício ... 0,1 a 0,5g Lote n° Fornecedor
Diluente utilizado 98,5g Lote n° Fornecedor .
Lote: n°/diluído
Fornecedor:
Fabricação:
Peso finat após diluição: 100g
Assinatura do responsável pela diluição:
Assinatura do farmacêutico responsável:
Data da diluição:
Validade da diluição: 3 meses
Tabela 01: Principais fármacos (matérias primas) de baixo índice
terapêutico e algumas diluições recomendadas

Fármacos Doses Usuais Diárias Doses Usuais Diárias Diluições reco-


(via oral adulto) (via oral pediátrica)mendadas para a
manipulação
Ac. Valpróico lnicio:5 a 15 mg/Kg/dia Idem do esquema para N.A.*
Manutenção: 30 - 60
mg/kg/dia adultos
Dose limite: 60mg/kg/dia
Aminofilina 300 - 600 mg (equivalente Prematuro e recém N.A.
em teofilina anidra - 100mg nascidos: 4mg/kg/dia
de aminofilina diihidratada 6 semanas a 6 me-
equivalem a 79 mg de ses:10 mg/kg/dia
teofilina anidra; 100 mg de 6 meses a 1 ano: 12-18
aminofilina anidra equiva- mg/kg/dia
lem a 86 mg de teofilina 1 a 9anos:20
anidra) 24mg/kg/dia
Doses acima de 600 mg é 9 - 12 anos: 16
recomendado monitora- mg/kg/dia
mento sérico. 12 -16 anos:
13mg/kg/dia
(dose equivalente em
teofilina anidra)
Carbamazepina 200- 1200 mg Crianças de 6-12 anos: N.A.
Dose limite: 1,6 g/dia 100 mg 2x/dia, au-
mentando-se 100 mg
em 1 a 2 semanas
Crianças abaixo de 6
anos: 100 mg/dia
Dose limite: 1 g/dia
Carbonato de lítio 300 a 600 3x/ dia Crianças até 12 a- N.A.
Dose limite:2,4/dia nos:15-20 mg/kg/dia
dividios em 2 a 3
tomadas.
Ciclosporina 5 - 1 5 mg/kg/dia Idem ao esquema para N.A.
adulto
Clindamicina 600 - 1200 mg (base) Crianças a partir de 1 N.A.
Dose limite: 2,4 g/dia mês de idade: 2-5 mg
(base) /kgde 6/6hs
Crianças abaixo de
10kg: 37,5 mg 8/8hs
Clonidina 0,1 - 0,6 mg /diafdivididos Segurança e eficácia 1:100
em doses. não estabelecidos (diluente:lactose)
Dose limite:0,8 mg/dia (em
doses dividias)
Clozapina 25 - 450 mg/ dia Segurança e eficácia N.A.
Dose limite: 900mg/dia não estabelecidas
Digoxina Digitalização: 0,75 - 1,5 mg Digitalização: 1:100
Manutenção: 0,125 Neonatos:20-30mcg/kg (diluente: lacto-
0,5mg/dia 1mês-2anos:35-60 se)
mcg/kg
2-5anos:30-40mcg/kg
5-10anos:20-35mcg/kg
>10anos 10-15mcg/kg

12
Continuação
Fármacos Doses Usuais Diárias Doses Usuais Diárias Diluições reco-
(via oral adulto) (via oral pediátrica) mendadas para a
manipulação
Disopiramida Manutenção: 100 -150 mg Crianças até 1 ano: 10- N.A.
6/6h(base) 30mg(base)/kg/dia
Dose limite: 800 mg (base) Crianças 1-4 anos: 10-
20mg (base)/kg/dia
Crianças 4-12 anos:
10-15mg(base)/kg/dia
Crianças 12-18 anos: 6
- 15 mg(base)/kg/dia
Fenitoína (difenilhi- 100mg3x/dia 5 mg/kg/dia divididos N.A.
dantoína) Dose limite: 600 mg em duas a três doses
Minoxidil 5 -40 mg/dia Crianças até 12 anos: 1:10
Dose limite: 100 mg/dia 0,2 mg/kg/dia (diluente:lactose)
Dose limite: 50mg/dia
Prazosina 1 -15 mg divididos em 2 a 3 0,05 -0,4 mg/kg/dia 1:10
doses divididos em duas ou (diluente:amido)
Dose limite: 20 mg (base) três doses
até o máximo de 40 mg Dose única limite: 7mg
Dose diária limi-
te:15mg
Primidona 100 - 750 mg/ dia Crianças até 8 anos: N.A.
Dose limite:2 g/dia 125-250mg 3x ao dia
ou 10-25mg/kg/dia em
doses divididas (manu-
tençáo)
Procainamida 0,5 - 1g cada 4 ou 6hs 15-50mg/kg/dia divi- N.A.
Dose limite: 6 g/dia didos em cada 3 ou 6
horas
Dose limite: 4g/dia
Quinidina sulfato 200 -300 mg 3-4x/dia 6mg/kg cada 4-6horas N.A.
Dose limite: 4g/dia
Teofilina 300 -600 mg/dia Prematuro e recém N.A.
nascidos: 4mg/kg/dia
6 semanas a 6 me-
ses:10 mg/kg/dia
6 meses a 1 ano: 12-18
mg/kg/dia
1 a 9anos:20
24mg/kg/dia
9 12 anos: 16
mg/kg/dia
12 -16 anos:
13mg/kg/dia
(dose equivalente em
teofilina anidra)
Verapamil 120- 480 mg/dia divididos Não estabelecida N.A.
em doses
Warfarina sódica 2 - 10 mg/dia 0,1-0,2mg/kg/dia 1:10
Dose limite:15mg Dose limite:10 mg/dia (diluente:lactose)

*N.A.=não apticável o procedimento de diluição, pois são utilizados em doses posológi-


cas maiores.

13
Processo de diluição geométrica: 0 farmacêutico após receber a
matéria prima, calcula a quantidade do princípio ativo, do corante
alimentício e do excipiente a serem utilizados e registra os dados na
ficha de diluição (ver modelo anteriormente mostrado). 0 processo
de diluição deve ser realizado conforme descrição abaixo, de acordo
com a diluição desejada:

a. Diluição Geométrica (1:100 ou 1%) - 1g do fármaco + 99g de dilu-


ente (excipiente): Pesar 1g do fármaco (ou quantidade proporcional
conforme a quantidade a ser diluída), vertendo-o em um gral de
porcelana.
Pesar entre 0,1 a 0,5% de corante alimentício sólido, em relação ao
peso total da diluição, adicionando-o ao fármaco no gral.
Triturar o corante, misturando-o posteriormente também ao fárma-
co a ser diluído.
Adicionar 1g do diluente no gral, misturar bem, observando a homo-
geneização através da dispersão do corante.
Adicionar 2g do diluente no gral, misturar bem, observando a homo-
geneização pela dispersão do corante.
Adicionar 4g do diluente no gral misturando bem e assim sucessiva-
mente, 8g - 16g - 32g até completar as 100g da diluição.
Efetuar a tamisação da mistura dos pós. Recomenda-se a desagrega-
ção no tamis de malha compreendida entre 50 - 60 mesh, com auxí-
lio de uma espátula de metal,
Transferir a mistura tamisada para um novo gral limpo e sanitizado.
Misturar o pó no gral com pistilo, revolvendo o pó no fundo e late-
rais do gral, bem como o pó aderido no pistilo.
Analisar visualmente a homogeneização dos pós, evidenciado pela
dispersão homogênea do corante evidenciador utilizado. Caso haja
sinais de heterogeneidade (ex. pontos brancos), continuar a tritura-
ção no gral até obter uma homogeneidade da mistura.
Verter para um saco plástico e agitar complementando a mistura.
Embalar e armazenar a diluição em frasco de vidro âmbar adequado
para armazenamento de matérias-primas, protegido do calor, devi-
damente identificado com a especificação da diluição realizada,
fator de correção da diluição e assinatura do responsável pela di-
luição. É recomendável não encher totalmente o frasco permitindo
a permanência de um espaço vazio entre o pó e a tampa ("headspa-
ce"), possibilitando uma agitação eventual do pó no pote.

14
b. Diluição Geométrica (1:10 ou 10%): segue o mesmo procedimen-
to anterior, com a diferença que neste caso, considera-se 1g do
fármaco + 9g do diluente, descontando-se a quantidade de corante
utilizado do diluente.

c. Diluição Geométrica (1:500): Segue o mesmo procedimento ante-


rior, com a diferença que neste caso, considera-se 1g do fármaco +
499g do diluente, descontando-se a quantidade de corante utilizado
do diluente.

d. Diluiçao Geométrica (1:1000): mesmo proccdimento antcrior,


com a diferença que neste caso, considera-se 1g do fármaco + 999g
do diluente, descontando-se a quantidade de corante utilizado do
diluente.

6.1.2. Análise Crítica: Venda e Entrega

O cliente apresenta Receita Médica e o Termo de Consentimento


Informado (ver modelo nos anexos deste procedimento) ao atenden-
te que verifica-os analisando de acordo com os critérios abaixo:
• se a Receita Médica apresenta caligrafia legível e compreensível
para evitar ambigüidades (dupla interpretação);
• a quantidade especificada na receita e confirma com o cliente a
quantidade a ser manipulada;
• identificação da substância ativa, concentração, dosagem, for-
ma farmacêutica, quantidade, respectivas unidades e posologia;
• local e data de emissão
• identificação do paciente, carimbo e assinatura do médico pres-
critor;

O atendente realiza o orçamento através do computador, se o or-


çamento for aprovado, informa a data e a hora prevista para entre-
ga; entrega uma via da requisição ao cliente, retém uma via que
será enviada, junto com receituário médico ou pedido avulso de
fórmulas, para confecção do rótulo da ordem de manipulação.
Se o orçamento não for aprovado, o atendente devolve a receita
médica e o Termo de Consentimento Informado ao cliente, finali-
zando o processo.

is
6.1.3. Avaliação Técnica
0 farmacêutico inspeciona criticamente o atendimento aos crité-
rios, rubricando os documentos gerados, caso sejam aprovados.
As receitas especiais, as ordens de manipulação e as requisições
contendo fármacos de baixo índice terapêutico devem ser identifi-
cadas.

6.1.4. Pesagem:
Ao manipular um fármaco de baixo índice terapêutico deve-se ter a
atenção redobrada ao processo de pesagem. Confira a dose prescri-
ta com a usual. Qualquer divergência interrompa a manipulação e
busque orientação de profissional experiente e em fontes bibliográ-
ficas de referência.
As receitas devem ser ordenadas de acordo com o horário de entre-
ga. 0 manipulador deve conferir se a ordem de manipulação está de
acordo com a receita e o rótulo e, separar atenciosamente os potes
dos componentes que serão utilizados.
A pesagem da matéria-prima diluída e do excipiente deve ser preci-
sa, cuidadosa e realizada com dupla checagem, sendo uma realizada
por um farmacêutico. As checagens e a quantidades pesadas deve-
rão ser registradas na ordem de manipulação que deverá ser manti-
da na farmácia à disposição das autoridades sanitárias.

Excipientes utilizados (fórmula padrão) e padronização de cor da


cápsula

Fármaco diluido Excipiente recomendado Cor de cápsula


Clonidina diluida 1:100 (fórmula padrão): Padronização a
Digoxina diluida 1:100 Deve-se determinar a formulação critério da farmácia
Minoxidil diluído 1:10 padrão discriminando o excipiente
Prazosina diluida 1:10 utilizado e anexando os respectivos
Warfarina diluida 1:10 perfis de dissolução, os quais
deverão atender às especificacões
farmacopeicas

Antes de iniciar o processo de pesagem deve-se verificar o prazo de


validade da calibração da balança a ser utilizada. Ao iniciar a pesa-
gem, o manipulador deverá previamente tarar o recipiente de pesa-
gem; pesar as substâncias uma a uma, tarando a balança após a
adição de cada sal. A quantidade do excipiente compatível a ser
pesado deve ser determinada pelo método volumétrico de acordo
com o tamanho da cápsula a ser utilizada. Deverá ser utilizado o
menor tamanho de cápsula de acordo com a dosagem.

16
Após o término da pesagem do princípio ativo e do excipiente, o
pesador deverá solicitar a presença do farmacêutico para nova pe-
sagem (dupla pesagem) e checagem do processo (dupla checagem);
e preenchimento da Ordem de Manipulação (dupla checagem). A
partir daí os registros e a fórmula pesada seguem ao processo de
trituração, tamisação e homogeneização.

Capacidade das Cápsulas Gelatinosas Duras


Tamanho da cápsula Volume (mL)
000 1,37 mL
00 0,95 mL
0 0,68mL
1 0,5mL
2 0,37mL
3 0,3mL
4 0,21 mL

6.1.5. Homogeneização da formulação (Trituração/tamisaçào e dilu-


ição):
O manipulador seleciona a ordem de manipulação e a receita, de
acordo com o horário de entrega ao cliente, confere o rótulo e a
requisição de acordo com a receita; e utiliza a metodologia oficial
de diluição geométrica para a mistura adequada dos pós.

6.1.6. Encapsulação:
O encapsulador seleciona a formulação a ser encapsulada por ordem
de prazo de entrega prometido ao cliente. Encapsula a fórmula uti-
lizando as placas necessárias, conforme o tamanho e a cor, reco-
mendados pela ordem de manipulação e a padronização anterior-
mente estabelecida; a seguir verte as cápsulas para embalagem
adequada, colando e preenchendo os rótulos implicados. Em seguida
envia o produto embalado e os registros para o setor de conferên-
cia.

6.1.7. Controle em Processo:


O monitoramento do processo de homogeneização é feito através de
testes de Uniformidade de Doses Unitárias, realizado peto laborató-
rio de Controle da Qualidade conveniado, em amostras recolhidas
aleatoriamente nos fármacos implicados.
O farmacêutico deverá determinar o peso médio e o desvio padrão
de cada formulação preparada devendo a formulação atender às
especificações farmacopeicas.

17
6.1.8. Conferência
No setor de conferência as fórmulas a ser conferidas ficam segre-
gadas e identificadas com a situação de "Aguardando aprovação".
0 conferente as fórmulas de acordo com os horários de entrega
prometidos aos clientes verificando:
- o correto preenchimento da ordem de manipulação
requisição x receita;
- quantidade de cápsulas ou comprimidos dentro do pote
- aparência das cápsulas (deformação, limpeza, amolecimento,
quebra, pintas e manchas);
tamanho da cápsula confere com o anotado no rótulo de fundo;
- cor da cápsula utilizada (se está em acordo com o estabelecido
na padronização);
rótulo (nome do paciente, uso, número da requisição, descrição
da fórmula, quantidade de cápsulas, nome do médico, data de
validade) x receita;
rótulos e etiquetas de fundo devidamente preenchidas, inclusive
com o visto do conferente.
Estando tudo conforme, lacra o medicamento, anexo a receita mé-
dica e libera o medicamento para o setor de atendimento, retendo
a Ordem de manipulação e o Termo de consentimento informado.

6.1.9. Entrega do produto ao cliente:


Os produtos regulamentados pela RDC 354 só poderão ser entregues
ao cliente através do trabalho de Assistência Farmacêutica que dis-
pensará o medicamento mediante a entrega ao paciente de bula
orientativa (veja modelo nos anexos deste procedimento).

18
6.1. Substâncias de Baixo índice Terapêutico, Baixa Dosagem e Alta
Potência:

Pelo fato de serem utilizados em doses posológicas maiores não há


necessidade de utilização destes fármacos diluídos, entretanto os
demais procedimentos de Aquisição da matéria-prima, armazena-
mento, Pesagem, Homogeneização, Encapsulamento, Conferência,
Controle da qualidade e Dispensação
Descrição dos excipientes utilizados (fórmuia padrão) e padroniza-
ção de cor de cápsulas

Fármaco Excipiente recomendado Cor de


(fórmula padrão) cápsula
Ácido valpróico Deve-se determinar a formula- Padronização
ção padrão discriminando o
Aminofilina excipiente utilizado e anexan-
a critério da
Carbamazepina do os respectivos perfis de farmácia
dissolução, os quais deverão
Ciclosporina* atender às especificações far-
Clindamicina macopeicas
Clozapina*
Disopiramida
Fcmloína
Litio (carbonato de lítio)*
Oxcarbazepina
Primidona
Procainamida
Quinidina
Teofilina
Verapamil

7. COMUNICADO À VIGILÂNCIA SANITÁRIA LOCAL:


De acordo com o artigo 4 da RCD 354, a farmácia que pretenda ma-
nipular as substâncias, em todas as formas farmacêuticas de uso
interno, constantes desta resolução, deverá notificar a Vigilância
Sanitária local que se encontra apta a realizar tal atividade (veja
modelo de notificação nos anexos deste procedimento).

19
índice Remissivo

A
aa, 11
Absorbância, 58, 59
Absorção das bases, 448
Absorção de água, 476
Absorção do fármaco, 218, 223, 112, 452
Absorção gastrointestinal, 193
Absorção sistêmica, 444
Absorção percutânea, 390
Absortividade molar, 58
Absortividade, 58, 60
Absorvância, 58, 61
Açào antisséptica, 263
Ação do pH ácido, 393
Ação farmacológica,74
Ação prolongada, 143
Ação terapêutica, 336, 481
Acerto do pH, 252
Acesulfame de K, 328, 330
Acetato de Etíla, 29
Acetato de mercúrio, 55
Acetato de vitamina E, 50
Acetazolamida, 83
Acetoftalato de celulose, 220
Acetona, 29, 266
Aciclovir, 56
Ácido ascórbico, 231, 249
Ácido fólico, 275, 471
Acido glicólico, 49
Ácido, 251
Ácido/azedo, 316
Ácidos fracos pKa, 448
Ácidos mais fortes pKa, 448
Acidulantes, 207
Aconselhamento ao paciente, 506
Adequação de preparações cosméticas e farmacêuticas para aplicação na pele
Adequação de uso e incompatibilidades, 474
Adesão do paciente ao tratamento, 393
Adesão terapêutica, 309
Adição de antioxidantes, 461
Aditivação de ativos sólidos (pós)hidrossolúveis, 281
Aditivação de loções cremosas. 343
Aditivação de principios ativos em cremes, 342
Aditivação de princípios ativos em emulsões, 340
Aditivação de principios ativos em gel, 354
Aditivação de principios ativos em gel-creme base, 356
Aditivação de principios ativos em xampus, 339
Aditivação de tinturas e extratos fluidos, 281
Aditivação, 7, 196, 202, 381
Aditivos farmacêuticos, 284
Aditivos usados em preparações oftálmicas, 366
Aditivos, 309, 338
Adjuvante famacotécnico, 453
Adjuvante farmacêutico, 266
Adjuvante, 268
Adjuvantes farmacotécnicos, 215, 229, 240, 267, 288
Adjuvantes, 111, 222, 469
Administração de fármacos lipofílicos dissolvidos em óleo, 299
Administração de fármacos líquidos, 299
Administração de fármacos oleosos, 299
Administração oral, 267, 297, 309
Administração transdérmica, 393
Adoçantes, 328
Adsorção, 477, 489
Adsorvente, 240
Adulterada, 42
Aerômetros, 32
Aerosil®, 218
Aferição, 48, 90
Agente "coating", 245
Agente adsorvente, 217
Agente aglutinante, 217, 220, 244
Agente alcalinizante, 220, 221
Agente antiaderente, 217, 244
Agente clarificante, 242
Agente de consistência, 243
Agente de levigação, 451
Agente de polimento, 246
Agente de revestimento entérico, 220
Agente de revestimento, 217, 242
Agente de viscosidade, 245
Agente desintegrante, 216
Agente edulcorante, 244
Agente emulsificante, 242, 300, 302, 340
Agente emulsionante, 299
Agente emulsivo, 305, 306
Agente levigante, 243, 247
Agente lubrificante, 219, 220
Agente molhante, 219, 446
Agente opacificante, 246
Agente quelante (sequestrante), 241
Agente solubilizante, 220
Agente surfactante, 131, 219
Agente suspensor, 264, 287, 297
Agente tampão, 241
Agentes acidificantes, 240, 251
Agentes alcalinizantes, 229, 240, 251
Agentes anfifílicos, 395
Agentes antimicrobianos, 481
Agentes antioxidantes e sequestrantes, 483
Agentes antioxidantes, 460
Agentes bioadesivos, 222
Agentes complexantes, 313
Agentes conservantes, 267, 338
Agentes corretivos do sabor, 304
Agentes de levigação, 246, 247
Agentes de limpeza, 392
Agentes de mascaramento da percepção, 315
Agentes de tonicidade, 244
Agentes desintegrantes, 131
Agentes dessensibilizantes do paladar, 313
Agentes doadores de viscosidade, 367
Agentes emulsificantes a/o, 302
Agentes emulsificantes de ocorrência natural, 302
Agentes emulsificantes, 220, 301, 304
Agentes encapsulantes, 222
Agentes espumantes, 336
Agentes floculantes, 288
Agentes molhantes, 220, 229
Agentes molhantes, clarificantes e emulsionantes, 366
Agentes oxidantes forte, 217, 467
Agentes protetores, 392
Agentes quelantes, 251
Agentes queratolíticos, 395
Agentes quimicos irritantes orais, 315
Agentes redutores inorgânicos, 462
Agentes redutores, 230
Agentes seqüestrantes, 267, 338
Agentes solubilizantes, 220
Agentes suspensores, 243, 284
Agentes tampões, 251
Agentes tensioativos, 243, 451
Agentes umectantes, 288
Agitador de hélice, 276
Agitador magnético, 276
Agitar bem antes de usar, 512
Aglutinantes, 208
Água de cristalização, 457
Água deionizada, 261
Água destilada, 30, 9 1 , 261
Água potável, 260
Água purificada estéril, 260, 261
Água purificada por osmose reversa, 261
Água purificada, 260
Água, 29, 260, 336
Aguardando Aprovação, 25
Ajustar a viscosidade, 264
Ajuste de pH, 207, 254
Alcaçuz, 311
Alcalinizantes, 207
Alcalóides, 310
Alcool etilico, 29, 33, 262
Alcoometria, 33
Alcoômetro Centesimal, 33
Alcoômetro de Gay Lussac, 33
Alendronato de sódio, 49
Aifa-aminoácidos, 310
Alfa-tocoferol (vit. E), 232, 250
Algarismo, 407
Alguns fármacos que podem ser veiculados, 298
Aligações alternadas, 417
Aligações, 417
Almofariz, 104
Almoxarifado, 22, 24, 494
Alta densidade, 158
Alterações nas cápsulas, 510
Alternativas terapêuticas, 500
Amamentação, 508
Amareio, 257, 258
Amargo, 316, 328
Amidas cíclicas, 483
Amidas, 216, 310,483
Amido, 51
Aminas aromáticas, 483
Amitriptilina, 66
Amostra liquida, 33
Amostra, 30, 32, 42, 49, 96
Amostragem para análise, 495
Amostragem, 25, 26
Amostragem, análise, aprovação ou reprovação de matérias-primas e
embalagem, 656
Amostras, 25, 42
Amostrateca, 26
Amplificador, 60
Anabolizantes, 523
Análise Farmacêutica, 23, 56
Análise titrimétrica, 45
Analises, 22
Analista Responsável, 25
Anexos, 758
Anfepramona, 223
Anfipróticos, 53
Anfóteros, 336
Anidrovolumetria, 55
Aniônicos, 336, 394
Ânions, 310
Antiaderente, 218, 233
Antibióticos, 317
Antidepressivos tricíclicos, 483
Antihistamínicos, 317
Antioxidante, 222, 241, 267, 297, 469
Antioxidantes naturais, 469
Antioxidantes para sistemas aquosos, 231, 249
Antioxidantes para sistemas oteosos, 231, 232, 249
Antioxidantes sinergistas, 230
Antioxidantes usados em preparações oftálmicas, 367
Antioxidantes verdadeiros, 230
Antioxidantes, 131, 230, 249, 300, 341
Anti-retrovirais, 523
Aparência, 27, 28, 179, 185, 191, 198, 203, 206, 213
Aparência, palatabilidade, uniformidade, suspendabilidade, 481
Apróticos, 53
Aprovado, 24, 25
Área de Quarentena, 24
Aritmética, 408
Armazenagens ideais, 21
Armazenamento de matérias primas, 494
Armazenamento de matérias-primas e Materiais de embalagem, 645
Armazenamento de soluções aquosas, 485
Armazenamento e rotulagem, 386
Armazenamento, 64, 110, 185, 191,194, 197, 203, 206, 214, 511
Aroma, 316
Aromatizantes, 267, 304
Ascorbil palmitato, 232, 249
Aspartame, 328, 330
Aspecto e integridade da embalagem, 495
Aspectos subjetivos, 310
Assistência farmacèutica, 499
Associação de ativos, 281, 480
Atenção farmacêutica primária, 501
Atenção farmacêutica secundária, 501
Atenção farmacêutica terciária, 501
Atenção farmacêutica, 207, 386, 499
Atendimento a não-conformidades, 757
Atividade biológica, 441
Atividade farmacológica, 458, 465
Atividade fisiológica, 465
Atividade terapêutica, 488
Ativo, 209, 210
Ativos sólidos, 299
Ativos terapêuticos, 338
Ativos, 184, 209, 344
Auto-inspeções, 757
Automedicação, 508
Autoridade sanitária, 521, 522, 525
Autorização especial, 7
Autoxidação, 460. 482
Avaliação microbiológica, 100
Avicel®, 217
Azul do Nilo, 55

B
Bacillus anthracis, 217
Baguetas, 106
Baixa alergenicidade, 395
Baixa solubilidade, 451
Baixa toxicidade, 395
Balança Analítica de Precisão, 23
Balança com dessecador infravermelho, 39
Balança com Dessecador, 23
Balança de precisão, 496
Balança eletrônica, 88
Balança, 88
Balanças Analíticas, 31
Balanço hidrófito-lipófilo, 435
Balanços trimestral e anual de substâncias psicoativas, 524
Balões volumétricos, 107
Balões, 107
Banana creme anidro, 322
Banho de ultra-som, 276
Banho-Maria, 23
Barbituratos, 317
Barreira cutânea, 394
Barreiras legais, 519
Barreiras para prestação da atenção farmacêutica, 519
Barreiras profissionais e administrativas, 519
Basede açúcar, 176
Base de amendoim, 190
Base de sorbitol, 178, 181
Base para pastilhas macias de amendoim, 190
Base para pastilhas mastigáveis, 195
Base para pomada, 243
Base para supositórios, 243
Base para tabletes moldados, 211, 212
Base perolada, 337
Base, 448
Bases alcaloídicas, 276
Bases galênicas, 8
Bases livres, 310
Bases nitrogenadas, 276
Bases, 46
Bastões, 106
Béquer, 30, 103,213
BHT (butil hidroxi tolueno) 100 mg, 297
Bicarbonato de sódio, 220
Bico de Bunsen, 23
Biocompatibilidade, 395
Biodisponibilidade de fármacos, 222
Biodisponibilidade, 111,137, 167, 171, 215, 229
Bioequivalência, 146
Biofarmacotécnica, 441
Bioflavonóides, 469
Biotina, 471
Bissulfito de sódio (NaHS03), 231, 249
Boas práticas de manipulação farmacêutica, 17, 64
Boas práticas de manipulação, 5, 164
Bochechos e gargarejos, 516
Bovinos, 317
BP - British Pharmacopoeia, 23
BPME, 9, 64
Bromazepam, 55
Brometo de potássio, 310
Brookfield®, 37
Buretas, 108
Butilhidroxianisol (BHA), 232, 250

C
Cacau, 331
Cadinho, 4 1 , 107
Cães, 317
Café, 311
Cafeina, 310
Calculando o HLB requerido para um emulsificante em uma formulação de emulsão, 438
Cálculo da densidade, 412
Cálculo da quantidade da solução de revestimento a ser utüizada, 138
Cálculo de isotonia, 426
Cálculo do fator de equivalência, 423
Cálculo do grau de ionização para fármacos de caráter ácido, 449
Cálculo do grau de ionização para fármacos de caráter básico, 449
Cálculo do HLB, 435
Cálculo dos equivalentes-gramas, 46
Cálculo envolvendo produtos industrializados, 416
Cálculo matemático, 78
Calibração de gotas, 415
Calibração do pHmetro, 94
Calibração, 10, 30, 32, 89, 93
Calibrar o molde, 178, 184, 189, 191
Cálice, 105
Camada córnea, 393
Camada delgada, 42
Capacidade da cápsula, 132
Capacidade volumétrica, 412
Capela de exaustão, 22
Cápsula de gelatina, 151
Cápsula gelatinosa dura, 132
Cápsula mole, 134
Cápsula, 107, 130
Cápsulas amitáceas, 171
Cápsulas de amiodarona, 84
Cápsulas de carbamazepina, 84
Cápsulasde liberação lenta, 143, 148, 149, 152
Cápsulas de liberação modificada, 132, 135, 147
Cápsulas dobradas, 159
Cápsulas duras, 132, 133, 135, 155
Cápsulas gastroresistentes, 132, 135
Cápsulas gelatinosas duras, 171
Cápsulas gelatinosas, 137
Cápsulas moles, 132, 134
Cápsulas vegetais, 171
Cápsulas, 129, 215, 216, 229, 421, 510
Captopril, 51
Caracterfstica de uma boa suspensão, 285
Caracteristicas ácido-base, 268
Caracteristicas das matérias-primas, 26
Características de compressão, 452
Caracteristicas de preparações óticas, 360
Caracteristicas de uma boa emulsão, 299
Caracteristicas farmacotécnicas de uma preparação nasal, 362
Caracteristicas físico-químicas das drogas, 491
Características físico-quimicas das vitaminas, 469
Caracteristicas fisico-quimicas, 268
Características necessárias a uma preparação oftálmica, 365
Caracteristicas Organolépticas, 27
Características químicas e físicas, 480
Caracterização Organoléptica, 27
Caráter ácido, 449
Caráter anfifílico, 277
Carbamatos, 484
Carbamazepina, 62, 66
Carbonato de magnésio, 222
Carbono de cálcio, 219
Carbopol 2020, 353
Carbopol 934, 353
Carbopol 940, 353
Carbopol ULTREZ®, 353
Carboximetilcelulose sódica, 352
Carreadores, 453
Carvão ativado, 98
Catalisadores, 482
Catálise ácida ou básica, 450
Categorias, 222
Catiônicos, 336, 394
Cátions, 310
Cautim, 217
Célula receptora do paladar, 315
Células basais da epiderme, 393
Células viva da pele, 393
Celulose microcristalina, 217
Centrífuga, 23
Ceratos, 358
Certificado de análise das Matérias primas, 21
Chlorexidine, 322
Chocolate anidro, 322
Chocolate base, 189
Chocolate, 311
Ciclamato sódio, 330
Cictamatos, 310
Ciéncia farmacêutica, 239
Cinnamonum cássia, 318
Cítrico, 311
Citrocarbonato, 127
Citrus limon (linné) Burmann filius, 320
Citrus sinensis (linné) osbeck, 320
Classes de drogas susceptíveis à hidrólise, 483
Classes de drogas susceptíveis à oxidação, 460, 483
Classes de fármacos susceptíveis à hidrólise, 463
Classificação dos pós, 40
Classificação Farmacopéica da Solubilidade, 29
Classificação, 349
Cloreto de amôneo, 310
Cloreto desódio, 310
Cloridrato de amitriptilina,77
Cloridrato de anfepramona, 55
Cloridrato de difenidramina, 310
Cloridrato de femproporex, 55
Cloridrato de prometazina, 310
Cloridrato de ranitidina, 52
Clorofórmio, 29
CMC, 218
Coadjuvantes farmacotécnicos incompatíveis, 466
Coadjuvantes técnicos, 240
Coalescência, 300
Coco betaina, 337
Coco amido propilbetaína, 337
Codeina, 310
Coeficiente de extinção molar, 58
Coeficiente de partição, 390, 446
Coeficiente de variação, 70, 72, 73, 77
Coeficiente de viscosidade, 37
Coffee anidro, 323
Colírios, 513
Coluna termométrica, 33
Combinações de aminoácidos, 311
Combustão, 41
Compatibilidade entre ativos, 480
Compatibilidade, 481
Compatibilidades fisicas, 239
Compatibilidades químicas, 239
Complexação, 464, 468
Componentes básicos de um xampu, 336
Componentes de emulsões, 340
Componentes de um espectrofotômetro, 60
Comportamento de fusão, 43
Composição aromática, 338
Composição básica de uma emulsão, 300
Compostos alifáticos polihalogenados, 310
Compostos anfifílicos, 396
Compostos fenólicos, 460
Compostos inorgãnicos, 310, 459, 482
Compostos minerais, 425
Compostos polihidroxilados, 310
Compostos polinsaturados, 483
Compostos secundários, 458
Compostos tiolifáticos, 310
Comprimidos sublinguais, 511
Comprimidos, 215, 216, 229, 511
Comprimidos/cápsulas, 478
Conceito atenção farmacêutica, 499
Conceito de pH, 51
Conceitos de quimica analitica, 20
Concentração de polimero, 151
Concentração de uma solução, 411
Concentração do polimero, 150
Concentrações em formulações farmacêuticas, 409
Concentrações molares, 44, 45
Concentrações terapêuticas, 74
Concentrações usuais, 289
Concentrações tradicionais de uso, 259
Condensação do tipo Maillard, 466
Condicionantes, 338
Condições de armazenamento, 480
Condições de conservação, 21
Condições Especiais de Conservação, 24
Conduta de Manipuladores, 579
Conferência, 156, 164
Conformidade, 24
Conservação do medicamento, 508
Conservação Especial, 24
Conservação, 185, 191, 197, 203, 206, 264, 312, 469
Conservantes antifúngicos, 241
Conservantes antimicrobianos, 241
Conservantes para produtos de uso externo, 256
Conservantes, 131, 208, 222, 228, 255, 301, 338, 341, 366
Considerações importantes relacionadas com o pKa e a absorção de fármacos, 448
Considerações técnicas sobre aditivação de xaropes, 281
Consistência de suspensões, 264
Constantes de ionização, 448
Constituição física e química da substância farmacêutica, 441
Construção, Adaptaçâo e Manutenção das Instalações Físicas, 533
Contaminação Cruzada, 26
Contaminação, 99
Controle ambiental nos laboratórios e almoxarifados, 612
Controle da absorção, 393
Controle da Qualidade em processo e em Produtos acabados, 669
Controle da Qualidade, 8, 20, 30, 100, 191, 198, 203, 206, 385, 495
Controle da temperatura de armazenamento, 461
Controle de processo, 165, 166
Controle de qualidade microbiológica mediante serviço terceirizado, 665
Controle de qualidade, 103
Controle do pH da formulação, 461
Copolímero do ácido metacrílico/metacrilato de metila, 221
Cor das cápsulas, 510
Cor, 27, 28, 29, 312
Corantes alimenticios, 242
Corantes certificados, 131
Corantes e pigmentos de uso externo, 258
Corantes naturais, 257
Corantes para preparações de uso interno, 257
Corantes, 28, 208, 242, 288, 301, 309
Correção de sabores, 322
Correção do sabor amargo, 314
Correção do teor do principio ativo, 422
Corrente sangüínea, 393
Corretivo de pH, 338
Corretivos de sabores, 318
Corretores de pH, 288
Cosmético, 8
Cremagem, 300
Cremalheira, 39
Creme de menthe anidro, 323
Creme ou pomada de uso retal, 518
Creme, pomada e gel vaginal, 516
Cremes, 340, 341, 421
Cristais potimórficos, 446, 452
Cristal violeta, 54
Cristalização, 489
Critérios Analíticos, 26
Cromatografia em camada delgada, 65
Cromatografia liquida de alta eficiência, 65
Cromatoplacas, 23
Croscarmelose sódica, 217
Crospovidona, 217
Cross-linked de carboximetilcelulose sódica, 217
CTFA Standarts Methods - Cosmetic, toiletry and Fragance Association, 23
Cuba Cromatográfica, 23

D
Dados cientificos, 487
Dados laboratoriais, 504
Data da Validade, 25
Data de fabricação, 21, 25
Data do Recebimento, 25
DCB, 8
DCI, 8
Decil poliglicosídeo, 337
Decimal, 408
Decomposiçâo de fármacos, 463
Decomposição, 43
Deflazacort, 86
Degradação da droga, 450
Degradaçâo das moléculas dos fármacos, 482
Degradação das vitaminas, 469
Degradação de fármacos, 483
Degradação fotolítica, 462, 485
Degradação, 43, 285, 466, 488
Dehidratação por desolvação, 484
Dehidratação por remoção, 484
Dehidratação, 484
Dehidrogenação, 459
Deionizador, 92
Deliqüescência, 170
Densidade aparente, 158, 412
Densidade Final, 31
Densidade ótica, 58
Densidade relativa, 32
Densidade, 31, 209, 247 , 286, 412, 452, 485
Densímetro, 23
Densímetros de vidro, 31
Densimetros, 32
Densitrometria, 32
Departamentos envolvidos, 529, 534, 541, 548, 553, 559, 565, 580, 585, 588, 598, 613, 619,
631, 637, 643, 646, 657, 670, 677, 684, 688, 694, 711,
723, 728, 732, 742, 764
Descoloração do produto, 338
Descongestionantes e expectorantes, 317
Descrição do procedimento de preparo de suspensões, 293
Desincorporante de ar, 241
Desintegraçào de comprimidos não revestidos e cápsulas, 81
Desintegração de drágeas e comprimidos revestidos ou cápsulas
Desintegração, 111, 213, 218, 443
Desintegrante de comprimidos, 245
Desintegrante, 217, 221, 222
Deslizantes, 233
Dessecador, 23
Dessecante, 218
Dessecantes, 488
Dessensibilizante, 321
Dessensibilizantes do paladar, 315
Destilador, 91
Desvio da qualidade, 9
Desvio padrão relativo,72
Desvio padrão, 70, 71,72,77
Detergente, 336
Deterioração de drogas, 482
Deterioração, 39
Determinação da densidade aparente, 31
Determinação da densidade de pós, 31
Determinação da densidade específica, 32
Determinação da densidade relativa, 32
Determinação da densidade, 31
Determinação da umidade na matéria prima, 39
Determinação das cinzas totais, 41
Determinação de resíduos pela incineração, 41
Determinação do indice de refração, 38
Determinação do pH, 30
Devolução de matérias-primas ou materiais de embalagem, 642
Dexametasona, 61
Diazepam, 55
Diclofenaco sódico, 56
Dietanolamida de ácidos graxos de coco, 337
Dietilestibestrol, 223
Dietilpropiona, 223
Difenilamina, 50
Dificuldade de dissolução em meio aquoso, 446
Dificuldade na deglutição de cápsulas, 509
Difosfato de cloroquina, 83
Digoxina, 66, 85, 72
Dilucap, 223
Diluente para T3, 227
Diluente para T4, 227
Diluente, 215, 216, 217, 220, 221, 222
Diluentes de cápsulas, 245
Diluentes de comprimidos, 245
Diluentes, 131, 208, 215, 222
Diluição da anfepramona HCl, 237
Diluição de concentração, 411
Diiuição de corantes, 258
Diluição de substancia na forma oleosa, 237
Diluição de tensioativos, 336
Diluição geométrica (1:10 ou 10%), 236
Diluição geométrica (1:100), 235
Diiuição geométrica (1:1000), 236
Diluição geométrica (1:500), 236
Diluição geométrica, 235
Diluição, 8, 155
Dituições especiais, 237
Diluições pela farmácia magistral, 422
Diluições pelo fabricante, 422
Diluições realizadas na farmácia, 425
Diluições, 233, 422
Dimetilsulfóxido, 266
Dioctil sulfosuccinato de sódio, 219
Dispensação, 4
Dispersão estável, 301
Disponibilidade, 394
Dissolução da droga, 444, 453
Dissolução do fármaco, 149, 219, 222, 443
Dissotuçào, 111,229, 264,444
Distribuição, 441
Diversidade de formutações, 480
Divisão das áreas internas, 540
DMSO, 266
Doador de viscosidade, 263
Documentaçáo sanitária, 521
Documentação, 503, 757
Documentos de referência, 529, 534, 541, 549, 553, 559, 565, 580, 585, 588, 598, 614, 619,
631, 637, 643, 646, 657, 670, 677, 684, 688, 694, 711, 723, 728, 732, 742, 764
Docusato sódico, 219
Dosagem, 233
Dosagens de drogas, 406
Dosagens do fármaco, 394
Doseamento de fármacos, 60
Doseamento na região do visível, 62
Doseamento na região uttravioteta, 61
Droga nâo ionizada, 268
Droga, 5, 268, 285
Drogas de ação local na cavidade oral, 174
Drogas de ação sistêmica, 174
Drogas de caráter ácido fraco, 269
Drogas de caráter base fraco, 269
Drogas de paladar ácido, 312
Drogas hidrofóbicas, 451
Drogas instáveis, 285
Drogas pouco solúveis, 451
Drogas sensíveis à umidade, 216
Drogas sólidas, 111
Drogas, 217, 239
Dureza, 179, 185, 191, 198, 203, 206, 452, 485, 80

E
EDTA-dissódico, 251
Edulcorante, 267
Edulcorantes não-calóricos, 329
Edulcorantes para formulações orais liquidas, 331
Edulcorantes, 131, 205, 208, 288, 304, 309, 311, 312, 328, 329
Edulcorar, 309
Efeito de pH sobre a ionização de eletrólitos, 450
Efeito do lubrificante na absorção de um fármaco, 442
Efeito farmacotógico, 215
Efeito perolado, 338
Efeito terapèutico, 222, 481
Efeitos de diluição da saliva, 316
Efeitos deletérios, 489
Efeitos locais na mucosa oral, 312
Efervescência, 126
Efetividade do fármaco, 391
Efetividade, 311
Efetivos, 228
EHL, 341
Edulcorantes, 328
Eletrólitos, 317
Elixires, 267, 282
Embalagem, 21, 166, 179, 185, 191 194, 197, 202, 385
Embalagem, conservação e transporte de Preparações magistrais, 676
Embalagens, 25, 26, 497
Embalagens fotoresistentes, 488
Emissão de ordem de manipulação de Preparação magistral semi-acabada, bases galênicas,
preparações oficinais, produtos de higiene e cosméticos, 687
Emissão de Pops, 528
Emulsão a/o, 304
Emulsão com óleo de fígado de bacalhau, 307
Emulsão com vitamina D, 307
Emulsão de óleo mineral, 308
Emulsão do tipo o/a, 301
Emulsão o/a, 304
Emulsão oral, 304
Emulsão para uso externo, 303
Emulsão purgativa com óleo de rícino (o/a), 307
Emulsão, 302
Emulsificante o / a , 303
Emulsificante, 264, 301, 435
Emulsões a/o para uso interno e externo, 303
Emulsões do tipo o/a, 299
Emulsões do tipo óleo/água, 304
Emulsões o/a para uso externo, 303
Emulsões o/a para uso interno e externo, 303
Emulsões o/a, 302
Emulsões orais edulcoradas, 304
Emulsões orais, 299
Emulsões, 340
Enalapril, 64
Enantiotrópica, 486
Encapsulação com placas, 163
Encapsulação, 63, 155, 163, 164, 166
Encapsulador, 78, 165
Enchimento de cápsulas, 79
Enchimento volumétrico de cápsulas, 31
Energia radiante, 58
Entorpecente, 5
Entorpecentes, 523
Envelhecimento, 316
Envelopes com ascorbato de cálcio efervescentes, 127
Epimerização, 482, 485
Equação de Henderson-Hasselbach, 269, 448
Equação de Noyes-Whitney, 444
Eqüinos, 317
Equipamentos, 29, 480, 494, 748
Equivalente em cloreto de sódio, 426
Equivalente-grama, 45
Equivalentes de cloreto de sódio. 429
Erro farmacêutico, 63
Escolha do agente emulsificante, 302
Escrituração de livros receitas e notificações, 521
Espátuta de plástico, 235
Espatulação, 113, 116
Espátulas, 104
Especialidade farmacêutica, 4, 7
Espécies ionizadas, 449
Espécies não ionizadas, 449
Especificações de qualidade para cápsulas gelatinosas duras, 133
Especificações, 9, 21
Espectroscopia no Infravermelho, 29
Espectrofotometria, 56, 57, 58, 60
Espectrofotometrias no ultravioleta ou infravermelho, 65
Espectrofotômetro, 23
Espectrometria no ultra-violeta, 84
Espectroscopia de absorção molécula, 56
Espessantes derivados de celulose, 345
Espessantes, 336
Esquema de cápsula, 132
Esquema gráfico de uma mistura eutética, 117
Essência, 338
Essências e Aromas, 28
Essèncias ou corantes, 341
Essências, 259
Estabilidade da emulsão, 439
Estabilidade do fármaco, 222
Estabilidade fisica, 481
Estabilidade físico-química, 268
Estabilidade microbiológica, 481
Estabilidade pH dependente, 450
Estabilidade química, 466, 481
Estabilidade terapêutica, 481
Estabilidade toxicológica, 481
Estabilidade, 137, 180, 186, 198, 203, 206, 228, 285, 297, 304, 386, 446, 450, 468, 481, 488,
490, 491
Estabilizantes, 284
Estado de ionização da molécula, 447
Estatinas, 483
Estearato de Magnésio, 218
Ésteres cíclicos ou lactonas, 483
Esteres fosfato, 484
Ésteres sutfato, 484
Ésteres, 483
Esterilidade, 365
Esterilização por calor seco, 374
Esterilização por calor úmido, 374
Esterilização por ultra filtração, 375
Esterilização, 374
Esteviosideo, 330
Estratégias para correção, 456
Estratégias para manipulação de drogas sujeitas à hidrótise, 464
Estratégias possíveis para proteção frente a oxidação, 461
Estrutura da pele, 387
Estufa, 23
Etanol, 315
Éter sutfúrico, 265
Éter, 29
Etiladríanol, 56
Etiqueta de Aprovacão, 24
Etiquetas de Identificação, 24
Etiquetas, 24
Eucalyptus globulus, 319
Eugenia caryophyllus, 318
Evidenciação do sabor, 314
Exame microscópico, 42
Excipiente adequado, 110
Excipiente de fármacos, 229
Excipiente dietilestibestrol, 226
Excipiente especial para diclofenaco de potássio, 224
Excipiente especial para diclofenaco de sódio, 224
Excipiente para alprazolam, 224
Excipiente para amlodipina besilato, 225
Excipiente para cápsula, 228
Excipiente para clorazepato de potássio, 226
Excipiente para Cloridrato de fluoxetina, 227
Excipiente para compressão direta de comprimidos, 245
Excipiente para enalapril, 225
Excipiente para estrógenos conjugados, 226
Excipiente para finasterida, 224
Excipiente para genfibrozila, 226
Excipiente para inibidores da ECA, exceto enalapril, 225
Excipiente para L-carnitina, 228
Excipiente para levofloxacina, 227
Excipiente para lovastatina, 226
Excipiente para meloxicam, 224
Excipiente para metildopa, 225
Excipiente para oxandrolona, 227
Excipiente para pentoxifilina, 224
Excipiente para pravastatina, 226
Excipiente para risperidona, 227
Excipiente para sais alcalóidicos, 226
Excipiente para sais de potássio, 226
Excipiente para sertralina, 224
Excipiente para sinvastatina, 226
Excipiente para suspensão extemporânea de antibióticos, 292
Excipiente para T3, 227
Excipiente para T4, 227
Excipiente para tibolona, 228
Excipiente venlafaxina, 225
Excipientes, 8, 53, 111, 215, 216, 217, 218, 219, 222, 228, 240, 265, 352, 441, 442, 444, 453,
455, 480
Excipientes especiais, 223
Excipientes para pomadas oftálmicas, 370
Excipientes para pomadas, 344
Excipientes que influenciam na absorção do fármaco, 222
Excipientes que influenciam na estabilidade, 222
Excipientes utilizados para manipulação de supositórios, 376
Exemplos de formulações de elixir, 283
Exemplos de formulações, 307, 350, 382
Exemplos de incompatibilidades química entre fármacos e excipiente ou coadjuvantes, 466
Expressão de concentrações em porcentagem, 409
Extrato fluido de alcaçuz, Glycyrrhiza glabra, 319
F
Facilidade posológica, 14
Facilitador da penetração cutânea, 391, 394, 396
Facilmente Solúvel, 29
Faixa de HLB versus atividade dos surfactantes, 436
Faixa de pH, 268
Farmacêutico magistral, 13
Farmacèutico, 78, 100, 110, 112, 113, 215
Farmácia de manipulação, 78, 110
Farmácia magistral, 2, 5, 15, 17, 20, 149
Farmácia, 3, 27, 30, 215
Farmácias magistrais, 280
Fármaco analisado, 61
Fármaco sólido, 287
Fármaco solubilizado, 313
Fármaco, 8, 57, 63, 65, 73, 136, 141, 143, 144, 147, 148, 150, 205, 207, 208, 209, 222 229,
235, 268, 313
Farmacopéia Brasileira IV, 80
Farmacopéia Brasileira, 23, 42
Farmacopéia Européia, 24
Farmacopéias, 239
Fármacos de baixa dosagem, 64
Fármacos de sabor desagradável, 285
Fármacos hidrolisáveis, 193
Fármacos hidrossolúveis, 279
Fármacos insolúveis em água, 282
Fármacos instáveis, 136
Fármacos reconhecidamente oxidáveis, 475
Fármacos, 38, 135, 142, 148, 219, 233, 268, 275, 284
Farmacotécnica, 239, 260, 286
Farmacoterapêutica, 500
Farmacoterapia, 499
Fase aquosa, 300, 340, 348, 396
Fase externa da emulsão, 304
Fase externa, 305, 306, 340
Fase interna, 305, 306, 340, 439
Fase oleosa, 300, 340, 396
Fator de correção ou fator de equivalência, 423
Fator de correção, 54, 425
Fator de dissociação (i), 427
Fator de equivalência, 422
Fator de instabilidade, 486
Fatores farmacêuticos envolvidos na biodisponibilidade de fármacos na forma sólida, 443
Fatores que afetam a absorção dos fármacos, 391
Fatores que afetam a biodisponibilidade dos fármacos, 442
Fatores que afetam a estabilidade de preparações farmacêuticas, 488
Fatores que afetam a hidratação dos polimeros, 150
Fatores que afetam a velocidade de hidrólise, 463
Fatores que afetam a velocidade de oxidação, 460
Fatores relacionados à forma farmacêutica, 392
Fatores relacionados ao fármaco, 391
Fatores relacionados ao paciente, 392
Fenitoina, 83
Fenolftaleina, 48, 49
Fenotiazínicos, 483
Ferroina, 49
Ficha de pesagem, 156
Ficha de produção, 164, 166
Ficha do paciente, 503
Filme gastroresistente, 135, 137, 221
Filtro purificador de água, 98
Filtros solares, 338
Fisiologia do sistema digestivo, 148
Fitoterápicos com ativos padronizados, 425
Fitoterápicos, 338
Flavorização, 311
Flavorizadas, 182, 193, 312
Flavorizando uma emulsão oral, 304
Flavorizante certificados, 131
Flavorizante, 297, 311, 312, 313, 321
Flavorizantes (acidulantes), 313
Flavorizantes (aromas), 309
Flavorizantes ácidos, 312
Flavorizantes citricos, 312
Flavorizantes de frutas, 312
Flavorizantes doces, 312
Flavorizantes especiais, 318, 322
Flavorizantes salgados, 312
Flavorizantes, 190, 205, 208, 242, 288, 301, 309, 316,
Flavorizar, 309
Floculação, 288
Flora intestinal, 393
Fluido gástrico simulado, 142
Fluido intestinal simulado, 142
Fluidos gastrointestinais, 229
Fluorescência, 462
Fluxo de radiação, 58
Fluxo laminar horizontal, 99
Fluxo laminar, 99, 100
Fluxograma Operacional, 564
Foliculos pilosos, 388
Fonte de energia, 60
Forma amorfas, 452
Forma cristalina, 485
Forma farmacêutica e prazo de validade, 492
Forma farmacêutica palatável, 311
Forma farmacêutica, 14, 8 1 , 201, 442, 448, 450, 486
Forma farmacêuticas em cápsulas, 412
Forma ionizada, 448
Forma não ionizada, 448
Forma polimórfica, 486
Formação de compostos muito pouco solúveis, 458
Formador de fitme gastroresistente, 221
Formadores de filme, 222
Formas cristalinas ou polimorfos, 452
Formas cristalinas, 446
Formas de liberação modificada, 146
Formas farmacêuticas de uso oral, 282
Formas farmacêuticas e embalagens sugeridas, 478
Formas farmacêuticas liquidas, 239, 268
Formas farmacêuticas orais, 309
Formas farmacêuticas pastosas, 239
Formas farmacèuticas sólidas, 111, 215, 222, 229, 239, 285
Formas farmacêuticas, 8 1 , 186, 191, 193, 207, 260, 279, 387
Fórmula base com sorbitol para pastilhas duras, 177
Fórmula base com sorbitol para pirulitos, 177
Fórmula base edulcorada e flavorizada, 183
Fórmula base para pirulitos de gelatina, 195
Fórmula base para rectal rocket com ácidos graxos e parafina, 380
Fórmula bases com açúcar para pastilhas duras e pirulitos, 175
Formula homogeneizada, 165
Formulação básica para preparações orais oleosas, 297
Formulação de liberação prolongada, 147
Formulação transdérmica antiinflamatória, 399
Formulação vitamínica estável, 469
Formulação, 260
Formulações antiácidas liquidas, 312
Formulações contendo água, 490
Formulações cosméticas, 262
Formulações de ação prolongada, 223
Formulações específicas e personalizadas, 480
Formulações farmacêuticas sólidas, 229
Formulações farmacéuticas, 262, 263, 264
Formulações magistrais, 252
Formulações muito higroscópicas, 223
Formulações para pastilhas, 192
Formulações sólidas e liquidas não-aquosas, 490
Formulações tópicas, 262
Formulações transdérmicas, 387
Formulário medico farmacêutico, 239
Formulário para alteraçâo de POPs, 532
Formulas edulcoradas, 331
Formulas flavorizadas, 331
Fornecedores, 21
Fórmula base edulcorada, 184
Fosfato de cálcio dibásico, 221
Fosfoferecência, 462
Fotólise ou fotodegradação, 461, 482, 484
Fotomultiplicador, 60
Fração própria, 408
Fracionamento, 7, 21
Frações decimais, 408
Framboesa anidro, 324
Frasco âmbar, 235
Frasco erlenmeyer, 103
Freezer, 497
Frutais, 311
Frutas vermelhas, 311
Frutose, 330
Fsa, 11
Funçáo primária, 474
Funcionalidade de ativos de aplicação tópica, 393
Funções do farmacêutico, 500
Funil de decantação, 108
Funil de separação, 108
Funis, 105
Furões, 317
Furosemida, 49, 275
Fusão do fármaco, 42
Fusão, 42
G
Garantia da qualidade, 9, 756
Gastroresistentes, 135
Gaultheria procumbens, 320
Géis, 352
Gel antiemético para pacientes em quimioterapia, 403
Gel creme, 356
Gel de carbopol® 940 - 2%, 355
Gel de carboximetilcelulose sódica, 355
Gel de petrolato-polietileno plastibase (Unigel®), 346
Gel PLO, 396
Gel transdérmico analgésico e antiinflamatório para dor aguda, 399
Gel transdérmico antiinflamatório contendo Ibuprofeno, Piroxicam e Ciclobenzaprina, 400
Gel transdérmico com Amitripitilina, Cetoprofeno e Carbamazepina, 401
Gel transdérmico com Cetoprofeno e Carbamazepina, 401
Gel transdérmico com Cloridrato de Amitriptilina para uso veterinário, 404
Gel transdérmico com Cloridrato de Buspirona de uso veterinário para distúrbios de
comportamento em Gatos, 404
Gel transdérmico com Cloridrato de prometazina, 403
Gel transdérmico com Diclofenaco, Ciclobenzaprina e MSM, 400
Gel transdérmico com Escopolamina para náuseas de viajantes, 404
Gel transdérmico com Piroxicam, 399
Gel transdérmico para o tratamento da Psoríase ungueal, 402
Gel transdérmico para o tratamento de úlceras de perna, 402
Gel transdérmico para o tratamento do pé diabético, 403
Gel transdérmico para tratamento da neuropatia diabética, 401
Gelatina glicerinada, 173, 377
Glàndulas sudoríparas, 393
Glicerina, 262, 263
Glicerol, 29
Glicirrizina, 328
Glicirrizinato de amôneo, 319
Glicolato sódico de amido, 221
Glicose, 329
Glutamato monossódico, 321
Goma de mascar, 205
Goma mastigável com ácido lipóico, 198
Goma mastigável com Coenzima Q10, 198
Goma mastigável com etinil estradiol, 199
Goma mastigável com fluoreto de sódio, 199
Goma mastigável com lorazepan, 199
Goma mastigável com Nitrofurantoína, 198
Goma mastigável com xilitol, 199
Goma seca, 304
Goma úmida, 304
Goma-gel base, 194
Gomas de mascar, 206
Gomas, 173, 207, 304, 305
Gotasorais, 267, 284, 517
Granulado gastroresistente, 141
Granulometria, 40
Grânulos efervescentes, 126
Grânulos, 135
Grau de fotodegradação, 484
Grau de ionização, 268, 310, 441, 448
Grau de pureza, 42, 43
Grau de redução, 42
Gravidade especifica, 412
Guarda de documentação, 525
H
Handbook of Pharmaceutical Excipients, 24
Hidroclorotiazida, 61
Hidrofílicas, 303
Hidrofílico, 301
Hidrofóbica, 315
Hidrofóbicos, 229
Hidrólise, 461, 462, 477, 482, 483, 484
Hidroquinona, 51
Hidroresistente, 220
Hidróxido de sódio, 48
Hidroxietilcelulose (Natrosol ®, Cellosize®), 352
Higroscopia, 159
Higroscópicos, 180
Hipertônicos, 279
HLB (hydrophilic-lipophilic balance), 303, 436, 439
Homogeneidade, 9, 73, 267, 285
Homogeneização, 63, 79, 116, 161, 162, 260
Honey anidro, 323
HPMC - Hidroxipropilmetilcelulose, 151

I
Identidade do fármaco, 38
Identidade do sabor, 311
Identificação Fisico-Quimica, 29
Identificação, 2 1 , 24
Idiossincrasia, 502
Imidas, 310, 483
Iminas, 484
Imiscibilidade, 456
Incompatibilidade do excipiente, 446
Incompatibilidade medicamentosa, 455
Incompatibilidade, 465
Incompatibilidades e estabilidade de vitaminas em preparações magistrais, 469
Incompatibilidades e estabilidade de vitaminas, 470
Incompatibilidades físicas, 455, 456
Incompatibilidades físico-químicas, 455
Incompatibilidades medicamentosas, 239
Incompatibilidades quimicas entre fármacos e alguns excipientes, 466
Incompatibilidades químicas, 455, 458, 482
Incompatibilidades terapêuticas, 455
Incompatibilidades, 170, 462
Incorporação de ativos em pomadas, 347
Index Merck, 23
indice de refração, 38, 39
índice terapèutico, 74
Infraestrutura física, 745
Infra-vermelho, 56
Ingrediente ativo, 196
Ingrediente(s) ativo(s), 131
Ingredientes ativos, 267
Ingredientes da formulação, 110
Insipido, 316
Insolubilidade, 456
Insolúvel, 29, 456
Instabilidade, 30
Instalação e Operação de equipamentos Laboratoriais, 584
Instrumento ou sistema de medição, 10
Insumos, 10
Integridade e potência, 481
Intensidade da percepção do sabor, 329
Interação com excipientes, 446
Interação medicamentosa, 509
Interação quimica, 469
Interações entre sabores, 314
Interações químicas, 469
Interconversões, 413
Interface oleo-água, 304
Intervalo de fusão, 42
Intramuscular, 387
Intravascular, 387
Inversão de fase, 302
lodato de potássio, 51
lônica, 313
íonsH, 310
íons metálicos, 338
Irritantes químicos orais, 315
Isobatmia, 365
Isotonia, 365
Isotonicidade, 428
Isotonizante, 244

L
Laboratório de Controle da Qualidade, 22
Laboratórios de Produçâo, 22
Lactonas, 310
Lactose, 215
Lag time, 394
Lâmpada UV, 23
Lanolina, 344
Laranja, 258
Lauril éter sulfato de trietanolamina, 337
Lauril éter sultato de sódio/ lauril éter sulfoccinato de sódio, 337
Lauril sulfato de amônio, 337
Lauril sulfato de amônio/lauril éter sulfato de amônio, 337
Lauril sulfato de sódio, 219
Laxante, 219
Legislação, 17
Legislações sanitárias, 2
Lei de Lambert e Beer, 59, 57
Lei de Stoke, 286
Leitura do pH, 30
Lenta agregaçâo (coalescência), 300
Levigação, 113, 246, 276,451
Liberação controlada, 143, 144, 146, 149, 151
Liberacão convencional, 143
Liberação da água de hidratação, 457
Liberação da droga, 205
Liberação das drogas, 111
Liberação de dióxido de carbono, 465
Liberação do fármaco, 143, 150
Liberação lenta, 146, 207
Liberação modificada de fármacos, 145
Liberação modificada, 144, 153
Liberação prolongada, 8 1 , 143, 146, 149
Liberação retardada, 144
überação sustentada, 143
ücença de funcionamento, 7
Ligeiramente Solúvel, 29
Limpeza e Sanitização de Pisos, Paredes, Ambientes, Equipamentos e Utensílios, 618
Limpidez, 365
Linctus, 267, 283
Linimento de óleo calcáreo, 357
Linimentos, 357
Lipofilicas, 303
Lipofilico, 301
Lipossolúvel, 435
Lipossomas unílamelares, 396
Liquefação de ingrediente sólido, 456, 457
Líquido padrão, 39
Liquidos mais viscosos, 37
Líquidos que podem ser encapsulados em cápsulas duras, 165
Líquidos viscosos, 313
Literatura biomédica, 500
Livro de receituário geral, 6
Livro de registro especifico, 7
Livro receituário geral, 521, 523
Livros de Farmacognosia, 24
Livros de Química Analítica, 24
Livros de registro específico, 523
Livros, 525
Lixiviação, 477
Local fresco, 497
Loções cremosas, 340, 343
Looques, 304
Lote ou partida, 9
Lote, 25
Lovastatina, 85
Lubrificante, 217, 218, 244
Lubrificantes, 131, 223, 233
Luminosidade, 21
Luz, 488

M
Magnasweet®, 319
Maillard, 215
Malhas definidas, 40
Manipulação de Fármacos sob controle Especial - Portaria 344, 731
Manipulação de formas farmacêuticas liquidas, 267
Manipulação de formas farmacêuticas semi-sólidas, 267
Manipulação de pastas, 349
Manipulação de pós, 121
Manipulação de Preparações Oftálmicas, 741
Manipulação magistral de formulas de liberação controlada, 146
Manipulação magistral de supositórios e óvulos, 376
Manipulaçáo magistral, 70
Manipulação no Laboratório de Semi-sólidos e Liquidos, 710
Manipulação no Laboratório de Sólidos, 693
Manipulação, 3, 14, 12, 30, 120, 218
Manipulador, 78, 99, 137
Manipulados, 215
Manitol, 216, 310, 330
Manteiga de cacau, 376
Mão-de-obra especializada, 78
Mapas e balanços, 525
Maple, 311, 323
Máquina de encapsular, 164
Máquina de revestimento, 139
Máquina encapsuladeira, 164
Marshmallow, 324
Martindale, 23, 239
Máscara protetora com filtro, 137
Mascaramento da intensidade da percepção do sabor, 314
Mascaramento, 313, 326, 328
Mascarar alguns sabores primários, 316
Mascarar o amargo, 328
Massa molecular relativa, 47
Massa para supositórios e óvulos com PEG, 377
Massa total, 88
Massas atômicas, 44
Matéria Prima, 21, 63, 65
Materiais de embalagem, 474
Materiais plásticos e suas caracteristicas, 476
Material de embalagem, 455, 480, 487,
Material necessário, 529, 535, 542, 549, 553, 559, 566, 581, 586, 588, 598, 614, 620, 632,
637, 643, 646, 657, 670, 677, 684, 688, 695, 712, 723, 728, 733, 764
Matéria-prima, 5, 21, 25, 30, 235, 319
Matérias primas diluídas, 422
Matérias Primas, 24, 39, 40, 64, 78
Matrizcotoidal,151
Matriz hidrofílica, 149, 150, 151
Matrizes coloidais, 146
Mecanismo de ação do facilitador da penetração transcutánea, 394
Mecanismo de ação do fármaco, 392
Mecanismo de degradação quimica dos fármacos, 482
Medicamento manipulado, 12, 13, 17, 507
Medicamento manufaturado, 12, 13
Medicamento, 5, 74
Medicamentos e bebidas alcoólicas, 508
Medicamentos e o trânsito, 508
Medicamentos manipulados, 2
Medicamentos sujeitos a controle especial, 7
Medicamentos, 207, 239, 499, 505
Medição da densidade, 31
Mediçãodo pH, 96
Medição do volume aparente, 412
Medição volumétrica, 103
Medida da viscosidade, 37
Medida de atividade ou potência da substância, 420
Medidas caseiras de volume, 509
Medidas caseiras, 414
Meio alcalino, 448
Meio de cultura, 100
Meio entérico, 137
Meio não aquoso, 52
Meio neutro ou alcalino, 450
Melado, 311
Menos efetivos, 228
Mentha piperita, 319, 322, 323
Mentol, 321
Merck Index, 239
Metabissulfito de sódio (Na2S205), 231, 249
Metais catalizadores de reações de oxidação e redução, 469
Metat, 475
Metálico, 316
Metanol, 29
Metilcelulose, 352
Método continental, 305
Método da goma seca, 305
Método da goma úmida, 306
Método de limpeza das cápsulas, 169
Método de proporçào, 409
Método espectofométrico, 57
Método geral de preparo, 307
Método potenciométrico, 51
Método volumétrico de enchimento de cápsutas, 79
Método votumétrico, 158, 160
Metodologia analítica, 26, 57
Metodologia de flavorização, 311
Metodologias principais, 65
Métodos Anatíticos, 26
Métodos de preparo, 304
Métodos físico-químicos, 65
Microemutsão lipossomal fosfotipídica, 395
Microemutsão transdérmica, 395
Microrevestimento de fármacos, 325
Microscopia, 42
Microscópio, 23
Mitiequivatente, 419
Miligrama por cento, 409
Miscibilidade, 247
Mistura de surfactantes, 438
Mistura eutética, 117
Mistura hidroalcoólica, 33
Mistura, 63, 116
Misturas eutéticas, 116, 170, 228, 457
Misturas exptosivas, 118
Modificadores da liberacão, 222
Modificadores do pH, 222
Modificadores do sabor, 315
Molaridade, 44
Molde, 190, 196, 208
Mothabitidade do fármaco, 223
Molhagem, 229, 451
Molhantes, 222
Monitoramento das doenças associadas, 504
Monocromador, 60
Morbidade, 500
Mucosa oral, 201
Mufla, 23, 41
Muito pouco Sotúvel, 29
Muito Solúvel, 29

N
Naftolbenzeina, 54
Não conformidade, 69
Não lônicos, 336
Não-uniformidade, 456
Natureza da droga, 487
Natureza do ativo, 186 191, 203, 206
Natureza do sotvente, 53
Natureza fisico-química do fármaco e sua influência na absorção do mesmo, 446
Natureza lipofílica e hidrofílica, 396
Neutralidade, 476
Neutro, 252
Nifedipina, 50
Noções de farmácia gatênica, 239
Nome da transportadora, 25
Nome do Fornecedor, 25
Normalidade, 45, 46
Normas e Ensaios de Atividade, 26
Normas e Ensaios de Identidade, 26
Normas e Provas de Pureza, 26
Notas fiscais de substâncias com regime especial, 525
Notificação de receita, 6
Notificações de receitas, 525
Novata ®, 376
Número de íons, 427
Número de moies do soluto, 44
Número do lote, 10, 2 1 , 25
Número relativo, 409

O
Obtenção de Água Purificada, 596
Odor, 27, 28, 29, 179, 185, 191, 198, 203, 206, 312
Óleodeanis, 318
Óleo de eucalipto, 319
Óleo de limão, 320
Óleo de tangerina, 324
Óleo essencial de canela, 318
Óleo essencial de cravo, 318
Óleo essencial de laranja, 320
Óleo essencial de menta, 319
Óleo fixo flavorizado, 297
Óteo fixo, 297
Óleo mineral, 29, 265
Óleo vegetal hidrogenado, 220
Óleo Vegetat, 29
Óleos dissolvidos, 457
Óleos vegetais, 266
Olfato, 310
Opacificante, 131, 338
Operações com frações, 408
Ordem de manipulação, 4, 10, 156, 525
Ordenação, 21
Orientação médica, 507
Orientações e esclarecimento para formas farmacêuticas manipuladas, 510
Orientações gerais, 507
Otimizador de penetração cutânea, 266
Óvulos, 512
Oxidação, 230, 460, 461, 466, 482, 484, 488
Óxido de magnésio, 222
Oxirredução, 49, 95

P
Padrão primário Ideal, 47
Padrão primário, 48
Padrão secundário, 48
Padrão, 420
Padrões de referència, 57
Padrões primários, 47
Padrões secundários, 47
País de Procedência, 21
Paladar desagradável, 326
Palatabilidade, 312
Papel manteiga, 235
Papilas gustativas, 313, 328
Parâmetros da qualidade, 9
Parede celular, 390
Parâmetros físico-quimicos que influenciam na biodisponibilidade dos fármacos, 441
Passagem hepática, 393
Pasta d á g u a , 350
Pasta de aluminio, 351
Pasta de amendoim, 325
Pasta de Lassar, 350
Pasta de Unna, 350
Pastas preparadas com excipientes gordurosos, 349
Pastas preparadas com excipientes hidrófilos, 349
Pastas, 349
Pastilha com testosterona, 187
Pastilhas, 173, 184
Pastilhas analgésicas, 187
Pastilhas com anfotericina B, 187
Pastilhas com triancinolona, 192
Pastilhas com xilitol, 187
Pastilhas de chocolate com progesterona, 192
Pastilhas de sorbitol com fluoreto de sódio, 181
Pastilhas duras, 173, 175
Pastilhas, gomas, soluções e suspensões congeladas , 172
Pastilhas macias de amendoim, 190
Pastilhas macias de chocolate, 189
Pastilhas macias, 189
Pastilhas mastigáveis, 173, 193
Pastilhas para estomatites, 186
Pastilhas para xerostomia, 187
Pastilhas soft, 173
Pastilhas, 172, 173, 180, 182, 184, 190, 191, 207
Peanut butter anidro, 325
PEG 400, 277
PEG 400, 280
PEG, 345
Peneiração, 116
Penetração cutânea, 394
Pentoxifilina, 223
Pequenas gotículas, 299
Percepçâo do paladar agradável, 311
Percepção do sabor amargo, 314
Percepção do sabor amargo, 315
Percepção do sabor, 315, 316, 328
Percepção dos paladares primários, 310
Percepção regional dos paladares primários na língua humana, 309
Perda da atividade farmacológica, 485
Perda de elétrons, 459
Perfil de biodisponibilidade, 143
Perfil de pH, 446, 450
Permeabilidade ao C02, 476
Permeabüidade ao vapor d'água, 476
Personalização da terapêutica, 14, 15
Pesagem, 63, 78, 155
Peso médio, 70, 7 1 , 77, 185, 191, 197, 209
Peso molecular de algumas substâncias, 427
Peso padrão, 89
Peso, 31, 158, 179, 185, 191, 198, 203, 213
Pesos equivalentes, 45
Pesquisa de matéria orgânica estranha, 42
pH ácido, 303
pH alcalino, 303
pH de estabilidade, 446
pH de maior estabilidade, 469
pH do estômago, 446
pH do meio, 269, 447, 448
pH do veículo, 446
pH em várias regiões do corpo humano, 252
pH gástrico, 449
pH ideal, 338
pH neutro ou alcalino, 460
pH no aparelho digestivo, 136
pH, 95, 96, 110, 135, 220, 221, 230, 251, 253, 275, 276, 303, 313, 450, 488
pHmetro, 23, 30, 93
Picnômetro, 31, 32
Picolé com nistatina e cloridrato de tetracaina, 204
Picolé com nistatina, 204
Picolés, 172, 174
Pigmentos, 259
Pimpinella anisum linné, 318
Pipeta, 26
Pipetas graduadas, 106
Pipetas volumétricas, 106
Pipetas, 106
Pirulito de gelatina com clotrimazol, 200
Pirulito de gelatina com nistatina e lidocaina, 199
Pirulito, 184, 196
Pirulitos anestésicos com cloridrato de tetracaína, 181
Pirulitos com clotrimazol, 188
Pirulitos com eletrólitos, 188
Pirulitoscom L-Giutamina, 188
Pirulitos de gelatina, 193
Pirulitos macios, 182, 184
Pirulitos para cessação do hábito de fumar com nicotina, 181
Pirulitos, 172, 173, 174, 175, 180, 181, 185, 207
Pistilo, 235
pKa da droga, 269, 448
pKa do composto, 447
pKa, 268, 446, 447, 448, 449
Placa encapsuladora, 97
Placas de Petri, 100
Placas encapsuladeiras, 163
Plano terapèutico do seguimento farmacêutico, 503
Plantas com alcalóides, 223
Plasmólise, 279
Plásticos, 475
Plastificante, 221
Plastificantes compativeis, 22
Plastificantes, 222
PM, 426
Pó analgésico efervescente, 128
Pó antiácido, 123
Pó de uso oral, 122
Pó dividido com escopolamina, 125
Pó dividido, 478
Pó fino, 40
Pó grosso, 40
Pó laxativo, 123
Pó moderadamente grosso, 40
Poder adoçante, 329
Potietilenoglicóis, 264, 345, 377, 400
Poliformos, 485
Polimerização, 485
Polímero, 149, 150, 151
Polímeros de carboxivinil e derivados (Carbopois®, Carbômeros), 353
Polimeros, 326
Polimorfismo, 446, 452, 486
Polisorbatos, 220
Polissacarídeos semi-sintéticos, 302
Polissacarídeos, 302
Pomada base, 344
Pomada de lanovaselina, 345
Pomada oftálmica, 514
Pomada ou gel oftálmico, 478
Pomada PEG, 346
Pomadas oftálmicas, 370
Pomadas, 344
Pomadas, cremes e géis, 513
Pomadas/cremes, 478
Pontenciometria, 52
Ponto de equivalência, 51, 52
Ponto de fusão alto, 23, 42, 43, 167, 179, 185, 191, 457, 485
Porcelana refratária, 104
Porcelanas, 102
Porcentagem na matéria prima sólida, 39
Porcentagem peso por peso, 409
Porcentagem peso por volume, 409
Porcentagem volume por volume, 409
Porcentagem, 409
Portaria 344/98, 5, 523
Portaria 36 do ministério da saúde, 260
Portaria 3916/98, 499
Pósagranel, 122, 123
Pós absorventes, 117
Pós compostos, 113
Pós deliqüescentes, 118
Pós divididos, 113, 124, 125
Pós eflorescentes, 120
Pós higroscópicos, 118
Pós para rehidratação oral, 123
Pós simples, 113
Pós tópicos, 112
Pós, 112,478
Pós-finíssimo, 40
Pós-semifinos, 40
Possibilidade de solubilização, 297
Potência terapêutica, 489
Potenciometria, 55
Pouco Solúvel, 29
Povidona, 217
Prazo de Validade, 490, 491, 722, 756
Precipitação da droga, 489
Precipitação de ácidos e bases fracas, 458
Precipitação devido ã adição do mesmo íon, 458
Precipitação devido à formação de sais, 459
Precipitação, 456
Precisão de composição, 365
Precursores, 6
Preparação magistral, 3
Preparação de supositórios, 378
Preparação do gel PLO, 396
Preparaçâo e armazenamento de bases Galênicas e soluções intermediárias, 683
Preparação farmacêutica, 63, 252, 253, 309, 311
Preparação magistral semi-acabada, 4
Preparação magistral, 10
Preparação manipulada, 10
Preparação oficinal, 4
Preparações orais, 260
Preparações básicas, 10
Preparações de uso interno, 302
Preparações farmacêuticas semi-sólidas, 344
Preparações farmacêuticas, 242, 261, 297, 469
Preparações injetáveis oleosas, 266
Preparações nasais (errinos), 362
Preparações oftálmicas líquidas, 478
Preparações oftálmicas, 365
Preparações orais liquidas, 255
Preparações orais oleosas, 297
Preparações óticas, 478
Preparações otológicas ou auriculares, 360
Preparo da prescrição, 110
Preparo de emulsões orais, 304
Preparo de emulsões, 341
Preparo de uma solução, 277
Preparo do granulado gastroresistente, 141
Preparo dos excipientes para pomadas oftálmicas, 370
Prescrição incorreta da forma farmacêutica, 458, 456
Prescrição magistral, 14
Pré-solubilização, 260
Pressão manual, 208
Primatas, 317
Primeira etapa, 397
Principais componentes da ficha do paciente, 503
Principais edulcorantes empregados em formulações orais liquidas, 33
Principais tensioativos, 336
Princípio ativo do fitoterápico, 425
Princípio ativo, 136, 240, 297
Principios ativos hidrossolúveis, 178, 282
Principios ativos insolúveis, 284
Principios ativos termoestáveis, 178
Princípios ativos, 215, 260, 267, 280, 336
Prismas, 39
Problema organoléptico, 458
Problemas com embalagens de plástico, 477
Procedimento de preparo de pomadas otológicas, 361
Procedimento de preparo de soluções nasais, 362
Procedimento de preparo de suspensões nasais, 363
Procedimento de preparo de suspensões utilizando o veiculo suspensor pré-formulado. 293
Procedimento de preparo para Suspensão de omeprazol, 296
Procedimento de trabalho em capela com fluxo laminar, 372
Procedimento geral de aditivação de princípios ativos em pomadas oftálmicas, 371
Procedimento geral para formulações oftálmicas, 369
Procedimento geral para o preparo de suspensões, 293
Procedimento operacional padrão, 9
Procedimento para implantação da atenção farmacêutica, 503
Procedimento para preparo de pós otológicos, 361
Procedimento para preparo de soluções otológicas, 360
Procedimento para preparo de suspensões otológicas, 360
Procedimento para soluções oftálmicas, 369
Procedimento, 292, 530, 535, 542, 549, 554, 560, 566, 581, 586, 589, 598, 614, 620, 632, 638,
644, 647, 658, 671, 678, 684, 688, 695, 712, 724, 728, 733, 765
Procedimentos operacionais padrão, 527
Processo de degradação, 484
Processo de destilação, 91
Processo de hidrólise, 463
Processo de manipulação liquido, 239
Processo de manipulação sólido, 239
Processo de manipulação, 64, 171
Processo de racemização, 485
Processo hidrolítico, 463, 483
Processo magistral, 64
Processo oxidação, 459
Processo oxidativo, 230, 468
Processos de degradação quimica, 491
Processos de manipulação, 78, 110
Processos de preparo de pomada oftálmica, 371
Produto Acabado, 30
Produto de referência, 424
Produto farmacêutico sólido, 443
Produto farmacêutico, 444, 446
Produto final,74
Produto manipulado, 14, 17, 65
Produtos estéreis, 9, 99
Produtos farmacéuticos, 257
Produtos fármaco-cosméticos, 230
Produtos manipulados, 2
Produtos químicos eflorescentes, 39
Produtos tóxicos, 458
Progesterona em cápsulas de liberação lenta, 152
Promotores da penetração transcutânea, 394
Promotores da penetração, 222
Pró-oxidantes, 468
Propelente, 137, 240
Propilenoglicol, 263
Propilgalato, 232, 250
Propilenoglicol, 29
Proporção, 410
Proporçòes dos ingredientes para o preparo de emulsões pelo método das gomas, 305
Propriedade Fisica, 31
Propriedades antagônicas, 455
Propriedades farmacodinâmicas, 458
Propriedades físicas e quimicas dos ingredientes, 486
Propriedades fisicas, 315
Propriedades físico-quimicas, 442
Propriedades Organolépticas, 26
Propriedades químicas, 315
Proteção contra luz, 461
Proteção do produto ou fármaco contra a ação do oxigênio, 461
Protogênicos, 53
Protofilicos, 53
Provável temperatura de armazenamento, 487
Proveta, 33, 160
Provetas graduadas, 105
Provetas, 31, 105
Psicofísicologia do paladar, 314
Psicotrópicas, 523
Psicotrópico, 5
Pirulito de gelatina com sulfato de morfina, 200
Pulverização por intervenção, 114
Pureza das sotuções, 38
Pureza do fármaco, 38
Pureza, 31,47, 29
Purificação da água potável, 261

Q
Qs, 11
Qsp, 11
Qualidade do produto, 21
Qualidades protetoras superiores, 474
Qualificação de Fornecedores, Compra de Matéria-prima e materiais de embalagem, 630
Qualificação dos fornecedores, 21
Quantidade absorvida, 441
Quantidade de Amostra, 26
Quantidade de cápsulas, 510
Quantidade de emulsificante empregada, 439
Quantidade suficiente para, 421
Quantidade, 24, 25, 110, 511
Quarentena, 10, 24, 25, 495
Quelantes, 222
Química analítica, 44
Quimicamente inerte, 53, 474

R
Racemização, 482, 485
Racionalidade da prescrição, 110
Radicais livres, 230
Raspberry anidro, 324
Rastreamento, 10
Razão e proporção, 410
Reação de degradação (fotólise), 488
Reação de Maillard, 465
Reação quimica, 459
Reações ácido base, 47
Reações adversas, 508
Reações alérgicas, 394
Reações colorimétricas, 65
Reações de degradação, 461
Reações de degradação, 484
Reações de esterificação e substituição, 464
Reações de formação de complexos, 47
Reações de fotodegradação, 462
Reações de hidrólise, 488
Reações de oxidação, 459
Reações de oxirredução, 46, 48, 51
Reações de precipitação, 46, 48
Reações de redução, 462
Reações de substituição, 465
Reações químicas de degradação, 112
Reações químicas, 65
Reagentes oxidantes, 467
Recebimento de matérias primas, insumos e correlatos, 495
Recebimento de Matérias-primas e Materiais de embalagem, 636
Receita, 6, 78
Receptores celulares do paladar, 315
Receptores celulares, 441
Receptores dos paladares, 309
Receptores para paladares amargo, 328
Receptores para paladares doce, 328
Recipiente bem fechado, 497
Recipiente fotoresistentes, 497
Recipiente hermeticamente fechado, 497
Recristalização, 489
Redispersão, 300
Redução, 462, 482
Refratômetro manual, 38
Refratômetro tipo Abbé®, 38
Refratômetro, 23
Refrigerado, 497
Refrigerador, 23
Regiões da pele, 393
Registro informatizado, 522
Registros e Relatórios das Atividades Controladas por exigência legal ou para Manutenção da
qualidade, 727
Regra de três simples, 420
Regra de três, 410
Regularidade de peso, 379
Relação mensal das notificações de receitas A, 525
Relação química com os quatro paladares primário, 310
Relatório de diluição da anfepramona HCL, 238
Resistência a alta umidade, 476
Resistência da epiderme, 387
Resolução n° 33, 3, 17
Responsabilidades e Atribuições, 552
Responsabilidades, 529, 534, 541, 548, 553, 559, 565, 580, 585, 588, 598, 613, 619, 631, 637,
643, 646, 657, 670, 677, 684, 688, 694, 711, 723, 728, 732, 742, 764
Resposta biológica, 441
Retinóicos, 523
Reversão polimórfica, 485
Revestimento entérico de cápsulas duras, 135
Revestimento entérico, 146, 220, 450
Revestimento externo de cápsulas gelatinosas duras, 137
Revestimento gastroresistente, 135, 136, 142
Revestimento, 138
Rotulagem, 63, 203, 206, 214,
Rotular, 202
Rótulo de advertência, 179, 185, 191, 197, 206
Rótulo de controle de processo, 164
Rótulo, 78
Rótulos de advertências, 203

S
Sabor agradável, 311
Sabor amargo, 311, 328
Sabor da preparação, 302
Sabor de frutas, 312
Sabor de menta, 312
Sabordoce, 311, 314, 328
Sabor pouco agradável, 299
Sabor, 27, 28, 29, 310, 316
Sabores ácidos, 310
Sabores adocicados, 310
Sabores amargos, 310
Sabores primários ácidos, 316
Sabores salgados, 310
Sacarina sódica, 330
Sacarina, 310, 328, 329, 330
Saco plástico, 235
Sais alcalóidicos, 223
Sais efervescentes, 126
Sais, 276
Sal insolúvel, 459
Salgado, 314, 316
Salicilato de metila, 320
Salicilato de sódio, 310
Salino+amargo, 316
Saliva, 310, 316
Saturação, 279
Saúde, higiene e conduta, 744
Substâncias polihalogenadas, 310
Sedimentação de partículas, 286
Sedimentação, 287, 300
Segunda etapa, 397
Seleção dos flavorizantes, 312
Sensação aftertaste, 311
Sensação bucal, 311
Sensação de sabor, 311
Sensações desagradáveis, 311
Sensibilidade alérgica a um flavorizante, 312
Separação de líquidos imiscíveis, 456, 457
Sequestrante, 469
Sequestrantes, 341, 460
Similaridade com produtos de referência, 487
Sinais de deliqüescència, 223
Sistema apotecário, 414
Sistema arábico, 406
Sistema de algarismos romanos, 406
Sistema de Controle de Pragas Urbanas, 547
Sistema de Garantia da Qualidade e as Auditorias Internas, 763
Sistema de liberação prolongada, 148
Sistema de medida caseira, 268
Sistema de polimero, 151
Sistema métrico de pesos, 413
Sistema métrico de volumes, 414
Sistema métrico internacional, 412
Sistema posicional, 406
Sistema transdérmico, 394
Sistemas antioxidantes para algumas formulações, 250
Sistemas biológicos, 444
Sistemas de medidas, 268
Sistemas de solventes, 220
Sistemas enzimáticos, 441
Sistemas solventes, 221
Sobredosaeem, 489
Sobredose, 147, 233
Sólidos dissolvidos, 299
Sólidos finamente divididos. 304
Solubilidade da droga, 453
Solubilidade de substancias ácidas pouco solúveis, 276
Solubilidade do produto, 459
Solubilidade do sal, 458
Solubilidade lipidica, 441
Solubilidade, 29, 135, 264, 268, 269, 275, 302, 310, 390, 446, 451, 452, 485, 488, 489
Solubilização de fármacos, 276
Sotubilização, 268, 276
Solubilizante, 315
Solução aquosa, 411
Solução de acetoftalato de celulose 15% p/v, 326
Solução de Eudragit L-100® para granulação gastroresistente, 141
Solução de furosemida, 276
Solução de ranitidina, 278
Solução de revestimento entérico, 137
Solução de revestimento, 138, 139
Solução de tampào fosfato, 367
Solução edulcorante com frutose, 334
Solução farmacêutica, 268
solução hidroalcoólica, 277
Solução incompleta, 456
Solução isotônica, 426
Solução molar, 45
Solução normal, 45
Solução oral de captopril, 278
Solução padrão secundário, 48
Solução padrão, 47
Solução para microrevestimento com acetoftalato de celulose, 326
Solução para microrevestimento com eudragit L-100, 326
Solução para revestimento entérico com acetoftalato de celulose, 140
Solução para revestimento entérico para utilização na máquina de revestimento, 140
Solução saturada, 458
Solução, 47, 137
Solução-Tampão, 30
Soluções Ácidas Diluidas, 29
Soluções Alcalinas Diluídas, 29
Soluções alcoólicas, 457
Soluções anti-sépticas, 262
Soluções aquosas, 264
Soluções coloidais, 457
Soluções e suspensões congeladas, 201, 207
Soluções hidroalcóolicas extrativas, 262
Soluções muito diluidas, 52
Soluções nasais, 478, 515
Soluções orais, 267
Soluções saturadas, 457
Soluçôes turvas, 52
Soluções, 267, 284
Soluções-padrões, 44
Solvatos, 452
Solvente, 53, 89, 114, 243, 262, 265, 266, 268, 276, 444, 452, 456, 489
Solventes, 29, 131, 260, 395
Solvólise, 462, 483
Somar ou subtrair números contendo decimais, 408
Sondas gástricas, 112
Sorbitol, 217, 310, 329, 330
Sorção, 477
Spray nasal, 517
Status salivar, 315
Stratum corneum, 390, 391, 394
Subcutânea, 387
Sublingual, 387
Substância insolúvel no excipiente e no solvente, 458
Substancia não-eletrolitica, 276
Substância padrão de referência, 61
Substância proscrita, 6
Substância Pura, 31
Substância quimica com energia radiante, 56
Substância quimica, 222
Substância quimicamente pura, 42
Substancias amargas, 316
Substâncias amiláceas, 42
Substâncias ativas, 136, 455
Substâncias coadjuvantes, 455
Substâncias comercializadas na forma diluída, 423
Substancias contendo esteróis, 302
Substâncias deliqüescentes, 119
Substâncias esteroidais, 483
Substâncias eutéticas, 457
Substâncias fenólicas, 483
Substâncias hidrofílicas polares, 390
Substâncias higroscópicas, 119, 124, 170
Substâncias lipossolúveis, 277
Substâncias Líquidas, 28
Substâncias quimicamente incompativeis, 458
Substâncias quimicas dissolvídas, 267
Substâncias resinosas, 359
Substâncias sob controle especial, 521
Substâncias Sólidas, 27
Substâncias sujeitas a controle especial, 522
Sugestâo de gel-creme base não-iônico, 356
Sugestão de gel-creme base, 356
Sugestão de Orobase pomada, 348
Sugestão de pomada oftálmica base, 371
Sugestão de prazo de validade, 491
Sugestão de solução de ácido bórico, 368
Sugestão de tampão borato, 368
Sugestão de veiculo geral para soluções nasais, 364
Sugestões de base para pomadas oftálmicas, 371
Sugestões de flavorizantes para produtos veterinários, 317
Sugestões de flavorizantes por classes de drogas, 317
Sugestões de formulações em géis, 355
Sugestões de formulações, 348, 356, 357
Sugestões de informações aos pacientes, 507
Sugestões de soluções orais, 278
Sugestões de sotuções tampôes para uso em colírios, 367
Sulfamatos, 310
Sulfato cérico, 49
Sulfato de quinino, 310
Superficie da pele, 393
Supositório especial para tratamento de hemorróidas: Rectal rocket, 379
Supositório Rocket com Acetato de hidrocortisona 2%, Lidocaína 1% e Sucralfato 15.6%, 385
Supositório Rocket com Aleo vera e Vitamina E, 383
Supositório Rocket com Cetoprofeno/Lidocaina, 384
Supositório Rocket com hidrocortisona e tetracaína, 383
Supositório Rocket com ibuprofeno/indometacina, 383
Supositório Rocket com Lidocaína 2% e Hidrocortisona 1%, 384
Supositório Rocket com Lidocaínca 2% e Hidrocortisona 1%, 385
Supositórios Rocket analgésicos, 382
Supositórios, 478, 511
Surfactantante aniônico, 219, 303
Surfactante, 435
Surfactantes catiônicos, 303
Surfactantes não iònicos, 220, 303, 304
Surfactantes, 229, 243, 303, 394, 289, 293
Suspensão de carbamazepina, 295
Suspensão de fármacos insolúveis, 299
Suspensão de nitrofurantoína 50mg/5ml, 295
Suspensão de omeoprazol 20mg/5ml, 296
Suspensão de tiabendazol 500mg/5ml, 295
Suspensão extemporánea, 284, 285
Suspensão oral preparada com agente tensioativo não-iônico, 307
Suspensão, 313
Suspensões defloculadas, 288
Suspensões floculadas, 288
Suspensões oftálmicas, 369
Suspensões orais, 284
Suspensões, 284, 289, 512

T
Tabela de pka's de algumas drogas, 270
Tablete, 209, 210
Tabletes com estrogènios, 213
Tabletes com progesterona, 213
Tabletes moldados, 208
Tabletes, 208
Tabletes, 211
Talco, 216
Tamanho da cápsula, 158
Tamanho da particula, 446
Tamanho das cápsulas, 510
Tamanho das particulas e absorção do fármaco, 451
Tamanho de cápsulas, 133
Tamanho molecular, 441
Tamis n°60, 40
Tamisn°120, 40
Tamis n° 85, 40
Tamis n° 22, 40
Tamis n° 44, 40
Tamis, 114,141, 235
Tamisação, 155, 161
Tamises, 40
Tamisação, 114
Tamisador, 78
Tampão citrato, 253
Tampão fosfato, 253
Tampão pH 4, 31
Tampão pH 7, 31
Tampões, 222, 251, 252, 267, 288
Taninos, 310
Tato, 310
Tecidos musculares locais, 393
Técnicas de diluição, 235
Técnicas de flavorização, 312
Técnicas e métodos facilitadores da penetração, 395
Técnicas farmacopéicas, 47
Tecnologia farmacêutica, 239
Temperatura ambiente controlada, 497
Temperatura ambiente, 116, 497
Temperatura de armazenamento e conservação, 497
Temperatura padrão, 96
Temperatura, 2 1 , 32, 42, 43, 96, 104, 167, 177, 178, 196, 197, 214 276, 315, 412, 488
Temperaturas, 193
Tempo de escoamento, 37
Tensioativos facilitadores da penetração transcutânea, 394
Tensioativo aniônico, 219
Tensioativo, 336
Tensioativos aniónicos, 229, 303
Tensioativos não-iônicos, 229
Tensioativos usados em xampu, 337
Tensioativos, 220, 223, 301
Tenuidade, 115
Teor da droga, 481
Teor de substáncia ativa, 48
Teor de substâncias,73
Teor elementar, 425
Teor em álcool absoluto, 33
Teor, 179, 185, 191, 198
Terceira etapa, 397
Termoabilidade, 469
Termômetros, 104
Teste da peneira, 40
Teste de dissolução in vitro, 444
Teste de revestimento entérico, 142
Testes físico-quimicos, 65
Testes físicos, 65
Testes Qualitativos ou quantitativos, 26
The Art, e science and tecnology of pharmaceutical compounding (Loyd Allen Jr.), 239
Tioacetal, 484
Tiocarbamidas, 310
Tioésteres, 483
Tiossulfato de sódio (Na2S20i.5H20), 232, 249
Tipo de íons, 310
Tipo I, 474
Tipo II, 474
Tipo III, 475
Tipos de sotventes, 53
Tipos de vidro, 474
Titrimetha, 47, 103
Titulação potenciométrica, 5 1 , 52
Toxicidade iatrogênica, 147
Toxicidade transdérmica, 393
Toxicidade, 481
Transmitância, 58
Transparência, 476
Transporte transcutàneo, 390
Tratamento farmacológico, 500, 505
Trato gastrointestinal, 147, 150, 1721, 267
Treinamento de Funcionários, 558
Treinamento, 743
Triac, 52
Trituração, 113, 116, 122, 155
Tubos de ensaio, 108
Turbidez, 459

U
Ultravioleta, 56, 57
Umectantes, 242
Umidade, 21, 488
Ungüentos, 359
Unidade de coeficiente de viscosidade, 37
Unidade de turbidez, 420
Unidade intemacional, 420
Unidades farmacêuticas, 406
Uniformidade de conteúdo, 74
Uniformidade de peso, 67
Uniformidade, 179, 185, 191, 198, 203
Uso de conservantes e estabilizantes, 486
Uso dermatológico, 387
Uso externo, 344
Uso parenteral, 263
Uso racional dos medicamentos, 500
USP - National Formulary, 23
USP 24, 42
Utilização de agentes sequestrantes, 461

V
Validação de processos,74
Validação do fluxo laminar, 100
Validação do processo magistral, 65
Validação, 10
Validações, 756
Validade, 21, 110
Valores aproximados de HLB de alguns emulsificantes, 435
Valores de HLB requeridos por aigumas substàncias lipídicas utiiizadas em emulsões, 437
Vanilina, 321
Vantagens, 297, 299
Vaporização, 489
Variação de peso, 213
Vaselina (petrolato branco), 344
Veiculo carreador, 395
Veículo para suspensões orais com fármacos amargos, 333
Veiculo para suspensões orais para fármacos extremamente amargos, 333
Veiculo suspensor com goma xantana, 291
Veiculo suspensor com metilcelulose, 291
Veiculo suspensor oral, 290
Veiculo suspensor, 294
Veiculo, 8, 240, 244, 268, 284, 285, 286, 289, 313, 315, 352, 392, 441, 456, 469, 480,
Velocidade da reação de degradação, 488
Velocidade de absorção, 285
Veiocidade de absorção, 453
Veiocidade de degradação química, 480
Velocidade de dissolução, 276, 329, 444, 446, 451
Velocidade de distribuição, 315
Velocidade de liberação do fármaco, 222
Velocidade de reação, 450
Velocidade de sedimentação, 286
Velocidade do fluxo transdérmico, 390
Veiocidade, 441
Verde, 257, 258
Verificação, limpeza e calibração de instrumentos, 587
Verificar os laudos de análise, 495
Verificar se os produtos estão devidamente etiquetados e identificados, 495
Vermelho, 257, 258
Vestuário, 745
Via altemativa ao trato gastrintestinal, 393
Via de administração adequadas, 110
Via transcutânea, 387
Vidrarias, 23, 102
Vidro, 474
Vidros relógio, 106
Vigilância sanitária, 522, 524
Violeta, 258
Vírgula decimal, 408
Visâo, 310
Viscosidade da água, 38
Viscosidade do óleo, 315
Viscosidade do veículo, 329
Viscosidade do xampu, 336
Viscosidade dos líquidos, 37
Viscosidade relativa de liquido, 37
Viscosidade relativa, 37
Viscosidade, 37, 150, 267, 285, 286, 287, 312, 315
Viscosímetro, 23
Vitamina A, 470
Vitamina B1 Tiamina, 471
Vitamina B12 Cianocobalamina, 471
Vitamina B2 Riboflavina, 471
Vitamina B3 Niacina, 471
Vitamina B5, 471
Vitamina B6 Cloridrato de Piridoxina, 471
Vitamina C Ácido ascórbico, 470
Vitamina D2 Ergocalciferol, 470
Vitamina D3 Colecalciferol, 470
Vitamina E, 470
Vitamina K1 Fitonadiona, 470
Vitamina K3 Menadiona, 470
Vitaminas sintéticas, 469
Volume aparente, 412
Volume, 31, 160,412
Volumes ideais de fracionamento, 496
Volumetria de neutralização, 48
Volumetrias, 83

X
Xampu, 338
Xampus bases, 339
Xarope com ácido fótico, 275
Xarope de acácia, 332
Xarope de ácido citrico ou xarope de limão, 334
Xarope de alcaçuz, 334
Xarope de chocolate, 331
Xarope de milho, 329
Xarope dietético (sugar free), 280
Xarope simples, 279, 331
Xaropes flavorizados, 332
Xaropes, 267, 279, 280, 336, 513

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