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Manaus-AM
Novembro/2017
RENÊ SANTOS DE AMORIM
Manaus-AM
Novembro/2017
RENÊ SANTOS DE AMORIM
Aprovado em ( / / )
Banca Examinadora
______________________________________
Prof. Dr. Paulo Rogério da Costa Couceiro
Membro Presidente (DQ/ICE/UFAM)
______________________________________
Prof. Dr. Marcos Batista Machado
Membro (DQ/ICE/UFAM)
______________________________________
Prof. Dr. Walter Ricardo Brito
Membro (DQ/ICE/UFAM)
A VOCÊ QUE ESTÁ LENDO ESTE
TRABALHO, DEDICO MEU
ESFORÇO. ESPERO QUE LHE
SEJA ÚTIL, QUE A LEITURA SEJA
AGRADÁVEL E QUE VENHA
COMPANHADA DE UMA
DELICIOSA BEBIDA QUENTE.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a minha mãe e meu pai, por todo o esforço empregado
trabalho.
Ao professor Dr. Marcos Batista Machado, por toda a ajuda prestada e por
aguentar “as dores de cabeça” que lhe proporcionei durante esse período.
A Rosane dos Santos Bindá, uma amiga que durante este período, mostrou que
As amizades que fiz durante a graduação, que serviram de apoio e também como
A você que está lendo este trabalho. Obrigado, eu fiz para você mesmo.
RESUMO
A grande quantidade de poluentes e contaminantes nos diversos estados físicos tem sido
considerado um dos principais problemas ambientais enfrentado pela sociedade atual. A
performance fotocatalítica de compostos de óxidos metálicos, tornaram o uso da
fotocatálise heterogênea uma excelente alternativa para descoloração de corantes têxteis
e outras moléculas orgânicas, durante tratamento de efluentes aquosos. O presente
trabalho de monografia, teve por objetivo a síntese de compostos de tungstatos de cálcio,
CaWO4 pelo método hidrotermal a temperaturas de 100, 120, 140 e 160 °C,
respectivamente. As amostras foram caracterizadas por técnicas de DRX, RAMAN, FTIR
e UVRD e MEV que revelaram a obtenção de nanocristais de CaWO4, com dimensões
abaixo de 50 nm e valores de band gap de 2,85, 3,00, 2,96, e 3,03°eV para as amostras
sintetizadas a 100, 120, 140 e 160° C, respectivamente. Os ensaios fotocatalíticos
apresentaram uma porcentagem de degradação máxima de 50,7 % de uma solução
contendo RhB a 5 ppm, utilizando material sintetizado a 120 °C, enquanto que para
degradação na ausência de material semicondutor (fotólise) esse valor apresentou-se
como 32,4 %.
The large amount of pollutants and contaminants in various physical states has been
considered one of the main environmental problems faced by the current society. The
photocatalytic performance of metal oxides compounds made the use of heterogeneous
photocatalysis an excellent alternative for discoloration of textile dyes and other organic
molecules during treatment of wastewater. This work had, as objective, the synthesis of
calcium tungstates compounds, CaWO4 by hydrothermal method at temperatures of 100,
120, 140 and 160 ° C, respectively. The samples were characterized by DRX, RAMAN,
FTIR and DRUV and SEM techniques that revealed the obtaining of CaWO4 nanocrystals
with dimensions below 50 nm and band gap values of 2.85, 3.00, 2.96, and 3.03 eV for
the samples synthesized at 100, 120, 140 and 160 ° C, respectively. The photocatalytic
assays showed a maximum degradation of 50.7 % percent for a 5 ppm solution containing
the material synthesized at 120 °C, whereas for degradation in the absence of
semiconductor material (photolysis) this value was presented as 32,4 %.
Figura 10. Microscópio eletrônico de varredura Carl Zeiss, modelo LEO435VP. .........36
Figura 13. Padrões de DRX dos nanocristais de CaWO4 sintetizados pelo método
hidrotermal em diferentes temperaturas (100 à 160 °C) por 2 h. ....................................39
Figura 15. Representação estrutural de uma célula unitária de CaWO4 desenhada com
auxílio do programa VESTA, versão3.2.1 para Windows. .............................................43
Figura 16. Espectro RAMAM para as amostras de CaWO4 sintetizadas a diferentes
temperaturas.....................................................................................................................44
Figura 19. Espectros UVRD e valores de band gap obtidos para as amostras de
CaWO4. ............................................................................................................................52
Figura 20. Curvas de absorção UV-vis dos ensaios fotocatalíticos para solução 5ppm
de RhB utilizando catalizadores CaWO4 sintetizados a: a) 100 °C, b) 120 °C, c)
140 °C, d) 160 °C e na ausência do catalizador e) Fotólise. ...........................................53
Figura 22. Resultado final da degradação de RhB sem e com amostras de CaWO4 na
presença de luz UV. .........................................................................................................55
LISTA DE TABELAS
Tabela 3. Dados de tamanho médio dos cristalitos obtidos para as amostras de CaWO4
sintetizados a diferentes temperaturas. ........................................................................... 42
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 16
2.1. Geral ................................................................................................................. 16
2.2. Específicos ....................................................................................................... 16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 17
3.1. Poluição Ambiental e Contaminantes .............................................................. 17
3.1.1. Rodamina B (RhB) ................................................................................... 18
3.2. Processos de Remediação de Poluentes ........................................................... 19
3.2.1. Processos Oxidativos Avançados (POA’s) .............................................. 19
3.3. O Processo de Síntese (Síntese Hidrotermal) .................................................. 24
3.4. Caracterização de Materiais ............................................................................. 25
3.4.1. Difração de Raios X (DRX) ..................................................................... 25
3.4.2. Espectroscopia Vibracional ...................................................................... 28
3.4.3. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .......................................... 30
3.4.4. Espectroscopia na região do Ultravioleta por Refletância Difusa (UVRD) ...... 30
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................................. 32
4.1. Síntese de nanocristais de CaWO4 ................................................................... 32
4.2. Caracterização dos Materiais ........................................................................... 33
4.2.1. Difração de Raios X ................................................................................. 33
4.2.2. Espectroscopias Vibracionais ................................................................... 34
4.2.3. Microscopia Eletrônica de Varredura ....................................................... 36
4.2.4. Ultravioleta de Refletância Difusa ........................................................... 36
4.3. Ensaios de Fotodegradação da Rodamina B .................................................... 37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 39
5.1. Difratometria de Raios X (DRX) ..................................................................... 39
5.2. Espectroscopias RAMAM e de Infravermelho ................................................ 43
5.3. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ................................................. 48
5.4. UltraVioleta de Refletância Difusa (UVRD) ................................................... 49
5.5. Testes Fotocatalíticos ....................................................................................... 53
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 56
7. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 57
13
1. INTRODUÇÃO
2016).
contágio e proliferação, pode-se enfatizar os corantes têxteis, que são moléculas orgânicas
responsável pela interação com a fibra têxtil e um grupo cromóforo do qual confere a cor
comercializados, que tem por finalidade a inibição de ervas daninhas nas lavouras,
estabelecido. O carvão ativado (LLADÓ et al., 2016), a degradação por eletroquímica (LI
homogênea e heterogênea (ZHANG et al., 2010) são algumas das propostas disponíveis
de elétrons, para a banda de condução (BC), nível vazio de elétrons, gerando buracos
(ℎ+ ), responsáveis pela oxidação das moléculas de água em radicais hidroxilos (HO) que
resultado, por fim, na formação de moléculas de água (H2O) e gás carbônico (CO2), ou
aplicações em catálise homogênea e heterogênea, dentre os quais tem sido reportado com
ampla eficiência o uso do. óxido de titânio (TiO2), óxido de zinco (ZnO), óxido de
tungstênio (WO3) óxido de molibdênio (MoO3), óxido de prata (AgO), fosfato de prata
tungstato de cálcio (CaWO4), dentre outros (LI et al., 2014). Destes, têm-se observado
aquosa.
16
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Rodamina B (RhB).
2.2. Específicos
e propriedades catalíticas;
Difusa (UVRD);
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
a ser realizado sobre o tema. Usaremos aqui uma das definições para o termo poluição,
RUSSEL, 1974) A evolução da produção industrial com o passar dos anos contribuiu
A indústria têxtil, merece especial atenção por ser um dos seguimentos que mais
que utiliza uma variedade de compostos químicos, orgânicos e inorgânicos, gerando uma
GUARDIA, 2017).
18
remediação ambiental, uma vez que a contaminação industrial também se mostra bastante
2003). Sua estrutura está representada na Figura 1. Quando em solução aquosa, a RhB
(NOBRE, 2016).
CH3 - CH3
Cl
+
H3C N O N
CH3
OH
fotocatalíticos de degradação, uma vez que esta apresenta baixo custo de obtenção,
mamíferos e diversos trabalhos exploram a RhB a fim de elucidar rotas metabólicas para
19
um melhor entendimento de sua interação com organismos vivos (DIAO et al., 2017;
os POA’s se preocupam em gerar moléculas do radical hidroxila (HO) que iniciam uma
água. O alto potencial de redução desse grupo (aproximadamente 2,8 V) faz com que ele
reaja com qualquer tipo de molécula orgânica (incluindo compostos clorados) gerando
outros radicais que se rearranjam até a total mineralização (PESTANA et al., 2017;
(2)
aos POA’s, que podem ser classificados segundo aqueles que utilizam radiação (processo
foto-Fenton, catálise heterogênea etc.) e os que não o fazem (processo Fenton, oxidação
utilizando compostos químicos ou ligas metálicas, sem que haja, a participação destes na
mais rapidamente quando comparado com o processo sem a participação desses (SILVA
absorção de fótons pelos semicondutores (Figura 2), necessitando para tanto, que a
energia do fóton (𝐸𝑝ℎ = ℎ𝜈) absorvido tenha magnitude igual ou superior ao valor do
assim, buracos (ℎ+ ), rotineiramente descrito como o fenômeno da formação dos pares
elétrons/buracos. Tais buracos, possuem potenciais padrão suficiente para gerar radicais
reacional torna possível a captura dos elétrons presentes na 𝐵𝐶, resultando na formação
Composto Orgânico + HO•2 + O•−
2 + HO CO2 + H2 O (4)
e obter novos materiais para fins de catálise heterogênea (FERREIRA e RANGEL, 2009;
cálcio (CaWO4), que é um semicondutor da família dos tungstatos metálicos, nas mais
diferentes áreas relacionadas a fotoquímica (LI et al., 2014; SHERCK e WON, 2017) por
para o metal W (CARVALHO et al., 2017). O tungstato de cálcio é conhecido por emitir
desse tipo são óxidos binários onde o átomo A (cátion) apresenta um número de
23
Estruturas do tipo scheelita ocorrem com cátions A com estados de oxidação +1, +2, +3
ou +4 quando combinados com cátions B com estados de oxidação +7, +6, +5 ou +4,
al., 2012).
Uma vez que um cristal, quando obtido por uma rota diferente, apresenta pequenas
bem como as variáveis que o compõem. O presente trabalho fez uso do método de síntese
boa dispersão em líquidos, poluição quase nula, dispensa o uso de equipamentos muito
sofisticados (e caros), menor consumo de energia quando comparada com outros métodos
25
suas propriedades físicas. Faz-se necessário então uma caracterização mais completa
sintetizados.
(cristalográfico) dos mesmos. Utiliza-se a DRX, então, para elucidar a estrutura atômica
(KAUFMANN, 2008).
relativamente pequeno (0,01 ~ 10 nm), e de alta energia que pode ser definida (como toda
respectivamente.
𝐸 = ℎ𝜈 (5)
26
𝑐
𝜆= (6)
𝜈
energia do fóton;
elétron, quando a energia do fóton incidido é absorvida pelo mesmo. Nesse caso
camadas mais externas de uma amostra que foi ionizada (por efeito fotoelétrico);
coeficiente de absorção;
mesma.
radiação de acordo com a Equação 7, chamada de lei de Bragg. Quando essa lei é
(MARIANO, 2014).
𝜆 = 2𝑑sen (7)
Mariano (2014).
permite obter informações acerca dos parâmetros de rede, posições atômicas, diferentes
comprimentos de onda entre 102 e 104 cm–1 (ou entre 10–2 e 10–4 cm ou entre 3 1012 e
3 1014 Hz) aproximadamente (Figura 5). Absorções de energia nessa faixa estão
(NAKAMOTO, 2009).
Δ𝐸 = ℎ𝜈 (8)
29
onde ∆𝐸 é a diferença de energia entre dois estados de energia vibracionais para uma
(Equação 9):
1
𝜈= (9)
𝜆
O espalhamento Raman pode ser visto, então, como uma colisão inelástica do
fóton incidido com a matéria, podendo ser apresentado como deslocamento (a partir do
(NAKAMOTO, 2009).
30
Esta técnica pode ser usada para monitorar o crescimento de cristais, ou a evolução
que não exige, cuja a interpretação fornece dados semiqualitativos quanto composição,
para análise das propriedades ópticas de materiais nanoestruturados. Ela está baseada no
fato de que, quando se analisa material sólido (como semicondutores, por exemplo) o
espalhamento desta pela amostra. Através desta técnica é possível obter informações
Quando uma amostra é irradiada, uma porção de luz é refletida de forma regular,
𝑘 (1 − 𝑅∞ )2
= = 𝐹(𝑅𝐼 ) (10)
𝑠 2𝑅𝐼
𝑘 2
difusa absoluta. Através da construção de um gráfico ℎ𝜐 versus ( 𝑠 ℎ𝜈) é possível obter
por extrapolação da curva para 𝑘 = 0 a energia de band gap para o material analisado.
Uma vez que a energia de band gap (𝐸𝑔𝑎𝑝 ) é de fundamental importância, pois
uso de (UVRD) para determinação de 𝐸𝑔𝑎𝑝 de forma precisa (KIM et al., 2017;
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
(Sygma-Aldrich, 99 %) para o volume de água (Equação 12). Para a mistura dos íons,
os volumes foram transferidos para um copo teflon de 100 mL, a mistura foi submetida
agitação magnética por 10 min resultando em uma suspensão de cor branca. O sistema
𝑥H2 O(𝑙)
Tubo1 Ca(NO3 )2 4H2 O(𝑠) → Ca2+ (𝑎𝑞) + 2NO−
3 (𝑎𝑞) + (4 + 𝑥)H2 O(𝑙)
(11)
𝑥H2 O(𝑙)
Tubo 2 Na2 WO4 2H2 O(𝑠) → 2Na+ (𝑎𝑞) + WO2−
4 (𝑎𝑞) + (2 + 𝑥)H2 O(𝑙)
(12)
O precipitado de cor branca obtido foi lavado diversas vezes com água destilada
de CaWO4 obtidos em diferentes temperaturas, 100, 120, 140 e 160 °C, respectivamente.
33
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFAM, Campus DI, operando com tubo de
posições atômicas, parâmetros de rede (a, b, c, , e ), fator ocupacional (Occ), fator
Cagliote para a largura de linha. Para tal, utilizou-se o software Fullprof (domínio
indicadores: (i) residual (𝑌𝑜𝑏𝑠 − 𝑌𝑐𝑎𝑙 ); (ii) parâmetros 𝑅𝑝 , 𝑅𝑤𝑝 , 𝑅𝑒𝑥𝑝 , 2 e 𝑆 (Goodnes-of-
fitnes).
UFAM, com intervalo espectral de 4.000 a 400 cm–1, utilizando 32 varreduras e resolução
35
de 2 cm-1. A amostra foi misturada com KBr na proporção 1:100 (m/m), homogeneizada
Figura 8. Espectrômetro de FTIR Bruker, modelo Vertex, da Central Analítica do Centro de Apoio
Multidisciplinar da UFAM.
confocal (Figura 9), operando com linha de laser de 532 nm (verde), no intervalo de
de 50 a 2.745 cm–1.
Zeiss (modelo LEO435VP; Figura 10), operando sob sistema de resfriamento por
nitrogênio líquido (N2), com potência do feixe de 20 kV, ampliação de 16.000 e spot de
4.0. Cada amostra foi dispersa em acetona e ultrassonificada durante 5 min, em seguida
300 nm min–1. Cada amostra (0,005 g) foi homogeneizada e transferida para um suporte
preenchido com sulfato de bário (BaSO4; Sigma-Aldrich > 99 %) na forma sólida (pó).
artesanal, em que consiste de uma caixa de madeira com janela frontal de vidro revestida
4.500 rpm por 5 min, desprezando-se o precipitado. Em seguida, o sistema foi submetido
precipitados.
de 200 a 900 nm, avaliando o valor máximo de absorção dos corantes RhB no
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Database), em que trata de fase tetragonal, típica da estrutura Scheelita, de grupo espacial
6
𝐼41/𝑎, grupo pontual 𝐶4ℎ com 6 átomos (Z = 4) por célula unitária (BURBANK, 1965).
O perfil e intensidade das reflexões de DRX sugere ser de material de alto grau de
CaWO4
(013)
Intensidade (unidade arbritrária)
100 °C
120 °C
140 °C
160 °C
(011)
(024)
(125)
(020)
(004)
(332)
(022)
(136)
(116)
(220)
(017)
123)
125)
(121)
(231)
(134)
(031)
(015)
(233)
(035)
(042)
(127)
(141)
(235)
20 30 40 50 60 70 80
2/° (CuK)
Figura 13. Padrões de DRX dos nanocristais de CaWO4 sintetizados pelo método hidrotermal em
Intensidade (u.a.)
Diferença Bragg
Bragg
20 30 40 50 60 70 80 20 30 40 50 60 70 80
2/° (CuK) 2/° (CuK)
Intensidade (u.a.)
Diferença Diferença
Intensidade (u.a.)
Bragg Bragg
20 30 40 50 60 70 80 20 30 40 50 60 70 80
2/° (CuK) 2/° (CuK)
Figura 14. Resultado do refinamento Rietveld dos nanocristais de CaWO4 obtidos pelo método
hidrotermal nas temperaturas: (a) 100 °C; (b) 120 °C; (c) 140 °C e (d) 160 °C.
Tabela 2. Valores de parâmetros de rede e volume de cela obtidos pelo refinamento Rietveld e de
algumas literaturas. Os valores numéricos entre parênteses representam o desvio padrão com
95 % de nível de confiança.
𝜆𝑘
̅ℎ𝑘𝑙 =
𝐷 (14)
𝛽cos(𝜃)
Nesta equação, 𝛽 corresponde a largura à meia altura dos picos de difração obtido
1
pela expressão 𝛽 = (𝛽𝑚𝑒𝑑 2 − 𝛽𝑖𝑛𝑠𝑡 2 )2 , para 𝛽𝑚𝑒𝑑 a largura meia altura dos planos de
obtido pelo refinamento do padrão de difração, neste trabalho utilizou-se como referência
o corundum (Al2O3).
Tabela 3. Dados de tamanho médio dos cristalitos obtidos para as amostras de CaWO4 sintetizados
a diferentes temperaturas.
Rietveld foram usados para modelar a célula unitária para a estrutura do CaWO4 (Figura
15), com auxílio do software VESTA (Visualization Eletronic Structure Analysis), versão
3.2.1 para Windows, de domínio público. É possível visualizar, a partir desta a presença
átomos de oxigênio, como também, clusters tetraédricos [WO4] compostos por átomos de
Figura 15. Representação estrutural de uma célula unitária de CaWO4 desenhada com auxílio do
programa VESTA, versão3.2.1 para Windows.
(equação 17):
Figura 16. Espectro RAMAM para as amostras de CaWO4 sintetizadas a diferentes temperaturas.
modos ativos em 911, 195 e 115 cm-1 são típicos de “impressões digitais” do CAWO4,
O modo ativo 𝐵𝑔 descrito pelas literaturas próximo à 86 cm-1 não foi identificado
Tabela 4. Valores de modos ativos RAMAN das amostras CaWO4 sintetizadas a diferentes
temperaturas e da literatura para efeito de comparação.
O–W–O dos clusters [WO4] e uma sobreposição de bandas em torno de 790 e 875 cm-1
Figura 17. Espectros FTIR das amostras de CaWO4 sintetizadas a diferentes temperaturas.
neste trabalho. Diferenças de energias dos modos ativos (deslocamentos de picos) nos
estão diretamente relacionadas com as diferentes interações estruturais dos cristais de CaWO4
que por sua vez são derivadas dos diferentes métodos de síntese empregados que causam
Tabela 5. Modos ativos observados nos espectros RAMAN e infravermelho para as amostras de
CaWO4.
Deslocamento ou
Espectro Modo vibracional
Número de Ondas/cm-1
aglomerados de partículas com alguns espaços vazios. Essas partículas são muito
Figura 18. Microimagens de MEV das amostras CaWO4 sintetizadas à diferentes temperaturas>
(a) 100 oC; (b) 120 oC; (c) 140 oC e (d) 100 oC, respectivamente.
A caracterização óptica por UV-vis usando a refletância difusa foi empregada com
a finalidade de obter os band gap (𝐸𝑔𝑎𝑝 ) ópticos das nanopartículas sintetizadas pelo
de onda em energia por fóton (𝐸𝑓ó𝑡𝑜𝑛 ) usando a equação modificadas de Planck como
ℎ𝑐 1240𝑒𝑉
𝐸𝑓ó𝑡𝑜𝑛 = = (18)
𝜆 𝜆
ao longo dos vetores que direcionam todas as suas dimensões – 1D, 2D ou 3D. A função
de Kumbelka para a refletância absoluta [𝐹(𝑅∞ )] de uma amostra é dado pela equação
(1 − 𝑅∞ )2 𝑘
𝐹(𝑅∞ ) = = (19)
2𝑅∞ 𝑠
(𝑛) nas expressões, visando aproximar os valores experimentais com os valores teóricos
tipo diretas permitidas (𝑛 = 1/2), desta forma, pode-se combinar as Equações 19 e 20,
1
[𝐹(𝑅∞ )ℎ𝜈]2 = 𝐶2 (ℎ𝜈 – 𝐸𝑔𝑎𝑝 )2 (21)
dos espectros quando plotada a função de Kumbelka-Munk versus a energia por fóton
(𝐸𝑓ó𝑡𝑜𝑛 = ℎ𝜈).
quanto a região utilizada para realizar a extrapolação da seção reta. No trabalho realizado
obtido para o CaWO4 puro no comprimento de onda 374 nm (𝐸𝑔𝑎𝑝 = 3,03 eV). No
entanto, nos trabalhos realizados por Guo e colaboradores (2012) reporta nanopartículas
2
Egap = 3,00 eV
1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5
1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Energia do fóton (eV) Energia do fóton (eV)
Figura 19. Espectros UVRD e valores de band gap obtidos para as amostras de CaWO4
sintetizadas a a) 100 °C, b) 120 °C, c) 140 °C e d) 160 °C.
quanto a região utilizada para realizar a extrapolação da seção reta. No trabalho realizado
obtido para o CaWO4 puro no comprimento de onda 374 nm (𝐸𝑔𝑎𝑝 = 3,03 eV). No
entanto, nos trabalhos realizados por Guo e colaboradores (2012) reporta nanopartículas
1,2 1,2
0 min 0 min
a) b)
10 min 10 min
a) 20 min 1,0
b) 20 min
1,0
30 min 30 min
40 min 40 min
0,8 50 min 0,8 50 min
60 min
Absorbância
60 min
Absorbância
70 min 70 min
0,6 80 min 0,6 80 min
90 min 90 min
100 min 100 min
0,4 0,4
110 min 110 min
120 min 120 min
0,2 0,2
0,0 0,0
400 450 500 550 600 650 700 400 450 500 550 600 650 700
1,2
0 min 1,2 0 min
c) 10 min 10 min
c) 20 min
d)
d)
20 min
1,0
1,0
30 min 30 min
40 min 40 min
0,8 50 min 0,8 50 min
Absorbância
60 min 60 min
Absorbância
70 min 70 min
0,6 80 min 0,6 80 min
90 min 90 min
100 min 100 min
0,4 0,4
110 min 110 min
120 min 120 min
0,2 0,2
0,0 0,0
400 450 500 550 600 650 700 400 450 500 550 600 650 700
1,2 0 min
e)
10 min
e) 20 min
1,0 30 min
40 min
50 min
0,8
60 min
Absorbância
70 min
0,6 80 min
90 min
100 min
0,4 110 min
120 min
0,2
0,0
400 450 500 550 600 650 700
Comprimento de onda/nm
Figura 20. Curvas de absorção UV-vis dos ensaios fotocatalíticos para solução 5ppm de RhB
utilizando catalizadores CaWO4 sintetizados a: a) 100 °C, b) 120 °C, c) 140 °C, d) 160 °C e na
ausência do catalizador e) Fotólise.
54
lenta, quando comparada aos ensaios empregando os diferentes CaWO4 sintetizados. Isso
𝐶𝑡
𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑑𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑅ℎ𝐵 = (1 − ) × 100 % (22)
𝐶0
respectivamente.
graficamente.
50 50,7%
44,5 %
43,8 %
40
Degradação do corante( % )
37,4 %
32,4 %
30
20
Adsorção
+ CaWO4100°C
Ultrassom CaWO4120°C
10
CaWO4140°C
CaWO4160°C
Fotolise
0
Tempo( min.)
Figura 21. Evolução da degradação de RhB em função tempo de exposição frente as amostras de
RhB usada (~5 ppm), o que sugere a boa estabilidade deste corante frente a luz UV.
degradação do RhB com 50,7 %. Porém, isso representa apenas 18,3 % de degradação de
RhB sem (fotólise) e com amostras de CaWO4 (100, 120, 140 e 160 oC) sob luz UV no
período de 120 min. Observa-se que amostra CaWO4 (120°C) tem o maior volume de
célula unitária (313,4 Å3) foi a que teve a melhor performance fotocatalítica (50,7 %).
60
50.7
Degradação do RhB/%
50 43.8 44.5
37.4
40 32.4
30
20
10
0
100 °C 120 °C 140 °C 160 °C Fotólise
Figura 22. Resultado final da degradação de RhB sem e com amostras de CaWO4 na presença de
luz UV.
56
6. CONCLUSÃO
tetragonal, grupo espacial 𝐼41/𝑎, com parâmetros de rede e volume de célula similares
mesmos, sugerido que as partículas se encontram com tamanho menores que 50 nm.
As análises por UVRD para as amostras revelaram valores de band gap de 2,85,
3,00, 2,96, e 3,03 eV para as amostras sintetizadas a 100, 120, 140 e 160° C,
material.
corante RhB teve desempenho de 32,4 %, esse sugere uma boa estabilidade do RhB frente
presença do CaWO4 (100, 120, 140 e 160 oC, respectivamente), o maior desempenho na
degradação do RhB foi para o CaWO4 preparado a 120 oC, no entanto, este valor
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