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POMBA GIRA & EXU MIRIM

Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Cumino

Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória


Pomba Gira e Exu Mirim – EAD – Curso Virtual

Texto 015

Orixá e Entidade Exu Mirim – O Enigma Exu Mirim


por Rubens Saraceni

No decorrer dos milênios, todas ou quase todas as religiões organizadas tiveram nos gêmeos infantis um
dos seus mistérios, e eles ocuparam e ainda ocupam um lugar de destaque em muitas delas.
Na África, em várias religiões, os gêmeos estão presentes ou, quando não aparecem juntos, pelo menos
um se faz presente. Assim como ocorre entre os índios brasileiros, em que a criança é chamada de curumim e
há seres sobrenaturais infantis ou mirins.
Se assim foi, é e será, então temos que identificar melhor esse mistério e descobrir algumas de suas
funções na Criação, porque a partir daí ele fica fundamentado e o entendimento sobre ele torna-se acessível a
todos os umbandistas que, quer queiram ou não, têm à esquerda uma entidade “infantil” cuja companhia não
recomenda ao seu filhinho, pois preferem colocá-lo num jardim de infância frequentado só por criancinhas da
“direita”.
Afinal, essas crianças da “esquerda” (os Exus e as Pombas-giras Mirins) fumam, bebem e ainda atazanam
a vida de quem os ofende ou os desagrada, não é mesmo?
São crianças condenadas ao purgatório ou ao abandono nas “ruas”, largadas não se sabe por quem, pois
nenhum Orixá assumiu a paternidade delas e nenhum os recolheu aos seus Domínios na Criação, preferindo
enviá-los para os de Exu que, ao contrário dos outros Orixás, não nega abrigo em seus domínios a ninguém.
A todos Exu acolhe e com todos se relaciona amigavelmente.
E assim foi na Umbanda, quando ninguém sabia o que fazer com os infantes da esquerda, Exu deu-lhes
casa e comida, digo, domínio e campo de ação.
Firmado no lado de fora dos templos de Umbanda, mas ganhando aqui e acolá um “ebozinho” minguado
para resolver complicações indissolúveis, Exu Mirim foi sobrevivendo à mingua e entre a própria sorte... ou
azar quem sabe? Isolado no gueto ou no cortiço dos meninos mal-educados e desbocados, Exu Mirim raramente
entra na “casa grande” (no templo) e, ainda assim, é para limpar e levar embora a sujeira alheia (dos
consulentes). Afinal, só raramente o chamam para realizar um trabalho de ponta a ponta, ou seja, do começo
ao fim! Mas, boa parte da má educação e do “desbocamento” dessas entidades infantes da esquerda deve-se
ao comportamento dos seus médiuns e não ao Orixá Exu Mirim.
Afinal, que melhor momento há para fazer “artes” do que quando incorporado com seu Exu Mirim, não é
mesmo?
Que melhor oportunidade há para falar palavrões do que quando incorporado por um espírito “desbocado
e mal-educado?”. Há médiuns que chegam a enfiar os dedos nas narinas e comer ou fingirem que comem
“ronhas”, chocando quem os veem fazendo tal coisa.
Há outros que fazem micagens (gestos de macacos) e mostram a língua para os assistentes, além de
gestos obscenos impublicáveis quando incorporados com seus Exus Mirins, fazendo uma pantomima nada
religiosa.
Mas isso não é inerente aos Exus Mirins, e sim, à falta de informações dos seus médiuns, pois não se
doutrinam nem aos espíritos que incorporam e os usam para extravasarem o que têm em seus íntimos.
Exu Mirim é superior a tudo isso e, mesmo sendo relegado à mingua na maioria dos centros e por um
grande número de médiuns umbandistas, vem sobrevivendo com um dos mais fechados dos mistérios da
Umbanda e vem resistindo a comentários mais absurdos possíveis já publicados por pessoas que não só o
desconhecem como nada sabem sobre ele.

Fonte: Rubens Saraceni, Livro Orixá Exu Mirim, Ed. Madras.

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